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Ana Carolina Hespanhol Rodrigues Relação entre Disfunção Tireoidiana e Depressão Londrina 2012

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Ana Carolina Hespanhol Rodrigues

Relação entre Disfunção Tireoidiana e Depressão

Londrina 2012

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Ana Carolina Hespanhol Rodrigues

Relação entre Disfunção Tireoidiana e Depressão

Monografia apresentada ao curso de Especialização em Farmacologia. Orientadora: Prof.Dra.Lenita Brunetto Bruniera Co-orietadora: Prof.Esp.Fabiane Yuri Yamacita

Londrina 2012

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FOLHA DE APROVAÇÃO

ANA CAROLINA HESPANHOL RODRIGUES

Relação entre Disfunção Tireoidiana e Depressão

Farmacologia, banca

examinadora do Centro

Universitário Filadélfia –

UNIFIL para obtenção do

título de Especialista.

Aprovado em:_____/_____/_____

_______________________________________________ Profa. Dra. Lenita Brunetto Bruniera

Centro Universitário Filadéldia

_______________________________________________ Profa. Ms. Rosália Hernandes Fernandes Vivan

Centro Universitário Filadélfia

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AGRADECIMENTO

À minha família pelo apoio durante todo o tempo de realização deste trabalho.

À orientadora Lenita Brunetto Bruniera e co-orientadora Fabiane Yuri Yamacita,

pela ajuda durante a realização deste trabalho.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADT - Antidepressivo Tricíclico

DM – Depressão Maior

HHT - Hipotálamo-Hipófise-Tireóide

HT - Hormônios Tireoidianos

IMAO - Inibidores da Monoamino-oxidase

IRSN - Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina

ISRN - Inibidores da Recaptação da Noradrenalina

ISRN - Inibidores da Recaptação da Noradrenalina

ISRS - Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina

NaSSA - Antidepressivos Noradrenérgicos e Serotoninérgicos Específicos

SARI - Antagonistas de Receptores de Serotonina

T3 – Triiodotironina

T4 – Tiroxina

TDB – Transtorno Depressivo Bipolar

TRF - Fator de Liberação de Tireoitrofina

TRH - Hormônio Regulador da Tireotrofina

TSH - Hormônio Estimulante da Tireoglobulina

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RODRIGUES, Ana Carolina Hespanhol. RELAÇÃO ENTRE DISFUNÇÃO

TIREOIDIANA E DEPRESSÃO. 2012. 37 folhas. Trabalho de Conclusão de

Curso (Especialização em Farmacologia) – Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde, Centro Universitário Filadélfia, Londrina, 2012.

RESUMO

O funcionamento normal da tireóide é fundamental para o

desenvolvimento e funcionamento adequado do organismo. As disfunções

desta glândula têm alta incidência na população. Os sintomas por ela

apresentados podem acarretar em mudança na qualidade de vida do portador,

como sintomas depressivos. Através desses sintomas que podem ser

confundidos com depressão, patologia que também apresenta alta incidência

na população, esse trabalho tem o intuito de verificar se há correlação entre a

disfunção tireoidiana e a depressão, por meio de uma revisão bibliográfica de

livros e artigos científicos no intervalo de 10 anos. Verificou-se com isso, que a

relação entre as patologias estudadas é conhecida há muito tempo, pacientes

depressivos apresentam níveis elevados de TRH levando a alteração nos HTs,

normalizados com tratamento antidepressivos e que estes hormônios levam a

melhora no tratamento da depressão, quando associados aos antidepressivos,

potencializando os mesmos em depressão refratária e pacientes depressivos

que apresentam disfunção na tireóide.

Palavras-chave: hipotireoidismo, disfunção da tireóide, depressão.

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RODRIGUES, Ana Carolina Hespanhol. RELATIONSHIP BETWEEN

DEPRESSION AND THYROID DYSFUNCTION. 2012. 37 folhas. Trabalho de

Conclusão de Curso (Especialização em Farmacologia) – Centro de Ciências

Biológicas e da Saúde, Cetro Universitário Filadélfia, Londrina, 2012.

ABSTRACT

The normal operation of thyroid is fundamental for the development and

appropriate operation to organism. The dysfunction of this gland have hight

incidence in the population. The Symptoms apresented for her can result in

change of quality of life of patients, as depressive symptoms. Through these

symptoms can be mistaken for depression, which also has a high disease

incidence in the population, this study aims to determine whether there is a

correlation between thyroid dysfunction and depression, through a literature

review of books and scientific articles in the range of 10. It was found thereby

that the relationship between the conditions studied os known for a long time,

depressed patients have elevated HRT leading to changes in the HT, standard

treatment with antidepressants and these hormones lead to improvement in the

treatment of depression, when associated to antidepressants, leveraging the

same in refractory depression and depressive patients who have thyroid

disfunction.

Key-works: Hypothyroidsm, thyroid disfunction, depression.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------7

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA -------------------------------------------------------------11

2.1 Tireóide---------------------------------------------------------------------------------------11

2.2 Depressão-----------------------------------------------------------------------------------17

2.3 Relação Tireóide e Depressão --------------------------------------------------------23

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS --------------------------------------------------------------29

REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------31

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1 INTRODUÇÃO

A tireóide é uma glândula formada por 2 lóbulos unidos e localizada na

parte anterior da traquéia, logo abaixo da cartilagem cricóide, com a função de

sintetizar e armazenar hormônios, chamados hormônios tireoidianos (HT), que

são T3 (triiodotironina), T4 (tiroxina) e calcitonina (SILVA, 2002).

A concentração sérica, taxa de síntese e secreção deles, é controlada

pelos hormônios TRH (hormônio regulador da tireotrofina), somatostatina e

TSH (hormônio estimulante da tireoglobulina) (NUNES, 2003).

O principal regulador hormonal dos HTs é o TSH, com síntese e

secreção determinada através da estimulação de TRH, e principalmente pelos

HTs através da retroalimentação negativa, inibindo a secreção do TSH

(NUNES, 2003; MILHORANSA, SOARES, 2009; MOURA, MOURA, 2004).

O funcionamento adequado da tireóide é essencial para o

desenvolvimento normal do organismo, pois, os hormônios por ela produzidos,

principalmente o T4, são fundamentais para o metabolismo da maioria das

células, crescimento, desenvolvimento e funcionamento normal de muitos

órgãos, principalmente para maturação da citoarquitetura, sinaptogênese e

distribuição dos receptores do sistema nervoso central (SNC) (ALVES, et al

2010; BAHLS, CARVALHO, 2004; NUNES, 2003; SILVA, 2002).

Uma das causas da alteração na produção desses hormônios pode estar

associada a deficiência da ingestão de iodo através da alimentação, pois ele é

o substrato essencial para a produção dos HTs (ROBBINS, COTRAN,

MITCHELL, 2006; MILHORANSA, SOARES, 2002; NOGUEIRA, et al 2009;

ALVES, et al. 2010).

As disfunções endócrinas relacionadas a tireóide estão entre as mais

comuns na população, sendo a mais prevalente a doença auto-imune (DAIT),

conhecida no hipotireoidismo como Tireoidite de Hashimoto e no

hipertireoidismo como Doença de Graves, acometendo de 2 a 5% da

população com maior freqüência no sexo feminino, principalmente adultos em

torno de 4 a 10% das mulheres, caracterizando a maior causa de morbidade

entre elas, além de também ter grande incidência em idosos (RANG, et al

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2008; SILVA, 2002; SGARBI, MACIEL, 2009; MILHORANSA, SOARES 2009;

JUNIOR, PIRES, THULER, 2010).

Embora a origem dessas disfunções não esteja bem estabelecida,

acredita-se que estas sejam desencadeadas através da associação de fatores

genéticos e ambientais (GUIMARÃES 2007; SGARBI; MACIEL 2009).

A disfunção que mais acomete a população é o hipotireoidismo, em

torno de 1% em casos clínicos e 16% nos subclínicos. Ele ocorre por alteração

estrutural e funcional da glândula, diminuindo a secreção de seus hormônios e

tornando sua atividade mais lenta (ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006;

MILHORANSA, SOARES, 2002; NOGUEIRA, et al 2009; OLIVEIRA, et al

2001).

Os sintomas mais observados e relatados nesse tipo de disfunção são:

fadiga, intolerância ao frio, mixedema, apatia, cansaço, aumento de peso, fala

lenta, constipação, lentidão das atividades físicas e mentais e anemia

(ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006; MILHORANSA, SOARES, 2002;

TEIXEIRA, et al 2006, NOGUEIRA, et al 2009).

Outra disfunção tireoidiana é a tireoxicose, ou hipertireodismo causado,

principalmente, pelo aumento dos níveis de HT (RANG, et al 2008; ROBBINS,

COTRAN, MITCHELL, 2006; TEIXEIRA, et al 2006).

Os sinais e sintomas mais comuns dessa disfunção são taquicardia,

arritmia, palpitações, tremores, fraqueza muscular, aumento de apetite, insônia,

diarréia e perda de peso (ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006; RANG, et al

2008).

O diagnóstico do hipotireodismo pode ser dificultado, principalmente nos

idosos, em função das alterações fisiológicas normais do organismo, como pele

seca, diminuição de pelos corporais e dificuldade de memória (TEIXEIRA, et al

2006).

O exame de escolha para avaliar a função tireoidiana é a dosagem de

TSH, pois detecta pequenas alterações de HT, sendo na maioria das vezes, o

único exame necessário para detectar a disfunção. No entanto, quando esse

hormônio se encontra fora dos valores de referência, é utilizada a dosagem de

T4 (NOGUEIRA, 2009; TEIXEIRA, et al 2006).

Os tratamentos das tireoidopatias são feitos, na forma oral, tanto no

hipotireoidismo como no hipertireoidismo, sendo no hipotireoidismo através de

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reposição hormonal, e no hipertireoidismo com drogas antitireoidianas,

podendo no hipertireoidismo também ser usado tratamento com iodo

radioativo, considerado o mais seguro, e procedimento cirúrgico (TEIXEIRA, et

al 2006; ROMALDINI, 2001; MAIA, VAISMAN 2006; SANDRINI, 2001).

Uma patologia que causa confusão com as tireoidopatias pelos sintomas

apresentados é o transtorno do humor, chamado pelos especialistas de

depressão (GARCIA, et al. 2006).

A depressão é uma síndrome psiquiátrica, grave, freqüente,

incapacitante e que inspira cuidados, pois causa impacto e modificações na

qualidade de vida, convívio pessoal e familiar (SANTOS, et. al., 2006;

OLIVEIRA, et al 2001; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; MEDEIROS,

SOUGEY, 2010; GARCIA, et. al., 2006; GUIMARÃES, 2007).

Sua incidência na população é estimada em 3 a 5% da população geral,

com maior freqüência em mulheres em relação a homens, e aumenta com o

avanço da idade, pela mudança fisiológica natural do organismo com o

envelhecimento (GARCIA, et. al., 2006; SANTOS, et .al., 2006; OLIVEIRA,

2001; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; MEDEIROS, 2010; GUIMARÃES,

2007).

Estima-se que a depressão é a quarta maior causa de incapacitação no

mundo, podendo chegar a primeiro nos próximos anos. É um dos principais

fatores de pensamento suicida, aumenta o risco de adoecimento e piora o

prognóstico de doenças pré-existentes (GARCIA, et. al. 2006; SANTOS, et

.al. 2006; OLIVEIRA, et al 2001; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005;

MEDEIROS, SOUGEY, 2010; GUIMARÃES, 2007).

Seu desencadeamento está associado a genética, episódios anteriores

de depressão, baixo poder sócio-econômico, idade, uso de medicamentos e

comorbidades associdadas (TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; THEME-

FILHA et al., 2005; ALMEIDA et al., 2002).

A depressão é subdividida em vários tipos como:

Depressão maior (DM), transtorno de humor mais comum e com alto

índice de recorrência, distimia e o transtorno afetivo bipolar (TAB), forma mais

grave da doença (GARCIA A., et. al., 2006; MEDEIROS, SOUGEY 2010;

MIASSO, 2011; BOTTON; et al. 2008).

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Apesar de sua alta prevalência, a depressão ainda é subdiagnosticada

por desinformação do pacientes e sobreposição de sintomas de doenças pré

existente, e quando diagnosticada corretamente são tratadas incorretamente

(TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005).

Para se obter bons resultados no tratamento da depressão é necessário

que haja uma boa relação médico-paciente, com confiança e segurança por

parte do paciente. Este é feito com uso de medicamentos antidepressivos e

psicoterapias, nos casos mais leves (TENG, 2010).

Pela importância da atividade tireoidiana no funcionamento adequado do

organismo, inclusive no SNC, e suas disfunções serem bem freqüentes na

população, bem como a alta prevalência de transtornos de humor, este

trabalho tem o objetivo de, através de levantamento bibliográfico, verificar se há

correlação entre disfunção tireoidiana e depressão.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 TIREÓIDE

A tireóide é uma glândula formada por 2 lóbulos unidos e localizada na

parte anterior da traquéia, logo abaixo da cartilagem cricóide (pomo de adão)

(SILVA, 2002).

Composta por células foliculares, estruturas onde os hormônios são

secretados, sua função é sintetizar e armazenar hormônios, chamados

hormônios tireoidianos (HT) que são T3 (triiodotironina), T4 (tiroxina) e

calcitonina. Sendo a única glândula a estocar hormônios, na forma de resíduos

de aminoácidos da tireoglobulina, proteína em maior quantidade no colóide

(substância central das células foliculares) (SILVA, 2002).

A concentração sérica deles é controlada pelos hormônios TRH

(hormônio regulador da tireotrofina), somatostatina e TSH (hormônio

estimulante da tireoglobulina), bem como a taxa de síntese e secreção dos

mesmos e a desiodisação, principalmente a do tipo I (enzimas que geram, nos

tecidos periféricos, aproximadamente 75% do T3 presente no soro, a partir do

T4 circulante); as desiodases do tipo II, por outro lado, geram T3

principalmente para os tecidos nos quais são expressas (NUNES, 2003).

Com isso a síntese desses hormônios depende da integridade do eixo

hipotálamo-hipófise-tireoide (HHT), bem como da atividade das deiosidades

(NUNES, 2003).

Basicamente, o mecanismo de regulação funciona da seguinte maneira:

a glândula é regulada pelo TRH, produzido pelo hipotálamo, encaminhado até

a adeno-hipófise pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário, liga-se a receptores

no tireotrofo, induzindo a síntese e secreção de TSH, este por sua vez, interage

com as células foliculares tireoidianas e introduz a expressão de proteínas para

a produção dos HT, aumentado desta forma a atividade dessas células

estimulando e regulando a secreção hormonal (NUNES, 2003; MILHORANSA;

SOARES 2009).

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À medida que isso ocorre o metabolismo celular aumenta, promovendo

diminuição na secreção de TRF (fator de liberação de tireoitrofina), pelo

hipotálamo, reduzindo assim o TSH e os hormônios tireoidianos e

consequentemente o metabolismo basal. (MILHORANSA, SOARES, 2009).

Desta forma, quando a função hipotálamo-hipofisária está intacta,

pequenas alterações nas concentrações dos hormônios tireoidianos livres

resultam em grandes concentrações séricas de TSH, tornando o mesmo,

melhor indicador de alterações discretas da pordução tireoidiana

(MILHORANSA, SOARES, 2009).

A atividade da tireóide interfere no funcionamento normal de todo o

organismo, bem como na qualidade de vida, pois os hormônios por ela

sintetizados, principalmente o T4, são peça fundamental na participação do

metabolismo da maioria das células do organismo, para o crescimento,

desenvolvimento e funcionamento normal da maior parte dos órgãos, em

especial do cérebro, na maturação fetal, regulando a citoarquitetura neuronal e

a sinaptogênese e distribuição de seus receptores no SNC. Assim seu mal

funcionamento interfere em vários órgãos diferentes, como, no coração, sono,

aparelho digestivo (ALVES, 2010; BAHLS, CARVALHO, 2004; NUNES, 2003,

SILVA, 2002).

Porém, para que esses hormônios sejam produzidos é necessária a

presença de iodo, um micronutriente que é substrato essencial na constituição

dos mesmos (ALVES, 2010).

A deficiência desses hormônios no organismo pode acarretar várias

conseqüências, bem como a deficiência materna dos HT na gestação leva a

um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças (BAHLS,

CARVALHO, 2004).

As disfunções endócrinas relacionadas a tireóide estão entre os mais

comuns na população, sendo a mais prevalente a doença auto-imune (DAIT),

acometendo de 2 a 5% da população, apresentando-se, principalmente, no

hipertireoidismo como Doença de Graves e no hipotireoidismo como Tireoidite

de Hashimoto, sendo mais comuns em mulheres adultas e idosos (RANG, et al,

2008; SILVA, 2002; SGARBI, MACIEL, 2009; MILHORANSA, SOARES, 2009).

A origem dessas patologias ainda não está bem definida, porém

acredita-se que a combinação entre fatores genéticos e ambientais

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desencadeiem a predisposição a ela, sendo que, 80% dos casos estaria

relacionado ao fator genético e 20% a fatores ambientais como tabagismo,

estresse, infecção, selênio, iodo e drogas, entre outros (GUIMARÃES, 2007;

SGARBI, MACIEL, 2009).

Historicamente o primeiro distúrbio tireoidiano a ser notificado foi o

hipotireoidismo em 1874, começando a ser tratado com extrato de tireóide. Em

1915 foi isolada a tiroxina e aproximadamente 10 anos depois encontrou-se a

fórmula química deste hormônios e assim, o mesmo começou a ser sintetizado

(RANG, et al 2008; SILVA, 2002).

O hipotireoidismo ocorre pela alteração estrutural e funcional da

glândula, interferindo na produção dos níveis adequados dos HT, com a

diminuição a secreção destes, diminuindo assim, a atividade da tireóide e

ocorre de forma lenta e progressiva (ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006;

MILHORANSA, SOARES, 2002; NOGUEIRA, et al 2009).

Este tipo de disfunção acomete 1% da população em geral nos casos de

hipotireoidismo clinico e 16% no hipotireidismo subclinico (OLIVEIRA, et al

2001). Caracteriza-se como importante causa de morbidade em pessoas do

sexo feminino, acometendo 4 a 10% de todas as mulheres (JUNIOR, PIRES,

THULER 2010).

Esse tipo de disfunção pode ser classificada como: primária, secundária

e terciária.

A forma mais prevalente da doença é a primária, doença da própria

glândula, tipo bociogênica, através do desenvolvimento da doença autoimune

da tireóide ou Tireoidite de Hashimoto. Mas, o hipotireoidismo primário também

pode-se dar pela ausência do parênquima tireoidiano (tireopriva) após

tireoidectomia, ou tratamento com iodo radioativo (RANG, et al, 2008;

ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006; MILHORANSA, SOARES, 2002;

NOGUEIRA, et al 2009).

A tipo secundário do hipotireoidismo se dá por doença na hipófise e o

terciário por alterações no hipotálamo. Dependendo da etiologia do

hipotireoidismo, a glândula, pode se apresentar normal, aumentada ou ausente

e as alterações cardíacas podem ser desde bradicardia até aumento da

silhueta cardíaca e hipertensão arterial (RANG, et al, 2008; ROBBINS,

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COTRAN, MITCHELL, 2006; MILHORANSA, SOARES, 2002; NOGUEIRA, et

al 2009).

Porém os sintomas observados são semelhantes, sendo esses:

cretinismo, no período perinatal ou infância (podendo ser por deficiência de

ingesta de iodo na dieta associada a síntese hormonal, podendo ocasionar

retardo mental grave, baixa estatura, hérnia umbilical e características faciais

como olhos espalhados, língua grande, mixedema em crianças mais velhas e

adultos com desaceleração das atividades físicas e metal, fadiga, intolerância a

frio, alterações menstruais e apatia (ROBBINS, COTRAN, MITCHELL 2006;

MILHORANSA, SOARES, 2002; NOGUEIRA, et al 2009).

Além das características descritas também podem ocorrer sinais como

edema periorbitário, espessamento da pele, cardiomegalia, derrame

pericárdico, perda de cabelo e voz rouca (NOGUEIRA, et al 2009; ROBBINS,

COTRAN, MITCHELL, 2006).

As queixas mais relatadas nos hipotireoideos são: cansaço, e

necessidade de sono com humor deprimido, intolerância ao frio, aumento de

peso, constipação, diminuição da tolerância aos esforços físicos associados a

cãibras musculares, voz rouca e baixa, fala lenta, anemia (TEIXEIRA, 2006,

NOGUEIRA, et al 2009).

O tipo de hipotireoidismo mais comum é a Tireoidite de Hashimoto que é

uma doença auto-imune onde o organismo produz anticorpos contra os

antígenos da tireóide sendo este auto-anticorpo a tireóide peroxidase, levando

a uma inflamação crônica, que pode acarretar em um aumento de volume com

aparecimento de bócio e diminuição do seu funcionamento (GOODMAN &

GILMAN 2003; RANG, et al, 2008; ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006).

Esta acomete mais mulheres do que homens, na proporção de 10 a 20:1, com

prevalência na idade de 45 a 65 anos e maior causa de bócio em crianças.

Quanto ao diagnóstico do hipotireoidismo clínico, pode ocorrer

dificuldades, principalmente em idosos, pelas alterações fisiológicas como, pele

seca, diminuição de pelos corporais e dificuldade de memória (TEIXEIRA,

2006).

Outra disfunção é a tireoxicose, conhecida como hipertireoidismo,

causado pelo aumento dos níveis circulantes de T3 e T4 livre, podendo estar

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associada a hiperatividade da tireóide, causa mais comum, ou não (RANG, et

al, 2008; ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006; TEIXEIRA, 2006).

As causas relacionadas à hiperatividade da tireóide são hiperplasia

difusa da tireóide associada a Doença de Graves (85% casos); bócio

multinodular hiperfuncional; adenoma multinodular da tireóide (ROBBINS,

COTRAN, MITCHELL, 2006).

Já as causas que não tem essa relação são: adenomas hipofisários

tireotróficos; ingestão inapropriada de HT e inflamação da tireóide (ROBBINS,

COTRAN, MITCHELL, 2006).

As características mais comuns desse tipo de disfunção são alterações

relacionadas ao hipermetabolismo, já que o hipertireoidismo é causado pelo

aumento de HT, como: Taquicardia, arritmia, palpitações, olhar fixo e aumento

da fenda palpebral (observada na Doença de Graves) (ROBBINS, COTRAN,

MITCHELL, 2006; RANG, et al, 2008). Além dessas, observa-se a

hiperatividade do sistema nervoso simpático como alterações: tremores,

fraqueza muscular, aumento de apetite, hiperatividade, labilidade emocional,

ansiedade, apreensão, dificuldade de concentração, insônia, pele quente,

úmida e eritematosa pelo aumento do fluxo sanguíneo e vasodilatação

periférica, características também observadas na Doença de Graves (RANG, et

al, 2008; ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006). Pode-se observar também,

hipermotilidade gastrintestinal, má absorção, diarréia e perda de peso (RANG,

et al, 2008; ROBBINS, COTRAN, MITCHELL, 2006).

Os indivíduos idosos podem não apresentar esses sintomas, mas sim o

hipertireoidismo apático ou mascarado, com presença de fraqueza, sonolência,

confusão, isolamento e retração (MENDONÇA, JORGE, 2002).

A doença de Graves, uma forma de hipertireoidismo autoimune,

caracteriza-se pela formação e secreção excessivas de hormônio tireoideo,

bócio difuso; em que as células produzem anticorpos contra o receptor de TSH

(NEVES, 2008; MAIA VAISMAN, 2006).

A dosagem do TSH é o exame de escolha na avaliação da função

tireoideana, como triagem, especialmente do hipotireoidismo não suspeitado,

pois este detecta alterações mínimas ou subclinicas de deficiência dos

hormônios tireidianos, não necessitando, na maioria das vezes, de outros

exames para detecção de disfunções tireodianas, pois essas podem ser

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causadas por alterações no hipotálamo e na hipófise, o que não é detectado

em dosagem desse hormônio (NOGUEIRA, et al 2009; TEIXEIRA, 2006).No

entanto, quando este hormônio se encontra fora dos valores de referência é

realizada dosagem de T4 (TEIXEIRA, 2006).

O tipos de tratamento das tireoidopatias são: oral, iodo raadioativo ou

tireoidectomia. No hipotireoidismo com reposição hormonal (T4), devendo ser

feito antes dosagem de T4 e no hipertireoidismo drogas antitiroidianas, cirurgia,

chamada tireoidectomia, ou iodo radioativo (TEIXEIRA, 2006; ROMALDINI 200;

MAIA, VAISMAN 2006).

Embora nenhum dos tratamentos do hipertireoidismo seja o ideal, pois

não atuam diretamente na origem da patologia, o tratamento de primeira

escolha atualmente é o iodo, pois é seguro, de fácil administração e definitivo

(MAIA, VAISMAN 2006).

Nos casos de bócios pequenos, doença de Graves, crianças,

adolescentes e gestantes, a tratamento de escolha são as drogas

antitireoidianas (MAIA, VAISMAN 2006).

Somente quando os demais tipos de tratamento são contra-indicados,

faz-se a tireoidectomia, pois esta pode apresentar complicações cirúrgicas, por

se tratar da remoção total ou parcial de tecido tireoidiano (MAIA, VAISMAN

2006).

A triagem da função tireoidiana é recomendada para pacientes com risco

aumentado de disfunção tireodiana, como pacientes que recebem lítio,

amiodarona, citoquinas, radiação na glândula tireoide, ou que tenham outras

doenças imunes, hipercolesterolemia, apnéia do sono, depressão ou demência

(NOGUEIRA, et al 2009).

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17

2.2 DEPRESSÃO

O transtorno de humor, chamado pelos especialistas de depressão, é

uma patologia muito grave e que inspira cuidados, pois, caracteriza-se pela

falta de controle, que o indivíduo portador desta patologia, tem sobre seu

estado emocional (GARCIA, et. al., 2006).

É uma síndrome psiquiátrica, freqüente, incapacitante e onerosa e que

causa vários impactos na vida pessoal e social dos indivíduos que as tem,

modificando sua qualidade de vida (SANTOS, et. al., 2006; OLIVEIRA, et al

2001; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; MEDEIROS, SOUGEY, 2010;

GARCIA, et. al., 2006; GUIMARÃES, 2007).

A incidência, da mesma, na população geral encontra-se entre 3 a 5%,

com acometimento 2 a 3 vezes maior, se comparada ao homem,

possivelmente devido a fatores sociais, como educação, poder aquisitivo e

etnia, e biológicos, como associação de comorbidades, que aumentam com a

idade por alteração fiosiológica normal do organismo e pela perda da

indepêndencia (GARCIA, et. al., 2006; SANTOS, et .al., 2006; OLIVEIRA, et al

2001; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; MEDEIROS, SOUGEY, 2010;

GUIMARÃES, 2007).

No Brasil, estudo recente sugere a raça negra em maior risco sendo em

outros estudos variável, isso se dá pela inserção do indivíduo na sociedade,

levando-se em conta o contexto histórico e cultural (ALMEIDA et al., 2004).

A depressão também está relacionada com a dependência de nicotina,

pois tanto o tabagismo pode levar a depressão como estados depressivos

podem estimular o tabagismo (RONDINA, GORAYEB, BOTELHO, 2007;

MALBERGIE, JUNIOR, 2005; CALHEIROS, OLIVEIRA, ANDRETA, 2006).

Nos pacientes depressivos o fumo auxilia na melhora de alguns

sintomas depressivos, como sentimentos de tristeza e humor negativo, atuam

como uma auto-medicação. No entanto, o tabaco interfere nos sistemas de

neurotransmissão envolvidos nos transtornos psiquiátricos e em alguns

medicamentos usados nos tratamentos de transtornos de humor, aumentando

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os efeitos colaterais desses medicamentos, influenciando assim nos quadros

psicopatológicos e responsividade do paciente ao tratamento. (RONDINA,

GORAYEB, BOTELHO, 2007; MALBERGIE, JUNIOR, 2005; CALHEIROS,

OLIVEIRA, ANDRETA, 2006)

A depressão é mencionada como a quarta maior causa de incapacitação

no mundo, com projeções de ser a principal causa em 2020. Além de ser um

dos principais fatores de pensamento suicida, aumenta o risco de adoecimento

e piora o prognóstico de doenças pré-existentes, com aumento de

incapacidades (GARCIA, et. al. 2006; SANTOS, et .al., 2006; OLIVEIRA, et al

2001; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; MEDEIROS, SOUGEY, 2010;

GUIMARÃES, 2007).

Na população clínica esta proporção se encontra em níveis mais

elevados, sendo entre 5 e 10% dos pacientes ambulatoriais e 9 e 16% entre os

internados (TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005).

Os fatores de risco que levam a sua predisposição ou a desencadeiam

são: genética (histórico familiar), gênero feminino, apresentar episódios

anteriores de depressão, idade, separado ou divorciado, morar só, baixo nível

sócio-econômico (escolaridade e renda, dentre outros estresses ambientais),

uso de medicamentos como anti-hipertensivos, anticolesterolêmicos e

antiarrítmicos, dentre outros, como menopausa e doenças como

cardiovasculares, neurológicas, renais, oncológicas e endocrinológicas, sendo

maior com o maior número de doenças associadas (TENG, HUMES,

DEMETRIO, 2005; THEME-FILHA, et al., 2005; ALMEIDA et al., 2002).

Além de também estar associado, o aumento de sintomas,

possivelmente na população de países em desenvolvimento, em relação aos

desenvolvidos (TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005; THEME-FILHA, et al.,

2005; ALMEIDA et al., 2002).

Apesar desta alta prevalência, a depressão ainda é subdiagnosticada

por desinformação do pacientes e sobreposição de sintomas de doenças pré

existente. E quando corretamente diagnosticada, é muitas vezes tratada de

forma inadequada, com subdoses de medicamentos e manutenção de

sintomas residuais, que comprometem a evolução clínica dos pacientes, sendo

o diagnostico e tratamento feitos de maneira adequado em apenas 35% dos

doentes (TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005).

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A depressão pode ser reativa, quando causada por algum trauma,

secundária, a uma condição orgânica, como, por exemplo, por alterações

fisiológicas do organismo com o envelhecimento e endógena, quando é da

personalidade da pessoa (GARCIA, et al 2006).

Acomete mais idosos, por ser nesta fase que ocorrem mudanças

fisiológicas e neurológicas no organismo que causam incapacitação no

indivíduo e os tornam menos independentes (GARCIA, et. al 2006).

Com isso, estudos revelam maior mortalidade por depressão entre esse

grupo de pacientes, principalmente se apresentarem doenças clínicas crônicas,

por apresentarem maior risco de não adesão a tratamentos e recomendações

médicas (GARCIA, et. al. 2006; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005).

A depressão é subdividida em vários tipos como:

A depressão maior (DM), transtorno de humor mais comum, acometendo

cerca de 5% da população anualmente (GARCIA, et. al. 2006).

Trata-se de uma doença grave, presente geralmente entre os 30 e 40

anos de idade e prevalência de 5,1 a 15,7%, sendo as mulheres acometidas 2

vezes mais do que os homens. Seu caráter é crônico e recorrente em 75% dos

casos (MEDEIROS, SOUGEY 2010).

Os sintomas desse transtorno são: humor deprimido e diminuição do

interesse em todas as atividades, perda ou aumento de apetite, insônia ou

hipersônia, sentimento de inutilidade e culpa e recorrentes de morte (GARCIA,

et. al. 2006).

Outro tipo de depressão crônica, também grave, porém mais leve é a

distimia. Esta é de longa duração e desaparece espontaneamente (GARCIA,

et. al. 2006).

O transtorno Afetivo Bipolar (TAB) que também é crônico sendo a forma

mais grave de transtorno de humor e suas causas podem ser genética,

neuroquímica e hormonal (MIASSO, 2011; BOTTON; et al. 2008).

A característica do TAB é a recorrência de transtornos maníacos

distintos podendo, o portador desenvolver, também, episódios depressivos, por

isso a importância de adesão ao tratamento para a melhora do quadro

(MIASSO, 2011; BOTTON, et al. 2008).

Os sintomas apresentados nos episódios de mania, são: agressividade,

comprar compulsivamente, pensamentos de grandiosidade e místicos, onde

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pacientes pensam ter poderes especiais, Agitação psicomotora e pensamento

acelerado manifestados por insônia, inquietação e fala acelerada (MIASSO,

2011).

Já na fase de depressão, são descritas, angústia, choro, falta de

motivação para o trabalho e auto-cuidado, o que demonstra a necessidade de

internação nas crises (MIASSO, 2011).

No entanto, a porcentagem de não adesão ao tratamento pode chegar a

47%, com abandono de tratamento, pelo menos 1 vez, por pelo menos 50% e

pelo menos 2 vezes, por no mínimo 30%, sendo estas relacionadas a fatores

ligados a condições sócio-demográficas, doenças, terapêutica e relação

profissional de saúde e paciente (MIASSO, et al. 2011).

As crises causadas pela não adesão são uma das principais causas de

re-hospitalização, levando a necessidade de tratamentos mais caros e

complexos e podendo até mesmo levar ao suicídio, por isso o paciente ou

cuidador devem investigar as ações que promovam a adesão, sendo por

muitas vezes fatores relacionados ao paciente e que não é dada a devida

importância pelo profissional (MIASSO, et al. 2011).

Os fatores que contribuem para o uso incorreto da medicação são:

dificuldade do diagnóstico; limitada disponibilidade dos serviços extra-

hospitalares; longo período de tratamento; renda da população e falta de

conhecimento sobre os medicamentos (CRUZ, 2011).

As taxas de não adesão podem aumentar a recorrência de mania, pois

60% dos pacientes internados com mania aguda apresentavam falhas no uso

da medicação, no mês que antecedeu a sua hospitalização, além do risco de

incapacidade permanente que aumenta com cada recaída aguda adicional

(MIASSO, 2011).

Cerca de 50% dos pacientes que iniciam o tratamento não respondem à

primeira medicação utilizada e 29% a 46% não se beneficiam de sucessivos

ensaios terapêuticos (SANTOS, 2006).

Já GARCIA e colaboradores (2006) afirmam que apenas 30 a 35% dos

pacientes, que fazem tratamento medicamentoso, respondem a medicação.

Com isso observou-se em alguns estudos que a prática de atividade ou

exercícios físicos durante o tratamento medicamentoso, ajuda na remissão dos

sintomas e gravidade da depressão, pois ambos, têm objetivo de diminuir a

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perda de massa óssea e muscular, melhorar condicionamento físico, aumentar

força, coordenação e equilíbrio, reduzir a incapacidade funcional, intensidade

de pensamentos negativos e melhorar o bem-estar (GARCIA, et al 2006).

Para que o tratamento da depressão tenha um bom resultado, é

necessária uma boa relação médico-paciente, onde o médico repasse ao

paciente, as informações necessárias sobre a doença e o paciente confiar a

seu médico sobre suas fraquezas, inseguranças e medos (TENG, 2010).

Esse tratamento consiste na confirmação do diagnóstico do episódio

depressivo, avaliar possíveis patologias psiquiátricas, medicamentos utilizados,

doenças concomitantes e fatores ambientais, que podem estar levando a esses

quadros depressivos (TENG, 2010).

Os tipos de tratamento são: medicamentoso, com o uso de

antidepressivos e psicoterapia, em casos de depressão leve (TENG, 2010).

O tratamento do episódio depressivo, deve ser analisado em 3 fases,

aguda, de continuação e de manutenção (TENG, 2010).

O medicamento antidepressivo é introduzido na fase aguda pare que

haja a remissão dos sintomas apresentados pelo paciente. Com a remissão do

quadro, ocorre a fase de continuação, onde o medicamento é mantido na

mesma dosagem da fase anterior por um período. Essa fase tem a função de

diminuir em 50% a chance de recaída ou piora do paciente (TENG, 2010).

E, por fim, a fase de manutenção que tem objetivo de prevenir novos

episódios depressivos, chamados de remissão (TENG, 2010).

As classes de antidepressivos utilizadas são: Tricíclicos (ADT),

Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), Inibidores da mono-

amino-oxidase (IMAO), e os antidepressivos de nova geração: Inibidores da

recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), Inibidores da recaptação de

dopamina e noradrenalina, Inibidores da recaptação da noradrenalina (ISRN),

antidepressivos noradrenérgicos e serotoninérgicos específicos (NaSSA) e

Inibidores da recaptação de serotonina e antagonistas de receptores de

serotonina (SARI) (TENG, 2010).

Na escolha do antidepressivo deve ser levado em consideração

experiências anteriores de antidepressivos usados pelo paciente, efeitos

colaterais destes medicamentos e histórico de uso de antidepressivos por

familiares (TENG, 2010).

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Para se avaliar a eficácia do tratamento utilizado recomenda-se

administrar o medicamento em uma mesma dose por no mínimo 4 semanas

podendo chegar a 8. Se a resposta obtida for insatisfatória ou inexistente,

deve-se fazer a troca de classe do medicamento, como em casos de

diminuição de sintomas até 49% ou 50%, podendo haver potencialização do

tratamento com lítio, T3 ou associação de outro antidepressivo à medicação

utilizada (SANTOS, 2006; TENG, 2010).

Esse tipo de depressão que não responde a alguns antidepressivos é

chamada de depressão resistente a tratamento (DRT), sendo assim utilizado os

mecanismos de tratamento acima citados (SANTOS, 2006).

A potencialização antidepressiva significa a associação de

antidepressivo a um medicamento que não antidepressivo, para acabar ou

minimizar com os sintomas apresentados. As vantagens deste tipo de

tratamento são de, não suspender o uso do antidepressivo, para que seus

benefícios adquiridos não se percam, acelerar a resposta, reduzir a dose de

uma ou ambas as drogas e minimizar os efeitos colaterais (SANTOS, 2006;

TENG, 2010).

No entanto as desvantagens são possíveis interações medicamentosas

prejudiciais, efeitos adversos adicionais e pior adesão ao tratamento (SANTOS,

2006).

Os medicamentos utilizados na potencialização de antidepressivos são

lítio, hormônios tireoidianos, buspirona, pindolol, carbamazepina, Lamotrigina,

Olanzapina e outros antipsicóticos atípicos (SANTOS, 2006).

A prática de atividades físicas durante o tratamento da depressão pode

ajudar na remissão e gravidade dos sintomas, pois melhora o condicionamento

físico do paciente, diminui a incapacidade funcional e intensidade de

pensamentos ruins e melhora o bem-estar (MORAES, et al. 2007; GARCIA, et

al 2006).

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2.3 RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E TIREOIDE

A relação entre o cérebro e funcionamento da tireóide já é conhecida há

muito tempo, com o primeiro registro feito em 1786 por Parry, porém a relação

entre mixedema e psicose só foi esclarecida há um século em 1888,

apresentado pelo Comitê da Sociedade Clínica de Londres, com apresentação

de um relatório afirmando que 36% dos pacientes com mixedema também

apresentavam quadros de insanidade (BAHLS; CARVALHO, 2004).

A relação entre distúrbios do humor e algumas doenças como as

endocrinopatias, portanto já foram citados há mais de 50 anos e são muito

freqüentes, o que leva a piora do quadro psiquiátrico e da doença clínica, tanto

no hipotireoidismo subclínico, como no mixedema (OLIVEIRA, et al 2001;

JUNIOR, PIRES, THULER 2010; TENG, HUMES, DEMETRIO, 2005;

BALLONE, 2003 ).

Porém, segundo Ballone (2003), é difícil explicar se elas ocorrem porque

a tireóide interfere no psiquismo ou se o psiquismo interfere na tireóide.

O fato é que o tratamento psiquiátrico melhora muito a função da tireóide

alterada e vice-versa, tendo a associação entre esses medicamentos uma

resposta muito boa (BALLONE, 2003).

GUIMARÃES (2007) e BAHLS E CARVALHO (2004) acreditam que a

hipótese que explicaria o desenvolvimento da depressão por funcionamento

anormal da tireóide se dá pelo fato de que os HT afetam funções

neuropsicológicas através de um efeito potencial sobre o sistema

catecolaminérgico, conforme aumenta a sensibilidade dos receptores beta-

adrenérgicos à ação das catecolaminas, principalmente a noradrenalina,

diminuída na depressão e assoociada ao eixo HHT.

No entanto, Quiroz e colaboradores 2004, afirmam que o T3 é o

responsável pela modulação de serotonina intracerebral, sendo sua

administração em animal, indutor no aumento da neurotransmissão

serotoninérgica, relação que também foi observada em humanos.

Porém demonstrou-se que a serotonina cerebral diminui no

hipotireoidismo e aumenta no hipertireoidismo, e a atividade serotoninérgica

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reduzida causa uma diminuição no limiar para desenvolvimento de depressão

(BAHLS, CARVALHO, 2004; GUIMARÃES, 2007).

Para Oliveira et al. (2001), a neurotransmissão serotonérgica é afetada

pelo hipotireoidismo e revertida com reposição de T4. Assim, pode-se

especular que o efeito sobre o humor produzido pela administração exógena do

hormônio tireoidiano se daria através desta via, do mesmo modo como agem

diversos antidepressivos.

O sistema endócrino é ligado ao sistema nervoso intimamente, o que

favorece uma série de sintomas ou condições clínicas envolvendo reações

psíquicas em decorrência de doenças metabólicas (GUIMARÃES, 2007).

Dentre os fatores de risco para depressão, a literatura destaca ainda

algumas características que estão de alguma maneira associadas ao

hipotireoidismo, o que caracterizaria classicamente um quadro de confusão,

como: idade, tabagismo, raça/etnia, comorbidades, menopausa e índice de

massa corporal (WINDLE, WINDLE, 2001; NUNES, 2006; TENG, HUMES,

DEMETRIO, 2005).

Em relação ao eixo HHT, é descrito que pacientes deprimidos

apresentam maiores concentrações de TRH no fluido cerebroespinhal e

resposta exagerada do TSH à estimulação do TRH, que normaliza com a

melhora da depressão, e taxas elevadas de anticorpos tireoidianos, o que

causaria maior predisposição à tireoidite autoimune (GUIMARÃES, 2007,

ALMEIDA, et al. 2007).

Segundo estudo feito por GUIMARÃES (2007), 45,7% dos pacientes

apresentaram sintomas depressivos e dentre eles, 4,8% apresentavam níveis

de TSH acima de 6,0mUI/ml.

A relação mais conhecida entre essas patologias é no hipotireoidismo,

com o primeiro caso descrito em 1949, com presença de insanidade em 14

casos clínicos, sendo aí denominada a “loucura mixedematosa” (BAHLS,

CARVALHO; 2004).

Nas endocrinopatias são observados principalmente sintomas

relacionados a depressão maior (BAHLS, CARVALHO; 2004).

No hipotireoidismo a depressão está presente, em aproximadamente

40% dos pacientes, sendo estes predominantemente mulheres, sendo assim

apontado como um possível fator de risco para depressão, pelo fato de que em

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alguns casos o uso dos HT se mostraram com resultado satisfatório no

tratamento de depressão refratário (GUIMARÃES, 2007).

A presença de sintomas depressivos nas doenças tireoidianas são as

queixas iniciais ou as mais proeminentes. No hipotireoidismo chega a 50%, e

no hipertireoidismo 28% (BAHLS, CARVALHO, BOEVING, 2007).

No entanto estes transtornos, muitas vezes são subdiagnosticados e

subtratados, principalmente pela presença de sintomas depressivos (TENG,

HUMES, DEMETRIO, 2005).

Os pacientes hospitalizados que apresentam depressão tem maior

prevalência a desenvolver disfunção tireoidiana clínica e subclínica

(GUIMARÃES, 2007).

Alguns sintomas parecem estar associados ao maior risco de

mortalidade, como indecisão, insônia, baixa auto-estima, desesperança,

pensamentos de morte e de suicídio e planejamento suicida (FURLANETTO,

2001).

Embora existam algumas evidências de que discretas alterações

tireoidianas predisponham à depressão, a relação entre elas ainda é pouco

compreendida (GUIMARÃES, 2007).

Porém, segundo Chueire et al., 2003 a tireoidite auto-imune está

presente em 5 a 20% dos pacientes deprimidos.

Tanto o hipotiroidismo como o hipertiroidismo estão associados a

sintomas de astenia, lentificação, alteração de apetite e sono, dificultando o

diagnóstico diferencial destas patologias com a depressão. Ainda assim,

freqüentemente observa-se que pacientes com depressão podem apresentar

alterações tiroidianas, sendo a mais comum o hipotireoidismo, que pode

ocorrer em formas subsindrômicas em até 17% dos pacientes com transtornos

do humor (HERMANN et al., 2004, GUIMARÃES, 2007).

Pacientes agudamente deprimidos apresentam aumento do T4 livre no

LCR, que reverte com a melhora do quadro e a baixa de T3 estão associados à

recorrência mais rápida de quadros depressivos e baixos níveis de HT livres e

altos índices de TSH, mesmo dentro dos níveis normais, estão associados à

demora na resposta terapêutica em depressão bipolar (OLIVEIRA, et al 2001).

As alterações descritas nessa relação são distúrbios do humor,

ansiedade severa com agitação manifestada por alucinações, comportamento

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paranóide e demência (Loucura mixedematosa), depressão, déficit de memória

e atenção, perturbação de linguagem e agitação psicomotora (OLIVEIRA, et al

2001).

Estas geralmente acometem pessoas mais velhas, na proporção de 5 a

35% da população, acarretando assim em um diagnóstico errôneo, como

demência senil, pois os idosos além de apresentarem sintomas depressivos

podem apresentar sintomas atípicos como problemas clínicos, como doenças

crônicas e incapacidades e sociais (OLIVEIRA, et al 2001; LEITE, et al 2007).

Estudos tem mostrado que pacientes com hipotireoidismo subclínico,

têm maior freqüência de depressão, pior resposta à terapia antidepressiva e

anormalidades em muitos testes psicométricos, especialmente nos que avaliam

humor e memória, principalmente em idosos, conhecida como

pseudodemência (MAIA, VAISMAN 2006).

A depressão associada ao hipotireoidismo usualmente responde ao T4,

assim como a depressão refratária a tratamento, podendo haver melhora

parcial recuperação da função neurocognitiva, quando utilizada a reposição de

HT, além de melhora na função serotoninérgica, supondo-se que esta relação

está relacionada com a diminuição na atividade da via serotoninérgica na

depressão (NOGUEIRA, 2009; BAHLS, CARVALHO, 2004).

Nos hipotireóideos a depressão clinica ocorre em 40% dos casos, já nos

pacientes depressivos o hipotireoidismo varia de 0,5 a 8%. Já nos pacientes

que apresentam DM raramente se encontra quadro de hipotireoidismo e em

depressão refratária o aparecimentos de endocrinopatias pode chegar a níveis

de 50% (BAHLS, Carvalho, 2004).

O T4 plásmático, em pacientes deprimidos, se encontra normal ou

aumentado em 20 a 30%, decaindo com a remissão da doença. Em

conseqüência disso o T4 é um importante indicador a resposta antidepressiva

(BAHLS, CARVALHO, 2004).

Acredita-se que esta alteração nos níveis de T4 se dê por alteração no

eixo HHT, com a diminuição na atividade da enzima de deiodinação, causando

uma diminuição da conversão de T4 em T3, devido a um aumento de cortisol

na depressão que ativa os neurônios hipotalâmicos, produzindo assim TRH

aumentando a produção dos HT (BAHLS, CARVALHO, 2004).

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Alguns autores propõem que em alguns casos de depressão, o cérebro

estaria com deficiência de HT e o aumento de tiroxina seria como uma

compensação na homeostase afetiva, com oferta de T4 ao cérebro (BAHLS,

CARVALHO, 2004).

Em estudo feito por BAHLS e col. (2007), foi observado uma diminuição

significativa, porém dentro dos níveis normais, de T3 durante 15 a 30 dias e de

T4 em todo o período de tratamento, em pacientes com função tireoidiana

normal, tratados com fluoxetina.

A diminuição dos sintomas depressivos foram relacionados com a

diminuição do T3, tanto no tratamento com sertralina como fluoxetina. (BAHLS,

CARVALHO, BOEVING, 2007).

Muitas vezes o hipotireoidismo está relacionado a DM, entre 7 e 20%

dos casos, a tireoidite auto-imune em torno de 15%, sendo esta por uma

estimulação exagerada de TRH e no transtorno bipolar a um aparecimento de

tireoidite auto-imune em 50 % dos casos. (BAHLS, CARVALHO, BOEVING,

2007).

Em 9 a 20% de DM há um aparecimento de anticorpos antitireoidianos

(BAHLS, CARVALHO, BOEVING, 2007).

A associação de hipotireoidismo e depressão é comum na clínica,

levando a uma grande parcela de pacientes a fazerem uso de reposição

hormonal e uso de antidepressivos (BAHLS, CARVALHO, 2004; BAHLS,

CARVALHO, BOEVING. 2007).

Em TEIXEIRA, et al., 2006, observou-se grande aparecimento de

sintomas depressivos em pacientes com hipotireoidismo subclínico, nos

diferentes métodos de análise utilizados que foram relacionados ao aumento

de TSH.

Mulheres que apresentam depressão pós-parto têm maior prevalência

de apresentarem maiores níveis de anticorpos anti-peroxidase tireóidea (anti-

TPO), marcador de doença tireoidiana auto-imune. (RUSCHI, et al. 2009;

GUIMARÃES, 2007)

Em Engum et al. (2002), observou-se no hipotireoidismo menor chance

de risco de depressão em relação às pessoas eutireoideas.

Já em Chueire et al., (2003), uma investigação feita com pacientes de

um hospital com indivíduos com alguma patologia tireoidiana e indivíduos sem

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diagnóstico deste tipo de patologia ou transtorno do humor, foi observado que

níveis séricos aumentados de TSH, dobraram o risco de depressão, mesmo

não tendo essa relação estabelecida estatisticamente.

Pacientes em tratamento com lítio apresentam hipotireoidismo em 25%

dos casos, sendo 19% dos casos com a disfunção na forma clinica e 23% na

forma subclinica, com incidência mais precoce em indivíduos que possuem

histórico familiar e anticorpos antitireoidianos. Pois esse medicamento

influencia no eixo HHT, aumentando a estimulação na síntese de TRH e TSH,

ocasionando sérios efeitos ao usuário, como inibição da função da tireóide,

principalmente no tireoidismo sintomático, na proporção de 3 a 5% e na forma

subclinica em 21%, relatos de anticorpos tireoglobulina (TAB) e peroxidase

(TPO), além de levar a um desencadeamento a resposta auto-imune

(BOTTON, et al, 2008; NOGUEIRA,et al. 2009).

Segundo BOTTON, e col. (2008), em terapia com carbonato de lítio

observou-se o aparecimento de hipotireoidismo em 41,9% dos pacientes do

sexo feminino e 21,7% no sexo masculino.

Os pacientes com transtorno bipolar tem maior chance de desenvolver

essa disfunção, bem como indução a exacerbação de predisposição de

tireoidite de Hashimoto por imunomodulação ( BOTTON et al., 2008).

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As disfunções tireoidianas, assim como os transtornos de humor são

patologias que acometem a população com alta freqüência, podendo levar à

mudança na qualidade de vida dos portadores.

Pela alta prevalência dessas patologias na população, bem como pelos

sintomas muito semelhantes entre estas patologias, o que pode gerar dúvidas

no diagnóstico e consequentemente um tratamento incorreto, este trabalho

prestou-se a descrever brevemente a etiologia, sintomas e prevalências de

cada um destes distúrbios e através de levantamento bibliográfico atualizado,

verificar se existe correlação entre as disfunções tireoidianas e depressão.

Assim, após a análise dos resultados obtidos em diferentes trabalhos,

anteriormente citados, foi possível observar que existe correlação entre as

patologias e que a mesma é conhecida há muito tempo, com alta freqüência,

principalmente no hipotireoidismo.

Embora ainda não se saiba ao certo a origem dessa relação, é possível

observar que pacientes depressivos apresentam altos níveis de TRH, levando

a um aumento na produção dos hormônios tireoidianos. Acredita-se que um

fator que acarreta nesse aumento, é a diminuição da conversão de T4 em T3, e

essa diminuição de T3 leva ao aumento da síntese de TRH.

Observou-se também que pacientes que apresentam depressão maior

tem maiores chances de desenvolver as tireoidopatias, pacientes com

transtornos bipolares tem maior chance de desenvolver Tireoidite de

Hashimoto, assim como usuários de lítio, cujo tratamento acarreta inibição da

função tireoidiana e desencadeia reação auto-imune.

A associação entre hormônios tireoidianos e antidepressivos, apresenta

uma resposta positiva tanto no tratamento para depressão como para

tireoidopatias, pois deprimidos que apresentam alteração nos HT’s,

apresentam melhora dos mesmos após a remissão da doença com o uso de

antidepressivos.

Já pacientes deprimidos que apresentam alguma disfunção da tireóide e

que oferecem resistência em tratamento com antidepressivos, apresentam

melhora com associação de hormônios tiroeidianos ao mesmo, da mesma

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forma, em depressão resistente a tratamento (DRT), onde são usados

medicamentos potencializadores de antidepressivos, em que se enquadram os

HT’s.

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