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Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio São Paulo 2011

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  • Rede So Paulo de

    Cursos de Especializao para o quadro do Magistrio da SEESP

    Ensino Fundamental II e Ensino Mdio

    So Paulo

    2011

  • UNESP Universidade Estadual PaulistaPr-Reitoria de Ps-GraduaoRua Quirino de Andrade, 215CEP 01049-010 So Paulo SPTel.: (11) 5627-0561www.unesp.br

    Governo do Estado de So Paulo Secretaria de Estado da EducaoCoordenadoria de Estudos e Normas PedaggicasGabinete da CoordenadoraPraa da Repblica, 53CEP 01045-903 Centro So Paulo SP

  • Relaes estratgicas internacionais e a estruturao da

    ordem mundial

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    .lightshock.com.br/w

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  • ficha sumrio tema

    SumrioVdeo da Semana ...................................................................... 3

    Relaes estratgicas internacionais e a estruturao da ordem mundial..........................................................................................3

    Um incio de conversa ................................................................................3

    2.1. A geopoltica no mundo entre guerras .................................................5

    Efeitos posteriores de Heartland ................................................................7

    2.2. Hegemonia americana e repartio do poder mundial .........................8

    Referncias ............................................................................. 12

    Bibliografia ............................................................................ 12

    Ementa: ................................................................................. 14

    Palavras chaves: ..................................................................... 14

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    Vdeo da Semana

    Relaes estratgicas internacionais e a estruturao da ordem mundialUm incio de conversaNesta aula vamos discutir as origens da ordem mundial, tendo como referncia um dos

    principais pensadores da Geografia Poltica do perodo entre guerras: o gegrafo britnico Halford John Mackinder (1861-1947). Veremos que, mesmo com mais de um sculo, muitas de suas ideias geopolticas permanecem ainda vlidas para a anlise do contexto internacional contemporneo.

    Mackinder tinha formao em cincias naturais e pde desenvolver uma viso geogrfica ampla durante a sua carreira acadmica e poltica, que ocorreu numa poca de grandes trans-formaes sociais. Ele viveu quatro fases importantes do Imprio Britnico, do final do sculo XIX at a metade do sculo XX: o apogeu; a crise, aps a 1 Grande Guerra; a decadncia, durante a 2 Guerra Mundial; e o seu fim, nas duas dcadas seguintes.

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    Em 1889, Mackinder foi o primeiro homem a escalar o Monte Qunia, em uma de suas expedi-es pela frica, demonstrando a importncia do conhecimento geogrfico e a necessidade de mape-

    amento do vasto continente africano como parte da estratgia poltica de consolidao dos domnios

    coloniais britnicos. E de fato foi o que aconteceu. A conquista do monte Qunia foi considerado um

    dos pontos de partida da expanso imperial britnica sobre o Qunia, a Uganda e outras terras do

    alm-Nilo (BLOUET,2004).

    Em outra fase, j como diplomata, Mackinder aplicou esta viso de cincia ao trabalhar como analista das rotas comerciais para os empresrios britnicos. O seu trabalho permitiu a ele no ter apenas acesso a documentos privilegiados, como tambm viajar para todas as naes que o Reino Unido tinha relaes comerciais. Foi desse perodo a publicao de dois trabalhos seus que tratam da expanso do imprio: Britain and the British Seas (1902) e On thinking imperially (1907).

    Na passagem dos sculos XIX para o XX, tendo acumulado grande experincia prtica, Mackinder desenvolveu a sua teoria geopoltica, tanto na Royal Geographic Society1 como na Uni-versidade de Oxford. A Inglaterra estava passando por profun-das transformaes tcnicas e cientficas. O transporte de massa (motor a vapor) e as novas redes de comunicao colocavam uma nova ordem na maneira de se produzir e transportar. E isto chamou ateno de Mackinder.

    Se a estratgia naval inglesa baseava-se no postulado de que a segurana das Ilhas Britni-cas estava garantida por um poder martimo que controlando os oceanos com a esquadra de guerra, a marinha mercante e a rede de bases espalhadas pelo planeta, era necessrio ficar atento s naes que se apropriavam das novas tecnologias e seus efeitos nas foras produtivas locais. Para Mackinder, a revoluo industrial e o transporte de massa colocaria a supremacia britnica em segundo plano. Pensando no impacto dessas transformaes, ele desenvolveu a Teoria do Heartland, o que veio a influenciar o pensamento geopoltico do mundo entre guerras.

    1. A Sociedade Real de Geo-grafia teve um papel relevante na discusso e difuso do co-nhecimento. Naquele momento histrico, a cincia contemplava o positivismo, que tinha como doutrina o evolucionismo. No por acaso, Charles Darwin fazia parte desta sociedade.

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    2.1. A geopoltica no mundo entre guerras

    Em sua conferncia na Royal Geographic Society2, Mackin-der questionou a viso dominante de que a Europa era o centro gravitacional do mundo, situao estabelecida desde a poca das grandes navegaes e dos descobrimentos.

    Segundo Mackinder, a Europa no devia ser vista como um continente parte, mas apenas como uma pequena pennsula de um continente maior denominado Eursia, cujo eixo central estaria localizado no interior da grande massa continental. Partindo dessa noo de Eursia, Mackinder desenvolveu o conceito estratgico de Heartland corao continental/ terra central/ regio-piv constituindo a pedra basilar da teoria do poder terrestre. Em termos descritivos oHeartlandabarcava o centro e o norte da Eursia, abrangendo em suas linhas gerais o territrio da Rssia czarista do incio do sculo. No sentido norte-sul oHeartlandes-tendia-se das costas geladas do oceano rtico aos desertos da sia Central; na direo leste--oeste, dos confins da Sibria s terras situadas entre os mares Branco e Negro. Veja o mapa elaborado por Mackinder.

    Figura 1 O mundo do ponto de vista de MackinderFonte: Mackinder, 1904

    2. Mais tarde transformada em um artigo e publicada no Geographical Journal em 1904.

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    Segundo Mello (1994), a teoria proposta por Mackinder era sustentada por trs aspectos fundamentais. Um primeiro aspecto estava relacionado ao fato de que a Europa no era fruto de sua prpria histria, mas subordinada dinmica mais ampla da histria asitica e de vit-rias contra as invases que vinham do leste. Assim, Mackinder concebeu o desenvolvimento da civilizao europia como produto da reao vitoriosa ao desafio imposto pelas seculares invases asiticas. Essas presses externas eram promovidas por hordas de cavaleiros nmades que, deslocando-se desde o interior do grande continente, pressionavam as regies marginais da Eursia.

    Alm disto, Mackinder destacou dois aspectos geogrficos essenciais do continente eurasi-tico. O primeiro deles era seu isolamento mediterrneo, uma vez que seus rios navegveis de-sembocavam nos lagos e mares do interior continental ou nas costas do oceano rtico. Outro aspecto era sua topografia plana, principalmente na extensa faixa das estepes meridionais, que oferecia condies ideais mobilidade dos povos nmades-pastoris da sia Central. Isto fazia doHeartland uma fortaleza natural inacessvel ao assdio do poder martimo das potncias insulares e propiciava o desenvolvimento do poder terrestre da potncia que dominasse o eixo central euroasitico.

    Ainda segundo Mackinder, em torno doHeartlandarticulavam-se quatro regies margi-nais, que formavam as linhas costeiras da Eursia e estavam localizadas dentro do raio de ao do poder martimo. Essas regies formavam o crescente interno ou marginal(Inner Cres-cent)integrado pela Europa, Oriente Prximo, ndia e China.

    Focos de irradiao de quatro grandes religies cristianismo, islamismo, hindusmo e budismo as quatro regies marginais concentravam trs quartos da populao da Eursia. Por sua vez, o crescente interno estava circundado pelo crescente externo ou insular(Outer Crescent),formado pelas duas Amricas e a Austrlia, que eram ilhas-continentes separadas da Eursia pelos fossos do Atlntico e do Pacfico.

    Em sntese, o eixo central do continente era dominado pela Rssia; o grande arco interior formado pela a Alemanha, ustria, Turquia, ndia e China; e o grande arco exterior composto pela Inglaterra, Canad, Estados Unidos, frica do Sul, Austrlia e Japo.

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    Uma vez caracterizada a ordem mundial a partir do eixo central euroasitico, Mackin-der ressaltou a importncia das inovaes tecnolgicas no acirramento da disputa pelo poder mundial entre duas foras principais: o oceanismo (foras navais) e o continentalismo (foras terrestres). Para ele, na virada do sculo, o advento de novas tecnologias nos meios de transpor-te ameaavam desequilibrar o poder mundial com a interligao dos vastos espaos do interior da Eursia. Essas novas tcnicas poderiam representar a decadncia do poder martimo e o comeo de uma nova era marcada pela preponderncia do poder terrestre. Ou seja, a inven-o da locomotiva e a construo das ferrovias transcontinentais poderiam vir a neutralizar a importncia do barco a vapor, alterando a favor do poder terrestre a correlao de foras que, desde as grandes navegaes, assegurou a supremacia do poder martimo.

    A partir dessa anlise global, o gegrafo ingls alertou para o perigo que representava para o poder martimo britnico uma eventual aliana entre duas grandes potncias continentais, cuja mobilidade terrestre estava sendo incrementada pelas ferrovias e locomotivas: a Alemanha, situada no centro da Europa, e a Rssia, a grande soberana doHeartlandeurasitico.

    Efeitos posteriores de Heartland

    No decorrer da sua vida acadmica, Mackinder teve oportunidade de analisar a validade da sua teoria e fazer alguns ajustes de suas previses.

    De fato, nenhuma nao conseguiu controlar o Heartland, ainda que a ex-URSS tenha chegado muito prxima de sua previso. Em vista do risco do domnio vermelho, logo aps a Primeira Guerra Mundial, Mackinder assessorou a diplomacia inglesa nas negociaes de paz, propondo que as potncias vitoriosas criassem no leste europeu uma sequncia de Estados--tampo, desde o mar Bltico at os mares Negro e Adritico. Esta proposta est na origem da criao da Polnia, da Tchecoslovquia, da Hungria, da Iugoslvia, da Bulgria e da Romnia, dividindo parte dos territrios de trs grandes imprios: o russo, o alemo e o austro-hngaro.

    A funo estratgica desse cordo sanitrio contra o perigo vermelho era separar e impedir uma futura aliana entre as duas potncias marginalizadas pelo sistema de Versalhes: a Ale-manha vencida e a Rssia bolchevique. Do ponto de vista da ordem mundial, esta proposta de Mackinder influenciou profundamente o pensamento geopoltico da poca, que considerava imprescindvel o domnio da Europa Oriental para o controle doHeartland. Assim, quem

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    dominasse oHeartlandcontrolaria aWorld Island - denominao dada por Mackinder ao du-plo continente formado pela Eursia-frica, o que seria a condio para o controle da ordem mundial.

    Contudo, o cordo sanitrio mackinderiano demonstrou ser um arranjo geopoltico dema-siado frgil para isolar as duas potncias continentais. Com a ascenso do nazismo comeou o desmantelamento da barreira de conteno europia oriental pela poltica de agresso hitle-rista, auxiliada em parte pelo pacto de no-agresso germano-russo, de 1939. Essa situao perdurou at 1941, quando a mquina de guerra nazista invadiu a Unio Sovitica, abrindo uma nova frente de batalha no leste da Europa contra o Estado-piv eurasitico.

    Em um segundo momento, devido ao curso da Segunda Guerra Mundial, Mackinder reno-vou sua teoria, introduzindo o conceito deMidland Ocean; baseado na premissa do continente americano conseguir rivalizar com oHeartland, o que gerou um novo equilbrio de poderes. Era o incio da emergncia do poderio americano.

    Finda a Segunda Grande Guerra, o pensamento de Mackinder influenciou a diviso da Alemanha em dois Estados distintos e a prpria assinatura do Tratado de Washington, cons-titutivo da OTAN, em 1949. Neste contexto geopoltico, a Alemanha estava dividida por quatro potncias (Estados Unidos da Amrica, Reino Unido, Frana e Unio Sovitica), e esta conjugao era vista por Mackinder como uma composio das foras terrestres a leste, no Heartland, e o martimo a oeste, devido capacidade anfbia do Midland Ocean. Aqui, criava--se um tringulo de defesa atlntica com o topo nos EUA e a base no Reino Unido e Frana. A cooperao das potncias ocidentais vencedoras da Segunda Guerra com a Unio Sovitica no durou muito tempo, como havia previsto Mackinder, a partir da publicao de The round world and the winning of the peace, em 1943. A definio da ordem mundial passou cada vez mais a depender da expanso do poderio americano e dos rumos da Guerra Fria.

    2.2. Hegemonia americana e repartio do poder mundial

    Hegemonia uma palavra de origem latina que significa direo suprema. Era utilizada no Imprio Romano para designar os chefes dos exrcitos (egemnes). Na escala das relaes in-ternacionais, o conceito de hegemonia est associado, principalmente, s relaes de dominao entre os Estados Nacionais. Assim, na escala global, a hegemonia pode ser definida como uma

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    forma de poder de fato, estabelecida pela capacidade de liderana que um pas exerce sobre os outros em termos culturais, polticos e econmicos (BOBBIO, 1998). Nenhum pas exerce a hegemonia apenas pela coero, mas tambm pela sua capacidade de convencimento (persu-aso) a respeito dos seus objetivos e propsitos.

    Atualmente, no h dvidas do poder hegemnico dos Estados Unidos, tanto do ponto de vista militar, como econmico e cultural.

    O poderio blico dos Estados Unidos indiscutvel. Em 2008, os americanos gastaram 4% do PIB com as foras armadas (cerca de 600 bilhes de dlares), o que representa a metade do gasto militar mundial. Alm do investimento em novas tecnologias, como o avio modelo B-2 (quase invisvel para os radares), os Estados Unidos o nico pas com bases militares e frota naval distribudas em todas as regies do mundo.

    O domnio dos Estados Unidos tambm se manifesta no campo econmico e cultural. Den-tre as 500 maiores empresas existentes em 2006, quase 200 foram formadas nos Estados Unidos. Esta hegemonia econmica facilitou a difuso da lngua inglesa americana e dos hbitos e cos-tumes (American way of life) pelo planeta. Os melhores exemplos desse domnio cultural podem ser observados na extenso do mercado cinematogrfico produzido em Hollywood e na abertura de filiais das lojas americanas de fast food no exterior. Veja a sequncia de mapas a seguir.

    Mapa 1 - Despesas militares em milhes de dlares (2009)

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/D03c_Depenses_militaires_2009.jpg

    Legenda - Em 2009, os Estados Unidos gastou 663,3 milhes dlares com as foras armadas, o dobro do segundo colocado no ranking mundial (Unio Europia).

    Mapa 2 - A presena das foras armadas americanas no mundo (2007)

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/05_deploiement_ustroops_2006.jpg

    Legenda - O Iraque o pas com o maior contingentes de soldados americanos, seguido da Alemanha e do Afeganisto.

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/D03c_Depenses_militaires_2009.jpghttp://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/05_deploiement_ustroops_2006.jpg

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    Mapa 3 - Nmero de firmas por origem geogrfica (2006)

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/usa_500firmes_nombre_2006.jpg

    Legenda - Das 500 maiores empresas classificadas segundo o valor de mercado, 196 possuem a sede localizada nos Estados Unidos.

    Mapa 4 - Distribuio mundial do McDonald, 2004

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/32C_macdo_2004.jpg

    Legenda - Fora dos Estados Unidos, o Japo o maior mercado do McDonads.

    Mapa 5 - Importao de filmes dos Estados Unidos, Frana e ndia, 2006

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/06_Importations_films_E-lU_France_Inde_2006.jpg

    Legenda - Dentre os principais produtores de filmes comercializados no mercado

    mundial, os Estados Unidos o nico com penetrao em todos os continentes.

    Por que os Estados Unidos uma nao to poderosa? Segundo Bobbio (1998), so quatro os recursos do poder, alm da fora: a riqueza, a informao, o prestgio e a amizade. Vejamos como os Estados Unidos reuniram esses recursos e se transformaram na nao mais poderosa do mundo.

    Os Estados Unidos tm a sua origem histrica nas 13 colnias inglesas na Amrica do Nor-te: Massachusetts, Rhode Island, New Hampshire, Nova York, Connecticut, Pensilvnia, Nova Jersey, Delaware, Virgnia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Gergia.

    A expanso territorial do pas representou a formao de novos capitais, envolvendo a compra de territrios (Flrida, Alasca e Lousiana), assim como guerras e tratados com o Mxico, quando o pas anexou grande parte do Texas e da Califrnia. Ao trmino desse processo de expanso territorial, os Estados Unidos transformou-se numa nao mais rica, principalmente com a des-coberta de reservas de ouro no oeste e o incio da explorao petrolfera na regio do Texas.

    http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/usa_500firmes_nombre_2006.jpghttp://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/32C_macdo_2004.jpghttp://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/06_Importations_films_E-U_France_Inde_2006.jpg

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    No foi por acaso que os Estados Unidos tornou-se o principal destino dos imigrantes, provenientes da Irlanda, da Alemanha, da Inglaterra, da Itlia. Foram mais de 40 milhes de pessoas em busca de trabalho e novas oportunidades, o que garantiu ao pas uma enorme re-serva de fora de trabalho, jovem e barata.

    Desta forma, quando o mundo ainda vivia sob a hegemonia do Imprio Britnico, os Es-tados Unidos se firmava como uma grande potncia econmica, o que se consolidou com o desenvolvimento industrial das regies nordeste e dos Grandes Lagos. A fonte da riqueza industrial americana no se estabeleceu apenas na explorao da mo-de-obra barata e do consumo da matria prima abundante (reservas de carvo mineral dos Montes Apalaches e de ferro, prximas ao Grande Lago), mas tambm pela capacidade de inovao tecnolgica. Foram nas fbricas de Nova York, Filadlfia, Detroit e Chicago que se aplicaram novos pro-cessos de produo industrial e de gesto, que ficaram conhecidas como fordismo e taylorismo. Com base neste novo capitalismo e com uma posio estratgica invejvel (acesso ao oceano Atlntico e Pacfico, sem inimigos prximos s suas fronteiras), foi possvel lanar-se ao mar. Primeiro, dominando o comrcio martimo no Caribe e, no decorrer da primeira metade do sculo XX, estabelecendo sua supremacia nos principais trajetos ocenicos.

    O Corolrio Roosevelt, anunciado em 1904, foi um marco desta mudana de status poltico dos Estados Unidos, que se colocava como a liderana dos pases do continente e o rbitro das relaes diplomticas entre os pases vizinhos latino-americanos em busca de maior integra-o e desenvolvimento comum. A poltica do Big Stick (Grande Porrete) foi o brao armado do Corolrio Roosevelt. Aqueles pases que apresentassem instabilidade poltica ou violao do direito internacional poderia sofrer a interveno militar dos Estados Unidos, o que lhes conferiram respeito pelas naes vizinhas e prestgio entre as naes consideradas amigas.

    Apesar da imposio de protetorados em Cuba e So Domingos, alm de inmeras ocu-paes militares, os Estados Unidos nunca procuraram incorporar as regies do seu domnio para formar um sistema colonial, nos moldes do Imprio Britnico. A ascenso da hegemonia americana representou uma nova forma de repartio do poder mundial. Leia mais sobre o assunto no link http://diplo.org.br/2008-11,a2668.

    http://diplo.org.br/2008-11,a2668

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    Referncias

    BLOUET,B. W. The imperial vision of Halford Mackinder. In:The Geographical Jour-nal, Vol. 170, No. 4, December 2004.

    BOBBIO, Norberto. Dicionrio de poltica. Braslia: Editora da UnB, 1998.

    MELLO, L. I. A. A geopoltica do poder terrestre revisitada.Lua Nova, So Paulo, n. 34,Dec. 1994.

    Bibliografia ANDRADE, M. C. de.Geografia, cincia da sociedade:Uma Introduo Anlise do Pensa-

    mento Geogrfico. So Paulo, 1987.

    FONSECA, S. R. B. M. Uma introduo geopoltica clssica: de Ratzel a Haushofer. In: II

    Simpsio Regional de Geografia, 2003.Anais...,Uberlndia/MG, 2003.

    MACKINDER, H. J. Britain and the British Seas. London: Heinemann, 1902.

    MACKJNDER, H. J. The geographical pivot of history. Geographical Journal, n. 23, p. 421-437, 1904.

    MACKINDER, H. J. On thinking imperially. In: LEctuRES on Empire. London: 1907.

    MACKINDER, H. J. The round world and the winning of the peace. In: Foreign Affairs, n. 21, p. 595-605, 1943.

  • ficha sumrio tema

    Eduardo Augusto Werneck Ribeiro

    Regina Celia Correa de Araujo

    Raul Borges Guimares

    Ficha da Disciplina

    Ordem geopoltica mundial - atores e escalas de ao

    http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4761088P8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4248926Z6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4767238D4

  • ficha sumrio tema

    Ementa:A preocupao central desta disciplina de analisar o contexto histrico-geogrfico que

    originou e estruturou a hegemonia americana, considerando a relao econmico-financeira e poltico-militar dos Estados Unidos com os pases latino-americanos, europeus, asiticos e africanos. Em vista dos conflitos regionais, movimentos migratrios internacionais e o au-mento da desigualdade regional, os alunos sero desafiados a avaliar diferentes processos que impactam o sistema poltico internacional.

    Palavras chaves: Ordem Mundial, Hegemonia, Estado, Nao e Poder.

    Estrutura da Disciplina

    Ordem geopoltica mundial - atores e

    escalas de ao

    1. Estado, Estado-territorial e Estado Nacional

    1.1 Poder, territrio e Estado

    1.2 A geografia poltica clssica alem

    2. Relaes estratgicas internacionais e a

    estruturao da ordem mundial

    2.1 A geopoltica no mundo entre guerras

    2.2 Hegemonia americana e repartio do poder mundial

    3. A (des)ordem mundial3.1 Guerra Fria e bipolaridade

    3.2 A crise da ordem mundial

    4. Novos atores e escalas de ao

    4.1 A agenda ambiental

    4.2 A fora dos jovens

    5. A crise do mundo rabe5.1 A formao do mundo rabe

    5.2 Tabuleiro poltico atual

  • Pr-Reitora de Ps-graduaoMarilza Vieira Cunha Rudge

    Equipe CoordenadoraAna Maria Martins da Costa Santos

    Coordenadora Pedaggica

    Cludio Jos de Frana e SilvaRogrio Luiz Buccelli

    Coordenadores dos CursosArte: Rejane Galvo Coutinho (IA/Unesp)

    Filosofia: Lcio Loureno Prado (FFC/Marlia)Geografia: Raul Borges Guimares (FCT/Presidente Prudente)

    Antnio Cezar Leal (FCT/Presidente Prudente) - sub-coordenador Ingls: Mariangela Braga Norte (FFC/Marlia)

    Qumica: Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

    Equipe Tcnica - Sistema de Controle AcadmicoAri Araldo Xavier de Camargo

    Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

    Secretaria/AdministraoMrcio Antnio Teixeira de Carvalho

    NEaD Ncleo de Educao a Distncia(equipe Redefor)

    Klaus Schlnzen Junior Coordenador Geral

    Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

    Coordenador de Grupo

    Andr Lus Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

    Marcos Roberto GreinerPedro Cssio Bissetti

    Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

    Produo, veiculao e Gesto de materialElisandra Andr Maranhe

    Joo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

    Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

    Pamela GouveiaRafael Canoletti

    Valter Rodrigues da Silva

    Marcador 1Vdeo da SemanaRelaes estratgicas internacionais e a estruturao da ordem mundialUm incio de conversa2.1. A geopoltica no mundo entre guerrasEfeitos posteriores de Heartland2.2. Hegemonia americana e repartio do poder mundial

    RefernciasBibliografiaEmenta:Palavras chaves:

    Boto 2: Boto 3: Boto 6: Boto 7: Boto 68: Boto 69: Boto 38: Pgina 4:

    Boto 39: Pgina 4:

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