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OmniPax Editora Rev Bras Terap e Saúde, 1(2):65-74, 2011 Massagem Ayurvédica Abhyanga na Melhora da Qualidade de Vida, Dor e Depressão em Portadores de Fibromialgia The Ayurveda’s Abhyanga Massage for Improving the Quality of Life, Pain and Depression in Patients with Fibromyalgia Pauline Meneguzzi, Natasha Moreira Turkewicz, Taylor Tito Bobatto, Cleiton José Treml * , Faruk A. Kalil Filho Depto. de Fisioterapia, Faculdade Evangélica do Paraná, Curitiba (PR) Resumo: Objetivo: Avaliar a eficácia da massagem Ayurvédica Abhyanga sobre a qualidade de vida, dor, depressão de pacientes fibromiálgicos. Métodos: Foram selecionados 25 voluntários com diagnóstico clínico de fibromialgia participantes do Fibrocuritiba. Foi aplicado o questionário de avaliação Ayurvédica para detectar o biótipo energético (dosha) do corpo, exame do diagnóstico do pulso (pulsologia) para confirmar o dosha, o questionário FIQ para avaliação da qualidade de vida e questionário de depressão de Beck. Em 13 voluntários do grupo intervenção foi realizada a massagem Abhyanga e os outros 12 do grupo controle continuaram apenas com a terapia medicamentosa. Após 6 atendimentos da massagem, os testes foram aplicados novamente e seus resultados comparados. Resultados: O questionário Ayurvédico inicial apresentou valores de Vata entre 6-19, e 13-23 pontos, para os grupos de intervenção e de controle. Os valores finais correspondentes foram: 6-18 e 14-23. Para o questionário FIQ, os valores iniciais foram 51-81,8 (grupo intervenção) e 49,3-81,2 (grupo controle). Ao final, os valores diminuiram para o grupo de intervenção (11,4-68,2) e aumentaram para o grupo de controle (51-86). Para o questionário de Beck, inicialmente os valores foram 7-32 (intervenção) e 10-42 (controle), e ao final, 0-19 (intervenção) e 11-46 (controle). Com relação à dor, a média do grupo controle inicialmente foi de 8,67 pontos aumentando para 9,17 ao final. O grupo intervenção inicialmente apresentou uma média de 9,46 pontos e ao final diminuiu para 4,15 (p<0,001). Conclusões: Os sintomas apresentados pelos voluntários atendidos neste estudo estão associados ao agravamento do desequilibro energético do biotipo (dosha) Vata. Estes foram amenizados ao final do tratamento com massagem Abhyanga, uma consequente melhora da sintomatologia relacionada à fibromialgia. Palavras-chave: Ayurveda, fibromialgia, massagem Abhyanga, qualidade de vida, depressão Abstract: Objectives : Evaluate the efficacy of the Ayurveda’s Abhyanga massage on the quality of life, pain and depression of patients with fibromyalgia. Methods : A total of 25 volunteers with fibromyalgia were selected. The Ayurvedic biotype evaluation questionnaire was applied to detect the energy biotype of the body ( dosha), and diagnosis of the pulse to confirm the dosha. Also, the FIQ and the Beck’s questionnaires were applied to evaluate the quality of life and depression, respectively. In 13 volunteers (intervention group), the Abhyanga massage was applied, while 12 volunteers (control group) remained only in drug therapy. After 6 massage sessions, all questionnaires were applied again and results were compared. Results : The initial Ayurvedic questionnaire presented values of Vata in the ranges: 6-19 points (intervention group), and 13-23 points (control group). Final results for the same groups were 6-18 and 14-23. Considering the FIQ questionnaire, the initial ranges were 51-81,8 (intervention group) and 49,3-81,2 (control group). At the end of sessions, values for the intervention group decreased (11,4-68,2) and increased for the control group (51-86). For the Beck’s questionnaire, initially, values were in the range 7-32 (intervention) and 10-42 (control), while at the end, 0-19 (intervention) and 11-46 (control). Regarding pain, the average of the control group was, initially, 8,67 points, increasing at the end to 9,17. The intervention group presented an initial average of 9,46 that decreased to 4,15 at the end (p<0,001). Conclusions : The symptoms presented by the volunteers focused in this study are associated to the worsening of energy imbalance of biotype ( dosha) Vata. These were alleviated after the treatment with the Abhyanga massage, a consequent improvement in symptoms related to fibromyalgia. Keywords: Ayurveda, fibromyalgia, Abhyanga massage, quality of life, depression. 1. Introdução A Fibromialgia é uma síndrome complexa de ori- gem desconhecida, caracterizada por dor difusa e crônica, rigidez, parestesia e presença dos chama- dos trigger points, os quais estão ampla e simetri- camente distribuídos 12,25,28,22 . Ela está frequente- mente associada à fadiga, ansiedade, distúrbios do * Autor correspondente: E-mail: [email protected] sono e incapacidade funcional 12,22 e afeta predomi- nantemente mulheres, em uma relação 8:1. Geral- mente os sintomas iniciam entre os 25 e 65 anos, mas também há relatos de crianças com dores mus- culoesqueléticas difusas 25,17,13 . O diagnóstico é basicamente clínico e a etiopa- tologia desconhecida 12 . Não existem causas e me- canismos claros entendidos que desencadeiam os sintomas, mas sua origem pode estar relacionada à interação de fatores genéticos, neuroendócrinos e psicológicos 12,25 . Os sintomas são agravados por ISSN 2177-9910

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  • OmniPax Editora Rev Bras Terap e Sade, 1(2):65-74, 2011

    Massagem Ayurvdica Abhyanga na Melhora da Qualidade de Vida,Dor e Depresso em Portadores de Fibromialgia

    The Ayurvedas Abhyanga Massage for Improving the Quality of Life,

    Pain and Depression in Patients with Fibromyalgia

    Pauline Meneguzzi, Natasha Moreira Turkewicz, Taylor Tito Bobatto,Cleiton Jos Treml, Faruk A. Kalil Filho

    Depto. de Fisioterapia, Faculdade Evanglica do Paran, Curitiba (PR)

    Resumo: Objetivo: Avaliar a eficcia da massagem Ayurvdica Abhyanga sobre a qualidade de vida, dor, depresso de pacientesfibromilgicos. Mtodos: Foram selecionados 25 voluntrios com diagnstico clnico de fibromialgia participantes do Fibrocuritiba. Foiaplicado o questionrio de avaliao Ayurvdica para detectar o bitipo energtico (dosha) do corpo, exame do diagnstico do pulso(pulsologia) para confirmar o dosha, o questionrio FIQ para avaliao da qualidade de vida e questionrio de depresso de Beck. Em13 voluntrios do grupo interveno foi realizada a massagem Abhyanga e os outros 12 do grupo controle continuaram apenas coma terapia medicamentosa. Aps 6 atendimentos da massagem, os testes foram aplicados novamente e seus resultados comparados.Resultados: O questionrio Ayurvdico inicial apresentou valores de Vata entre 6-19, e 13-23 pontos, para os grupos de interveno ede controle. Os valores finais correspondentes foram: 6-18 e 14-23. Para o questionrio FIQ, os valores iniciais foram 51-81,8 (grupointerveno) e 49,3-81,2 (grupo controle). Ao final, os valores diminuiram para o grupo de interveno (11,4-68,2) e aumentaram parao grupo de controle (51-86). Para o questionrio de Beck, inicialmente os valores foram 7-32 (interveno) e 10-42 (controle), e aofinal, 0-19 (interveno) e 11-46 (controle). Com relao dor, a mdia do grupo controle inicialmente foi de 8,67 pontos aumentandopara 9,17 ao final. O grupo interveno inicialmente apresentou uma mdia de 9,46 pontos e ao final diminuiu para 4,15 (p

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    estresse, ansiedade, frio, tempo mido e esforo13.O critrio diagnstico estabelecido com base

    nas caractersticas clnicas da doena, como dor ge-neralizada, que persiste por, no mnimo, trs meses,fadiga persistente e a presena de tender points. OAmerican College of Reumatology, define 18 pontosdolorosos que so notadamente constantes em sualocalizao. A presena de pelo menos 11 dos 18pontos define o diagnstico da doena25,17,1. Po-rm, alguns pacientes esto sensveis como um todoe no exatamente nos locais especficos dos pontosdolorosos. A dor tida como em queimao ou cor-rosiva, constante e limitante13.

    Alguns autores consideram a fibromialgia umavariante da sndrome depressiva25 e a reduo nosnveis de ansiedade e depresso podem influenciaros componentes emocionais da dor29. Quanto maissevera a depresso, pior a qualidade de vida1.

    Indivduos fibromilgicos tm pior qualidade devida do que a populao saudvel e o impacto nega-tivo que a doena causa na qualidade de vida temsido relatada por muitos estudos28. Sua alta rele-vncia implica transtornos no apenas para o indi-vduo, mas para a sociedade, pois contribui para oafastamento do trabalho e aumento dos custos di-retos e indiretos em sade28,17.

    A palavra Ayurveda um termo snscrito quesignifica cincia da vida. Ayu significa vida (oumodo dirio de vida) e Veda significa conheci-mento8. a cincia mdica mais antiga do mundo,originada na ndia h cerca de 5.000 anos. Elaajuda a pessoa sadia a manter a sade, e a pessoadoente a recuper-la. uma cincia da vida cura-dora. A prtica da Ayurveda indicada para promo-ver o bem estar, a sade e o desenvolvimento cria-tivo do ser humano. Sua teoria provm dos cincoelementos (ar, espao, gua, terra e fogo) que for-mam todas as coisas existentes do universo, inclu-sive o corpo humano8,6. A quantidade de elemen-tos que cada individuo possui no corpo caracterizaum bitipo energtico ou perfil biolgico chamadodosha. A palavra dosha, tambm de origem sns-crita, pode ser traduzida de modo aproximado comomarca, tipo. Considera-se que, no mago da me-dicina Ayurveda, est o conceito dos trs doshas:Vata, que acumula em maior quantidade os elemen-tos ar e espao, Pitta, com o elemento fogo predo-minante e Kapha, onde preponderam os elementosgua e terra. Esta teoria, chamada tridosha, sugereque doshas Vata, Pitta e Kapha em desequilbrio nocorpo causam doenas. Detectados estes desequil-brios, a causa das doenas so ento tratadas e nomeramente os seus sintomas6,14,21.

    De acordo com Frawley 14 , na medicina Ayurv-dica as doenas fsicas ocorrem principalmente porfatores externos, como a m alimentao, por exem-plo. As doenas mentais se originam apenas de fato-

    res internos, como o acmulo de sentimentos nega-tivos, estresse e tristeza. Muitas doenas tm umacausa psicolgica, mas os sintomas so sentidos fi-sicamente. Dessa forma, desequilbrios emocionaistambm causam desequilbrios fsicos14.

    Pela medicina Ayurvdica, os principais fatoresque causam fibromialgia podem ser: estresse fami-liar, no trabalho ou estresse social, traumas emo-cionais, alimentao incorreta, distrbios do sono,traumas fsicos, excessos em geral21. A doena apre-senta alguns pr-sintomas que podem ser observa-dos antes do diagnstico: sndrome do intestino irri-tvel, fadiga crnica, sensibilidade luz, som e ru-dos, letargia, distrbios do sono, mudanas brus-cas de peso, diminuio da imunidade corporal, so-nolncia diurna excessiva. O excesso do elementoar que caracteriza Vata se acumula nos msculos,tendes, ligamentos e causa dor no sistema muscu-loesqueltico3.

    O desequilbrio Vata desestabiliza o sistema ner-voso e cria sensibilidade excessiva dor e ao toque.O acmulo de toxinas no corpo (chamado de AMAem Ayurvdica) causado por m digesto e cons-tipao causa bloqueio dos canais onde Vata fluie tambm um fator contribuinte para o apareci-mento da doena3.

    O tratamento Ayurvdico para fibromialgia in-clui mudar a alimentao e o estilo de vida, usode chs e ervas Ayurvdicas, meditao, aromate-rapia e massagem Abhyanga com leos medicinais.Massagem com leo muito eficaz, por diminuir osefeitos secos e speros de Vata3.

    Na medicina Ayurvdica, a massagem altamentelouvada e recomendada como prtica diria. Fazendo-a regularmente relaxa os msculos, os nervos, osossos e o corpo inteiro. Auxilia o sistema diges-tivo, mantendo o equilbrio e a circulao corretados gases do corpo, induz o sono profundo e au-menta o apetite. Outros benefcios gerais da massa-gem Abhyanga: afasta a velhice, afasta o cansao,afasta o excesso de vento, melhora a viso, fortaleceo corpo, aumenta a longevidade, induz o sono e so-nhos, fortalece a pele, d resistncia doena e me-lhora a colorao e a textura da pele. Em resumo, amedicina Ayurvdica afirma que a massagem nutretodos os tecidos, afasta o estresse e a tenso, equili-bra os doshas, rejuvenesce o sistema, cura doenascausadas pelo desequilbrio dos doshas, promovefora e vitalidade5,19.

    A massagem Ayurvdica Abhyanga uma tc-nica que inclui a aplicao de presso usando asmos, cotovelos, antebraos e, s vezes, at mesmoos ps. Esta tcnica afeta os sistemas musculoes-queltico, circulatrio, linftico, nervoso, gastroin-testinal, entre outros. Porque a massagem apli-cada com presso, ela geralmente fornece ao tera-peuta informaes sobre o corpo que esta sendo tra-

  • Massagem ayurvdica abhyanga na fibromialgia 67

    tado, como reas de tenso muscular e outros pro-blemas relacionados aos tecidos. A massagem deveser feita no sentido da circulao sangunea4.

    O principal objetivo da massagem estimulara eliminao de toxinas dos tecidos mais profun-dos do corpo e, consequentemente, o movimentodessas toxinas para o trato gastrointestinal ondepodero ser eficientemente eliminadas. A massa-gem Abhyanga feita regularmente protege o indi-viduo do estresse, ansiedade, exausto e desequi-lbrios dos doshas, nutre o corpo, oferece longevi-dade, promove uma boa qualidade de sono, melhoraa textura da pele e a viso e promove estabilidadefsica e mental. A terapia a melhor forma de equi-librar e controlar o dosha Vata4,19.

    Aps duas dcadas de estudos sobre a fibromial-gia, o tratamento apenas medicamentoso insufici-ente para a maioria dos pacientes17. As limitaesdos tratamentos convencionais tm levado os pa-cientes a optarem por muitas abordagens alternati-vas e complementares8 e, dentre estas, a massagemAyurvdica.

    Um estudo realizado nos Estados Unidos consta-tou que 91% dos pacientes com fibromialgia recor-rem a alguma terapia alternativa ou complementar.Os motivos que mais os levam a procurar estes tra-tamentos so o medo dos efeitos colaterais da me-dicina aloptica, a falncia teraputica, insatisfaocom as atitudes do mdico e porque algumas tera-pias alternativas podem estar mais alinhadas comseus valores culturais e religiosos17.

    Reconhecida pela OMS (Organizao Mundial deSade)24, a massagem Ayurvdica utilizada porquase toda a populao da ndia e est sendo am-plamente divulgada no mundo, alm de ser umatcnica relativamente barata, tem efeito rpido e du-radouro tanto no alvio da dor, quanto na depressoe na qualidade de vida. O objetivo deste trabalho conhecer os efeitos da massagem Ayurvdica Abhy-anga como terapia complementar sobre a fibromial-gia, avaliando a qualidade de vida, dor e depresso.

    2. Metodologia

    O presente estudo constitui-se de um ensaio cl-nico no randomizado aprovado pelo Comit de ticaem 10 de maro de 2008 sob o nmero 1860/08.A pesquisa foi realizada nas Clnicas Integradas daFaculdade Evanglica do Paran, em Curitiba (PR)entre os meses de abril a setembro de 2008. Aamostra foi composta de 25 voluntrios, onde 13compuseram o grupo interveno, que foi subme-tido massagem Ayurvdica Abhanga, e o grupocontrole, composto de 12 voluntrios, distribudosde acordo com a ordem de entrada no projeto.

    Foram includos neste estudo indivduos de am-bos os sexos, com idade entre 25 e 65 anos, com

    diagnstico clnico de fibromialgia, participantes doFibrocuritiba, grupo de apoio a pacientes com fibro-mialgia.

    Foram excludos da amostra voluntrios que ti-nham outras doenas reumticas associadas, taiscomo HAS, cncer e leses de pele, bem como pa-cientes neurolgicos ou que estivessem sendo sub-metidos a outro tipo tratamento que no o medica-mentoso ou atividade fsica.

    Foram realizados seis atendimentos da massa-gem Ayurvdica Abyanga uma vez por semana, comdurao de 1 hora cada. Esta massagem consisteem aplicar leo de gergelim no paciente, com umapresso de mdia a forte. O paciente fica deitadoconfortavelmente na maca, primeiro em decbitodorsal e depois em decbito ventral. O terapeutarealiza movimentos no sentido do fluxo energtico,ou seja, nas laterais do corpo de proximal para dis-tal, e na regio medial, de distal para proximal. Emmulheres inicia-se sempre pelo membro inferior es-querdo, hemicorpo e membro superior esquerdo. Apsisto, vem o membro superior direito, hemicorpo di-reito e membro inferior direito e, por ltimo, na face.Foram realizados movimentos de frico e desliza-mento, percusso e tamborilar com a mo em con-cha e com a regio ulnar das mos. Na face osmovimentos so suaves e na direo da drenagemlinftica, sempre de medial para lateral19,4.

    Inicialmente foi realizada a avaliao fisiotera-putica que consta de dados pessoais, anamnese,exame fsico, presso arterial, peso, altura, frequn-cia cardaca e respiratria. Os voluntrios foramconvidadas a responder a avaliao ayurvdica21,com questes referentes aos seus perfis energticos(doshas) e um exame de diagnstico de pulso (pul-sologia)5. A seguir foi avaliado o nvel de depressoatravs da escala de depresso de Beck15, a quali-dade de vida e dor com o questionrio FIQ22, espec-fico para fibromilgicos. Na semana seguinte, e nasprximas seis, para os voluntrios do grupo inter-veno foi realizada a massagem Ayurvdica Abhy-anga. No final de seis semanas os voluntrios res-ponderam aos questionrios novamente e as res-postas foram ento comparadas aos questionriosrespondidos no inicio da pesquisa.

    Para anlise dos dados foi utilizado o programaStatistical Package for the Social Sciences (SPSS) ver-so 11.0. Os grficos apresentados foram geradospor este programa e tambm pelo Microsoft Excel. Oclculo para as associaes entre as variveis quan-titativas e qualitativas dicotmicas foi realizado atra-vs do teste t de Student.

    3. Resultados

    Conforme os grficos das Figuras 1 e 2, observa-se que 21 voluntrios, representando 84% do total

  • 68 Meneguzzi et al.

    Figura 1: Nmero de voluntrios versus padro de pulso iniciale final para o grupo controle

    Figura 2: Nmero de voluntrios versus padro de pulso iniciale final para o grupo interveno

    da amostra, apresentaram o diagnstico inicial ob-tido pelo exame do pulso radial como Vata. Apenasdois voluntrios apresentaram pulso Pitta, um vo-luntrio o pulso Kapha e um a variao Pitta/Vata.No diagnstico do pulso ao final do tratamento, 44%da amostra apresentava o pulso radial Vata, comuma frequncia de 11 participantes.

    Comparando-se os grficos das Figuras 1 e 2,observa-se um decrscimo no nmero de volunt-rios do grupo interveno com o pulso Vata. Estesnmeros caram de 12 para apenas dois. Os vo-luntrios deste mesmo grupo que apresentaram opulso do tipo Pitta aumentaram de zero para sete.Os nove voluntrios do grupo controle mantiveramo pulso do tipo Vata, enquanto que os dois volunt-rios que apresentaram seu pulso Pitta, passaram aapresentar o pulso Pitta/Vata.

    O grfico da Figura 1 mostra que no houve mu-danas no nmero de voluntrios do grupo controleque apresentaram pulso Vata no incio e no final dapesquisa. Por outro lado, o grfico da Figura 2 de-monstra as modificaes de pulso dos voluntriosdo grupo interveno. A principal observao a serfeita est na reduo do nmero de voluntrios que

    Figura 3: Resultados iniciais e finais do questionrio FIQ dosgrupos controle interveno

    apresentaram pulso Vata ao incio e o nmero queapresentaram pulso Pitta ao final.

    Nos resultados obtidos pela aplicao do ques-tionrio Ayurvdico no incio da pesquisa, verifica-se que os valores de Vata dosha apresentados pe-los voluntrios do grupo interveno variam de 6a 19 pontos. No grupo controle esses valores fi-caram entre 13 e 23 pontos. Os resultados finaisapontam que os valores do grupo interveno foramde 6 a 18 pontos e os do grupo controle de 14 a23 pontos. Isto resume o resultado do grupo in-terveno, onde 10 voluntrios reduziram o ndiceVata dosha comparando-se com a primeira avalia-o, dois voluntrios mantiveram-se iguais e apenasum voluntrio obteve um aumento. No grupo con-trole todos os voluntrios aumentaram seus ndicesde Vata dosha, nenhum obteve reduo ou manteveo resultado.

    Verificando-se os dados obtidos atravs do ques-tionrio FIQ, que avalia qualidade de vida especi-ficamente em indivduos fibromilgicos, observa-seque as respostas iniciais do grupo interveno va-riavam entre 51 a 81,8 pontos. Ao final dos seisatendimentos o grupo obteve um decrscimo nes-tes nmeros, ficando entre 11,4 a 68,2 pontos. Ogrupo controle ao incio apresentava nmeros entre49,3 e 81,2 pontos; obteve-se um aumento destes,que ficou entre 51 e 86 pontos. A Figura 3 mostraestes valores apresentados pelos dois grupos comsignificncia estatstica: p=0,000.

    Uma das voluntrias do grupo controle se des-

  • Massagem ayurvdica abhyanga na fibromialgia 69

    Figura 4: Resultados iniciais e finais do questionrio de Beck dosgrupos controle e interveno

    taca por ficar fora das hipteses. A voluntria n-mero 23 no apresentou resultado prximo ao dosdemais, pois foi a nica que obteve uma pontuaoinicial de 58,9 e final de 51, apresentando, portanto,um decrscimo do escore.

    Relativamente depresso, avaliada pela escalade depresso de Beck, a Figura 4 mostra os resulta-dos obtidos inicialmente e ao final dos atendimen-tos pelos grupos controle e interveno. O grupocontrole apresentou respostas iniciais que variavamentre 10 a 42 pontos. No grupo interveno estesnmeros iniciais estavam entre 7 e 32 pontos. Naavaliao final as respostas do grupo controle fica-ram entre 11 e 46 pontos. Percebe-se, assim, umaumento no escore final. O grupo interveno teveseus nmeros reduzidos, ficando entre 0 e 19 pon-tos (p=0,000).

    O voluntrio nmero 12 do grupo intervenodestaca-se por apresentar um valor inicial de 46pontos, afastando-se das demais respostas obtidaspelos demais participantes do mesmo grupo. Ana-lisando este voluntrio isoladamente, obteve-se res-postas iniciais de 46 e finais de 11 pontos, acompa-nhando a tendncia do grupo interveno de apre-sentar uma reduo nos nmeros finais.

    A seguir, analisar-se- isoladamente as questesnmero 15 e 16 do questionrio de Beck, relativas realizao de tarefas de labor e qualidade do sono,respectivamente.

    Quanto questo nmero 15, a mdia das res-postas do grupo controle na avaliao inicial era de1,25 pontos (0,866), e na resposta final aumen-

    tou para 1,67 pontos (0,888). O grupo intervenoinicialmente apresentava uma mdia de 1,38 pon-tos (0,768), diminuindo para 1,00 ponto (0,913).O grfico da Figura 5 mostra estes resultados, comsignificncia estatstica: p=0,077.

    Figura 5: Valores iniciais e finais da questo nmero 15 do ques-tionrio Beck dos grupos interveno e controle

    A questo nmero 16 obteve uma mdia de 1,58pontos (0,996) inicialmente no grupo controle eno final aumentou para 2,08 pontos (0,900). Nogrupo interveno este nmero caiu de 2,00 (1,080)para 1,08 pontos (1,038). O grfico da Figura 6mostra estes resultados.

    Figura 6: Valores iniciais e finais da questo nmero 16 do ques-tionrio Beck dos grupos interveno e controle

    A questo nmero 5 do questionrio FIQ, refe-rente dor sentida pelo voluntrio nos ltimos 7dias, foi apresentada sob forma de escala visual ana-lgica, graduada de zero a dez, na qual zero signi-fica ausncia de dor e dez, a pior dor imaginvel. Ogrfico da Figura 7 ilustra os resultados obtidos. A

  • 70 Meneguzzi et al.

    Figura 7: Anlise da questo nmero 5 do questionrio FIQ

    mdia das respostas do grupo controle inicialmentefoi de 8,67 pontos aumentando para 9,17 ao final dapesquisa. Isto significa um aumento de 5,76% nosndices de dor deste grupo. O grupo interveno ini-cialmente apresentou uma mdia de 9,46 pontos eao final da pesquisa apresentou uma mdia de 4,15,correspondendo a reduo de 96,72%. A significn-cia estatstica foi p

  • Massagem ayurvdica abhyanga na fibromialgia 71

    uso descontnuo de analgsicos, um aumento naeliminao de gases e urina e at mesmo melhoranos calores (fogachos) da menopausa. Uma dasvoluntrias, em especial, relata que h dez anos to-mava altas doses de analgsicos diariamente e, apscinco atendimentos, conseguiu ficar trs dias sem ouso destes. Outra relatou que Somente nas duasprimeiras sesses foi necessrio o uso de analgsi-cos....

    notria a reduo da ansiedade em todos osvoluntrios submetidos aos atendimentos. Algumasparticipantes chegaram ao consultrio no dia da ava-liao falando muito, angustiadas, se movendo pouco.Com o decorrer dos atendimentos notou-se que elaschegam com uma expresso facial mais serena, maiscalma, sentindo-se mais encorajadas a realizar coi-sas que h anos no realizavam. Algumas relata-ram que no dormiam durante a noite, e com cincominutos de massagem caram em sono profundo.

    Outro fator que surpreendeu foi com relao durabilidade da remisso dos sintomas. Algumasvoluntrias relataram que j haviam se submetidoa outros tratamentos, porm os resultados no fo-ram duradouros, mantendo-se apenas no dia da in-terveno. Eis um relato: J fiz vrias sesses deoutra terapia, melhora, mas depois volta tudo. De-pois de uma semana que acabei o tratamento coma pesquisadora, com todo esse frio que tem feito,sinto-me tima, isto me alegra!. Um outro relato:J se passou um ms e continuo bem, s sentindotenso nos ombros de vez em quando.

    O escore mdio de qualidade de vida avaliado aofinal de seis semanas no grupo interveno mostrou-se bem inferior ao incio, quando os com escoreseram muito altos, sendo que apenas trs volunt-rias ficaram abaixo de 70. No escore final do grupointerveno apenas um voluntrio ficou acima destenvel.

    A depresso, apontada como um dos sintomasmais frequentes em pacientes fibromilgicos, pioraconsideravelmente a funcionalidade fsica, aumen-tando a sensao de dor28,1. Fica evidente a me-lhora nos ndices de depresso dos indivduos sub-metidos massagem Abhyanga, com um caso ondeeste nvel chegou a zero. Frawley 14 afirma que aAbhyanga a terapia Ayurvdica mais importante,no apenas para desequilbrios fsicos, mas tambmpara estados psicolgicos.

    importante considerar uma voluntria em es-pecial, nmero 12 do grupo interveno. Na avali-ao inicial esta apresentava um escore de 46 pon-tos, ao final reduzindo para 11, uma melhora de23% no quadro depressivo. Nas palavras da prpriaparticipante: Em relao ao tratamento, achei ex-celente, sinto-me melhor aps as sesses. Meu sonoteve considervel melhora, assim como o funciona-mento do meu intestino e a diminuio da dor...

    no utilizei nenhum medicamento durante o trata-mento.

    Isto indica que apesar de todos os voluntrios dogrupo controle estarem sendo submetidas terapiamedicamentosa, esta no eficaz para a depresso,pois em seis semanas todos apresentaram um au-mento nestes escores, o que influencia tambm osnveis progressivos de dor. Todos voluntrios sub-metidas massagem Abhyanga obtiveram reduesdrsticas da depresso.

    Uma informao importante que no aparece ex-plcita em nenhum dos questionrios utilizados, po-rm de grande importncia para os pacientes fibro-milgicos referente ao sono. As respostas finais questo 16 do questionrio de Beck mostra umamelhora significativa na qualidade do sono. Todosos voluntrios, sem exceo, chegaram para o se-gundo atendimento relatando que haviam dormidomelhor no dia em que haviam sido submetidos massagem. Esta melhora era progressiva e estavarelacionada tanto com o nmero de horas dormidasquanto qualidade do sono. Distrbios do sonolevam a uma reduo da produo de serotoninae endorfinas. Consequentemente, ocorre uma de-sordem nos efeitos moduladores da dor. SegundoMosmann et al. 23 , a dor e a fadiga da fibromialgiaesto ligadas aos distrbios do sono e seus efeitostm grande impacto na qualidade de vida.

    Portanto, os resultados gerais apontam uma n-tima relao entre a melhora da dor e o aumento naqualidade de vida, obtidas com a massagem Ayur-vdica Abhyanga.

    4.3. Dor

    Os receptores cutneos da dor esto espalhadossuperficialmente e so terminaes nervosas livres.Qualquer leso nos tecidos pode causar dor do tipolenta, crnica ou surda nessa rea. A dor do tipolenta pode ser causada por estmulos dolorosos me-cnicos, trmicos e qumicos. Algumas substn-cias qumicas que excitam o tipo qumico de dor soa bradicinina, serotonia, histamina, entre outros.Alm destes, a substncia P acentua a sensibili-dade das terminaes nervosas da dor e causa asensao de dor demorada23,18,16. Guyton16, afirmaque a dor do tipo lenta e crnica provocada por es-tmulos do tipo qumico.

    Na fibromialgia a dor est relacionada ao espasmomuscular (trigger points) que estimula diretamenteos receptores mecanossensveis da dor. Este es-pasmo tambm tem efeito na compresso dos vasossanguneos causando isquemia, o que cria condi-es ideais para a liberao de substncias qumi-cas indutoras da dor23,16,7. Devido leso celularresultante da isquemia tecidual so formados agen-tes qumicos nos tecidos, como a bradicinina, por

  • 72 Meneguzzi et al.

    exemplo, que estimula mais ainda as terminaesnervosas de dor16,7.

    Atualmente sabe-se que a alodinia generalizadapresente na fibromialgia tem sua origem em umaamplificao da nocicepo, que a sensibilidadeexcessiva dos prprios receptores de dor, ou seja, avia da dor torna-se excessivamente excitvel a umestmulo1,16.

    Teixeira e Figueir31 afirmam que o descondicio-namento fsico caracterstico dos pacientes com fi-bromialgia e que este um fator predisponente fa-diga crnica 34. Esta afirmao no corrobora coma anlise do estilo de vida das voluntrias deste es-tudo, pois 64% destas afirmam praticar atividadefsica regularmente o que no interferiu na redu-o dos nveis de dor. O grupo controle apresentou,em 6 semanas, um aumento de 5,76% nos nveisde dor. Mesmo esta sendo uma experincia indivi-dual, a reduo que as voluntrias do grupo con-trole obtiveram nos nveis de dor foi muito signifi-cativa chegando a 96,72%, comparando com a dorque relataram sentir no incio da pesquisa.

    A reduo nos nveis de dor um fator que in-fluencia tanto a diminuio do grau de depressoquanto a qualidade de vida apresentada por paci-entes fibromilgicos. A dor crnica uma condioestressante que interfere na capacidade de ateno,concentrao e memria e pode ser to intensa queimpede o indivduo de desempenhar suas atividadesprofissionais e sociais19,31.

    4.4. A massagemA massagem um dos mtodos mais antigos de

    tratamento utilizado pelo fisioterapeuta7,30. Ela in-terrompe o ciclo de dor, melhora a circulao, temefeito sobre as substncias neuroendcrinas e aindatem efeitos reflexos (que estimulam o SN) e efeitosmecnicos16,30,11,10.

    Os mecanoceptores cutneos estimulados pelafrico da pele durante a massagem so sinais afe-rentes capazes de bloquear a transmisso dos si-nais nociceptivos (dolorosos). Domenico e Wood10

    afirmam que a estimulao manual das fibras sen-soriais aferentes, condutoras de informao sensi-tiva, exercem um efeito significativo na dor. Estasinfluncias da supresso da dor e a liberao deopiides endgenos so explicaes razoveis parao alvio da dor produzido pelas tcnicas de massa-gem30,2,20,9.

    Em 1936, Desaux e Rubois9 j afirmavam quetoda excitao mecnica da pele provoca uma rea-o local que libera um complexo de cido carbnicoe resduos celulares capazes de provocar vasodila-tao. Esta vasodilatao promove a remoo demetablitos de dor (cininas) da regio de uma reaafetada, libera serotonina e histamina e ainda di-minui espasmos musculares2,20,9,27. Se o espasmo

    muscular causa significativa da dor, ento fica evi-dente que a reduo deste ajudar a alivi-la.

    Estes efeitos vasodilatadores contribuem para umefeito no fluxo sanguneo e linftico, o que explica oaumento no nmero de mices relatado pelas vo-luntrias.

    A massagem tambm tem efeito nas substn-cias neuroendcrinas. Esper11 cita algumas delase seus efeitos no organismo:

    dopamina, que influencia atividade motora, ca-pacidade de concentrao e humor, alegria eentusiasmo;

    serotonina, que regula o humor, emoes, aateno, reduz a irritabilidade. Baixos nveisinfluenciam na depresso, distrbios alimen-tares e problemas de dor;

    endorfinas, que so agentes moduladores dedor;

    cortisol, que produzido pelas glndulas supra-renais durante perodos de estresse e est re-lacionado s perturbaes de sono. A massa-gem reduz nveis de cortisol, o que explica amelhora significativa na qualidade do sono eo aumento nas horas dormidas pelas volunt-rias.

    4.5. Massagem Ayurvdica e vataA massagem o principal mtodo Ayurvdico de

    tratamento e tem o objetivo de aumentar a energiade cura em todas as regies do corpo26. O calor gerado pela frico, que faz o ar do corpo se expan-dir e se mover. A circulao do ar alivia a tenso ereduz a dor28,1. Ela promove um padro respirat-rio mais profundo e natural.

    As respostas corporais dos indivduos submeti-dos massagem Abhyanga podem variar conformea necessidade individual de cada um, podendo apre-sentar um aumento na disposio, como resposta auma revitalizao total, ou sonolncia6,14,4,11,26,27.Nas voluntrias da pesquisa, observou-se ao finaldo atendimento uma sonolncia intensa que era trans-formada nos dias decorrentes massagem em umbem-estar, tanto fsico quanto mental, o que geravauma disposio para a realizao das tarefas e sonoreparador. Assim como Esper11 cita a regulao in-testinal como um dos efeitos da massagem, as vo-luntrias tambm relataram este efeito, que umdos indcios de Vata dosha equilibrado.

    Com relao ao leo de gergelim utilizado, estemostrou-se muito eficaz na eliminao dos efeitossecos de Vata. A pele das voluntrias mostrou-seviosa, brilhante e nutrida ao final dos seis atendi-mentos. Este leo indicado para o alvio dos sin-tomas provocados pelo agravamento de Vata, comoa angstia e a ansiedade6,14,19,4,11,26.

  • Massagem ayurvdica abhyanga na fibromialgia 73

    Os resultados mostraram uma correlao entrea queda dos nveis de Vata e uma melhora da dor.Outros benefcios da massagem Abhyanga que noforam avaliados, mas que foram notados pelos au-tores, foram: o aumento da flexibilidade corporal,melhora na postura, reequilbrio orgnico, estabili-dade psicolgica e alguns resultados estticos. Po-rm, estes efeitos ainda carecem de comprovaocientfica atravs de questionrios e ateno espec-ficos a estes quesitos.

    5. Concluses

    Os sintomas apresentados pelas voluntrias aten-didas neste estudo, como depresso, dor e baixaqualidade de vida, esto associados ao agravamentodo desequilbrio energtico do biotipo (dosha) Vata.Estes foram amenizados ao final do tratamento comconsequente melhora da sintomatologia relacionada fibromialgia.

    Este estudo mostra evidncias de que a massa-gem Ayurvdica pode ser uma tcnica complemen-tar importante no tratamento do paciente portadorde fibromialgia, tendo levado a uma reduo signi-ficativa da sintomatologia dolorosa (p=0,0001), me-lhora significativa da qualidade de vida (p=0,000) ereduo significativa da depresso (p=0,000).

    Sugere-se continuidade deste estudo com umaamostragem maior e a incluso de outros instru-mentos de avaliao, incluindo o algmetro.

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    Notas Biogrficas

    Pauline Meneguzzi graduada em Fisioterapia pela FaculdadeEvanglica do Paran (2008) e especialista em Terapia Ayurvedapelo JIVA Institute Ayurveda (Haryana, ndia, 2009).

    Natasha Moreira Turkewicz graduada em Fisioterapia pelaFaculdade Evanglica do Paran (2008) e especialista em Fisio-terapia Dermato-funcional pela Faculdade Evanglica do Paran(2010).

  • 74 Meneguzzi et al.

    Taylor Tito Bobatto graduado em Fisioterapia pela PontifciaUniversidade Catlica do Paran (1991) e especialista em Ma-gistrio do Ensino Superior pela Faculdade Esprita do Paran(2001). Atualmente professor da Faculdade Evanglica do Pa-ran.

    Cleiton Jos Treml graduado em Fisioterapia pela Universi-dade Tuiuti do Paran (1986), especialista em Acupuntura peloCOFFITO (2001) e mestre em Medicina pela Universidade Federaldo Paran (2008). Atualmente professor adjunto do curso deFisioterapia .da Faculdade Evanglica do Paran e doutorandoem Medicina pela Universidade Federal do Paran Link para ocurrculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6601556384154488.

    Faruk Abro Kalil Filho graduado em Fisioterapia pela Uni-versidade Tuiuti do Paran (2004), especialista em FisioterapiaOrtotraumato-Funcional pela FEPAR (2006) e mestre em Medi-cina pela Universidade Federal do Paran (2008). Atualmente professor da Faculdade Evanglica do Paran e doutorando emMedicina pela Universidade Federal do Paran.

    Histrico

    Submetido em 21/10/2010Revisado em 30/11/2010Aceito em 01/04/2011Publicado on-line em 31/07/2011

    IntroduoMetodologiaResultadosDiscussoVata e dorQualidade de vida e depressoDorA massagemMassagem Ayurvdica e vata

    Concluses