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PÁRA. LÊ... DEVOLVE. QUEM FAZ O ANDANÇAS? EMENTA Almoço Vegetariano Massa à Chinesa Almoço Omnívoro Arroz à Valenciana Jantar Vegetariano Feijoada c/ Feijão Preto Jantar Omnívoro Bifinhos c/ Cogumelos e Massa METEOROLOGIA Nublado 24 0 / 18 0 bado: Chuva - 21 0 /17 0 4 5 de Agosto 2011 | Sexta-feira

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pára. lê... devolve.

Quem fazo andanças?

ementa

almoço vegetarianoMassa à Chinesaalmoço omnívoroArroz à Valenciana

Jantar vegetarianoFeijoada c/ Feijão PretoJantar omnívoroBifinhos c/ Cogumelos e Massa

meteorologia

Nublado240/ 180

Sábado: Chuva - 210/170

nº 45 de Agosto 2011 | Sexta-feira

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voluntariado

O Ano Europeu do Voluntariado (AEV) é uma celebração do compromisso de milhões de voluntários europeus que, nos tempos livres, trabalham de forma gratuita nas suas comunidades. Os esforços destes voluntários e dos vários milhares de organizações de voluntariado fazem, de muitas formas, uma enorme diferença nas nossas vidas. O AEV é também um desafio para os três quartos da população europeia que não participam em qualquer actividade de voluntariado. E tu, voluntarias-te?

voluntariarSegundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...”

O voluntário pode ser definido enquanto actor social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de carácter religioso, cultural, filosófico, político, emocional. Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, participante e consciente, diferenciamos o seu grau de comprometimento: acções mais permanentes que implicam maiores compromissos requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma “profissionalização voluntária”; e acções pontuais, esporádicas que mobilizam outro perfil de indivíduos.

diz-me tu ó voluntário, o Que é o voluntariado?Voluntariado é ter oportunidade para experienciar situações muito diversas. Esta é uma resposta que obtive de uma pessoa com uma prática constante de voluntariado, mas inúmeras outras poderiam responder a esta questão. Como esta: Voluntariado é uma forma de dar e receber.

experienciar, dar e receberQuando te voluntarias, dás uma parte de ti, o tempo, a tua energia, capacidades, habilidades e até as tuas emoções. Dás, seja pelo ambiente, pela comunidade, ou pelo planeta. Dás, seja através de ONG, de uma instituição de solidariedade, de um grupo activista auto-organizado, ou de um evento ou festival. Dás, sempre em prol de uma causa, porque a consideras relevante, importante, urgente, primordial, necessária, mas sempre digna. Digna também de ajudar, mas mais que isso, pois voluntariado não é apenas ajudar,

é contribuir para transformar, pelo que acreditas, e dando o melhor de ti – participar – abrires-te a um mundo de surpresas constantes, e receberes muito mais do que aquilo que poderias imaginar.

Ao integrar uma experiência de voluntariado podes desenvolver as tuas capacidades e adquirir experiência profissional, mas a experiência enquanto voluntário aporta também a possibilidade de desenvolvimento pessoal. Ao analisar os motivos que levam ao trabalho voluntário, descobrem-se dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.

Há quem fale ainda de voluntariado pela carreira, e de voluntariado pelo coração. Independentemente das categorizações possíveis, a verdade é que o voluntariado, ou seja, aquilo que é talvez simplisticamente descrito enquanto desenvolvimento de actividades voluntárias, é algo que se pode tornar parte inerente de toda a tua vida, indo para além de uma experiência momentânea, ou definida no tempo por quatro horas diárias durante uma efusiva semana de festival dançante. É algo que te pode ajudar a tomar decisões futuras, e que pode até trocar as voltas ao caminho que imaginaste para a tua vida.

Sara Correia

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Eu sou a Cláudia , e vim este ano pela primeira vez ao Andanças. Mas como o voluntariado me está no sangue, decidi também inscrever-me como voluntária e cá estou eu! Esta semana tenho conjugado duas das minhas paixões: Voluntariado e Ecologia, e tem superado todas as minhas expectativas. O voluntariado faz parte da minha vida desde 2007, quando viajei até à Guiné Bissau, como voluntária da Fundação João XXIII e desde então não parei de me envolver nos projectos já existentes e mais recentemente criei a primeira Biblioteca de Ondame (região do Biombo),com bastante sucesso. Para mim, o voluntariado é uma forma de estar na Vida; todos temos muito para dar, de diversas formas, basta pensar um pouco e olhar à nossa volta. É uma forma de ser útil, de conviver com outras realidades, de partilhar o melhor de nós e assim também recebermos o melhor dos outros, pois é dando que se recebe.

Por isso, quando pensei vir ao Andanças e soube que se podia vir como voluntária, nem hesitei, inscrevi-me logo! Acabei por ficar na Equipa da Recolha Selectiva, onde posso contribuir com a minha experiência profissional na área dos Resíduos/Gestão Ambiental, cuidando deste local mágico que é o espaço do Andanças (Recinto, Campismo, Feira, Espaço Pausa) acarinhando-o e fazendo com que este se torne um verdadeiro lar para os que nos visitam.

Este é um trabalho de equipa, só possível graças à inter-ajuda e à boa vontade de todos (voluntários e participantes) e o meu trabalho aqui seria ainda mais gratificante se todos me ajudassem nesta tarefa! Cada vez que vejo uma embalagem no contentor azul ou plásticos no contentor

preto, fico desesperada! Ou há muita gente distraída ou muitos daltónicos! :)

ora vamos lá recapitular:Contentor Azul – Papel ou cartão LIMPOContentor Amarelo – EmbalagensContentor Verde - VidroContentor Preto – Lixo Indiferenciado (dica: em caso de dúvida, coloque neste! ;) )Contentor Castanho – Lixo Orgânico (comidinha, copinhos e guardanapos de papel sujos)

cuidar do planeta é cuidar de nós próprios; pois nós e ele somos um só.A equipa da Recolha Selectiva tem esse papel. Tem um papel de educador e de transformador e elevador de consciências: quando educamos para a separação dos resíduos, quando colocamos os ecopontos em locais estratégicos, quando os limpamos, quando recolhemos diariamente os resíduos e quando trabalhamos com os parceiros locais para que a nossa pegada ecológica global seja o mais reduzida possível. É um privilégio e uma grande aprendizagem fazer parte desta grande organização. Levo daqui igualmente muitas ideias para os meus projectos na Guiné Bissau, principalmente ao nível da reutilização e recuperação de materiais e do uso dos fornos solares, e penso já no tema do meu próximo projecto, quando lá voltar para o ano.

Cláudia(Ecovoluntária)

Ecovoluntariado

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Olhar, sorrir e fotografar. Com espontaneidade, até sem experiência, só por diversão. É assim que se lomografa, algo que os andantes podem voltar a fazer hoje e amanhã na oficina The Future is Analogue. Por definição, pode se dizer que a Lomografia é uma fotografia produzida por uma câmara automática, de alta sensibilidade, capaz de registar cor e movimento sem necessidade de flash. A sua história é curiosa. Começou na antiga URSS onde um general amante de fotografia achou que era boa ideia produzir, em série, máquinas pequenas e compactas para documentar o estilo de vida soviético. Estas espalharam-se pelo mundo para lá da cortina de ferro, e só em 1991 é que dois jovens vienenses descobrem a Lomo em Praga. Levam a máquina para a Áustria e iniciam a Lomomania. Quatro anos mais tarde, forma-se a Sociedade Lomográfica e a primeira Lomoembaixada.Em Portugal o cenário foi diferente. Vinda de Londres, a máquina foi apenas lançada em 2000. Jorge Taveira, representante da Embaixada Lomográfica de Lisboa, conta que a arte de lomografar “começou com uma brincadeira

de fotografias, exposições, concursos. A ideia central da fotografia era captar coisas inesperadas, fotografar sem pensar, fotografar aquilo que nós gostamos na vida.” A espontaneidade é a base desta arte. Para Jorge, “a espontaneidade existe em cada um. Não deixar adormecer as coisas, procurar um bocadinho mais e aprender mais sobre elas. A lomografia é isso.” Com a evolução apareceram novas máquinas, começou-se a controlar a fotografia. Já há algum cuidado a pensar o tipo de luz, a distância. Mas com o mesmo sentido: “sem pensar muito, tentar apanhar as coisas rapidamente.”Por onde pode, então, um leigo iniciar-se na lomografia? Jorge Taveira aconselha a Supersampler, que capta quatro momentos diferentes na mesma fotografia. A Fisheye (olho de peixe) também é uma boa opção para principiantes. Só “depois de adquirir mais técnicas como a multi-exposição ou o flash colorido, surge o momento ideal para passar para a Diana F+ ou a Rocket”.Neste momento há, no país, uma embaixada em Lisboa e outra no Porto. O fenómeno tem, sem dúvida, atraído

lomomaníacos em carvalhais

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la revancha del tango

10 regras de ouro

da lomografia. 01 . Leva a tua Lomo onde quer que vás.

02 . Usa-a a qualquer hora do dia ou da noite. 03 . A Lomografia não interfere na tua vida,

torna-se parte dela. 04 . Aproxima-te o mais possível do objecto a fotografar, se assim o desejares. 05 . Não penses …… lomografa. 06 . Sê rápido. 07 . Não precisas de saber antecipadamente o que fotografaste.

08 . Nem depois. 09 . Fotografa a qualquer ângulo.

10 . Não te preocupes com quaisquer regras.

muitos portugueses. Reflexo disso são os quase treze mil fãs no facebook e uma mailing list de trinta e cinco mil pessoas, revela Jorge Taveira. A actividade lomográfica não pára. Workshops, concursos, exposições, há sempre algo a acontecer. Uma das chaves do sucesso da Lomo é, sem dúvida, a qualidade das imagens. O representante da Embaixada Lomográfica afirma que “a qualidade do digital não está tão boa como o rolo.” E, “como é uma coisa despreocupada, as pessoas acabam por experimentar.”Em termos de custos, existem máquinas a partir dos trinta euros, podendo as mais complexas atingir os duzentos euros. Cada rolo custa quatro a cinco euros, e a revelação está dentro do mesmo preço. As Lomo podem ser adquiridas nas lojas das embaixadas, em Lisboa e no Porto, ou online. Por vezes também podem ser encontradas na FNAC ou, esporadicamente, noutros locais, como o Andanças.Na oficina de lomografia do Andanças os participantes lomografam, por mais de uma hora, andantes e andamentos com as máquinas emprestadas. Basta fazer a inscrição e comprar um rolo de fotografia (de preço inferior a dez euros). No dia seguinte é só ir à banca das actividades paralelas buscar as imagens já reveladas. Não há nada como a expectativa de ver uma fotografia pela primeira vez em mão. Depois de disparar a máquina trinta e seis vezes um dos participantes, Hélder Ribeiro, olha para o flash da Diana Mini e confessa ter adorado. É sempre bom “voltar a viver a experiência de tirar uma foto e não saber o resultado.” Depois de anos agarrados às máquinas digitais, o analógico passou a ter um encanto especial. Se calhar até é verdade, and The Future is Analogue.

Bárbara Abraúl

Tango. Sabemos o que é. Imagens difusas de mulheres em atitude a oscilar entre o fatal e o submisso. Movimentos vigorosos, entre o declarativo e o ambíguo. Uma dança que se dança com o olhar. Com o não-dito que pode haver num olhar. Códigos de interpretação, no fundo. O novo tango é de reinterpretar. Pegar no imaginário que existe antes e reinventá-lo. Uma pista: basta que o nosso imaginário evoque o som de Gotan Project. Para perceber de intuição o que será isso do novo tango. La revancha del tango. Compassos francos, plenos. Corpos que tentam ser um. E não conseguem. Porque não dá. Não é uma possibilidade, essa de dois corpos serem um. Mas quase lá. Pela dança. Por esta, que se pode dançar hoje no Andanças. A partir das 10.45, vai dar para essa e outras metáforas. Há-de haver muitas imagens de corpos a tentar dizer o que não se consegue dizer inteiramente. Algures num lugar onde os olhares vão conter as mensagens subliminares que quisermos. Intensificadas pela música. Pelos movimentos. Pelo imponderável que surge, quando dançamos.

Marisa Queirós Araújo

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[opinião]

Ah, voluntariado, voluntariado… Esse hidromel para a consciência! Aqui, voluntário no Andanças e todo no espírito da coisa, dou por mim a levitar e a recordar experiências passadas. E olha, não me contenho: vou partilhá-las contigo!

Tudo começou quando quis acabar com a fome em Lisboa. Então juntei-me a duas associações e fui distribuir sopinha e roupinha pelos sem-abrigo. Uma delas consegue juntar no seu símbolo pavoroso umas correntes e uma cruz de cristo. A outra escondia essa parte e depois impingia bíblias e encontros na igreja no dia seguinte. Oh!, caridade religiosa, esse velho e infalível truque sujo: aproveito-me da necessidade que tens (comida? escola? hospital? – a gente dá!) para te converter para a minha seita. Vamos embora!Depois, levantei a cabeça e quis acabar com a fome no país

inteiro. O clássico: banco alimentar! Ano após ano, que grandes noitadas no armazém em Alcântara, e que belos longos dias no Continente de Alfragide! “Oh amigo, vá lá dentro, compre umas coisas a mais e traga-as cá, que a gente tá praqui a acabar com a fome!” Expressão gira: “compre mais”, dar mais dinheiro ao hipermercados! Os mesmos hipermercados que têm como único fim manter o lucro pornográfico dos donos, e que em nome do lucro ficam com a fatia que devia caber aos produtores, destroem o comércio local, exploram centenas de trabalhadores e deitam todos os dias toneladas e toneladas e mais toneladas de comida boa fora. Acabar com a fome suportando o próprio sistema que a cria… Siga!

Mais tarde, mais maduro também, quis acabar com a pobreza em África. E então parti para o voluntariado típico

das ONG. Coisa simples de explicar: um avião leva um branco até África, o branco dá umas formações aos pretos e outro avião traz o branco de volta ao nosso mundo civilizado e esterilizado. É que o branco, como se sabe, tem tudo para ensinar e nada para trazer de lá – sem ser, claro, roupas coloridas e bibelôs para a sala de estar.

Por fim, quis foi viver ao rubro a cidadania europeia. Então fiz o “serviço voluntário europeu” (é preciso  habituar  a maltinha  desde cedo a saltitar pela Europa, de um sítio em sítio  segundo o que dê mais dinheiro aos patrões). Não só fazes voluntariado como ainda levas uma lavagem cerebral da União Europeia. Ah e tal e não há fronteiras e a diversidade é muita nice. Pequeno detalhe, ainda assim curioso, que ao meu lado construam prisões para imigrantes “ilegais” (quem nasce na Europa é uma pessoa, quem nasce fora chama-se ilegal) e cada dia que passa morram dez pessoas por causa da Europa-fortaleza – dos afogamentos

no Mediterrâneo aos suicídios nos centros de expulsão. Bora lá curtir essa Europa!

Agora, deixa lá o Andanças acabar para organizar a minha vida. Queria algo tipo trabalhar num banco, ir ao ginásio às terças e ser voluntário no hospital às quartas. É que, sabes, há tantas pessoas respeitáveis que me fazem seguir este caminho, ser a mudança que quero ver, yes we can, pá! Ele é políticos, gestores, padres, profissionais do terceiro sector… todos juntinhos num coro caloroso: “Não desligues a televisão, não comeces a pensar, não questiones o capitalismo, não pares de consumir. Mas vem daí rapaz, toca a voluntariar, que o mundo não se muda sozinho!”

Francisco Pedro

sê a mudança Que Queres ver,

pá!

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Às 4h30 Parassini acorda, às 5h ouvem-se os tuc-tucs (mini táxis de três rodas), às vezes a flauta do rapaz que vende bananas e cigarros, alguém a gritar “chai” e os tambores no templo Hindu onde começam os rituais. Parassini é uma pequena aldeia que se enche de peregrinos, devotos de um deus que durante o Theyyam reassume a forma humana e concede protecção aos seus devotos. Situa-se em Kerala, no Sul da Índia, região que se auto-intitula como “God’s own country”. Partilho um quarto com 2 voluntárias de Itália e da Coreia do Sul, com uma família de lagartos e outros visitantes não humanos que de vez em quando entram sem pedir licença. Receberam-nos com jasmim branco, igual ao que as mulheres indianas colocam nos seus cabelos longos, negros e bem tratados, em dias festivos.

Estamos uma zona rural, no meio de florestas de coqueiros, perto de um rio e à distância de um trajecto de vinte minutos no autocarro local (que é uma aventura diária) e vinte minutos de caminhada da St Mary School. Somos vinte, Europeus, Americanos, Canadianos, Coreanos e Australianos. Viajámos para fazer voluntariado. Nesta escola, de inspiração católica, convivem quase todas as religiões do mundo: maioritariamente Hindus, Cristãos e Muçulmanos, mas também há Jainistas, Parsis e um Budista. Na escola, vestem todos igual. Fora da Escola, os seus diferentes locais de culto, por vezes tão próximos uns dos outros, também convivem pacífica e respeitosamente. São muitas crianças, na escola usam sapatos, que retiram imediatamente após a saída do portão. Abordam-nos sem grandes inibições e têm olhares onde cabe o mundo inteiro. Almoçam no chão. Aqui come-se com as mãos, por cultura e porque não altera tanto o sabor dos alimentos. No

caminho para a escola cheira a ananás maduro. Está muito calor. A terra avermelhada e cor de canela, os diferentes tons de pele e os saris vivos das mulheres criam uma palete de cores quentes e todos os sentidos são estimulados: a maioria

das vezes acariciados, algumas vezes açoitados.

Para nós voluntários, o dia começa às 6h00, com duas horas e meia de Yoga.

Segue-se o pequeno almoço bem condimentado. Com as crianças dinamizamos actividades de educação não formal e aulas de Inglês básico. À tarde reabilita-se o espaço exterior da escola e cria-se um mural temático. Aos curiosos, o Professor

Anand ensina sobre medicina Ayurvédica e há tempo para

explorar a região. Janta-se chapati com caril, participa-se na vida local

e…os dias que começam cedo, também terminam cedo…

Este projecto de voluntariado de curta duração foi promovido pela Organização Não Governamental FSL – Índia que também coordena projectos de longa duração. Participar permitiu-me viver experiências às quais dificilmente teria acesso enquanto turista.

Relativamente à Índia, é caso para dizer: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”, mas de uma forma muito profunda. Um país enorme, de contrastes, uma cultura riquíssima cheia de espiritualidade, mais de um milhão de deuses, mais de vinte línguas e, se é certo que existe uma lista de problemas sem fim, é certo também que esta parte do mundo tem muitas lições para dar ao Ocidente…

Helena

há um templo em cada autocarro

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a importância de uma escolha Conversamos à volta da fogueira. Apagada, a meio da tarde, mas acesa na expressão de Nelito quando fala dos seus miúdos. Os seus miúdos são os voluntários do Andanças integrantes do Programa Escolhas, que visa promover a inclusão social de jovens provenientes de contextos socioeconómicos desfavorecidos. Nelito é o assistente permanente dos coordenadores do programa, que tem em 2011 a sua segunda parceria com o Andanças. “É um conceito excelente, que permite englobar crianças que vivem à margem destas realidades”. O convívio com várias pessoas e culturas abre-lhes horizontes. Inicialmente temia-se algum choque ou segregação, mas essa preocupação rapidamente se esfumou. “Dois dias depois são todos amigos uns dos outros. Fora do seu ambiente, integram-se perfeitamente”. Daí Nelito sublinhar a importância de apostar na reinserção social. “Devia-se apostar muito mais, acredita”. E faz-me acreditar, com uma única história:No ano passado vieram 12 jovens (entre os 9 e os 17) de um bairro açoriano problemático, no âmbito de um projecto de breakdance. O facto de ser um festival onde toda a gente anda à vontade e sem grandes preocupações, deslumbrou os jovens, que efectuaram vários roubos, no campismo e no recinto. Foi efectuada queixa. A GNR veio ao Andanças e reuniu os pequenos larápios. Foram-lhes dadas duas hipóteses: Ou eram expulsos ou se redimiam, devolvendo tudo e integrando a equipa do Andanças. Optaram pela segunda. Nelito tomou conta do mais velho, “o cabecilha”. “No primeiro dia veio ter comigo numa pose de durão, como quem se está a marimbar para tudo”, revela. Não demorou muito a amolecer. Passado uma hora, Nelito arrancou-lhe um sorriso. “Ele usava uma máscara, uma máscara terrível, mas deixou-a logo cair”. O cabecilha permanecia ao lado de Nelito da manhã à noite. Primeiro por imposição. Depois por espontânea vontade. “Não me largava por nada, queria ajudar no que fosse preciso, sentir-se útil”. Pelo meio de muito trabalho, conversaram sobre muitas coisas. Respeito mútuo, drogas, uso do preservativo. “Sinto que consegui

chegar a ele, que contribui um bocadinho para a sua consciencialização”. Na última noite, o cabecilha teve as honras de acender a fogueira do recinto. “Rodeado por uma multidão com os olhos fixos no seu trabalho, reparei que foi um momento significativo para ele. Sentiu-se útil, admirado. Sentiu-se bem”. Nelito não teve oportunidade para se despedir do cabecilha. Ausentou-se. Mas quando chegou à sua tenda encontrou à sua espera uma garrafa de licor açoriano.“Eles apenas precisam de uma oportunidade. De sentir que fazem parte de algo, de um núcleo. Tudo muda a partir daí. Todos nós passamos a vida a julgar, mas esquecemo-nos sempre que sem uma oportunidade ninguém é o que pode verdadeiramente ser”. Relembra várias situações onde os seus miúdos integram actividades onde fazem uso da criatividade, a envolvência nos workshops, o comum pedido de aumento de horas de voluntariado, a minuciosidade com que abraçam as funções. “Ontem um deles ligou-me às duas da manhã a dizer que estava alguém a fumar nos palcos, que é proibido, e que estava a ignorar os seus avisos. Queria saber o que deveria fazer”, diz Nelito, sorridente com o zelo do jovem voluntário.Igualmente Zelosa é Iva (14), de Lisboa, que estava sentada ao seu lado. Acabou de sair, após ter respondido com um enorme sorriso e um “queres que te leve lá?” a um menino que lhe perguntava onde era o C2. Antes disso, já partilhara connosco o quanto estava a adorar a experiência, os “novos amigos”, as “danças”, “as coisas que estava a aprender” e as “óptimas condições do festival”. “Sinto-me bem. Segura. Em casa”, confessara.Nelito acredita nisso. Que os jovens levam daqui a música, a dança, o convívio, a consciência ecológica, a confraternização e o sentimento de utilidade na sociedade. Partilha um desígnio que gostava de ver implementado na próxima edição. “Que todas as equipas do Andanças tenham pelo menos dois voluntários do Programa Escolhas”.

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simpatia dinâmica Carla Sousa (22) é uma das Coordenadoras do Programa Escolhas, com quem Nelito lida diariamente. Simpaticamente, corrige-me a designação: “Dinamizadora comunitária”.Um dinamismo onde é estabelecido um elo de ligação entre alunos, familiares e escola. “Sinalizamos e minimizamos também todo o tipo de comportamentos de risco”.Há um dinamizador por cada dois jovens do programa. Seis dinamizadores, 12 jovens.Carla defende o aumento desse número. “É uma experiência única, enriquecedora para nós e para os jovens. Todos tínhamos a ganhar com um alargamento”. Uma das suas jovens é Teresa, 17 anos, Lisboeta. Confessa que o Andanças é diferente de tudo o que tinha imaginado. “Superou todas as expectativas. É muito giro e diversificado. Adoro os workshops”. Uma ligeira pausa. O jornalista reconhece-a. Foi cúmplice de um caricato episódio na cantina. Na fila, o jornalista esfomeado ouviu a menina à sua frente comentar que não ia querer a alheira. “Não te importas de pedir e depois passas para o meu prato?”. A jovem simpaticamente acedeu. “Foste a minha cúmplice no tráfico da alheira!”, relembra o jornalista. A curiosa coincidência semeia algumas gargalhadas. Recomposta, Teresa prossegue: “As danças, com gente de tantas culturas diferentes, vão ser a melhor recordação que vou levar daqui”. A Carla acrescenta: “Não te esqueças da noite magnífica na tenda 6!”. Teresa ri-se, envergonhada. É palpável a cumplicidade da dinamizadora com as jovens voluntárias. Antes de se despedir, envolta no habitual dinamismo e simpatia, partilha o que o Andanças significa para ela: “Um pedacinho do mundo”.

voluntariado hereditário

O Guilherme já anda nestas Andanças desde bebé. A sua mãe, Diana Mira, fundou a Pédexumbo e trabalhou como voluntária no festival durante oito anos. Agora é a vez do rebento, que aos 12 anos se estreia no voluntariado. Revela estar a adorar a experiência. Pediu, inclusivamente, para aumentar o período de trabalho. E para permanecer numa equipa fixa, onde os laços criados se reflectem na produtividade. “Gosto imenso do espírito de equipa do pessoal. Dão-se todos bem, sabem conversar, somos um grupo porreiro ”. Guilherme trabalha na abertura de palcos. Limpar, varrer, apanhar o lixo deixado pelos artistas são algumas das suas tarefas. Por vezes têm ajudantes, como ontem, onde um individuo cheio de boa disposição alcoólica logo pelas oito da manhã - “ou ainda” – acrescenta o jovem vivaço – insistiu em dar uma ajuda. “Ele dizia que queria revolucionar o acto de varrer”. A revolução incluía varrer contra o vento, dividindo o palco em dois, ou ao ritmo da música. E a cantar. “Cantava tudo o que se lembrava da noite anterior”.E são esses episódios que ficam, onde a diversidade do espírito humano marca presença diária, como se ela própria usasse uma pulseira colorida. Guilherme confessa admirar o Andanças precisamente pelo festival atrair “todo o tipo de gente, de todos os cantos do país e do mundo”. Destaca ainda a diversidade musical e as danças. “É diferente. Simplesmente diferente”. Com discurso corrido, espírito espevitado para a idade e t-shirt do Hard Rock Cafe, Guilherme movimenta-se pelos palcos com imensurável à vontade. Denota uma certa exultação na natureza das suas funções, bem patente quando aborda pessoas no festival com fita azul nos pulsos e lhes pergunta:” Também és voluntário?”. Sublinha que não quis ser voluntário só para ter acesso grátis ao festival ou almoços grátis. “Nem sequer sabia das regras. Só queria participar”.

Victor Melo

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Hugo Osga, mais conhecido por Osga ou Osguinha no MySpace, já faz parte da mobília do Andanças.

Fervoroso defensor do festival, é o exemplo de um artista orgulhoso por vir ao Andanças encontrar a sua família. Entre os Mu, Karrossel e Homens da Luta, Osga contou ao Jornal Andanças como é ser artista no festival.

Já és voluntário no Andanças há bastante tempo.Sim. Como artista, há uns sete anos talvez. Já perdi a conta dos anos. Eu venho ao Andanças desde o primeiro em São Pedro do Sul, na Fraguinha. Nas primeiras vezes não como artista, e há uns sete ou oitos anos com uma série de projectos. Mu, Karrossel, os Balbúrdia, este ano também com os Homens da Luta. Todos os anos venho cá com muitos grupos, já cheguei a fazer cinco concertos na mesma noite. É sempre um prazer estar por cá.

São só concertos, não dás oficinas?Já fiz algumas oficinas. Quer dizer, com os Karrossel fazemos uma oficina de danças tradicionais portuguesas, mas a Diana é a monitora das danças eu estou como músico no palco a tocar. E já dei um workshop aqui, há três ou quatro anos de Didgeridoo.

Como é ser artista e voluntário no Andanças?De certa forma é juntar o útil ao agradável. Porque estarmos aqui num projecto como voluntário é também um investimento do nosso grupo. Eu acredito que o Andanças é uma montra absolutamente espectacular para os projectos que têm certas características musicais. Seja uma música tradicional, folk,world music, música para baile. Aqui é realmente o ponto de encontro do país para as pessoas que gostam desta onda musical, deste espírito. É o maior ponto de encontro de Portugal e um dos maiores da Europa. Ao vir cá tocar, apesar de não sermos remunerados e fazermos de facto um trabalho voluntário, há também um investimento do nosso grupo. Temos a oportunidade de estar nestes palcos, nas tendas e no palco alto, a mostrar o trabalho que desenvolvemos durante o ano a este público super quente e caloroso.

Tocar no Andanças é muito diferente dos outros festivais? O público reage de outra forma?Cada caso é um caso. Há concertos que são espectaculares e muito bem pagos, há concertos que são muito bem pagos e não valem nada. Eu já fiz concertos no Andanças que detestei. Correram mal, enganámo-nos, o som estava péssimo. Como já fizemos concertos aqui que foram geniais, os melhores do

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“para mim, o natal é o andanças.” nosso grupo. Tem que ser caso a caso. Já tocamos para vinte pessoas em espaços pequeninos, sem condições nenhumas, e foram concertos absolutamente espectaculares, como já tocámos também em sítios com todas as situações, catering, etc., e de repente o concerto corre mal. O facto de estar no Andanças é sempre uma coisa especial, mas não posso estar a comparar com outros festivais.

Entre artistas há uma grande convivência, há um bom ambiente?Entre os artistas é muito diferente. Diferente da concorrência que existe por exemplo dentro do Rock’n’roll. Quando estás num circuito de rock, em que já estive, a competição é um bocado mais pesada, mais negativa de certa forma. Se for preciso põem-te o pé em cima, trepam por ti. Aqui não. Aqui há uma grande empatia entre todos, somos todos amigos, vamos ver o concerto uns dos outros, criticamos positiva e negativamente o que é que achámos. Tipo “opa aquela malha que tu tocaste ali, experimenta fazer assim e assado”. Trocamos ideias, trocamos os instrumentos, apreciamos como é cada instrumento que cada artista tem, tipo “olha encontrei um construtor que para aquele instrumento que tu queres é a pessoa ideal”. Há entreajuda e não existe competição. Quer dizer, competição existe mas é uma competição saudável, positiva. Tanto que eu acho que no cacifo dos instrumentos até hoje não desapareceu nem uma flauta. E isso é muito bom, vê-se mesmo que a malta se respeita toda. Está tudo junto pela mesma causa.

Que condições têm os artistas no festival?Epá eu acho que isso é uma coisa que de certa forma fica a desejar. Eu acho que devia haver melhores condições para os artistas. Desde a cantina, o tempo de espera das refeições. Por exemplo, tens um checksound às dez ou às nove horas e tens que ir comer. Está uma fila gigante. É um grande stress. Devia haver um espaço prioritário para os artistas. E um camping também. Às vezes tu acabas um concerto às quatro ou cinco da manhã, queres ir descansar, e às oito já está o pessoal aos gritos, não consegues dormir. É uma grande sobrecarga, ficas muito cansado de andar a carregar com os instrumentos e tudo mais.

E para as actuações?Também acho que é preciso um camarim. Em cada uma das tendas podia existir um espaço diferente, com mais acolhimento. Apesar de nunca ter estado tão bem como hoje não é? As tendas são geniais, são mesmo muito boas, mas acho que se devia aprimorar um bocadinho mais no

conforto para os artistas. Chegarem a um sítio e terem uma cadeira, uma mesa, um espelho, se calhar até uns bolinhos aqui da terra, uma coisa assim percebes? São alguns detalhes, e eu sei que a produção está atenta. Nós criticamos, falamos, damos as nossas opiniões. É um work in progress. A escada sobe-se degrau a degrau não é? E se compararmos o Andanças de há dez anos com o que é agora, epá, houve uma evolução positivíssima e com certeza que vai ser sempre para melhor.

Resumindo, o que é que te faz voltar todos os anos?Além de partilhares um espírito muita bom com todas as pessoas que estão aqui, o público, os artistas, os voluntários e toda a gente, é um momento do ano super marcante. Para mim, o Natal é o Andanças. Há muitas pessoas que vêm a passagem de ano e o Natal como momentos de passagem, eu encontro o Natal no Andanças. É aqui que eu encontro a minha família, os meus amigos, é esta altura que me marca realmente a passagem do ano. E também o facto de tocar aqui, em termos profissionais, nesta montra gigantesca. É tu mostrares o teu trabalho a milhares de pessoas que gostam, que te querem ouvir, que te querem sentir. E estão disponíveis para tal. São estas as grandes vantagens de estar cá.

Bárbara Abraúl

Jornalandanças14

Mobilizar oito mil voluntários, num país onde só pouco mais de 10% da população faz voluntariado, é obra. É esse o número de entusiastas que, nestes 15 anos de Andanças, vieram contribuir com a sua energia para um festival que, também por isso, se tornou único.“As pessoas sentem que têm parte activa, que o festival é de todos, que é um bem comum”, conta Tita, que coordena as bilheteiras (uma das 30 equipas de voluntários), assume-se rendida pelo trabalho dos seus voluntários. “Surpreendem-se com o facto de as pessoas se dedicarem tanto, darem tanta energia. Todos falam da partilha que há, do dar e receber.” Eis o “espírito do Andanças”, de que muito se fala.“O voluntariado no Andanças é mais do que de âmbito cultural – é também ambiental, comunitário…”, explica Paulo, coordenador dos voluntários. É o trabalho voluntário que permite, que ao contrário de outros festivais, o Andanças não esteja inundado de marcas e interesses comerciais. “O voluntariado é uma questão de princípio. O festival tal como é, auto-suficiente, sem ser pago por uma entidade externa, um patrocinador, não seria possível”, revela Paulo.São cerca de 1500 candidatos todos os anos, dos 14 aos 63 anos! Na sua maioria, raparigas, de Lisboa, Porto e Viseu,

que acabaram o ensino superior e não encontram um trabalho fixo, e que já fazem voluntariado noutros sítios. Informações recolhidas pelos organizadores e que dão pistas de reflexão. O Andanças não será certamente um festival para todos, mas para aqueles que têm mais acesso à educação e à cultura. Mais de metade dos voluntários tem licenciatura ou maiores qualificações, não há praticamente ninguém do interior do país (apenas 20 voluntários da zona de Évora, onde está PédeXumbo) e há pouquíssimos voluntários de outros países.Os que vêm dizem procurar desenvolvimento pessoal e motivados pela singularidade do Andanças. Tita acredita que “a malta nova tem cada vez mais disposição para o bem comum, para a cidadania activa”.“Sensibilizamos imensos jovens para o voluntariado, com experiências positivas.” Para Tita, o voluntariado no Andanças pode funcionar como um primeiro passo para maiores experiências, num claro contributo para a cidadania a nível nacional. “Fazemos a nossa parte!”

Francisco Pedro

voluntariado no andanças: uma Questão de princípio

Jornalandanças 15

Quinta, sexta, sábado, domingo, segunda!!! Começou muito antes para todos e só agora é que está de facto, a começar. “Bom dia”, “Divirtam-se”, “Queres um rebuçado?”, “Vamos trocar algo!”… Expressões comuns de boas vindas, boa disposição e espírito de união que caracterizam os voluntários. Já Exupery sabia e nós provamo-lo: “se vens às quatro, às três começarei a ser feliz”. O Andanças chegou no dia 1, mas aqueceu-nos a alma muito previamente!

Aqui não há barreiras, há só pessoas! Coisas boas, reflexos de nós mesmos e, necessariamente, um núcleo de respeito, confiança e diversão.

Partilha! Queres? Quero! E isto? É bom! A meias? A três! Vamos lá então… dançar, amar, falar, beber, comer, comunicar! Afinal de contas, é disso que precisamos de comunicação. Sentirmo-nos parte, um tijolo desta casa nada é nada senão DELICIOSO.

Mescla Nunes(Controlo do Camping)

ser voluntário

Energia musical e interacção com o público. Duas formas de definir os Toques do Caramulo, um projecto da d’Orfeu, uma associação cultural que dinamiza actividades em Águeda através da música e da expressão cultural.

No palco, os Toques do Caramulo recriam, de forma dinâmica e divertida, o reportório esquecido da Serra do Caramulo. Uma autêntica revelação da música tradicional em Portugal, que volta a marcar presença no Andanças com um concerto hoje e amanhã, à meia-noite na tenda quatro.

Retoques, o novo álbum lançado em Abril, sucede a Toques do Caramulo… é ao Vivo!, de 2007. De sonoridade complexa e misturando vários tipos de música, os Toques do Caramulo prometem agitar as próximas noites do Andanças.

Bárbara Abraúl

toQues do caramulo

Colaboradores Mafalda Duarte, Ágata Melquíades, Sandra Santos, Victor Melo, Bárbara Abraúl, Francisco Pedro, Ana Mateus, Daniel Azevedo, Manuel Galrinho, Maria do Carmo Galrinho e Sara Correia | Colaboradores do Centro de Promoção Social de Carvalhais Marisa Araújo | Design Ana Mateus e Daniel Azevedo | Fotografia Manuel Galrinho e Maria do Carmo Galrinho | Fotografia da Capa Manuel Galrinho | Edição e Impressão Centro de Promoção Social de Carvalhais | Tiragem 18 exemplares A4 + 3 exemplares A5

Jornal disponível em pdf em www.andancas.net

lisboa anulou concurso para luzes de natal devido “à gravidade da conJuntura” No ano passado, a maior autarquia do país gastou 846 mil euros com iluminação festiva. Este ano, devido à “gravidade da actual conjuntura económica e financeira”, a autarquia decidiu investir apenas “na iluminação simbólica de alguns pontos “.

vacinas contra doenças tropicais vão baixar para um máximo de 20 euros O Ministério da Saúde vai fazer publicar uma portaria que vai reduzir o preço das vacinas contra as doenças tropicais em cerca de 80 por cento.

barroso pede aumento da capacidade do fundo de socorro do euro Durão Barroso apela a uma resposta rápida para evitar o contágio da crise da dívida a países como Espanha e Itália.

Fonte: publico.pt

Glo

ba

l

desperdício de comida na cantina

do something no andanças

nº refeições

almoço Jantar

Quinta 000 000

dic

a ecológicarepelente de

mosQuitos naturalFarto de mosquitos à volta da

tenda? Então experimenta cortar um limão, colocar-lhe cravinhos

da Índia espetados e deixá-lo espalhados onde quiseres.

Vão fugir a sete pés! Literalmente.

0

37,5

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2ª F 3ª F 4ª F

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Entre os dias 4 e 6 de Agosto o Do Something vai organizar cinco “Horas do Voluntário” que se dividem em três momentos chave: Qual é a tua causa? Qual é a tua ideia? Qual é a tua acção?Inicialmente, os voluntários encontram-se no espaço de “chill out” para descomprimir enquanto escolhem qual a sua Causa preferida. Depois, é altura da troca de ideias entre os voluntários sobre a Causa que escolheram. Aproveitando o espírito do Festival Andanças, os voluntários vão ter a oportunidade de se conhecer melhor e partilhar opiniões ao ritmo da dança.Por fim, chega o momento de passar à acção em que os voluntários passam as ideias à prática e “Do Something.”Para além das “Horas do Voluntário” a equipa Do Something vai estar disponível no espaço do voluntário para dar a conhecer o projecto a todos os interessados.

Do Something