relações internacionais e globalização · petróleo como commodity e fonte de energia ......
TRANSCRIPT
Relações Internacionais e Globalização DAESHR014- 13SB
(4-0-4)
Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI
UFABC – 2018.I
(Ano 3 do Golpe)
Aula 14
5ª-feira, 5 de abril
Blog da disciplina:
https://rigufabc.wordpress.com/
No blog você encontrará todos os materiais do curso:
• Programa
• Textos obrigatórios e complementares
• ppt das aulas
• Links para sites, blogs, vídeos, podcasts, artigos e outros materiais de interesse
Horários de atendimento extra-classe:
• São Bernardo, sala D-322, Bloco Delta, 3as-feiras, das 14-16h, e 5as-feiras, das 13-14h (é só chegar)
• Atendimentos fora desses horários, combinar por email com o professor: [email protected]
Módulo II: Módulo II: Breve introdução ao nosso futuro
Aula 14 (5ª-feira, 5 de abril): Guerra ao Terror e geopolítica da energia.
Texto base:
BANDEIRA, Moniz (2016) “Epílogo”, p. 469-513.
Texto complementar:
FUSER, Igor, (2008) “Os desafios atuais dos Estados Unidos no Golfo Pérsico”, p. 213-239.
5
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
6
• “Os Estados Unidos, desde sua fundação, em 1776, até 2015, estiveram at war 218 anos – somente 21 de paz – em 239 anos de sua existência como nação”. (Bandeira 2016: 472)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
7
• “Desde a dissolução da União Soviética, todos os presidentes dos Estados Unidos (...) promoveram guerras convencionas e não convencionais nos Bálcãs e no Oriente Médio, fomentaram a subversão nos países do Cáucaso, sempre sob o pretexto de tornar o mundo ‘safe for democracy’. Que democracia? Onde quer que os Estados Unidos intervieram, com o specific goal of bringing democracy’, a democracia constituiu-se de bombardeios, destruição, terror, massacres, caos e catástrofes humanitárias. (...)”. (Bandeira 2016: 513)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
8
• “Os fatos (...) sempre mostraram que os Estados Unidos e as grandes potências capitalistas jamais efetivamente entraram em guerra pela democracia e pela liberdade, para proteger civis ou direitos humanos, senão tão somente a fim de defender suas necessidades e interesses econômicos e geopolíticos, seus interesses imperiais”. (Bandeira 2016: 513)
Intervenções estadunidenses no Oriente Médio
9
• 1958: crise do Líbano
• 1982-1984: Guerra Civil do Líbano (1975-1990)
• 1987-1988: Guerra dos Petroleiros (1984-1988, capítulo da guerra Irã-Iraque, 1980-1988)
• 1990-1991: Guerra do Golfo (Bush pai)
• 2001-2014: Guerra do Afeganistão (Bush filho e Obama)
• 2001-2011: Guerra do Iraque (Bush filho e Obama)
• 2011: Guerra Civil na Líbia (Obama)
• 2014-presente: Operation Inherent Resolve (Obama e Trump)
• 2015-presente: Resolute Support Mission, Afeganistão
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
10
• 2001:
– 11/setembro: ataque ao WTC (2.993 mortos)
– 07/outubro: início da Guerra do Afeganistão - 2001-2014 (91.000 civis mortos diretamente, 360.000 indiretamente)
– 26/outubro: Congresso EUA aprova Patriot Act
• 2003:
– 20/março: início da Guerra do Iraque – 2003-2001 (174.000 mortos, dos quais 123.000 civis não-combatentes, 500.000 indiretamente)
– 13/dezembro: captura de Saddam Hussein
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
11
• 2004:
– 11/março: ataques em Madrid (191 mortos)
• 2005:
– 7/julho: ataques em Londres (52 mortos)
• 2006:
– 30/dezembro: execução de Saddam Hussein
• 2008:
– 26-29/novembro: ataques a Mumbai (156 mortos)
• 2009:
– Administração Obama para de usar a expressão “Guerra ao Terror”.
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
12
• 2011:
– 2/maio: morte de Osama bin Laden
– 18/dezembro: retirada das tropas estadunidenses do Iraqe
• 2014:
– 13/junho: início da campanha multinacional contra o EI; operações no Iraque
– 22/setembro: campanha multinacional contra o EI começa inicia operações no Iraque
– 28/dezembro: fim da Guerra do Afeganistão
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
13
• 2015:
– 13/novembro: ataques em Paris (139 mortos)
• 2016:
– 22/março: ataques em Bruxelas (31 mortos)
– 14/julho: ataques em Nice (84 mortos)
• 2017:
– 1/janeiro: ataques em Istambul (39 mortos)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
14
• Peak oil: hipótese formulada pelo geólogo estadunidense Marion King Hubbert em 1956; previa que a produção de hidrocarbonetos atingiria seu pico em 1970. O gráfico abaixo mostra uma estimativa atual.
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
15
• Categorias de exploração de hidrocarbonetos:
– Reservas provadas: reservas recuperáveis em determinado contexto econômico, tecnológico e político. Probabilidade igual ou superior a 90% de serem desenvolvidas. Subdividem-se em:
• Reservas provadas desenvolvidas;
• Reservas provadas não-desenvolvidas.
– Reservas não provadas:
• Prováveis: probabilidade igual ou superior a 50% e inferior a 90% de serem desenvolvidas;
• Possíveis: probabilidade igual ou superior a 10% e inferior a 50% de serem desenvolvidas.
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
16
• “Se os Estados Unidos pretendem exercer, como propõe a Doutrina Bush, uma posição de hegemonia mundial incontrastável, uma peça essencial nesse projeto é a capacidade de influenciar a distribuição dos suprimentos de energia, cada vez mais escassos, aos demais países do mundo – e, ao mesmo tempo, impedir que esses recursos caiam em mãos rivais”. (Fuser 2008: 213)
• “Na visão de Klare, a segurança energética e a segurança militar ‘se fundiram para formar um projeto único e integrado de dominação norte-americana do mundo no século 21’”. (Fuser 208: 214)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
17
• “De acordo com Bacevich, o militarismo – que ele define como a tendência a encarar as questões internacionais como problemas militares, de priorizar a força como meio de resolução dos impasses e de medir a importância de um país no cenário internacional pela capacidade de suas Forças Armadas (...)”. (Fuser 2008: 214)
• “A ideia de usar a força militar para promover uma ‘mudança de regime’ no Iraque já vinha sendo acalentada muito antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 pelos políticos e estrategistas ‘neoconservadores’ agrupados no Projeto por um Novo Século Americano (PNAC)”. (Fuser 2008: 219-220)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
18
• “Ao justificar a intervenção, o governo Bush tem reivindicado, mais intensamente do que seus antecessores, o legado ‘internacionalista’ e liberal do presidente Woodrow Wilson no início do século XX”. (Fuser 2008: 223)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
19
• “Resta a discussão sobre o petróleo como fator na decisão norte-americana de ir à guerra em 2003. Endossamos o ponto de vista dos que explicam a política norte-americana para o Iraque pelo objetivo estratégico de controlar as reservas petrolíferas do Golfo Pérsico, num contexto de dependência crescente dos Estados Unidos e da economia mundial em relação a esse recurso energético essencial e na iminência de se tornar cada vez mais escasso diante de uma demanda em incessante expansão”. (Fuser 2008: 225)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
20
• “A questão do acesso e controle das principais reservas de petróleo do mundo envolve uma questão que transcende a importância puramente econômica do petróleo como commodity e fonte de energia – envolve a disputa pelo poder em escala internacional”. (Fuser 2008: 228)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
21
• “Diante dessa dimensão internacional, a invasão do Iraque em 2003 pode ser interpretada como parte de um movimento de grande envergadura dos Estados Unidos para fortalecer sua posição energética global nas próximas décadas. (...) Os norte-americanos ampliarão seu controle político e militar sobre o Golfo Pérsico e a Ásia Central e dificultarão o ingresso de potências rivais nessa região”. (Fuser 2008: 229)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
22
• “(...) Os Estados Unidos deparam com obstáculos de diferentes tipos. Alguns deles são de natureza estratégica. Outras barreiras envolvem o fato de que o petróleo é um recurso natural não renovável, cuja extração obedece a limites de natureza física”. (Fuser 2008: 229).
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
23
• “A perspectiva de uma defasagem crescente entre a demanda internacional de petróleo e a capacidade de oferta dos países exportadores tende a acirrar o conflito entre os dois polos do mercado, sobretudo quando os cálculos passam a incluir o esgotamento de uma matéria-prima que é a única ou a principal riqueza dos países onde ela se situa”. (Fuser 2008: 231)
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
24
• “O grande risco não é mais o de um embargo do petróleo, mas de um choque de abastecimento relacionado com a própria lógica da economia e com as características de um recurso natural valioso, não renovável e concentrado em um número restrito de produtores”. (Fuser 2008: 236)
• Duas grandes tendências se combinarão:
– Perspectiva de escassez de petróleo;
– Nacionalismo de recursos naturais.
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
25
• Depois da publicação do livro do professor Fuser (2008) houve uma mudança muito importante na indústria de petróleo: o aumento da produção de gás de xisto (shale gas) nos EUA, que se tornou viável sob determinado contexto econômico, tecnológico e político e fez dos EUA um swing producer, reduzindo sua dependência de importações de petróleo.
• Com a queda do preço do barril de petróleo a partir do final de 2014, a produção do shale gas perdeu competitividade.
Guerra ao Terror e geopolítica da energia
27
• Futuro do petróleo:
– Variação de preços do petróleo tem impactos importantes sobre sua produção.
– Oferta e demanda, no entanto, são apenas parte da equação; fatores políticos desempenham papel central na produção de petróleo.
– Reservas viáveis em determinado contexto econômico, tecnológico e político podem se mostrar inviáveis em contextos diferentes.
– Estados tendem a agir de forma estritamente realista no que diz respeito às fontes de energia (energia => transformação).
– Preço do petróleo define a competitividade de fontes alternativas de energia.
Guerra híbrida e geopolítica da energia
28
• 2008: reativação da 4ª Frota da Marinha dos EUA (antes de 2008, funcionou somente entre 1943-1950). O que muda em 2008?
• Descoberta do pré-sal em 2007.
Guerra híbrida e geopolítica da energia
29
• O Golpe de 2016 no Brasil teve importante participação estadunidense e depos se ampliaria, “com o Supremo, com tudo” (Jucá, 2016).
• O golpe começou a ser preparado com a espionagem da presidenta Dilma, da Petrobrás, e provavelmente de todos os atores políticas brasileiros.
• Espionagem em larga escala, “com o Supremo, com tudo” (Jucá, 2016).
• Golpe de 2016: entrega do pré-sal, desmonte e futura privatização da Petrobrás, ações contra o Programa de Submarinos da Marinha do Brasil, venda da Embraer.