UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

COLEGIADO DO CURSO DE PEDAGOGIA – CCP

RELATO DE EXPERIÊNCIA

O ENSINO DE HISTÓRIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA

EDUCAÇÃO BÁSICA

VITÓRIA DA CONQUISTA

2014

ANA PAULA EVANGELISTA SILVA

RELATO DE EXPERIÊNCIA

O ENSINO DE HISTÓRIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA

EDUCAÇÃO BÁSICA

Relato de experiência, referente a

atividade prática realizada no período de

13 e 24 de novembro apresentado pela

graduanda Ana Paula Evangelista Silva do

Primeiro Semestre do Curso de Pedagogia

como exigência de crédito avaliativo da

disciplina Estudos Históricos em

Educação I sob orientação da professora

Josefa Fernandes Viana.

VITÓRIA DA CONQUISTA

2014

SUMÁRIO

Introdução.................................................................................................................04

Papel da Escola........................................................................................................05

Papel do Professor...................................................................................................05

Papel do

Aluno..........................................................................................................06

Desafios e

Contribuições.........................................................................................07

Considerações

finais................................................................................................07

Referências...............................................................................................................09

Introdução

O ensino da disciplina de história é de suma importância para a vida das

crianças. Diante disso, foram realizadas algumas visitadas em uma escola municipal

do ensino fundamental de Vitória da Conquista para observar os objetivos traçados

para investir os elementos presentes nas práticas pedagógicas no âmbito escolar

nos anos iniciais citados na disciplina de Estudos Históricos em Educação I.

Nas séries iniciais, a criança tem uma grande dificuldade de aprender

história. Segundo Oliveira (1995, p. 263-264), “... poucos historiadores interessam-se

pelo processo de construção do conhecimento histórico em crianças. Muitos sequer

acreditam na possibilidade da criança aprender história nas séries iniciais”. Pois as

crianças nessa fase ainda não possuem noção de temporalidade. Mas é a partir do

ensino de história que elas começam a desenvolver essa noção.

De acordo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997),

um dos objetivos traçados para a disciplina de história é que a criança estabeleça

relações entre pessoas, sociedades e épocas. Com o intuito de que ela faça uma

análise crítica quanto ao tempo que ela vive e resgatar as memórias vividas no

passado e mesmo antes da mesma nascer.

Um indivíduo fundamental para a transferência dos conhecimentos de

história é o professor. Ele deve ser aberto a perguntas, valorizar e estimular a busca

dos alunos pelo conhecimento e apoiar os mesmos nas dificuldades enfrentadas no

dia a dia. O professor é a ligação direta do aluno com o conhecimento. É desejável

que ele estimule os seus alunos a terem consciência crítica desde pequeno, criando

nos alunos a vontade de participar nas decisões sociais e políticas na sociedade que

o mesmo está inserido e construindo sua identidade, quebrando assim o paradigma

que história é só decorar, mas é uma ciência para ser pensada e construída a partir

das suas decisões que terão influência direta no seu futuro. Como está nos PCNs

(BRASIL, 1997):

A demanda pela História deve ser entendida como uma

questão da sociedade brasileira, ao conquistar a cidadania,

assume seu direito de lugar e voz, e busca no conhecimento de

sua História o espaço de construção de sua identidade.

(BRASIL, 1997, p.5)

Dessa forma, os PCNs (BRASIL, 1997) apresentam uma forma de ensinar

história, partindo do tempo que a criança está inserida e através de seu modo de

vida começar a mostrar outras formas de vida e cultura do passado. Assim, a

criança terá suporte para de pouco a pouco compreender a temporalidade.

Papel da Escola

A escola que foi objeto dessa pesquisa foi a Escola Municipal Zica Pedral

que fica localizada em Vitória da Conquista- Bahia. A escola tem porte médio, é

composta por 7 salas de aula. Atende a 340 alunos nos turnos matutino e

vespertino, conta com uma equipe de 13 professores. Ensina da educação infantil ao

5º ano do ensino fundamental. O horário de intervalo é dividido em duas partes

primeiro para as crianças menores e depois para as crianças maiores, sendo 15

minutos cada intervalo.

A escola observada busca uma educação total do indivíduo, então procura

formar cidadãos com uma consciência crítica, ampla e democrática para os alunos

estabelecerem uma relação entre o indivíduo e o meio em que vive. Então, os

professores dessa escola junto com a coordenação constroem algumas práticas

pedagógicas para o ensino dinâmico de história pois como apresenta Caniato,

(1997. p, 65):

A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais

sistemática e orientada, aprendemos a Ler o Mundo e a

interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e

interpretar o funcionamento da Natureza e as interações dos

homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos

exercitar, aferir e refletir sobre a Ação que praticamos e que é

feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça

isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a Leitura do

Mundo e a Interação com ele de maneira orientada, crítica e

sistemática.

A escola é um meio de socialização dos alunos com o mundo.

Papel do Professor

O principal papel do professor no ensino de história, vai além de educar e

ensinar ele deve auxiliar o aluno na construção e formação do caráter.

O professor que foi observado, leciona uma aula dinâmica procurando

sempre a interação do aluno com ele. As avaliações são feitas com atividades feitas

em sala de aula e para casa, provas e qualitativa (participação e interação dos

alunos nas aulas). Assim, obtém um bom resultado final. Um fato interessante é que

o conteúdo é ensinado de forma interagindo as disciplinas. Por exemplo, quando é

ensinado sobre os índios também é ensinado um pouco de geografia com a

localização deles no Brasil, as artes que eles faziam e fazem, como eles curam suas

doenças, seus métodos de estudos e as músicas que são cantadas por eles. Pois

quando os alunos descobrem cada detalhe eles mesmo fazem a interação com as

outras disciplinas e comparam com a vida deles próprios.

O planejamento das aulas é feito individualmente por cada professor e

depois é feita uma reunião para os professores junto com a coordenadora

desenvolverem projetos, ver quais as dificuldades que os alunos estão tendo e

tentam soluciona-las. Como Fonseca, (2003, p. 89) alerta que é necessário pensar a

disciplina de história como “fundamentalmente educativa, formativa, emancipadora e

libertadora.”

A maior dificuldade do professor é prender a atenção dos alunos quando

se trata da história antiga, pois os alunos têm uma dificuldade de entende- lá. Mais

para suprir essa dificuldade o professor dá exemplo, faz jogos sempre em busca do

desenvolvimento pleno do aluno.

Papel do Aluno

Quando o aluno aprende história começa a compreender a sua vida, como

surgiu sua cultura e percebe as contribuições para sua vida fora dos muros da

escola.

Sobre os benefícios para sua vida, destacam-se os seguintes depoimentos:

-“história é uma matéria muito boa! Eu gosto porque eu fico sabendo o que

aconteceu no passado. Esse ano mesmo aprendi muito sobre os índios. E foi

legal!!!”

-“A professora é muito legal! Ela fala e eu entendo tudo e ainda tirei nota

boa.”

Conforme esses depoimentos percebe-se a importância da disciplina

história e do professor na formação dos alunos. A maioria são dedicados e tem a

curiosidade de buscar mais informações além das que o professor ensina em sala

de aula. Como Knass (2001, p. 29-30) aponta sobre essa busca pelo aprendizado:

(...) o processo de aprendizagem confunde-se com a iniciação

investigação, deslocando a problemática da integração ensino

pesquisa para todos os níveis de conhecimento, mesmo o mais

elementar. A pesquisa é assim entendida como o caminho

privilegiado para a construção de autênticos sujeitos do

conhecimento que se propõem a construir sua leitura de mundo

O aluno busca informações e questiona o professor quanto ao assunto, se

aconteceu e como esse assunto será útil no seu dia a dia. Quando isso acontece o

professor sempre lhe responde os questionamentos e aplica uma atividade, passa

um filme ou faz um jogo para mostrar como é útil na atualidade ou que o assunto

serviu para que hoje temos terminados objetos, músicas, poderes políticos, jogos,

entre outras coisas que foram criadas através da história.

Com isso, observa-se que o conhecimento histórico em sala de aula é

voltado para a formação de um cidadão com pensamento crítico bem desenvolvido

para que os seus direitos e deveres sejam respeitados na sociedade e que esse

aluno encontre na sociedade um lugar para realizar todos os seus objetivos.

Desafios e Contribuições

Os desafios de ensinar os alunos de ensino fundamental são muitos porém,

quando se ensina com amor e dedicação tudo se transforma. Como diz Paulo Freire

(2007) educação proporciona a emancipação e promove a autonomia e a

consciência crítica dos educandos. Esse desafio é uma força a nos mover para

continuar enfrentando as dificuldades escolar.

Essas visitas contribuíram muito para o aprendizado, pois proporcionou o

primeiro contato com a escola. Mostrando a realidade e como o professor deve se

portar em uma sala de aula, não para apenas construir o conhecimento histórico

mas para formar cidadãos críticos e com responsabilidade social.

Considerações finais

O ensino de história no ensino fundamental tem que fazer o aluno buscar

formar um cidadão com consciência crítica. Não menosprezando o conhecimento

histórico adquirido mais fazendo com que os alunos compreendam o nosso presente

através do passado e que eles se sintam incentivados a fazer a história no presente

boa para terem um futuro melhor.

O professor deve levar para sala de aula atividades que façam os alunos

pensarem, refletirem, interpretarem, organizarem e relacionarem os conteúdos de

história com o seu dia a dia, mostrando assim que história é muito mais que decorar,

é investigar o que aconteceu no passado para seu futuro ser melhor. Estabelecendo

relações do mundo atual com as épocas estudadas perceberam as mudanças que

aconteceram com o passar do tempo.

O aluno ter contato com a sua história permite o aluno ter conhecimento

crítico e compreender o mundo a sua volta.

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: história e geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CANIATO, Rodolpho. Com Ciência na Educação. 3ª reimpressão. Campinas: São

Paulo. Papirus, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática

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Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.

FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas: Papirus,

1993.__________Didática e Prática de Ensino de História: experiências, reflexões

e aprendizados . 7 ed. São Paulo: Papirus, 2003.

KNASS, Paulo. Sobre a norma e o óbvio: a sala de aula como lugar de pesuisa. In.

NIKITIUK, Sônio M. Leite (org). Repensando o ensino de História. – ed. – São

Paulo, Cortez, 2001.

KOCHHANN, Andréa. Por uma pedagogia psicanalítica: as vicissitudes na

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LUCKESI, C. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo.

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MOREIRA, A.F.B. Desafios Contemporâneos no Campo da Educação: A

Questão das Identidades. In: ____ e PACHECO, J.A. (org.). Globalização e

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OLIVEIRA, S. R. F. de. O ensino de história nas séries iniciais: cruzando as

fronteiras entre a História e a Pedagogia. História & Ensino: Revista do Laboratório

de Ensino de História / UEL. vol. 9. Londrina: UEL, out. 2003. p. 259 – 272.

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