recuperação de pastagens degradadas.pdf

23
Recuperação de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produção de bovinos Introdução São Carlos, SP Março, 2005 38 ISSN 1516-4111X Autor Patrícia Perondi Anchão Oliveira, Dra., Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Rod. Washington Luis, km 234, 13560-970, São Carlos, SP Endereço eletrônico: [email protected] Moacyr Corsi, Prof. Dr, da ESALQ/Usp, Durante décadas, a pecuária nacional valeu-se da fertilidade natural e do teor de matéria orgânica dos solos recém-desmatados para implantar plantas forrageiras de alto potencial produtivo e conseqüentemente com altos requerimentos em fertilidade do solo, como o capim-colonião. Nas décadas mais recentes, com a exaustão dessa fertilidade, os produtores iniciaram trocas sucessivas de espécies forrageiras por outras menos exigentes em fertilidade, e conseqüentemente com menor produtividade, até o ponto em que mesmo essas espécies menos exigentes, como o capim-braquiária, não conseguem sobreviver. No decorrer deste caminho de queda da fertilidade dos solos, o pecuarista sente necessidade de diminuir a lotação animal da área. Entretanto, como não consegue prever a amplitude dessa queda e imbuído da ilusão do potencial passado da sua propriedade, o produtor acaba incorrendo em sérios erros de manejo da planta forrageira, abusando da freqüência e da intensidade de pastejos, utilizando superpastejo. Quando a atividade atinge esse estágio, as pastagens encontram-se degradadas, caracterizadas por grandes áreas de solos expostos, plantas daninhas, erosão no solo, sinais evidentes de deficiência nutricional nas plantas e nos animais, menor taxa de crescimento das plantas, mudança do hábito de crescimento das plantas e baixa produtividade. Nessas condições, o solo encontra-se exaurido, apresentando por vezes teores de matéria orgânica Foto Capa. Acima à esquerda Brachiaria brizantha degradada, à direita foco da mesma pastagem após 7 meses de recuperação. Ao lado animais pastando a mesma área após a recuperação.

Upload: saulo-sousa

Post on 21-Nov-2015

60 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

  • Recuperao de pastagens degradadas parasistemas intensivos de produo de bovinos

    Introduo

    So Carlos, SPMaro, 2005

    38

    ISSN 1516-4111X

    Autor

    Patrcia PerondiAncho Oliveira, Dra.,

    Pesquisadora daEmbrapa Pecuria

    Sudeste, Rod.Washington Luis, km

    234, 13560-970,So Carlos, SP

    Endereo eletrnico:[email protected]

    Moacyr Corsi, Prof. Dr,da ESALQ/Usp,

    Durante dcadas, a pecuria nacional valeu-se da fertilidade natural

    e do teor de matria orgnica dos solos recm-desmatados para implantar

    plantas forrageiras de alto potencial produtivo e conseqentemente com

    altos requerimentos em fertilidade do solo, como o capim-colonio. Nas

    dcadas mais recentes, com a exausto dessa fertilidade, os produtores

    iniciaram trocas sucessivas de espcies forrageiras por outras menos

    exigentes em fertilidade, e conseqentemente com menor produtividade,

    at o ponto em que mesmo essas espcies menos exigentes, como o

    capim-braquiria, no conseguem sobreviver.

    No decorrer deste caminho de queda da fertilidade dos solos, o

    pecuarista sente necessidade de diminuir a lotao animal da rea.

    Entretanto, como no consegue prever a amplitude dessa queda e imbudo

    da iluso do potencial passado da sua propriedade, o produtor acaba

    incorrendo em srios erros de manejo da planta forrageira, abusando da

    freqncia e da intensidade de pastejos, utilizando superpastejo. Quando a

    atividade atinge esse estgio, as pastagens encontram-se degradadas,

    caracterizadas por grandes reas de solos expostos, plantas daninhas,

    eroso no solo, sinais evidentes de deficincia nutricional nas plantas e nos

    animais, menor taxa de crescimento das plantas, mudana do hbito de

    crescimento das plantas e baixa produtividade. Nessas condies, o solo

    encontra-se exaurido, apresentando por vezes teores de matria orgnica

    Foto Capa. Acima esquerda Brachiariabrizantha degradada, direita foco damesma pastagem aps 7 meses derecuperao. Ao lado animais pastando amesma rea aps a recuperao.

  • 2 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    inferiores a 1%. No Brasil, segundo Zimmer et

    al. (1994), estima-se que existam cerca de 30

    milhes de hectares de pastagens degradadas,

    apenas do gnero Brachiaria.

    A possibilidade de sustentabilidade

    econmica de um sistema em que as pastagens

    esto degradadas muito pequena. Ento, h

    necessidade da tomada de deciso para

    reverso do problema, escolhendo-se a reforma

    ou a recuperao dos pastos degradados. Essa

    tomada de deciso no aleatria e depende de

    atributos tcnicos e econmicos que so

    dinmicos e se alteram com o decorrer do

    tempo, de acordo com os novos conhecimentos

    e com a flutuao dos custos dos insumos.

    A recuperao das pastagens, quando

    for possvel adot-la, uma prtica vivel, tanto

    tcnica quanto economicamente.

    Do ponto de vista ambiental, a

    recuperao de pastagens muito interessante,

    porque, entre outras razes, evita o

    desmatamento de novas reas para a formao

    de pastagens. Se em cada hectare de pastagem

    degradada se adotasse apenas as primeiras

    etapas do processo de recuperao, seria

    possvel dobrar a mdia de lotao animal do

    Brasil de algo ao redor de 1 para

    aproximadamente 2 UA/ha (UA = unidade

    animal, 450 kg de peso vivo), fato que tornaria

    possvel dobrar o rebanho nacional, sem a

    derrubada de uma nica rvore. Somado a esse

    fato, a recuperao de pastagens proposta

    neste texto adota princpios bsicos

    imprescindveis, como conservao do solo,

    recomposio da fertilidade do solo, cobertura

    do solo, preservao da matria orgnica do

    sistema e reteno de gua, fatores que vo ao

    encontro da preservao do ambiente, ou seja,

    a recuperao da infra-estrutura ambiental

    mnima para que funes ecolgicas possam

    ser reativadas. Isso imprescindvel para que

    qualquer atividade agropecuria seja

    sustentvel.

    Nos locais em que o custo de aquisio

    da terra mais elevado, como no Estado de So

    Paulo, onde 1 ha pode custar de U$ 3.000,00 a

    U$ 10.000,00, percebe-se que a recuperao

    das pastagens degradadas e a adoo de

    sistemas intensivos de explorao de pastagens

    ganham espao. Levantamento realizado pela

    Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral

    na dcada de 1990 indica que 15% da rea

    coberta por pastagens manejada

    intensivamente. Esse nmero reflete no

    apenas a necessidade de recuperao mas

    tambm a necessidade de adoo de sistemas

    de manejo que contemplem o custo de

    aquisio e de oportunidade de uso da terra,

    dando preferncia ao maior desempenho por

    unidade de rea do que ao desempenho por

    animal, sempre almejando o equilbrio tcnico-

    econmico.

    Parmetros para tomada de deciso sobrereforma ou recuperao de pastagens

    Nos tempos atuais, com a globalizao e

    a necessidade de profissionalizao do setor

    agropecurio, interessante a postura

    empresarial por parte do produtor rural. Em

    muitas ocasies, a tomada de deciso sobre os

    caminhos de um processo torna-se muito mais

    importante do que a prpria execuo desse

    processo. O estabelecimento de pastagens

    um bom exemplo dessa situao. Recuperar

    uma pastagem muito mais barato do que

    estabelec-la novamente (Tabela 1), portanto

    saber decidir se possvel recuperar torna-se

    uma deciso muito importante.

  • 3Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Infelizmente, no toda pastagem

    degradada que aceita a recuperao, j que

    em muitos casos a densidade populacional da

    forrageira est to ruim que no existe nmero

    suficiente de plantas para restabelecer a

    pastagem. Uma regra prtica adotada que, na

    pastagem, no devem existir reas com mais de

    2 m2 sem a presena da forrageira principal.

    Caso existam grandes reas de solo exposto ou

    cobertas com plantas daninhas, com ausncia

    de plantas da forrageira de interesse, no h

    como adotar a recuperao. Nesses casos, a

    nica sada uma nova implantao (reforma

    ou estabelecimento) da pastagem.

    Tabela 1. Comparao dos custos por hectare de reforma e recuperao de uma pastagem

    degradada de Brachiaria brizantha cv. Marandu.

    Obs: Somente ser realizado controle de planas daninhas se a infestao for por espcies lenhosas. Infestaocom espcies de fcil controle (guanxuma, grama-batatais ou gramo, fedegoso, buva, barba-de-bode, etc.)so sanadas com manejo adequado da planta forrageira e fertilizao do solo, que garantem agressividadesuficiente ao capim para concorrer com a planta daninha e elimin-la.

    A clara distino do que estabelecer ou

    recuperar necessria para definir os dois

    processos. Estabelecer uma pastagem consiste

    em eliminar a populao de plantas existentes

    em determinada rea, por meio de preparo do

    solo ou por meio de herbicidas dessecantes,

    quando se visa implantar nova espcie

    forrageira, quer via plantio direto, semeadura

    convencional ou mesmo plantio por mudas.

    Recuperar uma pastagem consiste em

    aproveitar a populao de plantas existentes

    e empregar tcnicas que promovam a

    recuperao daquela pastagem degradada,

    processo que elimina os gastos com preparo do

    solo e aquisio de sementes, fato que explica

    o menor custo da recuperao apresentado na

    Tabela 1.

    Atividade ou Insumo Reforma ouEstabelecimento/ha

    Recuperao/ha

    Sementes (3 kg de sementes puras viveis/ha) R$ 35,00 noArao (2 h/ha) R$ 70,00 noCalagem (3 t/ha de calcrio aplicado) R$ 135,20 R$ 135,00Gradagem pesada (1 h/ha) R$ 35,00 noGradagem niveladora, plantio e compactao(2 h/ha)

    R$ 60,00 no

    Superfosfato simples (350 kg/ha) + aplicao R$ 175,00 R$ 175,00100 kg/ha de N e K 2O + aplicao R$ 400,00 R$ 400,00Total/ha R$ 910,20 R$ 710,00

  • 4 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Atualmente muitas instituies de

    pesquisa pblicas e privadas esto

    desenvolvendo trabalhos com pastagens

    degradadas e acredita-se que brevemente

    novos critrios tcnicos e econmicos surgiro

    para melhor definir as condies em que se

    torna vantajoso adotar a recuperao de

    pastagens, em comparao com novo

    estabelecimento de pastagens.

    Tecnologias adotadas para a recuperao de

    pastagens degradadas

    Algumas tcnicas tm sido indicadas

    para a recuperao dos pastos degradados,

    como a utilizao do sistema Voisin, o plantio

    de leguminosas nas reas degradadas, a

    utilizao de grade pesada, a ressemeadura da

    planta forrageira associada com plantio de uma

    cultura anual, a vedao por longos perodos de

    tempo e a integrao lavoura-pecuria, entre

    outras. Essas tcnicas devem ser analisadas

    com muito critrio, pois algumas delas no

    mudam ou no solucionam as causas da

    degradao dos pastos, que so o manejo

    inadequado da lotao animal e da forragem e a

    fertilidade do solo, e sim criam condies de

    respostas passageiras, que adiam o processo

    final da recuperao por mais dois ou trs anos.

    No caso de recuperao rpida e efetiva

    dos pastos em perodos curtos, no existe outra

    alternativa seno reconstruir e melhorar a

    fertilidade dos solos e manejar adequadamente

    as plantas, considerando o perodo de descanso

    necessrio para a recuperao.

    Tabela 2. Critrios para tomada de deciso quanto reforma ou a recuperao de uma pastagem

    degradada.

    possvel recuperar H necessidade de reformareas com ausncia de plantas

    da espcie forrageira de interessemenores do que 2 m 2.

    reas com solo exposto ou coberto por plantasdaninhas maiores do que 2 m 2.

    Existe pelo menos umatouceira/m 2 de capim-colonio ou

    capim-elefante.

    Em vrios locais da pastagem, encontra-se reade 1 m 2 com ausncia de plantas da espcie de

    interesse.

    Existem pelo menos duastouceiras/m 2 das variedades de

    capim-braquiria.

    Quando h necessidade de se trocar a espcieforrageira, por motivos como a implantao de

    uma espcie forrageira resistente a cigarrinhas ouo uso de uma pastagem com maior potencial

    produtivo.

  • 5Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    atividade a ser executada a avaliao da rea

    para definir se a pastagem passvel de ser

    recuperada. Caso isto seja possvel, iniciam-se

    os trabalhos de coleta de solos para anlise,

    logo aps o ltimo pastejo da estao chuvosa.

    Com base nos resultados de anlise de solo,

    procede-se correo da acidez do solo, caso

    haja necessidade. Os prximos trabalhos devem

    ser realizados aps as primeiras chuvas e nessa

    poca deve ser realizada adubao de acordo

    com os resultados da anlise de solo, para

    correo dos nutrientes deficientes. Em

    seguida, aps o primeiro pastejo na poca das

    guas, as pastagens devem receber fertilizao

    nitrogenada, acompanhada ou no de outros

    nutrientes, como o potssio, dependendo dos

    resultados da anlise de solo.

    Os critrios para definir as doses de

    nutrientes a serem empregadas na fertilizao

    so: a quantidade de animais que se deseja

    colocar na rea, os resultados de anlise de

    solo, os teores de matria orgnica e as

    avaliaes econmicas.

    Manejo da pastagem degradada

    Quando se recupera o pasto usando-se

    fertilizao do solo e manejo das plantas, o

    aumento da cobertura do solo pelas plantas

    forrageiras ocorre em sua grande maioria pelo

    perfilhamento das plantas j existentes e no

    por meio de plntulas novas oriundas de

    sementeiras, sendo desnecessria a prtica de

    promover longos perodos de descanso para

    favorecer o florescimento e a produo de

    sementes. Quando existe populao de plantas

    adequada, no existe necessidade de renovar

    as plantas da pastagem, pois a prpria

    dinmica de crescimento da planta forrageira,

    representada pelo fluxo de aparecimento de

    Recuperao de pastagens = fertilidade do

    solo + manejo planta

    Resultado final = persistncia do sistema,

    longevidade por dcadas

    Vale ressaltar que, em algumas

    ocasies, a ausncia de apenas um dos dois

    princpios citados anteriormente - o manejoadequado da planta forrageira e a melhoria da

    fertilidade do solo - pode desencadear oprocesso de degradao das pastagens. Um

    exemplo pode ser visto no trabalho de Oliveira

    et al. (1999), em que, apesar de o solo

    apresentar boa fertilidade, a pastagem que

    cobria o sistema encontrava-se degradada em

    conseqncia das ms prticas de manejo

    adotadas, representadas, principalmente, por

    superpastejo e resduo de pastejo aqum do

    necessrio.

    As vantagens da recuperao de

    pastagens por meio da recomposio e da

    manuteno da fertilidade do solo e do manejo

    adequado da planta forrageira so vrias, entre

    elas, perenidade do sistema, custo operacional

    baixo, uma vez que suprime ao mximo o uso

    de implementos agrcolas, rapidez no retorno

    utilizao da pastagem, em algumas ocasies

    de 30 a 40 dias aps o incio dos trabalhos,

    viabilidade econmica e preservao do

    agroecossistema.

    Aspectos gerais para a recuperao de

    pastagens por meio de fertilizao do solo e

    manejo da planta forrageira.

    Um breve cronograma das etapas

    adotadas na recuperao por meio de manejo

    da fertilidade do solo e da planta forrageira pode

    ser observado na Tabela 3. A primeira

  • 6 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    novos tecidos, promove a formao de novos

    perfilhos e estoles, que sero responsveis

    pela cobertura vegetal das reas de solo

    exposto.

    A insistncia na recuperao de

    pastagens por meio de vedao, para que esses

    venham a produzir sementes e formar novas

    plntulas, obriga ou ao uso de pastagem com

    qualidade comprometida, pois as plantas

    existentes j ultrapassaram a poca correta de

    pastejo, ou ao pastejo das novas plntulas em

    razo da preferncia dos animais por plantas

    mais tenras e jovens, principalmente quando o

    pasto vedado sem uso de fertilizantes, fato

    que provoca crescimento lento e at mesmo a

    morte das novas plntulas.

    No manejo da pastagem em recuperao,

    deve-se adotar perodos de descanso adequados,

    porque, como ser visto em outros tpicos desta

    publicao, a planta forrageira nessa condio

    possui crescimento acelerado em todas as suas

    estruturas num processo de ocupao dos

    espaos de solo exposto e da camada arvel, por

    meio de emisso de novas razes, perfilhos e

    folhas, e aumento de massa e de dimetro de

    coroa. Visualmente, nos primeiros ciclos de

    pastejo, no se observa grandes aumentos na

    altura do dossel ou da parte area, apesar do

    grande aumento de massa de forragem colhida.

    Isso acontece porque a planta tende primeiro a

    crescer lateralmente, ocupando as reas de solo

    exposto para depois elevar a altura do relvado. Na

    Tabela 4, encontra-se sugesto de perodos de

    descanso recomendados para pastagens em

    recuperao.

    Tabela 3. Cronograma para recuperao de uma pastagem degradada mediante reconstituio da

    fertilidade do solo e manejo adequado da planta forrageira.

    Atividade poca do anoAvaliao da populao de plantasforrageiras para definir se possvelrecuperar a pastagem.

    Qualquer poca.

    Coleta de solo, para analisar a fertilidade. Fevereiro a abril.Correo do solo. Maro a junho.Fertilizao corretiva (fosfatagem,potassagem e correo demicronutrientes).

    Outubro e novembro.

    Adubao de manuteno (coberturasnitrogenadas ps-pastejo, acompanhadasou no de outros nutrientes, conformeresultados da anlise de solo).

    Outubro e novembro at maro e abril,aps cada pastejo (perodo das chuvas,ou mais se houver irrigao etemperatura adequada).

  • 7Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Tambm a altura do resduo, ou seja a

    altura em que o pasto se encontra e o volume

    de folhas verdes e talos que sobram quando os

    animais param de pastar, muito importante

    para o manejo de pastagens degradadas. Em

    algumas situaes, quando o pasto se encontra

    mais degradado, indicado aumentar a altura

    do resduo no primeiro ano de manejo,

    adotando-se um pastejo mais leve. Na Tabela

    5, encontra-se a altura de resduo recomendada

    para as principais pastagens tropicais. O menor

    valor deve ser adotado quando o pasto j est

    recuperado e o maior, se estiver em processo

    de recuperao.

    A produo de forragem durante o

    processo de recuperao da pastagem mostra

    aumentos crescentes ao longo dos anos

    (Figuras 1, 2 e 3), mesmo quando utilizadas as

    mesmas doses de nutrientes nas fertilizaes

    do solo. Esse fato demonstra a efetiva

    recuperao da planta e do potencial produtivo

    da rea recuperada, os quais podem responder

    cada vez mais positivamente s boas prticas

    de manejo da pastagem e de incremento da

    fertilidade do solo. Acredita-se que esses

    incrementos na produo de forragem venham

    a aumentar at a estabilizao do processo e a

    perenizao da pastagem.

    Tabela 4. Perodos de descanso recomendados para pastagens das principais gramneas tropicais

    em recuperao na estao das guas.

    Obs.: Esses perodos de descanso podem ser menores, de acordo com a fertilidade do solo, a existncia detemperaturas elevadas e a disponibilidade de gua. Logo aps a expanso total das folhas durante o perodo decrescimento, pode-se suspender o descanso. No perodo seco e/ou frio do ano, o descanso deve ser maisprolongado.

    Espcie Perodo de descanso nas guas(dias)

    Brachiaria decumbens 32Brachiaria brizantha cv. Marandu 32 a 35

    Brachiaria humidicola 21 a 25Panicum maximum cv. Colonio 35Panicum maximum cv. Tanznia 32 a 35Panicum maximum cv. MombaaPanicum maximum cv. Tobiat

    28 a 30

    Gnero Cynodon (capim-coast-cross, grama-estrela, capim-tifton)

    21 a 28

    Penissetum purpureum (capim-elefante) 40 a 45Andropogon gayanus 28 a 30

  • 8 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Tabela 5. Altura do resduo recomendado para as principais pastagens tropicais

    Figura 1. Produo de forragem (t/ha/ano de matria seca) de Brachiaria decumbens emrecuperao em funo da calagem associada fertilizao. Fonte: Oliveira et al.(2003).

    Obs.: Mdias de um mesmo ano, seguidas por letras distintas, diferem pelo teste F (P 0,01); Coeficiente de variaode 29% e 16%, no primeiro e no segundo ano, respectivamente; Solo: Neossolo Quartzarnico; Dose de N: 300 kg/ha.

    Espcie Altura do resduo (cm)Brachiaria decumbens 15 a 20

    Brachiaria brizantha cv. Marandu 15 a 25Brachiaria humidicola 15 a 20

    Panicum maximum cv. Colonio 30 a 40Panicum maximum cv. Tanznia 25 a 35Panicum maximum cv. MombaaPanicum maximum cv. Tobiat

    30 a 40

    Gnero Cynodon (capim-coast-cross,grama- estrela, capim-tifton)

    15 a 20

    Penissetum purpureum (capim-elefante) 40 a 50Andropogon gayanus 30 a 40

    3.8 a

    1.9 b

    7.1 a

    2.9 b

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    t/hade

    MS

    primeiroano segundoano

    Calagem + Fertilizao Testemunhas (grade ou superfcie)

  • 9Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Figura 2. Produo de forragem (t/ha/ano de matria seca) em funo de doses de nitrognio e deenxofre, em dois anos na recuperao de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu.Fonte: Oliveira et al. (2004 no prelo).

    Obs.: Mdias seguidas por letras distintas, no mesmo ano experimental, diferem (P=0,01) pelo teste de

    Tukey.

    Figura 3. Produo de forragem (t/ha/ano de matria seca) de Panicum maximum cv. Colonio emrecuperao, em funo da calagem associada adubao. Fonte: Oliveira et al. (1999).

    Obs.: Mdias de um mesmo ano, seguidas por letras distintas, diferem pelo teste F (P 0,01); Coeficiente devariao de 29% e 16%, no primeiro e no segundo anos, respectivamente. Solo: Neossolo Quartzarnico;Dose de N: 300 kg/ha.

    5,9 6,36,9 6,7

    8,87,4

    15,7a15,2ab

    10,4c11,7bc

    9,1c8,6c

    02468

    10121416

    70 N 70 N+S 140 N 140 N+S210 N 210 N+S 70 N 70 N+S 140 N 140 N+S210 N 210 N+S

    Produo Testemunha 99/00 Testemunha 98/99

    Primeiro Ano Segundo Ano

    t/had

    eMS

    Tratam

    entos

    ns

    6,3

    2,2

    Produo

    6b

    8,1a

    5,8b

    10,8a

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    tone

    lada

    /ha

    primeiro ano segundo ano

    Testemunha recuperadas

  • 10 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    O aumento de produo de forragem est ligado aos incrementos em outras estruturas da

    planta, tais como na coroa da planta e nas razes. Na Figura 4, pode-se observar que, ao final do

    primeiro ano do processo de recuperao, a produo de fitomassa das diversas estruturas que

    compem as plantas de uma pastagem aumentou e manteve a proporcionalidade entre elas. No

    total, a pastagem degradada produziu 28,9 t de plantas, aumentando para 55,8 t em mdia quando

    houve calagem, adubao e manejo da planta forrageira.

    Figura 4. Produo de matria seca de forragem (t/ha/ano) e composio porcentual das diversasestruturas de uma pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. Fonte: Oliveira (2001).

    Resultados de experimentos realizados em que se avaliou o ciclo do nitrognio mostram que

    no s a massa da coroa e das razes, mas tambm a quantidade de nitrognio recuperado nessas

    estruturas influenciaram a produo de forragem (Tabela 6).

    3,98,8

    2,9 3,83,85,9

    9,8

    19,6

    8,5

    17,7

    28,9

    55,8

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    testemunha degradada pastagem recuperada

    tonelada

    /ha

    parte area resduo lter coroa razes total

    Testemunha

    Parte-area13%

    Resduo10%

    Lter13%

    Coroa35%

    Razes29%

    Mdia tratamentos recuperao

    Parte-area16%

    Resduo7%

    Lter11%

    Coroa34%

    Razes32%

  • 11Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Calagem na recuperao de pastagens

    A primeira ao para reconstituir a

    fertilidade do solo a calagem, entretanto, para

    pastagens estabelecidas e degradadas, as

    recomendaes de calagem ainda geram

    controvrsias. Aspectos tcnicos, como a dose

    a ser empregada, a necessidade ou no de

    incorporao e o tipo do calcrio a ser

    empregado, so fatores a serem considerados.

    A recomendao de Werner et al. (1996)

    para fertilizao e correo do solo em pastagens

    considera que a saturao por bases (V%) em

    pastagens estabelecidas deva estar entre 40% e

    60%, dependendo da espcie forrageira.

    Entretanto, pesquisas mais recentes

    consideram que os nveis de fertilizao a

    serem usados na explorao das pastagens,

    bem como a disponibilidade de nutrientes no

    solo, tambm devem ser considerados quando

    se avalia a viabilidade da calagem, pois esses

    parmetros podem determinar o potencial de

    resposta da pastagem. Sem dvida, se os nveis

    de correo de fertilidade forem baixos, espera-

    se que a influncia da saturao por bases seja

    menor por no se constituir no fator limitante da

    produo, entretanto, quando se adota nveis

    de fertilidade mais elevados, a ausncia de

    correo do solo pode ser limitante. Vrios so

    os trabalhos que elucidam este fato (Couto et

    al., 1985; Macedo, 1985; Sanzonowicz et al.,

    1987; Carvalho et al., 1992; Paulino et al.,

    1994; Cruz et al., 1994; Oliveira et al., 1999;

    Oliveira et al., 2004).

    A coroa e o sistema radicular representaram entre 60% e 70% da matria seca da planta,

    tanto nas testemunhas como nos tratamentos que receberam calagem e adubao. Como efeito,

    quando ocorre a recuperao da planta forrageira h necessidade de se garantir o suprimento de

    nutrientes que suportem o aumento dessas estruturas, de modo a proporcionar aumento na

    produo de forragem (Tabela 6 e Figura 4), uma vez que a soma da massa dessas estruturas pode

    ultrapassar 35 t/ha.

    Tabela 6. Correlaes entre a produo de massa de material seco da parte area e variveis

    diversas para Brachiaria brizantha cv. Marandu.

    Fonte: Oliveira (2001).

    Massa de matria seca da parte areaanualVariveis

    Correlao (%) Prob. Teste t (%)Matria seca da parte area na poca dasguas

    94,5 0,001

    Matria seca da coroa 60,0 1,4Matria seca do sistema radicular 55,7 2,4Recuperao de N na coroa 50,0 4,7Recuperao de N no sistema radicular 66,8 0,5

  • 12 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Um fator interessante a se observar o comportamento da resposta ao uso exclusivo de

    calcrio em pastagens degradadas. Quando o sistema est muito degradado e o solo bastante

    exaurido, a resposta calagem pode no existir (Oliveira et al., 2003), mas quando existe alguma

    fertilidade (Oliveira et al., 1999) apenas a calagem pode produzir aumentos de produo de forragem

    da ordem de 1,5 t/ha de matria seca (Figura 5). Tal efeito se deve capacidade da calagem de

    colocar nutrientes em disponibilidade s plantas. Se o sistema for muito pobre no h nutrientes e

    sequer matria orgnica para serem disponibilizados, portanto h dificuldade de se aumentar a

    produo de forragem da pastagem degradada somente com a calagem.

    Figura 5 Produo de forragem (acima do resduo de 20 cm: mdia de dois anos, t/ha/ano) de umapastagem de Brachiaria brizantha degradada estabelecida em um Nitossolo eutrfico, sobquatro tratamentos. Fonte: Oliveira et al. (1999).

    Obs.: Mdias seguidas por letras distintas diferem significativamente pelo teste F (P0,05). Coeficiente devariao de 34%.

    A anlise dos trabalhos realizados com diferentes nveis de saturao por bases deve ser

    criteriosa, uma vez que a ausncia de resposta pode se dever ao insucesso na obteno dos nveis

    de saturao por bases pr-estipulados, mesmo aps vrios anos de calagens consecutivas (Figura

    6). Esse comportamento foi observado no experimento de Oliveira et al. (2003), que avaliaram trs

    nveis de saturao por bases (40%, 60% e 80%) em Brachiaria decumbens degradada estabelecida

    em Neossolo Quartzarnico, com saturao por bases inicial de 24,5% e saturao de alumnio de

    40%, e no encontraram resposta s doses de calcrio empregadas em relao produo de

    forragem.

    4,36

    5,93

    16,36

    19,02

    16,84 a

    14,36 b

    02468

    101214161820

    degradada calagem fertilizao calagem +fertilizao

    Mdiacalagem

    Mdia semcalagem

    t/ha

    deM

    S

  • 13Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Entretanto, em outras situaes, em que

    foi possvel alcanar nveis de saturaes por

    bases almejados, a resposta calagem tem

    sido positiva (Cruz, et al., 1994; Oliveira et al.

    1999; Oliveira et al., 2004).

    Oliveira et al. (1999) avaliaram o efeito

    da presena ou da ausncia de calagem e o uso

    de aerador de solo, associados a fontes de

    fertilizantes na recuperao de uma pastagem

    de Brachiaria brizantha cv. Marandu

    estabelecida em Nitossolo eutrfico, e

    observaram na mdia de dois anos aumento de

    produo de forragem de 14,4 para 16,9 t/ha/

    ano. No tratamento em que no houve calagem

    ou fertilizao, a pastagem permaneceu

    degradada, produzindo 4,4 t/ha/ano de matria

    seca; quando se realizou apenas a calagem, a

    produo aumentou para 5,9 t/ha/no; e quando

    se realizou apenas fertilizao, a produo foi

    de 16,4 t/ha/ano; e quando se realizou

    calagem e fertilizao, a produo obtida foi

    mxima e de 19,2 t/ha/ano de matria seca

    (Figura 5). Nessa situao, o custo:benefcio

    do calcrio sempre superior a 3:1, ou seja,

    para cada R$ 1,00 investido em calcrio h o

    retorno de R$ 3,00 em produto animal

    vendido, no caso, carne. A saturao por

    bases 28 meses aps a primeira aplicao de

    calcrio praticamente permaneceu inalterada,

    sendo inicialmente de 67,7% e passando para

    62,4%, mesmo realizando-se calagem com 1,5

    t/ha de calcrio dolomtico com poder relativo

    de neutralizao total (PRNT) igual a 90 a cada

    ano, objetivando-se elevar a saturao por

    bases a 80%.

    Oliveira et al. (2004) conduziram dois

    experimentos durante dois anos agrosto-

    lgicos, para avaliar o efeito residual de fontes

    de fsforo em presena ou ausncia de

    calagem na recuperao de pastagens

    degradadas de Brachiaria brizantha cv.

    Marandu estabelecida em Neossolo

    Figura 6. Saturao por bases ao fim do segundo ano em diferentes profundidades de Brachiariadecumbens em recuperao em funo da calagem associada fertilizao. Fonte: Oliveiraet al. (2003).

    Obs.: Mdias dentro da mesma profundidade seguidas por letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukeya 5% de probabilidade.

    42 b

    52ab58a

    33b

    41ab48a

    2125 25

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60V%

    0-0,05 0,05-0,10 0,10-0,30profundidade (m)

    V%40 V%60 V%80

    ns

  • 14 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Quartzarnico, com 2 mmolc/dm3 de Ca, 1

    mmolc/dm3 de Mg, saturao por bases de 7%

    e saturao por alumnio de 76%, e

    encontraram aumento de produo de

    forragem quando usaram calcrio para elevar a

    saturao por bases a 70%. No primeiro ano, a

    dose de calcrio usada foi de 4,5 t/ha de

    calcrio dolomtico com PRNT 90 e em mdia

    3,6 t/ha de calcrio dolomtico com PRNT 70

    no segundo ano. Realizou-se fertilizao com

    N, K, S e micronutrientes em todos os

    tratamentos. No segundo ano, quando se

    suprimiu a fertilizao fosfatada, para verificar

    o efeito residual das fontes de P, observou-se

    resposta significativa calagem em termos de

    produo de forragem, que alcanou 9,8 t/ha

    na ausncia de calagem e 11,4 t/ha quando se

    realizou calagem. No segundo experimento,

    com a presena de adubao fosfatada nos

    dois anos experimentais, apesar do aumento

    de produo em decorrncia da calagem, a

    diferena no foi significativa; com calagem a

    produo foi de 11,4 t/ha/ de forragem e sem

    calagem foi de 10,8 t/ha.

    Efeitos benficos secundrios da

    calagem ao final dos dois anos foram:

    . na planta, aumento da concentraode P durante o perodo da seca;

    . no solo, aumento dos teores de Ca ata profundidade de 30 cm, queda nos

    teores de alumnio at 10 cm e na

    saturao por alumnio at 30 cm, nos

    dois experimentos;

    . no solo, aumento nos teores de Mgat 10 cm para o experimento com

    supresso de adubao no segundo

    ano e at 30 cm no experimento que

    recebeu adubao fosfatada nos dois

    anos;

    . aumento da saturao por bases at 30cm de profundidade, mas os valores

    foram aqum dos 70% pretendidos,

    ficando em 31% e 40% na camada de

    0 a 5 cm; 22% e 24% na camada de 5 a

    10 cm e de 16% e 18% na camada de

    10 a 30 cm, nos experimentos com

    supresso ou no de adubao

    fosfatada, respectivamente.

    Cruz et al. (1994) avaliaram o efeito da

    calagem (ndices de saturao por bases de

    4%, 20%, 36%, 52%, 68% e 84%) sobre a

    produo de Brachiaria brizantha cv. Marandu,

    Andropogon gayanus cv. Planaltina e Panicum

    maximum cv. Aruana, em condies

    controladas, em Latossolo Vermelho-Escuro de

    textura mdia, e verificaram que a calagem

    aumentou a produo de matria seca dos

    capins, sendo o Panicum maximum o mais

    responsivo. Associando dois recursos

    estatsticos, regresso e teste de mdias,

    concluram que para a instalao de pastagens,

    quando a saturao por bases for inferior a

    50%, aconselhvel fazer calagem, de forma a

    elevar esse valor a 70%. Tambm Macedo

    (1985) encontrou benefcios da calagem em

    solo de pastagens, sendo que a calagem,

    realizada no primeiro ano, no promoveu

    aumento na produo de forragem, mas a

    produo acumulada em quatro anos mostrou

    incremento na forragem produzida, variando de

    14% a 38%, acompanhado de aumento na

    absoro de N, P e K.

    A influncia do PRNT do calcrio na

    calagem torna-se pequena quando se utiliza

    esse ndice como coeficiente de correo

    (Oliveira et al., 2003) na frmula de

    recomendao de calagem baseada na

  • 15Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    saturao por bases (Raij, 1991). Nesse

    clculo, considera-se o PRNT como um

    coeficiente de correo, fazendo com que as

    diferenas de calcrios de diferentes PRNTs

    sejam minimizadas para o mesmo nvel de

    saturao por bases pretendido. O uso de

    calcrios com PRNT menor, para atingir nveis

    de saturao por bases mais elevados, pode at

    resultar na gerao de um efeito residual. As

    maiores doses do mesmo calcrio testado,

    conseqncia do seu menor PRNT, possibilitaram

    a produo de maior massa de razes e a correo

    da deficincia de Mg (Oliveira et al., 2003). Esse

    fato se explica porque o efeito residual do calcrio

    vai depender de seu poder de neutralizao (PN) e

    geralmente calcrios com PRNT menor

    apresentam maior probabilidade de deixar efeito

    residual, pois o PRNT a frao do PN do calcrio

    que ir reagir em trs meses, sobrando parte do

    calcrio para reagir ao longo dos anos.

    As pastagens degradadas normalmente

    encontram-se implantadas em solos cidos e com

    elevado teor de alumnio, no s na superfcie do

    solo mas tambm em profundidade. Desta forma,

    quando se pretende realizar a calagem, a grande

    dvida que surge a forma de aplicao do

    calcrio, se na superfcie ou se incorporado ao

    solo. O uso de calcrio na superfcie do solo

    possui como grande vantagem a manuteno da

    integridade do sistema radicular da planta

    degradada (Oliveira et al., 2003; Soares Filho,

    1992), mas, por outro lado, pode promover

    perdas por volatilizao de N quando se pretende

    fazer adubaes nitrogenadas de cobertura

    posteriormente aplicao de calcrio (Oliveira,

    2001), em razo da elevao do pH na

    superfcie do solo, que ocasionada pela

    prpria hidrlise da uria.

    Oliveira et al. (2003) no encontraram

    diferena devida incorporao do calcrio na

    produo da parte area, tanto na anlise de

    varincia em que se confrontou a testemunha

    degradada contra a testemunha que apenas

    recebeu a gradagem, quanto na anlise de

    varincia do fatorial, em que se comparou a

    incorporao do calcrio em relao ao uso

    de calagem na superfcie do solo. Soares Filho

    et al. (1992) tambm no encontraram

    diferena na produo de forragem no

    primeiro ano e observaram decrscimos na

    produo no segundo ano, quando realizaram

    gradagem para a recuperao de pastagem de

    Brachiaria decumbens. Na produo de massa

    das razes a incorporao do calcrio

    provocou decrscimos (P 0,01) at 30 cm,no primeiro ano experimental. Supe-se que

    esse efeito ocorreu em conseqncia da

    morte de razes e a da demora da sua

    recuperao aps a gradagem. No segundo

    ano, apesar do longo perodo decorrido aps a

    gradagem, que foi realizada apenas no

    primeiro ano, as razes ainda responderam

    negativamente (P 0,05), na profundidade de0 a 5 cm (Figura 7). No mesmo projeto (dados

    no publicados), os autores tambm

    encontraram resultados semelhantes com o

    Panicum maximum. Soares Filho et al. (1992)

    tambm observaram queda na produo de

    razes quando empregaram gradagem na

    recuperao de pastagens, mesmo quando

    utilizaram fertilizantes.

  • 16 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Figura 7. Massa de razes (t/ha de matria seca) de Brachiaria decumbens em funo de formas de

    aplicao do calcrio. Fonte: Oliveira et al. (2003).

    Obs.: Mdias do mesmo ano e da mesma profundidade seguidas por letras distintas diferem pelo

    teste F (P=0,05 e P=0,01, no primeiro e no segundo ano respectivamente).

    A utilizao de grade pesada para

    descompactar e recuperar a pastagem provoca

    um dos resultados mais ilusrios dentre as

    tcnicas erroneamente preconizadas para

    recuperao de pastagens. Com o uso da grade

    provoca-se o revolvimento do solo, que

    favorece a ao de microrganismos e a

    conseqente mineralizao da pequena parcela

    de matria orgnica ainda existente nesses

    solos. Dessa maneira, existe a disponibilidade

    de alguns nutrientes, principalmente de N no

    sistema, que provoca o crescimento das plantas

    forrageiras, mas esse efeito normalmente

    efmero, uma vez que os nveis de matria

    orgnica da maioria dos solos brasileiros so

    baixos e as pastagens dentro de perodo muito

    curto voltam a se degradar novamente.

    Com relao ao uso de uria,

    subseqente aplicao de calcrio na

    superfcie do solo, Oliveira (2001) desenvolveu

    um experimento em pastagem degradada de

    Brachiaria brizantha, em que avaliou o balano

    anual do N quando a calagem foi realizada em

    duas pocas, maro ou agosto, e a uria foi

    aplicada incorporada ou na superfcie do solo.

    Na incorporao da uria, objetivou-se sua

    colocao abaixo da camada de aplicao do

    calcrio. A calagem realizada antecipadamente

    em maro favoreceu a produo de forragem.

    Esse fato pode estar relacionado ao maior

    tempo de reao do calcrio no solo na

    presena da umidade das ltimas chuvas de

    outono, que pode ter aumentado a eficincia de

    uso dos nutrientes P, K e S, uma vez que, para

    4,3a

    2,3b1,8a

    1,3b

    2,6a

    1,7b

    6,5a5,8b

    3,7 3,4

    4,94,3

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    4,0

    5,0

    6,0

    7,0t/h

    ade

    MS

    0 - 0,05 0,05 - 0,10 0,10 -0,30 0 - 0,05 0,05 -0,10 0,10 - 0,30

    Profundidade (m)

    Incorporado

    Primeiro Ano Segundo Ano

    ns

    ns

    Superfcie

  • 17Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    suprir esses nutrientes, foram empregados superfosfato simples e cloreto de potssio, fontes que

    possuem sua eficincia incrementada com a reduo da acidez do solo. Outro fator que pode ter

    concorrido para esses resultados foi a diminuio da toxidez inicial de Al.

    Apesar de no ter ocorrido aumento de produo de forragem em funo da incorporao da

    uria, essa operao aumentou a recuperao do N da uria no sistema, diminuindo as perdas

    calculadas (Tabela 7). As perdas foram gasosas e as ocorridas por volatilizao devem estar mais

    ligadas s reaes qumicas que ocorrem ao redor do grnulo da uria e elevam o pH nesse local

    (Kiehl, 1989) do que ao efeito da calagem, uma vez os valores de pH na superfcie do solo no

    momento da aplicao da uria eram muito baixos, mesmo usando-se 3 t/ha de calcrio dolomtico

    com PRNT 90 na superfcie do solo.

    Tabela 7. Produo de forragem, recuperao de nitrognio e perdas de nitrognio no sistema solo-

    pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu (novembro de 1998 a dezembro de 1999).

    1 Mdias seguidas por letras distintas, na mesma coluna, diferem significativamente pelo teste de F ao nvel de

    probabilidade indicado na Tabela.2 Total da planta e lter = soma da recuperao de nitrognio na parte area acima de 20 cm, no resduo abaixo

    de 20cm, na coroa da planta, no sistema radicular at 60 cm de profundidade e no lter (massa de matria

    morta da planta forrageira depositada na superfcie do solo).3 Considerou-se as perdas como sendo apenas gasosas, uma vez que as perdas por lixiviao medidas at 60

    cm de profundidade foram irrisrias.

    ns = no significativo.

    Matria seca Recuperao de NitrognioTratamentoParte Area1

    pocaguas

    pocaseca

    AnualTotal daplanta e

    Lter2

    Razes(0-60cm)

    Solo(0-60cm)

    Total dosistema

    Perdas3gasosaspoca

    calagemIncorporao da

    uria-------t/ha------- -------------------------%-----------------------------

    Maro Sim 7,2 a 1,9 9,1 a 59,1 6,2 a 20,3 b 85,6 14,4Maro No 7,6 a 2,0 9,6 a 39,5 3,8 b 18,8 b 62,1 37,9Agosto Sim 6,4 b 1,9 8,3 b 47,9 6,7 a 21,6 a 76,8 23,2Agosto No 6,4 b 1,9 8,3 b 44,1 4,5 b 23,2 a 71,8 28,2

    Testemunha 2,3 1,6 3,9 - - - - -Coeficiente de variao

    (%)23 32 20 14 34 11 13 -

    Prob. F p/ Incorporao ns ns ns 0,01% 0,12% ns 0,04% -Prob. F p/ pocas 1,3 % ns 1,7% ns ns 0,26% ns -Prob. F p/ I x E ns ns ns 0,26% ns ns 0,95% -

  • 18 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Fertilidade do solo em pastagens degradadas

    com nfase na fertilizao nitrogenada

    Em situaes em que as pastagens

    encontram-se degradadas, normalmente o

    solo tambm est degradado. Princpios

    bsicos, como conservao de solo e gua

    por meio de terraos ou outros sistemas e

    condies que favoream o incremento de

    matria orgnica no solo, so fundamentais

    para recompor condies mnimas de

    caractersticas fsicas e qumicas no solo

    para atender demanda da pastagem

    manejada intensivamente, de maneira a

    garantir sua persistncia.

    A fertilizao corretiva que realizada

    aps pelo menos 90 dias da execuo da

    calagem muito importante para garantir

    caractersticas de solo mais favorveis para o

    incio das adubaes nitrogenadas de

    cobertura, que podero ou no ser

    acompanhadas de outros nutrientes. No

    trabalho de Nussio e Corsi (1993) possvel

    encontrar idias bsicas sobre os parmetros

    que norteiam as indicaes dessas

    adubaes. Em pastagens degradadas de

    Brachiaria brizantha cv. Marandu,

    estabelecidas em solos pobres em fsforo,

    com teores abaixo de 5 mg/dm3 de P avaliado

    pelo mtodo de resina, Oliveira et al. (2004)

    obtiveram excelentes resultados com doses

    de fsforo que variaram entre 80 e 100 kg/ha

    de P2O5, quando utilizaram diferentes fontes

    de fsforo (superfosfato triplo, superfosfato

    simples, termofosfato), alcanando produes

    da ordem de 21 t/ha/ano de forragem acima do

    resduo de 20 cm de altura. Atualmente, esto

    sendo desenvolvidos trabalhos em que se avalia

    o efeito residual de diferentes fontes de fsforo,

    bem como a associao dessas fontes, que se

    espera garantam a disponibilidade de fsforo

    em diferentes pocas para as plantas

    forrageiras. Com relao ao potssio, este no

    se tornou limitante nos vrios experimentos

    desenvolvidos com Brachiaria brizantha,

    Brachiaria decumbens e Panicum maximum,

    quando aplicado de maneira a atender de 3% a

    5 % da capacidade de troca de ctions do solo

    (CTC).

    Os resultados de experimentos em que

    se avaliou o uso de fertilizao nitrogenada em

    pastagens mostram um campo vasto para

    pesquisas futuras, apesar da grande quantidade

    de trabalhos desenvolvidos at o presente

    momento. O primeiro fator a ser definido a dose

    de N a ser empregada em cada condio de

    pastagem degradada (espcie vegetal, clima,

    fertilidade do solo, uso de irrigao), procurando

    encontrar o equilbrio tcnico e econmico.

    Segue-se a essa investigao a possibilidade do

    uso de diferentes fontes, principalmente no que

    se refere ao melhor aproveitamento do N oriundo

    da uria e a interface nitrognio-enxofre, com a

    possibilidade do uso de sulfato de amnio.

    Os trabalhos conduzidos at o presente

    momento mostram que as pastagens degradadas

    respondem a altas doses de N em todas as

    condies avaliadas, entretanto, em

    determinadas condies esta resposta pode no

    ser econmica no primeiro ano, quando forem

    exploradas por algumas categorias de gado de

    corte. No segundo ano de manejo, as respostas

    so maiores para as mesmas doses de N e

    bastante favorveis ao uso de nitrognio.

    Interferem nesse contexto a fertilidade inicial do

    solo, principalmente com relao ao teor de

    matria orgnica e o grau de degradao da

    pastagem.

  • 19Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Respostas diversas foram obtidas no primeiro ano de recuperao por Oliveira (2001),

    Oliveira et al. (2003), Oliveira et al. (2004), Oliveira et al. (2004 no prelo) em quatro experimentos

    distintos com variedades de capim-braquiria em Neossolo Quartzarnico. Os resultados foram com

    Brachiaria decumbens de 3,8 t/ha/ano de MS para 300 kg/ha/ano de N; e com Brachiaria brizantha

    cv. Marandu 10,5 t/ha/ano para 300 kg/ha/ano; 9,6 t/ha/ano para 240 kg/ha/ano de N e 8,8 t/ha/

    ano para 210 kg/ha/ano. Entretanto, no segundo ano, as respostas foram maiores e mais uniformes.

    Como exemplo, o ltimo valor de 8,8 t/ha/ano com 210 kg/ha/ano de N passou para 15,2 t/ha/ano

    com a mesma dose de N (Figura 2). Na Figura 8, pode-se observar que, para cada quilograma de N

    usado em uma pastagem degradada de Brachiaria brizantha cv. Marandu, a resposta em produo de

    forragem variou no primeiro ano de 35 a 90 kg de matria seca e no segundo ano com as mesmas

    doses a resposta foi de 72 a 130 kg de matria seca. Interferiram nesses resultados a dose usada, o

    equilbrio da relao N:S e a recuperao da planta forrageira.

    Figura 8. Eficincia do uso de nitrognio (kg de matria seca/kg de N) em funo de doses de N e Sna produo de forragem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. Fonte: Oliveira et al. (2004no prelo).

    Obs.: Mdias seguidas por letras distintas diferem pelo teste de Tukey (P=0,01).

    Apesar de as respostas serem diversas, trabalhos realizados por Oliveira (2001) com o

    traador 15N, que permite mensurar exatamente quanto de N oriundo de determinada fonte

    permanece no sistema, mostraram que a recuperao do N no sistema pode ser bastante alta,

    chegando a valores da ordem de 80%, quando a uria for incorporada. Acredita-se que o N retido no

    sistema no primeiro ano pode se constituir em reserva para rebrota, que ocorre no segundo ano

    experimental, uma vez que grande parte do nitrognio oriundo do fertilizante armazena-se em

    84

    123

    90

    130

    49

    84

    48

    74

    42

    72

    35

    75

    103a110a

    64b 61b57b55b

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    Primeiro Ano Segundo Ano Mdia

    70 N 70 N+S 140 N 140 N+S 210 N 210 N+S

    kgMS/kg

    N

  • 20 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    estruturas de reserva, como as razes e a coroa (Tabelas 7 e 8). Essa alta recuperao e alta

    reteno nas estruturas de reserva do sistema tambm explicam a baixa lixiviao encontrada

    nesses sistemas de pastagens em recuperao (Figura 9), uma vez que pequenos percentuais do

    nitrognio ultrapassaram a camada de 40 cm do solo. As perdas que ocorreram no sistema foram

    principalmente gasosas (Tabela 4), podendo se constituir de desnitrificao, volatilizao e perda

    direta de amnia pelas folhas.

    Tabela 8. Recuperao do nitrognio da uria nas estruturas da planta de Brachiaria brizantha cv.Marandu.

    Fonte: Oliveira (2001).* O lter representado pela matria morta depositada na superfcie do solo.** Diferena no teste F ao nvel de 5% de probabilidade.*** Mdias seguidas por letras distintas, na mesma coluna, diferem pelo teste F ao nvel de 10% deprobabilidade.ns = no significativo.

    Com relao ao manejo da fertilizao nitrogenada, quando esta realizada utilizando-se uria

    como fonte de nitrognio, prticas como a incorporao da uria nas adubaes de cobertura com

    equipamentos que possuem disco duplo desencontrados podem ser vantajosas, aumentando a

    recuperao do nitrognio na parte area e no sistema, como pode ser visto nas Tabelas 7 e 8. Outra

    alternativa de manejo a associao da uria com sais inorgnicos, tais como o superfosfato

    simples e o cloreto de potssio, que podem promover melhor recuperao de nitrognio nas

    estruturas da planta e promover melhores produes de forragem, como pode ser observado na

    Tabela 9. Tambm deve-se evitar a aplicao da uria na superfcie do solo encharcado, aps chuva

    ou irrigao, pois essa prtica tende a provocar as maiores perdas do nitrognio da uria (Primavesi,

    et al., 2001).

    Tratamentos Recuperao nas estruturas da planta (%)Incorporao

    da uriapoca dacalagem

    Parte area Resduo Coroa Lter*

    Sim Maro 27,3 a 5,3 22,3 4,3Sim Agosto 24,4 a 4,6 14,7 4,6No Maro 19,8 b 4,4 11,3 4,0No Agosto 21,2 b 4,9 13,6 4,3

    Coeficiente de variao (%) 24 70 40 33Efeito da Incorporao *** ns ** nsEfeito da poca ns ns ns nsEfeito da interao Incorp. x poca ns ns ** ns

  • 21Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Tabela 9. Produo da parte area e recuperao (%) de nitrognio proveniente da uria em

    diferentes componentes do sistema solo-planta de uma pastagem de Brachiaria brizantha

    cv. Marandu.

    Obs.: SFS = superfosfato simples; Test. = Testemunha; CV = Coeficiente de variao.Lter representado pela matria morta depositada na superfcie do solo.* Mdias seguidas de letras distintas, na mesma coluna, diferem entre si, pelo teste Tukey ao nvel de 1% deprobabilidade.**Mdias seguidas de letras distintas, na mesma coluna, diferem entre si, pelo teste Tukey ao nvel de 5% deprobabilidade.ns = no significativoFonte: Oliveira, et al. (2003).

    Consideraes finaisA recuperao efetiva das pastagens depende do manejo fisiolgico adequado da planta

    forrageira, representado principalmente por perodo de descanso e ocupao dos pastos,

    acompanhados de resduos de pastejo adequados, e da recomposio da fertilidade do solo.

    Nas pastagens em recuperao se tem observado ao longo dos anos aumentos no teor de

    matria orgnica dos solos e na cobertura vegetal da rea, que garantem melhor aproveitamento da

    gua, evitando a possibilidade de compactao e de eroso das reas de pastagens, alm de

    dificultar a infestao por plantas daninhas.

    Uma vez recuperada, a pastagem submetida a manejo adequado tanto da planta quanto do

    solo, pode persistir durante dcadas, sem necessidade de reforma.

    Recuperao de NitrognioTratamentos(parcelamento) Parte

    AreaParte

    areaResduo Coroa Lter Razes

    (0-60cm)Solo

    (0-60 cm)Total dosistema

    SFS KCl t/ha/ano ------------------------------- % ----------------------------------sim no 10,5 a 15,6 4,5 14,1 a 3,5 b 7,53 a 16,84 62,09no sim 9,9 ab 16,4 4,6 12,6 ab 7,5 a 5,06 ab 19,16 65,35sim sim 8,3 b 18,0 5,2 5,99 b 6,7 ab 5,96 ab 17,73 59,61No no 8,3 b 18,9 4,4 10,0 ab 5,5 ab 3,55 b 17,41 59,76

    Test. degradada 4,0 - - - - - - -CV (%) 23,3 14 37 54 45 35,54 14,86 14,49Efeito do tratamento ** ns ns ** ** * ns ns

  • 22 Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    Referncias bibliogrficas

    CARVALHO, M.M.; MARTINS, C.E.; SIQUEIRA,C.; SARAIVA, O.F. Crescimento de umaespcie de braquiria, na presena da calagemem cobertura e de doses de nitrognio. RevistaBrasileira da Cincia do Solo, v.16, p.69-74,1992.

    COUTO, W.; LEITE, G.C.; KORNELIUS, E. Theresidual effect of P and lime on the performanceof four tropical grasses in a high P-fixing oxisol.Agronomy Journal, v.77, p.539-542, 1985.

    CRUZ, M.C.P.da; FERREIRA, M.E.; LUCHETTA,S. Efeito da calagem sobre a produo dematria-seca de trs gramneas forrageiras.Pesquisa Agropecuria brasileira, v.29, n.8, p.1303-1312, ago. 1994.

    KIEHL, J. de C. Distribuio e reteno deamnia no solo aps a aplicao de uria.Revista Brasileira da Cincia do Solo, v.13,p.75-80, 1989.

    MACEDO, W. Efeito de fontes e nveis defsforo e calcrio na adubao de forrageirasem solos do Rio Grande do Sul. PesquisaAgropecuria Brasileira, v.20, n.6, p.643-657,1985.

    NUSSIO, L.G.; CORSI, M. Manejo do capimelefante: correo e adubao do solo. In: Anaisdo 100 Simpsio sobre o Manejo da Pastagem.Ed. A. M. Peixoto, J.C. de Moura e V.P. deFaria. Piracicaba, FEALQ, 329 p.

    OLIVEIRA, P.P.A.; CORSI. M.; OLIVEIRA, W.S.Relatrio de Atividades do Projeto Estudosobre a recuperao de pastagem atravs dafertilizao e Mecanizao. Fundao deEstudos Agrrios Luiz de Queiroz. 1999, 36p.

    OLIVEIRA, P.P.A.; OLIVEIRA, W.S.; TRIVELIN,P.C.O.; CORSI, M. Uso de calagem narecuperao de uma pastagem de colonio(Panicum maximum). 50 Encontro Cientfico dosPs-Graduandos do Cena/USP. Piracicaba,1999, p.70.

    OLIVEIRA, P.P.A. Manejo da calagem e dafertilizao nitrogenada na recuperao depastagens degradadas de Brachiaria sp. emsolos arenosos. Tese doutorado Centro deEnergia Nuclear na Agricultura. 2001. 110 p.

    OLIVEIRA, P.P.A.; BOARETTO, A.E.; TRIVELIN,P.C.O.; OLIVEIRA, W.S.; CORSI, M. Liming andfertilization for restoring degraded Brachiariadecumbens pasture on sandy soil. ScientiaAgricola, v.60, n.1, p. 125-131, 2003.

    OLIVEIRA, P.P.A; TRIVELIN, P.C.O.; OLIVEIRA,W.S.; CORSI, M. Eficincia da fertilizaonitrogenada com uria (15N) em Brachiariabrizantha cv. Marandu associada aoparcelamento de superfosfato simples e cloretode potssio. Revista Brasileira de Cincia doSolo, v. 27, p. 613-620, 2003.

    OLIVEIRA, P.P.A.; OLIVEIRA, W.S.O.; CORSI,M. Efeito Residual de Fertilizantes FosfatadosSolveis na Recuperao de Pastagem deBrachiaria Brizantha cv. Marandu em NeossoloQuartzarnico. XXVI Reunio Brasileira deFertilidade do Solo. CD room. 2004. 4p.

    OLIVEIRA, P.P.A.; TRIVELIN, P.C.O.;OLIVEIRA, W.S.; CORSI, M. Fertilizao com Ne S na recuperao de pastagem de Brachiariabrizantha cv. Marandu em NeossoloQuartzarnico. Revista Brasileira de Zootecnia,2004 no prelo.

    PAULINO, V.T.; COSTA, N. de L.; CARDELLI,M.A.; SCHAMMAS, E.A.; FERRARI Jr., E.Resposta de Brachiaria brizantha cv. Marandu acalagem e a fertilizao fosfatada em um solocido. Pasturas Tropicales, v.16, p.34-40,1994.

    RAIJ, B. van Fertilidade do Solo e Adubao.Piracicaba: Agronmica Ceres Ltda. eAssociao Brasileira para Pesquisa da Potassae do Fosfato, 1991. 343 p.

    SANZONOWICZ, C.; LOBATO, E.; GOERDERT,W.J. Efeito residual da calagem e de fontes defsforo numa pastagem estabelecida em solode cerrado. Pesquisa Agropecuria Brasileira,v.22, p.233-243,1987.

  • 23Recuperao de pastagens degradadas para sistemas intensivos de produo de bovinos

    SOARES FILHO, C.V.; MONTEIRO, F.A.;CORSI, M. Recuperao de pastagensdegradadas: 1. Efeito de diferentes tratamentosde fertilizao e manejo. Pasturas Tropicales,v.14, p.2-6, 1992.

    WERNER, J.C.; PAULINO, V.T.; CANTARELLA,H. Recomendao de adubao e calagem paraforrageiras. In: RAIJ, B. van; SILVA, N.M.;BATAGLIA, O.C.; QUAGGIO, J.A.; HIROCE, R.;CANTARELLA, H.; BELLINAZZI, Jr., R.;DECHEN, A.R.; TRANI, P.E. Recomendao deadubao e calagem para o Estado de SoPaulo. Campinas: Instituto Agronmico;Fundao IAC, 1996. p.263-271.

    ZIMMER, A.H.; MACEDO, M.C.M.;BARCELLOS, A. de O. e KICHEL, A.N.Estabelecimento e recuperao de Brachiaria.In: SIMPSIO SOBRE MANEJO DAPASTAGEM, 11, Piracicaba, 1994. Anais do11o Simpsio sobre Manejo da Pastagem.Piracicaba:FEALQ, 1994. 153-208 p.

    Exemplares desta edio podem ser adquiridos na:Embrapa Pecuria SudesteEndereo: Rod. Washington Luiz, km 234Fone: (16) 3361-5611Fax: (16) 3361-5754Endereo eletrnico: [email protected]

    1a edio1a impresso (2005): 500 exemplares

    Presidente: Alfredo Ribeiro de Freitas.Secretrio-Executivo: Edison Beno PottMembros: Andr Luiz Monteiro Novo, Odo Primavesi,Maria Cristina Campanelli Brito, Snia Borges deAlencar.

    Reviso de texto: Edison Beno PottEditorao eletrnica: Maria Cristina Campanelli Brito.

    Comit depublicaes

    Expediente

    CircularTcnica, 38

    Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento

    Apoio: