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www.deciosena.com.br [email protected] 1 LヘNGUA PORTUGUESA SEMツNTICA INTERPRETAヌテO DE TEXTOS IV QUESTユES FORMULADAS PELA BANCA DA UnB/CESPE ORGANIZADOR: DノCIO SENA TEXTO I CONCURSO: MINISTノRIO PレBLICO DA UNIテO MPU NヘVEL TノCNICO チREA DE CONCENTRAヌテO: ADMINISTRATIVA A epidemia de dengue no Rio de Janeiro trouxe à tona o Brasil medieval, contraponto do país moderno que queria delinear-se no horizonte com a industrialização. Enquanto avançava no campo da tecnologia, o país regredia no terreno social, notadamente na área da saúde pública. O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi o mesmo que no início do século aterrorizara o Rio com a febre amarela, erradicada por Oswaldo Cruz. Voltou à carga em 1986, ano em que a febre purpúrica atingia o interior do Estado de São Paulo, um surto de poliomielite atacava no Nordeste e uma epidemia de difteria se espalhava pelos bairros pobres de Florianópolis isso sem falar na presença endêmica da malária na região Norte. Para completar o quadro, só faltou a cólera, que viria depois, nos anos 90. O Brasil africano estava mais vivo do que nunca e era terreno fértil para a propagação de doenças já extintas. VEJA, 25 anos. Questão 01) Assinale a opção incorreta. a) O texto apresenta um panorama geral do Brasil nos anos 80, quanto ao contraste entre a realidade desenvolvimentista e a ocorrência de surtos epidêmicos. b) O autor, no primeiro parágrafo, utiliza como recurso estilístico uma antítese. c) A apresentação das diversas endemias mostra que elas ocorrem na maioria das regiões do Brasil. d) O autor pretendeu mostrar no texto que a idéia de desenvolvimento e de industrialização era utópica. e) O autor compara o Brasil com a チfrica pela semelhança entre ambos quanto à existência de endemias. Questão 02) Assinale a opção correta. a) São endemias citadas no texto: a dengue, a febre amarela, a febre purpúrica, o surto, a difteria e a malária. b) A expressão “Aedes aegypti”(l. 04) está grafada em itálico para destacá-la das demais, por tratar-se de expressão estrangeira. c) As palavras “quadro” e “terreno”(ls. 09-10) estão usadas em sentido denotativo. d) O texto mostra que o Brasil tem progredido muito na área social. e) De acordo com a norma culta, o pronome “se”(l. 02) está colocado no único ponto da locução verbal em que é possível. 01 04 07 10

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LÍNGUA PORTUGUESASEMÂNTICA – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS IVQUESTÕES FORMULADAS PELA BANCA DA UnB/CESPEORGANIZADOR: DÉCIO SENA

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LÍNGUA PORTUGUESA

SEMÂNTICA – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS IV

QUESTÕES FORMULADAS PELA BANCA DA UnB/CESPE

ORGANIZADOR: DÉCIO SENA

TEXTO I

CONCURSO: MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO – MPU – NÍVEL TÉCNICO – ÁREADE CONCENTRAÇÃO: ADMINISTRATIVA

A epidemia de dengue no Rio de Janeiro trouxe à tona o Brasil medieval, contraponto do paísmoderno que queria delinear-se no horizonte com a industrialização. Enquanto avançava no campo datecnologia, o país regredia no terreno social, notadamente na área da saúde pública.

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi o mesmo que no início do séculoaterrorizara o Rio com a febre amarela, erradicada por Oswaldo Cruz. Voltou à carga em 1986, ano emque a febre purpúrica atingia o interior do Estado de São Paulo, um surto de poliomielite atacava noNordeste e uma epidemia de difteria se espalhava pelos bairros pobres de Florianópolis – isso sem falar napresença endêmica da malária na região Norte.

Para completar o quadro, só faltou a cólera, que viria depois, nos anos 90. O Brasil africano estavamais vivo do que nunca e era terreno fértil para a propagação de doenças já extintas.

VEJA, 25 anos.

Questão 01)

Assinale a opção incorreta.

a) O texto apresenta um panorama geral do Brasil nos anos 80, quanto ao contraste entre a realidadedesenvolvimentista e a ocorrência de surtos epidêmicos.

b) O autor, no primeiro parágrafo, utiliza como recurso estilístico uma antítese.c) A apresentação das diversas endemias mostra que elas ocorrem na maioria das regiões do Brasil.d) O autor pretendeu mostrar no texto que a idéia de desenvolvimento e de industrialização era utópica.e) O autor compara o Brasil com a África pela semelhança entre ambos quanto à existência de endemias.

Questão 02)

Assinale a opção correta.

a) São endemias citadas no texto: a dengue, a febre amarela, a febre purpúrica, o surto, a difteria e amalária.

b) A expressão “Aedes aegypti”(l. 04) está grafada em itálico para destacá-la das demais, por tratar-se deexpressão estrangeira.

c) As palavras “quadro” e “terreno”(ls. 09-10) estão usadas em sentido denotativo.d) O texto mostra que o Brasil tem progredido muito na área social.e) De acordo com a norma culta, o pronome “se”(l. 02) está colocado no único ponto da locução verbal

em que é possível.

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TEXTO II

CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIASOCIAL – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR

Leia o texto abaixo para responder às questões de 03 e 04.

DÉFICIT PÚBLICO VERSUS DÍVIDA SOCIAL

A revista Veja, em edição recente, fazendo sintético balanço do processo de enxugamento postoem prática pelo governo, afirma haverem sido extintos, em menos de dez anos, cerca de seiscentos milpostos de trabalho. No Banco do Brasil foram dispensados cinqüenta mil funcionários; a Rede FerroviáriaFederal teria posto para fora quarenta mil; a Petrobrás e a Companhia Siderúrgica Nacional, 27 mil e11.700, respectivamente. No setor privado a onda de demissões é assustadora. Dados do IBGE informamque o mercado formal, em queda livre, reduziu-se a 19,6 milhões, havendo 4,2 milhões de desempregados.

Embora louve o empenho da administração pública na erradicação de empregos desnecessários,não posso deixar de advertir que à prerrogativa de demitir se segue a responsabilidade ética de assegurarcondições de recolocação, com salários compatíveis àqueles ganhos anteriormente pelo trabalhadorafastado. Não compreendo como servidores públicos, empregados de estatais, sociedades de economiamista ou empresas particulares, desligados em nome de busca de equilíbrio nas contas do governo, ou aoutro pretexto qualquer, passem a engrossar o déficit social e ali permaneçam abandonados à própriasorte. Milhões de pessoas, atingidas pela globalização, modernização tecnológica ou medidas deeconomia, não tendo antes a chance de passar a desempenhar outra atividade ou aprender profissãodiferente daquela que exerciam, estão à procura de vagas inexistentes e, se encontradas, disputadas comenormes dificuldades. Pela imprensa ficamos conhecendo relatos daqueles que se estabeleceram com odinheiro da indenização ou do Fundo de Garantia e malograram, por falta de experiência ou porque omercado atravessa longo período de crise.

Durante o regime militar a oposição cunhou a expressão dívida social, em contraponto àpublicidade do milagre econômico, causador de inúmeras vítimas. Aludia a desempregados, migrantes,favelados, idosos desamparados, menores carentes e abandonados. Esse débito não foi resgatado em dozeanos de vida democrática, sendo ampliado com o adensamento populacional e corrigido pelareestruturação do mercado.

Congratulo-me com os responsáveis pela estabilização da moeda e pelo infatigável combate àinflação. Não consigo, porém, como cidadão ligado a questões de trabalho, permanecer neutro frente aodesemprego. O corte fundo de seiscentas mil pessoas, classificadas vagamente como servidores públicos,funcionários de bancos ou empregados de estatais, fazendo com que aceitem PDV ou plano de expulsãoequivalente, deve doer na consciência de quem o decreta, a menos que se trate de administrador duro efrio. Bem mais dramático seria se encarasse cada desempregado, identificando-o pelo nome, tomandociência da situação familiar, constatando que tirou filhos da escola de melhor qualidade, perdeu o planomédico, vendeu carro e telefone e não encontra soluções para elementares necessidades.

Como assinala apropriadamente o Banco Mundial no relatório de 1996 denominado Do Plano aoMercado: “Em última análise, o que importa são as pessoas. No final, o processo de transição de um paísserá julgado pela resposta a uma pergunta: a população está vivendo melhor do que antes?” O governobrasileiro, com a autoridade de quem pôs em ação o Plano Real, sustenta que sim; deve ser complicadogerar tanta convicção entre milhões que perderam emprego ou fecharam a empresa e estão, há meses, nãosabendo o que fazer, a quem apelar, desocupados, sem rendimentos e salários.

ALMIR PAZZIANOTTO PINTO (Ministro do TST), Opinião, In Correio Braziliense, 13-02-98, p. 17, comadaptações.

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A leitura compreensiva de textos é muito importante em qualquer atividade comunicativa.Interpretar, pelas palavras e suas combinações, as intenções do falante é rotina nas lides de consultoria eassessoramento jurídico. Julgue os itens que se seguem, referentes às idéias expressas no texto.

1. O primeiro parágrafo informa o leitor acerca das vantagens econômicas decorrentes do processo deenxugamento da máquina administrativa, praticado pelo governo e pelas empresas privadas.

2. O autor exalta o esforço despendido na direção de extinguir os cargos dispensáveis, existentes naadministração pública, não sem apontar para os prejuízos decorrentes das medidas de economia, noplano social.

3. Apresentando farta exemplificação das repercussões deploráveis no nível de vida do trabalhador,advindas dos estímulos governamentais para a redução dos gastos, o autor vê como causa imediata dodéficit público a dívida social.

4. O milagre econômico, causador de muitos prejuízos, segundo o autor, é origem remota do déficitsocial, cujo débito ainda não foi resgatado, mesmo após o cessamento do regime militar.

5. No último parágrafo, há uma crítica desfavorável à atuação governamental, no sentido de que odiscurso político não consegue convencer os cidadãos que sofrem as conseqüências da recessãoeconômica e das medidas tomadas com vistas ao enxugamento da máquina administrativa.

Questão 04)

Com referência ao valor semântico das palavras utilizadas no texto e à relação significativa queapresentam contextualmente, julgue os seguintes itens.

1. As expressões “posto para fora”(l. 04), “onda de demissões”(ls. 05) e “queda livre”(l. 06) estãoempregadas em sentido conotativo, significando, respectivamente, expulso, vagas de exonerações edecadência espontânea.

2. As combinações “servidores públicos”(l. 10) e “empregados de estatais”(l. 10) estão dispostas comosinônimas, ao passo que “sociedades de economia mista”(l. 10-11) e “empresas particulares”(l. 11) seopõem, motivo por que são consideradas antônimas.

3. A palavra “malograram”(l. 17) pode ser substituída por fracassaram, sem alteração de sentido.4. Contextualmente, verifica-se que o “PDV” (l. 27) é condenado pelo autor, por ser uma forma de

exclusão voluntária do servidor do sistema produtivo, estimulada pela administração.5. A palavra “dramático”(l. 29) não está utilizada no sentido de trágico, mas, sim, significando irônico.

TEXTO III

CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –ESCRITURÁRIO

Ah, que pena que acabou ... Foram quatro anos sem o revólver da remarcação de preços atirandoetiqueta sobre etiqueta nos produtos do supermercado. Sem, também, o bombardeamento do salário, quemês a mês valia menos. O real tinha o valor do dólar. Dava até para comer macarrão importado e planejarviagem ao exterior. De repente, em janeiro deste ano, veio o susto. Os noticiários gritaram: a inflação vemaí.

O que deu errado? Nem os economistas têm uma opinião unânime a respeito.Superinteressante, 3/99, p. 47 (com adaptações).

Questão 05)

De acordo com as idéias do texto, a exclamação inicial refere-se ao fim

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a) da inflação.b) da remarcação de preços.c) do bombardeamento dos salários.d) do período de estabilização do real.e) dos sustos causados pelos noticiários.

Questão 06)

Assinale a opção que não dá continuidade coerente ao texto.

a) Mas, ao menos, um consenso existe: não há apenas uma forma de se pôr fim a essa crise.b) Uns acusam o déficit público; outros, a rolagem das dívidas dos estados, outros culpam a globalização

da economia.c) As posições, em geral, dividem-se entre atribuir à crise mundial a responsabilidade pelo quadro atual

ou buscar as causas para a crise nas relações econômicas internas.d) Cada um deles tem uma receita infalível para solucionar o problema.e) Por isso, convergem todas as opiniões para o fim dos privilégios, o equilíbrio do déficit público e a

diminuição dos gastos do governo.

TEXTO IV

CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –ESCRITURÁRIO

A macroeconomia preocupa-se com o funcionamento global da economia, buscando identificar osfatores que determinam os níveis nacionais de renda, produção e despesas, emprego e preços, além dobalanço de pagamentos.

A premissa da macroeconomia – e a lógica para os governos administrarem a economia – é queexistem certas forças que transcendem mercados individuais. O nível de despesas de uma economia afetatodos os mercados em maior ou menor grau. Assim, se as despesas totais forem muito baixas em relação àprodução potencial da economia, o resultado provável será um crescente desemprego. Se forem muitoaltas, causando um superaquecimento da economia, o resultado poderá ser inflação e/ou crescentesimportações, levando a problemas no balanço de pagamentos.

ISTOÉ, Enciclopédia compacta de conhecimentos gerais, p. 252 (com adaptações).

Questão 07)

Com base nas idéias do texto IV, julgue os seguintes itens.

I. A macroeconomia considera que existem “forças” que transcendem mercados individuais.II. Níveis nacionais de renda, produção e emprego; despesas; preços e balanço de

pagamentos são conseqüências da macroeconomia.III. Quanto maior for o nível de despesas de uma economia, maiores serão os níveis globais

de emprego e preços.IV. A conseqüência provável de despesas totais muito baixas em relação à produção potencial

da economia é um desemprego crescente.

Estão certos apenas os itens

a) I e III.b) I e IV.

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c) II e III.d) I, II e IV.e) II, III e IV.

Questão 08)

Não serão respeitadas as idéias do texto IV caso se substitua

a) “buscando identificar os” (ls. 01-02) por mediante a procura da identificação dos.b) “que determinam os níveis” (l. 02) por determinantes dos níveis.c) “o resultado provável será” (l. 07) por resultando provavelmente.d) “causando” (l. 08) por de modo que causem.e) “levando a” (l. 09) por o que leva a.

TEXTO V

CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –ESCRITURÁRIO

Em 1999, o governo prevê crescimento do PIB de 1%. Em 1998, houve recuo de 0,12%. Em 1997,quando se contava com um crescimento de 4,5%, a taxa ficou em 3,7%. Em 1996, o aumento previsto doPIB era de 4%, mas não passou de 2,8%. Muita coisa vai depender da conjuntura mundial.

Quanto ao emprego, a promessa é criar 8,5 milhões de novos postos em quatro anos, tirando 1milhão de pessoas do desemprego, com investimentos de R$ 1,1 trilhão em obras e programas sociais.Entretanto, o governo não tem todo esse dinheiro e, além disso, para estimular a produção e gerarempregos, tem de baixar os juros para 13,4%.

ÉPOCA, 06/09/99, p. 100 (com adaptações).

Questão 09)

Com base nas idéias do texto acima, assinale a opção incorreta.

a) O governo estima que, neste ano, o PIB cresça 1%, contrariando a tendência de 1998, que diminuiu0,12%.

b) O crescimento do PIB em 1996 e em 1997 ficou abaixo das expectativas.c) Os juros atualmente praticados são superiores a 13,4%.d) Mediante o investimento de mais de um trilhão de reais em obras e programas sociais, promete-se

criar, no período de quatro anos, 8,5 milhões de novos postos de trabalho.e) Como o governo não tem todo o dinheiro necessário para propiciar emprego a 1 milhão de pessoas, a

solução será baixar os juros para obtê-lo.

TEXTO VI

CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –ESCRITURÁRIO

Vivemos uma época crucial e plena de incertezas com relação ao presente e ao futuro, o que nosdeixa perplexos! A palavra krisis, que originariamente significava decisão, hoje significa indecisão.

As sociedades apresentam desequilíbrios de toda ordem, que ameaçam a estabilidade de suasestruturas básicas tradicionais, assim como as possibilidades futuras de um desenvolvimento autônomo.

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Em todas as sociedades ocidentais – centrais e periféricas –, estão presentes problemas comoinflação, recessão, queda de poder aquisitivo da classe trabalhadora, desemprego, escassez de energia,desassistência na saúde, falta de política ambiental, marginalização, estagnação do desenvolvimentotecnológico e paralisação do desenvolvimento político, democrático e participativo. Há uma crise tambémna maneira de perceber as coisas e na visão de mundo.

Esta situação crucial atinge milhões de seres humanos e gera novas relações sociais, econômicas epolíticas que mudam o curso da História, por vias inesperadas.

N. de P. PIRES, A luta pela democracia, in: Humanidades, nº 13, p. 52 (com adaptações).

Questão 10)

Com base nas idéias do texto VI, julgue os itens a seguir.

I. A palavras “krisis” teve sua significação alterada ao longo do tempo.II. Possibilidades futuras de um desenvolvimento autônomo também ameaçam a estabilidade das

sociedades.III. O curso da História altera-se quando surgem novas relações sociais, econômicas e políticas.IV. A estagnação do desenvolvimento tecnológico gera a paralisação do desenvolvimento político.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item III está certo.b) Apenas o item IV está certo.c) Apenas os itens I e II estão certos.d) Apenas os itens I e III estão certos.e) Apenas os itens II e IV estão certos.

Questão 11)

Assinale a opção incorreta com relação às idéias apresentadas no texto VI.

a) Viver uma época crucial e plena de incertezas com relação ao presente e ao futuro causa perplexidade.b) Desequilíbrios de toda ordem que as sociedades apresentam ameaçam a estabilidade de suas estruturas

básicas tradicionais.c) Problemas como inflação e recessão estão presentes em todas as sociedades centrais ou periféricas, ou

mesmo ocidentais.d) Também na maneira de perceber as coisas e na visão de mundo existe uma crise.e) Novas relações sociais, econômicas e políticas são geradas pela situação crucial que atinge milhões de

seres humanos.

Questão 12)

Os textos IV e VI apresentam em comum

a) o funcionamento das sociedades.b) a inevitabilidade da crise econômica.c) os condicionantes históricos e culturais da visão de mundo.d) a preocupação em identificar os principais fatores econômicos.e) o alto desenvolvimento econômico e tecnológico do mundo ocidental.

TEXTO VII

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CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –ESCRITURÁRIO

Calcula-se que 1,5 milhão de pessoas preencham ficha para disputar uma das 9.000 vagas que oBanco do Brasil está oferecendo. Pelos números que envolve, o concurso é um fenômeno que supera até oalistamento militar, que mobiliza 1,3 milhão de jovens por ano. Só perde para as eleições.

Os estudiosos do mercado vêem neste concurso, algo mais significativo do que essa fantásticamobilização. Eles estão de olho em um fenômeno já verificado em outras áreas do mercado e que,acreditam, vai repetir-se em proporção gigantesca na prova. Apesar de o edital exigir ensino médio doscandidatos, o departamento de recursos humanos do banco acredita que chegue a 60% o total de vagaspreenchidas com pessoas de nível universitário ou até mesmo com pós-graduação. São profissionais comdiploma de faculdade, de mestrado ou de doutorado, que falam mais de um idioma.

Há várias explicações para isso. A mais imediata e evidente é o desemprego. Independentementeda crise conjuntural brasileira, há profissões que a tecnologia eliminou. O corte atingiu com mais força osbons postos do mercado de trabalho e, em alguns setores, fez aumentar as funções de nível médio. Muitagente com qualificação adequada aos anos 80 acabou ficando fora do mercado e decidiu buscar espaço nasfunções de ensino médio. Outra explicação para a invasão das vagas de ensino médio é que a educaçãoestá melhorando no Brasil. As vagas não mudaram de padrão, porém os candidatos melhoraram muito. NoBrasil, o fenômeno começa a se tornar visível agora e dá a todos uma grande lição. A educação formal nãoé mais suficiente para garantir o futuro de ninguém.

VEJA, 11/8/99, p.40-2 (com adaptações).

Questão 13)

Com base no texto VII, julgue os itens abaixo.

I. Mantêm-se as idéias do texto substituindo-se o trecho “Pelos números que envolve, oconcurso é um fenômeno” (l. 02) por Pelos números que envolvem o concurso, ele é umfenômeno.

II. A expressão “algo mais significativo” (l. 04) associa-se à possibilidade de preenchimentode um expressivo percentual de vagas com candidatos de escolaridade superior à exigida.

III. Mantêm-se as idéias do texto substituindo-se o trecho “Eles estão de olho em umfenômeno já verificado em outras áreas do mercado e que, acreditam, vai repetir-se” (ls.05-06) por Eles estão de olho em um fenômeno já verificado em outras áreas domercado. Tal fenômeno, acreditam, vai se repetir.

IV. A substituição do trecho “grande lição. A educação formal” (l. 17) por grande lição: aeducação formal mantém as mesmas relações de idéias.

A quantidade de itens certos é igual a

a) 0.b) 1.c) 2.d) 3.e) 4.

Questão 14)

A respeito das idéias do texto VII, assinale a opção incorreta.

a) A expressão “Só perde para as eleições” (ls. 03) refere-se ao concurso do Banco do Brasil.b) A palavra “isso” (l. 10) refere-se ao fato de o “edital exigir ensino médio dos candidatos” (ls. 06-07).

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c) No trecho “A mais imediata e evidente é o desemprego” (l. 10) está implícita a palavra explicação.d) De acordo com o contexto, a ação invasiva referida no trecho “invasão das vagas de ensino médio” (l.

14) é sofrida pelas “vagas” e praticada por candidatos com formação excedente à requerida.e) Mantêm-se as mesmas relações de idéias do texto com o deslocamento da palavra “agora” (l. 16) para

imediatamente após a palavra “começa” (l. 16).

Questão 15)

No texto VII, as “várias explicações” (l. 10) para o “fenômeno” (l. 05) não incluem

a) Necessidade de qualificação.b) melhora do nível dos candidatos.c) corte de bons postos no mercado de trabalho.d) eliminação de algumas profissões pela tecnologia.e) desemprego.

Questão 16)

Com referência à organização das idéias nos textos VI, julgue os itens a seguir.

I. O texto VI faz, nos dois primeiros parágrafos, um histórico da situação apresentada noterceiro parágrafo; o quarto parágrafo representa a solução para essa situação.

II. No texto VII, o primeiro parágrafo expõe um fato; o segundo analisa um fenômenoassociado a esse fato; e o terceiro justifica o fenômeno destacado.

III. O texto VII exemplifica as “novas relações” citadas no último parágrafo do texto VI.IV. A idéia conclusiva do texto VII é a idéia central do texto VI.

A quantidade de itens certos é igual a

a) 0.b) 1.c) 2.d) 3.e) 4.

TEXTO VIII

CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR AUTÁRQUICO

Leia o texto para abaixo para responder à questão 124.

A fraude é um assunto muito sério, mas eu acho que ela tem maiores possibilidades de ocorrer emum clima onde enganos são tratados com muita severidade. Eu não sei quantos problemas começaramefetivamente com a tentativa de encobrir um engano honesto; mas, seguramente, quando as conseqüênciasde cometer um erro são quase tão severas quanto as de uma fraude, e quando a maquinaria usada parainvestigar erros acaba sendo parecida com aquela usada para tratar de suspeitas de fraude, mais pessoasvão considerar a possibilidade do uso da fraude para evitar o estigma de haver errado.

O que é necessário é a descriminalização do erro. A ciência freqüentemente avança com a força deteorias que depois se revelam incorretas. Uma hipótese errada pode produzir muitos experimentos

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excelentes. (Colombo, afinal de contas, agindo com uma falsa hipótese, foi ao encontro de um novomundo).

Eu não creio que a descriminalização do erro leve a mais erros. Erros ocorrem porque sereshumanos são falíveis. Tudo de que se precisa é o reconhecimento de enganos são caminhos para ocrescimento, especialmente quando alguém descobre seus erros e aprende com eles.

G. A. Petsko. A descriminalização do erro. Ciência e Cultura, vol. 41, nº 11, p. 1.044 (com adaptações).

Questão 17)

De acordo com as relações de causa e conseqüência abordadas no texto VIII, julgue os itensabaixo.

1. Enganos tratados com muita severidade aumentam as possibilidades de fraude.2. Tentativas de encobrir um engano honesto podem causar fraudes.3. Quando a investigação de erros se assemelha àquela adotada nas suspeitas de fraudes, torna-se maior a

possibilidade de fraude.4. Sempre que as teorias são incorretas, a ciência avança no caminho do erro.5. Aprender com o reconhecimento dos próprios erros leva a crescimento pessoal.

TEXTO IX

CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR AUTÁRQUICO

Leia o texto abaixo para responder à questão 18.

Em direito penal, desde o Iluminismo, o que não está expressamente proibido, em princípio, épermitido. Nenhuma lei no nosso país proíbe as penas substitutivas nos crimes hediondos. Logo, não restaa menor dúvida de que em tese, conforme a pena aplicada e desde que o crime não seja violento, cabe asubstituição da pena de prisão por penas restritivas de direitos nos citados delitos, tal como é o caso, porexemplo, do delito de tráfico de drogas, falsificação de alimentos, tentativa de falsificação de remédiosetc.

Dizer, no entanto, que, pela pena aplicada (concreta), haja a possibilidade de substituição daprisão não significa que o juiz deva concedê-la em todos os casos: além do requisito objetivo da pena (quenão pode ser superior a quatro anos), urge o exame criterioso dos demais requisitos legais subjetivos –circunstâncias judiciais favoráveis e, em princípio, não se tratar de reincidente em crime doloso.

O que nos parece flagrantemente desarrazoada é a recusa peremptória e arbitrária de verificaçãodo cabimento ou não da pena substitutiva nos crimes mencionados, com a simples alusão à gravidade dodelito em abstrato.

L. F. Gomes. Crimes hediondos e penas substitutivas. In: Direito Justiça. Correio Braziliense, 4/10/99 (comadaptações).

Questão 18)

Considerando que dois temas diferentes podem apresentar idéias e posições argumentativassemelhantes, julgue os seguintes itens, que pressupõem a leitura comparativa dos textos VIII e IX.

1. Os dois textos têm em comum a atribuição do erro à falibilidade da lei.2. No texto VIII, a idéia de subjetividade está associada a “engano” (l. 03) e “estigma” (l. 06); no texto

IX, tal idéia está associada a “circunstâncias” (l. 10) e “crime doloso” (l. 10).3. A idéia de “penas substitutivas” (texto IX, l. 02) seria a solução para a idéia de “descriminalização do

erro” (texto VIII, l, 07).

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4. A idéia que encerra o texto VIII – descobrir os próprios erros e aprender com eles – representa a idéiaoriginal do Iluminismo, mencionada no texto IX.

5. A estrutura textual dos dois textos é semelhante:• primeiro parágrafo: histórico do assunto principal do texto;• segundo parágrafo: enumeração dos argumentos que sustentam a tese do texto;• terceiro parágrafo: ilustração desses argumentos.

TEXTO X

CONCURSO: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS – TRIBUNAL DE CONTAS DOESTADO DE GOIÁS – AUDITOR

Se há um crédito que aumentou com a inflação é o da conversa fiada. Foi com o dom de complicaro cotidiano e disfarçar a realidade que a inflação produziu, em uma década e meia de sobressaltoseconômicos, um país que tem dificuldades para resolver seus problemas por não saber mais reconhecê-los.Quando a crise começou, ainda no ocaso do regime militar, no fim dos anos 70, o Brasil estavaingressando sem saber em um processo de transformação profunda que mudaria a cara de sua economia,da indústria, das cidades, da população. Esse era um processo positivo. Mas, interceptado pela crise desuperfície, que na época ainda se apresentava como o problema da dívida externa, começou a emitir sinaisvistos como negativos.

O Brasil não deixou de se industrializar por causa da crise. Pode ter deixado de crescer. Mas nãodeixou de mudar. Até nas estatísticas sobre condições de vida há melhoras escondidas sob o colapso dosinvestimentos e dos serviços públicos. O fato é que mudança e crise se embaralharam. Uma contaminou aoutra. Os sinais se confundiram. Os diagnósticos falharam, e os remédios pioraram a doença. E a doença éessa mistura de inflação aguda e crônica em que deságua o descompasso entre as exigências crescentes deum país modernizado e a capacidade instalada no governo – e fora dele, no setor privado, pois o governonão errou sozinho, apenas errou mais. Todos os governos dessa longa crise empilharam prioridades, comose tivessem a possibilidade de saciar todas as demandas ao mesmo tempo. São círculos viciosos em série.A ânsia de dar respostas múltiplas a demandas que eles nem sequer entendiam direito aumentou o déficitque a dívida pública financia espalhando indexadores pela sociedade inteira. Mais inflação.

SÉRGIO ABRANCHES, Homo Indexadus, Veja, 25 anos. Reflexões para o futuro (com adaptações).

Questão 19)

As frases ou expressões de um texto remetem também a certas idéias pressupostas, não explícitas,que compõem o sentido subjacente, profundo ou implícito do texto. A elas se chega pelas relações lógicasque se depreendem na leitura. Desse modo, da leitura do texto I depreende-se o pressuposto de que

a) muita coisa aumentou com a inflação.b) o Brasil erraria menos se errasse sozinho.c) a causa da crise inflacionária está no regime militar.d) a industrialização é um processo decorrente da crise.e) houve momentos em que se confundiram crise e dívida externa.

TEXTO XI

CONCURSO: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS – TRIBUNAL DE CONTAS DEGOIÁS – AUDITOR

O dragão da inflação foi abatido ...

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Era uma vez, em um tempo não muito distante, um dragão feio e assustador. Ele passeava soltopelo Brasil, espalhando miséria. Era o dragão da inflação. Criado nos porões do governo gastador, era bemalimentado e não parava de crescer. Um dos seus truques mais perversos era parecer um bichinho deestimação, inofensivo e familiar. Engraçado é que pouca gente enxergava a maldade da fera. Aos poucos,porém, o Brasil foi-se incomodando com aquelas garras afiadas, os dentes cortantes e o insuportável fogodas narinas que queimava dinheiro. O dragão arrancava dinheiro de quem já tinha tão pouco e entregavaaos mais ricos. Assim foi cavando um fosso de desigualdade tão fundo que quase tragou toda a sociedadebrasileira. A revolta com o monstro chegou a tal ponto que um dia o Brasil resolveu dar cabo dele com aespada de um plano econômico. A lâmina furou o bicho bem na barriga. Com a fera fora de combate, viu-se que ela escondia no ventre outro monstro, de igual ferocidade. Como acontecia com o primeiro dragão,muitos acham que este segundo nem é tão perigoso assim.

Veja, 13-10-99 (com adaptações).

Questão 20)

A respeito da organização das idéias do texto XI, assinale a opção correta.

a) A afirmação “Criado nos porões do governo gastador” (ls. 02) gera uma contradição com aafirmação de que o dragão “passeava solto pelo Brasil, espalhando a miséria” (ls. 01-02).

b) A expressão de sentido figurado “quase tragou” (l. 07) remete ao sujeito subentendido “O dragão “(l. 06).

c) De acordo com o sentido do texto XI, é correto substituir “Engraçado é que (...)” (l. 04) porCuriosamente, (...).

d) Na expressão “A revolta com o monstro” (l. 08), produz-se uma ambigüidade que seria corretamentedesfeita pela substituição do trecho sublinhado por do.

e) O texto XI constrói dois mundos, com dois objetivos de significação distintos: o imaginário, povoadopor dragões e heróis, e o real, assolado pela inflação.

TEXTO XII

CONCURSO: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS – TRIBUNAL DE CONTAS DEGOIÁS – AUDITOR

... e surge o dragão do déficit

O novo dragão passeia livre e solto no Planalto Central do país.Quem já ficou pendurado no cheque especial sabe que déficit é uma espécie de buraco de onde é

muito difícil sair. O déficit privado preocupa todo mundo que é honesto. O déficit público deveriadespertar a mesma preocupação nas pessoas. Quando um país chega a uma situação de fragilidadefinanceira semelhante a esta em que o Brasil se encontra, o natural seria aceitar como inevitável asmedidas de ajuste indispensáveis para tirá-lo do sufoco. A situação é gravíssima, mas falará ao vento aautoridade brasileira que propuser um esforço nacional voltado para o objetivo de eliminar o mal de umavez por todas.

Idem, ibidem.

Questão 21)

Assinale a opção que apresenta uma continuidade coerente para o texto XII.

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a) A razão dessa inércia em torno do déficit público é a atitude de desdém para com as finanças públicas.Ninguém se preocupa com o déficit justamente porque ele é público: o adjetivo público no Brasil ésinônimo de coisa sem dono.

b) A verdade é que, pela ainda pequena gravidade da situação, pouca gente em posição de mando e cargoeletivo no Brasil se incomoda com o fato de que o dinheiro gasto pela administração é público, vemdos impostos.

c) Isso porque, apesar das alarmantes notícias sobre sonegação, já arrecadamos um volume de impostoscorrespondente a uma proporção igual nos Estados Unidos, a maior potência econômica do mundo.

d) O Plano real acabou com isso, mas nada impede que tudo volte a ser como antes, já que a populaçãoainda sofre na carne – e na carteira – os efeitos de tantos planos econômicos mal-sucedidos.

e) Mas o secretário das finanças públicas se esquece de que agora os novos e sofisticados meios deinvestimento podem colocar o dinheiro brasileiro, via Internet, mas maiores e mais promissoras bolsasde valores do mundo.

Questão 22)

Julgue os itens abaixo, relativos à leitura comparativa dos textos X, XI e XII.

I. A idéia expressa no texto X pelo trecho “um país que tem dificuldades para resolver seusproblemas por não saber mais reconhecê-los” (ls. 03) reaparece no texto XI como uma dasrazões para a demora em combater a inflação.

II. A “revolta” (texto XI, l. 08) é identificada como “descompasso” (texto X, l. 13) eexplicada pelo trecho final do texto XII: “falará ao vento a autoridade brasileira quepropuser um esforço nacional voltado para o objetivo de eliminar o mal de uma vez portodas”.

III. A idéia expressa por “fosso de desigualdades” (texto XI, l. 07) é retomada pelo termo“buraco” (texto XII, l. 02).

IV. Os três textos sugerem que um desenvolvimento industrializado menos caótico e umcombate governamental e sério à sonegação de impostos poderiam fazer que as prioridadesdo país não fossem meramente “círculos viciosos em série” (texto X, l. 16).

V. O segundo período do texto XII, por sua composição figurada, constitui um exemplo da“conversa fiada” referida na linha 1 do texto X.

A quantidade de itens certos é igual a:

a) 1.b) 2.c) 3.d) 4.e) 5.

TEXTO XII

CONCURSO: SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL –AGENTE PENITENCIÁRIO – POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL

COLÔNIA CORRECIONAL

No dia seguinte pela manhã, Herculano trepou-se a uma janela e, agarrado aos varões, ficou lá depoleiro como papagaio, buscando entender-se com as outras celas. Gritos nos deram a notícia de que umaturma viera dias antes da Colônia e estava ali perto. Desejei saber os nomes dos recém-chegados; como a

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voz fraca me impedia comunicação, o estudante amarelo encarregou-se de transmitir a pergunta.Berraram-nos uma lista, abafada e incompleta; algumas pessoas reduziam-se a sílabas escassas, não haviameio de reconhecê-las; quatro ou cinco surgiam claramente, quase todas enviadas na primeira leva,naquela noite em que Desidério levantava o braço com raiva, entortando mais o bugalho vesgo, eTamanduá se empavonava, metido no poncho vermelho.

Trouxeram-nos o café, muito ralo, e um pão sem manteiga. Aí notaríamos uma advertência, se elafosse precisa. O pão era exatamente igual ao fornecido no Pavilhão dos Primários, mas tiravam-nos opouco de manteiga rançosa, obrigatória lá. Com certeza não procediam assim por economia: a supressãovisava a um fim, aliava-se às esteiras, ao ajuntamento em local exíguo, aos lençóis curtos e finos emtempo frio, a indicar-nos uma degradação. Iam impor-nos outras mudanças, apagar de chofre os restos deconforto ainda conservados na véspera e forçar-nos a contrair novos hábitos. Esses choques nos perturbamem demasia, e o pior é não sabermos até onde nos levarão: a instabilidade nos impede entrever qualquerlimite.

Mandei comprar pelo faxina um litro de leite. Dias compridos o meu alimento seria esse litro deleite, o pão e alguns canecos da lavagem turva, de gosto adocicado, que eu insistia em beber, esquecendoo aviso misterioso de um preso velho e experiente. Em geral nos davam essa refeição com a porta fechada:o bico do bule se encostava a uma travessa, estirávamos os canecos e recebíamos os pães através dosferros. Nos cubículos era assim que faziam. Mas naquela manhã destrancaram inopinadamente a grade, osfaxinas entraram com o saco de pães e o vaso enorme de folha, e o guarda nos permitiu andar no pátio.

Engoli o café, abalamos todos em busca do Pavilhão onde se aboletavam refugos da Colônia.Encontrei um bando a comprimir-se numa abertura estreita, e nos espaços que havia entre os corpossurgiam rostos magros e desbotados. Outras fileiras deviam empurrar-se, invisíveis, pois do fundo, escuro,fumacento e fuliginoso, partiam vozes percebidas em qualquer parte. Os homens da frente, quase nus,cabeças lisas, tinham muita sujeira, muita amarelidão, órbitas cavadas, bochechas murchas. Deixavamprovavelmente a enfermaria. À primeira vista não reconheci nenhum. Quando principiaram a falar,depressa, em desordem, como se o tempo não desse para todos, fui notando aqui e ali sinais guardadosinconscientemente. Sorriam, descobrindo as gengivas pálidas. O esqueleto que o moço da rouparia tinhano punho voltou-me ao espírito. Os ácidos não haviam desfeito a medonha tatuagem. Por cima da cicatrizque repuxava a pele e se estendia num desenho róseo, sobressaíam costelas, vértebras, o riso da caveira.As figuras estranhas apinhadas ali riam. Riam para mim, como se eu fosse uma carcaça também. Quantosmeses fazia que tinham vivido comigo no Pavilhão dos Primários? Dois meses. Era, dois meses, poucomais ou menos. E estavam assim. Talvez ignorassem que estavam assim. Estremeci. Não me achariadaquele jeito? Olhei o pijama curto e rasgado. Ultimamente dormia pouco, alimentava-me comdificuldade. Extingui a comparação desagradável. Farrapos. Regressavam da Colônia, farrapos. Iriamreconstituir-se, renascer, mas ali eram farrapos. Examinei-os. Bem. Aquele devia ser o Newton Freitas, ocamarada alegre e ruidoso que no Pavilhão soltava risadas enormes, com ou sem propósito. Era ele, penseidescobrindo nos ossos do rosto lívido sinais do antigo Newton. Sem dúvida, lá vinha a gargalhada, umafria gargalhada sem ânimo. E o sujeito baixo, de cuecas, barbudo em excesso, a mexer as mandíbulas comjeito de caititu? Seria o Pessoa? Com os diabos! Anastácio Pessoa, tipo neutro, alheio à questão social,posto em liberdade, supúnhamos. Inofensivo e discreto.

— Você também, Pessoa?GRACILIANO RAMOS, Memórias do Cárcere, Vol. II, 17ª edição, Rio de Janeiro, Record, p. 14-16

Questão 23)

A respeito das idéias contidas no texto, assinale a opção correta.

a) O mascote dos prisioneiros era um papagaio de nome Herculano que vivia empoleirado nos varões dasjanelas.

b) Apesar da dificuldade de comunicação entre as celas, o narrador ficou sabendo de imediato os nomesdos prisioneiros que regressavam da Colônia.

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c) Assim como o narrador, Desidério e Tamanduá também estavam ansiosos por notícias doscompanheiros que chegavam.

d) Os detentos do Pavilhão dos Primários eram mais bem tratados do que os demais prisioneiros.e) Um modo de elevar o moral dos prisioneiros era induzi-los a abandonar os costumes antigos,

substituindo-os por outros mais franciscanos.

Questão 24)

Com base no texto, assinale a opção correta.

a) Para evitar todo e qualquer contato físico com os encarcerados, os faxinas utilizavam espetos de ferropara servir-lhes os pães.

b) Em algumas das refeições dos prisioneiros, era servido um café adocicado, comparado pelo narrador auma “lavagem turva” (l. 18).

c) Salvo em raras ocasiões, o café era servido aos prisioneiros em suas celas, com as portas abertas.d) Alguns prisioneiros estavam amarelos porque provavelmente haviam contraído hepatite na enfermaria

do hospital da Colônia.e) Os prisioneiros que regressavam da Colônia estavam condenados à morte, pois sua precária condição

física não lhes permitia mais recuperar-se.

Questão 25)

Ainda com base no texto, assinale a opção correta.

a) O tratamento dado aos prisioneiros na Colônia era melhor do que o que recebia o narrador na prisãoonde se encontrava.

b) A primeira pessoa que o narrador reconheceu entre os prisioneiros que voltavam da Colônia foi omoço da rouparia que tinha uma tatuagem no pulso.

c) Antes de ser enviado à Colônia, Newton Freitas havia vivido por apenas dois meses com o narrador noPavilhão dos Primários.

d) Para o narrador, foi uma surpresa encontrar Anastácio Pessoa entre os prisioneiros que voltavam daColônia, pois todos pensavam que ele havia morrido.

e) Apesar do tempo que passou na Colônia, Newton Freitas não perdeu de todo a sua capacidade de rir.

Questão 26)

Com relação ao vocabulário do texto, assinale a opção correspondente à palavra ou expressão quenão pode, sem alteração de sentido, ser substituída pelo(s) termo(s) em negrito.

a) “algumas pessoas” (l. 05) / alguns nomesb) “vesgo” (l. 07) / tortoc) “travessa” (l. 20) / bandejad) “inopinadamente” (l. 21) / inesperadamentee) “uma carcaça” (l. 33) / um esqueleto

Questão 27)

No texto, alguns vocábulos foram usados como referência a outras expressões ou a outrosfragmentos de texto. Assinale a opção que contém uma correlação incorreta.

a) “lá” (l. 01) / “a uma janela” (l. 01)

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b) “ali” (l. 03) / “Colônia” (l. 03)c) “Aí” (l. 09) / “um pão sem manteiga” (l. 09)d) “assim” (l. 21) / “Em geral nos davam essa refeição com a porta fechada: o bico

do bule se encostava a uma travessa, estirávamos os canecos erecebíamos os pães através dos ferros.” (ls. 19-21)

e) “-os” (l. 38) / Os homens que haviam retornado da Colônia, descritosfinalmente como ‘farrapos. (l. 37)

Questão 28)

Nas opções abaixo, alguns períodos do texto foram reescritos. Assinale a opção em que areescritura não mantém o mesmo sentido da respectiva passagem do texto.

a) linhas 09-10: Se fosse preciso, aí notaríamos uma advertência.b) linha 17: Mandei o faxina comprar um litro de leite.c) Linhas 17-19: Dias compridos esse litro de leite, o pão e alguns canecos da lavagem turva, de

gosto adocicado, que eu insistia em beber, esquecendo o aviso misterioso de um preso velho eexperiente, seriam meu alimento.

d) linha 31: A medonha tatuagem não havia sido desfeita pelos ácidos.e) linhas 34-35: Fazia pouco mais ou menos dois meses.

TEXTO XIV

CONCURSO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO

Palavras à juventude

Mocidade vaidosa não chegará jamais a virilidade útil. Onde os meninos camparem de doutores,os doutores não passarão de meninos. A mais formosa das idades ninguém porá em dúvida que seja a dosmoços: todas as graças a enfloram e coroam. Mas de todas se despiu, em sendo presunçosa. Nos temposde preguiça e ociosidade cada indivíduo nasce a regurgitar de qualidades geniais (...) Dos seus lentesdesdenham, nos seus maiores desfazem, chocarreiam dos mais adiantados em anos. Para saber a políticanão lhes foi mister conhecer o mundo, ou tratar os homens. Extasiados nas frases postiças e nas idéiasressonantes, vogam à discrição dos enxurros da borrasca, e colaboram nas erupções da anarquia. Nãoconhecem a obediência aos superiores e a reverência aos mestres. São os árbitros do gosto, o tribunal dasletras, a última instância da opinião. Seus epigramas crivam de sarcasmos as senhoras nas ruas; suas vaiassobem, nas escolas, até à cátedra dos professores. É uma superficialidade satisfeita e incurável, umaprecocidade embotada e gasta, mais estéril que a velhice. Deus a livre a esta de tais sucessores, e vospreserve de semelhantes modelos.

(...)Habituai-vos a obedecer, para aprender a mandar. Costumai-vos a ouvir, para alcançar a entender.

Não delireis nos vossos triunfos. Para não arrefecerdes, imaginai que podeis vir a saber tudo; para nãopresumirdes, refleti que, por muito que souberdes, mui pouco tereis chegado a saber. Sede, sobretudo,tenazes, quando o objeto almejado se vos furtar na obscuridade avara do ignoto. Profundai a escavação,incansáveis como o mineiro no garimpo. De um momento para outro, no filão resistente se descobrirá,talvez, por entre a ganga, o metal precioso.

Haveis de ouvir falar amiúde em portentos e monstros, cuja capacidade nasce consumada edeslumbrante do seio materno, como Palas da cabeça de Júpiter. O portento pagão se renova, entre nós,debaixo de todos os tetos. Cada família se gaba de uma águia. Triste ilusão da paternidade malequilibrada. Os gênios são meteoros raros, nem sempre benéficos. E raramente serão frutos espontâneos

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da natureza: as mais das vezes os cria a paciência e a perseverança. É a assiduidade na educação metódicae sistemática de nós mesmos o que descobre as grandes vocações e os grandes observadores, os grandesinventores, os grandes homens de Estado.

Rui Barbosa, Discurso no Colégio Anchieta. Escritos e discursos seletos. Rio de Janeiro, Nova Aguillar, 1995,p. 635-6.

Questão 29)

Serão respeitadas as idéias do texto caso se substitua:

a) “camparem” (l. 01) por ufanarem-se ou gabarem-se.b) “enfloram” (l. 03) por fazem dar flores viçosas ou florescem.c) “presunçosa” (l. 03) por vaidosa ou garbosa.d) “regurgitar” (l. 04) por gargalhar ou exagerar.e) “chocarreiam dos” (l. 05) por humilham os ou deprimem os.

Questão 30)

Com base nas idéias do texto, assinale a opção incorreta.

a) A estrutura do parágrafo introdutório apresenta construções antitéticas, em que são citados jovens eidosos, aprendizes e educadores.

b) O primeiro parágrafo pode ser dividido em duas partes, uma vez que o autor inicia enaltecendo osvalores da juventude, de forma genérica, e depois passa a especificar os méritos dos moços em açõesparticulares.

c) O texto apresenta inicialmente uma visão negativa dos comportamentos juvenis; seguem-se conselhospara os moços, visando aperfeiçoar-lhes a conduta; para finalizar, surgem aspectos relacionais dosjovens na família e na sociedade.

d) O segundo parágrafo, com predomínio de formas verbais imperativas, utiliza a função apelativa dalinguagem, visando a mudanças de comportamentos considerados inadequados pelo autor.

e) No último parágrafo do texto, o autor, com alusão à mitologia, alerta para os desvios de olhar dosmais experientes que, ao julgarem os jovens seus afetos, não lhes enxergam os defeitos.

TEXTO XV

CONCURSO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO

Preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte parainstituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, aliberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos deuma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, naordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção deDeus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Questão 31)

De acordo com o texto acima, os parlamentares estavam reunidos em assembléia com a finalidadede:

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a) assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança e o bem-estar doscidadãos.

b) garantir o desenvolvimento do país, a igualdade entre os cidadãos e a justiça social como valoressupremos da sociedade brasileira.

c) instituir, na condição de representantes do povo brasileiro, um Estado democrático.d) estabelecer o ideal de uma sociedade fraterna, pluralista, sem preconceitos, fundada na harmonia

social, como o modelo superior a ser implementado no solo brasileiro.e) preservar a ordem interna e a harmonia internacional, com a solução pacífica das controvérsias entre

as nações.

TEXTO XVI

CONCURSO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO

Em matéria de massacres, eles são campeões

O Brasil é um país tão pacífico e o povo brasileiro de tanta boa fé que, nas raras vezes em queocorrem episódios sangrentos, a imprensa logo os batiza de “massacres”, sem conhecer bem o sentidodessa expressão. Assim, houve o “massacre” da Candelária, o “massacre” de Vigário Geral, o de Eldoradodos Carajás e outros menos famosos pelo país afora. De todos, só o do Carandiru, com 111 presos mortos,foi de fato um massacre, no sentido exato e histórico do termo.

Nenhuma dessas citadas mortandades é justificável, e todos os seus autores deveriam ter sidopunidos com a pena de morte, de preferência com fuzilamento transmitido ao vivo pela televisão – coisaimpensável aqui, pois a pena capital é considerada uma “violência” que o Brasil “pacífico” abominalegalmente, embora a aplique na prática.

Só para refrescar a memória dos que não conhecem o real significado da palavra massacre, vamosrecordar o que forma os massacres verdadeiros nos outros países, para o brasileiro perder um pouco docomplexo de inferioridade:

— Guerra no Afeganistão: um milhão e meio de mortos— Khmer Vermelho, no Camboja: um milhão de mortos— Massacre de Ruanda: um milhão de mortos— Guerra entre Irã e Iraque: 700 mil mortos— Guerra na Bósnia Herzegovina: 250 mil mortos— Massacres da ditadura na Argentina: 30 mil mortos— Massacres da ditadura no Chile: 3.500 mil mortosFaltaria incluir, ainda, os massacres em Moçambique, Angola e outras nações africanas nos

últimos 25 anos, somando, no mínimo, mais um milhão e meio de mortos. E sem falar no milhão demortos da Guerra de Secessão dos EUA, nas dezenas de milhões de pessoas massacradas na I e na IIGuerras Mundiais, nos massacres de negros no Sul dos Estados Unidos pela Klu Klux Klan, mais osmassacres nazistas nos campos de concentração e os massacres de Kosovo pelos sérvios e da Iugosláviapela OTAN.

Em matéria de massacres, portanto, o Brasil deve continuar evitando-os e, por isso, não temosporque nos flagelarmos diante do que fizeram os ingleses, os franceses, os alemães, os russos, os chineses,os japoneses, os norte-americanos, os africanos, os sérvios, os turcos, os sionistas, os árabes xiitas, osboers sul-africanos e tantos outros povos.

Se eles não sentem a consciência pesada nem ficam dando satisfações aos brasileiros pelos seuscrimes, por que temos nós de andar de cabeça baixa?

Poder. Revista brasileira de questões estratégicas, nº 2, 5-6/00 (com adaptações).

Questão 32)

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Com base nas idéias do texto, assinale a opção correta.

a) No Brasil, a pena de morte, apesar de legalmente proibida, é aplicada na prática.b) O tema central do texto é a discussão do conceito de massacre.c) Na história mundial dos massacres, os países africanos são os grandes vilões.d) O “complexo de inferioridade” (l. 12) dos brasileiros deve-se ao fato de que aquilo que a imprensa

brasileira batiza de “massacre” é insignificante quando comparado com os verdadeiros massacres.e) Os brasileiros não precisam andar de cabeça baixa porque não têm do que se envergonhar.

TEXTO XVII

CONCURSO: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO

Um velho magistrado, sentindo que morria, dizia assim serenamente do seu leito:— Senhor, queria ao morrer ter a certeza de que todos os homens que condenei morreram antes de

mim, pois não posso pensar que fiquem nas prisões deste mundo, a sofrer penas humanas, os que lá forammetidos por ordem minha. Queria, Senhor, que, quando me apresentasse ao Teu Juízo, os encontrasse àTua porta, para que me dissessem que os julguei com justiça, segundo aquilo que os homens chamamJustiça, e se para algum e sem dar por isso fui injusto, esse, mais do que outro, desejaria encontrar ao meulado, para lhe pedir perdão e para lhe dizer que nem uma só vez, ao julgar, esqueci ser uma pobre criaturahumana, escrava do erro; que nem uma só vez, ao condenar, consegui reprimir a perturbação daconsciência, tremendo perante um ofício, que, em última instância, apenas pode ser Teu, Senhor.

Pietro Calamandrei, Eles, os juízes, vistos por nós, advogados. 4ª ed. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1971. P. 173-4(com adaptações).

Questão 33)

Analisando a tipologia textual do texto XVII, é correto afirmar que ele:

a) é um diálogo, mesmo que o ouvinte não responda.b) narra um fato verossímil e tem a forma de uma confissão, com caráter apelativo.c) faz parte de um testamento, tendo servido de escrivão o testamenteiro.d) é parte de uma carta que estava sendo ditada, no leito de morte, pelo remetente.e) é parte dos autos de um processo que está sendo usado como prova para inocentar um réu.

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GABARITO

01) A 02) A 03) E–C–E– C–C 04) C–C–C–C–E 05) D06) E 07) B 08) C 09) E 10) D11) C 12) A 13) D 14) B 15) A16) C 17) C–C–C–E–C 18) E–E–E–E–E 19) E 20) C21) A 22) A 23) D 24) B 25) E26) C 27) B 28) A 29) A 30) B31) C 32) A 33) B