reflexoes sobre o uso de tecnologias digitais no ensino da matemática - tales sousa da rocha

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  • 8/17/2019 Reflexoes Sobre o Uso de Tecnologias Digitais No Ensino Da Matemática - Tales Sousa Da Rocha

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVACURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

    TALES SOUSA DA ROCHA

    REFLEXÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS

    TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA

    SOBRAL - CEARÁ

    MARÇO - 2016

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    TALES SOUSA DA ROCHA 

    Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado como requisito parcialpara obtenção da graduação do Cursode Matemática sob orientação da Profa.Dra. Maria José Araújo Souza.

    SOBRAL - CEARÁ

    MARÇO - 2016

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    TALES DE SOUSA DA ROCHA

    FOLHA DE APROVAÇÃO

     Avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso intitulada “REFLEXÕES

    SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO DA

    MATEMÁTICA”.  Apresentado a Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

    BANCA EXAMINADORA:

    Orientadora Profª. Dra. Maria José Araújo Souza

    Prof. Dr. Gregório Maranguape da Cunha

    Prof. Esp. Hudson Costa Gonçalves da Cruz

    Apresentado em: ______/_________/__________

    CONCEITO: ________ 

    SOBRAL - CEARÁ

    MARÇO - 2016

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     Agradeço a Deus, por Iluminar-me e capacitar-

    me para a elaboração deste trabalho e pelas

    aprendizagens durante o mesmo;

     Agradeço também a minha família e amigos

    que me ajudaram direta e indiretamente para a

    sua conclusão.

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    “A teoria sem a prática vira verbalismo, assimcomo a prática sem teoria, vira ativismo. Noentanto, quando se une a prática com a teoriatem-se a práxis, a ação criadora e modificadorada realidade”. 

    (Paulo Freire) 

    http://pensador.uol.com.br/autor/paulo_freire/http://pensador.uol.com.br/autor/paulo_freire/

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    RESUMO

    Reconhecendo que a educação está ligada a evolução da própriasociedade, faz-se necessário analisar a postura cabível ao professor nomomento atual, bem como entender os aspectos que possam interferir nesseprocesso. Convivendo num âmbito escolar e tendo contato direto com aatuação dos professores, durante as práticas na monitoria de disciplina voltadaa área de tecnologias, enquanto os mesmos “conduziam-nas” em suas aulasno laboratório de informática, constatou-se o quão era necessário e pertinenteencontrar maneiras de se motivar o aluno transformando-o no construtivista doseu próprio conhecimento. Para tanto o uso de novas tecnologias queproporcionem uma mudança didática afim de obter novos metodologias deensino são necessárias. O propósito deste Trabalho de Conclusão de Curso é

    o de discutir o uso das tecnologias na formação profissional continuada bemcomo na aplicação coerente das mesmas no processo de ensino-aprendizagem dos educandos de Matemática. Este trabalho tem como objetivoapresentar possibilidades reais de utilização de Conteúdos EducacionaisDigitais pode potencializar o processo de ensino-aprendizagem, sobretudo daMatemática. Para isso, foi realizada uma análise das potencialidades presentesnos Conteúdos Educacionais Digitais, a partir da abordagem sócioconstrutivistada educação.

    Palavras-chave: Educação. Tecnologias Digitais. Ensino da Matemática. 

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    ABSTRACT

    Recognizing that the education is on the evolution of proper society, thenecessary becomes to analyse the plausive position to the professor at the momentcurrent, as well as understanding the aspects that can interfere with this process.Coexisting in a school scope and having direct contact with the performance of theprofessors, during the practices in the monitory of discipline directed the area fromtechnologies, while the same “lead them” in its lessons in the computer scienc elaboratory, evidenced the was the pertinent necessary and to find ways of motivatingthe pupil changing it in the construtivisty of its proper knowledge. For in such a way theuse of similar new technologies that provide a didactic change to obtain newmethodologies of education they are necessary. The intention of this Work ofConclusion of Course is to argue the use of the technologies in the training continuedas well as in the coherent application of the same in the process of teach-learning ofthe students of Mathematics. This work has as objective to present real possibilities ofuse of Digital Educational Contents can potencial the teach-learning process, above allof the Mathematics. For this, an analysis of the present potentialities in the DigitalEducational Contents was accomplished, from the construtivisty-partner boarding ofthe education.

    Keywords: Education; Digital technologies; Teaching of mathematics;

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO...................................................................................................09  

    CAP TULO 1: TECNOLOGIAS E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO........13 1.1 - O que é tecnologia? ..................................................................................141.2 - Novas Tecnologias na Educação Matemática...........................................171.3 – 1.4 -

    Informática e Ambientes de Aprendizagem...............................................19Importância da Tecnologia na Educação...................................................19

    CAPÍTULO 2: TECNOLOGIA NA MATEMÁTICA: UM NOVO PONTO DEPARTIDA AO PROFESSOR............................................................................ 21 2.1- Tecnologias e recursos didáticos: organizando ícones e criando novos

    atalhos para o ensino superior................................................................. 232.2 - As novas tecnologias e um desafio para a educação superior: um novolink ou mais um arquivo na memória da Educação?.................................25

    2.3 - Entre os desafios das novas tecnologias nas universidades: umaatualização na formação docente no ensino superior...............................28

    CAP TULO 3: NOVAS TECNOLOGIAS E AÇÃO DOCENTE: CONEXÕES AUMA NOVA PRÁXIS NO USO DA MATEMÁTICA NO ENSINOSUPERIOR........................................................................................................313.1 - Um novo olhar à realidade do ensino de Matemática no Ensino

    Superior.....................................................................................................32

    3.2 - Uma análise das instituições de ensino superior......................................333.3 - O novo olhar determinado: um novo início do ensino superior.................33

    CAP TULO 4: PESQUISA DE CAMPO............................................................354.1 - Metodologia ................................................................................ ............354.2 - Apresentação dos dados e análise dos resultados.................................364.3 – 4.4 -

    Objetivo Geral..........................................................................................39Objetivos Específicos...............................................................................40

    CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................41

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................42ANEXO A...........................................................................................................44

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    INTRODUÇÃO

     A educação sempre foi marcada por processos históricos e culturais que

    conduziram e guiaram modelos de instrução nas famílias, nas comunidades,

    nas escolas e, atualmente, podemos pensar também em ambientes fora dela.

    Os padrões tradicionalmente conhecidos de ensino estão dando lugar a novas

    formas de construir conhecimentos. Tal alteração é característica significativa

    da inserção das novas tecnologias ao ensino. Porém, educação e novas

    tecnologias, caminhando juntas, deixam rastros como indicadores de infinitas

    questões.

     A sociedade contemporânea vem apresentando diversas formas de

    conduzir o ensino sistematizado. As inovações tecnológicas exigem do

    profissional docente constante aperfeiçoamento, principalmente em termos da

    inserção dos recursos tecnológicos aplicados ao ensino. Logo, entende-se que

    é necessário haver professores capacitados e qualificados para inserir na sua

    prática educativa recursos que auxiliem a aprendizagem do aluno. Tendo-se

    contato direto com o universo dessas questões, ao trabalhar com educação e

    tecnologia e observar a postura de alguns professores, despertou-se uma

    pergunta: Como se dá a prática educativa dos professores das escolas com

    relação à tecnologia da informação e comunicação? Neste sentido, levantar

    discussões acerca dessa temática, que envolve certamente o profissional

    docente, tem como mérito o fato de apontar caminhos e contribuições para os

    educadores, e também para as instituições educativas. Buscou-se desenvolver

    essa pesquisa, visando dar suporte para o entendimento de conceitos,

    problemáticas e contribuições das novas tecnologias inseridas na educação.

    Este trabalho valeu-se de observação subjetiva e pesquisa de dados

    quantitativos, caracterizando o método qualiquantitativo.

    Toda a discussão foi construída e embasada por grandes teóricos e

    pesquisadores da área de educação e tecnologia, como: Pierre Lévy, Vani

    Kenski, Manuel Castells, Nelson Preto, Arnoud Junior, Moacir Gadotti, Paulo

    Freire, José Libâneo, Demerval Saviani e outros, sendo estruturado em quatro

    capítulos.

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    Esse interesse partiu por observar que na maioria das instituições

    educacionais o processo de ensino-aprendizagem da Matemática enfrenta

    problemas, trazendo como consequência um alto índice de reprovação dos

    alunos. A partir daí, nota-se a necessidade de analisar outras possibilidades de

    material didático, voltados para o ensino da Matemática, apresentando

    características favoráveis ao desenvolvimento do raciocínio lógico e que

    estimulem o pensamento autônomo, a criatividade e a capacidade de resolver

    problemas.

    O uso de ambientes digitais é, entre outras, uma das possibilidades de

    ligação entre os conteúdos, linguagem, problemas e diversidades no auxílio do

    professor de matemática em sala de aula. No estudo de meios de

    aprendizagem, os ambientes digitais aparecem como elementos que

    possibilitam novas relações entre a prática e as experiências dos profissionais

    da Matemática; abrindo novas possibilidades para as desconstruções e

    construções dentro e fora da “sala de aula”, que se expande não apresentando

    as tradicionais paredes e horários restritos. A instituição tradicional troca de

    formato acompanhando a evolução dos sujeitos e sociedade, oferecendo

    atualmente tantas novas possibilidades, através da aproximação da realidade

    da informática e Internet. Neste contexto, surge a formação de comunidades

    virtuais dentro da Rede, o que é chamado de ciberespaço.

    Esse estudo é de suma importância para se compreender as teorias que

    discutem sobre este aspecto, a fim de orientar o professor em sua prática, já

    que mesmo involuntariamente o professor incorpora uma das posições à sua

    prática e é possível observar a perspectiva que adota a partir da prática que

    realiza em sala de aula.

    Para tanto, inicialmente a discussão tratará de duas concepções: oempirismo e o inatismo que são norteadoras da pedagogia tradicional. Para o

    empirismo o conhecimento é adquirido, ele vem do fora, está na sociedade

    para ser possuído e transmitido. De acordo com essa concepção a atividade

    educativa consiste em transmitir os conhecimentos ao aluno, destacando a

    importância da instrução na formação do homem. Segundo o empirismo,

    quando nascemos somos como um quadro em branco sobre o qual vão se

    acumulando resultados de nossa experiência. Nega-se, portanto, a existênciade idéias inatas, já que o conhecimento seria resultado do contato com a

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    realidade, que é exterior ao sujeito. Já o inatismo, sustenta que as pessoas

    naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos

    e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de

    ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas

    trazendo o saber à consciência e organizando-o.

    No Capítulo 1, procurou-se abordar sobre as tecnologias e sua

    importância na educação, para situar o leitor a respeito do entendimento

    conceitual e vivencial do que é tecnologia, situando-os na história da

    humanidade. Colaborando com essa discussão, tornou-se pertinente

    apresentar aspectos da tecnologia como recursos didáticos em tendências

    pedagógicas diferentes e o desafio que as tecnologias trazem a educação,

    estando tais aspectos divididos em tópicos. O Capítulo 2 é dedicado

    especialmente ao professor, onde este aborda a técnica e tecnologia na

    matemática: a home Page do professor, que enfatiza o uso das tecnologias e

    recursos didáticos: organizando ícones e criando novos atalhos para o ensino

    superior, discute-se também o papel, a formação e a prática educativa do

    educador nessa nova era. Objetivou-se levantar questões e reflexões que

    norteassem a atuação profissional docente com relação às novas tecnologias.

    Em seguida, no Capítulo 3, fala das novas tecnologias e ação docente:

    conexão a uma nova práxis no uso da matemática no ensino superior e por

    último, no capítulo 4, a partir de monitoria realizada na disciplina de

    Tecnologias Digitais no Ensino da Matemática, da Universidade Estadual Vale

    do Acaraú em Sobral, nos semestres 2014.1 e 2014.2, fala-se sobre reflexão

    do uso de tecnologias na formação de professores de matemática, tão

    comentada por todos (alunos e professora), e traça o perfil do professor de

    matemática no ensino superior. Acredita-se, que ao final de toda à discussão, possa ser possível

    responder as seguintes questões: Educação e tecnologia, qual o desafio e a

    novidade? Qual o lugar do professor nessa discussão? O que define e

    caracteriza essa nova forma de fazer educação? Quais as mudanças

    encontradas nessa inter-relação entre educação e tecnologia? Como os

    professores estão vivenciando essas mudanças? Quais as dificuldades

    encontradas e quais as contribuições apontadas? Essas indagaçõesconfiguraram as discussões que perpassaram esse trabalho, esperando que

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    novas questões sejam levantadas para contribuir com os desafios a serem

    enfrentados no mundo tecnológico na educação.

    O objetivo desse trabalho é discorrer sobre as tecnologias, mostrando

    sua contribuição e seus benefícios para o processo de ensino-aprendizagem (a

    intenção não é relatar quais tecnologias são as mais adequadas, mas descre-

    ver a importância de sua utilização de modo geral), focando sua utilização em

    sala de aula, de modo a proporcionar novas formas de ensinar e a sua relação

    com o professor, demonstrando que ela surgiu como apoio ao processo de

    ensino-aprendizagem e não em substituição ao professor, como muitos

    pensam. Identificar e relacionar seus diferentes tipos, compreendê-las como

    vêm evoluindo com a sociedade, fazendo uma ligação capaz de caracterizar a

    importância do uso para a formação e prática docente.

    Tal objetivo é justificado pelas grandes mudanças e transformações da

    sociedade e das necessidades humanas, as quais requerem novas formas de

    acesso à informação para alunos e professores, estimulando o processo de

    ensino-aprendizagem e a construção do conhecimento e demonstrando a

    importância do uso das tecnologias para a educação.

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    CAPÍTULO 1 - TECNOLOGIA E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO 

     Atualmente, vive-se a era da tecnologia, em que todas as áreas dasociedade se beneficiam dos aparatos tecnológicos existentes, que surgem

    para melhorar as atividades e necessidades de cada uma dessas áreas. Com a

    educação não poderia ser diferente. Hoje, as tecnologias contribuem para um

    melhor processo de ensino-aprendizagem, proporcionando novas formas de

    ensinar e aprender.

    Segundo Ribas (2008), o professor deve ser alguém criativo, competente

    e comprometido com o advento das novas tecnologias, interagindo em meio à

    sociedade do conhecimento, repensando a educação e buscando os

    fundamentos para o uso dessas novas tecnologias, que causam grande

    impacto na educação e determinam uma nova cultura e novos valores na

    sociedade. A partir de mudanças na forma de ensinar e com a inserção de

    tecnologias nesse processo de ensino, mudam-se também as formas de

    aprendizagem. Os alunos sentem-se mais motivados, pois estas diferem de

    antigamente, quando não existia diálogo entre professor e aluno; hoje há uma

    troca de informações em sala de aula, na qual o professor não é mais o

    detentor de todo o conhecimento, de modo que o aluno passa a ser o principal

    responsável pela construção do seu conhecimento, tendo um papel mais ativo,

    na busca de soluções das suas necessidades.

    Segundo Valente (1993, apud MAINART; SANTOS, 2002, p. 03):

     A incorporação das inovações tecnológicas só temsentido se contribuir para a melhoria da qualidade deensino. A simples presença de novas tecnologias naescola não é por si só, garantia de maior qualidade naeducação, pois a aparente modernidade podemascarar um ensino tradicional baseado na recepção ena memorização de informações.

    O principal objetivo do processo de ensino-aprendizagem por meio da

    tecnologia é formar alunos mais ativos, de modo que o educador e a tecnologia

    se tornem mediadores desse processo, devendo estar unificados para que a

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    aprendizagem se torne eficaz. Por meio da utilização das tecnologias, a

    associação das práticas pedagógicas, juntamente com o aprendizado,

    representa uma possibilidade a mais para os professores, pois estimula o

    aprendizado, de modo que os participantes desse processo passam a

    investigar as soluções para os problemas e para as situações em estudo. Essa

    nova maneira está relacionada a uma nova visão de construção do

    conhecimento, em um processo que envolve todos os participantes,

    professores e alunos, superando as formas tradicionais na relação de ensino-

    aprendizagem (BRIGNOL, 2004).

    Para Moran (2006, apud MAINART; SANTOS, 2002, p. 04):

     A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática desala de aula e na forma como professores e alunos utilizam osrecursos tecnológicos disponíveis. A presença dos recursostecnológicos na sala de aula não garante mudanças na formade ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecero ambiente educacional, propiciando a construção de conheci-mentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. 

    1.1 - O Que é Tecnologia?

    De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2012), tec-

    nologia é a “ciência cujo objeto é a aplicação do conhecimento técnico e

    científico para fins industriais e comerciais” e um “conjunto dos termos técnicos

    de uma arte ou de uma ciência”. A base da tecnologia encontra -se no

    conhecimento, técnica e experiência. É por meio deste conjunto que novas

    tecnologias são criadas e que aos poucos são transformados os indivíduos e asociedade, independente da utilização que se faça dessa tecnologia. Essa

    absorção da tecnologia pela cultura ocorre a partir de valores preestabelecidos

    pela sociedade. Segundo Sancho (1998, apud BRIGNOL, 2004, p. 27) “[...] a

    tecnologia constitui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o mundo

    social e ao escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que somos e

    desta forma fazemos uma configuração do nosso futuro”.

    Para Kenski (2009, p. 15), “[...] as tecnologias são tão antigas quanto a

    espécie humana”. Elas existem desde a idade da pedra, quando os mais fortes

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    se destacavam com ideias para a sua própria sobrevivência e, à medida que

    iam sobrevivendo, surgiram novas necessidades, de modo que novas

    tecnologias foram sendo criadas. Esse processo ocorre até os dias atuais, isto

    é, no decorrer da evolução originaram-se diferentes tecnologias. Atualmente,

    temos uma evolução tecnológica bem diferente da realidade da idade da pedra,

    mas que possui os mesmos objetivos, sempre buscando novas formas de

    melhorar os processos existentes que ocorrem nos diversos setores da

    sociedade, desenvolvendo mudanças tanto na vida coletiva, como na vida

    individual.

    Kenski (2009, p. 25) também aborda o surgimento de novas tecnologias,

    citando que “[...] o conceito de novas tecnologias é variável e contextual”, ou

    seja, em muitos casos não é uma nova tecnologia que está surgindo, mas sim

    uma inovação de uma tecnologia já existente. É muito rápido o processo de

    desenvolvimento tecnológico atual, em que fica difícil definir o que é um novo

    conhecimento, instrumento e procedimento ou o que é uma inovação de uma

    tecnologia já existente. É nesse ponto que a autora comenta que “o critério

    para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza

    técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso”. Atualmente, as novas

    tecnologias estão relacionadas aos processos e produtos originários da

    eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações, as quais se

    caracterizam por serem áreas evolutivas, em permanente transformação.

    Kenski (2009, p. 17) comenta que hoje são comuns as expressões

    “sociedade tecnológica”, “a tecnologia invadiu nosso cotidiano”, o que, às

    vezes, causa certo receio nas pessoas, as quais se assustam com as possibi-

    lidades demonstradas nos filmes de ficção científica, em que a tecnologia

    passa a ter domínio sobre os seres humanos. A tecnologia faz parte de nossavida em todos os aspectos, por exemplo, comer só é possível graças à

    tecnologia dos talheres, pratos, geladeira, fogão, micro-ondas etc. E, dessa

    mesma forma, a tecnologia está presente em todas as atividades da nossa

    rotina e, para a realização das mesmas, são necessários produtos e equi-

    pamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções, ou seja, é

    possível dizer que trata-se de tecnologia o “[...] conjunto de conhecimen tos e

    princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e àutilização de um equipamento em determinado tipo de atividade” (KENSKI,

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    2009, p. 18). Pensando dessa forma, não é só agora que se vive a “era

    tecnológica”. Essa “era” já existe desde os primórdios, porém em cada época

    existiu um tipo de tecnologia diferente, que, cada uma a sua maneira, tinha o

    objetivo de melhorar a qualidade dos processos. É importante comentar

    também que:

     A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novosusos de determinados equipamentos e produtos. Ela alteracomportamentos. A ampliação e a banalização do uso dedeterminada tecnologia impõem-se à cultura existente etransformam não apenas o comportamento individual, mas o detodo o grupo social. (...) As tecnologias transformam suasmaneiras de pensar, sentir e agir. Mudam também suas formasde se comunicar e de adquirir conhecimentos (KENSKI, 2009,

     p. 21).

     As tecnologias atuais representam mudança didática. Um exemplo

    simples é a internet, que, apesar de ser uma tecnologia já antiga (em 1960 já

    se falava de internet), possibilita a comunicação das pessoas sem que estas

    estejam no mesmo local e a Educação a Distância, que permite estudarem

    também à distância àqueles que não têm a possibilidade, de cursarem o

    Ensino Superior de forma presencial ou que não possuem recursos para arcarcom esse investimento. Outros exemplos: televisão, computadores, celulares

    etc.

     As pessoas já estão dependentes de toda essa tecnologia existente. Hoje

    é muito comum uma pessoa já saber utilizar um celular e/ou os programas de

    computador. Uma realidade muito diferente de anos atrás, já que o acesso à

    essas tecnologias se davam apenas quando fossem adultos e/ou idosos. A

    instituição e o professor precisam explorar esse conhecimento que já possuem,permitindo assim novas formas de ensinar e aprender e também incluir aqueles

    alunos que ainda estão nas estatísticas de exclusão digital, pois, apesar das

    facilidades de acesso às tecnologias, ainda existe desigualdade social nesse

    âmbito. Este é outro ponto importante da utilização das tecnologias no

    processo de ensino-aprendizagem, já que a escola passa a fazer um trabalho

    social, inserindo essas pessoas no mundo tecnológico, eliminando assim todas

    as barreiras que possam existir, sejam elas sociais culturais ou intelectuais.

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    1.2 - Novas Tecnologias na Educação na Matemática

    Especificamente em relação ao uso das tecnologias, pesquisas recentes

    têm mostrado que sua utilização constitui-se em uma poderosa ferramenta na

    superação de vários obstáculos inerentes ao aprendizado na disciplina de

    Matemática. O enfoque da informática educativa não é o computador como

    objeto de estudo, mas como meio para adquirir conhecimentos (VALENTE,

    1993). Nesse contexto, a internet é apenas um dos inúmeros recursos

    disponíveis. O advento dos chamados softwares educativos trouxe novas

    perspectivas para o uso de novas tecnologias no ensino de Matemática.

    Entende-se por software educativo todo software que foi projetado pode ser

    usado para fins educacionais. Um software não projetado especificamente para

    fins educacionais, também pode ser utilizado como software educativo, como é

    o caso das planilhas ou processadores de textos.

    Em relação ao uso de softwares educativos no ensino da Matemática,

    Gravina (1998) afirma que no contexto da Matemática, a aprendizagem nesta

    perspectiva depende de ações que caracterizam o “fazer matemática”:

    experimentar, interpretar, visualizar, induzir, conjeturar, abstrair, generalizar e

    enfim demonstrar. É o aluno agindo juntamente com o professor,

    diferentemente de seu papel passivo frente a uma apresentação formal do

    conhecimento. A efetiva contribuição de softwares educativos no processo de

    ensino aprendizagem está diretamente ligada aos recursos que eles

    disponibilizam e a forma como são utilizados. De acordo com TAJRA (2001), o

    professor precisa conhecer os recursos disponíveis dos programas escolhidos

    para suas atividades de ensino, somente assim estará apto a realizar uma aula

    dinâmica, criativa e segura. Existem diversos tipos de softwares educativos,porém, é preciso que o professor avalie a natureza do software, em relação às

    características que propiciarão experiências significativas. Segundo GRAVINA

    (1998), ainda é grande a oferta de softwares que, mesmo tendo interface com

    interessantes recursos de hipermídia (som, imagem, animação, texto não

    linear), nada mais oferecem aos alunos do que ler definições e propriedades e

    aplicá-las em exercícios práticos (tipo tutorial) ou testar e fixar “conhecimentos”

    através da realização de exercícios protótipos e repetitivos, que no máximoavançam em grau de dificuldade (tipo prática de exercícios). 

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    Gravina (1998), sobre ao uso de softwares educativos no ensino da

    Matemática afirma que:

    No contexto da Matemática, a aprendizagem nesta

     perspectiva depende de ações que caracterizam o“fazer matemática”: experimentar, interpretar,visualizar, induzir, conjeturar, abstrair, generalizar eenfim demonstrar. É o aluno agindo, diferentemente deseu papel passivo frente a uma apresentação formal doconhecimento.

     A efetiva contribuição de softwares educativos no processo de ensino

    aprendizagem está diretamente ligada aos recursos que eles disponibilizam e a

    forma como são utilizados. De acordo com TAJRA (2001), o professor precisaconhecer os recursos disponíveis dos programas escolhidos para suas

    atividades de ensino, somente assim estará apto a realizar uma aula dinâmica,

    criativa e segura.

    Existem diversos tipos de softwares educativos, porém, é preciso que o

    professor avalie a natureza do software, em relação às características que

    propiciarão experiências significativas. Outra questão que merece atenção é a

    compreensão dos professores em relação a quando ou em que etapa doprocesso de ensino-aprendizagem se insere um software educativo. O

    emprego da informática não tem como objetivo único facilitar a resolução de

    um exercício ou possibilitar uma visualização mais ampla de um gráfico por

    exemplo. Observa-se que muitos professores acreditam que um software

    educacional complementa o desenvolvimento de determinado conteúdo.

    Nesses casos, o professor desenvolve o conteúdo teoricamente, ou através de

    materiais concretos, propõe exercícios ou situações-problema em que o aluno

    aplica o conteúdo estudado e em um último momento, propõe o uso de algum

    software, para complementar os estudos. Também é comum o uso de tutoriais,

    ou “exercício e prática”. Nesses softwares, a abordagem pedagógica

    identificada consiste no computador ensinando o aprendiz, o aluno, que se

    coloca em uma situação de repetição de um modelo ou de aplicação de uma

    fórmula para resolver um exercício. Em contraponto, existem softwares que

    permitem a utilização do computador como ferramenta educacional. Segundo

    esta modalidade, de acordo com Valente (2008), o computador não é mais o

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    instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno

    desenvolve algo, e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar

    executando uma tarefa por intermédio do computador. Nessa abordagem, o

    desafio para o professor é ensinar com tecnologia, ou seja, empregar uma

    sequência didática em que o computador, através de um software educativo,

    seja utilizado para desenvolver um conteúdo. É o computador como parte do

    planejamento do professor, não sendo utilizado para fins ilustrativos, que pelas

    suas características (som, imagens coloridas, animações,...) acaba causando

    uma mera impressão visual, porém, sem resultados significativos em termos de

    aprendizagem. Nessa perspectiva, a informática adquire um importante

    significado no processo de ensino aprendizagem da Matemática.

    1.3 - Informática e Ambientes de Aprendizagem

    Sabe-se da grande influência que o desenvolvimento da tecnologia tem

    sobre as atuais mudanças sociais repercutindo na educação. Os professores

    estão aptos a trabalharem com o desenvolvimento tecnológico dentro da sala

    de aula? Têm se buscado aprofundar os estudos neste complexo contexto

    presente nas instituições de ensino superior a fim de contribuir para uma

    formação que, fazendo uso da tecnologia, prepare o aluno para saber viver e

    trabalhar na atual sociedade de informação? Sobre estes questionamentos e

    buscando-se levar o professor à reflexão da utilização do computador na sala

    de aula, como ferramenta de auxílio na aprendizagem é muito importante na

    construção do conhecimento dos alunos.

    1.4 - A Importância da Tecnologia na Educação

    Segundo Gouvêa (1999), o professor do ensino superior será mais

    importante do que nunca nesse processo de inclusão das tecnologias digitais

    na formação dos licenciandos, se aprimorar nessa tecnologia para introduzi-la

    na sala de aula, no seu dia a dia, da mesma forma que um professor de ensinobásico, que um dia, introduziu o primeiro livro em uma escola e teve de

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    começar a lidar de modo diferente com o conhecimento  – sem deixar as outras

    tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender

    pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e

    escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação

    em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando as

    nossas vistas. Não há aprendizagem significativa se não houver organização e

    seriedade na implantação das novas tecnologias na educação. As vantagens

    de se utilizar as tecnologias como ferramenta pedagógica é estimular os

    alunos, dinamizar o conteúdo, e fomentar a autonomia e a criatividade. As

    desvantagens talvez apareçam, quando não houver organização e capacitação

    dos profissionais envolvidos, formando assim alunos desestimulados, sem

    senso crítico.

    É fato que se faz necessário à capacitação dos professores para a

    implantação dessas novas tecnologias, pois é comum o professor desenvolver

    em sala de aula uma prática tradicional, e em um ou outro momento utilizar os

    recursos tecnológicos, como uma ferramenta de apoio na aula. São atitudes

    que revelam a integração das mídias na prática pedagógica.

    Demo (2008, p. 134) afirma que:

    Temos que cuidar do professor, porque todas essasmudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental. Não há comosubstituir o professor. Ele é a tecnologia dastecnologias, e deve se portar como tal.

     A escola tem como papel principal, formar cidadãos conscientes, por issoé imprescindível que os professores acompanhem as mudanças, como afirma

    Perreneud (1999) a formação continuada auxilia o professor no seu

    desenvolvimento profissional fazendo-o adquirir reflexão crítica, permitindo

    avaliar a qualidade de seu ensino. Percebe-se que o uso das tecnologias na

    educação está se ampliando e países como o Japão, nos mostram

    experiências positivas em seu no uso. Já nos Estados Unidos as experiências

    não são tão positivas assim, o governo americano fez um alto investimento

    para a introdução de computadores as escolas, e não foram positivos, os

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    alunos estavam perdendo tempo em sites de relacionamentos, e acessando

    sites pornográficos, driblando os dispositivos de bloqueio.

    Diante desse novo cenário Gouvêa (1999) vêm dizer que mesmo com

    toda a implantação tecnológica, o professor continuará sendo o responsável

    pela transmissão de conhecimento no processo de ensino aprendizagem. Nos

    dias de hoje qualquer pessoa deveria saber manipular um computador, porém

    essa não é a realidade a maioria dos atuais professores estudou em uma

    época em que a informática não fazia parte do dia a dia, e os professores que

    estão se formando, para o futuro, poucos estão sendo preparados para mudar

    essa realidade.

    Diante do exposto a educação pública de ensino, necessita de uma

    atenção especial, onde a formação continuada do professor como destacou

    Perrenaud (1999), em duas das 10 competências que ele julga como prioritária

    do docente deve utilizar as novas tecnologias e também gerar sua própria

    formação contínua.

    Imbernón (2006) afirma que:

    O conhecimento profissional consolidado mediante a

    formação permanente apoia-se tanto na aquisição deconhecimentos teóricos e de competências e rotinascomo no desenvolvimento de capacidade de processamento da informação, análise e reflexão criticaem, sobre e durante a ação, o diagnóstico, a decisãoracional, a avaliação de processos e a reformulação de projetos. (IMBERNÓN, 2006, p.27).

    Por tanto é fato que se faz necessário a capacitação dos professores para

    a implantação dessas novas tecnologias em sala de aula, principalmente no

    ensino superior, pois é comum o professor desenvolver em sala de aula uma

    prática tradicional e que em alguns casos, o aluno ou formando não tem uma

    assimilação suficiente no término do curso, ou outro momento para utilizar os

    recursos tecnológicos, como uma ferramenta de apoio na aula. São atitudes

    que revelam a integração das mídias na pratica pedagógica na realidade atual

    de muitas instituições.

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    CAPÍTULO 2: TÉCNICA E TECNOLOGIA NA MATEMÁTICA: UM NOVO

    PONTO DE PARTIDA AO PROFESSOR

    Estando o estudo inserido na temática: o professor e as novas

    tecnologias, discutiremos o ensino da Matemática e o uso da tecnologia na

    perspectiva de Lévy (1991 e 2003) e Kenski (2003 e 2007), pontuando um

    apanhado de situações vivenciadas pela humanidade em que a técnica e a

    tecnologia estiveram presentes. Com a contemporaneidade, caracterizada pela

    disseminação da tecnologia, pela revolução das ferramentas de comunicação e

    pela evolução da informática, surgem novas formas de viver, relacionar-se,

    pensar e agir, dando uma nova face a sociedade e, consequentemente, aos

    indivíduos. As gerações antigas não têm mais as mesmas características das

    atuais quando se estuda a Matemática. Técnicas e tecnologias circundam a

    vida cotidiana das pessoas implicando novas condutas e um novo pensar na

    Matemática. Mas, que técnica e tecnologia são essas a qual se faz referência?

    Elas sempre foram às mesmas ao longo do tempo? As tecnologias foram, por

    muito tempo, entendidas como um mero sistema de máquinas que surgiram

    para substituir o homem. A técnica, por sua vez, aparecia simplesmente como

    o conjunto de procedimentos que auxiliava a aplicação do método. Porém, há

    outras perspectivas. O próprio Lévy (1999) usa uma metáfora para expressar a

    visão impactante e inadequada, apresentada por vários estudos, que se

    referem à tecnologia como um projétil direcionado a um alvo vivo, como a

    cultura e a sociedade, e a técnica como algo estranho oriundo de outro planeta.

    Segundo Pierre Lévy (1999, p. 22):

    Seria a tecnologia um ator autônomo, separado dasociedade e da cultura, que seriam apenas entidades passivas percutidas por um agente exterior? Defendo,ao contrário, que a técnica é um ângulo de análise dossistemas sócio técnico global, um ponto de vista queenfatiza a parte material e artificial dos fenômenoshumanos, e não uma entidade real, que existiriaindependentemente do resto, que teria efeitos distintos

    e agiria por vontade própria.

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    Lèvy vale-se dessa colocação, pois a tecnologia, aqui discutida, tem seu

    traço marcado pela filosofia grega, onde a técnica, ou seja, teckné, traduz a

    ideia de arte, ofício. Sendo assim, a técnica significa a arte de fazer algo, ou

    ainda, um conjunto de procedimentos que permite o desempenho de métodos,

    práticas e ações objetivando alcançar determinadas intenções e não meros

    produtos impactantes que não fazem parte da cultura e da sociedade. Desta

    maneira, a tecnologia tem um aparato histórico próprio do ser humano, que por

    meio da técnica gera o conhecimento, a interpretação, a aplicação e

    capacidade para lançar, apurar e produzir instrumentos, ferramentas e

    equipamentos capazes de gerar modificações e novidades para o homem e

    para a sociedade como um todo. Por isso a tecnologia não se limita aos

    suportes materiais, nem aos métodos, nem ao saber fazer.

    2.1 - Tecnologias e recursos didáticos: organizando ícones e criando

    novos atalhos para o ensino superior

    O presente tópico aponta a forma como a tecnologia e os recursos

    didáticos acompanharam as práticas pedagógicas no ensino superior. Cada

    época usou da tecnologia disponível reconhecendo que era função precípua

    para se pensar e elaborar novas técnicas para responder às demandas

    recentes. Com a educação, obviamente, não foi diferente; por isso nos tempos

    atuais fala-se em outros métodos e outra técnica para se ensinar utilizando o

    que existe de mais moderno nas áreas tecnológicas.

    Os recursos didáticos, entendidos como todo material usado pelo

    professor para auxiliar a aprendizagem do educando, que acompanharam pormuito tempo o ensino sistematizado nas instituições escolares foram: os livros,

    cadernos, textos escritos, quadro-negro e giz. Na atualidade, ocorreu a

    inserção de novos recursos nas instituições, como por exemplo: computadores,

    televisão, projetor de mídia, aparelho de DVD e outros. Porém, os recursos

    atuais, mesmo estando disponíveis, ainda não são devidamente explorados ou

    utilizados com a mesma importância e valorização dos recursos tradicionais.

    Como ilustração, tomaremos como base o caso das tão conhecidas tendênciaspedagógicas, que utilizaram os recursos didáticos a partir dos posicionamentos

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    emblemáticos da época, determinando, talvez, o fazer pedagógico de cada

    momento histórico. A concepção tradicional, que predominou do século XVI ao

    século XIX, sendo propagada no Brasil na Primeira República (1889-1930),

    fundou-se em duas vertentes, a religiosa, mais presente na Idade Média e a

    leiga, mais presente na Idade Moderna. Essa concepção visava preparar o

    individuo para vida, para o desempenho de papeis sociais, de acordo com as

    aptidões individuais. As pessoas precisam aprender a adaptarem-se aos

    valores e as regras vigorantes na sociedade de classe. Tinha-se como objetivo

    ampliar a rede escolar possuindo um caráter puramente quantitativo centrado

    no desenvolvimento intelectual das pessoas.

    Com essas características, os conteúdos escolares eram distantes da

    experiência dos alunos e marcado pela mera transmissão do professor, com

    presença efetiva do método expositivo de ensino. O professor era a autoridade

    suprema e o aluno, um ser passivo que deveria assimilar e internalizar as

    explanações. O aluno era destinado a memorizar, acolhendo as informações

    para obter os conhecimentos, ou seja, visava-se disciplinar a mente e formar os

    hábitos (LUCKESI,1994). Assim, cabia ao aluno expressar seu entendimento

    na realização de atividades mecânicas, repetindo de forma precisa às

    informações conteudistas. O principal recurso audiovisual nesse momento era

    o som da voz e a imagem do professor. Nesse período, pensar a escola, sem

    ser seriada e disciplinar não era cabível; precisava-se apenas de uma sala de

    aula com um quadro negro e giz, para realizar o objetivo explícito: ensinar e

    aprender. O quadro negro, o giz e o livro didático, materiais necessários para

    essa modalidade de ensino, eram os recursos didáticos tecnológico da época,

    pois serviam como ferramenta para a conduta do professor.

    Segundo Luckesi (1994, p. 61):

    [...] no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistemacapitalista),articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento,ou seja, a tecnologia comportamental. [...] A pesquisa cientifica,a tecnologia educacional, a análise experimental docomportamento garantem a objetividade da prática escolar,uma vez que os objetivos instrucionais (conteúdos) resultam daaplicação de leis naturais que impedem dos que a conhecemou executam.

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     Ainda nesse período, tornou-se relevante o uso de recursos tecnológicos

    e audiovisuais geradores da modernização do ensino. Nessa época, esses

    recursos apareceram para priorizar a crescente industrialização. Não se

    questionava a forma como eles eram usados e, muito menos, se os

    professores sabiam utilizá-los. Focava-se na preparação dos indivíduos para o

    mercado de trabalho e se tais recursos ajudavam deveriam ser inseridos no

    ensino sem grandes questionamentos. Isso daria-se pela forma diferenciada de

    trabalhar os conteúdos do ensino.

    Segundo FUSARI (1988, p. 24):

    O educador, ao propiciar a relação do educando com os

    conteúdos do ensino, deverá fazê-lo de forma dinâmica e,sempre que possível, relacionar a experiência do aluno com osconteúdos trabalhados, tentando, sistematicamente, evidenciara importância de uma sólida formação escolar comoinstrumento para a sua prática cotidiana. Desta forma, aatuação do educador deverá ser coerente, articulada eintencional, de forma a propiciar a crítica ao social, bem comouma educação escolar viva, na vida social concreta.

    O professor tinha como tarefa mediar o saber do aluno relacionando os

    conteúdos trabalhados com a experiência deles. Os métodos do ensino eram

    voltados para uma relação entre a prática vivida pelo aluno e os conteúdos

    propostos pelo professor. Libâneo (1990, p. 38) refere-se à tendência crítico-

    social dos conteúdos relatando que: “[...] a atuação da escola consiste na

    preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe

    um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para

    uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade”. 

    2.2 - As novas tecnologias e um desafio para a educação superior: um

    novo link ou mais um arquivo na memória da Educação?

    Dentro da complexidade e amplitude das novas tecnologias e de sua

    aplicação ao ensino, essa pesquisa fundamenta-se particularmente na

    Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s).

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    Santos (2002, p. 49), diz que a TIC:

    [...] pode representar um movimento ímpar, uma vezque nos permite pensar na redução das distâncias,numa maior integração das escolas entre si e com omundo contemporâneo; não somente comoconsumidoras, mas como possibilidades de produzirconhecimento e de fazer de cada espaço escolar umlugar de produção coletiva, no qual sejam constituídasinterações não lineares e onde sejam fortalecidasessas redes de relações.

     As novas tecnologias e a economia do conhecimento estão mudando a

    maneira de enxergar a educação e o ensino escolar: a educação formal está

    dando lugar à noção de um aprendizado que se prolongue por toda a vida. Assim, no decorrer da história, os indivíduos vêm tendo mais oportunidades de

    envolvimento em atividades educacionais fora das salas de aulas tradicionais,

    afirma Brandão (1982).

     As TIC’s  difundiram-se na virada do último milênio, com um grande

    número de recursos informatizados surgindo com um abundante nível de

    informação. Os recursos informatizados extrapolaram o papel de simples

    veículo portador de informações, pois excederam os dispositivos e ambientescomuns de comunicação, proporcionando maior interação entre os envolvidos

    no processo comunicativo e alterando os conceitos de espaço e tempo. Outrora

    era utilizado o termo NTIC’s  (Novas Tecnologias de Comunicação e

    Informação), mas, com a habitualidade vivencial das Novas Tecnologias, o

    adjetivo “Novo”  vem desaparecendo, cedendo espaço para o termo TIC’s  e

    suas especificidades.

     A articulação entre as novas tecnologias e a educação caracterizou-se,inicialmente, pelo uso dos computadores no ensino. Um leque de atividades

    diversificadas, com atuação em rede, informações, mensagens e uma

    amplitude de ferramentas marcaram o espaço das TIC’s. Nos últimos dez anos

    o uso das TIC’s  no processo de ensino e aprendizagem tornou-se ponto de

    intensa discussão. Segundo Alves (1998) a articulação da informática com a

    educação, ao longo do tempo, funda-se em duas vertentes: a primeira,

    caracterizando-se pelo ensino da informática na escola baseado na instrução

    da utilização dos aplicativos e a segunda, com a inserção dos softwares

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    educacionais na rotina escolar. Mundialmente, há significativa repercussão da

    associação das teorias e práticas da educação à informática justamente pelo

    fato de as ferramentas tecnológicas oferecem à didática em meio de renovação

    às aulas tradicionais. Espaços diversos e mídias digitais proporcionam

    situações de interação, comunicação, informação e colaboração, tornando a

    aprendizagem não mais pautada apenas na escrita e nos meios impressos.

    Com essa abordagem cabe questionar se as ferramentas (recursos)

    podem ser, sozinhas, responsáveis por mudanças significativas no processo de

    ensino-aprendizagem. Nesse cenário surge ainda outra pergunta: Educação e

    tecnologia: qual é a novidade então? Acredita-se que a simples utilização dos

    recursos não determina mudança qualitativa no ensino-aprendizagem. Esta

    advém da possibilidade de construir um novo pensar sobre a educação.

    Portanto, as TIC’s, inseridas aos processos educativos, não devem ser

    entendidas apenas como novos instrumentos para uma educação do futuro.

    Segundo Preto (1999, p. 112) enfatiza dizendo que:

     A ideia de que não basta inserir novos recursos tecnológicos para elaborar uma “nova” educação. Não basta, portanto,introduzir na escola o vídeo, televisão, computador ou mesmotodos os recursos multimidiáticos para fazer uma novaeducação. É necessário repensá-la em outros tempos, porqueé evidente que a educação numa sociedade dos mass media,da comunicação generalizada, não pode prescindir da presença desses novos recursos. Porém, essa presença, por sisó, não garante essa nova escola, essa nova educação.

    Vive-se um mundo novo, buscando uma educação nova, que não só

    apresente vários recursos imprescindíveis à época contemporânea, masofereça meios para repensar o papel da escola, dos profissionais, dos métodos

    e do ensino-aprendizagem. Em 1978, Saldanha já se referia a tecnologia não

    como máquinas de ensinar, mas como uma nova atitude, uma nova maneira de

    pensar e tratar os problemas educacionais. Atualmente, nessa nova era, as

    tecnologias apresentam-se como perspectiva de novas reflexões sobre a

    educação não só por difundir novos meios de transmitir o conhecimento, mas

    por incentivar o aprendizado e o pensamento, na troca de saberes eexperiências gerada por uma inteligência coletiva. Desse modo, não são as

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    “máquinas de ensinar” que serão responsáveis pela educação, mas o

    profissional docente, por isso é preciso considerá-lo.

    2.3 - Entre os desafios das novas tecnologias nas universidades: uma

    atualização na formação docente no ensino superior

     A evidência de uma sociedade cada vez mais tecnológica aponta para a

    necessidade evolutiva de vários ramos, inclusive o educativo. Ao pensar em

    incluir nos currículos escolares as novas tecnologias é preciso levar em

    consideração as competências e habilidades para lidar com tal inclusão. Fez-se

    referência à competências e habilidades do profissional docente, pois ele

    deverá ser o sujeito capacitado para, nas suas aulas, orientar os educandos,

    considerando o componente tecnológico como auxiliador do ensino. Pergunta-

    se, no entanto, se os professores estão preparados para esse novo trabalho,

    para esse papel diferenciado, exigido por esse contexto de constantes

    mudanças. A discussão sobre novas tecnologias e educação engloba fácil

    acesso às informações, troca de saberes, aprendizagem coletiva, autonomia do

    professor e do aluno. Mas em que momento reflete-se sobre a necessidade

    formativa docente nessa sociedade atual?

    Para Barreto (2001, p. 12):

    [...] “falar de formação de professores hoje já não é falar da

    formação inicial, ou mesmo da dicotomia entre formação inicial

    e continuada, mas falar de capacitação em serviço e, até de

    certificação”. 

    Nesse sentido, essa enfática colocação de Barreto, demarca a

    imprescindível capacitação necessária ao professor do século XXI, ainda não

    encontrada na grande parte deles. Diante de tantas inovações é emergente a

    inovação do professor, respaldada por uma qualificação que assegure

    conhecimento de línguas estrangeiras, preparo para dialogar com outrasrealidades, fora do mundo da escola, e melhor condição de trabalho. Pode-se,

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    assim, pensar em um profissional docente crítico-construtivo, criativo, capaz de

    encarar os desafios da sociedade atual e globalizada. A nova exigência

    educacional requer um professor capaz de acordar sua didática à nova

    realidade presente na sociedade, atendendo a moderna maneira de adquirir

    conhecimentos, de informar-se e comunicar-se. Mas, que formação é

    necessária a esse professor, para que ele atue dentro dessa perspectiva

    educacional?

    Emfatiza-se que é necessário uma discussão, revisão, e análise da

    formação profissional docente, é algo positivo, pois como nos lembra de Kenski

    (2003, p. 88) “[...] a atualização permanente é condição fundamental para o

    bom exercício da profissão docente” . Por isso toda e qualquer discussão que

    tenha como objetivo ampliar o conhecimento dos professores sobre sua

    prática, inovar as condutas e repensar o ensino, será sempre produtiva. É isso

    que se pretende neste momento tentando responder a pergunta lançada

    anteriormente. O primeiro ponto a ser enfatizada é que o professor precisa ter

    uma abertura constante e permanente de aprendizagem. Com esta postura, os

    equipamentos tecnológicos não serão vistos como máquinas que venham a

    substituir o trabalho docente, mas serão entendidos como recursos auxiliares

    no processo do ensino-aprendizagem, ampliando o campo de atuação dos

    professores. Porém, para que esta postura aconteça é preciso formar

    professores que tenham suporte para usar as TIC criticamente (computador,

    redes, software educativo, vídeo, TV, rádio e outros).

    Não é somente necessário o conhecimento técnico sobre uso das

    ferramentas tecnológicas para atuação do professor, pois o desafio que está

    sendo posto vai além da simples inserção de recursos tecnológicos as

    instituições escolares. Com as novas tecnologias pensa-se em construirsubsídios estruturantes de um novo pensar que considere uma educação

    preocupada com o desenvolvimento do sujeito, para que este se torne capaz

    de intervir na sociedade de forma construtiva. Não se pretende construir uma

    “educação bancária” como se referia Paulo Freire. Com tantas mudanças que

    estão acontecendo na maneira de relacionar-se, comunicar-se e informar-se, é

    necessário também que o professor eduque os alunos para torná-los capazes

    de analisar criticamente as circunstâncias complexas e imprevistas informadaspela mídia, trabalhando o desenvolvimento das habilidades e criatividade e

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    criando formas diferenciadas de adquirir conhecimentos. Como nos lembra

    Moran (2006, p. 30) a aquisição da informação por meio das novas tecnologias,

    que trazem dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente, requer que o

    papel do professor volte-se para “ajudar o aluno a interpretar esses dados, a

    relacioná-los, a contextualizá-los”. Cabe ao Estado disponibilizar subsídios para

    formar esse profissional. É preciso investir na formação dos professores, pois é

    por meio da qualificação docente que podemos pensar na transformação

    qualitativa da escola. Investir na formação e no desenvolvimento profissional

    significa tornar o professor investigador da sua própria prática.

    Segundo Preto (1999, p. 117) enfatiza:

    [...] esse novo educador não pode continuar sendo tratadocomo uma categoria profissional de segunda classe. Hoje, noBrasil, os professores estão desprestigiados, mal remunerados,malformados, incorporados, mesmo a contragosto, a uma linhade montagem, em que lhes cabe apenas cumprir determinadastarefas de um processo que mais parece o da produção de umautomóvel do que o da formação de crianças e adolescentes. Apesar do esforço pessoal de um considerável número de profissionais, a grande maioria dos professores de primeiro esegundo graus trabalha sem nenhuma autonomia, semdignidade profissional, não decidindo o quê, como e por quefazer dentro da escola

    .

    É justamente esta condição profissional que precisa ser revista e

    alterada. Enquanto o Estado não viabiliza formas concretas de qualificação

    docente através de políticas de desenvolvimento profissional, os professores,

    interessados em acompanhar o ritmo da sociedade e ampliar seus

    conhecimentos para melhorar sua prática, investem em cursos de pós-graduação definindo, no entanto, uma aparente responsabilidade individual.

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    CAPÍTULO 3: NOVAS TECNOLOGIAS E AÇÃO DOCENTE: CONEXÕES A

    UMA NOVA PRAXIS NO USO DA MATEMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR.

    Paulo Freire (2003, p. 39) expõe: “[...] na formação permanente dos

    professores, o momento fundamental é o da reflexão critica sobre a prática”. É

    “pensando criticamente a prática de hoje e de ontem que se pode melhorar a

    próxima prática”. É muito oportuna a observação de Freire para introduzir o que

    se pretende discutir sobre as questões que perpassam a prática educativa

    docente na contemporaneidade. É necessário construir uma nova prática, que

    reflita as propostas educativas atuais, vez que elas demandam uma nova

    maneira de fazer educação. O espaço educacional, por ser uma instituição que

    conduz o ensino sistematizado, é um espaço imbricado com práticas educativa

    sujeitos interagindo entre si e relacionando-se nesse contexto, o professor

    utiliza uma prática que pode vir a contribuir ou não no processo de

    aprendizagem do aluno. Por isso, há relevância em abordar a prática docente

    nesse momento de grandes transformações, oriundas dos avanços

    tecnológicos. Tais progressos demarcam de forma precisa a necessidade de

    reler-se o significado do conhecimento para conceber uma nova percepção de

    mundo, na qual se alteram as formas de linguagens, os valores, os espaços e,

    obviamente, a forma de ensinar e aprender. Essa discussão, em vez de ditar

    regras sobre o que pode ou não ser feito, deve ser oportunidade para identificar

    como o processo de ensino-aprendizagem, intercedido por novas técnicas,

    pode contribuir para a educação dos sujeitos, de modo a realizarem-se

    algumas das transformações esperadas no ensino. Para tanto, é precisopensar sobre o fazer, de forma que a prática conduza o ensino e a

    aprendizagem de maneira construtiva, não sendo meramente um conjunto de

    etapas a serem praticadas e transmitidas aos alunos, mas meios de lidar

    criticamente com as informações e os conteúdos, tornando o espaço

    educacional radicalmente diferente.

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    Mercado (2000, p. 12) afirma:

    [...] as instituições educacionais enfrentam o desafio nãoapenas de incorporar as novas tecnologias como conteúdos doensino, mas também de reconhecer as concepções que osaprendizes têm sobre estas tecnologias para elaborar,desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que promovam odesenvolvimento de uma disposição reflexiva sobre osconhecimentos e os usos tecnológicos.

    Não é mais cabível, no contexto contemporâneo, uma prática

    tradicionalista calcada nos modelos rígidos de instrução que tinha como

    objetivo maior a transmissão de conhecimento, há uma historicização forçada

    das práticas pedagógicas, pois os sujeitos (crianças) têm hoje algumas dasnecessidades que tinham antigamente, sendo estas inerentes ao ser humano.

    É preciso pensar nos objetivos das práticas que serão fundamentais para

    o ensino de Matemática no Ensino Superior e definir a educação que se

    pretende construir nessa nova era. Se educar não se resume a transmitir

    conhecimento, mas a gerar desenvolvimento, busca-se apontar contribuições,

    cada vez mais propícias, para que as tecnologias de informação e

    comunicação sejam inseridas na prática educativa de forma a desenvolver umadisposição reflexiva sobre os conhecimentos e as informações.

    Essa abordagem dos objetivos e da forma de conduzir o ensino de

    Matemática no Ensino Superior e a ação educativa, considerada nessa

    discussão em relação ao ensino mediado pelas novas tecnologias, evidencia a

    necessidade de esclarecer ‘que prática é essa’ que possibilita a inserção das

    tecnologias de comunicação e informação priorizando o conhecimento que não

    é transmitido formalmente, por meio de conteúdos escolares.

    3.1 - Um download na realidade do ensino de Matemática no Ensino

    Superior

    Considerando a problemática e o cenário apresentado, a presente

    pesquisa que tem como um dos objetivos apontar as dificuldades e traçar

    contribuições para o uso das novas tecnologias no contexto do ensino da

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    Matemática no Ensino Superior, analisando particularmente a prática educativa

    dos professores do ensino superior, buscou identificar que conhecimento os

    docentes possuem sobre as TIC’s, de que forma elas estão presentes no seu

    cotidiano e como elas impactam no desenvolvimento das atividades educativas

    em suas práticas pedagógicas.

    3.2 – Uma análise das instituições do ensino superior  

    Especificamente em relação à informática, pesquisas recentes têm

    mostrado que sua utilização constitui-se em uma poderosa ferramenta na

    superação de vários obstáculos inerentes ao aprendizado do ensino de

    Matemática no ensino superior. O enfoque da informática educativa não é o

    computador como objeto de estudo, mas como meio para adquirir

    conhecimentos (VALENTE 1999). Nesse contexto, a internet é apenas um dos

    inúmeros recursos disponíveis para jogos matemáticos e algumas regras

    pertinentes na hora de aprender algumas fórmulas. O advento dos chamados

    softwares educativos trouxe novas perspectivas para o uso da informática no

    ensino superior.

    3.3 - O download já concluído: um novo início do ensino superior

    Em todas as áreas da Matemática, tais como geometria, álgebra, entre

    outras, há possibilidades de se utilizar as TIC ’s, por isso, não se pode negar a

    relevância destas no ambiente educacional, com ênfase na Educação Superiorno ensino de Matemática, sem deixar, é claro de destacar também a

    importância da presença do professor e de sua disponibilidade e preparação

    para utilizar as ferramentas tecnológicas. Para se trabalhar com as tecnologias

    digitais e seus recursos, de maneira correta e consciente, o professor de

    Matemática que deseja ensinar utilizando tecnologias em suas aulas, precisa

    “conhecer os recursos disponíveis”, explorar suas possibilidades e utilizá-las

    como estratégia de ensino da Matemática e deve ter em mente que atecnologia pode ser um caminho para despertar no formando o interesse por

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    conteúdos matemáticos que ainda desconhece; ao mesmo tempo em que

    aprende a utilizar os recursos tecnológicos passa a entender e pensar

    matematicamente.

    Segundo (LIMA, 2006, p.38), é válido pensar que:

     A aquisição do conhecimento matemático deve estar vinculadaao domínio de um saber fazer e de um saber pensarmatemático. O maior desafio é o de relacionar a tecnologiadisponível na instituição de ensino com a metodologia detrabalho do professor a fim de proporcionar aos educandosuma aprendizagem significativa de Matemática.

    Diante dessa realidade, é possível visualizar a necessidade de inserir aosformandos uma era da tecnologia da informação, preparar os futuros

    professores de Matemática e propiciar condições mínimas para que a

    educação possa, segundo Kenski (2009), adaptar-se aos avanços das

    tecnologias e orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação

    crítica desses novos meios. Assim, observa-se que a interação existente entre

    a Matemática e a informática possibilita uma melhoria significativa no processo

    da educação, culminando na grande importância das TIC’s que se encontramdisponíveis para o ensino e aprendizagem de quaisquer disciplinas ou

    conteúdos, principalmente ao ensino de matemática no ensino superior.

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    CAPÍTULO 4: PESQUISA DE CAMPO

     As atividades bem como os estudos trabalhados na disciplina de

    Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática, foram aplicados através de:

     Análise de Ficha Diagnóstica aplicada aos universitários, acompanhamento das

    aulas da disciplina de Novas Tecnologias no Ensino de Matemática e

    participação nas discussões com o grupo, estudos teóricos e reflexões com a

    orientadora, encontro com a orientadora para análise das atividades práticas

    realizadas no laboratório de informática, exploração de softwares voltados para

    o ensino da matemática e participação no debate por equipe, explorando

    acerca das tecnologias na educação, acompanhamento da apresentação de

    seminários abordando o tema “Softwares educativos para o ensino da

    matemática”, participação da aplicação de situações-problema envolvendo

    geometria e álgebra com resoluções nos softwares Geogebra e Planilha

    Eletrônica, execução de atividades à distância (Ead) no ambiente Moodle,

    através da realização de fóruns de discussão, chat, webaula e wiki.

    4.1 - Metodologia utilizada

     A pesquisa foi planejada e desenvolvida em 2014 sob a orientação da

    professora Profª. Maria José Araújo Souza, durante a monitoria da disciplina

    Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática, nos semestre 2014.1 e 2014.2,

    em que se aplicou com os alunos da disciplina citada, uma ficha a qualdiagnosticamos em pelo menos 80% de confiabilidade que o perfil da turma do

    semestre 2014.2 era tal qual o da turma 2014.1, com esses dados iniciais

    coletados foi possível criar um perfil da turma quanto à realidade do grupo

    quanto a aprendizagem na disciplina de Matemática e as suas aptidões no

    ensino local, onde estes também moravam, bem como seus conhecimentos

    prévios acerca do que seria trabalhado durante o semestre na disciplina de

    Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática.

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    Para realizar a pesquisa, foi necessário realizar observações e aplicar

    questionários. A execução da pesquisa teve inicialmente, como procedimento

    técnico, a análise e escolha do material bibliográfico, artigos científicos,

    material disponibilizado na Internet e documentos oficiais que apontaram e

    contribuíram para a delimitação do tema. A pesquisa bibliográfica, segundo

    Salvador (1977, p. 30) consiste no “levantamento de documentos escritos,

    literatura cor rente ou obras de autores modernos”, sendo este o feito realizado

    para apropriar-se da temática discutida e obter maior interação com o tema

    estudado. Ainda segundo este teórico a pesquisa bibliográfica pode ser

    realizada simultaneamente com as diversas fases da pesquisa, possibilitando

    ao pesquisador informações e auxílio teórico para organizar e definir o plano de

    trabalho da pesquisa.

    4.2 - Apresentação dos dados e análise dos resultados

    No primeiro dia de aula, em ambos os semestre ao qual monitorei, a

    Profª. Mazé, aplicou com os alunos uma ficha com questionário (anexo A), para

    que os mesmos respondessem afim de se ter um perfil da turma quanto a

    realidade do grupo, aptidões no ensino, local onde moravam bem como seus

    conhecimentos prévios acerca do que seria trabalhado durante o semestre na

    disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática. Em anexo estarão

    gráficos que fizemos mostrando de maneira visual e concreta o perfil da turma

    composta por 22 homens e 4 mulheres, (gráfico 1).

    Gráfico 1-Gêneros dos alunos da disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática em 2014.1Fonte: Coleta Direta

    85%

    15%

    Gênero dos alunos de Tecnologias Digitais noEnsino de Matemática

    Homem

    Mulher

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    Inicialmente perguntados sua localidade foi constatado que a maioria

    eram da cidade de Viçosa do Ceará com 5 universitários, logo em seguida

    apareciam Sobral e Uruoca, com 3 e 2 alunos respectivamente. Outro destaque

    é a pulverização dos demais universitários divididos em 16 cidades

    circunvizinhas à Sobral, (gráfico 2 ).

    Gráfico 2-Cidade onde os acadêmicos da disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática em 2014.1,

    moram.

    Fonte: Coleta Direta.

    Destes 10 lecionam com predominância em Matemática, além de

    alternância entre Ciências, Educação Física e Artes, (gráfico 3).

    Gráfico 3-Disciplinas que os acadêmicos da disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino da Matemática em 2014.1.

    Fonte: Coleta Direta. 

    0 2 4 6

    Santa QuitériaCamocim

    Alcântaras

    Sobral

    Ibiapina

    Viçosa do Ceará

    Morrinhos

    Tianguá

    Hidrolândia

    Ubajara

    Acaraú

    MartinópoleIpu

    Coreaú

    Guaraciaba do Norte

    Itarema

    Massapê

    Uruoca

    Não respondeu

    1

    1

    1

    3

    1

    5

    1

    1

    1

    1

    1

    11

    1

    1

    1

    1

    2

    1

    Cidade onde vivem

    60% 10%

    10%

    10%10%

    Disciplinas Lecionadas pelos Alunos

    Matemática Matemática/Ciências Matmática/Ed. Física

    Matemática/Artes Matemática/Estag. Estado

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      Escolas equipadas

    O restante 16 ainda não lecionam. Nesse levantamento foi possível

    observar que das escolas onde os universitários que lecionam, 70% possuem

    Laboratório de Informática, e que essas escolas desenvolvem com os alunos

    em sua maioria, pesquisas, seguido de aulas de informática e outros, porém

    chama atenção que destas escolas, 20% não estão funcionando o laboratório.

      Aplicação de atividades com recursos didáticos 

    Os universitários/professores, 4 não desenvolvem com seus alunos

    essas atividades, enquanto outros 4 aplicam jogos matemáticos, pesquisas,

    exercícios online e revisam conteúdos com seus alunos.

      Conhecimento em Informática 

     A turma é bastante qualificada quando o assunto é informática e 23

    disseram possuir experiência antes da disciplina além de possuir computador

    em casa. Eles em sua maioria acessam sites de pesquisa, redes sociais,

    aplicativos office, e-mails, aplicativos matemáticos, entre outros. Os que não

    têm computador têm acesso ao computador e/ou internet através de Lan

    House, Laboratório de Informática das Escolas e também através de Internet

    Móvel.

      Softwares mais utilizados 

     Apesar da experiência em informática esse número cai

    consideravelmente quando a experiência é voltada aos softwares matemáticos,

    de 23 para 11, logo 15 deles não têm experiência. Os softwares mais utilizados

    são Pascalzim, Geogebra e Free Pascal.

      Uso da estrutura tecnológica do curso 

    Outro dado importante é que o uso do Laboratório de Informática da

    Matemática, o LIMA, não era novidade entre 19 de um total de 24 que

    responderam a questão. Destes, grande maioria, 16, fizeram a disciplina de

    Fundamentos de Programação, além de Introdução à Computação e a

    disciplina de Estatística e Probabilidade no Ensino Fundamental e Médio. As

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    atividades praticadas por eles, foi em sua maioria atividades de lógica. Em uma

    visão como profissionais do ensino em matemática, 17 de um total de 26

    responderam ser favoráveis ao uso de calculadora no ensino matemático como

    mais uma ferramenta de apoio, 3 discordam e consideram o uso

    desnecessário.

    Como a disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática tem

    o seu regime de ensino semipresencial, foi indagado aos universitários se os

    mesmos já fizeram algum curso à distância, e foi constatado que a maioria

    nunca havia passado por tal, isso representa 73% do total de universitários da

    disciplina. Já entre os meios utilizados o destaque é para a internet com 5

    universitários, (gráfico 4).

    Gráfico 4-Meios pelos quai os acadêmicos da Disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática se

    utilizaram para fazerem cursos à distância.

    Fonte: Coleta Direta.

     A partir dessa gama de informações e os propósitos da monitoria,

    traçamos os seguintes objetivos para as atividades de monitoria junto à

    disciplina.

    4. 3 - Objetivo Geral

      Conhecer as possibilidades e limitações dos recursos tecnológicos no

    ensino de matemática analisando a utilização das tecnologias digitais, como

    os softwares matemáticos e até mesmo o Moodle, o ambiente a distância

    utilizado para a disciplina.

    1

    5

    1 0

    Correio Internet Correio/Internet Outros

    Meio utilizado para fazer o Curso à

    Distância

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    4. 4 - Objetivos Específicos

      Identificar e relacionar os diferentes tipos de tecnologias educacionais;

      Compreender como as novas tecnologias vêm evoluindo em prol da

    educação e da sociedade;

      Socializar os benefícios que as novas tecnologias representam no ensino-

    aprendizagem focado na matemática, bem como as implicações que são

    passíveis de ocorrer;

      Caracterizar que o uso das tecnologias digitais é importante para a

    formação acadêmica bem como da prática docente.

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    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Com a realização deste trabalho, pode-se perceber na prática que aliando

    o uso de equipamentos tecnológicos ensino da Matemática auxilia-se a

    aprendizagem e amplia-se a capacidade de raciocinar conceitos e regras na

    Matemática e nesse caso amplia-se a forma de pensar e raciocinar.

    Nos dias atuais, a tecnologia é uma realidade que traz inúmeros

    benefícios e, quando incorporada ao processo de ensino-aprendizagem,

    proporciona novas formas de ensinar e, principalmente, de aprender, em um

    momento no qual a cultura e os valores da sociedade estão mudando, exigindo

    novas formas de acesso ao conhecimento e cidadãos críticos, criativos,

    competentes e dinâmicos.

     As vantagens da inserção das tecnologias são notórias em todas as

    áreas, inclusive na educação, área em que os recursos tecnológicos devem ser

    bem empregados e bastante utilizados, pois a educação é a base para a

    formação dos cidadãos, preparando-os para a vida, para a sociedade nos dias

    de hoje. Entretanto, é necessário saber usufruir desses recursos, fazendo com

    que eles contribuam para a melhoria da qualidade do processo de ensino-

    aprendizagem e não seja utilizada simplesmente como uma nova forma de

    ensinar, mantendo as mesmas metodologias de ensino.

    É necessário aliar as tecnologias às novas metodologias, tornando esse

    processo eficaz, fazendo com que a bagagem de informações que os alunos já

    trazem para a escola seja transformada em conhecimento. É nesse momento

    que o professor deixa de lado seu antigo papel de detentor do conhecimento e

    passa a ser o mediador, facilitador, de modo que os alunos, os quais sãoatualmente os sujeitos ativos do processo de ensino-aprendizagem, explorem

    as informações, socializem o saber e construam seu conhecimento.

    Dentro dessa perspectiva, o uso das ferramentas tecnológicas, se utiliza a

    de maneira adequada e tornam a aprendizagem um processo dinâmico em que

    a experimentação, o levantamento de hipóteses, a busca por conjecturas e

    pela validação do percebido podem levar o aluno a construir um modo de

    pensar matemático mais significativo em sua vida e que esse possa ser um doscaminhos possíveis para desenvolver o raciocínio matemático.

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    DEMO, Pedro. Pedro Demo aborda os desafios da linguagem no século

    XXI. In: Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC: guiado cursista / Maria Umbelina Caiafa Salgado, Ana Lúcia Amaral.  –Brasília;Ministério da Educação, Secretária de Educação à Distância; 2008. Cap. 4, p.139.

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    GRAVINA, Maria Alice, Santarosa, Lucila Maria Costi. (1998) A Aprendizagemda Matemática em Ambientes Informatizados. Informática na Educação:

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    KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 5. ed.Campinas, SP: Papirus, 2009.

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    LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994.

    MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias emediação pedagógica. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.

    PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médica, 1999.

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    ANEXO A  –  Questionário de diagnóstico inicial da disciplina de

    Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática