relaÇÃo pÚblico-privado na polÍtica de distribuiÇÃo de...

156
UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIENCIAS HUMANAS - CECH DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL -DCOS RELAÇÃO PÚBLICO-PRIVADO NA POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE VERBA PUBLICITÁRIA DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2011-2014) SÃO CRISTOVÃO/ SERGIPE 2015

Upload: others

Post on 23-Sep-2019

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIENCIAS HUMANAS -

CECH

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL -DCOS

RELAÇÃO PÚBLICO-PRIVADO NA POLÍTICA DE

DISTRIBUIÇÃO DE VERBA PUBLICITÁRIA DA

SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2011-2014)

SÃO CRISTOVÃO/ SERGIPE

2015

UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIENCIAS HUMANAS -

CECH

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL -DCOS

PEDRO ALEXANDRE DE OLIVEIRA SANTOS

RELAÇÃO PÚBLICO-PRIVADO NA POLÍTICA DE

DISTRIBUIÇÃO DE VERBA PUBLICITÁRIA DA

SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2011-2014)

Trabalho monográfico final apresentado ao

Departamento de Comunicação Social,

como requisito para a conclusão do Curso

de Comunicação Social – Habilitação em

Publicidade e Propaganda. Orientador:

Profº Dr. César Bolaño

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Professor(a)

____________________________________________________

Professor(a)

____________________________________________________

Professor(a)

SÃO CRISTOVÃO

novembro, 2015.

AGRADECIMENTOS

Agradecer... De todo processo que envolveu a elaboração deste trabalho, eu acredito que

o momento de agradecimento se apresenta como o mais difícil. Ressalto a dificuldade

não por incapacidade de reconhecer os diferentes atores que participaram desse

processo, ao contrário, a complexidade desse momento se dá exatamente em apontar o

mar de relações que ao longo de minha breve vida, contribuíram para que eu pudesse

avançar mais um passo, em minha breve, porém longa, caminhada. Se por acaso eu

cometer a compreensível injustiça de não citar um “ser”, por favor, considere minha

condição de humano, e mesmo não referendado (a) no presente texto, por favor, lembre-

se de algum dia em que nossos caminhos se entrecruzaram que certamente você se

encontrará aqui.

Primeiramente eu agradeço à dona Wélia. Além de minha mãe, essa mulher é a

materialização da palavra força. Na lista familiar eu incluo meus sobrinhos (as), João

Lucas, Joaquim e Maria Clara, meus afagos em dias mais complicados. As minhas

irmãs Jackeline e Carol, e ao meu pai, senhor Hamilton. Obrigado, vocês são partes de

minha jornada. À minha companheira diária, Sonia Meire, sua paciência, cumplicidade,

inteligência e sabedoria foram cruciais para que juntos nós pudéssemos fechar esse ciclo

de minha vida.

Devo acrescentar ainda meus agradecimentos aos movimentos sociais e organizações

que lutam sistematicamente contra as desigualdades sociais, na perspectiva de

construção de uma sociedade justa, livre da exploração de uma classe sobre a outra e

acima de tudo, livre de racismo, machismo e homofobia. Nesse contexto, meus

agradecimentos vão para os (as) camaradas que construíram e constroem o Coletivo

Resistência Socialista (Alison, Alexis, Cleidinho, Caio, Camila, Breno, Demétrio, Gegê,

Hortência, Johan, Jaciara, Luiz, Matheus, Pel, Pedro Bomba e Sonia), sigamos firmes na

luta! Ao Coletivo Alicerce; ao movimento estudantil, em especial a Executiva Nacional

dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), essa última foi minha grande escola

de formação; ao paciente e dedicado professor Msc. Diego Araújo; ao meu orientador

Dr. César Bolaño, cuja influência em minha formação acadêmica foi bastante decisiva

na escolha do presente estudo, bem como a orientação do presente trabalho.

Para finalizar deixo aqui o registro de gratidão à minha Yálorixá, Mãe Wilma, suas

mãos e sua sensibilidade me apontaram os caminhos construídos pelo Orixá que rege

minha vida, nosso Xangô.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da

República

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Ranking dos Maiores Anunciantes no Primeiro Semestre de 2014.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Participação de cada meio na verba de mídia no Brasil entre 2011 a 2014

(valores constantes em R$).

Tabela 2 – Distribuição da verba de mídia do Governo Federal- administração direta e

indireta- por meio de comunicação 2011 a 2014 (valores constantes em R$).

Tabela 3 – Distribuição da verba de mídia da Secom/PR por meio de comunicação 2011

a 2014 (valores constantes em R$ mil)

Tabela 4- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Matisse

Comunicação de Marketing LTDA – 2011/2012 (valores constantes em R$1.000)

Tabela 5- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Propeg

Comunicação S/A 2011/2015 (valores constantes em R$1.000)

Tabela 6- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Nova S/B

Comunicações Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)

Tabela 7- Total de verba destinada às emissoras de TV pela 141 Soho Square

Comunicação 2011/2013 (valores constantes em R$1.000)

Tabela 8- Total de verba destinada às emissoras de TV pela Leo Brunett Publicidade

Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico1: Evolução dos dados cadastrais de veículos por meio- Midiacad (2003 a 2014)

Gráfico 2: Evolução do investimento em verba de mídia Presidência da República 2011

a 2014 (valores constantes em R$ mil)

Gráfico 3 - Verba de mídia da Presidência da República primeiro e segundo semestre de

cada ano- 2011 a 2014(valores constantes em R$ mil)

Gráfico 4- Percentual de Concentração da Verba de Mídia – Mercado Geral de

Publicidade X SECOM/PR (20111 a 2014)

Gráfico 5– Participação dos cinco veículos na soma verba de mídia da Presidência da

República (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)

Gráfico 6 – Participação dos veículos nas verbas publicitárias da Presidência da

República Por ano (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABAP - Associação Brasileiras de Agências de Publicidade

CCTCI - Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática

CENP - Conselho Executivo de Normas Padrão

DEMID: Departamento de Mídia

FHC - Fernando Henrique Cardoso

FMI - Fundo Monetário Internacional

SECOM/PR- Secretaria de Comunicação da Presidência da República

SGCN - Secretaria de Gestão e Controles e Normas

SCI- Secretaria de Comunicação Integrada

SICOM - do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal

SIREF- Sistema de Disponibilização de Referências

SISAC- Sistema de Controle de Ações de Comunicação

UJ - Unidade Jurisdicionada

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

01

CAPITULO I

REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO PUBLICITÁRIO E DA

PROPAGANDA ESTATAL

2.1 Lei nº 4.680 de 1965- Lei da Propaganda

2.2 Lei nº 8.666 de 1993- Lei de Licitação Geral

2.3Lei nº12.232 de 2010- Lei Licitação e Contratação de Serviços de

Publicidade

03

06

11

CAPITULO II

REARRANJOS DA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA A PARTIR DA CRIAÇÃO DA

SECOM

1.1 Curta história da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da

República durante o governo militar.

1.2 A recriação da Secom/PR

1.3 Organograma da Secretaria de Comunicação Social

1.4Metodologia de Organização dos Planos de Publicidade do Governo

Federal

19

19

21

24

27

CAPITULO III

VERBA PUBLICITÁRIA DESTINADA ÀS EMPRESAS DE

COMUNICAÇÃO

30

CONSIDERAÇÕES FINAIS

50

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

52

ANEXOS

Lei nº xxx

i

ii

RESUMO

A verba publicitária do Estado brasileiro consiste de recursos públicos utilizados para

execução da propaganda institucional de governo, sendo que parte desses recursos, sob

a ótica da verba de mídia, destina-se à compra de espaço publicitário em diferentes

meios de comunicação, de caráter público ou privado. Nesse contexto, definimos como

objeto de estudo da pesquisa monográfica os principais meios de comunicação para os

quais se destinou mais verba de mídia, entre os anos de 2011 a 2014, tendo em vista que

apenas os dados correspondentes a esse período, encontram-se accessíveis ao público no

sítio eletrônico da Secom/PR. O objetivo geral deste trabalhado é o de analisar

criticamente como ocorre o processo de distribuição da verba da Presidência da

República para a compra de espaços publicitários em diferentes meios de comunicação,

sejam eles públicos ou privados. Consideram-se objetivos específicos: discutir os

rearranjos da política de comunicação da Presidência da República com base na

reestruturação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

(Secom/PR); entender a relação público-privado a partir dos marcos regulatórios

balizadores dos serviços de publicidade contratados pelo Estado brasileiro e identificar

entre os veículos, os que mais concentram verba de mídia de origem pública. A

pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem quanti-qualitativa, utilizando-se

de fontes documentais, filiando-se ao referencial teórico-epistemológico da Economia

Política da Comunicação. O estudo trabalha com a hipótese de que o processo de

distribuição da verba publicitária da Presidência da República configura-se como uma

política de comunicação em que o governo, na condição de anunciante, subsidia

empresas privadas de comunicação, o que acaba favorecendo a concentração dos meios.

Palavras–chave: Verba Publicitária; Estado; Mídia Privada; Meios de Comunicação;

Propaganda; Televisão.

INTRODUÇÃO

O investimento publicitário do Governo Federal destinado aos meios de comunicação,

segundo dados dos sítios eletrônicos especializados no assunto, a exemplo do blog do

jornalista Fernando Rodriguez, pesquisas deste cunho restringem-se apenas ao campo

informal, ainda são escassos estudos de cunho científico capazes de apontar sistematicamente

como ocorre o processo de distribuição da verba publicitária do Estado brasileiro para os

veículos de comunicação.

Consideramos ser esse um problema importante no campo da Economia Política da

Comunicação por isso, resolvemos investigar quais meios e veículos de comunicação que

mais recebem verba publicitária da Secretaria de Comunicação do Governo Federal-

Secom/PR.

A grande questão é: de que forma a verba de mídia do Estado brasileiro ajuda a financiar o

sistema brasileiro de televisão?

A nossa hipótese é a de que há uma política pública de comunicação que contribui para o

fortalecimento do mercado oligopólico dos meios de comunicação, a partir da concentração

da verba de mídia em meios e veículos privados.

Além de apontar os elementos que correspondem ao modo como o próprio Estado brasileiro,

através de seus órgãos, distribui recursos públicos para veiculação de suas propagandas

institucionais em diferentes veículos de televisão, o presente trabalho monográfico também

objetiva esclarecer as nuances estabelecidas na relação entre os setores público (Estado) e

privado (agências publicitárias e veículos de comunicação).

Mais especificamente, cabe discutir os rearranjos da política de comunicação da Presidência

da República, com base na reestruturação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência

da República (Secom/PR); entender a relação público-privado a partir dos marcos regulatórios

balizadores dos serviços de publicidade contratados pelo Estado brasileiro, e identificar dentre

os veículos, os que mais se beneficiam da distribuição de verba de mídia do Governo Federal.

2

A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem quanti-qualitativa de perspectiva

crítica utilizando-se de fontes documentais, tendo como referencial teórico-metodológico, a

Economia Política da Comunicação.

Utilizamos como instrumento de pesquisa o estudo documental e bibliográfico, com o

designio de identificar o processo de circulação da verba publicitária do Estado. Houve

dificuldades no levantamento de alguns dados por conta da ausência de transparência no sítio

do Governo Federal e também no da própria Secretaria de Comunicação da Presidência.

Importante explicitar que a escolha do marco temporal (2011 a 2014) ocorreu por conta da

indisponibilidade de dados anteriores ao ano de 2011 no sítio da SECOM/PR.

Os dados correspondentes aos valores investidos apresentavam distorções em seu aspecto

qualitativo, pois não deixavam claro qual o veículo ou meio de comunicação para onde o

recurso se destina. Um exemplo prático das distorções nas informações são os erros

ortográficos presentes nos nomes de alguns veículos de comunicação. Assim, na planilha, às

vezes o nome do Grupo Globo, inicia com a letra G em maiúsculo, de modo que o programa

utilizado para os cálculos identificava não uma, mas duas empresas diferentes. Por conta

disso, foi necessário corrigir manualmente letra por letra, o nome de cada empresa

discriminada na planilha, para evitar qualquer distorção na soma total de verba de mídia

recebida pelas empresas.

Os resultados estão expostos em três capítulos. O primeiro corresponde às leis que

regulamentam a contratação de serviços publicitários por parte do Estado brasileiro, com foco

na Presidência da República, a segunda seção faz um apanhado histórico da própria Secretaria

de Comunicação Social da Presidência da República, Secom/PR, considerando que este é o

órgão responsável por articular a política de comunicação da esfera.

No terceiro capítulo, em primeiro momento, é apresentado os dados que tratam do montante

da verba de mídia do mercado geral brasileiro de publicidade, para depois, identificarmos os

valores pagos Pela Secom/PR aos meios e veículos de comunicação. Considerando os anos

citados, a média anual de gasto geral com publicidade institucional, conforme a Lei

Orçamentária Anual (LOA) é de 255.495.151. Desse montante interessa-nos a parte que é

destinada ao setor privado de radiofusão.

3

CAPITULO I

REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO PUBLICITÁRIO E DA

PROPAGANDA ESTATAL

Este capítulo analisa criticamente os principais aspectos das leis que regulamentam tanto o

mercado publicitário no Brasil, quanto o processo licitatório demandado pelo Estado

brasileiro para contratação de terceiros visando à execução da propaganda estatal, ou

“publicidade institucional”, na nomenclatura oficial. Os dispositivos legais serão expostos na

ordem cronológica conforme as datas de criação destes. A primeira lei nº 4.680 a ser

analisada, foi criada em 1965, denominada “Lei da Propaganda”. A segunda é a “Lei das

Licitações e Contratos da Administração Pública”, nº 8.666, de 1993. Por último,

discutiremos a lei de “Licitações e Contratações de Serviços de Publicidade”, nº 12.232,

aprovada em 2010 pela Presidência da República.

2.1. Lei nº 4.680 de 1965- Lei da Propaganda

Em termos gerais é possível afirmar que o dispositivo da Lei de Propaganda, outorgada em 18

de junho de 1965, foi fruto do modelo de acumulação de capital decorrente da política

econômica estabelecida durante o governo militar, onde, o padrão de acumulação ao se basear

na produção de bens de consumo duráveis e na substituição de importações, delega à

publicidade a tarefa de intensificar e acelerar o consumo dos produtos produzidos. Nesse

período o setor publicitário cresceu notoriamente no Brasil, forçando então o Estado a

regulamentar suas atividades. Para Rocha (2004):

O forte crescimento econômico e a proteção da Lei 4.680 garantiram um

período de prosperidade e desenvolvimento para a publicidade brasileira,

que demarcou melhor suas fronteiras, racionalizou suas práticas,

profissionalizou definitivamente a sua força de trabalho e viu suas verbas

praticamente triplicarem somente no curto intervalo de 1971 a 1976

(ROCHA, 2004, p. 3)

Mais adiante a autora afirma:

A publicidade brasileira assim reforçada vinha atender, numa só tacada, a

uma dupla função: ao mesmo tempo em que acelerava o consumo

individualizado de mercadorias, o transformava em sinônimo de “bem-estar”

e “modernidade”, numa operação típica da ideologia do progresso (ibidem,

p.3).

4

Sobre as condições e os agentes que contribuíram para formulação da lei 4.680, Abreu (2007)

aponta que:

As primeiras normas foram pactuadas entre anunciantes, agências e veículos

antes da legislação regulamentadora de 1965, por iniciativa da Associação

Brasileira de Agências de Propaganda (Abap, atual Associação Brasileiras

de Agências de Publicidade), num momento em que em virtude do processo

de industrialização e urbanização aceleradas e da política de substituição de

importações, tornaram-se complexas as relações de consumo, notadamente

pela massificação da comunicação (ABREU, 2007, p. 176).

As definições do perfil profissional do publicitário, agenciadores e das atividades exercidas

por ambos, localizam-se no capítulo I da lei a partir da seguinte forma:

Art 1º São Publicitários aquêles que, em caráter regular e permanente, exerçam

funções de natureza técnica da especialidade, nas Agências de Propaganda, nos

veículos de divulgação, ou em quaisquer empresas nas quais se produza propaganda.

Art 2º Consideram-se Agenciadores de Propaganda os profissionais que, vinculados

aos veículos da divulgação, a êles encaminhem propaganda por conta e terceiros.

Art 3º A Agência de Propaganda é pessoa jurídica,... VETADO1..., e especializada

na arte e técnica publicitária, que, através de especialistas, estuda, concebe, executa

e distribui propaganda aos veículos de divulgação, por ordem e conta de clientes

anunciantes, com o objetivo de promover a venda de produtos e serviços, difundirem

idéias ou informar o público a respeito de organizações ou instituições colocadas a

serviço dêsse mesmo público.

Art 4º São veículos de divulgação, para os efeitos desta Lei, quaisquer meios de

comunicação visual ou auditiva capazes de transmitir mensagens de propaganda ao

público, desde que reconhecidos pelas entidades e órgãos de classe, assim

considerados as associações civis locais e regionais de propaganda bem como os

sindicatos de publicitários.

Art 5º Compreende-se por propaganda qualquer forma remunerada de difusão de

idéias, mercadorias ou serviços, por parte de um anunciante identificado.

1Antes de ser vetado pelo presidente militar Castello Branco, a redação do Art. 3 assegurava que: “A

Agência de Propaganda é pessoa jurídica, independente de controle financeiro de qualquer anunciante

ou veículo de divulgação (...)”. Segundo o documento encontrado no sítio eletrônico do Planalto

Central, o veto correu porque a expressão “independente de controle financeiro de qualquer anunciante

ou veículo de divulgação”, atribuiria às agência publicitárias organizadas em forma de sociedade, certa

possibilidade de monopólio no mercado, e impediria que qualquer outra empresa que não atuasse no

ramo da publicidade pudesse ser sócia das agências.

5

A criação dos preceitos legais que regem a profissão publicitária ocorreu por conta da

intervenção de entidades e organizações representativas da categoria. Prova disso é que no seu

Art. 17 da lei nº 4.680/65, assegura que:

Art. 17. a atividade publicitária nacional será regida pelos princípios e normas do

Código de Ética dos Profissionais da Propaganda, instituído pelo I Congresso

Brasileiro de Propaganda, realizado em outubro de 1957, na cidade do Rio de

Janeiro (Associação Brasileira de Agências de Publicidade, 2010, p.18).

No Art. 11, do Capítulo IV da mesma lei, que trata do desconto e comissão dada às agências

publicitárias, em seu parágrafo único, impede que seja dado o desconto concedido por

veículos de divulgação à pessoa física ou jurídica que não se enquadre nas determinações

legais referidas nos artigos citados. Segue o texto na íntegra:

Art. 11. A comissão, que constitui a remuneração dos Agenciadores de Propaganda,

bem como o desconto devido às Agências de Propaganda serão fixados pelos

veículos de divulgação sôbre os preços estabelecidos em tabela.

Parágrafo único. Não será concedida nenhuma comissão ou desconto sôbre a

propaganda encaminhada diretamente aos veículos de divulgação por qualquer

pessoa física ou jurídica que não se enquadre na classificação de Agenciador de

Propaganda ou Agências de Propaganda, como definidos na presente Lei.

A lei acaba por expor e fortalecer a interdependência que existe entre o Estado, o mercado

publicitário e o setor televisivo, uma vez que restringiu às agências e agenciadores, a

possibilidade de compra do espaço publicitário nos veículos privados de comunicação com o

desconto mencionado no art. 11.

Por outro lado, lembra BOLAÑO (2004), como partícipe na formação do bolo publicitário, o

próprio Estado, contribui para o desenvolvimento do mercado da publicidade, fortalecendo ao

mesmo tempo o oligopólio das empresas de comunicação, em especial no meio televisivo,

pois, “o âmbito da concorrência entre as emissoras de televisão é a luta pela distribuição de

verba de mídia, pela apropriação de parcelas crescentes do investimento publicitário (2004,

p.54)”.

A aprovação da “Lei da Propaganda” em 1965, é resultado, em última instância da expansão

do mercado alicerçado em setores da Indústria Cultural no Brasil, a exemplo do próprio

6

mercado publicitário e veículos de comunicação. Além disso, o dispositivo legal passou a

estreitar cada vez mais a interdependência entre o Estado e representante do capital privado, a

partir do momento que o próprio Estado torna-se também partícipe dos contratos de mercado

que envolve os setores privados de comunicação supramencionados. Assim, o Estado, “no

capitalismo monopolista, não apenas interfere no próprio conteúdo dos contratos, mas torna-

se ele mesmo parte desses contratos” (BOLAÑO, 2000, p.77).

2.2 Lei nº 8.666 de 1993- Lei de Licitação Geral

A questão da licitação na administração pública no Brasil encontra-se expressa na

Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, inciso XXI, que assegura que toda e qualquer

licitação para execução de obras, serviços, compras e alienações deverá atribuir igualdade de

condições para todos os concorrentes, dos quais se exigirá qualificação técnica e econômica.

De modo mais específico, a lei 8.666/93, de 26 de junho, regulamenta o Art. 37 da

Constituição Federal, a fim de estabelecer regras gerais centradas nos procedimentos

licitatórios e contratuais do Estado brasileiro em todas as esferas. em seu Art. 1º a lei:

(...) estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos

pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e

locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios.

O artigo 22 da mesma lei define as diferentes modalidades de licitação: tomada de preços,

convite, concurso, leilão e concorrência. No campo da publicidade, aplicam-se as

modalidades da concorrência, tomada de preço e convite. No espírito do citado art. 37 da

Constituição Federal, que estabelece exigência única de qualificação econômica e técnica do

licitante, o art.31, § 2º e 3º da lei 8.666/93, diz:

§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e

serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência

de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas

no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação

econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do

contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo

anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação,

devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta,

653 na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

7

Na verdade, por mais que a doutrina da licitação evoque, em seu texto, isonomia e

possibilidades iguais para todos que queiram participar do processo licitatório, estabelece-se

assim uma barreira para empresas menores que não disponham de capital suficiente para

concorrer ao edital, o que favorece naturalmente a concentração.

Um edital de 2011, por exemplo, encontrado no sítio da Secom/PR, sob a égide da

modalidade concorrência, do tipo “melhor técnica”, para prestação de serviços de publicidade

institucional, incluindo planejamento, conceituação, criação, execução interna e externa, além

da distribuição da publicidade aos veículos e demais meios de comunicação, estava orçado em

cento e cinquenta milhões de reais. Com base no valor apresentado no edital, apenas agências

publicitárias que apresentassem o capital mínimo de dois milhões de reais, estariam aptas a

concorrer ao processo licitatório.

O critério de “qualificação técnica”, questão presente no Art. 27 da referida lei, por sua vez,

exige que todos os licitantes que concorrem ao edital para execução da publicidade

institucional do governo, apresentem junto com o projeto, o certificado de reconhecimento, ou

qualificação técnica, emitido pelo Conselho Executivo de Normas Padrão (CENP), órgão

formado por grupos de empresários de diferentes meios e veículos de comunicação.

Fundada em 16 de dezembro de 1998, o CENP é uma entidade de direito privado, constituída

por entidades representativas das empresas de comunicação, como a Associação Brasileira de

Anunciantes, Associação Brasileira de Publicidade, Associação Brasileira de Emissoras de

Rádio e Televisão, Associação Brasileira de TV por Assinatura, Associação Nacional dos

Servidores Efetivos das Agências Reguladoras Federais, Associação Nacional de Jornais,

Central de Outdoor e Federação das Agências de Propaganda. As principais funções da

entidade são: regular as práticas de agentes do mercado publicitário, inclusive os anunciantes,

atribuir a qualificação técnica às agências publicitárias através de certificados e atuar como

fórum permanente de discussão técnico-comercial da publicidade. Apesar de ser um ente

privado, partes dos documentos da CENP, a exemplo das “Normas-Padrão” e certificados de

qualificação, são reconhecidos pela legislação federal brasileira, como no caso da lei em foco.

O §2º do artigo 40, da Lei Geral de Licitações, nº 8.666, estabelece que no momento de

inscrição das empresas para a disputa licitatória, as mesmas possam apresentar um projeto

8

básico (inciso I), além do orçamento do projeto (inciso II). A ausência desses elementos pode

tornar os processos licitatórios ilegais, conforme relata o TCU em seu acórdão nº 2.062/2006:

A constatação de ausência de projeto básico parte da definição estabelecida

no inciso IX do art. 6°, da Lei de Licitações, que o define como “conjunto de

elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para

caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto de

licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos

preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento

do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do

custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução (...)” (Brasil,

Acórdão 2.062/2006, Tribunal de Contas da União, 2006).

O acórdão teve como principal objetivo a consolidação de auditorias de dezesseis órgãos e

entidades da Administração Pública Federal, para verificar a legalidade das licitações e

contratos de prestação de serviços de publicidade. No documento, foi detectado que nas

licitações públicas emitidas pelo Governo Federal, não havia o “Projeto Básico2” e orçamento

detalhado sobre os serviços demandados, conforme estabelece a lei nº 8.666.

Em resposta, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República contra-argumentou,

com base em uma nota técnica de 2007, que as questões levantadas pelo Tribunal de Contas

eram impossíveis de serem atendidas, por entender que a contratação de serviços publicitários

mediados por agências, correspondia à natureza dinâmica do mercado. Segundo a Secom/PR,

a impossibilidade da apresentação de um orçamento previsto, além do projeto, se dava por

conta da imprevisibilidade dos serviços considerados criativos, que vão desde a elaboração da

campanha publicitária até o momento da negociação com diferentes meios e veículos de

comunicação:

A particularidade dos serviços publicitários consiste exatamente no fato de

que se conhece a natureza do objeto, mas não a especificidade de cada ação a

ser realizada. A bem-elaborada intervenção do digno representante do

Ministério Público, no Relatório do Acórdão nº. 2062 reconhece que,

diferentemente do que ocorre na contratação de serviços de engenharia, em

2IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão

adequado, para caracterizar a obra ou serviço, objeto da licitação. Esse documento deve conter

indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica para execução do

projeto, a partir da avaliação total do custo da obra e definição dos métodos e prazo para finalização

dos serviços.

9

publicidade não se pode saber de antemão exatamente qual serviço será

contratado.

É impraticável conhecer em detalhes, por ocasião do lançamento do edital

de licitação, os serviços que serão necessários para a execução, ainda que

seja de apenas uma das ações que vierem a ser implementadas. Por

consequência, a Secretaria-Geral não tem como estabelecer normas que

assegurem que o objeto da contratação especifique “todas as ações

publicitárias a serem executadas no âmbito do contrato”.

Repita-se, portanto, que é absolutamente impossível conhecer todas as ações

que serão desenvolvidas ao longo do contrato, e os seus detalhes somente

poderão ser definidos posteriormente à aprovação da solução criativa e

técnica que for apresentada pela agência de publicidade contratada, não antes

disso (Brasil, Nota Técnica Nº 001/2007, Secretaria –Geral da Presidência da

República/ Subsecretaria de Comunicação Institucional, 2007, p.18).

O que a lei 8.666 considera “projeto básico”, não corresponde ao “briefing”, das agências

publicitárias, que traz como informações básicas, dados de pesquisa mercadológica, público

consumidor da marca ou produto, plano de mídia e orçamento prévio do processo de execução

da campanha publicitária. A diferença entre o Projeto Básico requerido pela lei

supramencionada e o briefing publicitário, é que o segundo só apresenta umas perspectiva de

gastos com base na verba publicitária apresentada pelo anunciante, tendo em vista a natureza

do próprio serviço de publicidade.

Contudo, mesmo após as ponderações realizadas pelo TCU, conforme o Acórdão 2.062 os

projetos básicos anexados nos editais para contratação de serviços publicitários por parte dos

diferentes setores e órgãos do Estado brasileiro, eram apresentados na forma de briefing, sem

utilizar os critérios conforme aponta o inciso IX do Art. 6 da lei nº 8.666.

Outro limite de regulação dos serviços publicitários, detectado na lei nº 8.666, reside na

lacuna em relação à remuneração das agências publicitárias, em especial os incentivos

concedidos por grandes veículos de televisão, a exemplo da Bonificação por Volume,

praticada pelas agências publicitárias e veículos de comunicação durante o contrato de

publicidade com o governo. Para regular os métodos de remuneração das agências antes de

aprovar a lei nº 12.232, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,

utilizava-se da lei 4.680 e do decreto nº 57.690/65, que juntos estabelecem que:

Art. 7o Os serviços de propaganda serão prestados pela Agência mediante

contratação, verbal ou escrita, de honorários e reembolso das despesas

previamente autorizadas, tendo como referência o que estabelecem os itens

3.4 a 3.6, 3.10 e 3.11, e respectivos subitens, das Normas-Padrão da

Atividade Publicitária, editadas pelo CENP - Conselho Executivo das

Normas-Padrão, com as alterações constantes das Atas das Reuniões do

10

Conselho Executivo datadas de 13 de fevereiro, 29 de março e 31 de julho,

todas do ano de 2001, e registradas no Cartório do 1o Ofício de Registro de

Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da cidade de São Paulo,

respectivamente sob no 263447, 263446 e 282131. (Redação dada pelo

Decreto nº 4.563, de 31.12.2002).

No que diz respeito à Bonificação por Volume, ou “BV”, a prática comercial exercida entre as

agências publicitárias e os veículos de comunicação durante o processo de licitação com o

Governo Federal, sempre foi ponto de constante questionamento para o Tribunal de Contas da

União. O Acórdão 2.062 traz em seu texto elementos que expõem as ponderações feitas pelo

TCU contra a Bonificação por Volume. O BV surgiu na década de 60, inicialmente usado

pela Rede Globo, como método de incentivo para que as agências publicitárias investissem

maior volume da verba dos anunciantes no veículo. Na prática a bonificação funcionava da

seguinte forma: quanto mais as agências compravam espaço de anuncio na emissora citada,

maior era a possibilidade das empresas de publicidade receber parte deste recurso em forma

de receita. Para o TCU essa prática abre a possibilidade de influência na escolha das agências

durante a concorrência para licitação.

Pela natureza dessa bonificação, quanto maior o volume contratado de um mesmo

fornecedor, maior o desconto concedido. Ou seja, quanto maior a concentração de

contratações em pequeno número de veículos ou fornecedores, maiores os

benefícios financeiros angariados pela agência. O BV, portanto, tem o potencial de

afetar a escolha das agências, consistindo em mecanismo que as estimula a

concentrarem a publicidade em menor número de veículos [...] [...] Assim, há um potencial conflito associado à concessão do BV, porque, embora

se trate de incentivo financeiro admitido pelo regulamento, sua natureza favorece a

concentração das inserções publicitárias em poucos veículos. Por essa razão, a

sistemática de concessão do BV pode induzir efeitos impróprios, na medida em que

influa no plano de mídia formulado pela agência, que deve observar critérios

técnicos [...] (BRASIL. Acórdão 2.062, Tribunal de Contas da União,

Brasília, 2006).

Vale a pena destacar que a bonificação concedida por veículos de comunicação, com recursos

públicos, foi motivo de denúncias relacionadas ao processo conhecido como “Mensalão”.

Durante o julgamento do caso, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa,

criticou o exercício dessa prática exercida pelo mercado publicitário durante a execução da

licitação que envolveu o Banco do Brasil e algumas agências publicitárias.

(...) Em relação à primeira imputação de peculato, concernente a suposto desvio de

bônus de volume, o relator referiu-se, inicialmente, a trecho do contrato de

publicidade entre a DNA Propaganda — controlada por Marcos Valério, Cristiano

Paz e Ramon Hollerbach — e o Banco do Brasil - BB, assinado pelo acusado

Henrique Pizzolato — então Diretor de Marketing do BB —, no qual estabelecido o

11

dever de transferência ao banco de todas as vantagens obtidas nas contratações de

serviços de terceiros. Depreendeu que, até mesmo na admissão de serviços de mídia,

o BB seria o titular dos créditos eventualmente concedidos por veículos de

divulgação. O contrato assim teria fixado porque não seria a agência quem

negociaria com o veículo de divulgação, mas sim o próprio BB, diretamente.

Mencionou que a DNA Propaganda não teria jus à remuneração a título de bônus de

volume porque caberia ao próprio banco negociar a compra do serviço de

veiculação, unindo-se a outros parceiros para obter melhores preços. Além disso,

constaria informação técnica no sentido de que o exame fora “taxativo na

verificação de que todas as cobranças dos referidos Bônus de Volume - BV

deveriam ter sido restituídas pela DNA Propaganda Ltda. ao Banco do Brasil, por

força contratual” (BRASIL, STF, 2012).

A partir dos apontamentos feitos pelo TCU no Acórdão 2.062/2006, identifica-se que há uma

insuficiência no que diz respeito ao controle na regulamentação das licitações dos serviços

publicitários contratados pelo Governo Federal, conforme previsto na lei nº 8.666. Por outro

lado, o próprio mercado publicitário passou a pressionar Estado para que repensasse um

conjunto normativo capaz de regulamentar as licitações específicas dos serviços publicitários,

sobretudo, as práticas exercidas pelo setor.

2.3- Lei nº12. 232 de 2010- Lei Licitação e Contratação de Serviços de Publicidade

De acordo com os dados levantados, observar-se que a Lei de Licitação Geral, nº 8.666/93,

apresenta limitações no que diz respeito a regulamentação do serviço de publicidade devido a

peculiaridade dessa atividade. Assim, para atender especificamente as relações contratuais de

publicidade estabelecidas entre a Secom/PR e demais membros do Governo Federal com o

mercado publicitário, foi aprovada a lei de Licitação e Contratação de Serviços de

Publicidade, nº 12.232, em 2010, válida para todo o território nacional.

Os principais pontos de regulação presentes no novo dispositivo atenderam demandas

históricas do setor publicitário, como: a) institucionalização do CENP como órgão

certificador dos serviços de publicidade, b) adoção obrigatória de licitações públicas com base

no modelo “melhor técnica” ou “técnica e preço”, c) reconhecimento do modelo brasileiro de

agência publicitária no caráter “full service”3, d) resguardo da identidade dos concorrentes

durante o processo de disputa da licitação, e) instauração de uma comissão julgadora das

propostas apresentadas pelas agências, e por último, no entanto o mais importante, e) a

3 São as agências que atuam em todas as áreas de publicidade, incluindo as atividades planejamento,

pesquisa, conceituação e execução correspondentes ao plano de comunicação.

12

legalização da BV, prática comercial estabelecida entre as agências publicitárias e veículos de

comunicação desde a década de 60.

A articulação entre representantes do mercado publicitário, de radiofusão, do Fórum

Permanente da Indústria da Comunicação (Forcom) e setores políticos com atuação no

Estado, impulsionou durante o IV Congresso Brasileiro de Publicidade, a criação da Frente

Parlamentar de Comunicação Social. Composta por noventa e oito deputados federais, trinta e

oito senadores e dezessete partidos políticos4, a Frente Parlamentar, em parceria com

Secom/PR cumpriu papel fundamental para elaboração e aprovação da Lei 12.232/2010.

A lei é fruto de um trabalho articulado de união de todos os pares da

indústria da comunicação com os representantes dos Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário. A lei fortalece as instituições do nosso setor, reunidas

no âmbito do CENP, a ABA, que congrega os anunciantes, a ABAP e a

Fenapro, que representam as agências, e todas as entidades que representam

os veículos. É importante reconhecermos o papel do Legislativo,

homenageando todos seus deputados e senadores nas pessoas dos deputados

Milton Monti, que comanda a Frente Parlamentar da Comunicação Social, e

José Eduardo Cardozo, que apresentou o projeto de lei. É fundamental,

também, cumprimentar toda a equipe do Executivo, especialmente da

Secom, nas pessoas do secretário Ottoni Fernandes Jr., e do ministro

Franklin Martins (LARA, 2010, p 50) 5.

Em entrevista dada ao sítio eletrônico da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal José

Eduardo Cardoso afirma:

Da forma como a legislação tratava as licitações de publicidade, havia

válvulas abertas para situações de improbidade. Essas situações, muitas

vezes, eram imputadas ao mercado publicitário. Em certos casos, de maneira

injusta, porque não poucas vezes a agência de publicidade era mais vítima de

um processo – especialmente na execução dos projetos – do que autora de

delitos. Em outros casos, era autora também. Mas, de fato, havia imputação

indevida. O projeto surge para tentar fechar essas válvulas, definindo regras

para a condução de licitações de publicidade e para a execução de projetos

nessa área. Depois de ouvir o mercado, os especialistas e o governo, a

proposta procurou chegar a um modelo saudável de licitação e a garantias

institucionais de que os contratos serão bem executados. É claro que não

existe lei que imunize a prática da improbidade, mas foi possível combater

essas possibilidades(BRASIL, 2010).

4 OS nomes dos deputados federais e senadores que participaram da Frente Parlamentar de

Comunicação Social encontram-se no sítio eletrônico da Câmara Federal.

http://www.camara.gov.br/internet/deputado/Frente_Parlamentar/466.asp. 5 Revista nº 23 do Conselho Executivo de Normas Padrão Publicitária. Título: Entidades Fundadoras

Comentam Significado e Importância da Nova Lei. P em Revista.

13

A lei nº 12.232/10 concedeu ao setor privado, total legitimidade de exercer nas licitações

públicas suas práticas de mercado. Nos termos da nova lei, em seu Art. 18, a Bonificação de

Volume, aparece de forma implícita sob um conceito guarda-chuva de “planos de incentivo”,

cuja bonificação torna-se facultativa aos veículos de comunicação e agências publicitárias.

Contudo, é importante destacar que as negociações estabelecidas entre agências e veículos na

forma de “planos de incentivo” são acompanhadas pelos órgãos demandadores da licitação,

conforme descrito no artigo 15.

Art. 15. Os custos e as despesas de veiculação apresentados ao contratante

para pagamento deverão ser acompanhados da demonstração do valor devido

ao veículo, de sua tabela de preços, da descrição dos descontos negociados e

dos pedidos de inserção correspondentes, bem como de relatório de

checagem de veiculação, a cargo de empresa independente, sempre que

possível (BRASIL Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010).

Em nota, o Sindicato das Agências de Propaganda de Santa Catarina (Sinapro), ressaltou a

importância de a Câmara Federal ter aprovado a lei nº 12.232/2010, em especial o ponto que

toca a questão da Bonificação de Volume:

A nova lei legitima a Bonificação de Volume-BV. Este aspecto da

remuneração das Agências de Publicidade tem sido, nos últimos anos, alvo

de inúmeros ataques por parte de jornalistas, e de políticos. Até o Tribunal

de Contas da União acabou analisando e arbitrando sobre um assunto que

pertence exclusivamente ao setor privado da economia (...)

E esse procedimento está claramente estabelecido nas Normas-Padrão da

Atividade Publicitária, não cabendo, portanto, nenhuma dúvida sobre a sua

legalidade na medida em que essas normas foram incorporadas ao sistema

legal que rege a Publicidade através de Decreto 4.563 de 31.12.2002

(Sindicato das Agências de Propaganda. Santa Catarina, 2010. p. 2).

Para membros do Supremo Tribunal Federal, a exemplo do ex-ministro Carlos Ayres Britto, a

prática aprovada na lei representou uma afronta à Constituição Federal. Em 2012, no décimo

sétimo dia de julgamento do chamado “Mensalão”, que envolveu agências publicitárias que

tinham contratos com o Governo Federal, o jurista deixou claro seu posicionamento sobre a

lei 12.232/10:

Essa lei foi maquinadamente redigida, feita sob medida, para coeditar a situação

desses atos que estamos a falar neste processo. É um atentado descabido e

14

veemente escancarado ao artigo 5º da Constituição, que fala sobre o ato jurídico

perfeito. o direito adquirido e a coisa julgada (BRITTO, Ayres. Julgamento do

Mensalão. Portal de Notícias G1, Rio de Janeiro, 2012)

Em matéria veiculada no sítio eletrônico do Jornal Estadão, o então ministro Ayres Britto,

teceu seu comentário sobre o conflito de interesses políticos que alicerçaram o processo de

legalização da Bonificação de Volume:

(...) a emenda introduzida na lei 12.232/2010, que regula a contratação de

serviços de publicidade, por órgãos públicos, na qual está baseada a

argumentação de defesa dos acusados de se terem apropriado indevidamente,

em contrato com o Banco do Brasil, chamada “bonificação de volume”, foi

“preparada intencionalmente, maquinadamente” em benefício dos acusados

da Ação Penal 470, constituindo-se em “atentado veemente, desabrido e

escancarado” ao preceito constitucional segundo o qual “a lei não

prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”

(BRITTO, 2012)6

Antes de ser criticada pelo ex-ministro do STF, a concessão da Bonificação também foi alvo

de denúncias feitas pelo Tribunal de Contas da União, onde o órgão entendeu que as

remunerações conforme a bonificação poderia influenciar no processo de escolhas das

empresas concorrentes às licitações públicas demandadas pelo Governo Federal:

Assim, há um potencial conflito associado à concessão do BV, porque,

embora se trate de incentivo financeiro admitido pelo regulamento, sua

natureza favorece a concentração das inserções publicitárias em poucos

veículos. Por essa razão, a sistemática de concessão do BV pode induzir

efeitos impróprios, na medida em que influa no plano de mídia formulado

pela agência, que deve observar critérios técnicos. (BRASIL, TCU. Acórdão

nº 270, 2007).

Nesse contexto, com admissão do exercício da Bonificação de Volume no âmbito das

licitações públicas, conforme o Art. 18 da lei nº 12.232/10, além de aderir às práticas típicas

de direito privado correntes no mercado publicitário, a lei acaba contribuindo para

concentração de verba nas empresas de comunicação, tendo em vista que o sistema de

remuneração supradito cria uma relação de fidelidade entre as agências publicitárias e os

veículos de comunicação. Lassance (2015) afirma que tá nas mãos das agências, o poder de

escolher em quais emissoras serão veiculadas as propagandas institucionais do Governo

6 Pronunciamento do ex-ministro Carlos Ayres Brittos. Matéria: “O STF Aperta o Cerco. Estadão Opinião, São

Paulo, 01 de set. 2012.

15

Federal, tendo em vista que as empresas de publicidade se pautam pela lógica da BV

ofertadas por grandes representantes de emissoras privadas.

.

Outro ponto que chama atenção na nova lei é que a mesma, em seu Art. 2, reforça ainda mais

o caráter de “anunciante privado” exercido pelo Estado, no momento em que as ações de

propaganda institucional são definidas sob o conceito guarda-chuva de publicidade:

Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o conjunto de

atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o

estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a

execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa

e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de

divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços

de qualquer natureza, difundir ideias ou informar o público em geral

(Brasil. Lei 12.232, de 29 de abril de 2010)

Dois aspectos chamam a atenção neste artigo. Primeiro, tomemos como referência o caderno

de Normas-Padrão da Atividade Publicitária elaborado pelo CENP, (entidade de caráter

privado). No item 1.1, o documento, referência ao art.2 da lei 12.232:

1.1 Publicidade ou Propaganda: é, nos termos do art. 2º do Dec. nº

57.690/66, qualquer forma remunerada de difusão de idéias, mercadorias,

produtos ou serviços por parte de um anunciante identificado (Normas-

Padrão da Atividade Publicitária. São Paulo, 1998. Disponível em

http://www.cenp.com.br/PDF/NomasPadrao/Normas_Padrao_Portugues.pdf.

Acesso em 30 out. 2015)

Ressalta-se que concepção de serviço publicitário definido pelo CENP, é um conceito relativo

às relações de mercado estabelecidas entre agências de publicidade e diferentes setores do

capital privado. Neste caso, o Estado, na condição de anunciante privado, utiliza-se dos

mesmos termos para articular sua política de comunicação.

Nesse contexto, a definição da política de comunicação do Governo Federal a partir de um

conceito generalista de publicidade, restritamente mercadológico, fortalece a relação entre o

setor público, tanto com o mercado de publicidade, como com empresários da indústria

brasileira de comunicação.

16

Segundo, no que diz respeito ao processo de participação das agências publicitárias na disputa

licitatória, o art. 4º, da lei nº 12.232, aponta a obrigatoriedade dos participantes atenderem às

normas presentes na Lei da Propaganda- nº 4.680/65-. Outro ponto fundamental, presente no

§ 1º do artigo mencionado, é a questão da obrigatoriedade de certificação técnica de serviço

emitida pelo CENP, como condição primordial de habilitação das agências publicitárias para

participação nos editais:

§ 1o O certificado de qualificação técnica de funcionamento previsto

no caput deste artigo poderá ser obtido perante o Conselho Executivo das

Normas-Padrão - CENP, entidade sem fins lucrativos, integrado e gerido por

entidades nacionais que representam veículos, anunciantes e agências, ou por

entidade equivalente, legalmente reconhecida como fiscalizadora e

certificadora das condições técnicas de agências de propaganda.

Destaca-se que mesmo antes de se aprovar a obrigatoriedade da qualificação técnica como

medida de habilitação, com base na lei nº 12.232, o Tribunal de Contas da União, através do

Acórdão nº 2.062, chamava atenção dos órgãos públicos sobre a necessidade das agências

publicitárias já apresentarem o certificado de qualificação técnica de funcionamento emitido

exclusivamente pelo CENP.

9.2.1.5. Para a qualificação técnica, em adição aos atestados emitidos por

pessoas jurídicas de direito público ou privado que atestem a qualidade

técnico-operacional dos serviços, passe a exigir também o Certificado de

Qualificação Técnica expedido pelo CENP, conforme Normas-Padrão da

Atividade Publicitária (BRASIL, TCU, Acórdão n.º 2.062/2006 – Plenário).

A partir dessa lógica, como vimos, atribui-se ao Conselho Executivo das Normas-Padrão,

papel de agente público, tendo em vista que o órgão, através das certificações emitidas,

delimita indiretamente quais empresas estão aptas a participar dos editais públicos. Segundo

Ribeiro (2013), embora tais entidades privadas não possuam vínculos com o Estado, eles

detêm, pela de sua credibilidade no mercado, a capacidade de editar normas e padrões de

atividades, que por sua vez são legitimadas pelo próprio Estado.

Nota-se que, na lei nº 8.666, em seu art. 27, que discorre sobre a questão das condições de

habilitação das empresas para disputa de licitações, a questão da certificação não se apresenta

como exigência para fins de habilitação, mas de pontuação.

Tratando dos tipos de licitação, o art. 5º da lei nº 12.232 faz referência aos art. nº 22 e 45º da

lei 8.666, estabelecendo como modalidades os critérios da concorrência, tomada de preço,

17

convite, concurso e leilão. O critério de seleção das agências publicitárias participantes da

disputa licitatória seguem obrigatoriamente as licitações dos tipos “melhor técnica” ou

“técnica e preço”. Outro detalhe inerente às modalidades de licitação para serviços

publicitários previstos na nova lei, é que a matéria recusa a adoção da modalidade conhecida

como pregão eletrônico, uma vez que essa se vale do critério “menor preço” para suas

escolhas.

Ao comentar sobre as modalidades de “melhor técnica” ou “melhor técnica e preço”,

presentes tanto nas leis nº 12.232 como a nº 8.666, Marçal Justen Filho diz:

Totalmente distinta é a situação em licitação de melhor técnica ou de técnica

e preço. Em tais hipóteses, a melhor qualidade técnica da proposta se

refletirá em pontuação mais elevada. Logo, quanto melhor a qualidade

técnica, tanto mais provável será a vitória da proposta. A classificação final

será obtida através de uma ponderação da nota técnica e da nota atinente ao

preço.

Em termos práticos, isso significa que uma licitação de técnica e preço

propiciará vantagens às propostas de maior qualidade técnica. A elevação da

qualidade refletirá na elevação da nota correspondente, o que elevará a

média geral e ampliará a perspectiva de vitória. (JUSTEN FILHO, 2008,

pág. 8/9)

Para avaliação das propostas técnicas encaminhadas por agências publicitárias no processo de

seleção, no § 2º do art. 10, a nova lei estabelece que o julgamento seja realizado por uma

comissão específica denominada “subcomissão técnica”, formada por profissionais da área de

comunicação, que atuam no campo da publicidade, sendo que 1/3 dessa comissão não pode

ter qualquer tipo de vínculo com os órgãos administrativos autores do edital. A seleção

desses integrantes se dá através de sorteio em sessão pública.

Sobre a compra de espaço publicitário nos meios de comunicação, o Art. 15. da lei nº 12.232

obriga que as agências apresentem, através de documento detalhado, ao Governo Federal,

todos os custos e despesas que envolvem o procedimento da compra de espaço

publicitário/tempo nos veículos de comunicação. Com base neste artigo, é correto afirmar

que a Secom/PR e demais órgãos da administração direta e indireta do governo federal, têm

total conhecimento dos seus investimentos realizados nos diversos meios de comunicação

através da verba de mídia.

18

Ao mesmo tempo em que a lei nº 12.123, serviu para regulamentar as ações contratuais e

licitatórias dos serviços de propaganda institucional nas diferentes esferas políticas do Estado,

a mesma também atendeu os interesses empresariais a partir do momento em que reconheceu

o Conselho Executivo das Normas-Padrão como órgão fiscalizador e regulador dos serviços

de publicidade, também a legalização da Bonificação de Volume nas licitações públicas.

Tanto é que no mesmo ano de aprovação da lei, em 2010, o CENP lançou uma revista

especial ressaltando a importância da regulamentação das questões mencionadas7.

Na realidade, o discurso crítico à inadequação da execução de editais para serviços de

publicidade do governo federal, com base na antiga lei nº 8.666, e, os argumentos utilizados

para fundamentar a necessidade da lei nº 12.232, acaba por desviar a questão de fundo que se

expressa em torno reconhecimento estatal, de uma prática exercida historicamente entre

setores privados do mercado publicitário e de televisão.

A discussão em torno da lei nº 12.232, requer maior aprofundamento. O papel do presente

trabalho foi apenas levantar os pontos considerados mais importantes do dispositivo, e

explicitar como na prática esta se materializa, bem como as contradições existentes quando se

trata da relação entre o interesse público e privado8.

7 Na edição especial para consulta da lei nº 12.232, o conselho ressalta os ganhos obtidos a partir da aprovação

da lei, onde se destaca os pontos da Bonificação por Volume e reconhecimento pelo Estado do CENP como órgão fiscalizador e regulador dos serviços de publicidade. CENP em Revista, ano 6, nº 23º, p.40, 2010. 8 Para domínio maior do texto da Lei de Licitação e Contratação de Serviços de Publicidade,

recomenda-se obras sobre o tema a exemplo da obra A Publicidade na Administração Pública

(2012), de Oscar Kita.

19

CAPÍTULO II

REARRANJOS DA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DA PRESIDÊNCIA

DA REPÚBLICA A PARTIR DA CRIAÇÃO DA SECOM

1.1 Curta história da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da

República durante o governo militar.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR) tem papel

fundamental na articulação do Plano Anual de Comunicação dos diferentes setores do

Governo Federal, principalmente no conjunto de ações publicitárias, que constitui, em última

instância, uma política de comunicação que envolve diferentes nichos do mercado das

comunicações, a exemplo de empresas de televisão e agências publicitárias.

A Secom/PR foi criada pela Lei 6.650, de 1979, durante o governo do General João

Figueiredo. As funções atribuídas ao órgão eram definidas em seu Art. 2º, nos seguintes

termos:

Art. 2º - Constituem a área de competência da Secretaria de Comunicação Social -

SECOM os seguintes assuntos: I - política de Comunicação Social; II - divulgação de atividades e realizações governamentais;

Além de permitir com que o governo militar tivesse controle maior sobre as ações de

comunicação do Estado, a lei supramencionada inferiu algumas transformações no âmbito da

comunicação presidencial no momento em que deslocou a Empresa Brasileira de

Comunicação S.A (Radiobrás) para a Secom/PR, e, no mesmo momento a transformou na

Empresa Brasileira de Notícia. A nova empresa foi amparada na Lei 6.650/79, que em seu Art

6º, §1º, tornou-se responsável pela distribuição da propaganda legal dos órgãos e entidades da

Administração Pública Federal. Ainda no mesmo Art. 6º, § 2º, a lei atribui à empresa o status

de agência publicitária conforme o seguinte texto:

§ 2º - Exclusivamente para os fins previstos no parágrafo anterior, fica a Empresa

Brasileira de Notícias equiparada às agências ou aos agenciadores a que se referem

a Lei nº 4.680, de 18 de junho de 1965, e o Decreto nº 57.690, de 1º de fevereiro de

1966.

20

Logo após sua posse na Presidência da República, João Figueiredo criou a Secretaria de

Comunicação Social, a fim de centralizar as políticas de comunicação, principalmente as

ações de propaganda do Governo Federal, dando então um caráter mais técnico a essas ações

Jahr Garcia (2005, p.11/111). Se nos governos anteriores as atividades de comunicação

ficavam sob orientação de militares sem qualquer experiência técnica na área, agora a

responsabilidade de formulação da política de comunicação do governo estava nas mãos Said

Farhat, jornalista e publicitário.

Contudo, apenas com um ano de criação, em 18 de dezembro de 1980, a Secretaria de

Comunicação Social da Presidência da República foi extinta. Suas atividades foram

deslocadas para o Gabinete Civil da Presidência da República, por intermédio do Decreto nº

85.550, que determinava:

Art 1º - Fica extinta a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da

República (SECOM).

Parágrafo único. A competência do órgão de que trata este artigo será exercida pelo

Gabinete Civil da Presidência da República.

Art 2º - Compete à diretoria Administrativa da Presidência da República a gestão

dos recursos a que se refere o artigo 1º do Decreto-lei nº 1.823, de 18 de dezembro

de 1980.

Art 3º - Fica Extinto o cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria de

Comunicação Social da Presidência da República.

Art 4º - Serão extintos em 1º de janeiro de 1981, os cargos de Secretário-Geral,

Inspetor-Geral de Finanças, chefe de Gabinete e consultor Jurídico da SECOM.

Parágrafo único. Até que se dê nova organização às atividades de comunicação

social do Poder Executivo, ficam mantidos os demais cargos, empregos e funções da

extinta SECOM.

Art 5º - A Empresa Brasileira de Radiodifusão – RADIOBRÁS, para efeito da

supervisão de que trata o Título IV do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967,

passa a ser vinculada ao Ministério das Comunicações, sem prejuízo dos objetivos a

que se refere o artigo 4º, item I, da Lei nº 6.650, de 23 de maio de 1979.

Art 6º - A Empresa Brasileira de Notícias, para efeito da supervisão de que trata o

Título IV do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, passa a ser vinculada ao

Gabinete Civil da Presidência da República.

Com a comunicação da Presidência da República sob a coordenação do Ministério da Casa

Civil, ficava esta a mercê da própria Radiobrás9 que, por sua vez, estabelecia os contratos

publicitários da Presidência. Os demais órgãos ligados ao Governo Federal, da administração

direta e indireta, ficaram responsáveis por suas próprias ações de comunicação.

9Considerando que a antiga Radiobrás foi transformada na Empresa Brasileira de Comunicação, EBC,

não foi possível encontrar disponível no sítio da empresa, exemplos de contratos publicitários do

período. Tentou-se, por duas vezes, contato com a EBC, porém a mesma não nos deu retorno até o

prazo de finalização dessa pesquisa.

21

Diferentes decretos e leis foram elaborados no período de vinte e quatro anos, entre 1979, e

2003, que provocaram mudanças na estruturação dos órgãos responsáveis pela comunicação

da Presidência da República e demais esferas que compõem o Governo Federal10

. A ausência

de documentos inviabiliza o conhecimento das negociações e valores referentes à compra de

espaço publicitário entre a instituição estatal e as empresas privadas de comunicação nesse

período.

1.2 A recriação da Secom/PR

Durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência (2003-2007), a

Secom/PR foi recriada, através da Lei nº 10.683/03, para atender de forma direta e indireta ao

Governo Federal e demais órgãos do Poder Executivo no desempenho de suas atribuições a

partir dos seguintes elementos:

Formulação e implementação da política de comunicação e divulgação do Governo;

Implantação de programas informativos;

Organização e desenvolvimento de sistema de informação e pesquisa de opinião

pública;

Coordenação da comunicação interministerial e das ações de informação e difusão das

políticas públicas de governo;

Coordenação, normatização, supervisão e controle da publicidade e de patrocínio dos

integrantes do Poder Executivo Federal.

Convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão;

Coordenação e consolidação da implantação do sistema brasileiro de televisão pública.

Em 2007, já no segundo Governo Lula (2008-2011), ocorreu uma nova reorganização, tanto

na Presidência da República quanto nos Ministérios, com base na Lei nº 11.497/07, atribuindo

novas funções à Secretaria de Comunicação, a exemplo das ações de publicidade. Em seu Art.

2-B, a nova lei estabelece:

10

Para conhecimento dos documentos oficiais que definem os diferentes órgãos que teriam a

responsabilidade pela comunicação do Governo Federal acesse o sítio da Biblioteca da Presidência da

República: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ministerios/orgaos-da-pr/secretaria-de-

comunicacao-social.

22

Art. 2o-B. À Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

compete assistir direta e imediatamente ao Presidente da República no desempenho

de suas atribuições, especialmente:

I - na formulação e implementação da política de comunicação e divulgação social

do Governo;

II - na implantação de programas informativos;

III - na organização e desenvolvimento de sistemas de informação e pesquisa de

opinião pública;

IV - na coordenação da comunicação interministerial e das ações de informação e

difusão das políticas de governo;

V - na coordenação, normatização, supervisão e controle da publicidade e de

patrocínios dos órgãos e das entidades da administração pública federal, direta e

indireta, e de sociedades sob controle da União;

VI - na convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão; e

VII - na coordenação e consolidação da implantação do sistema brasileiro de

televisão pública.

O novo dispositivo regimental concedeu mais uma vez à Secom/PR, as funções de controle

total da publicidade oficial do Governo Federal. A Secretaria torna-se então, responsável pelo

controle da verba publicitária, contratação de agências de publicidade e acompanhamento do

processo de negociação entre as agências e os veículos de comunicação.

É oportuno relembrar que a secretaria foi reestruturada no momento do debate em torno da

criação de um novo marco regulatório da comunicação no país e do sistema brasileiro de TV

digital, envolvendo movimentos sociais, representantes do Estado e proprietários de meios de

comunicação. De acordo com César Bolaño e Valério Brittos:

O debate em torno das políticas de comunicação no Brasil em 2007 culminou em 2

de dezembro, com o lançamento simultâneo da TV digital, em São Paulo

inicialmente, e de uma televisão pública ligada ao governo federal, que representa a

culminância de um debate iniciado com o 1º Fórum Nacional de TVs Públicas,

convocado pelo Ministério da Cultura e realizado no mesmo ano. No entanto, como

é habitual no país, isso ocorreu sem que houvesse um debate verdadeiro, pois as

indústrias culturais, agentes diretamente atingidos pela medida, atuaram em favor de

seus próprios interesses, não esclarecendo devidamente a população sobre a

proposta governamental, o papel de uma TV pública e como tem se processado a

experiência internacional (BOLAÑO, 2008, p.2).

Com novo caráter regimental, a Secom/PR tornou-se responsável pela comunicação do

Governo Federal, superintendendo então um sistema que interliga as demais assessorias de

comunicação dos ministérios, demais empresas públicas, dentre outras entidades do Poder

Executivo Federal.

No campo da propaganda, a Instrução Normativa nº 5 de 2011, define as ações de

comunicação do Poder Executivo da seguinte forma:

23

V – Publicidade: ação de comunicação que se classifica em:

a) Publicidade de Utilidade Pública: a que se destina a divulgar direitos, produtos e

serviços colocados à disposição dos cidadãos, com o objetivo de informar, educar,

orientar, mobilizar, prevenir ou alertar a população para adotar comportamentos que

lhe tragam benefícios individuais ou coletivos e que melhorem a sua qualidade de

vida.

b) Publicidade Institucional: a que se destina a divulgar atos, ações, programas,

obras, serviços, campanhas, metas e resultados dos órgãos e entidades do Poder

Executivo Federal, com o objetivo de atender ao princípio da publicidade, de

valorizar e fortalecer as instituições públicas, de estimular a participação da

sociedade no debate, no controle e na formulação de políticas públicas e de

promover o Brasil no exterior.

c) Publicidade Mercadológica: a que se destina a lançar, modificar, reposicionar ou

promover produtos e serviços de órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que

atuem em relação de concorrência no mercado.

d) Publicidade Legal: a que se destina a dar conhecimento de balanços, atas, editais,

decisões, avisos e de outras informações dos órgãos e entidades do Poder Executivo

Federal, com o objetivo de atender a prescrições legais.

Conforme os termos da instrução normativa citada anteriormente, a comunicação estatal do

tipo “Publicidade Institucional”, seja a da Presidência da República, seja a de todo Poder

Executivo Federal, torna-se de total responsabilidade da Secom/PR.

Na perspectiva de tornar públicas as ações do governo, misturam-se aí, portanto, sob um

conceito guarda-chuva de publicidade, diferentes formas de comunicação. Assim o que se

denomina “Publicidade Institucional” no dispositivo legal, é na verdade, propaganda estatal,

conforme a definição de Bolaño (2015)

(...) a propaganda estatal (ou governamental) serve-se dos circuitos mais amplos,

destinados a atingir o público mais indiferenciado (o que evidentemente não elimina

o fato de este atuar também em circuitos mais restritos, dirigindo-se a determinados

grupos de formadores de opinião), ao passo que os circuitos da publicidade

dependem das estratégias competitivas de cada capital individual, o que significa

que, no agregado, é preciso manter o maior número possível de circuitos de

abrangência variada para que cada capital possa tomar a sua decisão estratégica num

momento dado (BOLAÑO, 2000, p. 55).

Mais adiante, o autor mostra como os mecanismos da publicidade acabaram por se sobrepor

aos da propaganda:

Na verdade, a publicidade não apenas se confunde com a não propaganda, mas

sobrepõe-se a ela constituindo, por meio da “cultura integracionista” dos meios de

comunicação de massa, uma alternativa, um “equivalente funcional da formação das

ideologias” nas sociedades tardo-capitalistas para as quais vale a ideia de

“pacificação do conflito de classes” (BOLAÑO, 2000, p. 88).

Essa confusão sobre posição ocorre também no texto da Instrução Normativa nº 5, em que

todas as ações de propaganda estatal correspondem às ações de publicidade. Aliás, em todos

24

os dispositivos legais, dentre outros tipos de documentos oficiais que regem as atividades

mencionadas, a “publicidade”, é o conceito guarda-chuva para definir todas as ações de

propaganda demandadas pela Secom/PR.

1.3 Organograma da Secretaria de Comunicação Social

A atual organização da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República foi

aprovada durante o segundo mandato do governo Lula, em 2007, a partir da Lei nº 11. 497,

onde a unidade jurisdicionada, na condição de ministério, definiu seu organograma um ano

após, com base na aprovação do Decreto nº 6.377, conforme apresenta a figura 1:

Figura 1: Organograma da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da

República

Fonte: Sítio Eletrônico da Secom/PR

Quatro repartições são centrais no que concerne à efetivação das ações licitatórias de

propaganda oriundas de todo o Governo Federal: Secretaria de Gestão, Controles e Normas

(SGCN), Secretaria de Comunicação Integrada (SCI), Departamento de Mídia (DEMID) e a

Coordenação Geral de Custo de Produção Publicitária (CGCPP)11

.

11

A descrição funcional de cada setor que compõe a Secom está disponível no sítio eletrônico da

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. (www.secom.gov.br);

25

a) SGCN: a secretaria é responsável por elaborar propostas orçamentárias de ações que serão

executadas pela Secom/PR e modificações na Lei Orçamentária Anual. Tal atividade é

exercida em parceria com a SCI e com a Casa Civil da Presidência da República. Também

compete à unidade efetuar instruções e normas capazes de orientar os demais órgãos da

administração direta e indireta, integrantes do Sistema de Comunicação de Governo do Poder

Executivo Federal (Sicom)12

. Ainda compete ao setor aprovar os editais e processos

licitatórios dos serviços de publicidade prestados por agências; dar referências aos integrantes

da Sicom sobre preços de serviços publicitários vigentes no mercado; monitorar as

contratações de serviços ou qualquer outro tipo de ação de comunicação demandada pela

própria Secom; encaminhar as ações de interesse da Secretaria aos órgãos que prestam

assistência jurídica à Presidência da República ou Advocacia-Geral da União; encaminhar

balanço sobre as ações licitatórias no momento em que for solicitado pelo Tribunal de Contas

da União.

b) SCI: concentra os planos de ações publicitárias submetidas à Secom/PR por parte dos

órgãos do Poder Executivo Federal. Também é responsável por coordenar os parâmetros de

preço durante as negociações na compra de espaço publicitário nos meios de comunicação,

levando em consideração os preços de mercado praticados entre os veículos de comunicação,

com base na projeção do Índice Geral de Preços do Mercado- IGP-M.

c) DEMID: media o diálogo entre o governo, as agências publicitárias e os veículos de

comunicação no processo de compra dos espaços publicitários. Para veiculação da

propaganda institucional do governo, as agências publicitárias devem buscar junto ao DEMID

a autorização de publicação.

d) CGCPP: responsável pela avaliação geral dos custos envolvidos na execução do plano de

publicidade da Presidência da República, podendo a coordenação geral especular junto às

agências publicitárias preços menores de mercado para execução dos planos de publicidade

vinculados à SCI.

12

Sistema eletrônico responsável por organizar informações das ações de publicidade do Poder

Executivo Federal, sendo a Secom/PR, controladora desse sistema.

26

Referente aos demais órgãos vinculados ao Poder Executivo, cada unidade jurisdicionada

possui seu próprio recurso, podendo aplicá-lo em suas ações de propaganda conforme as

normas estabelecidas na Lei 12.232/10, que rege todo processo licitatório. Por outro lado, os

órgãos da administração direta e indireta cadastrados no Sicom, podem remanejar recursos

para a própria Secretaria de Comunicação com base no “Termo de Execução

Descentralizada”, de acordo com o Decreto nº 8.180/2013, para que haja remanejamento de

recursos financeiros a fim de executar ações publicitárias.

Ainda sobre a estrutura da Secretaria de Comunicação, de acordo com informações presentes

no sítio do próprio órgão, o corpo funcional da mesma é composto 222 cargos comissionados,

além do Ministro-Chefe, nomeado pela Presidência da República. No que diz respeito aos

cargos de chefia responsáveis por coordenar as ações de comunicação da Presidência da

República e dos órgãos ligados ao Poder Executivo Federal, de 1979 até o ano de 2015,

somam-se 14 gestores nomeados na condição de Ministro Chefe da Secretaria de

Comunicação Social.

Por ser um cargo de extrema confiança da Presidência da República, responsável pela

articulação e difusão da política de comunicação de todo o governo, as escolhas feitas

pelo Chefe de Estado para ocupar a pasta estão intrinsecamente relacionadas ao projeto

político do governo. Apresentaremos apenas alguns perfis de gestores que estiveram à

frente da Secom/PR durante os três últimos governos; Fernando Henrique Cardoso, Luiz

Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

No período das privatizações dos serviços públicos básicos do governo FHC, as ações de

comunicação do governo ficaram na maior parte do tempo sob a responsabilidade de Sergio

Silva do Amaral. Antes de ser Ministro de Estado da Comunicação Social e Porta-Voz da

Presidência da República, Sergio Silva ocupou o cargo de Presidente do Conselho do Banco

Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e presidiu a Assembleia de Governadores

do Fundo Monetário Internacional.

No governo Lula, o Ministro-Chefe com maior tempo na Secom/PR, foi o jornalista Franklin

Martins (2007 a 2011), um dos principais articuladores do governo junto aos empresários da

comunicação e movimentos sociais que disputavam, durante a 1ª Conferência Nacional de

27

Comunicação (Confecom), em 2009, o projeto de formulação da política de comunicação

brasileira.

O terceiro nome com maior tempo na secretaria foi o da jornalista Helena Chagas, ex-

colunista do jornal O Globo, que esteve à frente da secretaria durante quase todo o primeiro

mandado da presidenta Dilma Roussef. Em 2014, Helena foi demitida da Secom/PR após

receber críticas de empresários da comunicação e de setores políticos com atuação no Estado,

por defender o critério “mídia técnica”, que discutiremos adiante, para distribuição da verba

publicitária da Presidência da República.

1.4 Metodologia de Organização dos Planos de Publicidade do Governo Federal

Para organizar e gerenciar as informações correspondentes às ações de comunicação do Poder

Executivo Federal, a Secom/PR conta com os seguintes sistemas13

:

SECOMWeb – onde são operadas todas as etapas administrativas da execução das

ações de publicidade, do registro da demanda ao pagamento das despesas;

Midiaweb – concentra as propostas de ações de mídia elaboradas por outros órgãos da

administração direta e indireta do Governo Federal;

Sistema de Disponibilização de Referência (Siref) – facilita a todas as entidades

ligadas ao Poder Executivo Federal, o compartilhamento de informações sobre os

processos de negociação com agências publicitárias.

Sistema de Controle de Ações de Comunicação (Sisac)- sistema responsável por gerar

informações sobre as ações de patrocínio realizadas por entidades vinculadas ao

Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom).

Apesar de as ações dos demais órgãos e entidades serem remetidas à Secom/PR para análise,

a secretaria restringe-se à observância dos objetivos e diretrizes previstos nos Arts. 1º e 2º do

Decreto nº 6.555/2008. Ainda no que se refere à submissão das ações publicitárias, o Art. 6º

obriga, por outro lado, que todos os planos de publicidade elaborados pelas demais

assessorias de comunicação dos órgãos da Administração Pública Federal sejam previamente

13

Todas as informações estão presentes no sítio eletrônico da Secom/PR.

28

submetidos à SCI, para que, no prazo de cinco dias úteis, depois de estudada, a proposta

retorne aos órgãos demandantes com o resultado final do diagnóstico.

Outro sistema central no processo de negociação com os veículos de comunicação, criado em

2014, por intermédio da Portaria nº 142, foi o Cadastro de Veículos de Divulgação- Midiacad.

Controlado pela Secom/PR, o sistema dispõe de informações sigilosas sobre as relações

comerciais dos órgãos estatais cadastrados no Sicom, durante a negociação para compra de

espaço publicitário. As informações desse sistema são de acesso restrito. Apenas pessoas

autorizadas pela Secretaria de Comunicação podem acessar os dados supramencionados.

Com base nos dados disponibilizados no sítio da Secom, em 2003, o Midiacad somou

precisamente 499 veículos cadastrados. Segundo as últimas informações divulgadas em 2014,

contabiliza-se 10.787 veículos cadastrados. Um acréscimo de aproximadamente de 218% em

12 anos. Apenas os veículos cadastrados nesse sistema são habilitados a receber verba de

mídia, conforme determina a Instrução Normativa da Secom/PR nº 7. O gráfico 2 apresenta

o total de veículos de comunicação (rádio, jornal, TV, revista e internet) cadastrados no

Midiacad nos últimos 12 anos.

Gráfico 1 : Evolução dos dados cadastrais de veículos por meio- Midiacad (2003 a 2014)

Fonte: 2003 a 2013 - Núcleo de Mídia /2014 – Midiacad. Dados com base do dia 22/4/2015.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Evolução de Cadastro no Midiacad

29

As informações sobre o cadastro de veículos no Midiacad, apenas estão disponíveis para

acesso público de forma quantitativa. Não é possível identificar quais são os veículos de

comunicação aptos a receber verba do Governo Federal, conforme a compra de espaço

publicitário.

A partir do levantamento de informações disponibilizadas no sítio eletrônico da própria

Secom/PR, foi possível identificar na presente seção desse trabalho os elementos históricos e

políticos que possibilitaram durante trinta e sei anos, o desenvolvimento da política de

comunicação no âmbito do governo. Igualmente importante foi conhecer os dados que

mostram a contratação dos serviços normatizados pelo Estado para que possamos ter mais

elementos para uma análise sobre a política de comunicação no âmbito da propaganda estatal.

CAPÍTULO III

VERBA PUBLICITÁRIA DESTINADA ÀS EMPRESAS DE

COMUNICAÇÃO

Neste capítulo apresentamos um estudo sobre os recursos monetários gastos pela Secom/PR

na veiculação de propaganda estatal, direcionados para os principais representantes do sistema

brasileiro de televisão aberta, com base em valores correntes, corrigidos pelo IGPM. Os dados

referentes à verba de mídia utilizados no presente estudo foram encontrados no sitio

eletrônico da Secom/PR e correspondem aos valores da compra de espaço publicitário nos

meios de comunicação ao longo dos últimos quatro anos. Diferentemente dos demais órgãos

da administração direta e indireta, que não possuem detalhamento das empresas que

receberam verba de mídia, e, portanto, não podem ser analisados com tal especificidade.

Antes de entrarmos na análise específica dos dados correspondentes à verba de mídia paga

pela Secom/PR a diferentes meios de comunicação, é necessário situar nosso objeto como

parte de um universo maior do mercado publicitário, que só nos últimos quatro anos,

arrecadou uma média R$ 104.241,50 bilhões, na compra de espaço para anuncio nos veículos

de comunicação. Esse mercado é movimentado pela iniciativa privada, produtores de bens e

serviços (tabela 1), como também pelo próprio Estado (tabela 2), que, segundo Bolaño

(2004) utilizam-se dos circuitos midiáticos mais amplos para definir suas estratégias de

comunicação para atingir um público específico ou mais geral, através da informação no

formato publicidade ou propaganda. Os dados apresentados na tabela 1 correspondem ao total

de publicidade investido no Brasil entre 2011 e 2014 através da compra de mídia, ofertados

pelo Grupo de Mídia de São Paulo.

Tabela 1 – Participação de cada meio na verba de mídia no Brasil entre 2011 a 2014 (valores constantes em R$).

2011 2012 2013 2014

Meios R$ % % PIB R$ % % PIB R$ % % PIB R$ % % PIB

Tv aberta 55.832.489.840 53,00% 1,07% 57.786.078.585 54,03% 1,09% 63.372.642.294 52,89% 1,15% 67.521.570.000 55,74% 1,22%

Jornal 21.068.864.091 20,00% 0,40% 18.866.301.456 17,64% 0,36% 19.672.796.699 16,42% 0,36% 17.959.600.000 14,83% 0,33%

Tv assinatura 8.427.545.636 8,00% 0,16% 8.994.651.790 8,41% 0,17% 9.226.241.210 7,70% 0,17% 11.420.850.000 9,43% 0,21%

Revista 8.427.545.636 8,00% 0,16% 8.160.422.477 7,63% 0,15% 7.383.346.704 6,16% 0,13% 6.235.690.000 5,15% 0,11%

Internet 6.320.659.227 6,00% 0,12% 7.368.984.269 6,89% 0,14% 7.774.947.954 6,49% 0,14% 5.248.200.000 4,33% 0,10%

Rádio 4.213.772.818 4,00% 0,08% 4.727.273.140 4,42% 0,09% 5.020.470.179 4,19% 0,09% 5.088.930.000 4,20% 0,09%

Tv

merchandising - 0,00% 0,00%

-

- 0,00%

6.284.198.759

5,24% 0,11%

6.399.030.000

5,28% 0,12%

Mobiliário urb. 1.053.443.205 1,00% 0,02% 556.149.118 0,52% 0,01% 576.888.803 0,48% 0,01% 603.170.000 0,50% 0,01%

Cinema - 0,00% 0,00% 352.944.904 0,33% 0,01% 401.358.826 0,33% 0,01% 530.430.000 0,44% 0,01%

Outdoor - 0,00% 0,00% 128.339.504 0,12% 0,00% 107.397.191 0,09% 0,00% 132.530.000 0,11% 0,00%

Total 105.344.320.453 100,00% 2,02% 106.941.145.244 100,00% 2,01% 119.820.288.621 100,00% 2,18% 121.140.000.000 100,00% 2,19%

Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico do Grupo de Mídia de São Paulo. Dados com base do dia 12/11/2015.

Pelos dados da tabela 1, nota-se que o total de investimento publicitário em mídia evoluiu

entre 2011 a 2014, com taxa de crescimento real de 15%. Sendo que os valores investidos no

meio televisivo, com base em sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) em 2011

atingiu 1,07%. Em 2012 elevou-se em 1,09%, 2013 equivaleu a 1,15% e em 2014 atingiu a

taxa de participação de 1,22%, mesmo com a economia desacelerando no ano. Os demais

meios representaram menos de 1% no PIB. Segundo a revista especializada no mercado

publicitário, Meio & Mensagem, em 2014, o Brasil ocupou a sexta colocação no ranking

mundial como um dos países que mais investe em publicidade.

Ainda com base em informações encontradas na Meio & Mensagem, foi possível identificar

quais órgãos do Governo Federal- em meio a representantes do setor privado- que mais

anunciara em 2014. A Caixa Econômica Federal ocupou a quarta colocação com o

investimento de R$ 781.425 milhões, a Petrobrás foi a sétima no ranking com a ordem

monetária de R$ 463.598 milhões e Banco do Brasil foi o nono maior anunciante, com

investimento de 378.391 milhões. O quadro 1 apresenta o raking dos dez maiores

anunciantes do Brasil no ano de 2014.

Quadro 1. Ranking dos Maiores Anunciantes no Primeiro Semestre de 2014

Empresa Valores Pagos (em milhões

de reais)

1 º Vila Varejo 1.382.954

2º Genomma 1.311.082

3º Unilever 1.244.852

4º Caixa 781.425

5º Hypermarcas 585.826

6º Ambev 528.713

7º Petrobras 463.598

8º Reckitt Benckiser 389.244

9º Banco do Brasil 378.391

10º Telefônica 376.199

Fonte Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística -

Mídia

33

Se somarmos a verba de mídia oriunda da Caixa Econômica Federal, Petrobrás e Banco do

Brasil o Estado brasileiro atinge a cifra de R$ 1.623.414 bilhões, ocupando a assim a posição

de maior anunciante do Brasil em 2014.

Conforme a tabela 2, o valor total de investimento em mídia pelo Governo Federal através dos

órgãos da administração direta e indireta entre 2011 a 2014 atingiu a cifra de R$

9.827.939.236. Observa-se que os gastos anuais, em média, custaram para os cofres públicos

o soma de R$ 2.456.984.809 bilhões. Quando comparados os investimentos entre 2014 (R$

2.321.347.882) e 2013 (2.620.562.082) é possível notar uma queda de 11%, contrariando os

dados gerais apresentados na tabela 1 que não apresentou declínio no total geral por ano. A

televisão concentra 64% do total supramencionado, com média de investimento anual de R$

1.583.291.745.408 bilhões, representando 0,3% do PIB nacional entre 2011 a 2014. O rádio,

o jornal impresso, a mídia exterior e a revista concentraram todos 7% do total. Nas últimas

posições encontra-se a internet (6%), o cinema (1%) e o outdoor com menos de 1%.

Tabela 2 – Distribuição da verba de mídia do Governo Federal- administração direta e indireta- por meio de comunicação 2011 a 2014 (valores constantes em R$)

Meios 2011 % 2012 % 2013 % 2014 % Total

Televisão 1.425.115.856 61% 1.658.954.556 65% 1.693.927.526 65% 1.555.169.043 67% 6.333.166.981

Rádio 187.873.153 8% 190.312.714 7% 197.820.617 8% 148.566.712 6% 724.573.194

Jornal 204.887.248 9% 187.755.240 7% 182.917.658 7% 144.896.897 6% 720.457.043

Míd.

Exterior

147.045.659 6% 177.697.720 7% 189.158.235 7% 155.729.324 7% 669.630.938

Revista 203.036.759 9% 186.616.909 7% 163.193.845 6% 109.740.376 5% 662.587.888

Internet 119.582.739 5% 136.005.134 5% 169.490.490 6% 195.698.717 8% 620.777.079

Cinema 19.131.747 1% 17.142.621 1% 15.156.019 1% 9.038.040 0% 60.468.426

Outdoor 15.198.786 1% 9.672.495 0% 8.897.693 0% 2.508.713 0% 36.277.686

Total

Geral

2.321.871.946 100% 2.564.157.387 100% 2.620.562.082 100% 2.321.347.822 100% 9.827.939.236

Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base do dia 12/11/2015.

35

A predileção do Governo Federal, concentrar gastos no meio televisivo, torna-se

questionável se levarmos em consideração a última pesquisa realizada pela própria

secretaria de comunicação, Pesquisa Brasileira em Mídia (PBM 2015), que aponta uma

mudança no hábito de consumo de mídia pelos brasileiros. Segundo a pesquisa, os

brasileiros passam em média, quatro horas e cinquenta e nove minutos por dia

consumido internet durante a semana e quatro horas e vinte quatro minutos durante o

final de semana. A média de tempo gasto com TV é de quatro horas e quatorze minutos

na semana e quatorze horas aos sábados e domingos.

Referindo-se a mesma pesquisa, Lassance (2015) afirma o Governo Federal “gasta

muito mais em tevê do que se deveria. Se gasta, em rádio e internet, bem menos do que

ambas as mídias fariam jus. Gasta-se, com jornais e revistas, um valor próximo ao que

elas de fato merecem, com base nos hábitos”.

Gráfico 2: Evolução do investimento em verba de mídia Presidência da República

2011 a 2014 (valores constantes em R$ mil)

Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR Siste. Dados com base do dia 29/08/2015

Pelos dados do gráfico 2, a soma total da verba de mídia paga pela Presidência da

República aos meios de comunicação custou para os cofres públicos R$ 630.139.461.

Entre 2011 a 2014, o investimento evoluiu com taxa de crescimento real de 18%. O

gráfico 3 demonstra como semestralmente a verba de mídia divide-se.

125000000 130000000 135000000 140000000 145000000 150000000 155000000 160000000 165000000 170000000 175000000

2011 2012 2013 2014 Investimento em mídia

36

Gráfico 3 - Verba de mídia da Presidência da República primeiro e segundo

semestre de cada ano- 2011 a 2014(valores constantes em R$ mil)

Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR Siste. Dados com base do dia 29/08/2015

Analisando a distribuição dos recursos de mídia conforme apresenta a gráfico 3,

identificamos que há uma concentração de investimentos durante o segundo semestre

entre os anos de 2011 a 2014, totalizando em R$ 337.884.667. No entanto, se

observarmos ano a ano, é possível identificar um menor investimento no segundo

semestre de 2014. Esta redução de gastos justifica-se devido às exigências da Lei

Eleitoral nº 9.504, que em seu art. 73, proíbe com que o investimento publicitário

realizado pelo Governo Federal, seja maior que o investimento realizado durante os três

meses que antecedem o pleito eleitoral, comparando-se aos três anos anteriores.

Observa-se, no entanto, que a redução dos gastos em verba de mídia conforme

justificado pela lei, não garante com que o investimento anual seja menor que os anos

anteriores. Ao contrário, a maior despesa dessa natureza ocorre justamente no ano de

2014, em que ocorreram as eleições. É possível identificar maior investimento no ano

supramencionado tanto no gráfico 2 quanto no 3.

jan fev mar abr mai jun julh agos set out nov dez

2011 29.21 7.008 7.524 3.978 10.65 2.251 11.4 12.4 13.0 10.8 19.5 14.4

2012 22.18 14.16 12.03 10.22 4.479 3.780 21.9 22.3 16.5 19.6 5.68 7.52

2013 12.06 9.360 16.22 13.98 10.50 12.08 15.4 13.0 13.5 12.1 13.4 16.7

2014 9.759 13.64 9.179 22.68 9.527 25.71 16.8 14.0 13.8 12.5 11.3 9.32

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

30.000.000

35.000.000

37

Tabela 3 – Distribuição da verba de mídia da Secom/PR por meio de comunicação

2011 a 2014 (valores constantes em R$ mil)

Ano 2011 2012 2013 2014

R$ % R$ % R$ % R$ %

Cinema 75,34 0,05% 159,92 0,10% 620,05 0,39% 161,05 0,10%

Internet 4.663 3,27% 8.800,60 5,48% 10.414,78 6,56% 26.368,70 15,65%

Jornal 11.723,14 8,23% 15.908,66 9,91% 12.432,27 7,84% 12.087,04 7,18%

Mídia Altern. 996,23 0,70% 5.704,91 3,55% 4.649,52 2,93% 3.675,82 2,18%

Mídia Exterior 2.263,22 1,59% 2.016,91 1,26% 2.327,17 1,47% 2.573,59 1,53%

Rádio 15.430,84 10,83% 18.307,52 11,40% 12.065,77 7,60% 17.747,40 10,54%

Revista 5.269,26 3,70% 2.850,22 1,78% 2.909,52 1,83% 2.824,46 1,68%

Tv. Exterior - - - - 112,928 0,07% -

Televisão 102.059,47 71,63% 106.784,39 66,52% 113.139,81 71,30% 103.015,77 61,15%

Total Geral

142.480,70 100,00% 160.533,12 100,00% 158.671,82 100,00% 168.453,84 100,00%

Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR Siste. Dados com base do dia 29/08/2015.

A televisão concentra maior parte de verba de mídia, com uma média de R$ 106.249

milhões de investimento por ano, equivalente a 68% do total da verba publicitária da

Presidência da República. O rádio ocupa a segunda colocação com uma média de R$

15.887milhões (10%), jornal impresso (R$ 13.037) e a internet (R$ 12.562) em terceiro,

ambos com 8%. A mídia exterior recebeu em média R$ 3.756, equivalente a 2%,

enquanto o cinema (R$ 254 mil) e a televisão no exterior, sãos os meios que tiveram

participação de menos de 1% na verba de mídia distribuída pela Secom/PR.

O gráfico 4 subdivide-se a partir das letras A e B para que assim seja possível realizar

uma análise comparativa entre os números percentuais correspondentes à prioridade de

investimento por meio entre a Secom/PR e o mercado geral de publicidade no Brasil 14

.

Os dados abaixo representam o valor agregado de investimento realizado entre 2011 e

2014, sendo que as informações partem de fontes diferentes, e por isso, é possível

identificar uma variação dos meios de comunicação partícipes dos processos de

segmentação desta verba.

14

A base dos dados do mercado geral é a mesma utilizada na tabela 1

38

Gráfico 4- Percentual de Concentração da Verba de Mídia – Mercado Geral de

Publicidade (A) X SECOM/PR (B) (20111 a 2014).

Fonte: 2011 a 2014- Grupo de Mídia de São Paulo. Dados com base do dia 29/08/2015

Fonte: 2011 a 2014- Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base do dia 29/08/2015

Conforme os dados do gráfico 4 (A e B) percebe-se que tanto a Secom/PR quanto o

mercado geral de publicidade, prioritariamente, concentram maior volume da verba de

mídia no meio televisivo. No entanto, se compararmos os números das instâncias

supramencionadas, é possível identificar que o governo federal, concentra 69% do total

da verba oficial de propaganda na televisão, enquanto que o mercado geral de

54% 17%

8%

7%

6%

4%

3% 1%

0% 0%

Mercado Publicitário - A

Tv aberta Jornal Tv assinatura Revista Internet

Rádio Tv merchandising Mobiliário urb. Cinema Outdoor

69%

10% 8%

8%

2% 2%

1% 0%

0%

Secom/PR- B

Televisao Rádio Internet Jornal Impresso Mídia Altern.

Revista Mídia Exter. Televisão Exterior Cinema

39

publicidade destina 54% da verba de mídia para o mesmo meio. Em termos práticos, a

política de comunicação do governo federal, além de estimular a concentração de

recursos na mídia televisiva, também acaba por contribuir com a manutenção da

hegemonia exercida pelo sistema comercial de televisão no Brasil, já que este tem como

fonte de renda a verba publicitária oriunda dos anunciantes. Ainda sobre a prioridade

hierárquica de investimento entre o setor público e o total geral de investimento do

mercado publicitário nacional, identifica-se que há diferença de prioridade entre os

meios a partir destes anunciantes, como no caso da Rádio, que no campo de

investimento do Governo Federal apareceu em segundo lugar com o total de 10%,

enquanto que para o mercado geral, o mesmo meio ocupou a sexta posição,

representando 4% do total.

O alto investimento publicitário por parte da Secom/PR na televisão decorre do próprio

modo como o sistema brasileiro de televisão se estruturou a partir da lógica do setor ao

final dos anos 60, e o papel que ele assume no interior da Indústria Cultural,

reproduzindo o modelo norte-americano que se implantou com força no pós-guerra,

baseado na comercialização de espaços publicitários, e não, como na Europa no mesmo

período, nos sistemas de financiamento público e propriedade estatal. Do ponto de vista

da economia, a televisão comercial, localiza-se como núcleo central da Indústria

Cultural no Brasil, tendo a publicidade como elo entre esses dois setores. Bolaño (2004)

afirma que “a televisão, além de ser, ao lado do rádio, o meio de maior penetração no

que se refere a público, é o meio que centraliza todo sistema, captando para si a maior

parte do bolo publicitário”.

A partir desses dados é possível afirmar que o Estado, no papel de grande anunciante,

participa, portanto, com a viabilização econômica do sistema comercial de TV, mesmo

quando existe em paralelo um sistema público que acaba assumindo uma posição

secundária no Brasil, de “complementaridade marginal”.

O termo é pra designar o papel secundário experimentado por

estas experiências em sua evolução histórica em relação à

estruturação do modo de regulação setorial da televisão na

Indústria Cultural brasileira. Nesse processo, a referida condição

se desenvolveu condicionada, em fase específica, pelos papéis

definidos pelos compromissos institucionalizados firmados no

âmbito dos interesses do Estado e do capital para a reprodução

40

do modo de regulação setorial da televisão (VALENTE, 2009,

p. 59).

A distribuição da verba de mídia da Secom/PR é realizada por cinco agências

publicitárias contratadas para este fim. Em quatro anos de contrato com essas empresas,

2011 a 2014, a secretaria gastou o total de R$ 640.780.455 milhões em verba de mídia,

sendo que esse total foi distribuído para 4.784 veículos. Nas tabelas 4, 5, 6, 7e 8

identificaremos as dez emissoras que mais receberam verba de mídia da Presidência da

República, por intermédio das agências licitantes durante os quatro anos que balizam a

pesquisa.

A tabela 4 destaca a Matisse Comunicação de Marketing Ltda., a agência manteve

contrato com a Presidência da República entre os anos de 2011 e 2012, sendo que,

durante esse período, a Matisse destinou para 58 veículos de comunicação o total de R$

50.935.497. Desse montante, o meio televisivo arrecadou R$ 38.031.847 milhões. A

tabela abaixo ilustra o ranking das dez emissoras de televisão que mais receberam verba

da Matisse:

41

Tabela 4- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da

Matisse Comunicação de Marketing LTDA – 2011/2012 (valores constantes em

R$1.000)

Matisse Comunicação

de

Marketing LTDA

Valor Bruto

R$

Percentual de

Concentração

p/ Veículo

Globo Comunicação 18.359.323 48%

Record 7.851.894 21%

TV SBT Canal 4 De

São Paulo S.A

6.527.543 17%

TV Bandeirantes 2.734.432 7%

TV Ômega Ltda/ (Rede

TV!)

1.090.718 3%

Associação de

Comunicação

Educativa Roquette

Pinto

356.362 1%

Televisão Independente

de São José do Rio

Preto

Ltda.

126.200 0,3%

GLOBOSAT

Programadora Ltda.

87.563 0,2%

Sony Pictures

Releasing of Brasil Inc.

79.723 0,2%

Fox Latin American

Brasil Ltda

66.477 0,2%

Total da Verba 38.031.847 100%

De acordo com as informações da tabela, das dez emissoras que ratearam o total de

recurso público intermediado pela Matisse Comunicação para a compra de espaço

publicitário, nove representam o sistema comercial brasileiro de televisão, e apenas

uma, a Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto (ACERP), representa a

televisão estatal. A Rede Globo (48%), Record (21%), SBT (17%), Bandeirantes (7%) ,

Rede TV! (3%), foram as cinco primeiras emissoras, de capital privado, que mais

receberam e concentraram a verba de mídia. A ACERP, única emissora estatal

ranqueada entre as dez primeiras, recebeu apenas 1% do total do recurso, ficando em

sexto lugar. A Televisão Independente de São José do Rio Preto (Rede Vida),

pertencente ao Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (INBRAC) ocupou a sétima

Fonte: Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com

base do dia 29/08/2015

42

posição com 0,3%, e, com 0,2% empresas estrangeiras a exemplo da Sony Pictures

Releasing of Brazil e a Fox Latin American Brazil.

A empresa Propeg Comunicação S/A, utilizou a soma de R$ 241.055.405 milhões para

compra de espaço publicitário em diferentes meios, sendo que, 157 veículos televisivos

concentraram o total de R$ 170.591.043, a tabela 5 segue com a lista.

Tabela 5- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da

Propeg Comunicação S/A 2011/2015 (valores constantes em R$1.000)

Propeg Comunicação S/A Valor Bruto

R$

Percentual de

Concentração

p/ Veículo

Globo Comunicação 74.630.030

44%

Record 35.001.630 21%

TV SBT Canal 4 De São

Paulo S.A

27.690.832 16%

Rádio e Televisão

Bandeirantes LTDA

7.111.244 4%

TV Ômega Ltda./ (Rede

TV!)

4.501.438 3%

Globosat Programadora

Ltd.

2.812.418 2%

Telecine Programação de

Filmes Ltda.

1.858.110 1%

Fox Latin American Brasil

Ltda.

1.548.788 1%

Tunner Broadcasting

System Latin American

1.538.726 1%

Associação de Comunicação

Educativa Roquette Pinto

775.195 0,5%

Total da Verba 170.591.043 100%

A ordem das cinco primeiras emissoras assemelha-se a tabela 4. Em seguida, na sexta

colocação aparece a Globosat com R$ 2.812.418 (2%), e a Telecine Programação de

Filmes R$1.858.110 (1% ), ambas propriedade do Grupo Globo. A Fox Latin American

Brasil Ltda R$ 1.548.788 (1%) e a Tunner Broadcasting (do grupo norte-americano

Fonte: - Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base

do dia 29/08/2015.

43

Time Warner) ocupam a oitava e nona posição respectivamente. Por último, a empresa

estatal Roquete Pinto, com R$ 775.195, que equivale a 0,5% do total da tabela 5

Tabela 6- As dez primeiras emissoras que mais receberam verba de mídia da Nova

S/B Comunicações Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)

Nova S/B

Comunicações

LTDA.

Valor Bruto

R$

Percentual de

Concentração

p/ Veículo

Globo

Comunicação.

47.177.841 44%

TV Record 18.952.554 18%

TV SBT Canal 4 De

São Paulo S.A

15.692.199 15%

TV Bandeirantes 5.550.297 5%

TV Ômega

Ltda/(Rede TV!)

4.298.418 4%

Globosat

Programadora

Ltda.

1.787.985 2%

Tunner

Broadcasting

System Latin

America Inc.

1.619.827 2%

Fox Latin

American Channels

Brasil Ltda

1.602.768 2%

Telecine

Programação de

Filmes Ltda

832.686 1%

NBCUniversal

Networks

578.833 1%

Total da Verba 106.600.580 100%

Do total de R$ 106.600.580 milhões destinados para 101 emissoras pela agência Nova

S/B conforme descrimina a tabela 6, a Rede Globo concentra 44%, seguida pela Record

com 18%, SBT 15% e Bandeirantes 5%. Seguem a Tunner Broadcasting com R$

1.619.827 (2%), Fox Latin American com R$ 1.602.768 (2%), a Telecine Programadora

de Filmes com 832.686 (1%), e por último, com um investimento de R$ 578.833 (1%),

a NBC Universal Networks, grande conglomerado de mídia, de propriedade da General

Eletric, um dos símbolos do capital monopolista norte-americano do setor

eletroeletrônico.

Fonte: - Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base

do dia 29/08/2015.

44

Tabela 7- Total de verba destinada às emissoras de TV pela 141 Soho Square

Comunicação 2011/2013 (valores constantes em R$1.000)

141 Soho Square

Comunicação

Valor Bruto

R$

Percentual de

Concentração

p/ Veículo

Globo

Comunicação.

22.996.962 44%

Record 9.034.621 17%

TV SBT Canal 4

De São Paulo S.A

7.723.222 15%

TV Bandeirantes 2.721.098 5%

TV Ômega Ltda/

(Rede TV!)

1.796.741 3%

Globosat 1.174.177 2%

Tunner

Broadcasting

System Latin

American

939.050 2%

Associação de

Comunicação

Educativa

Roquette Pinto

708.206 1%

Fox Latin

American

Channels Brasil.

668.435 1%

Sony Pictures

Releasing of Brasil

317.672 1%

Total da Verba 52.437.671 100%

De 2011 a 2013, a 141 Soho Square foi a quarta agência que mais investiu verba de

mídia nas emissoras de televisão, no total de R$ 52.437.671 milhões em 82 emissoras.

A escala hierárquica da partilha assemelha-se às tabelas anteriores, com protagonismo

entre as principais emissoras privadas de televisão aberta do Brasil, da Rede Globo, com

44% (R$ 22.966.962) do total da verba, Record, com R$ 17% (R$ 9.034.621), SBT,

com 15% (R$ 7.723.222), TV Bandeirantes, com 5% (R$2.724.434) e Rede TV!, com

3% (R$ 1.796 741,24). Na sexta colocação a programadora Globosat recebeu

investimento de R$ 1.174.177 (2%). Seguem as estrangeiras Tunner Broadcasting, com

R$ 939.050 (2%), Fox Latin American, com R$ 668.435 (1%) e Sonny Pictures, com

R$ 317.672 (1%).

Fonte: - Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com base

do dia 29/08/2015.

45

Tabela 8- Total de verba destinada às emissoras de TV pela Leo Brunett

Publicidade Ltda. 2012/2014 (valores constantes em R$1.000)

Leo Brunett

Publicidade Ltda.

Valor Bruto R$ Percentual de

Concentração

p/ Veículo

Globo Comunicação 26.664.807 44%

TV SBT Canal 4 de

São Paulo

11.378.607 19%

TV Record 10.735.777 18%

Globo BH/ Globo

Comunicação

1.945.507 3%

TV Bandeirantes 1.149837 2%

TV Ômega Ltda/

(Rede TV!)

1.279.782 2%

Globosat

Progamadora Ltda

747.400 1%

Telecine

Programação de

Filmes

675.339 1%

Fox Latin American

Channels Brasil

Ltda.

591.661 1%

Rádio e Televisão

Capital Ltda.

433.456 1%

Total da Verba 60.946.976 100%

A distribuição da verba para 111 emissoras de televisão via agência Leo Brunett (total

de R$ 60.946.976) destoa um pouco das tabelas anteriores. A prioridade é dada à Rede

Globo, com 44% do total, mas o SBT fica na segunda posição (R$11.378.607), à frente

da Record (R$ 10.735.77). Além disso, destaca-se a compra de espaço publicitário em

mais três espaços de propriedades do Grupo Globo de Comunicações. Assim, a filial da

emissora em Belo Horizonte ocupa a quarta colocação no ranking com uma receita de

R$ 1.945.507 (3%), a programadora Globosat, a sétima, com R$ 747.400 (1%)

investidos. Entre ambos, situam-se a Bandeirantes e a Rede TV! e, logo em seguida, na

oitava posição, a Telecine, também do Grupo Globo. A filial da Record em Brasília,

representada na tabela como Rádio e Televisão Capital, aparece também como novidade

na tabela, com investimento de R$ 433.456. Todas as dez primeiras emissoras (em um

Fonte: Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com

base do dia 29/08/2015.

46

universo de 111) que receberam dinheiro da Presidência da República por intermédio da

Leo Brunett representam o sistema privado de comunicação televisiva nacional e

internacional.

Em todas as tabelas, identifica-se que as emissoras de caráter privado foram a maiores

beneficiadas durante os quatro anos analisados. O total de verba concentrada pelas

representantes do sistema comercial de televisão aberta. O Grupo Globo Comunicações

concentrou R$ 189.828, Record (R$ 81.576.479), SBT (R$ 69.012.405), TV

Bandeirantes (R$ 19.508.661) e por último a Rede TV! (R$12.967.009). Nesse ranque,

apenas uma emissora estatal, Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto,

participa da verba de mídia oriunda da Secom/PR, com total de R$ 1.841.763 milhões,

inferior ao total recebido pelas emissoras privadas. Sendo assim, a política de

comunicação da Presidência da República, sob a ótica da veiculação da propaganda

institucional tem como prioridade o investimento em empresas de comunicação de

direito privado.

Observa-se, portanto, no agregado, uma importante concentração da verba de mídia da

Presidência da República, no sistema comercial de televisão, o que significa que o

governo, como um dos maiores anunciantes do Brasil, contribui para o fortalecimento

desse setor da Indústria Cultural. Como afirma LIMA (2006), “o Estado de fato é, direta

ou indiretamente, uma das principais fontes de financiamento – no sentido amplo que estamos

dando à palavra – da mídia privada comercial, seja ela impressa ou eletrônica”.

Ao justificar a concentração de recursos em emissoras privadas, a ex-ministra da

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas, em sua

página oficial nas redes sociais (2014), argumenta que o alto investimento nas principais

emissoras do mercado brasileiro de televisão se dá tanto por conta da capacidade que

estas possuem de atingir boa parte do território nacional, quanto da sua participação na

audiência.

(...) Recursos destinados a quê? À compra de espaço publicitário nos

meios de comunicação para divulgar ações e programas

governamentais. O gestor público por eles responsável tem a

obrigação de aplicá-los da forma mais eficiente, republicana e

transparente possível. Como? Onde, quando e da forme em que puder

obter o melhor resultado/efetividade/retorno por esse investimento.

47

Claro está, portanto, que, para aplicar bem este dinheiro, devem ser

levados em conta critérios de audiência e regionalização para que a

mensagem do governo, seja ela institucional ou de utilidade pública,

chegue a cada brasileiro (...). (CHAGAS, 2014. In.:

https://www.facebook.com/helena.chagas.520?fref=ts).

Esse critério defendido pela ex-ministra Helena Chagas, para justificar a concentração

dos investimentos em determinados veículos de comunicação é conhecido como “mídia

técnica” 15

. Restringe-se à correlação entre participação de audiência exercida pela

emissora e sua capacidade técnica de difusão em diferentes pontos do país, estritamente

de acordo, portanto com uma lógica de mercado, que privilegia os oligopólios de

comunicação com maior capital financeiro e tecnológico, a exemplo das emissoras

listadas nas tabelas 4, 5, 6, 7e 8.

A distribuição e concentração de recursos públicos em torno das empresas que

atingiram a hegemonia de mercado, ao longo do processo histórico, é reflexo de como

se constituiu o mercado brasileiro de televisão, e se consolidou o poder dos grandes

oligopólios da mídia no Brasil. Ora, na medida em que a divisão do bolo publicitário é o

fator primordial para a manutenção dessa estrutura de poder e da dinâmica oligopólica

concorrencial existente, mais do que “técnico”, o critério se revela político e a serviço

dos poderes constituídos, portanto, concentrador.O gráfico 5 ilustra bem essa

hegemonização exercida por estas emissoras representantes do sistema comercial de

televisão.

15

Utilizada inicialmente pela agência publicitária norte-americana MCcCann-Erikson, o

conceito de mídia técnica serviu para estabelecer alto índice de investimento por parte da

General Motors em determinados meios de comunicação para aquecer o consumo

automobilístico no Brasil durante a década de 70 (Manuel Carlos, 2014). Mais detalhes ver:

http://observatoriodaimprensa.com.br/interessepublico/_ed784_midia_tecnica_o_inutil_motivo_

da_demissao_de_helena_chagas/

48

Gráfico 5– Participação dos cinco veículos na soma verba de mídia da Presidência da

República (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)

A Rede Globo concentrou 30% do total de R$ 640.780.55 milhões que em valores

absolutos correspondem a R$ 189.828.964 milhões. O investimento nos grandes

conglomerados da indústria das comunicações segue com a Rede Record 13% do total

(81.576.479), o SBT ocupa a terceira colocação com 11% (R$ 69.012.405), em quarta a

Bandeirantes com 3% (19.600.681) e por último, com 2% (R$12.967.099) a Rede TV!

O gráfico 6 aponta o investimento anual realizado pela Secom/PR nos veículos

supramencionados. A média de investimento feito pela Presidência da República na

Rede Globo é de R$ 47.296.414 milhões pela Rede Globo, seguida pela Record com R$

20.318.567, SBT com 17.011.203, enquanto a Bandeirantes com R$ 4.730.329,

apareceu em quarto lugar no ranking, e, por último, a Rede TV! com R$ 3.148.702.

189.828.964

81.576.479

69.012.405

19.600.681

12.967.099 Globo

Record

SBT

Bandeirantes

Rede TV!

Fonte: 2011 a 2015- Sítio Eletrônico da Secom/PR. Dados com

base do dia 29/08/2015.

49

Gráfico 6 – Participação dos veículos nas verbas publicitárias da Presidência da República

Por ano (2011 a 2014) (Valores em R$ Milhões)

A partir dos dados apresentados, observa-se que a política de comunicação do Governo

Federal, através da distribuição da verba de mídia, exerce um caráter privatista no

momento em que a concentração desses recursos ocorre nos principais veículos

representantes do sistema comercial brasileiro de televisão, que ao longo dos anos, vêm

se consolidando enquanto oligopólios da comunicação, grandes produtores de conteúdo

da Indústria Cultural. Essa concentração é legitimada pelo discurso da “neutralidade

técnica”, onde a audiência gerada pelas empresas de comunicação apresenta-se

enquanto mercadoria dotada de valor de uso e valor de troca na relação capital e Estado.

O critério de “mídia técnica” que privilegia o índice de audiência e indicadores de

penetração geográfica é o elemento central para definir a segmentação dos recursos

públicos do Estado brasileiro destinados, na forma de verba de mídia para os meios de

comunicação privados, em especial, as grandes redes de televisão.

0

10

20

30

40

50

60

2011 2012 2013 2014

Globo Record SBT Bandeirantes Rede TV!

Fonte: 2011 a 2015- Sítio Eletrônico da Secom/PR.

Dados com base do dia 29/08/2015.

50

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criação de um órgão articulador da política de comunicação do Governo Federal, em

especial, de suas ações de propaganda institucional, permitiu que à Presidência da

República centralizasse as decisões normativas para que os agentes privados atuantes

nos setores vinculados se tornassem responsáveis pela execução da propaganda estatal,

inclusive no que tange à segmentação da verba de mídia por agências publicitárias para

veículos de comunicação.

A atual política de distribuição de verba publicitária adotada pela Secom/PR é alvo de

diferentes questionamentos feitos por coletivos e movimentos sociais, a exemplo do

Coletivo Intervozes16

, da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social17

do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação18

. Juntos, esses movimentos

sociais passaram a revindicar em diferentes instâncias de debate a necessidade de

reavaliar três aspectos da referida política: a) o critério da “mídia técnica” enquanto

principal método para definir a distribuição da verba de mídia do Governo Federal; b) a

centralização dos recursos publicitários nos grandes oligopólios da comunicação e c) a

necessidade do Estado transformar parte considerável de todo recurso destinado para

propaganda em fundo para financiamento do sistema público de comunicação.

Tendo em vista que a questão da democratização da comunicação passa

necessariamente pela descentralização do montante de verba publicitária destinada

todos os anos para os meios privados de comunicação, a deputada federal do Partido dos

Trabalhadores (PT), Maria do Rosário, criou o Projeto de Lei 6059 obrigando que parte

dessa verba seja direcionada a veículos de pequeno e médio porte, enquadrados no

16

Coletivo brasileiro de comunicação social que tem como principal bandeira a garantia dos direitos humanos com base no direito à comunicação social. 17

Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social- ENECOS- Entidade política organizada por estudantes do curso de comunicação social de todo Brasil. 18

O FNDC foi criado em julho de 1991 como movimento social e transformou-se em entidade em 20 de

agosto 1995, e desde então é uma das principais entidades no Brasil que defendem a bandeira da

democratização da comunicação.

51

conceito de “mídia regional” 19

. Na prática o projeto visa o direcionamento de 20% dos

recursos daquele montante para jornais impressos ou rádios regionais, a partir de

critérios expressos no próprio projeto de lei. Essa porcentagem poderia ainda ser

modificada a partir da pressão dos movimentos sociais organizados.

Considerando o debate atual sobre democratização da verba de mídia do Governo

Federal, esse trabalho apresenta dados que ampliam o conhecimento ao explicitar as

contradições da política de comunicação a partir do contexto da criação da Secretaria de

Comunicação Social da Presidência da República, com uma leitura mais específica no

âmbito da propaganda institucional e o processo de distribuição da verba de mídia. A

pesquisa permitiu identificar que o Estado, na condição de anunciante, torna-se agente

mediador dos interesses do mercado publicitário, quando institucionaliza uma prática de

licitações públicas, a partir da aprovação da lei de Propaganda nº 4.680/64, e,

posteriormente, a lei de Licitação e Contratação de Serviços de Publicidade nº

12.232/2010, organizada para reforçar os mecanismos de mercado, antes restritos ao

setor privado, como ocorreu com a legalização da bonificação por volume.

Dessa forma, a partir dos dados apresentados, pode-se inferir que o processo de

destinação de verba pública para a promoção das ações do Governo Federal, através da

propaganda institucional, tanto contribui para o fortalecimento do mercado publicitário,

como auxilia na manutenção dos oligopólios da comunicação em geral, na medida em

que o Governo Federal e seus órgãos de administração direta e indireta apresentam-se

como um dos maiores anunciantes do Brasil.

19

Art. 2º Para os efeitos desta Lei considera-se “mídia regional” empresa jornalística ou de

radiodifusão de pequeno e médio porte que atenda a um município ou a conjunto de municípios

e cujo conteúdo seja, na sua maioria, produzido por produtores locais, sejam eles pessoas físicas

ou empresas de médio e pequeno porte.

52

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Decreto-Lei nº 2423, de 7 de abril de 1998. Estabelece critérios para

pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias aos titulares de cargos e empregos

da administração federal direta e autárquica e dá outras providencias. Diário Oficial [da

República Federativa do Brasil], Brasília, v.126, n.66, p.6009, 8 abr. 1998. Seção 1,

BRASIL. Projeto de Lei 6059, de 25 de setembro de 2009

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=239469216F158ED

49ED7155E5CCABDCA.proposicoesWeb2?codteor=691787&filename=Tramitacao-

PL+6059/2009. Acessado em 13 de junho, 2015. às 20h00min.

BRASIL. Lei 4.680, de 18 de junho de 1965.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4680.htm>. Acessado em 10 de junho,

2015. às 22h00min.

BRASIL. Lei 12.232, de 29 de abril de 2010.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12232.htm>.

Acessado em 10 de junho, 2015. às 22h00min.

BRASIL. Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acessado 12 de junho,

2015. às 17h00min.

BRASIL. Instrução Normativa nº 5, 5 de junho de 2015

<http://www.secom.gov.br/orientacoes-gerais/publicidade/2011-in-05-conceito-de-

acoes-de-comunicacao.pdf>. Acessado em 13 de Junho, 2015. às 20h00min.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

Brasília, DF; Senado Fedral: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei nº 460, de 18 de Junho de 1965.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4680.htm>. Acessada em 13 de Junho,

2015. às 13h00min.

BRASIL. Decreto-Lei nº 57. 690, de 1 de fevereiro de 1966.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D57690.htm. Acessada em 20 de junho,

2015. às 16h00min.

Grupo de Mídia de São Paulo. Dados de Mídia – 2011, 2012, 2013, 2014, 2015.

http://gm.org.br/midia-dados. Acessado em 15 de julho, 2015. às 23h00min.

BOLAÑO, César. Indústria Cultural Informação e Capitalismo. São Paulo:

Hucitec/Polis, 2000.

BOLAÑO, César. BRITTOS, Valério. TV pública, Políticas de Comunicação e

Democratização: Movimentos Conjunturais e Mudança Estrutural. Revista de

Economía Política de lãs Tecnologías de la Información y Comunicación. 2008.

53

BOLAÑO, César. Economia e Televisão: Uma Teoria Necessária. Coleção Gt’s

Intercom nº 4- Economia Política das Telecomunicações, da Informação e da

Comunicação. São Paulo: INTERCOM, 1995.

BOLAÑO, César. Mercado Brasileiro de Televisão. 2 ed. Ref. E ampl. São Paulo:

EDUC, 2004.

CENP em Revista. Anunciantes Falam Sobre a Importância do CENP. Disponível

em: <http://www.cenp.com.br/Site/cenp_revista/EDICAO_24.pdf> Acessado em 13 de

outubro, 2015.

CHAGAS, Helena. Por que Mídia Técnica?

<https://www.facebook.com/helena.chagas.520?fref=ts.> Acessado em 15 de julho,

2015. 19h00minh.

GARCIA, Nélson Jahr. Sadismo, Sedução e Silêncio Propaganda e Controle

Ideológico no Brasil: 1964-1980. São Paulo: Edições Loyola, 1990.

KITA, Oscar. A Publicidade na Administração Pública. Rio de Janeiro: Renovar, 2012.

LASSANCE, Antônio. Governo federal financia mídia cartelizada, mais cara e menos

plural. Disponível em :<http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-

questao/governo-federal-financia-midia-cartelizada-mais-cara-e-menos-plural/> Acessado em 27 de outubro, 2015

LIMA, Venício. Quem Financia a Mídia Privada?. Disponível em:

<http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/quem-financia-a-midia-

privada/> Acessado em 23 de outubro, 2015

RODRIGUEZ, Fenando. Governo Federal Gastou R$ 2,3 bilhões em publicidade em

2014. Disponível em: <

http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2015/04/24/governo-federal-gastou-r-

23-bilhoes-em-publicidade-em-2014/ > Acessado em 23 de outubro, 2015.

VALENTE, Jonas Chagas Lúcio. A Criação da TV Brasil e sua inserção no modo de

regulação setorial da televisão brasileira. Dissertação de Mestrado apresentada para

ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília, Brasília,

2009.

Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 4.680, DE 18 DE JUNHO DE 1965.

Regulamento

Mensagem de veto

Dispõe sôbre o exercício da profissão de Publicitário e de Agenciador de Propaganda e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Definições

Art 1º São Publicitários aquêles que, em caráter regular e permanente, exerçam funções de natureza técnica da especialidade, nas Agências de Propaganda, nos veículos de divulgação, ou em quaisquer emprêsas nas quais se produza propaganda.

Art 2º Consideram-se Agenciadores de Propaganda os profissionais que, vinculados aos veículos da divulgação, a êles encaminhem propaganda por conta de terceiros.

Art 3º A Agência de Propaganda é pessoa jurídica, ... VETADO ..., e especializada na arte e técnica publicitária, que, através de especialistas, estuda, concebe, executa e distribui propaganda aos veículos de divulgação, por ordem e conta de clientes anunciantes, com o objetivo de promover a venda de produtos e serviços, difundir idéias ou informar o público a respeito de organizações ou instituições colocadas a serviço dêsse mesmo público.

Art 4º São veículos de divulgação, para os efeitos desta Lei, quaisquer meios de comunicação visual ou auditiva capazes de transmitir mensagens de propaganda ao público, desde que reconhecidos pelas entidades e órgãos de classe, assim considerados as associações civis locais e regionais de propaganda bem como os sindicatos de publicitários.

Art 5º Compreende-se por propaganda qualquer forma remunerada de difusão de idéias, mercadorias ou serviços, por parte de um anunciante identificado.

CAPÍTULO II

Da Profissão de Publicitário

Art 6º A designação profissional de Publicitário será privativa dos que se enquadram nas disposições da presente Lei.

§ 1º Os auxiliares que, nas Agências de Propaganda e outras organizações de propaganda, não colaborarem, diretamente, no planejamento, execução, produção e distribuição da propaganda terão a designação profissional correspondente às suas funções específicas.

§ 2º Nos casos em que profissionais de outras categorias exerçam funções nas Agências de Propaganda, tais profissionais conservarão os privilégios que a Lei lhes concede em suas respectivas categorias profissionais.

§ 3º Para efeitos de recolhimento do Impôsto Sindical, os jornalistas registrados como redatores, revisores e desenhistas, que exerçam suas funções em Agências de Propaganda e outras emprêsas nas quais se execute propaganda, poderão optar entre o recolhimento para o sindicato de sua categoria profissional ou para o Sindicato dos Publicitários.

Art 7º A remuneração dos Publicitários não Agenciadores será baseada nas normas que regem os contratos comuns de trabalho, assegurando-se-lhes todos os benefícios de caráter social e previdenciário outorgados pelas Leis do Trabalho.

Art 8º O registro da profissão de Publicitário ficará instituído com a promulgação da presente Lei e tornar-se-á obrigatório no prazo de 120 (cento e vinte) dias para aquêles que já se encontrem no exercício da profissão.

Parágrafo único. Para o citado registro, o Serviço de Identificação Profissional do Ministério do Trabalho exigirá os seguintes documentos:

a) 1 - diploma de uma escola ou curso de propaganda;

2 - ou atestado de freqüência, na qualidade de estudante;

3 - ou, ainda, atestado do empregador;

b) carteira profissional e prova de pagamento do Impôsto Sindical, se já no exercício da profissão.

CAPÍTULO III

Da profissão de Agenciador de Propaganda

Art 9º O exercício da profissão de Agenciador de Propaganda sòmente será facultado aos que estiverem devidamente identificados e inscritos nos serviços de identificação profissional do Departamento Nacional do Trabalho ... VETADO ...

Art 10. Para o registro de que trata o artigo anterior, os interessados deverão apresentar:

a) prova de exercício efetivo da profissão, durante, pelo menos, doze meses, na forma de Carteira Profissional anotada pelo empregador, ou prova de recebimento de remuneração pela propaganda encaminhada a veículos de divulgação, durante igual período;

b) atestado de capacitação profissional, concedido por entidades de classe;

c) prova de pagamento do Impôsto Sindical.

§ 1º Para os fins da comprovação exigida pela alínea a dêste artigo, será facultado aos Agenciadores de Propaganda ainda não registrada ... VETADO... encaminharem propaganda aos veículos, desde que comprovem sua filiação ao sindicato de classe.

§ 2º O sindicato da classe manterá um registro dos Agenciadores de Propaganda, a que se refere o parágrafo anterior, para o fim de lhes permitir o exercício preparatório da profissão sòmente no decurso de doze meses, improrrogáveis.

§ 3º O registro da profissão de Agenciador de Propaganda tornar-se-á obrigatório no prazo de 120 (certo e vinte) dias para aquêles que já se encontram no exercício dessa atividade.

CAPÍTULO IV

Das Comissões e Descontos devidos aos Agenciadores e às Agências de Propaganda

Art 11. A comissão, que constitui a remuneração dos Agenciadores de Propaganda, bem como o desconto devido às Agências de Propaganda serão fixados pelos veículos de divulgação sôbre os preços estabelecidos em tabela.

Parágrafo único. Não será concedida nenhuma comissão ou desconto sôbre a propaganda encaminhada diretamente aos veículos de divulgação por qualquer pessoa física ou jurídica que não se enquadre na classificação de Agenciador de Propaganda ou Agências de Propaganda, como definidos na presente Lei.

Art 12. Não será permitido aos veículos de divulgação descontarem da remuneração dos Agenciadores de Propaganda, no todo ou em parte, os débitos não saldados por anunciantes, desde que sua propaganda tenha sido formal e prèviamente aceita pela direção comercial do veículo da divulgação.

Art 13. Os veículos de divulgação poderão manter a seu serviço Representantes (Contatos) junto a anunciantes e Agências de Propaganda, mediante remuneração fixa.

Parágrafo único. A função de Representantes (Contato) poderá ser exercida por Agenciador de Propaganda, sem prejuízo de pagamento de comissões, se assim convier às partes.

Art 14. Ficam assegurados aos Agenciadores de Propaganda, registrados em qualquer veículo de divulgação, todos os benefícios de caráter social e previdenciário outorgados pelas Leis do Trabalho.

CAPÍTULO V

Da fiscalização e Penalidades

Art 15. A fiscalização dos dispositivos desta Lei será exercida pelo Departamento Nacional do Trabalho, ... VETADO ... Delegacias... VETADO ... Regionais, assim como pelos sindicatos e associações de classe das categorias interessadas, que deverão representar às autoridades a respeito de quaisquer infrações.

Art 16. As infrações ao disposto nesta Lei serão punidas pelo órgão oficial fiscalizador com as seguintes penas, sem prejuízo das medidas judiciais adequadas e seus efeitos como de direito:

a) multa, nos casos de infração a qualquer dispositivo, a qual variará entre o valor da décima parte do salário-mínimo vigente na região e o máximo correspondente a dez vêzes o mesmo salário-mínimo;

b) se a infração fôr a do parágrafo único do art. 11, serão multadas ambas as partes, à base de 10 (dez) a 50% (cinqüenta por cento) sôbre o valor do negócio publicitário realizado.

Parágrafo único. Das penalidades aplicadas, caberá sempre recurso, no prazo de 10 (dez) dias, ... VETADO ...

CAPÍTULO VI

Disposições Gerais

Art 17. A atividade publicitária nacional será regida pelos princípios e normas do Código de Ética dos Profissionais da Propaganda, instituído pelo I Congresso Brasileiro de Propaganda, realizado em outubro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro.

Art 18. ... VETADO ...

Art 19. ... VETADO ...

Art 20. A presente Lei, regulamentada pelo Ministério do Trabalho dentro de 30 (trinta) dias de sua publicação, entra em vigor na data dessa publicação.

Art 21. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 18 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º da República

H. CASTELLO BRANCO Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.1965

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Texto compilado

Mensagem de veto

(Vide Decreto nº 99.658, de 1990)

(Vide Decreto nº 1.054, de 1994)

(Vide Decreto nº 7.174, de 2010)

(Vide Medida Provisória nº 544, de 2011)

(Vide Lei nº 12.598, de 2012)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da

Constituição Federal, institui normas para

licitações e contratos da Administração

Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I

Dos Princípios

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos

administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,

alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da

administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as

empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas

direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,

concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com

terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses

previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer

ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja

um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações

recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional

da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será

processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,

da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade

administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e

dos que lhes são correlatos.

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional

da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção

do desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com

os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da

publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,

do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Medida

Provisória nº 495, de 2010)

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional

da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção

do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita

conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da

moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao

instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

(Redação dada pela Lei nº 12.349, de

2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)

§ 1o É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou

condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e

estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio

dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o

específico objeto do contrato;

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou

condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e

estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio

dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o

específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art.

3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991. (Redação dada pela Medida Provisória

nº 495, de 2010)

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou

condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo,

inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou

distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer

outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato,

ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3

o da Lei n

o 8.248, de 23 de

outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,

previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no

que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos

financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte

e no art. 3o da Lei n

o 8.248, de 23 de outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada

preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital

nacional; (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

I - produzidos no País; (Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e (Redação dada pela

Medida Provisória nº 495, de 2010)

III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no

desenvolvimento de tecnologia no País. (Redação dada pela Medida Provisória nº

495, de 2010)

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no

desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

V - (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos

de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida

margem de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a

normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecido

margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que

atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide

Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 6o A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo

de serviços, a que refere o § 5o, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a

até vinte e cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços

estrangeiros. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5

o será estabelecida com base em

estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em

consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de

2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)

(Vide Decreto nº 7.756, de 2012)

I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;

(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela

Lei nº 12.349, de 2010)

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de

2010)

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº

12.349, de 2010)

§ 7o A margem de preferência de que trata o § 6

o será estabelecida com base em

estudos que levem em consideração: (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de

2010)

I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de

2010)

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e (Incluído

pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. (Incluído pela

Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de

desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido

margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349,

de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 8o Respeitado o limite estabelecido no § 6

o, poderá ser estabelecida margem de

preferência adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais

resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. (Incluído

pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo

de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7

o, serão definidas pelo Poder Executivo

federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por

cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído

pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5

o, 6

o e 8

o deste artigo não se aplicam quando

não houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos

serviços no País. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5

o e 7

o deste artigo não se aplicam aos bens e

aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja

inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349,

de 2010)

II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei, quando

for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens e

serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul, após a

ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de

julho de 2006, e poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços

originários de outros países, com os quais o Brasil venha assinar acordos sobre compras

governamentais. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total

ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum

do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº

7.546, de 2011)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão

exigir que o contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles por ela

indicados, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a

condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida

pelo Poder Executivo Federal. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão,

mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado

promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou

daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação

comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento,

cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo

federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao

aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,

considerados estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser

restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo

com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de

2001. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao

aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,

considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser

restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo

com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de

2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de

empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7

o, 10, 11 e 12 deste artigo,

com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela

Lei nº 12.349, de 2010)

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e

contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e

empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº

147, de 2014)

§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais

preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou

serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades

a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente

procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu

desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização

dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato

administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como

expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta

Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao

fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer,

para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas

exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante

prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.

§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por

critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.

§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior correrá à conta das mesmas

dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refere.

§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto

com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos

créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas

cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo

do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias

úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento

diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da

lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Seção II

Das Definições

Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:

I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação,

realizada por execução direta ou indireta;

II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse

para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação,

conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens,

publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só

vez ou parceladamente;

IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;

V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja

superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art.

23 desta Lei;

VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações

assumidas por empresas em licitações e contratos;

VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração,

pelos próprios meios;

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros, sob

qualquer das seguintes modalidades:

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob

qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do

serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do

serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) (VETADO)

c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo,

com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua

integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações

necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante

em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua

utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características

adequadas às finalidades para que foi contratada;

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de

precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou

serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos

preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto

ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a

definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra

e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a

minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração

do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a

incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados

para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos,

instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter

competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,

compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de

fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de

serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à

execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação

Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com

personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações

por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a

Administração Pública opera e atua concretamente;

XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública;

XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública,

sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, o que for definido nas respectivas leis;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;

XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a

Administração Pública;

XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração

com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos

relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no

território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem

estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de

2010)

XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições

estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de

2010)

XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e

serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque

dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos

seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,

confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Medida Provisória nº 495,

de 2010)

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos

no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de

origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de

2010)

XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições

estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e

serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque

dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos

seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,

confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Seção III

Das Obras e Serviços

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços

obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico;

II - projeto executivo;

III - execução das obras e serviços.

§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e

aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à

exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a

execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para

exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de

todos os seus custos unitários;

III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das

obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro

em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano

Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros

para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de

empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da

legislação específica.

§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de

materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não

correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem

similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos

em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e

serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no

ato convocatório.

§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou

contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de

julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de

pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo

pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente

no ato convocatório.

§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos

das obras e preços unitários de determinada obra executada.

§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de

dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua

totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

§ 1º As obras, serviços e fornecimentos serão divididos em tantas parcelas quantas

se comprovarem técnica e economicamente viáveis, a critério e por conveniência da

Administração, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos

recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da

economia de escala.

§ 2º É proibido o retardamento imotivado da execução de parcela de obra ou

serviço, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência

financeira de recursos ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em

despacho circunstanciado das autoridades a que se refere o art. 26 desta lei.

§ 3º Na execução parcelada, inclusive nos casos admitidos neste artigo, a cada

etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou fornecimento, há de corresponder

licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução total do objeto da

licitação.

§ 4º Em qualquer caso, a autorização da despesa será feita para o custo final da

obra ou serviço projetados.

Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou

serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total,

salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em

despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução

de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do

projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente,

acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou

controlador, responsável técnico ou subcontratado;

III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela

licitação.

§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o

inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor

ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a

serviço da Administração interessada.

§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou

serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou

pelo preço previamente fixado pela Administração.

§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a

existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou

trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável

pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços

a estes necessários.

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de

licitação.

Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nos seguintes regimes:

Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes

formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - execução direta;

II - execução indireta, nas seguintes modalidades:

II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (VETADO)

c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) tarefa;

e) empreitada integral.

Parágrafo único. (VETADO)

Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos

padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não

atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do

empreendimento.

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão

considerados principalmente os seguintes requisitos:

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão

considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

I - segurança;

II - funcionalidade e adequação ao interesse público;

III - economia na execução, conservação e operação;

IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-

primas existentes no local para execução, conservação e operação;

V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade

da obra ou do serviço;

VI - adoção das normas técnicas adequadas;

VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho

adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

VII - impacto ambiental.

Seção IV

Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais

especializados os trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou

tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a

prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente,

ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou

remuneração.

§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o

disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente

relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como

elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a

garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto

do contrato.

Seção V

Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e

indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato

e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 15. As compras, sempre que possível,

deverão: (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência)

I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de

especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições

de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor

privado;

IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as

peculiaridades do mercado, visando economicidade;

V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da

Administração Pública.

§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da

Administração, na imprensa oficial.

§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as

peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;

II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;

III - validade do registro não superior a um ano.

§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as

contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios,

respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do

registro preferência em igualdade de condições.

§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível,

deverá ser informatizado.

§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro

geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do

consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível,

mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;

III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do

material.

§ 8o O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23

desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no

mínimo, 3 (três) membros.

Art. 16. Fechado o negócio, será publicada a relação de todas as compras feitas

pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem

comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor

total da operação.

Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou

em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela

Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem

comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor

total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e

inexigibilidade de licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de

licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Seção VI

Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência

de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às

seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da

administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as

entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de

concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

Administração Pública, de qualquer esfera de governo; (Vide Medida Provisória nº 335,

de 2006)

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas

alíneas f e h; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas

“f”, “h” e “i”; (Redação dada pela Medida Provisória nº 458, de 2009)

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas

alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do

art. 24 desta Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de

governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens

imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas

habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da administração pública

especificamente criados para esse fim; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) (Vide

Medida Provisória nº 292, de 2006) (Vide Medida Provisória nº 335, de 2006)

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,

locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou

efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização

fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração

pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de

7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração

Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,

de 2005)

g) procedimentos de regularização fundiária de que trata o art. 29 da Lei no 6.383,

de 7 de dezembro de 1976; (Redação dada pela Medida Provisória nº 458, de 2009)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de

7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração

Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,

de 2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,

locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com

área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de

programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou

entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras

públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de

quinze módulos fiscais ou mil e quinhentos hectares, para fins de regularização

fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Medida Provisória nº 458, de

2009)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras

públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15

(quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de

regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de

2009)

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta

nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após

avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha

de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração

Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação

específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da

Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da

Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas

as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica

doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2o A Administração poderá conceder direito real de uso de bens imóveis,

dispensada licitação, quando o uso se destina a outro órgão ou entidade da

Administração Pública.

§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito

real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação

dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a

localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II - a pessoa física que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão

competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura e moradia sobre área

rural situada na região da Amazônia Legal, definida noart. 2o da Lei n

o 5.173, de 27 de

outubro de 1966, superior à legalmente passível de legitimação de posse referida na

alínea g do inciso I do caput deste artigo, atendidos os limites de área definidos por ato

normativo do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de

2005). (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)

II - a pessoa física que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão

competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e

pacífica e exploração direta sobre área rural situada na região da Amazônia Legal,

definida no art. 1o, § 2

o, inciso VI, da Lei n

o 4.771, de 22 de setembro de 1965, superior

a um módulo fiscal e limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não

exceda mil e quinhentos hectares; (Redação dada pela Medida Provisória nº 458,

de 2009)

II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão

competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e

pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1

(um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda

1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

§ 2o-A. As hipóteses da alínea g do inciso I do caput e do inciso II do § 2

o deste

artigo ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes

condicionamentos: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 2o-A. As hipóteses do inciso II do § 2

o ficam dispensadas de autorização

legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela

Medida Provisória nº 458, de 2009)

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização

legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela

Lei nº 11.952, de 2009)

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja

comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196,

de 2005)

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e

administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído

pela Lei nº 11.196, de 2005)

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei

agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou

administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de

2005)

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em

caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído

pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2

o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196,

de 2005)

I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento

ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela

Lei nº 11.196, de 2005)

II - fica limitada a áreas de até 500 (quinhentos) hectares, vedada a dispensa de

licitação para áreas superiores a esse limite; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, vedada a dispensa de

licitação para áreas superiores a esse limite; e (Redação dada pela Medida Provisória nº

422, de 2008).

II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e

quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse

limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na

alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste

parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)

§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei, a alienação aos proprietários

de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que

se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde

que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea a do

inciso II do art. 23 desta lei.

§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº

9.648, de 1998)

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou

resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por

preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta

por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído

pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder

Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a

usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas

unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído

pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 4º A doação com encargo poderá ser licitada, e de seu instrumento constarão,

obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob

pena de nulidade do ato.

§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,

obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob

pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público

devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o

imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão

garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº

8.883, de 1994)

§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia

não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a

Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação

limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por

cento) da avaliação.

Parágrafo único. Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente,

em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea b desta lei, a

Administração poderá permitir o leilão. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado

de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da

autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III - adoção do procedimento licitatório.

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou

leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo II

Da Licitação

Seção I

Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição

interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de

interessados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências e tomadas de

preços, embora realizadas no local da repartição interessada, deverão ser publicados

com antecedência, durante 3 (três) dias consecutivos, obrigatória e

contemporaneamente:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão da

Administração Pública Federal ou do Distrito Federal e, ainda, quando se tratar de

obras, compras e serviços financiados parcial ou totalmente com recursos federais ou

garantidos por instituições federais;

II - no Diário Oficial do Estado onde será realizada a obra ou serviço, quando se

tratar de licitação de órgãos da Administração Estadual ou Municipal;

III - em pelo menos um jornal diário de grande circulação no Estado ou, se houver,

no Município onde será realizada a obra ou serviço, podendo ainda a Administração,

para ambos os casos, conforme o vulto da concorrência, utilizar-se de outros meios de

divulgação para ampliar a área de competição.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das

tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição

interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma

vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou

entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras

financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições

federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,

respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública

Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em

jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o

serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração,

conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a

área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados

poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento

será:

I - 30 (trinta) dias para a concorrência;

II - 45 (quarenta e cinco) dias para o concurso;

III - 15 (quinze) dias para a tomada de preços ou leilão;

IV - 45 (quarenta e cinco) dias para a licitação do tipo melhor técnica ou técnica e

preço, ou quando o contrato a ser celebrado contemplar a modalidade de empreitada

integral;

V - 5 (cinco) dias úteis para o convite.

I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de

empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e

preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso

anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e

preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b"

do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da

primeira publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva

disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que

ocorrer mais tarde.

§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da

última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva

disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que

ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se

deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,

inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na

fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente

cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o

terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária

qualificação.

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao

seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3

(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do

instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente

especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e

quatro) horas da apresentação das propostas.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para

escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou

remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na

imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda

de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da

avaliação.

§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis

interessados, é vedado repetir o convite aos mesmos escolhidos na licitação

imediatamente anterior realizada para objeto idêntico ou assemelhado.

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda

de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos

ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer

o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

§ 6o Na hipótese do § 3

o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis

interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é

obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem

cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos

convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no

§ 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo,

sob pena de repetição do convite.

§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das

referidas neste artigo.

§ 9o Na hipótese do parágrafo 2

o deste artigo, a administração somente poderá

exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que

comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do

edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo

anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor

estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até Cr$ 100.000.000,00 (cem milhões de cruzeiros);

b) tomada de preços - até Cr$ 1.000.000.000,00 (hum bilhão de cruzeiros);

c) concorrência - acima de Cr$ 1.000.000.000,00 (hum bilhão de cruzeiros);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até Cr$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de cruzeiros);

b) tomada de preços - até Cr$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de cruzeiros);

c) concorrência - acima de Cr$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de

cruzeiros).

I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela

Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil

reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil

reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela

Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,

de 1998)

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil

reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil

reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 1º Para os Municípios, bem como para os órgãos e entidades a eles subordinados,

aplicam-se os seguintes limites em relação aos valores indicados no caput deste artigo e

nos incisos I e II do art. 24 desta lei:

I - 25% (vinte e cinco por cento) dos valores indicados, quando a população do

município não exceder a 20.000 (vinte mil) habitantes;

II - 50% (cinqüenta por cento) dos valores indicados, quando a população do

município se situar entre 20.001 (vinte mil e um) e 100.000 (cem mil) habitantes;

III - 75% (setenta e cinco por cento) dos valores indicados, quando a população do

município se situar entre 100.001 (cem mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;

IV - 100% (cem por cento) dos valores indicados, quando a população do

município exceder a 500.000 (quinhentos mil) habitantes.

§ 2º Para os fins do parágrafo anterior, adotar-se-á como parâmetro o número de

habitantes em cada município segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE).

§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor

de seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real

de uso, bem como nas licitações internacionais, admitida, neste último caso, a tomada

de preços, desde que o órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de

fornecedores e sejam observados os limites deste artigo.

§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas

em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis,

procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos

disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de

escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos

termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou

compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a

execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor

de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no

art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais,

admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços,

quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o

convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela

Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada

de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou tomada de preços, conforme o

caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras ou serviços da

mesma natureza que possam ser realizados simultânea ou sucessivamente, sempre que o

somatório de seus valores caracterizar o caso de tomada de preços ou concorrência,

respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica

que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do

executor da obra ou serviço.

§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços",

conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e

serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e

concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de

"tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto

para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou

empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas

peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também

para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais

aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais

bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o

conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na

licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo

mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados

no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,

quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 5% (cinco por cento) do limite

previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas

de uma mesma obra ou serviço ou ainda de obras e serviços da mesma natureza que

possam ser realizados simultânea ou sucessivamente;

I - para obras e serviços de engenharia de valor até cinco por cento do limite

previsto na alínea a do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de

uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no

mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite

previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas

de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no

mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada

pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 5% (cinco por cento) do limite

previsto na alínea a, do inciso II do artigo anterior, e para alienações, nos casos

previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra

ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite

previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos

previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra

ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela

Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada

urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a

segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou

particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial

ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo

máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da

ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos

contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,

não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as

condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços

ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente

superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados

pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48

desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou

serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos

serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII - quando a operação envolver exclusivamente pessoas jurídicas de direito

público interno, exceto se houver empresas privadas ou de economia mista que possam

prestar ou fornecer os mesmos bens ou serviços, hipótese em que ficarão sujeitas à

licitação;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens

produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração

Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência

desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no

mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos

casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de

Defesa Nacional; (Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao serviço público, cujas

necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço

seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades

precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem

a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo

avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em

conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da

licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor,

inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras eventuais de gêneros alimentícios perecíveis, em centro de

abastecimento ou similar, realizadas diretamente com base no preço do dia;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no

tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas

diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - na contratação de instituição nacional sem fins lucrativos, incumbida

regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento

institucional, científico ou tecnológico, desde que a pretensa contratada detenha

inquestionável reputação ético-profissional;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou

estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de

instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha

inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - para a aquisição de bens ou serviços por intermédio de organização

internacional, desde que o Brasil seja membro e nos termos de acordo específico,

quando as condições ofertadas forem manifestadamente vantajosas para o Poder

Público;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional

específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem

manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de

autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou

entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da

administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de

informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que

integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº

8.883, de 1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou

estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia

técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de

exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883,

de 1994)

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,

embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em

estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas

sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a

exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das

operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II

do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de

materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a

padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e

terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº

8.883, de 1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins

lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração

Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o

preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº

8.883, de 1994)

XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e

tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições

de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. (Incluído pela

Lei nº 9.648, de 1998)

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa

científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou

por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim

específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXII - na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com

concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação

específica;(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás

natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da

legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia

mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens,

prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o

praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as

organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para

atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou

por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de

direito de uso ou de exploração de criação protegida.(Incluído pela Lei nº 10.973, de

2004)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com

entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma

associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio

de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XXVII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,

que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,

mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do

órgão. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos

sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de

lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas

físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais

recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,

ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII - (Vide Medida Provisória nº 352, de 2007)

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no

País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,

mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do

órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos

contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de

paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor

ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de

2008).

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou

sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural

no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na

Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela

Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.

3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios

gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.

3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios

gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos

estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de

setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive

por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção

tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a

implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para

consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa

renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Medida Provisória nº

619, de 2013) (Vide Decreto nº 8.038, de 2013)

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a

implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para

consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa

renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo, serão 20%

(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por sociedade de economia

mista e empresa pública, bem assim por autarquia e fundação qualificadas, na forma da

lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo

serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios

públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação

qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº

11.107, de 2005)

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20%

(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos,

sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação

qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715,

de 2012)

§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a

administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos

órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei

no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do

SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em

especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser

fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a

preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de

atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a

licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,

ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de

natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a

inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou

através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou

pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo

conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos,

experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros

requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é

essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado

superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o

fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de

outras sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos incisos III a XV do art. 24, as situações de

inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento

previsto no final do § 2º do art. 8º desta lei deverão ser comunicados dentro de 3 (três)

dias à autoridade superior para ratificação e publicação na imprensa oficial no prazo de

5 (cinco) dias, como condição de eficácia dos atos.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e nos incisos III a XX do

art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,

e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta lei deverão ser

comunicados dentro de três dias à autoridade superior para ratificação e publicação na

imprensa oficial no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4

o do art. 17 e nos incisos III a XXIV

do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente

justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o, deverão ser

comunicados dentro de três dias a autoridade superior, para ratificação e publicação na

imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos

atos. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4

o do art. 17 e no inciso III e seguintes

do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente

justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei

deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação

e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a

eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,

previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa,

quando for o caso;

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

III - justificativa do preço.

IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão

alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Seção II

Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,

exclusivamente, documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

IV - regularidade fiscal.

IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº 12.440, de

2011) (Vigência)

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição

Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,

consistirá em:

I - cédula de identidade;

II - registro comercial, no caso de empresa individual;

III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado,

em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,

acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de

prova de diretoria em exercício;

V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em

funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido

pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso,

consistirá em:

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o

caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral

de Contribuintes (CGC);

II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se

houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e

compatível com o objeto contratual;

III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do

domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social, demonstrando situação

regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos

encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,

mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da

Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1

o de maio

de 1943. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível

em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das

instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a

realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros

da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos,

e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições

locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o

caso.

§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II deste artigo, no caso de

licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas

jurídicas de direito público ou privado, devidamente certificados pela entidade

profissional competente, limitadas as exigências a:

a) quanto à capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir

em seu quadro permanente, na data da licitação, profissional de nível superior detentor

de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de

características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior

relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de

quantidades mínimas ou prazos máximos;

b) (VETADO)

§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no

caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por

pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades

profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu

quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível

superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de

atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características

semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor

significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou

prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º As parcelas de maior relevância técnica ou de valor significativo,

mencionadas no parágrafo anterior, serão prévia e objetivamente definidas no

instrumento convocatório.

§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas

no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela

Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou

atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional

equivalente ou superior.

§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando

for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito

público ou privado.

§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com

limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras

não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,

equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o

cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação

explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as

exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7o (VETADO)

§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade

técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja

avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e

será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta

especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a

ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços

públicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da

capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão

participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por

profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela

administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á

a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já

exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da

empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser

atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de

apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede

da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do

art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da

contratação.

§ 1º A exigência de indicadores limitar-se-á à demonstração da capacidade

financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja

adjudicado o contrato.

§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira

do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado

o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de

rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e

serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de

capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no

§ 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação

econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do

contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo

anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação,

devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na

forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo

licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de

disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e

sua capacidade de rotação.

§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma

objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente

justificados no processo administrativo que tenha dado início ao processo licitatório.

§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma

objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente

justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame

licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta

avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes

da licitação.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o (VETADO)

§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em

original, por qualquer processo de cópia autenticada por tabelião de notas ou por

funcionário da unidade que realiza a licitação, ou publicação em órgão de imprensa

oficial.

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em

original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por

servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser

dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens

para pronta entrega e leilão.

§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os

documentos enumerados nos arts. 28 e 29, exclusive aqueles de que tratam os incisos III

e IV do art. 29, obrigada a parte a declarar, sob as penalidades cabíveis, a

superveniência de fato impeditivo da habilitação, e a apresentar o restante da

documentação prevista nos arts. 30 e 31 desta lei.

§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1

o do art. 36 substitui os

documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em

sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a

declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da

habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro

cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o

registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.

§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível,

atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores

mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e

traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com

poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.

§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento

de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando

solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de

reprodução gráfica da documentação fornecida.

§ 6o O disposto no § 4

o deste artigo, no § 1

o do art. 33 e no § 2

o do art. 55, não se

aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento

seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro

internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem

nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos

fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia

autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e

serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio,

observar-se-ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de

consórcio, subscrito pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às

condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de

cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos

quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira,

o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva

participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de

até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este

acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas

empresas assim definidas em lei;

IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação,

através de mais de um consórcio ou isoladamente;

V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio,

tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá,

obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.

§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do

contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido

no inciso I deste artigo.

Seção III

Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública

que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de

habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)

§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar

permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a

proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a

chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de

novos interessados.

§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais

de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo,

o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27

desta Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua

especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica

avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31

desta Lei.

§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o

registro.

§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada

no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro

do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as

estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV

Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo

administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização

respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao

qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,

ou da entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou

oficial, ou do responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou

inexigibilidade;

VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas

manifestações e decisões;

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,

fundamentado circunstanciadamente;

X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI - outros comprovantes de publicações;

XII - demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas dos editais de licitação, bem como as dos contratos,

acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas pelo

órgão de assessoria jurídica da unidade responsável pela licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,

acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por

assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de

licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no

art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado,

obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável

com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação

do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua

realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão

acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os

interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, bem como para os do § 5º do art. 23 e do

inciso I do art. 24 desta lei, consideram-se licitações simultâneas ou sucessivas aquelas

com objeto semelhante, sendo licitações simultâneas aquelas com realização prevista

para intervalos não superiores a 30 (trinta) dias e licitações sucessivas aquelas em que o

edital subseqüente tenha uma data anterior a 120 (cento e vinte) dias após o término das

obrigações previstas na licitação antecedente.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas

aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a

trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o

edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do

contrato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome

da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da

licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento

da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e

indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos,

como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto

da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;

IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação

e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a

31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância

em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação

e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu

objeto;

IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e

estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, conforme o caso;

X - critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, conforme o caso,

vedada a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em

relação a preços de referência; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,

permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios

estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o

disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação do custo de produção,

admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data da proposta ou do

orçamento a que esta se referir até a data do adimplemento de cada parcela;

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de

produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista

para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data

do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XII - (VETADO)

XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras

ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas,

etapas ou tarefas;

XIV - condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento em relação à data final a cada período de aferição não

superior a 30 (trinta) dias;

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do

período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a

disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data a ser

definida nos termos da alínea a deste inciso até a data do efetivo pagamento;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final

do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos,

por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e

assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele

extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos

interessados.

§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,

especificações e outros complementos;

II - demonstrativo do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos

unitários;

II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante

vencedor;

IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à

licitação.

§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da

obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou

de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja

vinculada a emissão de documento de cobrança.

§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de

entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser

dispensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo,

correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista

para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de

1994)

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital,

ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por

irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias

úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a

Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo

da faculdade prevista no § 1o do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a

Administração o licitante que, tendo-os aceito sem objeção, venha a apontar, depois da

abertura dos envelopes de habilitação, falhas ou irregularidades que o viciariam,

hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a

administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura

dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as

propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas

ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá

efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de

participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das

fases subseqüentes.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às

diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos

órgãos competentes.

§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda

estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.

§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude

da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira à taxa de

câmbio vigente na data do efetivo pagamento.

§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude

da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa

de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo

pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas

oferecidas ao licitante estrangeiro.

§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes

estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que

oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.

§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com

recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de

cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte,

poderão ser admitidas na respectiva licitação, mantidos os princípios basilares desta lei,

as normas e procedimentos daquelas entidades e as condições decorrentes de acordos,

protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional.

§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com

recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de

cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte,

poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos,

protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional,

bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério

de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,

além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção

do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do

julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do

contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de

destino.

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes

procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos

concorrentes, e sua apreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as

respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados,

desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência

expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e,

conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial

competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais

deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a

desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de

avaliação constantes do edital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do

objeto da licitação.

§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as

propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se

lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e

pela Comissão.

§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação,

a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do

processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar

originariamente da proposta.

§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso,

ao leilão, à tomada de preços e ao convite, facultada, quanto a este último, a publicação

na imprensa oficial.

§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao

concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas

as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a

habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o

julgamento.

§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por

motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os

critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as

normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,

subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade

entre os licitantes.

§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no

convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou

vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.

§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos,

irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de

mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação

não tenha estabelecido limites mínimos.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior se aplica também a propostas que incluam

mão-de-obra estrangeira ou importação de insumos de qualquer natureza, adotando-se,

como referência, os mercados nos países de origem.

§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos,

irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de

mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação

não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e

instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à

totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam

mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº

8.883, de 1994)

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de

licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de

licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os

fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos

licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação para obras, serviços e

compras, exceto nas modalidades de concurso e leilão:

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na

modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para

a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de

acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de

direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto

no § 2o do art. 3

o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato

público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro

processo.

§ 3º No caso da licitação do tipo menor preço, entre os licitantes considerados

qualificados a classificação se fará pela ordem crescente dos preços propostos e

aceitáveis, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no

parágrafo anterior.

§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a Administração Pública

observará o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em

conta, com a adoção da licitação de técnica e preço, os fatores especificados em seu §

2º.

§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados

qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos,

prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo

anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará

o disposto no art. 3o da Lei n

o 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os

fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamento o tipo de

licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos

indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.

§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas

quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído

pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 46. Os tipos de licitação melhor técnica ou técnica e preço serão utilizados

exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial

na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de

engenharia consultiva em geral, e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos

preliminares e projetos básicos e executivos.

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão

utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em

especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e

de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos

técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do

artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento

claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que

a Administração se propõe a pagar:

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos

licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas

propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado,

definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a

capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta,

compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem

utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para

a sua execução;

II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das

propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida

no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente

melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos

preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor

preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;

III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será

adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a

consecução de acordo para a contratação;

IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem

preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida

para a proposta técnica.

§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao

inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no

instrumento convocatório:

I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com

critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;

II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das

valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos

no instrumento convocatório.

§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser

adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior

autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para

fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto

majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio

restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que

o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com

repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e

durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha

dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a

modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá

fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações

necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e

completo conhecimento do objeto da licitação.

Art. 48. Serão desclassificadas:

I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;

II - as propostas com preços excessivos ou manifestamente inexeqüíveis.

Parágrafo único. Quando todas as propostas forem desclassificadas, a

Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 (oito) dias úteis para a

apresentação de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo.

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços

manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter

demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos

insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são

compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente

especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

Parágrafo único. Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as

propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de

oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas

escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução

deste prazo para três dias úteis.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se

manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e

serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por

cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por

cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global

da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as

alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia

adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o

valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. (Incluído

pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem

desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis

para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das

causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para

três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente

poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato

superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal

conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,

mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera

obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o

disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o

contraditório e a ampla defesa.

§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento

de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem

de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,

sob pena de nulidade.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração

ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente

ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles

servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da

Administração responsáveis pela licitação.

§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas

unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser

substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral,

sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados

no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por

todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver

devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido

tomada a decisão.

§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1

(um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão

no período subseqüente.

§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial

integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em

exame, servidores públicos ou não.

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido

de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.

§ 1o O regulamento deverá indicar:

I - a qualificação exigida dos participantes;

II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a

executá-lo quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela

Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para

fixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no

edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada

no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao

pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder

em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no

município em que se vai realizar.

§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em

até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no

município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo III

DOS CONTRATOS

Seção I

Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas

cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os

princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua

execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e

responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta

a que se vinculam.

§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem

atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade

do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do

adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de

observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação

funcional programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os

valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão

administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando

for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu,

ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos

omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato,

em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de

habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1o (VETADO)

§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou

jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente

cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer

questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.

§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão,

aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou

Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei

no 4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista

no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações

de obras, serviços e compras.

§ 1º São modalidades de garantia:

I - caução em dinheiro, em títulos de dívida pública ou fidejussória;

II - (VETADO).

III - fiança bancária.

§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de

garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; (Redação dada pela Lei nº

8.883, de 1994)

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido

emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação

e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores

econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº

11.079, de 2004)

II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)

§ 2º As garantias a que se referem os incisos I e III do parágrafo anterior, quando

exigidas, não excederão a 5% (cinco por cento) do valor do contrato.

§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento

do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele,

ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de

1994)

§ 3º(VETADO)

§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta

complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de

parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto

no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do

contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a

execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração,

dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o

valor desses bens.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos

respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no

Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da

Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, os quais

poderão ter a sua duração estendida por igual período;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que deverão ter

a sua duração dimensionada com vistas à obtenção de preços e condições mais

vantajosas para a administração, limitada a duração a sessenta meses. (Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter

a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de

preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta

meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - (VETADO)

III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática,

podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o

início da vigência do contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos

contratos poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da

administração. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos

contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da

administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega

admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a

manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos

seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das

partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por

ordem e no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites

permitidos por esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido

pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto

aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na

execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente

autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da

autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser

prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei

confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de

interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79

desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,

imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade

de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na

hipótese de rescisão do contrato administrativo.

§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos

administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do

contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera

retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria

produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o

contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por

outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,

promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II

Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições

interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro

sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se

formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no

processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a

Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas

aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23,

inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus

representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo

da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas

desta Lei e às cláusulas contratuais.

§ 1º A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na

imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada

pela Administração na mesma data de sua assinatura para ocorrer no prazo de 20 (vinte)

dias, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus.

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO)

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus

aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será

providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua

assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu

valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de

tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam

compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos

demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais

como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de

execução de serviço.

§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da

licitação.

§ 2º Em carta contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra,

ordem de execução de serviço ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o

disposto no art. 56 desta lei.

§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra",

"ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber,

o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais,

no que couber:

I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público

seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma

de direito privado;

II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço

público.

§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste

artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de

compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem

obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e

do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia

autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o

termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e

condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das

sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período,

quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo

justificado aceito pela Administração.

§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de

contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições

estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para

fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,

inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou

revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem

convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos

assumidos.

Seção III

Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas

justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor

adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de

acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço,

bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade

dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de

circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação

do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente

contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) (VETADO).

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os

encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da

obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-

financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou

previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da

execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do

príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os

acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte

e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de

reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para

os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no

parágrafo anterior.

§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no

parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído

pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras

ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites

estabelecidos no § 1o deste artigo.

§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver

adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela

Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente

corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da

supressão, desde que regularmente comprovados.

§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem

como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da

apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados,

implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do

contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio

econômico-financeiro inicial.

§ 7o (VETADO)

§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto

no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras

decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de

dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não

caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila,

dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV

Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as

cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências

de sua inexecução total ou parcial.

Art. 66-A. (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de

terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as

ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for

necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante

deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas

convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local

da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou

substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se

verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais

empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à

Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato,

não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento

pelo órgão interessado.

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,

fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos estabelecidos

neste artigo, não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu

pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso

das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2º A Administração poderá exigir, também, seguro para garantia de pessoas e

bens, devendo essa exigência constar do edital da licitação ou do convite.

§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas,

fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu

pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso

das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela

Lei nº 9.032, de 1995)

§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos

encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da

Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades

contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o

limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,

mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da

comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade

competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do

prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos

contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do

material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e

conseqüente aceitação.

§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-

se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil

pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita

execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser

superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e

previstos no edital.

§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este

artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados,

reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15

(quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II - serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta

Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à

verificação de funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato

normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para

a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou

fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V

Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as

conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e

prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a

impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos

estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia

comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado

com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou

incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para

acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do

§ 1o do art. 67 desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa,

que prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,

justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está

subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o

contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,

acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do

art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo

superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave

perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que

totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de

indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e

mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de

optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja

normalizada a situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela

Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já

recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da

ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do

cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para

execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das

fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,

impeditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos

autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das

sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos

enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,

desde que haja conveniência para a Administração;

III - judicial, nos termos da legislação;

IV - (VETADO)

IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização

escrita e fundamentada da autoridade competente.

§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo

anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos

regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:

I - devolução de garantia;

II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III - pagamento do custo da desmobilização.

§ 3o (VETADO)

§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o (VETADO)

§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma

de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes

conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar,

por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal

empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do

inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos

valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos

causados à Administração.

§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério

da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta

ou indireta.

§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o

contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.

§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de

autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou

Municipal, conforme o caso.

§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à

Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I

Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou

retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração,

caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades

legalmente estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados

nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas

condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os

preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções

previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades

civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam

os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo,

emprego, função ou mandato eletivo.

Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce,

mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.

§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo,

emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações,

empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle,

direto ou indireto, do Poder Público.

§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes

previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança

em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia

mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo

Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos

contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas

autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e

quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

Seção II

Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à

multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda

unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da

garantia do respectivo contratado.

§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda

desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos

pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso,

cobrada judicialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,

garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar

com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração

Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja

promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será

concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes

e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda

desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos

eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas

juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo

processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva

do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada

a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de

vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide

art 109 inciso III)

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão

também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos

regidos por esta Lei:

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude

fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em

virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III

Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou

deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente

concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou

inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro

expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter,

para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a

Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja

invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,

inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatório, durante a execução dos

contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório

da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com

preterição da ordem cronológica de sua apresentação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,

inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos

contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório

da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com

preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121

desta Lei:(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente

concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia,

injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de

procedimento licitatório:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou

proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça,

fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena

correspondente à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em

razão da vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para

aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a

execução do contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional

declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a

licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer

interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão

ou cancelamento de registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no

pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base

corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível

pelo agente.

§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois

por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou

celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda

Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IV

Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada,

cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa

do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua

autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-

la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.

Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os

membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes

do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos

crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos

necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for

ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do

Código de Processo Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias

para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo

juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5

(cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as

diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o

prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e

quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei,

assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão,

subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

Capítulo V

DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:

I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da

lavratura da ata, nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;

b) julgamento das propostas;

c) anulação ou revogação da licitação;

d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou

cancelamento;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 78 desta lei;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão

relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso

hierárquico;

III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário

Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no

prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste

artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita

mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e

"b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando

poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito

suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de

interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão

impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou

o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis,

ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a

decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do

recurso, sob pena de responsabilidade.

§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se

inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao

interessado.

§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os

prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias

úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do

início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto

quando for explicitamente disposto em contrário.

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia

de expediente no órgão ou na entidade.

Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto

ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele

relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de

concurso ou no ajuste para sua elaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter

tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de

todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de

concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação

da obra.

Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública,

caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa

execução, fiscalização e pagamento.

Parágrafo único. Fica facultado à entidade interessada o acompanhamento da

execução do contrato.

§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do

edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes

da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da

execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos

regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da

legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis

pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da

Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.

§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar

ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra

irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno

poderão solicitar para exame, antes da abertura das propostas, cópia de edital de

licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração

interessada à adoção das medidas corretivas que, em função desse exame, lhes forem

determinadas.

§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno

poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de

recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os

órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas

pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela

Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de

licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende

análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.

§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta

da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.

§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à

concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da

documentação.

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos

procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito

de sua competência, observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da

autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,

acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da

Administração.

§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da

Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho

proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes

informações:

I - identificação do objeto a ser executado;

II - metas a serem atingidas;

III - etapas ou fases de execução;

IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;

V - cronograma de desembolso;

VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das

etapas ou fases programadas;

VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que

os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente

assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão

descentralizador.

§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo

à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.

§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano

de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até

o saneamento das impropriedades ocorrentes:

I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela

anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante

procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão

descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno

da Administração Pública;

II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não

justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos

princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos

praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a

outras cláusulas conveniais básicas;

III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo

partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle

interno.

§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente

aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de

seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto

prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a

utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.

§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão

obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no

objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as

prestações de contas do ajuste.

§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou

ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas

obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão

repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena

da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada

pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos

Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta

Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da

administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao

disposto nesta Lei.

Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e

demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades

referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados,

ficando sujeitas às disposições desta Lei.

Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da

Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que

estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser

publicados na imprensa oficial.

Art. 120. Os valores fixados por esta lei serão automaticamente corrigidos na

mesma periodicidade e proporção da variação do Índice Nacional de Preços ao

Consumidor (INPC), com base no índice do mês de dezembro de 1991.

Art. 120. Os valores fixados por esta lei serão automaticamente corrigidos na

mesma periodicidade e proporção da variação do Índice Geral de Preços do Mercado

(IGP-M), com base no índice do mês de dezembro de 1991.(Redação dada pela Lei nº

8.883, de 1994)

Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da

União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no

caput deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1.000,00 (um mil

cruzeiros).

Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da

União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no

"caput" deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1,00 (hum cruzeiro

real). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo

Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando

como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (Redação

dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 121. O disposto nesta lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos

assinados anteriormente à sua vigência.

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos

contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos

parágrafos 1o, 2

o e 8

o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no

"caput" do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica,

podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei,

separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior

à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União

continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de

1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo

celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam

regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório

específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.

Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições

sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta

Lei, na forma de regulamentação específica.

Art. 124. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de

serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação

específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2o do art. 7

o serão

dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em

que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública

concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado por

força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os Decretos-leis

nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de

setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei n

o 5.194,

de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº

8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e 105

o da República.

ITAMAR FRANCO

Rubens Ricupero

Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 22.6.1993, republicado em 6.7.1994

e retificado em 6.7.1994

*

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.232, DE 29 DE ABRIL DE 2010.

Mensagem de veto

Dispõe sobre as normas gerais para

licitação e contratação pela administração

pública de serviços de publicidade

prestados por intermédio de agências de

propaganda e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e

contratações pela administração pública de serviços de publicidade prestados

necessariamente por intermédio de agências de propaganda, no âmbito da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1o Subordinam-se ao disposto nesta Lei os órgãos do Poder

Executivo, Legislativo e Judiciário, as pessoas da administração indireta e

todas as entidades controladas direta ou indiretamente pelos entes referidos

nocaput deste artigo.

§ 2o As Leis nos 4.680, de 18 de junho de 1965, e 8.666, de 21 de junho

de 1993, serão aplicadas aos procedimentos licitatórios e aos contratos regidos

por esta Lei, de forma complementar.

Art. 2o Para fins desta Lei, considera-se serviços de publicidade o

conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o

estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução

interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição

de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de

promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir ideias ou

informar o público em geral.

§ 1o Nas contratações de serviços de publicidade, poderão ser incluídos

como atividades complementares os serviços especializados pertinentes:

I - ao planejamento e à execução de pesquisas e de outros instrumentos

de avaliação e de geração de conhecimento sobre o mercado, o público-alvo,

os meios de divulgação nos quais serão difundidas as peças e ações

publicitárias ou sobre os resultados das campanhas realizadas, respeitado o

disposto no art. 3o desta Lei;

II - à produção e à execução técnica das peças e projetos publicitários

criados;

III - à criação e ao desenvolvimento de formas inovadoras de

comunicação publicitária, em consonância com novas tecnologias, visando à

expansão dos efeitos das mensagens e das ações publicitárias.

§ 2o Os contratos de serviços de publicidade terão por objeto somente

as atividades previstas no caput e no § 1o deste artigo, vedada a inclusão de

quaisquer outras atividades, em especial as de assessoria de imprensa,

comunicação e relações públicas ou as que tenham por finalidade a realização

de eventos festivos de qualquer natureza, as quais serão contratadas por meio

de procedimentos licitatórios próprios, respeitado o disposto na legislação em

vigor.

§ 3o Na contratação dos serviços de publicidade, faculta-se a

adjudicação do objeto da licitação a mais de uma agência de propaganda, sem

a segregação em itens ou contas publicitárias, mediante justificativa no

processo de licitação.

§ 4o Para a execução das ações de comunicação publicitária realizadas

no âmbito dos contratos decorrentes das licitações previstas no § 3o deste

artigo, o órgão ou a entidade deverá, obrigatoriamente, instituir procedimento

de seleção interna entre as contratadas, cuja metodologia será aprovada pela

administração e publicada na imprensa oficial.

Art. 3o As pesquisas e avaliações previstas no inciso I do § 1o do art.

2o desta Lei terão a finalidade específica de aferir o desenvolvimento

estratégico, a criação e a veiculação e de possibilitar a mensuração dos

resultados das campanhas publicitárias realizadas em decorrência da

execução do contrato.

Parágrafo único. É vedada a inclusão nas pesquisas e avaliações de

matéria estranha ou que não guarde pertinência temática com a ação

publicitária ou com o objeto do contrato de prestação de serviços de

publicidade.

Art. 4o Os serviços de publicidade previstos nesta Lei serão contratados

em agências de propaganda cujas atividades sejam disciplinadas pela Lei no

4.680, de 18 de junho de 1965, e que tenham obtido certificado de qualificação

técnica de funcionamento.

§ 1o O certificado de qualificação técnica de funcionamento previsto

no caput deste artigo poderá ser obtido perante o Conselho Executivo das

Normas-Padrão - CENP, entidade sem fins lucrativos, integrado e gerido por

entidades nacionais que representam veículos, anunciantes e agências, ou por

entidade equivalente, legalmente reconhecida como fiscalizadora e

certificadora das condições técnicas de agências de propaganda.

§ 2o A agência contratada nos termos desta Lei só poderá reservar e

comprar espaço ou tempo publicitário de veículos de divulgação, por conta e

por ordem dos seus clientes, se previamente os identificar e tiver sido por eles

expressamente autorizada.

CAPÍTULO II

DOS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

Art. 5o As licitações previstas nesta Lei serão processadas pelos órgãos

e entidades responsáveis pela contratação, respeitadas as modalidades

definidas no art. 22 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, adotando-se

como obrigatórios os tipos “melhor técnica” ou “técnica e preço”.

Art. 6o A elaboração do instrumento convocatório das licitações previstas

nesta Lei obedecerá às exigências do art. 40 da Lei no 8.666, de 21 de junho

de 1993, com exceção das previstas nos incisos I e II do seu § 2o, e às

seguintes:

I - os documentos de habilitação serão apresentados apenas pelos

licitantes classificados no julgamento final das propostas, nos termos do inciso

XI do art. 11 desta Lei;

II - as informações suficientes para que os interessados elaborem

propostas serão estabelecidas em um briefing, de forma precisa, clara e

objetiva;

III - a proposta técnica será composta de um plano de comunicação

publicitária, pertinente às informações expressas no briefing, e de um conjunto

de informações referentes ao proponente;

IV - o plano de comunicação publicitária previsto no inciso III deste artigo

será apresentado em 2 (duas) vias, uma sem a identificação de sua autoria e

outra com a identificação;

V - a proposta de preço conterá quesitos representativos das formas de

remuneração vigentes no mercado publicitário;

VI - o julgamento das propostas técnicas e de preços e o julgamento final

do certame serão realizados exclusivamente com base nos critérios

especificados no instrumento convocatório;

VII - a subcomissão técnica prevista no § 1o do art. 10 desta Lei

reavaliará a pontuação atribuída a um quesito sempre que a diferença entre a

maior e a menor pontuação for superior a 20% (vinte por cento) da pontuação

máxima do quesito, com o fim de restabelecer o equilíbrio das pontuações

atribuídas, de conformidade com os critérios objetivos postos no instrumento

convocatório;

VIII - serão fixados critérios objetivos e automáticos de identificação da

proposta mais vantajosa para a administração, no caso de empate na soma de

pontos das propostas técnicas, nas licitações do tipo “melhor técnica”;

IX - o formato para apresentação pelos proponentes do plano de

comunicação publicitária será padronizado quanto a seu tamanho, a fontes

tipográficas, a espaçamento de parágrafos, a quantidades e formas dos

exemplos de peças e a outros aspectos pertinentes, observada a exceção

prevista no inciso XI deste artigo;

X - para apresentação pelos proponentes do conjunto de informações de

que trata o art. 8o desta Lei, poderão ser fixados o número máximo de páginas

de texto, o número de peças e trabalhos elaborados para seus clientes e as

datas a partir das quais devam ter sido elaborados os trabalhos, e veiculadas,

distribuídas, exibidas ou expostas as peças;

XI - na elaboração das tabelas, planilhas e gráficos integrantes do plano

de mídia e não mídia, os proponentes poderão utilizar as fontes tipográficas

que julgarem mais adequadas para sua apresentação;

XII - será vedada a aposição, a qualquer parte da via não identificada do

plano de comunicação publicitária, de marca, sinal ou palavra que possibilite a

identificação do seu proponente antes da abertura do invólucro de que trata o §

2o do art. 9o desta Lei;

XIII - será vedada a aposição ao invólucro destinado às informações de

que trata o art. 8o desta Lei, assim como dos documentos nele contidos, de

informação, marca, sinal, etiqueta ou qualquer outro elemento que identifique a

autoria do plano de comunicação publicitária, em qualquer momento anterior à

abertura dos invólucros de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei;

XIV - será desclassificado o licitante que descumprir o disposto nos

incisos XII e XIII deste artigo e demais disposições do instrumento

convocatório.

§ 1o No caso do inciso VII deste artigo, persistindo a diferença de

pontuação prevista após a reavaliação do quesito, os membros da

subcomissão técnica, autores das pontuações consideradas destoantes,

deverão registrar em ata as razões que os levaram a manter a pontuação

atribuída ao quesito reavaliado, que será assinada por todos os membros da

subcomissão e passará a compor o processo da licitação.

§ 2o Se houver desclassificação de alguma proposta técnica por

descumprimento de disposições do instrumento convocatório, ainda assim será

atribuída pontuação a seus quesitos, a ser lançada em planilhas que ficarão

acondicionadas em invólucro fechado e rubricado no fecho pelos membros da

subcomissão técnica prevista no § 1o do art. 10 desta Lei, até que expirem os

prazos para interposição de recursos relativos a essa fase da licitação, exceto

nos casos em que o descumprimento resulte na identificação do proponente

antes da abertura do invólucro de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei.

Art. 7o O plano de comunicação publicitária de que trata o inciso III do

art. 6o desta Lei será composto dos seguintes quesitos:

I - raciocínio básico, sob a forma de texto, que apresentará um

diagnóstico das necessidades de comunicação publicitária do órgão ou

entidade responsável pela licitação, a compreensão do proponente sobre o

objeto da licitação e os desafios de comunicação a serem enfrentados;

II - estratégia de comunicação publicitária, sob a forma de texto, que

indicará e defenderá as linhas gerais da proposta para suprir o desafio e

alcançar os resultados e metas de comunicação desejadas pelo órgão ou

entidade responsável pela licitação;

III - ideia criativa, sob a forma de exemplos de peças publicitárias, que

corresponderão à resposta criativa do proponente aos desafios e metas por ele

explicitados na estratégia de comunicação publicitária;

IV - estratégia de mídia e não mídia, em que o proponente explicitará e

justificará a estratégia e as táticas recomendadas, em consonância com a

estratégia de comunicação publicitária por ela sugerida e em função da verba

disponível indicada no instrumento convocatório, apresentada sob a forma de

textos, tabelas, gráficos, planilhas e por quadro resumo que identificará as

peças a serem veiculadas ou distribuídas e suas respectivas quantidades,

inserções e custos nominais de produção e de veiculação.

Art. 8o O conjunto de informações a que se refere o inciso III do art.

6o desta Lei será composto de quesitos destinados a avaliar a capacidade de

atendimento do proponente e o nível dos trabalhos por ele realizados para seus

clientes.

Art. 9o As propostas de preços serão apresentadas em 1 (um) invólucro

e as propostas técnicas em 3 (três) invólucros distintos, destinados um para a

via não identificada do plano de comunicação publicitária, um para a via

identificada do plano de comunicação publicitária e outro para as demais

informações integrantes da proposta técnica.

§ 1o O invólucro destinado à apresentação da via não identificada do

plano de comunicação publicitária será padronizado e fornecido previamente

pelo órgão ou entidade responsável pela licitação, sem nenhum tipo de

identificação.

§ 2o A via identificada do plano de comunicação publicitária terá o

mesmo teor da via não identificada, sem os exemplos de peças referentes à

ideia criativa.

Art. 10. As licitações previstas nesta Lei serão processadas e julgadas

por comissão permanente ou especial, com exceção da análise e julgamento

das propostas técnicas.

§ 1o As propostas técnicas serão analisadas e julgadas por subcomissão

técnica, constituída por, pelo menos, 3 (três) membros que sejam formados em

comunicação, publicidade ou marketing ou que atuem em uma dessas áreas,

sendo que, pelo menos, 1/3 (um terço) deles não poderão manter nenhum

vínculo funcional ou contratual, direto ou indireto, com o órgão ou a entidade

responsável pela licitação.

§ 2o A escolha dos membros da subcomissão técnica dar-se-á por

sorteio, em sessão pública, entre os nomes de uma relação que terá, no

mínimo, o triplo do número de integrantes da subcomissão, previamente

cadastrados, e será composta por, pelo menos, 1/3 (um terço) de profissionais

que não mantenham nenhum vínculo funcional ou contratual, direto ou indireto,

com o órgão ou entidade responsável pela licitação.

§ 3o Nas contratações de valor estimado em até 10 (dez) vezes o limite

previsto na alínea a do inciso II do art. 23 da Lei no 8.666, de 21 de junho de

1993, a relação prevista no § 2o deste artigo terá, no mínimo, o dobro do

número de integrantes da subcomissão técnica e será composta por, pelo

menos, 1/3 (um terço) de profissionais que não mantenham nenhum vínculo

funcional ou contratual, direto ou indireto, com o órgão ou entidade responsável

pela licitação.

§ 4o A relação dos nomes referidos nos §§ 2o e 3o deste artigo será

publicada na imprensa oficial, em prazo não inferior a 10 (dez) dias da data em

que será realizada a sessão pública marcada para o sorteio.

§ 5o Para os fins do cumprimento do disposto nesta Lei, até 48

(quarenta e oito) horas antes da sessão pública destinada ao sorteio, qualquer

interessado poderá impugnar pessoa integrante da relação a que se referem os

§§ 2o, 3o e 4o deste artigo, mediante fundamentos jurídicos plausíveis.

§ 6o Admitida a impugnação, o impugnado terá o direito de abster-se de

atuar na subcomissão técnica, declarando-se impedido ou suspeito, antes da

decisão da autoridade competente.

§ 7o A abstenção do impugnado ou o acolhimento da impugnação,

mediante decisão fundamentada da autoridade competente, implicará, se

necessário, a elaboração e a publicação de nova lista, sem o nome impugnado,

respeitado o disposto neste artigo.

§ 8o A sessão pública será realizada após a decisão motivada da

impugnação, em data previamente designada, garantidos o cumprimento do

prazo mínimo previsto no § 4o deste artigo e a possibilidade de fiscalização do

sorteio por qualquer interessado.

§ 9o O sorteio será processado de modo a garantir o preenchimento das

vagas da subcomissão técnica, de acordo com a proporcionalidade do número

de membros que mantenham ou não vínculo com o órgão ou entidade

responsável pela licitação, nos termos dos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo.

§ 10. Nas licitações previstas nesta Lei, quando processadas sob a

modalidade de convite, a subcomissão técnica, excepcionalmente, nas

pequenas unidades administrativas e sempre que for comprovadamente

impossível o cumprimento do disposto neste artigo, será substituída pela

comissão permanente de licitação ou, inexistindo esta, por servidor

formalmente designado pela autoridade competente, que deverá possuir

conhecimentos na área de comunicação, publicidade ou marketing.

Art. 11. Os invólucros com as propostas técnicas e de preços serão

entregues à comissão permanente ou especial na data, local e horário

determinados no instrumento convocatório.

§ 1o Os integrantes da subcomissão técnica não poderão participar da

sessão de recebimento e abertura dos invólucros com as propostas técnicas e

de preços.

§ 2o Os invólucros padronizados com a via não identificada do plano de

comunicação publicitária só serão recebidos pela comissão permanente ou

especial se não apresentarem marca, sinal, etiqueta ou qualquer outro

elemento capaz de identificar a licitante.

§ 3o A comissão permanente ou especial não lançará nenhum código,

sinal ou marca nos invólucros padronizados nem nos documentos que

compõem a via não identificada do plano de comunicação publicitária.

§ 4o O processamento e o julgamento da licitação obedecerão ao

seguinte procedimento:

I - abertura dos 2 (dois) invólucros com a via não identificada do plano de

comunicação e com as informações de que trata o art. 8o desta Lei, em sessão

pública, pela comissão permanente ou especial;

II - encaminhamento das propostas técnicas à subcomissão técnica para

análise e julgamento;

III - análise individualizada e julgamento do plano de comunicação

publicitária, desclassificando-se as que desatenderem as exigências legais ou

estabelecidas no instrumento convocatório, observado o disposto no inciso XIV

do art. 6o desta Lei;

IV - elaboração de ata de julgamento do plano de comunicação

publicitária e encaminhamento à comissão permanente ou especial, juntamente

com as propostas, as planilhas com as pontuações e a justificativa escrita das

razões que as fundamentaram em cada caso;

V - análise individualizada e julgamento dos quesitos referentes às

informações de que trata o art. 8o desta Lei, desclassificando-se as que

desatenderem quaisquer das exigências legais ou estabelecidas no

instrumento convocatório;

VI - elaboração de ata de julgamento dos quesitos mencionados no

inciso V deste artigo e encaminhamento à comissão permanente ou especial,

juntamente com as propostas, as planilhas com as pontuações e a justificativa

escrita das razões que as fundamentaram em cada caso;

VII - realização de sessão pública para apuração do resultado geral das

propostas técnicas, com os seguintes procedimentos:

a) abertura dos invólucros com a via identificada do plano de

comunicação publicitária;

b) cotejo entre as vias identificadas e não identificadas do plano de

comunicação publicitária, para identificação de sua autoria;

c) elaboração de planilha geral com as pontuações atribuídas a cada um

dos quesitos de cada proposta técnica;

d) proclamação do resultado do julgamento geral da proposta técnica,

registrando-se em ata as propostas desclassificadas e a ordem de

classificação;

VIII - publicação do resultado do julgamento da proposta técnica, com a

indicação dos proponentes desclassificados e da ordem de classificação

organizada pelo nome dos licitantes, abrindo-se prazo para interposição de

recurso, conforme disposto na alínea b do inciso I do art. 109 da Lei no 8.666,

de 21 de junho de 1993;

IX - abertura dos invólucros com as propostas de preços, em sessão

pública, obedecendo-se ao previsto nos incisos II, III e IV do § 1º do art. 46 da

Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, nas licitações do tipo “melhor técnica”, e

ao disposto no § 2º do art. 46 da mesma Lei, nas licitações do tipo “técnica e

preço”;

X - publicação do resultado do julgamento final das propostas, abrindo-se

prazo para interposição de recurso, conforme disposto na alínea b do inciso I

do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;

XI - convocação dos licitantes classificados no julgamento final das

propostas para apresentação dos documentos de habilitação;

XII - recebimento e abertura do invólucro com os documentos de

habilitação dos licitantes previstos no inciso XI deste artigo, em sessão pública,

para análise da sua conformidade com as condições estabelecidas na

legislação em vigor e no instrumento convocatório;

XIII - decisão quanto à habilitação ou inabilitação dos licitantes previstos

no inciso XI deste artigo e abertura do prazo para interposição de recurso, nos

termos da alínea a do inciso I do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de

1993;

XIV - reconhecida a habilitação dos licitantes, na forma dos incisos XI,

XII e XIII deste artigo, será homologado o procedimento e adjudicado o objeto

licitado, observado o disposto no § 3o do art. 2o desta Lei.

Art. 12. O descumprimento, por parte de agente do órgão ou entidade

responsável pela licitação, dos dispositivos desta Lei destinados a garantir o

julgamento do plano de comunicação publicitária sem o conhecimento de sua

autoria, até a abertura dos invólucros de que trata a alínea a do inciso VII do §

4o do art. 11 desta Lei, implicará a anulação do certame, sem prejuízo da

apuração de eventual responsabilidade administrativa, civil ou criminal dos

envolvidos na irregularidade.

CAPÍTULO III

DOS CONTRATOS DE SERVIÇOS DE

PUBLICIDADE E DA SUA EXECUÇÃO

Art. 13. A definição do objeto do contrato de serviços previstos nesta Lei

e das cláusulas que o integram dar-se-á em estrita vinculação ao estabelecido

no instrumento convocatório da licitação e aos termos da legislação em vigor.

Parágrafo único. A execução do contrato dar-se-á em total conformidade

com os termos e condições estabelecidas na licitação e no respectivo

instrumento contratual.

Art. 14. Somente pessoas físicas ou jurídicas previamente cadastradas

pelo contratante poderão fornecer ao contratado bens ou serviços

especializados relacionados com as atividades complementares da execução

do objeto do contrato, nos termos do § 1o do art. 2o desta Lei.

§ 1o O fornecimento de bens ou serviços especializados na

conformidade do previsto no caput deste artigo exigirá sempre a apresentação

pelo contratado ao contratante de 3 (três) orçamentos obtidos entre pessoas

que atuem no mercado do ramo do fornecimento pretendido.

§ 2o No caso do § 1o deste artigo, o contratado procederá à coleta de

orçamentos de fornecedores em envelopes fechados, que serão abertos em

sessão pública, convocada e realizada sob fiscalização do contratante, sempre

que o fornecimento de bens ou serviços tiver valor superior a 0,5% (cinco

décimos por cento) do valor global do contrato.

§ 3o O fornecimento de bens ou serviços de valor igual ou inferior a 20%

(vinte por cento) do limite previsto na alínea a do inciso II do art. 23 da Lei

no 8.666, de 21 de junho de 1993, está dispensado do procedimento previsto

no § 2o deste artigo.

Art. 15. Os custos e as despesas de veiculação apresentados ao

contratante para pagamento deverão ser acompanhados da demonstração do

valor devido ao veículo, de sua tabela de preços, da descrição dos descontos

negociados e dos pedidos de inserção correspondentes, bem como de relatório

de checagem de veiculação, a cargo de empresa independente, sempre que

possível.

Parágrafo único. Pertencem ao contratante as vantagens obtidas em

negociação de compra de mídia diretamente ou por intermédio de agência de

propaganda, incluídos os eventuais descontos e as bonificações na forma de

tempo, espaço ou reaplicações que tenham sido concedidos pelo veículo de

divulgação.

Art. 16. As informações sobre a execução do contrato, com os nomes

dos fornecedores de serviços especializados e veículos, serão divulgadas em

sítio próprio aberto para o contrato na rede mundial de computadores,

garantido o livre acesso às informações por quaisquer interessados.

Parágrafo único. As informações sobre valores pagos serão divulgadas

pelos totais de cada tipo de serviço de fornecedores e de cada meio de

divulgação.

Art. 17. As agências contratadas deverão, durante o período de, no

mínimo, 5 (cinco) anos após a extinção do contrato, manter acervo

comprobatório da totalidade dos serviços prestados e das peças publicitárias

produzidas.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 18. É facultativa a concessão de planos de incentivo por veículo de

divulgação e sua aceitação por agência de propaganda, e os frutos deles

resultantes constituem, para todos os fins de direito, receita própria da agência

e não estão compreendidos na obrigação estabelecida no parágrafo único do

art. 15 desta Lei.

§ 1o A equação econômico-financeira definida na licitação e no contrato

não se altera em razão da vigência ou não de planos de incentivo referidos

no caput deste artigo, cujos frutos estão expressamente excluídos dela.

§ 2o As agências de propaganda não poderão, em nenhum caso,

sobrepor os planos de incentivo aos interesses dos contratantes, preterindo

veículos de divulgação que não os concedam ou priorizando os que os

ofereçam, devendo sempre conduzir-se na orientação da escolha desses

veículos de acordo com pesquisas e dados técnicos comprovados.

§ 3o O desrespeito ao disposto no § 2o deste artigo constituirá grave

violação aos deveres contratuais por parte da agência contratada e a

submeterá a processo administrativo em que, uma vez comprovado o

comportamento injustificado, implicará a aplicação das sanções previstas

no caput do art. 87 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 19. Para fins de interpretação da legislação de regência, valores

correspondentes ao desconto-padrão de agência pela concepção, execução e

distribuição de propaganda, por ordem e conta de clientes anunciantes,

constituem receita da agência de publicidade e, em consequência, o veículo de

divulgação não pode, para quaisquer fins, faturar e contabilizar tais valores

como receita própria, inclusive quando o repasse do desconto-padrão à

agência de publicidade for efetivado por meio de veículo de divulgação.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 20. O disposto nesta Lei será aplicado subsidiariamente às

empresas que possuem regulamento próprio de contratação, às licitações já

abertas, aos contratos em fase de execução e aos efeitos pendentes dos

contratos já encerrados na data de sua publicação.

Art. 21. Serão discriminadas em categorias de programação específicas

no projeto e na lei orçamentária anual as dotações orçamentárias destinadas

às despesas com publicidade institucional e com publicidade de utilidade

pública, inclusive quando for produzida ou veiculada por órgão ou entidade

integrante da administração pública.

Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 29 de abril de 2010; 189o da Independência e 122

o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.4.2010