questionar é evoluir

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Um texto bastante interessante e um pouco extenso, retirado do site ANTI-CRISTIANISMO . Vale a pena a leitura. Visite a página Jesus Bêbado no Facebook ou o blog . Boa leitura! Capítulo 1 A importância de questionar Deus Esse texto dedica-se exclusivamente a responder a questão: Deus existe? Muitas pessoas ficam espantadas com a simples idéia de questionar a idéia de Deus. Acreditam que Deus é uma verdade absoluta, incontestável por si só. Mas será mesmo? A história nos mostra muitos exemplos de fatos trágicos que ocorrem quando se torna algo inquestionável. O exemplo mais célebre é o de Galileu. Galileu foi duramente reprimido porque afirmou que a Terra não era o centro do Universo; ela girava ao redor do Sol, um entre vários outros planetas. Hoje ninguém mais duvida de tal afirmação, porém Galileu pagou caro a sua descoberta. Foi mal compreendido pelos seus contemporâneos, que acreditavam ser uma verdade absoluta o fato da Terra estar no centro do Universo. Galileu estava a frente de seu tempo; foi injustamente reprimido, contudo, todos hoje reconhecem o seu mérito. Por isso, caro leitor, tome cuidado ao tornar uma afirmação inquestionável: ela pode atrasar o desenvolvimento humano. Por exemplo: crença que a Terra era plana (em formato de pizza) constituiu um verdadeiro entrave na evolução da ciência durante muitos séculos. Logo, evite discriminar a pessoa que acredita em coisas nas quais você não acredita; quem garante que você esteja certo? O ato de questionar é fundamental. Porque se nós acreditássemos em tudo que nos é falado, não precisaremos procurar novas respostas; o conhecimento estagnará e não se desenvolverá a humanidade. A par desses fatos, o leitor deve sempre se lembrar: "Questionar é evoluir". A afirmação considerada inquestionável por muitas pessoas é a de que Deus existe. Todavia, porque tantas pessoas crêem Nele? Por vários motivos: tradição passada de pai para filho, crença incondicional na Bíblia, "milagres" que ocorrem no dia-a-dia, a associação da idéia de Deus (ou um ser superior) a tudo que não é compreendido, afirmações da Bíblia e dos religiosos que consideram pecado questionar Deus... Enfim, serão estes motivos suficientes? A resposta desta questão é o objetivo deste texto. Capítulo 2 A validade dos argumentos utilizados para "provar" a existência de Deus A grande maioria da população mundial crê em Deus. E, defendendo seu ponto de vista, apresenta vários argumentos para "comprovar" a existência Dele. Vamos analisá-los e concluir se são válidos para comprovar a existência de Deus: * "Deus existe porque eu sinto Sua presença em mim". Neste argumento, torna-se evidente que, através dos sentidos, a pessoa percebe a presença de Deus. Todavia, será que tudo que a gente percebe é verdadeiro? Não. Vamos dar exemplos dessa afirmação:

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Um ótimo texto que fará você questionar.

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Page 1: Questionar é evoluir

Um texto bastante interessante e um pouco extenso, retirado do site ANTI-CRISTIANISMO.

Vale a pena a leitura. Visite a página Jesus Bêbado no Facebook ou o blog. Boa leitura!

Capítulo 1

A importância de questionar Deus

Esse texto dedica-se exclusivamente a responder a questão: Deus existe? Muitas pessoas ficam

espantadas com a simples idéia de questionar a idéia de Deus. Acreditam que Deus é uma

verdade absoluta, incontestável por si só. Mas será mesmo?

A história nos mostra muitos exemplos de fatos trágicos que ocorrem quando se torna algo

inquestionável. O exemplo mais célebre é o de Galileu. Galileu foi duramente reprimido

porque afirmou que a Terra não era o centro do Universo; ela girava ao redor do Sol, um entre

vários outros planetas. Hoje ninguém mais duvida de tal afirmação, porém Galileu pagou caro

a sua descoberta. Foi mal compreendido pelos seus contemporâneos, que acreditavam ser

uma verdade absoluta o fato da Terra estar no centro do Universo. Galileu estava a frente de

seu tempo; foi injustamente reprimido, contudo, todos hoje reconhecem o seu mérito.

Por isso, caro leitor, tome cuidado ao tornar uma afirmação inquestionável: ela pode atrasar o

desenvolvimento humano. Por exemplo: crença que a Terra era plana (em formato de pizza)

constituiu um verdadeiro entrave na evolução da ciência durante muitos séculos. Logo, evite

discriminar a pessoa que acredita em coisas nas quais você não acredita; quem garante que

você esteja certo?

O ato de questionar é fundamental. Porque se nós acreditássemos em tudo que nos é falado,

não precisaremos procurar novas respostas; o conhecimento estagnará e não se desenvolverá

a humanidade. A par desses fatos, o leitor deve sempre se lembrar: "Questionar é evoluir".

A afirmação considerada inquestionável por muitas pessoas é a de que Deus existe. Todavia,

porque tantas pessoas crêem Nele? Por vários motivos: tradição passada de pai para filho,

crença incondicional na Bíblia, "milagres" que ocorrem no dia-a-dia, a associação da idéia de

Deus (ou um ser superior) a tudo que não é compreendido, afirmações da Bíblia e dos

religiosos que consideram pecado questionar Deus... Enfim, serão estes motivos suficientes? A

resposta desta questão é o objetivo deste texto.

Capítulo 2

A validade dos argumentos utilizados para "provar" a existência de Deus

A grande maioria da população mundial crê em Deus. E, defendendo seu ponto de vista,

apresenta vários argumentos para "comprovar" a existência Dele. Vamos analisá-los e concluir

se são válidos para comprovar a existência de Deus:

* "Deus existe porque eu sinto Sua presença em mim". Neste argumento, torna-se evidente

que, através dos sentidos, a pessoa percebe a presença de Deus. Todavia, será que tudo que a

gente percebe é verdadeiro? Não. Vamos dar exemplos dessa afirmação:

Page 2: Questionar é evoluir

Suponhamos que uma pessoa X não tenha conhecimentos sobre o Sistema Solar, sobre a

posição e sobre o movimento da Terra no espaço. Observando o céu, ela "percebe" o Sol se

movimentando, enquanto a Terra "permanece parada". Isso é percebido por qualquer um,

mas será a realidade? Claro que não: sabemos que a Terra gira em torno do Sol.

Suponhamos então que essa mesma pessoa visse o céu numa noite estrelada. Não sei se o

leitor já percebeu, mas parece aos sentidos dessa pessoa (ou qualquer outra) que estamos no

centro de uma "bola" de vidro, e que as estrelas estão fixas, nas "bordas" dessa abóbada (os

antigos acreditavam que a Terra estava localizada numa espécie de redoma, e que as estrelas

se situavam nas extremidades desta). Estará essa percepção correta? Óbvio que é errônea, já

que as estrelas não são fixas (estão em movimento constante) e não existe nenhum hemisfério

acima de nossas cabeças.

E, como último argumento: a nossa sensação de calor e frio. Nossos sentidos nos sugerem que

o calor e o frio são opostos (ou seja, duas faces de uma moeda), como fogo e água. Mas os

cientistas já perceberam que o que nós chamamos de "frio" significa pouco calor, variando

apenas a agitação térmica das moléculas. Mais uma vez, os sentidos nos enganam.

Estes casos acima nos permitem concluir que não devemos confiar nos nossos sentidos, que

eles nos "pregam peças". Então, o argumento que "Deus existe porque sinto Sua presença",

logo, não é válido para provar a existência de Deus.

* "Deus existe porque atende às minhas preces e realiza meus desejos". Esse é o argumento

mais fácil de se refutar. Ora, se ele existe porque atende às minhas preces, então, se ele não

atendesse às minhas preces, ele não existiria? É difícil de acreditar.

Entretanto, vamos supor que eu pedisse a Deus e "Ele" realizasse um pedido meu. Isso,

tampouco, consistiria numa prova que Ele existe. Por dois motivos. Primeiro: é de

conhecimento de todos que a mente humana possui poderes extraordinários. Há pessoas que

conseguem arrastar móveis com o pensamento, ler o pensamento alheio e levitar somente

acreditando realmente que são capazes de tal. E a ciência já estuda tais fenômenos,

estruturando a parapsicologia.

As pessoas muitas vezes associam algo que não compreendem (como pedir alguma coisa e

esta ser concretizada) com a idéia de Deus. É porque não conseguem conviver com a idéia que

o homem ainda não possui conhecimentos suficientes para explicar aquele fenômeno. Assim

pensava-se antigamente sobre a chuva, a eletricidade, o fogo: eram fenômenos feitos por

Deus, simplesmente pela única razão que não compreendiam esses fenômenos e precisavam

associá-los a uma inteligência superior e onipresente.

O segundo motivo: é impossível realizar os desejos de todas as pessoas. Se todos quisessem

parar de trabalhar, quem iria produzir algo? Quando se obtém um emprego (porque "Deus"

quis), você está, literalmente, "tirando" outra pessoa que ocuparia o seu emprego se você não

existisse. Quando se diz: "Graças a Deus que o homem que morreu não foi meu filho", deve-se

dizer que o mesmo "Deus" que evitou a morte de seu filho, provocou a morte de outro,

mostrando que, desse modo, não se comprova a existência de Deus.

Page 3: Questionar é evoluir

Enfim, o argumento "Deus existe porque atende às minhas preces e realiza meus desejos" não

pode ser utilizado para comprovar uma suposta existência de Deus.

* "Deus existe porque está escrito na Bíblia". Quanto a isso, nos limitamos a fazer uma

pergunta: por que a Bíblia está certa? Como você tem certeza que Deus falou a Moisés e

aquela história toda? Pela mesma e perigosa razão pela qual Galileu foi injustamente

reprimido: toma-se algo (nesse caso, a Bíblia), como verdade absoluta. Mas muitos fatos

afirmados por ela são inadmissíveis para a lógica. Vamos, por exemplo, tomar a afirmação dela

que diz que nós todos descendemos de Adão e Eva.

Essa é a teoria da Bíblia: Deus criou um casal que se reproduziu e gerou descendentes, e nós

estamos entre eles. Essa teoria contraria diversas leis da lógica. Vamos começar pelas mais

fáceis.

Em primeiro lugar, todos nós sabemos que quando dois irmãos ou dois parentes muito

próximos procriam, os filhos nascem com alto índice de anomalias e defeitos (como ausência

de braços, retardamento e outros). Ora, se os filhos de Adão e Eva eram irmãos entre si, como

se reproduziram normalmente? E não responda que foi porque Deus quis porque assim você

está admitindo uma verdade absoluta.

Em segundo lugar, a teoria da Bíblia não explica como nasceram os brancos, os negros, os

amarelos, os louros, enfim, toda a diversidade de aparências entre as pessoas (a ciência explica

pela lei da Evolução Natural de Darwin).

E, em terceiro e último, a teoria que derrubou definitivamente a idéia do casal primeiro: a

teoria da Evolução de Darwin (ela continha alguns erros, que hoje foram aperfeiçoados,

caracterizando o mutacionismo). Porque essa teoria, em vez de afirmar que é impossível o

homem descender de um casal único, ela descobriu que nós descendemos de um antepassado

comum aos macacos. E nela se encontra mais um exemplo do mal que é aceitar uma verdade

como absoluta: um professor que ensinava essa teoria foi preso (nos Estados Unidos, início do

século), porque esta teoria estava errada(?), pois ia contra a Bíblia e a Bíblia não podia estar

incorreta. Hoje, qualquer aluno de biologia estuda essa teoria, face às várias provas já

demonstrando que ela corresponde à realidade. Vamos estudar os conceitos básicos dessa

teoria:

1 - As variações surgem nos indivíduos de uma espécie bruscamente, em conseqüência de

alterações do material genético transmitido de pais a filhos através dos gametas. As

modificações impressas aos indivíduos nessa condição são também hereditárias e se

constituem em mutações.

2 - Se algumas mutações determinam a manifestação de caracteres indesejáveis, outras,

entretanto, tornam os indivíduos mais adaptados para as exigências do meio ambiente,

fazendo-os mais aptos para vencer na luta pela vida.

3 - Como conseqüência da luta pela vida, resulta um seleção natural dos mais adaptados ou

mais aptos e a extinção dos menos aptos.

Page 4: Questionar é evoluir

Assim a ciência consegue explicar, satisfatoriamente, as mudanças que ocorrem nas espécies.

Por isso, cada animal é adaptado ao ambiente em que vive. Por isso existem peixes que

suportam grandes pressões vivendo em grande profundidade e aves perfeitamente adaptados

para o vôo. As sucessivas evoluções tornaram possível as adaptações.

Você pode dizer que os cientistas podem estar enganados; quem sabe eles não estudaram a

fundo a questão?

Felizmente, eles estudaram a questão profundamente, encontrando muitas provas que a

evolução é real. Vamos ver as principais delas:

Provas anatômicas - O estudo da anatomia comparada revelaa fatos surpreendentes que

falam a favor da evolução. Observe, por exemplo, que a grande maioria dos mamíferos (e

não só dos mamíferos, mas também dos demais vertebrados terrestres, comos sapos,

lagartos, crocodilos, aves) possui membros pendáctilos, isto é, com 5 dedos. Por quê? Não

seria de pouco senso considerar esse fato apenas como uma "coincidência"? Se fosse

verdade a Teoria da Criação Especial, pela qual Deus teria criado todos os seres a um só

tempo, cada um independente do outro, não seria mais compreensível que os animais

pudessem variar infinitamente nas suas estruturas, sem qualquer padrão de repetição? A

"padronização estrutural" das espécies só tem uma explicação: o parentesco que as une no

tempo, através da evolução.

Provas embriológicas - A embriologia comparada tambémm fornece provas que reforçam a

teoria da evolução. Já no século passado, Ernst von Baer chamava a atenção para a

semelhança que existe entre embriões de espécies diferentes nos estágios iniciais de

desenvolvimento. Por que razão o embrião de um peixe, o de um anfíbio, o de um réptil, o de

uma ave e o de um mamífero, incluindo o embrião humano, se assemelham em certo

momento de sua formação? Que outra razão justifica essa semelhança senão o verdadeiro

parentesco que os liga ao tronco inicial do qual resultaram todos os vertebrados atuais?

Provas bioquímicas - A busca de provas que contribuam paraa a confirmação da teoria da

evolução assume nos dias atuais um caráter cada vez mais profundo e vigoroso. Agora, nos

laboratórios das grandes universidades americanas e européias, os cientistas procuram

desvendar a semelhança que aproximam seres de espécies muito distantes na complexidade

bioquímica de suas células e de seus organismos. Sabe-se que as enzimas são substâncias

produzidas pela atividade celular sob controle específico de genes. Ora, a cada dia descobrem-

se novas enzimas que estão presentes ao mesmo tempo em organismos muito distantes uns

dos outros nos sistemas de classificação dos seres. Várias enzimas digestivas do homem têm

sido encontradas nas células de animais inferiores. A tripsina, por exemplo, enzima proteolítica

integrante do suco pancreático e da atividade intestinal, está presente em numerosos animais,

desde os protozoários até os mamíferos.

O mesmo ocorre com relação aos hormônios. Os hormônios tireiodianos do gado bovino

podem ser administrados com absoluta segurança a seres humanos portadores de

hipotireiodismo. Entre a hemoglobina humana e a do chipanzé não há nenhuma diferença.

Mas, entre a hemoglobina humana e a do gorila, já se observa duas trocas de aminoácidos. A

hemoglobina do macaco Rhesus tem 12 aminoácidos trocados em relação à nossa

Page 5: Questionar é evoluir

hemoglobina e 43 em relação à do cavalo. Como explicar a variação seqüencial dos padrões

moleculares que ditam as normas desta fantástica biologia interna dos organismos se não

admitirmos o mecanismo da Evolução como a melhor das justificativas?

Provas cromossômicas - Numerosos cientistas dos grandes labooratórios de pesquisa do

mundo têm dedicado seus esforços no sentido de fazer um cariotipagem comparada entre

organismos diversos. A comparação entre os cariótipos de espécies diferentes também

parece confirmar que há um parentesco entre seres de grupos diversos. Isso é feito pela

análise do números de cromossomos nas células de animais e de plantas e por um estudo

comparativo entre esses cariótipos. As diversidades de banana bem conhecidas (banana-

ouro, banana-prata, banana-maçã, banana-d'água, banana-da-terra) revelam cariótipos de

22, 44, 55, 77 e 88 cromossomos, o que indica que resultam de mutações por euploidias

(respectivamente; 2n=22; 4n=44; 5n=55; 7n=77; 8n=88). Já o trigo tem variedades com 14, 28

ou 42 cromossomos, que correspondem a indivíduos haplóides, diplóides e triplóides,

respectivamente. Nas plantas, essas mutações cromossômicas são muito comuns e mostram

a evolução das espécies.

Gorilas, chimpanzés e orangotangos possuem todos o cariótipo de 2n = 48 cromossomos. O

homem possui 2n = 46, o que faz os geneticistas presumirem que tenha havido a fusão de dois

pares de cromossomos no cariótipo humano em relação ao dos antropóides. O gibão (macaco

asiático) possui um constante cromossômica de 2n = 44. Deduzimos, então, que o gibão, o

gorila e o chimpanzé são todos parentes afastados do homem (mas nem tão afastados

assim!...). Outro exemplo: o rato tem 42 cromossomos nas suas células diplóides, mas o

camundongo só possui 40. Essa diferença de apenas um par não é sugestiva? Enfim, tudo

indica que o estudo do cariótipo comparado das espécies pode servir para mostrar o grau de

parentesco entre aquelas que se mostram mais vizinhas dentro dos sistemas de classificação

dos seres. E isso é suficiente para representar uma palavra a mais no arsenal de provas que

confirmam a evolução.

Provas zoogeográficas - Qualquer observador atento poder&aacuute; notar que as faunas do

hemisfério norte (América do Norte, Europa e Ásia) são bastante semelhantes entre si, num

flagrante contraste com as faunas das terras do hemisfério sul (América do Sul, África e

Oceania), que são sensivelmente diferentes umas das outras. No primeiro caso, os cervídeos

(rena, alce, veado galheiro, as raposas, os castores, os lobos, etc.), apenas com algumas

diversidades regionais, próprias dos grupamentos alopátricos. Já no segundo caso, a fauna

da América do Sul (onças, pequenos macacos, tatus, preguiças, tamanduás e uma grande

diversidade de aves), a fauna da África (leões, tigres, rinocerontes, zebras, girafas, elefantes,

gorilas etc.) e a fauna da Oceania (canguru, quivi, ornitorrinco etc.) revelam profundas

diferenças. É interessante questionar a razão desse contraste.

Os geólogos são unânimes em afirmar que todos os continentes da Terra estiveram há muitos

milhões de anos atrás fundidos num só, chamado de Pangéia. Há, talvez, 200 milhões de anos,

a Pangéia se fragmentou em blocos, originando a Laurásia e a Godwana. Esses dois imensos

blocos passaram, lentamente, a deslizar sobre a vasta massa de material incandescente, que

fica abaixo da crosta terrestre. A Laurásia, de situação setentrional, originou a América do

Norte, a Europa e a Ásia. A Godwana, situada meridionalmente, também se fragmentou, por

Page 6: Questionar é evoluir

sua vez, dando origem a América do Sul, a África, a Oceania e a Antártica. Essa conclusão

passou a constituir a chamada teoria da derivação continental ou do deslizamento continental.

Pela deriva continental, as terras do hemisfério sul ficaram logo separadas. E,

progressivamente, a distância entre ela se tornou cada vez maior. O isolamento das espécies

em cada continente foi total. Hoje, são passados 200 milhões de anos desde que o isolamento

geográfico se instalou entre aquelas populações. O somatório das mutações e o trabalho da

seleção natural fizeram com que as faunas e floras destes continentes se tornassem

profundamente diversificadas. As terras do hemifério norte, a despeito de se afastarem

também pelo deslizamento continental, mantiveram ainda contato por muito tempo. Aliás, a

Europa nunca se separou da Ásia. O isolamento que se instalou entre os animais foi em

decorrência da civilização que muito se desenvolveu entre as florestas européias e asiáticas,

separando-as. Por sua vez, a Ásia se manteve ligada à América do Norte por um istmo que a

comunicava ao Alasca e que submergiu a cerca de vinte mil anos, dando lugar ao atual estreito

de Bhering. Só então houve o total isolamento das faunas da América do Norte e do bloco

asiático europeu. Como se vê, as terras do norte estão separadas há, relativamente, pouco

tempo. O isolamento entre as suas espécies é recente e, por isso, elas ainda não se

diversificaram muito. Mais uma prova que depõe a favor da evolução. Ainda existem mais

provas, como as paleontológicas, que atestam a veracidade da evolução. Mas, para não cansar

o leitor, achamos melhor não colocá-las.

Contudo, pelas provas aqui apresentadas já se observa que a evolução natural das espécies é a

imagem da realidade, portanto é inaceitável a teoria bíblica do surgimento do homem. E,

admitindo que a Bíblia não estava certa neste ponto, ninguém pode garantir que Deus existe

porque ela o afirma. Logo, o argumento "Deus existe porque está escrito na Bíblia" não prova a

existência de Deus.

O interessante é que, mesmo reconhecendo a evolução como um FATO, a maioria dos

cientistas americanos acredita em Deus (de acordo com pesquisas, em torno de 86% dos

cientistas americanos acreditam em Deus). Porém, a concepção que eles possuem em Deus é

diferente daquela concepção de Deus medieval, que criou Adão e Eva: eles acreditam num

Deus que criou o Universo. Mas observe, caro leitor, que a concepção de Deus mudou! Se ela

muda de acordo com as descobertas da ciência, como podemos admitir Deus como Invariável,

Indiscutível, Pérpetuo e Constante? Mais algo sugestivo para pensar...

* "Deus existe porque Cristo morreu crucificado por amor a todos nós e a Seu Pai" - Primeiro:

como sabemos que Cristo morreu crucificado? Por que a Bíblia fala?

Contudo, vamos supor que existiu Cristo, e ele morreu por acreditar em Deus e por amor à

gente. Ora, se eu digo que alguém tem certeza de alguma coisa, é diferente de afirmar que

aquela coisa é verdadeira.. Por exemplo, Sócrates defendia conceitos próprios dele, que não

eram iguais aos conceitos vigentes naquela época. Por isso, Sócrates foi condenado a morte.

Na prisão anterior a sua morte, seus amigos ofereceram várias chances para a fuga dele,

porém ele se recusou a fugir, dizendo que assim jamais acreditariam no que ele dizia. Morreu

por amor às suas teorias. Isso não significa que as teorias dele estavam certas(aliás, muitos

pontos de duas teorias eram errôneos).

Page 7: Questionar é evoluir

Então, podemos concluir que o argumento "Deus existe porque Cristo morreu crucificado por

amor a todos nós e a Seu Pai" não é válido.

* "Deus existe porque alguém deve ter criado o Universo". Esse ponto de vista, durante muito

tempo, foi considerado como a "prova científica da existência de Deus". Descartes foi o

filósofo que mais desenvolveu essa idéia: se tudo tem uma causa, deve existir um causa

primeira, que é Deus.

Agora, uma pergunta: QUEM CRIOU DEUS? Ora, se tudo tem uma causa, então Deus deve ter

sido criado. Aí você me responderia: "Deus é imaterial, ele é início e fim". Palavras bonitas, é o

que são. Ora, você não consegue conceber algo concreto, apalpável, sem uma causa, mas

consegue conceber algo invisível, imaterial, "pensante" e "inteligente", sem uma causa? Não é

interessante?

Colocado em outras palavras: não entendemos como tudo começou, mas não podemos

atribuir tudo que não sabemos explicar a um ser superior. Pois se atribuírmos tudo a Deus, não

precisaremos procurar respostas, e não foi assim que se descobriram, por exemplo, vacinas,

átomos e eletricidade. Foi através do método científico, o único meio de desenvolver a

humanidade.

Capítulo 3

Como foi o começo da crença em Deus no Ocidente

Agora que vimos que os principais argumentos dos crentes em Deus não podem ser válidos,

procuraremos uma base para responder a pergunta: Deus existe?

Vamos raciocinar: se alguém for criado livre, sem estabelecer comunicação alguma e nenhuma

intervenção cultural do meio; ele acreditará em Deus? A resposta é NÃO. Daí conclui-se que a

existência de Deus é questão cultural, transmitida pelo meio. Portanto, para os religiosos, uma

pessoa que nasça numa ilha e não acredita em Deus irá para o inferno. Qual o pecado dela?

Nascer isolada ou não acreditar em Deus(observe que ambos não são culpa dela)? Estudemos

um pouco de história. Ora, se alguém transmite uma informação, é porque é de seu interesse.

Não sei se o leitor sabe, mas o Império Romano perseguiu cristãos até o século IV. De repente,

Constantino se "converteu" ao Cristianismo, e a religião Católica passou a ser a oficial de

Roma. Por quê essa conversão tão rápida? Um "milagre"? Claro que não.

Ao espalhar a existência de Deus, o Imperador obtinha várias vantagens. Vamos enumerar as

principais delas:

- Fim do medo da morte, conseguido através da confiança na existência de um "paraíso" após

a morte, que fazia com que os soldados lutassem por seu Estado com mais coragem;

- Maior auto-confiança, com vantagens relativas ao fim do medo da morte;

- Menor sensação de solidão, amenizando pessoas de fortes depressões;

- Menos violência, pois pessoas "más" não encontram o "paraíso" após sua morte;

- Mais pessoas confiando no Estado, devido à sua forte ligação com a Igreja;

Page 8: Questionar é evoluir

- Esperança no futuro, sendo as pessoas otimistas o suficiente para ficarem paradas esperando

uma "atitude divina" contra as injustiças impostas a si.

E já que um rei poderia fácil e vantajosamente instaurar uma religião em seu Estado, por que

não o faria? Ou melhor, por que as religiões existentes não são derivadas da religião antiga e

aproveitadora, a qual vem sendo passada inocentemente por cada geração? Será que não foi

por motivos pessoais e econômicos que a crença em Deus começou?

Capítulo 4

Algumas questões interessantes provocadas pela crença em Deus

O leitor deve questionar: se os crentes em Deus pregam coisas "boas", tais como a caridade,

tal pode provocar injustiças? E a resposta á afirmativa! Ora, é de conhecimento de todos que o

meio influencia bastante qualquer pessoa. Uma criança que vive na favela, convivendo com

roubos, furtos, assaltos, estupros e assassinatos, possui muita probabilidade de que, quando

crescer, praticar as mesmas coisas (claro que ela, em essência, pode não ser má, porém o meio

influencia o indivíduo neste sentido). Então, vêm os religiosos e dizem: "as pessoas que matam

e roubam são más, e arderão nas chamas do inferno". Ora, o leitor há de concordar conosco

que tal é uma injustiça! Não seria a religião um meio de perpetuar o estado de miséria

existente e discriminar a população que não possui meios de subsistência?

As pessoas que tem fé em Deus são ensinadas que "questionar Deus" ou "desobedecer as

ordens Dele" é um pecado grave. Não será tal uma maneira de fazer com que as pessoas

acreditem em tudo e que não façam questionamentos "perigosos", induzindo-as a acreditar,

por exemplo, no Governo, e que tudo um dia melhorará?

Contudo, vejamos mais questões. Observe que os dois primeiros mandamentos de Deus são

claros:

1o - "Amar a Deus sôbre tôdas as coisas."

2o - "Não tomar seu santo nome em vão."

Vamos raciocinar: os dois primeiros mandamentos dizem respeito a Ele, e não a nós! Ele não

manda "Amar o próximo sobre todas as coisas" ou "não tomar o nome de ninguém em vão",

mas manda nós o amarmos sobre todas as coisas e nunca tomar o seu nome em vão. Ou seja,

a imagem de Deus se mostra completamente superior! E por que a imagem de Deus se mostra

superior a nós, se ele mandou à Terra seu filho Jesus, que lavou os pés dos apóstolos e morreu

por nós como um irmão, sem aparente superioridade? Não seria uma contradição? Mas se

Deus é superior a nós, por que a preocupação em nos defender e nos ajudar? Se foi capaz de

criar um planeta com vida, por que não cria outros? Seríamos apenas o seu passatempo

predileto? Uma espécie de jogo de computador? Ou talvez seus bichinhos de estimação?

Por muito tempo a igreja tem entrado em discursões, e saiu perdendo. Muitas teorias bíblicas

estão sendo quebradas por outras, muitas não apenas consideradas aceitáveis, mas também

comprovadas cientificamente.Vejamos algumas delas:

Page 9: Questionar é evoluir

-A terra no centro do Universo: a igreja impunha à sociedade que todo o Universo girava em

torno da Terra, que por sua vez permanecia parada. Esta teoria fora baseada no simples fato

dos astros (a Lua, alguns planetas e as estrelas) vistos por nós apresentarem uma aparente

translação ao redor da Terra, como por exemplo o Sol que "nasce" no leste e "morre" no

oeste. Por muito tempo a igreja não só deduziu, como afirmou com convicção que tudo isso

ocorria porque Deus nos fez no centro do Universo, como criaturas únicas e privilegiadas.

Quem ousasse questionar a igreja era considerado pecador. Hoje em dia sabe-se, comprovado

cientificamente, que a Terra gira em torno do Sol. O idealizador desta tese fora Galileu,

ameaçado de morte por ter sido considerado um pecador pela igreja por ter quebrado a

estrutura principal do homem no centro do Universo.

-A criação instantânea da Terra: a igreja impõe ainda hoje que o planeta Terra tenha sido

criado de repente. Isso é absurdo. O planeta Terra, comprovado cientificamente pelos

cientistas, surgiu junto com o sistema solar, a quatro bilhões e meio de anos, sendo nada

menos que o agrupamento de sobras da nebulosa (grande nuvem de gás e poeira a altíssima

temperatura) que envolvia o Sol. De início a temperatura era extremamente alta em sua

superfície. A água em estado de vapor, encontrada em abundância na atmosfera primitiva por

causa da grande atividade dos vulcões, passou para o estado líquido, possibilitando a formação

dos oceanos.

-A origem instantânea das plantas e dos animais: a igreja impõe ainda hoje que as plantas e os

animais tenham surgido de uma simples "ordem divina", na qual Deus criou primeiramente as

plantas e logo após os animais. Mas os cientistas já mostraram que o mais provável foi que a

dois bilhões de anos a vida se originou, inicialmente com o aparecimento de moléculas

orgânicas muito simples. Na realidade, essas moléculas eram apenas aglomerados de matéria

orgânica, formados a partir de combinações de substâncias existentes na atmosfera. Essas

combinações foram provocadas pela energia dos raios ultravioletas do Sol e pelas descargas

elétricas dos raios durante as tempestades, muito freqüentes nesse período.

As principais moléculas orgânicas formadas nestas condições combinaram-se entre si e deram

origem a outras substâncias chamadas proteínas. Muitas moléculas de proteínas foram se

juntando e se transformando, dando origem aos coacervados. Depois de muitas modificações

e alguns milhões de anos, os coacervados transformaram-se em seres unicelulares. A partir

daí, através de adaptações ao meio, mutações e seleções naturais, enfim, através do ciclo

evolutivo, tem-se toda a variedade de animais e plantas uni e pluricelulares existentes.

Inclusive o homem.

-A origem instantânea do ser humano: a igreja considera que o homem (Adão) tenha sido

criado primeiro que a mulher (Eva), sendo o ser humano líder do mundo, o qual foi criado

especialmente para ele. O ser humano para a ciência, comprovado cientificamente, fora

resultado de uma grande e complexa evolução dos seres vivos, já visto na passagem anterior.

O ser humano fora alvo do ciclo evolutivo, possuindo um antepassado em comum com todos

os outros animais existentes. O Pliopithecus, primata parecido com o atual gibão (espécie de

macaco), é considerado um ancestral em comum do homem, do chimpanzé e do gorila, sendo

que ele surgiu a mais de 23 milhões de anos atrás.

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O Ramapithecus, um dos primatas primitivos mais parecidos com o homem, é considerado

como o mais primitivo dos ancestrais do homem em linha direta, tendo surgido a mais de 14

milhões de anos atrás.

Foi comprovado cientificamente que a Terra gira em torno do Sol e que o Universo não surgiu

no mesmo dia em que a Terra. Em um discurso de 1992, o papa João Paulo II afirmava:

"Desde o início da Era do Iluminismo até os nossos dias, o caso Galileu tem sido uma espécie de

'mito' em que a imagem fabricada a partir dos acontecimentos está muito distante da

realidade. Nessa perspectiva, o caso Galileu simbolizava a suposta rejeição do progresso

científico por parte da Igreja Católica, ou o obscurantismo 'dogmático' em oposição à livre

busca da verdade. O erro dos teólogos da época, quando sustentavam a centralidade da Terra,

era pensar que nossa compreensão da estrutura do mundo físico fosse de alguma forma

imposta pelo sentido literal das Sagradas Escrituras."

O papa afirma que a imagem que nós temos da posição da Igreja naquela época

supostamente(?) rejeitava o progresso científico. Quer dizer que ela sempre orientou a livre

busca da verdade, mesmo contrariando as Sagradas Escrituras? Impossível de crer.

Não há dúvida, no entanto, de que o fato de a Santa Inquisição levar o idoso e enfermo Galileu

para inspecionar os instrumentos de tortura nas masmorras da Igreja não só admite, como

requer exatamente essa interpretação: o medo da discussão e do debate. Censurar as visões

alternativas e ameaçar os seus proponentes com a tortura revela uma falta de fé na própria

doutrina e nos paroquianos que estão sendo ostensivamente protegidos. Por que foram

necessárias as ameaças e a prisão domiciliar de Galileu? A verdade não tem meios de se

defender quando confrontada com o erro?

Muitos achavam que Copérnico e Galileu não tinham boas intenções e eram corrosivos para a

ordem social. Na realidade, qualquer desafio, vindo de qualquer fonte, à verdade literal da

Bíblia poderia despertar tais interpretações. Não é difícil compreender que a ciência tivesse

começado a deixar as pessoas nervosas. Em vez de criticar aqueles que perpetuam os mitos, o

rancor público se dirigia contra os que os desacreditavam. Muitas passagens da Bíblia ainda

são aceitas pelas seitas e pelos indivíduos ao pé da letra. Como indentificamos as passagens

com sentido literário ou sem sentido literário? Caso admitamos a existência de erros nas

Escrituras, como pode a Bíblia ser um guia infalível da ética e da moral? Será então que as

seitas e os indivíduos podem aceitar como autênticas as partes da Bíblia que lhes agradam e

rejeitar as incovenientes e incômodas?

Mas por que desejaríamos pensar que o Universo foi feito para nós? Por que é tão atraente

esta idéia? Por que a alimentamos? A nossa auto-estima é tão precária que precisa de nada

menos que um Universo feito sob medida para nós? Não seria muito pouca humildade de

nossa parte?

Capítulo 5

Sobre os poderes da mente

Durante alguns trechos do texto, o leitor pôde observar que nós, autores, acreditamos que a

mente possui um poder extraordinário. E é verdade, nós cremos em tal. E a ciência também

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estuda esses fenômenos. Como estes são muito utilizados para induzir às pessoas a

acreditarem numa consciência Superior(velha história: associam algo que não compreendem a

Deus) , nós concluímos que deveríamos colocar algumas palavras sobre os Poderes da Mente,

para que o leitor tenha acesso a um resumo das informações sobre esses poderes.

As capacidades para sensibilidades psíquicas e mentais intensificadas são muitas vezes

amontoadas numa única categoria, "intuição", e a elas referem-se como o sexto sentido.

Discordamos desta categoria pois, na realidade, parece que existem sete sentidos psíquicos,

além dos cinco normais (visão, tato, audição, olfato e gustação), e destes se vale o corpo e a

mente humana para a percepção. A percepção que ocorre nestes sentidos em geral tem a

denominação de "extra- sensorial". Os sete sentidos psíquicos que já foram discriminados

(pode ser que existam outros mais, ainda ignorados) são:

1 - Telepatia - habilidade para comunicação com outra mente, sem o uso de quaisquer dos

cinco sentidos básicos.

2 - Precognição ou captação de futuro - habilidade para perceber informações no futuro.

3 - Retrocognização ou captação de passado - habilidade para perceber acontecimentos e

informações anteriores no tempo

4 - Clarividência - habilidade para perceber acontecimentos e informações distantes

diretamente, sem a mediação de nenhuma outra mente ou artigo.

5 - Empatia de vibração - habilidade para desempenhar atividades sensoriais tais como

adivinhação, leitura de auras, viagem astral, cura, localização de objetos perdidos.

6 - Psicometria - habilidade para tocar uma coisa qualquer e sentir seu relacionamento com

pessoas, com o tempo, etc., inteiramente através do contato com este objeto.

7 - Psicocinese - habilidade para influir na natureza da matéria física sem nenhum contato

físico, exclusivamente valendo-se dos poderes mentais.

Gostaríamos de enfatizar nossa crença no sentido de que a concretização de habilidades

psíquicas ou extra-sensoriais não é uma coisa necessariamente mágica ou mística. Ao

contrário, como se dá com todas as habilidades e potencialidades humanas, estes talentos

encontram-se entre os poderes amplamente não utilizados que existem dentro do

corpo/mente humano normal, aguardando para serem descobertos.

Acreditamos que a razão pela qual só estamos parcialmente ativos nesta região vital do

corpo/mente é o fato de termos desenvolvido determinados modos de perceber, pensar,

imaginar, que, embora sejam altamente funcionais, também são propensos a limitar visões e

pensamentos mais ampliados. Da mesma forma como seguramente limitamos nosso âmbito

de movimentação física à medida que envelhecemos e encouraçamos nossa musculatura,

também limitamos nossos poderes mentais escravizando-os dentro de medos, conflitos

intelectuais e crenças limitadoras.

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Capítulo 6

Faz mal não acreditar em Deus?

Muitas pessoas afirmam que nós não podemos deixar de acreditar em Deus, porque o homem

deve se segurar numa força superior, pois senão se verá muito frágil e não terá consolo nos

momentos críticos. Afirmam que quem não acredita em Deus não é feliz. Puras ilusões.

Desde quando acreditar em algo não verdadeiro(assumindo que é possível a inexistência de

Deus) faz bem? Não podemos acreditar em algo só porque este nos faz bem. Aliás, é

impossível que a crença em algo incorreto possa só nos trazer benefícios. Por exemplo: se

pensarmos que todos os homens são "bons" e não existem assaltos, isso nos trará menos

medo, mais confiança. Concordamos que tal é um benefício. Porém, por outro lado, não

tomaremos medidas contra crimes, estes se proliferarão extraordinariamente rápido. Fechar

os olhos à realidade nunca será o caminho certo.

Continuando, nós concordamos que o homem deve procurar apoio numa "força superior".

Todavia, discordamos que essa força tenha que ser Deus. Devemos procurar a explicação de

tudo, pois só assim eliminaremos a fome, a miséria e as doenças do mundo. Foi assim que se

descobriram a lâmpada elétrica, o telefone, a cura de doenças, a radioatividade, a circulação,

os vírus e as bactérias, os avanços genéticos, entre outras maravilhas.

Quanto mais nós pesquisarmos, menores serão os nossos males. Menor será o número de

doenças que nos afligem. Menor será nosso sofrimento. Contudo, caro leitor, o nosso texto

não provou que Deus não existe. O propósito principal foi mostrar que é impossível provar a

existência Dele: em outras palavras, para a ciência, Deus não tem valor. Apesar de não ser

possível provar a existência de Deus, o leitor pode perfeitamente concordar com nosso texto e

crer em Deus. É uma escolha pessoal. Assim como nós, os autores, não acreditamos em Deus,

cada um possui o livre arbítrio de acreditar ou não Nele. Nós só achamos que, já que não é

possível mostrar a existência Dele, não há razão para acreditarmos que Ele exista.

Concordamos que acreditar em Deus faz bem. Há pessoas que param de beber, fumar, roubar,

matar, se prostituir somente na fé em Deus. Mas pense bem: a ciência não pode fazer as

mesmas coisas, com remédios contra vícios, esclarecimentos e conhecimentos? Enfim, mesmo

que o leitor não concorde com este texto, nós também tentamos incutir o leitor o propósito de

questionar. Lembre-se:

"Questionar é evoluir".