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Rastreio de Saúde Mental Concelho Caldas da Rainha I Rastreio de perturbações mentais não psicóticas no concelho das Caldas da Rainha Cecília Neto Socióloga; Mafalda Silva Psicóloga; Carla Abrantes Psicóloga; Marina Coelho Psicóloga; Jorge Nunes - Médico de Saúde Pública; Vítor Coelho Sociólogo. Orientação de Luís Pais Ribeiro Psicólogo (Professor Universitário - Universidade do Porto) Caldas da Rainha Outubro 2011

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Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

I

Rastreio de perturbações mentais não psicóticas

no concelho das Caldas da Rainha

Cecília Neto – Socióloga; Mafalda Silva – Psicóloga; Carla Abrantes –

Psicóloga; Marina Coelho – Psicóloga; Jorge Nunes - Médico de Saúde Pública;

Vítor Coelho – Sociólogo. Orientação de Luís Pais Ribeiro – Psicólogo

(Professor Universitário - Universidade do Porto)

Caldas da Rainha

Outubro 2011

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

II

RESUMO

A presente iniciativa de investigação pretende monitorizar a saúde mental e o bem-estar

subjectivo, e obter um perfil sociodemográfico que contribui para uma pior saúde mental da

população do concelho das Caldas da Rainha.

Em termos globais e no referente ao estado de saúde mental e bem-estar subjectivo, foi

possível obter dois tipos de resultados: o primeiro respeitante à caracterização da amostra em

termos de níveis de mal-estar e o segundo respeitante à caracterização da amostra em termos

das sub-escalas, permitindo estes últimos resultados obter um perfil de dimensões de mal-

estar subjectivo experimentado, independentemente de ser significativo ou não. Assim, tendo

por referência os valores obtidos na pontuação média total (General Health Questionnaire -

GHQ-total), 33% da amostra apresenta mal-estar subjectivo significativo, ou seja, um em

cada três participantes apresenta níveis de mal-estar subjectivo que ultrapassam o ponto de

corte 23/24. De acordo com Goldberg, (1) na GHQ-28 níveis de mal-estar que ultrapassem

este ponto de corte possuem uma grande probabilidade de se tratar de casos psiquiátricos,

recomendando-se por isso uma avaliação de psicopatologia. As dimensões “disfunção social”,

“ansiedade e insónia” e “sintomas somáticos”, foram as que os participantes atingiram

pontuações médias superiores a 5, ponto de corte indicador da probabilidade de caso

psiquiátrico. Constatou-se também que existe uma relação estatisticamente significativa entre

pior saúde mental e acontecimentos de vida tais como a conjuntura económica desfavorável, o

desemprego e a pobreza. Verificou-se, ainda, pior saúde mental nas mulheres, sobretudo nas

de baixa escolaridade.

Conceitos-Chave: SAÚDE MENTAL; BEM-ESTAR SUBJECTIVO;

ACONTECIMENTOS DE VIDA

Abstract

This research intends to monitor the mental health and subjective well-being, and describe the

demographic profile that contributes to a poorer mental health of the population of the Caldas da

Rainha municipality.

Overall, for the mental health status and subjective well-being, it was possible to obtain two types of

results: the first concerning the characterization of the sample in terms of levels of mental health and

the second concerning the characterization of the sample in terms of the sub-scales, the latter

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

III

allowing us to obtain a profile of the dimensions of subjective discomfort experienced, whether

significant or not. Thus, with reference to the values obtained in total average score (General Health

Questionnaire - GHQ-total), 33% of the sample had significant subjective discomfort, ie, one in three

participants had levels of subjective discomfort beyond the cutoff point of 23/24. According to

Goldberg, (1) GHQ-28 levels that exceed this cutoff point have a high probability of being psychiatric

cases and a psychiatric assessment is highly recommended. In the "social dysfunction", "anxiety and

insomnia" and "somatic symptoms" dimensions, the participants achieved average scores above 5, a

cutoff that indicates a high likelihood of psychiatric pathology. A statistically significant relationship

was also found between poor mental health and life events such as unfavorable economic situation,

unemployment and poverty. A poorer mental health in women was also found, specially in the ones

with low education.

Keywords: MENTAL HEALTH; SUBJECTIVE WELL-BEING; LIFE EVENTS

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

IV

1. Introdução

1.1 Os Estudos Epidemiológicos em Saúde Mental

Por referência ao enfoque atribuído pela Organização Mundial da Saúde em 2000,

2001 e 2002 em muitos dos seus documentos (2,3,4), destaca-se que da perspectiva da saúde

pública, muito se pode fazer para contribuir para a redução da carga dos transtornos mentais,

nomeadamente: avaliar e monitorizar a saúde mental das comunidades, inclusive as

populações vulneráveis, tais como crianças, mulheres e pessoas idosas e fortalecer a pesquisa

sobre as causas dos transtornos mentais e comportamentais, o desenvolvimento de

tratamentos eficazes e a monitorização e avaliação dos sistemas de saúde mental. A

Epidemiologia, enquanto ferramenta básica da Saúde Pública, assume cada vez mais um papel

fundamental no sentido de esclarecer as relações entre causa e doença ou causa e efeito,

contribuindo assim para a promoção do bem-estar físico, social e mental de uma população. É

pois dentro deste contexto, que nos últimos anos tem crescido a importância atribuída a

estudos epidemiológicos em psiquiatria, com relevância nas decisões políticas em saúde

mental e na definição de estratégias de intervenção, contribuindo, ainda, de forma

significativa para uma compreensão mais ampla da ocorrência e do desenvolvimento dos

distúrbios mentais, assim como das suas consequências para o funcionamento individual,

familiar e social da pessoa doente. Verifica-se que inúmeros estudos levados a cabo nestes

últimos anos sobre as variáveis do ambiente social deram lugar a uma tomada de consciência

sobre a importância dos diversos factores que influenciam a saúde mental, particularmente

situações de stress/coping, factores educacionais e comportamentais, e mais recentemente

factores relacionados com uma conjuntura económica desfavorável, como o desemprego e a

pobreza. Considera-se então que o método epidemiológico é, assim, um instrumento capaz de

fornecer dados essenciais para a definição de políticas em saúde mental, para o

estabelecimento de prioridades e para a implementação e avaliação de programas.

1.2 Conceitos

1.2.1 Acontecimentos de vida

Tal como sucede com outros conceitos amplamente utilizados na Sociologia, na

Psicologia Social, na Psicologia da Saúde e na Psicologia Clínica, não existe uma definição

única e consensual de acontecimento de vida. Os vários autores enfatizam os aspectos do

continuum ao longo da vida e da readaptação necessária ao restabelecimento do equilíbrio do

sujeito. Temos assim a definição de Holmes e Rahe (5) em que “…acontecimentos de vida

serão as experiências objectivas que perturbam ou ameaçam romper as actividades habituais

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

V

do indivíduo, causando um reajustamento substancial no seu comportamento.” Outra

definição é a de De Dohrenwend e Dohrenwend (6) que classifica acontecimentos de vida

“…como ocorrências objectivas de magnitude suficiente para mudar as actividades usuais da

maioria das pessoas.” Para Brown (7) “os acontecimentos de vida são os problemas de vida

que desencadeiam emoções intensas (independentemente da sua natureza)”. E ainda, no

Dicionário de Psicologia (8) R. Dantzer principia do seguinte modo “…um acontecimento

vital é um acontecimento que ocorre na vida de um indivíduo e que o obriga a reagir de um

modo mais ou menos pronunciado para se ajustar a ele.”. Salienta ainda que os

acontecimentos de vida podem ser benéficos, por exemplo, férias, promoção no emprego,

casamento, etc, ou nocivos, tais como: acidentes, rupturas de vinculação, morte de pessoa

significativa, entre outros. Sendo fontes de stress, surgem potencialmente associados a

alterações das funções orgânicas avaliadas com recurso a diversos instrumentos,

nomeadamente escalas de acontecimentos para medir a importância dos acontecimentos de

vida ocorridos num dado período.

1.2.2 Bem-estar Subjectivo

Segundo Galinha e Pais Ribeiro (9), Bem-estar é um conceito multidimensional,

amplamente utilizado em diversos contextos, nem sempre com o mesmo significado. Importa,

nesta fase, estabelecer a distinção entre o conceito de Bem-estar Subjectivo e o de Bem-estar

Psicológico, assentes em dois modelos teóricos divergentes, embora partilhando o mesmo

objecto de estudo.

A definição do conceito de Bem-estar Subjectivo teve o seu advento com Wilson (10),

mas é indissociável de Ed Diener (11), seu principal investigador. O enfoque localiza-se na

compreensão da dimensão afectiva (felicidade) e cognitiva (satisfação com a vida) da

avaliação subjectiva que cada indivíduo faz das suas experiências de vida. Segundo R. Novo

(12), o modelo do Bem-estar Psicológico foi concebido por Carol Ryff nos anos 80, com base

em diversas concepções da auto-realização e crescimento pessoal, propondo um modelo

multidimensional de funcionamento psicológico positivo constituído por seis dimensões:

autonomia, domínio do meio, crescimento pessoal, relações positivas com os outros,

objectivos na vida e aceitação de si.

No presente estudo foi adoptado o conceito de Bem-estar Subjectivo, por ser aquele

que mais intimamente se associa ao conceito de Saúde Mental com a aplicação do modelo

Biopsicossocial e à crescente preocupação com os aspectos mais positivos da saúde mental.

1.2.3 Saúde Mental

Não existe igualmente um único modelo explicativo para a Saúde Mental. Ao longo do

tempo diversos autores enfatizaram várias dimensões segundo a sua perspectiva teórica. O

termo Saúde Mental surge ainda muito associado a uma política e não a um conceito da

Saúde. Na legislação e nos planos de acção traçados em Portugal para esta área o conceito

nunca aparece definido, o que não sucede noutros âmbitos em que os primeiros artigos ou

capítulos se destinam a identificar claramente os conceitos que irão ser objecto de trabalho. A

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

VI

Saúde Mental tem sido associada com o sentirmo-nos bem connosco próprios e na relação

com os outros, com a capacidade para lidar de forma confiante com as situações adversas que

surgem no quotidiano. É um continuum que vai de um estado de doença a outro de saúde,

sofrendo alterações ao longo da vida do indivíduo, indissociável do conceito de Bem-estar

Subjectivo. Para Wallis citado por Galinha e Pais Ribeiro (9), “…a Saúde Mental deveria ser

mais do que a ausência de perturbação mental deveria ser algo próximo de um estado vibrante

de tonicidade muscular da mente e do espírito humanos.” E ainda, de acordo com a definição

apresentada pela WHO em 2001 (13), a saúde mental é “…um estado de bem-estar no qual o

sujeito realiza as suas capacidades, consegue lidar com as situações normais de stresse da

vida, trabalha de forma produtiva e frutífera, e consegue dar o seu contributo, intervir

activamente na sua comunidade…”. Considera-se que a Saúde Mental não pode ser encarada

de modo isolado, além ser uma componente integrante da Saúde, é mais que ausência de

doença mental e encontra-se intimamente relacionada com a saúde física e com o

comportamento do sujeito em qualquer idade.

1.3 Questões de Investigação

O presente trabalho de pesquisa visa contribuir para o conhecimento da realidade

comunitária de Caldas da Rainha por referência à Saúde Mental e Bem-estar Subjectivo, e

procura responder às seguintes questões:

1. Qual é o estado de Saúde Mental e Bem-estar Subjectivo da população residente

inscrita na área de abrangência territorial (sede e freguesias) do Centro de Saúde das

Caldas da Rainha?

2. Que acontecimentos de vida identificados contribuem com maior representatividade

para o estado de Saúde Mental e Bem-estar Subjectivo da população inscrita?

3. Quais as características sociodemográficas que contribuem para uma pior saúde

mental?

2. MÉTODO

Dados os objectivos do estudo – determinação da incidência de problemas de saúde

mental no concelho de Caldas da Rainha - optou-se por uma metodologia de medida do tipo

Inquérito por Questionário, com recurso a um instrumento estandardizado de recolha

extensiva de dados, a um procedimento de amostragem e a técnicas de análise quantitativa

dos dados recolhidos.

2.1 Recolha de dados

Foi construído um questionário estruturado em função de três dimensões consideradas

pertinentes para as finalidades do estudo: caracterização sociodemográfica, despiste de

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

VII

acontecimentos de vida com implicações no bem-estar psicológico e detecção de perturbações

psiquiátricas. Esta última dimensão corresponde ao General Health Questionnaire - versão

GHQ-28, traduzida por Ribeiro e Antunes (14). O GHQ foi desenvolvido por Goldberg e

Hillier em 1979 (1), sendo utilizado para detectar e medir, de forma extensiva, perturbações

psiquiátricas não psicóticas. A cada item corresponde uma escala ordinal, com quatro opções

de resposta, sendo que, no tratamento dos dados recolhidos, optou-se pelo método de cotação

0-1-2-3, defendido pelos autores. Assim, o valor global da escala GHQ-28 varia entre 0 e 84,

com os valores mais elevados a corresponderem a pior saúde mental. A validação efectuada

por Goldberg e Hillier (1) permitiu identificar um ponto de corte de 4/5, considerado como

indicador de um caso psiquiátrico não psicótico, que recomendaria uma avaliação de

psicopatologia. No presente estudo optou-se pelo ponto de corte 5, por se ter considerado que

apresentaria menor margem de erro. E ainda, o questionário foi aplicado a uma amostra de

utentes, nas instalações da sede e extensões do Centro de Saúde de Caldas da Rainha, no

período de Fevereiro 2009 a Fevereiro 2010.

2.2 Procedimentos de amostragem

A população de referência do estudo corresponde aos utentes inscritos no Centro de

Saúde de Caldas da Rainha, à data da sua realização era de 57368. Recorreu-se a um

procedimento de amostragem não probabilística por quotas, tendo sido seleccionada uma

amostra de 424 utentes, maiores de dezoito anos, que cumpriram os requisitos de inscrição e

presença na sede e extensões do Centro de Saúde de Caldas da Rainha, no período definido

para a recolha de dados do estudo. No cálculo da dimensão da amostra assumiu-se um erro

amostral de 0.04 e um nível de confiança de 0.95 e a sua estrutura reproduziu, com algumas

discrepâncias de dimensão pouco expressiva, a distribuição da população de referência pela

sede e extensões do Centro de Saúde, em função de quotas proporcionais pré-definidas. A

amostra foi posteriormente subdividida em dois subgrupos, para análise de dados relativos à

escala GHQ: o dos inquiridos com diagnóstico de doença mental (n=40) e os sem esse

diagnóstico.

2.3 Técnicas de análise

Foi efectuada uma análise univariada dos dados recolhidos com a aplicação do

questionário, para caracterização da amostra de utentes inquiridos em três dimensões:

sociodemográfica, prevalência de acontecimentos de vida com implicações no bem-estar

psicológico e prevalência de quadros de bem-estar psicológico.

No tocante à dimensão bem-estar psicológico, foram utilizados os dados recolhidos

com a GHQ-28, junto dos utentes sem diagnóstico de doença mental (n=384). As

propriedades métricas deste instrumento foram confirmadas com recurso a técnicas de análise

multivarida. A escala revela uma elevada consistência interna, tendo em conta os valores

obtidos com o cálculo do coeficiente alpha de Cronbach (0.96). A análise factorial revelou

uma estrutura composta por quatro factores (correspondentes às sub-escalas “sintomas

somáticos”, “ansiedade e insónia”, “disfunção social” e “depressão grave”), que explicam

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

VIII

(média etária: 46,4 anos; desvio padrão: 15,4 anos ))

Idade

837567595143352618

nº d

e in

quiri

dos

14

12

10

8

6

4

2

0

134,0 / 31,6%

289,0 / 68,2%

1,0 / ,2%

Masculino

Feminino

Descº

v iúvo

divorciado

união facto

casado

solteiro

descº

nº d

e in

quiri

dos

300

250

200

150

100

50

0 18

3536

268

66

67,1 % da variância dos resultados e que revelam, igualmente, elevada consistência interna

(com valores alpha que variam entre 0.88, 0.90, 0.94, e 0.88, respectivamente).

Também foi efectuada uma análise bivarida com o objectivo de identificar associações

estatisticamente significativas entre variáveis sociodemográficas e relativas a acontecimentos

de vida e os valores da GHQ-28. Para o efeito recorreu-se a testes de diferenças de médias (t

de Student e teste F) e a medidas de correlação (r de Pearson), ajustados aos níveis de medida

das variáveis em causa.

Na realização das operações de tratamento e análise de dados, utilizou-se a aplicação

informática SPSS versão 6.0

2.4 Caracterização da amostra

2.4.1 Atributos sociodemográficos

O presente estudo é constituído por uma amostra de 424 participantes cuja idade

média é de 46 anos, com um desvio-padrão de 15 anos, sendo a idade mínima de 18 anos e a

máxima de 85 anos ( Figura1 - Idade).

Figura 1 - Idade

Podemos observar nas Figuras 2 e 3 que a amostra constitui-se maioritariamente por

elementos do sexo feminino (289 inquiridos, ou seja 68,2 % do total) e casados (268

inquiridos, correspondendo a 63,2 % do total).

Figura 2 – Género Figura 3 – Estado civil

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

IX

35,0 / 8,3%

357,0 / 84,2%

32,0 / 7,5%

Descº

Acompanhado

Isolado3 / 1%

28 / 8%

4 / 1%

285 / 80%

37 / 10%

amigos

f ilhos

f ilhos e out f am

parceiro c/s f ilhos

pais

2.4.2 Enquadramento residencial e sociofamiliar

Relativamente ao enquadramento residencial da amostra verificamos que as freguesias

do concelho das Caldas da Rainha onde se concentram mais inquiridos (240) foram as de

Nossa Sra. do Pópulo, Santo Onofre e Coto ( Figura 4 – Freguesia de residência).

Figura 4 – freguesia de residência

Quanto à situação sociofamiliar podemos observar na Figura 5 que os inquiridos

vivem, na sua maioria, acompanhados (84,2%) pelos seus parceiros e filhos (80%).

Figura 5 – Situação sociofamiliar

São Gregório

Vidais

Rostos/Landal

Foz do Arelho

Carvalhal Benfeito

A-dos Francos

Salir de Matos

Santa Catarina

Alvorninha

Tornada

S.Onof, NSPop, Coto

nº inq

uirido

s

250

225

200

175

150

125

100

75

50

25

0 15212325

50

240

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

X

superior

10 a 12 anos

7 a 9 anos

5 a 6 anos

1 a 4 anos

sabe ler e escrever

não sabe ler nem esc

descº

nº in

quirid

os

150

125

100

75

50

25

0

7580

89

48

98

22

10

descª

domestica

estudante

reformado

desempregado

empregado

nº inq

uirido

s

300

250

200

150

100

50

0

50

2714

63

22

248

2.4.3 Qualificações e situação ocupacional

A maioria dos inquiridos é escolarizada (cerca de 91 % refere algum grau de

escolaridade). Observa-se alguma diversidade de qualificações, com predominância para os

que têm entre 1 a 4 anos de escolaridade. De notar que 80 inquiridos (aproximadamente 18,8

% do total) têm frequência ao nível do ensino secundário e 75 (17,7 %) referem formação

universitária (Figura 6 - Escolaridade).

Figura 6 - Escolaridade

Relativamente à situação ocupacional (Figura 7 – Situação ocupacional) podemos

observar que 248 inquiridos estão empregados, o que corresponde a 58,4 % dos inquiridos.

Dos restantes, 63 referiram uma situação de reforma, 27 são domésticos e 22 encontravam-se

desempregados. Quanto ao tipo de ocupação que os participantes exercem ou já exerceram,

constata-se a existência de uma diversidade de situações. A maioria corresponde a actividades

de natureza administrativa ou ligadas a prestação de serviços ou vendas (96 inquiridos,

correspondentes a 22,6 % do total), a actividades operárias e agrícolas (73 inquiridos, ou seja

17,2 % do total) e a funções exercidas por técnicos intermédios e especialistas intelectuais e

científicos (70 inquiridos, 16,5 % do total). Quase um quarto dos inquiridos não referiu uma

ocupação profissional ou de outra natureza (Figura 8 – Profissão-Ocupação).

Figura 7 – Situação ocupacional

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XI

Quadros Superiores

Es pec Int e Cient

Tecnicos Intermédios

Pes Adminis trati

Pes Serviços Vendedo

Pes Agric e Pes cas

Operários/Artifices

Operadores Inst/Maq

Trab Não Qualificado

Trab domésticos

Es tudantes

Militares

Descº

nº de inquiridos

120100806040200

106

32

29

16

34

23

51

42

26

44

GHQ - total

65,0

60,0

55,0

50,0

45,0

40,0

35,0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0

100

80

60

40

20

0

Std. Dev = 12,42

Mean = 22,4

N = 384,007812

16

25

4141

65

82

62

20

sem mal estar (ghq=0) mal-estar não significativo (ghq<24)

mal-estar significativo (ghq =>24)

40 / 9%

141 / 33%

242 / 57%

1 / 0%

descº

mal-estar sig

mal-estar não sig

sem mal-estar

Figura 8 –Profissão-Ocupação

3. RESULTADOS

3.1 Valores totais e por dimensões GHQ-28

Dado que um dos objectivos do presente estudo é descrever o estado, e não traço de

saúde mental e bem-estar subjectivo, optou-se por excluir do estudo os inquiridos com

diagnóstico de doença mental (40 indivíduos, 9,4% do total da amostra). Assim a análise dos

resultados refere-se a um subgrupo amostral constituído por 384 sujeitos.

Relativamente aos valores globais do GHQ-28, 33% dos sujeitos obtêm pontuação superior ao

ponto de corte 23/24, ou seja, apresenta condição de “mal-estar subjectivo” significativo. 57%

apresenta condição de “mal-estar subjectivo” não significativo , ou seja, não atinge a

pontuação a partir da qual se considera a probabilidade de se tratarem de casos psiquiátricos

não psicóticos (Figura 9 – Distribuição das pontuações GHQ-28).

Figura 9 – Distribuição das pontuações GHQ-28

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XII

Sintomas Somáticos

Ansiedade e Insónia

Disfunção Social

Depressão Grav e

Pontuação média

21,014,07,00,0

2,5

7,6

6,4

5,9

SE

XO

Feminino

Masculino

GHQ-28 (média)

84,072,060,048,036,024,012,00,0

19,7

23,8

Na Figura 10 - Pontuações médias nas dimensões GHQ-28), podemos observar as

pontuações relativamente aos valores das dimensões da GHQ-28.As dimensões “disfunção

social”, “ansiedade e insónia” e “sintomas somáticos”, foram as em que os participantes

atingiram pontuações médias superiores a 5, ponto de corte indicador da probabilidade de

caso psiquiátrico (7,6; 6.4; e 5,9 respectivamente). A dimensão depressão grave é a menos

referida como expressão de mal-estar.

Figura 10 – Pontuações médias nas dimensões GHQ-28

3.2 GHQ-28 e atributos sociodemográficos

Procurou-se detectar a existência de associações significativas entre os resultados

GHQ-28 e as características sociodemográficas dos inquiridos sem diagnóstico de doença

mental, designadamente as relativas à pertença de género e à idade.

3.2.1 Género

As mulheres apresentam pontuações médias GHQ-28 (23.2) superiores às observadas

nos homens (19.7) (Figura 11 – Género e pontuações médias GHQ-28), sendo esta diferença

estatisticamente significativa [t(383)=3,090; p< 0,01)].

Figura 11 – Género e pontuações médias GHQ-28

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XIII

r=0.127; p < 0.05

IDADE

83

79

75

71

67

63

59

55

51

47

43

39

35

31

26

22

18

GHQ

-28

(méd

ia)

60

50

40

30

20

10

0

3.2.2 Idade

As médias GHQ-28 mais elevadas tendem a concentrar-se nos extremos da distribuição

etária e registam um aumento a partir do escalão 46-50 anos ( Figura 12 – Idade e pontuações

médias GHQ-28).

Figura 12 – idade e pontuações médias GHQ-28

3.3 GHQ-28 e qualificações e situação ocupacional

Procurou-se identificar associações significativas entre os valores GHQ-28 e atributos

relativos às qualificações escolares, situação ocupacional e profissões/ocupações dos

inquiridos sem diagnóstico de doença mental. Os sujeitos com menores recursos escolares são

os que apresentam valores superiores quer à média global GHQ (22,4) quer ao limiar fronteira

dos 24 pontos. No que se refere á situação ocupacional e às diferenças entre grupos

socioprofissionais não se revelaram estatisticamente significativas, no que se refere às

pontuações médias GHQ-28.

3.4 GHQ-28 e acontecimentos de vida

Um outro objectivo de análise visou a identificação de associações entre os resultados

GHQ-28 e a vivência de acontecimentos de vida com impacto no bem-estar subjectivo.

A maioria dos inquiridos (58,3 %) referiu terem vivenciado nos últimos doze meses

um ou mais acontecimentos perturbadores das rotinas de vida pessoal (Figura 13 – Vivência

de acontecimentos de vida perturbadores).

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XIV

177,0 / 41,7%

247,0 / 58,3%

não refere

ref ere

Aco

nte

cim

ento

s de

Vid

a (A

V)

Sim

Não

GHQ - total (média)

84,063,042,021,00,0

19,1

25,0

Figura 13 – Vivência de acontecimento de vida perturbadores

Os acontecimentos mais referidos são económicos (24 %), os relativos à saúde (22 %),

correspondendo a situações de doença grave e, em menor número, a acidentes de viação,

problemáticas aditivas e problemas decorrentes de gravidez/aborto, e, finalmente, os de

natureza laboral (18 %), como seja o desemprego, as mudanças de emprego, casos de

desmotivação e mal estar no trabalho e de passagem à situação de reforma.

No grupo dos inquiridos sem diagnóstico de doença mental, os que assinalaram

acontecimentos perturbadores das rotinas de vida registam pontuações médias GHQ-28 (6,29)

superiores aos que não relataram tais experiências (2,93), superiores, inclusivé, ao valor

crítico de corte (Figura 14 – Acontecimentos de vida perturbadores e médias GHQ-28). Esta

diferença de médias GHQ-28 é estatisticamente significativa (t(384)=4,769, p< 0,01),

permitindo sustentar a hipótese de um impacto negativo da vivência de acontecimentos

perturbadores das rotinas de vida em termos de mal-estar subjectivo.

Os inquiridos que referem tais acontecimentos perturbadores são os que registam

médias mais elevadas em todas as dimensões, sendo inclusivé superiores à notação crítica de

5 pontos nas dimensões “sintomas somáticos” (6,96), “ansiedade e insónia” (7,32) e

“disfunção social” (7,91). Estas diferenças são estatísticamente significativas em todas as

dimensões da GHQ-28, designadamente no tocante a “sintomas somáticos” [t(384)=3,867; p<

0,01)], “ansiedade e insónia” [t(384)=5,021; p< 0,01)], “disfunção social” [t(384)=2,364; p<

0,05)] e “depressão grave” [t(381)=3,822; p< 0,01)].

Figura 14 – Acontecimentos de vida perturbadores e médias GHQ-28

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XV

AV

saú

de

Sim

Não

GHQ - total (média)

84,063,042,021,00,0

20,8

28,5

Aprofundando-se a análise verificou-se que são, sobretudo, experiências de vida

problemáticas ao nível da saúde, do emprego e das condições económicas as mais associadas

a quadros críticos de mal-estar subjectivo.

3.4.1 Acontecimentos perturbadores na área da saúde

Doença grave, problemáticas aditivas e sequelas decorrentes de acidentes constituem

exemplos de acontecimentos de vida na área da saúde com implicações no bem-estar

subjectivo.

Os inquiridos que referiram estas vivências registam pontuações GHQ-28 (28,5)

superiores às registadas pelos que não referiram tais situações (20,8), e ao próprio valor de

corte (Figura 15 – Acontecimentos de saúde perturbadores e médias GHQ-28).

Figura 15 – Acontecimentos de saúde perturbadores e médias GHQ-28

Esta diferença de médias, de 7,70 pontos GHQ-28, é estatisticamente significativa

(t(384)=4,365, p<0,01), permitindo sustentar a hipótese de um impacto negativo, ao nível do

bem-estar subjectivo, de acontecimentos de saúde perturbadores das rotinas de vida dos

sujeitos.

3.4.2 Acontecimentos perturbadores na área laboral

O desemprego do próprio ou de pessoas próximas, mudanças de emprego e a transição

para situações de inactividade são acontecimentos típicos com impacto perturbador no bem-

estar subjectivo.

Os inquiridos que referiram este tipo de experiência apresentam pontuações médias

GHQ-28 (26,2) superiores às registadas pelos que não referiram tais situações (21,6), sendo

elas superiores ao valor de corte da escala em causa (Figura 16 – Acontecimentos laborais

perturbadores e médias GHQ-28).

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XVI

AV

nat

urez

a la

bora

l

Sim

Não

GHQ - total (média)

84,063,042,021,00,0

21,6

26,2

AV

eco

mic

os

Sim

Não

GHQ - total (média)

84,063,042,021,00,0

21,2

26,5

Figura 16 – Acontecimentos laborais perturbadores e médias GHQ-28

A diferença de médias entre os dois grupos, de 4,60 pontos GHQ-28, é

estatisticamente significativa (t(384)=2,776, p< 0,01), o que significa existir uma associação

entre a vivência de acontecimentos laborais perturbadores das rotinas de vida e a degradação

do bem-estar subjectivo dos sujeitos.

3.4.3 Acontecimentos perturbadores na área económica

A vivência de dificuldades económicas constitui outro acontecimento perturbador com

implicações negativas nas rotinas de vida e no bem-estar subjectivo.

Em média, quem referiu este tipo de experiência apresenta valores de mal-estar subjectivo

(26,5) superiores a quem não as referiu (21,2), situados acima do valor crítico de corte (Figura

17 – Acontecimentos económicos perturbadores e médias GHQ-28).

Figura 17 – Acontecimentos económicos perturbadores e médias GHQ-28

A diferença de valores entre os dois grupos é estatisticamente significativa

(t(384)=3,247, p < 0,01).

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XVII

4. DISCUSSÃO/CONCLUSÕES

Relativamente à primeira questão de investigação deste estudo, caracterizar o estado

de saúde mental e bem-estar subjectivo da população residente inscrita na área de abrangência

territorial (sede e freguesias) do Centro de Saúde de Caldas da Rainha, foi possível obter dois

tipos de resultados: o primeiro respeitante à caracterização da amostra em termos de níveis de

mal-estar e o segundo respeitante à caracterização da amostra em termos das sub-escalas,

permitindo estes últimos resultados obter um perfil de dimensões de mal-estar subjectivo

experimentado, independentemente de ser significativo ou não.

Assim, tendo por referência os valores obtidos na pontuação média total, (GHQ-total),

33% da amostra apresenta mal-estar subjectivo significativo, ou seja, um em cada três

participantes apresenta níveis de mal-estar subjectivo que ultrapassam o ponto de corte 23/24.

De acordo com Goldberg, (1) a GHQ -28 níveis de mal-estar que ultrapassem este ponto de

corte possuem uma grande probabilidade de se tratar de casos psiquiátricos (não psicóticos),

recomendando-se por isso uma avaliação de psicopatologia.

Quando analisamos a amostra partindo das pontuações médias obtidas nas sub-escalas,

obtemos um perfil de mal-estar em que os sintomas de “disfunção social” são predominantes

(7,6), seguindo-se os da “ansiedade e insónia” (6,4), os dos “sintomas somáticos” (5,9) e os da

“depressão grave” (2,5). Verificamos ainda que nas dimensões “disfunção social”, “ansiedade

e insónia” e “sintomas somáticos” a amostra apresenta valores médios superiores ao ponto de

corte 4/5, ou seja, existe uma elevada probabilidade de se tratar de níveis psicopatológicos de

disfunção social, de ansiedade e insónia e sintomas somáticos. Na dimensão “depressão

grave” as pontuações situam-se abaixo do ponto de corte, ou seja, existe mal-estar depressivo

experimentado nesta amostra mas não é tão significativo como nas outras dimensões.

Em relação à segunda questão de investigação, que acontecimentos de vida

identificados contribuem com maior representatividade para o estado de saúde mental e bem-

estar subjectivo da população inscrita, os resultados obtidos também permitem concluir sobre

a relação entre saúde mental e acontecimentos de vida, ou seja, permitem sustentar a hipótese

do impacto negativo da vivência de acontecimentos perturbadores da rotina de vida em

termos de mal-estar subjectivo, sobretudo quando esse mal-estar se expressa em “sintomas

somáticos”, “ansiedade e insónia” e “disfunção social”. Dos acontecimentos de vida

destacam-se pelo seu maior impacto, as experiências problemáticas ao nível da saúde, do

emprego e condições económicas.

Vê-se assim mais uma vez reforçada a relação empírica comprovada em inúmeros

estudos entre variáveis do ambiente social, como situações de stress e factores relacionados

com uma conjuntura económica desfavorável, como emprego e pobreza (12).

Relativamente à terceira questão de investigação, caracterizar o perfil

sociodemográfico da amostra e a sua relação com o grau de saúde mental verifica-se que são

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XVIII

as mulheres, nas faixas etárias “igual e inferior a 20 anos” e entre os “56-65 anos”, com

queixas de ansiedade e insónia e com poucos recursos escolares, as mais propensas a pior

saúde mental. Ou seja, existe uma relação positiva significativa entre possuir estas

características e experienciar mal-estar subjectivo.

Os valores mais elevados do GHQ-28 nas mulheres estão de acordo com a literatura

existente (15). Ou seja, as mulheres mostram pior saúde mental que os homens, podendo

chegar a duas vezes mais nos casos específicos de depressão (16). A mesma literatura refere

que a dimensão “ansiedade e insónia” é uma das dimensões que apresenta valores mais

elevados, comparativamente com os homens.

A baixa escolaridade está relacionada com maior prevalência de perturbações mentais,

conforme inúmeros estudos epidemiológicos têm demonstrado (16).

Destacamos que no decorrer desta investigação foram criadas as designadas “Equipas

Comunitárias”, pertencentes ao Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar

do Oeste, que intervêm ao nível da articulação dos cuidados de saúde primários e este serviço

especializado. De entre outros, as Equipas de Saúde Mental Comunitária têm como

objectivos melhorar a acessibilidade da população, descentralizar os serviços de saúde mental

e garantir a continuidade de cuidados; intervir na área da Promoção e Protecção da Saúde

Mental da população e dos técnicos; intervir na área da Reabilitação Psicossocial; e a criação

de programas de intervenção clínica articulados entre as diferentes valências técnicas

transdisciplinares. Também, a publicação da Portaria nº205/2011 com “a criação do

Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental no Centro Hospitalar do Oeste irá permitir

assegurar e melhorar o acesso aos serviços de Saúde Mental para aquelas populações,

descentralizar os serviços e melhorar a integração com os cuidados de saúde primários,

famílias e comunidade, criar e desenvolver programas integrados para doentes mentais graves

e suas famílias, bem como criar programas de intervenção articulados entre diferentes

valências técnicas multidisciplinares, criar programas de apoio e intervenção na área de saúde

mental infantil e de adolescência, nomeadamente serviço de pedopsiquiatria, desenvolver

funções advocativas e de articulação com a área da justiça, promover projectos de

investigação na saúde mental e desenvolver sistemas de informação e novos modelos de

gestão”.

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XIX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Questionnaire. Psychological medicine, 9(01), 139-145.

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2000. Ministério da Saúde, Departamento de Estudos e Planeamento, Lisboa, 1985.

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OMS (Organização Mundial de Saúde), Direcção-Geral da Saúde, 2002 / OMS ; Acedido em

23/12/2008 em http://www.who.int/whr/2001/en/whr01_po.pdf.

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Research, Volume 11, Issue 2, August 1967, Pages 213-218, Copyright © 1967 Published by

Elsevier Science Inc.

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idade adulta avançada. Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas. Coimbra:

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(14) Pais Ribeiro, J. L. & Antunes, S. Contribuição para o estudo de adaptação do

Questionário de Saúde Geral de 28 Itens (General Health Questionnaire – GHQ28; Revista

Portuguesa de Psicossomática, Junho/2003, nº 1 – Sociedade Portuguesa de Psicossomática,

pp. 37-45, Portugal, Porto 2003.

Rastreio de Saúde Mental – Concelho Caldas da Rainha

XX

(15) Gibbons, P., de Arévalo, H. F., & Mónico, M. (2004). Assessment of the factor structure reliability

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(16) Lima, M. S. (1999). Epidemiologia e impacto social, Revista Brasileira de Psiquiatria. Vol.

21 Maio. São Paulo.