qual a concepÇÃo de direitos humanos impera nos museus? · social. nesse contexto, os museus,...
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QUAL A CONCEPÇÃO DE DIREITOS HUMANOS IMPERA NOS MUSEUS?
Ketylen Karyne Santos da Silva (PPGE/CPAN/UFMS)1
Josiane Peres Gonçalves (PPGE/CPAN/UFMS)2
Claudia Araújo de Lima (PPGE/CPAN/UFMS)3
RESUMO: O presente estudo tem por objetivo analisar a efetivação dos conceitos de direitos humanos
no âmbito da história dos museus, buscando identificar se a organização atual dessas
instituições, em especial o Museu de História do Pantanal/ Muhpan, atende a perspectiva
dos direitos humanos. Assim, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a partir de materiais
publicados em livros, artigos, dissertações, teses e também foram analisados dois
documentos do Muhpan, sobre o projeto de implantação e histórico do referido museu.
Com base no estudo realizado, evidencia-se que as instituições museológicas originalmente
eram locais destinados a exaltação da elite dominante e das histórias consideradas oficiais
e, nesse sentido, o respeito aos direitos humanos em ter a sua história representada e acesso
ao conhecimento eram violados. Na década de 1970, após inúmeras críticas, essas
instituições passaram por modificações em suas funções sociais, sendo priorizado o
atendimento a todos sem distinção. No caso do Muhpan, objeto desse estudo, percebe-se
que há predomina o direito de acesso ao museu, à cultura e ao conhecimento, por trabalhar
com linguagem democrática e permitir o acesso de todas as pessoas, porém, fere os direitos
dos indivíduos de se sentir parte integrante da história do Pantanal. Por mais que tenham
ocorrido alterações nas funções sociais dos museus, ainda se percebe que no Muhpan
existe a presença sutil da história da elite, sobrepondo às demais, e os grupos que não estão
representados são os mesmos que se mantiveram a margem da história, ou seja: negros,
índios e os menos desfavorecidos.
Palavras-chaves: Museu, direitos humanos, representação.
1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Campus do Pantanal (UFMS/CPAN). Graduada em História pela UFMS, Professora da Rede Estadual de
Ensino de MS. Bolsista CAPES. E-mail: [email protected] 2 Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora do
Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do
Pantanal (UFMS/CPAN) e do Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Ciências Humanas e
Sociais (UFMS/CCHS). Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Desenvolvimento, Gênero e Educação
(GEPDGE). Orientadora da dissertação de mestrado. E-mail: [email protected] 3 Doutora em Ciências na área de Saúde Pública. Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do Pantanal (UFMS/CPAN). Professora da disciplina
obrigatória do “Educação e Direitos Humanos”. E-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
Estando vincula ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Campus do
Pantanal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, cursei a disciplina obrigatória
“Educação e Direitos humanos” na qual havia a necessidade de fazer uma pesquisa que
relacionasse a temática da disciplina com o tema da dissertação de mestrado. Assim,
escolhi o tema que é o meu objeto de pesquisa no Mestrado em Educação, o museu, e sua
interface com os direitos humanos, resultando na elaboração do presente estudo.
Ao realizarmos um estudo prévio sobre a história dos museus, podemos perceber
que foi uma instituição restrita a determinada camada social, excludente, que contava a
história da elite, com uma linguagem para a elite, que só se preocupava em expor e
também em determinado momento histórico foi utilizado como uma ferramenta de
manipulação da sociedade. Os Direitos Humanos da população foram feridos por muito
tempo no decorrer da história dos museus e com isso surgiu o seguinte questionamento: Na
atualidade, qual a concepção de direitos humanos impera nos museus?
Neste contexto, a proposta do artigo é analisar a efetivação dos conceitos de direitos
humanos no âmbito da história dos museus, buscando identificar se a organização atual
dessas instituições, em especial o Museu de História do Pantanal/ Muhpan, atende a
perspectiva dos direitos humanos.
Para responder tais questões, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a partir de
materiais publicados em livros, artigos, dissertações e teses, a fim de melhor compreender
a relação existente entre museus e direitos humanos. Também foram analisados dois
documentos do Muhpan, sobre o projeto de implantação e histórico do referido museu.
A organização do trabalho encontra-se assim delineada: inicialmente são
apresentadas reflexões sobre a história e função social dos museus, para em seguida refletir
sobre a questão dos direitos humanos; posteriormente a ênfase se volta para o histórico do
Muhpan, as ações educativas desenvolvidas e exposição sobre a história do Pantanal; por
fim são estabelecidas relações entre o Muhpan e o conceito de direitos humanos,
evidenciando se o referido museu se fundamenta na perspectiva de direitos, principalmente
dos grupos sociais predominantes na região do Pantanal.
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HISTÓRIA E FUNÇÃO SOCIAL DOS MUSEUS
A palavra museu é de origem grega Mouseion, a qual se referia aos templos onde
reuniam coleções reservados aos estudos científicos, literários e artísticos. De acordo com
Julião (2006), a partir do século XV, com o movimento do renascimento e expansão
marítima, o ato de colecionar estimulou a criação de museus particulares, pois era “moda”
ser proprietário de objetos encontrados na América e na Ásia. Já no século XVII e XVIII
os objetos passaram a ser organizados a partir de critérios de categorias, deixando de ser
espaço de curiosidade e passando a ser espaço de pesquisa.
A concepção atual de museu surgiu a partir da Revolução Francesa, com o intuito
de propagar o civismo e a história nacional, um exemplo disso é o museu do Louvre,
inaugurado em 1793. No final da Segunda Guerra Mundial, teve um movimento de
renovação dos museus, buscando práticas mais dinâmicas e voltando o museu para
educação e lazer. Com o passar do tempo, essa nova concepção de museu foram se
consolidando e se renovando conforme os diferentes contextos históricos e sociais
(JULIÃO, 2006).
Cabe ressaltar que a primeira função histórica dos museus estava vinculada ao ato
de colecionar os objetos e esses espaços eram particulares e restritos a determinada camada
social. Nesse contexto, os museus, assim como a educação, foram meios de manipulação
da sociedade e uma forma de exaltar a história dos grandes heróis. Porém, principalmente a
partir da década de 1960, os museus passam a receber profundas críticas, devido seus
métodos antidemocráticos, em conjunto com os movimentos sociais que ocorriam
mundialmente. Com isso, os museus reformulam suas estruturas e passaram a ser
entendidos como instituições democráticas, aberta para todos os públicos.
No ano de 1972 ocorreu em Santiago no Chile uma Mesa Redonda para discutir
sobre os museus na América Latina, seu papel na formação de todas as pessoas e sua
relação com a sociedade, sendo então entendido que museu se trata de:
[...] uma instituição a serviço da sociedade, da qual é parte integrante e que
possui nele mesmo, elementos que lhe permitem participar na formação da
consciência das comunidades que ele serve; que ele pode contribuir para o
engajamento destas comunidades na ação, situando suas atividades em um
quadro histórico que permita esclarecer os problemas atuais, isto é, ligando o
passado ao presente, engajando-se nas mudanças de estrutura em curso e
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provocando outras mudanças no interior de suas respectivas realidades nacionais
(ICOM, 1995, p. 21).
O Conselho Internacional de Museus (ICOM) é uma organização internacional
tanto das instituições, quanto de seus profissionais, que lança propostas universais sobre a
organização das estruturas e ações oferecidas pelos museus. Cada país membro possui um
comitê próprio, como o Comitê Brasileiro do ICOM, os quais devem seguir
concomitantemente as orientações do Conselho Internacional, cujo objetivo é promover a
cooperação, assistência mútua e o intercâmbio de informações entre seus membros. O
ICOM foi um importante órgão de mudança no pensamento e estrutura do que se tinha
sobre museu, contribuindo para delimitar uma nova organização nas estruturas dessas
instituições, deixando de lado aquela ideia de museu estático, depositário de objetos e
seletivo.
Os museus evoluíram nitidamente de uma atitude meramente depositária e
conservadora, em que as obras em si eram o mais importante, para outra que se
poderia descrever como orientada para o público. Neste caso, seu objetivo é,
tanto quanto manter uma obra, criar as condições para que essa obra entre no
circuito imaginário da cultura mediante sua exposição adequada ao público
(MARTINS, 1999, p. 269).
Na atualidade, os museus desenvolvem mais funções que simplesmente expor
objetos. A ação educativa se tornou o coração dos museus, os quais buscam desenvolver
atividades diversificadas a fim de atrair os mais variados públicos. Essas relações sociais
que antes eram deixados de lado passaram a dar sentido ao espaço museal, pois são elas
responsáveis por dialogar com o público, possibilitando aos diversos segmentos da
sociedade várias perspectivas de interpretação do discurso expositivo presente no espaço
dos museus.
O museu, enquanto espaço de diálogo, poderá exercer sua função social e
desenvolverá suas atividades não apenas para o público, mas com o público,
atentando, fundamentalmente, para a sua efetiva consciência crítica da realidade
por colocá-lo em contato com a sua própria cultura e com os elementos da
linguagem visual (SILVA, 2006, p. 1).
Mesmo com toda a mudança nas funções dos museus, estas instituições carregam
consigo opiniões e pontos de vista de determinado narrador. Ao propor-se contar uma
história de um determinado período ou época, o que se tem é a história contada a partir da
perspectiva do narrador. Dessa forma, torna-se importante analisar o contexto histórico
transmitido dentro destes espaços educativos.
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Os museus são instituições com grande responsabilidade social, já podem ser
formadores de opinião. Todo museu tem caráter pedagógico, transmitindo ideias,
há um processo comunicativo. Não existe assim discurso neutro. (RAMOS,
2004, p. 27).
Como foi possível observar, no decorrer da história dos museus essas instituições se
configuravam como seletivas, particulares, reservadas e no período da formação dos
Estados Nacionais, os museus tinham a pretensão de manipular a sociedade, exaltando a
ideia de nacionalismo. Mesmo com a mudança na função social dessas instituições, ainda
se percebe que muitas vezes elas são capazes de também manipular o indivíduo,
transmitindo uma ideia como se fosse verdade absoluta. Porém, é necessário entender que
o conhecimento científico está em constante transformação e, no caso dos museus, o que
está exposto representa a visão do narrador, podendo ser verdadeira ou atender aos
interesses de determinados seguimentos da sociedade.
FUNDAMENTAÇÃO DO CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
Assim como aconteceu com os museus, a concepção de direitos humanos foi
sendo alterada no decorrer dos tempos, uma vez que também eram voltados apenas aos
diretos de determinados grupos sociais. Bellinho (2009) destaca que no período feudal
havia contratos entre o rei e os vassalos, os quais previam que o rei deveria respeitar os
direitos dos súditos. Uma ação documentada, porém que não respeitava os direitos
humanos desses indivíduos.
No decorrer do tempo, a partir da criação dos Estados Modernos e de novas leis,
foram surgindo novas concepções no sentido de entender que os seres humanos pertencem
a determinado Estado e com isso, sendo respaldado pelas leis que regem cada Nação,
independente de classe social. Assim, conforme Bellinho (2009), os direitos humanos que
inicialmente eram vistos como produtos da elite, na concepção atual tornaram-se
universais, uma vez que buscam resguardar a dignidade do ser humano,
independentemente de cultura ou classe social.
[...] o traço básico que marca a origem dos direitos humanos na modernidade é
precisamente seu caráter universal; o de serem faculdades que deve reconhecer-
se a todos os homens sem exclusão. Convém insistir neste aspecto, porque
direitos, em sua acepção de status ou situações jurídicas ativas de liberdade,
poder, pretensão ou imunidade existiram desde as culturas mais remotas, porém
como atributo de apenas alguns membros da comunidade [...]. Pois bem, resulta
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evidente que a partir do momento no qual podem-se postular direitos de todas as
pessoas é possível falar em direitos humanos. Nas fases anteriores poder-se-ia
falar de direitos de príncipes, de etnias, de estamentos, ou de grupos, mas não de
direitos humanos como faculdades jurídicas de titularidade universal. O grande
invento jurídico-político da modernidade reside, precisamente, em haver
ampliado a titularidade das posições jurídicas ativas, ou seja, dos direitos a todos
os homens, e em consequência, ter formulado o conceito de direitos humanos
(PÉREZ-LUÑO, 2002, p. 24-25).
Pensar os direitos humanos na modernidade é pensar na universalidade, pois os
direitos sempre existiram desde a antiguidade, porém eram restritos aos príncipes, etnias,
estamentos ou grupos. Só se tornam universais a partir do momento que se pensa direitos a
todas as pessoas, sem distinção. Nesse sentido Norberto Bobbio (2004, p. 30) ressalta que
“[...] os direitos humanos nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como
direitos positivos particulares (quando cada Constituição incorpora Declaração de Direitos)
para finalmente encontrar a plena realização como direitos positivos universais”. Ou seja,
todo indivíduo já nasce munido de direitos que são universais, porém parte para o
individualismo, seja ela por causa do país que pertence e somente depois se torna universal
onde todos partilham.
Um marco para que os direitos humanos se tornassem preocupação internacional,
foram as barbaridades cometidas aos seres humanos durante a Segunda Guerra Mundial.
Para Bellinho (2009, p. 11), “[...] a violação dos direitos humanos não é mais concebida
como questão interna de cada Estado, pois se tornou uma preocupação no âmbito da
comunidade internacional devido a sua importância”. Era necessário ter mecanismos de
prevenção para que tal atrocidade não se repetisse. Neste cenário, pensou-se em direitos
humanos que atendessem a todas as pessoas e, no ano de 1948, a Assembleia Geral das
Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com 30 artigos,
a qual aponta os direitos que todos os indivíduos deveriam ser detentores.
A criação de uma Declaração Universal de Direitos Humanos é um avanço ao se
pensar sobre os direitos da humanidade. Porém, sua efetivação vem ocorrendo de forma
diferenciada, dependendo do contexto de cada país. Atualmente ainda se percebe muitos
direitos sendo feridos a todo o momento. A Declaração dos direitos humanos é algo
almejado por todos os países, porém efetivado em parte por poucos. Ainda encontram-se
muito presentes na sociedade grandes injustiças sociais, econômicas, políticas e culturais.
E para que os indivíduos tenham os seus direitos resguardados é necessário primeiramente
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ser tratado com dignidade, palavra esta que está presente no preambulo do documento de
Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948.
[...] a dignidade do ser humano enquanto membro vivente de uma sociedade está
situada num contexto político atualmente marcado por grandes injustiças sociais,
profundas diferenças socioeconômicas e pelas não menos trágicas disparidades
de distribuição de renda. Para que um ser humano tenha direitos e possa exercê-
los, é indispensável que seja reconhecido e tratado como pessoa, o que vale para
todos os seres humanos. Reconhecer e tratar alguém como pessoa é respeitar sua
vida, mas exige que também seja respeitada a dignidade, própria de todos os
seres humanos (OLIVEIRA, 2007, p. 363).
No caso do Brasil, ao se refletir sobre os direitos humanos é preciso considerar a
diversidade cultural que foi construída desde a colonização, passando pelo longo período
de escravatura e imigração do final do século XIX. Porém, nem todos os grupos sociais
que contribuíram para a construção do país tiveram seus direitos humanos reconhecidos e
na atualidade ainda existem muitas evidências de discriminação, preconceitos e direitos
violados.
A importância de estabelecer os direitos humanos como uma cultura na
sociedade brasileira decorre da estrutura social existente, em que os fortes traços
do colonialismo e da escravidão, presentes durante vários séculos, ainda
encontram ressonância e alimentam o autoritarismo, a discriminação, a exclusão
e o preconceito atuais. Somente quando os direitos humanos passarem a fazer
parte do cotidiano de todas as pessoas e se constituam de fato numa cultura, será
possível a generalização e perpetuação de crenças, valores, conhecimentos,
práticas e atitudes que priorizem o ser humano (TAVARES, 2010, p. 492).
Falar em Direitos Humanos com base na realidade brasileira é perceber um
antagonismo entre o que está no papel e o que é praticado. Como exemplo, na primeira
Constituição Imperial Brasileira de 1824, já era garantido os direitos políticos e civis,
porém em oposição a isso ainda estava presente a escravidão na sociedade. Na atual
constituição de 1988, é garantido os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e
culturais, respaldando a sociedade de todo e qualquer direito necessário, defendendo a
ideia de cidadania, dignidade, direito a vida, a privacidade, igualdade, liberdade e etc.
(BRASIL, 1988). Porém, ainda existe grande parcela da população que não é atendida por
esses direitos. Com isso, podemos concluir que, com o decorrer dos tempos, houve um
avanço jurídico com relação aos direitos humanos, porém é preciso ter um grande avanço
na prática para a sociedade nesses direitos.
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HISTÓRIA DO MUHPAN E AS FUNÇÕES EDUCATIVAS DESENVOLVIDAS
Ao iniciar análise sobre o Museu de História do Pantanal, é importante lembrar
que de acordo com Silva (2011, p. 27), “Os museus não são instituições isoladas, estão
inseridos em um meio: uma cidade, um bairro, uma comunidade, enfim. Isso deve ser
levado em consideração na formulação da expografia e das ações educativas, que o museu
resolva desempenhar”. O Muhpan foi inaugurado em 2008, está localizado na cidade de
Corumbá, Mato Grosso do Sul. A cidade possui uma riqueza histórica e ambiental que são
devidamente representados pelo Museu. O Muhpan tenta contar a história da ocupação
humana da região do Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), desde os primeiros
ocupantes até a atualidade, para isso subdivide o tema geral em vinte e quatro subtemas,
tais como: Dez Pantanais, Arqueologia, Etnologia, Encontro das Civilizações, Conquista
espanhola, Missões Jesuítas, Conquista portuguesa, Monções, Payaguás, Guaicurus,
Tratados, Cidades e Fortes, Pintura Corporal, Expedição Científica, Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil, Primeiras Fazendas, Guerra do Paraguai, Os Pioneiros, Telegráfos,
Comissão Rondon, Porto de Corumbá, Ladrilho Hidráulico, Pecuária e Olhares ao
Pantanal.
A iniciativa da criação deste Museu, na cidade de Corumbá, foi um interesse
conjunto entre o Ministério da Cultura e autoridades locais. O primeiro interesse foi
construir um centro expositivo que abordasse a arqueologia da região pantaneira, no ano de
2003 essa temática se amplia. Ficando evidente a dimensão e riqueza histórica da região
pantaneira, que seriam retratados dentro deste Museu.
[...] em função do reconhecimento que a região apresenta especificidades
notáveis no processo de ocupação humana, que mereciam ser narrados em todas
as suas vertentes episódicas. Ficam assim incluídos outros campos do
conhecimento além da arqueologia: etnologia, etnohistória, história e
antropologia social (ETCHEVARNE, 2004, p. 3).
De acordo com dados obtidos junto ao Muhpan, observa-se que desde sua
inauguração no ano de 2008 até o ano de 20144, o Museu de História do Pantanal recebeu
um quantitativo aproximado de 68.657 público-visitantes que pode ser observado em
sequências anuais no gráfico abaixo.
4 Até 2014 os dados fornecidos pela MUHPAN estavam mais organizados, por isso foram considerados até
esse período.
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Gráfico 1- Quantitativo de visitação anual do Museu de História do Pantanal
Fonte: Autoras, 2017.
Dentre esses 68.657 visitantes, podemos observar mediante os dados fornecidos,
que o público local é superior e dentro esse público local as visitas agendadas se
sobressaem, ou seja, o Museu possui seu atendimento voltado para grupos escolares. E por
isso sua ação educativa se tornou o coração pulsante da instituição.
O Muhpan possui um diversificado mecanismo de ações educativas. Ação
educativa é um setor responsável por pensar práticas educativas para o visitante. Essas
ações dão vida a este espaço museal. Os projetos de Educação Patrimonial e cultural, sendo
elas: museaulas, jogos educativos, exposições, palestras, oficinas, datas comemorativas
entre outras atividades, são capazes de afirmar ou reafirmar a identidade do pantaneiro.
Além de ações como biblioteca, inventário, higienização e conservação de acervos.
AÇÕES EDUCATIVAS DESENVOLVIDOS PELO MUHPAN
As visitas orientadas são acompanhadas de um mediador do Programa de Ação
Educativa deste museu para grupos escolares, sociais, familiares e de turistas. O Mediador
com auxílio tecnológico, cenográfico, áudio visual conta ao visitante a história de
aproximadamente 8,200 anos da ocupação Humana na região do Pantanal, relacionando
passado e presente como uma forma de melhor entendimento. As visitas orientadas
também buscam a aproximação do público com a sua história, contada no museu pelos
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acervos e intermediada pelo mediador. As visitas são únicas e adequadas a todos os
públicos desde criança até acadêmicos utilizando uma linguagem diferenciada.
A ação educativa deve ser pensada como parte de um processo. A educação é a
base para que uma sociedade se conheça, e reconheça seus direitos e sua
identidade. O museu tem papel importantíssimo nesse contexto, através de uma
política de educação bem estruturada pode aproximar a comunidade não só da
instituição, mas de um universo de possibilidades que surgem por meio do
conhecimento (SILVA, 2011, p. 28).
A ação educativa existente no circuito expositivo do Muhpan se concretizam
especialmente por meio das seguintes atividades: visitas animadas, museaulas, Sessão
Corumbella, oficinas lúdicas e jogos educativos.
As visitas animadas é uma iniciativa do Museu de História do Pantanal que através
de atores locais, dão vida a personagens da História do Pantanal, que interagem com os
visitantes, os surpreendendo pelo circuito expositivo do museu.
As museaulas são aulas sobre temáticas específicas narrados no Muhpan. Busca
abordar diferenciados temas de forma lúdica e interativa ao público em geral. A ideia é
quebrar o paradigma de que “só se aprende em sala de aula” e experimentar formas mais
dinâmicas de transmissão do conhecimento em espaços não-formais de educação.
A Sessão Corumbella são exibições gratuitas de filmes, documentárias e curtas,
exibidas sempre em sábados alternados às 16h para o público em geral. De terça a quinta
voltada para grupos escolares ou instituições pré-agendados. Os filmes, documentários e
curtas são da Programadora Brasil e o conteúdo de exibição busca valorizar as produções
Nacionais que dão destaque as várias culturas Brasileiras presentes nas diversas regiões do
Brasil. Os professores podem trabalhar esses filmes destacando as diferenças culturais e
semelhanças presente na cultura brasileira. Os alunos aprenderão a respeitar a cultura do
outro e a conhecer a sua própria cultura.
As oficinas lúdicas são atividades que desenvolve a criatividade e o conhecimento,
através de jogos, vídeos, música, dança e teatro. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e
interagindo com os outros. A oficina de frotagem, oficina pinlux, oficina libras, oficina de
teatro, oficina de circo, oficina pintura corporal e cerâmica indígena, oficina brincando de
escavar a história são algumas das oficinas já executados pelo Muhpan.
Os jogos educativos transformam a história retratada pelo museu em jogos. As
atividades desenvolvidas no MUHPAN realizam perguntas sobre a história do Pantanal e
oferece premiações aos vencedores. Além de outros jogos como: jogo do caça tesouro,
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jogo da batata quente, jogo da memória, jogo da dança da cadeira, jogo do quebra-cabeça,
jogo adivinhando objetos, jogo descoberta cronológica, jogo caça-palavras e jogo de
percurso.
De acordo com Silva (2011), cada instituição museológica deve criar suas próprias
ações educativas a partir da realidade na qual encontra-se inserida. Não existe um modelo
único que funcionará para todos os museus, ao contrário, trata-se de um trabalho dinâmico
e original que deve ter fundamento teórico e ser desenvolvido por profissionais
capacitados.
A NARRATIVA DO MUSEU DE HISTÓRIA DO PANTANAL
O roteiro histórico do Museu de História do Pantanal criado pelo historiador
Carlos Etchervarne (2004). Narra a história da ocupação humana na região do Pantanal
desde sua origem, com datado mais antigo de 8,200 ano a. C até a atualidade.
No primeiro pavimento a história é iniciada com uma inserção do visitante a
história do Pantanal. Nesta sala o visitante entende um pouco do contexto geográfico do
Pantanal: sistema hídrico, sistema topográfico, o sistema climático, ambiental, relevos e a
fauna e flora pantaneira.
No segundo pavimento a história inicia-se com a arqueologia, descrevendo o
inicio da ocupação humana na região do pantanal. Em seguida o visitante encontra a sala
Etnologia, onde apresenta a população indígena da região do Pantanal, passa por um vídeo
intitulado encontro das civilizações e chega na sala conquista espanhola que conta os
percursos realizados pelos primeiros viajantes dentro do território pantaneiro. E chega a
sala Conquista portuguesa que apresenta o papel dos bandeirantes portugueses do
desbravamentos dos sertões brasileiros, como também na descoberta do ouro em Cuiabá e
as travessias que eram feitas com as Monções. Seguindo o percurso o visitante se depara
com o painel denominado tratados, que apresenta os tratados realizados entre a coroa
portuguesa e espanhola. E com o painel denominado cidades, onde apresenta as atas de
fundação de Cuiabá, Cáceres e Corumbá. Para finalizar o primeiro pavimento ainda tem o
diorama da família Bororo, que são uma réplica de família de indígenas desta etnia em
tamanho proporcional ao do tamanho real. E por último tem a sala Trem do Pantanal, onde
conta a história do Trem no trecho Bauru-Corumbá.
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No terceiro pavimento a história tem continuidade com a guerra do Paraguai,
contando este conflito no território pantaneiro. A próxima sala conta a história das
primeiras fazendas e da comissão Rondon. Em seguida está a sala denominada Porto de
Corumbá, onde apresenta a importância da cidade para a história do Estado e Brasil. E nas
últimas duas salas estão a representação das fazendas no pantanal e dos olhares de
diferentes artistas para o Pantanal (ETCHERVARNE, 2004).
Como é possível perceber, o historiador que projetou o roteiro histórico do
Muhpan, tenta contar 8,200 anos de história e com isso faz recortes dentro da história. Com
isso acaba deixando algumas lacunas dentro da história do Pantanal. Ao analisar o roteiro
histórico, percebe-se que o autor tenta contar uma história geral da ocupação humana e não
especificidades. Dá destaque a grupos sociais já consolidados, ligado ao poderio financeiro
e se esquece de contar a história dos que fizeram parte só que eram os ditos oprimidos.
MUHPAN E O CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
Como já pudemos observar, o Museu de História do Pantanal durante seis anos de
abertura recebeu um total de 68.657 visitantes. Quantitativo que pode ser considerado
relevante. Dentro destes 68.657 visitantes, a maioria é de origem local, da cidade de
corumbá ou Ladário. A prioridade do Muhpan é atender o público local, fato este que está
presente no projeto conceitual do historiador Carlos Etchervarne (2004). O visitante
quando é de fora da região é comum não se sentir pertencente a história do pantanal, eles
não se sente representado pois não fazem parte da história da região. Por outro lado,
quando um indivíduo compõe a história do Pantanal e não é representado, pode-se dizer
que essa pessoa tem os seus direitos humanos feridos, ou seja, o direito de ser
representado. Como pode ser observado no artigo 27, no inciso 1 e 2, da Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 10 de dezembro de 1948.
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus
benefícios. 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e
materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da
qual seja autor.
Com base neste artigo 27, o indivíduo tem o direito de acesso à cultura. Direito
esse de representado, de ter acesso livre ao museu, de ter uma linguagem acessível onde
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ele seja capaz de compreender e entre outras ações. Porém, após analisar o roteiro histórico
do Muhpan e as ações educativas oferecidas por esta instituição, percebemos que o museu
é acessível, aberto a todos sem distinção, com uma linguagem diversificada. No entanto, o
historiador que projetou o museu, tentou contar uma história grandiosa, em um longo
período de tempo, e acabou deixando lacunas na história.
Dentro da história narrada pelo Muhpan, possuem grupos sociais que não são
representados, grupos esses que ao visitar o museu não reconhecem a própria história,
como é o caso, por exemplo, dos negros e de algumas culturas indígenas. Assim, é possível
afirmar que a falta de representação destes grupos sociais faz com que os seus diretos
humanos sejam feridos.
Considerando as especificidades do Brasil, que é o segundo país do mundo com
o maior contingente populacional afro-descendente (45% da população
brasileira, perdendo apenas para a Nigéria), tendo sido, contudo, o último país do
mundo ocidental a abolir a escravidão, faz-se emergencial a adoção de medidas
eficazes para romper com o legado de exclusão etnicoracial, que compromete
não só a plena vigência dos direitos humanos, mas também a própria democracia
no país – sob pena de termos democracia sem cidadania (PIOVESAN, 2005, p.
53).
Apesar de a história do Brasil contar com um longo período de escravatura, os
grupos afrodescendentes que contribuíram para a construção do país, normalmente não são
representados, como acontece com o circuito expositivo do Muhpan, o qual muito pouco
relata sobre os negros e alguns grupos indígenas que fizeram parte do contexto histórico da
região do Pantanal.
Se por um lado se observa essa lacuna no Muhpan, de não representar como
deveria alguns grupos sociais, por outro lado há uma evidente preocupação da instituição
em aproximar o público do seu acervo, ao propor desenvolver projetos, oficinas, aulas,
entre outras atividades e criar este setor “Ação Educativa” para somente tratar deste
assunto, estando disponíveis para todos os grupos sociais.
O Muhpan se propõe a contar 8,200 anos de história da ocupação humana no
Pantanal dentro do território mato-grossense e sul-mato-grossense, e ao ousar contar
tamanha história entende-se que ele irá representar todos os grupos sociais que
compuseram a história do pantanal, porém isso não ocorre. Os grupos sociais com menos
representação ou nenhuma são os marginalizados da história como exemplo os negros ou
os menos desfavorecidos. Evidencia-se que dentro dos recortes históricos distribuídos nos
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vinte e quatro subtemas/salas, ainda de pano de fundo está a história da elite ou dos
considerados grandes heróis.
É neste diante desse cenário que podemos afirmar que os grupos sociais não são
representados dentro do circuito expositivo do Muhpan, tendo assim os seus direitos
humanos feridos. O Muhpan respeita o direito de acesso ao museu, a cultura e ao
conhecimento pois trabalha de forma e com linguagem democrática. Porém no seu roteiro
histórico fere os direitos dos indivíduos de se sentir parte integrante da história do
pantanal. Por mais que houve alterações nas funções sociais dos museus, ainda percebemos
dentro do circuito expositivo do Muhpan uma presença sutil da história da elite sobrepondo
as demais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do propósito do presente estudo que consistiu em analisar a efetivação dos
conceitos de direitos humanos no âmbito da história dos museus, buscando identificar se a
organização atual dessas instituições, em especial o Museu de História do Pantanal/
Muhpan, atende a perspectiva dos direitos humanos, após o estudo realizado, percebemos
que houve um longo percurso histórico, no qual em diversos momentos as instituições
museológicas não atenderam a perspectiva dos direitos humanos.
Os Museus inicialmente surgiram como um local reservado ao estudo,
posteriormente se intensificou o ato do colecionar, a ponto de se tornar comum as pessoas
terem museus em suas residências, mas tais espaços eram restritos à elite. Com a
Revolução Francesa, os museus se tornaram abertos ao público, porém com a função de
manipular a população mediante o despertar do civismo e nacionalismo. Nesta época essas
instituições só contavam a história dos grandes heróis e dos grandes feitos. A partir da
segunda metade do Século XX, os museus foram se transformando, resultando na estrutura
atual caracterizada pelo viés democrático e perspectiva educativa.
No caso do Museu de História do Pantanal, torna-se evidente que possui uma
linguagem democrática, não distingue as pessoas e desenvolve atividades para diferentes
grupos. Contudo, na narrativa histórica da ocupação humana no Pantanal, a instituição
desconsidera determinados grupos sociais que fizeram parte desse mesmo contexto cultural
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e, dessa forma, esses indivíduos têm os seus direitos de ser representado ferido pela
instituição, causando grandes insatisfações.
Cabe salientar que na sociedade brasileira, os direitos humanos podem ser
considerados como uma ferramenta de proteção a todos os indivíduos, visto que a
constituição de 1988 abrange os direitos em âmbito social, econômico, político, cultural.
Trata-se de algo importante, pois juridicamente as pessoas são protegidas. E essa proteção
dentro da constituição, foi algo construído com o decorrer da história. Ou seja, os direitos
humanos estão em processo de consolidação em todos os setores sociais, porém não é algo
eficaz, pois se percebe ainda muitas desigualdades e diferentes tipos de direitos sendo
feridos. Nesse contexto, os museus também representam em parte a não efetividade dos
direitos humanos na sociedade brasileira.
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