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QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE? A família, Igreja doméstica

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QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?. A família, Igreja doméstica. Comecemos por olhar para a família. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A família, Igreja doméstica

Page 2: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Comecemos por olhar para a família

Page 3: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Não é exagerado afirmar que a história da humanidade tem sido – é e será – a

história da família, dos diversos modelos que, histórica e culturalmente,

têm sido utilizados para configurar e dar vida à espaciotemporalidade

familiar.

Na longa história da humanidade, esta, para o bem e para o mal, tem sido a pedra angular sobre a qual se tem erigido a prática relacional que é

característica, identificativa e tipificante da condição humana.

Page 4: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

O ser humano como ser acolhido e reconhecido.

A construção do ser humano mediante a palavra.

A constituição espacio-temporal do ser humano.

A experiência da inevitabilidade do simbólico.

Page 5: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

O ser humano como ser acolhido e reconhecido.

Nascemos humanos... ... Mas humanizamo-nos

Para realizar a tarefa de humanização necessitamos certo tipo de transmissões...

...que nos permitam adquirir a «competência gramatical e linguística» específica do ser humano.

...que permitam ao recém nascido ir adquirindo uma fisionomia tipicamente humana.

A qualidade do humano está directamente relacionada com a qualidade do acolhimento e reconhecimento.

Page 6: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

O ser humano como ser acolhido e reconhecido.

As estruturas de acolhimento e reconhecimento. Permitem a constituição humana e cultural do

homem/mulher biológico e natural. Permitem ao ser humano ir desenvolvendo a habilidade

de se construir como pessoa. A Codescendência (Família). A Coresidência (Sociedade). A Cotranscendência (Religião).

Page 7: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Família Comunidade. Membros que partilham algo em comum. Algo em comum que não é arbitrário, ou

conjuntural. Esse algo é a vida vivida em comum. Esse algo é o nós (relação eu-tu, porque relação tu-tu). Esse algo é também uma ‘moral de afectos’.

Page 8: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Memória. O ser humano é sempre um herdeiro.

Uma adequada recepção, contextualização e assimilação da herança (da tradição) torna-se decisiva para a existência, para a ‘saúde’ do ser humano.

A memória permitir situar cada indivíduo numa história concreta, fora da qual o presente é pouco consistente e o futuro improvável.

A memória narrada permite a coimplicação efectiva e experiencial com os que nos precederam e com os que nos seguirão.

Page 9: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Comunicação familiar. Pouco a pouco a criança guiada pelas

transmissões narrativas das «teodiceias maternais» e das «teodiceias paternais», vai tornando-se capaz de construir, na variedade dos espaços e dos tempos, o seu mundo: progressivamente vai aprendendo a habitá-lo simpaticamente, num processo jamais acabado de ‘empalavramento’ da realidade.

Page 10: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Espaço Familiar. O espaço humano, como espaço habitado (vivido,

significado, simbolizado e não só ocupado), constitui um aspecto fundamental do viver humano.

Daí a importância da casa da família como exercício do habitar.

O espaço familiar como ‘centro do mundo’ (dele partimos a ele voltamos). A partir dele organizamos o ‘cosmos’.

E neste lugar há espaço para exercitar o habitar do Mistério de Deus (que me habita e que eu habito)?

Page 11: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Tempo Familiar. Exercício do ‘tempo total’

Passado, presente futuro. Tempo humanizador (não demasiado rápido, não

demasiado lento não reduzido ao ‘cronos’). Tempo ‘ordinário’, tempo festivo. Tempo para mim, tempo para o outro (Outro), tempo

para nós.

Page 12: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Linguagem É no seio da família que o ser humano

deixa de ser um infante (aquele que não fala). Aprende as diversas linguagens que lhe permitem:

‘Empalavrar’ a realidade, a existência e a si mesmo. Passar do ‘caos’ ao ‘cosmos’. Habitar o tempo e o espaço. Lidar com a contingência que o caracteriza (ser finito

capaz do infinito, sedento de absoluto e de vida). Humanizar-se.

Page 13: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A Família Estrutura de Acolhimento e Reconhecimento

Linguagem Simbólica. O profundo do real (do real da história, do nosso próprio

real) não se esgota no biológico, ou no que é simplesmente visto ou tocado.

Para dizer (‘empalavrar’) a profundidade da condição humana torna-se necessária uma linguagem capaz. Aqui surge o campo do simbólico. Através de realidades

penúltimas ousamos ‘dizer’ (‘empalavrar’) a realidade última que constantemente intuímos no nosso viver e para a qual nos sentimos atraídos

O símbolo é a linguagem que respeita a dignidade humana e a dignidade divina. Ele une sem destruir a identidade. Ele relaciona sem provocar fusão. Ele co-implica sem confundir os campos

Page 14: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Olhemos agora para S. Paulo

Page 15: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Um Itinerário

Galileia Tarso Jerusalém (+/- 20 anos) Damasco (+/- 3 anos) Jerusálem (Breve passagem para falar com Pedro) Antioquia

Com Barnabé – Antioquia da Psídia, Icónio, Listra, Derbe Com Timóteo – Galácia, Filipos, Tessalónica, Corinto

Jerusalém (Assembleia com os ‘notáveis’) Éfeso

(Colossos (não directamente Paulo) Troade, Macedónia Jerusalém (Entrega da colecta) Roma

Page 16: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Um exercício de ‘empalavramento’ Galileia (Circuncidado ao oitavo dia, raça de Israel, Tribo de Benjamim

Filp 3, 4-5) Tarso (Judeu, frequenta a academia, estuda retórica) Jerusalém (Fariseu, Aluno de Gamaliel I, estuda a Lei Damasco (Encontro com o Ressuscitado) Jerusalém (Breve passagem para falar com Pedro – Procura da

Memória) Antioquia (Comunidades mistas – Lei e Messias Jerusalém (Paulo defende a sua visão) Éfeso

“Paulo apóstolo não da parte dos homens nem por intermédio de um homem, mas por Jesus Cristo e Deus Pai que o ressuscitou de entre os mortos” (Gal 1,1)

“Não sou, porventura livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus nosso senhor? Não sois minha obra no Senhor?” (ICor 9, 1)

Page 17: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Um exercício de ‘empalavramento’ A experiência de encontro com o Ressuscitado

Marca um ‘antes’ e um ‘depois’ O seu viver e fazer brota agora desse encontro Constitui para Paulo a concretização e o envio para a missão

“Quando porém, aquele que me separou desde o seio materno e me chamou por sua graça, houve por bem revelar em mim o seu filho, para que eu evangelizasse entre os gentios” (Gal 1, 15-16)

É uma experiência e um encontro continuamente renovada(o) e aprofundada(o) Paulo percebe o amor que Cristo revelou como constituinte de uma nova

etapa. Agora é necessário algo maior do que a simples cooperação e colaboração. O anúncio do Evangelho só pode ser verdadeiramente consistente tendo como base uma existência partilhada em comunidade

Page 18: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Olhemos agora para as Comunidades Paulinas

Um exercício de empalavramento e de habitar.

Page 19: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Dimensão pública e privada

As assembleias que criou não eram, no início, verdadeiras famílias.

Mas queriam sê-lo Queriam ser como a casa, um âmbito

doméstico E tinham também características que lhe

davam uma dimensão similar à do espaço público.

Page 20: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Alguns critérios

Casa ‘rica’ grega

Casa ‘rica’ romana

Espaços partilhados por várias casas

Casa pequena

A visibilidade (presença de alguém considerado estranho)

O controle (grau de liberdade)

As fronteiras (divisões que separam os espaços e as pessoas

As funções (que representam um âmbito mais político ou um âmbito mais doméstico)

O Género (funções mais realizadas por homens, outras mais por mulheres)

Page 21: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Comunidades Paulinas

Na escala social os cristãos do I Séc não ultrapassariam a classe média alta.

As suas casas não podiam albergar a totalidade das pessoas pertencentes à comunidade de uma cidade.

A comunidade está dividida em sub-grupos/casas (o anúncio do Evangelho é feito primeiramente aí)

Depois tinha de haver laços fortes e regulares para que toda a Assembleia se mantivesse unida

Page 22: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Critérios aplicados às Comunidades Paulinas Visibilidade

I Cor 14, 23-24; I Cor 14, 16 I Cor 2, 10; I Cor 4, 5 As assembleias de toda a Igreja teriam um carácter mais

público, as da casa um carácter mais privado Controle

I Cor 5, 1-5 Paulo estende o controle e a dimensão da ‘ecclesia’ ao

âmbito do privado A ‘eccclesia’ e o crente adquirem uma dimensão pública

I Cor 3, 16-17 (A Assembleia no seu conjunto é santuário de Deus)

ICor 6, 19 (Cada crente é santuário de Deus)

Page 23: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Critérios aplicados às Comunidades Paulinas Fronteiras

I Cor 11, 20-22 Os mais ricos continuam a impor diferenças simbólicas

que criam obstáculos ao modelo de relação familiar querido por Paulo

I Cor 1, 10 Paulo defende que a Assembleia deve reflectir os novos

valores da casa (fraternidade) só assim se pode fazer o anúncio do evangelho à cidade.

Page 24: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Critérios aplicados às Comunidades Paulinas Funções

I Cor 14, 4; I Cor 12, 12-27 Ef 4, 12.16 Com a linguagem do corpo Paulo aproxima-se da

linguagem familiar. A assembleias no espaço público não devem perder de vista as características da ecclesia/família.

Page 25: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Critérios aplicados às Comunidades Paulinas Género

I Cor 11, 2-16 Paulo possibilita que as mulheres tenham uma

função pública na ‘ecclesia’, o que vem também possibilitar que no âmbito doméstico possam assumir funções que eram exclusivamente dos varões.

Page 26: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

Da casa à cidade

Vemos como as Comunidades Paulinas se reúnem em grandes assembleias (toda a ‘ecclesia’ de uma cidade) e em pequenas assembleias (a ‘ecclesia’ doméstica)

Paulo possibilitou e procurou a interacção de ambas A assembleia doméstica deveria parecer-se mais à da

comunidade A assembleia de toda a comunidade deveria adquirir traços

domésticos. A casa (‘ecclesia’ doméstica) joga um papel essencial neste

caminho, pois permite que o Evangelho tome corpo e se comunique progressivamente ao âmbito público (para o transformar)

Page 27: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A carta aos Efésios

Saudação 1, 1-2 Secção teológica 1,3 – 3,21

Plano divino da salvação 1, 3-14 Oração para compreender o Mistério de Cristo 1, 15-23 Gentios e judeus um só em Cristo 2, 1-22 Paulo ministro do Mistério de Cristo 3, 1-13 Súplica de Paulo 3, 14-21

Secção exortativa 4,1–6, 20 Unidade e crescimento no Corpo de Cristo 4, 1-16 A vida nova em Cristo 4, 17-5, 20 As novas relações domésticas 5, 21-6,9 O Combate espiritual 6, 10-20

Notícias pessoais e saudação final 6, 21-24

Page 28: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?

A modo de conclusão

A experiência de encontro com o Ressuscitado é o segredo deste itinerário.

Paulo aprofunda essa experiência no contexto da comunidade Paulo descobre que a experiência cristã exige a comunidade.

Paulo edifica as suas comunidades (assembleias de cidade e domésticas) dando-lhes uma inconfundível dimensão pública A partir da ‘ecclesia doméstica’Paulo encontrou a melhor

maneira para que o Evangelho transforma-se a cidade. Hoje as nossas famílias como ‘Igrejas Domésticas’ têm de

realizar este mesmo itinerário para habitar e empalavrar a cidade

Page 29: QUE FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?