rebocos antigos: como...

56
REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR? Maria do Rosário Veiga ISEL Conservação, Reabilitação e Restauro de Revestimentos Tradicionais – da ciência à Obra. 9-11 OUTUBRO 2017

Upload: phamhuong

Post on 11-Feb-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

REBOCOS ANTIGOS: COMO

INTERVIR?

Maria do Rosário Veiga

ISEL Conservação, Reabilitação e Restauro

de Revestimentos Tradicionais – da

ciência à Obra.

9-11 OUTUBRO 2017

Page 2: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

ESTRUTURA

• Conhecer

• Identificar anomalias

• Intervir

LNEC | 2 Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 3: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

CONHECER

LNEC | 3 Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 4: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

4

Os rebocos fazem parte das paredes antigas.

As paredes de edifícios antigos (da antiguidade a meados do séc. XX): Variam com a época, a região, o tipo de edifício

Mas com características comuns:

função resistente

função de proteção em relação aos agentes climáticos e às ações externas em geral

materiais mais porosos e deformáveis que os usados atualmente

capacidades de resistência mecânica e de proteção asseguradas através da espessura

De: Binda et. al. 2003

PAREDES ANTIGAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 5: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

5

Convento da Graça,

Tavira, sécs. XVI-XVIII

Convento dos Inglesinhos,

Lisboa, séc. XVII

PAREDES ANTIGAS

Page 6: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

Aveiro, início

séc. XX Lisboa, início

séc. XX

Ljubljana

início séc. XX

Inglaterra, aldeia

medieval

GRANDE DIVERSIDADE DE REBOCOS

ANTIGOS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 7: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

Ruínas Romanas de Pisões Sé de Évora, fingidos de pedra,

GRANDE DIVERSIDADE DE REBOCOS

ANTIGOS

Igreja do Sacramento, Lisboa

Casa de habitação, Palmela

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 8: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

• Valor cultural

8

Argamassa Romana (opus

sugninum) (Mértola, Portugal) Reboco do séc. XVII, Cathedral

de Évora

VALORES A PRESERVAR

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 9: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

• Valor cultural

9

VALORES A PRESERVAR

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 10: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

Revestimentos de paredes – época romana (sécs. I a V d.c.) até às primeiras décadas do

séc. XX – cal aérea e areia.

• Predominante – Cal aérea calcítica

• Em algumas zonas (Alentejo, Coimbra…) – Cal aérea dolomítica.

• Areia variável com o local – siliciosa, incorporando pó e fragmentos de tijolo

(construções romanas), basalto (Lisboa e Açores) xisto (Alentejo), granito (Alentejo)

saibro (Ovar), calcário (Centro e Sul do País), e agregados vulcânicos e pozolanas

(Ilhas).

• Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão

• A partir do início do séc. XX – Ligante hidráulico

COMPOSIÇÃO

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 11: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

11

• Argamassas de cal aérea: Traços tradicionais variam entre 1:1 e

1:5 (cal aérea : areia)

Outros constituintes:

• Pó de tijolo, pozolanas naturais, cal dolomítica, fibras naturais,

adições diversas

• 1:3 (cal aérea : areia) é um traço eficiente se a areia tiver boa

granulometria

• Muitos fatores influem: tipo de cal, processo de apagamento,

tempo de maturação, tipo de agregados, modo de aplicação,

cura.

COMPOSIÇÃO

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 12: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

• Resistências à compressão: 0,3 a 7,1; predominante 1-4 MPa

• Coeficientes de capilaridade: 0,02 (argamassas com pó de tijolo e/ou pozolanas) a 6,2.;

predominante 0,1-3 kg/m2.min1/2.

• Valores mais altos de resistência à compressão – argamassas de edifícios importantes:

edifícios de carácter militar ou religioso, ricas em cal – importância do cuidado posto na

seleção dos constituintes e na execução.

CARACTERÍSTICAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 13: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

13

CAL AÉREA – Ligante aéreo

A cal aérea pode ser de origem cálcica ou dolomítica.

Obtida por calcinação, a temperaturas da ordem de 800 a 1000 ºC, de

rochas carbonatadas, constituídas predominantemente por carbonato

de cálcio (calcário) ou por carbonato de cálcio e magnésio (calcário

dolomítico)

Cal viva: CaCO3 + calor CaO + CO2

Hidratação: CaO + H2O Ca (OH)2 +calor

Endurecimento: Ca (OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O (entre

50% HR e 85% HR)

MATERIAIS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 14: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

MATERIAIS

LIGANTES HIDRÁULICOS (aluminatos e silicatos)

• Pozolanas naturais (produtos vulcânicos ricos em alumina e em

sílica amorfa reactiva) em combinação com cal

• Pó de tijolo e outras pozolanas artificiais (metacaulino, sílica-fumo,

cinzas volantes) em combinação com cal

• Cal hidráulica (margas ou misturas de calcário e argila – 1100-

1200ºC < 1450ºC C2S)

• Cimento (margas ou misturas de calcário e argila > 1450ºC

C3S)

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 15: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

15

Sistemas Multicamada: Camadas de regularização e proteção: Emboço; Reboco, Esboço

• argamassas de cal e areia, com adições minerais e

orgânicas, aplicadas em várias subcamadas

• com granulometria decrescente das camadas mais

internas para as mais externas

• com deformabilidade e porosidade crescentes das

camadas mais internas para as mais externas

TÉCNICA MULTICAMADA

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 16: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

16

Camadas de proteção, acabamento e decoração:

Barramento; Pintura mineral; Ornamentação

• barramentos: massas finas de pasta de cal aplicadas em

várias subcamadas, com grande importância para a

proteção do reboco

• coloração com pigmentos minerais ou com pintura

mineral

• ornamentação com stuccos, fingidos, grafitos, esgrafitos,

pinturas a seco ou a fresco

TÉCNICA MULTICAMADA

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 17: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

17

• Normalmente as camadas mais internas tinham granulometria mais grossa que as externas; desse modo, a deformabilidade e a porosidade iam aumentando do interior para o exterior, promovendo um bom comportamento às deformações estruturais e à água.

TÉCNICA MULTICAMADA

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 18: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

Fissuração em revestimentos

multicamada Fissuração em revestimentos

camada única

Revestimentos multicamada

• Menor fissuração

• Maior carbonatação

• Maior impermeabilização

TÉCNICA MULTICAMADA

Efeitos

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 19: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

IDENTIFICAR ANOMALIAS

LNEC | 19 Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 20: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

20

Anomalias nos revestimentos podem ser

manifestações de problemas estruturais

ANOMALIAS

Nesse caso resolver os problemas estruturais antes de tratar dos revestimentos

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 21: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

21

Anomalias (não-estruturais) mais frequentes em revestimentos antigos:

• Fissuração e roturas pontuais;

• Eflorescências e criptoflorescências;

• Destacamento por perda de aderência entre camadas ou ao suporte;

• Perda de coesão;

• Erosão;

• Colonização biológica;

• Manchas (sujidade, crosta negra, etc.).

• Algumas têm forte impacto visual e afetam a função estética e decorativa mas não afetam

muito as outras funções (Grupo I).

• Outras afetam várias funções mas são de reparação fácil (Grupo II).

• Outras ainda, além de afetarem as principais funções do revestimento e de porem em causa

a sua durabilidade, apresentam dificuldades de reparação: envolvem técnicas específicas de

restauro e produtos de atuação ainda pouco conhecida (Grupo III); têm causas difíceis de

controlar (Grupo IV).

ANOMALIAS NÃO-ESTRUTURAIS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 22: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

22

Crosta negra, colonização biológica, sujidade / Grupo I

Usar Técnicas de Conservação

Forte de N. Srª da Luz, Cascais, séc. XVII Edifício Principal do LNEC, Lisboa, 1956

ANOMALIAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 23: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

23

Fissuras, Lacunas / Grupo II

Usar Técnicas de Conservação

ANOMALIAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 24: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

24

Perda de coesão, perda de aderência/ Grupo III

Eflorescências / Grupo IV

Usar Técnicas de Conservação / Consolidação ou Reparação ou Renovação

com materiais compatíveis

ANOMALIAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 25: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

25

Edifício do

LNEC,

Lisboa,

1952

Degradação do suporte: como conservar o revestimento?

ANOMALIAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 26: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

ANOMALIAS DEVIDAS A SOLUÇÕES INCOMPATÍVEIS

• Soluções de revestimento incompatíveis originam novas anomalias, formas de

degradação mais rápida e profunda que as pré-existentes.

ANOMALIAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 27: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

ANOMALIAS

ANOMALIAS DEVIDAS A SOLUÇÕES INCOMPATÍVEIS

• Revestimentos mais impermeáveis, por exemplo com rebocos de cimento aumentam a

ascensão de água por capilaridade na alvenaria, degradando áreas cada vez mais extensas

de parede, com perda de coesão das argamassas de cal do reboco ou das juntas da

alvenaria e destacamento da tinta e do próprio reboco.

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 28: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

ANOMALIAS

ANOMALIAS DEVIDAS A SOLUÇÕES INCOMPATÍVEIS

• Rebocos mais rígidos não têm boa aderência ao suporte de alvenaria de cal, originando

empolamentos, fissuração e destacamento.

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 29: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

ANOMALIAS DEVIDAS A SOLUÇÕES INCOMPATÍVEIS

• As tintas poliméricas, mais impermeáveis à água, mas também ao vapor de água, que as

tintas antigas que eram de ligantes e pigmentos minerais (em geral cal e óxidos), tendem a

empolar e destacar, ao mesmo tempo que contribuem para reter a água no interior da

alvenaria, ou na interface reboco-alvenaria e reboco-tinta, degradando esses materiais.

ANOMALIAS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 30: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

INTERVIR

LNEC | 30 Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 31: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

CONSERVAÇÃO

• Máxima salvaguarda dos valores

culturais.

• Não remoção.

• Uso de técnicas especializadas de

restauro e materiais que podem ser de

nova geração.

• Optar sempre por materiais e técnicas

compatíveis.

31

ESTRATÉGIAS

REPARAÇÃO / RENOVAÇÃO

• Quando os valores culturais não são

elevados e é difícil, arriscado ou muito

caro usar técnicas de conservação.

• Uso de técnicas e materiais correntes

embora exigindo conhecimento

especializado.

• Optar sempre por soluções

compatíveis.

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 32: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Ações de conservação

Proteção: em relação à poluição, à água, aos sais, às variações térmicas e higrométricas,

aos atos de vandalismo e a outras solicitações. Condicionamento do acesso;

condicionamento do tráfego; utilização de toldos de proteção, etc.

Limpeza: ar sob baixa pressão; abrasivos suaves; água com baixa pressão; laser

Controlo da colonização biológica: aplicação de biocidas; limpeza; protecção contra

escorrimentos e infiltrações de água

Reparação localizada: colmatação de fissuras e de lacunas; correção de infiltrações de

água

Consolidação: restituição da coesão; restituição da aderência

Reintegração estética: tratamento estético para homogeneização textural e cromática

32

CONSERVAÇÃO

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 33: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

33

Grande variedade de soluções possíveis:

• Argamassas de cal aérea pura ou com adjuvantes

• Argamassas de cal aérea com adições

pozolânicas: pozolanas naturais, metacaulino,

cinzas volantes, sílica-fumo, diversos resíduos

industriais com propriedades pozolânicas (vidro

moído, resíduos da indústria cerâmica, resíduos de

argila expandida, etc.)

• Argamassas de cal hidráulica natural e cal aérea

• Argamassas de cal hidráulica natural

• Argamassas de cimento e cal aérea

• Argamassas pré-doseadas

• Argamassas de ligantes especiais

RENOVAÇÃO

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 34: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

34

Quer a conservação quer a reparação ou a renovação devem ser realizadas com

materiais compatíveis:

• Não degradar o existente

• Não descaracterizar o existente

COMPATIBILIDADE

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 35: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

35

Requisitos Rc e

Rf E C PVA R cdt

Materiais

(influência direta)

Co

mp

atib

ilda

de

Não introduzir

tensoes Baixo Baixo - - Baixo

Similar às

argamassa

s antigas e

ao suporte

Sem proporções

elevadas de

cimento

Não reter água

ni interior das

paredes

- - Médio Alto - - Sem hidrófugos

nem resinas

Não conduzir a

água através

dos materiais

antigos

- -

Similar ou

superior às

argamassa

s antigas

Alto - - Sem hidrófugos

nem resinas

Não introduzir

novos sais Alto Baixo - Sem cimento

Não afetar o

aspecto

estético

Sem cimento nem

resinas; agragados

semelhantes;

ligante semelhante

Requisitos de Compatibilidade

Rc – resistência à compressão; Rf – resistência à flexão; E – módulo de elasticidade;

PVA – permeabilidade ao vapor de água; R – retração; cdt – coeficiente de dilatação térmica

COMPATIBILIDADE

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 36: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

36

Requisitos Rc e Rf E C PVA R cdt

Materiais

(influência

direta)

Análise global Baixo-Médio

Médio /

Similar ao

das

argamassas

antigas e/ou

dos

suportes

Alto Bai

xo

Similar ao

das

argamassas

antigas e ao

dos

suportes

Evitar cimento,

resinas e

hidrófugos;

Usar agregados

semelhantes,

ligantes

semelhantes e

pigmentos

semelhantes.

Análise global

Rc – resistência à compressão; Rf – resistência à flexão; E – módulo de elasticidade;

PVA – permeabilidade ao vapor de água; R – retracçãp; cct – coeficiente de dilatação térmica

SOLUÇÕES

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 37: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Características das composições possíveis

37

Composição:

proporções

volumétricas

ligante : agregado

Gama de valores (indicativo)

Campo de aplicação básico

(indicativo)

Resistência à

compressão

(MPa)

Módulo de

elasticidade

dinâmico por

frequência de

ressonância (MPa)

Coeficiente de

capilaridade

(kg/m2.min1/2)

Cal : areia

(1:3) 0.2 – 0.8 2300 – 4100 1.1-1.6

Clima ameno (não muito húmido

nem muito seco); condições pouco

agressivas; superfícies interiores

Cal + pozolana : areia

(1:2 to 1:3) 0.5 – 2.3 2500-4500 1.3-2.3

Presença frequente de humidade

devida a clima chuvoso ou a

capilaridade ascendente (porque a

reacção pozolânica exige

humidade durante um período

longo)

Cal + cal hidráulica :

areia (1:2 to 1:3) 0.4-1.0 1600-5600 1.2-1.9

Variações entre tempo seco e

húmido

Cal hidráulica : areia

(1:2 to 1:3) 0.6-3.1 1100-7500 1.0-2.4

Variações entre tempo seco e

húmido e condições de alguma

agressividade

Cal + algum cimento :

areia

(1:3)

0.9-5.1 3000-6500 1.0-2.0

Condições agressivas: por

exemplo exposição a borrifos de

água do mar; poluição elevada

SOLUÇÕES

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 38: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

38

• Variação do tipo de cal;

• Variação da natureza do agregado e da respectiva granulometria;

• Variação das proporções relativas dos ligantes (quando há mais que um ligante);

• Modo de aplicação e condições de cura;

• Possivelmente alguns aditivos e adjuvantes..

As características destes tipos de argamassas podem ser ajustadas e

melhoradas:

SOLUÇÕES

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 39: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Quando não há informação suficiente sobre os materiais antigos:

Usar características gerais pré-definidas com base em estudos anteriores

39

Tipo de

reboco

Características mecânicas aos 90 dias

(N/mm2)

Comportamento à água

aos 90 dias

Rf Rc E A Pva

Sd (m)

C

(kg/m2.min1/2)

Reboco

Exterior

0.2 –

0.7 0.4 – 2.5

2000 -

5000

0.1 - 0.3 ou

rotura

coesiva

< 0.08 < 1.5; > 1.0

Reboco

Interior

0.2 –

0.7 0.4 – 2.5

2000 -

5000

0.1 - 0.3 ou

rotura

coesiva

< 0.10 --

SOLUÇÕES

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 40: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Produção de cal hidratada:

A partir de cal viva, sob a forma de pedra ou em

pó (micronizada)

• Cal hidratada em pó (apagada com a

quantidade de água necessária)

• Cal em pasta (apagada com água em

quantidade superior à necessária)

• Cal viva extinta com areia (hot lime mix)

(misturada com areia húmida em obra e

deixada durante algum tempo)

CaO + H2O → Ca(OH)2

MATERIAIS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 41: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

MATERIAIS

Cal hidratada em pó

Fabrico industrial, com controlo de qualidade, fácil de utilizar e de dosear

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 42: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

MATERIAIS

Cal em pasta

5 anos 1 mês

Tempo de maturação

48 h 1 mês 1 ano 3 anos 5 anos

Água livre

(% massa) 64 64 58 48 51

De Margalha et al,

12 DBMC, Abril 2011

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 43: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

MATERIAIS

Cal extinta com areia húmida (hot lime mix)

Temperaturas elevadas favorecem a reação com os agregados e um

aumento da resistência. Mas é um processo com muitos riscos.

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 44: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

44

Agregado silicioso (areia siliciosa, pó de sílica)

Agregado calcário (calcário britado, pó de calcário)

Agregado cerâmico (fragmentos cerâmicos, pó cerâmico)

Agregado basáltico, granítico, etc.

Argila, terra (agregado ou ligante?)

Os agregados constituem "o esqueleto" da argamassa, condicionando a sua

compacidade, resistência e textura.

Atualmente, nas argamassas feitas em obra, usa-se essencialmente areia

siliciosa, embora com uma certa percentagem de argila.

MATERIAIS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 45: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

45

• Areias monogranulares – maior índice de vazios – necessidade de

mais ligante

• Quanto mais completa for a curva granulométrica maior a

compacidade

• Agregado mais fino – maior índice de vazios – necessidade de mais

ligante

• Volume de vazios mínimo para agregado esférico: 1/3

MATERIAIS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 46: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

46

Frações 0,15 a 0,630; 0,630 a 1,25; 1,25 a 2,5; 2,5 a 5 mm

MATERIAIS

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 47: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

• Água de amassadura: mínima necessária para trabalhabilidade

• Tempo de amassadura: boa mistura dos materiais

• Consistência adequada

APLICAÇÃO

Preparação da argamassa

Garantir condições de aplicação adequadas

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 48: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

APLICAÇÃO

Preparação do suporte

• Molhagem do suporte para evitar a dessecação da argamassa (molhagem abundante mas

sem saturação)

• Reparação / regularização do suporte com encasques.

• Secagem durante pelo menos 1 semana

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 49: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

APLICAÇÃO

Aplicação em camadas

• Aplicação de uma camada de regularização: espessura máxima de 2 cm.

• Apertar bem na altura certa (após início da secagem)

• Secagem durante pelo menos 1 semana

• Aplicação de camadas consecutivas com cerca de 1 cm

• Bem apertadas

• Com secagem de cerca de 1 semana entre si

• Humedecendo quando necessário

• Apertando de novo para fechar fissuras

• Até boa planeza geral da parede

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 50: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

APLICAÇÃO

Argamassas de cal hidráulica ou de cal aérea e pozolanas

• Exigem mais humedecimento nos primeiros dias

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 51: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

APLICAÇÃO

Condições de cura

• Temperatura: moderada (10 a 25 º C)

• Humidade relativa: entre 50 e 85% HR

• Pouco vento

• Sem chuva

• Evitar sol forte incidente

Argamassas de cal hidráulica ou de cal aérea e pozolanas

• Aceitável e favorável maior humidade relativa

• Maior cuidado em evitar vento e sol incidente

• Em alternativa, proteção ou humedecimento abundante

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 52: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

APLICAÇÃO

Mão-de-obra

• Mão-de-obra cuidadosa e rigorosa

• Supervisão constante

• Os trabalhos de conservação e restauro requerem conservadores-restauradores

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 53: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

Importância dos revestimentos de paredes

no valor cultural e no comportamento

global dos edifícios do Património

Histórico

APLICAÇÃO

Aplicação da pintura

• Secagem de 1 mês antes de eventual pintura.

• Pintura com tinta muito permeável ao vapor de água, de

preferência mineral.

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 54: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

54

CONCLUSÕES

• Conhecer o revestimento antigo e a parede antiga no seu todo

• Identificar as anomalias

• Escolher uma estratégia de intervenção

• Selecionar materiais, técnicas e soluções compatíveis

• Aplicar seguindo as boas regras:

• Composição e quantidade de água

• Aplicação multicamada com secagem entre camadas

• Condições climáticas e de cura

• Pintura adequada

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 55: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

55

BIBLIOGRAFIA

VEIGA, Maria do Rosário – Air lime mortars: what else do we need to know to apply them

in conservation and rehabilitation interventions? (A review). Construction and Building

Materials 157 (2017) 132–140.

https://authors.elsevier.com/a/1Vm5S3O1E18irl

VEIGA, M. R.; FRAGATA, A.; VELOSA, A. L.; MAGALHÃES, A. C.; MARGALHA, M. G. – Lime-

based mortars: viability for use as substitution renders in historical buildings.

International Journal of Architectural Heritage vol. 4 (2), pp.177-195, April-June 2010. ISSN

1558-3058. DOI: 10.1080/15583050902914678.

https://www.dropbox.com/s/czj1z6le1ezqy33/veiga_IJAH_Lime%20sub%20mortars.pdf?dl=0

VEIGA, Maria do Rosário – Conservation of historic renders and plasters: from laboratory to

site. Historic Mortars: Characterization, Assessment, Conservation and Repair. RILEM

BOOKSERIES Vol 7, 207-225, 2012, ISSN 2211-0844; ISBN 978-94-007-4635-0; ISSN-E

2211-0852; ISBN-E 978-94-007-4635-0.

https://www.dropbox.com/s/cchsxu1trj5y7oo/Veiga_lab_site_2012.pdf?dl=0

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Page 56: REBOCOS ANTIGOS: COMO INTERVIR?db-heritage.lnec.pt/Apresentacoes/Veiga_Curso_Isel_Rebocos_out2017.pdf · • Outros componentes: caulino, argila, terra, conchas e carvão ... camadas

56

PROJETOS EM CURSO NESTA ÁREA

Rebocos Antigos: Como Intervir?

ISEL OUTUBRO 2017

Projeto FCT

PTDC/EPH-PAT/4684/2014

DB-HERITAGE – Base de dados de materiais de construção com

interesse histórico e patrimonial

Projeto LNEC

PRESERVe – Preservação de revestimentos do Património construído

com valor cultural