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Qualificação dos serviços dá sustentabilidade às organizações Cresce o número de estabelecimentos de saúde que estão buscando o selo da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e os internacionais Joint Commission International (JCI) e Acreditation Canada. O processo traz melhoria substancial do atendimento e aumento da rentabilidade das organizações. Páginas centrais Ano XXIX • nº 330 • Setembro / 2012 Cai o número de leitos públicos no país. Página 11 Artigo questiona valores do SUS em psiquiatria. Página 4

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Qualificação dos serviços dá sustentabilidade às organizações

Cresce o número de estabelecimentos de saúde que estão buscando o selo da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e os internacionais Joint Commission International (JCI) e Acreditation Canada. O processo traz melhoria substancial do

atendimento e aumento da rentabilidade das organizações. Páginas centrais

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Cai o número de leitos públicos no país.Página 11

Artigo questiona valores do SUS em psiquiatria.Página 4

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com tantos protocolos a serem obedecidos, como exi-ge a saúde, a geração que começa a chegar às nossas empresas, conhecida como geração Y ou Z? Quais os confl itos que podem ocorrer no relacionamento entre os profi ssionais mais maduros com essa rapaziada que respira tecnologia? Como administrá-los?

Essas questões se colocam atualmente como desa-fi os e exigem criatividade dos gestores para superá--los. Criar e inovar são sinônimos que precisam fazer parte do nosso dia a dia. E a proposta do Anuário, que chega a ser um tanto provocativa, é mostrar tendên-cias, apontar para onde o mundo (que hoje não tem fronteiras) caminha. Para inovar não é preciso grandes investimentos. Pelo Dicionário Houais, inovar é “fazer algo como não era feito antes”. Encontrar essa diferença exige não só raciocínio, mas principalmente sensi-bilidade, percepção. E esse mar de possibilidades está dentro de cada um de nós.

Dante Montagnanapresidente

SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS E ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIRETORIAEFETIVOSDante Ancona Montagnana – presidente, Yussif Ali Mere Júnior – 1º vice-presidente, George Schahin – 2º vice-presidente, José Carlos Barbério – 1º tesoureiro, Luiz Fernando Ferrari Neto – 2º tesoureiro, Luiza Watanabe Dal Ben – 1ª secretária e Antonio Carlos de Carvalho – 2º secretárioSUPLENTESSérgio Paes de Melo, Carlos Henrique Assef, Danilo Ther Vieira das Neves, Simão Raskin, Ricardo Nascimento Teixeira Mendes, Marcelo Luis Gratão e Irineu Francisco DebastianiCONSELHO FISCALEfetivos: Roberto Nascimento Teixeira Mendes, Gilberto Ulson Pizarro e Marina do Nascimento Teixeira Mendes - Suplentes: Maria Jandira Loconte Ferrari, Paulo Roberto Rogich e Lucinda do Rosário Trigo

Hospitais, clínicas, laboratórios e demais esta-belecimentos de serviços de saúde contribuintes do SINDHOSP devem começar a receber, a partir da segunda quinzena de outubro, a quarta edição do Anuário SINDHOSP, que tem como tema central “Ino-vação: Ideias, Tendências e Ações que Transformam o Mercado da Saúde”.

A inovação pode estar mais próxima da empresa do que o empresário e o gestor imaginam. As mudanças nas relações que a internet e, mais recentemente, as mídias sociais estão proporcionando é algo que só poderemos dimensionar daqui alguns anos. Mas isso já está acontecendo hoje! O agendamento de consultas e exames pela rede mundial de computadores já é uma realidade. O acesso aos resultados, também. O doutor Google está minando a soberania dos médicos e o pron-tuário de saúde pessoal é uma tendência que visa maior conscientização do usuário como responsável pela sua própria saúde. Tudo isso impacta as relações no setor.

O fator humano, aliás, é a mola propulsora do nosso segmento. Afi nal, por mais refi nadas que sejam as tec-nologias empregadas, todas, sem exceção, passam pela mão dos profi ssionais da saúde. São eles que decidem, manipulam e, principalmente, mantêm contato direto com os pacientes. E como gerir dentro de organizações

DELEGADOS REPRESENTANTESEfetivos: Dante Ancona Montagnana e Yussif Ali Mere Júnior - Suplen-tes: José Carlos Barbério e Luiz Fernando Ferrari Neto

REGIONAISABCRua Porto Alegre, 257 - Vila AssunçãoCEP: 09030-610 - Santo André - SPTel/Fax: (11) 4427-7047e-mail: [email protected] Bandeirantes, 7-20 - Centro - 17015-011 - Bauru - SPTel: (14) 3223-4747 - Fax: (14) 3223-4718e-mail: [email protected] Conceição, 233 - 15º andar - Sala 1510 - Centro CEP: 13010-050 - Campinas - SPTel: (19) 3233-2655 - Fax: (19) 3233-2676e-mail: [email protected] PRUDENTERua Joaquim Nabuco, 150 - CentroPresidente Prudente - SP - CEP: 19010-070 - Tel: (18) 3916-2435 e-mail: [email protected]ÃO PRETORua Álvares Cabral, 576 - 5º andar - Edifício MercúrioCEP: 14010-080 - Ribeirão Preto - SPTel/Fax: (16) 3610-6529 - e-mail: [email protected] Dr. Carvalho de Mendonça, 238 - Cj. 44 - CentroCEP: 11070-000 - Santos - SP - Tel/Fax: (13) 3233-3218e-mail: [email protected]ÃO JOSÉ DOS CAMPOSAv. Dr. João Guilhermino, 251 - 12º andar - sala 122

CEP: 12210-131 - São José dos Campos - SPTel: (12) 3922-5777 / 3922-5023 - Fax (12) 3946-2638e-mail: [email protected]ÃO JOSÉ DO RIO PRETORua Tiradentes, 2449 - Boa VistaCEP: 15025-050 - São José do Rio Preto - SPTel: (17) 3232-3030e-mail: [email protected] Cônego Januário Barbosa, 145 - VergueiroCEP: 18030-200 - Sorocaba - SPTel: (15) 3211-6660 - Fax: (15) 3233-0822 e-mail: [email protected]

JORNAL DO SINDHOSPEDITORA: Ana Paula Barbulho (Mtb 22.170)REPORTAGENS: Ana Paula Barbulho, Aline Moura e Fabiane de SáPLANEJAMENTO E PRODUÇÃO GRÁFICA:Ergon Art - (11) 2676-3211PERIODICIDADE: MensalTIRAGEM: 15.000 exemplaresCIRCULAÇÃO: entre diretores e administradores hospitalares, estabe-lecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades.

Os artigos assinados não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSPR. 24 de Maio, 208, 9º andar, São Paulo, Capital, CEP 01041-000Fone (11) 3331-1555, ramais 245 e 255www.sindhosp.com.bre-mail: [email protected]

Anuário SINDHOSP 2012 fala de inovação

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No dia 6 de setembro, os médicos do Estado de São Paulo que atendem planos de saúde suspenderam a realização de consultas e outros procedimentos eletivos durante 24 horas, como mais um protes-to e demonstração de insatisfação com as operadoras. Muitos planos ainda não negociaram com os médicos a reposição das perdas acumuladas nos honorários pagos e continuam interferindo na con-duta médica. O atendimento de urgências e emergências foi mantido durante o dia de paralisação.

Pelo menos 70% da categoria aderiu à greve, segundo a Associação Paulista de Medicina (APM). Os médicos reivindicam o aumento dos honorários para R$ 80 por consulta. Segundo a APM, a maioria dos médicos paulistas recebe das operadoras entre R$ 50 e R$ 60 por consulta, mas há quem ganhe apenas R$ 25. Eles reclamam também da interferência na relação entre médico e paciente, já que operadoras fazem pressão para reduzir exames e internações e para antecipar altas. Além disso, os profi s-sionais querem a revisão da tabela com base na Classifi cação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), e o com-promisso de reajuste anual, regularizado em contrato.

Este item, inclusive, já está regulamenta-do pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O presidente da APM, Florisval Meinão, disse que as resoluções da ANS não estão sendo cumpridas e que “a Instrução Normativa (IN) nº 49, que obriga constar claramente nos contratos com as operadoras os reajustes aos prestadores, entrará em vigor em novembro. No entanto,

até o momento, poucas empresas regulariza-ram os contratos já existentes”. Ele também afi rmou que os reajustes aos médicos nos últimos dez anos estão muito abaixo da infl ação. “Dessa maneira, cai a qualidade dos serviços prestados e do atendimento ao paciente.” De acordo com a ANS, São Paulo concentra quase a metade da população brasileira que paga planos e seguros saúde. São 18,4 milhões de usuários, de um total de 47,8 milhões no país.

A ação pela valorização da profissão teve início no dia anterior à paralisação dos médicos, com uma passeata intitulada “Ato de Cidadania”, formada por lideranças das entidades médicas estaduais e profi ssionais da área de saúde, que seguiu da sede da APM até a Câmara Municipal de Vereadores. Vestindo aventais verdes e usando adesi-vos amarelos em favor da causa, médicos, enfermeiros e manifestantes que aderiram ao movimento, apoiado pelo SINDHOSP e pela Fehoesp, entregaram um documento com as reivindicações da categoria ao pre-sidente do Legislativo Municipal, vereador José Police Neto (PSD), e pediram o apoio dos vereadores.

Em meio aos desentendimentos entre operadoras e médicos, os usuários de pla-nos de saúde também têm demonstrado insatisfação com os serviços. Antes da passeata, Florisval Meinão e representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), da Academia de Medicina de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Cirurgiões Dentistas (SBCD) apresentaram um balanço das queixas

recebidas nos primeiros 20 dias de funcionamento do serviço SOS Pacientes Planos de Saúde, criado pela APM em parceria com a ProTes-te - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Pelo telefone 0800 200 4200, a população usuária de plano de saúde pode registrar, gratuitamente, os problemas com as operadoras.

No período de 14/8 a 4/9, foram 423 reclamações registradas pelo serviço, média de 28 por dia. A maioria das queixas foi pela demo-

ra em agendar consulta (28%); seguida por negativa de cobertura (19%); rede creden-ciada insufi ciente (17%); reajuste abusivo (15%); e demora em autorizações de exames e internações (13%).

Paralisação nacionalO movimento pela valorização da pro-

fi ssão dos médicos em São Paulo faz parte de uma mobilização nacional que prevê paralisar o atendimento em todo país no mês de outubro, caso não haja avanço nas negociações com as operadoras. A propos-ta foi deliberada pela Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu) das enti-dades, em reunião realizada no dia 31 de agosto, que contou com representantes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Conselho Federal de Medicina (CFM) e AMB, além de sindicatos de médicos, conselhos e associações regionais. Os dirigentes optaram por um protesto mais amplo por não terem obtido os avanços esperados nas negocia-ções com as operadoras.

“Os Estados terão autonomia para escolher os planos a serem suspensos. As urgências e emergências continuarão funcionando normalmente”, explicou o se-cretário de Saúde Suplementar da Fenam, Márcio Bichara. O presidente do CFM, Ro-berto D’Ávila, apresentou uma proposta para que as entidades debatam a possibilidade de desvincular as consultas dos planos de saúde. “A ideia será levada para as entidades. Vamos amadurecer a lógica de no futuro o usuário comprar o plano desvinculado da consulta, já que o embate com as operadoras está cada vez pior. Com isso, preservaríamos a relação médico-paciente.”

Médicos de SP protestam

O SINDHOSP fez uma faixa de apoio aos médicos A passeata foi até a Câmara dos Vereadores

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Observei que meu sapato precisava de uma graxa preta para restaurar um pouco das minhas idas e vindas. Havia engraxado o outro par na semana anterior numa cadeira debaixo de um guarda-sol, na Praça da República, ao preço de R$ 3. Como nesta semana havia fi la, procurei outro engraxate na mesma praça a poucos metros de distância. Este cobrou R$ 5. Pensei que a infl ação estava correndo solta. Perguntei se o engraxate poderia fazer um desconto, já que o colega ao lado cobrava 40% a menos. A resposta foi que infelizmente não dava, pois ele não trabalhava de graça. Pela resposta, resolvi fi car. Até para conversar um pouco mais com aquele senhor que me confi denciou ter 80 anos. Fiquei observando o empenho com que realizava seu ofício, e isto me intrigou. Uma demão caprichada de graxa e um lustro com um pano metodicamente do-brado. Outra demão e outro lustro. O sapato ia fi cando cada vez mais bonito e quando achei que estava pronto, outra demão. O tempo passava e eu olhava para o relógio com a certeza de que não daria mais tempo para almoçar. Mas valeu a pena.

Falávamos sobre a vida. Ele, sobre o seu particular mercado de trabalho. Tinha clien-tes cativos que pagavam bem mais do que o valor cobrado, pois não abria mão da qua-lidade. A esta altura, já tirava o chapéu para aquele senhor, que me cativou não só pelo empenho com que trabalhava, mas também por me dar mais uma lição de vida. À medida que conversávamos, seu semblante deixava transparecer que amava o que fazia. Mas uma coisa era certa: ele não trabalhava de graça.

Quarenta e cinco minutos depois, deu seu toque fi nal e o sapato parecia mais novo do que quando o comprei há anos. Enquanto

conversávamos não pude deixar de traçar um paralelo em relação à assistência realizada pe-los hospitais psiquiátricos brasileiros. A política nacional de saúde mental impinge um valor mínimo para que os prestadores atendam a pacientes que são caracterizados por serem portadores de uma doença complexa. O gestor público defi niu que R$ 35 são sufi cientes para pagar o atendimento diário desses pacientes. Neste valor estão incluídos atendimento médico, serviços de hotelaria, alimentação e medicamentos. Refl eti sobre a qualidade que pode ser oferecida a este preço. E automati-camente me lembrei do primeiro engraxate, que cobrava menos, mas realizava um trabalho infi nitamente inferior em termos de qualidade.

Todos sabem que a internação psiquiá-trica pode ser necessária em algum momen-to da doença dos que sofrem mentalmente. Mas, por uma questão ideológica, o gestor não fi nancia adequadamente os estabeleci-mentos de saúde que fazem parte de uma rede de atenção integrada em saúde mental. A partir daí, decorrem os problemas. Por-que, por outro lado, o Ministério da Saúde não consegue dar resposta quantitativa e qualitativa à população na criação e im-plementação de serviços comunitários. Ao mesmo tempo, não se investe nos hospitais. E quem sofre com tudo isso são os pacientes e familiares, os usuários do sistema. É um beco sem saída, pelo menos em curto prazo.

Outro ingrediente que agrava o proble-ma é o avanço das drogas, que compromete a população dos grandes centros, revelando a falta de estrutura e de planejamento das autoridades. Equivocadamente, buscam a solução para a dependência química através da segurança pública. Estão errados. Para

O engraxate e o SUStransformar essa dura realidade, há que se investir muito em educação e saúde. E não se sabe até quando os responsáveis pelos hos-pitais psiquiátricos vão suportar esse valor insignifi cante. O que é trabalhar de graça? Qual o limite aceitável para que se tenha um equilíbrio econômico-fi nanceiro de um contrato espúrio? Qual o limite da qualida-de? Qual o valor justo para remunerar uma série de exigências para que o paciente seja de fato bem tratado? Uma coisa para mim é certa: o valor justo, adequado e factível, está muito longe do que é oferecido indignamen-te. E que os hospitais acabam aceitando.

Gostaria que cada dirigente de hospital psiquiátrico tivesse a mesma postura do ve-lho engraxate, e dissesse ao gestor público, em alto e bom som: “Não trabalho de graça”.

Ricardo Mendes coordenador do departamento de Saúde

Mental do SINDHOSP

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No Brasil, o crescimento do acesso à internet por meio de dispositivos móveis (celulares e tablets) é vertiginoso. Para se ter uma ideia, estudo recente realizado pela comScore, agência especializada em pesqui-sa de mercado no mundo digital, verifi cou aumento de 300% nos acessos à internet realizados por meios portáteis, no período de um ano (maio de 2011 a maio de 2012). Dados da Agência Nacional de Telecomuni-cações (Anatel), de 2011, também revelam a tendência: em 2010 eram 20,6 milhões de terminais ativos com acesso à rede 3G no Brasil, já em 2011 este número dobrou, chegando a 41,1 milhões.

Atento a estas convergências, o SINDHOSP desenvolveu uma versão mobile de seu site, arquitetada especialmente para suportar os formatos diferenciados de visua-lização e leitura utilizados pelos dispositivos

Os médicos de São Paulo decidiram pa-ralisar o atendimento eletivo aos planos de saúde de 10 a 18 de outubro como protesto contra práticas abusivas das empresas e a defasagem inaceitável dos procedimentos médicos. Reunidos na Associação Paulista de Medicina na noite de 17 de setembro, as lideranças do movimento aprovaram a suspensão do atendimento ao grupo de operadoras que sequer aceitaram negociar com a classe médica ou não enviaram pro-postas concretas até o fechamento desta edição. São elas: Green Line, Intermédica, Itálica, Metrópole, Notredame, Prevent Sênior, Santa Amália, São Cristóvão, Seisa, Trasmontano e Universal.

Um novo grupo poderia ser anunciado

móveis. As informações são as mesmas da versão tradicional, mas apresentadas de maneira compatível. O internauta, através de seu celular ou tablet, pode acessar as notícias de todos os departamentos do Sin-dicato, as áreas institucional e de cadastro, o painel de vagas, conferir a agenda de cursos e eventos, preencher formulários, entre outras funções.

Portais nacionais, como UOL e Terra, já possuem suas versões mobile. Na área da saúde, o SINDHOSP é o primeiro a apresentar a novidade. Para o presidente do SINDHOSP, Dante Montagnana, este é mais um serviço ofertado ao público que acompanha o segmento da saúde. “De qualquer lugar, as pessoas poderão tirar suas dúvidas e fi car bem informadas, já que o site conta com atualizações diárias de notícias e demais conteúdos”.

até a data da paralisação. Enquanto isso, a comissão de negociação continua à dispo-sição das empresas para receber propostas. “Estamos confi antes de que o diálogo es-tabelecido nos últimos meses com várias operadoras e seguradoras resultará em propostas consistentes. Caso contrário, se esses planos de saúde se omitirem ou deixa-rem de enviar valores e termos compatíveis com os pleitos da classe, serão incluídos neste segundo grupo-alvo”, explica o dire-tor adjunto de Defesa Profi ssional da APM, Marun David Cury.

Segundo João Sobreira de Moura Neto, diretor de Defesa Profissional da APM, a insatisfação é geral tanto entre os usuários como entre os profi ssionais de medicina. “O

Para acessar o site do SINDHOSP por meio de celular ou tablet, basta digitar o endereço do portal, www.sindhosp.com.br, e o usuário é automaticamente direcionado à versão mobile. O acesso é compatível com as plataformas Android, iOS (utilizada em Iphone e Ipad), sistemas BlackBerry e Windows Phone.

Outro produto desenvolvido pela enti-dade que já possui sua versão digital desde 2011 é o Anuário SINDHOSP. A publicação, que é referência no setor de saúde e foi eleita pelo Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo do ano passado como uma das cinco melho-res no âmbito corporativo do país, também pode ser acessada por meio de celular e tablet. Em 2012, a versão digital prevê novos recursos interativos, como compartilhamen-to de informações de empresas e produtos anunciantes, vídeos e jogos.

movimento nacional deliberou períodos de paralisação mais prolongados em outubro, que é o Mês do Médico, e São Paulo entrará com toda a força, como não poderia deixar de ser”, afi rma. A APM, o Cremesp, os Sindi-catos dos Médicos, a Academia de Medicina de São Paulo e as Sociedades de Especia-lidade iniciam agora um grande trabalho de mobilização dos médicos no sentido de organizá-los para os protestos agendados.

A pauta de reivindicações do movi-mento médico paulista inclui consulta a R$ 80, valores dos procedimentos atualizados conforme a CBHPM (Classifi cação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) e inserção nos contratos de critério de reajuste a cada 12 meses.

SINDHOSP lança versão mobile de seu site

Médicos de SP suspendem atendimento a planos de saúde em outubro

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Qualidade e crescimento andam juntosNa prestação de serviços, oferecer quali-

dade superior é um diferencial competitivo fundamental para as empresas. Em nenhum outro setor como no da saúde essa caracterís-tica é tão valorizada, já que está diretamente ligada à vida e ao bem-estar das pessoas. Pensando nos benefícios que uma gestão focada na satisfação dos pacientes pode trazer, cada vez mais os estabelecimentos de saúde têm se candidatado à acreditação – processo de certifi cação de qualidade de padrão internacional. É crescente o número de estabelecimentos de saúde que estão buscando certifi cações e acreditação, como o selo da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e os internacionais Joint Commission International (JCI) e Acreditation Canada.

Com uma rede de mais de 246 mil estabe-lecimentos de saúde, entre públicos e privados, segundo o Cadastro Nacional de Estabeleci-mentos de Saúde (CNES), o número de certifi -cações ainda é incipiente no Brasil. De acordo com dados disponíveis no site das instituições

acreditadoras, são pouco mais de 500 certificados emi-tidos a empresas de saúde no país, sendo 319 pela ONA. Embora este

número seja considerado pequeno, a busca pela melhoria no d e s e m p e -nho pelas m e t o d o -logias de acreditação é um fenô-

meno em as-censão que, para especial istas, deve se traduzir em práticas de gestão e de assis-tência mais trans-parentes, segu-ras e efi cientes.

Segundo o presidente do Instituto Qualisa de Ges-tão (IQG), Rubens Covello, a acreditação na saúde é um movimento bem estrutura-do em todas as regiões do Brasil. “No mundo inteiro a qualifi cação de serviços de saúde se dá baseada nos processos de acreditação”, explicou. Para o presiden-te do IQG, a acreditação tem como foco principal a quebra de paradigmas em relação à melhoria da qualidade da assistência e gestão das instituições e deve obrigatoriamente dar dois resultados: primei-ro, a melhoria substancial do atendimento e, depois, o aumento da rentabilidade das or-ganizações. “Exatamente aí está o ganho das instituições participantes desse processo, e não no marketing setorial. As ferramentas de acreditação são implantadas principalmente para a sustentabilidade das organizações de saúde”, afi rmou.

A opinião de Rubens Covello é reiterada pelo presidente do Hospital Santa Paula, George Schahin. Afi nal, o hospital foi o pri-meiro no Estado de São Paulo a ser acredita-do pela Organização Nacional de Acreditação – ONA em 2001. Recentemente, conquistou a acreditação JCI – Joint Commission Inter-national, o que fez com que acumulasse três acreditações: ONA nível 3, obtida em 2008, Acreditação Canadense (2010) e a JCI (2012). Schahin ressalta que a conquista dos selos de qualidade se traduz no aperfeiçoamento da assistência médico-hospitalar e na segurança para a instituição, pacientes e colaboradores. “Qualidade garante a sustentabilidade do negócio”, ressalta.

O presidente do Santa Paula lembra que quando resolveu investir em qualidade, no ano 2000, muitos profi ssionais e empresas do mercado chegaram a dizer que se tratava de uma estratégia de marketing. “Sempre acre-ditei que a qualidade proporciona ao gestor uma avaliação fria de como estão os proces-sos internos e os resultados da organização. Por isso, qualidade é um caminho sem volta,

pois o que você faz hoje deseja sempre fazer melhor amanhã”, conta.

A busca pela consoli-dação da qualifi cação dos serviços também possui seus entraves. Para Rubens Covello, do IQG, a grande difi culdade que as empre-sas de saúde têm em rela-ção à acreditação é a falta de capacitação das pessoas para os processos de qua-lidade e segurança. “Aí está

de verdade o grande impacto em custos do processo. A escassez de profi ssionais quali-fi cados é um dos principais obstáculos para o crescimento do setor”, disse, lembrando que as pessoas têm resistência às mudanças ou inovação.

Para fazer frente a essa necessidade, o laboratório SalomãoZoppi Diagnósticos, que foi recertifi cado em nível 3 pela ONA em agosto passado, inaugurou um Centro de Treinamento, no bairro do Paraíso, na Capital paulista, para capacitar seus 874 colaborado-res e aprimorar os serviços e a qualidade dos atendimentos aos clientes nas cinco unida-des da empresa: Ibirapuera Divino Salvador, Moema Araguari, Morumbi Panamby, Portal do Morumbi e Paraíso.

“Internamente, a certifi cação serve como ferramenta para a melhoria contínua, pois na empresa tratamos a certifi cação como complemento para a gestão diária de nossos processos. Para o mercado, a certificação em nível 3 diferencia o Salomão Zoppi dos demais, pois é uma metodologia sistêmica, que valida a organização como um todo, e não apenas nos aspectos técnicos. A recerti-fi cação atesta nossa atenção e cuidado com a melhoria contínua”, acredita um dos sócios da empresa, Luis Salomão.

O processo da certifi cação benefi cia toda a cadeia, os colaboradores inclusive, com procedimentos internos mais claros, além do próprio aprendizado ao passarem por um processo como esse. No Hospital Santa Paula, a cultura da JCI e todos os processos preci-saram ser assimilados por 900 colaboradores

e cerca de 350 terceiros. “Quando uma instituição passa por uma acreditação é necessária a integração de todos para um único propósito, e este ponto é um dos mais complicados para adequação. Estamos atentos e trabalhando com foco de melhoria contínua em qualidade e segurança do atendimento prestado. O resultado está aí”, afi rma Schahin.

Mas, afi nal, qualidade realmente custa caro, como tantos gestores da área da saúde pensam? Para o presidente do Santa Paula, a complexidade do setor saúde não per-mite a opção por outra direção, senão a da qualidade. “Coisas baratas podem levar um hospital a erros médicos e a processos que podem inviabilizar o negócio”, destaca. Luis Salomão concorda: “É difícil mensurar o custo real da qualidade, entretanto, é barato frente ao resultado obtido.” Para Rubens Covello, do IQG, “instituições acreditadas diminuem a variabilidade de erros, resultando em uma melhoria substancial inclusive na relação médico-paciente.”

CrescimentoO número de instituições acreditadas

no país ainda é pequeno. Apenas 5% dos hospitais são acreditados pela ONA. No setor laboratorial, programas de controle de qua-lidade existem no Brasil desde meados de 1970, quando começaram a ser implantados alguns projetos baseados em critérios inter-nacionais. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), fundada em 1944, foi uma das que capita-neou esta iniciativa. Apesar de o movimento da qualidade ser crescente entre as institui-ções de saúde brasileiras, menos da metade dos 16 mil laboratórios de diagnóstico do país tem controles internos de qualidade, segundo a SBPC/ML. Uma parcela mínima, apenas 2%, possui certifi cação concedida por auditorias externas (acreditadoras).

A Agência Nacional de Saúde Suplemen-

O presidente do Hospital Santa Paula, George Schahin

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Qualidade e crescimento andam juntospois o que você faz hoje deseja sempre fazer melhor amanhã”, conta.

A busca pela consoli-dação da qualifi cação dos serviços também possui seus entraves. Para Rubens Covello, do IQG, a grande difi culdade que as empre-sas de saúde têm em rela-ção à acreditação é a falta de capacitação das pessoas para os processos de qua-lidade e segurança. “Aí está

de verdade o grande impacto em custos do processo. A escassez de profi ssionais quali-fi cados é um dos principais obstáculos para o crescimento do setor”, disse, lembrando que as pessoas têm resistência às mudanças ou inovação.

Para fazer frente a essa necessidade, o laboratório SalomãoZoppi Diagnósticos, que foi recertifi cado em nível 3 pela ONA em agosto passado, inaugurou um Centro de Treinamento, no bairro do Paraíso, na Capital paulista, para capacitar seus 874 colaborado-res e aprimorar os serviços e a qualidade dos atendimentos aos clientes nas cinco unida-des da empresa: Ibirapuera Divino Salvador, Moema Araguari, Morumbi Panamby, Portal do Morumbi e Paraíso.

“Internamente, a certifi cação serve como ferramenta para a melhoria contínua, pois na empresa tratamos a certifi cação como complemento para a gestão diária de nossos processos. Para o mercado, a certificação em nível 3 diferencia o Salomão Zoppi dos demais, pois é uma metodologia sistêmica, que valida a organização como um todo, e não apenas nos aspectos técnicos. A recerti-fi cação atesta nossa atenção e cuidado com a melhoria contínua”, acredita um dos sócios da empresa, Luis Salomão.

O processo da certifi cação benefi cia toda a cadeia, os colaboradores inclusive, com procedimentos internos mais claros, além do próprio aprendizado ao passarem por um processo como esse. No Hospital Santa Paula, a cultura da JCI e todos os processos preci-saram ser assimilados por 900 colaboradores

e cerca de 350 terceiros. “Quando uma instituição passa por uma acreditação é necessária a integração de todos para um único propósito, e este ponto é um dos mais complicados para adequação. Estamos atentos e trabalhando com foco de melhoria contínua em qualidade e segurança do atendimento prestado. O resultado está aí”, afi rma Schahin.

Mas, afi nal, qualidade realmente custa caro, como tantos gestores da área da saúde pensam? Para o presidente do Santa Paula, a complexidade do setor saúde não per-mite a opção por outra direção, senão a da qualidade. “Coisas baratas podem levar um hospital a erros médicos e a processos que podem inviabilizar o negócio”, destaca. Luis Salomão concorda: “É difícil mensurar o custo real da qualidade, entretanto, é barato frente ao resultado obtido.” Para Rubens Covello, do IQG, “instituições acreditadas diminuem a variabilidade de erros, resultando em uma melhoria substancial inclusive na relação médico-paciente.”

CrescimentoO número de instituições acreditadas

no país ainda é pequeno. Apenas 5% dos hospitais são acreditados pela ONA. No setor laboratorial, programas de controle de qua-lidade existem no Brasil desde meados de 1970, quando começaram a ser implantados alguns projetos baseados em critérios inter-nacionais. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), fundada em 1944, foi uma das que capita-neou esta iniciativa. Apesar de o movimento da qualidade ser crescente entre as institui-ções de saúde brasileiras, menos da metade dos 16 mil laboratórios de diagnóstico do país tem controles internos de qualidade, segundo a SBPC/ML. Uma parcela mínima, apenas 2%, possui certifi cação concedida por auditorias externas (acreditadoras).

A Agência Nacional de Saúde Suplemen-

tar (ANS) criou recente-mente o Qualiss, programa voluntário de qualifi cação dos prestadores de serviços de saúde que irá permitir, inclusive, que operadoras de planos de saúde classifi -quem sua rede credenciada levando em conta suas cer-tifi cações. “É uma iniciativa da Agência para que mais prestadores invistam na qualidade dos serviços. Até porque isso pode levar

a empresa à insolvência. Se o paciente, no momento da escolha, tiver que optar entre uma instituição acreditada e outra não, é claro que ele irá optar pela que tem quali-dade reconhecida”, acredita o presidente do SINDHOSP, Dante Montagnana.

As empresas de saúde que resolveram investir em qualidade há alguns anos hoje colhem os frutos da iniciativa. O Salomão-Zoppi chegou a anunciar, no início do ano, uma projeção de 30% de crescimento. Re-centemente, superou as expectativas para o ano ao ter crescido, no primeiro semestre, 47%. Luis Salomão explica que o início das atividades das unidades do Ibirapuera e Portal do Morumbi, atrelado ao compromisso do laboratório com a qualidade, explicam o crescimento expressivo.

A JCI também chega em um momento especial para o Hospital Santa Paula, que está prestes a inaugurar um novo prédio para abrir o Instituto de On-cologia. “Detectamos que na zona Sul de São Paulo não existe servi-ço de radioterapia, por exemplo, por isso estamos in-vestindo nesse nicho. As novas instalações, que devem ser inau-guradas em outu-bro, vão triplicar a capa-cidade do Santa Paula em atendimentos oncológicos e quimioterapia”, adianta George

Schahin. O novo prédio tem 4.500 metros quadrados de área construída e consumiu investimentos de R$ 22 milhões. No ano de 2011, o hospital registrou R$ 189 milhões de faturamento.

Como a área da saúde é dependente de mão de obra qualifi cada para a execução dos serviços, o Santa Paula fi rmou contrato com o Hospital Sírio-Libanês para que este chefi e o corpo clínico do novo Centro On-cológico. “Não adianta investir em prédio e equipamentos sem equipe qualifi cada. O treinamento dos recursos humanos e pro-tocolos serão realizados pelo Sírio-Libanês, que tem know how na área de oncologia”, afi rma George Schahin.

Outra empresa que vem obtendo exce-lentes resultados após a recente obtenção da JCI é a Dal Ben Home Care, como mostrado em reportagem do Jornal do SINDHOSP, edi-ção de julho de 2012. Entre eles destacam-se a diminuição da infecção domiciliar, melhora na qualidade da informação no prontuário domiciliar e aumento no índice de satisfação dos clientes. Os índices de cresci-mento da Dal Ben também são surpreendentes. Em junho a companhia já havia atingido o crescimento espera-do para todo o ano de 2012.

Luis Salomão, do SalomãoZoppi

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As mudanças econômicas que aconte-cem no Brasil e no mundo, o que é neces-sário para o bom funcionamento da cadeia produtiva da saúde, o comportamento e hábitos das novas classes C e D, as práticas competitivas adotadas pelas operadoras de planos de saúde e o papel da tecnologia da informação para a sustentabilidade do negócio. Estes temas foram abordados nos dois dias de debates do 17º Congresso Abramge (Associação Brasileira das Empre-sas de Medicina de Grupo), que aconteceu em 23 e 24 de agosto, em São Paulo, com o tema central “Planejamento Estratégico na Saúde Suplementar”.

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (FHC), fez a palestra de abertura do evento, abordando aspectos históricos do Brasil e do mundo e traçando um panorama do cenário atual sob o ponto de vista econômico e social. A abertura do mercado nacional às importações, feita du-rante o governo de Fernando Collor, forçou uma mudança brusca no processo produti-vo, para que o país pudesse ser competitivo globalmente. “No início da década de 90 a infl ação era galopante e a dívida externa, outro grande problema brasileiro. O Plano Real criou o ambiente para um Estado de melhor condição social”, frisou FHC.

A ascensão da economia chinesa à se-gunda maior do mundo, a crise de 2008, o crescente desemprego na União Europeia e a letargia da economia norte-americana também estiveram em discussão. “Há 20 anos ninguém imaginaria esse cenário. A Europa, hoje, não tem capacidade de se mobilizar para o investimento, por isso,

acredito que a saída para o momento atual virá dos EUA, pelo valor de suas universidades, que atraem cabeças de todo o mundo”, aposta. Para FHC, as universidades norte-americanas são íntegras, renomadas e trabalham com liberda-de, vinculando-se com frequência a empresas, portanto à iniciativa pri-vada, e ao governo. “A solução, hoje, está na capacidade de criar e transformar essa criatividade em algo positivo para a sociedade. O mundo é do conhecimento”, acredita.

O futuro do Brasil depende, segundo Fernando Henrique, do fôlego do país em promover as mudanças necessárias e acompanhar os desafi os. “A sociedade está mais exigente. Não basta ter saúde. Que saúde? Não basta ter escola. Que escola?”, questionou, ressaltando que esta última é a maior fragilidade nacional. Além disso, falta capacidade e um pensamento organizado para resolver questões fundamentais, como Previdência e saúde. “Me assusta a falta de discussões sérias sobre esses assuntos. Nossos políticos fogem de temas polêmicos”. FHC defendeu ainda que os setores público e privado devem atuar de forma comple-mentar. “Os dois sozinhos não fazem nada”.

A economiaO ex-ministro da Fazenda e consultor,

Maílson da Nóbrega, apresentou o atual cenário econômico-fi nanceiro. Segun-do ele, vivemos a mais longa crise do capitalismo desde o fi m da Segunda Guerra Mundial. “A Europa hoje é um grande centro de risco e líderes inter-nacionais estão se unindo para evitar o pior. Preocupa o endividamento dos países e a fragilidade do sistema fi nan-ceiro europeu”, alertou. A dúvida é se o euro irá sobreviver. “Os países voltarem às suas moedas antigas é o mesmo que acreditar que é possível devolver a pasta de dente ao tubo”, disse, apostando na

manutenção do euro. A Europa, porém, deverá amargar um grande pe-ríodo sem crescimento, na previsão do economista.

Os principais riscos para a economia brasileira, segundo Maílson da Nó-brega, estão justamente na desintegração do euro e na desaceleração da economia chinesa. “O que há de mais positivo para o Brasil é que temos um

sistema financeiro sólido e bem regulado. Nossa dívida é de apenas 35% do PIB, contra 100% dos EUA e 160% da Grécia, e temos uma situação externa confortável, com reservas de US$ 380 bilhões”. A economia nacional, porém, vem perdendo dinamismo, pelos mais de dez anos sem reformas. “Nesse período nossa in-fraestrutura piorou e nosso sistema fi nanceiro também. Isso reduz a efi ciência da economia e faz falta um sistema tributário mais decente”.

O mercado de planos de saúde vem sofrendo incremento com o crescimento da classe C, ou da “nova classe média”. Esse impac-to foi abordado no evento pelo sócio-diretor do Instituto de Pesquisa Data-Popular, Renato Meirelles. Ele lembrou que o plano de saúde é o segundo “produto” mais desejado por essa população, depois da casa própria. “O mercado de saúde suplementar ainda pode avançar a patamares maiores. Falta os gestores conhe-cerem mais as características e hábitos dessas pessoas”. Meirelles lamentou o engessamento que a Lei 9656/98 impõe ao mercado, ao não permitir que o consumidor exerça o seu direito de “escolher pelo que pode pagar”.

Já o diretor da Amil, Antônio Jorge Kropf, ressaltou que os principais passos para o bom funcionamento da cadeia produtiva do setor dependem de três premissas. “É preciso se ater ao contato entre as partes, compar-tilhamento de dados e, o mais importante, ter informações de qualidade sobre os pro-blemas enfrentados pelos envolvidos, para poder elaborar um plano comum”. O evento reuniu cerca de 500 congressistas. Os direto-res do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Júnior e José Carlos Barbério, acompanharam os debates.

A importância da gestão estratégica

O ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso

O congresso reuniu 500 participantes

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A Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp) apresentou, no dia 30 de agosto, durante o XVII Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, realizado na Capital paulista, os resultados da pesquisa que encomendou ao Instituto Datafolha. O trabalho tinha por objetivo dimensionar os problemas que os médicos dessas especialidades de São Paulo enfrentam no dia a dia da saúde suplementar e que revelou que 97% dos obstetras e ginecologistas sofrem pressões de planos de saúde no exercício da medicina.

Para a pesquisa, foram realizadas 451 entrevistas distri-buídas no Estado. A margem de erro máxima é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95% e um universo de aproximada-mente 5.400 médicos. O estudo revela que seis em cada dez médicos denunciam alto grau de interferência. Entre os tipos de interferências avaliados, 88% dos ginecologis-

tas destacam divergências quan-to a procedimentos ou

medidas tera-pêuticas;

e 80%

r e c l a -m a m d e interferên-

cia em atos diagnósticos

e terapêuti-cos mediante a designação de

auditores. Para o presidente da Sogesp, César Eduardo Fernandes, “está se tornando inviável prestar serviço aos convênios, particularmente em virtude da interferência na prática médica”.

Outro dado descrito por seis em cada dez profissionais que atendem planos refere-se a pressões que sofrem quando o procedimento indicado é a internação e tam-bém no período de pré-operatório, o que para a entidade representa um risco à prática segura da medicina. Na opinião da maioria dos médicos associados, 92% das operadoras de planos de saúde também dificultam a rea-lização de exames e procedimento de alta complexidade.

A pesquisa não abordou quais tipos de exames e proce-dimentos são os mais dificultados pelas operadoras, mas Fernandes supõe que isso aconteça com os mais caros. Outro problema apontado por 87% dos ginecologistas, segundo a pesquisa, é a ocorrência de glosas.

43% dos médicos se mostraram pessimistas e não acreditam no desenvolvimento e valorização da especialidade nos próximos anos. De acordo com o estudo, 24% deles não enxergam perspectiva de mudança no cenário atual. Para piorar o quadro, apenas 12% consideram a qua- lidade dos serviços oferecidos pelas ope - radoras de saúde c o m o ó t i m a o u boa. Quase metade, 47%, avalia como ruim ou péssima e 41%, como regular. A pesquisa constatou ainda que 13% dos mé - dicos disseram que já deixaram de exercer a obstetrícia, devido, em especial, aos

baixos honorários e a obrigatoriedade de disponibilidade em período integral.

Nova pesquisa mostra interferência dos planos no trabalho dos médicos

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A piadinha é infame e batida e, com certeza, você já deve ter escutado: “quem não sabe o que quer, faz Administração”. A anedota faz parte da habitual rivalidade entre os cursos superiores, e data de muito, muito tempo. A realidade é que o curso de Administração e a profi ssão do administra-dor mudaram bastante. E nossa sociedade mudou também. Hoje já observamos uma crescente preocupação por parte de empre-sários e dirigentes de organizações públicas e privadas com relação ao gerenciamento das iniciativas pelas quais são responsáveis.

No campo empresarial, ainda temos uma elevada taxa de mortalidade. Segundo o IBGE, praticamente a metade das empre-sas fecha as portas após o terceiro ano de atividade. Os motivos que explicam esse índice bizarro são diversos, afi nal o Brasil amarga a 126ª posição entre 183 nações no ranking do Banco Mundial que elenca os países conforme a facilidade de se fazer negócios em seus territórios. Para se ter uma ideia, segundo esse estudo, é mais fácil abrir um negócio em Uganda do que por aqui. Entretanto, a principal razão da mortalidade das empresas é sempre a mesma: falta de preparo de seus gestores. Diante de tantas dificuldades, a figura do administrador desponta como essencial para driblar os obstáculos impostos por esse ambiente hostil à atividade empresarial.

Outro estudo com o mesmo número de nações, realizado pela ONG Transparência In-ternacional, coloca o Brasil na 73ª posição no ranking que mede a percepção de corrupção

entre os países. Numa escala onde zero signi-fi ca “muito corrupto” e dez “nada corrupto”, a nossa nota foi 3,8. Fomos reprovados. Além de prejuízos à moral, a corrupção empaca o desenvolvimento brasileiro: um estudo da Fiesp revelou que o prejuízo causado por essa praga chega a R$ 85 bilhões por ano!

A corrupção não é apenas fruto da falta de ética, mas também de falhas na admi-nistração pública e nos seus mecanismos de controle (para lembrar uma das funções clássicas da Administração delineadas por Fayol). Que falta faz um administrador de fato por trás de nossas instituições, não é mesmo?

O despertar para a necessidade de uma gestão realmente profi ssional tornou a Ad-ministração o curso superior com o maior número de faculdades (mais de 2.600) e o maior número de alunos (mais de 800 mil). Por ano, são formados mais de 114 mil administradores. Não só a oferta de profi s-sionais da área aumentou, como também a demanda por eles.

O Conselho Federal de Administração, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração), realizou uma pesquisa que traça o raio X da profi ssão no Brasil. Uma das questões era dirigida aos empregadores. Em 2006, apenas 23% deles consideravam importante um cargo gerencial ser ocupa-do por um administrador. Em 2011, esse número saltou para 63%. São números que refl etem o amadurecimento da sociedade brasileira, e também a transformação da mentalidade dos nossos jovens, que têm optado por essa profi ssão com muita de-

Administrador: o profissional que o Brasil precisaterminação e com a consciência de que o administrador é o profi ssional que o Brasil mais precisa.

Respondendo àqueles que ainda insistem em contar aquela piadinha surrada do início do artigo, quem opta por Administração tem a certeza exata do que quer fazer - muito diferente daqueles que escolhem outros ca-minhos profi ssionais e, lá pelas tantas, tentam atuar como administradores sem serem.

Leandro Vieiramestre em Administração pela

Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Certi� cado em Empreendedorismo pela

Harvard Business School

Setor de produtos para a saúde cresceu 4,2% no primeiro semestre

Em período no qual a produção indus-trial brasileira acumulou perdas, o mercado de produtos, materiais e equipamentos médico-hospitalares e para diagnóstico cres-ceu 4,2% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2011. No acumu-lado do ano, considerados os meses de julho de 2011 a junho deste ano, o crescimento do setor foi de 3,8%. Já as vendas, incluindo produtos farmacêuticos, cresceram 8,5% na comparação com o mesmo período de 2011, e 8,7% nos 12 meses analisados.

Os dados fazem parte do balanço de desempenho do setor realizado pela consultoria econômica Websetorial para a Abimed - Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Pro-

dutos e Suprimentos Médico-Hospitalares. Segundo o presidente-executivo da entida-de, Carlos Goulart, embora o desempenho tenha fi cado aquém dos anos anteriores (o setor cresceu 11% no ano passado), o mercado de produtos para a saúde conti-nua crescendo acima da média dos outros setores da economia e ainda tem potencial para se expandir. “Aumento da longevidade da população, estabilidade econômica, as-censão da classe C, maior conscientização em relação à prevenção e qualidade de vida e o fato de a maioria da população se enquadrar hoje na faixa economicamente ativa são fatores que criam maior deman-da por serviços médicos e impulsionam o setor”, explica Goulart.

O mercado de produtos para a saúde gerou 8,2 mil novos postos de trabalho entre janeiro e junho deste ano – 8% a mais do que no segundo semestre de 2011 e 6,1% acima do total registrado no primeiro. A maior ofer-ta de vagas ocorreu no comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odontológico, médico e hospitalar: 10,4% do total no primeiro semestre e 14,6% nos 12 meses analisados.

Entre janeiro e junho deste ano, as importações de materiais, produtos e equi-pamentos para a saúde totalizaram U$ 4 bilhões e cresceram 12% na comparação com o mesmo período de 2011. Já as ex-portações acumularam um total de U$ 676 milhões – crescimento de 10%.

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Levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que houve uma queda signifi cativa no número de leitos públicos no país em várias especialidades. Segundo dados do Cadastro Nacional de Es-tabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, quase 42 mil leitos foram desativados na rede pública de saúde. Dentre as especialidades mais atingidas com o corte estão psiquiatria (-9.297 leitos), pediatria (-8.979), obstetrícia (-5.862), cirurgia geral (-5.033) e clínica geral (-4.912).

Para o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Ávila, a maioria dos problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) passa pelo subfi -nanciamento e pela falta de uma política efi caz de presença do Es-tado. Segundo ele, em entrevista ao boletim P & P (Política & Po-der), a complexidade da assistên-cia foi simplifi cada pelos gestores pela ideia de que faltam médicos no país, no entanto, aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho efi cientes para profi ssionais da

Até o fi m do ano, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma) promove encontros mensais para debater um tema que atinge todos os segmentos que atuam na cadeia produtiva da saúde: as relações público--privadas. A proposta do ciclo de simpósios é levar ao público, a cada rodada, os desafi os enfrentados pelos diferentes nichos, como o farmacêutico, o assistencial, o industrial, entre outros. O SINDHOSP apoia a iniciativa e acompanhou o lançamento do ciclo, em 30 de agosto, marcado por uma cerimônia na sede do Sindusfarma, na Capital paulista.

O encontro, além de apresentar o objeti-vo do projeto, contou com as participações especiais de Jorge Kalil, presidente do Insti-tuto Butantan (representando o secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri) e de Januario Montone, secretário municipal de Saúde de São Paulo. Na visão de Nelson Mussolini, vice-presidente do Sindusfarma, há um abismo entre o discurso e a prática nas políticas públicas praticadas na saúde.

saúde, e, principalmente, de um fi nanciamento comprometido com o futuro do SUS, acabam não sendo levados em consideração.

O Brasil é o quinto país do mundo em número de médicos, com mais de 371 mil

Ele atacou a alta carga tributária que incide sobre os medicamentos. Citou países como a França, onde a carga tributária geral é de 44%, mas a que incide sobre os remédios é de 2,8%. No Brasil, segundo dados apresentados por ele, a carga tributária geral é de 34%, a mesma que incide sobre os medicamentos.

No quesito parcerias, os setores público e privado também encontram difi culdades em se acertar. Em especial devido ao preconceito, segundo Jorge Kalil. Na opinião do diretor, a união permite o desenvolvimento de tecnologias e a transferência das mesmas para o país. O Instituto Butantan, por exemplo, mantém diversos estudos em coope-ração com a indústria farmacêutica mundial, para o desenvolvimento de vacinas e produtos biotecnológicos inovadores. Estas parcerias permitem que o Instituto concorra em paridade com grandes farmacêuticas internacio-nais, como é o caso do desenvolvimen-to da vacina contra a dengue.

profi ssionais registrados (1,95 médico por mil habitantes), o que, para o Conselho, é um número considerado suficiente para atender a população do país. O que faltam, no entanto, são políticas públicas que va-

lorizem esses profissionais e que os estimulem a se fi xarem em regiões desassistidas. Ou-tra pesquisa recente do CFM apontou que 72% dos médicos brasileiros estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Para garantir a fi xação do médico em regiões mais distantes, a entida-de defende a criação de uma carreira de Estado aos moldes da magistratura. Além disso, a distribuição igualitária de pro-fi ssionais em todo o território brasileiro depende de fatores como boas condições para oferecer assistência médica de qualidade (materiais, equipa-mentos e leitos sufi cientes, por exemplo), plano de cargos e salários e vínculo empregatício.

Confi ra ao lado queda de leitos disponíveis no SUS em cada Estado.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Januario Montone, as parcerias com a iniciativa privada também foram as gran-des responsáveis pela duplicação dos equi-pamentos públicos de saúde na cidade de São Paulo. As Organizações Sociais de Saúde hoje são responsáveis por 75% da prestação de serviços em saúde no município, gerindo cerca de R$ 1 bilhão do orçamento da pasta.

Estudo mostra queda de leitos públicos no país

Sindusfarma promove ciclo de simpósios, com apoio do SINDHOSP

O primeiro seminário, em agosto

Região Unidade da Federação

Quantidade de Leitos SUS Variação Variação

(%)2005 2012Centro-Oeste Mato Grosso do Sul 5.510 4.042 -1.468 -26,6%Nordeste Paraíba 10.366 8.380 -1.986 -19,2%Sudeste Rio de Janeiro 38.940 31.924 -7.016 -18,0%Nordeste Maranhão 15.697 13.007 -2.690 -17,1%Sudeste São Paulo 75.921 65.643 -10.278 -13,5%Sudeste Minas Gerais 39.690 34.513 -5.177 -13,0%Sul Paraná 25.331 22.274 -3.057 -12,1%Sul Santa Catarina 13.736 12.142 -1.594 -11,6%Centro-Oeste Goiás 14.399 12.814 -1.585 -11,0%Nordeste Sergipe 3.979 3.551 -428 -10,8%Sul Rio Grande do Sul 25.249 22.715 -2.534 -10,0%Centro-Oeste Mato Grosso 5.945 5.356 -589 -9,9%Sudeste Espírito Santo 6.513 5.886 -627 -9,6%Nordeste Piauí 8.042 7.371 -671 -8,3%Nordeste Rio Grande do Norte 7.199 6.781 -418 -5,8%Nordeste Bahia 28.152 26.521 -1.631 -5,8%Nordeste Pernambuco 19.571 18.498 -1.073 -5,5%Norte Tocantins 2.395 2.279 -116 -4,8%Nordeste Alagoas 6.050 5.783 -267 -4,4%Nordeste Ceará 16.475 15.925 -550 -3,3%Centro-Oeste Distrito Federal 5.022 4.954 -68 -1,4%Norte Acre 1.366 1.393 27 2,0%Norte Amazonas 5.365 5.725 360 6,7%Norte Pará 10.787 11.580 793 7,4%Norte Amapá 937 1.023 86 9,2%Norte Rondônia 2.634 3.256 622 23,6%Norte Roraima 663 885 222 33,5%

Total 395.934 354.221 -41.713 -10,5%Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES/MS)

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Revisão de súmulas pelo TST põe em alerta RH de empresas de saúde

Na reunião da Comissão de Recursos Hu-manos (RH) do SINDHOSP, realizada no dia 19 de setembro, no auditório do Sindicato, em São Paulo, profi ssionais de RH da área de saúde discutiram e trocaram informações principalmente sobre legislações trabalhis-tas e projetos que tramitam no Congresso Nacional e que afetam o setor. As revisões feitas recentemente pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) nas súmulas e orientações para jurisprudência em 43 temas deixaram em estado de atenção as equipes de RH das empresas de saúde. Dos temas já discutidos pelo TST, em 38 houve algum tipo de alte-ração ou necessidade de criação de nova linha de debate.

Uma das súmulas que sofreu alterações foi a nº 244, que defi niu que mulheres que fi -carem grávidas têm garantia de estabilidade mesmo em regime de contrato temporário. Para estas mulheres, o empregador terá de garantir a vaga de emprego até o fi m da gestação e assegurar cincos meses de licen-ça maternidade. Anteriormente, essa regra só valia para mulheres contratadas pelas empresas por tempo indeterminado – con-tratos fi xos. A mesma situação benefi ciará os trabalhadores que sofrerem acidente de trabalho, que terão direito a permanecer no emprego por pelo menos um ano após sua recuperação. A punição para o empregador que descumprir as determinações da Justiça do Trabalho será condenação de pagamento dos valores devidos, previstos em lei.

Também foram defi nidas outras ques-tões trabalhistas que são motivos de ações judiciais, como o direito a adicional de so-breaviso quando o funcionário precisa fi car à disposição da empresa após o expediente (súmula nº 428). Segundo o TST, para casos em que o emprega-do fi ca de plantão, longe da empresa, mas com o celular ligado e disponível para convocação a qualquer momen-to, ele está em sobreaviso e deve ser remunerado em um terço de seu salário convencional.

O coordenador da Comissão de RH do SINDHOSP e consultor de Gestão Empresarial, Nelson Alvarez,

informou que o TST anunciou que a revisão das súmulas e orientações jurisprudenciais será feita duas vezes ao ano - nos meses de março e setembro – e que apesar do Tribunal se orientar pela aplicação dos princípios constitucionais, haverá ônus para as empresas. “O RH precisa estar mais preparado e à frente dos demais departamentos da empresa, porque não podemos ser a área que só reage. Temos que ser proativos e estar em alerta a todas as mudanças”, afirmou.

Além desses entendimentos, os minis-tros do Tribunal decidiram, no último dia 14 de setembro, pela adoção de nova súmula que trata do regime de trabalho em 12x36 horas. Nos termos da proposta de redação aprovada, a jornada diferenciada será válida exclusivamente por acordo coletivo, assegu-rada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados e o empregado não fará jus a adicional de hora extra pelo trabalho das 11ª e 12ª horas.

InsalubridadeOutro tema importante discutido na

reunião foi a proposta de revisão da Norma Regulamentadora (NR) nº15, que contempla a prevenção de riscos à saúde presentes nos ambientes de trabalho (atividades operacionais insalubres). A advogada do de-partamento Jurídico do SINDHOSP, Lucinéia Nucci, explicou que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) colocou em consulta públi-ca, até o dia 29 de outubro, o texto básico de revisão da NR 15 com o objetivo de defi nir diretrizes e critérios para a caracterização e

controle dos riscos para prevenir danos ou agravos à saúde dos trabalhadores, pois o texto atual foi regulamentado em 8/6/1978 e, praticamente, repete o que está expresso nos artigos 189 a 192 da CLT.

A consulta pública abrange apenas o texto geral da NR 15. Posteriormente, haverá novas consultas para alterações dos anexos da norma, que defi nem os limites de tole-rância aos diversos tipos de agentes nocivos. Após o término da consulta, será constituído um Grupo de Trabalho Tripartite, composto pelo governo, empregadores e trabalhado-res, que irá analisar as sugestões recebidas e elaborar a proposta de regulamentação para posterior atualização da norma.

A advogada Lucinéia informou que o SINDHOSP está levando ao conhecimento de seus grupos – Comitê de Segurança e Saúde Ocupacional (CSSO), Grupo de Téc-nicos de Segurança (GTEC) do ABC, Grupo de Clínicas, além da Comissão de RH – a consulta para colher sugestões e formalizar o documento a ser remetido ao MTE, de modo a adequar a NR nº 15 à realidade dos estabelecimentos de serviços de saúde.

Também foram discutidos no encontro a lei 12.513, que criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pro-natec); a Instrução Normativa (IN) nº 98, que dispõe sobre a fi scalização do cumprimento das normas de contratação de pessoas com deficiência; o projeto de lei (PL) 751/11, que aumenta em 50% a aposentadoria ou pensão para o idoso que recebe até um salário mínimo e necessita de ajuda para se cuidar; o PL 663/11, que autoriza o saque

do FGTS aos portadores de doenças graves ou incuráveis, listadas na lei previdenciária; a unifi cação dos dados do trabalhador pela Receita Federal; o PL 3.338/08, que estipula jornada semanal de 24h para psicólogos; e a lei 3.999/1961, que trata da jor-nada de trabalho e piso salarial dos profi ssionais auxiliares e técnicos de laboratório e laboratoristas. A próxima reunião da Comissão de RH será dia 17 de outubro. Mais informações no site www.sindhosp.com.br.

O último encontro do Grupo, em setembro

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