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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
REGENERAÇÃO FÍSICA DE UM LATOSSOLO APÓS
INTERVENÇÃO COM DIFERENTES EQUIPAMENTOS
DANIEL DIAS VALADÃO JÚNIOR
C U I A B Á - MT
2009
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1’
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
REGENERAÇÃO FÍSICA DE UM LATOSSOLO APÓS
INTERVENÇÃO COM DIFERENTES EQUIPAMENTOS
DANIEL DIAS VALADÃO JÚNIOR
Engenheiro Agrônomo
Orientador: Prof. Dr. ALOÍSIO BIANCHINI
Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.
C U I A B Á - MT
2009
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FICHA CATALOGRÁFICA
V136r Valadão Júnior, Daniel Dias Regeneração física de um latossolo após
intervenção com diferentes equipamentos / Daniel Dias Valadão Júnior. – 2008.
77p. : il. ; color Dissertação (mestrado) – Universidade Federal
de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Pós-Graduação em Agricultura Tropical, 2008. “Orientador: Prof. Dr. Aloísio Bianchini”.
CDU – 631.425
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931
Índice para Catálogo Sistemático 1. Solos – Agricultura 2. Ciência dos solos – Agricultura 3. Solos – Cerrado 4. Latossolo vermelho-amarelo 5. Latossolo – Regeneração física 6. Latossolo – Atributos físicos 7. Equipamentos agrícolas
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14
DEDICO A meus pais, DIOLINDA MARIA DIAS e DANIEL DIAS VALADÃO (em
memória), a meus irmãos, ALBERTO, GERALDO, MARIA, HENRIQUE,
MARGARIDA e ARIMATÉIA. E a minha esposa CAROL.
15
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela vida e pelos desafios impostos, por ter concedido alegria,
saúde, e companheiros que possibilitaram a realização desse trabalho.
Ao PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL
pela oportunidade; em especial aos PROFESSORES e funcionários nas
pessoas de DENISE e MARIA.
A FAPEMAT pelo financiamento do projeto.
A FAPEMAT/CAPES pela concessão da bolsa de estudos.
Ao professor ALOÍSIO BIANCHINI, pela confiança, amizade, disposição e
orientação nesses dois anos de caminhada.
A FAMILIA MINUZZI, pelo apoio e disponibilidade.
Aos amigos EVERTON, GIOVANI, FÁBIO, RAFAEL, RAMON, LUCAS,
RONNKY CHAELL, ROSE e ISLAYNE pela ajuda e companheirismo.
Aos membros das bancas de qualificação e defesa Dr. JOÃO CARLOS DE
SOUZA MAIA, Dr. ANTONIO RENAN BERCHOL DA SILVA e Dr.
RIVANILDO DALLACORT pelas sugestões apresentadas.
A minha esposa, CAROL pelo carinho, paciência, compreensão e
solidariedade.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 8
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 11
2.1. Solos do cerrado ............................................................................... 11
2.2. Preparo do solo ................................................................................. 12
2.3. Equipamentos para o preparo do solo............................................... 13
2.3.1. Escarificador ............................................................................... 13
2.3.2. Arado de discos .......................................................................... 14
2.3.3. Grade de discos .......................................................................... 15
2.4. Modificações no solo ocasionadas pelo uso na agricultura ............... 15
3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 21
3.1. Caracterização da área ..................................................................... 21
3.2. Arranjo experimental ......................................................................... 25
3.3. Material .............................................................................................. 25
3.3.1. Trator agrícola ............................................................................ 26
3.3.2. Arado de discos .......................................................................... 26
3.3.3. Grade de discos .......................................................................... 27
3.3.4. Escarificador ............................................................................... 27
3.4. Implantação e condução ................................................................... 28
3.5. Coleta de amostras ........................................................................... 31
3.6. Análises ............................................................................................. 35
3.7. Correção da resistência mecânica do solo a penetração .................. 35
3.8. Análises estatísticas ......................................................................... 38
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................... 40
4.1. Efeito da intervenção nos atributos físicos ........................................ 40
4.2. Regeneração física do solo após intervenção ................................... 46
5. CONCLUSÕES ........................................................................................ 66
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 67
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REGENERAÇÃO FÍSICA DE UM LATOSSOLO APÓS INTERVENÇÃO
COM DIFERENTES EQUIPAMENTOS
RESUMO - Com objetivo de estudar o efeito da intervenção de diferentes
equipamentos agrícolas utilizados no preparo convencional, sobre atributos
físicos de um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico de textura
argilosa, no Estado de Mato Grosso, e principalmente monitorar ao longo do
tempo a dinâmica da reconstituição desses atributos após a intervenção, foi
instalado no município de Campo Verde-MT, um ensaio experimental. O
delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 20
tratamentos e 6 repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema de
parcela subdividida, sendo considerado como parcela: quatro tipos de
intervenção do solo (sem intervenção; aração; gradagem e escarificação); e
como subparcela: cinco tempos de avaliação (antes da intervenção, oitenta,
cento e quarenta, duzentos e trezentos e cinco dias após). Os atributos
físicos do solo avaliados foram: densidade do solo, macroporosidade,
microporosidade, porosidade total, resistência mecânica do solo a
penetração, condutividade hidráulica saturada, diâmetro médio geométrico,
diâmetro médio ponderado e índice de estabilidade de agregados. A
porosidade total do solo, apesar do pouco acréscimo ocorrido com a
intervenção permaneceu inalterada durante os trezentos e cinco dias de
avaliação. Pela análise de regressão, a densidade do solo, a
macroporosidade, a microporosidade, e a condutividade hidráulica saturada
apresentaram tendência de voltarem a condições iniciais. O período de
avaliação, de 305 dias, não foi suficiente para que o solo apresentasse
estabilidade para os atributos estudados, a exceção da resistência mecânica
do solo a penetração e do diâmetro médio ponderado.
Palavras-chave: arado de discos, grade de discos, escarificador, atributos
físicos.
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HAPLUSTOX PHYSICAL REGENERATION AFTER AN INTERVENTION
WITH DIFFERENT EQUIPMENT
ABSTRACT – The objective of study the effect of the intervention of various
agricultural equipment used in conventional tillage on some physical
attributes of Typic Haplustox (Distrophic Red-Yellow Latosol) of clay in the
state of Mato Grosso, and mainly monitor over time the dynamics of
reconstitution of attributes after the intervention, was installed in the
municipality of Campo Verde-MT, an experimental test. The experimental
design was completely randomized, with 20 treatments and 6 replications.
Treatments were arranged in a split-plot arrangement, being considered as
part: four types of soil intervention (no intervention; disc plow, narrow disc
and chisel plow) and subplot: five times of assessment (before the
intervention, eighty, one hundred and forty, two hundred and three hundred
and five days after). The physical attributes of soil were: bulk density,
macroporosity, microporosity, total porosity, mechanical resistance to
penetration, saturated hydraulic conductivity, geometric mean diameter,
mean weight diameter and aggregate stability index. The total porosity of soil,
despite little increase occurred with the intervention remained unchanged
during the three hundred and five days of evaluation. For the regression
analysis, the density of the soil, macroporosity, the microporosity, and
hydraulic conductivity tended to return to initial conditions. The assessment
period of 305 days was not sufficient to provide stability for the soil attributes
studied, except the strength of the soil and the penetration of the weighted
average diameter.
KEYWORDS: disc plow, narrow disc, chisel plow, physical attributes.
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1. INTRODUÇÃO
O Cerrado é a segunda maior formação vegetal no Brasil, abrange
próximo de 23% do território nacional, atrás apenas da Floresta Amazônica,
estende-se pela Região Centro-Oeste, por parte do Sudeste, Norte e
Nordeste brasileiro (Goedert, 1989). Essa região, do ponto de vista climático,
onde na estação chuvosa o balanço hídrico é suficiente, as condições
térmicas de radiação, fotoperíodo e a ausência de geadas também são
favoráveis a maior parte das culturas, apresenta características positivas
para crescimento desse setor agrícola, que possibilita a produção de
alimentos, fibras e ultimamente, energia. Em contrapartida, os solos em
condições naturais apresentam baixa produtividade devido aos baixos teores
de nutrientes minerais e matéria orgânica e elevada saturação por alumínio
e capacidade de fixação de fósforo.
No entanto, a pesquisa, aproveitando que esses solos são profundos,
bem drenados e com inclinações normalmente menores que 3% o que
facilita à mecanização, tornou essas áreas propícias para as culturas de
grãos. A mecanização agrícola está relacionada ao preparo do solo para o
plantio, onde se busca aperfeiçoar as condições de germinação, emergência
e o estabelecimento das plântulas. O preparo convencional, método ainda
usado pela maioria dos agricultores, é feito com aração ou gradagem
pesada seguido de gradagens niveladoras. Inicialmente, realiza-se aquela
operação mais grosseira, que visa afrouxar o solo, além de ser utilizada
também para incorporação de corretivos, fertilizantes, resíduos vegetais e
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plantas daninhas ou para quebra de camada compactada, já na segunda
etapa, o preparo secundário, faz-se a operação de nivelamento da camada
arada de solo facilitando o semeio ou plantio (Alvarenga et al., 2006).
Porém, a mobilização dos solos tem sido feita de forma desordenada,
uma vez que critérios que permitam a manutenção da capacidade produtiva
do solo não são adotados. Agricultores e técnicos se esquecem que as
técnicas a serem utilizadas no manejo e preparo do solo, devem contemplar
os diversos fatores de produção como um conjunto sistêmico, que visa não
só promover o aumento da produção, como também melhorar as
propriedades desejáveis do solo, sem promover a degradação e a poluição
do agro-ecossistema.
Com a mobilização intensa do solo, a agregação, a porosidade, a
densidade, a resistência mecânica do solo a penetração, a condutividade
hidráulica, a disponibilidade de água e a temperatura são alguns atributos
passíveis de sofrerem influência do tipo de manejo empregado, sendo que o
tempo para que ocorram varia entre os atributos. Algumas mudanças
ocorrem num período curto de tempo ou mesmo com uma simples prática de
preparo; outras, apenas com um manejo contínuo serão visíveis ou
mensuráveis (Vieira, 1981). Os diferentes equipamentos disponíveis para o
preparo do solo trabalham e alteram de maneira diferenciada as
propriedades físicas com conseqüências indiretas nas químicas, e biológicas
(Sá, 1998).
Nesse contexto, o grande desafio da agricultura moderna passou a
ser a busca da sustentabilidade socioeconômica da exploração agrícola, ou
de uma nova condição de equilíbrio do sistema de produção, o que envolve,
dentre outros, o manejo adequado do solo (Soares et al., 2005). O mais
conveniente seria que o manejo tornasse possível uma união da alta
produção com a sustentabilidade, para assim possibilitar melhor
desenvolvimento vegetal, menores perdas de materiais sólidos e água,
numa relação de compromisso entre ambos. Assim, o monitoramento das
propriedades físicas do solo, e sua manutenção dentro de faixa tolerável,
independente do manejo empregado, aparecem como estudo fundamental
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no que diz respeito à gestão ambiental, tornando-se ferramenta importante
para o planejamento de uso da terra, contribuindo para as condições sócio-
econômicas regionais, ao evitar a queda na produtividade, além da
manutenção da qualidade do ambiente.
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar o efeito da
intervenção de diferentes equipamentos agrícolas utilizados no preparo
convencional, sobre alguns atributos físicos de um LATOSSOLO
VERMELHO-AMARELO Distrófico de textura argilosa, no Estado de Mato
Grosso, e principalmente monitorar ao longo do tempo a dinâmica da
reconstituição desses atributos após a intervenção.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Solos do cerrado
O estudo de solos no Brasil teve seu início, no final da década de 50.
Tratando-se especificamente da região do Cerrado, os primeiros estudos
foram por volta dos anos 60 e somente a partir da década de 70 obtiveram
uma maior relevância alcançando um maior grau de desenvolvimento
(Goedert, 1986).
Como todos os solos de região tropical, os solos do Cerrado possuem
características bem distintas daquelas presentes em solos de regiões
temperadas. Isso é conseqüência do seu próprio desenvolvimento e da
intensidade da ação dos fatores de intemperismo. Os processos químicos e
geoquímicos envolvidos na formação dos solos, que ocorrem na região dos
trópicos, são os mesmos presentes em outras regiões, entretanto, em razão
da agressividade do clima, os solos são, geralmente, profundos e pobres em
nutrientes (Fripiat e Herbillon, 1971).
Na região do Cerrado Mato-Grossense, as áreas mais planas, e as
suaves ou levemente onduladas, sejam chapadas ou vales, são formadas
basicamente por LATOSSOLOS, e a predominância dessas características
topográficas na região faz com que os LATOSSOLOS, sejam os solos
presentes em grande parte do estado.
Os LATOSSOLOS são formados pelo processo denominado
latolização, são solos minerais, não-hidromórficos, com profundidade
normalmente superior a 2 m, horizontes B muito espessos com seqüência de
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horizontes A, B e C pouco diferenciados; as cores variam de vermelhas
muito escuras a amareladas, geralmente escuras no A, vivas no B e mais
claras no C. A sílica e as bases trocáveis são removidas do sistema, levando
ao enriquecimento com óxidos de ferro e de alumínio que são agentes
agregantes, dando à massa do solo aspecto maciço poroso; apresentam
estrutura granular muito pequena. As diferentes classes de LATOSSOLO
são diferenciadas com base na cor, teor de óxido de ferro e relação Ki
(Sousa e Lobato, 2007)
A granulometria é composta basicamente por argila e areia, sendo
que a argila varia de 15 a 80%, e o silte se apresenta relativamente
constante independente da relação entre argila e areia, situando-se de 10 a
20% (Goedert, 1986). A fração argila tem como base da sua composição a
caulinita, óxidos de ferro e óxidos de alumínio (Sousa e Lobato, 2007).
São solos ácidos e com alta saturação por alumínio, apresentam
problemas na solubilidade de seus compostos, principalmente nutrientes.
São ricos em sesquióxidos, gibbsita e caulinita, cuja quantidade de cargas
negativas é baixa resultando em baixa capacidade de troca de cátion, sendo
que em alguns casos, apresenta cargas positivas, aumentando a adsorção
de ânions como o ortofosfato (Fernandes e Muraoka, 2002).
É bastante resistente a erosão, quando sob condições naturais ou
quando bem manejado, isso graças à boa permeabilidade e porosidade. Já
quando submetido ao cultivo intenso fazendo-se uso de máquinas pesadas,
apresenta tendência a compactação, e é consideravelmente a
susceptibilidade à erosão, podendo aparecer facilmente ravinas e pequenas
voçorocas (Moreira e Vasconcelos, 2007).
2.2. Preparo do solo
O preparo do solo é uma prática tão importante quanto a adubação,
uso de sementes sadias ou controle de pragas e doenças, sendo
fundamental na manutenção das características químicas, físicas e
biológicas do solo determinantes na fertilidade, erosão e no bom
desenvolvimento radicular das plantas. Métodos de preparo e cultivo que
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conservam ou geram melhorias na estrutura do solo reduzem drasticamente
o risco de erosão (Sidiras et al., 1982).
O preparo periódico, ou seja, as movimentações que o solo é
submetido antes do plantio geralmente são divididas em preparo primário e
preparo secundário, onde (Mazuchowski e Derpsch, 1984):
Preparo primário do solo: geralmente consiste em aração ou
escarificação, com operações mais profundas e grosseiras objetivando o
revolvimento do solo, promovendo ou não a incorporação da cobertura
vegetal e dos restos de cultura; o resultado normalmente é uma superfície
irregular do terreno, desnivelada e com torrões, dificultando as operações
seguintes de plantio e cultivo.
Preparo secundário do solo: realizado com grades e, consiste
em operações superficiais após o preparo primário, para obtenção de
terreno plano e destorroado, permite a colocação da semente no solo e sua
cobertura, e produz ambiente favorável ao desenvolvimento inicial da cultura
com reflexos na produção. Pode ser usado ainda para, a incorporação de
herbicidas ou eliminação de plantas invasoras no início do seu
desenvolvimento.
2.3. Equipamentos para o preparo do solo
2.3.1. Escarificador
É um equipamento agrícola dotado de ferramentas estreitas, finas e
pontiagudas chamadas de hastes, distribuídas em vários pontos numa
armação de ferro, sendo utilizado para o preparo primário, (Derpsch et al.,
1982). Ganhou grande importância, quando surgiu a preocupação com a
sustentabilidade do meio produtivo, por ser considerado um equipamento
que preserva as características desejáveis do solo. É normalmente utilizado
para se trabalhar até profundidades de 25 a 30 cm.
Com o crescimento do sistema de plantio direto, que geralmente
proporciona o surgimento de camadas compactadas, passou a ser utilizado
para realizar a quebra da camada compactada e conservar pelo menos 2/3
da cobertura vegetal (Marques et al., 1995). O rompimento da camada
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compactada reduz de imediato os valores de densidade e resistência à
penetração, e promove um aumento do volume de macroporos, o que
melhora a aeração e a drenagem do solo, e maior rapidez na infiltração de
água e menor escoamento superficial, reduzindo a erosão (Taylor e
Beltrame, 1980).
Por não provocar a inversão do solo, a escarificação promove menor
desagregação, sendo que os resíduos vegetais ficam depositados na
superfície, e facilita o controle da erosão, ao melhorar a infiltração, e
retenção de água, estrutura e porosidade (Machado et al., 2005).
Comparando com a aração e a gradagem, a escarificação apresenta
vantagens por promover a manutenção das características estruturais
desejáveis do solo, resultado da menor mobilização e maior manutenção da
cobertura vegetal (Rosa, 2007). Além disso, o escarificador permite o
preparo do solo seco, possibilitando maior rendimento operacional e
economia de combustível, quando comparado com os arados de disco e de
aiveca.
2.3.2. Arado de discos
O arado de discos realiza o corte do solo em fatias, conhecidas como
leiva, que são torcidas, causando uma inversão, onde a parte inferior fica
voltada para cima (Balastreire, 1987). Ao cortar e elevar o solo, o arado
promove à aeração das camadas mobilizadas, com penetração de oxigênio
e expulsão do gás carbônico, facilitando à respiração do solo, o que
proporciona ambiente ideal à proliferação de microorganismos úteis a
agricultura (Blanca, 1999).
Pelo arado de discos saltar na presença de restos culturais e plantas
daninhas que proporcionem pontos de maior resistência, o perfil do solo
preparado por aração pode ser heterogêneo (Silva et al., 2006). Porém,
trabalhando-se na umidade adequada, com regulagem correta e pouca
cobertura vegetal se consegue boa penetração com uso do arado de discos.
Uma aração realizada de forma criteriosa facilita as demais operações
e reflete de maneira positiva na emergência e no rendimento das culturas.
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Assim, para realização da aração é necessário que se tenha conhecimento
dos fatores envolvidos na estrutura do solo, sua relação com as plantas
cultivadas e invasoras, sua influência na dinâmica da água, além dos
componentes econômicos envolvidos na operação (Silveira, 1989).
2.3.3. Grade de discos
A grade de discos promove a movimentação do solo duas vezes em
sentidos opostos, com uma única passada. O conjunto de secções
dianteiras, em virtude do ângulo que possuem entre si e dos discos
recortados destorroa jogando a terra para um lado, enquanto o conjunto
traseiro joga a terra removida para o outro, terminado o trabalho do primeiro
(Carvalho Filho, 2004). A grade, pela sua maior largura útil e maior
velocidade de deslocamento, é amplamente aceita pelos agricultores.
Na gradagem, devido à pequena capacidade de penetração e pelo
alto poder desagregante descarregando o peso dos discos todo no fundo do
sulco de preparo, o solo apresenta nítida descontinuidade entre o perfil
preparado e o solo imediatamente abaixo. O corte superficial e a pressão
dos pneus do trator e dos discos da grade sobre o solo adensam a sua
camada subsuperficial, e resulta na formação do pé-de-grade com 5 cm ou
mais de espessura, o que dificulta o crescimento das raízes e favorece a
erosão laminar. Há tendência a formação de uma superfície pulverizada e de
pé-de-grade mais denso, que varia de acordo com o número de passadas do
equipamento e o teor de umidade do solo. Na superfície pulverizada pode
originar-se uma camada endurecida de 2 a 3 cm de espessura, prejudicando
a emergência das plântulas e a infiltração da água no solo (Silva et al.,
2006).
2.4. Modificações no solo ocasionadas pelo uso na agricultura
Em estado natural, o solo apresenta propriedades físicas e químicas
definidas em razão do material de origem, do intemperismo, tipos de
vegetação natural, relevo, etc. Logicamente qualquer alteração da vegetação
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natural favorecerá alterações nas propriedades do solo, que aliada ao uso
da mecanização de forma intensa pode levar ao processo de degradação.
Os sistemas de preparo do solo correspondem à seqüência de
operações para trabalhar o solo visando à produção das culturas, incluindo-
se o manejo dos resíduos culturais, mobilização, semeadura, aplicação de
agrotóxicos, fertilizantes e colheita (Dickey et al., 1992). Com o preparo do
solo, se visa modificar algumas de suas propriedades físicas, conferindo-lhe
novas condições que favoreçam o crescimento e desenvolvimento das
plantas (Centurion e Dematê, 1992). Para isso, tem-se adotado técnicas
cada vez mais modernas evidenciadas pela mecanização constante com a
utilização de equipamentos das mais variadas formas e modelos, sem um
conhecimento adequado, o que geralmente compromete o rendimento e leva
o solo a um estado de exaustão de sua capacidade produtiva, sendo, com
certeza, o fator que mais contribui para alterações indesejáveis nas
características naturais do solo (Lucarelli, 1997).
As intensas mobilizações do solo, sob condições inadequadas de
umidade e de cobertura vegetal, modificam negativamente a estrutura do
solo, afetando as relações entre as fases sólida, líquida e gasosa,
subdividindo a camada arável em uma parte que é superficial e pulverizada,
e outra que é subsuperficial e compactada (Denardin e Kochhann, 1997).
No caso dos solos de regiões tropicais, como é o caso do Cerrado, a
situação é agravada pelo fato de que as temperaturas mais elevadas
aceleram a decomposição da matéria orgânica, fundamental para
sustentabilidade do sistema produtivo, levando à necessidade de contínuo
aporte da mesma para manter a estrutura do solo em condições favoráveis
ao desenvolvimento das culturas (Beutler et al., 2001). Outro fato que se
deve ressaltar é que os LATOSSOLOS do cerrado são especialmente
suscetíveis a compactação pelo uso e manejo agrícola, devido à degradação
que ocorre na estrutura afetando a constituição, o tamanho e a estabilidade
dos agregados, além da taxa de infiltração de água, a permeabilidade, a
porosidade e a densidade (Espindola et al., 1998).
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Quanto menor o número de operações de manejo, com máquinas, na
produção agrícola, maiores serão os benefícios à sustentabilidade ambiental
e, mais viáveis financeiramente serão essas operações (Levien et al., 2003),
pois a menor mobilização do solo preserva sua estrutura ao inibir o efeito
desagregador provocado pelo preparo intensivo (Grohmann e Arruda, 1961).
O comportamento da água no solo é dependente de características
intrínsecas, como, textura, porosidade, profundidade do lençol freático, tipo
de argilas, matéria orgânica, de fatores extrínsecos, cobertura do solo e
densidade de plantas, precipitação, e da relação solo-planta-atmosfera. O
revolvimento na estrutura, a distribuição do tamanho dos poros e teor de
carbono orgânico alteram as forças de retenção de água no solo e sua
disponibilidade, os quais são fatores determinantes para o desenvolvimento
das plantas. O preparo modifica também a rugosidade superficial com a
incorporação de resíduos vegetais, ocasionando diminuição da infiltração e
aumento da evaporação de água.
Em solos sob cultivo intenso ocorre o surgimento de camadas
compactadas o que determina a diminuição do volume de poros ocupado
pelo ar e o aumento na retenção de água, acarretando em diminuição da
taxa de infiltração, com conseqüente aumento das taxas de escoamento
superficial e de erosão (Bertol et al., 2001).
Albuquerque et al. (1995), analisando um LATOSSOLO VERMELHO
Distrófico constataram que, ao final de sete anos, não ocorreram diferenças
de densidade, porosidade total, macro e microporosidade, entre o sistema
plantio direto e o preparo convencional. Já, em solo sob sistema de plantio
direto, por duas décadas, observou-se que o tráfego de máquinas e a
ausência de revolvimento promoveram alterações na estrutura do solo,
principalmente na macroporosidade na profundidade de 0 a 5 cm (Oliveira,
2002). Modificações na densidade e na porosidade do solo podem variar
consideravelmente, dependendo da textura, dos teores de matéria orgânica
do solo (Curtis e Post, 1964) e da freqüência de cultivo (Hajabbasi et al.,
1997).
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Outro componente do solo alterado pelo sistema de manejo se refere
à agregação. Quando se compara os sistemas de manejo, preparo
convencional e plantio direto, observa-se na camada de 0-10 cm, aumentos
relativos de 74% para o diâmetro médio ponderado, de 70% para o diâmetro
médio geométrico e de 10,4% para o índice de estabilidade de agregados do
plantio direto em relação ao preparo convencional (Castro Filho et al., 1998).
Carpenedo e Mielniczuk (1990), avaliando a estabilidade e a qualidade dos
agregados em água, de um LATOSSOLO ROXO Distrófico e um
LATOSSOLO ROXO Álico, em condições naturais e sob diferentes manejos,
constataram que o solo submetido ao preparo convencional apresentou
menor agregação do que o sob mata nativa, e o plantio direto melhorou a
agregação do solo e que as frações menores que 0,50 mm de diâmetro
foram agregados em frações maiores. Moraes et al. (2002), avaliando a
estabilidade de agregados de um NITOSSOLO VERMELHO para os
sistemas de manejo em preparo convencional, por 20 anos, para a cultura
do milho, preparo convencional, por 13 anos, seguido de semeadura direta
por sete anos, com aveia-preta como cultura de inverno e milho como cultura
de verão e mata nativa, verificaram maior diâmetro médio ponderado dos
agregados para a condição de mata nativa e preparo convencional seguido
pela semeadura direta.
Um fato importante a ser avaliado é o efeito ocasionado pelos
diferentes equipamentos disponíveis para o preparo do solo. Seus diferentes
modos de ação ao mobilizar e desagregar o solo influência a rugosidade
superficial e a formação de camadas compactadas, sendo que a
combinação dos arados com grade de discos apresenta camada mobilizada
com maior rugosidade superficial do que a grade de discos e a enxada
rotativa (Coan, 1995). Para Dallmeyer et al. (1989), os diversos tipos de
preparo com diferentes equipamentos podem ocasionar valores iguais de
rugosidade. Segundo Salvador et al. (1993) os preparos envolvendo arado
de discos proporcionam menor área mobilizada do que os preparos com
grade e escarificador.
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Tratando-se do efeito dos sistemas de manejo e dos equipamentos
sobre a resistência mecânica do solo a penetração, os resultados
encontrados na literatura são diversos. O preparo convencional com aração
e gradagem, quando realizado à mesma profundidade, podem propiciar a
formação de impedimentos mecânicos logo abaixo das camadas de solo
mobilizadas pelos equipamentos, podendo interferir no desenvolvimento da
cultura (Bauder et al., 1981). Lucarelli et al. (1997), trabalhando em
LATOSSOLO ROXO e preparo do solo com grade de discos, escarificador,
plantio direto, arado de discos e enxada rotativa, observaram que todos os
sistemas de preparo proporcionaram aumento da resistência do solo à
penetração.
Ortolani et al. (1991), após dez anos trabalhando com diferentes
sistemas de preparo do solo na cultura do milho, observaram que os
tratamentos com grade de discos e enxada rotativa apresentaram
compactação subsuperficial com valores máximos a 15 cm de profundidade,
fato esse não observado nos tratamentos com arado e mesmo no plantio
direto. A grade de discos apresenta valores de resistência à penetração
superior aos demais equipamentos, sendo ultrapassada somente pelo
plantio direto (Oliveira et al., 1989).
No caso do arado de disco existe a necessidade de se variar a
profundidade de trabalho desses equipamentos de ano para ano, pois esses
equipamentos apresentam tendência de criar maior resistência à penetração
na profundidade de trabalho dos respectivos equipamentos (Furlani et al.,
2003)
As variações observadas nos valores de resistência à penetração
sofrem influência de outras características do solo que também são afetadas
pelo preparo, como a densidade e a porosidade. Trabalhando em
LATOSSOLO VERMELHO Distrófico, Tormena et al., (2002) observaram
que após dois anos sob cultivo de mandioca em preparo convencional,
preparo mínimo e plantio direto ocorreu na camada 0 a 10 cm diferentes
valores de densidade, sendo 1,67 Mg m-3 no plantio direto, 1,55 Mg m-3 no
preparo mínimo e 1,45 Mg m-3 no preparo convencional. Já com relação a
20
porosidade, o preparo convencional e mínimo promoveram incrementos de
macroporosidade e porosidade total pelo uso do arado e do escarificador,
enquanto, a microporosidade foi maior no plantio direto. Em outro trabalho
nesse mesmo solo se comparou por vinte anos uma área de mata nativa
com outra sob preparo convencional, onde foi observado, valores de
densidades, na camada 0 a 20 cm, de 1,48 Mg m-3 na mata contra 1,71 Mg
m-3 do sistema convencional, porosidade total de 41% na mata contra 30%
no convencional e macroporos com 16% na mata contra 6% no convencional
(Araújo et al., 2004). Rosolem et al. (1992) verificaram que o preparo do solo
com grade de discos, em primeiro lugar, e o plantio direto proporcionaram a
pior distribuição de raízes do trigo, assim como sua concentração na
camada superficial do solo. O preparo com arado proporcionou distribuição
mais uniforme do sistema radicular.
21
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Caracterização da área
O presente trabalho foi realizado no município de Campo Verde no
Estado de Mato Grosso, no período de outubro de 2007 a outubro de 2008.
Em área de relevo plano, pertencente à “Agropecuária Rio Manso”. Essa
fazenda possui área de 3006 ha, sob coordenadas de 15°3’58”S e
55°18’07”W e altitude entre 725 e 809 m. O clima da região é do tipo Aw pela
metodologia de classificação de Koppen (1948), com precipitação anual média
de 1421 mm.
A área escolhida, de LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico,
havia sido utilizada para plantio direto por oito anos, e se encontrava em
pousio há cinco anos (Figura 1). Nesse período de pousio, surgiu vegetação
rasteira espontânea, que em outubro de 2007, foi controlada com uma
roçadora tratorizada e mantida como cobertura morta. Em seguida foi feito a
demarcação da mesma, delimitando o espaço a ser ocupado pelos
tratamentos. Foi realizada também a coleta de amostras correspondentes ao
solo não preparado e ainda amostras necessárias para a caracterização do
solo da área.
22
FIGURA 1. Vista parcial da área experimental anterior a implantação dos
tratamentos.
As primeiras informações colhidas na área do experimento foram
utilizadas para a caracterização do campo experimental. Assim, foram
levantados os dados de precipitação, cobertura morta e curva de retenção
de água no solo e realizadas análises química, textural, densidade de
partícula. Estes dados passaram por tratamento estatístico simples, sendo
apresentados na forma de médias provenientes de coletas realizadas em
todas as todas as parcelas com respectivos desvios padrão e coeficientes de
variação.
O monitoramento da precipitação pluviométrica na área experimental
durante o período de realização do experimento (Figura 2) indicou valores
dentro da média esperada para cada período do ano, com valor total de
1954 mm, com pico nos meses novembro/2007, janeiro e fevereiro/2008 e
nenhuma precipitação nos meses de junho a setembro/2008.
23
FIGURA 2. Precipitação pluviométrica na área experimental no período de
novembro de 2007 a outubro 2008.
As características químicas do solo da área experimental são
apresentadas na Tabela 1. Já os resultados da análise de textura e
densidade de partícula são expostos na Tabela 2. O solo da área
experimental foi enquadrado como textura argilosa (Lemos e Santos, 1984)
evidenciado pelas proporções de cada fração.
TABELA 1. Análise química do solo da área experimental anterior a
intervenção
pH P K Ca + Mg Ca Mg Al H MO
Água CaCl2 mg dm-3 cmolc dm-3 g dm-3
5,3 4,5 20,2 43 2,2 1,5 0,7 0,3 5,1 28,5
TABELA 2. Análise de textura e densidade de partícula do solo da área
experimental
Fração Média DP1 CV2(%)
Argila (%) 48,85 ±2,15 4,40
Silte (%) 5,53 ±0,27 4,88
Areia total (%) 45,62 ±1,52 3,33
Areia Grossa (g kg-1) 12,1 - -
Areia média (g kg-1) 164,8 - -
Areia fina (g kg-1) 237,3 -
Areia muito fina (g kg-1) 34,8 - -
Densidade de partícula (Mg m3) 2,62 ±0,09 3,43 1 DP: desvio padrão;
2 CV: coeficiente de variação.
24
O comportamento do solo quanto ao armazenamento e
disponibilização da água pode ser visualizado na Figura 3, nota-se ainda a
adequação do modelo de Van Genuchten para explicar o comportamento do
solo na retenção de água. Pelo modelo, o teor de água na capacidade de campo,
ou seja, água retida na tensão de 10 kPa é de 0,27 cm3 cm-3, e o ponto de
murcha permanente, considerando a tensão de 1500 kPa é de 0,13 cm3 cm-3.
Assim, a água disponível, ou seja, água compreendida entre a capacidade de
campo e o ponto de murcha permanente é de 0,14 cm3 cm-3.
FIGURA 3. Curva de retenção de água do solo da área experimental.
A cobertura morta do solo no momento da instalação do experimento,
quando foram efetuadas as intervenções, era de 6,54 t ha-1, com desvio
padrão de ±0,21 e coeficiente de variação de 3,21%, na forma
principalmente de restos de capim do gênero Panicum. Essa cobertura foi
determinada com uso de um quadrado medindo 1 m2. Esse quadrado foi
depositado sobre o solo de forma aleatória dentro de cada parcela, e toda a
cobertura do solo localizada dentro do mesmo, foi retirada e armazenada em
sacos previamente identificados. No laboratório o material foi seco em estufa
de circulação forçada até peso constante.
25
3.2. Arranjo experimental
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado.
Os tratamentos foram dispostos em esquema de parcela subdividida, sendo
considerada como parcela: quatro tipos de intervenção no solo (sem
intervenção; aração; gradagem e escarificação); e como subparcela: cinco
tempos de avaliação (antes da intervenção, oitenta, cento e quarenta,
duzentos e trezentos e cinco dias após). Cada tratamento principal, ou seja,
as parcelas, contava com seis repetições, totalizando vinte e quatro
parcelas. O tempo inicial de coleta após a intervenção, ou seja, oitenta dias,
foi determinado baseado em vistorias realizadas na área onde, constatou-se
que apenas nessa data tornou-se possível a realização de coleta de amostra
indeformada.
Em razão de se trabalhar com trator agrícola e equipamentos na
instalação do experimento, gerando dificuldades para manobras, os
tratamentos principais foram dispostos em faixas contendo três repetições.
Sendo cada faixa com um comprimento de 45 m, e uma largura de 5 m.
Assim, cada parcela mediu 5 por 15 m, ou 75 m² (Figura 4).
FIGURA 4. Croqui da área experimental.
3.3. Material
O material utilizado na intervenção no solo, na instalação do
experimento foi: um trator agrícola de pneu, um arado de discos, uma grade
de discos e um escarificador.
26
3.3.1. Trator agrícola
O trator agrícola utilizado foi um Massey Ferguson, modelo 292, 4x2,
com tração dianteira auxiliar (TDA), turbo, com potência de 77 kW, e massa
aproximada 3670 kg (Figura 5), operando a uma velocidade média de 5 km
h-1 com a TDA desligada.
FIGURA 5. Trator agrícola utilizado na intervenção no solo na instalação do
experimento.
3.3.2. Arado de discos
O arado de discos utilizado foi da marca TATU-MARCHESAN, modelo
AF 4 (Figura 6) com acoplamento hidráulico nos três pontos, equipado com
quatro discos côncavos fixos, de 660,4 mm (26") x 4,75 mm, espaçados 570
mm e massa aproximada de 492 kg.
FIGURA 6. Arado de discos utilizado na intervenção no solo na instalação do
experimento.
27
3.3.3. Grade de discos
A grade de discos, utilizada, foi da marca BALDAN, equipada com 16
discos de borda recortada de 660,4 mm (26") x 6,0 mm, espaçados de 230
mm (Figura 7), divididos em duas seções, sendo a segunda regulável e
ajustável em relação ao ângulo de deslocamento, e massa aproximada de
1310 kg.
FIGURA 7. Grade de discos utilizada na intervenção no solo na instalação
do experimento.
3.3.4. Escarificador
O escarificador utilizado foi um STARA modelo ASA C (Figura 8),
automático, equipado com cinco hastes espaçadas 420 mm, e ainda com
discos de cortes e rolo nivelador e destorroador e massa aproximada 420 kg.
FIGURA 8. Escarificador utilizado na intervenção no solo na instalação do
experimento.
28
3.4. Implantação e condução
A implantação do experimento ocorreu em novembro de 2007. O
arado de discos e a grade de discos foram regulados para atingirem a
máxima profundidade de trabalho possível, e o escarificador para uma
profundidade de 300 mm. Os equipamentos foram passados uma única vez
em cada local, porém, como a largura de trabalho dos equipamentos era
inferior aos 5 m pré-estabelecidos para a parcela, o número de passadas
para que se atingisse essa largura variou entre os equipamentos (Figura 9).
FIGURA 9. Vista parcial da área experimental após implantação dos
tratamentos.
Visando verificar a real mobilização para cada equipamento, foi
determinado o perfil mobilizado do solo que seguiu metodologia proposta por
Bianchini et al. (1999). Após a intervenção, em seis pontos por equipamento,
foi retirado todo o solo mobilizado, numa faixa de 170 cm transversalmente
ao preparo, em seguida apoiou-se uma régua de pedreiro previamente
tabulada de 10 em 10 cm no perfil original do terreno e com uma escala
graduada em mm, mediu-se a distância correspondente entre a régua de
pedreiro e o fundo da sessão mobilizada (Figura 10), anotando esse valor.
Posteriormente a área foi calculada a partir de equações destinadas a
obtenção de áreas de polígonos e a partir da integração dessas áreas,
obteve-se a área mobilizada para cada equipamento.
29
FIGURA 10. Levantamento do perfil mobilizado do solo.
Com a determinação do perfil de fundo de sulco do solo mobilizado
(Figura 11), foi verificado que no caso da grade e do arado, que estavam
regulados para a profundidade máxima de trabalho, a média ficou em torno
de 150 mm para o arado e 100 mm para a grade com perfil mobilizado
bastante homogêneo. No caso do escarificador, houve maior
heterogeneidade no perfil mobilizado apresentando valores entre 150 e 300
mm, para os quais o equipamento estava previamente regulado.
FIGURA 11. Perfil de fundo de sulco do solo mobilizado pelos três diferentes
equipamentos.
A análise da área mobilizada para cada equipamento mostrou
diferenças entre os mesmos (Figura 12), sendo que o escarificador com área
30
média 0,28 m² e o arado com 0,22 m² foram superiores estatisticamente a
grade, que apresentou área mobilizada média 0,15 m². O coeficiente de
variação foi de 14,35%.
FIGURA 12. Seção média de solo mobilizado pelos três diferentes
equipamentos estudados. Médias seguidas da mesma letra não
diferem entre si, pelo teste Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Os resultados encontrados para a seção mobilizada de solo já eram
esperados, pelo arado e o escarificador possuírem maior capacidade de
penetração no solo pelo formato e localização de seus órgãos ativos. E
ainda pela grande cobertura vegetal na área no momento da implantação
dificultando a ação da grade.
Apesar de ter havido diferenças quanto à área média mobilizada
pelos equipamentos, foi observado que na profundidade estipulada para
serem coletadas as amostras para avaliação da reconstituição do solo (25 a
75 mm) houve a passagem dos equipamentos e a mobilização do solo.
Durante a condução do experimento foi feito o controle de ervas
daninhas por meio de herbicidas, utilizando um pulverizador manual costal
com capacidade 20 L de solução, mantendo as mesmas sobre o solo em
31
forma de cobertura morta. E ainda, o acompanhamento das precipitações
pluviométricas na área experimental.
Vale salientar que durante a realização do experimento a
movimentação na área ocorreu sempre de forma reduzida, se restringido a
coleta de amostras e ao controle de ervas daninhas, visando minimizar ação
externa sobre o solo preparado.
3.5. Coleta de amostras
Os atributos físicos do solo considerados variáveis nas análises
estatísticas e que foram determinadas em todas as épocas foram: densidade
global ou aparente, macroporosidade, microporosidade, porosidade total,
resistência mecânica do solo a penetração, condutividade hidráulica
saturada, diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado e índice de
estabilidade agregados. Além desses, foi determinado também em todas as
coletas o conteúdo de água do solo no momento da obtenção da resistência
mecânica do solo a penetração.
Visando a caracterização do solo da área em estudo foi determinada
a textura, a densidade de partículas, a curva de retenção de água, a
cobertura morta no momento da intervenção e as características químicas
do solo.
Para que as análises laboratoriais citadas pudessem ser realizadas
foram coletados, em cada data de avaliação, três tipos de amostras de solo:
Deformadas (Figura 13): essas amostras foram coletadas com um
trado Holandês na profundidade de 25 a 100 mm e usadas na
determinação do conteúdo de água no momento da coleta da
resistência mecânica do solo a penetração, textura, densidade de
partícula e características químicas. As coletas para determinação da
textura, densidade de partícula e análise química ocorreram somente
antes da intervenção e uma amostra por parcela, totalizando 24, já
para o conteúdo de água, as coletas ocorreram em todas as épocas de
avaliação sendo 3 amostras por parcela totalizando 72 amostras. Deve
32
ser ressaltado que as coletas de conteúdo de água ocorreram sempre
próximas aos pontos de coleta da resistência a penetração.
FIGURA 13. Coleta de amostra deformada utilizando trado Holandês.
Deformadas com preservação parcial da estrutura (Figura 14): para a
análise da agregação do solo representada pelo diâmetro médio
geométrico, diâmetro médio ponderado e índice de estabilidade de
agregados, foi coletadas amostras de estrutura semi preservada, sendo
uma por parcela em todas as épocas de avaliação, para isso foi aberto uma
pequena trincheira de 100 mm de profundidade e com o auxílio de uma
enxada, uma fatia de solo o mais intacta possível, era recolhida em um
vasilhame plástico com tampa.
FIGURA 14. Coleta de amostra deformada com preservação parcial da
estrutura.
33
Indeformadas (Figura 15): para determinação da densidade aparente,
porosidade (total, macro e micro), condutividade hidráulica, foi coletada
amostras de estrutura preservada, obtidas com um amostrador de Kopec,
com anel metálico de 50 mm de diâmetro e 50 mm de altura, na
profundidade de 25 a 75 mm. Essas amostras, em cada época de
avaliação eram obtidas em número de 3 por parcela sempre de forma
aleatória, totalizando 72 amostras. Essas mesmas amostras referentes a
primeira época de avaliação foram utilizadas para determinação da curva
de retenção de água do solo.
FIGURA 15. Coleta de amostra indeformada utilizando amostrador de Kopec.
Após as coletas as amostras eram acondicionadas de forma que
mantivessem suas características originais e transportadas ao Laboratório de
Física de Solo da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária na
Universidade Federal de Mato Grosso em Cuiabá-MT.
Na determinação da resistência mecânica do solo a penetração, feita
com 5 pontos de forma radial, em volta de todos os locais de coleta da
amostra indeformada, perfazendo 360 pontos por época, foi utilizado um
penetrógrafo eletrônico automático (Figura 16), desenvolvido por Bianchini et
al. (2002), de acordo com a norma ASAE S313-2 com um cone de 129,28
mm2 de área de base e uma velocidade de penetração de 30 mm s-1. A
placa de aquisição de dados foi desenvolvida especialmente para utilização
no penetrógrafo, tendo como principal componente um microcontrolador
34
modelo 16F877, da família 16F87X, da Microchip Techenology Inc.. Este
microcontrolador tem processamento em 8 bytes, arquitetura RISC
(Reduced Intructions Set Computer), 8 Kbytes de memória tipo Flash para
armazenamento de programas, 256 bytes de memória RAM para
armazenamento de dados, interface para programação via padro RS-485. O
aparelho possui um sensor de profundidade e um sensor de força com
capacidade de até 1.500 N o que permite trabalhar com segurança, pois o
ensaio é abortado quando este valor é excedido. Os dados de resistência do
solo à penetração foram registrados a cada 2,5 mm, armazenados e
posteriormente transferidos para um computador através de um cabo
conectado à porta paralela, e trabalhados no software Excel 2007.
Posteriormente, foram selecionados somente os valores
compreendidos entre 25 e 75 mm, calculou-se a média e considerou esse
valor como a resistência mecânica do solo a penetração naquele ponto.
FIGURA 16. Penetrógrafo eletrônico automático utilizado na mensuração da
resistência mecânica do solo a penetração.
35
3.6. Análises
As análises de textura, densidade de partículas, densidade do solo,
teor de água no solo, curva de retenção de água, condutividade hidráulica
saturada, teor de matéria orgânica, diâmetro médio geométrico, diâmetro
médio ponderado e índice de estabilidade de agregados foram obtidos por
metodologias proposta pela EMBRAPA (1997).
A macroporosidade foi determinada em uma coluna de areia, segundo
Silva et al. (2008), onde a amostra indeformada foi saturada e pesada, em
seguida submetida a tensão de 0,6 mca, após ser retirada da coluna ela foi
novamente pesada. Para determinação da microporosidade, essa amostra
foi levada a estufa a 105°C até peso constante. Em seguida efetuaram-se os
seguintes cálculos:
Equação [1]
Equação [2]
Equação [3]
Onde:
Mac: macroporosidade;
Mic: microporosidade;
PT: porosidade total do solo;
Psatu: peso do solo saturado.
Pdren: peso após tensão de 0,6 mca.
Pseco: peso do solo seco a 105°C.
3.7. Correção da resistência mecânica do solo a penetração
A resistência mecânica do solo a penetração pode ser definida como
sendo a resistência física que o solo oferece, estando diretamente
relacionada, com a umidade e a densidade do solo (Souza et al., 2005), e
apesar de muitos estudos terem sido feitos, não se tem uma quantificação,
universalmente aceita, da influência de uma determinada variação no teor de
água sobre a resistência à penetração, ou seja, se esta resistência varia
36
linearmente, ou não, em função de iguais acréscimos no teor de água
(Cunha et al., 2002).
Como a presente pesquisa apresenta uma variação temporal foi
impossível que as coletas da resistência mecânica do solo a penetração
ocorressem sempre no mesmo teor de água no solo. O que ficou claro com
a análise de variância sobre o conteúdo de água no solo nas diferentes data
de amostragem e equipamentos (Tabela 3), onde foi observado efeito
significativo para as datas, indicando que as coletas das amostras ocorreram
com diferentes conteúdos de água no solo, não sendo significativos os
equipamentos e a interação.
TABELA 3. Análise de variância para conteúdo de água em (cm3 cm-3)
função dos equipamentos e das datas de amostragem
Fonte de Variação Coeficientes de variação (%)
Equipamento Dias Interação Equipamento Dias
Significância de F 0,3251ns 0,0000** 0,1056 ns 11,57 8,27
“ns” Não significativo pelo teste F a 0,05 de probabilidade. “**” “*” Significativo a 0,01 e 0,05
de probabilidade pelo teste F, respectivamente.
Então, para que pudesse realizar análises estatísticas do
comportamento da resistência mecânica do solo a penetração, foi
necessário encontrar uma equação para a correção em função da umidade
momentânea do solo. Esse ajuste foi realizado utilizando o software
MINITAB 14 (1996).
Além do conteúdo de água outros trabalhos têm demonstrado o efeito
da densidade sobre a resistência mecânica do solo a penetração (Castro,
1995; Borges et al., 1999), e como altos valores de densidade reduzem e
alteram a distribuição e tamanho dos poros, a densidade do solo,
microporosidade, macroporosidade e porosidade total também foram
incluídos no modelo para terem sua significância testada.
A partir dos valores encontrados em todas as datas de amostragem,
para resistência mecânica do solo à penetração, conteúdo de água,
densidade do solo, microporosidade, macroporosidade e porosidade total,
foi, então, determinado a modelo que melhor se ajustou aos dados
37
experimentais. Este modelo, que ajustou os dados de resistência mecânica
do solo a penetração, em função do conteúdo de água, da densidade, da
macroporosidade e da porosidade total, foi um modelo linear múltiplo,
semelhante ao apresentado por Billot (1982) e Cunha et al. (2002), porém,
esses autores utilizaram somente a densidade e conteúdo de água. A
microporosidade não foi incluída no modelo por não apresentar significância
pelo teste F.
Equação [4]
Onde:
RMSP: resistência mecânica do solo a penetração corrigida (MPa);
PT: porosidade total (cm3 cm-3);
DS: densidade do solo (Mg m-3);
CA: conteúdo de água (cm3 cm-3);
MAC: macroporosidade (cm3 cm-3).
Este modelo foi o que melhor se adequou apresentando coeficiente
de determinação ajustado de 0,81, com distribuição normal dos resíduos
pelo teste de Ryan-Jones (p>0,10) (Figura 17, Figura 18) e correlação linear
positiva de 0,90 entre valores observados e valores ajustados pelo modelo
(Figura 19).
Residuos
Po
rce
nta
ge
m
1,00,50,0-0,5-1,0
99,9
99
95
90
80
70
605040
30
20
10
5
1
0,1
FIGURA 17. Probabilidade de distribuição dos resíduos.
38
Valores corrigidos
Re
sid
uo
s
3,02,52,01,51,00,50,0
0,50
0,25
0,00
-0,25
-0,50
FIGURA 18. Distribuição dos resíduos dos valores ajustados pelo modelo.
Valores observados
Valo
res c
orr
igid
os
3,02,52,01,51,00,50,0
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
FIGURA 19. Correlação entre valores corrigidos pelo modelo e valores
observados a campo.
3.8. Análises estatísticas
Inicialmente os dados de anterior a intervenção foram comparados
com os de oitenta dias após, visando verificar os efeitos de cada
equipamento sobre os atributos físicos do solo. Para isso foi aplicado o teste
F e posterior teste de médias utilizando Tukey, a 0,05 de probabilidade de
erro. Depois, com o objetivo, de medir a regeneração após a intervenção, foi
aplicado teste F sobre as médias dos tempos oitenta, cento e quarenta,
duzentos e trezentos e cinco dias, e quando encontrado efeito significativo
para datas de amostragem, realizou-se análise de regressão. Outra análise
realizada visou comparar às condições do solo anterior a intervenção com as
da última coleta de dados, ou seja, aos trezentos e cinco dias, para isso foi
39
aplicado teste F e posterior Tukey a 0,05 de probabilidade de erro sobre as
médias dessas duas datas. Todas essas análises foram realizadas por meio
do software SISVAR (Ferreira, 2003)
No processamento dos dados para obtenção da curva de retenção foi
utilizado software Soil Water Retention Curve–SWRC desenvolvido por
Dourado Neto et al., (2000).
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Efeito da intervenção nos atributos físicos
Com a análise de variância dos atributos físicos do solo comparando
as condições de antes da intervenção com as encontradas oitenta dias após,
pode-se verificar efeito significativo em razão dos equipamentos e da data
de amostragem nesses atributos, e ainda interação não significativa apenas
para o diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado e índice de
estabilidade de agregados (Tabela 4).
TABELA 4. Análise de variância dos atributos físicos do solo em razão dos
equipamentos, antes da intervenção e oitenta dias após
Atributos
Fonte de Variação Coeficientes de
variação (%)
Equipam. Datas Interação Equipam. Datas
Significância de F
DS 0,0011** 0,0000** 0,0012** 5,17 4,07
RMSP 0,0001** 0,0000** 0,0005** 19,51 16,92
MAC 0,0000** 0,0000** 0,0004** 17,44 16,79
MIC 0,2352ns 0,0000** 0,0430* 7,32 4,48
PT 0,0013** 0,0000** 0,0263* 4,60 4,02
KS 0,0007** 0,1366 ns 0,0205* 96,23 116,11
DMG 0,9851 ns 0,2780 ns 0,8925 ns 7,35 6,58
DMP 0,0951 ns 0,0011** 0,1215 ns 10,97 10,25
IEA 0,9222 ns 0,0000** 0,8292 ns 1,83 1,45 DS: densidade do solo (Mg m
-3); RMSP: resistência mecânica do solo a penetração (MPa);
MAC: macroporosidade (cm3 cm
-3); MIC: microporosidade (cm
3 cm
-3); PT: porosidade total;
KS: condutividade hidráulica saturada (mm h-1
); DMG: diâmetro médio geométrico (mm); DMP: diâmetro médio ponderado (mm); IEA: índice de estabilidade de agregados (%).
ns
Não significativo pelo teste F a 0,05 de probabilidade. “**” “*” Significativo a 0,01 e 0,05 de probabilidade pelo teste F, respectivamente.
41
Ao analisar o desdobramento das interações foi verificado
comportamento semelhante dos atributos do solo, densidade, resistência
mecânica a penetração, macroporosidade, microporosidade, porosidade
total e condutividade saturada, sendo que anterior a intervenção, para essas
variáveis, não se encontrou diferenças significativas entre as áreas
escolhidas para implantação de cada tratamento indicando que condições de
solo eram bastante homogêneas.
Na densidade global do solo foi observada redução nos valores
absolutos ao comparar o antes e após oitenta dias da intervenção,
independente do equipamento (Tabela 5) utilizado, sendo que o arado
promoveu a maior redução com 19,40%, seguido pela grade com 13,70% e
por último o escarificador com 10,60%. Comparando somente as médias
obtidas após a intervenção a diferença só foi significativa para arado com
média 19,92% menor que a área não preparada.
TABELA 5. Valores médios da densidade do solo (Mg m-3) antes e após
oitenta dias da intervenção no solo
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 1,35 a A 1,30 a A 1,32
Escarificador 1,32 a A 1,18 a B 1,25
Arado 1,34 a A 1,08 b B 1,20
Grade 1,31 a A 1,13 ab B 1,23
Médias 1,33 1,17 1,25 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
A resistência mecânica do solo a penetração diferiu da densidade do
solo ao apresentar redução até mesmo na área não preparada comparando
com tempo anterior a intervenção (Tabela 6). Porém, ao comparar somente
as médias após a intervenção, observou que o sem intervenção apresentava
ainda a maior média, sugerindo que a diferença encontrada entre o antes e
depois ocorreu somente por variabilidade natural do solo que existe mesmo
em áreas homogêneas (Silveira et al., 1999). A maior redução novamente
42
ocorreu para o arado com 78,69%, seguido pela grade e escarificador com
reduções de 57,71 e 55,23%, respectivamente.
TABELA 6. Valores médios da resistência mecânica do solo a penetração
corrigida (MPa) antes e após oitenta dias da intervenção no solo
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 1,87 a A 1,46 aB 1,67
Escarificador 1,72 aA 0,77 bB 1,25
Arado 1,69 aA 0,36 cB 1,03
Grade 2,01 aA 0,85 bB 1,43
Médias 1,82 0,86 1,34 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Ao analisar comparativamente a magnitude dos efeitos da intervenção
no solo sobre a densidade e resistência mecânica do solo a penetração, é
nítido que as maiores alterações ocorreram na resistência, indicando uma
maior sensibilidade desse atributo a alterações ocorridas no solo em função
do manejo, concordando com Silva et al. (2008) que sugerem a resistência a
penetração como um dos melhores atributos para se utilizar como
indicadores de qualidade do solo.
A macroporosidade, semelhante à resistência mecânica do solo a
penetração, diferiu entre o antes e depois para todos os tratamentos, mas da
mesma forma no após a intervenção, a área não preparada diferiu das
demais ao apresentar a menor média (Tabela 7). Esse comportamento
semelhante pode indicar uma estreita relação entre resistência mecânica do
solo a penetração e macroporosidade, discordando de Tormena et al. (2002)
que citam a resistência como sendo apenas a integração da densidade e da
umidade. Entre os equipamentos não foi verificado diferença significativa,
com incrementos de 52,94, 53,84 e 65,00% para escarificador, grade e
arado, respectivamente. Para Hill e Cruse (1995) a macroporosidade
aumenta com o revolvimento do solo.
43
TABELA 7. Valores médios da macroporosidade do solo (cm3 cm-3) antes e
após oitenta dias da intervenção no solo
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 0,05 aB 0,10 bA 0,08
Escarificador 0,08 aB 0,17 aA 0,13
Arado 0,07 aB 0,20 aA 0,13
Grade 0,06 aB 0,13 aA 0,09
Médias 0,06 0,15 0,10 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Na microporosidade as variações ocorridas em razão do manejo
foram bem menores, sendo significativa entre o antes e depois apenas para
o arado e para a grade (Tabela 8). Enquanto na macroporosidade os valores
variaram mais de 50%, na microporosidade as alterações foram de 5,26,
7,69, e 12,82%, para escarificador, grade e arado, respectivamente. Essa
menor alteração na microporosidade foi relatada também por Silveira et al.
(1999) trabalhando com vários métodos de preparo, entre eles aração e
gradagem, em um LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO Distrófico de textura
argilosa sob cerrado.
TABELA 8. Valores médios da microporosidade do solo (cm3 cm-3) antes e
após oitenta dias da intervenção no solo
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 0,39 aA 0,38 aA 0,39
Escarificador 0,38 aA 0,36 abA 0,37
Arado 0,39 aA 0,34 bB 0,37
Grade 0,39 aA 0,36 abB 0,38
Médias 0,39 0,36 0,37 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
A comparação da porosidade total, antes e após a intervenção, foi
significativa para todos os tratamentos inclusive para o sem intervenção
(Tabela 9), porém, semelhante à resistência mecânica do solo a penetração
e a macroporosidade, ao analisar somente após a intervenção, ele
apresentou a menor média diferindo dos demais. Os incrementos ocorridos
44
na porosidade total foram de 11,53% para o solo escarificado, 12,96% para
o solo arado e de 13,20% para o solo que recebeu gradagem.
TABELA 9. Valores médios da porosidade total do solo (cm3 cm-3) antes e
após oitenta dias a intervenção no solo
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 0,45 aB 0,48 bA 0,46
Escarificador 0,46 aB 0,52 aA 0,49
Arado 0,47 aB 0,54 aA 0,51
Grade 0,46 aB 0,53 aA 0,49
Médias 0,46 0,52 0,49 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
De modo geral, em relação às alterações promovidas no solo pela
intervenção, resultados semelhantes são encontrados na literatura para
efeitos de preparo do solo. Em um estudo utilizando-se de duas classes de
solos e de diferentes sistemas de preparo, Fernandes et al. (1983)
constataram que os valores de densidade e porosidade total foram
influenciados pelos sistemas de preparo.
A condutividade hidráulica saturada do solo apresentou
comportamento próprio, diferindo da tendência observada nos demais
atributos. Ao analisar os dados obtidos após oitenta dias da intervenção não
foi encontrado diferenças entre os tratamentos, mas no caso do arado, sem
intervenção e grade ocorreram diferenças em relação à condição inicial
(Tabela 10). No entanto, vale ressaltar que como os coeficientes de variação
foram altos, diferenças podem não terem sido captadas pelos testes
estatísticos utilizados. Fato interessante ocorreu na área preparada pela
grade que apesar do aumento ocorrido na macroporosidade e porosidade
total, apresentou menor condutividade saturada que antes da intervenção,
sugerindo que a grade promove alterações na continuidade dos poros,
podendo fazer com que menores quantidades de água infiltrem no solo e
aumente o escoamento superficial e conseqüentemente o arraste de
partículas.
45
TABELA 10. Valores médios da condutividade hidráulica saturada (mm h-1)
do solo antes e após oitenta dias da intervenção no solo
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 6,93 a A 2,86 a B 4,89
Escarificador 10,06 a A 14,01 a A 12,03
Arado 6,41 a A 36,32 a B 21,37
Grade 7,06 a A 1,91 a B 4,48
Médias 7,62 13,77 10,69 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Nas variáveis que indicam o estado da agregação do solo, diâmetro
médio geométrico (Tabela 11), diâmetro médio ponderado (Tabela 12) e
índice de estabilidade de agregados (Tabela 13), não foi observado efeito
significativo para equipamentos e interação, sendo significativo apenas o
antes e após a intervenção para o diâmetro médio ponderado e para o índice
de estabilidade de agregados. Em valores percentuais, a redução do
diâmetro médio ponderado foi de 11,26%, e do índice de estabilidade
apresentou redução de 1,77%.
TABELA 11. Valores médios de diâmetro médio geométrico (mm) dos
agregados do solo antes e após oitenta dias da intervenção
Tratamento AI¹ 80 DAI² Média
Sem Intervenção 0,80 0,81 0,80 a
Escarificador 0,81 0,78 0,79 a
Arado 0,81 0,79 0,80 a
Grade 0,81 0,79 0,80 a
Média 0,80A 0,79 A 0,7975 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
No que se referem à agregação do solo, os resultados divergem dos
encontrados na literatura, onde Boller et al. (1997), encontraram que o
diâmetro médio geométrico variou em função do preparo, sendo que o
escarificador apresentou valores de diâmetro médio maior que do arado
quando esse foi seguido de duas gradagens . Resultados semelhantes aos
46
de Carvalho Filho et al. (2007) onde a grade de discos apresentou os
menores valores.
TABELA 12. Valores médios de diâmetro médio ponderado (mm) dos
agregados do solo antes e após oitenta dias da intervenção
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 2,10 1,86 1,98 a
Escarificador 2,14 2,17 2,15 a
Arado 2,09 1,75 1,92 a
Grade 2,18 1,81 1,99 a
Médias 2,13 A 1,89 B 2,01 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
A não diferenciação entre equipamentos pode ter ocorrido pelo solo
utilizado no experimento ser um LATOSSOLO, que apresenta maior
conteúdo de argilas oxídicas que favorecem a estabilidade estrutural
(Resende et al., 1995) pela formação de uma microestrutura mais forte, além
disso, pode ser atribuído ao fato do preparo ter sido feito com uma única
passagem do equipamento resultando em menor desagregação.
TABELA 13. Valores médios de índice de estabilidade de agregados (%) do
solo antes e após oitenta dias da intervenção
Tratamento AI¹ 80 DAI² Médias
Sem Intervenção 93,40 91,80 92,60 a
Escarificador 94,23 93,64 93,93 a
Arado 93,63 91,30 92,46 a
Grade 93,70 91,58 92,64 a
Médias 93,74 A 92,08 B 92,91 ¹ Antes da intervenção; ² Oitenta dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
4.2. Regeneração física do solo após intervenção
A análise de variância do efeito dos equipamentos (sem intervenção,
escarificador, arado e grade), e das datas de amostragem (oitenta, cento e
quarenta, duzentos e trezentos e cinco dias após a intervenção) apresentada
na Tabela 14, revelou efeito significativo de ambos os tratamentos, sobre a
47
densidade, resistência mecânica do solo a penetração, macroporosidade,
microporosidade e condutividade saturada. Já o diâmetro médio geométrico,
o diâmetro médio ponderado e o índice de estabilidade de agregados não
foram afetados tanto pelos equipamentos quanto pelas datas de
amostragens. O efeito da interação equipamento versus data de
amostragem não apresentou significância independente do atributo avaliado,
indicando um comportamento semelhante para dado atributo independente
do equipamento analisado.
TABELA 14. Análise de variância para equipamentos e datas de
amostragem após a intervenção
Atributo
Fonte de Variação Coeficientes de
variação (%)
Equipam. Dias Interação Equipam. Dias
Significância de F DS 0,0003** 0,0001** 0,2860 ns 8,59 4,50
RMSP 0,0000** 0,0000** 0,6467 ns 36,36 31,96
MAC 0,0000** 0,0002** 0,2965 ns 25,26 21,93
MIC 0,0106* 0,0001** 0,5313 ns 9,20 6,14
PT 0,0002** 0,4201 ns 0,2543 ns 7,55 5,03
KS 0,0040** 0,0008** 0,1156 ns 97,89 84,65
DMG 0,7289ns 0,2325 ns 0,6949 ns 7,08 6,23
DMP 0,2699ns 0,2121 ns 0,1344 ns 18,18 13,11
IEA 0,7372 ns 0,5117 ns 0,9234 ns 2,86 2,45 DS: densidade do solo (Mg m
-3); RMSP: resistência mecânica do solo a penetração (MPa);
MAC: macroporosidade (cm3 cm
-3); MIC: microporosidade (cm
3 cm
-3); PT: porosidade total;
KS: condutividade hidráulica saturada (mm h-1
); DMG: diâmetro médio geométrico (mm); DMP: diâmetro médio ponderado (mm); IEA: índice de estabilidade de agregados (%).
ns
Não significativo pelo teste F a 0,05 de probabilidade. “**” “*” Significativo a 0,01 e 0,05 de probabilidade pelo teste F, respectivamente.
A análise das médias do fator equipamento foi feita comparando as
médias de todas as datas para cada atributo estudado, uma vez que a
interação entre equipamento e dias após a intervenção não foi significativa.
Em seguida, foram efetuadas as análises de regressão, para os atributos
respostas em função do tempo transcorrido, em dias, após a intervenção,
com objetivo de quantificar e modelar o comportamento de cada atributo do
solo estudado ao longo do tempo.
48
Os resultados da análise de variância, apresentada na Tabela 15
compara as condições encontradas antes da intervenção com aquelas
encontradas depois de transcorridos trezentos e cinco dias da intervenção.
Os resultados permitiram observar que dos atributos que haviam
apresentado inicialmente, ou seja, aos oitenta dias após a intervenção,
alterações em razão da mesma, apenas a resistência mecânica do solo a
penetração corrigida, a microporosidade e o diâmetro médio ponderado,
apresentaram valores idênticos aos iniciais, indicando uma completa
regeneração. Foi verificado também que não houve interação significativa
entre equipamentos e datas de amostragem.
TABELA 15. Análise de variância para atributos físicos do solo em função
dos equipamentos, antes da intervenção e após trezentos e
cinco dias
Atributo
Fonte de Variação Coeficientes de
variação (%)
Equipam. Dias Interação Equipam. Dias
Significância de F
DS 0,2249ns 0,0001** 0,2474ns 7,04 4,36
RMSP 0,0454* 0,8097ns 0,1175 ns 30,64 24,73
MAC 0,0030** 0,0001** 0,0532 ns 39,06 37,68
MIC 0,6080ns 0,6505ns 0,5980 ns 5,14 4,00
PT 0,0200* 0,0000** 0,0546 ns 7,51 5,19
KS 0,0137* 0,0003** 0,0842 ns 70,84 92,12
DMG 0,5920ns 0,1986ns 0,8686 ns 5,26 5,93
DMP 0,7832ns 0,0573ns 0,6401 ns 6,79 9,10
IEA 0,7623ns 0,0164* 0,7692 ns 1,85 1,51 DS: densidade do solo (Mg m
-3); RMSP: resistência mecânica do solo a penetração (MPa);
MAC: macroporosidade (cm3 cm
-3); MIC: microporosidade (cm
3 cm
-3); PT: porosidade total;
KS: condutividade hidráulica saturada (mm h-1
); DMG: diâmetro médio geométrico (mm); DMP: diâmetro médio ponderado (mm); IEA: índice de estabilidade de agregados (%).
ns
Não significativo pelo teste F a 0,05 de probabilidade. “**” “*” Significativo a 0,01 e 0,05 de probabilidade pelo teste F, respectivamente
Ao comparar os resultados encontrados, com os existentes na
literatura, o que convêm ser relatado são os baixos coeficientes de variação
encontrados em todas as análises estatísticas realizadas, fato difícil quando
se trata de experimentos conduzidos a campo. Os maiores coeficientes de
variação foram observados para a variável condutividade hidráulica
49
saturada, estando de acordo com Souza e Alves (2003). Segundo Lima e
Silans (1999), a condutividade é um dos atributos com maior coeficiente de
variação, alcançando valores da ordem de 226,10 %, como encontrado por
Azevedo (2004) em solo sob pastagem. Os autores sugerem que essa
variação ocorre em razão da macroporosidade, da distribuição de partículas
e da densidade do solo, além da existência de infiltrações preferenciais em
macroporos ou ao longo das raízes. Souza e Alves (2003) atribuíram os
elevados coeficientes de variação desse atributo ao efeito local, em
conseqüência da alta variabilidade espacial dos solos, típica das
propriedades de movimentação da água.
A análise dos atributos físicos do solo de forma individualizada
mostrou que as médias de densidade do solo obtidas no solo preparado
foram mais baixas que a do solo não preparado independente do
equipamento utilizado (Figura 20). Em média a densidade do solo não
preparado foi 9,73% maior que as do solo que foi preparado. Esse
comportamento, considerado normal, pode ser comprovado por várias fontes
na literatura. Siqueira (1989) trabalhando em solo argiloso com plantio de
feijão relatou que nos manejos com revolvimento do solo, a densidade do
solo era menor que em manejos que não empregavam esse revolvimento.
Silveira et al. (1999) trabalhando em um LATOSSOLO VERMELHO-
ESCURO Distrófico argiloso também atribuem ao revolvimento do solo a
redução da densidade. Pierce et al. (1992) estudando os efeitos do modo de
preparo do solo nos atributos físicos de um solo franco-arenoso,
constataram a redução da densidade após a operação de escarificação até
profundidade de 350 mm.
50
FIGURA 20. Valores médios de densidade do solo (Mg m-3) em função da
intervenção no solo. Médias seguidas da mesma letra não diferem
entre si, pelo teste Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
O fato de não ter sido encontrado diferenças entre os equipamentos
para a densidade do solo difere dos encontrados por Silveira et al. (1999)
que avaliando o efeito do preparo durante quatro safras seguidas
encontraram valores mais baixos para o solo preparado pela grade em
comparação com o arado. Essa diferença de resultados, entre a literatura e
o presente trabalho, provavelmente se deve a diferença no número de
passada dos equipamentos.
A análise de regressão da densidade do solo em função dos dias
transcorridos após a intervenção permitiu selecionar modelo linear, com
coeficiente de determinação de 0,93, como sendo aquele que melhor
explicou o comportamento da densidade do solo, em função do tempo
transcorrido após a intervenção:
Equação [5]
Pela Figura 21 nota-se que a densidade do solo foi sendo
incrementada linearmente com o decorrer do tempo, chegando aos 305 dias
com valor 6,4% superior aos obtidos aos 80 dias após a intervenção. Esse
51
incremento na densidade ao longo do tempo pode ser atribuído ao processo
natural de adensamento após o preparo ocasionado pela própria massa de
solo e ainda por agentes externos como as chuvas, que atua tanto
mecanicamente pelo impacto das gotas, como pelo transporte de partes
menores, como argilas, para o interior do solo durante o processo de
infiltração.
FIGURA 21. Comportamento da densidade do solo (Mg m-3) em função
tempo transcorrido após a intervenção.
Vale ressaltar que o modelo escolhido, o linear, é válido apenas para
o intervalo amostral, ou seja, entre os oitenta e os trezentos e cinco dias
após a intervenção, isso pelo fato, que se as avaliações fossem contínuas,
certamente o modelo escolhido não seria o linear, pois em determinado
momento a densidade do solo tenderia a estabilização.
Apesar do acréscimo ocorrido na densidade do solo ao longo do
tempo após a intervenção conforme mostra o modelo, na comparação entre
a densidade final, ou seja, aos trezentos e cinco dias com a de antes da
intervenção, a densidade do solo, permanecia em média 6,01%, (Tabela 16),
indicando que o tempo transcorrido, não foi suficiente para o
restabelecimento desse atributo.
52
TABELA 16. Valores médios para densidade do solo (Mg m-3) antes e
depois de trezentos e cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 1,35 1,33 1,34a
Escarificador 1,32 1,21 1,26a
Arado 1,31 1,22 1,26a
Grade 1,34 1,24 1,29a
Médias 1,33A 1,25B 1,29 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
O comportamento da resistência mecânica do solo a penetração
corrigida (Figura 22) foi semelhante ao da densidade do solo pelo fato do
solo não preparado diferir dos demais, apresentando a maior média, porém,
diferente da densidade ocorreram diferenças também entre os
equipamentos. Em valores porcentuais, comparando com o solo não
preparado, a diferença da resistência mecânica do solo a penetração foi de
29,03, 38,17 e 51,07% para grade, escarificador e arado, respectivamente.
FIGURA 22. Valores médios de resistência mecânica do solo a penetração
corrigida (RSMP) (MPa) em função da intervenção no solo.
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste Tukey a
0,05 de probabilidade de erro.
53
Ainda semelhante à densidade do solo, o modelo que melhor
descreveu o comportamento da resistência em função do tempo transcorrido
após a intervenção foi o linear, comprovado pela Figura 23.
Equação [6]
O coeficiente de determinação foi 0,91, com um incremento de
53,51% ao comparar os oitenta com os trezentos e cinco dias após a
intervenção.
FIGURA 23. Comportamento da resistência mecânica do solo a penetração
corrigida (MPa) (RMSP) em função do tempo transcorrido após
a intervenção no solo.
A análise comparando à média final da resistência mecânica do solo a
penetração corrigida, trezentos e cinco dias, com a inicial, anterior a
intervenção (Tabela 17), indicou igualdade entre os dois tempos após a
intervenção, porém houve variação entre os equipamentos, com o sem
intervenção, apresentando a maior média e o arado a menor. Dessa forma,
apesar das médias das datas não diferirem, ao comparar as médias dos dois
tempos de avaliação, pode-se observar que o arado foi o equipamento que
mais diretamente influenciou esse atributo, tendo uma média 31,13% menor
que o sem intervenção.
54
Tormena et al. (2002) em LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico de
textura média, cultivado com mandioca em Araruna (PR), obtiveram os
seguintes valores de resistência mecânica do solo a penetração na camada
de 0 a 50 mm: 4,0 MPa em plantio direto, 2,5 em preparo mínimo e 2,0 em
preparo convencional, com solo relativamente seco numa umidade de 0,15
kg kg-1. Esses resultados revelam que em manejos que empregam o
revolvimento periódico do solo a resistência mecânica do solo a penetração
tende a ser mais baixa.
TABELA 17. Valores médios para resistência mecânica do solo a
penetração corrigida (MPa) antes e depois de trezentos e
cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 1,87 2,38 2,12a
Escarificador 1,72 1,79 1,75ab
Arado 1,69 1,24 1,46b
Grade 2,01 2,00 2,00ab
Médias 1,82A 1,85A 1,84 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Em relação ao processo de regeneração da resistência mecânica do
solo a penetração, Ralische et al. (2001) trabalhando em solo argiloso sob
sistema de plantio direto durante três anos, estudaram o efeito da
escarificação a 250 mm de profundidade sobre a resistência. Porém,
diferentemente do presente trabalho, após a escarificação implantou-se a
cultura do trigo e, posteriormente a cultura da soja. Como resultado, os
autores encontraram, após o período de quase um ano, variação significativa
da resistência a penetração na camada superficial (0-100 mm). Assim,
concluíram que a operação de escarificação apresenta efeito imediato na
redução da resistência a penetração nas camadas superficiais, mas o efeito
tende a diminuir ou até neutralizar no período de apenas uma safra agrícola.
Para Mahl et al. (2003), trabalhando em NITOSSOLO, o processo de
regeneração do solo ocorre em duas etapas distintas, no inicio, após quatro
meses o solo oferece baixa resistência a penetração até a profundidade que
55
atuou o escarificador, e após dezoito meses esse fenômeno ocorre somente
na cama superficial entre 5 e 10 cm.
Resultados semelhantes foram constatados por Furlani (2000),
quando o solo submetido ao pousio apresentou aumento da resistência à
penetração. Voorhees e Lindstrom (1984) sugerem que isto ocorre por causa
do pousio expor o solo à ação direta da chuva, levando-o à desagregação,
uma vez que as plantas daninhas espontâneas não são capazes de
promover continuamente adequada cobertura do solo em termos quantitativo
e qualitativo e produzem baixa quantidade de biomassa.
No caso da distribuição por tamanho da porosidade do solo,
macroporosidade, microporosidade e porosidade total (Figura 24), os
comportamentos foram distintos. A macroporosidade diferiu entre os
equipamentos e em relação ao solo não preparado, semelhante à
microporosidade. Porém, a porosidade total não variou entre os
equipamentos diferindo somente em relação ao solo não preparado.
FIGURA 24. Valores médios da distribuição da porosidade do solo por
tamanho de poros (cm3 cm-3) em função da intervenção. Médias
seguidas da mesma letra em cada tamanho de poros, não diferem entre si,
pelo teste Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
56
Após a intervenção, para a macroporosidade e microporosidade
ocorreu uma inversão, pois os equipamentos que apresentaram maior
macroporosidade foram os que tiveram os menores valores de
microporosidade, nesse caso o arado e escarificador. Esse comportamento
é considerado normal pelo fato da microporosidade ser beneficiada pelo
aumento da densidade do solo e prejudicada por incrementos na
macroporosidade.
Em porcentagem a macroporosidade do solo preparado foi 35,71,
43,75 e 50,00% maior em relação ao solo não preparado, para grade,
escarificador e arado, respectivamente. Já a microporosidade foi 7,89%
menor para escarificador e arado, equipamentos que variaram em relação
ao solo não preparado. A porosidade total do solo preparado foi maior que a
do solo não preparado, em média 8,84%, sem diferença entre os
equipamentos.
No caso da modelagem da regeneração da porosidade do solo após a
intervenção (Figura 25), tanto para a macroporosidade quanto para a
microporosidade o modelo que melhor se ajustou foi polinomial de segundo
grau. Sendo a macroporosidade ao longo do tempo após a intervenção,
obtida pela equação:
Equação [7]
E a microporosidade pela equação:
Equação [8]
Os coeficientes de determinação de ambos os modelos foi de 0,98.
Para porosidade total do solo não foi possível encontrar um modelo que
descrevesse seu comportamento, pois a mesma se manteve constante ao
longo dos dias.
Em porcentagem as diferenças ocorridas entre os oitenta dias após a
intervenção e os valores finais, ou seja, aos trezentos e cinco dias, a
57
macroporosidade o valor final foi 20% menor que o inicial, e a
microporosidade final foi 7,69% maior que a inicial.
Tempo após o preparo (Dias)
Po
rosid
ad
e d
o s
olo
(cm
³ cm
-³)
300250200150100
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
Variable
PT
Mac
Mic
FIGURA 25. Comportamento da porosidade do solo (cm3 cm-3) após a
intervenção.
O fato da porosidade total do solo ter se mantido constante ao longo
do tempo, mesmo com alterações na macroporosidade e na
microporosidade, sugere que o solo passou por um processo de
reestruturação, e que dificilmente a porosidade total do solo é alterada, pois
normalmente redução na macroporosidade proporcionará incrementos na
microporosidade, graças à redução do tamanho dos poros quando expostos
a algum tipo de pressão externa, ou até mesmo a pressão exercida pela
própria massa de solo.
Quando se compara os valores obtidos antes da intervenção com os
valores levantados aos trezentos e cinco dias após, observa-se que os poros
menores, ou seja, a microporosidade (Tabela 18), aos trezentos e cinco dias
não mais diferiu da encontrada anterior a intervenção, fato que não
aconteceu com a macroporosidade (Tabela 19) e porosidade total (Tabela
20), que, além disso, variaram ainda entre os equipamentos. A
macroporosidade aos trezentos e cinco dias permanecia 40,90% maior que
a do tempo anterior ao e a porosidade total 8,00% maior. Entre as médias
58
dos equipamentos o arado apresentou os maiores valores tanto para
macroporosidade quanto para porosidade total.
TABELA 18. Valores médios para microporosidade (cm3 cm-3) antes e
depois de trezentos e cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 0,39 0,40 0,39 a
Escarificador 0,38 0,37 0,37 a
Arado 0,39 0,38 0,38 a
Grade 0,39 0,39 0,39 a
Médias 0,38 A 0,38 A 0,38 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
TABELA 19. Valores médios para macroporosidade (cm3 cm-3) antes e
depois de trezentos e cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 0,05 0,06 0,055b
Escarificador 0,08 0,13 0,105a
Arado 0,07 0,17 0,120a
Grade 0,06 0,11 0,085ab
Médias 0,065B 0,117A 0,091 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
TABELA 20. Valores médios para porosidade total (cm3 cm-3) antes e depois
de trezentos e cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 0,45 0,47 0,46a
Escarificador 0,46 0,51 0,48ab
Arado 0,47 0,55 0,51a
Grade 0,46 0,50 0,48ab
Médias 0,46B 0,50A 0,48 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Silveira et al. (1999) monitorando um LATOSSOLO VERMELHO-
ESCURO após diferentes formas de preparo durante quatro anos citam
aumento na macroporosidade do solo independente do equipamento
59
utilizado. Já Stone et al. (1994), estudando um LATOSSOLO encontraram
que após preparo com arado aiveca por sete anos consecutivos a
macroporosidade diminui e a densidade aumentou em relação aos valores
iniciais, sendo que a microporosidade permanece inalterada.
No quesito efeitos dos equipamentos sobre os atributos físicos do
solo, nota-se que as maiores alterações foram provocadas pelo arado,
possivelmente por esse ter apresentado mobilização semelhante a do
escarificador, porém, com perfil tão homogêneo quanto ao da grade. Silveira
Neto et al., (2006) citam que o solo mobilizado pelo arado apresenta
menores valores de densidade, maiores valores de macroporosidade e
porosidade total, por mobilizar o solo até trinta centímetros.
Como o objetivo do preparo do solo é propiciar condições a
germinação da semente e deve ser conseguido com o menor número de
operações possíveis, reduzindo tempo e gasto de energia para implantação
das culturas, nota-se que uma única operação como a realizada no presente
trabalho, independente do equipamento, já pode ser suficiente para
proporcionar tais condições, concordando, com Oliveira (2002), que atribui o
efeito negativo do preparo do solo a repetitividade das operações realizadas
ao longo dos anos.
Outro atributo, a condutividade hidráulica saturada do solo (Figura 26)
variou em relação ao solo que não recebeu intervenção e entre os
equipamentos utilizados na intervenção. Com a intervenção no solo o
incremento na condutividade saturada foi de 61,32, 72,30 e 80,49% para
grade, escarificador e arado, respectivamente.
60
FIGURA 26. Valores médios de condutividade hidráulica saturada (mm h-1)
em função da intervenção. Médias seguidas da mesma letra não
diferem entre si, pelo teste Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Já para a modelagem da regeneração da condutividade hidráulica
saturada (Figura 27), como ocorreu aumento da condutividade do solo com o
passar do tempo após a intervenção, o modelo que melhor se ajustou foi o
linear com coeficiente de determinação 0,93, e a condutividade saturada
final 63,63% maior que a inicial:
Equação [9]
FIGURA 27. Comportamento da condutividade hidráulica saturada (mm h-1)
em função do tempo transcorrido após a intervenção.
61
A condutividade hidráulica saturada do solo, característica altamente
dependente do arranjo dos poros do solo, principalmente dos macroporos,
na comparação entre a condição inicial do solo com a condição encontrada
trezentos e cinco dias após a intervenção (Tabela 21) seguiu tendência
inversa a esses, apresentando valores finais bem maiores que os iniciais,
indicando que com o passar do tempo após a intervenção, o solo passou por
processos que favoreceram a sua estruturação, tendo em média uma
condutividade hidráulica saturada final 79,87% maior que a inicial. Outro
indicativo da estreita relação que a condutividade possui com a
macroporosidade, foi constatado ao se analisar os equipamentos, as
mesmas diferenças que foram encontradas entre os mesmos para
macroporosidade, foram encontradas também para a condutividade.
TABELA 21. Valores médios para condutividade hidráulica saturada (mm h-1)
antes e depois de trezentos e cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 6,93 16,86 11,89b
Escarificador 10,06 51,86 30,96ab
Arado 6,41 61,19 33,80a
Grade 7,06 21,56 14,31ab
Médias 7,62B 37,86A 22,74 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
O aumento da condutividade hidráulica saturada, ao longo do tempo,
mesmo com redução na macroporosidade, deve-se ao fato que mesmo que
o revolvimento do solo possa aumentar a proporção de macroporos (Castro
et al., 1987), sua continuidade seria interrompida, reduzindo sua eficiência
na transmissão de água (Wu et al., 1992), apesar de existir relatos de maior
condutividade hidráulica saturada sob preparo convencional (Pierce et al.,
1992).
A condutividade hidráulica saturada, atributo que se torna importante
ao influenciar diretamente na taxa de perda de solo por refletir na taxa de
62
infiltração de água do solo, conseqüentemente, no escoamento superficial,
diversos estudos demonstram o efeito negativo do preparo periódico sobre a
infiltração da água no solo: Silva (1980) encontrou taxa de infiltração de
1125 mm h-1 para área com vegetação nativa e 2 mm h-1 para o preparo
convencional. Castro et al. (1986), avaliando diferentes sistemas de preparo
do solo na infiltração da água, obtiveram uma taxa de infiltração de 12,8 mm
h-1, quando utilizaram um arado de disco mais uma grade leve, enquanto
obtiveram com o uso de escarificador 32,5 mm h-1. Destacam ainda o efeito
da escarificação em profundidade, com pouco revolvimento do solo
mantendo maior cobertura do solo por resíduos vegetais capaz de reduzir o
escoamento superficial. Costa et al. (2002) não encontraram diferença entre
o diferentes manejos do solo, indicando que o tipo e o manejo, bem como o
tipo e as características do equipamento de preparo do solo, podem
acarretar resultados diferentes, dependendo das interações que ocorrem no
solo.
A análise da agregação do solo, em função dos equipamentos e das
condições ao longo dos trezentos e cinco dias avaliados, representada pelo
diâmetro médio geométrico, pelo diâmetro médio ponderado e pelo índice de
estabilidade dos agregados não revelou diferenças para nenhum destes
atributos, tanto para equipamentos quanto para dias após a intervenção.
Como não houve efeito significativo para dias após a intervenção, indicando
que os valores permaneceram constantes, não foi possível o ajuste de
modelos. Os valores médios foram de 0,81 mm para o diâmetro médio
geométrico, 1,96 mm para o diâmetro médio ponderado e de 92,67 % para o
índice de estabilidade de agregados.
Já na comparação entre os valores encontrados inicialmente e os
valores finais, ou seja, antes da intervenção e aos trezentos e cinco dias
após, como era de se esperar o valor do diâmetro médio geométrico que não
foi afetado pela intervenção continuava igual em média 0,82 mm. No caso do
diâmetro médio ponderado (Tabela 22), cujos valores haviam sido alterados
pela intervenção, ao final dos trezentos e cinco dias voltaram a apresentar
valores idênticos a antes da intervenção. Este fato não ocorreu com o índice
63
de estabilidade de agregados (Tabela 23), que ao final dos trezentos e cinco
dias foi 1,25% menor que o inicial.
TABELA 22. Valores médios para diâmetro médio ponderado (mm) antes e
depois de trezentos e cinco dias da intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 2,10 1,98 2,04 a
Escarificador 2,14 2,01 2,07 a
Arado 2,09 2,10 2,09 a
Grade 2,18 2,10 2,14 a
Médias 2,12 A 2,04 A 2,09 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
TABELA 23. Valores médios para índice de estabilidade de agregados do
solo (%) antes e depois de trezentos e cinco dias da
intervenção
Tratamento AI¹ 305 DAI² Médias
Sem Intervenção 93,40 93,16 92,60 a
Escarificador 94,23 92,60 93,93 a
Arado 93,63 92,00 92,46 a
Grade 93,70 92,50 92,64 a
Médias 93,74 A 92,56 B 92.10 ¹ Antes da intervenção; ² Trezentos e cinco dias após a intervenção; *Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna ou maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade de erro.
Os resultados encontrados para os indicadores da agregação do solo
divergem dos encontrados normalmente na literatura, mas isso pode ser
facilmente explicado pelo fato dos implementos terem sido passados apenas
uma vez em cada local. Abrão et al. (1979), comparando o efeito de métodos
de preparo do solo sobre algumas características físicas de um
LATOSSOLO ROXO Distrófico encontraram maior índice de estabilidade de
agregados em água, em sistemas com menor mobilização. Segundo Baver
et al. citados por Klein (1990), diversos fatores afetam a distribuição do
tamanho de agregados no solo: teor de umidade, textura, densidade do solo
e, principalmente, o tipo de ferramenta e sua forma de ação. Bezerra (1978)
verificou que o arado de discos e a grade de discos promoveram maiores
64
diminuições no tamanho dos agregados que o sistema plantio direto.
Carvalho Filho et al. (2007) relatam que a enxada rotativa e a grade de
discos produzem maior percentual de agregados com tamanho adequado
para o bom desenvolvimento e produção de várias culturas; entretanto,
podem proporcionar maior erosão nos solos, podendo ser regulados para
formarem tamanhos de agregados maiores. Palmeira et al. (1999) num
PLANOSSOLO Eutrófico da região de Pelotas, cultivado sob diferentes
sistemas após 10 anos, verificaram que a maior quantidade de agregados
estáveis em água na classe de maior tamanho ocorreu nos sistemas de
cultivo com mínima mobilização do solo, enquanto a maior quantidade na
classe de menor diâmetro ocorreu nos manejos com maior ação antrópica.
Para Denardin e Kochhann (1997), as mobilizações intensivas do
solo, no sistema convencional, sob condições inadequadas de umidade e de
cobertura vegetal, modificam adversamente a estrutura do solo afetando
basicamente as relações entre as fases sólida, líquida e gasosa. Porém, de
maneira geral, com os resultados encontrados, principalmente os referentes
à agregação, pode-se dizer que os malefícios atribuídos atualmente ao
preparo do solo, só ocorrem se esse preparo for realizado de maneira
intensa, sem dar tempo correto para o solo se recuperar, além disso, com os
efeitos conseguidos com uma única passagem dos equipamentos percebe-
se que a grande maioria das operações realizadas pelos agricultores são
desnecessárias resultando apenas em prejuízos econômicos e ao ambiente.
Numa análise ampla do processo de regeneração do solo após a
intervenção, sem levar em conta os atributos de forma individualizada, os
poucos dados existentes, referem-se ao escarificador. Secco e Reinert
(1997) citam que o solo preparado com escarificador seu efeito chega á dez
meses após o preparo, com maior porosidade total e rugosidade superficial.
Silva et al. (1990) avaliando pomares de laranja, encontraram condições
muito próximas entre áreas com e sem subsolagem dois anos após o
preparo.
Busscher et al. (1995, 2002) verificaram que o efeito da subsolagem
é variável, uma vez que a reconsolidação do solo aumenta com o volume
65
cumulativo de precipitações. Segundo esses autores, em solos estruturados,
a reconsolidação pode ser influenciada pela dinâmica da água no espaço
poroso inter e intra-agregados e pode ser afetada também pelo selamento
superficial ou pela estabilidade estrutural que pode modificar a quantidade
de água que infiltra no solo. De acordo com Pierce et al. (1992) os efeitos
benéficos da escarificação nas condições físicas do solo tendem a diminuir
com o passar do tempo, mas tem-se constatado efeitos residuais nos solos,
anos após terem sido escarificados.
Comparando os resultados encontrados para os atributos físicos
anterior ao preparo do solo com os encontrados por Silva et al. (2008),
trabalhando em um solo sob vegetação nativa localizado próximo a área do
presente trabalho, foi observado que apesar do solo ter passado por um
período de pousio, é possível notar ainda reflexos da utilização da área sob
plantio direto, como valores mais baixos para macroporosidade e alto
quantidade de microporosidade indicativo de uma alteração estrutural do
solo, fato observado por diversos autores que relatam a susceptibilidade da
porosidade do solo ao manejo (Derpsch et al, 1986; Silva et al. 2006).
66
5. CONCLUSÕES
Independente do equipamento de preparo do solo utilizado ocorreu
alterações nos atributos físicos, densidade do solo, macroporosidade,
porosidade total, resistência mecânica do solo a penetração, e
condutividade hidráulica saturada.
A porosidade total do solo, apesar do pouco acréscimo ocorrido com a
intervenção permaneceu inalterada durante os trezentos e cinco dias
de avaliação.
A densidade do solo, a macroporosidade, a microporosidade, e a
condutividade hidráulica saturada apresentaram tendência de
voltarem a condições iniciais.
A resistência mecânica do solo a penetração e o diâmetro médio
ponderado apresentaram valores aos 305 dias após a intervenção
idênticos aos de antes da intervenção.
O período de avaliação, de 305 dias, não foi suficiente para que o solo
apresentasse estabilidade para os atributos estudados, a exceção da
resistência mecânica do solo a penetração e do diâmetro médio
ponderado.
67
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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