recurso inominado - antonia vilany alves franco

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  1 Rua Tabelião Francisco de Paula Lobo , nº. 602 – Bairro Piracicaba Santa Quitéria-CE – CEP: 62.280-000 Fones: (88) 9958.1572 / 9958.1647 EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA 19ª. VARA FEDERAL - JUIZADO ESPECIAL VIRTUAL EM SOBRAL-CE. Processo nº 0505918-04.2011.4.05.8103  ANTÔNIA VILANY ALVES FRANCO, já qualificado nestes autos da ação epigrafada em que contende como parte Autora em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, inconformada com a r. Sentença de Improcedência, vem, por meio deste seu Advogado in fine assinado, para estar, tempestivamente, a apresentar RECURSO INOMINADO, Requerendo que a Vossa Excelência se digne a determinar que, estando aí cumpridas as formalidades de estilo, sejam as inclusas Razões de Recorrente daí remetidas à Turma Recursal ad quem donde serão devidamente apreciadas e julgadas então. Pede e espera Deferimento. Santa Quitéria-CE, 10 de fevereiro de 2012.  Francisco Marcos Costa de Andrade OAB/CE nº 24.444

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EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA 19. VARA FEDERAL - JUIZADO ESPECIAL VIRTUAL EM SOBRAL-CE.

Processo n 0505918-04.2011.4.05.8103

ANTNIA VILANY ALVES FRANCO, j qualificado nestes autos da ao epigrafada em que contende como parte Autora em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, inconformada com a r. Sentena de Improcedncia, vem, por meio deste seu Advogado in fine assinado, para estar, tempestivamente, a apresentar RECURSO INOMINADO, Requerendo que a Vossa Excelncia se digne a determinar que, estando a cumpridas as formalidades de estilo, sejam as inclusas Razes de Recorrente da remetidas Turma Recursal ad quem donde sero devidamente apreciadas e julgadas ento. Pede e espera Deferimento. Santa Quitria-CE, 10 de fevereiro de 2012.

Francisco Marcos Costa de Andrade OAB/CE n 24.444

1 Rua Tabelio Francisco de Paula Lobo , n. 602 Bairro Piracicaba Santa Quitria-CE CEP: 62.280-000 Fones: (88) 9958.1572 / 9958.1647

EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL RELATOR DA TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL SEO JUDICIRIA DO ESTADO DO CEAR.

RECORRENTE: ANTONIA VILANY ALVES FRANCO RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. EGRGIA TURMA RECURSAL:

O presente recurso tem por objeto a reforma da deciso do Juzo a quo que indeferiu o pleito autoral, o qual busca, ante a negativa de concesso do benefcio de aposentadoria por idade rural pleiteado pela Autora junto ao Recorrido, objeto do requerimento administrativo Benefcio n 153.231.036-3, o qual fora negado em sede administrativa. Surpreendentemente, no entanto, dali sucedeu a Sentena de Improcedncia, na qual, muito embora o juzo a quo tenha reconhecido ser a Recorrente possuidora da qualidade de segurada especial, todavia, negando-lhe o direito sua aposentadoria. Fundamentou sua deciso no art. 48, 3 da Lei 8.213/91, pelo fato de ter a Recorrente, em seu histrico de vida, vnculos antigos com a Prefeitura Municipal de Santa Quitria, os quais se deram do ano de 1999 ao de 2009, de maneira intercalada, e assim assistindo-lhe o direito sua aposentadoria apenas aos 60 (sessenta) anos de idade. Com a devida vnia, no verdade que a Recorrente tenha vnculo empregatcio at o ano de 2009. Na realidade esta prestou servios como auxiliar de servios contratada pela Prefeitura Municipal de Santa Quitria, de maneira intercalada, a partir do final do ano de 1999 at o ano de 2006, exercendo suas atividades junto igreja catlica existente na sede do Distrito de Raimundo Martins, onde sempre residiu, sendo responsvel pela limpeza daquela casa de oraes, atividade que exercia uma hora por dia e duas vezes por semana, no se afastando de seus afazeres rurais, j que sempre foi mulher do campo, contando com a ajuda de seu companheiro, Sr. Francisco2 Rua Tabelio Francisco de Paula Lobo , n. 602 Bairro Piracicaba Santa Quitria-CE CEP: 62.280-000 Fones: (88) 9958.1572 / 9958.1647

Rodrigues da Silva, at o ano de 2004, quando do falecimento deste, passando ento a trabalhar sozinha na roa e a perceber penso por morte. Data mxima vnia, Excelncia, o fato de a Recorrente ter exercido atividade remunerada no passado no retira desta sua qualidade de segurada especial e muito menos lhe retira o direito reduo da idade prevista no art. 201, 7, Inciso II da CF/88. Alis, conforme se vislumbra da documentao acostada inicial, a Recorrente conta com mais de 16 (dezesseis) anos de efetivo exerccio de atividade rural, mesmo que de forma descontnua. Assim, a fundamentao de que a Recorrente somente ter o direito de se aposentar apenas aos 60 anos de idade no deve prosperar. Primeiro por que sua qualidade de segurada especial est provada e devidamente reconhecida, conforme se depreende da sentena a quo. Segundo por que a implementao dos demais realidade. A regra estatuda no Art. 48, 2 da Lei 8.213/91 afirma que a aposentadoria por idade ser conferida ao trabalhador rural que comprove o efetivo exerccio, mesmo que de forma descontnua, desde que seja tal qualidade confirmada no perodo imediatamente anterior ao seu requerimento e por perodo igual ou superior carncia exigida para o benefcio requerido. Ora, se cumpridas todas as exigncias legais como no caso em comento, no h por que privar a Recorrente de seu direito constitucional aposentadoria por idade rural como quer o juiz a quo. Alis esse o entendimento dos Tribunais superiores, sendo esse assunto objeto de vasta jurisprudncia, citando-se algumas:Processo EIAC - Embargos Infringentes na Apelao Civel - 499550/02 Relator(a) Desembargador Federal Francisco Barros Dias Sigla do rgo TRF5 rgo julgador Pleno Fonte DJE - Data::03/06/2011 - Pgina::146 Deciso UNNIME Ementa PREVIDENCIRIO. SEGURADO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR IDADE DE RURCOLA. COMPROVAO DA ATIVIDADE RURAL. PROVA TESTEMUNHAL ROBUSTA E INCIO RAZOVEL DE PROVA MATERIAL. CUMPRIMENTO DO PERODO DE CARNCIA E DA IDADE MNIMA. 1. O ponto que ensejou a interposio dos embargos infringentes foi a divergncia de entendimento quanto ao atendimento ou no de um dos requisitos exigidos para a concesso do beneficio de aposentadoria de trabalhador rural, qual seja, a carncia, em face da presena de vinculos urbanos trabalhistas no referido perodo, necessrio comprovao da atividade rural. 2. Para a concesso da aposentadoria por idade de trabalhador rural, na forma da Lei n 8.213/91, devem ser atendidos dois requisitos: (a) o trabalhador rural tenha 60 (sessenta) anos completos, se homem, ou 55 (cinqenta e cinco) anos completos, se mulher (art. 48, pargrafo 1); (b) cumprimento do perodo de carncia de 180 (cento e oitenta) meses de exerccio de atividade rural, ainda que descontnua, independentemente de recolhimento de contribuies previdencirias. 3. Quanto ao preenchimento do primeiro 3 Rua Tabelio Francisco de Paula Lobo , n. 602 Bairro Piracicaba Santa Quitria-CE CEP: 62.280-000 Fones: (88) 9958.1572 / 9958.1647

requisito no restam dvidas: o autor, ora embargado, nasceu em 30/06/1945, possuindo na atualidade mais de 65 (sessenta e cinco) anos. 4. Todavia, a preocupao do julgador est estampada no que diz respeito, alm do cmputo da idade, tambm comprovao do tempo necessrio de exerccio da atividade rural. Pois bem, os documentos vindos com a inicial, de fato, comprovam no s a qualidade de agricultor do Autor, como tambm demonstram a dedicao s lides do campo em lapso de tempo suficiente ao exigido para usufruir do benefcio requerido. 5. No caso em apreo, a ttulo de incio de prova documental, verifica-se que constam aos autos: declarao do exerccio de atividade rural; Escritura pblica de imvel em nome do autor decorrente de transmisso de herana; Certido de casamento, datada de 1972, em que consta a profisso de agricultor do suplicante; Conta de energia eltrica em nome do autor em que consta sua residncia no Stio Lages; Ficha individual da EMATER-PB, com inscrio em 1993; Certides de nascimento em que consta a profisso de agricultor do pai ; Entrevista rural em que consta o reconhecimento da autarquia acerca do exerccio de atividade rural; Ficha de cadastro no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boa Ventura, com inscrio em 1975; Certido do cartrio eleitoral em que consta sua profisso de agricultor; Participao em programa de frente produtiva de trabalho. 6. A despeito do incio razovel de prova material, conforme entendimento jurisprudencial de nossos tribunais, no se faz necessrio a abrangncia dessa prova a todo o perodo que se pretende comprovar, pois ela serve apenas para complementar a prova testemunhal. No caso em debate, de se ressaltar que a prova testemunhal produzida em Juzo acabou sendo complementada pela prova documental trazida colao, consoante afirmao das testemunhas, de conhecerem o demandante e confirmarem o exerccio de atividade rural. Todas estas provas tornam induvidosa a condio de trabalhador rural do Autor, as quais atestam o exerccio da atividade rural pelo espao de tempo exigido por lei. 7. (...)existente nos autos incio razovel de prova documental, de se reconhecer como comprovada a atividade rurcola para fins de concesso de benefcio previdencirio, corroborada pelos depoimentos testemunhais. Tratando-se de aposentadoria por idade de trabalhador rural, dispensvel a comprovao do perodo mnimo de carncia. (art. 26, III, da Lei n 8.213/91). Recurso Especial no conhecido". (STJ - RESP 413179 - PR - 6 T. - Rel. Min. Vicente Leal - DJU 14.10.2002). 8.Por outro lado, ainda que se desconsidere o perodo em que o autor exerceu trabalho urbano, ter atendido ao perodo de carncia j que teria exercido atividade rural por mais de 10 anos, ainda que de forma descontinua. 9. Embargos infringentes no providos. Processo AC 00026056420104059999 AC - Apelao Civel 504840 Sigla do rgo TRF5 rgo julgador Primeira Turma DJE - Data::10/12/2010 - Pgina::84 Deciso POR MAIORIA Ementa PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. ANTECIPAO DE TUTELA. CONCESSO DE APOSENTADORIA POR IDADE A TRABALHADOR RURAL. SEGURADO ESPECIAL. LEI N 8213/91. CONDIO DE RURCOLA. TEMPO DE SERVIO. DEPOIMENTO PESSOAL. INCIO DE PROVA MATERIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. ATIVIDADE URBANA. NO DESCONFIGURAO DA CONDIO DE RURCOLA. JUROS MORATRIOS. CORREO MONETRIA. HONORRIOS ADVOCATCIOS. SMULA 111 DO STJ. 1. A legislao previdenciria em vigor assegura ao trabalhador rural, aos 60 anos de idade, se homem, e aos 55 anos, se mulher, o direito aposentadoria por idade, desde que comprovada a condio de rurcola (art. 11, I, "a", V, "g", VI e VII da Lei n 8213/91) e o exerccio da atividade rural. 2. possvel a comprovao da condio de trabalhador rural e do tempo de servio atravs do depoimento pessoal e de documentos os quais, apesar de no servirem como prova documental stricto sensu, j que no previstos na legislao, tm o condo de fortalecer a prova testemunhal, funcionando como incio de prova material, tais como: certido de casamento celebrado em 17.12.1979, na qual consta a sua condio de agricultor; declarao de exerccio de atividade rural exercida no perodo compreendido entre 1961 a 1980 e entre vrios outros intercalados at o ano de 2008, emitida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barro/CE, do qual o autor filiado desde 25.05.1971, alm do fato de a sua esposa j estar fazendo jus

4 Rua Tabelio Francisco de Paula Lobo , n. 602 Bairro Piracicaba Santa Quitria-CE CEP: 62.280-000 Fones: (88) 9958.1572 / 9958.1647

aposentadoria por idade de trabalhador rural desde o ano de 2000, o que denota o desempenho do trabalho agrcola em regime de economia familiar. 3. A atividade urbana exercida pelo demandante (de 1980 a 2002) no suficiente para desconfigurar a sua condio de segurado especial, pois resta fartamente comprovado o exerccio de labor agrcola, de forma descontnua, no perodo anterior a 1980 e posterior a 2002, de maneira que o requisito da carncia legal encontra-se devidamente preenchido. 4. Tratando-se deaposentadoria por idade concedida a trabalhador rural, prevista no art. 48 da Lei n 8213/91, no se exige prova do recolhimento dascontribuies previdencirias (art. 26, III da Lei 8213/91). 5. Direito reconhecido parte demandante desde o requerimento administrativo, com o pagamento das parcelas vencidas desde ento. 6. Antecipao da tutela confirmada em face da demonstrao do direito do autor ao benefcio postulado e pelo fato de, em se tratando de prestao de natureza alimentcia, a demora na sua concesso acarretar srios prejuzos sobrevivncia da demandante. 7. Correo monetria na forma da Lei n. 6.899/81, at a entrada em vigor da Lei n. 11.960/09. 8. Juros de mora a partir da citao, conforme o teor da Smula n. 204 do STJ. A norma do art. 1-F da Lei n. 9.494/97, segundo entendeu o STF no Ag. Reg. no RE n. 559.445/PR, deve ser aplicada imediatamente aos processos em curso. Assim, os juros moratrios devem ser fixados no percentual de 0,5% (meio porcento) ao ms, inclusive em se tratando de dbitos de natureza previdenciria, desde a edio da MP n. 2.180/2001, at a vigncia da Lei n. 11.960/09, quando passaro a ser calculados, os juros e a correo, conforme os ditames desta novel legislao. 9. Conforme inmeros precedentes deste e. Tribunal, a verba honorria deve ser mantida em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenao, a teor do pargrafo 4 do art. 20 do CPC, respeitados os termos da Smula n 111 do col. Superior Tribunal de Justia. Apelao e remessa obrigatria, tida por interposta, parcialmente providas.

Diante do exposto, que se faz mister a reforma da Sentena recorrida com o fito de se conceder a aposentadoria por idade rural autora, por ser medida da mais ldima justia. DO PEDIDO Ante o exposto, pugna a Recorrente pela procedncia de seu recurso, no sentido de que seja reformada a Sentena a quo no sentido de que seja concedida sua aposentadoria por idade rural, bem como condenado o Recorrido ao pagamento das parcelas vencidas acrescidas de juros e correo monetria, desde a data do protocolo administrativo do requerimento objeto desta demanda, e ainda ao pagamento dos honorrios advocatcios base de 20% (vinte por cento) sobre a condenao. Termos em que pede e espera por deferimento. Santa Quitria-CE, 10 de fevereiro de 2012.

Francisco Marcos Costa de Andrade OAB/CE 24.444.

5 Rua Tabelio Francisco de Paula Lobo , n. 602 Bairro Piracicaba Santa Quitria-CE CEP: 62.280-000 Fones: (88) 9958.1572 / 9958.1647