recurso inominado mae - proc contra marisa e itaucard - juizado

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AUTOS Nº 0026037- 84.2012.8.16.0014 EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DO 3º JUIZADO ESPECIAL CIVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE LONDRINA/PR AUTOS Nº 0026037-84.2012.8.16.0014 TEREZINHA APARECIDA PÍVARO DA SILVA, já qualificada nos autos de ação indenizatória por danos morais acima epigrafados, vem, tempestivamente, com fulcro no art. 41 usque 42 da Lei n. 9.099/95, perante à presença de Vossa Excelência para apresentar RECURSO INOMINADO contra a r. sentença prolatada no presente feito, requerendo seja recebido o presente recurso em seus regulares efeitos, e encaminhados à Egrégia Turma Recursal do Paraná para reexame e julgamento. Tendo em vista que a autora já demonstrou ser pobre na acepção jurídica do termo, pois é pensionista do INSS com renda inferior a dois salários mínimos e tem filha e neta para sustentar, reitera o requerimento já feito na atermação de concessão dos benefícios da justiça gratuita . 1

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Page 1: Recurso Inominado Mae - Proc Contra Marisa e Itaucard - Juizado

AUTOS Nº 0026037-84.2012.8.16.0014

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DO 3º JUIZADO ESPECIAL CIVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE LONDRINA/PR

AUTOS Nº 0026037-84.2012.8.16.0014

TEREZINHA APARECIDA PÍVARO DA SILVA, já qualificada nos autos de ação indenizatória por danos morais acima epigrafados, vem, tempestivamente, com fulcro no art. 41 usque 42 da Lei n. 9.099/95, perante à presença de Vossa Excelência para apresentar RECURSO INOMINADO contra a r. sentença prolatada no presente feito, requerendo seja recebido o presente recurso em seus regulares efeitos, e encaminhados à Egrégia Turma Recursal do Paraná para reexame e julgamento.

Tendo em vista que a autora já demonstrou ser pobre na acepção jurídica do termo, pois é pensionista do INSS com renda inferior a dois salários mínimos e tem filha e neta para sustentar, reitera o requerimento já feito na atermação de concessão dos benefícios da justiça gratuita.

É O QUE SE REQUER.

Londrina, 17 de outubro de 2012.

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OAB/PR Nº

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AUTOS Nº 0026037-84.2012.8.16.0014

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DA TURMA RECURSAL DO PARANÁ

INCLÍTA TURMA RECURSAL JULGADORA

EMINENTES JUIZES DE DIREITO JULGADORES

QUE DEUS OS ILUMINE NA ANÁLISE DESTE CASO, POIS A RECORRENTE ESTÁ SENDO VÍTIMA DE UMA INJUSTIÇA.

TEREZINHA APARECIDA PÍVARO DA SILVA, já qualificada nos autos de ação indenizatória por danos morais acima epigrafados, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência para apresentar RECURSO INOMINADO contra a r. sentença prolatada no feito nº 0026037-84.2012.8.16.0014 pela MM. Juiza de Direito Dra. Rosangela Faoro, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

Em que pese o brilho e tirocínio jurídico costumeiro que identifica a eminente magistrada, no caso em apreço não andou bem sua Excelência, na medida em que proferiu sentença nula contra a prova dos autos e as comezinhas regras de processo,

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notadamente aquelas que dispõem sobre o ônus da impugnação específica e o direito a instauração da fase probatória, tendo em vista requerimento expresso da recorrente neste sentido. Senão vejamos.

DOS FATOS COMO EFETIVAMENTE OCORRERAM

Inicialmente, convém, por oportuno, rememorar os fatos que delimitam a lide, sobretudo porque, ao que parece, eles não foram corretamente apreendidos na r. sentença prolatada.

Deveras, a recorrente possuía um simples cartão de compras com crédito exclusivo para aquisição de bens e produtos nas Lojas Marisa, em contrato cuja adesão se deu em 11.06.2011, sendo recebido pela recorrente um cartão de nº 5411 XXXX XXXX 8339.

Ocorre que, sem qualquer requerimento ou anuência, ainda que tácita, da recorrente, o recorrido Banco Itaú, após fundir-se com o Banco Unibanco, este até então administrador dos cartões Marisa, cancelou unilateralmente aquele cartão de compras de titularidade da recorrente e em seu lugar lhe enviou um cartão de crédito no qual seriam cobradas anuidades regulares.

Vale dizer, a despeito da arbitrária, ilegal e unilateral revogação do contrato firmado pela recorrente com a recorrida Lojas Marisa, e não com o recorrido Banco Itaú, este enviou à recorrente, sem que fosse requerido por esta anteriormente, um cartão de crédito comum onde seriam cobradas anuidades.

Reconhecendo o erro, o recorrido Banco Itaú entrou em contato com a recorrente em 13.03.2012, oportunidade em que esta (recorrente) manifestou expressamente o seu desejo de não manter o cartão de credito ativo. Somente então o Banco Itaú efetivou o cancelamento.

Ocorre, porém, que neste intervalo de tempo a recorrente havia se dirigido às Lojas Marisa para efetuar, com o seu cartão de compras da referida Loja, compras de roupas para a sua neta que estava precisando. Todavia, quando foi efetuar o pagamento das roupas já adquiridas com o indigitado cartão a recorrente teve uma surpresa constrangedora na ‘boca do caixa’, onde lhe foi informado que seu cartão havia sido

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cancelado sem qualquer aviso prévio. Note-se que não havia qualquer débito pendente na ocasião, logo a recorrente estava adimplente com suas obrigações para com a recorrida Lojas Marisa. Tanto isto é verdade que esta recorrida reconheceu expressamente este fato quando da sua manifestação apresentada junto ao PROCON.

Aliás, por falar em PROCON, a denúncia formulada pela recorrente junto aquele órgão público foi objeto de resposta por parte das recorridas e estas em momento algum negaram a existência do fato, consoante acima narrado.

Vale dizer, reconheceram expressamente que praticaram esta conduta consistente em cancelar o cartão de compras da Loja Marisa de titularidade da recorrente e enviar-lhe à sua revelia um cartão de crédito do Banco Itaú.

Em juízo, igualmente, as rés não negaram tampouco impugnaram os fatos conforme foram narrados na atermação inicial por parte da recorrente.

O recorrido Banco Itaú, além de não impugnar qualquer ponto da inicial, ônus que se lhe impunha, se limitou a reconhecer expressamente o pedido da autora aduzindo, em suma, que o montante postulado pela autora na inicial é irrazoável e desproporcional.

Realce-se, mais uma vez, em momento algum o recorrido Banco Itaú impugnou a matéria de fato deduzida pela recorrente na inicial, ou seja, reconheceu o cancelamento ilegítimo e envio arbitrário de cartão de credito para a residência da autora.

Sobre este fato não restou qualquer controvérsia.

Por outro lado, a ré Lojas Marisa, em longo arrazoado, limitou-se a pugnar pela sua ilegitimidade passiva ad causam, imputando os fatos ao recorrido Banco Itaú. Aliás, as Lojas Marisa, de forma, para dizer o mínimo, insólita, distorcem os fatos para alegar que a recorrente possui cartão de credito com bandeira Mastercard junto ao Banco Itaú, quando na verdade é justamente este ilícito que a recorrente procura combater, ou seja, questionar a conduta das rés em simplesmente cancelar unilateralmente um cartão de compras o qual não possuía débitos e isto as rés reconheceram, e lhe enviar um cartão de crédito substitutivo. Alia-se, a este fato a recusa da recorrida em vender produtos à recorrente em razão do cancelamento unilateral do cartão. Aliás, a recorrida Lojas Marisa se limitou a dizer em sua

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contestação que, por não possuir acesso ao sistema interno do Banco Itaú, não tinha como esclarecer o que de fato ocorreu.

Estes são os fatos como se deram e sobre os quais não restou qualquer controvérsia entre as partes.

Para confirmar isto, basta uma leitura das peças de contestação.

DA NULIDADE DA SENTENÇA. DO RECONHECIMENTO JURÍDICO DO PEDIDO. JULGAMENTO CONTRÁRIO À PROVA FICTA DOS AUTOS.

Não obstante os fatos terem restado incontroversos nos autos, sobretudo diante do claro reconhecimento jurídico do pedido por parte dos réus, a MM. Juiza prolatora da sentença objurgada desconsiderou a realidade dos autos e julgou improcedente o pedido da autora, sob o fundamento de que ela não se desincumbiu de provar o fato alegado. Senão vejamos.

Assim fundamentou o seu decisum a MM Juiza:

“(...) Dispõe o artigo 333 , do código de processo civil e que se aplica subsidiariamente no juizado especial cível, que e ônus do autor a prova quanto ao fato constitutivo de seu direito e ônus da prova do reu “quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”.

(...)

Da analise da prova produzida nos autos, tem-se que o pedido inicial não merece prosperar e deve ser julgado improcedente, por não ter a reclamante apresentado qualquer prova a demonstrar concretamente o dever dos reclamados de indenizar.

A reclamante juntou documentos comprovando que possuía o cartão das lojas marisa que tinha débitos para pagar. O cartão da loja marisa passou a ser administrado pela bandeira mastercard itau sendo esta apenas emissora do cartão, o titular que e pessoa física, no caso, a autora, que já mantinha o contrato de adesão com as lojas marisa, com novo cartão a reclamante poderia fazer uso, compra e pagamentos em diversos outros estabelecimentos credenciados.

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A autora tinha o cartão das lojas marisa, evidentemente após a mastercard itau passar a administrar os cartões daquela, automaticamente mandaria outro cartão bloqueado, sendo livre o aceite ou não.

A autora alega que não desbloqueou e não aceitou quando a primeira re entrou em contato, obviamente seria cancelado o cartão.

Conforme consta no demonstrativo de débitos a autora possuía duas compras, uma de três parcelas de 31,11 e outra de três parcelas de 19,79 e o que totaliza o valor cobrado para o pagamento a vista e que foi executado pela autora, portanto, não pagou nada além do que efetivamente devia.

O código de defesa do consumidor impõe regras para a proteção e defesa do consumidor, impõe regras para a proteção e defesa do consumidor, porem em contrapartida estabelece a harmonização dos interesses dos participantes das relações, buscando sempre o equilíbrio dessa relação.

Portanto, não e difícil concluir de que não houve ilícito por parte da empresa, não constituindo desta maneira responsabilidade civil indenizatória. (...)”

Ora Eminentes Julgadores, os recorridos, embora devidamente citados, apresentaram contestação formal, todavia, não impugnaram especificadamente os fundamentos, ressalte-se, atermados, deduzidos pela autora em sua reclamação inicial, ônus que se lhes impunha sob pena de confissão tornando o fato incontroverso nos autos. Trata-se da ‘verdade processual’ sobre a qual nem mesmo o magistrado tem o poder de alterar.

Limitaram-se a reconhecer a juridicidade do pedido, tendo a recorrida Lojas Marisa se manifestado, no mérito, por negativa geral, não se desincumbindo dos ônus dialético processual que se lhes impunha de impugnar detalhadamente a pretensão autoral.

Ocorre, porém, que com a devida vênia a MM. Juiza, ao se utilizar do principio da distribuição do ônus da prova e imputar à recorrente o dever de provar fato constitutivo de seu direito olvidou para o fato de que os réus reconheceram a juridicidade do pedido, logo, não cabia à recorrente provar mais nada.

Deveras, estamos no campo dos direitos obrigacionais, cuja disponibilidade é manifesta.

Por óbvio que se a situação dos recorridos fosse decorrente de revelia, poderia a eminente magistrada de primeiro grau, ao aplicar a sanção da veracidade

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relativa dos fatos, julgar contra a pretensão da recorrente se a prova dos autos evidenciava extreme de dúvidas a inexistência do direito pleiteado.

No caso presente, a situação processual é totalmente distinta, porquanto os recorridos foram regularmente citados, compareceram à audiência de conciliação acompanhados de seus advogados e contestaram a demanda, limitando-se a reconhecer a juridicidade do pedido ou, caso não se entenda assim, no mínimo renunciaram, abdicaram do seu ônus de impugnar os fatos trazidos pela recorrente como legitimadores da procedência de sua pretensão, apresentando fatos modificativos, impeditivos ou extintivos deste direito autoral.

Nada fizeram neste sentido, e esta constatação é facilmente perceptível numa atenta leitura das peças processuais contestatórias.

Em que pese o brilho costumeiro, não andou bem a MM Juiza prolatora do decisum merecendo a r. Sentença ser anulada e outra ser prolatada em seu lugar com o reconhecimento da procedência do pedido ante o reconhecimento jurídico do pedido manifestado pelas recorridas.

NULIDADE DA SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NAO FOI OPORTUNIZADO À RECORRENTE O DIREITO DE PRODUZIR PROVAS.

Para melhor compreensão da tese jurídica sustentada neste tópico transcreve-se o trecho contraditório da r. Sentença de primeiro.

Antes, porém, registre-se, por oportuno, que, por ocasião da apresentação da sua impugnação às contestações apresentadas pelas recorridas, a recorrente pugnou expressamente pelo seu direito à produção de provas, caso a MM Juiza entende-se que não houve reconhecimento jurídico do pedido pelas recorridas e caberia à recorrente/autora provar o fato alegado. Ou seja, a recorrente, tempestivamente, pleiteou expressamente pelo seu direito à produção de provas.

Eis o teor do requerimento autoral:

DESNECESSIDADE DA DILAÇÃO PROBATÓRIA ANTE O RECONHECIMENTO

JURÍDICO DO PEDIDO

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Na espécie é despicienda a dilação probatória na medida em que as rés reconheceram a

procedência do pedido autoral.

Todavia, se Vossa Excelência entender o contrário, o que não se espera, REQUER a autora a produção de todos os meios de prova admitidos em direito, bem como os moralmente legítimos, em especial o depoimento pessoal das rés, a oitiva de testemunhas, a juntada de documentos e a prova pericial.(...)

Todavia, assim se manifestou sua Excelência:

“(...)Frustrada a conciliação e apresentada a defesa, verifica-se a possibilidade do julgamento antecipado da lide na forma do art. 330, I do código de processo civil.

(...)

Da analise da prova produzida nos autos, tem-se que o pedido inicial não merece prosperar e deve ser julgado improcedente, por não ter a reclamante apresentado qualquer prova a demonstrar concretamente o dever dos reclamados de indenizar. (...)”

Ora, Excelências, a MM Juiza sentenciante entendeu que a recorrente/autora não apresentou qualquer prova do fato alegado, todavia, não facultou à recorrente o direito de produzir as provas, notadamente as de cunho testemunhal, na medida em que a recorrente pretendia demonstrar que foi vitima de várias ilegalidades que ensejaram o seu constrangimento de ter o seu cartão das lojas Marisa recusado no momento em que estava na fila para pagamento de compras, face ao cancelamento unilateral e arbitrário perpetrado pelo recorrido Banco Itaú. Tanto isto é verdade que as Lojas Marisa já liberaram novamente o cartão de compras da recorrente!

Como se pode perceber, este momento de constrangimento somente é possível de se provar através da oitiva de testemunhas em audiência designada para este fim. Todavia, a MM. Juiza sentenciante negou este procedimento probatório à recorrente cerceando o seu direito de produzir as provas que entendia cabíveis. Ressalte-se, embora desnecessário, que a prova é do processo e serve para formar a convicção não somente do juiz que primeiro analisa a demanda como outros julgadores que irão aprecia-la.

Contudo, ao entender que o feito comportava julgamento antecipado, na forma do art. 330, I, CPC, não poderia a MM juíza simplesmente julgar a pretensão da recorrente improcedente por falta de provas, sobretudo porque foi a própria magistrada que entendeu que o feito não comportava outras provas e estava devidamente instruído.

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Neste sentido, é pacífica a jurisprudência desta Egrégia Turma Recursal do Paraná, verbis:

RECURSO INOMINADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. COBRANÇA VEXATÓRIA ATRAVÉS DE LIGAÇÕES TELEFÔNICAS REALIZADAS NO TRABALHO DO AUTOR. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. PEDIDO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS A FIM DE SE COMPROVAR A VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES. INDEFERIMENTO SOBRE O FUNDAMENTO DE SE TRATAR DE QUESTÃO MERAMENTE DE DIREITO. CERCEAMENTO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. NULIDADE DA SENTENÇA RECONHECIDA. (Recurso Inominado nº 2010.00012321-2/0 oriundo do 9º Juizado Especial Cível do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba. Recorrente: Jakson Tiago Ticianelli. Recorrido: Hipercard Banco Múltiplo S/A. Relatora: Juíza Ana Paula Kaled Accioly)

RECURSO INOMINADO. CÍVEL. INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. ESPERA POR TEMPO EXCESSIVO EM FILA DE BANCO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA POR AUSÊNCIA DE PROVAS. PEDIDO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS A FIM DE SE COMPROVAR A VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES E CONSEQUENTEMENTE POSSIBILITAR A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NÃO ANALISADO - CERCEAMENTO DE DEFESA - OCORRÊNCIA. NULIDADE DA SENTENÇA RECONHECIDA. Recurso conhecido e provido. (Recurso Inominado nº. 2010.0004145-1/0. Origem: 6 º Juizado Especial Cível do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba. Recorrente: Luiz Robson Mota. Recorrido: Banco do Brasil S/A. Relator: Juiz Leo Henrique Furtado Araújo.)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. ACÓRDÃO QUE REFORMOU A SENTENÇA MONOCRÁTICA APENAS COM BASE NO ARGUMENTO DA AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO COM A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. OMISSÃO COM RELAÇÃO À EXISTÊNCIA DE OUTRAS INSCRIÇÕES. MATÉRIA QUE FOI O FUNDAMENTO DA SENTENÇA MONOCRÁTICA PARA A IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE DANO MORAL. EFEITO INFRINGENTE APÓS SUPRIDA A OMISSÃO. AFASTAMENTO DO ACÓRDÃO GUERREADO PROFERINDO-SE OUTRO SUPRINDO-SE A OMISSÃO NOS SEGUINTES TERMOS: INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. NULIDADE DA SENTENÇA PELO CERCEAMENTO DE DEFESA EM DECORRÊNCIA DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. RECLAMADO QUE NÃO PRODUZIU PROVA ROBUSTA DE QUE O

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RECLAMANTE EFETUOU O CONTRATO DE FINANCIAMENTO. EXISTÊNCIA DE OUTRAS INSCRIÇÕES O QUE AFASTA O DANO MORAL POR FORÇA DA SÚMULA 385 DO STJ. ÔNUS DA PROVA QUE INCUMBE AO AUTOR. AUSÊNCIA DE OPORTUNIDADE DE PROVAR QUE AS DEMAIS INSCRIÇÕES TAMBÉM FORAM INDEVIDAS, SENDO OBJETO DE DISCUSSÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. NULIDADE DA SENTENÇA. (Recurso 2010.0011568-0/1, Acórdão 59021, Embargos de Declaração n.º 2010.0011568-0/1 oriundo da Comarca de Paranaguá. Embargante: Banco Santander Brasil S/A. Interessado: Claudemir Almeida da Silva. Relatora: Juíza Ana Paula Kaled Accioly)

Com efeito, pugna a recorrente pela decretação da nulidade da r. Sentença prolatada no feito, ante o patente cerceamento de defesa imposto à suplicante, proferindo-se outra em seu lugar em face do reconhecimento jurídico do pedido efetivados nos autos pelos recorridos, à luz da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, CPC).

Caso não seja este o entendimento de Vossas Excelencias, o que sinceramente não se espera, requer seja decretada a nulidade da sentença objurgada e determinado à MM. Juiza que dê prosseguimento ao feito autorizando a dilação probatória, sob pena de configuração do cerceamento de defesa.

DOS PEDIDOS

Do exposto, pugna a recorrente pelo conhecimento e provimento do presente recurso para o fim de que esta Egrégia Turma Recursal:

a) CONCEDA À RECORRENTE OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA;

b) ANULE a r. sentença objurgada e a substitua por outra julgando procedente o pedido autoral ante o claro reconhecimento jurídico do pedido, ou, no mínimo, se reconheça que as partes recorridas renunciaram ao seu direito de impugnar especificadamente a pretensão autoral, o que leva à lógica conclusão da procedência da demanda.

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Sugere-se que o valor de dano moral seja fixado no teto limite para a alçada dos Juizados. Todavia, a recorrente confia no prudente arbítrio dos nobres julgadores.

c) ALTERNATIVAMENTE, ANULE a r. Sentença objurgada a partir da fase saneadora, determinando a baixa dos autos à origem para que a MM. Juiza a quo prossiga com o feito determinando a dilação probatória com a oitiva de testemunhas da autora, o que desde já fica requerido, reiterando pedido feito na impugnação às contestações.

POR SER EXPRESSÃO DA MAIS LÍDIMA JUSTIÇA, É O

QUE SE REQUER.

PEDE E

AGUARDA PROVIMENTO.

Londrina, 19 de outubro de 2012.

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