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UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIENCIAS HUMANAS -
CECH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL -DCOS
RELAÇÃO PÚBLICO-PRIVADO NA POLÍTICA DE
DISTRIBUIÇÃO DE VERBA PUBLICITÁRIA DA
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2011-2014)
SÃO CRISTOVÃO/ SERGIPE
2015
UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIENCIAS HUMANAS -
CECH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL -DCOS
PEDRO ALEXANDRE DE OLIVEIRA SANTOS
RELAÇÃO PÚBLICO-PRIVADO NA POLÍTICA DE
DISTRIBUIÇÃO DE VERBA PUBLICITÁRIA DA
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2011-2014)
Trabalho monográfico final apresentado ao
Departamento de Comunicação Social,
como requisito para a conclusão do Curso
de Comunicação Social – Habilitação em
Publicidade e Propaganda. Orientador:
Profº Dr. César Bolaño
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Professor(a)
____________________________________________________
Professor(a)
____________________________________________________
Professor(a)
SÃO CRISTOVÃO
novembro, 2015.
AGRADECIMENTOS
Agradecer... De todo processo que envolveu a elaboração deste trabalho, eu acredito que
o momento de agradecimento se apresenta como o mais difícil. Ressalto a dificuldade
não por incapacidade de reconhecer os diferentes atores que participaram desse
processo, ao contrário, a complexidade desse momento se dá exatamente em apontar o
mar de relações que ao longo de minha breve vida, contribuíram para que eu pudesse
avançar mais um passo, em minha breve, porém longa, caminhada. Se por acaso eu
cometer a compreensível injustiça de não citar um “ser”, por favor, considere minha
condição de humano, e mesmo não referendado (a) no presente texto, por favor, lembre-
se de algum dia em que nossos caminhos se entrecruzaram que certamente você se
encontrará aqui.
Primeiramente eu agradeço à dona Wélia. Além de minha mãe, essa mulher é a
materialização da palavra força. Na lista familiar eu incluo meus sobrinhos (as), João
Lucas, Joaquim e Maria Clara, meus afagos em dias mais complicados. As minhas
irmãs Jackeline e Carol, e ao meu pai, senhor Hamilton. Obrigado, vocês são partes de
minha jornada. À minha companheira diária, Sonia Meire, sua paciência, cumplicidade,
inteligência e sabedoria foram cruciais para que juntos nós pudéssemos fechar esse ciclo
de minha vida.
Devo acrescentar ainda meus agradecimentos aos movimentos sociais e organizações
que lutam sistematicamente contra as desigualdades sociais, na perspectiva de
construção de uma sociedade justa, livre da exploração de uma classe sobre a outra e
acima de tudo, livre de racismo, machismo e homofobia. Nesse contexto, meus
agradecimentos vão para os (as) camaradas que construíram e constroem o Coletivo
Resistência Socialista (Alison, Alexis, Cleidinho, Caio, Camila, Breno, Demétrio, Gegê,
Hortência, Johan, Jaciara, Luiz, Matheus, Pel, Pedro Bomba e Sonia), sigamos firmes na
luta! Ao Coletivo Alicerce; ao movimento estudantil, em especial a Executiva Nacional
dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), essa última foi minha grande escola
de formação; ao paciente e dedicado professor Msc. Diego Araújo; ao meu orientador
Dr. César Bolaño, cuja influência em minha formação acadêmica foi bastante decisiva
na escolha do presente estudo, bem como a orientação do presente trabalho.
Para finalizar deixo aqui o registro de gratidão à minha Yálorixá, Mãe Wilma, suas
mãos e sua sensibilidade me apontaram os caminhos construídos pelo Orixá que rege
minha vida, nosso Xangô.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Organograma da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Ranking dos Maiores Anunciantes no Primeiro Semestre de 2014.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Participação de cada meio na verba de mídia no Brasil entre 2011 a 2014
(valores constantes em R$).
Tabela 2 – Distribuição da verba de mídia do Governo Federal- administração direta e
indireta- por meio de comunicação 2011 a 2014 (valores constantes em R$).
Tabela 3 – Distribuição da verba de mídia da Secom/PR por meio de comunicação 2011
a 2014 (valores constantes em R$ mil)
Tabela 4- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Matisse
Comunicação de Marketing LTDA – 2011/2012 (valores constantes em R$1.000)
Tabela 5- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Propeg
Comunicação S/A 2011/2015 (valores constantes em R$1.000)
Tabela 6- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Nova S/B
Comunicações Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)
Tabela 7- Total de verba destinada às emissoras de TV pela 141 Soho Square
Comunicação 2011/2013 (valores constantes em R$1.000)
Tabela 8- Total de verba destinada às emissoras de TV pela Leo Brunett Publicidade
Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico1: Evolução dos dados cadastrais de veículos por meio- Midiacad (2003 a 2014)
Gráfico 2: Evolução do investimento em verba de mídia Presidência da República 2011
a 2014 (valores constantes em R$ mil)
Gráfico 3 - Verba de mídia da Presidência da República primeiro e segundo semestre de
cada ano- 2011 a 2014(valores constantes em R$ mil)
Gráfico 4- Percentual de Concentração da Verba de Mídia – Mercado Geral de
Publicidade X SECOM/PR (20111 a 2014)
Gráfico 5– Participação dos cinco veículos na soma verba de mídia da Presidência da
República (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)
Gráfico 6 – Participação dos veículos nas verbas publicitárias da Presidência da
República Por ano (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABAP - Associação Brasileiras de Agências de Publicidade
CCTCI - Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática
CENP - Conselho Executivo de Normas Padrão
DEMID: Departamento de Mídia
FHC - Fernando Henrique Cardoso
FMI - Fundo Monetário Internacional
SECOM/PR- Secretaria de Comunicação da Presidência da República
SGCN - Secretaria de Gestão e Controles e Normas
SCI- Secretaria de Comunicação Integrada
SICOM - do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal
SIREF- Sistema de Disponibilização de Referências
SISAC- Sistema de Controle de Ações de Comunicação
UJ - Unidade Jurisdicionada
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
01
CAPITULO I
REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO PUBLICITÁRIO E DA
PROPAGANDA ESTATAL
2.1 Lei nº 4.680 de 1965- Lei da Propaganda
2.2 Lei nº 8.666 de 1993- Lei de Licitação Geral
2.3Lei nº12.232 de 2010- Lei Licitação e Contratação de Serviços de
Publicidade
03
06
11
CAPITULO II
REARRANJOS DA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA A PARTIR DA CRIAÇÃO DA
SECOM
1.1 Curta história da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República durante o governo militar.
1.2 A recriação da Secom/PR
1.3 Organograma da Secretaria de Comunicação Social
1.4Metodologia de Organização dos Planos de Publicidade do Governo
Federal
19
19
21
24
27
CAPITULO III
VERBA PUBLICITÁRIA DESTINADA ÀS EMPRESAS DE
COMUNICAÇÃO
30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
50
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
52
ANEXOS
Lei nº xxx
i
ii
RESUMO
A verba publicitária do Estado brasileiro consiste de recursos públicos utilizados para
execução da propaganda institucional de governo, sendo que parte desses recursos, sob
a ótica da verba de mídia, destina-se à compra de espaço publicitário em diferentes
meios de comunicação, de caráter público ou privado. Nesse contexto, definimos como
objeto de estudo da pesquisa monográfica os principais meios de comunicação para os
quais se destinou mais verba de mídia, entre os anos de 2011 a 2014, tendo em vista que
apenas os dados correspondentes a esse período, encontram-se accessíveis ao público no
sítio eletrônico da Secom/PR. O objetivo geral deste trabalhado é o de analisar
criticamente como ocorre o processo de distribuição da verba da Presidência da
República para a compra de espaços publicitários em diferentes meios de comunicação,
sejam eles públicos ou privados. Consideram-se objetivos específicos: discutir os
rearranjos da política de comunicação da Presidência da República com base na
reestruturação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
(Secom/PR); entender a relação público-privado a partir dos marcos regulatórios
balizadores dos serviços de publicidade contratados pelo Estado brasileiro e identificar
entre os veículos, os que mais concentram verba de mídia de origem pública. A
pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem quanti-qualitativa, utilizando-se
de fontes documentais, filiando-se ao referencial teórico-epistemológico da Economia
Política da Comunicação. O estudo trabalha com a hipótese de que o processo de
distribuição da verba publicitária da Presidência da República configura-se como uma
política de comunicação em que o governo, na condição de anunciante, subsidia
empresas privadas de comunicação, o que acaba favorecendo a concentração dos meios.
Palavras–chave: Verba Publicitária; Estado; Mídia Privada; Meios de Comunicação;
Propaganda; Televisão.
INTRODUÇÃO
O investimento publicitário do Governo Federal destinado aos meios de comunicação,
segundo dados dos sítios eletrônicos especializados no assunto, a exemplo do blog do
jornalista Fernando Rodriguez, pesquisas deste cunho restringem-se apenas ao campo
informal, ainda são escassos estudos de cunho científico capazes de apontar sistematicamente
como ocorre o processo de distribuição da verba publicitária do Estado brasileiro para os
veículos de comunicação.
Consideramos ser esse um problema importante no campo da Economia Política da
Comunicação por isso, resolvemos investigar quais meios e veículos de comunicação que
mais recebem verba publicitária da Secretaria de Comunicação do Governo Federal-
Secom/PR.
A grande questão é: de que forma a verba de mídia do Estado brasileiro ajuda a financiar o
sistema brasileiro de televisão?
A nossa hipótese é a de que há uma política pública de comunicação que contribui para o
fortalecimento do mercado oligopólico dos meios de comunicação, a partir da concentração
da verba de mídia em meios e veículos privados.
Além de apontar os elementos que correspondem ao modo como o próprio Estado brasileiro,
através de seus órgãos, distribui recursos públicos para veiculação de suas propagandas
institucionais em diferentes veículos de televisão, o presente trabalho monográfico também
objetiva esclarecer as nuances estabelecidas na relação entre os setores público (Estado) e
privado (agências publicitárias e veículos de comunicação).
Mais especificamente, cabe discutir os rearranjos da política de comunicação da Presidência
da República, com base na reestruturação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República (Secom/PR); entender a relação público-privado a partir dos marcos regulatórios
balizadores dos serviços de publicidade contratados pelo Estado brasileiro, e identificar dentre
os veículos, os que mais se beneficiam da distribuição de verba de mídia do Governo Federal.
2
A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem quanti-qualitativa de perspectiva
crítica utilizando-se de fontes documentais, tendo como referencial teórico-metodológico, a
Economia Política da Comunicação.
Utilizamos como instrumento de pesquisa o estudo documental e bibliográfico, com o
designio de identificar o processo de circulação da verba publicitária do Estado. Houve
dificuldades no levantamento de alguns dados por conta da ausência de transparência no sítio
do Governo Federal e também no da própria Secretaria de Comunicação da Presidência.
Importante explicitar que a escolha do marco temporal (2011 a 2014) ocorreu por conta da
indisponibilidade de dados anteriores ao ano de 2011 no sítio da SECOM/PR.
Os dados correspondentes aos valores investidos apresentavam distorções em seu aspecto
qualitativo, pois não deixavam claro qual o veículo ou meio de comunicação para onde o
recurso se destina. Um exemplo prático das distorções nas informações são os erros
ortográficos presentes nos nomes de alguns veículos de comunicação. Assim, na planilha, às
vezes o nome do Grupo Globo, inicia com a letra G em maiúsculo, de modo que o programa
utilizado para os cálculos identificava não uma, mas duas empresas diferentes. Por conta
disso, foi necessário corrigir manualmente letra por letra, o nome de cada empresa
discriminada na planilha, para evitar qualquer distorção na soma total de verba de mídia
recebida pelas empresas.
Os resultados estão expostos em três capítulos. O primeiro corresponde às leis que
regulamentam a contratação de serviços publicitários por parte do Estado brasileiro, com foco
na Presidência da República, a segunda seção faz um apanhado histórico da própria Secretaria
de Comunicação Social da Presidência da República, Secom/PR, considerando que este é o
órgão responsável por articular a política de comunicação da esfera.
No terceiro capítulo, em primeiro momento, é apresentado os dados que tratam do montante
da verba de mídia do mercado geral brasileiro de publicidade, para depois, identificarmos os
valores pagos Pela Secom/PR aos meios e veículos de comunicação. Considerando os anos
citados, a média anual de gasto geral com publicidade institucional, conforme a Lei
Orçamentária Anual (LOA) é de 255.495.151. Desse montante interessa-nos a parte que é
destinada ao setor privado de radiofusão.
3
CAPITULO I
REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO PUBLICITÁRIO E DA
PROPAGANDA ESTATAL
Este capítulo analisa criticamente os principais aspectos das leis que regulamentam tanto o
mercado publicitário no Brasil, quanto o processo licitatório demandado pelo Estado
brasileiro para contratação de terceiros visando à execução da propaganda estatal, ou
“publicidade institucional”, na nomenclatura oficial. Os dispositivos legais serão expostos na
ordem cronológica conforme as datas de criação destes. A primeira lei nº 4.680 a ser
analisada, foi criada em 1965, denominada “Lei da Propaganda”. A segunda é a “Lei das
Licitações e Contratos da Administração Pública”, nº 8.666, de 1993. Por último,
discutiremos a lei de “Licitações e Contratações de Serviços de Publicidade”, nº 12.232,
aprovada em 2010 pela Presidência da República.
2.1. Lei nº 4.680 de 1965- Lei da Propaganda
Em termos gerais é possível afirmar que o dispositivo da Lei de Propaganda, outorgada em 18
de junho de 1965, foi fruto do modelo de acumulação de capital decorrente da política
econômica estabelecida durante o governo militar, onde, o padrão de acumulação ao se basear
na produção de bens de consumo duráveis e na substituição de importações, delega à
publicidade a tarefa de intensificar e acelerar o consumo dos produtos produzidos. Nesse
período o setor publicitário cresceu notoriamente no Brasil, forçando então o Estado a
regulamentar suas atividades. Para Rocha (2004):
O forte crescimento econômico e a proteção da Lei 4.680 garantiram um
período de prosperidade e desenvolvimento para a publicidade brasileira,
que demarcou melhor suas fronteiras, racionalizou suas práticas,
profissionalizou definitivamente a sua força de trabalho e viu suas verbas
praticamente triplicarem somente no curto intervalo de 1971 a 1976
(ROCHA, 2004, p. 3)
Mais adiante a autora afirma:
A publicidade brasileira assim reforçada vinha atender, numa só tacada, a
uma dupla função: ao mesmo tempo em que acelerava o consumo
individualizado de mercadorias, o transformava em sinônimo de “bem-estar”
e “modernidade”, numa operação típica da ideologia do progresso (ibidem,
p.3).
4
Sobre as condições e os agentes que contribuíram para formulação da lei 4.680, Abreu (2007)
aponta que:
As primeiras normas foram pactuadas entre anunciantes, agências e veículos
antes da legislação regulamentadora de 1965, por iniciativa da Associação
Brasileira de Agências de Propaganda (Abap, atual Associação Brasileiras
de Agências de Publicidade), num momento em que em virtude do processo
de industrialização e urbanização aceleradas e da política de substituição de
importações, tornaram-se complexas as relações de consumo, notadamente
pela massificação da comunicação (ABREU, 2007, p. 176).
As definições do perfil profissional do publicitário, agenciadores e das atividades exercidas
por ambos, localizam-se no capítulo I da lei a partir da seguinte forma:
Art 1º São Publicitários aquêles que, em caráter regular e permanente, exerçam
funções de natureza técnica da especialidade, nas Agências de Propaganda, nos
veículos de divulgação, ou em quaisquer empresas nas quais se produza propaganda.
Art 2º Consideram-se Agenciadores de Propaganda os profissionais que, vinculados
aos veículos da divulgação, a êles encaminhem propaganda por conta e terceiros.
Art 3º A Agência de Propaganda é pessoa jurídica,... VETADO1..., e especializada
na arte e técnica publicitária, que, através de especialistas, estuda, concebe, executa
e distribui propaganda aos veículos de divulgação, por ordem e conta de clientes
anunciantes, com o objetivo de promover a venda de produtos e serviços, difundirem
idéias ou informar o público a respeito de organizações ou instituições colocadas a
serviço dêsse mesmo público.
Art 4º São veículos de divulgação, para os efeitos desta Lei, quaisquer meios de
comunicação visual ou auditiva capazes de transmitir mensagens de propaganda ao
público, desde que reconhecidos pelas entidades e órgãos de classe, assim
considerados as associações civis locais e regionais de propaganda bem como os
sindicatos de publicitários.
Art 5º Compreende-se por propaganda qualquer forma remunerada de difusão de
idéias, mercadorias ou serviços, por parte de um anunciante identificado.
1Antes de ser vetado pelo presidente militar Castello Branco, a redação do Art. 3 assegurava que: “A
Agência de Propaganda é pessoa jurídica, independente de controle financeiro de qualquer anunciante
ou veículo de divulgação (...)”. Segundo o documento encontrado no sítio eletrônico do Planalto
Central, o veto correu porque a expressão “independente de controle financeiro de qualquer anunciante
ou veículo de divulgação”, atribuiria às agência publicitárias organizadas em forma de sociedade, certa
possibilidade de monopólio no mercado, e impediria que qualquer outra empresa que não atuasse no
ramo da publicidade pudesse ser sócia das agências.
5
A criação dos preceitos legais que regem a profissão publicitária ocorreu por conta da
intervenção de entidades e organizações representativas da categoria. Prova disso é que no seu
Art. 17 da lei nº 4.680/65, assegura que:
Art. 17. a atividade publicitária nacional será regida pelos princípios e normas do
Código de Ética dos Profissionais da Propaganda, instituído pelo I Congresso
Brasileiro de Propaganda, realizado em outubro de 1957, na cidade do Rio de
Janeiro (Associação Brasileira de Agências de Publicidade, 2010, p.18).
No Art. 11, do Capítulo IV da mesma lei, que trata do desconto e comissão dada às agências
publicitárias, em seu parágrafo único, impede que seja dado o desconto concedido por
veículos de divulgação à pessoa física ou jurídica que não se enquadre nas determinações
legais referidas nos artigos citados. Segue o texto na íntegra:
Art. 11. A comissão, que constitui a remuneração dos Agenciadores de Propaganda,
bem como o desconto devido às Agências de Propaganda serão fixados pelos
veículos de divulgação sôbre os preços estabelecidos em tabela.
Parágrafo único. Não será concedida nenhuma comissão ou desconto sôbre a
propaganda encaminhada diretamente aos veículos de divulgação por qualquer
pessoa física ou jurídica que não se enquadre na classificação de Agenciador de
Propaganda ou Agências de Propaganda, como definidos na presente Lei.
A lei acaba por expor e fortalecer a interdependência que existe entre o Estado, o mercado
publicitário e o setor televisivo, uma vez que restringiu às agências e agenciadores, a
possibilidade de compra do espaço publicitário nos veículos privados de comunicação com o
desconto mencionado no art. 11.
Por outro lado, lembra BOLAÑO (2004), como partícipe na formação do bolo publicitário, o
próprio Estado, contribui para o desenvolvimento do mercado da publicidade, fortalecendo ao
mesmo tempo o oligopólio das empresas de comunicação, em especial no meio televisivo,
pois, “o âmbito da concorrência entre as emissoras de televisão é a luta pela distribuição de
verba de mídia, pela apropriação de parcelas crescentes do investimento publicitário (2004,
p.54)”.
A aprovação da “Lei da Propaganda” em 1965, é resultado, em última instância da expansão
do mercado alicerçado em setores da Indústria Cultural no Brasil, a exemplo do próprio
6
mercado publicitário e veículos de comunicação. Além disso, o dispositivo legal passou a
estreitar cada vez mais a interdependência entre o Estado e representante do capital privado, a
partir do momento que o próprio Estado torna-se também partícipe dos contratos de mercado
que envolve os setores privados de comunicação supramencionados. Assim, o Estado, “no
capitalismo monopolista, não apenas interfere no próprio conteúdo dos contratos, mas torna-
se ele mesmo parte desses contratos” (BOLAÑO, 2000, p.77).
2.2 Lei nº 8.666 de 1993- Lei de Licitação Geral
A questão da licitação na administração pública no Brasil encontra-se expressa na
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, inciso XXI, que assegura que toda e qualquer
licitação para execução de obras, serviços, compras e alienações deverá atribuir igualdade de
condições para todos os concorrentes, dos quais se exigirá qualificação técnica e econômica.
De modo mais específico, a lei 8.666/93, de 26 de junho, regulamenta o Art. 37 da
Constituição Federal, a fim de estabelecer regras gerais centradas nos procedimentos
licitatórios e contratuais do Estado brasileiro em todas as esferas. em seu Art. 1º a lei:
(...) estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
O artigo 22 da mesma lei define as diferentes modalidades de licitação: tomada de preços,
convite, concurso, leilão e concorrência. No campo da publicidade, aplicam-se as
modalidades da concorrência, tomada de preço e convite. No espírito do citado art. 37 da
Constituição Federal, que estabelece exigência única de qualificação econômica e técnica do
licitante, o art.31, § 2º e 3º da lei 8.666/93, diz:
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e
serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência
de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas
no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação
econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do
contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo
anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação,
devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta,
653 na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
7
Na verdade, por mais que a doutrina da licitação evoque, em seu texto, isonomia e
possibilidades iguais para todos que queiram participar do processo licitatório, estabelece-se
assim uma barreira para empresas menores que não disponham de capital suficiente para
concorrer ao edital, o que favorece naturalmente a concentração.
Um edital de 2011, por exemplo, encontrado no sítio da Secom/PR, sob a égide da
modalidade concorrência, do tipo “melhor técnica”, para prestação de serviços de publicidade
institucional, incluindo planejamento, conceituação, criação, execução interna e externa, além
da distribuição da publicidade aos veículos e demais meios de comunicação, estava orçado em
cento e cinquenta milhões de reais. Com base no valor apresentado no edital, apenas agências
publicitárias que apresentassem o capital mínimo de dois milhões de reais, estariam aptas a
concorrer ao processo licitatório.
O critério de “qualificação técnica”, questão presente no Art. 27 da referida lei, por sua vez,
exige que todos os licitantes que concorrem ao edital para execução da publicidade
institucional do governo, apresentem junto com o projeto, o certificado de reconhecimento, ou
qualificação técnica, emitido pelo Conselho Executivo de Normas Padrão (CENP), órgão
formado por grupos de empresários de diferentes meios e veículos de comunicação.
Fundada em 16 de dezembro de 1998, o CENP é uma entidade de direito privado, constituída
por entidades representativas das empresas de comunicação, como a Associação Brasileira de
Anunciantes, Associação Brasileira de Publicidade, Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão, Associação Brasileira de TV por Assinatura, Associação Nacional dos
Servidores Efetivos das Agências Reguladoras Federais, Associação Nacional de Jornais,
Central de Outdoor e Federação das Agências de Propaganda. As principais funções da
entidade são: regular as práticas de agentes do mercado publicitário, inclusive os anunciantes,
atribuir a qualificação técnica às agências publicitárias através de certificados e atuar como
fórum permanente de discussão técnico-comercial da publicidade. Apesar de ser um ente
privado, partes dos documentos da CENP, a exemplo das “Normas-Padrão” e certificados de
qualificação, são reconhecidos pela legislação federal brasileira, como no caso da lei em foco.
O §2º do artigo 40, da Lei Geral de Licitações, nº 8.666, estabelece que no momento de
inscrição das empresas para a disputa licitatória, as mesmas possam apresentar um projeto
8
básico (inciso I), além do orçamento do projeto (inciso II). A ausência desses elementos pode
tornar os processos licitatórios ilegais, conforme relata o TCU em seu acórdão nº 2.062/2006:
A constatação de ausência de projeto básico parte da definição estabelecida
no inciso IX do art. 6°, da Lei de Licitações, que o define como “conjunto de
elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para
caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto de
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento
do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do
custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução (...)” (Brasil,
Acórdão 2.062/2006, Tribunal de Contas da União, 2006).
O acórdão teve como principal objetivo a consolidação de auditorias de dezesseis órgãos e
entidades da Administração Pública Federal, para verificar a legalidade das licitações e
contratos de prestação de serviços de publicidade. No documento, foi detectado que nas
licitações públicas emitidas pelo Governo Federal, não havia o “Projeto Básico2” e orçamento
detalhado sobre os serviços demandados, conforme estabelece a lei nº 8.666.
Em resposta, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República contra-argumentou,
com base em uma nota técnica de 2007, que as questões levantadas pelo Tribunal de Contas
eram impossíveis de serem atendidas, por entender que a contratação de serviços publicitários
mediados por agências, correspondia à natureza dinâmica do mercado. Segundo a Secom/PR,
a impossibilidade da apresentação de um orçamento previsto, além do projeto, se dava por
conta da imprevisibilidade dos serviços considerados criativos, que vão desde a elaboração da
campanha publicitária até o momento da negociação com diferentes meios e veículos de
comunicação:
A particularidade dos serviços publicitários consiste exatamente no fato de
que se conhece a natureza do objeto, mas não a especificidade de cada ação a
ser realizada. A bem-elaborada intervenção do digno representante do
Ministério Público, no Relatório do Acórdão nº. 2062 reconhece que,
diferentemente do que ocorre na contratação de serviços de engenharia, em
2IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, objeto da licitação. Esse documento deve conter
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica para execução do
projeto, a partir da avaliação total do custo da obra e definição dos métodos e prazo para finalização
dos serviços.
9
publicidade não se pode saber de antemão exatamente qual serviço será
contratado.
É impraticável conhecer em detalhes, por ocasião do lançamento do edital
de licitação, os serviços que serão necessários para a execução, ainda que
seja de apenas uma das ações que vierem a ser implementadas. Por
consequência, a Secretaria-Geral não tem como estabelecer normas que
assegurem que o objeto da contratação especifique “todas as ações
publicitárias a serem executadas no âmbito do contrato”.
Repita-se, portanto, que é absolutamente impossível conhecer todas as ações
que serão desenvolvidas ao longo do contrato, e os seus detalhes somente
poderão ser definidos posteriormente à aprovação da solução criativa e
técnica que for apresentada pela agência de publicidade contratada, não antes
disso (Brasil, Nota Técnica Nº 001/2007, Secretaria –Geral da Presidência da
República/ Subsecretaria de Comunicação Institucional, 2007, p.18).
O que a lei 8.666 considera “projeto básico”, não corresponde ao “briefing”, das agências
publicitárias, que traz como informações básicas, dados de pesquisa mercadológica, público
consumidor da marca ou produto, plano de mídia e orçamento prévio do processo de execução
da campanha publicitária. A diferença entre o Projeto Básico requerido pela lei
supramencionada e o briefing publicitário, é que o segundo só apresenta umas perspectiva de
gastos com base na verba publicitária apresentada pelo anunciante, tendo em vista a natureza
do próprio serviço de publicidade.
Contudo, mesmo após as ponderações realizadas pelo TCU, conforme o Acórdão 2.062 os
projetos básicos anexados nos editais para contratação de serviços publicitários por parte dos
diferentes setores e órgãos do Estado brasileiro, eram apresentados na forma de briefing, sem
utilizar os critérios conforme aponta o inciso IX do Art. 6 da lei nº 8.666.
Outro limite de regulação dos serviços publicitários, detectado na lei nº 8.666, reside na
lacuna em relação à remuneração das agências publicitárias, em especial os incentivos
concedidos por grandes veículos de televisão, a exemplo da Bonificação por Volume,
praticada pelas agências publicitárias e veículos de comunicação durante o contrato de
publicidade com o governo. Para regular os métodos de remuneração das agências antes de
aprovar a lei nº 12.232, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,
utilizava-se da lei 4.680 e do decreto nº 57.690/65, que juntos estabelecem que:
Art. 7o Os serviços de propaganda serão prestados pela Agência mediante
contratação, verbal ou escrita, de honorários e reembolso das despesas
previamente autorizadas, tendo como referência o que estabelecem os itens
3.4 a 3.6, 3.10 e 3.11, e respectivos subitens, das Normas-Padrão da
Atividade Publicitária, editadas pelo CENP - Conselho Executivo das
Normas-Padrão, com as alterações constantes das Atas das Reuniões do
10
Conselho Executivo datadas de 13 de fevereiro, 29 de março e 31 de julho,
todas do ano de 2001, e registradas no Cartório do 1o Ofício de Registro de
Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da cidade de São Paulo,
respectivamente sob no 263447, 263446 e 282131. (Redação dada pelo
Decreto nº 4.563, de 31.12.2002).
No que diz respeito à Bonificação por Volume, ou “BV”, a prática comercial exercida entre as
agências publicitárias e os veículos de comunicação durante o processo de licitação com o
Governo Federal, sempre foi ponto de constante questionamento para o Tribunal de Contas da
União. O Acórdão 2.062 traz em seu texto elementos que expõem as ponderações feitas pelo
TCU contra a Bonificação por Volume. O BV surgiu na década de 60, inicialmente usado
pela Rede Globo, como método de incentivo para que as agências publicitárias investissem
maior volume da verba dos anunciantes no veículo. Na prática a bonificação funcionava da
seguinte forma: quanto mais as agências compravam espaço de anuncio na emissora citada,
maior era a possibilidade das empresas de publicidade receber parte deste recurso em forma
de receita. Para o TCU essa prática abre a possibilidade de influência na escolha das agências
durante a concorrência para licitação.
Pela natureza dessa bonificação, quanto maior o volume contratado de um mesmo
fornecedor, maior o desconto concedido. Ou seja, quanto maior a concentração de
contratações em pequeno número de veículos ou fornecedores, maiores os
benefícios financeiros angariados pela agência. O BV, portanto, tem o potencial de
afetar a escolha das agências, consistindo em mecanismo que as estimula a
concentrarem a publicidade em menor número de veículos [...] [...] Assim, há um potencial conflito associado à concessão do BV, porque, embora
se trate de incentivo financeiro admitido pelo regulamento, sua natureza favorece a
concentração das inserções publicitárias em poucos veículos. Por essa razão, a
sistemática de concessão do BV pode induzir efeitos impróprios, na medida em que
influa no plano de mídia formulado pela agência, que deve observar critérios
técnicos [...] (BRASIL. Acórdão 2.062, Tribunal de Contas da União,
Brasília, 2006).
Vale a pena destacar que a bonificação concedida por veículos de comunicação, com recursos
públicos, foi motivo de denúncias relacionadas ao processo conhecido como “Mensalão”.
Durante o julgamento do caso, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa,
criticou o exercício dessa prática exercida pelo mercado publicitário durante a execução da
licitação que envolveu o Banco do Brasil e algumas agências publicitárias.
(...) Em relação à primeira imputação de peculato, concernente a suposto desvio de
bônus de volume, o relator referiu-se, inicialmente, a trecho do contrato de
publicidade entre a DNA Propaganda — controlada por Marcos Valério, Cristiano
Paz e Ramon Hollerbach — e o Banco do Brasil - BB, assinado pelo acusado
Henrique Pizzolato — então Diretor de Marketing do BB —, no qual estabelecido o
11
dever de transferência ao banco de todas as vantagens obtidas nas contratações de
serviços de terceiros. Depreendeu que, até mesmo na admissão de serviços de mídia,
o BB seria o titular dos créditos eventualmente concedidos por veículos de
divulgação. O contrato assim teria fixado porque não seria a agência quem
negociaria com o veículo de divulgação, mas sim o próprio BB, diretamente.
Mencionou que a DNA Propaganda não teria jus à remuneração a título de bônus de
volume porque caberia ao próprio banco negociar a compra do serviço de
veiculação, unindo-se a outros parceiros para obter melhores preços. Além disso,
constaria informação técnica no sentido de que o exame fora “taxativo na
verificação de que todas as cobranças dos referidos Bônus de Volume - BV
deveriam ter sido restituídas pela DNA Propaganda Ltda. ao Banco do Brasil, por
força contratual” (BRASIL, STF, 2012).
A partir dos apontamentos feitos pelo TCU no Acórdão 2.062/2006, identifica-se que há uma
insuficiência no que diz respeito ao controle na regulamentação das licitações dos serviços
publicitários contratados pelo Governo Federal, conforme previsto na lei nº 8.666. Por outro
lado, o próprio mercado publicitário passou a pressionar Estado para que repensasse um
conjunto normativo capaz de regulamentar as licitações específicas dos serviços publicitários,
sobretudo, as práticas exercidas pelo setor.
2.3- Lei nº12. 232 de 2010- Lei Licitação e Contratação de Serviços de Publicidade
De acordo com os dados levantados, observar-se que a Lei de Licitação Geral, nº 8.666/93,
apresenta limitações no que diz respeito a regulamentação do serviço de publicidade devido a
peculiaridade dessa atividade. Assim, para atender especificamente as relações contratuais de
publicidade estabelecidas entre a Secom/PR e demais membros do Governo Federal com o
mercado publicitário, foi aprovada a lei de Licitação e Contratação de Serviços de
Publicidade, nº 12.232, em 2010, válida para todo o território nacional.
Os principais pontos de regulação presentes no novo dispositivo atenderam demandas
históricas do setor publicitário, como: a) institucionalização do CENP como órgão
certificador dos serviços de publicidade, b) adoção obrigatória de licitações públicas com base
no modelo “melhor técnica” ou “técnica e preço”, c) reconhecimento do modelo brasileiro de
agência publicitária no caráter “full service”3, d) resguardo da identidade dos concorrentes
durante o processo de disputa da licitação, e) instauração de uma comissão julgadora das
propostas apresentadas pelas agências, e por último, no entanto o mais importante, e) a
3 São as agências que atuam em todas as áreas de publicidade, incluindo as atividades planejamento,
pesquisa, conceituação e execução correspondentes ao plano de comunicação.
12
legalização da BV, prática comercial estabelecida entre as agências publicitárias e veículos de
comunicação desde a década de 60.
A articulação entre representantes do mercado publicitário, de radiofusão, do Fórum
Permanente da Indústria da Comunicação (Forcom) e setores políticos com atuação no
Estado, impulsionou durante o IV Congresso Brasileiro de Publicidade, a criação da Frente
Parlamentar de Comunicação Social. Composta por noventa e oito deputados federais, trinta e
oito senadores e dezessete partidos políticos4, a Frente Parlamentar, em parceria com
Secom/PR cumpriu papel fundamental para elaboração e aprovação da Lei 12.232/2010.
A lei é fruto de um trabalho articulado de união de todos os pares da
indústria da comunicação com os representantes dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. A lei fortalece as instituições do nosso setor, reunidas
no âmbito do CENP, a ABA, que congrega os anunciantes, a ABAP e a
Fenapro, que representam as agências, e todas as entidades que representam
os veículos. É importante reconhecermos o papel do Legislativo,
homenageando todos seus deputados e senadores nas pessoas dos deputados
Milton Monti, que comanda a Frente Parlamentar da Comunicação Social, e
José Eduardo Cardozo, que apresentou o projeto de lei. É fundamental,
também, cumprimentar toda a equipe do Executivo, especialmente da
Secom, nas pessoas do secretário Ottoni Fernandes Jr., e do ministro
Franklin Martins (LARA, 2010, p 50) 5.
Em entrevista dada ao sítio eletrônico da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal José
Eduardo Cardoso afirma:
Da forma como a legislação tratava as licitações de publicidade, havia
válvulas abertas para situações de improbidade. Essas situações, muitas
vezes, eram imputadas ao mercado publicitário. Em certos casos, de maneira
injusta, porque não poucas vezes a agência de publicidade era mais vítima de
um processo – especialmente na execução dos projetos – do que autora de
delitos. Em outros casos, era autora também. Mas, de fato, havia imputação
indevida. O projeto surge para tentar fechar essas válvulas, definindo regras
para a condução de licitações de publicidade e para a execução de projetos
nessa área. Depois de ouvir o mercado, os especialistas e o governo, a
proposta procurou chegar a um modelo saudável de licitação e a garantias
institucionais de que os contratos serão bem executados. É claro que não
existe lei que imunize a prática da improbidade, mas foi possível combater
essas possibilidades(BRASIL, 2010).
4 OS nomes dos deputados federais e senadores que participaram da Frente Parlamentar de
Comunicação Social encontram-se no sítio eletrônico da Câmara Federal.
http://www.camara.gov.br/internet/deputado/Frente_Parlamentar/466.asp. 5 Revista nº 23 do Conselho Executivo de Normas Padrão Publicitária. Título: Entidades Fundadoras
Comentam Significado e Importância da Nova Lei. P em Revista.
13
A lei nº 12.232/10 concedeu ao setor privado, total legitimidade de exercer nas licitações
públicas suas práticas de mercado. Nos termos da nova lei, em seu Art. 18, a Bonificação de
Volume, aparece de forma implícita sob um conceito guarda-chuva de “planos de incentivo”,
cuja bonificação torna-se facultativa aos veículos de comunicação e agências publicitárias.
Contudo, é importante destacar que as negociações estabelecidas entre agências e veículos na
forma de “planos de incentivo” são acompanhadas pelos órgãos demandadores da licitação,
conforme descrito no artigo 15.
Art. 15. Os custos e as despesas de veiculação apresentados ao contratante
para pagamento deverão ser acompanhados da demonstração do valor devido
ao veículo, de sua tabela de preços, da descrição dos descontos negociados e
dos pedidos de inserção correspondentes, bem como de relatório de
checagem de veiculação, a cargo de empresa independente, sempre que
possível (BRASIL Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010).
Em nota, o Sindicato das Agências de Propaganda de Santa Catarina (Sinapro), ressaltou a
importância de a Câmara Federal ter aprovado a lei nº 12.232/2010, em especial o ponto que
toca a questão da Bonificação de Volume:
A nova lei legitima a Bonificação de Volume-BV. Este aspecto da
remuneração das Agências de Publicidade tem sido, nos últimos anos, alvo
de inúmeros ataques por parte de jornalistas, e de políticos. Até o Tribunal
de Contas da União acabou analisando e arbitrando sobre um assunto que
pertence exclusivamente ao setor privado da economia (...)
E esse procedimento está claramente estabelecido nas Normas-Padrão da
Atividade Publicitária, não cabendo, portanto, nenhuma dúvida sobre a sua
legalidade na medida em que essas normas foram incorporadas ao sistema
legal que rege a Publicidade através de Decreto 4.563 de 31.12.2002
(Sindicato das Agências de Propaganda. Santa Catarina, 2010. p. 2).
Para membros do Supremo Tribunal Federal, a exemplo do ex-ministro Carlos Ayres Britto, a
prática aprovada na lei representou uma afronta à Constituição Federal. Em 2012, no décimo
sétimo dia de julgamento do chamado “Mensalão”, que envolveu agências publicitárias que
tinham contratos com o Governo Federal, o jurista deixou claro seu posicionamento sobre a
lei 12.232/10:
Essa lei foi maquinadamente redigida, feita sob medida, para coeditar a situação
desses atos que estamos a falar neste processo. É um atentado descabido e
14
veemente escancarado ao artigo 5º da Constituição, que fala sobre o ato jurídico
perfeito. o direito adquirido e a coisa julgada (BRITTO, Ayres. Julgamento do
Mensalão. Portal de Notícias G1, Rio de Janeiro, 2012)
Em matéria veiculada no sítio eletrônico do Jornal Estadão, o então ministro Ayres Britto,
teceu seu comentário sobre o conflito de interesses políticos que alicerçaram o processo de
legalização da Bonificação de Volume:
(...) a emenda introduzida na lei 12.232/2010, que regula a contratação de
serviços de publicidade, por órgãos públicos, na qual está baseada a
argumentação de defesa dos acusados de se terem apropriado indevidamente,
em contrato com o Banco do Brasil, chamada “bonificação de volume”, foi
“preparada intencionalmente, maquinadamente” em benefício dos acusados
da Ação Penal 470, constituindo-se em “atentado veemente, desabrido e
escancarado” ao preceito constitucional segundo o qual “a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”
(BRITTO, 2012)6
Antes de ser criticada pelo ex-ministro do STF, a concessão da Bonificação também foi alvo
de denúncias feitas pelo Tribunal de Contas da União, onde o órgão entendeu que as
remunerações conforme a bonificação poderia influenciar no processo de escolhas das
empresas concorrentes às licitações públicas demandadas pelo Governo Federal:
Assim, há um potencial conflito associado à concessão do BV, porque,
embora se trate de incentivo financeiro admitido pelo regulamento, sua
natureza favorece a concentração das inserções publicitárias em poucos
veículos. Por essa razão, a sistemática de concessão do BV pode induzir
efeitos impróprios, na medida em que influa no plano de mídia formulado
pela agência, que deve observar critérios técnicos. (BRASIL, TCU. Acórdão
nº 270, 2007).
Nesse contexto, com admissão do exercício da Bonificação de Volume no âmbito das
licitações públicas, conforme o Art. 18 da lei nº 12.232/10, além de aderir às práticas típicas
de direito privado correntes no mercado publicitário, a lei acaba contribuindo para
concentração de verba nas empresas de comunicação, tendo em vista que o sistema de
remuneração supradito cria uma relação de fidelidade entre as agências publicitárias e os
veículos de comunicação. Lassance (2015) afirma que tá nas mãos das agências, o poder de
escolher em quais emissoras serão veiculadas as propagandas institucionais do Governo
6 Pronunciamento do ex-ministro Carlos Ayres Brittos. Matéria: “O STF Aperta o Cerco. Estadão Opinião, São
Paulo, 01 de set. 2012.
15
Federal, tendo em vista que as empresas de publicidade se pautam pela lógica da BV
ofertadas por grandes representantes de emissoras privadas.
.
Outro ponto que chama atenção na nova lei é que a mesma, em seu Art. 2, reforça ainda mais
o caráter de “anunciante privado” exercido pelo Estado, no momento em que as ações de
propaganda institucional são definidas sob o conceito guarda-chuva de publicidade:
Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o conjunto de
atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o
estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a
execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa
e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de
divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços
de qualquer natureza, difundir ideias ou informar o público em geral
(Brasil. Lei 12.232, de 29 de abril de 2010)
Dois aspectos chamam a atenção neste artigo. Primeiro, tomemos como referência o caderno
de Normas-Padrão da Atividade Publicitária elaborado pelo CENP, (entidade de caráter
privado). No item 1.1, o documento, referência ao art.2 da lei 12.232:
1.1 Publicidade ou Propaganda: é, nos termos do art. 2º do Dec. nº
57.690/66, qualquer forma remunerada de difusão de idéias, mercadorias,
produtos ou serviços por parte de um anunciante identificado (Normas-
Padrão da Atividade Publicitária. São Paulo, 1998. Disponível em
http://www.cenp.com.br/PDF/NomasPadrao/Normas_Padrao_Portugues.pdf.
Acesso em 30 out. 2015)
Ressalta-se que concepção de serviço publicitário definido pelo CENP, é um conceito relativo
às relações de mercado estabelecidas entre agências de publicidade e diferentes setores do
capital privado. Neste caso, o Estado, na condição de anunciante privado, utiliza-se dos
mesmos termos para articular sua política de comunicação.
Nesse contexto, a definição da política de comunicação do Governo Federal a partir de um
conceito generalista de publicidade, restritamente mercadológico, fortalece a relação entre o
setor público, tanto com o mercado de publicidade, como com empresários da indústria
brasileira de comunicação.
16
Segundo, no que diz respeito ao processo de participação das agências publicitárias na disputa
licitatória, o art. 4º, da lei nº 12.232, aponta a obrigatoriedade dos participantes atenderem às
normas presentes na Lei da Propaganda- nº 4.680/65-. Outro ponto fundamental, presente no
§ 1º do artigo mencionado, é a questão da obrigatoriedade de certificação técnica de serviço
emitida pelo CENP, como condição primordial de habilitação das agências publicitárias para
participação nos editais:
§ 1o O certificado de qualificação técnica de funcionamento previsto
no caput deste artigo poderá ser obtido perante o Conselho Executivo das
Normas-Padrão - CENP, entidade sem fins lucrativos, integrado e gerido por
entidades nacionais que representam veículos, anunciantes e agências, ou por
entidade equivalente, legalmente reconhecida como fiscalizadora e
certificadora das condições técnicas de agências de propaganda.
Destaca-se que mesmo antes de se aprovar a obrigatoriedade da qualificação técnica como
medida de habilitação, com base na lei nº 12.232, o Tribunal de Contas da União, através do
Acórdão nº 2.062, chamava atenção dos órgãos públicos sobre a necessidade das agências
publicitárias já apresentarem o certificado de qualificação técnica de funcionamento emitido
exclusivamente pelo CENP.
9.2.1.5. Para a qualificação técnica, em adição aos atestados emitidos por
pessoas jurídicas de direito público ou privado que atestem a qualidade
técnico-operacional dos serviços, passe a exigir também o Certificado de
Qualificação Técnica expedido pelo CENP, conforme Normas-Padrão da
Atividade Publicitária (BRASIL, TCU, Acórdão n.º 2.062/2006 – Plenário).
A partir dessa lógica, como vimos, atribui-se ao Conselho Executivo das Normas-Padrão,
papel de agente público, tendo em vista que o órgão, através das certificações emitidas,
delimita indiretamente quais empresas estão aptas a participar dos editais públicos. Segundo
Ribeiro (2013), embora tais entidades privadas não possuam vínculos com o Estado, eles
detêm, pela de sua credibilidade no mercado, a capacidade de editar normas e padrões de
atividades, que por sua vez são legitimadas pelo próprio Estado.
Nota-se que, na lei nº 8.666, em seu art. 27, que discorre sobre a questão das condições de
habilitação das empresas para disputa de licitações, a questão da certificação não se apresenta
como exigência para fins de habilitação, mas de pontuação.
Tratando dos tipos de licitação, o art. 5º da lei nº 12.232 faz referência aos art. nº 22 e 45º da
lei 8.666, estabelecendo como modalidades os critérios da concorrência, tomada de preço,
17
convite, concurso e leilão. O critério de seleção das agências publicitárias participantes da
disputa licitatória seguem obrigatoriamente as licitações dos tipos “melhor técnica” ou
“técnica e preço”. Outro detalhe inerente às modalidades de licitação para serviços
publicitários previstos na nova lei, é que a matéria recusa a adoção da modalidade conhecida
como pregão eletrônico, uma vez que essa se vale do critério “menor preço” para suas
escolhas.
Ao comentar sobre as modalidades de “melhor técnica” ou “melhor técnica e preço”,
presentes tanto nas leis nº 12.232 como a nº 8.666, Marçal Justen Filho diz:
Totalmente distinta é a situação em licitação de melhor técnica ou de técnica
e preço. Em tais hipóteses, a melhor qualidade técnica da proposta se
refletirá em pontuação mais elevada. Logo, quanto melhor a qualidade
técnica, tanto mais provável será a vitória da proposta. A classificação final
será obtida através de uma ponderação da nota técnica e da nota atinente ao
preço.
Em termos práticos, isso significa que uma licitação de técnica e preço
propiciará vantagens às propostas de maior qualidade técnica. A elevação da
qualidade refletirá na elevação da nota correspondente, o que elevará a
média geral e ampliará a perspectiva de vitória. (JUSTEN FILHO, 2008,
pág. 8/9)
Para avaliação das propostas técnicas encaminhadas por agências publicitárias no processo de
seleção, no § 2º do art. 10, a nova lei estabelece que o julgamento seja realizado por uma
comissão específica denominada “subcomissão técnica”, formada por profissionais da área de
comunicação, que atuam no campo da publicidade, sendo que 1/3 dessa comissão não pode
ter qualquer tipo de vínculo com os órgãos administrativos autores do edital. A seleção
desses integrantes se dá através de sorteio em sessão pública.
Sobre a compra de espaço publicitário nos meios de comunicação, o Art. 15. da lei nº 12.232
obriga que as agências apresentem, através de documento detalhado, ao Governo Federal,
todos os custos e despesas que envolvem o procedimento da compra de espaço
publicitário/tempo nos veículos de comunicação. Com base neste artigo, é correto afirmar
que a Secom/PR e demais órgãos da administração direta e indireta do governo federal, têm
total conhecimento dos seus investimentos realizados nos diversos meios de comunicação
através da verba de mídia.
18
Ao mesmo tempo em que a lei nº 12.123, serviu para regulamentar as ações contratuais e
licitatórias dos serviços de propaganda institucional nas diferentes esferas políticas do Estado,
a mesma também atendeu os interesses empresariais a partir do momento em que reconheceu
o Conselho Executivo das Normas-Padrão como órgão fiscalizador e regulador dos serviços
de publicidade, também a legalização da Bonificação de Volume nas licitações públicas.
Tanto é que no mesmo ano de aprovação da lei, em 2010, o CENP lançou uma revista
especial ressaltando a importância da regulamentação das questões mencionadas7.
Na realidade, o discurso crítico à inadequação da execução de editais para serviços de
publicidade do governo federal, com base na antiga lei nº 8.666, e, os argumentos utilizados
para fundamentar a necessidade da lei nº 12.232, acaba por desviar a questão de fundo que se
expressa em torno reconhecimento estatal, de uma prática exercida historicamente entre
setores privados do mercado publicitário e de televisão.
A discussão em torno da lei nº 12.232, requer maior aprofundamento. O papel do presente
trabalho foi apenas levantar os pontos considerados mais importantes do dispositivo, e
explicitar como na prática esta se materializa, bem como as contradições existentes quando se
trata da relação entre o interesse público e privado8.
7 Na edição especial para consulta da lei nº 12.232, o conselho ressalta os ganhos obtidos a partir da aprovação
da lei, onde se destaca os pontos da Bonificação por Volume e reconhecimento pelo Estado do CENP como órgão fiscalizador e regulador dos serviços de publicidade. CENP em Revista, ano 6, nº 23º, p.40, 2010. 8 Para domínio maior do texto da Lei de Licitação e Contratação de Serviços de Publicidade,
recomenda-se obras sobre o tema a exemplo da obra A Publicidade na Administração Pública
(2012), de Oscar Kita.
19
CAPÍTULO II
REARRANJOS DA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DA PRESIDÊNCIA
DA REPÚBLICA A PARTIR DA CRIAÇÃO DA SECOM
1.1 Curta história da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República durante o governo militar.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR) tem papel
fundamental na articulação do Plano Anual de Comunicação dos diferentes setores do
Governo Federal, principalmente no conjunto de ações publicitárias, que constitui, em última
instância, uma política de comunicação que envolve diferentes nichos do mercado das
comunicações, a exemplo de empresas de televisão e agências publicitárias.
A Secom/PR foi criada pela Lei 6.650, de 1979, durante o governo do General João
Figueiredo. As funções atribuídas ao órgão eram definidas em seu Art. 2º, nos seguintes
termos:
Art. 2º - Constituem a área de competência da Secretaria de Comunicação Social -
SECOM os seguintes assuntos: I - política de Comunicação Social; II - divulgação de atividades e realizações governamentais;
Além de permitir com que o governo militar tivesse controle maior sobre as ações de
comunicação do Estado, a lei supramencionada inferiu algumas transformações no âmbito da
comunicação presidencial no momento em que deslocou a Empresa Brasileira de
Comunicação S.A (Radiobrás) para a Secom/PR, e, no mesmo momento a transformou na
Empresa Brasileira de Notícia. A nova empresa foi amparada na Lei 6.650/79, que em seu Art
6º, §1º, tornou-se responsável pela distribuição da propaganda legal dos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal. Ainda no mesmo Art. 6º, § 2º, a lei atribui à empresa o status
de agência publicitária conforme o seguinte texto:
§ 2º - Exclusivamente para os fins previstos no parágrafo anterior, fica a Empresa
Brasileira de Notícias equiparada às agências ou aos agenciadores a que se referem
a Lei nº 4.680, de 18 de junho de 1965, e o Decreto nº 57.690, de 1º de fevereiro de
1966.
20
Logo após sua posse na Presidência da República, João Figueiredo criou a Secretaria de
Comunicação Social, a fim de centralizar as políticas de comunicação, principalmente as
ações de propaganda do Governo Federal, dando então um caráter mais técnico a essas ações
Jahr Garcia (2005, p.11/111). Se nos governos anteriores as atividades de comunicação
ficavam sob orientação de militares sem qualquer experiência técnica na área, agora a
responsabilidade de formulação da política de comunicação do governo estava nas mãos Said
Farhat, jornalista e publicitário.
Contudo, apenas com um ano de criação, em 18 de dezembro de 1980, a Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República foi extinta. Suas atividades foram
deslocadas para o Gabinete Civil da Presidência da República, por intermédio do Decreto nº
85.550, que determinava:
Art 1º - Fica extinta a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República (SECOM).
Parágrafo único. A competência do órgão de que trata este artigo será exercida pelo
Gabinete Civil da Presidência da República.
Art 2º - Compete à diretoria Administrativa da Presidência da República a gestão
dos recursos a que se refere o artigo 1º do Decreto-lei nº 1.823, de 18 de dezembro
de 1980.
Art 3º - Fica Extinto o cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República.
Art 4º - Serão extintos em 1º de janeiro de 1981, os cargos de Secretário-Geral,
Inspetor-Geral de Finanças, chefe de Gabinete e consultor Jurídico da SECOM.
Parágrafo único. Até que se dê nova organização às atividades de comunicação
social do Poder Executivo, ficam mantidos os demais cargos, empregos e funções da
extinta SECOM.
Art 5º - A Empresa Brasileira de Radiodifusão – RADIOBRÁS, para efeito da
supervisão de que trata o Título IV do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967,
passa a ser vinculada ao Ministério das Comunicações, sem prejuízo dos objetivos a
que se refere o artigo 4º, item I, da Lei nº 6.650, de 23 de maio de 1979.
Art 6º - A Empresa Brasileira de Notícias, para efeito da supervisão de que trata o
Título IV do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, passa a ser vinculada ao
Gabinete Civil da Presidência da República.
Com a comunicação da Presidência da República sob a coordenação do Ministério da Casa
Civil, ficava esta a mercê da própria Radiobrás9 que, por sua vez, estabelecia os contratos
publicitários da Presidência. Os demais órgãos ligados ao Governo Federal, da administração
direta e indireta, ficaram responsáveis por suas próprias ações de comunicação.
9Considerando que a antiga Radiobrás foi transformada na Empresa Brasileira de Comunicação, EBC,
não foi possível encontrar disponível no sítio da empresa, exemplos de contratos publicitários do
período. Tentou-se, por duas vezes, contato com a EBC, porém a mesma não nos deu retorno até o
prazo de finalização dessa pesquisa.
21
Diferentes decretos e leis foram elaborados no período de vinte e quatro anos, entre 1979, e
2003, que provocaram mudanças na estruturação dos órgãos responsáveis pela comunicação
da Presidência da República e demais esferas que compõem o Governo Federal10
. A ausência
de documentos inviabiliza o conhecimento das negociações e valores referentes à compra de
espaço publicitário entre a instituição estatal e as empresas privadas de comunicação nesse
período.
1.2 A recriação da Secom/PR
Durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência (2003-2007), a
Secom/PR foi recriada, através da Lei nº 10.683/03, para atender de forma direta e indireta ao
Governo Federal e demais órgãos do Poder Executivo no desempenho de suas atribuições a
partir dos seguintes elementos:
Formulação e implementação da política de comunicação e divulgação do Governo;
Implantação de programas informativos;
Organização e desenvolvimento de sistema de informação e pesquisa de opinião
pública;
Coordenação da comunicação interministerial e das ações de informação e difusão das
políticas públicas de governo;
Coordenação, normatização, supervisão e controle da publicidade e de patrocínio dos
integrantes do Poder Executivo Federal.
Convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão;
Coordenação e consolidação da implantação do sistema brasileiro de televisão pública.
Em 2007, já no segundo Governo Lula (2008-2011), ocorreu uma nova reorganização, tanto
na Presidência da República quanto nos Ministérios, com base na Lei nº 11.497/07, atribuindo
novas funções à Secretaria de Comunicação, a exemplo das ações de publicidade. Em seu Art.
2-B, a nova lei estabelece:
10
Para conhecimento dos documentos oficiais que definem os diferentes órgãos que teriam a
responsabilidade pela comunicação do Governo Federal acesse o sítio da Biblioteca da Presidência da
República: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ministerios/orgaos-da-pr/secretaria-de-
comunicacao-social.
22
Art. 2o-B. À Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
compete assistir direta e imediatamente ao Presidente da República no desempenho
de suas atribuições, especialmente:
I - na formulação e implementação da política de comunicação e divulgação social
do Governo;
II - na implantação de programas informativos;
III - na organização e desenvolvimento de sistemas de informação e pesquisa de
opinião pública;
IV - na coordenação da comunicação interministerial e das ações de informação e
difusão das políticas de governo;
V - na coordenação, normatização, supervisão e controle da publicidade e de
patrocínios dos órgãos e das entidades da administração pública federal, direta e
indireta, e de sociedades sob controle da União;
VI - na convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão; e
VII - na coordenação e consolidação da implantação do sistema brasileiro de
televisão pública.
O novo dispositivo regimental concedeu mais uma vez à Secom/PR, as funções de controle
total da publicidade oficial do Governo Federal. A Secretaria torna-se então, responsável pelo
controle da verba publicitária, contratação de agências de publicidade e acompanhamento do
processo de negociação entre as agências e os veículos de comunicação.
É oportuno relembrar que a secretaria foi reestruturada no momento do debate em torno da
criação de um novo marco regulatório da comunicação no país e do sistema brasileiro de TV
digital, envolvendo movimentos sociais, representantes do Estado e proprietários de meios de
comunicação. De acordo com César Bolaño e Valério Brittos:
O debate em torno das políticas de comunicação no Brasil em 2007 culminou em 2
de dezembro, com o lançamento simultâneo da TV digital, em São Paulo
inicialmente, e de uma televisão pública ligada ao governo federal, que representa a
culminância de um debate iniciado com o 1º Fórum Nacional de TVs Públicas,
convocado pelo Ministério da Cultura e realizado no mesmo ano. No entanto, como
é habitual no país, isso ocorreu sem que houvesse um debate verdadeiro, pois as
indústrias culturais, agentes diretamente atingidos pela medida, atuaram em favor de
seus próprios interesses, não esclarecendo devidamente a população sobre a
proposta governamental, o papel de uma TV pública e como tem se processado a
experiência internacional (BOLAÑO, 2008, p.2).
Com novo caráter regimental, a Secom/PR tornou-se responsável pela comunicação do
Governo Federal, superintendendo então um sistema que interliga as demais assessorias de
comunicação dos ministérios, demais empresas públicas, dentre outras entidades do Poder
Executivo Federal.
No campo da propaganda, a Instrução Normativa nº 5 de 2011, define as ações de
comunicação do Poder Executivo da seguinte forma:
23
V – Publicidade: ação de comunicação que se classifica em:
a) Publicidade de Utilidade Pública: a que se destina a divulgar direitos, produtos e
serviços colocados à disposição dos cidadãos, com o objetivo de informar, educar,
orientar, mobilizar, prevenir ou alertar a população para adotar comportamentos que
lhe tragam benefícios individuais ou coletivos e que melhorem a sua qualidade de
vida.
b) Publicidade Institucional: a que se destina a divulgar atos, ações, programas,
obras, serviços, campanhas, metas e resultados dos órgãos e entidades do Poder
Executivo Federal, com o objetivo de atender ao princípio da publicidade, de
valorizar e fortalecer as instituições públicas, de estimular a participação da
sociedade no debate, no controle e na formulação de políticas públicas e de
promover o Brasil no exterior.
c) Publicidade Mercadológica: a que se destina a lançar, modificar, reposicionar ou
promover produtos e serviços de órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que
atuem em relação de concorrência no mercado.
d) Publicidade Legal: a que se destina a dar conhecimento de balanços, atas, editais,
decisões, avisos e de outras informações dos órgãos e entidades do Poder Executivo
Federal, com o objetivo de atender a prescrições legais.
Conforme os termos da instrução normativa citada anteriormente, a comunicação estatal do
tipo “Publicidade Institucional”, seja a da Presidência da República, seja a de todo Poder
Executivo Federal, torna-se de total responsabilidade da Secom/PR.
Na perspectiva de tornar públicas as ações do governo, misturam-se aí, portanto, sob um
conceito guarda-chuva de publicidade, diferentes formas de comunicação. Assim o que se
denomina “Publicidade Institucional” no dispositivo legal, é na verdade, propaganda estatal,
conforme a definição de Bolaño (2015)
(...) a propaganda estatal (ou governamental) serve-se dos circuitos mais amplos,
destinados a atingir o público mais indiferenciado (o que evidentemente não elimina
o fato de este atuar também em circuitos mais restritos, dirigindo-se a determinados
grupos de formadores de opinião), ao passo que os circuitos da publicidade
dependem das estratégias competitivas de cada capital individual, o que significa
que, no agregado, é preciso manter o maior número possível de circuitos de
abrangência variada para que cada capital possa tomar a sua decisão estratégica num
momento dado (BOLAÑO, 2000, p. 55).
Mais adiante, o autor mostra como os mecanismos da publicidade acabaram por se sobrepor
aos da propaganda:
Na verdade, a publicidade não apenas se confunde com a não propaganda, mas
sobrepõe-se a ela constituindo, por meio da “cultura integracionista” dos meios de
comunicação de massa, uma alternativa, um “equivalente funcional da formação das
ideologias” nas sociedades tardo-capitalistas para as quais vale a ideia de
“pacificação do conflito de classes” (BOLAÑO, 2000, p. 88).
Essa confusão sobre posição ocorre também no texto da Instrução Normativa nº 5, em que
todas as ações de propaganda estatal correspondem às ações de publicidade. Aliás, em todos
24
os dispositivos legais, dentre outros tipos de documentos oficiais que regem as atividades
mencionadas, a “publicidade”, é o conceito guarda-chuva para definir todas as ações de
propaganda demandadas pela Secom/PR.
1.3 Organograma da Secretaria de Comunicação Social
A atual organização da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República foi
aprovada durante o segundo mandato do governo Lula, em 2007, a partir da Lei nº 11. 497,
onde a unidade jurisdicionada, na condição de ministério, definiu seu organograma um ano
após, com base na aprovação do Decreto nº 6.377, conforme apresenta a figura 1:
Figura 1: Organograma da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República
Fonte: Sítio Eletrônico da Secom/PR
Quatro repartições são centrais no que concerne à efetivação das ações licitatórias de
propaganda oriundas de todo o Governo Federal: Secretaria de Gestão, Controles e Normas
(SGCN), Secretaria de Comunicação Integrada (SCI), Departamento de Mídia (DEMID) e a
Coordenação Geral de Custo de Produção Publicitária (CGCPP)11
.
11
A descrição funcional de cada setor que compõe a Secom está disponível no sítio eletrônico da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. (www.secom.gov.br);
25
a) SGCN: a secretaria é responsável por elaborar propostas orçamentárias de ações que serão
executadas pela Secom/PR e modificações na Lei Orçamentária Anual. Tal atividade é
exercida em parceria com a SCI e com a Casa Civil da Presidência da República. Também
compete à unidade efetuar instruções e normas capazes de orientar os demais órgãos da
administração direta e indireta, integrantes do Sistema de Comunicação de Governo do Poder
Executivo Federal (Sicom)12
. Ainda compete ao setor aprovar os editais e processos
licitatórios dos serviços de publicidade prestados por agências; dar referências aos integrantes
da Sicom sobre preços de serviços publicitários vigentes no mercado; monitorar as
contratações de serviços ou qualquer outro tipo de ação de comunicação demandada pela
própria Secom; encaminhar as ações de interesse da Secretaria aos órgãos que prestam
assistência jurídica à Presidência da República ou Advocacia-Geral da União; encaminhar
balanço sobre as ações licitatórias no momento em que for solicitado pelo Tribunal de Contas
da União.
b) SCI: concentra os planos de ações publicitárias submetidas à Secom/PR por parte dos
órgãos do Poder Executivo Federal. Também é responsável por coordenar os parâmetros de
preço durante as negociações na compra de espaço publicitário nos meios de comunicação,
levando em consideração os preços de mercado praticados entre os veículos de comunicação,
com base na projeção do Índice Geral de Preços do Mercado- IGP-M.
c) DEMID: media o diálogo entre o governo, as agências publicitárias e os veículos de
comunicação no processo de compra dos espaços publicitários. Para veiculação da
propaganda institucional do governo, as agências publicitárias devem buscar junto ao DEMID
a autorização de publicação.
d) CGCPP: responsável pela avaliação geral dos custos envolvidos na execução do plano de
publicidade da Presidência da República, podendo a coordenação geral especular junto às
agências publicitárias preços menores de mercado para execução dos planos de publicidade
vinculados à SCI.
12
Sistema eletrônico responsável por organizar informações das ações de publicidade do Poder
Executivo Federal, sendo a Secom/PR, controladora desse sistema.
26
Referente aos demais órgãos vinculados ao Poder Executivo, cada unidade jurisdicionada
possui seu próprio recurso, podendo aplicá-lo em suas ações de propaganda conforme as
normas estabelecidas na Lei 12.232/10, que rege todo processo licitatório. Por outro lado, os
órgãos da administração direta e indireta cadastrados no Sicom, podem remanejar recursos
para a própria Secretaria de Comunicação com base no “Termo de Execução
Descentralizada”, de acordo com o Decreto nº 8.180/2013, para que haja remanejamento de
recursos financeiros a fim de executar ações publicitárias.
Ainda sobre a estrutura da Secretaria de Comunicação, de acordo com informações presentes
no sítio do próprio órgão, o corpo funcional da mesma é composto 222 cargos comissionados,
além do Ministro-Chefe, nomeado pela Presidência da República. No que diz respeito aos
cargos de chefia responsáveis por coordenar as ações de comunicação da Presidência da
República e dos órgãos ligados ao Poder Executivo Federal, de 1979 até o ano de 2015,
somam-se 14 gestores nomeados na condição de Ministro Chefe da Secretaria de
Comunicação Social.
Por ser um cargo de extrema confiança da Presidência da República, responsável pela
articulação e difusão da política de comunicação de todo o governo, as escolhas feitas
pelo Chefe de Estado para ocupar a pasta estão intrinsecamente relacionadas ao projeto
político do governo. Apresentaremos apenas alguns perfis de gestores que estiveram à
frente da Secom/PR durante os três últimos governos; Fernando Henrique Cardoso, Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
No período das privatizações dos serviços públicos básicos do governo FHC, as ações de
comunicação do governo ficaram na maior parte do tempo sob a responsabilidade de Sergio
Silva do Amaral. Antes de ser Ministro de Estado da Comunicação Social e Porta-Voz da
Presidência da República, Sergio Silva ocupou o cargo de Presidente do Conselho do Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e presidiu a Assembleia de Governadores
do Fundo Monetário Internacional.
No governo Lula, o Ministro-Chefe com maior tempo na Secom/PR, foi o jornalista Franklin
Martins (2007 a 2011), um dos principais articuladores do governo junto aos empresários da
comunicação e movimentos sociais que disputavam, durante a 1ª Conferência Nacional de
27
Comunicação (Confecom), em 2009, o projeto de formulação da política de comunicação
brasileira.
O terceiro nome com maior tempo na secretaria foi o da jornalista Helena Chagas, ex-
colunista do jornal O Globo, que esteve à frente da secretaria durante quase todo o primeiro
mandado da presidenta Dilma Roussef. Em 2014, Helena foi demitida da Secom/PR após
receber críticas de empresários da comunicação e de setores políticos com atuação no Estado,
por defender o critério “mídia técnica”, que discutiremos adiante, para distribuição da verba
publicitária da Presidência da República.
1.4 Metodologia de Organização dos Planos de Publicidade do Governo Federal
Para organizar e gerenciar as informações correspondentes às ações de comunicação do Poder
Executivo Federal, a Secom/PR conta com os seguintes sistemas13
:
SECOMWeb – onde são operadas todas as etapas administrativas da execução das
ações de publicidade, do registro da demanda ao pagamento das despesas;
Midiaweb – concentra as propostas de ações de mídia elaboradas por outros órgãos da
administração direta e indireta do Governo Federal;
Sistema de Disponibilização de Referência (Siref) – facilita a todas as entidades
ligadas ao Poder Executivo Federal, o compartilhamento de informações sobre os
processos de negociação com agências publicitárias.
Sistema de Controle de Ações de Comunicação (Sisac)- sistema responsável por gerar
informações sobre as ações de patrocínio realizadas por entidades vinculadas ao
Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom).
Apesar de as ações dos demais órgãos e entidades serem remetidas à Secom/PR para análise,
a secretaria restringe-se à observância dos objetivos e diretrizes previstos nos Arts. 1º e 2º do
Decreto nº 6.555/2008. Ainda no que se refere à submissão das ações publicitárias, o Art. 6º
obriga, por outro lado, que todos os planos de publicidade elaborados pelas demais
assessorias de comunicação dos órgãos da Administração Pública Federal sejam previamente
13
Todas as informações estão presentes no sítio eletrônico da Secom/PR.
28
submetidos à SCI, para que, no prazo de cinco dias úteis, depois de estudada, a proposta
retorne aos órgãos demandantes com o resultado final do diagnóstico.
Outro sistema central no processo de negociação com os veículos de comunicação, criado em
2014, por intermédio da Portaria nº 142, foi o Cadastro de Veículos de Divulgação- Midiacad.
Controlado pela Secom/PR, o sistema dispõe de informações sigilosas sobre as relações
comerciais dos órgãos estatais cadastrados no Sicom, durante a negociação para compra de
espaço publicitário. As informações desse sistema são de acesso restrito. Apenas pessoas
autorizadas pela Secretaria de Comunicação podem acessar os dados supramencionados.
Com base nos dados disponibilizados no sítio da Secom, em 2003, o Midiacad somou
precisamente 499 veículos cadastrados. Segundo as últimas informações divulgadas em 2014,
contabiliza-se 10.787 veículos cadastrados. Um acréscimo de aproximadamente de 218% em
12 anos. Apenas os veículos cadastrados nesse sistema são habilitados a receber verba de
mídia, conforme determina a Instrução Normativa da Secom/PR nº 7. O gráfico 2 apresenta
o total de veículos de comunicação (rádio, jornal, TV, revista e internet) cadastrados no
Midiacad nos últimos 12 anos.
Gráfico 1 : Evolução dos dados cadastrais de veículos por meio- Midiacad (2003 a 2014)
Fonte: 2003 a 2013 - Núcleo de Mídia /2014 – Midiacad. Dados com base do dia 22/4/2015.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Evolução de Cadastro no Midiacad
29
As informações sobre o cadastro de veículos no Midiacad, apenas estão disponíveis para
acesso público de forma quantitativa. Não é possível identificar quais são os veículos de
comunicação aptos a receber verba do Governo Federal, conforme a compra de espaço
publicitário.
A partir do levantamento de informações disponibilizadas no sítio eletrônico da própria
Secom/PR, foi possível identificar na presente seção desse trabalho os elementos históricos e
políticos que possibilitaram durante trinta e sei anos, o desenvolvimento da política de
comunicação no âmbito do governo. Igualmente importante foi conhecer os dados que
mostram a contratação dos serviços normatizados pelo Estado para que possamos ter mais
elementos para uma análise sobre a política de comunicação no âmbito da propaganda estatal.
CAPÍTULO III
VERBA PUBLICITÁRIA DESTINADA ÀS EMPRESAS DE
COMUNICAÇÃO
Neste capítulo apresentamos um estudo sobre os recursos monetários gastos pela Secom/PR
na veiculação de propaganda estatal, direcionados para os principais representantes do sistema
brasileiro de televisão aberta, com base em valores correntes, corrigidos pelo IGPM. Os dados
referentes à verba de mídia utilizados no presente estudo foram encontrados no sitio
eletrônico da Secom/PR e correspondem aos valores da compra de espaço publicitário nos
meios de comunicação ao longo dos últimos quatro anos. Diferentemente dos demais órgãos
da administração direta e indireta, que não possuem detalhamento das empresas que
receberam verba de mídia, e, portanto, não podem ser analisados com tal especificidade.
Antes de entrarmos na análise específica dos dados correspondentes à verba de mídia paga
pela Secom/PR a diferentes meios de comunicação, é necessário situar nosso objeto como
parte de um universo maior do mercado publicitário, que só nos últimos quatro anos,
arrecadou uma média R$ 104.241,50 bilhões, na compra de espaço para anuncio nos veículos
de comunicação. Esse mercado é movimentado pela iniciativa privada, produtores de bens e
serviços (tabela 1), como também pelo próprio Estado (tabela 2), que, segundo Bolaño
(2004) utilizam-se dos circuitos midiáticos mais amplos para definir suas estratégias de
comunicação para atingir um público específico ou mais geral, através da informação no
formato publicidade ou propaganda. Os dados apresentados na tabela 1 correspondem ao total
de publicidade investido no Brasil entre 2011 e 2014 através da compra de mídia, ofertados
pelo Grupo de Mídia de São Paulo.
Tabela 1 – Participação de cada meio na verba de mídia no Brasil entre 2011 a 2014 (valores constantes em R$).
2011 2012 2013 2014
Meios R$ % % PIB R$ % % PIB R$ % % PIB R$ % % PIB
Tv aberta 55.832.489.840 53,00% 1,07% 57.786.078.585 54,03% 1,09% 63.372.642.294 52,89% 1,15% 67.521.570.000 55,74% 1,22%
Jornal 21.068.864.091 20,00% 0,40% 18.866.301.456 17,64% 0,36% 19.672.796.699 16,42% 0,36% 17.959.600.000 14,83% 0,33%
Tv assinatura 8.427.545.636 8,00% 0,16% 8.994.651.790 8,41% 0,17% 9.226.241.210 7,70% 0,17% 11.420.850.000 9,43% 0,21%
Revista 8.427.545.636 8,00% 0,16% 8.160.422.477 7,63% 0,15% 7.383.346.704 6,16% 0,13% 6.235.690.000 5,15% 0,11%
Internet 6.320.659.227 6,00% 0,12% 7.368.984.269 6,89% 0,14% 7.774.947.954 6,49% 0,14% 5.248.200.000 4,33% 0,10%
Rádio 4.213.772.818 4,00% 0,08% 4.727.273.140 4,42% 0,09% 5.020.470.179 4,19% 0,09% 5.088.930.000 4,20% 0,09%
Tv
merchandising - 0,00% 0,00%
-
- 0,00%
6.284.198.759
5,24% 0,11%
6.399.030.000
5,28% 0,12%
Mobiliário urb. 1.053.443.205 1,00% 0,02% 556.149.118 0,52% 0,01% 576.888.803 0,48% 0,01% 603.170.000 0,50% 0,01%
Cinema - 0,00% 0,00% 352.944.904 0,33% 0,01% 401.358.826 0,33% 0,01% 530.430.000 0,44% 0,01%
Outdoor - 0,00% 0,00% 128.339.504 0,12% 0,00% 107.397.191 0,09% 0,00% 132.530.000 0,11% 0,00%
Total 105.344.320.453 100,00% 2,02% 106.941.145.244 100,00% 2,01% 119.820.288.621 100,00% 2,18% 121.140.000.000 100,00% 2,19%
Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico do Grupo de Mídia de São Paulo. Dados com base do dia 12/11/2015.
Pelos dados da tabela 1, nota-se que o total de investimento publicitário em mídia evoluiu
entre 2011 a 2014, com taxa de crescimento real de 15%. Sendo que os valores investidos no
meio televisivo, com base em sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) em 2011
atingiu 1,07%. Em 2012 elevou-se em 1,09%, 2013 equivaleu a 1,15% e em 2014 atingiu a
taxa de participação de 1,22%, mesmo com a economia desacelerando no ano. Os demais
meios representaram menos de 1% no PIB. Segundo a revista especializada no mercado
publicitário, Meio & Mensagem, em 2014, o Brasil ocupou a sexta colocação no ranking
mundial como um dos países que mais investe em publicidade.
Ainda com base em informações encontradas na Meio & Mensagem, foi possível identificar
quais órgãos do Governo Federal- em meio a representantes do setor privado- que mais
anunciara em 2014. A Caixa Econômica Federal ocupou a quarta colocação com o
investimento de R$ 781.425 milhões, a Petrobrás foi a sétima no ranking com a ordem
monetária de R$ 463.598 milhões e Banco do Brasil foi o nono maior anunciante, com
investimento de 378.391 milhões. O quadro 1 apresenta o raking dos dez maiores
anunciantes do Brasil no ano de 2014.
Quadro 1. Ranking dos Maiores Anunciantes no Primeiro Semestre de 2014
Empresa Valores Pagos (em milhões
de reais)
1 º Vila Varejo 1.382.954
2º Genomma 1.311.082
3º Unilever 1.244.852
4º Caixa 781.425
5º Hypermarcas 585.826
6º Ambev 528.713
7º Petrobras 463.598
8º Reckitt Benckiser 389.244
9º Banco do Brasil 378.391
10º Telefônica 376.199
Fonte Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística -
Mídia
33
Se somarmos a verba de mídia oriunda da Caixa Econômica Federal, Petrobrás e Banco do
Brasil o Estado brasileiro atinge a cifra de R$ 1.623.414 bilhões, ocupando a assim a posição
de maior anunciante do Brasil em 2014.
Conforme a tabela 2, o valor total de investimento em mídia pelo Governo Federal através dos
órgãos da administração direta e indireta entre 2011 a 2014 atingiu a cifra de R$
9.827.939.236. Observa-se que os gastos anuais, em média, custaram para os cofres públicos
o soma de R$ 2.456.984.809 bilhões. Quando comparados os investimentos entre 2014 (R$
2.321.347.882) e 2013 (2.620.562.082) é possível notar uma queda de 11%, contrariando os
dados gerais apresentados na tabela 1 que não apresentou declínio no total geral por ano. A
televisão concentra 64% do total supramencionado, com média de investimento anual de R$
1.583.291.745.408 bilhões, representando 0,3% do PIB nacional entre 2011 a 2014. O rádio,
o jornal impresso, a mídia exterior e a revista concentraram todos 7% do total. Nas últimas
posições encontra-se a internet (6%), o cinema (1%) e o outdoor com menos de 1%.
Tabela 2 – Distribuição da verba de mídia do Governo Federal- administração direta e indireta- por meio de comunicação 2011 a 2014 (valores constantes em R$)
Meios 2011 % 2012 % 2013 % 2014 % Total
Televisão 1.425.115.856 61% 1.658.954.556 65% 1.693.927.526 65% 1.555.169.043 67% 6.333.166.981
Rádio 187.873.153 8% 190.312.714 7% 197.820.617 8% 148.566.712 6% 724.573.194
Jornal 204.887.248 9% 187.755.240 7% 182.917.658 7% 144.896.897 6% 720.457.043
Míd.
Exterior
147.045.659 6% 177.697.720 7% 189.158.235 7% 155.729.324 7% 669.630.938
Revista 203.036.759 9% 186.616.909 7% 163.193.845 6% 109.740.376 5% 662.587.888
Internet 119.582.739 5% 136.005.134 5% 169.490.490 6% 195.698.717 8% 620.777.079
Cinema 19.131.747 1% 17.142.621 1% 15.156.019 1% 9.038.040 0% 60.468.426
Outdoor 15.198.786 1% 9.672.495 0% 8.897.693 0% 2.508.713 0% 36.277.686
Total
Geral
2.321.871.946 100% 2.564.157.387 100% 2.620.562.082 100% 2.321.347.822 100% 9.827.939.236
Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base do dia 12/11/2015.
35
A predileção do Governo Federal, concentrar gastos no meio televisivo, torna-se
questionável se levarmos em consideração a última pesquisa realizada pela própria
secretaria de comunicação, Pesquisa Brasileira em Mídia (PBM 2015), que aponta uma
mudança no hábito de consumo de mídia pelos brasileiros. Segundo a pesquisa, os
brasileiros passam em média, quatro horas e cinquenta e nove minutos por dia
consumido internet durante a semana e quatro horas e vinte quatro minutos durante o
final de semana. A média de tempo gasto com TV é de quatro horas e quatorze minutos
na semana e quatorze horas aos sábados e domingos.
Referindo-se a mesma pesquisa, Lassance (2015) afirma o Governo Federal “gasta
muito mais em tevê do que se deveria. Se gasta, em rádio e internet, bem menos do que
ambas as mídias fariam jus. Gasta-se, com jornais e revistas, um valor próximo ao que
elas de fato merecem, com base nos hábitos”.
Gráfico 2: Evolução do investimento em verba de mídia Presidência da República
2011 a 2014 (valores constantes em R$ mil)
Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR Siste. Dados com base do dia 29/08/2015
Pelos dados do gráfico 2, a soma total da verba de mídia paga pela Presidência da
República aos meios de comunicação custou para os cofres públicos R$ 630.139.461.
Entre 2011 a 2014, o investimento evoluiu com taxa de crescimento real de 18%. O
gráfico 3 demonstra como semestralmente a verba de mídia divide-se.
125000000 130000000 135000000 140000000 145000000 150000000 155000000 160000000 165000000 170000000 175000000
2011 2012 2013 2014 Investimento em mídia
36
Gráfico 3 - Verba de mídia da Presidência da República primeiro e segundo
semestre de cada ano- 2011 a 2014(valores constantes em R$ mil)
Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR Siste. Dados com base do dia 29/08/2015
Analisando a distribuição dos recursos de mídia conforme apresenta a gráfico 3,
identificamos que há uma concentração de investimentos durante o segundo semestre
entre os anos de 2011 a 2014, totalizando em R$ 337.884.667. No entanto, se
observarmos ano a ano, é possível identificar um menor investimento no segundo
semestre de 2014. Esta redução de gastos justifica-se devido às exigências da Lei
Eleitoral nº 9.504, que em seu art. 73, proíbe com que o investimento publicitário
realizado pelo Governo Federal, seja maior que o investimento realizado durante os três
meses que antecedem o pleito eleitoral, comparando-se aos três anos anteriores.
Observa-se, no entanto, que a redução dos gastos em verba de mídia conforme
justificado pela lei, não garante com que o investimento anual seja menor que os anos
anteriores. Ao contrário, a maior despesa dessa natureza ocorre justamente no ano de
2014, em que ocorreram as eleições. É possível identificar maior investimento no ano
supramencionado tanto no gráfico 2 quanto no 3.
jan fev mar abr mai jun julh agos set out nov dez
2011 29.21 7.008 7.524 3.978 10.65 2.251 11.4 12.4 13.0 10.8 19.5 14.4
2012 22.18 14.16 12.03 10.22 4.479 3.780 21.9 22.3 16.5 19.6 5.68 7.52
2013 12.06 9.360 16.22 13.98 10.50 12.08 15.4 13.0 13.5 12.1 13.4 16.7
2014 9.759 13.64 9.179 22.68 9.527 25.71 16.8 14.0 13.8 12.5 11.3 9.32
0
5.000.000
10.000.000
15.000.000
20.000.000
25.000.000
30.000.000
35.000.000
37
Tabela 3 – Distribuição da verba de mídia da Secom/PR por meio de comunicação
2011 a 2014 (valores constantes em R$ mil)
Ano 2011 2012 2013 2014
R$ % R$ % R$ % R$ %
Cinema 75,34 0,05% 159,92 0,10% 620,05 0,39% 161,05 0,10%
Internet 4.663 3,27% 8.800,60 5,48% 10.414,78 6,56% 26.368,70 15,65%
Jornal 11.723,14 8,23% 15.908,66 9,91% 12.432,27 7,84% 12.087,04 7,18%
Mídia Altern. 996,23 0,70% 5.704,91 3,55% 4.649,52 2,93% 3.675,82 2,18%
Mídia Exterior 2.263,22 1,59% 2.016,91 1,26% 2.327,17 1,47% 2.573,59 1,53%
Rádio 15.430,84 10,83% 18.307,52 11,40% 12.065,77 7,60% 17.747,40 10,54%
Revista 5.269,26 3,70% 2.850,22 1,78% 2.909,52 1,83% 2.824,46 1,68%
Tv. Exterior - - - - 112,928 0,07% -
Televisão 102.059,47 71,63% 106.784,39 66,52% 113.139,81 71,30% 103.015,77 61,15%
Total Geral
142.480,70 100,00% 160.533,12 100,00% 158.671,82 100,00% 168.453,84 100,00%
Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR Siste. Dados com base do dia 29/08/2015.
A televisão concentra maior parte de verba de mídia, com uma média de R$ 106.249
milhões de investimento por ano, equivalente a 68% do total da verba publicitária da
Presidência da República. O rádio ocupa a segunda colocação com uma média de R$
15.887milhões (10%), jornal impresso (R$ 13.037) e a internet (R$ 12.562) em terceiro,
ambos com 8%. A mídia exterior recebeu em média R$ 3.756, equivalente a 2%,
enquanto o cinema (R$ 254 mil) e a televisão no exterior, sãos os meios que tiveram
participação de menos de 1% na verba de mídia distribuída pela Secom/PR.
O gráfico 4 subdivide-se a partir das letras A e B para que assim seja possível realizar
uma análise comparativa entre os números percentuais correspondentes à prioridade de
investimento por meio entre a Secom/PR e o mercado geral de publicidade no Brasil 14
.
Os dados abaixo representam o valor agregado de investimento realizado entre 2011 e
2014, sendo que as informações partem de fontes diferentes, e por isso, é possível
identificar uma variação dos meios de comunicação partícipes dos processos de
segmentação desta verba.
14
A base dos dados do mercado geral é a mesma utilizada na tabela 1
38
Gráfico 4- Percentual de Concentração da Verba de Mídia – Mercado Geral de
Publicidade (A) X SECOM/PR (B) (20111 a 2014).
Fonte: 2011 a 2014- Grupo de Mídia de São Paulo. Dados com base do dia 29/08/2015
Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base do dia 29/08/2015
Conforme os dados do gráfico 4 (A e B) percebe-se que tanto a Secom/PR quanto o
mercado geral de publicidade, prioritariamente, concentram maior volume da verba de
mídia no meio televisivo. No entanto, se compararmos os números das instâncias
supramencionadas, é possível identificar que o governo federal, concentra 69% do total
da verba oficial de propaganda na televisão, enquanto que o mercado geral de
54% 17%
8%
7%
6%
4%
3% 1%
0% 0%
Mercado Publicitário - A
Tv aberta Jornal Tv assinatura Revista Internet
Rádio Tv merchandising Mobiliário urb. Cinema Outdoor
69%
10% 8%
8%
2% 2%
1% 0%
0%
Secom/PR- B
Televisao Rádio Internet Jornal Impresso Mídia Altern.
Revista Mídia Exter. Televisão Exterior Cinema
39
publicidade destina 54% da verba de mídia para o mesmo meio. Em termos práticos, a
política de comunicação do governo federal, além de estimular a concentração de
recursos na mídia televisiva, também acaba por contribuir com a manutenção da
hegemonia exercida pelo sistema comercial de televisão no Brasil, já que este tem como
fonte de renda a verba publicitária oriunda dos anunciantes. Ainda sobre a prioridade
hierárquica de investimento entre o setor público e o total geral de investimento do
mercado publicitário nacional, identifica-se que há diferença de prioridade entre os
meios a partir destes anunciantes, como no caso da Rádio, que no campo de
investimento do Governo Federal apareceu em segundo lugar com o total de 10%,
enquanto que para o mercado geral, o mesmo meio ocupou a sexta posição,
representando 4% do total.
O alto investimento publicitário por parte da Secom/PR na televisão decorre do próprio
modo como o sistema brasileiro de televisão se estruturou a partir da lógica do setor ao
final dos anos 60, e o papel que ele assume no interior da Indústria Cultural,
reproduzindo o modelo norte-americano que se implantou com força no pós-guerra,
baseado na comercialização de espaços publicitários, e não, como na Europa no mesmo
período, nos sistemas de financiamento público e propriedade estatal. Do ponto de vista
da economia, a televisão comercial, localiza-se como núcleo central da Indústria
Cultural no Brasil, tendo a publicidade como elo entre esses dois setores. Bolaño (2004)
afirma que “a televisão, além de ser, ao lado do rádio, o meio de maior penetração no
que se refere a público, é o meio que centraliza todo sistema, captando para si a maior
parte do bolo publicitário”.
A partir desses dados é possível afirmar que o Estado, no papel de grande anunciante,
participa, portanto, com a viabilização econômica do sistema comercial de TV, mesmo
quando existe em paralelo um sistema público que acaba assumindo uma posição
secundária no Brasil, de “complementaridade marginal”.
O termo é pra designar o papel secundário experimentado por
estas experiências em sua evolução histórica em relação à
estruturação do modo de regulação setorial da televisão na
Indústria Cultural brasileira. Nesse processo, a referida condição
se desenvolveu condicionada, em fase específica, pelos papéis
definidos pelos compromissos institucionalizados firmados no
âmbito dos interesses do Estado e do capital para a reprodução
40
do modo de regulação setorial da televisão (VALENTE, 2009,
p. 59).
A distribuição da verba de mídia da Secom/PR é realizada por cinco agências
publicitárias contratadas para este fim. Em quatro anos de contrato com essas empresas,
2011 a 2014, a secretaria gastou o total de R$ 640.780.455 milhões em verba de mídia,
sendo que esse total foi distribuído para 4.784 veículos. Nas tabelas 4, 5, 6, 7e 8
identificaremos as dez emissoras que mais receberam verba de mídia da Presidência da
República, por intermédio das agências licitantes durante os quatro anos que balizam a
pesquisa.
A tabela 4 destaca a Matisse Comunicação de Marketing Ltda., a agência manteve
contrato com a Presidência da República entre os anos de 2011 e 2012, sendo que,
durante esse período, a Matisse destinou para 58 veículos de comunicação o total de R$
50.935.497. Desse montante, o meio televisivo arrecadou R$ 38.031.847 milhões. A
tabela abaixo ilustra o ranking das dez emissoras de televisão que mais receberam verba
da Matisse:
41
Tabela 4- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da
Matisse Comunicação de Marketing LTDA – 2011/2012 (valores constantes em
R$1.000)
Matisse Comunicação
de
Marketing LTDA
Valor Bruto
R$
Percentual de
Concentração
p/ Veículo
Globo Comunicação 18.359.323 48%
Record 7.851.894 21%
TV SBT Canal 4 De
São Paulo S.A
6.527.543 17%
TV Bandeirantes 2.734.432 7%
TV Ômega Ltda/ (Rede
TV!)
1.090.718 3%
Associação de
Comunicação
Educativa Roquette
Pinto
356.362 1%
Televisão Independente
de São José do Rio
Preto
Ltda.
126.200 0,3%
GLOBOSAT
Programadora Ltda.
87.563 0,2%
Sony Pictures
Releasing of Brasil Inc.
79.723 0,2%
Fox Latin American
Brasil Ltda
66.477 0,2%
Total da Verba 38.031.847 100%
De acordo com as informações da tabela, das dez emissoras que ratearam o total de
recurso público intermediado pela Matisse Comunicação para a compra de espaço
publicitário, nove representam o sistema comercial brasileiro de televisão, e apenas
uma, a Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto (ACERP), representa a
televisão estatal. A Rede Globo (48%), Record (21%), SBT (17%), Bandeirantes (7%) ,
Rede TV! (3%), foram as cinco primeiras emissoras, de capital privado, que mais
receberam e concentraram a verba de mídia. A ACERP, única emissora estatal
ranqueada entre as dez primeiras, recebeu apenas 1% do total do recurso, ficando em
sexto lugar. A Televisão Independente de São José do Rio Preto (Rede Vida),
pertencente ao Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (INBRAC) ocupou a sétima
Fonte: Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com
base do dia 29/08/2015
42
posição com 0,3%, e, com 0,2% empresas estrangeiras a exemplo da Sony Pictures
Releasing of Brazil e a Fox Latin American Brazil.
A empresa Propeg Comunicação S/A, utilizou a soma de R$ 241.055.405 milhões para
compra de espaço publicitário em diferentes meios, sendo que, 157 veículos televisivos
concentraram o total de R$ 170.591.043, a tabela 5 segue com a lista.
Tabela 5- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da
Propeg Comunicação S/A 2011/2015 (valores constantes em R$1.000)
Propeg Comunicação S/A Valor Bruto
R$
Percentual de
Concentração
p/ Veículo
Globo Comunicação 74.630.030
44%
Record 35.001.630 21%
TV SBT Canal 4 De São
Paulo S.A
27.690.832 16%
Rádio e Televisão
Bandeirantes LTDA
7.111.244 4%
TV Ômega Ltda./ (Rede
TV!)
4.501.438 3%
Globosat Programadora
Ltd.
2.812.418 2%
Telecine Programação de
Filmes Ltda.
1.858.110 1%
Fox Latin American Brasil
Ltda.
1.548.788 1%
Tunner Broadcasting
System Latin American
1.538.726 1%
Associação de Comunicação
Educativa Roquette Pinto
775.195 0,5%
Total da Verba 170.591.043 100%
A ordem das cinco primeiras emissoras assemelha-se a tabela 4. Em seguida, na sexta
colocação aparece a Globosat com R$ 2.812.418 (2%), e a Telecine Programação de
Filmes R$1.858.110 (1% ), ambas propriedade do Grupo Globo. A Fox Latin American
Brasil Ltda R$ 1.548.788 (1%) e a Tunner Broadcasting (do grupo norte-americano
Fonte: - Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base
do dia 29/08/2015.
43
Time Warner) ocupam a oitava e nona posição respectivamente. Por último, a empresa
estatal Roquete Pinto, com R$ 775.195, que equivale a 0,5% do total da tabela 5
Tabela 6- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Nova
S/B Comunicações Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)
Nova S/B
Comunicações
LTDA.
Valor Bruto
R$
Percentual de
Concentração
p/ Veículo
Globo
Comunicação.
47.177.841 44%
TV Record 18.952.554 18%
TV SBT Canal 4 De
São Paulo S.A
15.692.199 15%
TV Bandeirantes 5.550.297 5%
TV Ômega
Ltda/(Rede TV!)
4.298.418 4%
Globosat
Programadora
Ltda.
1.787.985 2%
Tunner
Broadcasting
System Latin
America Inc.
1.619.827 2%
Fox Latin
American Channels
Brasil Ltda
1.602.768 2%
Telecine
Programação de
Filmes Ltda
832.686 1%
NBCUniversal
Networks
578.833 1%
Total da Verba 106.600.580 100%
Do total de R$ 106.600.580 milhões destinados para 101 emissoras pela agência Nova
S/B conforme descrimina a tabela 6, a Rede Globo concentra 44%, seguida pela Record
com 18%, SBT 15% e Bandeirantes 5%. Seguem a Tunner Broadcasting com R$
1.619.827 (2%), Fox Latin American com R$ 1.602.768 (2%), a Telecine Programadora
de Filmes com 832.686 (1%), e por último, com um investimento de R$ 578.833 (1%),
a NBC Universal Networks, grande conglomerado de mídia, de propriedade da General
Eletric, um dos símbolos do capital monopolista norte-americano do setor
eletroeletrônico.
Fonte: - Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base
do dia 29/08/2015.
44
Tabela 7- Total de verba destinada às emissoras de TV pela 141 Soho Square
Comunicação 2011/2013 (valores constantes em R$1.000)
141 Soho Square
Comunicação
Valor Bruto
R$
Percentual de
Concentração
p/ Veículo
Globo
Comunicação.
22.996.962 44%
Record 9.034.621 17%
TV SBT Canal 4
De São Paulo S.A
7.723.222 15%
TV Bandeirantes 2.721.098 5%
TV Ômega Ltda/
(Rede TV!)
1.796.741 3%
Globosat 1.174.177 2%
Tunner
Broadcasting
System Latin
American
939.050 2%
Associação de
Comunicação
Educativa
Roquette Pinto
708.206 1%
Fox Latin
American
Channels Brasil.
668.435 1%
Sony Pictures
Releasing of Brasil
317.672 1%
Total da Verba 52.437.671 100%
De 2011 a 2013, a 141 Soho Square foi a quarta agência que mais investiu verba de
mídia nas emissoras de televisão, no total de R$ 52.437.671 milhões em 82 emissoras.
A escala hierárquica da partilha assemelha-se às tabelas anteriores, com protagonismo
entre as principais emissoras privadas de televisão aberta do Brasil, da Rede Globo, com
44% (R$ 22.966.962) do total da verba, Record, com R$ 17% (R$ 9.034.621), SBT,
com 15% (R$ 7.723.222), TV Bandeirantes, com 5% (R$2.724.434) e Rede TV!, com
3% (R$ 1.796 741,24). Na sexta colocação a programadora Globosat recebeu
investimento de R$ 1.174.177 (2%). Seguem as estrangeiras Tunner Broadcasting, com
R$ 939.050 (2%), Fox Latin American, com R$ 668.435 (1%) e Sonny Pictures, com
R$ 317.672 (1%).
Fonte: - Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base
do dia 29/08/2015.
45
Tabela 8- Total de verba destinada às emissoras de TV pela Leo Brunett
Publicidade Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)
Leo Brunett
Publicidade Ltda.
Valor Bruto R$ Percentual de
Concentração
p/ Veículo
Globo Comunicação 26.664.807 44%
TV SBT Canal 4 de
São Paulo
11.378.607 19%
TV Record 10.735.777 18%
Globo BH/ Globo
Comunicação
1.945.507 3%
TV Bandeirantes 1.149837 2%
TV Ômega Ltda/
(Rede TV!)
1.279.782 2%
Globosat
Progamadora Ltda
747.400 1%
Telecine
Programação de
Filmes
675.339 1%
Fox Latin American
Channels Brasil
Ltda.
591.661 1%
Rádio e Televisão
Capital Ltda.
433.456 1%
Total da Verba 60.946.976 100%
A distribuição da verba para 111 emissoras de televisão via agência Leo Brunett (total
de R$ 60.946.976) destoa um pouco das tabelas anteriores. A prioridade é dada à Rede
Globo, com 44% do total, mas o SBT fica na segunda posição (R$11.378.607), à frente
da Record (R$ 10.735.77). Além disso, destaca-se a compra de espaço publicitário em
mais três espaços de propriedades do Grupo Globo de Comunicações. Assim, a filial da
emissora em Belo Horizonte ocupa a quarta colocação no ranking com uma receita de
R$ 1.945.507 (3%), a programadora Globosat, a sétima, com R$ 747.400 (1%)
investidos. Entre ambos, situam-se a Bandeirantes e a Rede TV! e, logo em seguida, na
oitava posição, a Telecine, também do Grupo Globo. A filial da Record em Brasília,
representada na tabela como Rádio e Televisão Capital, aparece também como novidade
na tabela, com investimento de R$ 433.456. Todas as dez primeiras emissoras (em um
Fonte: Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com
base do dia 29/08/2015.
46
universo de 111) que receberam dinheiro da Presidência da República por intermédio da
Leo Brunett representam o sistema privado de comunicação televisiva nacional e
internacional.
Em todas as tabelas, identifica-se que as emissoras de caráter privado foram a maiores
beneficiadas durante os quatro anos analisados. O total de verba concentrada pelas
representantes do sistema comercial de televisão aberta. O Grupo Globo Comunicações
concentrou R$ 189.828, Record (R$ 81.576.479), SBT (R$ 69.012.405), TV
Bandeirantes (R$ 19.508.661) e por último a Rede TV! (R$12.967.009). Nesse ranque,
apenas uma emissora estatal, Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto,
participa da verba de mídia oriunda da Secom/PR, com total de R$ 1.841.763 milhões,
inferior ao total recebido pelas emissoras privadas. Sendo assim, a política de
comunicação da Presidência da República, sob a ótica da veiculação da propaganda
institucional tem como prioridade o investimento em empresas de comunicação de
direito privado.
Observa-se, portanto, no agregado, uma importante concentração da verba de mídia da
Presidência da República, no sistema comercial de televisão, o que significa que o
governo, como um dos maiores anunciantes do Brasil, contribui para o fortalecimento
desse setor da Indústria Cultural. Como afirma LIMA (2006), “o Estado de fato é, direta
ou indiretamente, uma das principais fontes de financiamento – no sentido amplo que estamos
dando à palavra – da mídia privada comercial, seja ela impressa ou eletrônica”.
Ao justificar a concentração de recursos em emissoras privadas, a ex-ministra da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas, em sua
página oficial nas redes sociais (2014), argumenta que o alto investimento nas principais
emissoras do mercado brasileiro de televisão se dá tanto por conta da capacidade que
estas possuem de atingir boa parte do território nacional, quanto da sua participação na
audiência.
(...) Recursos destinados a quê? À compra de espaço publicitário nos
meios de comunicação para divulgar ações e programas
governamentais. O gestor público por eles responsável tem a
obrigação de aplicá-los da forma mais eficiente, republicana e
transparente possível. Como? Onde, quando e da forme em que puder
obter o melhor resultado/efetividade/retorno por esse investimento.
47
Claro está, portanto, que, para aplicar bem este dinheiro, devem ser
levados em conta critérios de audiência e regionalização para que a
mensagem do governo, seja ela institucional ou de utilidade pública,
chegue a cada brasileiro (...). (CHAGAS, 2014. In.:
https://www.facebook.com/helena.chagas.520?fref=ts).
Esse critério defendido pela ex-ministra Helena Chagas, para justificar a concentração
dos investimentos em determinados veículos de comunicação é conhecido como “mídia
técnica” 15
. Restringe-se à correlação entre participação de audiência exercida pela
emissora e sua capacidade técnica de difusão em diferentes pontos do país, estritamente
de acordo, portanto com uma lógica de mercado, que privilegia os oligopólios de
comunicação com maior capital financeiro e tecnológico, a exemplo das emissoras
listadas nas tabelas 4, 5, 6, 7e 8.
A distribuição e concentração de recursos públicos em torno das empresas que
atingiram a hegemonia de mercado, ao longo do processo histórico, é reflexo de como
se constituiu o mercado brasileiro de televisão, e se consolidou o poder dos grandes
oligopólios da mídia no Brasil. Ora, na medida em que a divisão do bolo publicitário é o
fator primordial para a manutenção dessa estrutura de poder e da dinâmica oligopólica
concorrencial existente, mais do que “técnico”, o critério se revela político e a serviço
dos poderes constituídos, portanto, concentrador.O gráfico 5 ilustra bem essa
hegemonização exercida por estas emissoras representantes do sistema comercial de
televisão.
15
Utilizada inicialmente pela agência publicitária norte-americana MCcCann-Erikson, o
conceito de mídia técnica serviu para estabelecer alto índice de investimento por parte da
General Motors em determinados meios de comunicação para aquecer o consumo
automobilístico no Brasil durante a década de 70 (Manuel Carlos, 2014). Mais detalhes ver:
http://observatoriodaimprensa.com.br/interessepublico/_ed784_midia_tecnica_o_inutil_motivo_
da_demissao_de_helena_chagas/
48
Gráfico 5– Participação dos cinco veículos na soma verba de mídia da Presidência da
República (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)
A Rede Globo concentrou 30% do total de R$ 640.780.55 milhões que em valores
absolutos correspondem a R$ 189.828.964 milhões. O investimento nos grandes
conglomerados da indústria das comunicações segue com a Rede Record 13% do total
(81.576.479), o SBT ocupa a terceira colocação com 11% (R$ 69.012.405), em quarta a
Bandeirantes com 3% (19.600.681) e por último, com 2% (R$12.967.099) a Rede TV!
O gráfico 6 aponta o investimento anual realizado pela Secom/PR nos veículos
supramencionados. A média de investimento feito pela Presidência da República na
Rede Globo é de R$ 47.296.414 milhões pela Rede Globo, seguida pela Record com R$
20.318.567, SBT com 17.011.203, enquanto a Bandeirantes com R$ 4.730.329,
apareceu em quarto lugar no ranking, e, por último, a Rede TV! com R$ 3.148.702.
189.828.964
81.576.479
69.012.405
19.600.681
12.967.099 Globo
Record
SBT
Bandeirantes
Rede TV!
Fonte: 2011 a 2015- Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com
base do dia 29/08/2015.
49
Gráfico 6 – Participação dos veículos nas verbas publicitárias da Presidência da República
Por ano (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)
A partir dos dados apresentados, observa-se que a política de comunicação do Governo
Federal, através da distribuição da verba de mídia, exerce um caráter privatista no
momento em que a concentração desses recursos ocorre nos principais veículos
representantes do sistema comercial brasileiro de televisão, que ao longo dos anos, vêm
se consolidando enquanto oligopólios da comunicação, grandes produtores de conteúdo
da Indústria Cultural. Essa concentração é legitimada pelo discurso da “neutralidade
técnica”, onde a audiência gerada pelas empresas de comunicação apresenta-se
enquanto mercadoria dotada de valor de uso e valor de troca na relação capital e Estado.
O critério de “mídia técnica” que privilegia o índice de audiência e indicadores de
penetração geográfica é o elemento central para definir a segmentação dos recursos
públicos do Estado brasileiro destinados, na forma de verba de mídia para os meios de
comunicação privados, em especial, as grandes redes de televisão.
0
10
20
30
40
50
60
2011 2012 2013 2014
Globo Record SBT Bandeirantes Rede TV!
Fonte: 2011 a 2015- Sítio Eletrônico da Secom/PR.
Dados com base do dia 29/08/2015.
50
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação de um órgão articulador da política de comunicação do Governo Federal, em
especial, de suas ações de propaganda institucional, permitiu que à Presidência da
República centralizasse as decisões normativas para que os agentes privados atuantes
nos setores vinculados se tornassem responsáveis pela execução da propaganda estatal,
inclusive no que tange à segmentação da verba de mídia por agências publicitárias para
veículos de comunicação.
A atual política de distribuição de verba publicitária adotada pela Secom/PR é alvo de
diferentes questionamentos feitos por coletivos e movimentos sociais, a exemplo do
Coletivo Intervozes16
, da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social17
do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação18
. Juntos, esses movimentos
sociais passaram a revindicar em diferentes instâncias de debate a necessidade de
reavaliar três aspectos da referida política: a) o critério da “mídia técnica” enquanto
principal método para definir a distribuição da verba de mídia do Governo Federal; b) a
centralização dos recursos publicitários nos grandes oligopólios da comunicação e c) a
necessidade do Estado transformar parte considerável de todo recurso destinado para
propaganda em fundo para financiamento do sistema público de comunicação.
Tendo em vista que a questão da democratização da comunicação passa
necessariamente pela descentralização do montante de verba publicitária destinada
todos os anos para os meios privados de comunicação, a deputada federal do Partido dos
Trabalhadores (PT), Maria do Rosário, criou o Projeto de Lei 6059 obrigando que parte
dessa verba seja direcionada a veículos de pequeno e médio porte, enquadrados no
16
Coletivo brasileiro de comunicação social que tem como principal bandeira a garantia dos direitos humanos com base no direito à comunicação social. 17
Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social- ENECOS- Entidade política organizada por estudantes do curso de comunicação social de todo Brasil. 18
O FNDC foi criado em julho de 1991 como movimento social e transformou-se em entidade em 20 de
agosto 1995, e desde então é uma das principais entidades no Brasil que defendem a bandeira da
democratização da comunicação.
51
conceito de “mídia regional” 19
. Na prática o projeto visa o direcionamento de 20% dos
recursos daquele montante para jornais impressos ou rádios regionais, a partir de
critérios expressos no próprio projeto de lei. Essa porcentagem poderia ainda ser
modificada a partir da pressão dos movimentos sociais organizados.
Considerando o debate atual sobre democratização da verba de mídia do Governo
Federal, esse trabalho apresenta dados que ampliam o conhecimento ao explicitar as
contradições da política de comunicação a partir do contexto da criação da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República, com uma leitura mais específica no
âmbito da propaganda institucional e o processo de distribuição da verba de mídia. A
pesquisa permitiu identificar que o Estado, na condição de anunciante, torna-se agente
mediador dos interesses do mercado publicitário, quando institucionaliza uma prática de
licitações públicas, a partir da aprovação da lei de Propaganda nº 4.680/64, e,
posteriormente, a lei de Licitação e Contratação de Serviços de Publicidade nº
12.232/2010, organizada para reforçar os mecanismos de mercado, antes restritos ao
setor privado, como ocorreu com a legalização da bonificação por volume.
Dessa forma, a partir dos dados apresentados, pode-se inferir que o processo de
destinação de verba pública para a promoção das ações do Governo Federal, através da
propaganda institucional, tanto contribui para o fortalecimento do mercado publicitário,
como auxilia na manutenção dos oligopólios da comunicação em geral, na medida em
que o Governo Federal e seus órgãos de administração direta e indireta apresentam-se
como um dos maiores anunciantes do Brasil.
19
Art. 2º Para os efeitos desta Lei considera-se “mídia regional” empresa jornalística ou de
radiodifusão de pequeno e médio porte que atenda a um município ou a conjunto de municípios
e cujo conteúdo seja, na sua maioria, produzido por produtores locais, sejam eles pessoas físicas
ou empresas de médio e pequeno porte.
52
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias aos titulares de cargos e empregos
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49ED7155E5CCABDCA.proposicoesWeb2?codteor=691787&filename=Tramitacao-
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53
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VALENTE, Jonas Chagas Lúcio. A Criação da TV Brasil e sua inserção no modo de
regulação setorial da televisão brasileira. Dissertação de Mestrado apresentada para
ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília, Brasília,
2009.
Presidência da República
Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 4.680, DE 18 DE JUNHO DE 1965.
Regulamento
Mensagem de veto
Dispõe sôbre o exercício da profissão de Publicitário e de Agenciador de Propaganda e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Definições
Art 1º São Publicitários aquêles que, em caráter regular e permanente, exerçam funções de natureza técnica da especialidade, nas Agências de Propaganda, nos veículos de divulgação, ou em quaisquer emprêsas nas quais se produza propaganda.
Art 2º Consideram-se Agenciadores de Propaganda os profissionais que, vinculados aos veículos da divulgação, a êles encaminhem propaganda por conta de terceiros.
Art 3º A Agência de Propaganda é pessoa jurídica, ... VETADO ..., e especializada na arte e técnica publicitária, que, através de especialistas, estuda, concebe, executa e distribui propaganda aos veículos de divulgação, por ordem e conta de clientes anunciantes, com o objetivo de promover a venda de produtos e serviços, difundir idéias ou informar o público a respeito de organizações ou instituições colocadas a serviço dêsse mesmo público.
Art 4º São veículos de divulgação, para os efeitos desta Lei, quaisquer meios de comunicação visual ou auditiva capazes de transmitir mensagens de propaganda ao público, desde que reconhecidos pelas entidades e órgãos de classe, assim considerados as associações civis locais e regionais de propaganda bem como os sindicatos de publicitários.
Art 5º Compreende-se por propaganda qualquer forma remunerada de difusão de idéias, mercadorias ou serviços, por parte de um anunciante identificado.
CAPÍTULO II
Da Profissão de Publicitário
Art 6º A designação profissional de Publicitário será privativa dos que se enquadram nas disposições da presente Lei.
§ 1º Os auxiliares que, nas Agências de Propaganda e outras organizações de propaganda, não colaborarem, diretamente, no planejamento, execução, produção e distribuição da propaganda terão a designação profissional correspondente às suas funções específicas.
§ 2º Nos casos em que profissionais de outras categorias exerçam funções nas Agências de Propaganda, tais profissionais conservarão os privilégios que a Lei lhes concede em suas respectivas categorias profissionais.
§ 3º Para efeitos de recolhimento do Impôsto Sindical, os jornalistas registrados como redatores, revisores e desenhistas, que exerçam suas funções em Agências de Propaganda e outras emprêsas nas quais se execute propaganda, poderão optar entre o recolhimento para o sindicato de sua categoria profissional ou para o Sindicato dos Publicitários.
Art 7º A remuneração dos Publicitários não Agenciadores será baseada nas normas que regem os contratos comuns de trabalho, assegurando-se-lhes todos os benefícios de caráter social e previdenciário outorgados pelas Leis do Trabalho.
Art 8º O registro da profissão de Publicitário ficará instituído com a promulgação da presente Lei e tornar-se-á obrigatório no prazo de 120 (cento e vinte) dias para aquêles que já se encontrem no exercício da profissão.
Parágrafo único. Para o citado registro, o Serviço de Identificação Profissional do Ministério do Trabalho exigirá os seguintes documentos:
a) 1 - diploma de uma escola ou curso de propaganda;
2 - ou atestado de freqüência, na qualidade de estudante;
3 - ou, ainda, atestado do empregador;
b) carteira profissional e prova de pagamento do Impôsto Sindical, se já no exercício da profissão.
CAPÍTULO III
Da profissão de Agenciador de Propaganda
Art 9º O exercício da profissão de Agenciador de Propaganda sòmente será facultado aos que estiverem devidamente identificados e inscritos nos serviços de identificação profissional do Departamento Nacional do Trabalho ... VETADO ...
Art 10. Para o registro de que trata o artigo anterior, os interessados deverão apresentar:
a) prova de exercício efetivo da profissão, durante, pelo menos, doze meses, na forma de Carteira Profissional anotada pelo empregador, ou prova de recebimento de remuneração pela propaganda encaminhada a veículos de divulgação, durante igual período;
b) atestado de capacitação profissional, concedido por entidades de classe;
c) prova de pagamento do Impôsto Sindical.
§ 1º Para os fins da comprovação exigida pela alínea a dêste artigo, será facultado aos Agenciadores de Propaganda ainda não registrada ... VETADO... encaminharem propaganda aos veículos, desde que comprovem sua filiação ao sindicato de classe.
§ 2º O sindicato da classe manterá um registro dos Agenciadores de Propaganda, a que se refere o parágrafo anterior, para o fim de lhes permitir o exercício preparatório da profissão sòmente no decurso de doze meses, improrrogáveis.
§ 3º O registro da profissão de Agenciador de Propaganda tornar-se-á obrigatório no prazo de 120 (certo e vinte) dias para aquêles que já se encontram no exercício dessa atividade.
CAPÍTULO IV
Das Comissões e Descontos devidos aos Agenciadores e às Agências de Propaganda
Art 11. A comissão, que constitui a remuneração dos Agenciadores de Propaganda, bem como o desconto devido às Agências de Propaganda serão fixados pelos veículos de divulgação sôbre os preços estabelecidos em tabela.
Parágrafo único. Não será concedida nenhuma comissão ou desconto sôbre a propaganda encaminhada diretamente aos veículos de divulgação por qualquer pessoa física ou jurídica que não se enquadre na classificação de Agenciador de Propaganda ou Agências de Propaganda, como definidos na presente Lei.
Art 12. Não será permitido aos veículos de divulgação descontarem da remuneração dos Agenciadores de Propaganda, no todo ou em parte, os débitos não saldados por anunciantes, desde que sua propaganda tenha sido formal e prèviamente aceita pela direção comercial do veículo da divulgação.
Art 13. Os veículos de divulgação poderão manter a seu serviço Representantes (Contatos) junto a anunciantes e Agências de Propaganda, mediante remuneração fixa.
Parágrafo único. A função de Representantes (Contato) poderá ser exercida por Agenciador de Propaganda, sem prejuízo de pagamento de comissões, se assim convier às partes.
Art 14. Ficam assegurados aos Agenciadores de Propaganda, registrados em qualquer veículo de divulgação, todos os benefícios de caráter social e previdenciário outorgados pelas Leis do Trabalho.
CAPÍTULO V
Da fiscalização e Penalidades
Art 15. A fiscalização dos dispositivos desta Lei será exercida pelo Departamento Nacional do Trabalho, ... VETADO ... Delegacias... VETADO ... Regionais, assim como pelos sindicatos e associações de classe das categorias interessadas, que deverão representar às autoridades a respeito de quaisquer infrações.
Art 16. As infrações ao disposto nesta Lei serão punidas pelo órgão oficial fiscalizador com as seguintes penas, sem prejuízo das medidas judiciais adequadas e seus efeitos como de direito:
a) multa, nos casos de infração a qualquer dispositivo, a qual variará entre o valor da décima parte do salário-mínimo vigente na região e o máximo correspondente a dez vêzes o mesmo salário-mínimo;
b) se a infração fôr a do parágrafo único do art. 11, serão multadas ambas as partes, à base de 10 (dez) a 50% (cinqüenta por cento) sôbre o valor do negócio publicitário realizado.
Parágrafo único. Das penalidades aplicadas, caberá sempre recurso, no prazo de 10 (dez) dias, ... VETADO ...
CAPÍTULO VI
Disposições Gerais
Art 17. A atividade publicitária nacional será regida pelos princípios e normas do Código de Ética dos Profissionais da Propaganda, instituído pelo I Congresso Brasileiro de Propaganda, realizado em outubro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro.
Art 18. ... VETADO ...
Art 19. ... VETADO ...
Art 20. A presente Lei, regulamentada pelo Ministério do Trabalho dentro de 30 (trinta) dias de sua publicação, entra em vigor na data dessa publicação.
Art 21. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 18 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º da República
H. CASTELLO BRANCO Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.1965
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
Texto compilado
Mensagem de veto
(Vide Decreto nº 99.658, de 1990)
(Vide Decreto nº 1.054, de 1994)
(Vide Decreto nº 7.174, de 2010)
(Vide Medida Provisória nº 544, de 2011)
(Vide Lei nº 12.598, de 2012)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para
licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Dos Princípios
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com
terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses
previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer
ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja
um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional
da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e
dos que lhes são correlatos.
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção
do desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 495, de 2010)
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
(Redação dada pela Lei nº 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio
dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto do contrato;
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio
dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art.
3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 495, de 2010)
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo,
inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato,
ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3
o da Lei n
o 8.248, de 23 de
outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no
que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte
e no art. 3o da Lei n
o 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital
nacional; (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
I - produzidos no País; (Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e (Redação dada pela
Medida Provisória nº 495, de 2010)
III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País. (Redação dada pela Medida Provisória nº
495, de 2010)
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
V - (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos
de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida
margem de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecido
margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que
atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 6o A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo
de serviços, a que refere o § 5o, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a
até vinte e cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços
estrangeiros. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5
o será estabelecida com base em
estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em
consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de
2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)
(Vide Decreto nº 7.756, de 2012)
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela
Lei nº 12.349, de 2010)
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de
2010)
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº
12.349, de 2010)
§ 7o A margem de preferência de que trata o § 6
o será estabelecida com base em
estudos que levem em consideração: (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de
2010)
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de
2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e (Incluído
pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. (Incluído pela
Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido
margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349,
de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
§ 8o Respeitado o limite estabelecido no § 6
o, poderá ser estabelecida margem de
preferência adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. (Incluído
pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo
de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7
o, serão definidas pelo Poder Executivo
federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por
cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5
o, 6
o e 8
o deste artigo não se aplicam quando
não houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos
serviços no País. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5
o e 7
o deste artigo não se aplicam aos bens e
aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja
inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349,
de 2010)
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei, quando
for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens e
serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul, após a
ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de
julho de 2006, e poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços
originários de outros países, com os quais o Brasil venha assinar acordos sobre compras
governamentais. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total
ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum
do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº
7.546, de 2011)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão
exigir que o contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles por ela
indicados, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a
condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida
pelo Poder Executivo Federal. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão,
mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado
promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou
daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação
comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento,
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo
federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,
considerados estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de
2001. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,
considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de
2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de
empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7
o, 10, 11 e 12 deste artigo,
com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela
Lei nº 12.349, de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e
contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e
empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº
147, de 2014)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais
preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou
serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades
a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu
desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização
dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato
administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como
expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta
Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao
fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer,
para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante
prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por
critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior correrá à conta das mesmas
dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refere.
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto
com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos
créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas
cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo
do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias
úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento
diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da
lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
Seção II
Das Definições
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação,
realizada por execução direta ou indireta;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse
para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens,
publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só
vez ou parceladamente;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja
superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art.
23 desta Lei;
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações
assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração,
pelos próprios meios;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros, sob
qualquer das seguintes modalidades:
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob
qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do
serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do
serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (VETADO)
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo,
com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações
necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante
em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua
utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características
adequadas às finalidades para que foi contratada;
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra
e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a
minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração
do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a
incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados
para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos,
instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,
compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de
serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com
personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações
por ele instituídas ou mantidas;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a
Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública;
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública,
sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, o que for definido nas respectivas leis;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração
com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos
relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no
território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem
estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de
2010)
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições
estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de
2010)
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e
serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque
dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos
seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Medida Provisória nº 495,
de 2010)
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos
no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de
origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de
2010)
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e
serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque
dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos
seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Seção III
Das Obras e Serviços
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços
obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e
aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à
exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a
execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para
exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de
todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das
obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro
em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros
para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de
empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da
legislação específica.
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não
correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem
similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos
em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e
serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no
ato convocatório.
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou
contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de
julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de
pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo
pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente
no ato convocatório.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos
das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de
dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua
totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.
§ 1º As obras, serviços e fornecimentos serão divididos em tantas parcelas quantas
se comprovarem técnica e economicamente viáveis, a critério e por conveniência da
Administração, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos
recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da
economia de escala.
§ 2º É proibido o retardamento imotivado da execução de parcela de obra ou
serviço, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência
financeira de recursos ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em
despacho circunstanciado das autoridades a que se refere o art. 26 desta lei.
§ 3º Na execução parcelada, inclusive nos casos admitidos neste artigo, a cada
etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou fornecimento, há de corresponder
licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução total do objeto da
licitação.
§ 4º Em qualquer caso, a autorização da despesa será feita para o custo final da
obra ou serviço projetados.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou
serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total,
salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em
despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução
de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do
projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente,
acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou
controlador, responsável técnico ou subcontratado;
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela
licitação.
§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o
inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor
ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a
serviço da Administração interessada.
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou
serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou
pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a
existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou
trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável
pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços
a estes necessários.
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de
licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nos seguintes regimes:
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes
formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - execução direta;
II - execução indireta, nas seguintes modalidades:
II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (VETADO)
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (VETADO)
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não
atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do
empreendimento.
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão
considerados principalmente os seguintes requisitos:
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão
considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
I - segurança;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
III - economia na execução, conservação e operação;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-
primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade
da obra ou do serviço;
VI - adoção das normas técnicas adequadas;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
VII - impacto ambiental.
Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou
tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a
prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente,
ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou
remuneração.
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o
disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente
relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como
elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a
garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto
do contrato.
Seção V
Das Compras
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e
indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato
e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível,
deverão: (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência)
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições
de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor
privado;
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as
peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da
Administração Pública.
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da
Administração, na imprensa oficial.
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as
peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as
contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios,
respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do
registro preferência em igualdade de condições.
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível,
deverá ser informatizado.
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro
geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do
consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível,
mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do
material.
§ 8o O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23
desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no
mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Fechado o negócio, será publicada a relação de todas as compras feitas
pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem
comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor
total da operação.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou
em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela
Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem
comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor
total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e
inexigibilidade de licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de
licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Seção VI
Das Alienações
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência
de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
Administração Pública, de qualquer esfera de governo; (Vide Medida Provisória nº 335,
de 2006)
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas
alíneas f e h; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas
“f”, “h” e “i”; (Redação dada pela Medida Provisória nº 458, de 2009)
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas
alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do
art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de
governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens
imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas
habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da administração pública
especificamente criados para esse fim; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) (Vide
Medida Provisória nº 292, de 2006) (Vide Medida Provisória nº 335, de 2006)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,
locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração
pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de
7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração
Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005)
g) procedimentos de regularização fundiária de que trata o art. 29 da Lei no 6.383,
de 7 de dezembro de 1976; (Redação dada pela Medida Provisória nº 458, de 2009)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de
7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração
Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,
locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com
área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de
programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras
públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de
quinze módulos fiscais ou mil e quinhentos hectares, para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Medida Provisória nº 458, de
2009)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras
públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15
(quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de
regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de
2009)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta
nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha
de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração
Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação
específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da
Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas
as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2o A Administração poderá conceder direito real de uso de bens imóveis,
dispensada licitação, quando o uso se destina a outro órgão ou entidade da
Administração Pública.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito
real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação
dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a
localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - a pessoa física que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura e moradia sobre área
rural situada na região da Amazônia Legal, definida noart. 2o da Lei n
o 5.173, de 27 de
outubro de 1966, superior à legalmente passível de legitimação de posse referida na
alínea g do inciso I do caput deste artigo, atendidos os limites de área definidos por ato
normativo do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de
2005). (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
II - a pessoa física que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e
pacífica e exploração direta sobre área rural situada na região da Amazônia Legal,
definida no art. 1o, § 2
o, inciso VI, da Lei n
o 4.771, de 22 de setembro de 1965, superior
a um módulo fiscal e limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não
exceda mil e quinhentos hectares; (Redação dada pela Medida Provisória nº 458,
de 2009)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e
pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1
(um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda
1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
§ 2o-A. As hipóteses da alínea g do inciso I do caput e do inciso II do § 2
o deste
artigo ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes
condicionamentos: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-A. As hipóteses do inciso II do § 2
o ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela
Medida Provisória nº 458, de 2009)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela
Lei nº 11.952, de 2009)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja
comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei
agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou
administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de
2005)
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em
caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2
o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento
ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela
Lei nº 11.196, de 2005)
II - fica limitada a áreas de até 500 (quinhentos) hectares, vedada a dispensa de
licitação para áreas superiores a esse limite; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, vedada a dispensa de
licitação para áreas superiores a esse limite; e (Redação dada pela Medida Provisória nº
422, de 2008).
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e
quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse
limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na
alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste
parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei, a alienação aos proprietários
de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que
se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde
que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea a do
inciso II do art. 23 desta lei.
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº
9.648, de 1998)
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou
resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por
preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta
por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder
Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a
usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas
unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4º A doação com encargo poderá ser licitada, e de seu instrumento constarão,
obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob
pena de nulidade do ato.
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,
obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público
devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o
imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão
garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994)
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia
não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a
Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação
limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por
cento) da avaliação.
Parágrafo único. Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente,
em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea b desta lei, a
Administração poderá permitir o leilão. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado
de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório.
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou
leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Capítulo II
Da Licitação
Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição
interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de
interessados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências e tomadas de
preços, embora realizadas no local da repartição interessada, deverão ser publicados
com antecedência, durante 3 (três) dias consecutivos, obrigatória e
contemporaneamente:
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão da
Administração Pública Federal ou do Distrito Federal e, ainda, quando se tratar de
obras, compras e serviços financiados parcial ou totalmente com recursos federais ou
garantidos por instituições federais;
II - no Diário Oficial do Estado onde será realizada a obra ou serviço, quando se
tratar de licitação de órgãos da Administração Estadual ou Municipal;
III - em pelo menos um jornal diário de grande circulação no Estado ou, se houver,
no Município onde será realizada a obra ou serviço, podendo ainda a Administração,
para ambos os casos, conforme o vulto da concorrência, utilizar-se de outros meios de
divulgação para ampliar a área de competição.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das
tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição
interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma
vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou
entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras
financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições
federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em
jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o
serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração,
conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a
área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento
será:
I - 30 (trinta) dias para a concorrência;
II - 45 (quarenta e cinco) dias para o concurso;
III - 15 (quinze) dias para a tomada de preços ou leilão;
IV - 45 (quarenta e cinco) dias para a licitação do tipo melhor técnica ou técnica e
preço, ou quando o contrato a ser celebrado contemplar a modalidade de empreitada
integral;
V - 5 (cinco) dias úteis para o convite.
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso
anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b"
do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da
primeira publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva
disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que
ocorrer mais tarde.
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da
última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva
disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que
ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se
deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda
de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da
avaliação.
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis
interessados, é vedado repetir o convite aos mesmos escolhidos na licitação
imediatamente anterior realizada para objeto idêntico ou assemelhado.
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda
de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos
ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer
o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
§ 6o Na hipótese do § 3
o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é
obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem
cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no
§ 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo,
sob pena de repetição do convite.
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das
referidas neste artigo.
§ 9o Na hipótese do parágrafo 2
o deste artigo, a administração somente poderá
exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que
comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do
edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo
anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
a) convite - até Cr$ 100.000.000,00 (cem milhões de cruzeiros);
b) tomada de preços - até Cr$ 1.000.000.000,00 (hum bilhão de cruzeiros);
c) concorrência - acima de Cr$ 1.000.000.000,00 (hum bilhão de cruzeiros);
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
a) convite - até Cr$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de cruzeiros);
b) tomada de preços - até Cr$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de cruzeiros);
c) concorrência - acima de Cr$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de
cruzeiros).
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela
Lei nº 9.648, de 1998)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela
Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil
reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 1º Para os Municípios, bem como para os órgãos e entidades a eles subordinados,
aplicam-se os seguintes limites em relação aos valores indicados no caput deste artigo e
nos incisos I e II do art. 24 desta lei:
I - 25% (vinte e cinco por cento) dos valores indicados, quando a população do
município não exceder a 20.000 (vinte mil) habitantes;
II - 50% (cinqüenta por cento) dos valores indicados, quando a população do
município se situar entre 20.001 (vinte mil e um) e 100.000 (cem mil) habitantes;
III - 75% (setenta e cinco por cento) dos valores indicados, quando a população do
município se situar entre 100.001 (cem mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
IV - 100% (cem por cento) dos valores indicados, quando a população do
município exceder a 500.000 (quinhentos mil) habitantes.
§ 2º Para os fins do parágrafo anterior, adotar-se-á como parâmetro o número de
habitantes em cada município segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor
de seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real
de uso, bem como nas licitações internacionais, admitida, neste último caso, a tomada
de preços, desde que o órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de
fornecedores e sejam observados os limites deste artigo.
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas
em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis,
procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de
escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos
termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou
compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a
execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor
de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no
art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais,
admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços,
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o
convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada
de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou tomada de preços, conforme o
caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras ou serviços da
mesma natureza que possam ser realizados simultânea ou sucessivamente, sempre que o
somatório de seus valores caracterizar o caso de tomada de preços ou concorrência,
respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do
executor da obra ou serviço.
§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços",
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de
"tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto
para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou
empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas
peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também
para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais
aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais
bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o
conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na
licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo
mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados
no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 5% (cinco por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas
de uma mesma obra ou serviço ou ainda de obras e serviços da mesma natureza que
possam ser realizados simultânea ou sucessivamente;
I - para obras e serviços de engenharia de valor até cinco por cento do limite
previsto na alínea a do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas
de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para outros serviços e compras de valor até 5% (cinco por cento) do limite
previsto na alínea a, do inciso II do artigo anterior, e para alienações, nos casos
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra
ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra
ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela
Lei nº 9.648, de 1998)
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços
ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados
pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos
serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII - quando a operação envolver exclusivamente pessoas jurídicas de direito
público interno, exceto se houver empresas privadas ou de economia mista que possam
prestar ou fornecer os mesmos bens ou serviços, hipótese em que ficarão sujeitas à
licitação;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência
desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
Defesa Nacional; (Regulamento)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao serviço público, cujas
necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem
a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em
conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor,
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras eventuais de gêneros alimentícios perecíveis, em centro de
abastecimento ou similar, realizadas diretamente com base no preço do dia;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - na contratação de instituição nacional sem fins lucrativos, incumbida
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento
institucional, científico ou tecnológico, desde que a pretensa contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de
instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços por intermédio de organização
internacional, desde que o Brasil seja membro e nos termos de acordo específico,
quando as condições ofertadas forem manifestadamente vantajosas para o Poder
Público;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou
entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994)
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia
técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883,
de 1994)
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em
estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a
exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das
operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II
do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994)
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994)
XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e
tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições
de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. (Incluído pela
Lei nº 9.648, de 1998)
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa
científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou
por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim
específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
XXII - na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação
específica;(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás
natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da
legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia
mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou
por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de
direito de uso ou de exploração de criação protegida.(Incluído pela Lei nº 10.973, de
2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio
de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XXVII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos
sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de
lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas
físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,
ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
XXVIII - (Vide Medida Provisória nº 352, de 2007)
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no
País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor
ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de
2008).
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou
sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural
no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na
Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela
Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios
gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios
gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de
setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive
por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa
renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Medida Provisória nº
619, de 2013) (Vide Decreto nº 8.038, de 2013)
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa
renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo, serão 20%
(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por sociedade de economia
mista e empresa pública, bem assim por autarquia e fundação qualificadas, na forma da
lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo
serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios
públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº
11.107, de 2005)
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20%
(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos,
sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715,
de 2012)
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a
administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos
órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em
especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,
ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de
natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou
pela opinião pública.
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos,
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o
fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de
outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos incisos III a XV do art. 24, as situações de
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
previsto no final do § 2º do art. 8º desta lei deverão ser comunicados dentro de 3 (três)
dias à autoridade superior para ratificação e publicação na imprensa oficial no prazo de
5 (cinco) dias, como condição de eficácia dos atos.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e nos incisos III a XX do
art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,
e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta lei deverão ser
comunicados dentro de três dias à autoridade superior para ratificação e publicação na
imprensa oficial no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4
o do art. 17 e nos incisos III a XXIV
do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o, deverão ser
comunicados dentro de três dias a autoridade superior, para ratificação e publicação na
imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos
atos. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4
o do art. 17 e no inciso III e seguintes
do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação
e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a
eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,
previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa,
quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Seção II
Da Habilitação
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,
exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV - regularidade fiscal.
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº 12.440, de
2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado,
em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de
prova de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido
pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso,
consistirá em:
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o
caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral
de Contribuintes (CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se
houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e
compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social, demonstrando situação
regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos
encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,
mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1
o de maio
de 1943. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a
realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros
da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos,
e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições
locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o
caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II deste artigo, no caso de
licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas
jurídicas de direito público ou privado, devidamente certificados pela entidade
profissional competente, limitadas as exigências a:
a) quanto à capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data da licitação, profissional de nível superior detentor
de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de
características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior
relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de
quantidades mínimas ou prazos máximos;
b) (VETADO)
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no
caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades
profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu
quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível
superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características
semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor
significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou
prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica ou de valor significativo,
mencionadas no parágrafo anterior, serão prévia e objetivamente definidas no
instrumento convocatório.
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas
no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou
atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional
equivalente ou superior.
§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando
for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito
público ou privado.
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com
limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras
não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação
explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as
exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7o (VETADO)
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade
técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja
avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e
será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta
especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a
ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços
públicos essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da
capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão
participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por
profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela
administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á
a:
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já
exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da
empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de
apresentação da proposta;
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede
da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do
art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
contratação.
§ 1º A exigência de indicadores limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja
adjudicado o contrato.
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira
do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado
o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de
rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e
serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de
capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no
§ 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação
econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do
contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo
anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação,
devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na
forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo
licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de
disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e
sua capacidade de rotação.
§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma
objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente
justificados no processo administrativo que tenha dado início ao processo licitatório.
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma
objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente
justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame
licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta
avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes
da licitação.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o (VETADO)
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em
original, por qualquer processo de cópia autenticada por tabelião de notas ou por
funcionário da unidade que realiza a licitação, ou publicação em órgão de imprensa
oficial.
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em
original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por
servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens
para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os
documentos enumerados nos arts. 28 e 29, exclusive aqueles de que tratam os incisos III
e IV do art. 29, obrigada a parte a declarar, sob as penalidades cabíveis, a
superveniência de fato impeditivo da habilitação, e a apresentar o restante da
documentação prevista nos arts. 30 e 31 desta lei.
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1
o do art. 36 substitui os
documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em
sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a
declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da
habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro
cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível,
atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores
mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e
traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com
poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento
de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando
solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de
reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6o O disposto no § 4
o deste artigo, no § 1
o do art. 33 e no § 2
o do art. 55, não se
aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento
seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro
internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem
nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos
fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia
autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e
serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio,
observar-se-ão as seguintes normas:
I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às
condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de
cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira,
o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva
participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de
até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este
acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas
empresas assim definidas em lei;
IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação,
através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio,
tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá,
obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.
§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido
no inciso I deste artigo.
Seção III
Dos Registros Cadastrais
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública
que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)
§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar
permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a
proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a
chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de
novos interessados.
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais
de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo,
o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27
desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua
especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica
avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31
desta Lei.
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o
registro.
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada
no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro
do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
estabelecidas para classificação cadastral.
Seção IV
Do Procedimento e Julgamento
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo
administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização
respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao
qual serão juntados oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,
ou da entrega do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou
oficial, ou do responsável pelo convite;
IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou
inexigibilidade;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas
manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,
fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. As minutas dos editais de licitação, bem como as dos contratos,
acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas pelo
órgão de assessoria jurídica da unidade responsável pela licitação.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,
acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por
assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de
licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no
art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado,
obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável
com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação
do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua
realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão
acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os
interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, bem como para os do § 5º do art. 23 e do
inciso I do art. 24 desta lei, consideram-se licitações simultâneas ou sucessivas aquelas
com objeto semelhante, sendo licitações simultâneas aquelas com realização prevista
para intervalos não superiores a 30 (trinta) dias e licitações sucessivas aquelas em que o
edital subseqüente tenha uma data anterior a 120 (cento e vinte) dias após o término das
obrigações previstas na licitação antecedente.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas
aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a
trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o
edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do
contrato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome
da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e
indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos,
como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto
da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação
e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a
31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância
em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação
e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, conforme o caso;
X - critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, conforme o caso,
vedada a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em
relação a preços de referência; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,
permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios
estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o
disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data da proposta ou do
orçamento a que esta se referir até a data do adimplemento de cada parcela;
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista
para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data
do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XII - (VETADO)
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras
ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas,
etapas ou tarefas;
XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento em relação à data final a cada período de aferição não
superior a 30 (trinta) dias;
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do
período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a
disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data a ser
definida nos termos da alínea a deste inciso até a data do efetivo pagamento;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final
do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos,
por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e
assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele
extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos
interessados.
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II - demonstrativo do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos
unitários;
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à
licitação.
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da
obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou
de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja
vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de
entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser
dispensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo,
correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista
para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
1994)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital,
ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por
irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias
úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a
Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo
da faculdade prevista no § 1o do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a
Administração o licitante que, tendo-os aceito sem objeção, venha a apontar, depois da
abertura dos envelopes de habilitação, falhas ou irregularidades que o viciariam,
hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a
administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura
dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as
propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas
ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá
efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de
participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das
fases subseqüentes.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às
diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos
órgãos competentes.
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude
da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira à taxa de
câmbio vigente na data do efetivo pagamento.
§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude
da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa
de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo
pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas
oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes
estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que
oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com
recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de
cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte,
poderão ser admitidas na respectiva licitação, mantidos os princípios basilares desta lei,
as normas e procedimentos daquelas entidades e as condições decorrentes de acordos,
protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional.
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com
recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de
cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte,
poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos,
protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional,
bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério
de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,
além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção
do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do
julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do
contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de
destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes
procedimentos:
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos
concorrentes, e sua apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as
respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados,
desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência
expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e,
conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial
competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais
deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a
desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do
objeto da licitação.
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as
propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se
lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e
pela Comissão.
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação,
a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar
originariamente da proposta.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso,
ao leilão, à tomada de preços e ao convite, facultada, quanto a este último, a publicação
na imprensa oficial.
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas
as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a
habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o
julgamento.
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por
motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os
critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,
subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade
entre os licitantes.
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no
convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou
vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos,
irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de
mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação
não tenha estabelecido limites mínimos.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior se aplica também a propostas que incluam
mão-de-obra estrangeira ou importação de insumos de qualquer natureza, adotando-se,
como referência, os mercados nos países de origem.
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos,
irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de
mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação
não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e
instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à
totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam
mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de
licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os
fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos
licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação para obras, serviços e
compras, exceto nas modalidades de concurso e leilão:
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para
a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de
direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto
no § 2o do art. 3
o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato
público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro
processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo menor preço, entre os licitantes considerados
qualificados a classificação se fará pela ordem crescente dos preços propostos e
aceitáveis, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no
parágrafo anterior.
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a Administração Pública
observará o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em
conta, com a adoção da licitação de técnica e preço, os fatores especificados em seu §
2º.
§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados
qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos,
prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo
anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará
o disposto no art. 3o da Lei n
o 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os
fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamento o tipo de
licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos
indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas
quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação melhor técnica ou técnica e preço serão utilizados
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial
na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
engenharia consultiva em geral, e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos
preliminares e projetos básicos e executivos.
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em
especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos
técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento
claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que
a Administração se propõe a pagar:
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos
licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas
propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado,
definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a
capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta,
compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem
utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para
a sua execução;
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das
propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida
no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente
melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos
preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor
preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será
adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a
consecução de acordo para a contratação;
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem
preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida
para a proposta técnica.
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao
inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no
instrumento convocatório:
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com
critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das
valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos
no instrumento convocatório.
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser
adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior
autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para
fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto
majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio
restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que
o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com
repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha
dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a
modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá
fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações
necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e
completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;
II - as propostas com preços excessivos ou manifestamente inexeqüíveis.
Parágrafo único. Quando todas as propostas forem desclassificadas, a
Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 (oito) dias úteis para a
apresentação de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo.
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços
manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter
demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos
insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são
compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente
especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
Parágrafo único. Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as
propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de
oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução
deste prazo para três dias úteis.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se
manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e
serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por
cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por
cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global
da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as
alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia
adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o
valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis
para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das
causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para
três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente
poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato
superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera
obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o
disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento
de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem
de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração
ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente
ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da
Administração responsáveis pela licitação.
§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas
unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser
substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.
§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral,
sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados
no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por
todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver
devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido
tomada a decisão.
§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1
(um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão
no período subseqüente.
§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial
integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em
exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido
de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1o O regulamento deverá indicar:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a
executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela
Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para
fixação do preço mínimo de arrematação.
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no
edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada
no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao
pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder
em favor da Administração o valor já recolhido.
§ 3º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se vai realizar.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em
até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Capítulo III
DOS CONTRATOS
Seção I
Disposições Preliminares
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas
cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e
responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta
a que se vinculam.
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem
atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade
do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os
valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando
for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu,
ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos
omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato,
em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1o (VETADO)
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou
jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente
cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer
questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão,
aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou
Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei
no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista
no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações
de obras, serviços e compras.
§ 1º São modalidades de garantia:
I - caução em dinheiro, em títulos de dívida pública ou fidejussória;
II - (VETADO).
III - fiança bancária.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação
e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores
econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº
11.079, de 2004)
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)
§ 2º As garantias a que se referem os incisos I e III do parágrafo anterior, quando
exigidas, não excederão a 5% (cinco por cento) do valor do contrato.
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento
do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele,
ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
§ 3º(VETADO)
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de
parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto
no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do
contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a
execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração,
dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o
valor desses bens.
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no
Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, os quais
poderão ter a sua duração estendida por igual período;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que deverão ter
a sua duração dimensionada com vistas à obtenção de preços e condições mais
vantajosas para a administração, limitada a duração a sessenta meses. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter
a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta
meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - (VETADO)
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática,
podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o
início da vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos
contratos poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da
administração. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos
contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da
administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos
seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das
partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por
ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites
permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido
pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto
aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente
autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da
autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser
prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79
desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade
de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do
contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera
retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
Seção II
Da Formalização dos Contratos
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro
sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se
formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no
processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23,
inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo
da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas
desta Lei e às cláusulas contratuais.
§ 1º A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada
pela Administração na mesma data de sua assinatura para ocorrer no prazo de 20 (vinte)
dias, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus.
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO)
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua
assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu
valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de
tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos
demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de
execução de serviço.
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da
licitação.
§ 2º Em carta contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra,
ordem de execução de serviço ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o
disposto no art. 56 desta lei.
§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra",
"ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber,
o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais,
no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma
de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço
público.
§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste
artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de
compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e
do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia
autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o
termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e
condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das
sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período,
quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo
justificado aceito pela Administração.
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de
contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou
revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos
assumidos.
Seção III
Da Alteração dos Contratos
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor
adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço,
bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação
do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
d) (VETADO).
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os
encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da
obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte
e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para
os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no
parágrafo anterior.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no
parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras
ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites
estabelecidos no § 1o deste artigo.
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver
adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela
Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente
corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da
supressão, desde que regularmente comprovados.
§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem
como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados,
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do
contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
econômico-financeiro inicial.
§ 7o (VETADO)
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto
no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de
dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não
caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamento.
Seção IV
Da Execução dos Contratos
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências
de sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante
deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local
da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou
substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais
empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato,
não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento
pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,
fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos estabelecidos
neste artigo, não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso
das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
§ 2º A Administração poderá exigir, também, seguro para garantia de pessoas e
bens, devendo essa exigência constar do edital da licitação ou do convite.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso
das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela
Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos
encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o
limite admitido, em cada caso, pela Administração.
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da
comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do
prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos
contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do
material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e
conseqüente aceitação.
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-
se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil
pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser
superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e
previstos no edital.
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este
artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados,
reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15
(quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta
Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à
verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato
normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para
a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.
Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as
conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e
prazos;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos
estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado
com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do
§ 1o do art. 67 desta Lei;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa,
que prejudique a execução do contrato;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está
subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o
contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,
acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do
art. 65 desta Lei;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que
totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de
optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já
recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da
ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,
impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos
autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das
sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,
desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
IV - (VETADO)
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização
escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3o (VETADO)
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o (VETADO)
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma
de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes
conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar,
por ato próprio da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal
empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do
inciso V do art. 58 desta Lei;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos
valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos
causados à Administração.
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério
da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta
ou indireta.
§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o
contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou
Municipal, conforme o caso.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à
Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou
retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração,
caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
legalmente estabelecidas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados
nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas
condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os
preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções
previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades
civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam
os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo,
emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce,
mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle,
direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes
previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança
em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo
Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos
contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e
quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.
Seção II
Das Sanções Administrativas
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à
multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda
unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da
garantia do respectivo contratado.
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda
desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos
pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso,
cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes
e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda
desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas
juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo
processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva
do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada
a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de
vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide
art 109 inciso III)
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos
regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude
fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em
virtude de atos ilícitos praticados.
Seção III
Dos Crimes e das Penas
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou
deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente
concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou
inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro
expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter,
para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja
invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,
inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatório, durante a execução dos
contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com
preterição da ordem cronológica de sua apresentação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,
inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos
contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com
preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121
desta Lei:(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente
concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia,
injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
procedimento licitatório:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça,
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em
razão da vantagem oferecida.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para
aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I - elevando arbitrariamente os preços;
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a
execução do contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional
declarado inidôneo:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a
licitar ou a contratar com a Administração.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer
interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão
ou cancelamento de registro do inscrito:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no
pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível
pelo agente.
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois
por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda
Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada,
cabendo ao Ministério Público promovê-la.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa
do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua
autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-
la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os
membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes
do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos
crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for
ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do
Código de Processo Penal.
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias
para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo
juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5
(cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as
diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o
prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e
quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei,
assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão,
subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da
lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 78 desta lei;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão
relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso
hierárquico;
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário
Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no
prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste
artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita
mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e
"b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando
poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito
suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de
interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão
impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou
o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a
decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do
recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se
inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao
interessado.
§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os
prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias
úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Capítulo VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do
início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto
quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia
de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto
ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele
relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de
concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de
todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de
concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação
da obra.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública,
caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa
execução, fiscalização e pagamento.
Parágrafo único. Fica facultado à entidade interessada o acompanhamento da
execução do contrato.
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do
edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes
da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da
execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos
regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da
legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis
pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da
Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar
ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno
poderão solicitar para exame, antes da abertura das propostas, cópia de edital de
licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração
interessada à adoção das medidas corretivas que, em função desse exame, lhes forem
determinadas.
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno
poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de
recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os
órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas
pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de
licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende
análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta
da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à
concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da
documentação.
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos
procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito
de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da
autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da
Administração.
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da
Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho
proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes
informações:
I - identificação do objeto a ser executado;
II - metas a serem atingidas;
III - etapas ou fases de execução;
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso;
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das
etapas ou fases programadas;
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que
os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente
assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão
descentralizador.
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo
à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano
de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até
o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela
anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante
procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão
descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno
da Administração Pública;
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não
justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos
princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos
praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a
outras cláusulas conveniais básicas;
III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo
partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle
interno.
§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente
aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de
seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto
prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a
utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.
§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no
objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as
prestações de contas do ajuste.
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou
ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas
obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão
repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena
da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada
pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta
Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da
administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao
disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e
demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades
referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados,
ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da
Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que
estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser
publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta lei serão automaticamente corrigidos na
mesma periodicidade e proporção da variação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), com base no índice do mês de dezembro de 1991.
Art. 120. Os valores fixados por esta lei serão automaticamente corrigidos na
mesma periodicidade e proporção da variação do Índice Geral de Preços do Mercado
(IGP-M), com base no índice do mês de dezembro de 1991.(Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da
União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no
caput deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1.000,00 (um mil
cruzeiros).
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da
União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no
"caput" deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1,00 (hum cruzeiro
real). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo
Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando
como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos
assinados anteriormente à sua vigência.
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos
contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos
parágrafos 1o, 2
o e 8
o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no
"caput" do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica,
podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei,
separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior
à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União
continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de
1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo
celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório
específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições
sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta
Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de
serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação
específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2o do art. 7
o serão
dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em
que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública
concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado por
força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os Decretos-leis
nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de
setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei n
o 5.194,
de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº
8.883, de 1994)
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e 105
o da República.
ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero
Romildo Canhim
Este texto não substitui o publicado no DOU de 22.6.1993, republicado em 6.7.1994
e retificado em 6.7.1994
*
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 12.232, DE 29 DE ABRIL DE 2010.
Mensagem de veto
Dispõe sobre as normas gerais para
licitação e contratação pela administração
pública de serviços de publicidade
prestados por intermédio de agências de
propaganda e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e
contratações pela administração pública de serviços de publicidade prestados
necessariamente por intermédio de agências de propaganda, no âmbito da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1o Subordinam-se ao disposto nesta Lei os órgãos do Poder
Executivo, Legislativo e Judiciário, as pessoas da administração indireta e
todas as entidades controladas direta ou indiretamente pelos entes referidos
nocaput deste artigo.
§ 2o As Leis nos 4.680, de 18 de junho de 1965, e 8.666, de 21 de junho
de 1993, serão aplicadas aos procedimentos licitatórios e aos contratos regidos
por esta Lei, de forma complementar.
Art. 2o Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o
conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o
estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução
interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição
de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de
promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir ideias ou
informar o público em geral.
§ 1o Nas contratações de serviços de publicidade, poderão ser incluídos
como atividades complementares os serviços especializados pertinentes:
I - ao planejamento e à execução de pesquisas e de outros instrumentos
de avaliação e de geração de conhecimento sobre o mercado, o público-alvo,
os meios de divulgação nos quais serão difundidas as peças e ações
publicitárias ou sobre os resultados das campanhas realizadas, respeitado o
disposto no art. 3o desta Lei;
II - à produção e à execução técnica das peças e projetos publicitários
criados;
III - à criação e ao desenvolvimento de formas inovadoras de
comunicação publicitária, em consonância com novas tecnologias, visando à
expansão dos efeitos das mensagens e das ações publicitárias.
§ 2o Os contratos de serviços de publicidade terão por objeto somente
as atividades previstas no caput e no § 1o deste artigo, vedada a inclusão de
quaisquer outras atividades, em especial as de assessoria de imprensa,
comunicação e relações públicas ou as que tenham por finalidade a realização
de eventos festivos de qualquer natureza, as quais serão contratadas por meio
de procedimentos licitatórios próprios, respeitado o disposto na legislação em
vigor.
§ 3o Na contratação dos serviços de publicidade, faculta-se a
adjudicação do objeto da licitação a mais de uma agência de propaganda, sem
a segregação em itens ou contas publicitárias, mediante justificativa no
processo de licitação.
§ 4o Para a execução das ações de comunicação publicitária realizadas
no âmbito dos contratos decorrentes das licitações previstas no § 3o deste
artigo, o órgão ou a entidade deverá, obrigatoriamente, instituir procedimento
de seleção interna entre as contratadas, cuja metodologia será aprovada pela
administração e publicada na imprensa oficial.
Art. 3o As pesquisas e avaliações previstas no inciso I do § 1o do art.
2o desta Lei terão a finalidade específica de aferir o desenvolvimento
estratégico, a criação e a veiculação e de possibilitar a mensuração dos
resultados das campanhas publicitárias realizadas em decorrência da
execução do contrato.
Parágrafo único. É vedada a inclusão nas pesquisas e avaliações de
matéria estranha ou que não guarde pertinência temática com a ação
publicitária ou com o objeto do contrato de prestação de serviços de
publicidade.
Art. 4o Os serviços de publicidade previstos nesta Lei serão contratados
em agências de propaganda cujas atividades sejam disciplinadas pela Lei no
4.680, de 18 de junho de 1965, e que tenham obtido certificado de qualificação
técnica de funcionamento.
§ 1o O certificado de qualificação técnica de funcionamento previsto
no caput deste artigo poderá ser obtido perante o Conselho Executivo das
Normas-Padrão - CENP, entidade sem fins lucrativos, integrado e gerido por
entidades nacionais que representam veículos, anunciantes e agências, ou por
entidade equivalente, legalmente reconhecida como fiscalizadora e
certificadora das condições técnicas de agências de propaganda.
§ 2o A agência contratada nos termos desta Lei só poderá reservar e
comprar espaço ou tempo publicitário de veículos de divulgação, por conta e
por ordem dos seus clientes, se previamente os identificar e tiver sido por eles
expressamente autorizada.
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS
Art. 5o As licitações previstas nesta Lei serão processadas pelos órgãos
e entidades responsáveis pela contratação, respeitadas as modalidades
definidas no art. 22 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, adotando-se
como obrigatórios os tipos “melhor técnica” ou “técnica e preço”.
Art. 6o A elaboração do instrumento convocatório das licitações previstas
nesta Lei obedecerá às exigências do art. 40 da Lei no 8.666, de 21 de junho
de 1993, com exceção das previstas nos incisos I e II do seu § 2o, e às
seguintes:
I - os documentos de habilitação serão apresentados apenas pelos
licitantes classificados no julgamento final das propostas, nos termos do inciso
XI do art. 11 desta Lei;
II - as informações suficientes para que os interessados elaborem
propostas serão estabelecidas em um briefing, de forma precisa, clara e
objetiva;
III - a proposta técnica será composta de um plano de comunicação
publicitária, pertinente às informações expressas no briefing, e de um conjunto
de informações referentes ao proponente;
IV - o plano de comunicação publicitária previsto no inciso III deste artigo
será apresentado em 2 (duas) vias, uma sem a identificação de sua autoria e
outra com a identificação;
V - a proposta de preço conterá quesitos representativos das formas de
remuneração vigentes no mercado publicitário;
VI - o julgamento das propostas técnicas e de preços e o julgamento final
do certame serão realizados exclusivamente com base nos critérios
especificados no instrumento convocatório;
VII - a subcomissão técnica prevista no § 1o do art. 10 desta Lei
reavaliará a pontuação atribuída a um quesito sempre que a diferença entre a
maior e a menor pontuação for superior a 20% (vinte por cento) da pontuação
máxima do quesito, com o fim de restabelecer o equilíbrio das pontuações
atribuídas, de conformidade com os critérios objetivos postos no instrumento
convocatório;
VIII - serão fixados critérios objetivos e automáticos de identificação da
proposta mais vantajosa para a administração, no caso de empate na soma de
pontos das propostas técnicas, nas licitações do tipo “melhor técnica”;
IX - o formato para apresentação pelos proponentes do plano de
comunicação publicitária será padronizado quanto a seu tamanho, a fontes
tipográficas, a espaçamento de parágrafos, a quantidades e formas dos
exemplos de peças e a outros aspectos pertinentes, observada a exceção
prevista no inciso XI deste artigo;
X - para apresentação pelos proponentes do conjunto de informações de
que trata o art. 8o desta Lei, poderão ser fixados o número máximo de páginas
de texto, o número de peças e trabalhos elaborados para seus clientes e as
datas a partir das quais devam ter sido elaborados os trabalhos, e veiculadas,
distribuídas, exibidas ou expostas as peças;
XI - na elaboração das tabelas, planilhas e gráficos integrantes do plano
de mídia e não mídia, os proponentes poderão utilizar as fontes tipográficas
que julgarem mais adequadas para sua apresentação;
XII - será vedada a aposição, a qualquer parte da via não identificada do
plano de comunicação publicitária, de marca, sinal ou palavra que possibilite a
identificação do seu proponente antes da abertura do invólucro de que trata o §
2o do art. 9o desta Lei;
XIII - será vedada a aposição ao invólucro destinado às informações de
que trata o art. 8o desta Lei, assim como dos documentos nele contidos, de
informação, marca, sinal, etiqueta ou qualquer outro elemento que identifique a
autoria do plano de comunicação publicitária, em qualquer momento anterior à
abertura dos invólucros de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei;
XIV - será desclassificado o licitante que descumprir o disposto nos
incisos XII e XIII deste artigo e demais disposições do instrumento
convocatório.
§ 1o No caso do inciso VII deste artigo, persistindo a diferença de
pontuação prevista após a reavaliação do quesito, os membros da
subcomissão técnica, autores das pontuações consideradas destoantes,
deverão registrar em ata as razões que os levaram a manter a pontuação
atribuída ao quesito reavaliado, que será assinada por todos os membros da
subcomissão e passará a compor o processo da licitação.
§ 2o Se houver desclassificação de alguma proposta técnica por
descumprimento de disposições do instrumento convocatório, ainda assim será
atribuída pontuação a seus quesitos, a ser lançada em planilhas que ficarão
acondicionadas em invólucro fechado e rubricado no fecho pelos membros da
subcomissão técnica prevista no § 1o do art. 10 desta Lei, até que expirem os
prazos para interposição de recursos relativos a essa fase da licitação, exceto
nos casos em que o descumprimento resulte na identificação do proponente
antes da abertura do invólucro de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei.
Art. 7o O plano de comunicação publicitária de que trata o inciso III do
art. 6o desta Lei será composto dos seguintes quesitos:
I - raciocínio básico, sob a forma de texto, que apresentará um
diagnóstico das necessidades de comunicação publicitária do órgão ou
entidade responsável pela licitação, a compreensão do proponente sobre o
objeto da licitação e os desafios de comunicação a serem enfrentados;
II - estratégia de comunicação publicitária, sob a forma de texto, que
indicará e defenderá as linhas gerais da proposta para suprir o desafio e
alcançar os resultados e metas de comunicação desejadas pelo órgão ou
entidade responsável pela licitação;
III - ideia criativa, sob a forma de exemplos de peças publicitárias, que
corresponderão à resposta criativa do proponente aos desafios e metas por ele
explicitados na estratégia de comunicação publicitária;
IV - estratégia de mídia e não mídia, em que o proponente explicitará e
justificará a estratégia e as táticas recomendadas, em consonância com a
estratégia de comunicação publicitária por ela sugerida e em função da verba
disponível indicada no instrumento convocatório, apresentada sob a forma de
textos, tabelas, gráficos, planilhas e por quadro resumo que identificará as
peças a serem veiculadas ou distribuídas e suas respectivas quantidades,
inserções e custos nominais de produção e de veiculação.
Art. 8o O conjunto de informações a que se refere o inciso III do art.
6o desta Lei será composto de quesitos destinados a avaliar a capacidade de
atendimento do proponente e o nível dos trabalhos por ele realizados para seus
clientes.
Art. 9o As propostas de preços serão apresentadas em 1 (um) invólucro
e as propostas técnicas em 3 (três) invólucros distintos, destinados um para a
via não identificada do plano de comunicação publicitária, um para a via
identificada do plano de comunicação publicitária e outro para as demais
informações integrantes da proposta técnica.
§ 1o O invólucro destinado à apresentação da via não identificada do
plano de comunicação publicitária será padronizado e fornecido previamente
pelo órgão ou entidade responsável pela licitação, sem nenhum tipo de
identificação.
§ 2o A via identificada do plano de comunicação publicitária terá o
mesmo teor da via não identificada, sem os exemplos de peças referentes à
ideia criativa.
Art. 10. As licitações previstas nesta Lei serão processadas e julgadas
por comissão permanente ou especial, com exceção da análise e julgamento
das propostas técnicas.
§ 1o As propostas técnicas serão analisadas e julgadas por subcomissão
técnica, constituída por, pelo menos, 3 (três) membros que sejam formados em
comunicação, publicidade ou marketing ou que atuem em uma dessas áreas,
sendo que, pelo menos, 1/3 (um terço) deles não poderão manter nenhum
vínculo funcional ou contratual, direto ou indireto, com o órgão ou a entidade
responsável pela licitação.
§ 2o A escolha dos membros da subcomissão técnica dar-se-á por
sorteio, em sessão pública, entre os nomes de uma relação que terá, no
mínimo, o triplo do número de integrantes da subcomissão, previamente
cadastrados, e será composta por, pelo menos, 1/3 (um terço) de profissionais
que não mantenham nenhum vínculo funcional ou contratual, direto ou indireto,
com o órgão ou entidade responsável pela licitação.
§ 3o Nas contratações de valor estimado em até 10 (dez) vezes o limite
previsto na alínea a do inciso II do art. 23 da Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993, a relação prevista no § 2o deste artigo terá, no mínimo, o dobro do
número de integrantes da subcomissão técnica e será composta por, pelo
menos, 1/3 (um terço) de profissionais que não mantenham nenhum vínculo
funcional ou contratual, direto ou indireto, com o órgão ou entidade responsável
pela licitação.
§ 4o A relação dos nomes referidos nos §§ 2o e 3o deste artigo será
publicada na imprensa oficial, em prazo não inferior a 10 (dez) dias da data em
que será realizada a sessão pública marcada para o sorteio.
§ 5o Para os fins do cumprimento do disposto nesta Lei, até 48
(quarenta e oito) horas antes da sessão pública destinada ao sorteio, qualquer
interessado poderá impugnar pessoa integrante da relação a que se referem os
§§ 2o, 3o e 4o deste artigo, mediante fundamentos jurídicos plausíveis.
§ 6o Admitida a impugnação, o impugnado terá o direito de abster-se de
atuar na subcomissão técnica, declarando-se impedido ou suspeito, antes da
decisão da autoridade competente.
§ 7o A abstenção do impugnado ou o acolhimento da impugnação,
mediante decisão fundamentada da autoridade competente, implicará, se
necessário, a elaboração e a publicação de nova lista, sem o nome impugnado,
respeitado o disposto neste artigo.
§ 8o A sessão pública será realizada após a decisão motivada da
impugnação, em data previamente designada, garantidos o cumprimento do
prazo mínimo previsto no § 4o deste artigo e a possibilidade de fiscalização do
sorteio por qualquer interessado.
§ 9o O sorteio será processado de modo a garantir o preenchimento das
vagas da subcomissão técnica, de acordo com a proporcionalidade do número
de membros que mantenham ou não vínculo com o órgão ou entidade
responsável pela licitação, nos termos dos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo.
§ 10. Nas licitações previstas nesta Lei, quando processadas sob a
modalidade de convite, a subcomissão técnica, excepcionalmente, nas
pequenas unidades administrativas e sempre que for comprovadamente
impossível o cumprimento do disposto neste artigo, será substituída pela
comissão permanente de licitação ou, inexistindo esta, por servidor
formalmente designado pela autoridade competente, que deverá possuir
conhecimentos na área de comunicação, publicidade ou marketing.
Art. 11. Os invólucros com as propostas técnicas e de preços serão
entregues à comissão permanente ou especial na data, local e horário
determinados no instrumento convocatório.
§ 1o Os integrantes da subcomissão técnica não poderão participar da
sessão de recebimento e abertura dos invólucros com as propostas técnicas e
de preços.
§ 2o Os invólucros padronizados com a via não identificada do plano de
comunicação publicitária só serão recebidos pela comissão permanente ou
especial se não apresentarem marca, sinal, etiqueta ou qualquer outro
elemento capaz de identificar a licitante.
§ 3o A comissão permanente ou especial não lançará nenhum código,
sinal ou marca nos invólucros padronizados nem nos documentos que
compõem a via não identificada do plano de comunicação publicitária.
§ 4o O processamento e o julgamento da licitação obedecerão ao
seguinte procedimento:
I - abertura dos 2 (dois) invólucros com a via não identificada do plano de
comunicação e com as informações de que trata o art. 8o desta Lei, em sessão
pública, pela comissão permanente ou especial;
II - encaminhamento das propostas técnicas à subcomissão técnica para
análise e julgamento;
III - análise individualizada e julgamento do plano de comunicação
publicitária, desclassificando-se as que desatenderem as exigências legais ou
estabelecidas no instrumento convocatório, observado o disposto no inciso XIV
do art. 6o desta Lei;
IV - elaboração de ata de julgamento do plano de comunicação
publicitária e encaminhamento à comissão permanente ou especial, juntamente
com as propostas, as planilhas com as pontuações e a justificativa escrita das
razões que as fundamentaram em cada caso;
V - análise individualizada e julgamento dos quesitos referentes às
informações de que trata o art. 8o desta Lei, desclassificando-se as que
desatenderem quaisquer das exigências legais ou estabelecidas no
instrumento convocatório;
VI - elaboração de ata de julgamento dos quesitos mencionados no
inciso V deste artigo e encaminhamento à comissão permanente ou especial,
juntamente com as propostas, as planilhas com as pontuações e a justificativa
escrita das razões que as fundamentaram em cada caso;
VII - realização de sessão pública para apuração do resultado geral das
propostas técnicas, com os seguintes procedimentos:
a) abertura dos invólucros com a via identificada do plano de
comunicação publicitária;
b) cotejo entre as vias identificadas e não identificadas do plano de
comunicação publicitária, para identificação de sua autoria;
c) elaboração de planilha geral com as pontuações atribuídas a cada um
dos quesitos de cada proposta técnica;
d) proclamação do resultado do julgamento geral da proposta técnica,
registrando-se em ata as propostas desclassificadas e a ordem de
classificação;
VIII - publicação do resultado do julgamento da proposta técnica, com a
indicação dos proponentes desclassificados e da ordem de classificação
organizada pelo nome dos licitantes, abrindo-se prazo para interposição de
recurso, conforme disposto na alínea b do inciso I do art. 109 da Lei no 8.666,
de 21 de junho de 1993;
IX - abertura dos invólucros com as propostas de preços, em sessão
pública, obedecendo-se ao previsto nos incisos II, III e IV do § 1º do art. 46 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, nas licitações do tipo “melhor técnica”, e
ao disposto no § 2º do art. 46 da mesma Lei, nas licitações do tipo “técnica e
preço”;
X - publicação do resultado do julgamento final das propostas, abrindo-se
prazo para interposição de recurso, conforme disposto na alínea b do inciso I
do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
XI - convocação dos licitantes classificados no julgamento final das
propostas para apresentação dos documentos de habilitação;
XII - recebimento e abertura do invólucro com os documentos de
habilitação dos licitantes previstos no inciso XI deste artigo, em sessão pública,
para análise da sua conformidade com as condições estabelecidas na
legislação em vigor e no instrumento convocatório;
XIII - decisão quanto à habilitação ou inabilitação dos licitantes previstos
no inciso XI deste artigo e abertura do prazo para interposição de recurso, nos
termos da alínea a do inciso I do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993;
XIV - reconhecida a habilitação dos licitantes, na forma dos incisos XI,
XII e XIII deste artigo, será homologado o procedimento e adjudicado o objeto
licitado, observado o disposto no § 3o do art. 2o desta Lei.
Art. 12. O descumprimento, por parte de agente do órgão ou entidade
responsável pela licitação, dos dispositivos desta Lei destinados a garantir o
julgamento do plano de comunicação publicitária sem o conhecimento de sua
autoria, até a abertura dos invólucros de que trata a alínea a do inciso VII do §
4o do art. 11 desta Lei, implicará a anulação do certame, sem prejuízo da
apuração de eventual responsabilidade administrativa, civil ou criminal dos
envolvidos na irregularidade.
CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS DE SERVIÇOS DE
PUBLICIDADE E DA SUA EXECUÇÃO
Art. 13. A definição do objeto do contrato de serviços previstos nesta Lei
e das cláusulas que o integram dar-se-á em estrita vinculação ao estabelecido
no instrumento convocatório da licitação e aos termos da legislação em vigor.
Parágrafo único. A execução do contrato dar-se-á em total conformidade
com os termos e condições estabelecidas na licitação e no respectivo
instrumento contratual.
Art. 14. Somente pessoas físicas ou jurídicas previamente cadastradas
pelo contratante poderão fornecer ao contratado bens ou serviços
especializados relacionados com as atividades complementares da execução
do objeto do contrato, nos termos do § 1o do art. 2o desta Lei.
§ 1o O fornecimento de bens ou serviços especializados na
conformidade do previsto no caput deste artigo exigirá sempre a apresentação
pelo contratado ao contratante de 3 (três) orçamentos obtidos entre pessoas
que atuem no mercado do ramo do fornecimento pretendido.
§ 2o No caso do § 1o deste artigo, o contratado procederá à coleta de
orçamentos de fornecedores em envelopes fechados, que serão abertos em
sessão pública, convocada e realizada sob fiscalização do contratante, sempre
que o fornecimento de bens ou serviços tiver valor superior a 0,5% (cinco
décimos por cento) do valor global do contrato.
§ 3o O fornecimento de bens ou serviços de valor igual ou inferior a 20%
(vinte por cento) do limite previsto na alínea a do inciso II do art. 23 da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993, está dispensado do procedimento previsto
no § 2o deste artigo.
Art. 15. Os custos e as despesas de veiculação apresentados ao
contratante para pagamento deverão ser acompanhados da demonstração do
valor devido ao veículo, de sua tabela de preços, da descrição dos descontos
negociados e dos pedidos de inserção correspondentes, bem como de relatório
de checagem de veiculação, a cargo de empresa independente, sempre que
possível.
Parágrafo único. Pertencem ao contratante as vantagens obtidas em
negociação de compra de mídia diretamente ou por intermédio de agência de
propaganda, incluídos os eventuais descontos e as bonificações na forma de
tempo, espaço ou reaplicações que tenham sido concedidos pelo veículo de
divulgação.
Art. 16. As informações sobre a execução do contrato, com os nomes
dos fornecedores de serviços especializados e veículos, serão divulgadas em
sítio próprio aberto para o contrato na rede mundial de computadores,
garantido o livre acesso às informações por quaisquer interessados.
Parágrafo único. As informações sobre valores pagos serão divulgadas
pelos totais de cada tipo de serviço de fornecedores e de cada meio de
divulgação.
Art. 17. As agências contratadas deverão, durante o período de, no
mínimo, 5 (cinco) anos após a extinção do contrato, manter acervo
comprobatório da totalidade dos serviços prestados e das peças publicitárias
produzidas.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 18. É facultativa a concessão de planos de incentivo por veículo de
divulgação e sua aceitação por agência de propaganda, e os frutos deles
resultantes constituem, para todos os fins de direito, receita própria da agência
e não estão compreendidos na obrigação estabelecida no parágrafo único do
art. 15 desta Lei.
§ 1o A equação econômico-financeira definida na licitação e no contrato
não se altera em razão da vigência ou não de planos de incentivo referidos
no caput deste artigo, cujos frutos estão expressamente excluídos dela.
§ 2o As agências de propaganda não poderão, em nenhum caso,
sobrepor os planos de incentivo aos interesses dos contratantes, preterindo
veículos de divulgação que não os concedam ou priorizando os que os
ofereçam, devendo sempre conduzir-se na orientação da escolha desses
veículos de acordo com pesquisas e dados técnicos comprovados.
§ 3o O desrespeito ao disposto no § 2o deste artigo constituirá grave
violação aos deveres contratuais por parte da agência contratada e a
submeterá a processo administrativo em que, uma vez comprovado o
comportamento injustificado, implicará a aplicação das sanções previstas
no caput do art. 87 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 19. Para fins de interpretação da legislação de regência, valores
correspondentes ao desconto-padrão de agência pela concepção, execução e
distribuição de propaganda, por ordem e conta de clientes anunciantes,
constituem receita da agência de publicidade e, em consequência, o veículo de
divulgação não pode, para quaisquer fins, faturar e contabilizar tais valores
como receita própria, inclusive quando o repasse do desconto-padrão à
agência de publicidade for efetivado por meio de veículo de divulgação.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 20. O disposto nesta Lei será aplicado subsidiariamente às
empresas que possuem regulamento próprio de contratação, às licitações já
abertas, aos contratos em fase de execução e aos efeitos pendentes dos
contratos já encerrados na data de sua publicação.
Art. 21. Serão discriminadas em categorias de programação específicas
no projeto e na lei orçamentária anual as dotações orçamentárias destinadas
às despesas com publicidade institucional e com publicidade de utilidade
pública, inclusive quando for produzida ou veiculada por órgão ou entidade
integrante da administração pública.
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.
Brasília, 29 de abril de 2010; 189o da Independência e 122
o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.4.2010