realidade é o que

Upload: willshakes

Post on 07-Apr-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/6/2019 Realidade o que

    1/52

    . .

    .'.

    " ...'

    " . :. ~ .. . . ~~[III

    .ojiii:I~ ~!1':

    .',

    '~:~:"oJ -.

    Joao-Franclsco Duarte Junior

    'O:QUEEREA:LIDADE._i .1 .I , "-i-'\ \-.' .

    i

    : 1I1 )f -

    i

    ,;

    .~,i' IL,.~I,. , f ~ ':"- _r .

    ... ., : f .

    . "' ' ' , . . 1

    . ~

  • 8/6/2019 Realidade o que

    2/52

    . .:.ICopyrignte by Jaiio-Francfsco Duarte Junior; 1.984N en hu m a p ar te d es ta p ub li c0 9i io p od e s er g ra va da ,a rma zen ad a em s is temas e le tr ii ni ca s, f ot oco pi ad a,

    r ep ro du zi da p or m ei os m ec dn ic os o u o ut ro s quaisquers em autor izaci io previa do e d it or .

    1 0 e di ci io . .19944" reimpressiio, 2002

    Revisiio: J os e W . S . M o ra esCapo e i /u st ra coe s : A. l fr edo A 'qu ino. ~ . ': ; . -,

    Dado~ J~teJ ;1laC ion lusd~ CatalogaQao na ~UbliCa:~O (CIP)(Camara Br asi le i ra do L i V r o , SP , Brasil]!

    Duarte Jim ior, Joao-Francisco , 1953 . fo qu e e realidade I J o ao~F ran ci sc o Du ar te Jfutior.- SlioP au lo : B ra si li en se , 2 00 2. - (Cole980 primeiros passes; 11S) .4are im pr. da 10. ed , deJ'994.. ISBN 85~11~01115 -31 . Rea lid ade I.T itu lo . U . S erie ,

    02~IS06 eDDI.IIIndicespar.a cat'logo sistematit:o:

    1 . R ea li da de .: .F ilo so fia III

    edi tora 'bras i lienseRUQ ..firi.n- Tatuape- CEP 033JO-OJO sao Paulo -SPFonelF(JX: (Onl.l)6J.98.U88E-mail: [email protected] ..com.br

    WWI4(~torabrasiliense.com.a~, . - . ~ ",10 .... "" ~ " o F I 1 ' n' ~1I'" >,,~ .....:....._, ,G 8 .. ~t1r;L - 'R~', P J ! I t L J v . . , ijiijJj~........uaEmmoMarengo.tiB ~ latUDpeCEP 03336-000 - Siio P au ,( o ~ SP P(meiFax (Oull)6675.0188

    III,~\III!. - I

    ' \ l ''_

    INDICE

    7- "No princ'pi~ er a !I~~~I~~~'~.: ! . ; , : , ~ \. : ; :~.1?,A edif.!GaC(9Ji."J~.~I.ira~~~~.:;~:, v ~ ' : . ' , , .7;~- A manutert~Q da reiJllg~~~, :.!.:;,,,.: .- ~ ~ .. -.. , :_-,~",.- A ap rend izag ern da\realidi:fa.~;;~:i~.,'-.: ~. z . ~ . } ' ? :- A re a'Jj da de __ ci~ nt(fj ca ..... '........... 0 89- 1,n( Ji cacoes par ,a Ieitura ".0 . < . . 102

    '. ".

    "

    , !" .': '.,.' .," ,

    "1.

    , .J

    " . ",. :.,. ,

    ... .:~,:

  • 8/6/2019 Realidade o que

    3/52

    $........._ .. -- ....- ~ _ ... .,~

    I ,

    " I

    -"\ :,~.. ..c~~., . . ,

    " ,.. ~I .~ _ ;.

    ,~.~,.,

    .1

    .t.,

    " .

    . . _ - L : # _

    " 1

    "

    ,_" to .. _ ,~ ',' > ''" ,

    s

    . .

    "0homem C09nosc~nte e simplesrnente oj ,.. ~a~~}1j~tr~~!id~d~." " 1 , ., : ,' . , ...., (W .' Luijpen. . !

    . . . .

    ,'.

    ",. .

    i ..

    .~: i.; -.. \~ '- " ,

    " ," '" r . :

    r'''~~'~ (:y~'. 'J.1~ : ' l "! ,,~ ~: ; :' : ~ ,. .di.;,..~.";..... ~ -I_ 7-'- '.- ~&~~ t ~P t~o~ -q4 .~O~~nQOO. ,~~ ; ,~ J~ ;~pffu]ol il1tnr~ytqt4.~ ~;U rn~-Ip~,~c!tlt;~~qu~!uJ~r-i~mente 'siJg~m'f "!9_..~sq ,C9Jgkujj1't~C!7lj~- : t i : q u e - p od em _: a ut1~e . , : . .~ ; .s i .nQ) lpQter : ; j~Qqa ceJl !0 : :~~- ,= ,r t la~I!igua.7." ta .r.-~~~~al~' ; e . . .~~~::~!Ji~f~~j~~t~~eJlJ~,.;si.g,Q.it~ca,~~'o,

  • 8/6/2019 Realidade o que

    4/52

    8 Jo ( [o-Franc isco Duarte Jun ior

    sonho, a i l usao, 0 erro .estso nas alturas; .a reali-dade, no .solo. Quando se trata de abandonaro irreal, de voltat-se ao mundo solido e.eoncreto,caimos na r e a ,Iidade colocarnos. os. p e . s , . 0 9 ~~_ha:o.Oreal e 0 terreno _f i rme q~e plsarnos em nossocotidiaf)o. , '.. _. " ,'Realidade. Todos usamos rotineiramente estapa,ll:av,ra,nos mais" d i , fe . ren tes :contextos. e' ' a r e a s de-atuacao e. no ~eQ~~~to!.:q~c;tsen u l'lc a '_ . a ra mo s pare;!. pensaf em seU_-slgrll__ca 0; "rio ~gtJe encer'ram es s. 's u a s no ve 'Ie{ rase. E 010 paramos' parque, assima p rime:i ra v is ta ,. _Q conceito nos _arece, tao 6bvioque cons s esnecessario. ualder- ,uestio:'

    ~aRl~~,.~:~tf:o.~ ~ A B e t ~ ~ ~ ~ J : R ~ a x ' ~ t 4~~nd? u.m ai;I~~!;~1J~e. J~:,'l9;wrmtJ';'Rt9g!l.m!,_ P labvlo e ar :~-aiS:e" .- '" 7 " - _ - eFebid'A.Ua~~ti\respeito,~ J ! ~ ~ ~ ~ ~ ~ i g c i o G r : : r: ; : a : - = : ' l t : ' a~g~~~eoisa !que ele descobriria seria a 6 . g u a . . .Muitas ciencias .~ especiatm ente las .. ch arnadasciencias humanas - trabal.h arn com 0 CQocejtor ean da ae , iii eo (POf aAdO :fa l ..~ ~ a & ~ _e t i T . ciFgadCifraete-rtstico, Na;-psico"l'~; ' ia l !e1~G i e ffG ia f .4 if jR i n . S i c a " " f l a l i s e : ,pSiguiatria,) talvez . s e j a - < ' E Y f , f fj'.fft' mpF@fifa: .piUav;ae; maior 'e 'rna i s delsiv(f1. ~af.ad9>tatMen.e p orrae~ .seu significaoo" e . m~I f~~ ! " . fpe \ i~ i fot q E J e s ~ l o n a d O ;Estu_da~nte~'..e"-~r_~r~~~O-~~~~~~aA~~ p~~~p'~~gi~' ''~"~~~~~s emp re . . emba t.u cam~, qtiand0t~e ~Ililesfpr ;opO~ '> .qUeexpllquern :0 terni6~fealittale q ~ e ~ e ' i n p ' r e g a m : : e m :suas fa l as : . e aissertaq6es. f ~ ' e m g e n i l . 1 ta i f lbf jeSsoos

    0. q u e'e 'R ea li iio .d 'e . . '"",1 ";'~i~\

    ".i

    i '

    -.Y~~~~:!;!:::.:::::~~~~~u.t.LI~~~~::;:=-{ I ~- ~ J

  • 8/6/2019 Realidade o que

    5/52

    t:. .

    l'0 J 0 6o -F r an cis co Duar te J unio r .

    etra.mais "ffsica",,_Igamos;;}"s~nri...0 quadt:o para 0-especta or e _dife 'rehte d~'_ ! tJ .adro"ara ocar le .ador .de mob ( Jj as ,. _e " dit ereD te , ain da ' g ara in ' c je nt is ta . g ue 0 su .m etea o r ai (J "X e ' a o utr os p rp ce ss os ,a t im d e comprovars e" e le ,-na r eaUdade , 'fdi pintado no securo XVllkDi.ferera tes' maneiras d e s e' a pr ee nd er ,0' ,mesmoo bj eto :' e m~c ad a luma d ela 's 0 quadro possui urnarealidade diyersa. . .'Ou aind a a arv oreflo rid a~ qu e serv iu d e m,?de:loao-plnter, Enquanto este a csptav a em , term os deform a, eares .luz e - sornbras, ' rO jardineiro quecuidava .do campo viu nela a possib ilidade de umabr:igo -eontra- aInclemencla do sol 'e sentou-se ~asua som bra para descansar. E am bos ,a percebiamde -m aneira diterente do agronomo que, nesteinstante, sugeria ao dono das terras que a arvoren~ o fosse co rtada, a .flrn de se preserver umcertoe qu il ib r:i a e co l6 g'io o no- lo ca l, ,

    I Mais aofundo dessa paisage.m carre urn regatode aguas claras, Para a lav adeira que ali lav a as suasroupas a agua tern urn sentido div erso de qu~ paraa cam inh ante que v e nela a chance de matan a suasede. E . 0, jardineiro , que -a 0 e la a co rr eu quandotratou de apagar urn ineendlo que irrornaia nornato seco, nesse m em ento a percebia de ~arm adiferente do m enina que toda tarde, se didge,_ ,aoregato parapescar alguns larnb arls, E , lnqiiirldo,certarnente urn ' qu (m ica diria que a agua d~queleregata nada m ais e do que H z 0, ou sejai um a

  • 8/6/2019 Realidade o que

    6/52

  • 8/6/2019 Realidade o que

    7/52

  • 8/6/2019 Realidade o que

    8/52

    ,J odo-Franc is co Duar te J un io r~ Iov em os com o 0 peixe na aQua . S era el~ , portanto,m e ocupa.ra as nossas reflex6es nos capftulos".guintes, dtando-se~, aqui e a li , e st es outr'os modosspeciais de construcao da realidade .("realidade"e segunda -ordem " I comp _chamamos anterior-_en te). A pen as urn ultlrnocaprtulo f oi r es er v ado. ara se tratar das realidad es e v erd ad es con strufdas- - --pela ciencia, por ter ela, nos dias que corrern. urnpapel preponderante. nos destinos do planeta (n~o'lOS' esqoecamos da ameaca nuclear que pairasobre as , nossas cabecas].Vamos,. pols "cair na real".

    "NO PRINCIPIO. ERA .A PALAVRA"

    "Nio h~ sentido ~m pal'avrasnem mundo'.sem l inguagem ." ~ w .Luijpen)"Na palavra, na Unguagem.t!que~o prlrneira-

    mente as eolsas." ~iM ~ Heidegger)

    Nas paginas anteriores fo i dito qu e 0 homem e,Qqconstrutor da realidade, (; cooSirutor do mundQ.:.QJ}ft: a~ cantrsiria do peixe, . . .par exemp,Iq,_~er:ta~0_ sier humano ode tamar a rio como um _ob;'eto, ~ seu ipeinsaimento, reflexao 'e ' p _ ro je 't a. . omen teo hom1'm pade d isDo[- de (l:ma certa~ ~ 'ct.iS.tancia" 'cam Jela~a ao rnundo, interpretando-o e dando-Ihe- - Ilversos. preciso agora expHcar rnais

  • 8/6/2019 Realidade o que

    9/52

    1 1 " " . . . . . . . . . ~ f!. t . ~rn~ o~~~: J : 01,.'us e ReaJidade ~ ' -. 1 1 1 9:~ "J " 11 I ~ 'I Ov... 4._.~ ~'o. .e- -~~ '~ ~ ~ - '~'--------~------~------~I t ,~ am bien te" en u~ nto 0 homem vive no m undo.~_.._pe a l p ala vr a j io oe in os te rCQb~ cie ncia , e nc err a):-i 13m:nossa m,en t e . . a e totalidade do, espaeo no quali vivemos: 0 pla~eta T ie rra . ~ v id a 'a nim al, a oi ~ontrarro, esta ~empte e a pe na 's ' lig ad a a o~ sp a9 0~u~ existe em su~ volta, - 0seu m eio am biente ..

    \! . Pe'a' pa av raq-,-' ~om em criou tam m - " ~o' tempo,, j p t . i a ~P0~~~~ 'Q ia~ele_~: P _ q ! c , perisar -no m iu. l passaeo, e ' n ao . s . t b ' ; n f ? , > ~m : e t : J pas.adQi,.m as no' de toailj a e spEk te ..hum$na : ~~ co ;m , S " 'palavra encontro, e.1~r.lO s:i'~nlf,ca?01s". ~ara ~quHo ' :!qu'e .vivi Qnte~/-~anteontem.,. -ou ,para: a.Q11' ''o quel outros 'homens,~vive~a.m t re~ s~culo 's "a tras~," C'qm a . p al av r a gOSSQ'a lnd a , planejar '0 .m e u futu'ro, com ala sei qu exlste' , u rn . tempo q u e v ira" um ' t em p o qu e aindanac e . . J a 0, anim~. nao: esta 'presQ', nao apenas~a aqtJ~, m as tam bem ao ' ..agO!. .8 . . 0 an ima l v iv e .num presente I'mutavel, et'ernio,' fixo; ,sua vidae . . t~ ~~ s6me rite , uma su oe ssSo e r e iRstante~,: . 8 :o "f it. .Qroj.etos pa'r a: 0 fut(frco' n e m int~rpreta20'es d o .p a ssa d o. ' ,: ' , ~ Esta ' e , a r ad ic al diferen~ entre h om em e anim al :~. . Q : . meio sim66l icc) " criado,' Q _ e l ~ ~ " i ' ~ 9 y ~ g ~ muman~/:~J.linguagem q ' \ J e T C a p a c l t i l . o - : : - _ h o m e r ' ! } _ a;,proferir 0 .seu.v L D1,/el('~~ . . u p , < .poi "C:-c _ _ - : a I 1 1 0 5 ' adertiqos- ao nossa ~ ,C0f'PO como. 0 a r . l " , . r f i a r a -a '-d ele .. , : an-ima~~, 0 0 seu, .,-c.Q! :po~ I C 'Q r E ? O atlraves d O Qu'a,l'estfan:cor,ado a o a qu i,' , ___,. ,._ e aQor-a. 0 hi,omem tern: Un:) C0rtPQ~ QU sej'a, .p o.d e '\"desccrar-~~''I de l e e : _ j ' f ! O O a - l Q ' corrio ~obietoq~:u~ refl-exoes. q . ,2 f l1 o s . ,m a r s qU e ri'QSSQ :cor-po: _ ! om_os

  • 8/6/2019 Realidade o que

    10/52

  • 8/6/2019 Realidade o que

    11/52

    '.

    ~.~.~i\

    o que e Reaiidade

    mundo _9r u reconhecidos or meio9 'B pirl:avra.DefinitiVamente: 0 que existe' para 0 i h om,em' ,

    ~emum nome. Aqu'ilo ,que na D tem nome noexiste, nao pode ser pensado. Um a pequena obser-~ac~oe pertinente que sefaca aqui: ~umas'cOlsas", alguns conceitos existem para nos sems~rem especificamente nameados pe l ,a l inguagem__,mas vem aluz atraves de outros sistemas simb61icoscriados pelo sec humano. A Hnguagem e a sistema~undamenta'l' e primordial de cr:iacao e significacao~9 a mundo. _mas alem dela foram desenvo,lvldos Jeutros, como 0 da matematica, da qu (mica, dasartes, etc. IDadas estas cotocacoes podemos comecar aperceber que, b l e m de se falarem mundo como U rndado generico,1 tambsm e IIcito falar-se em mundo~ignific~ndo 0 ~cervo de co.nceitos e c ecimentoi"que cada In IVlua passui:Ou seja: guanto malspalavras conhf:CO, quanta mals conceitas posso,c;rticul~r, maior e 0.meu mundo, maior e a alcance"t_amphtude d~ minha conscienci~. Tomemos parexemplo a palavra "zeuqo". Se voce, leitor, naosabe 0 que ej,c~significa, a "coisa" que ela designaesta ausente de seu mundo, nao faz parte daquiloem, que voce pode pensar. (Uma olhada no dicio-nario, Ilhe oara 0 siqnificado e ampl iara seurnundo, E, por favor, nao fique lrritado fe.itoficou 0 editor: isto e 56 uma pequena brincadeira.)

    Nao e por o?tro motive que na famosa obra de,

  • 8/6/2019 Realidade o que

    12/52

    ~~ ~~t~.~~.tf '~.i4 fic

  • 8/6/2019 Realidade o que

    13/52

    .1

    -. . . . I

    I\ .

    26 J o ao -F r an ci sc o Du ar te J u ni or"

    ICada u m a dessas expressoes descreve 0 jeito de apessoa 'a nd ar ( ba lancando os braces, gingando osquadris, etc. } I. Oesd e c ria nc a 0 ind~,v (duo tern ~su a viisao,. a su a percepcao de rnovrmentos, trer-nada, ja que precise empregar corretamente aexpressao, v er ba l c orr es po nd en te ao s modos dese us seme lh an te s an darem . Consequentemente, eles Icon segu em cap tar nu ancesesu tH e zas do andarque nbs nao consegui.m os,a nao ser a~raves de _ . f Ium esforco deliberado para tanto . A Ilm guagem 'que em pregam em seu cotidlano a s o brig ,a a d ese n-v o lv e r e sta percepcso especffica.Urn G utro .exam plo deste condicionarnentolingufstlco tern a v er com a uilo 'ue a I s ic o log ia , .e no in in =a '_ co .n sa nc las d a p erc ep caQ" , Urn JtjratQ..sabre um a mesa sempre nos pa rec era c lrcu la r Iindependentement,e do nosso an~~'lo de v isa:_o.Urn aviao nos ceus nunca sera VISJO como atgom inuscule. E uma maca sempre 1 n os p areceraverm elh a, sejam quais forem as lcondi

  • 8/6/2019 Realidade o que

    14/52

    I '

    IA,EDIFICA~AO DA RElXLIDADEI

    "0 interesse sociol6gico naS;questOes da 'reall-dade' e do 'conhecimento' justifica-se assim iniclal-Imente ,palo tate de sua rela'tivi~ade social. 0 que{! 'real' para urn monge tibetano pode nao ser'real' para urn homem de negocios americano.o 'conhecimento' do crlrnlnoso {I diferent:e do'conhecimento' do crlmlnallsta."

    (P. Berger e T. Luckmann)I

    No primeiro paraqrafo do c aP ft ul ~i i nt ro du t6 ri of?i felta a ~eguinte afirrnacso: ~ ' I~eaIe 0 tlerren~firrn e q ue prsarnos em nosso cotidian . Agora seraprecise que se parta d esta a sse r< ;a ol procurandoco rnpr...ende.....Ia dentro de um c1ntexto maisespeclfico. ITodos tem os: conscienci.a, de urn" maneira au Ide .,outra, de que 0 m undo aprese~ta realidades _..I.r -

    o que' eRealidadet

    multip les, isto e , que h ili'z onas distintas de signifi-c a c a o . Fro uen~emente- passaro- urna ~a outradessas 'realida es esabemos que cada urna del ,a s _ .~xige-nos um a form a espec (fica de pensa-m ento e.ac;:g(), ~ecada urna dev e ser v iv ida dem ane!irapeculliar. U uando safm os do cinem a ou quandoacordarnos de um sonho, par exemplo, experimen-I. ;tamos a passagem de urna a , outra dessas areasdlstlntas d a re alid ad e. 0 film e (a arte) e a mundoc 2 D (ricQ. _ a . resentam -riO s elem entos que nossaGonsciancia naQ m:istura nem can une coma qu ele ~ p ro v en ie nte s d a v id a.c otid ia na .Como ja afirmado anterlormente, a v ida coti-

    diana !ual retornam os sem pree cansidm 'at1a por'n o s a ~e idade par excelencia, a - re aH d a de p re do -m inan.. N osso cotidliano e o' mundoesta:velll eordenapo no m_ovemos desem _qra -amen. e ,- -_ev ida a su a c on !' A .~ 'a e ase- uranc;:a uea ' G e m 'clnl,en a I:e que dispom os sobree1le nos da..Poretn, m esm o 0 cotidiano nao consiste nurnb lo eo . im o~ol ftic o_ fJ e r,e alid ad e: n ele RZ h a tambe rij 'z onas [m als pr6xiiTIas au distantes de m inh a_nslft6"d:a. A reallSade q u e rne a mais pal pavel:aque l, a lna = ual t ,"h o maior seurana, diz : res eito'810 mu~do que se ach a a-aalcance d~ min as -m a o s : .muno~ n a uo, a ando para altera- 0ouconserv a-Io. A Jjw SU I ,az em , em nlfn a cQ riscien-~a mdtiv os essencialm ente pragm aticos, au seia.m infla atao, ao se rende a ui,lo que estou faz ,endo.fiz _pu pretendo faz er. A --inte~pretao a realidade

    29

    "

  • 8/6/2019 Realidade o que

    15/52

    30 Jodo-Ftancisco Duart e J uni a

    cotidianal fundam enta-se em propositos ra,ticos, ~proposltos que, em ultim a ana Ise, tem a v er com ia noss a sobrev ivenc i. a.A partir dessa regia-o mais clara e ev idente denosso dia-a-dia, outras van se sucedendo e, am edida que se afastam de nossa possib ilidade demanipu.lac;: :ao, tornarn-se rnais obscures. Porexem plo: um a pessoa todo dia ao dirig ir-se parao trabalho, cruza a ponte sabre 0 ri o que cortea cidade. De la! v e pescadores em suas m argens,com os canicos 'nas maos,. N unca tendo pescado,desconh ece as tecnlcas da pesca e, m ais especifi-camente, desconheee aquele rio em particular:os tipos de peixe que existem ali, os melhoresluqares para, apanha-ios, as iscas que dev em serem pregadas, etc. 0 ri o e] a pesca faz em partede' seu cotidiano ,' m as e~tao locallz ados numaarea de realidad e rnerros conhecida e rnanipulaveldo que a ocupada pelo seu trabalho no eseritorid.Da m esma form a 0 terreiro de urnbanda queeste m esrno indiv fduo v e , a s ve ze s em s eus pa ss e io s .Ao passer pela sua porta ouv e 0 s om r itr na do dosrltuais, m as desconh ece total m ente como. eles sep rocessarn e 0 que se passa Iii dentro. E sta e , paraele,. urna z ona de rsalidade ainda rnais obscurae distante do que aquela ocupada pelo rio e ospescadores. ..o setor da realidade que me e mais dar a eco~h ecido podeser ch amado de "riao-prob l,em a- - Itieo" . A li 0 m eu conh ecim ento m e habilita a v iv er

    de m aneira m ai.s au m enos H m ecanica" , no sentidoae nao serem necessaries nov as conh ecim entos. . . . . . : .QU novas f ia b i I Idadoes . para reso :lv er as p eq uen asqu estoes su rgldasj 5e, contudo , urn problem a.inusitada aparece neste co tidiCano, procuro, .r es ol v e- Io . a p ar ti r do c on hec im en to ja c rista liz ad o)palo m eu dla-a-dla, buscando iintlegrar esta nov aT ealid ad e ro ble ma tica a qu ela n ao -p ro ble miitica .D iariam ente,. par exem p 0, tome determinadoonibus para ch egar ao meu local de trabalh o.M as urn dia uma grev e dos rnororistas daquelacom panh ia gera-m e urn problem a que m e obrigaa sair da' rotlna ar fim de resolv e-lo, Busco ,entao

    saber se outras companh ias que nao estao emgrev ie t ern linhas que m e serv em , ou se h a co'llegasde trabalh o na regiao ande m ora que estejamdispostos a dividir u rn ta xic om ig o, a problemame obriga a procurer urn nov o conh ecim ento,qu e se Integra en taa ao m eu co tidiano ja conhecido.

    Como. a v i da c ot id ia na e dom ina da p el oe sp fr it opragm atico, a m aiaria das eonh ecim 'entos de que. dispom o.s para atuar n~sta estera e do tipo~/receita" . O u seia: conh ecim entos que m e diz emcom o devo proeeder para alcancar tais e taispropositos determ inados. N So 5e co locam agui as"porques", ma s e sse nc ia lm e nte 0 "como". SeicOmo u'tilizaT 0 t,elefone, m as nao porque, aodiscar urn certo ~ulm era, m eu amlqo atende dooutro lado d a liin~a. Sei com o Iigar e sintoniz ara TV , m as nSo posse explicar a fato de a im agem eI .

  • 8/6/2019 Realidade o que

    16/52

    J o do -F r an cis ca Du ar te J un io r

    a sam safrern das estacoes transm issoras e seremcaptados pelo m eu aparelho receptor, Assim, move -rna-nos ,em nossa dia-a-dia baseados em ccinheci~m entos pr~tlcos que nao s a o lquestionados nem ,co'locados em dOVlda, a m enos' ue um fato nov onao po ssa ser reso VI 0 nem expl~ cado par eles,. .Sfm do nosso c au dla no c an slB era do a reahdadepredo,!tunahfe, a _ Ung ~a gem .,~ ' -u tH i za mo s liesta~' es, era da VI, a, c o r n se~u~conceltose_' '0 " a ' ,~ } teflde a ser- tambem 0 nossq m eio linglH stico~.)_ .~ 'predom inante. ~sa .. intepret'r~aodg r.:nllodoJ t fundam enta-se nesta Im guagem :: pracuram os sem --';;. " pre campreender outras esferas aa realidade a,.~ .' Partir dela. ~s e x p e r . i@ : h c la s q ue V lV enCI ,amos ~ emr - s 'J o outros cam po s de si,gnificac;:ao aellm itados lcom o'~ , a~arte _eos san~o~.) !mayor ~,as"ttaduZldasi'.par~lesa mguagem roH mel'ra. 0 Jlroceer. asslm ee,I ~ J i ,n ev l tC l _v e lq ue _o co rr a uma c er ta = - i ld i~ to r. ao " d. . $ ' ? slgm .lcadas prov enlen. es essas outras.area~, .na. ' m edld'a em que eles sam ente s a o e.x ressos ernsua p:'enltu e - a raves -o s co I g o J _ que Ib~s sao.)j .~ecifl~oS~ .- . .., ..,r Ist~: facilmente v ,e ~lf ~c av el, p or ~ xemplo l n uma

    .. J exposicao de artes plastieas, especlalrnentaem se. ~. tratando da ch am ada "arts abstrata". 0 publicoaoafeito aos codiqos esteticos deste tipo de.}_;~ expressso fica, .em geral , procu~ando . ..encontra~~asi~bras ~orm as e contornos que Ih es s a . 0 con~ecldos:um anim al, urn rosto, um a arvore, etc. FIC a bus-~ cando traduz ir uma realidade urn tanto obscuraI ~ _ _ _

    o que 'f Realidade 33naquela que Ih e e c on h ec id a e r otin eir a....~stes, ~~tros ca~pos. de. significaco, portanto, ~~aq especles de parenteses que sa abrem dentro da .re~lidade predom inante, a da v ida cotidiana. Sao'~ ,e ,~ cla v esl' g 'U e a pr es en tam s eu s mod os pr6p""fTQSde l s ign it rc acao , 0 que v ale diz er, de realidade.E sernpre necessaria um certo "esforcc" para nosd es,Jig arm o s d a realid ad e co tid ia na e penetrarmosnesses outros setoresra preciso que se ab andonea linguagem e a v isao rot,ineira: do m undo. Ante-H orm enteforam cltados,como exemplos desses -_ r........."enclav es" a arteea esfera on { rica. M as e precise ..qu~c s.e. note. q~ e .tam b~m as e)(R e. ie.nCia.s relig"iosas. < t'(m lst!:cas asslm com o 0 p en samen to " te 6r 1c o" ":~t! ~ilosofi~. e .~ c !e .n ci a , f~zem par te . e ss es ca .mpo s t,lrmltados de slgnrflcacao. ..._A questao cientffica sera ab ardada no ,u,ltimo f 'capftulo, m as para. que ~ste ponto flque clero aqui, '.'basta que se anote dots exernplos, Em sua v ida .diarla 0 qu rrnlco qu e utillza a agua para beber,tom a~ banh o, nadar ou regar 0 seu jardim per-cebe-a com o fresca, I(rnplda, suja, convldatlva,etc. Passa a pensar nela c~ mo H 2 O a pen as q ua nd o,

    em seu laboratorio, rea l iza suas excerlenctasclentfficas. O u entao a [clentlste' .soclal que, emseu escritorlo , estuda os reflexos da rna dlstri-bui

  • 8/6/2019 Realidade o que

    17/52

    34 o que e Realidade 35quem dev ernos recorrer quando urn determ inadofate nosobri'ga a buscar urn saber espacffico.Po r exemplo: nao sei como fu nciona 0 meutelev isor, m as dev o saber a quem tenh o de recorrerquando ele apresenta algum defeito . Nao sei com ome curar de uma doenca que me acomete, massei como faz er para consu ltar urn medico quepodera me tra ta r. Asslrn, 0 saber de como 0 saber~~t_a " _e pa rtid o p elo cOJp o so cia l o n d e v i\i'e mo se u r n ,90S m ais im portantes :Q onh ecim en tos de q ue d 'isp o- ___mos. p ossib j;litan do -n os q ue p en etrern os n ag ue ,lIa sesferas que estao distantes de "ossa cotiidiano. _- ~m nossas m odernas sociedades, tendo 0 conhe:_cimento se -especializ ado em graw s altam enteesp ecificos, .as v ez es e n ece ssa ria q ue rec orramo s. a - rofissianais que nos indiquem uais a_utrosprof_is~ionais i adem resa.v er :0 nosso roblema ..',on s!ldtam os priim ein3men te um"clfn ica g;era:I" ,e ele nos encam inh a ao medic o e sp ec ia li sta n aq ue letipo de enferm idade que nos acam ete. R ecorrem osa um am igo clespach ante, e ele nos indica ospasses que dev +m os dar e as re~arti'f5es. publ l easque ternos de percorrer para leqaliz arrnos a com prade urn irnovel. JMigrantes q e provern do meio rural au depequenos v ilar~jos, ao se defrontarem com u rnametropcle freqillentement,e sofrern ur n serio albalojustam ente par penetrarem num a realidade extre-m amente comp exa sem disporem de uma v isao decomo 0 conh ecim ento esta ali distribu (do. E.

  • 8/6/2019 Realidade o que

    18/52

    )t -- ,~ ) " - "'"comum ouvlr-se deles aflrrnacoes como: "vim paraca a firn de encontrar-rne com rneu amigo fulano- I -e pensei que, perguntando, todo .rnundo soubesseonde ele mora", ou ainda "pensei que bas~avaficar na pracinha da igrej,a no dpmingo para: meencontrar com ele, saindo da missa". 0 esquemade r ea l i d ade trazido por eles de seus locals deorigem deixa de funcionar nests nova reafidade,.torna-se inoperante. .A partir do exposto nestas u ltim a s p aq ln as yocepode perceber que ,a rea Iidade nao ' sim. lesment_e . ,constru (da, mas socia mente edificada. A constru- 'das p~ssoas sobre urn 'prQcesso denominadQ t leJ./ i~

    ca~ao~ processo este que impoe padroes de inte-_ra

  • 8/6/2019 Realidade o que

    19/52

    rnais fortes e atuantes.. No outro polo 1 deste~ :-continuo de rel,ac;5esencontram~seaQuelas sit~acoesonde os outros se apresentam como abstrac;;oesinteiramente ancnimas. Se escrevo uma carta aogerente -~amercial de uma determinada I firmasolicitando-the cataloqos e llstas de precos d~ seusprodutos, par exernplo, ele se apresenta ~ rnimespecificamente como IIgerente cornerciel": umtipo esquernatico sem qualquer sinal de jndivi-dualidade ou traces de personalldade. 1Assim, apreendemos a realidade social d p vida,cotidiana c O m . Y r n ,continUO S!e tipiJica~Q~ uevai desde as situa

  • 8/6/2019 Realidade o que

    20/52

    40 l ot io -Franc is co Duar te J un io r

    arredores e fazendo sinais nas clareiras proxirnas.o passageiro, sendo urn cacador, incurnbe-se deprovidencia~ a alirnentacso f,e que necessitan~.Toda manha ambos saem para suas tarefas espec r -ficas, e eventualrnente observarn-se rnutuamente arealiz a-las, Cada um passa entclQ_ a tip ificar 0Icompcrtarnerrto do outre, isto e , passa a estabele-cer para si proprio urn modelp de' como se realizaesta au aquela tarefa executada pelo companheiro.I ~\Cada urn aprende a sequencia de procedimentos.ecessarios para a orlentacao ;ou_a caca, pod?nd?1I'lr a desempenhar 0 papel de cacador ou sinali-zador se houver necessidade.o que aconteceu aqui? 0 rna IS rmoortante eque os comportamentos de ambos tornaram-sepadronlzados e, portanto,' I revislyeis: ara '() outro., sma izador sabe que 0 cacador, depois de armar

    1 laco. devera cobri-Io comfqlhas e gravetos, e 0c \adar par sua ve z sabe que 6 sinalizador, depoisde steer fogo. em galhos s~~s, colocara folhasver Is na foqueira para produzi] furnaca.

    1 \ " ,; e exemplo ainda nao existe urna Institulcaono SE:" ida :xato ?o ~er~~, ~as apenas a germen?e,I'~',1 0 ha um a mstrtuicao Plor n.o haver outr~sindivld os que percebam "d e fora" como os doisreallzam icuas tarefas: por n~o ha~er quem ~sperceba 0 0 executantes de deterrninados papersdentro .iquele contexte, e 'que possam vir asubstitut-e 15 naquela "orqanlzacao". A medida,porern, q esta orqanizacao devesse ser transmi-

    ',to II

    o que e Realidadetida a novas gera

  • 8/6/2019 Realidade o que

    21/52

  • 8/6/2019 Realidade o que

    22/52

    veremos que este relacionarnento ocorre institu-cionalmente de maneiras as mais variadas: suasrealidades sao construfdas demodas diferentes.Esta e a ,estranha dial,etica ue ree -_ _ '., 0hu_ano: 0 hom e m crla Sua _ r ea l'i dade ~tray,esff ii s inst ituT-oesue Ihe d a o um a estrutura social . ":las. passa entaa a ser lie ndicionado" pa r taisinstituicoes, 0 poeta Vin (cius de Moraes anetaesteticamenteeste ponto ' ao dizer: "Mas eledesconhecia / Este fata extraordlnario I Oue 0operarlo faz a coisa / E a coisa faz 0 operatic.'A . realjd ad e, so cia l mente e di fi ca da ' a tr av e s daI stituclonalizacao, por,est.e jogo dial,etico da. ~ifica

  • 8/6/2019 Realidade o que

    23/52

    46 J oao -Fmnci sco Dz4 zr te J unior

    " que, par meio da linguagem, conceitua-as e deter-i1iIi1a regras para 0 seu funclonemento. ~ isto'chama-se de legitimaf.i.o. As institui'yoes saoI~itimad~s ~ormeio da Hng'uagem:. a,! razqes d.eua eXlstencla sao traadas e transml,tldas cpncel-tualment,e (vale dizer, IingUisticamen!e,: bemcomo as normas, para 0. seufunciona-mento"I" .~ Essas norrnas, dentro da realldade da vidal cotidiana, assumem aquele carater de "recelta"I ja referido, ou seja, para penetrarmas enos, mavermos dentro de tal Irlsfltuic;aa devemos~\l proceder desta ou daque'la forma" segundo as seus-_ ,.l'Ipreceitos . ramaticos.', 0 primeiro conhecimento. que temos, rE!atlv6 ~ o~~rn instituCiona!, estasituado a nfvel,"pr:e-teodcQ, no senti do de naaserU n i c _ hecimento elaborado" rnals al:>Stratarnen '.., -t i~eJ]l lOrna dos "p-'orgues", e s im praticamene _,, ~rn relas-aa a~/:c:omo". Se desejo ~egalizar !a \.compra de urn imovel, par exemplo, sel que deVi;'diri.9ir-me au., rn cartorio,. d.e regi:stro, de _imove,'s Ia firn de passar uma escntura -este e a conhedi- ,mento pragrnatico de que disponho, nurn primei 0 -r

    " nfvel. ". .P s!.au,n~o nl'vel de. legitimacaq contem, ro. - ,Q~ ~ 0e .s te~rlcas, mas amda em forma'rudl~en.t*. ,[" t , ~ . A.q,u. estao. presentee al9,uns E ! .S9,ue.mase.XP'.II.c.att.,os 1 ., . , , ) . '.. _' , ~e eodem r'I~cionar ~ cQ?h~c~ment_o pra'9m~tico. - r _ ~. '~ereote a dlversas mstltulcoes, Integrando-os j:'2 ~.j!l~re si. Se me p~rg~ntam por que.ao comprar 0 . J. _ irnovel devo reqistra-Io em meu nome, posso ,~

    ~ ' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

    i _re.s.ponder ~~e. ifso assegura .pe.ran.t.e.alei que so.u _~..:& ~o seu legrtrrnol dono, e ainda que as poderes ~ ~ t S 'publicos .nece~it.am~esses .re.9is.t.ros a fi.m de .~..'~cobrar as rmpostos devidos aDs cidadscs. +. _,No terceiro ~'fvel de legitima~Ho encontram-se'i_ :~-~ ,~ ~eariasexpl fcitas Que .Iegiti.mam '~ma institui... 0 quarto e ultimo n(vel de leg'itima!;.ao da ordemv InStltuclonal' denornina~se un iversD simbotico. .1 : q universo sjmOalicg consiste num corpo teoricO , .._,.I - - S

  • 8/6/2019 Realidade o que

    24/52

    ~ 481 J odo-Franci sco Duar te JuniorIa uniiv erso simb6H co eom 5e~se de teorias uejusti ieam e explicam 0 porque de um a instituicaoexistir e em que se fundamenta o_eu funci na-mento r- sem mm' um a a usa-o a os esquem as praticos~d e - s eu a la =a -o la . Iambem ele esta a cargo deespecialistas e depen= H eae urn processo form alpara a sua ap rendi zagem.--Vohando ao nosso exemplo, encontramosjuristas que podem nos explicar teoricam entecom o se estruturam as leis de um a na

  • 8/6/2019 Realidade o que

    25/52

    50 Jodo-Franc isco Dui1. ,r teJunior~,mas qu e a legi timal ;:ao nao s6 pode criar explicacoespara a existencia e tuncionamento da ord 'erninstituclonal como tambern jnventar uma oflgemh istorica pareela. Ou seja: ao longo da h ist6ria ;.as or] ,E!_nsde uma de te rmInadamsf itui c; :ao podem

    to rno de suas odgens. - =Alguns exemplos deixarso rnais claros estestres ~ Itim os paragrafos. I: com urn ouv ir-se queos pob res 56 sa o pobres porque nao se esfon;:ame nao trabalh am ~ suficiente para progredirem e,assirn, ascenderem social m ente. E sta idela esconde. I0 fato de que nossa~ sociedades. capitalistas S ; 8 estruturadas de maneira a qarantir que as classeeco nom icam en te in ferio riz ad as a ssim perrnaneca .,mantendo-se a dlv lsao de classes; ta I assen;ah(lias pobres sao prequicosos") retira d esta d iv isa.de classes (baseada na proprledade priv ada) a causda pobreza, colocando-a sobre 0 ombro dos indiv -duos, isto e: . efeito torna-se causa, lov e '~ten do -se a rela vao atrav es d a id eo 'lo gia.Dutro exempr6. Na Igreja c at6 1ic a a firm a- sequ e a instituicao do celibate para reliqiosos loicriada a fim de que estes pudessem dedicar todoo seu tempo ao trabalh o, sern preocupacdes comurna fam Ilia. Contudo, sa be-se q ue 0 celibate foilnstitu fdo quando a Igreja corria 0 risco de' v erseu capital d isperser-sa, caso os religiosos secasassem e tiv essem suas posses transferidas a

    I.

    . I

    o qu e e Realidade 51

    ..... a ideologia e uma explicafQo com respeito ain stitu ic oe s e fa to s oc ia i s q u e e sc onde s eu s v er dade ir os

    porques.

    C ' L t .~V\~~ J- .v:f.vJi ",c..t~ tA_,-_~~0ck :,~':

  • 8/6/2019 Realidade o que

    26/52

    ,in stity ICOes s oc ia ,is p od em V i , f a ser _ modif icadasa fim de sa c~O 'r!formarerricom_ a cons-.ru(da!i, tornando-as assim m ais "legitim as" . Esta- e en tao -a essencia d a d ial~,tica, qu e reg -e a s transforrnacoes socials, ondealt~racoes "a pratica cou-diana d a s institu icoes obriqarn a, rnudancas nasteorias, m as tam bern mudancas na s teo rias lev ama alteracdes na pratica instltucicnal, Prlv ileglarurn dos dois sentidos deste f.lu xo d e a lte ra co ese romper com a compreensso dialetica da h is t6 ri a.Em resume: transformacoes o bje tiv as n as in stitu i-coes (ue algunsdl.nam , na m fra-estf.utura, sac.ial)conduz em . a transonnac;oes no cargo de con-,e-dm en t'!s, ria s_ i_ oe ia s (g ue a,lg un s c H riam~ o a su pe r:e s tru tu r a 'Soc ia '! ), e v i 'ce -v e r sa .-- E p re cis () n ota r-s e -a ss im 0' poder realiz ador dasteorias, lsto e , s ua c apa c.i dade potencial de tornarreais os seus conceitos, no senti do defeze-losretq rn ar, do universe slrnbollco o nd e fo ram produ-zidos, it v ida cotidiana dos indivfduos, lsto eparficularrnente verlficavel no am bito das cienclash~manas" espe~ialm ent~ n?" da psicol'o~ia. Pore em plo: depois da psicanallse de Freud, grandep- rte de seus conceltos se incorporaram . 8 l ingua-g' m cotidiana das pessoas, que passararn entaoap rceber em sl mesrnas enos outros as rnani-f stacees de tais conceitos, tornando-os " re a is "e seu d ia -a -dl a.1 P ara c on clu lr -este capitulo conv em . notarm osq~e em nossas m odernas soc1ledades, dl'tas plura-I -

    5 2 . ', ' , ' G , \ , . . i - - _ . I J ' : 'I r , I ' - , I loa0- P n . , a n c l s c o rte Junibr~ ~ ,' C !1 \ l\~ f-~ " I I 'uI' ~ -. ,_'cdl. : f! ~ uh erdeiros. 0 celibato com o prote~?o do trabalhoe uma oriqern i nv ent ada po ste rio rmen te .M as ja e tem po de se v oltarao univ erse simbo-lico - 0: ruvel mais alto de I,egitim a~o~, onde asconstrucdes teoricas estao to ta lm e nte d is ta nte s darealidade praqmatlca do cotidiano. Afunao douniv erso sim b61ico onsiste em integra.: nurn cor 0unlco de conh ecim entos (numa teona todas asexperiencias poss(v eis dentro de um a instituiaooue u r n conJunto . e m stitu-, ~ es uma sOQ.iedade).trav es d-o univ erso s-lm b6lico pcide-s~ e.xpl.icar"quaisQ ue-rfatos acor,daos dentro aaquela reaU dade. _---em term os aos significados' ue este univ erso ' rov e.e certa rnaneira os univ ersos sim ballcos . oum ec an ism o s c on ce itu ais a e in teg rac ;:a oe e xp tic ac ;::ao'da reaUdade, pertencem a um desses quatro tipos:.. m i to l6 gic oS : te ol6 icos, filosoficos au ciendficos.A o contrrr:io - as universes sirnbolicos mltoloqicos,os outros tres sao de proprledade de elites deespecialistas, cu jo s corp o s de co nh ecim en to s estaoafastados do conh ecim ento com um da sociedade.E a eles a quem 0 "leiqo' deve recorrer no casede nao consequir interpretar e integrar em seuconh ecim entocotidi,ano urna determ inada expe-

    riencia po r ele v iv id a ou presenciad a,as univ ersos sim b61icD s (ou teorias) sao criadosp ara le gitim a rem , n ur n n (v e l g en eric a, a Sln stl,tu lc 6~-sociais ja existen~,es , encontrando-, I ,hesexp:!icacpese-In tegrand o-as n urn tod o sign ifi'cativ o_ :. Po rern, 0~inverse tarnbern po e ser v erdadeiro; quer diz er:

  • 8/6/2019 Realidade o que

    27/52

    ,0qu e e Rea l idade 57 .

  • 8/6/2019 Realidade o que

    28/52

    l

    A MANUTENt;AOD'A REALIDAD'E"Sendo produtos hi;s,toricosda atividade huma-

    na, . todosos unlversos socialmente construrdosmodi fi cam -s e, s a' t ra ns fo rm ay ao e r e al iz ad a pe la sayoes concretes dos s e re s h umancs .'

    (P. Berger e T. Luekrnannl

    A organizacao da sociedade esta assentada, ,como_vimo~ . basicament~ sabr'e asilnstituii ~oles_ e as,_'eglitima1coes dela decor re -n tes~ . Asinstituiyoescorpodficam-se n~ vida co1tidi!ana " d e s individuQL

    I " atrav es do s I a: ,ei~ que estes devem desempenhapara_ fazer_Q'art'e de!las. 0 participarm os da insti-~o "escola", por exernplo, o u a ssu rn irn os 0papel de' professor, QU 0 de aluno, ou 0 de funcio-mkio tecnico-adrninistratlv o. Cada urn delesprescreve-nos modlosespec{fi,cos de cornporta-

    mentes e, se porventura passarmos a desempenha-los de forma na:o prevista, estaremos subve r t endoao:rdem institucienal, desencadeando entso a, a c a ode certos mecanlsmoscontroladores que procurarso"corrlqir" a nossa !conduta.! .stabeleclmento de pap lis isto-e. de O 1 Q _ d,adroniza-dose com ortaimehto.~a e urn, 'm ei;r,insUurnen _0 prof,etor ,d e -u e se v ,a li 1 9m' as !in~tj-tU : i9 o e s- ,a f ilm _ , _ e se prese(Varern l , , - Para que a s lnsti-tu icoes funcionem ordenadernente, de formaprev is Ive l . , faz-se necessaria astejogo de papeis,que retira d a s p e sso as, a possibiliidade d e condutasb aseada,s apenas em s eu s de !. io s i nd iv iduai ,s . Nest e

    senddo e que foi cornentado no capftulo anterlorofato de as instituic;:oes serern coercitlvas e ses ob re p o re r n it in d iv id u a l ld a d e d e s e u s membros .t claro que, 0 'g ra iu de r i g i dez e de ester,eotipia "exigidp no desempenho dos papeis degend'e do tipo./de in~i, tu i icao em que se esta Ie do tipo de sistema)pol f tibomaior c::I: !-I,ee g e a soe ie d ad e. Nu ma u niv e r-s lda"de . por exemplo, '0 professor tern maior flexibl-Hd1de e um a rnaior marqem d e crlacac individualno1desempenho de seu papel do que 0 soldadono ~uarte!l;e. ambos, nurna socie?ade democ~ati~.possuern ma~IISespaco para rnanlfestar su a indivl-duslidade do que. numa sociedade totalitaria ..

    I. l ias, e ' justam ente esta m air,gem d e I f !_div idua. , :_lidade denlr_o.:.dos a e i s ' ueossiibirita a e v o lL Jao ,e ~ t,eracao i(jas in~itui .Q~s a-'alrt ir_ de su a s b a s e sou _Se j i a , it conduta de ' se u s memb_ros . Na m edld a

  • 8/6/2019 Realidade o que

    29/52

    58 Joao-Francisco Duar te J un io rIem que se vai criando bov as form as de desempenhode urn papel Jsto acarreta, consequenternente,

    alteracfies' no modo de funci.onamento da insti-I - -tui

  • 8/6/2019 Realidade o que

    30/52

  • 8/6/2019 Realidade o que

    31/52

    64 l ot io -Franc is co Duar te J un io r o que e Realidade 65

  • 8/6/2019 Realidade o que

    32/52

    mesma irrrerpretacso da realidade. Do exorcisrnoa pslcanalise, da assistencia pastoral as pol iciaspol Itlcas, todas seguem este mesmo esquematerapeutico. A E 0 mecanisme conceitual para a terapeutlca,em-re ado num determinado universe simb6'1'ic(),pode ain a . ser extrema~ent: .,~esenvoIIYJ~doa- ponto de conceituar (easslm II Uldar) quais uer.. ~uvldas que' porventura sejam sentidas, ~pelo.... .esviante ou pelo terapeuta., com relac;ao a pr6prj~. terapeutlca. Guer dize~: ;ssas duvidas saoex~ll-cadas como urn dos slntoma~ mesma do desvlo ..Na . psicana~ i se , po:. exemplo, as I~uv.id~s .:d?,paciente sao classlflcadas como resistencia(a terapla], ,e as do terapeuta como "contra-transferencia".- A terapeutica 8, portanto, urn m.ecanismodestfnado a manter os individuos diverqentes .dentro do universe simb61ieo que interpreta arealidade. Ela e empregada contra os Hhere'ticosinternos:, ou seja, contra aqueles que pertencem~ . lnstituicao ou a sociedade em questso e quecomecam a apresentar diverger)cias ,qua~to amaneira de entender e/ou de agir naquela realldade.o segundo mecanismo autoprotetor de que sevalem os universes slrnbolicos, a aniguilac;@.c ~se ' stina ~aos desviantes internos, e ~im_aos _diver,gent,es loeali,zadolsfo;ra de seu a m ItO.. ua~d~~masociedade defronta-se com outra, cuja hlstorla emodo de vida sao muito diferentes dos seus,

    . 1

    ocorre urn confron,to. entre distintos universossirnbolicos, isto e , entre diferentes realidades.Isto gera u rnproblema bern rnais agudo do que 0criado por dissidentesinternos, pais nesse caso h auma alternativa entre dois unlversos sirnbcllcosfortemente estabelecidos;' ambos ,possuem urnatradic;a'o "oflclal", !: rnals facil urn universo terde, tratar com grupos mi~?~itarioS' dell?iver,g"en~e~~cuja postura pode ser definida como ',Ignoranclaou "patoloqla", do que' enfrentar outra sociedadeque eonsidera este proprio universe comoequli-vocado au patoleqlco. :Neste embate 0 que aconteeee que' urn universo~procura ..enfrentar a outro munido das l1'lelhoresraz6es possfveis a tim de provar suarD rja su e~"non a_e _e a~nmenO!rJ ade do oponent,e ... Noteainda que 0 simples aparecimento deste universoopositor constitw-se nUma s~ria ameaya, poiscoloca_ em xeque_ a detlnico de realidade dQprlmeiro ate entao _c~nsiderada a _(mIca oss(vel.s membros da sociedade como que descobremqui ha outras manelras de se viver e se construiraixistencia. vale dizer, a realidade,. ':. censurai' posta ao povo por govennos t.otahtanos nadaais e que urn mecanismo preventive, que procurae itar que as pessoas tenhamconsclencla de outrasralidades posslveis, evitando-se urn confrontoetre universos simb6licos.. N a aniu ia ao entao dois sao o~ mlecanisn~osui izados para anula 0 do nQvo ul1ivt;!rso.. 0

    66 Iodo-Francisco fuarte Junior o 'quee Realidade 67

  • 8/6/2019 Realidade o que

    33/52

    :

    ,(;?rimeirodeles, como ja citado, consiste em~~tribuirurn status inferior as suas definicoes. prourando.aemonstrar-se 0 quanta elas saQ "ignorantes","atrasadas" au "degeneradas", enfim, ilmBossfveisde serem levadas a seri(). 0 segundo me~anismoe mars ambicioso: pretende explicar as de;finicoesdo universo contrano em term os dos conceitosdo universo ori'9inal, lncorporando-as a si e,.ass'im....riquidando-as: em Ultima analise. Este processoeum a especie de fagocitose, qnde as concep2oesalien(,genas sao traduzidasem conceitos de nossouniverse, procurando demonstrar-se assir:n queelas J 3 estavam prevlstas e consIderadasem nossa'@ahdade. s6 Que at raves de outros term os econceitos. Com esta sutil inversao aqui.lo que eraantes oposkaopassaa ser afirmac;:ao do univefsoorigin,!1. ' IPensando no processo de c~teque5e .(rel,i9i$5aou nao) a que foram subrnetidos as indlge~asbrasi:leiros pelos portuqueses, percebe-se clararne teeste me c a n i sm e de aniquilaeao: eles eram co sl -derados povos "incultos", "barbaros", "imorai r".que na~ haviarn encontrado "a verdadeiro De s"e desconheclarn a "superioridade da ciivi!izaaoeuropeia". O u ainda notemos os embates que" asvezes ocorrem entre "umbandistas" e "espiritua-listas" de um lado e psiquiatras e psicoloqos dooutro. Estes, ultimos procurarn explicar a realldadevivida pelos primeiros, em suas incorporacoes etranses, atraves de seus conceitos, como: "histerla",

    "sugestao", "hipnose", etc., enquanto os espiri-tuallstas pret~ndem en tender as charnadas"doencas rnentais" valendo-se dos elementos deseu universo si'rnb6Iico, a saber, lncorporacso deentid~des destrutlvas, "despachos" feitos portereerros, etc. E neste confronto e quase inevitavelque as prcflssioneis da psicologia invoquem a seufavor a "superlorldade da ciencia" na revelacaodasverda des dornundo.

    Urn aspecto central nesta questaa do confrontoentre universos :simbolicos nao pode ser esguec.ido:@Le,'nvo;llve,n_ecessadamente, a pode:r. A definicaoda - realidade que saira "vencedora" e ue S8 fixarna socieda e como _resultado desse conflitodepende sobremaneira da torca (material e f(skar__.- ..de ue dis oem as oponentes, na maioria das ve,zesa t e mais do que a 'engen oSldade dos tecnicoslegitimadores. Uma r e a l i d a de e quase sernore , na-hist6ria do mundo, imposta pela forca e violencla,N',o,fo:i assim com as povos "primitlvos", coloni-zados pelo europeu "civllizado"? E na~ vern sendoassim com 0 ,neocolonialismo, onde as nacoespoderosas, econornica e militarmente, vem seimpondo ' a s d o Terceiro Mundo? Os rnelhoresargumentos que a ,humanidade temencontradopara eleger uma definic;:ao de r e a l i d a de como"melhor" estao no empunhar armas. ,Hetornando aos "hereticos internos" devemosobservar ~ntre eles urna classe muito especial, que ~nem sempre e considerada abertamente divergente

  • 8/6/2019 Realidade o que

    34/52

    68 J o do -F r an cisc o Duar te J u nio r

    ,~.!_nem sem pre setre os processes terapeu-tico~,~ pri,ncipalm ente nas sociedades pluralistas e dem o~craticas. T rata-se dos intelectuais. E ntenda-se pari.ntelectuais aqueles " i ndlvfduos cujo trabalhoconsista precisamente em rnanlpular universosslrnbollcos, em geral buscando neles falhas ebrech as par onde possarn ser introduz idas nov as ealternativas concepcees da realidade .. Enquantona sociedade existem as " l eg ,i timadqres o f ic ia ig " ,o u seja , p esso as que laboram no sentido de m antere arraigar profundam ente aque.las concepcdes tidase h av idas como a (mica realidade possfvel, 0tra ba lh o d o in te le ctu al ( eaU za -se n o s en tiC f oin v er so :q ue st io na r e ss as c on ceP90e s., ~a leg itim ad or' o f Id a I tern a seufavor toda ainfra-estrutura das instituicoes,ja im pl.antacJae, que serv e de base concreta a sua legitimacao _teorica, ao Rassogue 0 p ra je to d oin te le ctu al~ se d es en yQ lv e Dllm v acuo institucional. Nestesentido e qu e se pode falar em u to pia , tomsndo-seo terrno no seu sentido literati, derivado d o g reg o:utopia = lugar nenh um .. Asconstrucoes te6ricas'90S intelectuaiis, que naio se deriv am das institui~(foes, sao utopias no sentido de ainda nao exjstiremconcretam ente,. com todo urn. a,rcabouco de v ida_praitica sustentando-as.Como a firm ad o a nte rio rm e nte , ninquern sustentasoz inh o um a concepcso div ergente de .realidade, e,isto e v alido tam bem para os intelectuais. Se Ih esfalta 0 res pa.ldo dB , soC iedade m aior, tadav ia el,es-

    o que e Realidadeencontrarn-no entre si m e~mos, ou seja,. na sub-SoC iedade de lintelectuais! que elles constiituem.Sua s' c on ce p9 0e s d is siid en t . s sa o s is tema ti ca men tenegadas pea praxIs m es.m a. da saC ,I,8 ae, m as.subjetiv am ente eles adem m ante-Illas or ~ue nasu socle iJde_ a _ue _ rtengem seus com anheirosconsideram -nascomo realidade. .D a r 0 horror intrfnseco que ditaduras de qual-quer m atiz nutrem contra os intelectuais e seusprogramas de estudo ,e pesquisas: 81 'es acabamapontando sempre na direc;:ao de transtorrnacdesno que existe, rurno a um a sociedade diterente,distinta da qu e os p od ero so s p reten dem co nserv ara fim de m anter seus priv i h ~gios.o . s intelectuais tern ainda a opc;:ao da rev oluc;:aoque) historicarnente, e b asta nte imp orta nte . Porela, el'es se disp5em a tornar concreto 0 s eu p roj eto,O f seja, tran sf.? rm ~ r a sociedade ( a ~r ea li da~e ) p a~aq 'e se adeque as suas concepcoes, ate entaos mente teoricas, Esta oPCao,. contudo, tern dec ntar com 0 respaldo concreto, institncional,d _ outros grupos dentro da sociedade. Nao h are olucoes a enas teoricas,. nao h a rev olu 'oes Jse , mudan as na Infra~estru1ura_s6cial a , ol vel dav i~ 'a co nc retam en te v iv id a p ela s p esso a,s_. Q ua ntam,is as rev olucionarias e dissident,es concep90esdds int.electuais se espalh am e tornam corpoentre outros grupos da soCiedade, mais v ai sesolidificando a realidade ialternativ a proposta.-Uma rev olucao se realiz a (torna~se reaD quando,~ I.

    69

    I. \

    .,i:ji~ ,Jolla-Francisco Duar te Junior

    ~ -- ol d A ' A, .. ' _, - ,I., "~'_ ' . ~,.t. .-A.Cc{~_I. i~~" '. c' . ',. r '"o que eR,ealldade ! ~ ) , 'ill

  • 8/6/2019 Realidade o que

    35/52

    70 . I -I

    ,n (v ,el p od e-se d lstiin guiir en tre dais tigo,S g~is qe'.. .conserva r ;ao da; r,ealilidade: um a rotineira 9 ' putra.crftica.A . i rotineira .d estiin a-se ,a ! m an ter a: reaUdade.interiprizada pe l los indi,v(duos na vida d o dis-a-dia, ,=; .ou sej a, assegura que nos mOVlmentemos Dum mej_aeo :nFiec ido _ e' pr~vl~lfvel, sem mudanc a! s I br us ca s,~ eJ~a ai, n(v el s~lb J'etlV Ot seja a n(v e'l ob jetiv o . ,~:e nm~ lr o l ug ar I ls ~o e' c on se g! ui do a tr av , es d os babi,tos.e' ro tm as, q ue'sao a, e ssential de : insdtucional'izaS:Q:.,'Enquanto minha realid ad e co tid ian a se desen vo lv edeform a rotinaira, lstoe, de maneira J a oonhecida,estao suspensas quaisquer duviiidas,e questionamen-tos que me obrigariam a pensar sobre a rnlnha

    identldade (quem sou?) ,ea identidade das eoisase pessoas que m e cercarn, a rnundo continua a (leoma eu e conh eco: no rneu percurso alte '0trsbalh o tome 0 mesmo onibus, que' segue 0traleto h ab itu al, as pessoas sobem e descem deleda maneira usual, as casas e edlffclos eontinuamas mesmos, meus horarioa sso rnantldos, e'IC.. ~tude iSSQ me reafirma contlouamente a solidez darealidade e me da a seguranca de ' que necessltopara desenvolver minhas atividades.- E m segundo lugara conse:rva~o rotineilra e , .conseg:Uld'a at ralv es de nossa interac;:ao com .4 5,otitr~ ,Estes. podem ser Uoutrossiiginificadvos"-f a ueles com q'uemi rnan[ ,eUiOS, re l3oes pessopis -m ais (n tim as, 'O'U m enos im portantes:: am bos os:tipos ajudam na censervar;ao de ' realidade. Quando

    c~[ -

    :~e'lo movim'ento, da maieriia ds sociiedade, as'--tr.ansformac;oes nas insti,tuicoes edlflcam uma novarealldade. -H eiiliz a-da a rev o llu9 Isto e , tornadas Ireais,aqu;ell~iseneepeoes -ateentao tidas c,emo u to .p ic as . - -e dllv,ergentes,efrequente ver-se' oi iint,el l'eetual,asslImi,r_o_jpapell inverso, q_l..Iallera, _0 de ' legifimadiorofi ci a il i . . Agora;el le ~pod,e passar de' OPOSlllto,-ra prcpa .9and'i~ta da no~a rea:lid.ad~, con~ribuindo para_~1eela sera aprendlda e assim ilada pelos g:rupos SOCialS.E pode. assumir tarnbem, como comPlemen-tOtioPapelll de "terapeuta", procurando reeducar es-mats rerutentes, ...os contra-revolucionarlos qu einsistem em m anter suas antigas concepcees eminar a nova. rea lidade no sentido de urn retor .0a antiga. a u ainda 0 lntetectual, ap6sa rlevolw;a\pode entender que e la se afastou daquelas CO I,! '-cepc;:6es que a nortearam . que "nao e ra _be rn issooquese pretendla", rstornando ao seu pap~ decrttico e oposltor, trabalhando para qu e mais ~mavez a realidade seja alterada. E e sempre bomfriisar que sste se u trabalho s6 e posslvel na medidaem que haja uma tolersncia democratica ao plura-Iismo de coneepcoes. _Ate aqui nossesconsideraedes acerca da manu-tenyao da reelldade disseram respeito a urn nfvelcoletlvo, social" em terrnos de instituicoes euniverses simbollcos. Porern , e precise que severifique cemo a realidade econservadacomreJa:caoa os :indivllduos, na vida eotidiana. N este_,- .

    .J

    ~ _ ; . r

  • 8/6/2019 Realidade o que

    36/52

    lot io-Francisco Duarte Junior.~~.:_ 'YV\L~~"'IL'~ de-

    paro 0 rneu cerro, por exarnplo, e pergunto aoguarda de transite se p osso estacio nar ali, este e ,urn encontro ocasional. m as que, lrnplicitam ente,reassegura a reaH dade: ele me reafirma que souproprietario do v efeulo tal, que mora nesta eidade,que as reqras de transite continuam a exlstir, qu eos pclicialsestao fazendo 0 seu trab alh o, etc.Nota-sa entao que 0 meio mais importante na...manutem;:ao ds realida~e e a conversa1_oJ:! se ja ,ah av es dela 0 mundo e Incessanternenteteafirmado.Nab no s esquecarnos daquilo qlJefoi diseutidono segund? cap'ft~I?: rrclalinguage~ 0 mu.~d~ganha sentldo, slgnlflcac;o. Na m al ria. dos dlalo-jc)squ_ e m ant,e~os,a re~lida~ esta a~segurada, aO oriienoS de form a irnR I.(cita: f~l,arnos num m -esm oidioma e de coisas conhecidas, que compoem aJiossa realidade. U rn sim ples "b orn-die" do porteirade meu ediflcio me inform a que as coisas conti-nuam com o sernpre.Os diiilogos que mantemos com as "outrossigiiificativ os" sao ainda m ais im portantes nesteprocesso, na medida em que neles 'ha uma car'ga_ .aaicionaT de afetiv idade, con trib uin do com 'm aio r

    ~.~ p_eso para assegurar a nossa realidade subjetiv _a.,~ . As oplnloes e~ 'ltldas por aQlueles que ,rf!e saoH _.slgnlflcantes tern maior torca para .edlf'lcar. ei ,~anter a. m inh a laenfldadee a das cO ,lsas (e, _ e< : " ' . A ~Iaro,. tern tam _oem maior for

  • 8/6/2019 Realidade o que

    37/52

    I. ti

    'com rneus arniqos e parentes a fim de saberjse eles. creem que euse'ja, realrnente urn' fracassado, earran]o rapidarnerrte um a nam orada, a que meconfirrna que e possrvel me arnarern e q~le' sou001paz de viver "a dois", Esses procedirpentosajudarn-rne a reestruturar e a manter a re~lidadeque me era conhecida e qu e foi abalada, l. Nessas situacees crrticas tarnbern p o 9 : , e se rposta em jogo urna serie' de tecnicas que .~ socie-dade prove justarnerrte para tais cases, De~~ro domesmo exernplo, posse procurer urn psip6l iog'Opara ur n aconselhamenta au um a pslcoterapja. queme ajudem a r,eafirmara r nl nh a i de nt id ad e: QUmesmo bu s/ ca r p al av r as deapoio junto ao 1pastorde minha j,grejia, no horario reservado ,para oatendimento des fieis... .Essescala!psos: que a rea:lidade pode sofrer naase daa apenas a "[vel :indiividuail, mas aind~_9Ietiv9t~c o m o e m caS_Qde catastrofes,,- revoltas par arte.e d-etermInadosgrUlpos~etc., qu ,ando , t~nnbem sa oacionados mecanismlos de manutencao do real!!.

    . A ' D ser conv ocada um a passeata de: desem preqadose' na iminencia de ocorrerernsaques e depredacoes,por exernplo, 0 governatdor au a prefeito podernir aos rnelos de cornunicacao e declararern que liapolicia estara nas ruas para garantir a ordem ;'ea norrnalidade (v ale dlz er, a realidade}, Ta sI P rO C I iS S o S de afilrmacao do real, evidente~ntltem a sua! intensida "~e liO~9a e ap llcac;ao aum e ',-tadas propo'rC'IIOna--ment8'-e coni que a

    I

    ameaca a desiriteglracao e Rer ce bid a. Amea 9as maisser Ias exigem ;um a m u ' l ti p l ica :cao do s m 'ecanism os ,e rituals de conserva,cao cdtica d a re a lid a d e ,. Como ja observado pag:inas atras, no caso dar e v o l : u c a o a reaH dade pode . s o , f r e r , emte:nmos _ d eoole t : [ v i da i de , um a ruptur.al ~Ui_m reaJ,rani . f ! .~ ,qb urnanlova forma: (urna - n o v a ordern institucionaO.Estefato pode;ocorrer tambem com osindiiv(duQs, Iquando 'o r ,: u .a l Uler. motivo seus _ aram letros __ ,;-SUI.jetivos do real : sa .9 -- 'c d~ s. '.e sf ru tu ra~, os enov amen te . 'organi.zados a par ti :r de Qutros p r, ismas . A conv er ss or,e;lig'iosa e , del certa rnanelra, a prototipo destetipo de' fenorrieno, ondle a, lndividuo repensa ereestrutura su a' m an eira de v lv er, sentiire pensarde acordo co~ as novos valoresfornecidos pelonovo un iverso s;imlb~I~'co. ...' __ ___ _ _ . ..No caso exemoljflcado antenormente, quandornlnha mulher ~e deiixa e coloca em duvida 0 meusucesso, pade ser qu e eu venhaa descobrlr quee,la esteja certa, e entao muds radlcalrnente am i in ha v id a :v e nd o as meus p srte nc es , a b a nd o noo meu ernpreqo, arranjo uma casinha na praia e'passe a .fazer artasanato para ganhar dinheiro.Terei entao de passar par um a reapreodizagem d!Ltr,ealidade au seia,. devoa ,:r,ender a me orient8r .neste meu novo mu n d o . com Ireacionam'entosaifer,entes,. outros tilpos de am iz adese valores-distintas d a q u e l e s CU I I t i vados anteriormente.Esse processo de reconstrucao da realldadesubjetlv a, que lrnpllca urn aprendizado, g'anhara

    76 Joao - F r anc is co Duart e Jun io r

  • 8/6/2019 Realidade o que

    38/52

    II

    contornos mais n Itidos ao se tratar, no capituloseguinte, d a s maneiras como a realidade e ensinadaa s novas ger,a90es e reensinada aqueles que ativeram desestruturada.

    A APRENDIZAGEMDA REALID.ADE

    \

    "Sando a sociedade urna realidada 30 rnes~o. tempe, objet iva .e subjetiva, qualq,uer .adequada ...t .ompreensao te6rica r ,elativaa ela deve abranger

    ambos estes aspectos."r-= - ,(P. Berger e T. Luckmannl'

    P fenomeno da reificaC(?o, ;sto e , a apreensao d arealidade como' se fosse 8 1 9 ' 0 dado,. independentedos homens (e nao, constru ida socialmente), eu1ma: constante verificada em gualguer cultura,"civilizada" au "primitiva". Perceber a realidadedeforma desreificada, au s e l a ; - como prodllto daa980 hu m a n a, exige urn. certoesforco da cons:~ CfenFia, e ista s6__~ode sercanseguido a ~s 0 realji) t~ r 5i 0 rn tro je ta do _. Ape na s -d ep ois de a real i-t -

    III.1I

  • 8/6/2019 Realidade o que

    39/52

    dade ter s,ido _8 rendid8 _ com e_cercitiv o, "8penas de. oi,s dEt D i, _ uo ter-sein egrado ne a, - que ~eSie pade conseguir um acarta " distan cia " quelhe perm ita perceb e-Ia"de fora''": .'~esso de a _t'endiz a em da reaH dade 'denom ma- a socia Iza9Bo. Por e~le_tarnamo-nosF iumanos ,. a ,p re nd emo s a v er 0 munda c omo 0 veemn ossas se melh an tes e a manJpu,l,a-l,o pratica ec on ce itu a,lm en te at~ av es dos instrumentos e c6di-gos em pregados em nossa' cultura.. A . soc ia l , iza< ;aopade ser dividida em dyas lases; a prjm aria easecundaria.Nasoc iaHza~o primaria, que ocarre 'essenciC!i:mente no interior da fam flia, de par com a evolu9aoMuro f~ sio l6 gica . vamos a?9uirmdo a IIcons~i'~nc,i~que a "'"gua em nos erm lte e ue nos hom m lza .Indivfduos crIados ' l ange de seus sem elh antes,como c am p r o v am as ca sa s d e criancas d e i x a d a snas selv as ainda bebes e "adotadas' poranimals,nao, se tornam h um anos. E ssas criancas, i encon-tradas quando ja beiravam a adolescencia, n ~o era mmals do que pequenosanim ai,s que caeavarn,grunhiam e andavam "d e quatro"; tentads a sua"horninizacao", a su a . in tegra r; :ao na sociedade, / .bem pouco conseguiram aprender e adaberamsucum bindo. (;, inev itav el: 0 que conh ecem oscomo ~ humano" so. e possiv el se pr'9duz ido .'sodalmente. ,., ~ sociaH z acao primariia e baska efund~mental, .

    .~

    prirnaria

    c.-..fI '~ 1..,-_. I./~ ~ .. '.,-I'.., I~'.....-vL/\r---o...-::.~ ~~,c....-. ' ' . .. . ~ ,~...,-,cl;~~~ ~ lc ~ ". - ek ;OqueeRea'lida~:. n E , . ~ ~ ~ ~ . , , : : _ _ /I'~' 81 j,\ ... ,n- -"":". .. .J") . V ' . - .. x t J U " " 'I " ~ > \ " 3 -~-'c.-~t'I":.:::-,-I.~. ) ' T " ' ; - l . : - - " c J v . . ; . : - - " " - - k - _ " ~ ' )l-~ J) ~ c : : ; r~ .~ /tg o ,1 " Jofio~Fl'ancisg~~rt~ A mior .

  • 8/6/2019 Realidade o que

    40/52

    J ~ - ~ s , . ( A (; { ' ~ ~ " ' , _ -- JV " '.. -;- ' _ ,_ '"A :.AA~~~'~'~ ,j . . (ou baseados. nas :~ j' 'Itu ' a noss sociedade. I,~ ~..~ rn~~it~~oe;ro~~~sv:ma~~i~~a~d~n~So~~~~~::~~ ::'

    as Jegi,tim am . sto sigm Ica a aqU lSIc;aO de conh e- ?'cTniento de func;oes e (fe. apeis espec(ficos, direta :::au imdiretam ,ente decorrentes da div iso do traba- ::;'I n o l e do conh ecim ento.., ... . (.,.- r!' ~\,~ nq uan to a so cializ a9 o p rim aria ve rn plasmada t " ;de ~Ita dose de afetiv idade, a secundaria dispensa 'esti carga de e ' T ' ? ( f o e s e se da de. m a~eira m aij ~:':'raclpnal' e plam flcada", onde. 0 conhecImento, e ::;:~.apresentado em seq uen cia's lo gi'c as e eda 6 icas. i : ' : ... :.ste processo de apren iz aqern -e m g ,era 'i e tarefa .;;":de jnstrutores especiallzados, como os professores ':"par ~xemplo. . ' '1 'Como 0 conhecimento asslrnilado na sociali- ~\z~ '~~o secundaria e menes marcadoafetiv am ente, ,~:;::ele i -Ode mais facilm ente ser collocade entre ;;)_ . ! f. eh t es es , i st q __ , esguecldo ou 7elxao de lado. ~:/Justarnente pela emccso que 0 acompanhou e !:que [o "rnundo baslco" in terio riz ad o n a so ciali- f < \z 8 c a b prirnaria se rnantern solido e com pouqufs- ~.,;:sirnas possib ilidades de ser abalado. M uitas teorias I ' : ~ : :psicol6gicas ressaltarn 0 fa to de os fundsrnentos ."d e n oss a p er so na lid ad e a ch ar ern -se n as e xp er ie nc ia sv iv idas na primeira infancla, quando esta em f ' ; ' ,curse a sociatiz acso prim arla. A matematica, a ( f ; ;: )h ist6ria e a geografia,. par exernplo, podem ser .'::esquecidas e pastas de lade pela crianca ao sair .,~ , . :t ; . :[0, "

    i !t ivos e se atinge 0 qu e se: denornlna "outreqeneralizado". A form aca,o desteco,ncejto deoutro general iz ado na consciencia do indiv (duoslgnlfiea que ele agora naose identifica apeoas~m os outros concretos que es~ao a sua v O,lta, ,m as, '~om uma generalidade de ou~ros, ou .seJ8, comuma soc iedade . 1E e neste ponto que terlTH naa soc ia l izacaoprim ana: quando a crianca percebe q ue a re alid ad etranscende as fronteiras de su ~ casa e se espalhapor todo um mundo social'. Alias, alqumas crisespodem ocorrer neste mornente exatamente peladescoberta de que 0 mundo dos pais r:tao e 0unico existente, e sim urna pequena parte de algoinfinitamente complexo e at8'assustad,or. T a'iscrises podem inclusiv e serem agrav adas se eliap er ce be que, po r qualquer motivo, a rnundo dospais e m esm o ridiculariz ado em outros grupossoc ia i s , Este e um fenorneno ~ue tern ocupadoa atenc;:ao de inurneros educadores com relacsoas.cri~n~s que prov .em do rnelo tural.~ u de fav;lase perlferias e que, numa escolr elitlz ada, v eernseus v alores e formas de expresssc - v alle diz er.a sua realidade - serem menbsprez ados pelosco legas e p ro fes so re s.~ a . social iz ayao secundaria . d 'iz respeito a ,q u'a lg ue r p ro ce ss o s ub se g_u en te ,a , jprimana q U E ! vise-a_ intr -. _0 indiv(duQ e 'm nov os setores ,do'm un do ob i~ tiv _ o de se u _meio ,socia. zuer rzer :~)e'a socializ ac;ao secundaria interiorIz am os

    ,III

    "

    82 Jodo-Franc isco Duar t Junior

    - '.1 ,_\ . _.

  • 8/6/2019 Realidade o que

    41/52

    daescola, mas 0 mundo dos pais e inevttavel:el a v iv e n ele , quer queira ou nao.A realidade interiorizada no, processo secun-dario e , a ssirn , m a is fragi I e fuqaz, podendo sofrer &

    desestruturacdes e nov as mantagens. E e impor-tante n ota r-se ta rn be rn que a realidade subj.etiva(a acerva de conhecimentos-,interiorizados)' e area: I a e 0 !lellV a (0 conjunto de instituit(ae~legitimaceoes da sodedade) nunca mantem entresi um a rel.acao simetrica. Ou seja: e, Im p ass lv el ...'connecer-se tudo 0 que exists na so ciedade,c;:onhecer-se a _total.idade do , rea II (mesmo na s~ulturas Ima i iS "prilDitivas"t oem tudo 0 qu ~existe em ' nossa J;o'lsciencia eprovenlente dasobjetivacoes 'socials, cornoa consciencia do prb-prio corpo. po r exe:Q1p,lo. , A r ea li da -d e sub j et 'l v a~ a objetiv a. sao cp-extensiv as, po rem nuncasimetncas.UuanCfo no capitulo anterior tratamos daconservacso da re a Iidade, fo i abordada a questsodos indivfduos que, por qualquer motivo, tern asua realidade subjetiv a abalada ou mesmo deses-truturada. A li afirrnou-se que nesses casos e desen-volvido todo urn traba.lho no sentido de, ouconserver a realidade arneacada, ou reconstruir ademolida. E precise agora que se observ e rnais deperto essa tarefa de reconstrucao, ja qu e el a nadarnaise do qu e uma r ee du ca ca o, ou melhor , um are-socializacao.Se 0 conteudo da cons ci en c ia qu e fo i adquirido

    o quee Realidade

    na so clallz aeso secun darla sofre abalos ou sedesestrutura, tal fato nao provoca choques muitoseries no indivlduo, pols que trata-se de conheci-mentos (teoricos) pouco coloridas emocionalmentee qu e pod em ser facilm ente substitu Idos paroutros. Trocar uma visso te6rica par outra, urnsistem a de pensamento por outro, quando arealidade basica (ernocional) continua estruturada,no etareta muito complicada.

    e0ntudo, a coisa se complica quando os abalose deses tru turac ;:oes atingem os v alores e a v ,d;ao-de' munao adquinda. ao lo.n90 da soclahzac;:ao-primaria. Neste n(ve!1 estso en vo lV iao s asp ec asfarternente ernocionais, e abalos nessas dimensoess a o sen tid os p elo indivtduo como fissuras em suapropria identidade. E ev idente que u rna desestru-turacao to tal da realidade sub jetiv a jarnais serapossfvel, pois que, em ultima analise" 0 indivfduocontinuara a ter 0 mesmo corpo e a habitar 0mesmo universo ffslco. (Os casas de desestru-turacoes acompanhadas de muttlacoes corporalssao, realrnente, os mais series. E este e , rnuitasvezes, 0 drama daqueles qu e foram submetidos atorturas e sev tctas.lAs .a Jte r.a c;:o es mais p ro fu nd as 0 eradas na.reall a, e subjetiVa '~a ue as qu e atinem 0 mundobasico d a n sbcf liza9ao rlmarla-recebem a deno-

    . m i n _ ac ;a o - , p a r f l F u a r de. i J - ' t e r n a q o e ! _ e, c _0 !" rl0 J 8,citado. 0 cas: da conversao re,li iosa serv e deprototipo expl'jcativo deste processo.I

    83

    84 IJ odo -F ranci sco Dua rt e Junior ,0 que e ~lidade 85

  • 8/6/2019 Realidade o que

    42/52

    Para que ocorra efetiv amente, uma altetaac30exige 0' concurso de terce;iros, pois estanda desesJfrut~rades aquetes . iungam _entos adquiridosinfancia 0' ,lin IV I~~ uo n ec essita p assa r par" uma-re:sacializ acaa sem e,lh ante a pnm a,ria. Fal d,ltesem elh ante e nao igual porque es1a re-socializ acaonao comeca do nada, como aconteca com a socia-l izaCao prirnarla. onde 0 bebeSeqUfl r esta "pronto'em terrnos neurotisiolcqlcos. s sernelhancasqu e ambos as processes mantem j entre si diz emrespeito a c ar ga emoci :o na l necessaria para a estru-~urac?o da re al.id ad e s ub je tiv a I (e da pr~priaidentidade]. Ao passar par um :a alternas:a:a .0~ div ldYQ p re cis a d e u rn fo rte g ra ulg eid en tif ic ac ;: ao~ocional com a p es so al sO'c ia liz a~ te , c omo 0 qu e~ligav a aos pais:. . .a mals _di f(c il' n a a lt ,e rn a- o e sempre a man -ten 0' a nav a rea: I~ ad e, J a que a tendencia aor-l1ar U 3 0 mun O'. arralga: ,dl " la _pnf '2 ,e l, ra lmfan! ;iae s l e v ada . Faz er com que 0 indivlduaabandone'de vez a antiga v isao e passe ,a interpreter a reali-dade da nov a m aneira exige um a serie de procedi-m entos e cuidadas especiais. e preciso que e~deixe para traz 0 mundo que anteS h abhav

    - a rB ta n 'a conslste nB sere a ao f Isica~urante ,a , re-.sacl,auzacao , Da,~ a necessidade declaustros, converitos,retiros,. etc., no case daconversso religiosa: locals onde os contatos sedaa apenas cam aqueles que passuem a v isao derealidade a serassim ilada. O bserve, por exernplo ,

    .que ~os canhecidos "cursilhos" realiz adas pelaIgrej~ cat61icaem busca de novas adeptos pro-curam trabalh ar com estes dais aspectos funda-rnenta is: urn forte grau de e m ocso e um isola-mente [temporario) do s in ic ia do s.'Es~,ai segreg acao no processo de alternacao naogeve l ser apena-cs ffsica, m as ta,m bem estender-~ed e m an eira conceitual, isto 1 3 , as anti os cO 'm :p-n elr;o s que 0 In lvi' va d eixo u, p ort-ad ores da uelaque -~ra tam em ~ sua VI_S~O-"~ re a la e~,dev~mser rtidefm id'os a partir do nov o univ erso sim b61icoad~utndo .. Esses antlqos companh eiros e tuao".a qU ilo q ue eles representarn passam entao a sertipificados como "irnpuros", "pecadores","infieis", etc., 0 qu e nada mais e do que urnprocesso de aniquilacao que v isa agarantir asuperioridade do novo universo simb61ica emdetrIm ento do antigo, tornado assim inferiare d esprez t v e l .A alternac;ao irn plica, d esta form a, um a reinter,

    I" :pretacao do proprio passado do indiv lduo a lu z"do novo unlv erso s:lm b6U co por ,el ,e assimila,do"Tudo o_Que foi- v iv id a . d ev e a,90ra ser repensado~rra h arm oniz ar-se com su a n ov a v .iS BQ de n!u~ .'< bastante frequente, nesses casas, qu e a "conver- "tido" ch egue m esm a a Inventar fates e acontecl-mentes em sua biografi~ preg1fessa, a fim de'torna-Ia rnais plausfvel dentro de seu n ov o sistemad e re fe re nc ia. H l sto ric arn en te e multo comum afalsifIcacao e a inv encao de docum entes religiosos,

    J86

    ,.JOiiO~FranciSCp Duar te J un io r o Que e Rea l idade 8 7

  • 8/6/2019 Realidade o que

    43/52

    o que oarece ser decorrente [ustaments dessanecessidade de coerencla entre 0 passado e 0presents daqueles que sofrerarn conv ersoes. Se nas oc ia li za s-a o s ecundckia .. que se aODia na grir[aria,6 passado de'v ,e ser retom ado a tim de que apresen~e seja j nterpretado nu rn a se Genc ia harmomea, na re-socla izaeaa ocorre 0 Inverse . lsto e :- - -o assa ~o dev e ser redefln ido e mesmo alteradoem fun-ao do resent,e.R es er ve rn os a gg ra e sta s u ltl rn as linhasdo capitulopara citar e conceltuar a ocorrencia de soclalizacoesmalsucedldas, E~te problem a, ev identem ente,reves,te-se d e g r~ JV idade quando a socializacsoque naa foi bern-sucedida e a p r irnar ia . E entende-se que a socializacao tenha sido ' rnaisucedidaquando ex iste urn alto grau de a ssir ne tr la e ntr ea realidade subjetiva e a objetiva, au se j a , a v ' isaode mundo assimilada pelo indivtduo e bastantedlserepants do m undo tal como objetivarnentedefln ldo pela sociedade em queele v iv e.T ais cases ocorrern princlpatrnente devido aofato de ex Istirem acentuadas div erqencias entre asv isoes de m undo do psssoal s oc ia liz a do r. I sto podeocorrer, par exemplo, quando a crianca passagrande parte de sieu tem po sob as cuidados de urnaempregada ou bab a que provern de urn grupo socialou cultura rad ical m en te diiv ersa d a do s .pals. D estamaneira 0 indiv(duo estara. em su~ prirneirainfancia, sofrendo a rnediacso do rnuado atravesde ou tro s sign ificativ os cujas realidad e~ sub jetiv as

    . . . . .

    IIIA d ific uld a~ e d o e sq uizo fr en ic o em e rtg ir p a ra s i m e sm ouma i de nt id ad e u na e c oe re nte , { ra gmen ta nd o- se

    ~unut multipltcidade de "eus": ..

    88 f ol io -F r anc is co Duart e Jun io rI

  • 8/6/2019 Realidade o que

    44/52

    isao discrepantes, acarretando-lhe uma dificuldadeem erigir para si urna realldade subjetiva rnaisharmonica e coerente com a objetiva, .Pode-se inclusive analisar 0 "dlsturblo mental"classificado pela psicoloqia como :"esquizofn;mia",

    sob este aspecto. A dificuldade do ~sguizofrenico :em erigir para si mesma urna identidade .una ecoerente, fragmentando-se numa multiplicidade de"eus", tern sldo encarada pelas modernas teoriaspsicol6gicas como resultante do; choque entrerealidades contraditorias durante ia sua infancie.Sob este ponto de vista, tal indivfduo e resultants- Ide urn processo malsucedido de soclalizacaoprirnaria, onde nunca conseguiu obter urna extensaocoerente e integrada entre a sua realidade subjetivae a objetiva. E rnais: sua propria re~ Iidade subjetivanao foi coerentemente edificada, constituindopartes desconectadasentre sl e c o m 0 mundo asua volta. Ass im , 0 esquizofrenlco vive sob osescombros da realidade que, por ter-Ihe sideconstrutda sobre alicerces desarticulados,. acaboudesmoronando em pedacos 5 0 1 1 : t o s .

    .a...I '

    A!REALlDADE CIENTiFICA!

    "Vista que sa' acham ccntldas na existenelamuitas atitudes, h e tambsm muitos mundos, enao urn mundo-em-sl. Nio' exlste, por consequlnte,urn rnundo-ern-si cientttica, Em princ(pio hi!itantos mundos ctentrftcos especiflcamente dls-tintos, quantas s a o as atitudes e.specificamentediversas de perguntar."

    '(W. Luijpenl

    Reservou-se este ultimo capitulo especifica-mente para se tratar da dencia e da realidade porela construida por urn motive espec i a l : a posicao.que suas verda des e construedes vern ocupando nomundo moderno. Atualmente tendemos a acredita_ra 5 naque l , es fatos _ - u e se, 'am ci ient i f iicam e t .~rovados, mes'"'?-9 ~ue_ Dp _80teo amos ~ct~~ d.o..que vern a ser csencta. P~ec~ que' a palavra cl,encl:;

    :: _,~.~r"

    "" :',~.I.:.~'

    90 J o ao -F r an cisc a Dua rte J im io r o que e Realidade 91

  • 8/6/2019 Realidade o que

    45/52

    t,!,m adquirido entre nos urn carater guase mag l i c a .a.e_esar do paradoxo aparente' 'que possa! esterconh do nesta aJirm a ao. Tendo, ala! colocado 0 seUia v a l sobre gualguer fa ta ,' e ste ganba a os nossosOTJiOs urn al'ta 'grau'de credi'b mdade, pa r m m,alEisurdo q:ue nos pare ca .. Sem dOvlda nSo sera, Io rcar m ulto ,0 raciocfn lose dlsserrnes que ,aciencia (au pelo rnenos mito, Itqu e se construiu em to,rno de ra ) ocupa !~ amQdelrnalcWlhzaCfao 0 lugar_ outrora ocupado p~la teol,09ia,_- e o a ! v ,e r lt o d a modernidade as escrr~ras sagradastinharn para 0 homem 0 carater de leih a interpre-tajfao da s v e rd a d e s d o munda: a ! p~ lavr .a , f ina !1cabia, em ultima analise, aos legit!madores ,eperitos em textos sagrados. NaQ foi 0 que aconte-c eu c om Galile u, c ara cte ris tic am e nte ,io 'p ,io ne kono metoda expenrnsntal cientrfico? Os reliqiosossirnclesrnente se recusaram a olh ar lPe,lp se u -teles-copio porque suss a firmaCfo es e ram cdntradltadas(p or to das as escrltu ras ,e a trad ic;:ao ju~ aico -crista.Nao havia 0 que discutirta realidade ise dav a deacordo com os textos sa qra do s, e q ua lq uer desvionaO era outra colsa s en ao h e re si a. jM as agora a questao se inverteu: t~ido aqui.ll!oque nao seja ei,entiificamente' ,cOmIDLO\L.a :a -O a o c r e v e ~! ! ! ; recer 0 nosso r ,esD'e i to, ja g ;u e' sel 't[ala tao-s~omente de H filosofi'a" II. oesia" au si~ples_!I:gerst icaQ' aUi misticismo.. E . evidente qu e estaposiQao central da dencia adveio d as tra nsf er-macoes 'que atravss dela (e da tecnologia,. sua

    filha direta) conseguiram imprimir-seao rnundo.D poder da denda na defini'cao d 'a realid aded en v,a -~ '- d ~ se u en orrTle- J)der-~ara -transforma'ro mun ,0 e ' f l i t _ ' red uz i-Io a p 6 . . ~ . lronlco: seu p o d e rde'd~finj_d do rea~1advem, em ultil '11~1ana:lis~, desua ca,pacida'de de e.stru -1 ' 0 - , . _Falz~s_e U I ent,s ,e necessar!o . portanto,d'esm istifiqu, urn pouco esta: coisa. quase rnaglEJ- F r a m a d a _ c i i n t C i a , rela,tlvlzando-=-a ate q 1 u e se corn-, r eenda qu e ,el'a e' apenas urna dlaS formas de'se ',"'bnstrulr'_ e i ent~ender"--a - r e a l i d a de , j Pols que esta,om:ov i :mo$, nasee de umjogo dliah!!tlco entre'homem e: '0 mu n d o fisico, entre a consciencia I

    I '0 trab alh o 'h urnanos e a m aterialidade das colsas.- -,~--:c epe:n~e'ndo d'a. pe r uQta . u e an --mundo obterem'os - u r n tipo d-e respo st a: . 'qu-e~Igil'hflca: esta a ! i , r m a c a o ? Ba,sicamente que'!!E_OlsaSse apr~senta lm a no s de Blcordo com to nossg.~onto de vista sabre el.as.,.;_R ec ord e:mos -0 qu e foi:ltO num caprtulo anterior. A agua so , aparecera'a mim 'como H 20 se meu questionamento a e laserealiz ar no amb i i t o da qutrnlca. Para a lav adelrada m argem Id a 60 , a realidade da a ' g u a 'e estar

    I; [rnpida au: barrenta. propfcla au ngo ao seuproposito de t l e v a r as ; roupas.Por estas Iassercdes pode-se cornpreender quena'o h a urn :murn' c - i -sL uma l re ,a liid ad e f ec ha da- t ~. - - - - -- --e' 5 1m e sm a l ; mas _ o , u ' e 0 ImuDd io e sem pre e n ecessa-na rne nte - u rn- nllindo~para:o-fiome.m. .k~lyndo ea,9U tlo gue '~ hom,em ,cnnceitua. organi.z.a e transi

    J o ao -Fmnc tsc o Duarte J u nio r io q~ e Realidade 9 3

  • 8/6/2019 Realidade o que

    46/52

    forma, j a 0 dissemos .anteriormente .. A ch!ncia e ?a revelat;:ao de certos asp e ctos do " mun-d.o tais .~ I~ ~ 5 " ; )como eles se apresentamao ser humane, quando ~ l'.este la,nr;a-Ihe determinadas questf)e~., c-. I:como fundona a ciencia? Fundamentalmente \.atraves de modelos. om a -teena C,lentfl.lca 'e urn ' )made,lo constru (d e para representar determinad;aspecto. da rea Hdade. dentro de seu cam 0e CIICO e sign! .Icat;:ao. -- - cientista- observe ...

    I ~ -~et~rn'madcjs fa~os, or'ganiza-os d e modo a c .0.n5-k.to trtuir urn modele coerente e submete este seu .modelo a comprovacao emptrlca, Se ascolsas sepassarem ta.1 como previstas no seu modele, istosignifiea que ele tern valor ex plica tiv e e fu nclo na "-...:lCl'"'o... ~ como esquema de compreensa'o e man ip ula t;: o'" ~. ~aq~'~leaspecto do real. .~so contrarlo, a modelo I ~,je rejeitado como falso e delxadq de ,Iado. .' \ t . . Isto ~no~s C~IIIO~~~a.aueStli. 0 _d~ v,erd~ade, na~. s.'6- no campo cl'endflco como 'e manelra -er .- ,_ ".0 - _e a Irmar (e iSto po de checar alguns) que... ' verd~~e _e ~q~D~ q~e - funlopa, Que - s-~rve.~os~ nossos ro ~ ros, Se um dado mOdelo clent(f

    \ . ) . : . 1 w . ~nciona.L.. . isto e , permite que p .r el~d~ete;mi.nados' S ' aspectos. do mUlldo ossam se r lTIam ul~dos, enta'o: : ? 1 e. e ..~()_n~1 erad?~ verdadeiro,. ~O tl1enQ_sat~ gue_~ nov .~s fatos s~rJar:n, que. nao possam, ma'IS ser.

    I ~ expllcados ou mampu lados por e1e.: Eal torna-~enecessaria a construyao de .,urn nov o, m ode,lo ..o atomo, por exemplo,. era originalmente conee-bido como, a menor partfcula da materia, um a

    1 partlcula 'indivis(vel (,dal a nome: atomo. em. grego = sem partes) .. Depots, devido it observat;:lode varios fen6menos, construlu-se um modelopara 0 atorno em que e.le apresentava dols tiposde partfpulas nucleares e outre tipo de partreulaqu e girava em torno deste nucleo. feito urnsistema so lar.Assim, os m odel,os da. ciencia s a o Il'lanei"rasse construir-'- 0 real dentro de seu ambito articulare note que dissernos construir, ao ln ves dedescobrlr 0 real], Tais mQ d e l,o s v a o s en d o, 80 longodB h istoria , "substi tu(das por outros ma'is abran- , 1g e _ L e a , !Vase, .Qrta.l'lto, a realid ad e .. uea c le ne ia c on str6 i vai senao transformsd'a paul'atknamente. A questa'o da verdade, par este motivo,deve se r tamb~m r,elativizada temporalmente:~qUI 0 q ue hoje e tornado _porno verdadeiro a-u9,1rn a e 0- tie 0 e un_ ~. am ~_ dera d:eixarde- lse~ lo (deix.ar~ de funcionar). At~ he- ,algumtempo ~ era v erdade que 0 stomo era formadoapenas de protons, neutrons e eletrons; com odes~nvolvimento da f ls ic a quan~ i,c a isto nao maise ~erdadeiro: no seu interior h a centenas deoutros tipos de partfculas subatomlcas. 0 modeloatu~llafirma que a rnalor parte das partfculasconhecidas se forma por diversas cornb inacdesde tres entidades ou partlculas elementare~ deno-mir~adas "quarks", Que seriam entia as menoresconstituintes da materia. Po r em , mesmo este'mo1elo ja esta sendo contestado na direc;:ao da

    ~~~~(~~b \ ~~t:... 1~~Uf c,0 d.e : . . . ~clc-k94 Y r~ . J o do -F r an cis co Dua rte J u nio r... .._ __ .....,.., ,,___ t.ll..- " ~ ~ _ .

    O 'R 1,J-due e. ell taaae 95

  • 8/6/2019 Realidade o que

    47/52

    existencia de unidades ainda m enores, que form a-riam os "quarks",.A questa'o da v erdade depende entlo. de' dnjs_fatores: s~ l oc al iz a ca o. ': la _h i stDc ia . .do cQn.beci.:~

    m ento e sua v ah -aade "urn .t rm inado_setor da .fe. _ -:- . se ((tfrTlofato(significa gue ~s v..erda-des . . construfdas eelo h amem ao manter uma.d ete rm in ad a p ostu r,a f re nte ao ,nunda (a cient(fica,p or e xe l'! lp lo ), " a O se so6rep5em oem inv alidamo . ~ ras v er a es canstru as a p-ar:tir de. p ostu[as.. \ diferentes (~ at; r~tica e a_!!l!iiosa, !lor.exe~! 0) .~ ,J Verdaaes C lentlflcas sao v ahdas no ambito daS;, i"t _ciifmcla,.verdad~~teticas " 0 . ~mbito 1das a~;~ .,- , e ,aSSlm por diarrte. Cada um a delas :const.tU l

    aspectos div ersos da reaH dade construfda pelos~ . r yom ens" e e_ indev ido cam para-las prefem aendo-se, ~~1 ~uperioridade de um a em detnm ento da~ outras;.. oS.J A reah dade constru Ida peJa C lenC la ,1 s e a sslr n~ I podem os ,ch am ar, um a "r,ea1111jdadede_ 1se unda. 1 \ Rrdem~: uma realidade que se ap6ial naquelai~ .e~ qU ,e nos _m _o~e~o! em . noss~ aia-a.di~. ~Ih orl-lz endo: as _ coostruoes cl'enti1l~cas artem Inev l--'. .tayelm ente de nossa humanar percep~o daj . reali!;!ade. ~ s a m . ente porque n o . s s e , - sls.te~a visual IJ . ' no s perrnrte a percepcso das cores que jI cieneia~? pade estuda-las e concluir que se tratam de andas'.~I d!urninosa~ d~ diferent~s com prim entos. ~e, com o~ certos am mais, percebessem os 0 m undo ern preto~ e branco, no podertamos falar das cores e aciencia prov av elrnente n'o se disporia a ~ tuda-Ias

    (j a que elas no exlstlrtarn para nos). 0-_,.,ro----r--PI=:._qu e 0 cie"tista constroi, em ultim a an 158; ,: eriv~do d~ mundo em q.~e e.8 v rv e, . _.. , .A te aqU i falam os em ciencia de rnaneira genenca,mas e precise qu e se efetue urna Jrnportantedivis'o no se u in te rio r, separando-a em cien ciasnaturals e h um anas. ~ s naturais ocupam -se, e claro,.da " atur,ez a'l,e m esm o a ( p od emo s d iv id i:l,a s ~ ~v a:..mente. naquslas ue tratam do mundo fiSICO ,~ ,! an imad2 .. . I s. ie a" qu r{mi~, etc.., e n a9 ~e! as q u~~~alll~'ar:n cfm . a v ida (blolog'la, subdlv 'ldlda em ~bota nlc a, z 0 91 0g la , e tc ..~ . , s na:turais do mundo inanimado ternna m at~m atlca, _ ou se_ana. uantifjca;ao, ,0 se uprincipal ins rJL nh ecim ento .. A reali-a :re, neste lam bito, e traduz ida. em termos denurneros e r~lav5es num erlcas. So ch arnadas delIexatas" pcrque apresentam elev ado grau deexabdao e p re v is lbn id adg. E st a u lt ima ca ra ct er fs :tica e im portante e m erece a nossa atencao, ja qu en~la .res,ide a diferenca fundamental entre tais 1crencras e as h um an as. . . ! J2 o bjeto d e estu do d as c ie ncias f(sico -n atu rais,c.au seJa, 0 m ,undo tlSIC O com suas for'f;:as e pro--"~esso s, ap.rese~ ta um a constancia e u m aregul~ ri~ a?e (\lOe _ ers, na urez a apresenta a Infm lta, \paclenci,a: de e repetir se'm pre, em qualquer ugar,..-m antendo sells sistem as de interaC (a-o entre o~-.~Iem entos. A iagua,. par exe.m Plo"aqueciaa.soD a,press 0 de uma atmosfera entrara em ebulicso .

    t . : :

    - 0 ia.~.cAo ~~ r ~ c p l . . . t l ~ ~.~ ~~~AA '::1~ ~ en.~ fn'~AJH-~96 { ? \~ I ! \ ~ - - r-.----Ol la -Francisco Dw rte1 imior I J . - f t - A_:-1. I. " I 'II~ '- ~ .~ ~ ).-< ....-t:- M~~,'u'eliaizll~~ ~ ~cA97 IoU - ~ 1. -~ ~ " I . F \ ' ~ -

  • 8/6/2019 Realidade o que

    48/52

    100C,. aqui ou na Patagonia; urn acido mlsturadoa urna base produzira urn sal m ais agua,. seja onde .'for. 0 qu e se esta tentando dlzer , e 'que a naturez a 'opera " s~gundo deterrninadas" leis' e." n orm a~ 'gue _ _na-o se alteram ao sabor do acaso, e 0 trabalho00 cienti~1a ejl!st~me!!!_e conitruir modelos Q u erepresentem esta ordem oculta. : '~ E e PQrisso q ue as cieo cjas trsicas detem elev adograu de prev isibilidade.; encontrada esta" - o r . .na ura n torna-se sim pes prev isr 10 q~e a eo nt ec er@~l,alis"e Mis eooltffCoes1dada a'im utao ilid 'ad e d asleis qye (egem ai naturezq. Desta form a, essas~ .. ~ . - . - -clencla.s sao exatas e perm l~m a rev lsao nao_dev ido ao metoQ que empr~ am _(basea 0 naquantificaQ ao , m ~s porque-seu ~ob jetp de, estudose regular e repetitiv o. -- i.. !.~I?ent(eas " ciendas _ natur~js; . aQuelas gu_e_J_~. ocupam da v ida enteodidai biola.icamente-. ~ j a m " e m p o,ssu em " u rn a c on s,id era ve ll m arg em_de.~ ~Etidao, que Ihes perm ite_o~ooriti(QI,e e 'lim a cert;a, ~ Rrev lsaQ. A v ida nao e..1o mon oto na q ," -,anto 0(~ mundo flsjcQ mas ainda assim a s estruturas e: J r?rocessos d os o rgan ism os VIVOS S8 m antem bas--~nte regulares. caes sempre Pfocriaram e pro-

    J criarso caes,e a func;ao do estornaqo e, em'~ qualquer orqanlsmo que 0 P?ssua,1 diger.ir alim~mtos,. ': < , . . assrrn ~om..a a .s , a . rvo re~ se ahment rm . . 1 dos nu tnentes./ absorv ldos pelas rarz es em q~alquer lugar domundo. 0 ob jeto deestudos das ciencias bioloqicas,a v ida, m antern entao um a certa' regularidade que!t -

    "c-. .:::.-#-A c- /'-'f- ~tarnbern lhes perm ite um born saldo deexatidso.certeza e prevlsibllldads. 'Contud,o, aoingressarmos no reino do humane .a c oisa sa c omp llC8 .; ._Ohomem pos su i u rn a e st ru tu ra :biologica regular, m as su'as canstrucoese com por-tamentos na-a sa d eriv am diretam ente de seuorganisrno. Por exem plo: passaros v aam porquete-m asas, mas 0 homem na'o as possui e criouform as dese elev ar nos ceus: peixes v iv em naagu a r es pi ra ndo atraves das gue ll ra s, atributo naopertinente ao homem que', no entente, inventoufor~as, de' deseer e permanecer multo tempo sobas ~guas. Assim , 0 ser hum ane no esta d eter-m lnad elo mo os animals. "

    : nom em se a gr up ~ a in da em c ultlJ _ra s d iv ers as,_ e~m fCada um a desenvo!ve maneiras diferentes d!L_y iv e,r e compr ee nd er a vida. 0 iraniano se v estede jdeterm inada maneira, tern as seus v alores 0seu f deus, etc. E!le v ;ive de form a diterente. porexernplo, do' b rasilleiro, que cultua outros v alores,veste-se de outra farm a, etc. E ambos s'o muitodif~rentes dosesquimos, que apresentam seQjeitQ peculiar de construir a realidaae. D esta form a,n a o l sendo a h omem d ete rm in ad o D lo lo gie amen te ,ele ' tinv enta a sua manelra de v ,v er, cria a suarea tt cfade cu ltura! l:men te '. E ainda rnals: dentrode r rna m esm a cultura coex.iste'm ru a s d is ti in to se,mesmo entro de t a , i s grypos, os indivCduos_

    II ,_ -apr.sentam caracter(sticas e ente slJasper$ona IS Icas. m suma: 0 h om em apr~senta um a- ~ .

    )

    _----- ~~ : ,; w4 ~ .. Il~ . _~-_ _ " "___ --_~- __ , - . , ~-- , . - . -~ " . ~

    tJ\ ['\ _~ , _. '. j . \ ~ ~ ,~c../) o I r e ; _ v z _ e . ~~d.,.~ I C c : . ) ._ . , ( . _ ~J2 ,~~ \~~ r . " ,'~ ~c- ~ot~..lA ~,~I" ~f"~O c . A e M . e ) ( e a t . . - , . ,, : ' l ' d ' : ;_ ; ~ a 'd ~ , e . r , , ~ . , ,~ / , ' lc1 ; ~ ~ \)~ ( ?9~9 ''9 8 ~" c;. ...C l - Jodo-Francisc DuarteJunior ~Vr'-:te e R E ' " - l l - I ''/ . - '-

  • 8/6/2019 Realidade o que

    49/52

    uolib erdade q ue e kredutiv el ao m eram ene ffs'icoao pu rament e I iol6glco. - -" DISSO decorre aim cossib ilidade de as cienciash um anas setem exatas e prev isiv eis. H a dimen,soesrnndamentais no h umano _gue nao - perm ltemqua ls qu er p re v is oe s ou uantifica pes. ~ao se pode

    I _ ap I 'car ao estudo - , m e{ l1 os mesmos m ih odQs', . ; U I I lz a ,o ~ n as ~ie n~ ~a s ~ fs 'ic o-n at~ r_ ais ,e am - a -ma l~ '

    I porque, em tals C lenClas" 0o bJ,eto de estu do s e1 . .J diferente d o _ s uje ito g~ e ~ o in ye ~~ ig a_ { ,~ .omem ) ,_' L , . . . . enqua!Jt?_nas humanas 0 ro riO ob eto e um~"" , ' '~ .' out rosuJel to .__ ',' roda esta distim ;:!o que fiz emos entre as dife-, .. " ' quantlfleaC;o como cnterlo ultimo ara 0 esta e-. lecirriento a ve ~ e Seja posto de_ lado ou, ao

    I ~ rnenos, relatlv lz ado. ~orque m uitos ainda creem. f " < t 0 ~Ue",I v erdad e . seja mais "v e'fdadeira" _u and o1 l. s .expres m nu ;,eros, e m uitos cientlstas procu-

    I ~ ~ 5 rE ram ~ stu ,d ar 0; , i~on ,em .v~ l endo~se do's meto ~o s ..'..flo' ~ d as C lenCla s. f[s lc o-n atu r.8ils, es eranda asslm. . J. . ....0 te r m a io r v er ac id ad 'e em seus- trabalhos .. Ora, 0, ,

    I ~ -ser h um ane ed e m et'o do s especificc1~ stu do , e 'a guan ti fi ca cao s6 deve ser ,c:ntrlo e verdadecfentro de urn del'im itado setor da. real,idade:o m undo natural.lia entao z onas de realidade, cada. q ua l c .o be rta..l.' p c y ~iencias espedficas, que sa valem de metodoS-~':l partlculares. As construcdes decada uma delasJ _ ,S!o v erdadelras e tern .0 seu ambi tores tr ito ~n.I.H~I~

    area determ inada do real. Uma ciencia e estacien cia e nao outra, pelo fato de d ir ig ir a realidadeesta pergunta espedfica e nao outra qualquer.Os dentistas v ao, ass,im ,. construindo a realidadecientlflca com parbm entadam ente, isto a , dentrode . s eus camposdelim itados de atuacao~ e taiscampos nao podam simplesmente ser somadosou justapostos uns aos outros. Me'lhor diz endo:e.impossivel a construr;ao de urna ciencia una, ue, ,abranja a realida e com o urn ~oQp eestaf;>ele aleis e teorias par.a tudo ..aquiJo que existt;:..~.. tendenda tern side justam ente a inversa: cad a v em alsas C len Clas sa fragm en tam e se especia'liz am ,r es trin gin do g ra da tiv ame nte 0 seu interesse aparee as menor s rea L A . r nedi ci na , po r ex. emp lo ,q ue o riginariam ente estu dav a 0 funcionam ento ea f eccoes do organism o humane em su a totalidade,fragmentou-se tanto que h oje cada 6r~a? deste r.organismo e estudado por um aspecialista, ~realidade com o urn todo 'am ais poderc3 ser ob j,eta. ! ! :estugo~ .. e um aunic~ ci~~c~a( pO lS q~e _no h aurna realldade una e Jndlv lslv el, e sim. tantasquantas ~a pas cie'ncias. ue as cO flstroem . .elOicao do. real, au mel or, do concertohuh lano de rea l i da d'e n ao - e tarefa ii!a. cienciasespeci Icas, e sim aral a filo sofia, ' .89 cientistaca 8 m anjp ular setores determ in adas da rea.lidad e(CO 'i1 stru i~ do -lh es m o de lo s rep re se nta tiv os e ex _e !b"6ativos en uanto 0 fil6sofo S8 ocupa da com -."-.Ii __ ._.. e :" _ II

  • 8/6/2019 Realidade o que

    50/52

    o qu e e Realidade 103

  • 8/6/2019 Realidade o que

    51/52

    II

    II II t II I I

    trabalh o m ais dense, ao qual conv em se ach egar com algunsconhecim entos prev ios de filosofia, apesar de ele ter sidoe sc ri to c om intensoes claramente didaticas.

    Qua_nto a questso da dencia e da realidade pa r elaconstrufda e ' ir np re sc in dfv el a le itu ra d e Filosofia da Ciencla:Introdu~io so ./.ogo e Sues Regras, de Rubern Alves, publi-cado ern Sa o Paulo p ela E di to ra Brasiliense, De leituraacessfv el e agradavel, 0 te xto p ro cu ra demonstrar qu e aciencia nada rnais e do Que um jogo de m ontar, um jogoonde vai-se' construindo m odelos representativos darealidade. Par a t an to , 0 a uto r v a le -s e tambern de u rn p ro c e-dirnento h :'dico: ao longo do 'livre uma serie de jogo s equabra-cabecas v ai sendo aoresentada ao leitor, que, aose em penh ar em sues soluc;:oes, descobre praticarnente osmecanismos operatorios da ciencia,

    A inda dentro do ambito da ciencia seria indicada aleitur:. de 0 Q~e e r.~oria, d e_ .~ ta via no R ar no s, p ub lic a~ oem . Sa ~ p a.u lo p ela E dl, t~ ra Braailiense, ne st a .mesma colecao"Primeiros Passes". All 0 autor procura d em on strar com osurgem as teorirs e como se da'o suas articulacdes com aprati~a. 1 1 1 0 amb irO da s e le ne ia s f (s i, co .~ ,a tu ra ii s e d a s h u rn an as .

    Flnalrnente, I para os que se disponharn a entenderrnelh or a qu estA 'o das leg itim acoe.s e teo rias q ue inv ertema ordem pratic1 das coisas e acabam ocultando, m ais doque explicandof a v ida concretam ente v iv ida, 0 indicadoseria 0 Que e (de%gia, de M adlena Chau!, desta me