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Em colaboração e com apoio dos
Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (National
Institutes of Health),
Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas
dos EUA (National Institute of Allergy and Infectious
Diseases)
Um guia para comunidades e pesquisadores
Versão 2.0
Junho de 2014
i
As Recomendações para o engajamento da comunidade na pesquisa do HIV/AIDS foram desenvolvidas
pelos Community Partners, um grupo global de representantes da comunidade afiliados às redes de
estudos clínicos do HIV/AIDS financiadas pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (National
Institutes of Health, NIH). A Secretaria de Coordenação de Redes do HIV/AIDS (HIV/AIDS Network
Coordination, HANC) coordena os Community Partners nas cinco redes de estudos clínicos do HIV/AIDS
financiadas pelo NIH e o documento está disponível no site público da HANC.
Índice
RETROSPECTO ............................................................................................................ 1
OBJETIVO ..................................................................................................................................................... 1
VISÃO GERAL: REDES DO NIH E A COMUNIDADE ......................................................... 2
O NIH E SUAS REDES CONTRA O HIV/AIDS ....................................................................................................... 3
COMUNIDADE............................................................................................................................................... 4
PARTE I. ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO..................................................................... 5
DEFINIÇÃO DE “COMUNIDADE” ....................................................................................................................... 5
JUSTIFICATIVA PARA O ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO .......................................................................................... 6
PRINCÍPIOS DO ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO.................................................................................................... 6
MODELO DE CONSELHO CONSULTIVO COMUNITÁRIO .......................................................................................... 7
QUEM PARTICIPA DE UM CAB? ....................................................................................................................... 8
PARTE II. FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES ................................................................. 8
VISÃO GERAL ................................................................................................................................................ 9
FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DE PESQUISADORES E EQUIPES DE PESQUISA ........................................................ 10
PAPEL DA LIDERANÇA DA REDE E DO NIAID ..................................................................................................... 10
GESTÃO E NECESSIDADES DE APOIO ................................................................................................................ 11
ESTABELECIMENTO DAS BASES ....................................................................................................................... 12
PREPARAÇÃO DA COMUNIDADE ..................................................................................................................... 18
DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO DE PESQUISA ............................................................................................ 22
IMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE PESQUISA ..................................................................................................... 27
COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA ............................................................................................... 30
FECHAMENTO DE CENTROS ........................................................................................................................... 35
ii
DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES CIENTÍFICAS DO CAB ............................................................................................. 40
PARTE III. ANEXO ............................................................................................... 42
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................. 42
1
Retrospecto
O mundo dos estudos clínicos é altamente regulamentado, com uma série de documentos que orientam
a condução dos mesmos. Os documentos de políticas e as diretrizes de procedimentos, tais como as
boas práticas clínicas (BPC) a as boas práticas clínicas laboratoriais (BPCL) cobrem a maioria dos aspectos
da pesquisa clínica, mas nenhum desses documentos discute padrões para o engajamento da
comunidade no processo de pesquisa.
Os representantes da comunidade que trabalham com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas dos EUA (National Institute of Allergy and Infectious Diseases, NIAID) no NIH perceberam
cada vez mais que esse tipo de orientação era essencial e, em 2009, procuraram desenvolver
recomendações como uma forma de lidar com as boas práticas comunitárias. Essas recomendações
servem como uma ferramenta para ajudar as equipes de pesquisa e os representantes da comunidade a
expandir e fortalecer as parcerias existentes e estabelecer novas, com a meta final de facilitar o
engajamento efetivo da comunidade em todos os aspectos da pesquisa clínica.
Aproximadamente na mesma época em que essas recomendações foram desenvolvidas pela primeira
vez, a AVAC, (Adult Vaccine Access Coalition [Coalizão em Defesa da Vacina contra a AIDS]), uma
organização de defesa empenhada em acelerar o desenvolvimento ético e a disponibilização em nível
global de ferramentas de prevenção da AIDS, desenvolveu as Diretrizes de boas práticas participativas
(BPP) para estudos biomédicos de prevenção do HIV visando abordar muitos desses assuntos. As BPP
destinam-se a oferecer aos financiadores, patrocinadores e implementadores de estudos clínicos
orientação sobre como se envolver efetivamente com todos os interessados da comunidade no desenho
e condução de pesquisas biomédicas de prevenção do HIV. As BPP foram desenvolvidas tendo em
mente, especificamente, as pesquisas biomédicas de prevenção, mas propiciam uma estrutura valiosa
para todas as pesquisas clínicas. As Recomendações para o engajamento da comunidade e as BPP da
AVAC são altamente complementares, podendo ser usadas conjuntamente e em combinação com
ferramentas específicas de centros de estudo ou outras de orientação.
Ao longo dos anos, mais ferramentas e recursos se tornaram disponíveis para facilitar os esforços de
engajamento comunitário. É útil que os pesquisadores, as equipes de centros e a comunidade
disponham de todos esses recursos, pois eles contam com características únicas que podem ser
relevantes para determinada situação ou necessidade. Considerados em conjunto, eles podem
incrementar enormemente as práticas e os resultados do engajamento comunitário.
Objetivo
Este documento está focado nas melhores práticas para engajar a comunidade usando um modelo de
Conselho Consultivo Comunitário (Community Advisory Board, CAB), embora o NIH reconheça que esta
não é a única forma de engajamento comunitário. As práticas de engajamento comunitário de redes
financiadas pelo NIH evoluíram com o tempo e, embora ainda dependam amplamente do modelo CAB
para estabelecer parceria com a comunidade, elas também incorporam outras abordagens, como
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consultas, grupos de enfoque e
fóruns, entre outras. O documento
Recomendações oferece uma
abordagem gradual para o
engajamento comunitário que pode
ser aplicada ao modelo CAB, bem
como a outras abordagens de
engajamento comunitário. As
recomendações são voltadas às
necessidades e experiências globais
de redes e centros de estudos
clínicos do HIV/AIDS do NIH,
embora seja indubitável que elas
beneficiarão outras entidades de
pesquisa.
Este documento de orientação
destina-se a ajudar membros da
comunidade e equipes de pesquisa
a atuar de forma colaborativa rumo
à meta comum de encontrar,
prevenir, tratar e curar o HIV/AIDS.
Ele define as funções e
responsabilidades da comunidade e
das equipes de pesquisa como
parceiras envolvidas no processo de
pesquisa e aborda todos os estágios
do processo de pesquisa, desde o
ingresso da comunidade até o
fechamento do centro. Refletindo
os valores do NIH e dos Community
Partners, ele leva em consideração
o contexto sociocultural da
pesquisa, a necessidade de
envolvimento sustentável da
comunidade e a inclusão daqueles
que são muitas vezes marginalizados ou historicamente sub-representados em pesquisas.
Visão geral: redes do NIH e a comunidade
Redes de Estudos Clínicos do HIV/AIDS dos Institutos
Nacionais de Saúde dos EUA
Grupo de Estudos Clínicos da AIDS (AIDS Clinical Trials
Group, ACTG)
Desenvolver e conduzir pesquisas e estudos
clínicos translacionais cientificamente
rigorosos para investigar a patogênese e
melhorar os cuidados e o tratamento do HIV
e as complicações e infecções associadas.
Rede de Estudos Clínicos para a Prevenção do HIV (HIV
Prevention Trials Network, HPTN)
Descobrir e desenvolver estratégias de
pesquisa novas e inovadoras para reduzir a
aquisição e transmissão do HIV.
Rede de Estudos Clínicos de Vacinas contra o HIV
(HVTN)
Conduzir todas as fases de estudos clínicos
em busca de uma vacina eficaz e segura
contra o HIV.
Rede de Estudos Clínicos de Microbicidas (Microbicide
Trials Network, MTN)
Avaliar a segurança, efetividade e
aceitabilidade de candidatos microbiocidas
para prevenir a infecção pelo HIV.
Estudos Clínicos Internacionais da AIDS em Pacientes
Maternos, Pediátricos e Adolescentes (International
Maternal Pediatric Adolescent AIDS Clinical Trials,
IMPAACT)
Diminuir a mortalidade e morbidade
associadas à doença pelo HIV em crianças,
adolescentes e gestantes.
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O NIH e suas redes contra o HIV/AIDS
A Divisão da AIDS (Division of AIDS, DAIDS) é um componente do NIAID no NIH. Ela foi estabelecida em
1986 para desenvolver e implementar uma pauta de pesquisas nacionais para enfrentar a epidemia
crescente do HIV/AIDS. Atualmente, a DAIDS, o NIAID e o NIH vislumbram uma “Geração livre da AIDS”
e, rumo a essa finalidade, têm as seguintes metas principais:
▪ interromper a disseminação da infecção pelo HIV definindo estratégias de prevenção altamente
eficazes, inclusive uma vacina preventiva contra o HIV;
▪ curar a infecção pelo HIV;
▪ estabelecer estratégias de prevenção e tratamento de infecções de maior morbidade e
mortalidade associadas ao HIV, sobretudo tuberculose (TB) e hepatite e
▪ melhorar os resultados da doença pelo HIV tratada.
Para concretizar essas metas, a DAIDS/NIAID apoiam pesquisas sobre a patogênese, história natural e
transmissão do HIV por meio de pesquisa fundamental, básica e epidemiológica, bem como pesquisa
pré-clínica e pesquisa clínica em adultos, adolescentes e crianças para o tratamento e a prevenção do
HIV.
Por intermédio da DAIDS/NIAID, o NIH estabeleceu uma série de redes de estudos clínicos e outros
programas para abordar áreas de pesquisa específicas (p. ex., vacinas, tratamento, microbiocidas e
outras modalidades de prevenção) e/ou questões específicas relacionadas ao tratamento ou prevenção
da AIDS em populações específicas (p. ex., mulheres, crianças e adolescentes).
Como resultado do processo competitivo mais recente (adjudicações feitas em dezembro de 2013), há
cinco redes de estudos clínicos do HIV/AIDS do NIH:
▪ Grupo de Estudos Clínicos da AIDS (AIDS Clinical Trials Group, ACTG)
▪ Rede de Estudos Clínicos para a Prevenção do HIV (HIV Prevention Trials Network, HPTN)
▪ Rede de Estudos Clínicos de Vacinas contra o HIV (HVTN)
▪ Estudos Clínicos Internacionais da AIDS em Pacientes Maternos, Pediátricos e Adolescentes
(International Maternal Pediatric Adolescent AIDS Clinical Trials, IMPAACT)
▪ Rede de Estudos Clínicos de Microbicidas (Microbicide Trials Network, MTN)
Embora a supervisão e o financiamento dessas redes estejam a cargo principalmente da DAIDS/NIAID,
outros escritórios e institutos do NIH colaboram e/ou financiam uma ou mais redes de estudos clínicos
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do HIV/AIDS, incluindo: a Secretaria de Pesquisas da AIDS dos EUA (Office of AIDS Research, OAR), o
Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, o Instituto Nacional
de Saúde Mental dos EUA (National Institute of Mental Health), o Instituto Nacional de Abuso de Drogas
dos EUA (National Institute on Drug Abuse), o Instituto Nacional de Pesquisa Dentária e Craniofacial dos
EUA (National Institute of Dental and Craniofacial Research), o Instituto Nacional de Distúrbios
Neurológicos e AVC dos EUA (National Institute of Neurological Disorders and Stroke) e o Instituto
Nacional do Câncer dos EUA. Mais informações sobre as pesquisas do HIV/AIDS do NIH podem ser
encontradas no site do NIAID.
As redes têm a responsabilidade geral pelo desenvolvimento, implementação e adaptação de pautas de
pesquisas clínica para tratar as prioridades científicas do HIV/AIDS do NIAID, incluindo:
▪ terapêutica para infecções pelo HIV/AIDS e associadas ao HIV em adultos (incluindo a cura do
HIV, bem como de doenças não infecciosas e infecciosas de ocorrência concomitante, como
hepatite e tuberculose) e
▪ Infecções por HIV/AIDS e associadas ao HIV em mães e filhos
▪ Estratégias integradas para prevenir a infecção pelo HIV
▪ Vacinas para prevenir a infecção pelo HIV
▪ microbicidas para prevenir a infecção pelo HIV.
Comunidade
Um componente exclusivo do empreendimento de estudos clínicos do NIAID é a organização
Community Partners, criada em 2006. Community Partners é um corpo abrangente de representantes
comunitários criado para tratar as questões inter-redes e as necessidades das comunidades
diversificadas que trabalham dentro de cada uma das redes de estudos clínicos. A organização
Community Partners estabelece uma função formal para que membros da comunidade em todas as
redes trabalhem em conjunto; ela proporciona uma oportunidade de interação e comunicação regulares
entre a liderança da comunidade e da rede/NIAID. A supervisão e coordenação dos Community Partners
são realizadas pela HANC, que trabalha com as redes de estudos clínicos do HIV/AIDS do NIH para criar
um empreendimento de pesquisa mais integrado, colaborativo e flexível.
Além dos Community Partners, é necessário que cada uma das redes de pesquisa do HIV/AIDS e seus
centros de pesquisa clínica afiliados tenham engajamento comunitário durante toda a sua organização e
em todos os estágios do processo de pesquisa. Em âmbito de rede, a comunidade está envolvida no
desenvolvimento de planos de pesquisa, na definição de prioridades de pesquisa e na atuação em
comitês científicos e equipes de protocolos. Em âmbito de centro de estudo, as parcerias comunidade-
pesquisa ajudam a facilitar a troca de informações para assegurar que as opiniões e sugestões da
comunidade sejam discutidas e tratadas pela equipe de pesquisa. Isso também permite a troca contínua
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de informações em todos os projetos de pesquisa. Uma das formas de concretizar esse objetivo foi
através do estabelecimento de um CAB em âmbito de rede e de um CAB local na unidade de estudos
clínicos (clinical trials unit, CTU) ou no centro de pesquisa clínica (clinical research site, CRS). Abordagens
alternativas para o engajamento comunitário têm sido igualmente usadas para garantir que a
comunidade mais ampla seja envolvida e tome conhecimento dos planos de pesquisa. Essas abordagens
podem incluir discussões em grupo focadas ou consultas com interessados em reuniões com
representantes da comunidade, fóruns, feiras de saúde ou outros locais. As redes e centros de pesquisa
também podem estabelecer parcerias com organizações locais ou nacionais de defesa, da sociedade civil
e de assistência. A combinação de abordagens contribui para o desenvolvimento da confiança na
comunidade e para assegurar colaborações e disseminação de informações eficazes.
Parte I. Engajamento comunitário1
Definição de “Comunidade”
Encontrar uma definição comum de “comunidade” não é tão simples quanto possa parecer, pois as
opiniões e perspectivas do que constitui uma comunidade e do papel que a comunidade deve
desempenhar no processo de pesquisa divergem amplamente. As comunidades não são homogêneas e
podem ter interesses e prioridades competitivos; nem sempre elas se adaptarão a uma definição única.
O NIH e seus centros e redes financiados de estudos clínicos do HIV/AIDS tendem a definir a
comunidade pela população na qual e para a qual a pesquisa está sendo conduzida. Vacina anti-HIV e
outros focos de pesquisa de prevenção em voluntários sadios não infectados. Podem ser conduzidos
estudos específicos em áreas com incidência reduzida ou elevada do HIV. Para pesquisas terapêuticas, a
comunidade engloba claramente indivíduos infectados pelo HIV e outros que possam ser afetados pelo
HIV e/ou pela pesquisa que está sendo conduzida. A comunidade pode ser ainda segmentada em
comunidades de adultos, adolescentes e crianças, dependendo da natureza da pesquisa, ou de pessoas
com infecções concomitantes, como tuberculose ou vírus da hepatite C, ou outros interessados.
Organizações de assistência e defesa comunitária, líderes políticos e tomadores de decisão
compreendem parte da comunidade maior e são frequentemente incluídos em atividades educativas e
de alcance para que sejam informados sobre os planos, o progresso, as metas e o impacto potencial das
pesquisas. As contribuições e o envolvimento ativo desses interessados da comunidade são essenciais
1 As informações nesta seção baseiam-se em resumos extraídos de uma análise abrangente da literatura sobre envolvimento comunitário em pesquisas de estudos clínicos do HIV/AIDS compilados por Benjamin Weil, MIA, LaHoma Smith Romocki, MPH, PhD, e Stella Kirkendale, MPH.
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para o sucesso contínuo do processo de pesquisa clínica e podem ajudar a fomentar a tradução da
pesquisa em práticas e políticas futuras.
Justificativa para o engajamento comunitário
A colaboração com representantes comunitários e outros interessados e a participação desses no
processo de pesquisa ajuda a desenvolver confiança, contribui para a aceitabilidade e o uso da
intervenção e aumenta a probabilidade de que as comunidades afetadas recebam investimentos e apoio
da pesquisa que está sendo realizada.
▪ As pessoas que formam uma comunidade proporcionam a oportunidade mais direta de fazer a
diferença dentro da comunidade; pesquisas de saúde pública que visam ser bem-sucedidas não
podem se dar ao luxo de ignorar esse recurso ao planejar estratégias (Merzel and D’Afflitti
2003).
▪ A colaboração entre pesquisadores e comunidades ajuda a assegurar que as próprias
comunidades invistam na pesquisa, tornando os dados e resultados mais significativos para a
comunidade, “aumentando, assim, a probabilidade de um projeto bem-sucedido com benefícios
mútuos” (Leung et al. 2004).
▪ A participação comunitária também ajuda os pesquisadores a ter “melhor penetração das
comunidades com mensagens mais aceitáveis e culturalmente relevantes, e maior
sustentabilidade de atividades e efeitos da intervenção” (Beeker et al. 1998).
▪ A participação comunitária na pesquisa do HIV/AIDS pode ser fundamental para promover a
conscientização sobre as influências na transmissão do HIV dentro da comunidade, produzindo
mudanças de comportamento em líderes comunitários e fortalecendo a capacidade de liderança
nas áreas da comunidade mais afetadas pelo HIV/AIDS.
▪ Uma percepção comum em muitas comunidades é a de que os pesquisadores negligenciam as
perspectivas e as necessidades da comunidade. A participação comunitária pode ajudar a
desenvolver confiança entre pesquisadores e potenciais participantes de pesquisas.
Princípios do engajamento comunitário
Os princípios a seguir estabelecem a base para envolver efetivamente os representantes comunitários
no processo de pesquisa.
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▪ Definir objetivos claros: o engajamento comunitário precisa atender às necessidades das
populações e/ou comunidades afetadas pela pesquisa, fortalecendo o papel da comunidade e
sua capacidade de abordar ativamente as prioridades da pesquisa e ajudando a assegurar o
desenvolvimento e a implementação de pesquisas relevantes, viáveis e éticas.
▪ Aprender sobre a comunidade: é importante se familiarizar com o contexto sociocultural da
comunidade em termos de condições econômicas, liderança política, tendências demográficas,
história (geral e referente à pesquisa), bem como suas percepções e experiências em atividades
de envolvimento.
▪ Desenvolver competência cultural: o conhecimento e a compreensão das atitudes, percepções
e práticas predominantes da comunidade ajudarão a assegurar comunicações e interações mais
eficazes e respeitosas, levando a atividades de envolvimento culturalmente responsivas.
▪ Fomentar a transparência: a comunidade deve ser incentivada a se expressar
independentemente durante o processo de engajamento comunitário.
▪ Construir parceria e confiança: a parceria com os interessados da comunidade é necessária para
criar mudança, gerar confiança mútua e melhorar a saúde. Visando essa finalidade, é
importante buscar compromissos de organizações comunitárias e identificar líderes formais e
informais na comunidade.
▪ Propiciar e promover o desenvolvimento da capacidade: o engajamento comunitário
sustentável só pode ser concretizado pela identificação e mobilização da comunidade e pelo
desenvolvimento de capacidades e recursos dentro da comunidade.
▪ Manter um compromisso de longo prazo: a colaboração comunitária requer um compromisso
contínuo, de longo prazo, da organização de pesquisa, seus parceiros e da comunidade.
Modelo de Conselho Consultivo Comunitário
O modelo CAB foi introduzido formalmente no NIAID em 1990, depois que um grupo de ativistas da
AIDS foram convidados a participar de uma reunião anual do ACTG em resposta às demandas da
comunidade. Foi realmente a primeira vez que representantes comunitários—ativistas da AIDS - foram
convidados a se reunir com cientistas de pesquisa para debater aspectos específicos da pauta de
pesquisas do tratamento do HIV/AIDS. A natureza desse grupo evoluiu com o tempo e veio a ser o
modelo para o envolvimento comunitário não apenas na pesquisa da AIDS, mas também em outras
áreas de pesquisa. O grupo formalmente estabelecido na ocasião foi conhecido como o Grupo do Círculo
Comunitário (Community Constituency Group, CCG) e, posteriormente, diversas redes passaram a se
referir a esses grupos simplesmente como CABs ou Grupos de Trabalho Comunitário. Com o tempo,
passou-se a exigir que todas as redes de pesquisa do HIV/AIDS financiadas pelo NIH demonstrassem a
inclusão da comunidade como parte de seu pedido de financiamento; a maioria optou pelo modelo CCG
ou CAB para a concretização desse objetivo. Em 1996, os CABs também se tornaram uma exigência para
financiamentos a centros de estudos clínicos individuais.
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Em âmbito de redes globais, os CABs trabalham com a liderança das redes em comitês científicos,
operacionais e de supervisão e, dessa forma, ajudam a modelar os planos e as prioridades de pesquisa
da rede. Eles também podem participar como membros de equipes de protocolos e, ao fazê-lo,
desempenham um papel importante na condução da pesquisa fornecendo opiniões e sugestões
construtivas contínuas sobre o desenho e os procedimentos do estudo.
Os CABs dos centros de estudo asseguram que a comunidade envolvida na pesquisa ou afetada por ela
saiba, em primeira mão, do que se trata a pesquisa que está sendo planejada, seu impacto potencial na
comunidade e sobre as questões éticas e regulatórias envolvidas. Eles ajudam a assegurar que os mais
afetados em nível local disponham de um canal pelo qual possam manifestar suas necessidades e
preocupações, bem como obter informações. Os CABs fornecem um fórum pelo qual as perguntas e
preocupações podem ser expressas e tratadas diretamente pela equipe de pesquisa e as necessidades
da comunidade possam ser discutidas. E, igualmente importante, os membros do CAB podem ajudar a
desenvolver o apoio entre a comunidade mais ampla, ajudar a determinar se os protocolos são viáveis
em determinada comunidade e divulgar informações que ajudam a comunidade a entender a pesquisa e
os pesquisadores a entender melhor a comunidade. Com informações compartilhadas, aumento de
conscientização e confiança mútua, o CAB e todos os métodos de engajamento comunitário podem
ajudar a criar um ambiente de apoio para a pesquisa, abrandar temores e dissipar mitos sobre a
pesquisa e, o mais importante, contribuir para escolhas e decisões informadas sobre o projeto de
pesquisa.
Além disso, embora o recrutamento e a retenção de voluntários não seja responsabilidade de membros
do CAB, seus conhecimentos sobre a melhor forma de alcançar a comunidade - onde e como - podem
ser de ajuda significativa para pesquisadores e equipes de pesquisa à medida que eles procuram
informar a comunidade sobre estudos em andamento e futuros e recrutar potenciais voluntários de
estudo de modo o mais culturalmente competente quanto possível.
Quem participa de um CAB?
Os participantes de CABs incluem voluntários de um amplo leque de origens representando diferentes
grupos dentro de uma comunidade que têm participação na pesquisa que está sendo conduzida. Isso
pode incluir representantes de organizações de serviço ou grupos de defesa não governamentais e
comunitários, autoridades governamentais locais, trabalhadores da saúde, indivíduos infectados pelo
HIV ou aqueles com risco de infecção pelo HIV, participantes de estudos clínicos, familiares, cuidadores
e outros.
PARTE II. Funções e responsabilidades
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Visão geral
O engajamento comunitário é exigido por todas as redes e centros de estudos clínicos do HIV/AIDS do
NIH. Ele ajuda a garantir que as prioridades de pesquisa sejam responsivas às necessidades comunitárias
e que a comunidade esteja plenamente ciente das atividades de pesquisa planejadas e em andamento.
O engajamento comunitário eficaz tem que ser muito intencional e envolve tempo e recursos de
voluntários da comunidade.
As recomendações apresentadas nas seções a seguir são organizadas em torno do processo de pesquisa
clínica. As redes do NIH muitas vezes utilizam os CABs como meio de vincular pesquisadores, equipes de
centros, participantes de estudos clínicos e a comunidade mais ampla. Os membros do CAB podem
realizar uma ampla gama de atividades e nenhum membro individual do CAB pode realizar todas, nem
se espera que o faça. É fato reconhecido que o tempo dos membros do CAB é extremamente valioso e
muitas vezes limitado. Assim, os CABs terão que definir prioridades sobre como participarão do
processo de pesquisa, e tais prioridades poderão mudar com o tempo. Os pesquisadores e
implementadores de estudos precisam ser sensíveis à natureza dos CABs - voluntários que podem ou
não ser bem versados no processo de estudos clínicos, podendo ou não ter um nível elevado de
conhecimentos científicos no tratamento ou prevenção do HIV. Algumas das metas delineadas nestas
seções podem ser materializadas por outros meios de engajamento comunitário; é perfeitamente
aceitável, e às vezes preferível, combinar abordagens para contribuição e engajamento comunitários.
Seja em âmbito de redes ou de centros, é necessário que os membros do CAB:
▪ sejam culturalmente sensíveis a populações tradicionalmente subrepresentadas nos estudos
clínicos do HIV/AIDS, ou seja, mulheres, pessoas de cor, transgêneros, jovens e usuários de
drogas injetáveis;
▪ sejam conhecedores dos aspectos médicos e sociais do HIV e estejam dispostos a expandir e
manter sua base de conhecimento;
▪ sejam automotivados e empenhados em buscar, de forma independente, conhecimento e
informações sobre tendências no tratamento e/ou prevenção do HIV/AIDS;
▪ estejam dispostos a aprender sobre os estudos clínicos que estão sendo conduzidos e os tipos
de perguntas de pesquisa relevantes para as comunidades que estão sendo alvo de sua rede ou
centro e
▪ se ofereçam como voluntários sem expectativas de recompensas ou ganho monetário.
As responsabilidades de membros de CABs de redes ou centros podem incluir:
▪ ajudar a comunidade a entender a necessidade e as metas da pesquisa que está sendo
conduzida ou planejada e seu impacto potencial em pesquisas e cuidados clínicos futuros;
▪ fornecer informações sobre as necessidades de pesquisa e as preocupações das comunidades
com base no conhecimento da comunidade e nas opiniões sobre a pesquisa (em andamento e
planejada);
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▪ fornecer informações que possam ajudar pesquisadores e equipes de pesquisa a entender
melhor a comunidade para que possam conceber estratégias eficazes de abordagem,
recrutamento e retenção e desenvolver parcerias eficazes;
▪ fornecer informações com base em experiência e conhecimentos pessoais de práticas
comunitárias que ajudarão os pesquisadores a melhorar a aderência de participantes do estudo
e a qualidade de vida;
▪ participar do processo de desenvolvimento do protocolo e da implementação do estudo,
incluindo revisão de protocolos de estudo, planos de consentimento livre e esclarecido e outros
documentos relacionados;
▪ fornecer vinculações às comunidades-alvo; facilitar parcerias pesquisador-comunidade;
▪ ajudar a traduzir informações científicas em linguagem leiga e
▪ fornecer informações que ajudarão o centro ou a rede de pesquisa a divulgar informações sobre
os resultados da pesquisa em tempo hábil, o que poderá incluir analisar materiais para
assegurar que sejam culturalmente adequados e compreensíveis para a comunidade geral.
Funções e responsabilidades de pesquisadores e equipes de pesquisa
O ideal é que cada rede de estudos clínicos tenha um funcionário nomeado que sirva como elo com o
CAB da rede; de forma análoga, cada centro de estudos clínicos deve identificar um membro da equipe
que seja responsável por trabalhar com o CAB do centro. Ao trabalhar em apoio ao CAB, essas pessoas
irão, entre outras coisas:
▪ coordenar as atividades do CAB, incluindo teleconferências, fóruns, treinamentos, reuniões
operacionais, sessões educacionais e resumos de reuniões;
▪ atualizar o CAB sobre todos os planos de pesquisa relevantes - estudos que estão sendo
considerados, situação dos estudos em andamento e resultados de pesquisas;
▪ facilitar a troca de informações entre a comunidade e a equipe de pesquisa e
▪ identificar e lidar com as necessidades de treinamento do CAB (p. ex., planejar sessões
adequadas, reunir materiais educacionais). Isso pode incluir o oferecimento de oportunidades
educacionais regulares para membros do CAB, bem como programas sobre pesquisa de estudos
clínicos ou sobre vários aspectos do HIV/AIDS em benefício da comunidade mais ampla;
▪ identificar e lidar com as necessidades de treinamento da equipe de pesquisa (p. ex.,
competência cultural, importância do engajamento comunitário]) para assegurar sua eficácia
em trabalhar com a comunidade e
▪ desenvolver estratégias para recrutamento e retenção de membros do CAB.
Papel da liderança da rede e do NIAID
Cada rede é responsável por avaliar seus centros de pesquisa clínica, e o envolvimento comunitário deve
ser um dos muitos critérios de avaliação. Não é suficiente que um centro simplesmente tenha um CAB; a
meta é contar com um CAB ativo, eficaz, com recursos adequados para funcionar em parceria com
pesquisadores e equipes de pesquisa.
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Gestão e necessidades de apoio
Os membros do CAB necessitam de recursos e apoio de sua respectiva rede ou centro de pesquisa para
que possam participar como membros iguais e valiosos da equipe de pesquisa. No entanto, muitos
representantes comunitários não operam e não podem operar como indivíduos do mundo acadêmico,
seja devido à hierarquia, recursos, base de conhecimentos ou outras restrições. Portanto, o apoio
flexível é essencial. Por exemplo, caso se espere que um membro do CAB participe de cada chamada da
equipe do protocolo, ele pode precisar de acesso telefônico regular e confiável em um centro. Para
avaliar e atender às necessidades de apoio, recomenda-se que uma pessoa da equipe seja designada
para trabalhar com o CAB do centro ou da rede para avaliar e lidar com as muitas questões que podem
influir na capacidade de um CAB de operar e ter participação significativa. Como esse apoio é essencial
para a eficácia do CAB, o ideal seria integrar um financiamento adequado aos orçamentos das redes e
centros.
As necessidades de gestão e apoio incluirão, preferencialmente:
▪ pessoa(s) da rede ou equipe da CTU/CRS designada(s) como pontos de contato para trabalhar
com o CAB;
▪ as obrigações de pessoa(s) dedicada(s) da equipe podem incluir:
o manter cronogramas de telefonemas e reuniões e contatos com membros do CAB;
o coordenar o transporte e as necessidades de viagem de membros do CAB;
o resolver problemas logísticos e necessidades técnicas de membros do CAB e
o atuar como elo geral com o CAB.
▪ disponibilidade de telefone e acesso à internet para todos os membros do CAB. Uma opção é
providenciar para que os membros do CAB acessem telefone e internet diretamente no centro,
o que pode incluir apoio para transporte do/para o centroe
▪ interpretação do idioma para ligações e reuniões relacionadas ao CAB, conforme adequado;
▪ necessidades de viagem para membros do CAB:
o transporte de/para todas as reuniões do CAB local. Também pode incluir transporte de/para
o centro para telefonemas ou acesso à internet relacionado ao CAB;
o viagem, alojamento e diária para reuniões de CABs regionais e internacionais;
o viagem, alojamento e diária para participação da liderança do CAB em todas as reuniões da
rede e
o pedido de visto e passaporte e assistência com taxas.
▪ treinamento de novos membros do CAB, em âmbito regional, de centro e de rede;
▪ tradução de materiais e documentos para todas as ligações, reuniões e treinamentos;
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▪ custos de reuniões, incluindo instalações dos espaços de reunião que sejam acessíveis a todos,
equipamento e materiais de apresentação, assistência audiovisual e refrescos;
▪ suprimentos gerais de escritório;
▪ assistência para cuidado de filhos ou família para participação em reuniões;
▪ caixa de mensagens ou sugestões, ou outro mecanismo para coleta de respostas comunitárias e
▪ outra assistência técnica, como avaliação das atividades comunitárias.
Estabelecimento das bases
1. Introdução
Quando uma organização decide conduzir uma pesquisa em determinada região ou área, ela deve
começar imediatamente a aprender sobre a comunidade e a divulgar informações sobre seus planos de
pesquisa. A equipe de pesquisa deve desenvolver planos de engajamento comunitário e começar a
estabelecer mecanismos ou estruturas para um engajamento comunitário contínuo e significativo.
Como o NIAID depende muito do modelo do CAB, as recomendações a seguir referem-se ao
estabelecimento de um CAB em uma unidade de estudos clínicos ou centro de pesquisas clínicas.
Embora o termo CAB esteja sendo usado, reconhece-se que esses grupos podem atuar com outras
designações, como Grupo de Trabalho Comunitário ou Grupo Consultivo Comunitário; CAB está sendo
usado como termo genérico e engloba todos esses grupos. Os pesquisadores e representantes
comunitários também podem desejar se familiarizar com modelos alternativos de engajamento
comunitário que possam ser mais adequados em determinada região ou ambiente, ou que possam
ajudar a lidar com um aspecto específico da parceria comunidade/pesquisador ou com uma necessidade
específica. Outros mecanismos de engajamento comunitário, quer seja uma consulta, fórum
comunitário, grupo de enfoque ou outra abordagem que possa suplementar e incrementar a
contribuição de membros do CAB e ajudar ampliar o alcance na comunidade.
2. Funções e responsabilidades:
2.1 CAB do centro e equipe de pesquisa
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Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Reunir
informações
para o perfil da
comunidade
▪ Ajudar pesquisadores e equipes
de pesquisa a entender melhor a
comunidade (p. ex., normas,
características e organização
culturais e comunitárias locais)
▪ Identificar os principais líderes
comunitários
▪ Estabelecer elos que ajudarão os
pesquisadores a construir
parcerias com organizações
comunitárias
▪ Conduzir pesquisa educativa e
análises de interessados para
“mapear” a comunidade, o que
inclui identificar:
o dinâmica comunitária;
o principais decisores e líderes
comunitários;
o necessidades e interesses de
pesquisa na comunidade e
o com quem/e como melhor
construir parcerias;
▪ facilitar reuniões consultivas
comunitárias para solicitar
perguntas, opiniões e identificar as
preocupações principais sobre a
pesquisa, e lidar com essas de
forma transparente.
Instruir e treinar
▪ Instruir as equipes de pesquisa
sobre as necessidades da
comunidade e melhores formas
de atingir segmentos específicos
da população
▪ Proporcionar às equipes de
pesquisa termos simples e
culturalmente adequados para a
linguagem científica complexa
▪ Instruir os pesquisadores sobre as
preocupações e prioridades de
pesquisa da comunidade
▪ Compartilhar informações com
outros na comunidade
▪ Fornecer supervisão de pesquisa e
rede
▪ Instruir a comunidade sobre as
metas da pesquisa, os benefícios
potenciais para a comunidade e
questões de saúde pública geral
▪ Oferecer oportunidades de se
envolver em vários aspectos do
processo de pesquisa, p. ex.,
participante do estudo, membro
do CAB
14
Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Desenvolvimento
e recrutamento
do CAB
▪ Trabalhar com pesquisadores e
equipes de pesquisa para
esclarecer a missão, bem como as
funções e responsabilidades do
CAB
▪ Coordenar a organização e
governança do CAB lidando com:
o a frequência e facilitação de
reuniões;
o o desenvolvimento da pauta e
o o engajamento comunitário
mais amplo (não membros do
CAB).
▪ Identificar necessidades de
treinamento de membros do CAB
e ajudar a organizar e a facilitar
esses treinamentos
▪ Identificar critérios de
autoavaliação
▪ Discutir critérios de avaliação com
pesquisadores e equipes de
pesquisa
▪ Assegurar que o desenvolvimento
do CAB seja transparente e que
haja inclusão de todos os grupos
comunitários relevantes
▪ Determinar as formas mais
adequadas de recrutar membros
do CAB:
o estender os convites para que
membros da comunidade
participem do CAB e
o solicitar a organizações e/ou
grupos comunitários que
nomeiem um representante.
▪ Discutir exigências para afiliação
ao CAB, o que pode incluir
conhecimentos e entendimento
cultural das comunidades
relevantes e diversificadas
▪ Distribuir materiais para a
comunidade com notificação da
primeira reunião do CAB
▪ Trabalhar com o CAB para:
o esclarecer sua missão e função;
o fornecer orientação a todos os
membros novos do CAB;
o ministrar treinamento para
garantir o envolvimento eficaz
do CAB no processo de
pesquisa e
o identificar os critérios e o
processo de avaliação.
15
Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Sustentar a
estrutura
comunitária
▪ Atuar em defesa do apoio
contínuo do CAB pelos
pesquisadores e equipes de
pesquisa para garantir o resultado
ideal pelos membros do CAB
▪ Atuar em defesa do envolvimento
de equipes de pesquisa em
atividades do CAB
▪ Realizar reuniões regulares com
definição de metas de frequência
e comparecimento e para
comentários da comunidade
▪ Apoiar as atividades do CAB e ficar
ativamente envolvido em
reuniões, treinamentos e outros
programas
▪ Ajudar a motivar e sustentar o
interesse e desenvolvimento do
CAB
16
2.2 CAB da rede, rede de pesquisa e NIAID
Função Responsabilidades do
CAB da rede/global
Responsabilidades da
liderança da rede
Responsabilidades do
NIAID
Orientação
▪ Fornecer aos CABs
locais informações
sobre como os outros
CABs estão organizados
e os métodos de
interação com equipes
da CTU/CRS e a
comunidade mais
ampla
▪ Fornecer orientação à
CTU/CRS sobre a
função do CAB, as
necessidades de
treinamento
recomendadas e o
nível de apoio (para
suprimentos,
treinamento, reuniões
contínuas, etc.)
▪ Assegurar nível
suficiente de apoio da
equipe e
disponibilidade de
recursos necessários
para sustentar as
atividades do CAB
3. Treinamento
É importante identificar e aproveitar as aptidões que os representantes comunitários trazem ao CAB e
ministrar treinamento para que seus membros possam ser mais eficazes. Para o máximo êxito, os
membros do CAB teriam, preferencialmente, as seguintes aptidões:
▪ capacidade de se comunicar bem e de trabalhar de forma inclusiva e participativa;
▪ abertos a críticas construtivas e dispostos a prestar contas às comunidades;
▪ capacidade de ouvir e aprender tanto de representantes da comunidade como de
pesquisadores para aprender sobre a epidemia do HIV local, as preocupações e prioridades da
comunidade, planos e protocolos de pesquisa clínica e conceitos e questões éticas;
▪ interesse sólido e duradouro no envolvimento comunitário em pesquisa e compromisso com o
avanço da ética, pesquisa científica e da prevenção, tratamento e controle do HIV/AIDS e
▪ entender as exigências regulatórias que se aplicam à pesquisa clínica do HIV.
3.1 Tópicos de treinamento recomendados para membros do CAB:
▪ treinamento de comunicação;
▪ habilidades de expressão em público e de apresentação;
▪ habilidades de ouvir;
▪ treinamento na redação de relatórios e tecnologia da informação (TI);
▪ tratamento e/ou prevenção do HIV (relevante à pesquisa na CTU/CRS e/ou rede específica),
começando com uma visão geral introdutória da ciência e dos desafios da ciência e pesquisa
clínica do HIV;
17
▪ princípios e estruturas para assegurar ética e direitos humanos, incluindo processos de
análise e implementação de planos de pesquisa;
▪ visão geral das estruturas de pesquisa clínica financiadas pelo NIH, prioridades e planos de
pesquisa, processos de financiamento e história do envolvimento comunitário;
▪ outros modelos de participação;
▪ aprendizado e educação de adultos para organizar e facilitar melhor as reuniões;
▪ construção de relações de mentoria informais e formais (intra e inter-redes);
▪ análise dos protocolos clínicos planejados e atuais sobre o HIV como forma de treinar
representantes comunitários sobre a forma de ler e avaliar um protocolo;
▪ introdução a desenho e análise de pesquisa para que os membros do CAB possam entender
melhor o desenho e os resultados de estudos clínicos;
▪ introdução a ferramentas de monitoramento e avaliação e
▪ interpretação dos resultados da pesquisa e seu impacto na comunidade.
3.2 Tópicos de treinamento recomendado para a equipe de pesquisa:
▪ valor do envolvimento comunitário e da fluência cultural no processo de pesquisa;
▪ história do envolvimento comunitário em pesquisas e em pesquisas apoiadas pelo NIAID;
▪ como se define “comunidade”;
▪ modelos diferentes de envolvimento comunitário no processo de pesquisa e
▪ função potencial do CAB ao trabalhar com o centro de estudo.
▪ Função do CAB em âmbito de rede e função dos Community Partners
4. Indicadores de sucesso
As equipes de pesquisa e os membros do CAB podem discutir a finalidade de uma avaliação, a
necessidade de desenvolver critérios de avaliação razoáveis e justos, e como os resultados da avaliação
seriam usados para fortalecer o CAB. Deve-se enfatizar o valor de se usar a avaliação para identificar e
documentar o sucesso do CAB e ajudar a orientar decisões futuras relacionadas ao apoio, treinamento
ou necessidade de outros recursos. Documentar as práticas dos CABs, principalmente as que são
eficazes, também ajudará a proporcionar orientação a outros CABs à medida que eles implementarem
os diversos aspectos de sua organização ou função. Os métodos de avaliação podem incorporar tanto
processos de análise externa como autoavaliação. Deve-se estabelecer critérios de avaliação durante a
organização inicial do CAB. O processo de avaliação deve ser sempre transparente.
4.1 Indicadores potenciais de sucesso:
▪ número de eventos comunitários realizados para falar sobre a formação e função dos CABs;
▪ estabelecimento de um CAB;
▪ desenvolvimento de uma declaração de missão do CAB e
18
▪ implementação de um plano de orientação do CAB.
Preparação da comunidade
1. Introdução
Preparação da comunidade é o processo pelo qual pesquisadores e equipes comunitárias exploram
como a comunidade pode responder a um estudo proposto, como ela obterá informações e como
alcançar voluntários potenciais. Isso é fundamental para dissipar possíveis temores e concepções
errôneas que podem aumentar a relutância em participar de um estudo. A abordagem desses assuntos
ampliará o recrutamento e a retenção de participantes do estudo.
Muitos fatores devem ser levados em consideração ao preparar uma comunidade para pesquisa clínica,
incluindo 1) tamanho e tipo de estudo(s) clínico(s) a ser(em) conduzido(s); 2) local, idioma e dados
demográficos da comunidade; 3) fatores socioeconômicos e culturais; 4) se a comunidade é nova ou
experiente na pesquisa de estudos clínicos e 5) se a comunidade já teve envolvimento anterior com um
CAB ou outros meios de engajamento comunitário em pesquisa. Os fatores adicionais a considerar
incluem se a comunidade está sendo preparada para um protocolo específico ou para a pauta geral de
pesquisas e se várias redes ou organizações de estudo estarão envolvidas.
2. Funções e responsabilidades
2.1 CAB do centro e equipe de pesquisa
19
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Consultar:
Os canais de
comunicação
entre equipes e
CABs precisam
ser abertos e
transparentes
Participar de discussões para aprender e
compartilhar a perspectiva da
comunidade sobre a pesquisa proposta.
As discussões podem incluir:
▪ informações gerais sobre a
pesquisa;
▪ experiências de pesquisa na
comunidade;
▪ visão geral da pergunta da
pesquisa;
▪ introdução de um novo plano de
pesquisa;
▪ diferença entre pesquisa e
cuidados clínicos;
▪ benefícios potenciais da pesquisa e
impacto da pesquisa proposta e
▪ perspectiva da comunidade sobre a
necessidade de pesquisas do HIV
em geral e de pesquisas propostas
especificamente.
Aborde algumas ou todas as perguntas a
seguir sobre a pesquisa proposta:
▪ A pesquisa proposta está
direcionada a uma população
específica na comunidade? Nesse
caso, por que isso é importante?
▪ Como a comunidade será afetada
pela pesquisa proposta?
▪ Quem mais poderá ser afetado?
▪ Por que a pesquisa proposta é
importante?
▪ O que foi aprendido de pesquisas
anteriores?
▪ Como a comunidade contribuirá no
processo de pesquisa?
▪ Quais são algumas das
preocupações/questões éticas da
comunidade?
Traçar
estratégias:
Formular um
plano de
envolvimento
comunitário que
sirva para captar
como o centro
envolverá a
comunidade e o
CAB
▪ Identificar e reunir-se com
membros da comunidade e com
organizações comunitárias
▪ Desenvolver planos com a equipe
de pesquisa para aumentar a
conscientização e entendimento
sobre a pesquisa na comunidade
mais ampla; trabalhar em conjunto
com a equipe de pesquisa para
desenvolver formas inovadores de
alcançar a comunidade.
▪ Identificar, estabelecer, manter e
cultivar parcerias com organizações
locais como clínicas, igrejas, escolas,
organizações sem fins lucrativos,
etc.
▪ Reunir-se com vários grupos
comunitários e interessados para
coletar informações
▪ Planejar sessões de educação
comunitária; incentivar as opiniões
e sugestões da comunidade sobre
formas culturalmente aceitas de
conduzir pesquisas
▪ Planejar discussões em grupo
focadas ou reuniões comunitárias
para contribuições que ajudem a
moldar a pesquisa
20
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Preparar
Ajudar a informar a comunidade mais
ampla sobre:
▪ a importância dessa pesquisa de
estudos clínicos para a saúde
pública;
▪ os objetivos específicos dessa
pesquisa;
▪ o possível impacto, riscos e
benefícios da pesquisa proposta e
▪ a função de um CAB.
▪ Ponderar que tópicos de
treinamento são mais adequados
ou de maior interesse para
membros do CAB; convidar
representantes do CAB a participar
de treinamentos específicos ao
protocolo para que eles possam ter
uma melhor compreensão da
pesquisa
▪ Assumir um papel ativo na
apresentação de informações sobre
a pesquisa a organizações locais
2.2 CAB da rede, rede de pesquisa e NIAID
Função Responsabilidades do
CAB da rede/global
Responsabilidades da
liderança da rede
Responsabilidades do
NIAID
Informar
▪ Ajudar a treinar CABs do
centro de estudo na
estratégia de preparo da
comunidade: o que é,
como fazê-lo, por que é
importante
▪ Apoiar os CABs das
redes em seu trabalho
com os centros de
estudo
▪ Apoiar os centros de
estudo na utilização da
experiência de CABs das
redes (Network CABs,
NCABs)
▪ Exigir que os centros e
redes tenham
engajamento
comunitário e incentivar
os esforços de preparo
comunitário
Compartilhar
informações
▪ Ajudar os centros a
compartilhar as
melhores práticas,
desafios e sucessos que
tiveram
▪ Compartilhar as
melhores práticas de
preparo comunitário
entre os investigadores
principais (IPs) do
CRS/CTU
▪ Promover
compartilhamento
entre redes de melhores
práticas de preparo
comunitário
Defender
▪ Assegurar que as
atividades de preparo
comunitário sejam
definidas nos planos de
▪ Atuar, juntamente com
a DAIDS, em defesa de
financiamento
adequado no
▪
21
desenvolvimento da CTU
e que elas sejam orçadas
para
orçamento da CTU para
lidar com o preparo
comunitário
Avaliar
▪ Participar da avaliação
dos CABs de centros e
redes e das atividades
de engajamento
comunitário
▪ Avaliar os CABs dos
centros e as atividades
de engajamento
comunitário mais amplo
▪ Assegurar que as redes
avaliem os CABs dos
centros de sua rede e as
atividades de
engajamento
comunitário mais amplo
3. Treinamento
O treinamento para a liderança da rede e equipes de pesquisa sobre como envolver efetivamente as
comunidades diversificadas no processo de pesquisa e/ou BPP deve ser contínuo. Os treinamentos
também devem abordar níveis de conhecimento científico, incluindo compreensão científica básica,
pesquisas de estudos clínicos; e, conforme adequado, prevenção biomédica, tratamento do HIV,
tuberculose e hepatite viral e/ou pesquisa de cura/erradicação. O treinamento da equipe deve tratar
competência cultural e trabalho com populações específicas, principalmente aquelas impactadas de
forma mais desproporcional, como minorias racial e étnicas, homens que praticam sexo com homens,
transgêneros e mulheres.
4. Indicadores de sucesso
O sucesso dos esforços de preparo comunitário pode ser avaliado considerando o seguinte:
▪ comentários do CAB sobre o consentimento livre e esclarecido, o protocolo e os materiais de
recrutamento;
▪ as sugestões da comunidade para a condução do estudo são compartilhadas com pesquisadores
e equipes de pesquisa;
▪ os pesquisadores e as equipes de pesquisa respondem a consultas da comunidade sobre o
estudo e lidam com temores e sugestões;
▪ participação em eventos/fóruns educacionais;
▪ os pesquisadores e as equipes de pesquisa conhecem e entendem as comunidades-alvo,
incluindo a situação socioeconômica (por relatórios de mapeamento da comunidade);
▪ a comunidade sabe onde o estudo está sendo conduzido e quem são os elementos-chave, mais
notavelmente, os investigadores principais;
▪ a comunidade entende conceitos de pesquisa, por exemplo, diferença entre pesquisa e
cuidados;
▪ a comunidade sabe a importância da contribuição de voluntários ao processo de pesquisa e
▪ foram estabelecidas parcerias dentro da comunidade mais ampla e entre outros pesquisadores.
22
Desenvolvimento do protocolo de pesquisa
1. Introdução
O ideal é que a contribuição comunitária tenha início antes que o conceito/pergunta da pesquisa seja
desenvolvido e continue até que os resultados sejam discutidos e publicados. Esta seção foca no papel
da comunidade no desenvolvimento do protocolo de pesquisa.
2. Funções e responsabilidades
2.1 CAB do centro e equipe de pesquisa
Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
FASE CONCEITUAL
Fase
conceitual
protocolo;
Fase de
desenvolvimento
do protocolo
conceitual
Processo regulatório do
protocolo
e
Preparação para a
implementação
23
Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Considerações sobre
comunidade e
saúde pública
▪ Contribuir com informações sobre
comunidade e saúde pública
geradas de interações entre o CAB
e potenciais participantes do
estudo clínico que ajudarão os
pesquisadores a moldar o
conceito de pesquisa
▪ Investigar e priorizar as necessidades
de pesquisa e desenvolver um plano
de pesquisa correspondente
Considerações sobre
perguntas de
pesquisa
▪ Ajudar a determinar a importância
e relevância da pesquisa que está
sendo proposta à comunidade
▪ Apresentar contexto para o conceito
de pesquisa e descrevê-la em termos
gerais para que a finalidade e os
benefícios da pesquisa para a
comunidade sejam entendidos
▪ Reunir-se com diversos grupos
comunitários e interessados ou
providenciar fóruns comunitários
para assegurar a conscientização dos
planos de pesquisa na comunidade
mais ampla
FASE DE DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO
Contexto para a
pergunta da
pesquisa
▪ Aprender o que se sabe sobre a
pergunta da pesquisa
▪ Divulgar informações relacionadas a
perguntas sobre pesquisa/área de
pesquisa com o CAB
24
Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Desenho do estudo
▪ Participar do treinamento
relevante (p. ex., como revisar um
protocolo, o processo de pesquisa
de estudos clínicos, etc.) que
facilitará a revisão e
entendimento do protocolo e
aumentará a capacidade de
oferecer contribuição durante
todo o processo de pesquisa
▪ Contribuir com informações
relevantes para a comunidade que
ajudarão a desenhar um protocolo
de pesquisa viável e aceitável para
a comunidade
▪ Tratar necessidades de
conhecimentos científicos/de
pesquisa na comunidade
▪ Solicitar a contribuição da
comunidade no desenho e nas
considerações éticas do estudo por
intermédio do CAB e/ou de outras
consultas, incluindo:
o população-alvo, critérios de
elegibilidade, desenho do estudo,
desfechos primários e
secundários, resultados
potenciais;
o função potencial do CAB na
preparação da comunidade para
o estudo clínico iminente e
o questões éticas e regulatórias e
outras preocupações
comunitárias.
PROCESSO REGULATÓRIO DO PROTOCOLO E PREPARAÇÃO PARA A FASE DE IMPLEMENTAÇÃO
25
Função Responsabilidades do CAB do
centro
Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Consentimentos
▪ Entender o motivo para a
obtenção do termo de
consentimento livre e esclarecido
e a implicação em assiná-lo
▪ Assegurar que o termo de
consentimento livre e esclarecido
seja compreensível e esteja em
linguagem leiga
▪ Assegurar que o consentimento
livre e esclarecido declare que o
consentimento em participar de
um estudo pode ser retirado a
qualquer momento
▪ Ajudar a comunidade a entender
todos os aspectos do
consentimento livre e esclarecido
▪ Assegurar que os termos de
consentimento livre e esclarecido
reflitam os riscos e benefícios da
participação
▪ Considerar traduzir os termos de
consentimento livre e esclarecido no
idioma/linguagem local dos
participantes do estudo e
retrotraduzir para o inglês para
assegurar que as informações sejam
precisas
▪ Enviar o termo consentimento livre e
esclarecido para o CAB de modo a
garantir linguagem clara e
compreensível
▪ Enviar todas as versões do
documento para os órgãos
regulatórios e éticos locais (ou seja,
Conselho de Revisão Institucional ou
IRB) e implementar somente
mediante aprovação
Materiais
educacionais
▪ Contribuir para o material
educacional pela identificação de
lacunas em materiais existentes e
sugestão dos tópicos necessários
para a educação comunitária
▪ Providenciar material educacional
adequado, relevante e
culturalmente adequado em tantos
idiomas locais quanto possíveis
▪ Receber atualizações/treinamento
da comunidade sobre suas normas e
sistemas para lidar com problemas e
necessidades de saúde; usar as
informações para ajudar a orientar a
implementação e condução do
estudo
2.2 CAB da rede, rede de pesquisa e NIAID
26
Função Responsabilidades do CAB
da rede/global
Responsabilidades do
CAB da rede/global
Responsabilidades do
NIAID
Participar de
comitês
científicos
▪ Trazer a perspectiva
comunitária para todas
as discussões; trazer
informações para o CAB
da rede sobre
considerações do comitê
científico
▪ Identificar membros do
CAB como parte das
equipes do protocolo
▪ Buscar as opiniões de
membros do CAB e
considerar suas
sugestões
▪ Incentivar as redes a
incorporar as opiniões
da comunidade às
atividades de pesquisa
e/ou da rede/centro
▪ Avaliar as redes quanto
ao envolvimento
comunitário
Participar de
equipes do
protocolo
▪ Ajudar a equipe do
protocolo a considerar
questões de viabilidade
e participantes ao
definir critérios de
inclusão, exclusão,
cronograma de
avaliações, etc.
▪ Assegurar a
representação e
participação do CAB na
equipe do protocolo
▪ Levar as preocupações
do CAB em
consideração assim que
o protocolo for
desenvolvido, p. ex.,
critérios de
inclusão/exclusão,
procedimentos do
estudo, tamanho da
amostra, recrutamento,
coleta e gestão de
dados e
armazenamento de
amostras
▪ Avaliar as redes quanto
ao envolvimento
comunitário/
3. Treinamento
Deve-se tornar os materiais educacionais sobre o estudo e produtos do estudo acessíveis a participantes
potenciais e à comunidade. Os materiais devem de fácil compreensão e estar nos idiomas mais usados
na comunidade em que a pesquisa estiver sendo conduzida.
4. Indicadores de sucesso
Independentemente de estar trabalhando em âmbito de centro de estudo ou de rede, os membros do
CAB devem documentar sua contribuição, destacando formas nas quais os protocolos foram
modificados para abordar suas preocupações ou ideias. Os exemplos podem incluir:
27
▪ a linguagem do consentimento livre e esclarecido foi simplificada em linguagem leiga mais
adequada;
▪ o desenho do estudo foi revisado para se tornar mais aceitável na comunidade (especificar que
mudanças foram feitas, p. ex., número de testes ou visitas do estudo necessárias) e
▪ as exigências de elegibilidade para o estudo foram alteradas.
Indicadores de sucesso em âmbito de centro local:
▪ reuniões do CAB realizadas para revisar o desenho do protocolo;
▪ dependendo do tamanho e da natureza do estudo, revisão dos materiais de comunicação do
CAB para anunciar o estudo e/ou promover a participação no estudo e
▪ revisão dos termos de consentimento livre e esclarecido pelo CAB.
Indicadores de sucesso em âmbito de rede:
▪ participação de membro(s) do CAB nas equipes do protocolo e em comitês científicos.
Implementação do estudo de pesquisa
1. Introdução
Uma vez que um estudo de pesquisa tenha recebido aprovação regulatória, a implementação pode ter
início. Durante toda a implementação do estudo, os pesquisadores e representantes comunitários
continuam a trabalhar em conjunto, trocando opiniões (p. ex., abordando novas perguntas ou
preocupações surgidas, ou analisando a situação de inclusão no estudo) e assegurando que ele esteja
sendo implementado conforme planejado (p. ex., de acordo com os padrões regulatórios e éticos locais
e nacionais). 2 O treinamento para a liderança da rede e a equipe de pesquisa sobre como envolver
efetivamente a comunidade no processo de pesquisa deve ser contínuo.
2. Funções e responsabilidades
2.1 CAB do centro e equipe de pesquisa
2 A DAIDS fornece monitores de centros de estudo, independentes do centro e da comunidade, que
revisam regularmente os registros do centro para assegurar que os mais altos padrões científicos,
regulatórios e éticos estejam sendo satisfeitos durante toda a implementação e condução do estudo.
28
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Informar
▪ Ficar informado sobre o estudo de
pesquisa, inclusive por que motivo o
estudo está sendo realizado, os produtos
que estão sendo testados, o desenho do
estudo e o plano de implementação
▪ Divulgar informações à comunidade mais
ampla e a outros interessados, conforme
adequado
▪ Assegurar que todas as informações
do estudo foram prestadas aos
representantes comunitários,
incluindo cronogramas para a
implementação do estudo
▪ Informar os representantes
comunitários sobre o estudo de
pesquisa, incluindo os riscos e
benefícios de participar dele e o
processo de consentimento livre e
esclarecido
Instruir
▪ Compartilhar informações e instruir a
comunidade sobre o valor da pesquisa
▪ Desenvolver uma ferramenta (p. ex., uma
caixa de sugestões) para divulgar
mensalmente aos pesquisadores as
opiniões em relação ao impacto do
estudo na comunidade
▪ Aconselhar pesquisadores e equipes de
pesquisa sobre como melhorar o alcance
à população-alvo
▪ Identificar e facilitar as vias de
comunicação com população(ões)-alvo de
centro(s) local(ais)
▪ Tomar conhecimento dos mitos e
concepções errôneas em relação ao
estudo clínico e relatar à equipe de
pesquisa
▪ Aprender sobre comitês de
monitoramento do estudo (CMEs) e
conselhos de monitoramento de dados e
segurança (CMDS)
▪ Ajudar a instruir a comunidade sobre a
função/importância das recomendações
dos IRBs e CMDS
▪ Proporcionar ao CAB métodos de
treinamento sobre pesquisa,
sistemas éticos e regulatórios locais
e funções e responsabilidades da
comunidade em estudos clínicos
▪ Atualizar os representantes
comunitários sobre o progresso
feito no estudo em andamento,
incluindo estudos no centro local e
outros estudos relevantes
▪ Atualizar a comunidade sobre
preocupações suscitadas por
participantes e quaisquer alterações
resultantes nos procedimentos do
estudo
29
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Defender
▪ Assegurar que as preocupações sejam
tratadas de forma adequada, incluindo
quaisquer problemas com o processo de
consentimento livre e esclarecido
▪ Discutir problemas de acumulação e
retenção com representantes
comunitários
▪ Considerar quaisquer informações e
percepções fornecidas por
representantes comunitários sobre
como alcançar populações-alvo
locais e para tratar possíveis
problemas de recrutamento e
retenção
▪ Identificar barreiras à acumulação e
retenção e compartilhar
informações com as equipes do
protocolo
Supervisão
▪ Manter-se a par do progresso do estudo,
da inclusão de participantes e de
relatórios parciais do CMDS
▪ Compartilhar informações com outros na
comunidade, conforme pertinente
▪ Relatar progresso do estudo e
problemas imprevistos ao IRB e à
equipe do protocolo
▪ Compartilhar o progresso do
estudo, a inclusão de participantes e
relatórios do CMDS com o CAB
2.2 CAB da rede, rede de pesquisa e NIAID
30
Função Responsabilidades do CAB
da rede
Responsabilidades da
liderança da rede
Responsabilidades do
NIAID
Supervisão
▪ Manter-se a par do
progresso do estudo, da
inclusão de participantes
e de relatórios parciais
do CMDS
▪ Discutir quaisquer
desafios surgidos com
o estudo, como
problemas de inclusão,
e como eles devem ser
tratados
▪ Analisar todos os
relatórios de segurança
▪ Apoiar as atividades de
monitoramento do
centro de estudo para
garantir a segurança de
participantes e a
condução do estudo de
forma ética
▪ Apoiar os CMDSs
independentes que
conduzem análises de
dados regularmente
programadas para
assegurar a segurança
de participantes e a
viabilidade do estudo
3. Treinamento
O ideal é que haja um treinamento estruturado para membros do CAB antes e durante a implementação
do estudo, incluindo treinamento de ética, a função dos CABs, em Recomendações para o engajamento
da comunidade e BPP. O treinamento para a liderança da rede e a equipe de pesquisa sobre como
envolver efetivamente a comunidade no processo de pesquisa e sobre as BPP deve ser contínuo.
4. Indicadores de sucesso
▪ Reunião(ões) do CAB realizada(s) com a comunidade para discutir o desenho, elegibilidade e
implementação do estudo
▪ Número de sessões de alcance e educação conduzido pelos pesquisadores
Comunicação dos resultados da pesquisa
1. Introdução
31
Os membros do CAB desempenham uma função essencial em assegurar que os resultados da pesquisa
cheguem a todos os membros da comunidade, sobretudo aqueles que serão mais diretamente afetados.
Cada centro deve desenvolver um plano de comunicações que inclua a forma como os resultados do
estudo serão divulgados. O CAB pode desempenhar um papel ativo nessas comunicações ajudando a
providenciar o idioma correto e aconselhar sobre os canais de comunicação oportunos e adequados.
2. Funções e responsabilidades
2.1 CAB do centro e equipe de pesquisa
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Reunir
informações
▪ Participar de atualizações de
pesquisas; conhecer o impacto
potencial dos resultados do estudo
▪ Atualizar representantes
comunitários sobre o estudo de
pesquisa e o impacto potencial dos
resultados do estudo
▪ Incorporar a contribuição da
comunidade ao plano de
comunicações
Divulgação de
informações
▪ Fornecer comentários à comunidade
mais ampla sobre:
o por que o estudo foi conduzido;
o achados do estudo;
o mensagens fundamentais e
o impacto nos cuidados clínicos
e/ou nas estratégias de
prevenção e pesquisas futuras.
▪ Trabalhar com a CTU/CRS, conforme
adequado, para divulgar informações
via boletins, rádio ou outros meios de
comunicação
▪ Difundir informações sobre o
progresso/achados da pesquisa ao
CAB e outros na comunidade em um
fórum que permita perguntas e
respostas que abordem:
o resultados efetivos e impacto nos
cuidados clínicos;
o se serão necessários estudos
adicionais para lidar com
perguntas específicas que não
foram respondidas por este
estudo;
o se o produto não é seguro nem
eficaz e, portanto, não deve
continuar a ser estudado;
o implicações dos resultados para
outras populações, como
crianças, adolescentes, gestantes
ou homens que praticam sexo
com homens e
o próximas etapas.
32
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de
pesquisa
Consultar
▪ Consultar os principais interessados
sobre públicos-alvo específicos a
alcançar com resultados, como criar
o melhor vínculo com populações-
alvo locais e como repassar melhor
as informações sobre os resultados
de estudos clínicos
▪ Analisar os materiais de
comunicação para garantir que
estejam redigidos em linguagem
leiga clara, compreensível e/ou que
sejam traduzidos conforme
necessário
▪ Buscar a contribuição dos CABs sobre
mensagens principais para garantir
que sejam fáceis de entender pelo
público leigo e utilizar os membros do
CAB para repassar as mensagens
principais
Defender
▪ Solicitar informações que ajudarão
os membros do CAB a entender os
resultados do estudo para que
possam informar/discutir com
outros na comunidade e atuar em
prol de pesquisas adicionais ou
alterações na política, conforme
adequado
▪ Descrever os problemas
fundamentais para a conscientização
da comunidade e considerações sobre
política
▪ Trabalhar com a liderança da rede e a
DAIDS/NIAID para facilitar a liberação
e divulgação oportunas de achados
do estudo
2.2 CAB da rede, rede de pesquisa e NIAID
Função Responsabilidades do
CAB da rede
Responsabilidades da
liderança da rede
Responsabilidades do
NIAID
Informar
outras redes
▪ Informar/instruir os
Community Partners
sobre achados de
pesquisa
▪ Informar outras redes
dos resultados de
pesquisas
▪ Planejar o possível
encerramento precoce
do estudo devido a
resultados parciais
favoráveis, danos,
eficácia ou falta de
viabilidade
▪ Informar
colaboradores,
parceiros, agências
governamentais
relevantes, ministérios
da saúde internacionais
33
e outros interessados
principais dos
resultados do estudo
Compartilhar
informações
▪ Trabalhar com
educadores
comunitários e/ou
equipes da rede para
revisar os materiais de
comunicação para
adequação à
comunidade
▪ Com equipes da rede,
identificar/desenvolver
outros mecanismos de
divulgação de
informações (fóruns,
workshops, editoriais de
opinião)
▪ Desenvolver materiais
de comunicações
adequados para
divulgar os achados
▪ Publicar materiais de
comunicações
adequados em sites
específicos das redes
▪ Enviar cartas a médicos
participantes do estudo
se indicado pelos
resultados
▪ Desenvolver materiais
de comunicação
(comunicados de
imprensa, perguntas e
respostas) para
compartilhar com
meios de comunicação
e outros de forma a
difundir amplamente as
informações
▪ Publicar materiais
sobre os sites do NIAID
3. Treinamento
O treinamento de habilidades de comunicação (p. ex., habilidades de ouvir, comunicações verbais e não
verbais) pode ser adequado tanto para CABs da rede como de centros de estudo, bem como para
equipes de contato com a comunidade. A profundidade e a natureza dos treinamentos podem variar
dependendo das aptidões e responsabilidades dos membros em cada nível do empreendimento da rede
4. Indicadores de sucesso
As equipes dos centros e das redes são incentivadas a documentar os métodos usados para divulgar os
resultados da pesquisa para comunidades-alvo específicas e a comunidade em geral. Isso não somente
facilitará a avaliação, mas ajudará na documentação de diversas abordagens/atividades que poderão ser
depois compartilhadas com outros centros e redes.
Os critérios de avaliação específica podem incluir:
▪ reuniões do CAB realizadas com pesquisadores e equipes de pesquisa para discutir os resultados
da pesquisa; e
▪ cobertura de resultados da pesquisa na imprensa local, boletins e/ou mídia discutindo os
resultados da pesquisa.
4.1 Lista de verificação de comunicação dos resultados da pesquisa
34
As redes e centros devem desenvolver um plano de comunicações e uma lista de interessados (com
informações de contato). Os possíveis itens de ação incluem:
Desenvolver um plano de comunicação
Desenvolver uma lista de interessados para assegurar a ampla divulgação de informações
O CAB e a equipe de pesquisa se reúnem para discutir estudos em andamento e cronogramas
para a conclusão de estudos
Identificar comunidades-alvo
Planejar reunião para discutir resultados de pesquisas
Formular plano para divulgar informações direcionadas (p. ex., fóruns comunitários, folhetos)
Agendar teleconferência/reunião com o CAB e a equipe de pesquisa para revisar os resultados e
mensagens principais
Desenvolver materiais para participantes do estudo clínico
Desenvolver materiais para a mídia (p. ex., comunicado de imprensa, perguntas e respostas,
conteúdo da internet, tópicos de conversa)
Desenvolver materiais específicos à comunidade (lidar com necessidades de idioma local)
Identificar e entrar em contato com meios de comunicação específicos
Estabelecer contato com os seguintes públicos-alvo:
Agências governamentais relevantes (p. ex., regulatórias, ministérios da saúde)
Parceiros colaboradores
Interessados da comunidade (organizações de HIV/AIDS nacionais, grupos de defesa,
organizações de serviços de AIDS e comunitárias)
35
Fechamento de centros
1. Introdução
O fechamento de centros tem enorme impacto nas comunidades em que a pesquisa está sendo
conduzida e deve-se dar atenção especial à forma como esta informação é repassada às comunidades. A
comunicação transparente é essencial e deve ser realizada continuamente com a comunidade.
2. Funções e responsabilidades
2.1 CAB do centro e equipe de pesquisa
36
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de pesquisa
Divulgação
de informações
▪ Participar de atualizações sobre o
fechamento de centros; fornecer
comentários quanto a quais e como as
informações podem ser divulgadas às
comunidades e interessados
▪ Trabalhar com equipes de pesquisa para
identificar os diversos métodos de
comunicação social e culturalmente
adequados a serem usados para CABs e
outros públicos específicos (reuniões ou
eventos locais)
▪ Discutir com a equipe de pesquisa um
cronograma para a descontinuação
gradual do estudo e do CAB
▪ Discutir com a equipe de pesquisa a
frequência de reuniões do CAB e apoio
do CAB
▪ Atualizar os representantes comunitários
sobre o fechamento do centro e o
impacto potencial em participantes do
estudo e na comunidade
▪ Desenvolver mensagens essenciais a
serem comunicadas sobre o fechamento
do centro
▪ Incorporar a contribuição da comunidade
ao plano de comunicações Identificar
membros do CAB que ajudem a
transmitir e/ou facilitar as comunicações
para a comunidade mais ampla
▪ Discutir a frequência de envio de
mensagens
▪ Discutir a cadeia de comunicação dentro
da equipe de pesquisa, dos CABs e
interessados
▪ Discutir procedimentos para prever,
monitorar e lidar com preocupações da
comunidade relacionadas ao fechamento
do centro
▪ Discutir procedimentos para manter os
participantes informados dos resultados
do estudo após o fechamento do centro
▪ Discutir a frequência de reuniões do CAB
com o CAB e apoio do CAB
▪ Fornecer ao CAB um cronograma para a
descontinuação gradual do estudo e do
CAB
▪ Discutir as comunicações em andamento
com o CAB se os participantes
permanecerem no estudo após
fechamento do centro por toda a duração
do estudo
▪ Discutir as comunicações em andamento
com a comunidade após a
descontinuação do centro para que este
permaneça em boa situação na
comunidade a ajude assegurar o futuro
apoio e confiança da comunidade
37
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de pesquisa
Divulgação de
informações
▪ Fornecer comentários à comunidade mais
ampla sobre:
o por que o centro está fechando;
o o impacto para os participantes e
para a comunidade e
o impacto nos cuidados clínicos e/ou
nas estratégias de prevenção e
pesquisas futuras.
o divulgação dos resultados do
estudo.
▪ Identificar membros do CAB que ajudem
a transmitir e/ou facilitar as
comunicações para a comunidade mais
ampla
▪ Trabalhar com a equipe de pesquisa para
divulgar informações via boletins, rádio
ou outros meios de comunicação
▪ Expressar gratidão sincera pelo tempo,
compromisso e energia dos participantes
e membros do CAB
▪ Fornecer informações claras e precisas
sobre os estudos que continuarão,
cronograma de encaminhamento de
pacientes, reuniões e comunicações
futuras do CAB
▪ Explicar os motivos para o fechamento do
centro ao CAB e a outros na comunidade
em um fórum que permita perguntas e
respostas que lidem com:
o o impacto para os participantes e
para a comunidade;
o o mecanismo de comunicação para
atualizações referentes ao
fechamento do centro;
o o mecanismo de comunicação para
lidar com preocupações da
comunidade relacionadas ao
fechamento do centro;
o procedimentos para manter os
participantes informados dos
resultados do estudo clínico após o
fechamento do centro e
o próximas etapas.
Consultar
▪ consultar os principais interessados
sobre públicos-alvo específicos com
referência ao fechamento do centro,
como criar o melhor vínculo com
populações-alvo locais e como repassar
melhor as informações sobre o
fechamento do centro.
▪ Assegurar que os materiais de
comunicação sejam redigidos em
linguagem leiga clara, compreensível
e/ou que sejam traduzidos conforme
necessário
▪ Assegurar que os membros do CAB
revisem as mensagens principais para
garantir que sejam fáceis de entender
pelo público leigo e utilizar os membros
do CAB para repassar as mensagens
principais
38
Função Responsabilidades do CAB do centro Responsabilidades da equipe de pesquisa
Defender
▪ Assegurar que os membros do CAB
entendam o fechamento do centro para
que possam comunicar-se efetivamente
com a comunidade mais ampla
▪ Descrever os problemas fundamentais
para a conscientização da comunidade e
considerações sobre política
▪ Trabalhar com a liderança da rede e a
DAIDS para facilitar a liberação e
divulgação, em tempo hábil, de
informações sobre fechamento de
centros
39
2.2 CAB da rede, rede de pesquisa e NIAID
Função Responsabilidades do
CAB da rede
Responsabilidades da
liderança da rede
Responsabilidades do
NIAID
Compartilha
r
informações
▪ Informar/instruir os
Community Partners
sobre fechamentos
de centro
▪ Trabalhar com
educadores
comunitários e/ou
equipes da rede
para revisar os
materiais de
comunicação para
garantir adequação
à(s) população(ões)-
alvo
▪ Trabalhar com
equipes da rede
para
identificar/desenvol
ver outros
mecanismos de
divulgação de
informações como
fóruns, workshops,
editoriais de opinião
▪ Informar outras redes
sobre fechamento de
centros
▪ Desenvolver materiais
de comunicação
adequados para divulgar
informações sobre
fechamento de centros
▪ Publicar materiais de
comunicações
adequados em sites
específicos das redes
▪ Enviar cartas a clínicos e
participantes do estudo
se indicado
▪ Planejar a
possibilidade de
encerramento
precoce do estudo
clínico em
decorrência de
fechamento de
centros
▪ Informar
colaboradores,
parceiros, agências
governamentais
relevantes,
ministérios da saúde
internacionais e
outros interessados
principais do
fechamento de
centros
▪ Desenvolver
materiais de
comunicação
(comunicados de
imprensa, perguntas
e respostas) para
compartilhar com
meios de
comunicação e
outros de forma a
difundir
amplamente as
informações
▪ Publicar materiais
sobre os sites do
NIAID
40
Definição de prioridades científicas do CAB
A identificação das prioridades científicas do CAB da rede pode ajudar os membros do CAB a influenciar
que perguntas científicas sua rede abordará. Em nível inter-redes dos Community Partners, os
representantes participam do Grupo de Trabalho Estratégico (Strategic Working Group, SWG) que inclui
especialistas que aconselham o NIAID e a DAIDS além da liderança da rede. Esses representantes dos
Community Partners atuam como um recurso para esse grupo, fornecendo a perspectiva da
comunidade quanto à importância relativa de estudos e iniciativas propostos. Essa contribuição é
considerada quando forem tomadas decisões sobre quais estudos devem prosseguir e na definição da
pauta científica e como será implementada. Identificar as prioridades científicas do CAB da rede
proporciona uma base para representantes do CAB quando forem indagados se apoiam ou se opõem
aos estudos ou iniciativas propostas que estão sendo discutidos.
Especificamente, o valor de identificar as prioridades de CABs de redes é que elas possibilitam ao CAB da
rede e aos Community Partners:
▪ articular claramente para a DAIDS, a liderança da rede e os investigadores da rede as áreas de
pesquisa potencial de importância para a comunidade e
▪ identificar lacunas na carteira de pesquisas existentes em relação às necessidades comunitárias
percebidas.
Processo de identificação de prioridades científicas:
Uma abordagem potencial para a identificação de prioridades científicas está descrita abaixo.
▪ Distribuir uma visão geral do plano de pesquisa da rede para assegurar que os membros do CAB
tenham entendimento claro do escopo da pesquisa da rede, incluindo estudos atuais e
planejados
▪ Explorar o plano de pesquisa atual com membros do CAB, lidando com suas perguntas ou
preocupações; essas sugestões e preocupações ajudarão a identificar lacunas potenciais na
pesquisa
▪ Envolver membros do CAB local e da rede na identificação de problemas e lacunas potenciais na
pesquisa que possam influenciar prioridades
▪ Determinar quais problemas comunitários e/ou lacunas na pesquisa devem ter prioridade
máxima
▪ Assegurar que a liderança da rede receba e entenda as prioridades científicas da comunidade
▪ Compartilhar prioridades da rede com os Community Partners
41
▪ Os Community Partners poderão então definir prioridades levando em consideração todas as
prioridades do CAB da rede
Para facilitar a capacidade do CAB de definir prioridades, os pesquisadores e equipes de pesquisa
devem:
▪ apresentar informações de pesquisas atuais em formato e linguagem acessíveis a um público da
comunidade e facilmente compartilháveis e
▪ reconhecer e levar em consideração as prioridades científicas do CAB da rede para a tomada de
decisão.
Considerações para o desenvolvimento de prioridades de pesquisa:
As questões a seguir podem ser consideradas ao tentar estabelecer prioridades de pesquisa:
▪ Impacto potencial conforme medido pelo tamanho da população-alvo que se beneficiaria
potencialmente da intervenção terapêutica ou preventiva
▪ Probabilidade de alcançar o impacto potencial, incluindo poder de convencimento dos dados
de prova de conceito referentes à probabilidade de a droga, estratégia de tratamento ou
intervenção biológica/comportamental impactar efetivamente a população-alvo de pacientes ou
a via de transmissão
▪ Viabilidade, acessibilidade e praticidade da implementação/uso amplamente disseminado da
intervenção para que o efeito favorável potencial seja atingido
▪ Robustez da proposta científica, incluindo disponibilidade de apoiar evidências de estudos
anteriores
▪ Eficiência da proposta de pesquisa para que várias perguntas possam ser respondidas em um só
estudo clínico
▪ Consistência com pontos fortes da rede, competências centrais e missão, incluindo a
singularidade dos recursos do centro e recursos científicos da rede para o desenho, condução e
análise do estudo clínico
▪ Probabilidade de a pergunta científica ser abordada em outra parte, seja por indústrias
farmacêuticas, organizações não governamentais (ONGs) bem financiadas ou outras redes de
estudos clínicos patrocinados pelo governo
▪ Oportunidade ou urgência da proposta de pesquisa; por exemplo, às vezes uma questão de
menor prioridade deve ser analisada para lidar com uma prioridade mais importante
42
PARTE III. ANEXO
GLOSSÁRIO
Grupo de Estudos Clínicos da AIDS (AIDS Clinical Trial Group, ACTG): o ACTG apoia a maior rede de
investigadores clínicos e translacionais especialistas e unidades de estudos clínicos terapêuticos do
mundo. Ele desempenha um papel fundamental na definição de padrões de tratamento para infecção
pelo HIV e infecções concomitantes relacionadas, incluindo tuberculose e infecção por hepatite viral.
Coalizão em Defesa da Vacina contra a AIDS (Adult Vaccine Access Coalition, AVAC): a AVAC é uma
organização de defesa global que utiliza educação, análise de políticas, mobilização comunitária e uma
rede de colaborações mundiais para acelerar o desenvolvimento ético e a entrega global de opções de
prevenção biomédicas contra o HIV.
Centro de pesquisa clínica (Clinical Research Site, CRS): o CRS ou centro pode estar afiliado a uma ou
mais unidades de estudos clínicos e pode conduzir estudos clínicos associados ao plano de pesquisa
clínica de uma ou mais redes.
Unidade de estudos clínicos (Clinical Trials Unit, CTU): a CTU é uma entidade de pesquisa que
compreende um componente administrativo e um ou mais centros de pesquisa clínica. A CTU é membro
de uma ou mais redes de estudos clínicos.
Conselho Consultivo Comunitário (Community Advisory Board, CAB): o CAB é formado por um grupo
de membros comunitários que representam a(s) população(ões) local(ais) afetadas pelo HIV/AIDS e atua
em estreita colaboração com pesquisadores e equipes. O NIH apoia CABs que trabalham em âmbito de
rede global (CAB de rede) e em nível de centro.
Community Partners (CP): um grupo comunitário que trabalha em redes de pesquisa do HIV/AIDS
financiadas pelo NIH para melhorar a contribuição comunitária em todos os níveis do empreendimento
de pesquisa pela identificação e desenvolvimento de programas e materiais para atender às
necessidades de treinamento, participação de membros comunitários de ambientes com recursos
limitados e populações vulneráveis, e para lidar com os desafios à participação em estudos clínicos.
Conceito: a ideia geral de um estudo de pesquisa. Ele é normalmente gerado em decorrência de
achados de pesquisas anteriores, prática e observação clínicas preexistentes ou de
necessidades/preocupações de saúde pública existentes de uma comunidade/sociedade.
Comitê de monitoramento de dados e segurança (CMDS): um painel independente de especialistas
estabelecido pelo NIAID e encarregado da responsabilidade de monitorar o progresso de estudos
clínicos, a segurança de participantes, e a eficácia de tratamentos ou métodos de prevenção que estão
sendo testados. Um CMDS faz recomendações ao NIAID e outros patrocinadores de estudos com
referência à continuação, encerramento ou modificação de cada estudo com base nos efeitos benéficos
ou adversos observados da intervenção que está sendo estudada. Os CMDS são financiados pelo NIAID
separadamente das redes de pesquisa.
Divisão da AIDS (Division of AIDS, DAIDS): a divisão dentro do NIAID que tem a responsabilidade
principal pela pesquisa terapêutica e preventiva clínica e básica sobre o HIV/AIDS dentro dos Institutos
Nacionais de Saúde dos EUA.
43
Boas práticas clínicas (BPC): um padrão internacional estabelecido para orientar o desenho, condução,
desempenho, monitoramento, auditoria, registro, análise e relatórios de estudos clínicos. Elas são
projetadas para proporcionar garantia de que os dados e resultados relatados são confiáveis e precisos e
que os direitos, a integridade e a confidencialidade dos sujeitos do estudo estão protegidos.
Boas práticas participativas (BPP): as diretrizes de boas práticas participativas para estudos biomédicos
de prevenção do HIV destinam-se a proporcionar orientação sistemática sobre as funções e
responsabilidades dos patrocinadores de estudos clínicos e implementadores de estudos clínicos
voltadas aos participantes e suas comunidades. As BPP identificam princípios centrais, problemas
essenciais e elementos mínimos de como os interessados devem planejar, conduzir e avaliar o
engajamento comunitário nos estudos biomédicos de prevenção do HIV.
Rede de Estudos Clínicos para a Prevenção do HIV (HIV Prevention Trials Network, HPTN): a HPTN é
uma rede colaborativa internacional de estudos clínicos cuja missão é descobrir e desenvolver
estratégias de pesquisa novas e inovadoras para reduzir a aquisição e transmissão do HIV.
Rede de Estudos Clínicos de Vacinas contra o HIV (HIV Vaccine Trials Network, HVTN): a HVTN é uma
colaboração internacional de cientistas e educadores que pesquisam uma vacina e segura e eficaz
contra o HIV. Ela conduz todas as fases de estudos clínicos, desde a avaliação de vacinas experimentais
quanto à segurança e capacidade de estimular respostas imunes até testes de eficácia das vacinas.
Grupo de Estudos Clínicos Internacionais da AIDS em Pacientes Maternos, Pediátricos e Adolescentes
(International Maternal Pediatric Adolescent AIDS Clinical Trials, IMPAACT): o IMPAACT desenvolve e
avalia abordagens seguras e eficazes para interromper a transmissão do HIV de mãe para filho; ele avalia
tratamentos para crianças, adolescentes e gestantes infectados pelo HIV, incluindo a prevenção e
tratamento de infecções concomitantes; e avalia vacinas para a prevenção da transmissão do HIV
para/entre adolescentes.
Consentimento livre e esclarecido: um processo pelo qual um participante confirma voluntariamente
sua disposição em participar de um estudo específico após ter sido informado de todos os aspectos do
estudo que o pesquisador considera relevantes para a decisão do participante de participar.
Rede de Estudos Clínicos de Microbicidas (Microbicide Trials Network, MTN): a MTN é uma rede
colaborativa mundial de estudos clínicos que avalia a segurança e eficácia de microbiocidas vaginais e
retais destinados a prevenir a transmissão do HIV. Ela realiza sua missão por intermédio de uma sólida
rede de cientistas e investigadores especializados de centros de estudos nacionais e internacionais.
Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (National Institute of Allergy and Infectious
Diseases, NIAID): o NIAID, um componente do Departamento de Saúde e Assistência Social dos EUA,
Institutos Nacionais de Saúde, realiza e apoia pesquisa básica e aplicada para melhor compreender,
tratar e, em última instância, prevenir doenças infecciosas, imunológicas e alérgicas.
Rede: uma cooperativa de instituições que conduzem estudos clínicos sob uma pauta de pesquisa
comum, incluindo um Centro de operações ESSENCIAIS, Centro de estatística e gestão de dados
(Statistical and Data Management Center, SDMC), Laboratório da rede, e as Unidades de estudos clínicos
e Centros de pesquisa clínica.
Protocolo: um documento descritivo que apresenta uma sinopse da ciência que embasa o estudo,
detalhes dos objetivos científicos e descreve os métodos para concretizar esses objetivos.