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Ano VI – N.º 27 Julho /Agosto / Setembro 2005 – Publicação trimestral – Preço 4,48 (IVAincluído) Revista da Conservação do Património Arquitectónico e da Reabilitação do Edificado Reflexões A iluminação urbana e ambiental Casos de Estudo O Papa-Formigas Instalação de elevadores Edifícios com estuques ornamentais Instalação de infra-estruturas Reflexões A iluminação urbana e ambiental Casos de Estudo O Papa-Formigas Instalação de elevadores Edifícios com estuques ornamentais Instalação de infra-estruturas A sua empresa sobreviveria a um sinistro? Redes, instalações e sistemas em edifícios e centros históricos Redes, instalações e sistemas em edifícios e centros históricos

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Ano

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Revista da Conservação do Património Arquitectónico e da Reabilitação do Edificado

ReflexõesA iluminação

urbana e ambiental

Casos de EstudoO Papa-Formigas

Instalação de elevadores

Edifícios com estuques ornamentais

Instalação de infra-estruturas

ReflexõesA iluminação

urbana e ambiental

Casos de EstudoO Papa-Formigas

Instalação de elevadores

Edifícios com estuques ornamentais

Instalação de infra-estruturas

A sua empresa sobreviveria a um sinistro?

Redes, instalaçõese sistemas em edifíciose centros históricos

Redes, instalaçõese sistemas em edifíciose centros históricos

Capa n.º 27.qxp 8/31/05 1:02 PM Page 1

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

Tema de Capa:

Reconhecida pelo Ministério da Cultura como “publicação de manifesto interesse cultural”,ao abrigo da Lei do Mecenato.

N.º 27 - Julho/Agosto/Setembro 2005Propriedade e edição:GECoRPA – Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do PatrimónioArquitectónicoRua Pedro Nunes, n.º 27, 1.º Esq.1050 - 170 LisboaTel.: 213 542 336, Fax: 213 157 996http://www.gecorpa.ptE-mail: [email protected]: 503 980 820Director: Vítor Cóias e SilvaCoordenação: Cátia MarquesConselho redactorial: João Appleton, João Mascarenhas Mateus, José Aguiar,Miguel Brito Correia, Teresa de Campos Coelho Secretariado: Elsa FonsecaColaboram neste número:A. Jaime Martins, António Lemos, António Pereira Coutinho, Carlos Ferreira, Carlos Medeiros, Carlos Mesquita, Hélder Coelho Cotrim, João Appleton, João Varandas, Jorge de Brito, José Maria LobodeCarvalho, Larry Z. Sherman, M. J. Pinto-Coelho,Maria do Rosário Veiga, Miguel Brito Correia,Miguel Silva, Nuno Teotónio Pereira, Pedro Lança, Victor Mestre, V. Cóias e SilvaDesign gráfico e produção:Loja da ImagemRua Poeta Bocage, n.º 13 – B 1600-581 LisboaTel.: 210 109 100, Fax: 210 109 199E-mail: [email protected]:Loja da ImagemRua Poeta Bocage, n.º 13 – B 1600-581 LisboaTel.: 210 109 100, Fax: 210 109 199E-mail: [email protected] Impressão: Onda Grafe – Artes Gráficas, Ld.ªRua da Serra, n.º 1 – A-das-Lebres 2670-791 S.to Antão do TojalDistribuição: VASP S.A.

Depósito legal: 128444/98Registo na DGCS: 122548ISSN: 1645-4863Tiragem: 3000 exemplaresPeriodicidade: Trimestral

Os textos assinados são da exclusiva responsabili-dade dos seus autores, pelo que as opiniões expres-sas podem não coincidir com as do GECoRPA.

1

Ficha Técnica 2EDITORIAL

46LIVRARIA

44CONSULTÓRIO GECoRPA

49ASSOCIADOS GECoRPA

4PREVENÇÃO & PLANEAMENTO

Capa

Mosteiro da Batalha.Exemplo de iluminaçãodo património arquitectónico,como instrumento da suavalorização.Foto: Telmo Miller

Redes, instalações e sistemas em edifícios e centros históricos

A sua empresa sobreviveria a um sinistro?

(Larry Z. Sherman)

30PROJECTOS & ESTALEIROS

Contributo da Oz na reabilitação do Coliseu Micaelense

(Carlos Mesquita, Pedro Lança)

“Instalar ou desinstalar, eis a questão…”(José Maria Lobo de Carvalho)

48e-pedra e cal

6REFLEXÕES

As instalações e os sistemas contemporâneos são uma oportunidade

e não uma contrariedade(Victor Mestre)

16CASO DE ESTUDO

Instalações e Sistemas nos Edifícios e Centros Históricos

O Papa-Formigas(António Pereira Coutinho)

52PERSPECTIVAS

Gabinetes Técnicos Locais Além da reabilitação,

o desenvolvimento sustentável(Nuno Teotónio Pereira)

9Instalações Técnicas e Estruturas em

Intervenções de Reabilitação -Conflitualidade Resolúvel

(João Appleton)

12A iluminação urbana e ambiental como

instrumento de valorização das CidadesHistóricas e Áreas Urbanas

(M. J. Pinto-Coelho)

35Com diamante …

(Blau, Ld.ª)

19Rede de Drenagem de Águas Residuais

Domésticas do Porto – Central de Sobreiras(Carlos Medeiros)

24Casa do Lanternim Mértola

Climatização – Painéis Refrigerados / Aquecidos

(António Lemos)

27Instalação de infra-estruturas contem-porâneas em edifícios decorados com

estuques ornamentais(Hélder Coelho Cotrim, Maria do Rosário Veiga

e Jorge de Brito)

39AGENDA

40NOTÍCIAS

42VIDA ASSOCIATIVA

43PERFIL DE EMPRESA

38NOTÍCIA

Teatro Capitólio, no Parque MayerUm dos cem monumentos

mais ameaçados do mundo

Reabilitar bem pressupõe qualificaçãode projectistas e empreiteiros

(V. Cóias e Silva)

36AS LEIS DO PATRIMÓNIO

Poder / dever de reclamação do empreiteiro de obras públicas

(A. Jaime Martins)

32Conservação e Restauro do Arco

Pequeno de Almedina – Porta de Barcabã(João Varandas)

33MATERIAIS & SERVIÇOS

Onduline Technical SupportEm Portugal desde 1989(Carlos Ferreira, Miguel Silva)

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 20052

EDITORIAL

Para poderem desempenhar convenientemente as suas funções essenciais e proporcionarem adequadas condiçõesde habitabilidade, conforto e segurança, os edifícios devem dispor de um conjunto de instalações e sistemas: abas-tecimento de água, drenagem de esgotos, abastecimento de gás, abastecimento de energia eléctrica, iluminação, telecomunicações (telefone/TV por cabo/TV satélite), aquecimento, ventilação e ar-condicionado, detecção e com-bate a incêndios, anti-intrusão, elevadores.

A execução dessas instalações e sistemas é, desde logo, uma das principais origens de alterações importantes. Defacto, a execução e posterior actualização, ao longo do tempo, de instalações de abastecimento de água, de gás, deelectricidade bem como a execução de redes de esgotos, provocaram, nos edifícios antigos, em geral, e nos pomba-linos, em particular, danos e adulterações importantes. O mesmo se passa com os sistemas de ventilação e climati-zação e com os elevadores, sobretudo se tais tipos de trabalho forem concebidos e executados de forma incompe-tente ou descuidada e recorrendo, nas alterações estruturais, ao betão armado. O impacte negativo das instalações esistemas continua, depois, quando o seu funcionamento se revela deficiente. As fugas nas canalizações de abasteci-mento de água e de drenagem das águas usadas revelam-se particularmente nocivas.

Os edifícios antigos, a reabilitar, precisam, sem dúvida, de ser dotados de um melhor isolamento sonoro e térmico,de melhores acessos, de casas de banho e de cozinhas que permitam uma utilização segundo os padrões actuais deconforto e habitabilidade. Porém, tal não implica a sua adulteração. Grande parte dos fabricantes internacionais deequipamentos para edifícios de habitação tem hoje linhas de produtos pensados especificamente para intervençõesde reabilitação pouco intrusivas. Por exemplo, os fabricantes mais importantes de elevadores têm soluções que dis-pensam a casa de máquinas, com o mecanismo concebido para caber em espaços confinados, e com elevação feita apartir da base. Para as “zonas húmidas” do edifício, casas de banho e cozinhas, há modelos em “kit”, completos, quese podem instalar, de uma forma quase reversível, sem demolição de paredes ou outros danos. O mesmo se passaem relação às instalações sanitárias, canalizações de abastecimento de água, canalizações de esgotos, instalaçõeseléctricas e ventilação. Mas os equipamentos e instalações especialmente concebidas para a reabilitação de edifíciosantigos, não resolvem, só por si, o problema: é necessário que os donos de obra sejam suficientemente exigentes (porsi ou por imposição regulamentar) e que os construtores e, sobretudo, os projectistas, possuam as qualificações ade-quadas. Daí que o Gecorpa se venha batendo para que o sistema dos “alvarás” tenha categorias específicas para a re-abilitação e que um sistema de classificação idêntico seja criado para os projectistas.

V. Cóias e Silva

Instalações e sistemas dosedifícios antigos: confortonão implica adulteração

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

GECoRPA

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Quadro de Honra

Do número apreciável de empresas que têm manifestado interesse na conservação do patrimónioarquitectónico português e nas actividades do GECoRPA, foi seleccionado um grupo restrito depatrocinadores da revista Pedra & Cal.Para distinguir essas empresas, particularmente empenhadas no sucesso da revista, foi criado opresente Quadro de Honra.

A Direcção do GECoRPA

Conservação e Restauro doPatrimónio Arquitectónico, Ld.a

Diagnóstico, Levantamento e Controlo deQualidade de Estruturas e Fundações, Ld.a

ONDUPORTUGAL - Materiais deConstrução, S.A.

03-03 Quadro de Honra.qxp 8/31/05 1:13 PM Page 3

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PREVENÇÃO & PLANEAMENTO

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 20054

Quanto tempo demoraria a sua empre-sa a recuperar a posição que tem hoje?Depois de um sinistro, o mais prová-vel é ter de começar tudo de novo, es-pecialmente se não existir o referidoplano de recuperação.É fácil acreditar que os sinistros sóacontecem aos outros. O facto é quefogos, inundações, tempestades,raios, falhas de corrente eléctrica, fa-lhas nos computadores e, até mesmo,ataques terroristas acontecem. Quase todos os responsáveis subesti-mam o tempo que levaria uma em-presa a recuperar de um sinistro. Ima-gine que tinha de continuar a traba-lhar depois de todos os registos doseu negócio terem desaparecido, semacesso a computadores, sem insta-lações para laborar, ou sem materiaise equipamentos.

DESENVOLVENDO UM PLANO DE RECUPERAÇÃO PÓS-SINISTROUm plano de recuperação pós-sinis-tro é um plano escrito que identificaclaramente os sinistros que podemocorrer, explica os passos que de-verão ser seguidos, em caso deocorrência de cada um desses sinis-tros, e determina quem fará o quê,quais os recursos que serão necessá-rios e como obter esses recursos nomenor espaço de tempo possível.Se o ideal é um plano claro, a maiorparte das empresas nunca chega a de-senvolver nenhum, porque a ideialhes parece demasiado complicadaou pensam que é necessário um con-sultor muito caro para o fazer. Comoqualquer plano é melhor que nada, osresponsáveis deveriam, pelo menos,reunir a informação básica que neces-sitam e guardá-la em local seguro.Apresentamos, em seguida, os passosessenciais para o desenvolvimento deum plano de recuperação pós-sinistro.

AVALIAÇÃO DO RISCOO responsável pela elaboração de umplano de recuperação pós-sinistro deve-rá determinar que sinistros poderãoacontecer. Para a maior parte dos negó-cios, os sinistros mais prováveis são: fo-go, falha do sistema informático, falhade corrente eléctrica, raios e inundações,quer provenientes do exterior, quer de-vidas a problemas nas canalizações. Éde considerar também a ocorrência deum sismo, caso a empresa se situe numazona sujeita a este tipo de sinistro. De-vem ser acrescentados à lista os sinistrosque afectam directamente o negócio, co-mo empresas vizinhas que causem da-nos na sua propriedade, problemas a ní-vel regional (descargas de material peri-goso, explosões,...), ou problemas queresultem em bloqueios à empresa.

AVALIAÇÃO DO ACTIVO E RECURSOS DISPONÍVEISEm seguida dever-se-á avaliar cadaoperação da sua empresa, activos e

Estudos feitos nos EUAmostramque, em caso de ocorrência de umsinistro, cerca de 50 por cento dasempresas fecharia imediatamen-te e cerca de 29 por cento, no pra-zo de dois anos. Ter seguros nãobasta para salvar uma empresade um sinistro. A empresa deveter um plano de recuperação pós--sinistro em condições de funcio-nar, antes de ser atingida por umaocorrência deste género, casocontrário, nunca conseguirárecuperar com a rapidez necessá-ria para evitar perder clientes e asua posição no mercado.

A sua empresa sobreviveria a um sinistro?

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recursos, como, por exemplo, recur-sos humanos, equipamento, edifí-cios, sistema informático, registos,comerciantes e fornecedores, entreoutros, a fim de determinar quais asáreas críticas. Deve ser feita a pergun-ta “E se...?”, para determinar quais asconsequências de se perder cada acti-vidade crítica, recurso ou activo. Paraalgumas áreas de negócio, uma falhano sistema telefónico ou no sistemainformático, nem que seja por um dia,pode afectar significativamente os lu-cros; para outras áreas, uma falhanum equipamento ou operação trarágraves problemas e poderá exigir me-ses de recuperação.O responsável deverá decidir comocada possível sinistro pode afectar es-tas actividades críticas, ou activos daempresa.Deve ser investido tempo no desen-volvimento de um plano de recupe-ração das áreas críticas, em vez de setentar analisar todas as situações deperdas potenciais.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE DANOSPara muitos dos perigos e sinistros,existe uma série de medidas de pre-venção que podem ser implementa-das e que irão eliminar ou reduzir asprobabilidades de se perder uma áreacrítica da actividade da sua empresa.Temos o exemplo dos sistemas de ex-tinção de fogos, backups informáticos,sistemas de alarme, inspecções de pre-venção de fogos, cuidados com o ma-nuseamento de materiais perigosos ouinflamáveis... Sempre que possível, épreferível antecipar situações de peri-go, através de medidas preventivas,do que limitar-se a elaborar um planode recuperação pós-sinistro.

DESENVOLVER ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃOPara cada perda potencial de activi-dade, recurso ou activo críticos, deveser desenvolvido um plano de recu-peração com o seguinte conteúdo:

• Identificação da potencial perda;• Identificação dos recursos necessá-

rios para a recuperação (listas defornecedores, empreiteiros de ser-viços de reparação, pessoal necessá-rio, equipamento alternativo ou es-critórios disponíveis);

• Quem fará o quê;• Quando será feito;• Como será feito.

REGISTE POR ESCRITO O SEU PLANODE RECUPERAÇÃO PÓS-SINISTROEste deverá conter o seguinte:• Potenciais sinistros abrangidos pe-

lo plano;• Distribuição de responsabilidades;• Lista de todos os directores, admi-

nistrativos e trabalhadores conten-do números de telefone de casa,moradas e indicação de quem de-verá ser notificado em caso deemergência;

• Lista de todos os comerciantes, for-necedores e subempreiteiros comtodos os contactos detalhados;

• Inventário de todo o equipamentoessencial à actividade e respectivadescrição, possíveis alternativas desubstituição, informação sobre pra-zos estimados para instalação deequipamento de substituição, etc.;

• Especificações e alternativas parasubstituição dos equipamentos te-lefónico e informático;

• Lista de possíveis locais alternati-vos onde a empresa poderá ser co-locada e funcionar temporaria-mente;

• Lista de concorrentes ou outras em-presas a quem o trabalho pode sersubcontratado até completa recu-peração;

• Lista de empresas que prestam ser-viços de reparação ou de recupe-ração pós-sinistro;

• Informações sobre seguros, incluin-do nomes e números de telefone dasseguradoras, números das apólices,lista das coberturas e números detelefone da polícia;

• Uma estratégia de recuperação es-pecífica para cada perda de activi-dade, recurso ou activo críticos,bem como um plano de acção direc-cionado para cada perda potencial,que recursos serão necessários paraa recuperação, quem fará o quê e co-mo deverá ser feito.

Uma vez desenvolvido o plano de re-cuperação pós-sinistro, este deve serrevisto com a ajuda da gerência, oupor quem tiver responsabilidades noplano, e deverão ser distribuídas có-pias a todos os envolvidos. As cópiasguardadas no escritório não servirãode muito, caso haja fogo ou o acessoao edifício seja bloqueado. Cada umdeverá guardar a sua cópia em casaou no carro, de forma a que possa es-tar sempre acessível.

FAÇA UM EXERCÍCIO DE SIMULAÇÃOA única maneira de saber se o planocontém a informação necessária ou seestá correcto é testá-lo. Faça um exer-cício de simulação para vários cená-rios. Promova uma sessão de brain-storming, durante a qual assume queocorreu um desastre específico(exemplo: um fogo destruiu todo oedifício) e percorra o plano passo apasso. Reveja o plano, caso seja en-contrada alguma deficiência.Alguém disse: “Ninguém planeia parafalhar, aqueles que falham não planea-ram.”Não permita que esta frase se apliqueà sua empresa, tire algum tempo parapensar e planear segundo o esquema-tizado neste artigo. Escreva, pelo me-nos, a informação básica. Lembre-sede que qualquer plano é melhor doque nada e que, depois de ocorrido osinistro, será tarde de mais.

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PREVENÇÃO & PLANEAMENTO

5

LARRY Z. SHERMAN, CSP, CPCU, ALCMPresidente da Sherman Safety Management,em New Port Richey, na Flórida

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REFLEXÕES

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

Tema de Capa

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Esta visão pessimista, quase cruel, da nossa contemporaneidade faz-nos esquecer o quanto se progrediu no conhecimento e na valorização dasquestões do património como factorde desenvolvimento cultural. Con-tudo, não deixará de nos levantarquestões pertinentes, ligadas sobretu-do ao comportamento ético das comu-nidades, face à compatibilidade entrea herança cultural e o desenvolvimen-to tecnológico.A Conservação, o Restauro, a reabili-tação ou mesmo a substituição de edi-fícios antigos em zonas de valor patri-monial, ou em troços de cidade con-temporânea consolidada, estão paraalém do próprio objecto arquitectóni-co. Mesmo a validação de determina-das intervenções, em termos de éticade intervenção, não deverá excluir as questões técnicas da contempo-raneidade, ainda que muitas delas"exerçam pressão" sobre o património.O tempo histórico, o tempo estético eos novos tempos de usos nem sempre

se compatibilizaram ou coincidiramentre si, por isso, alguns monumentos,edifícios classificados ou os edifícioscom estima pública e privada, en-quanto intervenções, estiveram e

estão sujeitos à inovação, à descober-ta, à(s) moda(s). Aliás, a sua per-manência em muitos casos só se justi-fica, ou melhor, só será aceite, pelo ci-dadão comum, se permitirem umaadequada assimilação dos novos sis-temas, sem os quais se tornam pro-gressivamente "objectos obsoletos",museológicos e, consequentemente,menos atraentes ao usufruto dos seusnaturais utentes. Os aglomerados ur-banos e, em particular destaque, as ci-dades são os primeiros a dar sinais deenvelhecimento, de inadaptação a no-vos hábitos, usos e necessidades atra-vés dos espaços públicos que apresen-tam desajustamentos, disfunções, em-pobrecimento das actividades colecti-vas, vandalismo e abandono. Ao lon-go da história têm ocorrido distintosacontecimentos que levaram à trans-formação das urbes; os sinais da(s)mudança(s) são, na maioria dos casos,invulgarmente violentos e inespera-dos. Muitos deles surgiram por impo-sição não planeada, não discutida, não

As instalações e os sistemascontemporâneos

são uma oportunidade e não uma contrariedade“Sociedades industriais, modernas – promovem o desenraizamento, a destruição, bem como aobsolescência dos objectos banais que continuamente produzem. Asua outra face é a da conservaçãomaterial de alguns objectos, ligada a uma certa consciência da temporalidade e à ideologia indivi-dualista. Aqueles objectos que são alvo da conservação seriam os autênticos, preciosos, artesanais,antigos. Estas sociedades procuram conciliar dois elementos (pelo menos à primeira vista) contra-ditórios: a criação, a mudança, com a continuidade e a conservação. Há uma vontade de totalidade:produzir e proteger são duas faces da mesma moeda destas sociedades e dos aparelhos heterológi-cos (conhecimento e absorção do outro) que as caracterizam. Visibilização (presentificação) do pas-sado e antecipação (planeamento) do futuro. Estas sociedades estão ligadas ao desenvolvimento dasclasses médias (que precisam de criar elementos de cultura comuns, e entre eles o do património) eao consumo.”

Marc Guillaume, in A Política do Património, Porto: Campo de Letras, 2003, pp. 25-26

Pousada de Santa Maria do Bouro–Reabilitação inte-gral enquanto conjunto patrimonial reactivando osistema hidráulico ancestral. Arq.to Souto Moura

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partilhada, quase sempre impostospor vontade de elites económicas enem sempre cultas. Chegam com o pe-so da novidade e oportunidade de ne-gócio como prova bastante do seu es-tatuto, enquanto portadores de pro-gresso. E, perante esta força, a cidade,o espaço público, queda-se, abrindoum novo ciclo que nem sempre saracom brevidade num qualquer períodoacurto, médio, ou longo prazo. Por ou-tro lado, verifica-se também que,quando a reacção à inovação, ao bene-fício real de um qualquer sistema, é detotal resistência por parte da comuni-dade ou grupo de cidadãos, as cidadeshistóricas ou tradicionais tendem aperder a oportunidade de se auto-ava-liarem e, neste sentido, de se reajusta-rem às novas realidades com vista a al-cançarem um determinado benefícioe, consequentemente, bem-estar co-lectivo. Como exemplo, sobretudo porconstituírem a continuidade da pri-meira geração de sistemas urbanos, te-mos os marcos do século XIX/XX, co-mo os transportes motorizados, a elec-tricidade, o telefone, e a segunda ge-ração, o metropolitano, a TV por cabo,o gás natural e o telemóvel, entre ou-tros, sendo, actualmente, parte inte-grante das nossas vidas diárias. A sua(parcial) assimilação nas vilas e cida-

des, esmagadoramente históricas, sig-nifica que estas tendencialmente con-vergiram para a sua actualização comvista à sua permanência física e, prin-cipalmente, dos seus habitantes eutentes. Verifica-se, contudo, que nemsempre da forma mais adequada, no-meadamente em termos patrimoniaise com especial destaque para as inter-venções no subsolo, sendo estas com-plexas, mas também fascinantes.A pesquisa séria e o debate públicoconstituem sinais incontornáveis dograu de civismo praticado pelos repre-sentantes da comunidade e por elaprópria. O resultado contribuirá paraa fortificação de uma opinião públicasobre a identidade e o valor do seu pa-trimónio histórico, arqueológico e ar-quitectónico, bem como o benefício doseu conhecimento, a par de potenciaisdescobertas, tenderá a compatibilizar--se com a introdução de sistemas in-dispensáveis à sua vida diária.O progresso que se dá a conhecer, deforma esclarecida e participada, con-corre para a valorização de uma deter-minada realidade física e representaráuma oportunidade de concertação en-tre memória/identidade e avanço tec-nológico/bem-estar social.Tem sido prática corrente separar cul-tura e ciência quando, no nosso enten-

der, ambas se fundirão na justa medi-da que, em conjunto, representarão otempo histórico e estético em que vi-vemos, como aliás se passou desdesempre de modo continuado, e em si-tuações paradigma.Os edifícios emblemáticos, as grandesobras de engenharia, são a materiali-zação dessa realidade e, em ambos oscasos, podem observar-se exemplosde excelência em que a assimilação desistemas inovadores de grande desen-volvimento científico concorrem, deforma incontornável, para a expressãoestética, apreciada enquanto equilí-brio formal, harmonia de escala, comomodelo que se aproxima de um idealde beleza. São exemplos não só a Pon-te de S. João, no Porto, e a base projec-tual do Aeroporto do Funchal, doEng.º Edgar Cardoso; o depósito deágua do Campus Universitário deAveiro ou o Pavilhão de Portugal daExpo 98 de Lisboa, ambos do Arq.º Siza Vieira, mas também outros tantoscomo a intervenção no Convento de Santa Marinha de Guimarães, do Arq.º Fernando Távora, que superior-mente devolveu um Convento ao usocontemporâneo sem que este tenhaperdido identidade histórica. Aindado mesmo arquitecto, e em conjuntocom o G.T.L. de Guimarães, liderado

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

REFLEXÕESTema de Capa

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Angra do Heroísmo – Prospecção arqueológica juntoao cais. Trabalhos conduzidos pelo Dr. Maduro Dias

Pousada de Santa Marinha de Guimarães – projectoparadigmático de intervenção e infraestruturação empatrimónio histórico. Arq.to Fernando Távora

Estúdio Carlos Relvas, Golegã – Infraestruturaçãomínima através de túnel aqueduto subterrâneo.Arquitectura de Victor Mestre e Sofia Aleixo

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REFLEXÕES

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

Tema de Capa

8

pela Arq.ª Alexandra Giesta, destaca-mos o Centro Histórico de Guimarães,em que a subtil introdução no subsolode todo o tipo de sistemas contem-porâneos permitiu a requalificação dacidade sem perca de identidade, ga-rantindo aos cidadãos e utentes o aces-so às tecnologias indispensáveis à vi-da quotidiana, idênticas às que qual-quer urbanização de subúrbio oferece.Historiadores, arqueólogos, antropó-logos, sociólogos, arquitectos, enge-nheiros, profissões tradicionais, pro-fissões emergentes das novas tecnolo-gias terão todos a mesma responsabi-lidade no desempenho das suas tare-fas e o êxito do resultado do seu tra-balho dependerá, em grande parte, doseu grau de cultura, a par dos seus co-nhecimentos enquanto especialistas.Quanto mais especializados, mais selhes deverá exigir formação cultural.Só desta forma deixaremos de assistirà perfuração de azulejos e cantarias defachadas para fixar cabos de electrici-dade ou telefone; à abertura de valassobre solo arqueológico, arrasando,deliberadamente, estruturas e objec-tos preciosos para o esclarecimento dopassado; à remoção de partes funda-mentais dos edifícios, por preguiçamental de encontrar alternativas à im-plantação de todo o tipo de equipa-mentos indispensáveis, como conta-

dores, caixas derivadoras, bocas deincêndio; à alteração da paisagem ur-bana consolidada, do espaço públicocom arranjos exteriores estereotipa-dos desnecessários; ou à perturbaçãoda paisagem de transição entre o es-paço aberto periurbano e a cidade,com publicidade massacrante.Para vencer positivamente toda umalonga tradição inadequada de gestãode projecto e obra, será necessário cul-tivar e valorizar o saber e o trabalho,independentemente da profissão, ini-ciando-se esta atitude pela formaçãocultural de todos os intervenientes emobras de reabilitação em centros histó-ricos e em edifícios com valor ou esti-ma patrimonial, bem como na cidadecontemporânea. A classificação deedifícios será, nestas circunstâncias,perfeitamente secundária. Um pedrei-ro, um carpinteiro, um canalizador,um trolha não tem de transportar ne-nhum estigma inerente a uma qual-quer desqualificação social. Qualquerprofissão necessita, urgentemente, deser valorizada, exigindo um alto de-sempenho aos seus representantes. Oorgulho de fazer bem está associado àcapacidade de outros, que estão no cir-cuito, apreciarem e valorizarem essetrabalho. Um trolha pode apreciar umconcerto de Shostakovich, uma peçade Brecht, um filme de Fellini, um po-

ema de Borges, uma pintura de Ama-deu de Souza Cardoso, um livro de Saramago. Enquanto a sociedade nãoentender que a cultura transporta avontade de querer saber e compreen-der todos os fenómenos que desper-tam a curiosidade e o interesse ineren-tes à inovação e ao conhecimento cien-tífico, demoraremos muito mais doque qualquer outro povo que teve aoportunidade de compreender este fe-nómeno e, por isso, não desperdiçoutempo, não desistiu e não se entregouao fatalismo, à resignação. Soube rea-gir impondo padrões de exigência equalidade.A introdução em centros históricos eem cidades consolidadas de novas ins-talações e sistemas é uma oportunida-de e não uma contrariedade. Tudo de-pende da competência de todos os in-tervenientes, e entende-se por com-petência não apenas a técnica/cientí-fica mas, sobretudo, o alto desempe-nho cultural de cada um enquantoexecutante, e igualmente se exige e es-pera idêntica competência cultural ecientífica dos que projectam e coorde-nam obras desta natureza.

VICTOR MESTRE,Arquitecto

Castelo de S. Jorge, Caminho de Ronda – “Falso muro” infraestruturado por módulos. E.D.P., T.L.P., Tv Cabo, etc.. D.G.E.M.N. Arq.to Victor Mestre

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REFLEXÕES

A forma de encarar este tipo de alte-rações, nomeadamente na interacçãoentre estruturas e instalações espe-ciais, pressupõe uma participaçãomultidisciplinar em que as diferentesengenharias devem demonstrar amesma vontade de interpretar a éticadas intervenções no património arqui-tectónico construído, preocupação

que não pode deixar de dominar aacção de promotores, projectistas,construtores e utilizadores.Hoje, em qualquer edifício, é normal quese deseje criar um conjunto muito diver-sificado de redes, instalações e equipa-mentos, cuja existência se associa à qua-lidade do uso, ao nível da segurança, dahigiene e da saúde, do conforto, pelo me-

nos, cuja introdução num edifício exis-tente está longe de ser pacífica.Ao contrário do que sucedia até mes-mo ao terceiro quartel do século XX,em que os edifícios se construíam comredes incipientes de águas e esgotos,de electricidade, de telefones (poucas)e de gás (apenas em Lisboa), hoje as re-des de águas e esgotos ganharamgrande complexidade com a multipli-cação de zonas a servir com água, asredes eléctricas e de telecomunicaçõestornaram-se autênticas instalaçõestécnicas, aumentaram exponencial-mente as exigências de ventilação esurgiram e desenvolveram-se até à banalidade as instalações de ar condi-cionado, de segurança, etc.Por isso, hoje é necessário pensar como se consegue compatibilizar aexigência de uma instalação modernae diversificada com um edifício antigoque para tal não foi concebido nemconstruído.Dir-se-ia que o problema é simples:basta adaptar o edifício velho às novasexigências, forçar as velhas estruturasa aceitar e a conviver com as novas ins-

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Instalações Técnicas e Estruturas em Intervenções de Reabilitação

Conflitualidade Resolúvel

Tema de Capa

A reabilitação de edifícios antigos, comportando, em boa medida, a melhoria das condições de fun-cionalidade dos espaços construídos, adaptando as existências a novas formas de viver, implica alte-rações profundas que não podem deixar de afectar as estruturas, os próprios espaços, revestimen-tos, acabamentos e elementos da construção e ainda, de modo muito relevante, as diferentes redes einfra-estruturas que estão indissociavelmente ligadas aos actuais modos de usar os edifícios.

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REFLEXÕES

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talações; mal se vai se for este o racio-cínio, infelizmente muitas vezes se-guido com uma cegueira que chega aimpressionar.De facto, o ponto de partida deve serprecisamente o oposto, ou seja, quan-do se intervém num edifício existente,o programa para a sua reabilitação, oprojecto e a obra subsequentes têm dese adaptar às existências, autolimitar--se por via do respeito que deve mere-cer o património.Então, o caminho torna-se a um tempo

aliciante e desafiante: não servem ape-nas os conhecimentos do costume, nãobastam as práticas anteriores, cada si-tuação revela um caso diferente, no-vas descobertas e perplexidades, ne-cessidade de avanços e recuos, comcautelas e sem juízos preconcebidos.Os problemas que se colocam são mui-to diversos, alguns de fácil resolução,como é o caso das redes de telecomu-nicações e de transmissão de dadosque, com o recurso a novas tecnolo-giais e com as reduzidas dimensões

dos elementos constituintes, podemter impacte muito reduzido nas estru-turas antigas. Outros há muito maisdifíceis de equacionar e de resolver, co-mo sucede com a colocação de qua-dros, contadores e colunas-montante,por exemplo, ou com maior dificulda-de ainda, com as redes de esgotos e deventilação e ar condicionado.Para os responsáveis pelas estruturasnão é útil que julguem defender bem asua dama opondo-se às propostasapresentadas para as diversas insta-lações e redes; defendem-se as causascompreendendo as coisas, sabendo-seonde se pode ou não ceder, estudandosoluções que minimizem impactesquando são possíveis, estudando so-luções de adaptação e de reforço quan-do a intenção é inevitável mas contro-lável.Um edifício antigo é, por definição,uma construção realizada com pavi-mentos de madeira, paredes de alve-naria e, em menos casos, arcos e abó-badas deste material. É com estas es-truturas que as novas instalações téc-nicas terão que conviver.Uma abóbada pode, facilmente, alojarredes de águas, de electricidade, de co-municações e outras; talvez até aco-mode tubagens de redes de esgotos.Mas isto é possível em abóbadas deberço (comuns, por exemplo, emclaustros, corredores e compartimen-tos de conventos e palácios) e não emabóbadas de arestas ou de nervuras(ainda mais comuns). Este exemplovale, precisamente, por ser apenas umexemplo que obriga a pensar na essên-cia das operações de reabilitação e queexige o conhecimento efectivo dasconstruções existentes.Numa parede de alvenaria ordinária,é possível alojar tubagens diversas emroços que fragilizam essas paredes:pode contornar-se o problema, reme-tendo a maior parte dos traçados parasancas, rodapés técnicos e tectos fal-sos, onde tal for possível; é viável en-

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Tema de Capa

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REFLEXÕESTema de Capa

frentar a dificuldade quando outrassoluções menos agressivas não sãopossíveis e uma forma de fazê-lo con-siste em compensar a fragilização re-ferida com o reforço local da parede,ou com reforços mais generalizadosdos seus revestimentos.Mais difícil ainda é lidar com paredesde frontal, constituídas por reticula-dos de madeira preenchidos com al-venaria; nestes elementos, os roços, in-felizmente tantas vezes realizados porvia da facilidade aparente, danificamde modo quase irreversível a qualida-de da estrutura antiga, embora pos-sam ponderar-se soluções de reforço(por exemplo com rebocos armados)que, no entanto, podem desvirtuar asolução original.As soluções mais interessantes pas-sam, por um lado, por se desviarem asredes dessas paredes, concentrando--as em zonas “de sacrifício”; por outrolado, pode recorrer-se aos já referidosrodapés e rodatectos técnicos, tal co-mo é viável o recurso a tectos falsos e aparedes duplas, criando-se espaços dear dentro dos quais podem “correr” di-versas condutas, tubagens e cabos.

No caso dos pavimentos de madeira,existem fortes e compreensíveis limi-tações à inserção de redes; nas so-luções comuns, os vigamentos são pa-ralelos entre si e são tarugados na di-recção transversal, o que dificulta otraçado de cabos ou condutas, obri-gando a que exista um levantamentoefectivo e rigoroso da estrutura exis-tente, de modo a que seja possível de-finir encaminhamentos de redes quenão tenham impacto nos vigamentos.Eventuais necessidades de atravessa-mento de vigas de madeira, por perfu-ração ou por rasgamento, têm de seranalisadas caso a caso e só devem serpermitidas quando de todo for impos-sível encontrar outras soluções.As maiores dificuldades, no que se re-fere à intervenção em pavimentos, re-sidem na execução das ligações dasprincipais tubagens das redes de es-gotos domésticos aos respectivos tu-bos de queda; do mesmo modo são im-portantes as restrições impostas pelaspassagens de grandes tubagens dasinstalações de ventilação e de ar con-dicionado.No caso das redes de esgoto, a melhor

solução consistirá em fazer passar astubagens de maior diâmetro (descar-gas de sanitas) no intervalo livre entrevigas de madeira; no entanto, na práti-ca tal nem sempre é fácil, pela variabi-lidade do espaço disponível e pela di-ficuldade de garantir o posicionamen-to mais adequado do aparelho sanitá-rio em relação às vigas de madeira.Uma solução que possa ajustar-se aum local desajustar-se-á a um outro, oque implica a necessidade de escolhade sistemas de redes de esgotos comacessórios que lhe dêem o máximo deadaptabilidade.O cuidado e a atenção que sejam dis-pensados a coisas tão simples como aorganização da cozinha e instalaçõessanitárias, em cada fogo de cada piso,e as garantias de continuidade verti-cal são o caminho para que seja facili-tada a resolução destes problemasque, quando mal encarados, dão ori-gem a soluções “coxas”, votadas ao in-sucesso.

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JOÃO APPLETON,Eng.º Civil, A2P, Ld.ª

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REFLEXÕES

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Para melhor compreendermos esta si-tuação, e no panorama das Cartas In-ternacionais, teríamos que recuar notempo e identificar os três momentosem que o conceito de valorização dopatrimónio histórico-artístico sofreuma notória evolução, sendo eles: aCarta de Atenas (1931), a Carta de Ve-neza (1964) e a Carta das Cidades Histó-ricas (1987). A Carta de Atenas lançouos primeiros princípios que vão estarna base da conservação e restauro dosmonumentos, embora toda a proble-mática que diz respeito à escala urba-na seja completamente ignorada. ACarta de Veneza, que surge na sequên-cia da explosão demográfica, do de-senvolvimento das cidades indus-triais e da consequente degradaçãodos centros históricos, quebrou radi-calmente a tradição de considerar omonumento como um objecto indivi-dual. Finalmente, a Carta Internacional

de Cidades Históricas e Áreas Urbanas,adoptada pela 8.ª Assembleia Geral daICOMOS, em Washington, em 1987,vem agora articular as cidades com osmonumentos históricos e os valores aproteger, dando, assim, continuidadeao mote lançado pela própria Carta deVeneza: uma cidade deverá evoluir notempo e no espaço, a fim de salva-guardar equilíbrios e harmonias ma-teriais e espirituais. Mas o que mais importa referir, nestemomento, é a importância que este no-vo documento atribui à ideia de a pro-tecção das cidades históricas e conjun-tos ser considerada uma actividadeque deverá associar não só as políticaseconómicas e sociais de desenvolvi-mento, como o planeamento (nacio-nal, regional, local) à própria pro-tecção dos monumentos históricos. Is-to sugere uma outra compreensão dacomplexidade do espaço urbano co-

mo veículo que, ao transportar e con-ter um conjunto animado de referên-cias e histórias, demonstra a capacida-de de o sistema assimilar e articular otempo no espaço.Cada vez mais, se reconhece que “acultura patrimonial” não está no edifí-cio singular, nem no conjunto edifica-do, mas na relação constante entre o ti-po de espaço público e a tipologia edi-ficada2. Edificar é fazer espaço e umespaço qualificado define um lugar derelações axiais3.Porém existe uma outra dimensão deespaço urbano que, por ignorância oupreconceito, tem vindo a ser deixadaao ritmo de intervenções isoladas quedesconhecem o sentido do espaço urbano, a sua história e os seus mitos.Assim que as primeiras luzes inun-dam a cidade, e como por magia, estatoma inesperadamente novas formas:a unidade perde-se, as relações espa-ciais confundem-se e a hierarquia vi-sual inverte-se. Estamos perante umanova realidade em que a iluminaçãodesempenha um papel determinantena recriação do espaço urbano comoconjunto de relações interespaciais sóperceptíveis quando traduzidas vi-sualmente. A crescente descaracteri-zação e fragmentação visual da ima-gem das cidades históricas obrigatambém, ao nível da iluminação, a es-tabelecer o sentido da unidade, quenão poderá ser alcançado com inter-venções dispersas que têm vindo a serdesencadeadas, um pouco por todo olado. Curiosamente, embora o gosto porprojectos de iluminação se tenha con-quistado com o crescente interesse pe-la conservação e valorização do patri-mónio edificado, a filosofia subjacente

A iluminação urbana e ambientalcomo instrumento de valorização

das Cidades Históricas e Áreas Urbanas

Tema de Capa

Somos hoje confrontados com o valor da imagem mediática pro-duzida como produto cénico a que a indústria patrimonial tendea obrigar e a subordinar os seus destinos, em declarada oposiçãoao sentido original do termo património, que apareceu ligado àideia de herança e de transmissão legal de pais para filhos1. Anecessidade de recuperar estes valores levou a sucessivas tentati-vas de delimitar o que pode ser transmíssivel às gerações seguin-tes, como símbolo de identidade cultural. Assim, surgem ao lon-go do tempo sucessivos postulados que visam a valorização esalvaguarda do património histórico, embora reflectindo um pen-samento teórico, sempre demasiadamente lento, para preencheras expectativas da realidade cultural construída pelo Homem.

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REFLEXÕES

à valorização da imagem do monu-mento no contexto urbano não temacompanhado a própria evolução doconceito de bem patrimonial.Tal como os projectos que, neste sécu-lo, deram origem à iluminação do Tea-tro Michell, St. George’s Mansions ouda Ponte de Glasgow; da Pirâmide do Louvre, da Torre Eiffel e do Arco do Triunfo, em Paris; da Basílica deS. Marcos, do Campanário e da Igreja deSt.ª Maria della Salute, em Veneza ou,ainda, do Coliseu e das célebres fontesde Roma, estas intervenções podemser apenas consideradas operações deelevado charme visual em que os mar-cos patrimoniais são alvo de inter-venções individualizadas, ainda quede carácter monumental, para a valo-rização pontual da imagem nocturnada cidade 4. Assim, cada uma das in-tervenções mencionadas estão apenasassociadas ao monumento e à sua gló-ria5, não salvaguardando, portanto, arelação estética e espacial dos objectosiluminados com o próprio contextourbano ou mesmo entre cada um dosmonumentos ou objectos de arte ex-postos no tecido urbano de uma mes-ma cidade. Diríamos que é através da

Iluminação Urbana e Ambiental 6 quese torna possível desenvolver uma fi-losofia de aproximação à iluminaçãodos conjuntos históricos com a defi-nição de toda uma estratégia de inter-venção que possa reflectir as hierar-quias urbanas, distinguindo as re-lações axiais que as definem e asfunções que as qualificam, tal como játivemos oportunidade de afirmar:After having gained a comprehensiveunderstanding of the role of each ofthose elements identified and seen byday we are able to understand the vi-sual hierarchy of the city and the rela-tionship between its major elements asa clue to translating our intentions in-to an appropriate lighting design pro-gramme for the lighting of our citiesby night 7.Mas, se a valorização das cidades his-tóricas só pode ser verdadeiramenteencarada quando consideramos o es-paço urbano como um master visualpiece,produto de uma intervenção glo-bal e integrada, também a iluminaçãodeverá ser construída de acordo comesse potencial urbano traduzido pelasrelações axiais do sistema que geramum constante e consequente exercício

de requintadas oportunidades de ex-periência urbana possíveis, quandotraduzidas e interpretadas no quadronocturno. É este o modelo que temosvindo a defender, através de umaacção conjunta e articulada não só comos planos de salvaguarda para as cida-des históricas, mas com outros instru-mentos de planeamento, reconheci-dos como veículos de ordenamentoespacial (e visual), que devem absor-ver as acções de conservação e preser-vação das cidades históricas e das áre-as urbanas.Em Portugal, os primeiros passos da-dos, para a definição de uma estraté-gia global de intervenção na área dodesign de Iluminação, foram desenca-deados no Centro Histórico de Évora(UNESCO 1983) com o Programa deIluminação Urbana e Ambiental 8.Mais tarde, também foi desenvolvidopara o Centro Histórico de Sintra(UNESCO 1995), o qual a própria Câ-mara nunca virá a respeitar.Os programas pretendem conciliar to-dos os parâmetros de intervenção napercepção e estrutura do sistema ur-bano com o objectivo de criar uma an-tecipação visual de unidade urbana.

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Tema de Capa

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REFLEXÕES

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Assim, na sequência da análise e iden-tificação urbana, efectuada a partir doobjecto edificado e na relação interes-pacial do mesmo com o sistema urba-no, foram definidos estados distintosde intervenção que se afirmam quan-to às suas particularidades urbanas eambientais (historicidade). Estes es-tados de intervenção não só reflectemo desenvolvimento urbano do siste-ma axial, como confirmam a im-portância de cada nível na percepçãodas relações axiais patentes no tecidourbano. Esta dimensão urbana é,pois, traduzida, clarificada e reforça-da pela própria iluminação, sendoainda possível visualmente reporequilíbrios perdidos devidos àcriação de subsistemas não articula-dos com o sentido do sistema axialprimário. Assim, com o Programa deIluminação Urbana e Ambiental, es-tabelece um conjunto de linhas deorientação que viabiliza a criação deum sistema visual urbano criando,assim, uma nova oportunidade devivência urbana e, portanto, de or-dem espacial que complementará oentendimento e a percepção da evo-lução urbana deste tecido histórico.O próprio processo de transformaçãourbana leva-nos a procurar um senti-do interdisciplinar nas políticas deconservação e reabilitação urbana on-de a iluminação, até agora nunca con-siderada como instrumento modela-dor do espaço urbano, tem um papeldecisivo na leitura das necessidadesde salvaguardar o espírito do lugar.Pode-se, assim, deixar de estar nasmãos de ‘promotores’ da iluminaçãopor catálogo, normalmente, da res-ponsabilidade de fabricantes e distri-buidores de produtos de iluminaçãoque têm como único objectivo o depromover o ‘negócio’ da luz.Urge, pois, repor o sentido e o signifi-cado das cidades históricas no seumais amplo quadro de referência his-tórica-urbana dentro de uma lógicafuncional que potencialize o imagi-

nário colectivo. Este tema foi, pelaprimeira vez, reconhecido pela Orga-nização das Cidades PatrimónioMundial, como parte integrante daspolíticas de conservação das cidadeshistóricas, ao ser apresentado, no 8th

World Symposium, um Poster Sesionof the Symposium, in Theme I. sobre"Urban Lighting Design Strategies asPart of Conservation Programmes",Cuzco, Peru, a ter lugar no próximomês de Setembro 2005.Neste momento, outros centros histó-ricos que se candidatam à classifi-cação de Património Mundial recor-rem a este instrumento de modelaçãode espaços e relações visuais comoparte da sua política de intervenção erevalorização da identidade do lugar.Encontramo-nos, assim, envolvidosno projecto de Plano Maestro da Ci-dade de San Luis Potosi, México.

NOTAS1 Choay, Françoise, L’Allegorie du patrimoine, p.9.2 Portas, Nuno, em Conferência da Sociedade para a Pre-servação do Património Construído.3 Pinto-Coelho, Maria João, A importância da ilumi-nação urbana na imagem da cidade: opções axiais e confi-guração urbana, tese de doutoramento.4 Podemos falar igualmente do caso da cidade de Lis-boa, onde as obras arquitectónicas monumentais são,ciclicamente, alvo de valorização da sua imagem, re-gistando-se, ao longo do tempo, novas “imagens”,consoante as soluções de iluminação encontradas,como forma de valorização da espaço histórico dacidade.5 Trouvant l’épaisseur de la nuit, le monument, telle ap-parition d’une divinité en gloire, semble rayonner l’éter-nité. La lumière artificielle fait à l’ombre une part royale,pour en delivrer des figures sans rides, des formes perçues,des topographies inconnues. Choix, F., op. cit., p. 166.6 Este conceito de iluminação por nós criado pretendeincluir todos os aspectos funcionais mais emocionaisque a luz artificial pode exprimir, exaltar ou sugerir. Éuma operação ao nível do espaço urbano que oferece,atribui e interpreta o status do sítio, integrando e en-volvendo todos os elementos geradores do espaço ur-bano a participar na imagem final.7 Pinto-Coelho, Maria João, “Stepping out of Dark-ness. A Coordinated Approach to Lighting our CitiesAfter Dark”, Msc Light & Lighting, p.19.8 Aprovado em reunião de Câmara, em 1993.

BIBLIOGRAFIAAA.VV., L’espace et le temps aujourd’hui, Paris: Éditionsdu Seuil, 1993.

CERDÀ, Ildefonso, La théorie générale de l’urbanisation,apresentada e adaptada por Antonio Lopez de Abe-rasturi, Paris: Éditions du Seuil, 1979.

CHOAY, Françoise, L’allégorie du patrimoine, Paris:Éditions du Seuil, 1992.

Conventions and Recommendations of UNESCO Concer-ning the Protection of the Cultural Heritage, Paris: UNES-CO, 1983.

Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, volumeXLII, Angra do Heroísmo, 1985.

LE CORBUSIER, La Chartre d’Athènes, com um dis-curso inicial de Jean Giraudoux, Paris: Minuit, 1957.

Monuments historiques. Patrimoine Mondial. Monu-ments et sites français, n.º 182, Julho-Agosto, 1992.

Património arquitectónico e arqueológico classificado, vo-lumes 2 e 3, Lisboa: I.P.P.A.R., 1993.

PINTO-COELHO, M.J., A importância da iluminação naimagem da cidade: opções axiais e configuração urbana, te-se de doutoramento apresentada à Faculdade de Ar-quitectura de Lisboa, Universidade Técnica de Lis-boa, 1996.

PINTO-COELHO, M.J., Programa de Iluminação Urba-na e Ambiental para o Centro Histórico de Évora, CâmaraMunicipal de Évora, 1993.

PINTO-COELHO, M.J., “Stepping out of Darkness. ACoordinated Approach to Lighting our Cities afterDark”, Msc Light & Lighting, Bartlett School of Architec-ture and Planning, University College London, 1990.

PORTAS, Nuno, Conferência da Sociedade para a Preser-vação do Património Construído, Padrão dos Descobri-mentos, Lisboa: 1996

Revista Científica 2. Ciudades Históricas, Xunta de Ga-liza, Comité Nacional Español de ICOMOS, 1993.

RIEGL, Aloïs, Le Culte moderne des monuments. Son es-sence et sa genèse, traduzido do alemão por DanielWieczorek, introdução de Françoise Choay, Paris:Éditions du Seuil, 1984.

SITTE, Camillo, L’Art de batir les villes. L’urbanisme se-lon ses fondements artistiques, traduzido do alemão porDaniel Wieczorek, prefácio de Françoise Choay, Paris:Livre & Communication, 1990 (1.ª ed. 1980).

WEBBER, Melvin M., L’Urbain sans lieu ni bornes, tradu-zido do inglês por Xavier Guilot, prefácio e anotaçõesde Françoise Choay, Paris: L’Aube, 1996 (1.ª ed. 1964).

Zonas especiais de protecção, compilação de José Ma-nuel Silva Passos, Lisboa: A.A.P., 1989.

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M. J. PINTO-COELHO,Arquitecta, Dip. Arch, M.Sc, Ph.DMembro Professional da IALD (International Association of Lighting Designers), Lightmotif

Tema de Capa

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CASO DE ESTUDO

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Muito se tem falado sobre a responsa-bilização dos intervenientes em obra,mas continuamos a assistir a obras dereabilitação de fraca qualidade. As Câ-maras Municipais e os Gabinetes Téc-nicos Locais têm uma posição privile-giada no processo de licenciamento eacompanhamento das obras, e os pro-motores deveriam poder contar maiscom aconselhamento técnico específi-co de reabilitação pautado por crité-rios mais rigorosos e filosofias de in-tervenção mais claras.

Das novas tecnologias disponíveis,para aplicação na reabilitação urbana,a que mais interesse tem suscitado porparte de proprietários, condomínios einvestidores em geral é, efectivamen-te, a dos equipamentos de acessibili-dade vertical. É justo, portanto, selec-cionar os elevadores como exemplo. Acrescente procura de elevadores pa-ra equipar edifícios antigos deve-se,essencialmente, a dois factores: ao en-velhecimento da população residentenos centros históricos e a um aumento

dos padrões de qualidade de vida dosnovos ocupantes, pertencentes a umageração mais exigente.Habitualmente, quando confrontadocom a falta de acessibilidade da suafracção, o dono da obra oscila entre es-tados de letargia e de euforia interven-tiva. E projecta esses estados de almaora lamentando-se, ora tomando a ini-ciativa de fazer qualquer coisa. Mas émesmo qualquer coisa. O problemasurge, normalmente, neste pólo domovimento pendular. Após uma análise sucinta da situaçãoe sossegados os anseios do dono daobra, arranca-se para a empreitada emclima triunfal. O optimismo é legiti-mado pelo confortante acompanha-mento de um arquitecto. Com os pri-meiros problemas, emerge um nevo-eiro de litígio generalizado que se ins-tala entre os vários protagonistas e lo-go o empreiteiro se compromete,pragmaticamente, a “resolver tudo deuma vez por todas”. As empresas fornecedoras disponí-veis nem sempre ajudam. Ainda hápoucos anos, para redesenhar o soft-warede um elevador hidráulico numasituação de reabilitação (Figura 1), foipreciso sensibilizar departamentos deLisboa a Zurique. Com efeito, o depar-tamento de reabilitação de uma co-nhecidíssima marca de elevadores érepresentado por um “pobre” enge-nheiro mecânico que se desdobra emesforços contorcionistas, para nos ex-plicar que, contra a política inflexívelda empresa que representa, pouco ounada pode fazer acerca de quase tudo. Por entre incriminações lavradas emmúltiplas actas, numa tentativa deses-perada de mitigar a sua ansiedade, odono da obra apela ao arquitecto que,com impenitente conceituosidade,“soluciona a coisa assim mais ou me-nos”. Chegando a este ponto, uma reu-nião de obra já impressiona pelo am-

Instalações e Sistemas nos Edifícios e Centros Históricos

O Papa-formigas (Myrmecophaga Tridactyla)

Tema de Capa

Assiste-se hoje a uma explosão de oferta de produtos tecnológi-cos que ajudam a simplificar, facilitar e rentabilizar a recuperaçãodo degradado universo de imóveis antigos no nosso país. Noentanto, em geral, persiste nos promotores uma indisfarçávelangústia quanto aos métodos de intervenção. Por outro lado, nãose nota nos fornecedores de equipamentos grande preocupaçãocom situações específicas de reabilitação de edifícios e conjuntoscom valor histórico.

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

CASO DE ESTUDO

biente: uma mistura explosiva da Sér-via das descrições de DragoslavMihailovic com a peste Camusiana doDr. Rieux.Para ilustrar esta situação, infeliz-mente tão recorrente, relato um curio-so, mas significativo, episódio. Quan-do cheguei a uma obra na qualidadede consultor/gestor de crise, já a mes-ma ia avançada e o mal estava feito.Ainda hoje é para mim um mistério oque leva alguém a projectar um ar-mário de cozinha no espaço ocupadopor um pilar importante (de um con-junto abobadado no piso térreo), masaconteceu numa obra pretensamentede reabilitação de um nobre edifíciopombalino que teve lugar num bairro

histórico, de Lisboa, no ano 2001 (Fi-gura 2).O que sucedeu depois é fácil de adi-vinhar: a abóbada começou, lenta, masinexoravelmente, a ceder pondo emrisco a integridade física de trabalha-dores e do edifício (Figura 3).Para agravar esta situação, já de sicomplicada, devido à redução críticada secção de um pilar importante (Fi-gura 4), contávamos também com aacção conjugada de três factores: 1.º –o “encharcamento” (pluvial) sistemá-tico do interior do edifício; 2.º – a fragi-lização das estruturas envolventes; 3.º– a sobrecarga excessiva resultante dascargas colocadas inadequadamente(Figura 5).

Passo a desenvolver, sucintamente, atítulo de aviso, aos menos familiariza-dos com o tema:1.º – Começando pelo primeiro factor:é quase certo que o seu empreiteiro lhetentará explicar as vantagens de “reti-rar primeiro toda a cobertura só paraver”, garantindo-lhe que “em Abril jánão chove”. Se não contar com uma co-bertura provisória, deverá substituir asua por parcelas e faseadamente.2.º – Por falta de indicações específicasem projecto, um canalizador poderá,sem hesitações de maior, cortar a di-reito os barrotes de assentamento parapassar tubagens, levando aos limitesda insanidade a equipa inteira deacompanhamento de obra (Figura 6).3.º – Por fim, podemos observar na Fi-gura 7 a perplexidade dos engenhei-ros encarregados face ao destacamen-to da chave da abóbada (pedra centralde fecho). E com razão, pois em cimadesta descarregava a prumada de umaparede divisória (fora do eixo da abó-bada) do primeiro ao último piso, pa-ra dividir os novos apartamentos.Decidi, recentemente, visitar o edifícioem questão e o dito armário lá estava(Figura 8), agora perfeitamente inte-grado na decoração em “tons inox”. Tu-do bem camuflado, nem parece quechegou a haver percalço algum. Estaharmonia, porém, não é perene e o“monstro” espreita em cada mau rema-te escondido, esperando pacientemen-te uma pequena infiltração, um aciden-te doméstico, uma acção do tempo. Por isso, desconfie de soluções dema-siado generalistas e contrate um papa--formigas. O papa-formigas é particu-larmente bom a fazer isso mesmo: pa-pa as formigas. Não se lhe conhece ou-tra especialidade, mas é bastante eficaz.Tem os conhecimentos, as ferramentase actua responsavelmente. Ele é a ima-gem do especialista que, utilizando mé-todos de diagnóstico não destrutivos eintervenções minimalistas, mantém osuporte intacto e o sistema saudável.Para dar alguns exemplos, métodoscientíficos como as observações boros-cópicas ou as fotografias termográfi-cas são hoje mais-valias fundamentais,

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Tema de Capa

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CASO DE ESTUDO

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quer no diagnóstico de patologias,quer no levantamento de estruturasnão visíveis, como as cruzes de St.º An-dré (barrotes de madeira dispostos emcruz que estruturam o interior das pa-redes frontais); a zona intervenciona-da deverá ser visitável de modo a faci-litar a sua manutenção – principal-mente tratando-se de canalizações – eé claro que absolutamente tudo (dasinstalações aos sistemas, dos equipa-mentos às argamassas de fixação) de-verá ser reversível. Quando digo re-versível não estou a pensar num mar-telo pneumático. Uma instalação deveser facilmente identificável e sugerirnaturalmente a sua substituição.Deixo aqui algumas sugestões para opromotor que se está a iniciar na arteda reabilitação de edifícios: não tenhamedo das técnicas tradicionais, elascasam perfeitamente com equipamen-to high-tech. As fibras ópticas são umdos muitos exemplos de equipamentode ponta que combinam na perfeiçãocom argamassas tradicionais e estru-turas de madeira antiquíssimas, fragi-lizadas pelo tempo.

Comece com uma pequena área con-trolada: se o suporte for uma paredecom reboco tradicional, incentive o co-ordenador da sua intervenção a pre-encher os roços abertos para a insta-lação de um determinado sistema comargamassa de cal e areia. Recomendoaté que se aventure a criar a sua pró-pria receita: acredite que não tem nadaa perder. Além de certamente lhe ga-nhar o gosto, evita soluções comercia-lizadas que, sendo muito dispendio-sas, têm inconfessáveis pontos fracos.Informe-se com um pedreiro(um mes-tre à antiga), que o resto vem da expe-riência. Em Portugal, o panorama geral da ofer-ta de equipamentos e sistemas começaa mudar. Alguns sectores da indústriatecnológica apresentam-se mais flexí-veis e atentos ao mercado emergenteda reabilitação urbana. No entanto, anossa atenção deve incidir mais sobreas soluções e condições de aplicaçãodas instalações do que sobre o equipa-mento em si. Este último será substituí-do a prazo, enquanto que o edifício sub-sistirá para outros equipamentos.

Uma intervenção descuidada compro-mete a longevidade do edifício. Se ti-vermos os efeitos secundários em con-sideração, estaremos mais bem prepa-rados para estabelecer uma relaçãocusto/benefício na apreciação de pro-postas de instalação de sistemas.Com o atraso que levamos na preser-vação do nosso património construí-do, é talvez preferível ver as coisas doponto de vista da valorização, queuma intervenção cuidada irá certa-mente conferir ao seu edifício oufracção. Pondere as possibilidadesapresentadas pelos instaladores desistemas. Lembre-se de que para elestudo é possível. Os custos a médio elongo prazo serão sempre seus. Equipamentos modernos só consti-tuirão verdadeiramente um valor fu-turo se não forem desnecessariamentedestrutivos do suporte, contribuindopara um diálogo equilibrado entre omoderno e o preexistente.

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ANTÓNIO PEREIRA COUTINHO,Arquitecto

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CASO DE ESTUDO

De acordo com o documento dirigi-do ao Rei pela Câmara Municipal, em11 de Agosto de 1899, é referido o se-guinte:"São graves, os problemas de assistên-cia e higiene pública. É para um dosmúltiplos aspectos de um destes pro-blemas que a Câmara Municipal doPorto, vem perante Vossa Majestadesolicitar a atenção do seu governo. Háanos já que esta Municipalidade, jus-tamente preocupada com as con-dições higiénicas da Cidade, empre-endeu obras que lhe permitissem me-lhorá-las e organizou Repartições deEstudo que a orientassem sobre a gra-vidade dos males e meios de os reme-diar. E como causa principal deste las-timoso estado não se pode apontar ou-tra que não seja a falta quase completade uma rede de canalização para os es-gotos da Cidade.... conhecida a causaindicado estava o remédio, e para issoesta Municipalidade, pôs a concurso oprojecto e execução das obras necessá-rias para o saneamento da Cidade. Te-ve isto lugar em 1896. Concorreu aacreditada firma Hughes And Lancas-ter, conhecidíssima pelas obras congé-neres executadas em diversas Cidadesestrangeiras e exploradora do SistemaShöne para a elevação de esgotos."Concluída a exposição do problema, oreferido documento passa para a par-te mais delicada do mesmo: o custo ex-cessivo de tão necessário empreendi-mento. "Não pede a Câmara Municipal doPorto, que o Governo tome sobre si ointegral das despesas a fazer, como deresto já tomou para o Saneamento daCidade de Coimbra, e se tem declara-

do disposto a aceitar para o de Lisboa.ACâmara pede uma coadjuvação, im-portante, sem dúvida, mas em todo ocaso, só uma coadjuvação."Este pedido ao Rei vinha na sequênciade um projecto de concurso para dotaro Porto com uma "vascularização sa-nitária adequada", como referia o Dr. Ricardo Jorge no seu relatório daRepartição Municipal de Saúde e Hi-giene, de 1 de Junho de 1886, dirigidoao Presidente da Câmara de então, oConselheiro Wenceslau Pereira de Li-ma, e que servia de apoio ao referidoprojecto de concurso. Nesse relatório,afirmava-se, então, " (…) que a organi-zação do programa do concurso obe-dece, entre outras, a duas ideias, queexplicarão o teor de alguns dos seusartigos: uma, é a celeridade para apro-

veitar tempo; outra é a seriedade dointento do Município".O projecto de concurso para o Sanea-mento é apresentado pelo Presidenteda Edilidade na sessão de 9 de Julhode 1896 e o programa de concurso éaprovado em 2 de Janeiro de 1897, sen-do publicado nos Diários de Governo,n.os 16 e 17 de Janeiro do mesmo ano. Oprazo limite para a apresentação daspropostas ao concurso era 31 de Julhode 1897. Na sessão do Município des-se mesmo dia, constata-se que apenasse apresentou um único concorrente, afirma Hughes And Lancaster.Apreciada a proposta na sessão de 30de Novembro de 1897, o concorrenteHughes And Lancaster foi convidadoa introduzir na sua proposta modifi-cações que a tornem mais económica.

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Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas do Porto

Central de Sobreiras

Tema de Capa

A rede de drenagem de Águas Residuais Domésticas do Porto encontra-se estabelecida desde 1907,mas a sua necessidade vinha já sendo sentida desde algum tempo antes.

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Para isso, é nomeada uma comissãopara, juntamente com a empresa, es-tudar as alterações. A empreitada é definitivamente adju-dicada em 20 de Janeiro de 1903, pelopreço global de 1.800 contos, compre-endendo todos os previstos e impre-vistos. Esta quantia é elevada para2.000 contos por alterações posterior-mente introduzidas no decorrer daobra, face à sua extensão à povoaçãoda Foz e a Carreiros (Molhe).

SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUASRESIDUAIS DO PORTO – CENTRALDE SOBREIRASA concepção apresentada assentounum sistema que conduzia a totalida-de do esgoto drenado para armazena-mento em Sobreiras e o seu lançamen-tonamaré vazante, de modo a que fos-se escoado para o mar retirando-o dointerior do Rio Douro. Neste sentido,citamos da memória justificativa da

solução proposta: “A duração médiada corrente vazante é maior do que ada enchente, prolongando-se aquelapor espaço de 6 horas e 40 minutos, eesta 6 horas e 8 minutos. Num ciclocompleto de marés, que tiveram lugardurante os meses de Agosto e Setem-bro de 1895, houve somente 8 enchen-tes que levassem mais tempo que asvazantes, duas marés em que as en-chentes eram iguais às vazantes, e vin-te marés nas quais as vazantes dura-vam mais tempo que as enchentes,chegando a haver num caso, uma dife-rença de 2 horas e 35 minutos a mais”.Partindo desta verificação, é propostopara drenar os esgotos do Porto umsistema separado, como se pode cons-tatar na seguinte passagem: “No Por-to as condições gerais são muito favo-ráveis para o sistema separado, por-quanto a maior parte dos despejos po-de-se levar, pela acção da gravidade,para uma saída conveniente. Incli-

nações íngremes encontram-se facil-mente na direcção do rio. É contudoabsolutamente necessário que os vá-rios canos, que se dirigem para o riopelas encostas abaixo, sejam intercep-tados por um cano mestre que leve amatéria para um ponto conveniente,onde seja conservada durante a en-chente, ou tratada quimicamente, deforma que seja ou deitada para o riosem causar prejuízo, ou empregada nairrigação das terras durante as secas.A única estrada conveniente para umcano mestre, é a que, debaixo de váriosnomes, se estende desde Rego Lamei-ro à rua de Sobreiras, e que segue amargem direita do rio”.As zonas contíguas à marginal são, emalguns casos, mais baixas do que ela,de modo que nelas não se podia efec-tuar a drenagem pela acção da gravi-dade, em direcção à mesma. Além dis-so, é necessário levar os despejos paraum tanque, cujo fundo ficasse acimado nível das marés-cheias, de formaque o conteúdo, quando preciso, possaser descarregado na maré-cheia, e sejalogo levado para o mar com a vazante.Em vista destas condições decidiram“não construir um sistema de esgota-mento, pela acção da gravidade, decondições usuais mas interceptar osdespejos com um cano mestre de ferrofundido, de 250 a 750 milímetros dediâmetro. Este cano mestre, para oqual os vários canos que trazem osdespejos da cidade deitam os seus con-teúdos, será colocado em nível, à altu-ra de 1,30 metros acima da maré baixamédia por toda a sua extensão, excep-to no seu começo, onde se eleva à altu-ra de 22,696 metros acima da maré bai-xa média, e nos tanques de saída, ondese eleva à altura de 10 metros acima damaré baixa média”.Aparte da cidade que fica acima destecolector é drenada por meio da acçãoda gravidade, mas “as zonas baixascosteando o rio não se podem escoarpor meio da gravidade, porque ficamabaixo da inclinação hidráulica do ca-no-sifão colector, ou porque consti-tuem depressões locais, ou porque fi-cam, com relação ao rio, sem saída na-tural directamente para ele. Em todos

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Tema de Capa

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CASO DE ESTUDOTema de Capa

estes, propomos colocar expulsorespneumáticos de Shöne, e levantar osdespejos por meio de ar comprimido,fornecido duma estação central, na ruade Sobreiras, e levado aos diversos ex-pulsares pneumáticos por tubos deferro fundido iguais aos que servempara água ou gaz.”Os expulsores trabalham a ar compri-mido, que na época era “fornecido pormáquinas a vapor de compressão, tra-balhando por alta pressão na estaçãoque para esse fim deve ser construídana rua de Sobreiras. Escolheu-se estesítio, em parte por ser o escolhido paraos tanques da desembocadura, e emparte por ficar próximo do rio, redu-zindo assim o custo do transporte docarvão e outros materiais”.

A estação incluía a casa da máquina,casa das caldeiras, casa para carvão echaminé de tijolos, cuja descrição cita-mos: “Acasa da máquina contém duasmáquinas a vapor, comprimindo cadamáquina, por minuto, 9,75 metros cú-bicos de ar, a uma pressão de 1,89 Kgpor centímetro quadrado. Cada má-quina compressora tem dois cilindrosde ar, cada um dos quais possui vál-vulas anelares de entrada e saída de baixo movimento, de Shöne. Todas asválvulas trabalham facilmente e semruído. Cada cilindro de ar está cercadode água.A casa das caldeiras contém duas cal-deiras cilíndricas, de fogo interior, dosistema usado em Cornwall.As caldeiras são de tamanho e força

suficientes para poderem vaporizar400 kg de água por hora, elevando-a a uma pressão, para o serviço, de 8 atmosferas. A água é fornecida porbombas de alimentação.O depósito de carvão pode conter 50toneladas, quantidade suficiente paradois meses.A chaminé é circular ou octogonal,com a base quadrada até à altura de 6metros. A altura total da chaminé é de38 metros acima do chão. O diâmetromais pequeno, da abertura superior, éde 0,75 metros. A nossa proposta é,portanto, construir um tanque paradepósito na margem direita do rio, dis-tante do mar cerca de 1,5 quilómetros,de tamanho suficiente para comportara quantidade máxima de despejos quese pode acumular durante a enchente,isto é, cerca de 8000 metros cúbicos.Quando o tanque estiver cheio, asimundícies ficarão 6,5 metros acimada maior maré conhecida, e o fundodo tanque 2,70 metros acima desseponto, ou 6 metros acima da maré bai-xa média. O cano de saída do tanquetem 750 milímetros de diâmetro, e namaré cheia todo o conteúdo do tanquepode ser descarregado em menos deduas horas, A válvula de saída pode,portanto, abrir-se meia hora depois damaré começar a vazar, e assim o conte-údo será todo descarregado durante amaior força da corrente no rio.É nossa convicção profunda que estamedida bastará para conservar o riolimpo”.

CONCLUSÃOEsta foi a proposta executada entre1903 a 1907 e que funcionou até ao ano2001. No âmbito da execução da ETARde Sobreiras, nos terrenos anexos daCentral, foi a mesma desactivada e re-cuperada, para uma tarefa tão nobrequanto a primeira, a instalação do Mu-seu do Saneamento.

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CARLOS MEDEIROSEng.º Civil, Director Técnico de Exploraçãoda ETAR de Sobreiras (SMAS Porto), Prof. Auxiliar (Convidado) da Faculdade de Engenharia e de Arquitectura do Porto

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CASO DE ESTUDO

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SOLUÇÃO ARQUITECTÓNICAEdifício antes da intervençãoOedifício existente é uma construção deraiz quinhentista, que foi sendo amplia-da e transformada nos períodos seguin-tes, designadamente no século XIX.Trata-se de uma construção tradicional,com espessas paredes em alvenaria detijolo maciço com cunhais em pedra dexisto e paredes-mestras interiores su-portando os pavimentos em madeira.Os vãos interiores de maior dimensãosão obtidos com recurso a arcos abati-dos em tijolo maciço.Todas as paredes são rebocadas a ar-gamassa de cal.Os pavimentos consistem em estrutu-ras de vigas em madeira, cobertos a soa-lho na parte superior e a forro na parteinferior.

Os vãos têm genericamente cantariasem pedra de calcário.A cobertura consiste numa estruturademadeira, de três águas, coberta comtelha cerâmica.De uma forma geral, o estado de conser-vação de todo o conjunto é muito defi-ciente, verificando-se uma degradaçãoprogressiva e acentuada de todos osseus elementos, seja por infiltrações deágua através da cobertura e dos vãos, se-ja por abandono e falta de conservação.

Objectivos gerais da intervenção/Edifício após intervençãoA intervenção na Casa do Lanternimenquadrava-se na problemática clássi-ca da reutilização de um edifício de ha-bitação a que se destinam novos usos.Reabilitação deverá entender-se aqui

como remodelação, que vai para alémda recuperação ou restauro e reposiçãodo primitivo, envolvendo acertos es-truturais e funcionais que, ainda querespeitando as linhas morfológicas doedifício, lhe asseguram de forma ade-quada e actualizada a utilização previs-ta. Desta forma e após intervenção nomesmo, o edifício resulta de uma zonareabilitada e por outra ampliada. Éconstituído por 3 pisos, sendo o piso 0destinado ao atendimento público, zo-na de exposições e conferências; o piso1destinado aos funcionários do ParqueNatural do Vale do Guadiana e o piso 2a uma zona comum ao serviço de vigi-lantes e administrativos.De acordo com a tipologia do edifício,as soluções técnicas das instalações es-peciais a implementar, nomeadamen-

Casa do Lanternim - MértolaClimatização - Painéis Refrigerados/Aquecidos

Tema de Capa

O Centro Polivalente de Inter-pretação e Divulgação (Casa doLanternim), pertencente ao Ins-tituto de Conservação da Natu-reza, situa-se no interior da áreaurbana da vila de Mértola.Integra-se num lote urbano con-finado pela Rua D. Sancho II, pordois acessos pedonais laterais epor um arruamento público pos-terior. O edifício ocupa a maiorparte do terreno existente, sendoa área restante um logradouroprivado do mesmo lote.

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CASO DE ESTUDO

te o AVAC, não deveriam colidir nempenalizar a funcionalidade nem o sen-tido estético dos espaços.

Assim sendo as soluções de AVAC im-plementadas foram:• Zona Ampliada - Piso 0 – (Auditó-

rio/vestíbulo) – Sistema TUDO - AR• Zona Ampliada - Piso 1 – (Gabine-

tes) – Sistema TUDO – ÁGUA. • Zona Reabilitada - Pisos 0, 1, 2 (Expo-

sições, gabinetes) – Sistema TUDO –ÁGUA

DESCRIÇÃO DAS SOLUÇÕES DE AVAC IMPLEMENTADAS Os diversos sistemas de aquecimento,ventilação e ar condicionado são:Zona Ampliada – Piso 0Auditório/VestíbuloEstes espaços são contíguos não haven-do uma simultaneidade de ocupação.Assim, foi implementado um sistema

de ar condicionado que serve os doisespaços opcionalmente, de acordo coma ocupação indicada pelo nível de CO2

detectado por duas sondas, localizadasuma em cada um desses espaços.Este sistema é composto por uma uni-dade de tratamento de ar, com bateriade aquecimento / arrefecimento e sec-ção de ventilação. A extracção é feitapor um ventilador, que debita o ar re-jeitado para a sala técnica, que funcio-na como pleno. É garantido um fluxode ar residual entre o auditório e o ves-tíbulo através de grelhas de passagemacústica instaladas nas portas.A distribuição de ar é feita através dedifusores quadrados distribuídos pe-lo tecto falso.

Zona Ampliada – Piso 1GabinetesUma vez que existia espaço disponí-vel no tecto falso, foi implementada

uma solução, totalmente invisível, detectos arrefecidos / aquecidos.Osistema de tectos arrefecidos / aque-cidos consiste numa área activa, comvários circuitos de água e numa áreapassiva, onde existe apenas a placa detecto falso.A capacidade de arrefecimento destesistema é superior a 94W/m2 (valor re-ferência do projecto) de tecto activopara uma diferença de temperaturaentre o ar ambiente e a água de arrefe-cimento de 11º C.Em cada gabinete instalou-se um sen-sor de temperatura ambiente comajuste de set-point que comanda umaválvula de duas vias motorizada, que faz a modelação do fluxo de águaaquecida / arrefecida através do tecto.De forma a evitar a condensação, ocontrolo geral do sistema limita infe-riormente a temperatura da água dis-tribuída a 16º C. Nos espaços de maior

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Tema de Capa

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CASO DE ESTUDO

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densidade de pessoas (sala de reuniãoede exposições), foram instaladas son-das de condensação, para desligar aválvula de duas vias que controla ofluxo de água nos painéis, sempre queultrapasse os 80% de humidade relati-va, nos referidos espaços.

Zona Reabilitada – Pisos 0, 1, 2 (Sala exposições, gabinetes)Nestes espaços foi implementado osistema de paredes arrefecidas / aque-cidas, uma vez que não havia espaçodisponível nos tectos para a soluçãoanteriormente descrita.As paredes arrefecidas / aquecidas sãoconstituídas por módulos de dimensõesfixas. O sistema de tubagem interno é decobre acoplado a perfis de alumínio ex-trudido, para condução linear de calor,sendo o revestimento frontal e lateral emgesso cartonado. As exigências térmicasde cada espaço definiram o número demódulos aplicados, sendo a ligação dosmesmos efectuada em série.

Os módulos possuem um pequenoventilador que origina um escoamen-to de ar ao longo da parede, por formaa aumentar a performance térmica damesma. As aberturas de entrada/saí-da de ar localizam-se inferior e supe-riormente com a aplicação de grelhas.Os módulos de parede têm uma ca-pacidade superior a 405 W para uma temperatura ambiente de 27º C, com a água a circular entre os 15º e 18,8º C.Em cada gabinete instalou-se um sensorde temperatura ambiente com ajuste de set-point que comanda uma válvulade três vias motorizada, que faz a mode-lação do fluxo de água aquecida / arre-fecida através da parede. De forma a evi-tar a condensação, o controlo geral dosistema limita inferiormente a tempera-tura da água distribuída a 16º C. Nos es-paços de maior densidade de pessoas(sala de reunião e de exposições), foraminstaladas sondas de condensação, paradesligar a válvula de duas vias que con-trola o fluxo de água nos painéis, sem-

pre que ultrapasse os 80% de humidaderelativa, nos referidos espaços.A dimensão dos painéis é de1250x2500x56mm.

BALANÇO FINALOs sistemas de tectos / paredes – arre-fecidos / aquecidos têm sido poucoutilizados em Portugal.Deparamo-nos com as dificuldadesinerentes à implementação de qual-quer novo sistema a implementar nonosso País.Este sistema adapta-se bem a edifíciosa recuperar ou outros onde existam li-mitações estéticas e de espaço envol-vente.É fundamental tirar partido das so-luções existentes adequando-as a ca-da obra, que é sempre um caso parti-cular.

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ANTÓNIO LEMOS,Eng.º Civil, Teixeira Duarte, S. A.

Tema de Capa

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CASO DE ESTUDO

A INSTALAÇÃO DE NOVAS INFRA--ESTRUTURAS NO CONTEXTO DAREABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS AN-TIGOSSegundo Cabrita et al (1992), a reabili-tação designa toda a série de acções em-preendidas tendo em vista a recupe-ração e a beneficiação de um edifício,tornando-o apto para o seu uso ac-tual... procurando ao mesmo tempouma modernização e uma beneficiaçãogeral do imóvel sobre o qual incide - ac-tualizando as suas instalações, equi-pamentos e a organização dos espaçosexistentes - melhorando o seu desem-penho funcional e tornando esses edifí-cios aptos para a sua completa e actua-lizada reutilização.

Nesta definição está implícito que areabilitação tem por objectivo a me-lhoria das condições de utilização noquadro dos padrões exigenciais con-temporâneos, incluindo-se, entre ou-tros aspectos, a renovação de insta-lações e equipamentos, senão de umaforma idêntica às dos edifícios con-temporâneos, pelo menos com carac-terísticas muito semelhantes, desig-nadamente novos sistemas de clima-tização, iluminação, segurança contraincêndios e telecomunicações, entreoutras, em função da ocupação espe-cífica de cada local.São redes técnicas muitas vezes passí-veis de provocar grande impacte vi-sual na decoração estucada, apesar de

ser real a difícil articulação entre osproblemas técnicos e artísticos envol-vidos, devido ao antagonismo estéticoe formal com a decoração (figuras 1 e2), ao risco de alteração do equilíbriodas condições ambientais interiores eà necessidade de acesso às instalações,para a realização de operações de con-servação e manutenção.

O papel do projecto de restauroAinstalação de novas infra-estruturasdeve ser trabalhada exaustivamentedesde as fases iniciais do projecto derestauro, elaborado este a partir doconhecimento do imóvel e dos resul-tados do processo de investigação eanálise.

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Instalação de infra-estruturas contemporâneasem edifícios decorados com estuques ornamentais

Tema de Capa

A utilização de um edifício antigo exige uma adequação às exigências técnicas contemporâneas,essenciais para o seu funcionamento actual, principalmente em edifícios de serviços, casos da cli-matização, das condições lumínicas, da detecção de incêndios e das telecomunicações. Neste âmbi-to, é particularmente sensível a adaptação de edifícios com estuques decorativos, em resultado dopotencial conflito estético e funcional entre as instalações técnicas e a ornamentação pré-existente.

Figura 1. Equipamento de climatização impondo-se visualmente à composiçãodecorativa. Palácio do Marquês de Tomar. Lisboa.

Figura 2. Iluminação e detector de incêndio sem integração no local. Palácio doMarquês de Tomar. Lisboa.

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CASO DE ESTUDO

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O trabalho de recolha de informaçãoprévio à elaboração do projecto, noqual se inclui o levantamento morfo-lógico e compositivo, torna-se assimessencial enquanto método de análisee diagnóstico, pois permite conheceras regras de composição do elementoestucado, ao nível da simetria, da re-petição e da forma, entre outros (figu-ra 3), matéria fundamental para en-quadrar a instalação das infra-estrutu-ras na decoração e nos processos dereintegração de lacunas.

CONSEQUÊNCIAS DIRECTAS DAINSTALAÇÃO INADEQUADA DEEQUIPAMENTOSA instalação de novos equipamentospode ter sobre o estuque efeitos nega-tivos devido, por um lado, às con-dições físicas, designadamente a alte-ração do nível de humidade, à pre-sença de poeiras e fumos e à intro-dução de cargas sobre as estruturas desuporte, por outro, ao desequilíbrio es-tético com as composições decorati-vas. Em determinadas situações, po-dem surgir graves anomalias de difícilidentificação e com incidência consi-derável.O facto de o estuque ser um materialporoso e com uma elevada higrosco-picidade propicia a ocorrência de ele-vadas trocas de vapor de água entreeste e o ar, propriedades responsáveispelo aparecimento de sujidade, emgrande medida resultante da depo-sição de pó e outras partículas em lo-cais com deficiente isolamento térmi-co, devido à condensação.Como exemplo do impacte estético ne-gativo, salientam-se os novos equipa-mentos eléctricos e de climatização,geralmente instalados aleatoriamen-te. Estes últimos são ainda responsá-veis pela alteração das condições hi-grotérmicas e pela deslocação de par-tículas microscópicas de poeira e fu-mo, promovendo a sua deposição so-bre os ornatos, com prejuízo das poli-cromias, devido ao aparecimento deum certo embaciamento.Os detectores de incêndio iónicos sãooutro exemplo de equipamentos ina-dequados aos edifícios antigos e res-

ponsáveis pela deposição de fumo epoeira (figuras 4 e 5).

Finalmente, um efeito a não desprezar,são as eventuais deformações resul-tantes da introdução de novas cargassobre as estruturas de suporte, que atéaí se encontravam em equilíbrio, devi-do à colocação de novos equipamen-tos ou cabos e condutas, podendomesmo originar fissuração.

ALGUNS ASPECTOS A OBSERVARNA INSTALAÇÃO DAS INFRA-ES-TRUTURASO coordenador do projecto de restaurotem um papel fundamental na insta-lação das diversas redes técnicas e ape-nas um conhecimento alargado dasmesmas lhe permite uma coordenaçãoeficaz, minimizando os danos ou o im-pacte estético sobre um estuque decora-tivo, pois um compartimento inteira-

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Tema de Capa

Composições simétricas: diagramas 1, 3, 4 e 5.Composições modulares: diagramas 6, 7 e 8.Composição assimétrica e sem repetição de módulos: diagrama 2

Figura 3. Diagramas de composição de tectos estucados.

Composição sem simetria e repetição

de módulos

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

CASO DE ESTUDOTema de Capa

mente decorado não comporta insta-lações técnicas visíveis, ou no mínimo,esteticamente inadequadas.Equipamentos como grelhas difusoras,armaduras de iluminação, detectoresde incêndio e outros, necessitam, po-rém, de ficar aparentes, podendo entrarem conflito com a decoração existente.É, assim, fundamental que, durante aelaboração do projecto de restauro, seadoptem os seguintes procedimentos:a) estudo exaustivo das soluções dispo-níveis no mercado;b) coordenação eficaz dos projectos dasespecialidades;c) pormenorização rigorosa da compa-tibilização com a decoração existente.Independentemente da rede técnica e res-pectivos equipamentos, da sua localização,das diferenças de temperatura, do nível de iluminação e de outros factores, devem observar-se alguns princípios gerais:a) respeitar a morfologia das compo-sições decorativas, quer sejam em tec-tos ou paredes;b) instalar novos equipamentos, de mo-do a evitar conflitos físicos ou formaiscom a decoração do tecto;c) instalar novos equipamentos técnicosde forma coerente e adequada ao usoprevisto para esse local, sem desequili-brar ou impor-se ao estuque existente;d) instalar as redes técnicas em locaisonde seja possível aceder-lhes, para finsde manutenção e reparação;e) não instalar equipamentos que inter-firam volumétrica e visualmente com o

espaço no seu todo, afectando o seuequilíbrio e autenticidade;f) não instalar redes técnicas sobre as es-truturas pré-existentes, de forma a evitara introdução de cargas sobre os elemen-tos até aí em equilíbrio, devendo criar-senovos apoios, através de estruturas com-plementares de suporte, não confundí-veis com as antigas (Faria, 2003).Por último, importa referir que, em deter-minadas situações, após a instalação dasinfra-estruturas, os trabalhos finais de rea-bilitação dos estuques podem envolveroperações de reintegração dos elementosdecorativos com alguma expressão.No entanto, este tipo de intervenção nãodeve adoptar-se como regra geral, masapenas quando estiverem esgotadasquaisquer outras soluções. Deste mo-do, opções que envolvam a destruiçãode grandes áreas de elementos decora-tivos, em boas condições de conser-vação, devem ser ponderadas e adopta-das apenas como último recurso, deacordo, aliás, com os princípios da con-servação estabelecidos pela Carta deCracóvia (2000), sendo aconselhável assoluções que permitam restabelecer aimagem pré-existente com recurso a re-parações pontuais e reintegrações de la-cunas mínimas.

CONSIDERAÇÕES FINAISA valorização de um edifício necessitade novas utilizações para os seus es-paços, segundo uma lógica racional eapós uma operação de reabilitação que

não lhe destrua as características res-ponsáveis pela atenção que é prestadapela comunidade onde se insere. É, assim, essencial a melhoria da sua capa-cidade de resposta às exigências de usocontemporâneas, designadamente a re-novação ou instalação de equipamen-tos, sem, contudo, entrar em conflitocom as suas características decorativas.Neste contexto, o projecto de restauroé um elemento fundamental de diag-nóstico e decisão, pois permite um es-tudo exaustivo das diversas soluçõesque se podem adoptar, em confrontocom a decoração específica e segundoas necessidades do local em apreço.

NOTAS(1) CABRITA, António Reis; AGUIAR, José; APPLE-TON, João - Manual de apoio à reabilitação dos edifícios doBairro Alto. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa e La-boratório Nacional de Engenharia Civil, 1992, p. 203.(2) Carta de Cracóvia 2000: Princípios para a conservação eo restauro do património construído, Trad. da versão ofi-cial castelhana de Elísio Summavielle e José Manuelda Silva Passos, Lisboa: DGEMN, 2000, p. 4.(3) COTRIM, Hélder Coelho - Reabilitação de estuquesantigos. Lisboa: [s.n.] Dissertação de Mestrado emConstrução, Instituto Superior Técnico da Universi-dade Técnica de Lisboa, 2004, p. 218.(4) FARIA, José Amorim - “Reabilitação de estruturasde madeira em edifícios históricos”. Estudos / Patrimó-nio, n.º 3, Lisboa: IPPAR, 2002, pp. 8-13.

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HÉLDER COELHO COTRIM, Arquitecto, Mestre em Construção pelo ISTMARIA DO ROSÁRIO VEIGA,Eng.ª Civil, Investigadora Principal do LNECJORGE DE BRITO, Eng.º Civil, Professor Associado do IST

Figura 4. Sujidade provocada por detector de incêndio. Palácio do Marquês deTomar. Lisboa.

Figura 5. Sujidade provocada por detector de incêndio. Palácio do Marquês deTomar. Lisboa.

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PROJECTOS & ESTALEIROS

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200530

À Oz, a pedido da Câmara Municipalde Ponta Delgada, coube a honra decontribuir para a elaboração do projec-to de recuperação, numa fase inicial,através da realização do estudo preli-minar sobre o estado de conservaçãodo edifício, baseado na inspecção vi-sual e nos ensaios simples de diagnós-tico, seguida doutra fase de aprofun-damento do estudo, a que reporta opresente artigo, com metodologia de-finida em conjunto com o gabinete pro-jectista Afassociados, recorrendo a en-saios não destrutivos ou pouco intrusi-vos in situ e em laboratório para carac-terização das estruturas e dos mecanis-mos de deterioração em presença.

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS ESTRU-TURAS DO IMÓVELO Coliseu Micaelense foi construídocom paredes resistentes de alvenariade pedra da região (basalto), pavimen-tos dos pisos em madeira e coberturasconstituídas por asnas metálicas e de

madeira. As suas dimensões ocupamuma área em planta de cerca de 1.900m2 e uma altura de cerca de 25 m.As asnas metálicas treliçadas da cober-tura do Circo são de secção variável eencontram-se dispostas radialmenteem planta, com travamento perime-tral. As asnas encontram-se ligadas nocentro da cobertura a uma substruturametálica tridimensional, tendo comoapoio intermédio colunas metálicas.

METODOLOGIALevantamento das características dasfundações e reconhecimento geotéc-nico do soloProcedeu-se à abertura de poços de re-conhecimento para caracterizar o tipode fundação das paredes estruturais,nomeadamente em termos geométri-cos e em termos da sua constituição. Ospoços de reconhecimento permitiram,ainda, a identificação e caracterizaçãodo maciço de fundação. No sentido dese detectarem eventuais descontinui-

dades importantes, imediatamenteabaixo do estrato rochoso detectado,foi realizada a sua furação a uma pro-fundidade máxima de 2,40 m.

Levantamento estrutural e construti-vo do imóvelFoi levada a cabo a caracterização dos ele-mentos estruturais (Figura 3) e, conse-quentemente, não estruturais, em termosda sua disposição no imóvel, da sua geo-metria e das propriedades mecânicas dosmateriais constituintes da cobertura me-tálica e das paredes resistentes.O levantamento da implantação da es-trutura metálica da cobertura do Circofoi feito através da tomada de pontoscom apoio topográfico, tendo sido uti-lizada uma estação total, distancióme-tro laser, prisma, bastão e fita métrica.Numa segunda fase, foi feito o levan-tamento topográfico rigoroso de pon-tos de referência das asnas tipo e o le-vantamento geométrico da secção doselementos que as constituem.

No início do ano, procedeu-se à reabertura das portas daquela que foi a primeira sala de espectácu-los dos Açores e a segunda do País – Coliseu Micaelense (Figuras 1 e 2), imóvel de elevado valorpatrimonial, edificado no ano de 1917, em Ponta Delgada. A sua recuperação, com projecto da auto-ria do Arq.º Rogério Cavaca, pautou-se pela preservação do aspecto, mas dotando a sala de tecnolo-gias e funcionalidades de acordo com os níveis actuais de exigência de conforto e segurança.

Contributo da Oz na reabilitação do Coliseu MicaelenseRecolha da informação de suporte

à elaboração do projecto da intervenção estrutural

Figura 1 – Vista do Circo antes da intervenção dereabilitação

Figura 2 – Vista do Circo após a intervenção de rea-bilitação

Figura 3 – Estrutura sob o palco constituída por pilarese vigas de madeira. Pormenor das fundações de basalto

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

PROJECTOS & ESTALEIROS

O levantamento estrutural ou constru-tivo do imóvel foi representado sobreos desenhos de arquitectura existen-tes, em suporte CAD, tendo sido iden-tificados os elementos estruturais e assuas características físicas e geométri-cas (Figura 4).

Levantamento das anomaliasFoi feita a caracterização e identificaçãodas anomalias visíveis (Figura 5), em par-ticular as de índole estrutural e o levanta-mento da sua disposição e extensão noselementos da construção, através de refe-renciação sobre desenhos de arquitectu-ra existentes, em suporte CAD.Para uma melhor caracterização da es-trutura resistente dos pavimentos demadeira e do seu estado aparente, foramrealizadas observações boroscópicas,através de furos e pequenas sondagensno soalho e no revestimento de tectos.

Ensaios não destrutivos ou pouco in-trusivosA caracterização mecânica dos mate-riais estruturais, nomeadamente a ava-liação do módulo de deformabilidade

e da resistência da alvenaria das pare-des resistentes, foi obtida in situ atra-vés da realização de ensaios com ma-cacos planos de pequena área de for-mato semioval, que permitem, tam-bém, a determinação do estado detensão da alvenaria.Foram realizados ensaios de resisto-grafia e ensaios ultra-sónicos in situ(Figura 6) nos elementos estruturais demadeira, para detecção de zonas dasecção das peças com variações anor-mais de densidade, como, por exem-plo, perdas de secção, que passam,muitas vezes, despercebidas, sem alte-ração do seu aspecto exterior.Para a aferição da resistência do açoutilizado na estrutura da cobertura, foiextraída uma amostra, tendo sido, pos-teriormente, preparada de modo a seobter um provete válido, para ensaiode rotura à tracção em laboratório.

CONCLUSÕESAs principais conclusões do estudo, re-lacionadas com as estruturas do imó-vel, listam-se a seguir:- As paredes inspeccionadas, comfunção estrutural, são constituídas poralvenaria de pedra da região (basalto),regular e aparelhada, argamassadacom ligante argiloso;- Uma sondagem mais profunda per-mitiu verificar que as paredes são cons-tituídas por dois panos exteriores e uminterior, como núcleo central, consti-tuído, também, por alvenaria de pedrada região, neste caso irregular, arga-massada com ligante argiloso;- As paredes resistentes encontram-sefundadas em estratos de basalto embom estado de conservação, sem da-nos significativos, mantendo, assim, assuas aptidões estruturais;-As fundações dessas paredes, a partirde determinada cota, são constituídaspor blocos de basalto arrumados deforma irregular,permitindo a presençade vazios de dimensões consideráveis;- As estruturas de madeira inspeccio-nadas aparentam, na generalidade,bom estado de conservação, à excepçãodos elementos da cobertura adjacente àgaleria e pavimentos sob o palco, ondeforam detectados indícios de ataquesde insectos xilófagos com perdas signi-

ficativas da secção resistente, podridão,lacunas, deformações aparentes e ruí-na de partes da estrutura;- A estrutura da cobertura do Circo éconstituída por asnas metálicas treliça-das com cantoneiras de secção em “L”de abas iguais, dispostas radialmente etravadas por outras treliças e por perfiscom secção em “I”;- Detectaram-se delaminações e perdade material dos perfis metálicos das as-nas, localizadas, preferencialmente,junto das entregas, sendo devidas a fe-nómenos de corrosão;- O pavimento dos camarotes e da ga-leria é constituído por uma estruturamista de perfis metálicos com secçãoem “I” e por vigamentos de madeira;- Os ensaios ultra-sónicos e de resisto-grafia, realizados nos elementos da estrutura de madeira, evidenciaramuma diminuição da capacidade resis-tente nas zonas com indícios de ataquede insectos xilófagos;- Os valores obtidos para o módulo deelasticidade da alvenaria resistente en-saiada são relativamente baixos, tra-duzindo a fraca resistência do materialde preenchimento das juntas;- Os resultados da tensão de cedênciasuperior e do módulo de elasticidadedo aço da estrutura metálica da cober-tura, obtidos através de ensaio de rotu-ra à tracção de um provete, foram, res-pectivamente, 358 MPa e 202 GPa.Tendo por base as conclusões atrás, fo-ram, ainda, apresentadas recomendaçõesde medidas correctivas possíveis.

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CARLOS MESQUITA, Eng.º Civil, Director Técnico da Oz, Ld.ªPEDRO LANÇA,Eng.º Civil, UM

Figura 4 – Levantamento estrutural de asna metá-lica da cobertura do Circo

Figura 5 – Ataque de formiga branca em viga demadeira

Figura 6 – Esquema da disposição dos pontos decontacto dos transdutores nos pilares de madeira

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A tecnologia de corte e furação comdiamante deve ser utilizada eaplicada com discernimento. Cadaobra tem necessidades específicas edistintas. A simplicidade de abrirum roço numa obra de habitaçãoobriga à utilização de uma máquinaapropriada, sob pena de complicaro que é simples. Por outro lado,cortar o tabuleiro de uma ponte porcima de uma auto-estrada aberta aotrânsito, ou executar um furo a secocom 20 metros de profundidade naparede de um castelo milenar,nunca é fácil, mas não tem de sercomplicado.Se a escolha de cortar e furar comdiamante é óbvia para as empresas

especializadas nesta área por toda aEuropa, o mesmo já não se poderádizer o mercado das empresas deconstrução e reabilitação. É neces-sário avaliar e escolher a soluçãomais eficiente e adequada a cadatipo de trabalho. No mercado nacional apresentam--se algumas marcas pioneiras, cominvestimento em investigação, comcentros de competência que repor-tam experiência de muitos anos noterreno. A Tyrolit e a sua associadaHydrostress são, há mais de 30anos, a escolha das empresas espe-cializadas em trabalhos de corte efuração com diamante, em terri-tório europeu.

Em Portugal, a Tyrolit/Hydrostressestá representada através da Blau,Ld.ª. A capacidade dos seus profis-sionais com larga experiência nasmarcas mais representativas nomercado permitiu o seu reconhe-cimento pela Tyrolit/ Hydrostresscomo único parceiro para omercado dos clientes profissionaisem Portugal. Mais do que umahonra, é uma oportunidade detrazer para Portugal o maior e maisvasto leque de soluções para fazerbem com diamante.

Com diamante ...

BLAU, Ld.a

Furar ou cortar betão ou alvenaria é banal?! Habitual talvez, mas com grande potencial para melhorar:o pó, o ruído, a vibração excessiva, o desperdício, os riscos para a saúde dos trabalhadores, etc. Comdiamante é um termo utilizado de forma muito lata para intervenções em betão armado que permitemrealizar um trabalho rápido, com rigor geométrico e sem necessidade de remates, respondendo muitopositivamente a todos os problemas acima enumerados das tecnologias tradicionais.

MATERIAIS & SERVIÇOS

33 Materiais_Blau.qxp 8/31/05 1:40 PM Page 33

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MATERIAIS & SERVIÇOS

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200534

Linha DirectaA Onduline dispõe de técnicos devi-damente qualificados que, via telefone,fax ou e-mail, esclarecem de formatotalmente personalizada todo o tipode questões relacionadas com o seuprojecto ou obra. Uma Linha Directacom os Serviços Técnicos é a forma maisrápida de resolver qualquer dúvida.

Onduline na redeApágina Web da Onduline é muito prá-tica. Aí poderá encontrar, de forma rá-pida e objectiva, toda a informação rela-cionada com os produtos e serviços. Co-locamos à sua disposição:• Manuais de Aplicação;• Fichas Técnicas;• Pormenores Cad;• Programas de Cálculo;• Cadernos de Encargos, etc.Através dos formulários ou dos ende-reços de e-mail específicos, pode enviaros seus pedidos de informação ou soli-citar a colaboração da Onduline. A“rede” é a forma mais fácil e prática deobter todo o tipo de informação e umaassessoria personalizada. Visite-nos emwww.onduline.pt.

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e construtoras;• Formação e acompanhamento de

obra, etc.O conhecimento dos Sistemas e dassuas vantagens é o primeiro passo paraa sua correcta utilização.

Promover e ComunicarComunicar as vantagens na utilizaçãodos produtos é uma preocupação daOnduline, que para o efeito utiliza di-versos canais, tais como: rádio, tele-visão, publicações profissionais, feirasespecializadas, etc.A comunicação é o meio mais rápidopara dar a conhecer os produtos e siste-mas aos profissionais e aos particulares.

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AS LEIS DO PATRIMÓNIO

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200536

O empreiteiro de obras públicas po-de/deve reclamar, sob pena de:1. Não interromper/suspender a con-

tagem do prazo de execução da obra,e ser afinal causticado com multas epedidos de responsabilidade;

2. Não poder imputar danos emergen-tes e/ou, consoante os casos, os lu-cros cessantes (aquilo a que vulgar-mente se chama de sobrecustos).

Assim, temos que:1. No acto público de abertura daspropostas (art.os 49 e ss. RJEOP):O concorrente deverá reclamar nopróprio acto para a acta se, ilegalmen-te, a Comissão o excluir ou não excluirconcorrentes seus quando o devia terfeito. O concorrente pode também re-clamar contra os termos da acta, porentender que nela constam factos quenão se passaram ou são omitidos ou-tros que tiveram lugar no acto público,ou que os factos descritos não se pas-saram da forma relatada. Em ambosos casos, a Comissão decide da recla-mação ditando a resposta para a acta.Da decisão da Comissão cabe recursohierárquico apresentado também no

próprio acto público. Não é necessá-rio fundamentar logo as razões do re-curso, tão-só manifestar com clarezaa sua intenção de recorrer. Esses fun-damentos serão apresentados à enti-dade que preside ao concurso no pra-zo de cinco dias úteis contados do ac-to público ou, se igualmente tiver re-querido certidão da acta (o que de-vem fazer), no prazo de cinco diasúteis contados do momento em queessa certidão lhe é entregue. O recur-so hierárquico e tutelar considera-seindeferido se o recorrente não for no-tificado da decisão no prazo de dezdias após a sua apresentação. O re-curso contencioso traduzido numaacção administrativa especial deveser intentado no prazo de um mês acontar da notificação da decisão daentidade administrativa ou do seuconhecimento pelo interessado (art.os

46 e ss. e 101 do CPA).2. No acto da consignação (art.os 150 ess. do RJEOP):No prazo de 22 dias úteis a contar daassinatura do contrato, deve haver lu-gar à consignação da obra (art.º 152).

Com a consignação inicia-se a conta-gem do prazo de execução dos traba-lhos. Então e se: a) a entidade admi-nistrativa não tiver a posse de parteou totalidade dos locais?; b) se falta-rem, por exemplo, os estudos geoló-gico ou geotécnico do terreno, ou deimpacto das obras nas edificações vi-zinhas?; c) se faltarem elementos doprojecto necessários à execução dostrabalhos? Nestas situações, o em-preiteiro deve reclamar por escrito noacto da consignação, sendo a recla-mação lavrada no respectivo auto.Pode apenas enunciar o objecto da re-clamação e apresentar os respectivosfundamentos por escrito no prazo deoito dias úteis à entidade consignante(art.º 155, n.º 1 e) e 157, n.º 1), por for-ma a interromper o prazo de exe-cução dos trabalhos e poder imputarsobrecustos.3. Dos erros e omissões do projecto(art.os 14, 15, 31, 35 e 157 do RJEOP)Nos termos do disposto no n.º 1 doart.º 63, as peças do projecto a exibirno concurso devem ser suficientespara definir a obra, incluindo a sua lo-

O DL 59/99, de 02 de Março, que aprovou o Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas (RJEOP), consagra um po-der/dever genérico de reclamação (art.º 256) e vários (muitos)poderes/deveres especiais, consoante a fase procedimental emque nos encontramos.

Poder/dever de reclamação doempreiteiro de obras públicas

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

AS LEIS DO PATRIMÓNIO

calização, a natureza e o volume dostrabalhos, o valor para efeito do con-curso, a caracterização do terreno, otraçado geral e os pormenores cons-trutivos. Nos termos do n.º 2 do art.º157, o empreiteiro, após a consig-nação, tem ainda a possibilidade dereclamar contra os erros ou omissõesdo projecto. Igualmente, verificandoo empreiteiro que tais elementos nãolhe foram fornecidos, deve reclamarpor escrito a sua entrega logo que dêpela sua falta. A reclamação contarápara a suspensão do prazo de exe-cução e para efeitos indemnizatórios.4. Contra decisões da fiscalização(art.os 178 e ss. do RJEOP):A fiscalização deverá processar-sesempre de modo a não perturbar o an-damento normal dos trabalhos e semdiminuir a iniciativa e correlativa res-

ponsabilidade do empreiteiro. Se oempreiteiro reputar ilegal, contráriaao contrato ou perturbadora dos tra-balhos qualquer ordem recebida, de-verá apresentar ao fiscal da obra, noprazo de cinco dias, a sua reclamação,em cujo duplicado será passado reci-bo. Quando a reclamação for indefe-rida, será o empreiteiro obrigado acumprir prontamente a ordem, tendodireito a ser indemnizado do prejuízoe do aumento de encargos que supor-te, se vier a ser reconhecida a pro-cedência da sua reclamação. 5. Das decisões do dono da obra(art.º 256 do RJEOP):O cumprimento ou acatamento peloempreiteiro de qualquer decisão to-mada pelo dono da obra ou pelos seusrepresentantes não se considera acei-tação tácita da decisão acatada. No

entanto, se no prazo de oito dias acontar do conhecimento da decisão, oempreiteiro não reclamar ou não for-mular reserva dos seus direitos, a de-cisão tem-se por aceite. O indeferi-mento de reclamações, formuladasoportunamente pelo empreiteiro aodono da obra, não inibe o empreiteirode discutir a matéria dessas recla-mações, em acção para o efeito pro-posta, em tribunal administrativo (outribunal arbitral, se as partes nissoacordarem), no prazo de 132 dias con-tados desde a data da notificação aoempreiteiro da decisão ou delibe-ração do órgão competente para pra-ticar actos definitivos.

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A. JAIME MARTINS, Advogado-Sócio de ATMJ, Sociedade de Advogados, RLDocente universitá[email protected]

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Teatro Capitólio, no Parque Mayer, um dos cem monumentos mais ameaçados do mundo

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

NOTÍCIA

O Teatro Capitólio, no ParqueMayer, o primeiro grande edifí-cio do Movimento Moderno emPortugal, foi seleccionado para alista World Monuments Watch –100 Most Endangered Sites de2006. A lista foi anunciada publi-camente em Nova Iorque, no dia21 de Junho de 2005.A World Monuments Fund(WMF) é a mais importante orga-nização privada, sem fins lucrati-vos, dedicada à preservação delugares da herança cultural detodo o mundo. Através da sua lis-ta bienal World MonumentsWatch – 100 Most EndangeredSites, a WMF (www.wmf.org)chama atenção internacional paraos perigos que ameaçam os luga-res com significado histórico,artístico e arquitectónico. A presença na lista WorldMonuments Watch estimula autoridades locais e comu-nidades a tomarem um papel activo na protecção do seupatrimónio cultural e, quando necessário, ajuda tam-bém a angariar fundos para a sua salvaguarda. Os monu-mentos são seleccionados, de entre as várias candidatu-ras apresentadas, por um painel de peritos mundiais,incluindo representantes da UNESCO e do ICOMOS.O Capitólio abriu ao público em 1931, no Parque Mayer,um antigo recinto de diversões no centro de Lisboa. Oedifício – um teatro, music-hall e cinema – foi um mani-festo sem precedente em Portugal do espírito do mundomoderno. O inovador local de espectáculos, projectadopelo arquitecto Luís Cristino da Silva (1896-1976), com-binava um grande salão com um terraço para espectácu-los ao ar livre. O reconhecido pioneirismo da sua arqui-tectura funcionalista faz do Capitólio um exemplonotável do princípio do Movimento Moderno naEuropa. O edifício está classificado pelo EstadoPortuguês ("Imóvel de Interesse Público", 1983) e regis-tado no Docomomo Ibérico (1996). Actualmente, oCapitólio encontra-se abandonado e no centro de umprojecto de intervenção para o Parque Mayer que propõea sua demolição.A candidatura do Capitólio para a WMF foi submetida,

em Novembro de 2004, pelo grupode trabalho Cidadãos pelo Capitó-lio, apoiada pelo Professor DoutorJosé Manuel Fernandes, MuseuNacional do Teatro, CinematecaPortuguesa – Museu do Cinema epela organização Docomomo Inter-national ("Conservation and Docu-mentation of the Modern Move-ment", Paris).O grupo de trabalho Cidadãos peloCapitólio, formado em 2003, temcomo objectivo assegurar a sobre-vivência do Capitólio. Com a ajudada WMF e de outras organizaçõesnacionais e internacionais, Cida-dãos pelo Capitólio trabalhará nosentido de inverter os perigos queameaçam o Capitólio. O grupodefende o restauro deste importan-te ícone da arquitectura portuguesa

e a sua utilização enquanto espaço cultural para as futu-ras gerações.

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Para mais informações,contactar Fernando Jorge, representante do grupo

de trabalho Cidadãos pelo Capitólio:

Cidadãos pelo Capitólio LISBOA - PORTUGAL

[email protected]. + 96 859 03 36

38 Notícia.qxp 8/31/05 1:46 PM Page 38

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AGENDA

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Seminário CONCRETA / GECoRPA: “Conhecer antes de intervir: Inspecções e ensaios com vista à reabilitação estrutural de edifícios antigos”29 de Outubro, 10h00 - 13h00, Centro de Congressos da Exponor

As intervenções de manutenção e reabilitação estrutural de edifícios e outras cons-truções pressupõem um trabalho preparatório de recolha da informação necessáriaàdefinição da estratégia de intervenção, envolvendo a inspecção dessas construçõese a realização de levantamentos, inspecções e ensaios de natureza diversa, tendo emvista a caracterização da construção, da sua estrutura, dos materiais que a consti-tuem e das anomalias eventualmente existentes. Destinatários: Técnicos envolvidos na concepção, execução e controlo de inter-venções de reabilitação e conservação de edifícios antigos.Inscrições: Entrada livre, com inscrição obrigatória até dia 14 de Outubro atravésdos seguintes contactos: E-mail: [email protected] e [email protected] . Fax: 213 157 996; 229 957 499Documentação: Estará disponível documentação especializada que será entreguemediante o pagamento de € 15 à ordem do GECoRPA.

“Selecção e aplicação dos materiais para a reabilitação de edifícios”2.º Seminário sobre reabilitação, organizado conjuntamentepelo GECoRPA e pela Ordem dos Engenheiros 26 de Outubro, 08h30 - 18h30, Auditório da Ordem dos Engenheiros

Aespecificação de produtos adequados é uma condição essencial para que umaintervenção de reabilitação seja bem sucedida. Esta condição não é, todavia, su-ficiente, porque, além de correctamente seleccionado, o produto tem de ser bemaplicado. Ao limite, o produto utilizado nas intervenções, que deveria ser parteda solução, pode chegar a constituir parte do problema. Temas: Aquímica dos produtos de reabilitação; fabrico e distribuição de produ-tos para a reabilitação; produtos avançados para a reabilitação do envelope doedifício; produtos avançados para a reabilitação estrutural de edifícios recentese antigos; prevenção e combate à corrosão das estruturas de betão armado; pro-dutos utilizados na conservação e restauro dos edifícios históricos; qualidade;normalização e certificação dos produtos; a qualificação dos profissionais e dasempresas como forma de garantir a qualidade na aplicação.Oradores: João Bordado (IST), Dario Rossignoli (Tecnocrete/Tecnochem), VascoPereira (Weber-Cimenfix), António Costa (IST), Amélia Dionísio (IST), EstevesFerreira (LNEC), V. Cóias e Silva (GECoRPA).Informações: Ordem dos Engenheiros – Secretariado dos ColégiosTel.: 213 132 663/4; Fax: 213 132 672; E-mail: colé[email protected]

15.ª Assembleia Geral e Simpósio Internacional do ICOMOSDe 17 a 21 de Outubro de 2005, em Xi’an (China) ocorrerá a trienal assembleia ge-ral do Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios. O tema "Monu-mentos e Sítios no seu enquadramento: conservar o património cultural de pai-sagens urbanas e naturais em mudança" debruça-se particularmente sobre asquestões da construção em altura nos centros urbanos antigos e nas suas perife-rias imediatas. Informações: www.international.icomos.org

Conferência Internacional250.o Aniversário do Terramoto de 17551 a 4 Novembro 2005, Lisboa (CentroCultural de Belém, Reitoria da Uni-versidade de Lisboa)250 anos após o terramoto de 1755, a opor-tunidade de reunir, cientistas, engenhei-ros, historiadores, filósofos, urbanistas,economistas, governantes permite criaruma visão integrada da nossa percepçãoglobal de desastres naturais e da formacomo a sociedade deve enfrentá-los. Temas: Impacto sócio-económico nascomunidades expostas a terramotos etsunamis; Planeamento urbano paraenfrentar catástrofes naturais, infor-mações e avisos; Propagação e efeitoslocais devido a destruição sísmica; Como construir edifícios anti-sísmicos;Como construir edifícios anti-sísmicossob constrangimentos geológicos am-bientais; Novas perspectivas sobre agénese sísmica do terramoto de 1755;Resposta global a terramotos de grandeintensidade.Comissão Executiva: IPPAR, APMG,FEUP,IGIDL, IM, IST,LNEC, SPES, ULInformações: MUNDICONVENIUSRua do Embaixador, 13 - 2 – 1300-215 LisboaTel.: 213 649 498; Fax: 213 649 523; E-mail: [email protected] URL: www.lisbon1755.org.

Encontros Portugal eoMundo da Expansão

O Arquipélagoda Madeira como primeiraexperiênciaatlântica12 a 15 de Novembro,Funchal (Madeira) Organização:

Associação Amigos do OrienteSecretariado: Top Atlântico - Isabel AndradeAv.das Comunidades Madeirenses, 15, 2.º andar9000-054 Funchal – MadeiraTel.: 291 206 219 Fax: 291 206 [email protected]

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Reabilitação Urbana 01 Aigreja do Menino Deus

EU-ARTECH – Access Research and Technology for the Conservationof the European Cultural Heritage

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

NOTÍCIAS

Lançada no passado dia 8 de Julho, esta nova publicação daCâmara Municipal de Lisboa aborda a intervenção feitapela autarquia na Igreja do Menino Deus, no âmbito da con-servação e restauro do património artístico integrado nomonumento. Areferida publicação, sobre a história do tem-plo e os trabalhos nele desenvolvidos, inclui-se numa polí-tica de reabilitação urbana que tem vindo a ser levada a cabopela edilidade de há três anos e meio a esta parte.A igreja do Menino Deus, classificada como MonumentoNacional desde 1918, é uma das maiores jóias arquitectóni-

cas que o grande terramotopoupou e constitui um casoraro de sobrevivência às maisvariadas vicissitudes históri-cas. A edição desta monogra-fia, a primeira de uma sérieque a Câmara Municipal querlevar a efeito, sobre os monumentos intervencionados, pre-tende dar a conhecer um pouco mais da história que estaigreja encerra.

O projecto EU-ARTECH disponibilizaduas infra-estruturas de investigaçãoúnicas para uso da comunidade científi-ca europeia, sem custos para o utiliza-dor. A infra-estrutura AGLAE pertenceao C2RMF – Centre de Recherche et deRestauration des Musées de France – eestá localizado junto ao Museu doLouvre, em Paris (C2RMF). É constituí-do por um acelerador de partículas ondepodem ser realizadas análises não-des-trutivas sobre peças (ou amostras) quepossam ser deslocadas até ao equipa-mento. Entre outras, podem ser realiza-das análises por Particle-Induced X-rayEmission (PIXE), Rutherford Backs-cattering Spectrometry (RBS) e NuclearReaction Analysis (NRA) com uma sub-categoria designada PIGE (Particle-Induced Gamma-ray Emission), fre-quentemente associada com o PIXE.Recentemente, uma nova técnica foi adi-cionada, a ERDA (Elastic Recoil Detec-tion Analysis).Esta infra-estrutura disponibilizará 230 “pessoas/mês” de acesso durante os

cinco anos do projecto. Ainfra-estruturaMOLAB é constituída por um conjuntoúnico de equipamentos móveis que podeser transportado para utilização em qual-quer ponto da Europa. Permitem realizarensaios in situ,não-destrutivos, de diver-sos tipos, sob orientação de especialistasque acompanham os equipamentos nadeslocação ao objecto a ser estudado. Éconstituído por dez equipamentos:

• Espectrofotómetro FT-IR de fibraóptica;

• Espectroscopia Micro-Raman;•Fluorescência UV-VIS por fibra óptica;• Espectroscopia VIS-NIR por fibra

óptica; • Reflectografia Infravermelho de

varrimento; • Microprofilómetro Laser; • Fluorescência de raios X ;•Equipamento portátil de fluorescência;•Ressonância magnética nuclear com o

equipamento EUREKA-NMR Mouse®;• Resistência à furação com berbequim

de precisão.

Esta infra-estrutura disponibiliza 220dias de utilização durante a duração doprojecto.Os objectos de estudo deverão serpeças do património cultural euro-peu e o tema deve abordar aspectosrelevantes para a preservação dosobjectos.As deslocações e estadas em Parisserão suportadas pelo projecto, bemcomo as deslocações do equipamen-to e pessoal do MOLAB aos locais doestudo.As candidaturas deverão ser subme-tidas ao coordenador do projecto esão avaliadas por painel de especia-listas exteriores ao projecto.Para mais pormenores, convidamosos interessados a visitar o site do pro-jecto: http://www.eu-artech.org/.Esclarecimentos adicionais poderãoser solicitados ao parceiro portuguêsdo projecto – o Laboratório Nacionalde Engenharia Civil. Contacto: J. Delgado Rodrigues ([email protected]).

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NOTÍCIAS

Uma nova livraria promete fazer asdelícias dos bibliófilos do património!Abriu em Lisboa a Livraria Domi-tianus, que é especialista em obras sobreconservação e restauro do patrimóniocultural. Situada numa zona históricaencantadora, esta Livraria do Restauroé um espaço agradável e acolhedor

onde se podem encontrar e folhear li-vros portugueses, espanhóis, italianos,ingleses, entre outros, muitos dos quaisinexistentes nas prateleiras de livrariasgeneralistas. É na Rua da Esperança, n.º 93 (Tel.: 213 908 131), e emwww.domitianus.com.

MBC

Na última Conferência-Debate pro-movida pela APPC, com o tema “OSector de Consultoria e Projecto comoFactor de Desenvolvimento”, foilevantada a questão da concorrênciadesleal pelas organizações não empre-sariais. O papel destas entidades, nomeada-mente as universidades, de reconheci-do e fundamental mérito, só é questio-nável quando se trata da oferta deserviços que concorrem com os do sec-tor empresarial, beneficiando de con-dições privilegiadas e de difícil alcan-ce pelas PME. A este problema, cujosefeitos são claramente nefastos para osector, não tem sido dada a devidaimportância e as universidades conti-nuam a prestar serviços que exigemgrandes avanços tecnológicos, impe-dindo deste modo a aposta das empre-sas nestas áreas.OArq.º Gastão da Cunha Ferreira che-gou a referir que parte da responsa-bilidade se deve à AdministraçãoPública que mantém acordos e proto-colos que permitem, posteriormente,a contratação destes serviços àsUniversidades, Centros de Investi-gação e Associações ambientalistas.Por seu lado, estas organizações nãoempresariais vêem nestes serviços apossibilidade de compensar as defi-ciências do financiamento prestadopelo Governo.

FONTE:Boletim Informativo – Empresas de Projecto e Consultoria,n.º 27, Lisboa: APPC, Março de 2005

Conferência 30.ºAniversário APPC:Uma reflexão sobre o impacte da concorrênciadesleal exercidapor organizaçõesnão empresariais

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“Domitianus –Livraria do Restauro”

Cascais assinalou o Dia Internacionaldos Museus (18 de Maio) com a abertu-ra ao público de uma das mais emble-máticas obras de Raul Lino (1879 - 1974),a Casa de Santa Maria. Mandada cons-truir por Jorge O’Neill em 1902, a Casade Santa Maria foi ampliada em 1914,tendo sido adquirida por José LinoJúnior, irmão do arquitecto, em 1917.José Lino ampliou novamente a Casaem 1918 e vendeu-a a Manuel doEspírito Santo Silva dez anos depois.Situada à entrada da baía de Cascais,actualmente frente à Marina, a Casa éuma notável simbiose de elementos daarquitectura tradicional portuguesa ede inspiracão árabe, com interiores degrande requinte em que se destacampainéis de azulejos e tectos pintados.Comprada pelo município em Outubrode 2004, a Casa de Santa Maria acolheaté ao final deste ano uma exposiçãosobre esta e outras cinco casas de vera-neio projectadas por Raul Lino no con-celho de Cascais: Montsalvat, CasaSilva Gomes, Vila Tânger, Torre de S.Patrício (actual Museu da MúsicaPortuguesa) e Casa Vítor Shalk. Nofuturo a Casa de Santa Maria funciona-rá como espaço de memória consagra-do à vida e obra de Raul Lino e de outros

arquitectos seus contemporâneos, aco-lhendo simultaneamente eventos cul-turais diversos. Aberta de terça-feira adomingo, das 10h00 às 13h00, e das14h00 às 17h00.

MBC

“Aobra de Raul Lino emCascais”

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VIDAASSOCIATIVA

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200542

Novo Associado GECoRPA

A candidatura da Betar, Ld.ª a sóciado GECoRPA foi aprovada pelaDirecção, no passado mês de Junho, eintegrada no Grupo I – Projecto,Fiscalização e Consultoria. Fundada em 1973, a Betar – Estudos eProjectos de Estabilidade, Ld.ª temcomo actividade principal a pres-tação de serviços para o sector daConstrução Civil e Obras Públicas.

Dos seus trinta e dois anos de activi-dade, destaca-se a experiência com-provada em projectos de Fundações eEstruturas de Edifícios, que temmerecido numerosos primeiros luga-res em concursos públicos e privados,bem como intervenções em prémiosValmor e Secil. Recentemente, tem asua actuação diversificada em outrosprojectos e especialidades de enge-nharia e em novos produtos de con-sultoria, incluindo a gestão e coorde-nação de projectos. Diversidade,eficácia e qualidade são fruto de umaestrutura organizativa dinâmica e dautilização das mais modernas ferra-mentas e tecnologias.

Ordem dos Engenheiros e GECoRPAassociam-se num Ciclo de Seminários sobre Reabilitação de EdifíciosNo passado dia 21 de Junho, no LNEC, decorreu o primeiroseminário, de um ciclo de dois, dedicado ao tema geral da“Reabilitação de Edifícios”. Co-organizado pela Ordem dosEngenheiros e o GECoRPA e patrocinado pela empresaBEL, S. A., este seminário promoveu abordagens variadassobre a Reabilitação, desde a inspecção e projecto e utili-zação de argamassas de cal às questões específicas da reabi-litação sísmica e de estruturas. Para um universo de cerca

de 300 inscritos, entre engenheiros, arquitectos e outrosespecialistas, foram oradores o Eng.º João Appleton (A2P,Ld.ª), Eng.º José Delgado Rodrigues (LNEC), Eng.ª RosárioVeiga (LNEC), Prof. Jorge Bastos (ESBAL), Eng.ª EmaCoelho (LNEC) e Eng.ª Rita Mouta (BEL, S. A.). O próximoseminário está programado para o dia 26 de Outubro com otema “Selecção e aplicação dos materiais para a reabilitaçãode edifícios”. Para mais informações, ver secção “Agenda”.

Placas de Latão “Associado GECoRPA”

Palacete dos MaristasVisita Estaleiro--Aberto

Destinadas à certificação das empre-sas como associadas do Grémio, asPlacas de Latão foram criadas para dis-tinguir a qualidade das intervençõesdos sócios no Património Arquitec-tónico e Construções Antigas.Mantendo-se como propriedade daAssociação, as Placas podem ser alu-gadas aos sócios que as requeiram.Será seleccionada a placa correspon-dente ao ano de ingresso, que poderáser colocada na sua empresa como ele-mento de distinção na defesa dos prin-

cípios de excelência na salvaguarda doPatrimónio Arquitectónico. Para maisinformações, contacte o GECoRPA.

Classificado como Imóvel deInteresse Público, o Palacete dosMaristas, no Porto, foi objecto de umaVisita Estaleiro-Aberto GECoRPA. Avisita esteve a cargo do Eng.º MiguelFigueiredo da empresa sócia A.Ludgero Castro, Ld.ª, que introduziuo contexto histórico-artístico do edi-fício e expôs os trabalhos de conser-vação e restauro.Mandado construir pelo conselheiroBoaventura Rodrigues Sousa, nofinal do século XIX, o edifício integraum notável acervo de estuque artísti-co, pintura mural, de cavalete e deco-rativa (marmoreados e fingidos), queconstituiu o cerne da intervenção daA. Ludgero Castro. O decaimentoestrutural do edifício e a manutençãoincorrecta ao longo do tempo tevepor consequência uma impositivaacção de reabilitação do patrimóniointegrado. Foi, então, possível aosparticipantes da visita observar inloco as operações de conservação erestauro, que se pautaram por méto-dos, técnicas e produtos compatíveis,de carácter reversível e de envelheci-mento devidamente estudado para ofim a que se destinavam.

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PERFIL DE EMPRESA

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AMIU – Gabinete Técnico de Engenharia, Ld.ª, fundada em 1984, foi inicialmente dirigida para aexecução de projectos. Por motivação da maior parte dos seus colaboradores, tem ao longo do seupercurso desviado o seu propósito inicial para a área de reabilitação, restauro e conservação dopatrimónio arquitectónico, na qual a MIU se posiciona já com grande relevo, não descurando osector da construção nova.

Prova disso são as obras já executadas, nomeadamente a do imóvel situado na Av. Visconde Valmor,n.º 28, em Lisboa, à qual foi atribuído o 3.º Prémio RECRIA2000, que foi integralmente executadapor operários especializados da empresa, com o rigor da execução à época da sua construção.

A MIU tem como objectivo a consolidação do seu nome no mercado de obras de recuperação erestauro, não esquecendo a componente de obras novas, melhorando a qualidade dos trabalhos.Também é nossa intenção alargar a nossa zona de intervenção para outras áreas geográficas,nomeadamente o Alto Alentejo, onde já estamos a concluir as infra-estruturas necessárias em Avispara apoio às diversas obras nesta zona.

Foi criado, mais recentemente, o Departamento de Marcenaria e Restauro de Mobiliário, tendo jáexecutado diversas obras, nomeadamente o restauro dos cadeirais da Sinagoga “Shaaré Tikvá”, emLisboa, altares laterais da Igreja de S. Bartolomeu do Beato, em Lisboa, Convento de Santa Clara,em Portalegre e Casa Verdades de Faria - Museu da Música Portuguesa, no Monte Estoril – Cascais.

Escritório: R. do Vale de Santo António, 46, 2º Dt.º, 1170-381 Lisboa • Telefone: 218 161 620 • Fax: 218 161 629 • www.miu.pt • E-mail: [email protected]

Dep. de Marcenaria e Restauro de Mobiliário: Rua de Campolide, 195 – Pátio do Gaspar – Porta 2, 1070-029 Lisboa Tel./Fax: 213 883 054

Associado da AECOPS n.º 6915 • Associado do GECoRPAn.º 19

43 Perfil de Empresa.qxp 8/31/05 1:53 PM Page 33

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CONSULTÓRIO GECoRPA

Ao longo de vários anos de actividade, no serviço ondeexerço a minha profissão, tenho sido confrontado, aopromover obras de reabilitação de edifícios, com insufi-ciências graves por parte dos fornecedores de diversosserviços, em particular dos projectistas e dos empreitei-ros, resultantes, normalmente, de um desconhecimentodas particularidades da reabilitação. Como fazer para se-leccionar estes fornecedores, para que o resultado finalseja o desejado?

Há muitos anos que, em Portugal, proliferamos construtores, muitas vezes autopromovi-dos, sem disporem da mínima capacidade téc-nica e estruturação. Faz parte das convicçõesdo nosso país que a construção “dá sempre” eque está ao alcance de qualquer um. Por outro

lado, tem havido, por parte da autoridade a quem competeregular o sector e das câmaras municipais, uma grandecomplacência em relação ao exercício desta actividade,agravada por uma muito deficiente fiscalização.Quando isto se passa no domínio da construção nova, emque os projectos são feitos utilizando directamente os co-nhecimentos adquiridos nas escolas de arquitectura e en-genharia e que as obras se baseiam na tecnologia do betãoarmado, há muito assimilada entre nós, os edifícios, quebrotam do chão nos subúrbios das cidades, lá vão ficandode pé, embora as falhas e os defeitos comecem a aparecer aofim de pouco tempo.Acontece que a reabilitação de construções existentes, emparticular dos edifícios antigos, é muito mais complicadaque a construção nova, quer em termos metodológicos,quer em termos tecnológicos, requerendo dos agentes en-volvidos, em especial dos projectistas e dos empreiteiros,muito mais conhecimentos e competências. Seria, portanto,desejável que os donos de obra pudessem dispor de infor-mação que lhes permitisse seleccionar, com segurança, osfornecedores deste tipo de serviço. Isto é, tivessem a possi-bilidade de encontrar facilmente os fornecedores com a qua-lificação adequada às obras de reabilitação que pretendemlançar. Seria isto que se esperaria do IMOPPI.Infelizmente, as alterações introduzidas no princípio doano passado na “Lei dos Alvarás” (Dec. Lei 12/2004 de 9de Janeiro), em lugar de adaptarem a legislação à maiorimportância que a reabilitação vai tendo no sector daconstrução, eliminaram a categoria que englobava as em-presas com aptidão para a conservação do patrimónioconstruído protegido, justamente o segmento de maiorexigência dentro da reabilitação. Pretendeu-se, claramen-te, abrir o mercado da reabilitação às empresas que se de-dicam à construção nova, sem mais restrições que tives-sem em conta a maior complexidade acima referida, evi-dente mesmo para os leigos. De facto, as intervenções econstruções existentes apenas aparecem referenciadasem três subcategorias:

• A 10.ª subcategoria da 1.ª categoria, para os trabalhos derestauro de bens imóveis histórico-artísticos;

• A 5.ª subcategoria da 5.ª categoria, para as reparações deelementos estruturais de betão;

• A 8.ª subcategoria da 5.ª categoria, para as reparações emestruturas metálicas.

Tal é, obviamente, insuficiente e em resultado, na prática,com a actual legislação, todo o construtor pode fazer obras dereabilitação, desde as mais simples às mais complicadas. Re-pare-se que a única classificação que existe no actual sistemade “empreiteiro geral” de trabalhos de reabilitação exige, co-mo “subcategorias determinantes”, as alvenarias e rebocos eos estuques e pinturas... Isto dá bem a ideia da importânciaatribuída pelo actual sistema de alvarás à reabilitação...Aagravar este quadro, acontece que o sistema de qualifica-ção só se preocupa com os empreiteiros, deixando de foraoutros grupos de fornecedores, como os projectistas. NoReino Unido, por exemplo, o sistema de classificação“Constructionline” (www.constructionline.co.uk) classifi-ca empreiteiros e projectistas. Em resultado da ausência deum sistema de classificação, entre nós todo o projectista po-de projectar o que quiser, incluindo obras de reabilitação,desde as mais simples às mais complicadas.

Esta é, obviamente, uma dupla receita para o desastre.

Resta aos donos de obras, de cada vez que lançam uma obra,repetir, mais uma vez, todo o processo de selecção, quer dogabinete projectista, quer de empreiteiro, aplicando cadaum o seu critério e incorrendo em perdas de tempo e custosprocessuais pesadíssimos. O GECoRPA tem vindo a fazer diversas diligências que vi-sam corrigir esta situação e tem duas propostas alternativasde classificação, uma mais completa e outra mais simplifica-

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Reabilitar bem pressupõe qualificação de

“Reabilitação” num centro histórico: a alvenaria foi substituida por betão arma-do e blocos de cimento...

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CONSULTÓRIO GECoRPA

da, que permitiriam responder à maior exigência dos traba-lhos de reabilitação do edificado e de conservação do patri-mónio arquitectónico. Essas propostas estão patentes no sitedo GECoRPAe foram publicadas na Pedra & Cal, n.os 21 e 22.Com essas propostas, a associação pretende dar contribu-tos que permitam adequar o “sistema dos alvarás” aos re-quisitos da reabilitação das construções existentes e, sobre-tudo, aos da conservação do património arquitectónico. Noprimeiro desses artigos, propõe-se a criação de um sistemade qualificação específico para os empreiteiros que se con-siderem vocacionados para estes segmentos de actividade,com uma estrutura idêntica à do sistema dos alvarás, mascom três categorias:• Categoria 1 – Conservação e restauro do património ar-

quitectónico;• Categoria 2 – Reabilitação, recuperação e renovação de

construções antigas;• Categoria 3 – Instalações especiais em património arqui-

tectónico e construções antigas.

Nessa altura, o GECoRPA disponibilizou-se para incorporaruma entidade certificadora para este segmento de actividade.Na segunda proposta, o GECoRPA apresenta uma alterna-tiva de classificação mais simplificada.Nos termos dessa proposta, a 1.ª categoria do sistema vi-gente passaria a designar-se “Construção nova e reabilita-ção de edifícios recentes” e seriam criadas subcategoriascomplementares para distinguir as empresas com compe-tência para trabalhos de reabilitação de natureza estrutural.Paralelamente, propõe-se a criação da categoria “Reabilita-ção de edifícios antigos”, com subcategorias segundo o tipode trabalho e o tipo de material, destacando as competên-cias exigíveis para a conservação do património arquitectó-nico. No âmbito desta nova categoria, propõe-se a criaçãode dois estatutos de “Empreiteiro Geral”: um para a reabili-tação e manutenção de edifícios antigos e outro para a con-servação do património arquitectónico.As empresas que aderem ao GECoRPAsão classificadas se-gundo os critérios acima, encontrando-se a classificaçãoatribuída e outras informações sobre as empresas disponí-veis no sítio Internet da associação.Além do recurso à classificação do GECoRPA, a insuficiên-cia do actual sistema de classificação das empresas de cons-trução pode ser colmatada através da exigência de imple-mentação, nas empresas, de sistemas de gestão da qualida-de, devidamente certificados. Esta exigência é particular-mente justificada em intervenções que envolvam patrimó-nio arquitectónico importante, a utilização de tecnologiasemergentes, ou elevado risco para pessoas e bens. Nestescasos, é necessário o dono de obra assegurar-se de que oâmbito do sistema da qualidade da empresa inclui os tiposde trabalhos que pretende executar.

Vítor Cóias e Silva, GECoRPA(área estrutural)

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O GECoRPAconstituiu um grupo técnico de apoio para tentar responder a questões práticas que surjamdurante as diferentes fases do trabalho de conservação do património e da reabilitação do edificado.

Este grupo de apoio é constituído pelos Engenheiros Carlos Mesquita, da OZ, Ld.ª (área de diagnóstico), Vítor Cóias e Silva, doGECoRPA (área estrutural), Paulo Ludgero Castro, da A. Ludgero Castro, Ld.ª (área de gessos e estuques ornamentais) e MariaAmélia Dionísio, do Instituto Superior Técnico (IST), para questões relacionadas com a pedra. Estes especialistas responderão àsquestões que os nossos leitores encontrem nas diversas fases de um trabalho de conservação e reabilitação do património arqui-tectónico e das construções antigas, dando o seu parecer e concorrendo, assim, para a boa prática da actividade. Para outras ques-tões que não estejam directamente relacionadas com estas áreas, o GECoRPA encarregar-se-á, dentro do possível, de procurar oespecialista indicado para responder aos nossos leitores.

Envie as suas questões para: Consultório GECoRPARua Pedro Nunes, n.º 27, 1.º Esq.º • 1050-170 Lisboa • [email protected] • Fax: 213 157 996

NNoottaa:: As respostas devem ser enviadas directamente via e-mail e, posteriormente, serão publicadas na Pedra & Cal e no site.

projectistas e empreiteiros

As intervenções de reabilitação são particularmente exigentes no que respeita àsinstalações e sistemas dos edifícios

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200546

LIVRARIA

NOVIDADES

Outros títulos à venda na Livraria GECoRPA

Sistemas de Construção

I–Contenções, Drenagens, Implantações, Funda-ções, Ancoragens, Túneis, Consolidação deTerrenosII – Paredes: paredes exteriores (1.ª parte)III – Paredes (2.ª parte) e Materiais BásicosIV – Coberturas planas, Juntas; Materiais Básicos(2.ª parte): Materiais ferrosos e alumínio V–Oedifício de rendimento da Baixa Pombalinade Lisboa. Materiais Básicos (3.ª Parte): o vidro

Coordenação: Jorge MascarenhasEdição: Livros HorizontePreços: €17.45, €24.10, €24.10, €24.10, €28.98Códigos: HT.E.15, HT.E.16, HT.E.17, HT.E.19, HT.E.22

Obras de Conservação e Restauro Arquitectó-nico. Construções técnicas especiais

Autor: Christian Campanella;Coordenação e adaptação:João Mascarenhas MateusEdição: CML – LicenciamentoUrbanístico e ReabilitaçãoUrbanaPreço: €39,00Código: CML.E.2

Guia Prático para a Conservação de Imóveis

Autor: Vítor Cóias e SilvaEdição: Publicações DomQuixotePreço: € 27.50 Código: QUI. M.1

O Palácio Anjos e a Arquitectura de Veraneio em Algés

Autor: Alexandra Antunes e AdriãoEdição: Câmara Municipal de OeirasPreço: €20.00Código: CMO.E.7

1755 O Terramoto de Lisboa

Coordenação: João DuarteFonsecaEdição: ArgumentumPreço: €35.00 Código: AR.E.3

Direito do Património Cultural

Autor: José Casalta Nabais, Susana Tavares da SilvaEdição: AlmedinaPreço: €20.00Código: AL.L.1

Para saber mais sobre estes e outros livros, consulte a Livraria Virtual em www.gecorpa.pt

ASé Patriarcal de Lisboa.História e PatrimónioAutor: Eduardo SucenaPrimeiro livro da Colecção Voz-denós, que a Sete Caminhos vemtrazendo à estampa, este estudodebruça-se sobre um dos mais em-blemáticos símbolos de Lisboa,nomeadamente no que diz res-

peito à sua história, património artístico e carácter sim-bólico no imaginário da cidade de Lisboa. Ilustrada, es-ta monografia dispõe ainda de uma extensa bibliografiae resumo em inglês.Edição: Sete CaminhosPreço: €13.50Código: ST.E.1

Palácio da MitraAutor: Maria João MartinsIntegra-se na Colecção Vozdenós,esta obra constitui-se como aprimeira monografia sobre o palá-cio do patriarcado. O Palácio daMitra, um dos edifícios barrocosmais relevantes de Lisboa, terá si-do construído sob o risco do arqui-

tecto italiano Giacomo Canevari no início do séc. XVIII.Este livro faz-nos percorrer a história do Palácio e do sí-tio urbano onde se implantou, bem como a sua arquitec-tura e interiores, deixando pistas para a sua compreen-são mais alargada.Edição: Sete CaminhosPreço: €14.00 Código: ST.E.2

Tectos Barrocos em ÉvoraAutor: Magno Moraes MelloNas palavras do autor, “só se poderáavaliar a cultura artística em Portu-gal quando houver um conhecimen-to completo da catalogação da pintu-ra, da escultura, da arquitectura, en-fim de toda a manifestação da “for-ma artística” no país”. Neste livro,procura-se associar todos os tectosbarrocos do centro histórico da

cidade de Évora numa rápida interpretação; avaliar a suaprodução; os possíveis modelos de criação; os seus aspectostécnicos e, finalmente, a sua mensagem cultural, ou seja,procurar conhcer o seu significado no tempo e no espaço.Edição: Casa do SulPreço: €8.00 Código: CS.E.1

Das Cercas dos ConventosCapuchosAutor: António Manuel XavierResultado do trabalho de fim decurso em Arquitectura Paisa-gista, esta obra procura estabele-cer uma identidade tipológicaentre as várias cercas estudadas,a relação destas com o topus ondese inscrevem e com o universo deespiritualidade que representam.

No deserto editorial sobre a temática da paisagem emPortugal, este livro constitui-se como uma possibili-dade de reflexão sobre a teoria e a construção da Pai-sagem.Edição: Casa do SulPreço: €8.00 Código: CS.E.2

Património Estudos 7Este número da Património Estudostrata do património menos conheci-do em Portugal, não enquadrávelnas categorias clássicas. Extensos ediversificados conjuntos temáticosque não têm tido o necessário reco-nhecimento do seu valor histórico--patrimonial e que, por essa razão, seencontram desprotegidos, abarcam,assim, a arquitectura de veraneio, as

termas, os faróis, as construções murárias, as estradas e oscaminhos-de-ferro. Continuam as rubricas habituais da re-vista "Salvaguarda", "Memória" e "Intervenções", ondecabem inúmeros artigos ligados à acção do IPPAR.Edição: IPPARPreço: €12.00Código: IP.PP.6

Sísmica 2004 - 6.º CongressoNacional de Sismologia eEngenharia SísmicaCoordenação: Paulo B. Lourenço,Joaquim O. Barros, Daniel V. OliveiraOs conhecimentos adquiridosna última década permitemreduzir a vulnerabilidade sís-mica e, simultaneamente, defi-nir soluções técnicas mais arro-jadas e mais económicas. Estapublicação reúne contribuições

dos especialistas nacionais e internacionais que se têm salien-tado nas áreas da sismologia e da engenharia sísmica. Apubli-caçãocontém ainda um conjunto de contribuições no âmbitode uma reunião internacional sobre “Paredes de Alvenaria eos Sismos”. Efectivamente, persiste a ideia falsa de que as construções em alvenaria não devem ser utilizadas em zonassísmicas. O congresso inclui ainda a apresentação pública emPortugal das Recomendações do ICOMOS sobre a análise eintervenção em estruturas do património arquitectónico.Edição: Universidade do MinhoPreço: €40.00 Código: UM.A.3

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LIVRARIA

N.º 3, Julho/Ago./Set. 1999Preço: €3,74

Código: P&C.3

N.º 7, Julho/Ago./Set. 2000Preço: €4,48

Código: P&C.7

N.º 8, Out./Nov./Dez. 2000Preço: €4,48

Código: P&C.8

N.º 9, Jan./Fev./Mar. 2001Preço: €4,48 euros

Código: P&C.9

N.º 10, Abril/Maio/Jun. 2001Preço: €4,48 euros

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N.º 11, Julho/Ago./Set. 2001Preço: €4,48 euros

Código: P&C.11

N.º 12, Out./Nov./Dez. 2001Preço:€ 4,48

Código: P&C.12

N.º 13, Jan./Fev./Mar. 2002Preço: €4,48

Código: P&C.13

N.º 14, Abril/Maio/Jun. 2002Preço: €4,48

Código: P&C.14

N.º 18, Abril/Maio/Jun. 2003Preço: €4,48

Código: P&C.18

N.º 15, Julho/Ago./Set. 2002Preço: €4,48

Código: P&C.15

N.º 19, Julho/Ago./Set. 2003Preço: €4,48

Código: P&C.19

N.º 20, Out./Nov./Dez. 2003Preço: €4,48

Código: P&C.20

N.º 21, Jan./Fev./Mar. 2004Preço: €4,48

Código: P&C.21

N.º 22, Abril/Maio/Jun. 2004Preço: €4,48

Código: P&C.22

N.º 16, Out./Nov./Dez. 2002Preço: € 4,48

Código: P&C.16

N.º 17, Jan./Fev./Mar. 2003Preço: €4,48

Código: P&C.17

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Assinatura anual de 4 números da P&C pelo preço de € 16,13 (beneficiando do desconto de 10% sobre o preço de capa), acrescendo € 4,40 de portes de envio.

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N.º 23, Julho/Ago./Set. 2004Preço: €4,48

Código: P&C.23

Nota: Os números 0, 1, 2, 4, 5 e 6 da Pedra & Cal encontram-se esgotados, contudo informamos que se encontram reunidos no CD-ROM Pedra & Cal - 5 Anos (1998-2003), à venda na Livraria GECoRPA.

N.º 24, Out./Nov./Dez. 2004Preço: €4,48

Código: P&C.24

N.º 25, Jan./Fev./Mar. 2005Preço: €4,48

Código: P&C.25

N.º 26, Abr./Mai./Jun. 2005Preço: €4,48

Código: P&C.26

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e-pedra e cal

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200548

Em Fevereiro de 1996, estive em Lon-dres, para entrevistar o arquitectoJon Greenfield, do ateliê PentagramDesign Ltd., responsável pelo projec-to do Globe Theatre, uma réplica exac-ta do teatro construído em 1599 nomesmo local (no Bankside, na mar-gem do rio Tamisa, ao lado da novaTate Modern), onde William Shakes-peare trabalhou e escreveu algu-mas das suas mais famosas peças(www.shakespeares-globe.org). Onovo Globe, inaugurado em Junho de1997, tornou-se no primeiro edifíciocom telhado de colmo, construídoem Londres após o grande incêndiode 1666, material proibido desdeentão devido ao risco de incêndio.Aqui entra o nosso tema de capa, asinstalações especiais em edifícios his-tóricos, uma vez que uma das princi-pais preocupações da equipa de JonGreenfield foi, precisamente, respon-der à segurança contra o fogo da no-va estrutura de madeira, mantendo aautenticidade construtiva sob a res-ponsabilidade de Peter McCurdy(nem um prego foi utilizado na estru-tura, totalmente construída com téc-nicas tradicionais do século XVI). Pa-ra detalhes, visite o site www.mc-curdyco.com. Importa referir que oteatro original ardeu completamente

em 1613, na sequência de uma fagu-lha de um canhão disparado duranteuma peça de teatro... Quem se lem-bra do filme Shakespear in Love (1998),com Gwyneth Paltrow e Joseph Fien-nes, vencedor de sete Óscares emHollywood? Este filme foi rodado noGlobe Theatre.Por falar em condições de segurançaem edifícios históricos, o ar condicio-nado pode ser um forte aliado na con-servação do ambiente interior, casoda Capela Sistina, cujas visitas turís-ticas geram um volume de conden-sação na atmosfera interior, apenascontrolado por um potente e especialsistema de climatização, uma presti-gious installation como vem referidano site do fabricante Carrier,em www.residential.carrier.com.De resto, neste capítulo figuram vá-rios outros exemplos conhecidos, co-mo Mount Vernon, a casa de GeorgeWashington. Nem só de instalações especiais setrata, quando lidamos com edifícioshistóricos: por vezes, vítimas deerros do passado, temos que proce-der a desinstalações especiais, comoé o caso do asbesto, também conheci-do por amianto, muito utilizado co-mo isolante térmico e protecção con-tra incêndio durante anos, actual-

mente considerado um material tóxi-co (devido à inalação de fibras deamianto), cuja exposição prolongadapotencia o risco de doenças cancerí-genas (ver o site www.resol.com.br/curiosidades para uma descrição do material e sua utilização). Emwww.cr.nps.gov/hps/tps/roofingex-hibit/introduction.htm, o site do Na-tional Parks Service americano (He-ritage Preservation Services), podeconhecer um pouco sobre este mate-rial. No site inglês do Council for theCare of Churches, em www.church-care.co.uk, encontra algumas reco-mendações para a remoção deste ma-terial em igrejas inglesas (muitas de-las património arquitectónico). O or-ganismo responsável pelo patrimó-nio canadiano, o Parcs Canada, emwww.pc.gc.ca/progs/beefp-fhbro,tem algumas recomendações sobresubstâncias perigosas (entre as quaiso asbesto) no Code of Practice do Fede-ral Heritage Building Review Office.

JOSÉ MARIA LOBO DE CARVALHO,Arquitecto, MA in Conservation Studies(York), desenvolve o Doutoramento no IST, com o apoio da [email protected]

“Instalar ou desinstalar, eis a questão…”

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

ASSOCIADOS GECoRPA

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A. da Costa Lima, Fernando Ho,Francisco Lobo e Pedro Araújo - Arquitectos Associados, Ld.ªProjectos de conservação e restaurodo património arquitectónico.Projectos de reabilitação, recuperação erenovação de construções antigas.Estudos especiais

Betar - Estudos e Projectos de Estabilidade, Ld.a

Projectos de estruturas e fundaçõespara reabilitação, recuperação e renovação de construções antigas e conservação e restauro do património arquitectónico.

Consulmar Açores - Projectistas eConsultores, Ld.ªProjecto, consultoria e fiscalização.

LEB - Projectistas, Designers e Consultores em Reabilitação de Construções, Ld.ªProjecto, consultoria e fiscalização na área da reabilitação do património construído.

PENGEST – Planeamento,Engenharia e Gestão, S. A.Projectos de conservação e restaurodo património arquitectónico.Projectos de reabilitação,recuperação e renovação deconstruções antigas. Gestão,Consultadoria e Fiscalização.

OZ - Diagnóstico, Levantamento e Controlo de Qualidade de Estruturas e Fundações, Ld.ªLevantamentos. Inspecções e ensaiosnão destrutivos. Estudo e diagnóstico.

ERA - Arqueologia - Conservação e Gestão do Património, S. A. Conservação e restauro de estruturasarqueológicas e do patrimónioarquitectónico. Inspecções e ensaios.Levantamentos.

A. Ludgero Castro, Ld.ªConsolidação estrutural. Construçãoe reabilitação de edifícios.Conservação e restauro de bensartísticos e artes decorativas:estuques, talha, azulejaria,douramentos e policromias murais.

Alfredo & Carvalhido, Ld.ªConservação e restauro dopatrimónio arquitectónico.Conservação e reabilitação deconstruções antigas.

Alvenobra - Sociedade deConstruções, Ld.ªReabilitação, recuperação erenovação de construções antigas.

AMADOR, Ld.ªConservação , restauro e reabilitaçãodo património construído einstalações especiais.

Antero Santos & Santos, Ld.ªConservação e restauro do PA.Reabilitação, recuperação erenovação de CA. Instalaçõesespeciais em PAe CA.

Augusto de Oliveira Ferreira & Cª., Ld.ªConservação reabilitação deedifícios. Cantarias e alvenarias.Pinturas. Carpintarias.

GRUPO IProjecto,

fiscalização e consultoria

GRUPO IILevantamentos,

inspecções e ensaios

GRUPO IIIExecução

dos trabalhosEmpreiteiros

e Subempreiteiros

BEL – Engenharia e Reabilitação de Estruturas, S. A.Conservação e restauro do PA.Reabilitação, recuperação e renovação de CA. Instalaçõesespeciais em PA e CA.

MC Arquitectos, Ld.ªProjectos de arquitectura.Levantamentos, estudos ediagnóstico.

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ASSOCIADOS GECoRPA

Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 200550

Somafre - Construções, Ld.ªConstrução, conservação ereabilitação de edifícios. Serralharias.Carpintarias. Pinturas.

Cruzeta – Escultura e Cantarias,Restauro, Ld.ªConservação e reabilitação deconstruções antigas. Limpeza erestauro de cantarias, alvenarias eestruturas.

COPC - Construção Civil, Ld.ªConstrução de edifícios.Conservação e reabilitação deconstruções antigas. Recuperação econsolidação estrutural.

Sociedade de Construções José Moreira, Ld.ªExecução de trabalhosespecializados na área do patrimónioconstruído e instalações especiais.

MELIOBRA - Construção Civil e Obras Públicas, Ld.ª Construção, conservação ereabilitação de edifícios.

GECOLIX – Gabinete de Estudos e Construções, Ld.ªConservação e restauro dopatrimónio arquitectónico.reabilitação, recuperação erenovação de construções antigas.Instalações especiais em patrimónioarquitectónico e construções antigas.

Construções Borges & Cantante, Ld.ªConstrução de edifícios.Conservação e reabilitação deconstruções antigas.

Tecnasol FGE – Fundações e Geotecnia, S. A.Fundações e Geotecnia. Conservaçãoe restauro do patrimónioarquitectónico. Conservação ereabilitação de construções antigas.

Na Esteira, Sociedade deurbanização e Construções, Ld.ªConservação e restauro do PA.Reabilitação, recuperação erenovação de CA. Instalaçõesespeciais em PAe CA.

Sofranda – Empresa de Construção Civil, S. A.Conservação e restauro do PA.Reabilitação, recuperação erenovação de CA. Instalaçõesespeciais em PAe CA.

CVF - Construtora de Vila Franca, Ld.ªConservação de rebocos e estuques.Consolidação estrutural.Carpintarias. Reparação decoberturas.

Listorres - Construção Civil e Obras Públicas, S.A.Construção e reabilitação deedifícios.

L.N. Ribeiro Construções, Ld.ªConstrução e reabilitação deedifícios. Consolidação defundações.

MIU - Gabinete Técnico de Engenharia, Ld.ªConstrução, conservação ereabilitação de edifícios.Conservação e reabilitação depatrimónio arquitectónico.Conservação de rebocos e estuques epinturas.

Monumenta - Conservação e Restauro do PatrimónioArquitectónico, Ld.ªConservação e reabilitação deedifícios. Consolidação estrutural.Conservação de cantarias ealvenarias.

Poliobra - Construções Civis, Ld.ªConstrução e reabilitação deedifícios. Serralharias e pinturas.

Quinagre - Estudos e Construções, S. A.Construção de edifícios.Reabilitação. Consolidaçãoestrutural.

STAP - Reparação, Consolidação e Modificação de Estruturas, S. A.Reabilitação de estruturas de betão.Consolidação de fundações.Consolidação estrutural.

Brera - Sociedade de Construções e Representações, Ld.ªConstrução, conservaçãoreabilitação de edifícios.

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ASSOCIADOS GECoRPA

Tecnocrete – Materiais e Tecnologias de ReabilitaçãoEstrutural, Ld.ªProdução e comercialização de materiais para a reabilitação.

Tintas Robbialac, S. A.Produção e comercialização deprodutos de base inorgânica paraaplicações não estruturais.

BLEU LINE - Conservação eRestauro de Obras de Arte, Ld.ªMateriais para intervenções deconservação e restauro emconstruções antigas. Conservação de cantarias.

GRUPO IVFabrico e/oudistribuição de produtos e materiais

Para mais informações acerca dos associados GECoRPA, das suas actividades e dos seus contactos, visite a rubrica “associados” no nosso site www.gecorpa.pt

ONDUPORTUGAL - Materiais deConstrução, S. A.Produção e comercialização demateriais para construção .

BLAU, Ld.ªDistribuição de produtos e materiaisvocacionados para o PatrimónioArquitectónico e ConstruçõesAntigas.

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Pedra & Cal n.º 27 Julho . Agosto . Setembro 2005

O III Encontro Regional de GTLs, orga-nizado pela CCDR do Centro e pela Câ-mara Municipal do Fundão, ficou a as-sinalar uma viragem da maior im-portância na actividade daqueles orga-nismos. Efectivamente, sob o título“Desenvolvimento Sustentável: QueFuturo?”, o Encontro, realizado a 14 e15 de Junho, ao dar a conhecer numero-sos exemplos de trabalhos feitos no ter-reno, mostrou, não só a consolidaçãoduma prática bem alicerçada em nu-merosas e diversificadas intervenções,mas também a abertura de novos hori-zontes, com base numa estratégia vi-sando “o crescimento económico, aqualidade ambiental, a coesão e o pro-gresso social e a intensificação da cida-dania activa à escala local” – de acordocom os objectivos constantes do respec-tivo programa.Além da apresentação de intervençõesmostrando a actividade dos GTL doFundão, Sabugal, Pampilhosa da Serra,Oliveira de Frades e Aldeias da Gar-dunha, estiveram expostos muitos tra-balhos de outros Gabinetes da RegiãoCentro, documentando o empenha-mento dos respectivos responsáveis etambém dos agentes no terreno, no de-senvolvimento duma estratégia visan-do efeitos multiplicadores.Efectivamente, além da reabilitação doedificado, resgatando a identidade dolugar (objectivo inicial dos GTL), o queeste Encontro veio mostrar foi umavisão mais abrangente, integrada edinâmica das intervenções, virada pa-ra a sustentabilidade do território. Tra-tou-se, assim, duma eloquente de-monstração de que, a partir da defesado património, bem assente no concre-to de cada lugar e atenta às aspirações enecessidades das pessoas, se torna pos-sível rasgar horizontes mais amplos,mercê duma visão aberta aos sinais dos

tempos. É esta atitude que hoje se exigeaos responsáveis e autores, quando otema da reabilitação urbana está final-mente na ordem do dia.O envolvimento de múltiplas entida-des presentes no Encontro, além daspromotoras, como a Ordem dos Arqui-tectos, o IPPAR, a Universidade da Bei-ra Interior, a DGOTU, e ainda a partici-pação de docentes de Lisboa, Salaman-ca e Valladolid e, até, do secretário deEstado Prof. João Ferrão, proporciona-ram um quadro extremamente favorá-vel ao alargamento da iniciativa e à di-vulgação e problematização dos temasem debate.Ficou em suspenso uma questão damaior relevância para a perspectivaçãodesta alargada acção dos GTL: o prazo

extremamente curto (dois ou três anos)que a lei concede ao respectivo funcio-namento. Apesar deste limite, uma boaparte das equipas presentes, além daelaboração obrigatória de um instru-mento de planeamento, foi capaz deconcretizar, em obra, significativas in-tervenções, mercê do entusiasmo e em-penhamento no respectivo trabalho edo apoio das entidades responsáveis. Eque aponta, ao fim e ao cabo, de acordocom a Agenda 21 Local (tema centraldo Encontro), para o desenvolvimentosustentável do território do futuro.

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PERSPECTIVAS

NUNO TEOTÓNIO PEREIRA,Arquitecto

Gabinetes Técnicos Locais

Além da reabilitação,o desenvolvimento sustentável

“Requalificação Urbana da Frente da Ria” na Praia da Costa Nova, concelho de Ílhavo. Desenhos de Paulo Anes

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