questões simulado ufsc_1ª série_2014

Upload: lidiane-rodrigues

Post on 11-Oct-2015

199 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Questes Simulado UFSC_1 Srie1) Leia e analise as proposies, assinalando as verdadeiras: Poema do JornalO fato ainda no acabou de acontecerE j a mo nervosa do reprterO transforma em notcia.O marido est matando a mulher.A mulher ensanguentada grita.Ladres arrombam cofre.A polcia dissolve o meeting.A pena escreve.Vem da sala de linotipos a doce msica mecnica.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia, p.57.)01. O ttulo do poema um indicativo de que o texto no pertence ao domnio literrio.02. No poema, o autor trata de forma subjetiva e ficcional uma atividade que visa informao objetiva.04. o poema foi escrito para um jornal, o que pode ser comprovado no verso A pena escreve.08. o verso Ladres arrombam cofre um ttulo caracterstico de jornal.016. o verso A pena escreve, h uma figura de linguagem chamada hiprbole que consiste em exagerar uma ideia para torn-la mais expressiva recurso exclusivamente literrio.

Soma: 02 + 08

2) Leia o texto:

Qualquer CanoQualquer cano de amor uma cano de amorNo faz brotar amorE amantesPorm, se essa canoNos toca o coraoO amor brota melhorE antesQualquer cano de dorNo basta a um sofredorNem cerze um coraoRasgadoPorm, inda melhorSofrer em d menorDo que voc sofrerCaladoQualquer cano de bemAlgum mistrio tem o gro, o germe, o genDa chamaE essa cano tambmCorri como convmO corao de quemNo ama(CHICO BUARQUE)

01. Na ltima estrofe do texto, o mistrio a que se refere o eu lrico indica uma construo paradoxal.Os elementos que compem esse paradoxo so criao e destruio. 02. O processo de personificao um recurso utilizado no texto para humanizar a narrativa e cativar o leitor. Um exemplo de personificao aparece no seguinte Cinquenta anos olhando as planuras dos pampas, acostumado j s carnes generosas dos churrascos conversados em espanhol04. Figuras de linguagem por meio dos mais diferentes mecanismos ampliam o significado de palavras e expresses, conferindo novos sentidos ao texto em que so usadas. A alternativa que apresenta uma figura de linguagem construda a partir da equivalncia entre um todo e uma de suas partes Entretanto a cidade, que durante uns dois ou trs dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar.08. Mas, recusando o colquio, desintegrou-seno ar constelado de problemas.O estranhamento provocado no verso sublinhado constitui um caso de hiprbole.

Soma: 02 + 04 + 08

Leia o SONETO 45 e responda as questes 3 e 4.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiana; Todo o Mundo composto de mudana, Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperana; Do mal ficam as mgoas na lembrana, E do bem (se algum houve...) as sadades.

O tempo cobre o cho de verde manto, Que j coberto foi de neve fria, E em mi[m] converte em choro o doce canto,

E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudana faz de mor espanto: Que no se muda j, como soa*.

CAMES, Lus de. Rimas (1 parte). Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1963. p. 284. * soa (v. 14) - Imperfeito do indicativo do verbo soer, que significa costumar, ser de costume.

3) A leitura dos dois tercetos permite inferir: 01. H ritmos diferentes de mudana, a depender do momento da vida do indivduo. 02. A rejeio da instabilidade se torna maior, com o passar do tempo, em decorrncia da sabedoria e da experincia adquiridas. 04. H diferenas entre os processos de mudana na natureza e aqueles que ocorrem com o ser humano. 08. O processo de mudana na vida dos indivduos cessa com o decorrer do tempo, atingindo-se a estabilidade. 16. A iluso de que nada permanente acompanha o ser humano em todos os momentos de sua existncia. 32. Cada vez que algo muda no universo mudam-se tambm as concepes mais arraigadas dos indivduos.

Soma: 01 08 32

4) Com base na anlise do Soneto 45, correto afirmar: 01. As expresses mudam-se (v.1) e muda-se (v.2) diferem quanto ao modo verbal. 02. No verso 3, a ideia de absolutizao transmitida pelo pronome indefinido Todo. 04. Nos versos 5 e 6, enfatiza-se a diferena entre a realidade e o desejo, este ltimo representado pelo vocbulo esperana (v. 6). 08. A forma converte (v.11) indica uma ao verbal atribuda a neve (v.10).

Soma: 02 + (analisa essa questo e faz as alteraes de acordo com a classe gramatical que ests trabalhando) Nas demais, inclui itens que julgar adequados.

5) O movimento literrio que retrata as manifestaes literrias produzidas no Brasil poca de seu descobrimento, e durante o sculo XVI, conhecido como Quinhentismo ou Literatura de Informao.Analise as proposies em relao a este perodo. 01. A produo literria no Brasil, no sculo XVI, era restrita s literaturas de viagens e jesuticas de carter religioso. 02. A obra literria jesutica, relacionada s atividades catequticas e pedaggicas, raramente assume um carter apenas artstico. O nome mais destacado o do padre Jos de Anchieta. 04. O nome Quinhentismo est ligado a um referencial cronolgico as manifestaes literrias no Brasil tiveram incio em 1500, poca da colonizao portuguesa e no a um referencial esttico.08. As produes literrias neste perodo prendem-se literatura portuguesa, integrando oconjunto das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura grecolatina.16 As produes literrias deste perodo constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasilcolnia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.

Soma: 01+ 02 + 04 +16

6) Sobre a Carta de Pero Vaz de Caminha, considere o trecho abaixo.De ponta a ponta toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo serto, pareceu-nos do mar muito grande, porque a estender a vista no podamos ver seno terra e arvoredos, parecendo-nos terra muito longa. Nela, at agora, no pudemos saber que haja ouro nem prata, nem nenhuma coisa de metal, nem de ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si muito boa de ares, to frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achvamos como os de l. guas so muitas e infindas. De tal maneira graciosa que, querendo aproveit-la dar-se- nela tudo por bem das guas que tem. Mas o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que ser salvar esta gente; e esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lanar(VOGT, Carlos e LEMOS, Jos. Cronistas e Viajantes. Literatura Comentada. So Paulo: Abril, 1982, p.12-23).Vocabulrio: Entre-Douro-e-Minho: regio norte de Portugal. Infindas: infinitas, sem fim.

Identifique a(s) alternativa(s) correta(s), de acordo com a leitura do texto. 01) A Carta de Pero Vaz de Caminha no o primeiro documento acerca da terra brasileira: h outros documentos de autoria de viajantes estrangeiros que j revelavam a sua beleza. 02) Sobre a nova terra, os portugueses desejavam saber se havia ou no metais preciosos, como ouro, prata e ferro. 04) Pero Vaz de Caminha, ao descrever a nova terra: De tal maneira graciosa que, querendo aproveit-la dar-se- nela tudo por bem das guas que tem, prope ao rei de Portugal que a terra seja cultivada. 08) Na frase mas o melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que ser salvar esta gente, o autor sugere que os primitivos habitantes sejam catequizados. 16) O trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha afirma categoricamente que, por trs do ideal da catequizao e da propagao da f catlica, a verdadeira inteno dos portugueses era, realmente, apreciar as belezas da nova terra.

Soma: 02+ 04 +08

7. Leia este poema, de Vincius de Moraes, e analise as proposies:

SONETO DA SEPARAO

De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a ltima chamaE da paixo fez-se o pressentimentoE do momento imvel fez-se o drama.

De repente, no mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo prximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, no mais que de repente.(Poesia completa e prosa. Rio deJaneiro: Aguilar, 1974. p. 226.)

pranto: choro.bruma: nevoeiro, neblina, cerrao.espalmada: aberta e estendida.pressentimento: sentimento intuitivo que permite apreviso de acontecimentos.errante: sem rumo, sem destino.

Analise cada uma das proposies e assinale apenas as verdadeiras.

(01) O poema se intitula Soneto de separao e revela uma separao amorosa, conforme comprova o 3 verso do poema: E das bocas unidas fez a espuma [...].(02) Resumindo como era a vida do eu lrico antes da separao e como no presente, pode-se afirmar que antes o eu lrico era feliz e tranquilo; no presente solitrio e sua vida perdeu o sentido. (04) As Figuras de Linguagem so uma forma de expresso que consistem no emprego de palavras em sentido figurado, isto , em um sentido diferente daquele em que convencionalmente so empregadas. (08) Observe que a expresso de repente empregada quatro vezes em incio de verso. Considerando as ideias do poema, a finalidade do poeta ao repetir tantas vezes essa expresso representar que o eu lrico aceita o fato de que tudo o que existia amor intenso, amizade, paixo, harmonia, etc. acabou de repente, num nico instante, o instante da separao; por isso enfatiza essa expresso.

Soma: 01 + 02 + 04 + 08

8. Leia a msica Tempo Perdido, da banda Legio Urbana, e analise as proposies, assinalando as verdadeiras.

Todos os dias quando acordo,No tenho mais o tempo que passouMas tenho muito tempoTemos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir,Lembro e esqueo como foi o dia"Sempre em frente,No temos tempo a perder".

Nosso suor sagrado bem mais belo que esse sangue amargoE to srioE selvagem,Selvagem;Selvagem.

Veja o sol dessa manh to cinzaA tempestade que chega da cor dos teusOlhos: castanhos.Ento me abraa forte e,Me diz mais uma vezQue j estamos distantes de tudoTemos nosso prprio tempo,Temos nosso prprio tempo,Temos nosso prprio tempo.

No tenho medo do escuro,Mas deixe as luzes acesas agora,O que foi escondido o que se escondeu,E o que foi prometido,Ningum prometeu.

Nem foi tempo perdido;Somos to jovens,To jovens, To jovens.

Disponvel em . Acesso em 10.ago.2014.

(01) Em Todos os dias/ Antes de dormir/ Lembro e esqueo, ocorre um paradoxo, porque h uma associao de ideias contraditrias. (02) Em Nosso suor sagrado, ocorre uma metonmia, porque h uma relao entre a causa (trabalho) e a consequncia (suor). (04) Em da cor dos teus olhos/ Castanhos..., ocorre anfora do fonema /s/, produzindo um efeito imitativo da passagem do tempo. (08) Em Temos todo o tempo do mundo..., h uma figura de linguagem denominada hiprbole. Soma: 01 + 02 + 08

9. Leia um trecho de Os Lusadas e analise as proposies: Tu s, tu, puro amor, com fora cruaEstavas, linda Ins, posta em sossegoQue os coraes humanos tanto obriga,De teus anos colhendo doce fruito,Deste causa molesta morte sua,Naquele engano da alma ledo e cego,Como se fora prfida inimiga.Que a fortuna no deixa durar muito,Se dizem, fero Amor, que a sede tuaNos saudosos campos do Mondego,Nem com lgrimas tristes se mitiga,De teus fermosos olhos nunca enxuito, porque queres, spero e tirano,Aos montes ensinando e s ervinhas,Tuas aras banhar em sangue humano.O nome que no peito escrito tinhas.

01. Os Lusadas, obra de Cames, exemplificam o gnero pico na poesia portuguesa, entretanto oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episdio de Ins de Castro, do qual o trecho acima faz parte, considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa pica. 02. Desse episdio pode afirmar-se que seu ncleo central personifica e exalta o Amor, mais forte que as convenincias e causa da tragdia de Ins.04. Desse episdio pode afirmar-se que seu ncleo central retrata a beleza de Ins, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha.08. Desse episdio pode afirmar-se que seu ncleo central relata em versos livres a paixo de Ins pela natureza e pelos filhos e sua elevao ao trono portugus.

Soma: 01 + 02

10. Leia o poema de Cames e assinale as verdadeiras:

Sete anos de pastor Jac serviaLabo, pai de Raquel, serrana bela;Mas no servia ao pai, servia a ela,E a ela s por premia pretendia.

Os dias, na esperana de um s dia,Passava, contentando-se com v-la;Porm o pai, usando de cautela,Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganosLhe fora negada a sua pastora,Como se a no tivera merecida,

Comea de servir outros sete anos,Dizendo: _ Mais servira, se no foraPara to longo amor to curta a vida! Cames

01. O texto faz referncia a uma passagem bblica, o que demonstra a capacidade do poeta em se utilizar da intertextualidade para fazer arte.

02. H marca da imagem do amor sem limites, j que Jac trabalharia incansavelmente para alcanar a pessoa amada, e isso se afirma na concluso do poema Para to longo amor to curta a vida!.

04. A forma livre do poema coloca Cames a frente dos autores de sua poca, os quais se utilizavam de modelo fixo, principalmente o soneto.

08. O poema est em formato de soneto, o que demarca o formalismo e o perfeccionismo do Classicismo.Soma: 01+ 02 + 08

11. Procure ler com bastante ateno o soneto de Cames transcrito abaixo para responder os itens a seguir:

Eu cantarei de amor to docemente,por uns termos em si to concertados,que dois mil acidentes namoradosfaa sentir ao peito que no sente.

Farei que amor a todos avivente,pintando mil segredos delicados,brandas iras, suspiros magoados,temerosa ousadia e pena ausente.

Tambm, Senhora, do desprezo honestode vossa vista branda e rigorosa,contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porm, para cantar de vosso gestoa composio alta e milagrosa,aqui falta saber, engenho e arte.(Cames)

Considere o poema e marque, para as afirmativas abaixo, (V) Verdadeira, (F) Falsa:

01. Nos versos Brandas iras [...] / temerosa ousadia [...] h a presena de hiprbole.02 O racionalismo se apresenta pelo fato do poeta no se deixar abandonar pelo fluxo do sentimentalismo que mesmo aparecendo no poema, exercido e controlado pela razo.04. No final do poema o eu-lrico pe em dvida a sua capacidade de criao (...para cantar ... aqui falta saber, engenho e arte), reflexo metapotica do texto.08. Na ltima estrofe o eu-lrico faz uma forte crtica vaidade feminina (... de vosso gesto...).

Soma: 02 + 04

12. Avalie com bastante ateno o soneto abaixo e assinale as proposies verdadeiras:

Tanto de meu estado me acho incertoque em vivo ardor tremendo estou de frio;sem causa, justamente choro e rio,o mundo todo abarco e nada aperto.

tudo quanto sinto, um desconcerto;da alma um fogo me sai, da vista um rio;agora espero, agora desconfio,agora desvario, agora acertoEstando em terra, chego ao Cu voando;numa hora acho mil anos, e jeitoque em mil anos no posso achar uma hora.

Se me pergunta algum por que assim ando,respondo que no sei; porm suspeitoque s porque vos vi, minha Senhora.(Cames)

01. A sensao de que a vida incerta e instvel provoca reaes extremadas no eu potico, que se mostra assolado por conflitos enumerados nas trs primeiras estrofes (ardor, frio, choro, rio).02. No primeiro verso do segundo quarteto podemos ver a ideia de desassossego existencial.04. A figura de linguagem mais usada em todo o soneto a comparao, notada em quase toda a segunda estrofe.

Soma: 01 + 02