formação, manejo e recuperação de pastagens em rondônia

Upload: newton-de-lucena-costa

Post on 30-May-2018

237 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    1/217

    Formao, Manejo e Recuperao dePastagens em Rondnia

    Newton de Lucena CostaEditor

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    2/217

    Repblica Federativa do Brasil

    Luiz Incio Lula da Silva

    Presidente

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Roberto Rodrigues

    Ministro

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - Embrapa

    Conselho de Administrao

    Jos Amauri Dimarzio

    Presidente

    Clayton CampanholaVice-Presidente

    Alexandre Kalil Pires

    Srgio Fausto

    Dietrich Gerhard Quast

    Urbano Campos Ribeiral

    Membros

    Diretoria Executiva da Embrapa

    Clayton Campanhola

    Diretor-Presidente

    Mariza Marilena Tanajura Luz Barbosa

    Herbert Cavalcante de Lima

    Gustavo Kauark Chianca

    Diretores-Executivos

    Embrapa Rondnia

    Newton de Lucena Costa

    Chefe-Geral

    Luiz Antnio Dutra de Resende

    Chefe-Adjunto de Administrao

    Vanda Gorete Souza Rodrigues

    Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    3/217

    Embrapa RondniaPorto Velho, Rondnia

    2004

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaCentro de Pesquisa Agroflorestal de Rondnia

    Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento

    Formao, Manejo e Recuperaode Pastagens em Rondnia

    Newton de Lucena CostaEditor

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    4/217

    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa RondniaBR 364 km 5,5, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, ROTelefones: (69) 222-0014/8489, 225-9386, Fax: (69) 222-0409www.cpafro.embrapa.br

    Normalizao: Alexandre Csar Silva MarinhoEditorao eletrnica: Marly de Souza MedeirosReviso gramatical: Wilma Ins de Frana ArajoCapa: Itacy DuarteSilveira

    1 edio1 impresso: 2004Tiragem: 800 exemplares

    Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos

    autorais (Lei n 9.610).

    CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.Embrapa Rondnia

    COSTA, NEWTON DE LUCENA (Editor). Formao, manejo erecuperao de pastagens em Rondnia. Porto Velho: EmbrapaRondnia, 2004.214p.

    ISBN 85-98654-01-9

    1. Forragicultura - Rondnia. 2. Pastagem - Rondnia. I. Costa,Newton de Lucena. II. Ttulo.

    CDD 633.2 Embrapa - 2004

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    5/217

    Editor

    Newton de Lucena CostaEng. Agrn., M.Sc. Embrapa Rondnia, Caixa Postal 406,CEP 78900-970, Porto Velho, RO.

    E-mail: [email protected]

    Colaboradores

    Antnio Neri Azevedo RodriguesEng. Agrn., M.Sc., Escola Agrotcnica Federal de Colorado do OesteCaixa Postal 47, CEP 78996-000, Colorado do Oeste, RO.E-mail: [email protected]

    Carlos Alberto Gonalves

    Eng. Agrn., M.Sc., Embrapa Amaznia OrientalTrav. Dr. Enas Pinheiro s/n, CEP 66095-100, Belm, PA.E-mail: [email protected]

    Claudio Ramalho TownsendZootecnista, M.Sc., Embrapa Rondnia. E-mail: [email protected]

    Joo Avelar MagalhesMed. Vet., M.Sc., Embrapa Meio NorteCaixa Postal 341, CEP 4200-000, Parnaba, PI.E-mail:[email protected]

    Jos Francisco Bezerra MendonaEng. Agrn., M.Sc., Embrapa Recursos Genticos e BiotecnologiaAv. W 5 Norte (final), CEP 70770-900, Braslia, DF.E-mail: [email protected]

    Jos Ribamar da Cruz OliveiraEng. Agrn., M.Sc., Embrapa Rondnia. E-mail: [email protected]

    Maria Alice Santos OliveiraEng. Agrn., M.Sc., Embrapa CerradosCaixa Postal 08223, CEP 73301-870, Planaltina, DF.

    E-mail: [email protected]

    Ricardo Gomes de Arajo PereiraZootecnista, M.Sc., Embrapa Rondnia. E-mail:[email protected]

    Silas MochiuttiEng. Agrn., M.Sc., Embrapa AmapCaixa Postal 10, CEP 68903-000, Macap, AP.E-mail: [email protected]

    Valdinei Tadeu PaulinoEng. Agn., Ph.D., Instituto de ZootecniaCaixa Postal 60, CEP 13460-000, Nova Odessa, SP.E-mail: [email protected]

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    6/217

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    7/217

    Apresentao

    A expanso da pecuria em reas de floresta da Amaznia foi fortemente influenciadapelo desenvolvimento do sistema virio na regio, por incentivos governamentais,programas especiais de crdito e por presses geopolticas e scioeconmicas de outrasregies do pas e da prpria regio. Nas ltimas trs dcadas, a pecuria de corte e leitetem experimentado um extraordinrio crescimento em Rondnia, tendo-se expandido auma taxa de 22% ao ano, na ltima dcada. A escassez de mo-de-obra,descapitalizao do produtor e os baixos preos dos produtos agrcolas tm induzido oEstado a um acelerado processo de pecuarizao. Atualmente, o efetivo estadual superior a 10 milhes de cabeas, representando o 10 rebanho bovino nacional. Apesarde ser uma explorao tpica de abertura de reas da fronteira agrcola, a pecuriacontinua desempenhando papel de destaque na economia regional, j que outrasatividades agrcolas - mais dependentes de capital e tecnologia, porm com maiorestaxas de rentabilidade econmica - que normalmente a substituem no processo deconsolidao do agronegcio, at o momento no lograram uma efetiva implementao.Nesse sentido, a nica alternativa existente hoje para atenuar os impactos negativos dapecuria sobre o meio ambiente, consiste em aumentar o grau de tecnologia da atividadepara alcanar ndices competitivos globais de eficincia na produo de carne e leite.

    Para assegurar o desenvolvimento sustentvel da pecuria em Rondnia necessrioque a sociedade assuma sua responsabilidade nesse processo e que o Governo, nasinstncias Federal, Estadual e Municipal promovam a estabilizao da economia local,atravs de instrumentos econmicos e estratgico de comando e controle. Nestecontexto, a declarao de Rondnia como Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinao,

    significa um reconhecimento internacional aos esforos governamentais para promover odesenvolvimento da pecuria com sustentabilidade econmica, social e ambiental.

    A bovinocultura de corte tem se desenvolvido, em maior escala, nas grandespropriedades localizadas nas regies sul e sudeste do Estado, apresentando rebanhoscom bom padro racial. Atualmente existem 11 frigorficos instalados. Nos projetos decolonizao predomina a bovinocultura mista, caracterizada por rebanhos de baixopadro zootcnico. Nas proximidades dos municpios localizados ao longo do eixo da BR364, predomina a pecuria leiteira, a qual apresenta baixos ndices de produtividade.Atualmente, existem no Estado 59 unidades de beneficiamento e industrializao de leite.A maior parte destas unidades esto localizadas na regio centro-sul do estado. Oefetivo bovino dever continuar crescendo em ndices significativos, dado o interesse do

    produtor rural em eliminar seus problemas de mo-de-obra e assegurar um investimentode capital com alto nvel de liquidez.

    A produo de leite apresenta-se extremamente favorvel, com taxas de crescimento de6% ao ano e baixos custos operacionais totais de produo, no caso de produtores queutilizam mo-de-obra familiar. Atualmente Rondnia ocupa a 8 posio na produonacional de leite. Entretanto, a produo realizada sob condies de baixos nveis detecnologia e caracterizada por pequenos investimentos em equipamentos. No caso dospequenos produtores os problemas so agravados devido aos baixos volumes deproduo. Apesar disso, a atividade leiteira competitiva, alicerada na produo empastagens cultivadas, mo-de-obra familiar e facilidades de comercializao do bezerropara a pecuria de corte.O segmento da pecuria de corte e de leite, ocupa de formaparcial e integral mais de 50% do pessoal que trabalha na rea agropecuria,significando uma importante fonte de gerao de renda e emprego para o estado.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    8/217

    Particularmente a produo de leite uma atividade com grande contedo social, pois desenvolvida principalmente nas pequenas propriedades familiares rurais, envolvendocerca de 44 mil famlias, com produo de 1,8 milho de litros dirios, o que determina anecessidade de constante apoio de crdito, fomento, assistncia tcnica e gerao detecnologias socialmente justas, ecologicamente corretas e economicamente viveis.

    As pastagens cultivadas, cerca de 5 milhes de ha, representam a principal fonte dealimentao dos rebanhos. No entanto, a utilizao de prticas de manejo inadequadas,principalmente nos solos de baixa fertilidade natural, tem contribudo decisivamente paraa instabilidade tcnica, econmica e ecolgica do processo produtivo adotado.Atualmente, pelo menos 40% das pastagens cultivadas apresentam algum estgio dedegradao. Isto reflete diretamente nos baixos ndices de desempenho animal e nanecessidade de novos desmatamentos ou a transformao de reas cultivadas empastagens. Este aumento de rea tem como finalidade de alimentar satisfatoriamente osrebanhos, alm de comportar o seu crescimento vegetativo.

    A adoo de prticas adequadas de manejo que envolva a utilizao de germoplasma

    forrageiro com baixo requerimento de nutrientes e com alta capacidade de competiocom as plantas invasoras e sistemas e presses de pastejo compatveis com amanuteno do equilbrio do ecossistema, pode ser considerada como a chave paraassegurar a produtividade das pastagens cultivadas por longos perodos de tempo, nasreas de floresta da Regio Amaznica, conciliando desenvolvimento sustentvel dapecuria com qualidade ambiental.

    A Embrapa Rondnia, neste documento, disponibiliza alternativas tecnolgicas, para aformao, recuperao e manejo de pastagens cultivadas, fundamentadas em pesquisasrealizadas nas condies edafoclimticas estaduais, visando disseminar entre ospecuaristas, os agentes planejamento, de financiamento, de asistncia tcnica eextenso rural e a comunidade cientfica, os avanos na gerao e adaptao de

    conhecimentos nos ltimos 30 anos.

    Luiz Cladio Pereira AlvesSecretrio de Estado da Agricultura, Produo e

    do Desenvolvimento Econmico e Social - SEAPES

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    9/217

    Sumrio

    Fisiologia e Manejo de Plantas Forrageiras ..................................................9

    Germoplasma Forrageiro para a Formao de Pastagens ...................31

    Calagem e Adubao de Pastagens ...............................................................82

    Rendimento, Composio Qumica e Valor Nutritivo da Forragem 117

    Formao e Manejo de Pastagens Consorciadas...................................138

    Utilizao Estratgica das Pastagens Durante o Perodo Seco .......152

    Degradao, Recuperao e Renovao de Pastagens.......................168

    Sistemas Silvipastoris ........................................................................................202

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    10/217

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    11/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 9

    Fisiologia e Manejo de Plantas Forrageiras

    Newton de Lucena Costa; Joo Avelar Magalhes; Cludio Ramalho Townsend; ValdineiTadeu Paulino

    1. Introduo

    As pastagens representam a principal e mais barata fonte de alimentos para osruminantes, mas nem sempre so manejadas de forma adequada, muitas vezes devido falta de conhecimento sobre suas condies fisiolgicas de crescimento e composionutricional. Manejar uma pastagem de forma adequada significa produzir alimentos emgrandes quantidades, alm de procurar o mximo valor nutritivo da forragem. A produode forragem afeta significativamente a capacidade de suporte das pastagens (nmero deanimais que a pastagem comporta sem que sua produtividade ou persistncia sejaafetada), sendo influenciada pela fertilidade do solo, manejo e condies climticas. O

    valor nutritivo, representado pela composio qumica, digestibilidade e aproveitamentoda forragem digestvel, afeta a produo por animal (kg de carne/animal, produo deleite/vaca) e depende, primariamente, do consumo de forragem, o qual afetado pelapalatabilidade, velocidade de passagem e disponibilidade da forragem. Associando-se acapacidade de suporte e a produo por animal, tem-se a produo por rea depastagem, que, via de regra, o principal fator que determina a eficincia no manejo depastagens (Figura 1).

    No manejo de uma pastagem deve-se procurar:

    a) manter a populao e a produtividade das espcies forrageiras existentes napastagem, visando utilizao uniforme durante o ano;

    b) adequar o mximo rendimento e a qualidade da forragem produzida, com base nopastejo controlado, visando produo econmica por animal e por rea;

    c) suprir as exigncias nutricionais segundo as diferentes categorias de animal e ciclo deproduo; e,

    d) manejar adequadamente o complexo solo/planta/animal para produo econmica,tanto para o produtor como para o consumidor, de produtos de origem animal.

    Dentre os fatores relacionados ao manejo de pastagem, os mais sujeitos intervenodireta do homem so:

    a) a produo e a qualidade da forragem produzida na pastagem;b) o consumo animal;c) sistema de pastejo adotado;d) equilbrio da composio botnica da pastagem; e,e) correo e fertilizao do solo na formao e manuteno da pastagem.

    O manejo de pastagens pode ser caracterizado como o controle das relaes do sistemasolo-planta-animal, visando maior produo, melhor utilizao e persistncia daspastagens. Em termos prticos, um animal em pastejo representa a forma mais simplesdo sistema solo-planta-animal. O solo a base do sistema e atua como fonte denutrientes para a pastagem. A planta a fonte de nutrientes para o animal e atua como

    modificador das condies fsicas e qumicas do solo. O animal atua como modificadordas condies do solo e da planta.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    12/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia10

    Um manejo satisfatrio aquele em que: 1. controla-se a presso de pastejo, que pode serexpressa em termos de carga animal (nmero de animais por unidade de rea), daforragem disponvel por animal ou da altura da pastagem aps um perodo de utilizao

    (pastejo rotativo) ou em utilizao (pastejo contnuo); 2. controlam-se os perodos deocupao e descanso, constatando a perfeita recuperao da pastagem.

    2. Princpios Bsicos do Manejo de Pastagens

    O corte ou pastejo de uma planta forrageira acarreta uma srie de alteraes em suamorfologia e fisiologia, sendo as principais:

    * diminuio na absoro de gua e, conseqentemente de nutrientes;* paralisao temporria no crescimento de razes; e,

    * menor eficincia fotossinttica.

    Produoforrageira/ hectare

    Composioqumica

    Digestibilidade

    Aproveitamento daforragem digestvel

    Aceitao(Palatabilidade)

    Velocidade depassagem

    Disponibilidade

    Idade, peso e sexodo animal

    Potencial gentico

    Tratamento prvio(histrico)

    Efeito do ambiente

    Alimentaosuplementar

    Quantidade dealimentos/ha

    Nutrientes naMS (%)

    Valor nutritivoda forragem

    Forragemconsumida

    Potencial doanimal

    Qualidade daforragem

    Lotao naspastagens an/ha

    Kg leite/vacaKg carne/animal

    Performanceanimal

    Produo de leitee/ou carne/hectare

    Grupo II

    Grupo I

    Figura 1.Parmetros que afetam a produo animal em pastagens (Mott, 1973).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    13/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 11

    Com base nestas alteraes foram postulados os princpios bsicos do manejo de pastagens,considerando os aspectos morfolgicos e fisiolgicos das plantas forrageiras.

    2.1. Aspectos morfolgicos

    A perenidade das gramneas forrageiras assegurada por sua capacidade de rebrotaraps cortes ou pastejos sucessivos, ou seja, sua habilidade de emitir folhas a partir demeristemas remanescentes, que lhe permite a sobrevivncia s custas da formao deuma nova rea foliar. Ademais, apresentam a capacidade de emisso de afilhos, osquais so produtos do desenvolvimento de gemas axilares que, quando localizadas nabase do colmo, so denominadas de gemas basilares e os afilhos delas originados deafilhos basais. A pastagem formada por uma populao de afilhos, em estado dinmicode renovao, sendo a persistncia das gramneas perenes atribudas, em parte, a essacontnua produo e substituio de afilhos.

    O fitmero a unidade bsica do afilho e composto por n, entre-n e gemas axilares(Figura 2). O desenvolvimento das folhas, o surgimento de afilhos originados das gemasaxilares e a formao de razes so processos de desenvolvimento do afilho como umtodo, que apresentam similaridades, diferenas e interaes que resultam no acmulo debiomassa do afilho (Nabinger & Pontes, 2001).

    Quanto ao hbito de crescimento as plantas forrageiras podem ser divididas em doisgrupos: as cespitosas de crescimento ereto, formando touceiras e, asestolonferas/rizomatosas de crescimento rasteiro ou prostrado. As primeiras porexporem mais facilmente os seus meristemas apicais decapitao, necessariamentedevem ser manejadas sob pastejo menos intenso (manter resduos de maior porte) ousob pastejo rotativo; enquanto que as de crescimento rasteiro toleram pastejo maisintenso, pois seus meristemas apicais ficam menos expostos decapitao pelosanimais.

    Os meristemas apicais so os tecidos responsveis pela produo das novas folhas,

    alongamento dos caules e inflorescncias, determinantes na intensidade de rebrota logoaps o corte ou pastejo. As gemas axilares e basilares so tecidos que promovem a

    Figura 2. Corte esquemtico de uma haste de gramnea no estdio vegetativo (A) (Jewiss, 1972)e sua interpretao (B)(Gillet, 1980).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    14/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia12

    rebrota das plantas, sendo a presena das axilares fator determinante no manejo dopastejo em espcies forrageiras de crescimento cespitoso.

    As gramneas forrageiras, geralmente, durante a fase vegetativa mantm seu meristemaapical prximo ao solo, contudo, na fase reprodutiva ocorre o alongamento das clulasdos entre-ns, resultando na elevao do meristema apical, expondo-o eliminaoatravs do corte ou pastejo. Os efeitos da intensidade de corte ou pastejo na rebrota deum afilho podem ser visualizados na Figura 3 (Rodrigues & Rodrigues, 1987). Na alturah1, quando as condies ambientais e nutricionais forem favorveis, o crescimento daplanta ser pouco afetado, considerando-se que o processo de fotossntese no foiinterrompido. Em condies desfavorveis, poder ocorrer uma paralisao temporriano crescimento do sistema radicular, o que reduziria a taxa de crescimento logo aps adesfolha, sem contudo afetar a produo de forragem da rebrota. A desfolha na altura h2,alm da eliminao de um elevado percentual de folhas fotossinteticamente ativas,poder remover pores do colmo mais prximas do solo e que atuam como regies dearmazenamento de CNE. Neste caso, a recuperao da planta est relacionada com aintensidade dos danos causados ao sistema radicular e depende da rpida reposio de

    folhas pelos meristema apical. Finalmente, a desfolha na h3 ocorrer a remoo domeristema apical, resultando na paralisao do crescimento e eventual morte do afilho.Logo, a rebrota ser muito mais lenta, pois ocorrer a partir de gemas basais ou axilares.

    As gramneas forrageiras apresentam diferenas entre espcies ou mesmo entre

    cultivares de uma mesma espcie, quanto precocidade na elevao e,conseqentemente, remoo do meristema apical. Costa (1991), avaliando os efeitos dafreqncia (28, 42 e 56 dias) e altura de corte (10 e 20 cm acima do solo) emAndropogon gayanuscv. Planaltina, verificaram que seu afilhamento no foi afetado pelaaltura de corte, contudo, foi incrementado com cortes a cada 56 (38 afilhos/planta) ou 42dias (31 afilhos/planta). Cortes menos freqentes implicaram maior remoo demeristemas apicais (52,5; 40,4 e 28,6%, respectivamente para cortes a cada 56, 42 e 28dias). Para pastagens de P. atratum cv. Pojuca, B. humidicola e de B. brizantha cvs.Marandu e Xaras, Costa & Paulino (1999) e Costa et al. (2003a) verificaram que o vigorde rebrota foi inversamente proporcional idade das plantas, ocorrendo o oposto quanto eliminao de meristemas apicais (Tabela 1).

    Figura 3.Estrutura de um afilho de gramnea. a) folhas expandidas e fotossinteticamente ativas; b)folhas que esto emergindo e que no atingiram sua capacidade fotossinttica total; c) folhas que noemergiram e que dependem dos assimilados produzidos por folhas mais velhas; d) meristema apical; e)gemas axilares; f) h1,h2, h3 = alturas de corte ou pastejo.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    15/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 13

    Tabela 1.Vigor de rebrota aos 21 dias aps o corte (VR - kg de MS/ha) e remoo demeristemas apicais (RMA - %) de gramneas forrageiras tropicais, em funo das idadesdas plantas.

    P. atratumcv. Pojuca

    B. brizanthacv.Marandu

    B. brizanthacv.Xaras

    B. humidicolaIdade dasplantas(dias) VR RMA VR RMA VR RMA VR RMA

    14 544 0,0 510 0,0 1.194 0,0 274 0,0

    21 1.027 0,0 638 8,0 1.330 5,2 385 0,0

    28 1.420 0,0 2.759 17,0 3.720 14,5 619 3,2

    35 1.365 12,5 2.740 22,3 3.360 25,3 1.013 6,9

    42 987 25,6 1.061 34,7 2.385 31,8 985 7,7

    Fonte: Costa & Paulino (1999); Costa (2002); Costa et al. (2003a).

    2.2. Aspectos fisiolgicos

    2.2.1. ndice de rea foliar (IAF)

    a relao entre a rea de folhas e a superfcie de solo que elas cobrem (m2 de folha/m2

    de solo), expressando o potencial de rendimento de forragem, relacionado com autilizao da energia solar, atravs da fotossntese. Com o aumento da interceptao daluz solar ocorrem, simultaneamente, incrementos no rendimento de forragem, at seratingido um plat, quando as folhas mais velhas entram em senescncia e sosombreadas pelas mais novas, acarretando a diminuio da eficincia fotossinttica commenores taxas de crescimento. Quando o IAF em que a planta se encontra proporciona95% de interceptao luminosa, este denominado de IAFcrtico.enquanto que o IFteto aquele que ocorre quando a taxa de formao de novas folhas igual a de senescncia

    das folhas inferiores, ou seja, o mximo IAF que a planta alcana. Em Rondnia, Costa& Paulino (1998a,1999) verificaram que os IAF de gentipos de B. brizantha e B.humidicola foram diretamente proporcionais idade das plantas, sendo os maioresvalores registrados aos 35 e 42 dias de rebrota (Tabela 2). Para Paspalum atratumcv.Pojuca, o IAF foi significativamente incrementado em plantas com at 98 dias de rebrota,contudo as taxas de assimilao aparente - parmetro que representa a diferena entre afotossntese e a respirao, ou seja, uma estimativa da fotossntese lquida, devido aoauto-sombreamento das folhas - foram mximas no perodo compreendido entre 14 e 28dias de rebrota (Costa & Paulino, 1998b).

    O IAFtimo de uma planta forrageira aquele associado com altos rendimentos, bemdistribudos ao longo da estao de crescimento. Normalmente, ocorre quando asfolhas interceptam cerca de 90% da energia radiante incidente. As leguminosas, porapresentarem as folhas na posio horizontal, so capazes de interceptarem mais luzpor unidade de rea foliar do que as gramneas com suas folhas semi-eretas. EmRondnia, Costa et al. (1999), avaliando a morfognese de trs gentipos de B.humidicola, verificaram que o IAFtimo ocorreu com plantas aos 35 dias de rebrota,enquanto que para B. dictyoneura e P. maximum cv. Centenrio, este ocorreu noperodo entre 35 e 42 dias aps o corte das plantas (Costa et al., 2003c,d,e).

    O IAF remanescente, ou seja, a quantidade de tecido fotossinteticamente ativo quepermanece na planta aps o pastejo ou corte, de fundamental importncia no manejode uma pastagem. A rebrota se dar s expensas dos produtos da fotossntese das

    folhas remanescentes, desde que a quantidade de CO2 assimilada seja superior ou igual quantidade de CO2 liberada pela planta durante a respirao. No entanto, deve-seconsiderar que a eficincia fotossinttica diminui medida que as folhas vo ficando

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    16/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia14

    mais velhas. Por outro lado, se as plantas forrageiras forem manejadas sob desfolhaintensa, o crescimento do sistema radicular e o acmulo de carboidratos de reservassero prejudicados. O nvel de eficincia fotossinttica de folhas novas depende doambiente em que se desenvolvem. Se a pastagem constituda por plantas de hbito decrescimento prostrado, o desenvolvimento de novas folhas ocorrer em um ambiente de

    baixa intensidade luminosa e ter menor capacidade fotossinttica (Robson et al., 1988),o mesmo acontecendo para as folhas de perfilhos que iniciam o crescimento da base detouceiras de espcies com hbito de crescimento cespitoso. Para P. atratumcv. Pojuca,Costa et al. (2003b) observaram que o vigor de rebrota foi diretamente proporcional aoIAF remanescente, sendo os maiores rendimentos de matria seca (MS) obtidos comcortes a 30 cm (29,1 t/ha), comparativamente a 15 cm acima do solo (23,4 t/ha). Damesma forma, Costa et al. (2000b), em pastagens de P. atratumcv. Pojuca, submetidasa pastejo rotativo (7 dias de ocupao por 21 dias de descanso), verificaram que a cargaanimal afetou significativamente o IAF remanescente e, conseqentemente, adisponibilidade de forragem e MS residual de folhas (Tabela 3).

    Tabela 2. ndice de rea foliar de gentipos de B. brizantha, B. dictyoneura e B.

    humidicola, em funo da idade das plantas.

    Idade das plantas (dias)Gramneas

    14 21 28 35 42

    B. brizanthacv. Marandu 0,53 0,89 1,57 2,01 2,33

    B. brizanthacv. Xaras 0,61 1.41 2,30 2,86 3,07

    B. brizanthaBRA-003395 0,52 0,79 1,32 1,70 1,98

    B. dictyoneura 0,80 1,57 2,44 2,97 3,38

    B. humidicola 0,73 0,92 1,45 2,26 2,58

    B. humidicolaBRA-003564 0,86 1,17 1,80 2,64 2,94

    B. humidicolaBRA-003545 0,98 1,40 1,93 2,71 2,89Fonte: Costa & Paulino (1998a; 1999); Costa et al. (2003d).

    Tabela 3. Disponibilidade de matria seca (DMS), matria seca residual de folhas(MSRF), matria seca da resteva (MSR), ndice de rea foliar (IAF) e ndice de rea foliarremanescente (IAFR) de Paspalum atratumcv. Pojuca, em funo da carga animal.

    EstaoCarga animal

    (UA/ha)DMS(t/ha)

    MSRF(t/ha)

    MSR(t/ha)

    IAF IAFR

    Chuvosa1 2,0 3,58 a 1,30 a 2,84 a 2,78 a 0,69 a

    3,0 2,74 b 0,91 b 2,65 a 1,95 b 0,52 b

    Seca2 2,0 2,03 c 0,41 c 1,74 b 1,76 b 0,32 c3,0 1,41 d 0,28 d 1,65 b 0,80 c 0,27 c

    - Mdias seguidas de mesma letra no diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Duncan.1 Outubro a maio = 1.897 mm; 2 Junho a setembro = 278 mm.Fonte: Costa et al. (2000b).

    2.2.2. Taxa de aparecimento foliar (TAF)

    A TAF, geralmente expressa em nmero de folha/dia/afilho, uma varivel morfognicaque mede a dinmica do fluxo de tecido de plantas, influenciando diretamente cada umdos componentes da estrutura do relvado (tamanho da folha, densidade de afilho e

    folhas por afilho) (Lemaire & Chapman, 1996). Entre os termos usados para descrever oaparecimento foliar, plastocrono, auxocrono e filocrono, Wilhelm & McMaster (1995)apontam o filocrono, definido como o intervalo de tempo trmico decorrido entre o

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    17/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 15

    aparecimento de duas folhas consecutivas ou seja, o tempo necessrio para a formaode uma nova folha, como o mais prtico e vivel.

    O filocrono para determinado gentipo relativamente constante durante odesenvolvimento vegetativo de um afilho, quando em condies ambientais constantes;contudo, Gomide (1997) pondera que a TAF, expressa em folhas/dia, est em funo dogentipo, do nvel de insero, dos fatores ambientais, dos nutrientes minerais, daestao do ano e da intensidade e freqncia de desfolhao. O equilbrio entre a TAF ea senescncia do afilho altamente dependente do regime de desfolhao do pasto, oqual por sua vez determina a evoluo do ndice de rea foliar (IAF), que parece ser ofator mais importante na determinao do aparecimento e na senescncia dos afilhos(Lemaire & Chapman, 1996). A TAF praticamente no afetada por uma desfolhaoque remova apenas duas a trs folhas/afilho, mas diminuda em cerca de 15 a 20%quando todas as folhas de um afilho so removidas (Davies, 1974), demonstrando aintensa fora de demanda dos meristemas foliares por assimilados aps umadesfolhao.

    O pastejo pode provocar uma leve tendncia a diminuir a TAF da rebrota aps umadesfolhao severa, o que pode ser conseqncia do aumento no comprimento dabainha das folhas sucessivas, determinando uma maior demora no surgimento de novasfolhas (Skinner & Nelson, 1994a,b). Desta forma, a TAF de pastagens, mantidas embaixo IAF por desfolhao freqente, aparenta ser maior do que a observada em pastejorotativo.

    2.2.3. Taxa de expanso foliar (TEF)

    A taxa de expanso foliar, expressa em mm/dia, correlaciona-se positivamente com orendimento forrageiro (Horst et al., 1978) e o rendimento por afilho (Nelson et al., 1977),mas negativamente com o nmero de afilhos/planta (Jones et al., 1979). Como o nmerode afilhos/planta depende da TAF, observa-se correlao negativa entre esta medida e aTEF (Zarrough et al., 1984). Enquanto a expanso da lmina foliar cessa com adiferenciao da lgula, o alongamento da bainha persiste at a exteriorizao da lgula.Modificaes na TEF ocorrem em funo de duas caractersticas celulares: nmero declulas produzidas por dia (diviso celular) e mudana no comprimento da clula(alongamento celular).

    Grandes variaes entre espcies e dentro de cada espcie so reportadas, em funodo manejo adotado e das condies climticas. Almeida et al. (1997), em P. purpureumcv. Ano, observaram um aumento da TEF de 2,0 para 3,4 cm/dia quando em nveismaiores de oferta de forragem, que naturalmente proporcionam maiores resduos, maior

    senescncia e, conseqentemente, maior reciclagem de N. Segundo Lemaire &Agnusdei (1999), cerca de 50% do carbono e 80% do nitrognio (N) reciclado dasfolhas durante o processo de senescncia, podendo ser usado pela planta para aproduo de novos tecidos foliares. Costa et al. (1998a; 1999) verificaram que as TEF degentipos de B. brizanthae B. humidicola foram diretamente proporcionais idade dasplantas, sendo os maiores valores registrados no perodo compreendido entre os 14 e 28dias de rebrota (Tabela 4).

    Em Rondnia, Costa et al. (2000b, 2001, 2003c,e; 2004a), em pastagens de P. atratumcv. Pojuca e P. maximumcvs. Tanznia-1, Massai, Centenrio e Mombaa, constataramque as TEF foram significativamente reduzidas com o aumento da presso de pastejodurante o perodo chuvoso, no sendo detectado efeito significativo no perodo seco

    (Tabela 5). Esta resposta desfolhao, provavelmente, est mais relacionada expanso celular que produo de clulas no-expandidas via diviso. Grant et al.(1981) observaram que a TEF positivamente correlacionada com a quantidade de

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    18/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia16

    folhas verdes remanescentes no afilho aps a desfolhao. A relao do tamanho doafilho com a TEF pode ser responsvel pela longa durao das taxas de alongamentopor afilho para populaes de afilhos de diferentes tamanhos.

    Tabela 4. Taxas de expanso foliar (mm/dia) de gentipos de B. brizantha e B.

    humidicola, em funo da idade das plantas. Porto Velho, Rondnia.Idade das Plantas (dias)

    Gramneas14 21 28 35 42

    B. brizanthacv. Marandu 17,13 15,38 11,10 7,11 7,98

    B. brizanthacv. Xaras 25,24 23,50 18,51 11,24 13,11

    B. brizanthaBRA-003395 15,58 16,51 9,39 9,78 7,47

    B. humidicola 12,07 15,14 11,75 8,70 7,44

    B. humidicolaBRA-003564 13,10 14,80 10,70 6,51 6,84

    B. humidicolaBRA-003545 15,32 17,49 16,21 12,10 11,49Fonte: Costa & Paulino (1998a; 1999).

    Tabela 5. Taxa de expanso foliar (mm/dia) de gramneas forrageiras tropicais, emfuno das estaes do ano e da carga animal. Presidente Mdici, Rondnia.

    EstaoCargaanimal(UA/ha)

    P. atratumcv. Pojuca

    P. maximumcv. Tanznia

    P. maximumcv. Massai

    P. maximumcv.

    Centenrio

    P. maximumcv. Mombaa

    Chuvosa 2,0 5,58 a 6,19 a 5,96 a 18,97 a 24,17 a

    3,0 4,72 b 4,17 b 4,02 b 13,76 b 20,05 b

    Seca 2,0 2,17 c 1,24 c 1,64 c 6,65 c 5,10 c

    3,0 1,84 c 1,11 c 1,01 c 4,90 c 4,11 c- Mdias seguidas de mesma letra, na coluna, no diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Duncan.Fonte: Costa et al. (2000b, 2001, 2003c,e).

    2.2.4. Morfognese

    A emergncia, o alongamento, a senescncia e a morte de folhas definem o fluxo debiomassa em um relvado e determinam o IAF da pastagem, juntamente com suapopulao de afilhos. Por isso, suas respectivas taxas so importantes parmetros noestabelecimento de modelos alternativos de manejo da pastagem, visando ao aumentode produtividade e eficincia de utilizao da forragem produzida (Grant et al., 1988;Parsons & Penning, 1988). Numa pastagem em crescimento vegetativo, na qualaparentemente apenas folhas so produzidas (pois ainda no h alongamento dosentrens) a morfognese pode ser descrita por trs caractersticas bsicas: taxa deaparecimento de folhas (TAF), taxa de expanso das folhas (TEF) e durao de vida dafolha (DVF) (Chapman & Lemaire, 1993). Estas caractersticas so determinadasgeneticamente, porm influenciadas por variveis ambientais como temperatura,disponibilidade hdrica e de nutrientes. A combinao destas variveis morfognicasgenotpicas determina a dinmica do fluxo de tecidos e as principais caractersticasestruturais das pastagens:

    - Tamanho da folha, que determinado pela relao entre TAF e TEF, pois a durao doperodo de expanso de uma folha uma frao constante do intervalo de

    aparecimento ou seja do filocrono (Robson, 1967; Dale, 1982);- Densidade de afilhos, que parcialmente relacionada com TAF, que por seu lado

    determina o nmero potencial de stios para o surgimento de afilhos (Davies, 1974).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    19/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 17

    Desta forma, genotipos com alta TAF apresentam alto potencial de afilhamento e assimdeterminam uma pastagem com uma densidade de afilhos mais elevada do quequelas com baixa TAF.

    - Nmero de folhas vivas por afilho, que o produto da TAF pela durao de vida dasfolhas.

    Assumindo que, para um dado gentipo h uma relao constante entre rea ecomprimento da folha, o produto das trs caractersticas estruturais da pastagemdetermina o seu IAF (Figura 4).

    2.2.5. Carboidratos no-estruturais (CNE)

    So substncias orgnicas elaboradas e armazenadas pelas plantas forrageiras, em certosperodos, nos rgos mais permanentes (razes, base dos caules, estoles, rizomas etc.),para serem utilizadas, em momento oportuno (rebrota aps pastejo, perodos crticos,florescimento, dormncia), como fonte de energia para a respirao ou na constituio denovos tecidos estruturais (Costa, 2002, 2003; Costa & Saibro, 1985). Nas gramneas eleguminosas forrageiras tropicais so representadas, principalmente, pelo amido e de umapequena proporo de glucose, frutose, sacarose e maltose.

    Quando as condies ambientais (temperatura, umidade, fertilidade do solo) e de manejo(carga animal e sistema de pastejo) so favorveis para o crescimento, normalmente noh acmulo de CNE, uma vez que eles so utilizados para a produo de forragem oucomo fonte de energia para as plantas. Quando a sntese de CNE exceder os gastoscom respirao e crescimento, ocorrer o seu acmulo. Dependendo do grau dedesfolhao, o tecido foliar remanescente poder no suprir, via fotossntese, aquantidade necessria de CNE para o novo crescimento; neste caso, haver umamobilizao dos CNE como fonte de energia ou como substrato para o crescimentoestrutural (Costa & Saibro, 1985; Botrel, 1990).

    Aps o pastejo ou corte que reduza drasticamente a rea foliar, observa-se uma quedaacentuada na concentrao de carboidratos de reservas, j que com a interrupo do

    Figura 4. Diagrama esquemtico das relaes entre as principais caractersticas morfognicas dasforrageiras e as caractersticas estruturais da pastagem (Lemaire & Chapman, 1996).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    20/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia18

    processo de fotossntese, estes so utilizados como fonte de energia para a respirao econstituio de novos tecidos (rebrota). Com o progressivo restabelecimento da reafoliar, com aumento da capacidade fotossinttica da planta, o acmulo de carboidratosde reserva ser crescente, enquanto o processo de fotossntese se eqivaler ou superaro de respirao. Em Rondnia, Costa & Saibro (1990), avaliando a flutuao estacionaldos CNE em seis gramneas forrageiras, verificaram variaes significativas nos teoresdos CNE, em funo das idades de rebrota, sendo as maiores redues observadas aossete dias aps o corte, notadamente em P. guenoarum(53%), P. maximum (52%) e P.coryphaeum (42%), enquanto que B. humidicola (21%) apresentou a menor flutuao(Figura 5). Para todas as gramneas avaliadas houve uma alta correlao positiva esignificativa entre o vigor de rebrota e os teores de CNE.

    Para pastagens de P. guenoarum, Costa & Saibro (1994) constataram um padro cclicode acmulo e utilizao de CNE, ocorrendo variaes significativas em funo dasestaes do ano. Durante a primavera, vero e outono, os maiores teores foramobservados com cortes praticados com as plantas em estdio vegetativo, a 10 cm acimado solo, enquanto que durante o inverno no observou-se efeito significativo do estdio

    de crescimento (Tabela 6).

    Tabela 6. Percentagem de CNE na base do colmo e rizomas de P. guenoarum, emfuno do estdio de crescimento, altura de corte e estao do ano.

    Estaes do AnoEstdios decrescimento

    Altura decorte (cm) Primavera Vero Outono Inverno

    Vegetativo 5 9,3 11,8 7,5 9,6

    10 12,0 14,7 10,4 13,0

    Florescimento 5 7,8 10,5 8,0 10,8

    10 9,8 12,8 8,7 13,2Fonte: Costa & Saibro (1994).

    Figura 5.Flutuao dos teores de CNE em gramneas forrageiras tropicais, em funo das idadesde rebrota. Presidente Mdici, Rondnia. (Costa & Saibro, 1990)

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    21/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 19

    2.2.6. Interao IAF x CNE

    O potencial de crescimento das plantas forrageiras est diretamente correlacionado como seu IAF e a concentrao de CNE. Ward & Blaser (1961), com Dactylis glomerata,simularam dois nveis de concentrao de CNE (alto e baixo), associados rea foliarremanescente alta (5 cm) e baixa (0,25 cm). A rebrota subseqente de novas folhas foiinfluenciada pelos dois fatores, enquanto que a emisso de novos afilhos teve maiorrelao com a concentrao de CNE, j que a diviso e a expanso celular soestimuladas por estes e outros compostos orgnicos (Figura 6). No entanto, Humphreys& Robinson (1966) verificaram que a rebrota de Panicum maximumfoi mais dependentedo IAF remanescente aps o corte que da concentrao de CNE (Tabela 7). ParaGomide et al. (1979) e Nascimento et al. (1980), a velocidade de rebrota de P. maximum,H. rufae M. minutiflorafoi direta e positivamente correlacionada com a percentagem demeristemas apicais remanescentes aps o corte ou pastejo. A importncia dos CNE seriamais evidente no perodo em que os cortes no resultam em intensa decapitao deafilhos, podendo limitar-se aos primeiros dias de recuperao aps o corte, enquanto seexpandem as primeiras folhas. Com plantas em idades mais avanadas, devido ao

    processo de alongamento do caule, o vigor de rebrota fica na dependncia dapreservao dos meristemas apicais. Rebrotas mais vigorosas foram constatadas emplantas cortadas aos 28 dias de idade, quando ento, os nveis de CNE j haviam seestabilizado e a eliminao de meristemas apicais ainda era baixa.

    Tabela 7.Efeito do nvel inicial de CNE e do IAF remanescente na rebrota (g/vaso/dia)de plantas de Panicum maximum, aos 20 dias aps o corte.

    Nvel de CNE (g/vaso)IAF Inicial

    0,6 1,1 1,5

    0,0 1,21 1,02 1,55

    0,3 1,95 1,77 2,15

    0,8 2,72 1,87 2,89Fonte: Humphreys & Robinson (1966).

    Figura 6.Efeito dos nveis de CNE e IAF remanescente sobre o vigor de rebrota de gramneas (Ward &

    Blaser, 1961).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    22/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia20

    Diante do exposto, pode-se inferir que tanto o super como o subpastejo so prejudiciais pastagem. No superpastejo as desfolhaes intensas e freqentes eliminamdrasticamente a rea foliar e, conseqentemente esgotam os CNE das plantas, alm deexporem seus pontos de crescimento decapitao, redundando em menor produo deforragem (vigor de rebrota) e persistncia das plantas forrageiras. No subpastejo ocorreo acmulo de tecidos com baixa capacidade fotossinttica e senescentes, resultando emmenor rea foliar ativa, com diminuio dos teores de CNE, implicando produo deforragem com baixo valor nutritivo.

    3. Prticas de Manejo de Pastagens

    No manejo de pastagens o principal objetivo assegurar a produtividade animal, a longoprazo, mantendo sua estabilidade e persistncia. Para que se possa alcanar alta produoanimal em pastagens, trs condies bsicas devem ser atendidas:

    a) alta produtividade de forragem com bom valor nutritivo, se possvel, com distribuioestacional concomitante com a curva anual dos requerimentos nutricionais dos animais;

    b) propiciar aos animais elevado consumo voluntrio; e

    c) a eficincia de converso alimentar dos animais deve ser alta.

    Dentre os fatores de manejo que mais afetam a utilizao das pastagens, destacam-se acarga animal e o sistema de pastejo. A carga animal ou intensidade de pastejo influi nautilizao da forragem produzida, estabelecendo uma forte interao com adisponibilidade de forragem como conseqncia do crescimento das plantas, dadefolhao e do consumo pelos animais. J, o sistema de pastejo est relacionado comos perodos de ocupao e descanso da pastagem e tem por finalidade bsica manter

    uma alta produo de forragem com bom valor nutritivo, durante a maior parte do ano, demodo a maximizar a produo por animal e/ou por rea.

    3.1. Manejo de formao

    A utilizao intensa das pastagens, logo aps o seu estabelecimento, pode comprometersua produtividade e diminuir sua vida til. Se o plantio foi bem sucedido e ocorreu boaemergncia de plantas, aproximadamente 3 a 4 meses aps, quando a espcieforrageira atingir uma altura aproximada de 30-40 cm (plantas prostradas) e 60-100 cm(plantas cespitosas), faz-se um pastejo inicial e rpido com uma carga animal de 4 a 6UA/ha, preferencialmente utilizando-se animais jovens, visando a consolidar o sistema

    radicular e estimular novas brotaes, contribuindo tambm para maior cobertura dosolo. Segue-se uma limpeza das plantas invasoras, replantio das reas descobertas edescanso das pastagens at o completo estabelecimento. No entanto, recomenda-seno iniciar o pastejo durante a primeira estao chuvosa. Quando se tem uma densidadede plantas muito baixa, desejvel deixar que estas cresam livremente para a produode sementes e, ento, dar-se- um pastejo para que os animais auxiliem na queda edistribuio das sementes em toda a rea, favorecendo, dessa forma, a ressemeaduranatural na estao chuvosa seguinte (Costa, 2002; 2003). Para gramneas comsementes grandes (B. decumbens, B. ruziziensis e B. brizantha), 15 a 20 plntulas/m2

    so suficientes para assegurar uma boa formao da pastagem. No caso de espcies

    que apresentam sementes pequenas (A. gayanus, B. humidicola, P. maximum, S.sphacelata) ou de estabelecimento mais lento, recomendam-se 40 a 50 plntulas/m2

    (Kichel et al., 1997).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    23/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 21

    3.2. Sistemas de pastejo

    Um sistema de pastejo composto basicamente por:a) Dias de ocupao: perodo em que os animais permanecem pastejando uma

    determinada rea;

    b) Dias de descanso: perodo compreendido entre dois pastejos subseqentes, no quala pastagem fica em repouso para rebrotar, variando desde o pastejo contnuo, comzero dia de descanso, at sistemas com uma ampla relao de dias de descanso, emque o perodo de ocupao pode ficar reduzido a um dia ou menos, como ocorre nopastejo rotativo; e

    c) Presso de pastejo: a relao entre o peso vivo dos animais em pastejo e aquantidade de forragem disponvel na pastagem. Normalmente expressa em kg deMS oferecida (disponvel) por 100 kg de peso vivo/dia, ou seja, uma presso depastejo de 3% significa uma oferta diria de 3 kg de MS disponvel para cada 100 kgde peso vivo/dia. Diferencia-se do conceito de taxa de lotao, pois este relaciona acarga animal com a rea, no levando em considerao a disponibilidade de

    forragem.

    Independentemente do mtodo de pastejo, contnuo ou rotativo, a presso de pastejo oprincipal fator que determina o sucesso ou insucesso no manejo de uma pastagem.Partindo-se do princpio de que os demais componentes do sistema no sejam limitantes,a mxima produo por animal (p.e. kg de leite/vaca) determinada pelo valor nutritivo(qualidade) da forragem disponvel e a mxima produo por rea (kg de leite/ha = kg deleite/vaca x nmero de vacas/ha) funo da quantidade de forragem disponvel napastagem. A mxima produo por animal e por rea no pode ser atingidasimultaneamente.

    No manejo de uma pastagem deve-se procurar manter a presso de pastejo e/oudisponibilidade de forragem em nveis que, embora no representem o mximoganho por animal, propiciem os maiores ganhos por rea (zona de amplitude tima),pois, desta forma, a pastagem estar expressando o seu potencial produtivo, ouseja, conciliando elevada produo de forragem com alto valor nutritivo (Figura 7).

    Figura 7.Relao da presso de pastejo (n) com o ganho por animal (g) e o ganho por unidade derea (G)(Mott, 1960).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    24/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia22

    O mximo ganho por animal ocorre quando a presso de pastejo baixa e/ou adisponibilidade de forragem alta, o que propicia o pastejo seletivo por parte dos animais(rea de subpastejo); em casos extremos o desempenho animal poder ser prejudicado,devido ao decrscimo na qualidade da forragem, em funo do acmulo de materialsenescente. medida que a presso de pastejo vai aumentando e/ou a disponibilidadede forragem vai diminuindo, o ganho/rea crescente e o por animal decrescente;inicialmente as taxas so pequenas, mas, com o aumento na restrio de forragemdisponvel as taxas de decrscimo passam a ser maiores, at ser atingido o ponto emque tanto o ganho/rea como por animal, passam a ser decrescentes (rea desuperpastejo), chegando-se ao plat em que os ganhos so nulos. Um dos fatores quelimitam o manejo de pastagens com base na presso de pastejo a determinao dadisponibilidade de forragem, pois as tcnicas tradicionais de corte e pesagem daforragem so onerosas (mo-de-obra, tempo, custo), embora as metodologias de duplaamostragem, que procuram correlacionar amostragens de corte com estimativas visuais,realizadas por avaliadores treinados, representem um grande avano neste sentido.

    Uma forma simples e prtica de se estimar a disponibilidade de forragem em uma

    pastagem atravs da altura de suas plantas, desde que a densidade e a composiobotnica estejam adequadas, uma vez que estas variveis guardam uma estreitacorrelao entre si. Para as condies edafoclimticas de Rondnia, as alturas mnimasrecomendadas para o manejo, sob pastejo contnuo e rotativo, e uma estimativa dacapacidade de suporte das principais gramneas forrageiras cultivadas so apresentadasnas Tabelas 8 e 9.

    Tabela 8. Alturas recomendadas como indicadoras da presso de pastejo consideradastimas para gramneas forrageiras tropicais, nas condies edafoclimticas de Rondnia.

    Alturas mnimas de pastejo (cm)Pastejo rotativoGramneas Pastejo

    contnuo Entrada SadaA. gayanuscv. Planaltina 40-50 80-120 30-40

    B. brizanthacvs. Marandu, Xaras 30-40 50-60 25-30

    B. decumbens, B. ruziziensis 20-25 30-40 15-20

    B. dictyoneura, B. humidicola 15-20 25-30 10-15

    C. dactylon, C. nlemfluensis 15-20 20-30 10-15

    P. maximumcvs. Tobiat, Mombaa 40-50 100-120 30-40

    P. maximumcvs. Tanznia, Centenrio, Vencedor 40-50 80-120 30-40

    P. maximumcv. Massai 25-30 50-70 20-25

    P. atratumcv. Pojuca 25-30 40-60 15-20

    S. sphacelata 30-40 80-100 25-30

    3.2.1. Tipos de pastejo

    a) Pastejo contnuo: caracteriza-se pela permanncia dos animais na pastagem durante toda aestao de pastejo, podendo a carga animal ser fixa ou varivel. Apresenta reduzidoinvestimento em instalaes e equipamentos; maior seletividade dos animais na coleta deforragem e distribuio irregular do pastejo, fezes e urina. A variao na carga animal recomendada, dada a estacionalidade na produo de forragem durante o ano, adotando-

    se uma lotao para o perodo chuvoso e outra, menor, para o perodo seco. Quando seadota carga animal fixa, a lotao utilizada deve ter como base a capacidade de suporte noperodo seco; havendo sobra de forragem na estao chuvosa, esta poder ser utilizada

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    25/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 23

    como feno-em-p durante o perodo seco subseqente. A distribuio de bebedouros(aguadas), cochos para mineralizao e sombreamento (natural ou artificial) deve serbastante racional, de modo a minimizar o pastejo desuniforme. Em geral, este sistemaapresenta baixa produtividade e rentabilidade inferior aos sistemas rotacionados.

    Tabela 9. Estimativas da capacidade mdia de suporte (UA/ha)

    1

    das principaisgramneas forrageiras tropicais, nas condies edafoclimticas de Rondnia.

    Pastejo contnuo Pastejo rotativoGramneas

    Chuva Seca Chuva Seca

    A. gayanuscv. Planaltina 1,5 1,0 2,2 1,2

    B. brizanthacvs. Marandu, Xaras 1,5 1,0 2,5 1,2

    B. decumbens, B. ruziziensis 1,5 1,0 2,0 1,2

    B. dictyoneura, B. humidicola 1,8 1,0 2,5 1,4

    H. rufa 1,0 0,5 1,2 0,6

    P. maximumcvs. Tobiat, Mombaa 2,0 0,6 2,8 1,0

    P. maximumcvs. Tanznia, Centenrio, Vencedor 1,6 0,6 2,5 1,0

    P. maximumcv. Massai 1,5 0,8 2,2 1,0

    P. atratumcv. Pojuca 2,0 1,0 2,5 1,2

    S. sphacelata 1,5 0,8 2,0 1,01 UA: unidade animal equivalente a 450 kg de peso vivo.- Dados obtidos com base em resultados de pesquisas, literatura disponvel para a Regio Amaznica,

    utilizando-se prticas de manejo compatveis com as caractersticas agronmicas de cada espcie: pastejocontnuo com ajuste estacional da carga animal; pastejo rotativo (um a sete dias de ocupao e 21 a 35dias de descanso); moderados nveis de adubao (50 kg de P2O5 /ha); sem suplementao alimentar ecom adequada mineralizao do rebanho.

    b) Pastejo rotativo: as reas so subdivididas em dois ou mais piquetes,proporcionando descansos peridicos s plantas forrageiras, cuja durao depende donmero de divises e extenso do perodo de ocupao de cada piquete. A carga animalou a presso de pastejo pode ser fixa ou varivel. Quando utilizam-se apenas doispiquetes, o pastejo dito alternado. Caracteriza-se por maior investimento eminstalaes e equipamentos; menor seletividade animal; reduo da infestao porplantas invasoras; maior facilidade de manejo dos animais, permitindo que os mesmossejam vistoriados todos os dias; reduo das perdas de forragem que ocorrem pelopisoteio excessivo dos animais sob pastejo contnuo; manejo mais sofisticado edistribuio mais regular do pastejo, fezes e urina. Quanto mais intenso o pastejo, maisdemorada a recuperao da planta, pois o resduo foliar ps-pastejo, constitudo por

    folhas mais maduras, pode ser insuficiente para uma adequada rebrota, at que umnmero suficiente de folhas tenha se expandido e passe a contribuir para a fotossntese.Aps a sada dos animais do piquete, recomenda-se que o resduo ps-pastejoapresente cerca de 25% da rea foliar remanescente verde, em condies de realizareficientemente o processo de fotossntese. As leis universais do pastejo rotativo foramestabelecidas por Andr Voisin, as quais esto fundamentadas nos princpios fisiolgicosdas plantas forrageiras e nas prticas adequadas de manejo dos rebanhos (Voisin,1974):

    1 Lei - Para que uma pastagem, cortada pelo dente do animal, d sua produtividademxima, preciso que entre dois cortes sucessivos haja tempo suficiente (perodo dedescanso) para permitir pastagem:

    a) acumular, em suas razes, reservas orgnicas necessrias para uma nova rebrota;

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    26/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia24

    b) propiciar um alto vigor de rebrota com a mxima produo diria/rea (parte sigmideda curva de crescimento);

    2 Lei - O tempo total de ocupao de um piquete deve ser suficientemente curto paraque uma planta pastejada no primeiro dia, no o seja de novo antes da sada dosanimais (a nova rebrota da forrageira no deve ser pastejada imediatamente);

    3 Lei - preciso auxiliar os animais que possuam exigncias nutricionais maiores aconsumir maior quantidade de forragem de melhor qualidade (dividir o rebanho emlotes);

    4 Lei - Para que uma vaca d produes regulares, ela no deve permanecer mais quetrs dias sobre um mesmo piquete. Os rendimentos sero mximos se ela nopermanecer mais que um dia no mesmo piquete.

    De acordo com o manejo dos animais e das pastagens, o pastejo rotativo podeapresentar algumas variantes:

    b.1) Um grupo de animais: os mesmos animais permanecem na pastagem durante todo

    o perodo de utilizao;b.2) Dois grupos de animais: nos primeiros dias de ocupao o pastejo realizado pelosanimais despontadores (categorias de maior exigncia nutricional), seguidos pelosanimais rapadores(categorias de menor exigncia nutricional);

    b.3) Creep grazing: no caso do rebanho de cria, em que os piquetes so dotados deporteiras especiais, que permitem apenas a passagem de bezerros (as) s pastagens demelhor valor nutritivo;

    b.4) Em faixas ou racional: os pastejos so realizados em faixas, dimensionadas parasuprir as necessidades dirias do rebanho; como referncia considerar 100 m2 /dia/UA area de pastagem a ser utilizada; e

    b.5) Diferido: consiste em se manter, durante o final do perodo das chuvas, reas depastagens diferidas (sem animais), com a finalidade de acumular forragem (feno-em-p)para utilizao durante o perodo seco, prevendo-se uma rea de 0,5 a 1,0 ha/animal.Em geral, recomenda-se que do total a ser diferido, 1/3 das pastagens seja diferido 90dias antes do final do perodo chuvoso; 1/3, 60 dias aps e, o restante, 30 dias antes doincio do perodo seco. De modo a obter-se forragem com melhor valor nutritivo, aspastagens diferidas h mais tempo devero ser utilizadas no incio do perodo seco e,assim, subsequentemente, em funo do tempo de diferimento da pastagem.

    c) Pastejo rotacionado extensivo: as pastagens so divididas em piquetes, o que acarretamaior investimentos em cercas, porm, a diviso da pastagem e o manejo mais eficientedos animais permitem taxas de lotao prximas a 1 UA/ha. O perodo de pastejo podevariar de 15 a 30 dias e, algumas vezes, mais de 60 dias, com um perodo derecuperao das pastagens oscilando entre 45 e 90 dias. A aplicao adequada defertilizantes pode incrementar em at 100% a capacidade de suporte da pastagem(Costa et al., 2000a). O longo perodo de descanso da pastagem, apesar da favorecer oarmazenamento de energia na planta, no recomendvel, pois o valor nutritivo daforragem diminui acentuadamente, notadamente seus teores de protena edigestibilidade, com reflexos negativos no consumo voluntrio de forragem (Veiga &Tourrand, 2001).

    d) Pastejo rotacionado semi-intensivo: representa o primeiro passo para a intensificaodo manejo das pastagens. Demanda poucos investimentos, como calagem e adubaes

    de manuteno para a correo do fsforo e potssio, estruturao de uma rea de lazere eventuais subdivises da pastagem. Em geral, utilizam-se 3 a 4 piquetes para cadamdulo de pastejo, sendo o perodo de ocupao de 7 a 30 dias, enquanto que as

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    27/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 25

    pastagens dos demais piquetes ficam em descanso (Costa et al., 2000a). Favorece opastejo e o rebaixamento uniforme da pastagem, eliminando as reas de super esubpastejo. Este manejo proporciona um aumento da ordem de 50 a 80% na taxa delotao, comparativamente ao pastejo contnuo, como conseqncia de uma maiorprodutividade e melhor aproveitamento da forragem disponvel (Veiga & Tourrand, 2001).

    e) Pastejo rotacionado intensivo: desenvolvido pela Embrapa Amaznia Oriental, emBelm, Par, busca o aproveitamento mximo da forragem de melhor qualidade nutritiva,ajustando-se os perodos de pastejo fisiologia de rebrota das plantas forrageiras,evitando-se a perda de qualidade pela maturao ou excesso de pisoteio. Oacompanhamento da pastagem deve ser dirio, com aplicao de fertilizantes,mineralizao adequada dos animais e o permanente controle de plantas invasoras. Operodo de pastejo deve ser curto (um a sete dias), visando a permitir a recomposio daparte area, sistema radicular e reservas orgnicas da planta forrageira, alm de evitar oconsumo das rebrotas. Recomenda-se, por ocasio da retirada dos animais, um estoquede forragem nunca inferior a 1,5 t de MS/ha. Recomenda-se a diviso da pastagem emum mnimo de seis piquetes. A capacidade de suporte neste sistema de manejo alta,

    alcanando at 4 UA/ha. A rea de escape ou reserva deve ser estimada em cerca de 15a 20% da rea total de pastagem e utilizada sempre que houver reduo nadisponibilidade de forragem (Costa et al., 2000a).

    3.2.2. Diviso das pastagens

    A diviso das pastagens uma prtica de grande importncia tanto para o manejo dorebanho quanto das pastagens. O nmero de divises varia de acordo com as categoriasanimais existentes no rebanho e o sistema de pastejo adotado (contnuo, alternado ourotativo). Em geral, mdulos constitudos por 8 a 12 piquetes so adequados para amaioria das situaes. O tamanho das divises depende de cada rebanho (nmero de

    animais por categoria animal) e da capacidade de suporte das pastagens. A distribuioe a forma das divises devem ser compatveis com a disponibilidade das aguadasnaturais da propriedade, sempre visando economia de cercas. O nmero desubdivises (piquetes) a ser adotado em um sistema de pastejo rotativo definido pelafrmula:

    Nmero de subdivises = Perodo de descanso + 1Perodo de ocupao

    Recomenda-se, sempre que possvel, acrescentar mais algumas subdivises, para se termaior flexibilidade no manejo e como precauo nos perodos de escassez de forragem.Um grande nmero de divises, alm de onerar os custos com construo de cercas,bebedouros etc., no se traduz em aumentos significativos nos perodos de descansodas pastagens.

    Em condies normais, perodos de descanso oscilando entre 21 a 42 dias permitem opleno restabelecimento, aps o pastejo da maioria das gramneas forrageiras tropicais(Tabela 10). Menores intervalos entre pastejos podero ser adotados, desde que ascondies de solo e clima sejam favorveis e seja mantida boa quantidade de tecidofoliar remanescente. Em geral, o perodo de pastejo no deve ultrapassar 7 dias, pois medida que prolongado, h o risco de os animais consumirem as novas brotaes, oque pode comprometer a persistncia das pastagens. Quanto menor o tempo depermanncia dos animais na pastagem, melhor ser o aproveitamento da forragem

    disponvel.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    28/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia26

    Tabela 10.Perodos de descanso recomendados para o manejo das principais gramneasforrageiras, sob pastejo rotativo, nas condies edafoclimticas de Rondnia.

    Gramneas Perodos de descanso (dias)

    A. gayanuscv. Planaltina 28 42B. brizanthacv. Marandu, Xaras 28 35B. decumbens, B. ruziziensis 28 - 42B. dictyoneura, B. humidicola 21 - 35C. dactylon, C. nlemfluensis 21 - 28P. maximumcvs. Tobiat, Mombaa 28 - 42P. maximumcvs. Tanznia, Centenrio, Vencedor 28 - 35P. maximumcv. Massai 28 - 35P. atratumcv. Pojuca 21 - 35P. purpureumcvs. Cameroon, Pioneiro 35 - 49S. sphacelata 35 - 42

    3.2.3. Sistemas de pastejo x produo animal

    O desempenho animal em pastagens est diretamente correlacionado com a disponibilidade ecom o valor nutritivo da forragem (composio qumica, digestibilidade e aproveitamento daforragem digestvel), as quais afetam o consumo e, conseqentemente, a eficincia detransformao de forragem em produtos animais (carne e leite). A utilizao de prticas demanejo adequadas, notadamente, carga animal e sistema de pastejo, podem maximizar aproduo animal, alm de assegurar a persistncia das pastagens. Geralmente, com autilizao de taxas de lotao baixas o sistema de pastejo contnuo pode ser superior ao pastejorotativo, ocorrendo o inverso quando so utilizadas taxas de lotao mais altas.

    Em pastagens de A. gayanuscv. Planaltina, pastejadas por ovinos deslanados, o aumento dacarga animal (6, 12 e 18 an/ha) reduziu significativamente a disponibilidade de forragem e oganho de peso dirio, contudo implicou na obteno dos maiores teores de PB. A cargaanimal mais adequada foi de 12 an/ha, a qual alm de assegurar a persistncia da pastagem,proporcionou melhor desempenho animal durante o ano. A utilizao de 18 an/ha mostrou-seinvivel, j que resultou num processo de degradao completa da pastagem (Costa et al.,2004b). Em Rondnia, Gonalves et al. (1986), avaliando o desempenho produtivo debovinos de corte em pastagens de A. gayanuscv. Planaltina, submetidas a pastejo contnuo,com ajustes das taxas de lotao, em funo da disponibilidade de forragem, constataram,durante o perodo chuvoso, que os ganhos de peso/rea foram diretamente proporcionais staxas de lotao, ocorrendo o inverso quanto ao ganho de peso/animal, enquanto quedurante o perodo seco, o melhor desempenho animal foi registrado com a taxa de lotaomdia (1,5 UA/ha) (Tabela 11).

    Tabela 11. Ganho de peso de novilhos anelorados em pastagens de A. gayanus cv.Planaltina, submetidas a diferentes taxas de lotao.

    Taxas de lotao (UA/ha)Perodo chuvoso1 Perodo seco2Ganho de peso

    1,22 1,97 2,81 0,77 1,50 2,23

    kg/an/dia 0,741 0,600 0,630 0,545 0,385 0,160

    kg/ha/dia 0,904 1,182 1,770 0,420 0,578 0,357

    kg/ha/perodo 190,7 249,4 373,5 35,7 49,1 30,31 Perodo chuvoso = 211 dias; 2 Perodo seco = 85 dias.Fonte: Gonalves et al. (1986)

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    29/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 27

    Em pastagens de H. rufa, Gonalves et al. (1990) obtiveram maior ganho de peso/animalcom a utilizao de pastejo contnuo e taxa de lotao de 1,5 an/ha, enquanto que com3,0 an/ha, no foi constatado efeito de sistema de pastejo sobre a produo de carne/ha(Tabela 12). No entanto, em pastagens de S. sphacelatacv.Kazungula, Gonalves et al.(1988), durante o perodo chuvoso, verificaram que o pastejo rotativo implicava maiorganho/animal com a utilizao de 1,0 ou 1,5 UA/ha, no sendo detectado efeitosignificativo entre sistemas de pastejo quando da utilizao de 2,0 UA/ha; contudo,durante o perodo seco, o pastejo rotativo resultou em melhor desempenho animal, nosendo constatado efeito significativo de carga animal. Quanto ao desempenhoanimal/rea, o pastejo rotativo, independentemente da carga animal, resultou numacrscimo de 168% no ganho de peso/ha, comparativamente aos obtidos com o pastejocontnuo (Tabela 13). A disponibilidade de forragem registrada com a utilizao dopastejo rotativo foi, em mdia, 96,7% superior quela obtida com o pastejo contnuo(2,85; 2,14 e 1,86 x 1,99; 0,93 e 0,57 t MS/ha, respectivamente para cargas de 1,0; 1,5 e2,0 UA/ha).

    Tabela 12.Ganho de peso de novilhos anelorados em pastagens de H. rufa, em funo

    do sistema de pastejo e da carga animal. Presidente Mdici, Rondnia.

    Carga animal Ganho de pesoSistema de pastejo

    (an/ha) kg/animal kg/ha

    Contnuo 1,5 134 a 201 b

    Contnuo 3,0 110 b 330 a

    Rotativo1 3,0 113 b 339 a- Mdias seguidas de mesma letra, na coluna, no diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Duncan.1 10 dias de ocupao x 30 dias de descanso. Fonte: Gonalves et al. (1990).

    Tabela 13. Desempenho produtivo de novilhos Nelore em pastagens de S. sphacelata

    cv. Kazungula, em funo do sistema de pastejo e da carga animal.Ganho de peso

    kg/animal/diaSistema de pastejoCarga animal

    (UA/ha)Chuva Seca

    kg/ha/ano

    Contnuo 1,0 0,329 b 0,007 c 123,5 b

    1,5 0,280 c -0,106 b 91,0 c

    2,0 0,244 d -0,156 b 73,5 d

    Rotativo1 1,0 0,453 a 0,235 a 255,5 a

    1,5 0,301 b 0,221 a 257,0 a

    2,0 0,242 d 0,196 a 262,0 a

    - Mdias seguidas de mesma letra no diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Duncan.1 14 dias de ocupao x 56 dias de descanso. Fonte: Gonalves et al. (1988).

    Referncias Bibliogrficas

    ALMEIDA, E.X.; SETELICH, E.A.; MARASCHIN, G.E. Oferta de forragem e variveis morfognicasem capim-elefante ano cv. Mott. In: REUNIO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DEZOOTECNIA, 34., 1997, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora: SBZ, p.240-242, 1997.

    BOTREL, M. de A. Bases fisiolgicas para o manejo de pastagem. Coronel Pacheco: EmbrapaGado de Leite, 1990. 19p. (Embrapa Gado de Leite. Documentos, 35).

    CHAPMAN, D; LEMAIRE, G. Morphogenetic and structural determinants of plant regrowth after

    defoliation. In: INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 17., 1993, Palmerston North.Proceedings... Palmerston North: New Zealand Grassland Association, 1993. p.95-104.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    30/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia28

    COSTA, N.A. da; MOURA CARVALHO, L.O.D.; TEIXEIRA, L.B.; SIMO NETO, M. Pastagenscultivadas na Amaznia.Belm: Embrapa Amaznia Oriental, 2000a. 151p.

    COSTA, N. de L. Efeito da altura e freqncia de corte sobre a produo de forragem, composioqumica e perfilhamento do capim-andropogon (Andropogon gayanuscv. Planaltina). In: REUNIOANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 27., 1991, Joo Pessoa. Anais... JooPessoa: SBZ, 1991. p.97.

    COSTA, N. de L. Formao e manejo de pastagens na Amaznia brasileira. In: SEMINRIOINTERNACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DA PECURIA NA AMAZNIA, 1.,2003, Porto Velho. Anais... Braslia: IICA/PROCITRPICOS, 2003. 19p. (CD-ROM).

    COSTA, N. de L. Formao e manejo de pastagens em Rondnia. In: SEMINRIO REGIONALAGRONEGCIO LEITE, 1., 2001, Ji-Paran. Anais... Porto Velho: Embrapa Rondnia, 2002,p.106-116.

    COSTA, N. de L.; PAULINO, V.T. Avaliao agronmica de gentipos de Brachiaria brizanthaemdiferentes idades de corte. In: REUNIO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,35., 1998, Botucatu. Anais...Botucatu: SBZ, 1998a. v.2, p.614-616.

    COSTA, N. de L.; PAULINO, V.T. Avaliao agronmica de gentipos de Brachiaria humidicolaem

    diferentes idades de corte. In: REUNIO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,36., 1999, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: SBZ, 1999. 3p.

    COSTA, N. de L.; PAULINO, V.T. Produo de forragem e composio mineral de Paspalumatratum BRA-9610 em diferentes idades de corte. In: REUNIO ANUAL DA SOCIEDADEBRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 35., 1998, Botucatu. Anais... Botucatu: SBZ, 1998b. v.2, p.336-338.

    COSTA, N. de L.; PAULINO, V.T.; BUENO, M.S.; MAGALHES, J.A.; PEREIRA, R.G. de A.;CARVALHO, F.C. de. Carga animal de ovinos deslanados empastagens deAndropogon gayanuscv. Planaltina em Rondnia. In: SYMPOSIUM ON GRASSLAND ECOPHYSIOLOGY ANDGRAZING ECOLOGY, 2., 2004, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR, 2004b, 3p. (CD-ROM)

    COSTA, N de L.; PAULINO, V.T.; MAGALHES, J.A.; TOWNSEND, C.R.; OLIVEIRA, J.R. da C.Anlise do crescimento de Brachiaria dictyoneuranos cerrados de Rondnia. Porto Velho:Embrapa Rondnia, 2003d. 3p. (Embrapa Rondnia. Comunicado Tcnico, 275).

    COSTA, N de L.; PAULINO, V.T.; MAGALHES, J.A.; TOWNSEND, C.R.; OLIVEIRA, J.R. da C.Morfognese e anlise de crescimento de Panicum maximumcv. Centenrionos cerradosde Rondnia. Porto Velho: Embrapa Rondnia, 2004a. 3p. (Embrapa Rondnia. ComunicadoTcnico, 285).

    COSTA, N. de L.; SAIBRO, J.C. de. Efeito de regimes de cortes sobre a flutuao estacional deglicdios no-estruturais em alfafa e Paspalum guenoarum sob cultivo consorciado. PesquisaAgropecuria Brasileira, Braslia, v.29, n.4, p.667-674, 1994.

    COSTA, N. de L.; SAIBRO, J.C. de. Flutuao estacional de glicdios no-estruturais emgramneas forrageiras tropicais. In: REUNIN DE LA RED INTERNACIONAL DE EVALUACINDE PASTOS TROPICALES - AMAZNIA, 1., 1990, Lima, Peru. Memrias... Cali, Colmbia: CIAT,

    1990. v.2. p.901-904.COSTA, N. de L.; SAIBRO, J.C. de. Reservas orgnicas em plantas forrageiras. LavouraArrozeira, Porto Alegre, v.38, n.358, p.34-37, 1985.

    COSTA, N de L.; TOWNSEND, C.R.; MAGALHES, J.A. Avaliao agronmica sob pastejo dePanicum maximum cv. Massai. In: REUNIO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DEZOOTECNIA, 40., 2003, Santa Maria. Anais... Santa Maria: SBZ, 2003c. 5p. (CD-ROM).

    COSTA, N. de L.; TOWNSEND, C.R.; MAGALHES, J.A.; OLIVEIRA, J.R. da C. Avaliaoagronmica de Brachiaria brizantha cv. Xaras em diferentes idades de corte. Porto Velho:Embrapa Rondnia, 2003a. 4 p. (Embrapa Rondnia. Comunicado Tcnico, 238).

    COSTA, N. de L.; TOWNSEND, C.R.; MAGALHES, J.A.; OLIVEIRA, J.R. da C. Desempenhoagronmico sob pastejo de Panicum maximum cv. Mombaa em Rondnia. Porto Velho:Embrapa Rondnia, 2003e. 4p. (Embrapa Rondnia. Comunicado Tcnico, 274).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    31/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 29

    COSTA, N. de L.; TOWNSEND, C.R.; MAGALHES, J.A.; PEREIRA, R.G. de A. Avaliaoagronmica sob pastejo de Panicum maximum cv. Tanznia em Rondnia. Porto Velho:Embrapa Rondnia, 2001. 4p. (Embrapa Rondnia. Comunicado Tcnico, 197).

    COSTA, N. de L.; TOWNSEND, C.R.; MAGALHES, J.A.; PEREIRA, R.G. de A.; PAULINO, V.T.;LUCENA, M.A.C. de. Avaliao agronmica sob pastejo de Paspalum atratum BRA-009610. In:REUNIN LATINOAMERICANA DE PRODUCCIN ANIMAL, 16., 2000, Montevideo. Anais...Montevideo: ALPA, 2000b. 4p. (CD-ROM).

    COSTA, N. de L.; TOWNSEND, C.R.; PAULINO, V.T.; PEREIRA, R.G. de A.; MAGALHES, J.A.Resposta de Paspalum atratumcv. Pojuca regimes de cortes. Porto Velho: Embrapa Rondnia,2003b. 3p. (Embrapa Rondnia. Comunicado Tcnico, 256).

    DALE, J.E. Some effects of temperature an irradiance on growth of the first four leaves of wheatTriticum aestivum. Annals of Botany,v.50, p851-858, 1982.

    DAVIES, A. Leaf tissue remaining after cutting and regrowth in perennial ryegrass. Journal ofAgriculture Science, v.82, p.165-172, 1974.

    GILLET, M. Les gramines fourragres:description, fonctionnement, application la culture delherbe. Paris: Bordas. 1980. 306p.

    GOMIDE, J.A. Morfognese e anlise de crescimento de gramneas tropicais. In: SIMPSIOINTERNACIONAL SOBRE PRODUO ANIMAL EM PASTEJO, Viosa, 1997. Anais... Viosa:UFV, p.411-430, 1997.

    GOMIDE, J.A.; OBEID, J.A.; RODRIGUES, L.R.A. Fatores morfofisiolgicos de rebrota do capim-colonio (Panicum maximum). Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viosa, v.8, n.4,p.532-562, 1979.

    GONALVES, C.A.; COSTA, N. de L.; OLIVEIRA, J.R. da C. Mtodos de recuperao e manejo depastagens de Hyparrhenia rufaem Presidente Mdici, Rondnia, Brasil. In: REUNIN DE LA REDINTERNACIONAL DE EVALUACIN DE PASTOS TROPICALES - AMAZNIA, 1., 1990, Lima,Peru. Memrias... Cali, Colmbia: CIAT, 1990. v.2. p.597-599.

    GONALVES, C.A.; PEREIRA, R.G. de A.; COSTA, N. de L. Efeito de diferentes cargas animais

    sobre o ganho de peso em pastagem de Andropogon gayanus cv. Planaltina em PortoVelho-RO.Porto Velho: Embrapa-UEPAE Porto Velho, 1986. 5p. (Embrapa.UEPAE Porto Velho.Pesquisa em Andamento, 96).

    GONALVES, C.A.; SERRO, E.A.S.; COSTA, N. de L. Produtividade animal em pastagens deSetariasphacelatacv. Kazungula em Porto Velho-RO.Porto Velho: EMBRAPA-UEPAE Porto Velho, 1988. 7p.(Embrapa.UEPAE Porto Velho. Comunicado Tcnico, 56).

    GRANT, S.A.; BERTHARM, G.T.; TORVELL, L. Components of regrowth in grazed and cutLolium pereneswards. Grass and Forage Science,v.36, p.155-168, 1981.

    GRANT, S.A.; BERTHARM, G.T.; TORVELL, L.; KING, J.; ELSTON, A. Comparison of herbageproduction under continuous stocking and intermittent grazing. Grass and Forage Science,v.43,n.1, p.29-39, 1988.

    HORST, G.L.; NELSON, C.J.; ASAY, K. H. Relationship of leaf elongation to forage yield of tallfescue genotypes. Crop Science,v.18, n.5, p.715-719, 1978.

    HUMPHREYS, J.R.; ROBINSON, A.R. Subtropical grass growth. 1. Relationship betweencarbohydrate accumulation and leaf area in growth. Queensland Journal of Agriculture Science,v.23, n.2, p.211-259, 1966.

    JEWISS; O.R. Tillering in grasses - its significance and control. Journal of British GrasslandSociety,v.27, p.65-82, 1972.

    JONES, R.J.; NELSON, C.J.; SLEPER, D.A. Seedling selection for morphological characters associatedwith yield of tall fescue. Crop Science,v.19, n.5, p.631-634, 1979.

    KICHEL, A.N.; MIRANDA, C.H.B.; ZIMMER, A.H. Fatores de degradao de pastagens sob pastejorotacionado, com nfase na fase de implantao. In: SIMPSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 14.,1997, Piracicaba. Anais... Piracicaba: ESALQ, 1997. p.193-211.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    32/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia30

    LEMAIRE, G.; AGNUSDEI, M. Leaf tissue tun-over and efficiency of herbage utilisation. In:MORAES, A. (Ed.). INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON GRASSLAND ECOPHYSIOLOGY ANDGRAZING ECOLOGY, 1., 1999, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR, 1999. p.165-186 .

    LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D. Tissue fluxes in grazing plant communities. In: HODGSON, J.;ILLIUS, A.W. (Eds.). The ecology and management of grazing systems. Wallingford: CAB

    International, 1996. p.3-36.MOTT, G.O. Evaluating forage production. In: HEATH, M.E.; METCALFF, D.S.; BARNES, R.E.(Eds.). Forages: the science of grassland agricultture. Ames: Iowa State University Press, 1973,p.126-135

    MOTT, G.O. Grazing pressure and the measurement of pasture production. In: INTERNATIONALGRASSLAND CONGRESS, 8., 1960, Reading, England. Proceedings... Reading: University ofReading, 1960, v.1, p.375-379.

    NABINGER, C.; PONTES, L da S. Morfognese de plantas forrageiras e estrutura do pasto. In:MATTOS, W.R.S. (Ed.). A produo animal na viso dos brasileiros. Piracicaba: SBZ, 2001,18p.

    NASCIMENTO, M.P.S.B.; NASCIMENTO, H.T.S.; GOMIDE, J.A. Alguns aspectos morfofisiolgicosde trs gramneas de clima tropical. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia,Viosa, v.9,n.1, p.142-158, 1980.

    NELSON, C.J.; ASAY, K.H.; SLEPER, D.A. Mechanisms of canopy development of tall fescuegenotypes. Crop Science, v.17, n.3, p.449-452, 1977.

    PARSONS, A J.; PENNING, P.D. The effect of duration of regrowth on photosynthesis, leaf deathand the average rate growth in a rotationally grazed swards. Grass and Forage Science, v.43, n.1,p.15-27, 1988.

    SKINNER, R.H.; NELSON C.J. Epidermal cell division and the coordination of leaf and tillerdevelopment. Annals of Botany, v.74, p.9-15, 1994b.

    SKINNER, R.H.; NELSON C.J. Role of leaf appearance rate and the coleoptile tiller in regulatingtiller production. Crop Science, v.34, p.71-75, 1994a.

    ROBSON, M.M. A comparison of British and North American varieties of tall fescue. 1.Leaf growthduring winter and the effect on it of temperature and daylenght. Journal of Applied Ecology, v.4,p.475-484, 1967.

    ROBSON, M.J., RYLE, G.J.A., WOLEDGE, J. The grass plant its form and function. In: JONES,M.B., LAZENBY, A. (Eds.) The grass crop: the physiological basis of production. LondonChapman and Hall, p.25-83, 1988.

    RODRIGUES, L.R.A.; RODRIGUES, T.J.D. Ecofisiologia de plantas forrageiras. In: CASTRO, P.R.S., (Ed.).Ecofisiologia da produo agrcola. Piracicaba: POTAFOS, 1987, p.203-230.VOISIN, A. Produtividade do pasto. So Paulo: Mestre Jou, 1974. 520p.

    WARD, C.Y.; BLASER, R.E. Carbohydrate food reserves and leaf area in regrowth of orchardgrass. Crop Science, v.1, n.5, p.355-370, 1961.

    WILHELM, W.W.; McMASTER, G.S. Importance of the phyllochron in studing development andgrowth in grasses. Crop Science, v.35, n.1., p.1-3, 1995.

    ZARROUGH, K.M.; NELSON, C.J.; SLEPER, D.A. Interrelationships between rates of leafappearance and titlering in selected tall fescue populations. Crop Science, v.24, p.565-569, 1984.

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    33/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 31

    Germoplasma Forrageiro para a Formao de Pastagens

    Newton de Lucena Costa; Carlos Alberto Gonalves; Maria Alice Santos Oliveira; CludioRamalho Townsend; Joo Avelar Magalhes

    Introduo

    Em Rondnia, as pastagens cultivadas representam a principal fonte econmica para aalimentao dos rebanhos. A baixa disponibilidade e valor nutritivo da forragem durante operodo seco so fatores limitantes produo animal, implicando um baixo desempenhozootcnico, causando a perda de peso ou a reduo drstica na produo de leite. Aformao de extensas reas de pastagens monoespecficas se contrape a diversidadedos ecossistemas naturais das florestas tropicais midas, j que, uma vez rompido oequilbrio ecolgico, h o favorecimento para a proliferao da populao de diversos

    organismos (insetos, fungos, bactrias, vrus, nematides e plantas invasoras), que seconstituem em fatores que contribuem para a instabilidade e degradao destas reas depastagens.

    A seleo de plantas forrageiras adaptadas s diversas condies edafoclimticas daregio representa a alternativa mais vivel para a melhoria da alimentao dos rebanhos,notadamente durante o perodo de estiagem, proporcionando incrementos significativosna produo de carne e leite, alm de aumentar a capacidade de suporte das pastagens.As plantas forrageiras introduzidas e avaliadas, nos ltimos 30 anos, foram selecionadasconsiderando-se as caractersticas apresentadas por Veiga & Tourrand (2001) (Tabela1).

    Tabela 1.Caractersticas desejveis na escolha de plantas forrageiras para a formaode pastagens em Rondnia.

    Caractersticas Desejveis Vantagens Comparativas

    - Resistncia a pragas e doenas- Diminuio do risco de perda total e maior

    sobrevivncia

    - Tolerncia a baixa fertilidade do solo- Menor demanda de fertilizantes para manuteno e

    maior competitividade com as plantas invasoras emcondies de baixo uso de insumos

    - Boa cobertura do solo -Maior competitividade com as plantas invasoras emaior proteo do solo (menor eroso)

    - Tolerncia seca- Maior produo de forragem no vero, diminuindo a

    variao estacional

    - Boa produo de sementes viveis- Maior capacidade de reproduo e competitividade

    com as plantas invasoras

    - Tolerncia a altas lotaes -Maior persistncia sob condies adversas demanejo e maior produo por rea

    - Alta relao folha/colmo- Geralmente melhor valor nutritivo e maior produo

    animal

    - Boa produo de forragem- Maior capacidade de suporte e maior produo

    animal por rea

    - Bom valor nutritivo - Maior produo por animal e por reaFonte: Veiga & Tourrand (2001).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    34/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia32

    A diversificao de espcies forrageiras nas pastagens no aumenta os custos deproduo, apenas proporciona maior racionalizao no processo de produo deforragem. Ademais, os riscos de ocorrncia de pragas e doenas que podem atacar umaespcie so diludos ou at eliminados. A explorao do potencial de produo dasdiferentes espcies e de suas caractersticas agronmicas especficas elimina anecessidade de adoo do fogo como prtica de manejo das pastagens cultivadas. Aseguir so apresentadas as caractersticas agronmicas das gramneas e leguminosasforrageiras que se destacaram como promissoras, por apresentarem altas produes deforragem, persistncia, tolerncia a pragas e doenas e competitividade com as plantasinvasoras. Um resumo das principais caractersticas agronmicas das gramneas eleguminosas forrageiras recomendadas para a formao e/ou renovao de pastagensem Rondnia est apresentado nas Tabelas 2 e 3.

    Tabela 2. Caractersticas agronmicas das gramneas forrageiras recomendadas paraformao de pastagens em Rondnia.

    TolernciaGramneas

    Exigncia

    em solo Seca Umidade Sombra Cigarrinhas

    Palatabilidade

    A. gayanuscv. Planaltina Baixa Alta Baixa Baixa Alta Mdia/alta

    B. brizanthacv. Marandu Mdia/alta Mdia Baixa Alta Alta Mdia/alta

    B. brizanthacv. Xaras Mdia/alta Mdia Baixa Alta Mdia Mdia/alta

    B. dictyoneura Baixa Alta Mdia Alta Mdia Mdia

    B. humidicola Baixa Alta Alta Alta Mdia Mdia

    P. maximumcv. Centenrio Mdia/alta Baixa/mdia Baixa Mdia Mdia Alta

    P. maximumcv. Massai Mdia/alta Baixa/mdia Baixa Mdia Mdia Mdia/alta

    P. maximumcv. Mombaa Alta Baixa/mdia Baixa Mdia Mdia Alta

    P. maximumcv. Tanznia-1 Alta Baixa/mdia Baixa Mdia Mdia Alta

    P. maximumcv. Tobiat Alta Baixa Baixa Baixa/mdia Mdia Alta

    P. maximumcv. Vencedor Alta Baixa/mdia Baixa Mdia Mdia Alta

    P. atratumcv. Pojuca Baixa/mdia Baixa Alta Alta Alta Mdia

    S. sphacelata Mdia Mdia Mdia/alta Mdia Alta Mdia

    Fontes: Costa et al. (2003c); Kichel & Kichel (2001).

    Tabela 3.Caractersticas agronmicas das leguminosas forrageiras recomendadas paraformao de pastagens em Rondnia.

    TolernciaLeguminosas

    Exignciaem solo Seca Umidade Sombra

    Palatabilidade

    A. pintoi Mdia/alta Baixa Alta Alta Alta

    C. mucunoides Baixa Baixa Mdia Mdia Baixa/mdia

    C. cajan Alta Mdia Baixa Baixa Alta

    C. acutifolium Baixa/mdia Mdia Mdia Alta Alta

    C. brasilianum Baixa/mdia Mdia Mdia Alta Alta

    C. macrocarpum Baixa/mdia Mdia Mdia Alta Alta

    D. ovalifolium Baixa Alta Mdia Alta Baixa/mdia

    L. leucocephala Alta Baixa/mdia Baixa Mdia Alta

    P. phaseoloides Baixa Baixa/mdia Mdia Alta Mdia/alta

    S. guianensiscv. Bandeirante Baixa Alta Baixa Mdia Alta

    S. guianensiscv. Mineiro Baixa Alta Baixa Mdia Alta

    S. macrocephalacv. PioneiroBaixa Alta Baixa Mdia Alta

    Fontes: Costa et al. (2003c); Kichel & Kichel (2001).

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    35/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia 33

    1. Gramneas Forrageiras

    1.1. Andropogon

    O andropogon (Andropogon gayanuscv. Planaltina) uma gramnea forrageira perene,

    ereta, que cresce formando touceiras de at 1,0 m de dimetro e produz afilhos comaltura variando entre 1,0 e 3,0 m. Originrio da frica Tropical, encontra-se amplamentedistribudo na maioria dos cerrados tropicais, em reas com estao seca bemprolongada (Costa et al. 2001a).

    Clima e solo: vegeta bem em altitudes que variam desde o nvel do mar at 1.400 m,principalmente em regies onde a precipitao oscila entre 1.000 e 2.000 mm/ano.Tolera at nove meses de seca, embora seu crescimento seja favorecido em regiescom trs a cinco meses de estiagem. Mantm sua atividade fotossinttica e metablicasob condies de estresse hdrico e rebrota rapidamente com as primeiras chuvas.Apresenta excelente adaptao a solos cidos e de baixa fertilidade natural,desenvolvendo-se melhor nos profundos e bem drenados. No entanto, responde

    satisfatoriamente aplicao de doses moderadas de calcrio dolomtico (600 a 1.000kg/ha) e de fsforo (P) (50 a 100 kg de P2O5 /ha) (Costa et al., 1990a). O nvel crticointerno de P (teor no tecido vegetal abaixo do qual h probabilidade de respostassignificativas adio do nutriente ao solo) foi estimado em 1,35 g/kg, o qual foi obtidocom a aplicao de 57,9 kg/ha de P2O5 (Costa, 1996). J, os nveis crticos internos declcio (Ca) e magnsio (Mg), relacionados com 90% da produo mxima de MS, foramestimados em 4,52 e 4,12 g/kg, respectivamente (Gonalves et al., 2002).

    Estabelecimento: a semeadura deve ser realizada no incio do perodo chuvoso(outubro/novembro). O plantio pode ser em sulcos espaados de 0,6 a 1,0 m entre si, alano ou em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utilizam mudas. A profundidade de

    semeadura deve ser de 2,0 cm, j que as sementes so muito pequenas, o que pode serobtido pela passagem de um rolo compactador. As densidades de semeadura sodeterminadas em funo da qualidade das sementes e do mtodo de plantio, sendorecomendado 250, 350 e 450 pontos de valor cultural (pontos de VC), respectivamentepara condies de plantio tima (formao em reas novas ou com preparo de solomecanizado), mdia (formao em capoeiras ou renovao de pastagens degradadascom infestao mdia de plantas invasoras) e ruim (renovao de pastagensdegradadas, com alta infestao de plantas invasoras) (Kichel & Kichel, 2001). Paracalcular a quantidade de sementes (kg/ha), divide-se os pontos de VC recomendadospelo valor cultural das sementes. Por exemplo, a taxa de semeadura do andropogonquando a condio de plantio tima e o VC de 20%, seria de 250/20 = 12,5 kg desementes/ha. Quando em consorciao com leguminosas, o plantio pode ser feito a

    lano ou em linhas espaadas de 1,0 a 1,5 m.

    Caractersticas agronmicas: grande tolerncia ao fogo; bom potencial para aproduo de sementes; no apresenta problemas de fotossensibilizao; resistente aoataque das cigarrinhas-das-pastagens; mal hospedeiro de carrapatos; muito palatvel ecom bom teor de protena bruta (PB); rpida rebrota na seca; facilmente eliminado peloarado e boa aceitao por eqinos. Por apresentar hbito de crescimento ereto, formaconsorciaes bastante equilibradas com leguminosas forrageiras como Puerariaphaseoloides, Centrosema macrocarpum, C. acutifolium, Desmodium ovalifolium,Stylosanthes guianensis, S. capitatae S. macrocephala(Gonalves et al., 1992).

    Produtividade e composio qumica da forragem: a produtividade de forragem, em geral, bastante elevada, no entanto, pode ser afetada por diversos fatores (solo, espaamento,densidade de plantio, manejo e condies climticas). Em Rondnia, as produes de

  • 8/14/2019 Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia

    36/217

    Formao, Manejo e Recuperao de Pastagens em Rondnia34

    matria seca (MS) esto em torno de 10 a 14 e, 3 a 6 t/ha, respectivamente para os perodoschuvoso e seco. O valor nutritivo do andropogon considerado entre moderado e bom,considerando-se consumo, digestibilidade e composio qumica. Com seis semanas derebrota apresenta, em mdia, digestibilidade in vitroda MS (DIVMS) de 55 a 60% e teores dePB entre 8 e 10%. Em Rondnia, foram obtidos teores de 10,7 e 7,0% de PB; 2,0 e 1,5 g/kgde P e, 2,9 e 2,0 g/kg de Ca, respectivamente para plantas aos 35 e 63 dias de rebrota(Gonalves, 1985).

    Manejo: pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma capacidade de suportede 1,5 a 2,0 UA/ha no perodo chuvoso e 1,0 a 1,3 UA/ha no perodo seco (1 UA = 450kg de peso vivo). Sempre que possvel utilizar pastejo rotativo, de modo a otimizar odesempenho animal. Recomenda-se retirar os animais da pastagem quando as plantasforem rebaixadas entre 30 e 35 cm de altura. Os ganhos de peso podem variar de 400 a600 g/an/dia e entre 290 e 440 kg/ha/ano. Em Rondnia, utilizando-se pastejo contnuo,com ajuste estacional da carga animal, foram obtidos ganhos de 235, 310 e 421kg/ha/ano, respectivamente para taxas de lotao de 1,0; 1,74 e 2,52 UA/ha (Gonalveset al., 1986b). Para pastagens de andropogon consorciadas com D. ovalifolium cv.

    Itabela, submetidas a pastejo rotativo (7 dias de ocupao por 21 dias de descanso),considerando-se a disponibilidade e composio qumica da forragem, recomenda-se autilizao de 1,5 e 1,0 UA/ha, respectivamente para os perodos chuvoso e seco (Costaet al., 1996a).

    1.2. Brizanto ou Marandu

    O capim-marandu (Brachiaria brizanthacv. Marandu) uma gramnea forrageira perenecom hbito de crescimento cespitoso, formando touceiras de at 1,0 m de dimetro eafilhos com altura de at 1,5 m. Apresenta rizomas horizontais curtos, duros, curvos,cobertos por escamas glabras de cor amarela a prpura. Suas razes so profundas o

    que favorece sua sobrevivncia durante perodos de secas prolongadas. Originrio dafrica tropical, encontra-se amplamente distribudo na maioria dos cerrados tropicais eem reas anteriormente sob v