reflexoes sobre curriculo e identidade

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REFLEXÕES SOBRE CURRÍCULO E IDENTIDADE: IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA Prof.ª Elisa Maria Gomide

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Reflexões sobre o currículo e identidade

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Page 1: Reflexoes sobre curriculo e identidade

REFLEXÕES SOBRE CURRÍCULO E

IDENTIDADE: IMPLICAÇÕES PARA

A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Prof.ª Elisa Maria Gomide

Page 2: Reflexoes sobre curriculo e identidade

• A discussão teórica da identidade justifica-se por iluminar a

interação entre a experiência subjetiva do mundo e os cenários

históricos e culturais em que a identidade é formada. (GILROY,

1997)

• O foco na identidade, o âmbito da educação, revela-se

indispensável. Qualquer teoria pedagógica precisa examinar de

que modo espera alterar a identidade do/a estudante. O fim do

ensino é que o/a aluno/a aprenda a atribuir significados e a agir,

socialmente, de modo autônomo

A necessidade de reflexões sobre a identidade nos dias de hoje

Page 3: Reflexoes sobre curriculo e identidade

• A globalização gera, simultaneamente, novas identificações “globais” e novas identificações “locais”. Trata-se, vale reiterar, de uma verdadeira crise de identidades.

• Faz-se, assim, conveniente compreender como toda essa dinâmica nos atinge, bem como afeta quem são nossos/as alunos/as. Dai ser útil analisar, nesse conturbado panorama, que identidades ajudamos a formar com nossas aulas e atividades.

• Em quem se estão convertendo os/as alunos/as?

• De que modo os significados partilhados nas interações das salas de aula reforçam, desafiam ou desorganizam as identidades que estão construindo?

• Deveria/poderia ser diferente? Como?

Page 4: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Procurando entender identidade e diferença

• A identidade demonstra caráter contraditório. Tanto em nossos comportamentos em casa quanto em nossa prática pedagógica, podem haver oposições e dificuldades, em certos momentos nos percebemos mais tolerantes, em outros mais intransigentes e ásperos.

• Vista assim nossa identidade não é uma essência, não é um dado, não é fixa, não é estável, nem centrada, nem unificada, nem homogênea, nem definitiva. É uma construção, um efeito, um processo de produção, uma relação, um ato performativo (descreve uma ação do emissor).

• Os enunciados performativos interferem na identidade , pois o que dizemos contribui para reforçar uma identidade que, em muitos casos, pensaríamos estar apenas descrevendo. A força de um ato linguístico no processo de produção de identidade vem de sua repetição. (Ex.: os assaltantes costumam ser negros)

Page 5: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Reconhecendo as diferenças no interior dos grupos

• As diferenças são construídas socialmente e, subjacentes a elas, se encontram relações de poder.

• Proposição de Sousa Santos (1997): as pessoas têm direito à igualdade sempre que a diferença as tornar inferiores, mas têm direito à diferença sempre que a igualdade ameaçar suas identidades.

• As diversas culturas presentes nas escolas, demandam considerar como se faz viável despertar o interesse de alunos/as tão diferentes, atender às especificidades de distintos grupos, problematizar relações de poder que justificam situações de opressão, assim como facilitar a aprendizagem de todos/as os/as estudantes.

Page 6: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Lidando com as identidades e as diferenças na sala de aula

a) Procurar aumentar a consciência das situações de opressão que se expressam em diferentes espaços sociais

• É importante que os/as estudantes percebam com clareza a existência de preconceitos e discriminações e verifique como eles podem estar afetando suas experiências pessoais, assim como a formação de sua identidade. Que compreendam as relações de poder entre grupos dominantes e subalternizados (homens/mulheres; brancos/negros), que têm contribuído para preservar situações de privilégio e de opressão.

b) Propiciar ao/à estudante a aquisição de informações referentes a distintos tipos de discriminações e preconceitos

• Socializar pesquisas, leituras, discussões, seminários etc. com informações obtidas de fontes como:autobiografias, documentos históricos, dados estatísticos e demográficos, dentre outros.

Page 7: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Lidando com as identidades e as diferenças na sala de aula

c) Estimular o desenvolvimento de uma imagem positiva dos grupos subalternizados

• Propiciar aos/à estudantes contato com a literatura de cordel, valorizando a arte popular nordestina; pesquisas sobre movimentos femininos, incentivando o respeito à mulher e à criança.

d) Favorecer a compreensão do significado e da construção de conceitos que têm sido empregados para dividir e discriminar indivíduos e grupos, em diferentes momentos históricos e em diferentes sociedades

• Conceitos como: cultura, raça, etnia, gênero, sexualidade, deficiência, classe social, poder preconceito, opressão, estereótipos, política de identidade.

Page 8: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Lidando com as identidades e as diferenças na sala de aula

e) Facilitar ao/à estudante a compreensão e a crítica dos aspectos das identidades sociais estimulados pelos diferentes meios de comunicação

• Textos que analisam os currículos da mídia, do shopping center, do McDonals’s, da Barbie, da propaganda, dos super-heróis etc.

f) Propiciar ao aluno a possibilidade de novos posicionamentos e novas atitudes que venham a caracterizar propostas de ação e intervenção

• Propor a elaboração de planos e sugestões que possam minorar situações de desconforto e de carência que incrementem identidades submissas ou marginalizadas (ver questões p. 52-53).

g) Articular as diferenças

• A sala de aula nem sempre é, para todos os alunos, um lugar seguro. Não é suficiente criar condições para que a sala de aula se transforme em um espaço em que todos se sintam à vontade para falar. As coisas não se passam de modo tão simples. As relações de poder existentes na sociedade e na sala de aula impedem que muitos falem livremente.

Page 9: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Perguntas que podem contribuir para minimizar os conflitos em sala de aula

• Quem se sente incapaz de falar sem receber retribuições?

• Como estimular, nesse caso, a fala?

• Quem quer falar, mas está desestimulado ou amedrontado?

• Quem ameaça quem?

• Como garantir, nesse caso, respeito e aceitação por parte dos demais colegas e grupos?

• Que regras de comunicação podem facilitar, dificultar ou evitar a participação de certos estudantes ou grupos de estudantes no diálogo?

• Como desenvolvê-las ou alterá-las?

• Qual tem sido minha participação, como docente, nesse processo?

• Tenho estimulado e favorecido a livre expressão de todos ou tenho agido de modo a inibir alguns estudantes ou grupos?

Page 10: Reflexoes sobre curriculo e identidade

O Currículo na

construção do

conhecimento a partir

de uma perspectiva

crítica

MOREIRA e SILVA (1985); MOREIRA (1995)

Page 11: Reflexoes sobre curriculo e identidade

• Ainda se percebe certa resistência, pelos educadores, em se apropriarem dos recursos tecnológicos...

Ensino, aprendizagem

e as tecnologias

audivisuais e

telemáticas

Page 12: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Os recursos tecnológicos como ferramentas de aprendizagem

X Currículo nas Escolas

Page 13: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Proposta curricular com enfoque numa aprendizagem inovadora

Page 14: Reflexoes sobre curriculo e identidade

REFLEXÕES DOS EDUCADORES

CONQUISTAS

•os investimentos em programas de correção de fluxo (Acelera etc.);

•os programas sociais (Salário-escola, PETI, Merenda Escolar e Livro Didático);

•a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos;

•a sistemática de acompanhamento das escolas por meio das duplas pedagógicas das subsecretarias;

•a universidade parcelada, que possibilita a habilitação dos professores;

•a implantação do horário de trabalho coletivo nas escolas;

•a descentralização de recursos financeiros e didáticos e a criação dos conselhos escolares.

DESAFIOS

•o combate à cultura de naturalização da evasão e repetência instalada nas escolas;

•a garantia dos 200 dias letivos e das 800 horas anuais que devem ser oferecidas aos alunos;

•a ampliação do tempo p/ aprendizagem;

•a revisão curricular;

•a garantia de condições para o acompanhamento das duplas pedagógicas;

•a elaboração coletiva do Projeto Político Pedagógico e a falta de substituição de professores durante os cursos de formação continuada.

•a elaboração do plano de carreira e a valorização salarial.

Page 15: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Pensar a questão da

qualidade com vistas a

proporcionar condições

de permanência na

escola aos estudantes

da rede

Page 16: Reflexoes sobre curriculo e identidade

Proposta Curricular e tecnologias audiovisuais e telemáticas: dinamismo no processo ensino-aprendizagem

Page 17: Reflexoes sobre curriculo e identidade

REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO

• Reorientação Curricular do Estado de Goiás: as técnicas utilizadas são repetitivas; não

se percebe grandes inovações, os recursos financeiros continuam “tímidos”, a

concepção do professor sobre a aprendizagem continua presa a conteúdos estanques,

sem significado maior para o aluno, que continua a participar de seu processo de

aprendizagem como ouvinte e não como um ser pesquisador e criativo. A teoria indica

uma ação inovadora, mas a prática continua desvinculada da teoria. Deixa a desejar

quando elimina possibilidades de interação com as tecnologias disponíveis na

sociedade atual.

• A utilização de recursos midiáticos, no contexto da reforma curricular, trará

contribuições para a melhoria do processo de aprendizagem, para a motivação do

alunos e para ampliar as formas de se trabalhar em sala de aula proporcionando novas

formas de questionar, pesquisar, buscar o conhecimento.

• Ao sugerirmos a aprendizagem colaborativa e o ensino por projetos de aprendizagem

acreditamos que essas propostas contribuirão para a mudança de postura do

professor, do aluno, da comunidade, da sociedade.