razões em recurso especial

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  • 7/27/2019 Razes em Recurso Especial

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    Razes em Recurso Especial

    RAZES DE RECURSO ESPECIALRECORRENTE: .....................

    Egrgio TribunalColenda TurmaEminente Ministro Relator,

    Versa o presente recurso doinconformismo do Recorrente ...................., j qualificado, com oacrdo proferido nos autos do Recurso em Sentido estrito n

    ............... (.......), proferido pela Primeira Cmara Criminal doTribunal de Justia do Estado de ..............., publicado no Diriode Justia do dia ........, que negou vigncia ao artigo 156, doDecreto lei n 3.689 de 03 de Outubro de 1.941 (Cdigo deProcesso Penal), alm do que, deu a lei federal interpretaodivergente da que lhe haja atribudo outro tribunal, conforme asrazes a seguir perfiladas:

    SMULA DOS FATOS

    1 O Recorrente, foi denunciado eprocessado com incurso nas penas do artigo 121, 2, I e IV, doCdigo Penal, e pronunciado no mesmo dispositivo legal, pelomanejou recurso voluntrio, o qual por unanimidade foi improvidopela Primeira Cmara do Tribunal Goiano, afrontando oimperativo legal do nus probandi..

    2 Em suas razes de recursoapelatrio, o Recorrente, deixou consignado sua indignao comrelao a deciso intermediria de pronncia, que foi editadafrontalmente com a prova colacionada durante todo processado,

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    configurando uma afronta norma estabelecida no art. 156 doCPP, onde se registras que o nus da prova incumbe a quem

    fizer a alegao. Logo, o acrdo fustigado ao convolar a decisoestapafrdia do Juzo de Piso negou a vigncia do citadodispositivo legal, dando uma interpretao divorciada doentendimento esposado pela jurisprudncia hodierna dominante.

    DO DIREITO

    DO JUZO DE ADMISSIBILIDADE

    Conforme art. 26, da Lei n 8.038/90,o recurso especial, est sujeito ao juzo de prelibao, devendoser recebido quando presentes seus pressupostos legais comunsa todos recursos, qual sejam: tempestividade, legitimidaderecursal e sucumbncia, exigindo-se, tambm, especificamente, oenfrentamento de decises emanadas pelos Tribunais de Estadoquando presentes os motivos elencados no inciso III, do art. 105,da Constituio Federal, alm de que as matrias objeto do

    recurso tenham sido prequestionadas nas esferas inferiores.

    No caso em apreo, todospressupostos de admissibilidade se fazem presentes, embora oprequestionamento das matrias fustigadas estejam implcitas nobojo das razes do recurso de apelo, o que no descaracterizasua presena, consoante ensinamento do ilustre MinistroEDUARDO RIBEIRO DE OLIVEIRA, no o artigo da lei mas a

    questo de direito que no dispensa tenha sido cogitada. Assim,por exemplo, se o caso for de litisconsrcio necessrio, e ojulgado o negar ter-se- por contrariado o artigo 47 do CPC, noimportando que a ele nenhuma referncia tenha sido feita.

    Deve pois, o presente RecursoExtremo, transpor a barreira do Juzo de prelibao.

    a) DA CONTRARIEDADE A LEI FEDERAL, OU NEGAODE SUA VIGNCIA;

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    Dispe o art. 156 do Cdigo deProcesso Penal. (Dec. Lei 3689/41), com a nova redao dadapela Lei 11.690/08:

    Art. 156 - A prova da alegao incumbir aquem a fizer, sendo, porm, facultado ao juiz deofcio:I - ordenar, mesmo antes de iniciada a aopenal, a produo antecipada de provasconsideradas urgentes e relevantes,

    observando a necessidade, adequao eproporcionalidade da medida;II - determinar, no curso da instruo, ou antesde proferir sentena, a realizao de dilignciaspara dirimir dvida sobre ponto relevante.

    Pelo conjunto de provas produzidodurante a instruo criminal, sob o manto do princpioconstitucional do contraditrio e do devido processo legal, outraconcluso no h seno a de que o Recorrente, por ocasio do

    fato, agiu sob o plio da excludente de ilicituyde prevista no art.23, II e 25 do Cdigo Penal Brasileiro, o que impunha suaabsolvio sumrio nos termo do art. 411 do Cdigo de ProcessoPenal.

    Se a denncia representa umahiptese acusatria proposta pelo rgo do Ministrio Pblico,aps seu recebimento cria para a acusao oficial o encargoprocessual de provar durante a instruo criminal, sob o manto docontraditrio, o fato criminoso descrito, sua autoria e ascircunstncias com se desenvolveu. Assim no fazendo tem-se

    que no se desincumbiu do nus probatrio, ensejando assim aadoo de sua absolvio sumrio na deciso de pronncia.

    Outrossim, nem cabe assertar queposicionamento diverso seria possvel por fora do livreconvencimento ou ntima convico do Juiz, que no sofrelimitaes, importando pois, preponderantemente, a realidade dosfatos que entreveja nas provas, e no o lugar onde estas foramcolhidas. Concessa vnia daqueles que assim sustentam,

    sufragar-se tal esclio implicaria postergar-se, de maneiraflagrante, o princpio basilar do contraditrio, fazendo-se dele

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    tabula rasa e simples quimera, com sua colocao noesquecimento.

    Outra no a lio de FredericoMarques: embora o princpio do Livre convencimento no permitaque se formulem regras apriorsticas sobre a apurao edescoberta da verdade, certo que traz algumas limitaes a queo Juiz no pode fugir; e uma delas a de que, em face daConstituio, no h prova (ou como tal no se considera),quando no produzida contraditoriamente.

    Assim sendo, o acrdo recorrido,ignorou a prova colhida durante o judicium acusationnes, o quedeve ser objeto de reparo por esta Suprema Corte, vez trata-sematria de mbito constitucional, ao ferir a garantia da ampladefesa e o princpio do devido processo legal.

    b) - DA INTERPRETAO DIVERGENTE ATRIBUDO OUTROTRIBUNAL.

    O Acrdo recorrido, deu a prova dosautos interpretao dissonante dos princpios reguladores damatria probatria abraados pela jurisprudncia dominante, quepreconiza ser aprova colhida na esfera policial, e, no reproduzidaem juzo insuficiente para embasar decreto condenatrio.

    O Tribunal do Estado de MinasGerais, ao julgar a Apelao Criminal n 000.178.515-3/00, porsua 2 Cmara Criminal, tendo como Relator o Desembargador

    Reinaldo Ximenes Carneiro, com acrdo publicado no Dirio deJustia no dia 11.05.2000, assim decidiu:

    TXICO USO CONFISSO CONJUNTOPROBATRIO TRFICO PROVA COLHIDA NOINQURITO POLICIAL INEXISTNCIA DE PROVAJUDICIAL CONDENAO IMPOSSIBILIDADESOMENTE COM PROVA EXTRAJUDICIAL Estandoo conjunto probatrio apontado somente para o usode maconha pelo agente impe-se condenaonesse tipo penal, sendo defeso expedir decreto

    condenatrio diverso com vbase apenas em provaextrajudicial. (TJMG ACr. 000.178.515-3/00 2

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    CCrim. Rel. Ds. Reynaldo Ximenes Carneiro D.J.11.05.2000).

    Com isso, tem-se que o Tribunal deJustia do Estado de Gois deu interpretao divergente da

    jurisprudncia firmada pelo TJMG, conforme julgado acimatranscrito, ao entender ser suficiente para prolao de decretocondenatrio as provas existentes exclusivamente no inquritopolicial pelo que deve a matria ser revista por este ColendoSodalcio de teto.

    EX POSITIS

    Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez queprprio e tempestivo, dando-se provimento em todos seus termos,pois desta forma este Egrgio Tribunal estar restabelecendo oimprio do Direito, da Lei e da Excelsa JUSTIA.

    Local, data

    ___________________OAB