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VERDADE MATERIAL, PRECLUSÃO E OS LIMITES PARA APRESENTAÇÃO DE PROVAS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO Fabiana Del Padre Tomé Doutora em Direito Tributário PUC/SP Professora da PUC/SP e IBET. Advogada. Autora do livro “A Prova no Direito Tributário” Recife, 1º/06/2017

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VERDADE MATERIAL, PRECLUSÃO E OS LIMITES PARA

APRESENTAÇÃO DE PROVAS NO

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

Fabiana Del Padre Tomé

Doutora em Direito Tributário – PUC/SP Professora da PUC/SP e IBET. Advogada.

Autora do livro “A Prova no Direito Tributário”

Recife, 1º/06/2017

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Verdade Material vs. Verdade Formal?

A verdade raras vezes é pura e nunca é simples. OscarWilde

A verdade nunca é pura ou simples.

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CREDULIDADE OU INCREDULIDADE:

as posturas sobre o mundo

A fé poética é uma voluntária suspensão da incredulidade.

Jorge Luiz Borges

Quando se trata de convicções verdadeiras sobre acontecimentos,

a abordagem incrédula é mais racional.

Michele Taruffo

FANTASIA

CONVICÇÃO

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AS NARRATIVAS PROCESSUAIS

A incredulidade é a premissa do ônus da prova.

Uma narrativa (story-telling) pressupõe somente possibilidade.

Complexidade da narrativa processual: várias histórias são construídas e contadas por sujeitos diferentes, de pontos de vista e em modos diferentes.

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Funções do ônus da prova

DUPLA FUNÇÃO DO ÔNUS DA PROVA

REGRA DE CONDUTA PARA AS PARTES

REGRA DE JULGAMENTO

Ordálias/duelos Estática Dinâmica

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FATO FATO PROVA FATO SOCIAL ALEGADO JURÍDICO

TRIBUTÁRIO

PROCESSO JURÍDICO

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Ônus/dever da prova

• A prova dos fatos constitutivos cabe a quem pretenda o nascimento da relação jurídica, enquanto a dos extintivos, impeditivos ou modificativos compete a quem os alega.

[Fal . (E1 . E2 . E3 . ... En)] Fjt

• Fjt é o fato jurídico tributário constituído em razão daquelas

provas.

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Lançamento tributário

Ato de aplicação

Regra-matriz de incidência tributária

Provas

“DEVER” da prova pela Administração

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Impugnação

Fase contenciosa

Sequência de atos processuais

Novas provas? A qualquer

momento?

Controle de legalidade do lançamento tributário

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O devido processo legal

• Art. 5º, LV, da Constituição de 1988:

“Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.

• A prova pode ser apresentada a qualquer momento?

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Lei 10.654/91 e alterações

Art. 14. Os prazos serão de: I – 30 (trinta) dias para apresentação de defesa e de pedido de revisão dos lançamentos relativos à Notificação de Débito e à Notificação de Débito sem Penalidade; (Lei 12.970/2005) II - 15 (quinze) dias para: (Lei 10.763/92) a) interposição de recurso; (Lei 10.763/92) b) REVOGADO; (Lei 12.149/2001) c) informações fiscais em processos de ofício; (Lei 10.763/92) III - 10 (dez) dias para: (Lei 10.763/92) a) atendimento de diligências; (Lei 10.763/92) b) realização de perícias; (Lei 10.763/92) IV - 05 (cinco) dias para; (Lei 10.763/92) a) pedido de vista; (Lei 10.763/92) b) outras hipóteses, cujos prazos não estejam determinados nesta Lei. (Lei 10.763/92) Parágrafo único. O termo inicial para contagem do prazo de impugnação será a data da ciência, nos termos do artigo 19.

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Prazos para a apresentação de provas

• A produção probatória não pode se prolongar indefinidamente no tempo.

• Tempo da prova: impugnação administrativa.

• Exceções:

• Prova de fatos supervenientes

• Contraprova em relação a novo fato alegado

• Motivo de força maior

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Lei 10.654/91 e alterações

• Art. 15. A autoridade julgadora a quem estiver submetido o processo poderá, por meio de despacho fundamentado, publicado no Diário Oficial do Estado, prorrogar ou reabrir prazos, atendendo a MOTIVO DE ALTA RELEVÂNCIA, causa fortuita, força maior ou de elemento cerceador do direito de defesa, devidamente comprovados.

• § 1º A prorrogação será concedida, por igual período e uma única vez, quando comprovado o motivo de alta relevância e for requerida dentro do prazo a ser prorrogado.

• § 2º A reabertura dependerá da comprovação dos motivos de que trata o “caput”, e será concedida, por igual período, desde que haja sido requerida dentro de 08 (oito) dias, contados a partir da cessação da causa que tenha motivado o pedido.

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O processo administrativo fiscal é:

- 1) Garantia de defesa para o contribuinte

e

- 2) Garantia de aplicação da lei para o Ente Tributante

Objetivo: verificação do fato jurídico tributário para determinação da obrigação tributária

Necessária subsunção do fato à norma

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Lei 10.654/91 e alterações

• Art. 3º. Na instrução do processo administrativo-tributário, serão admitidos todos os meios de prova previstos em lei.

• Art. 4º A autoridade julgadora, na apreciação das provas, formará sua convicção segundo os princípios do livre convencimento em decisão fundamentada, consoante razões e argumentos técnicos e jurídicos.

• § 1º A autoridade julgadora determinará, “ex officio” ou atendendo a pedido da parte interessada, a realização de diligência e perícia que entender necessárias.

• § 2º As diligências e perícias serão determinadas ou deferidas mediante simples despacho nos autos, dispensada sua publicação no Diário Oficial do Estado.

• § 3º Na hipótese de determinação, “ex officio”, de perícia, a parte interessada será intimada para, no prazo previsto no artigo 14, III, formular questões e apresentar assistente técnico.

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Preclusão para apresentação de provas vs.

Dever de ofício de rever o ato

Apesar de:

• a apresentação de provas a qualquer momento não ser garantia do contribuinte;

• visto que a ampla defesa exige observância às prescrições legais.

Concluímos que:

• é dever da Administração Pública verificar a ocorrência do fato (art. 142, CTN);

• pois o julgador deve conduzir o processo, tomando providências para o conhecimento do fato.

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Do juízo de admissibilidade da prova ao juízo de convicção:

DO “PEDAÇO DE VIDRO” AO “MOSAICO”

• Momento 1: juízo de admissibilidade

Necessária fundamentação na hipótese de indeferimento

• Momento2: juízo de convicção

Fato juridicamente relevante

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Obrigada!

[email protected]

www.fabianadelpadretome.com.br