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1 QUADRO CURRICULAR - ARTES VISUAIS Expectativa de aprendizagem Condições didáticas e indicadores para a elaboração de atividades Observar se o aluno Reconhecer alguns elementos da linguagem visual; Oferecer aos alunos uma grande diversidade de reproduções de obras de arte e de produções artísticas nas diferentes modalidades das Artes Visuais, inicialmente, para simples contato. Aos poucos, instigar algumas discussões sobre seus elementos, composição, leitura interpretativa; levantar hipóteses sobre seus possíveis autores, épocas, países de origem... Percebe uma gama diferenciada de cores, linhas, planos, formas, luzes, sombras, texturas, volumes, nos próprios trabalhos, nos dos colegas e nas imagens da arte. Utilizar elementos e recursos da linguagem visual para expressar- se e comunicar-se; Criar um ambiente que possibilite a experimentação de cores, formas, texturas, volumes, suportes, tintas, pincéis, papéis, para que o aluno sinta-se instigado, motivado a se expressar por meio do desenho, pintura, escultura, modelagem, fotografia, filmagens, produções informatizadas... Experimenta o uso de diferentes cores, linhas, formas, luzes, texturas, planos, suportes, materiais, instrumentos, etc em suas produções. Manifestar-se criativamente e de um modo próprio ao expressar- se e construir seus trabalhos; Valorizar, nas produções dos alunos, a autoria sem estereótipos; Mostrar aos alunos como cada autor/artista tem marca pessoal. Desenvolve um percurso de criação cultivado (influenciado pelas aprendizagens da arte) com marca pessoal. Cria novas cores a partir das já existentes que recebe; investiga formas, utiliza diferentes suportes e formatos. Experimentar, em suas criações, diferentes materiais, instrumentos, espaços pictóricos, campos plásticos, suportes, técnicas; explorar, em suas produções, formas bi e tridimensionais; Deixar à disposição dos alunos os mais diferentes materiais e incentivar, problematizar sua utilização em produções bi e tridimensionais; Trabalhar em outros espaços que não o da sala de aula; observar e refletir sobre as formas, cores da natureza, do entorno, do cotidiano... Investiga, experimenta, diferentes materiais, suportes e instrumentos lápis, tintas, espátulas, papéis, tecidos, computador, argila, massa de modelar, etc. - ao desenhar, pintar, esculpir, modelar, filmar, fotografar. Produz formas no espaço bi e tridimensional; etc Notar, paulatinamente, que cores e formas, nas produções artísticas, correspondem a intenções de seus autores, significam; Problematizar a seleção de determinado recurso expressivo e suas possíveis significações; iniciar reflexões sobre a intencionalidade da escolha; (relação idéia/símbolo). Utiliza, intencionalmente, em suas produções alguns dos elementos da linguagem visual para expressar-se e comunicar- se; Percebe que também pode construir sentidos articulando, intencionalmente, alguns elementos da linguagem visual; Observar, interpretar e refletir sobre as formas que produz, assim como realizar leituras autorais das produções dos colegas e de alguns artistas. Exercitar a leitura de algumas obras de arte; Socializar os trabalhos dos alunos, organizar rodas de conversa, exercitar com o grupo a troca entre os pares sobre o processo de cada um, a leitura dos trabalhos, a fruição, interpretação e trocas de Interpreta suas próprias produções, as de seus colegas e atribui sentidos a algumas obras de arte; Compreende, ainda que parcialmente, que linhas, formas, cores podem significar idéias, sentimentos;

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QUADRO CURRICULAR - ARTES VISUAIS

Expectativa de aprendizagem Condições didáticas e indicadores para a elaboração de atividades

Observar se o aluno

Reconhecer alguns elementos da linguagem visual;

Oferecer aos alunos uma grande diversidade de reproduções de obras de arte e de produções artísticas nas diferentes modalidades das Artes Visuais, inicialmente, para simples contato. Aos poucos, instigar algumas discussões sobre seus elementos, composição, leitura interpretativa; levantar hipóteses sobre seus possíveis autores, épocas, países de origem...

Percebe uma gama diferenciada de cores, linhas, planos, formas, luzes, sombras, texturas, volumes, nos próprios trabalhos, nos dos colegas e nas imagens da arte.

Utilizar elementos e recursos da linguagem visual para expressar-se e comunicar-se;

Criar um ambiente que possibilite a experimentação de cores, formas, texturas, volumes, suportes, tintas, pincéis, papéis, para que o aluno sinta-se instigado, motivado a se expressar por meio do desenho, pintura, escultura, modelagem, fotografia, filmagens, produções informatizadas...

Experimenta o uso de diferentes

cores, linhas, formas, luzes,

texturas, planos, suportes,

materiais, instrumentos, etc em

suas produções.

Manifestar-se criativamente e de

um modo próprio ao expressar-

se e construir seus trabalhos;

Valorizar, nas produções dos alunos, a autoria sem estereótipos; Mostrar aos alunos como cada autor/artista tem marca pessoal.

Desenvolve um percurso de criação cultivado (influenciado pelas aprendizagens da arte) com marca pessoal. Cria novas cores a partir das já

existentes que recebe; investiga

formas, utiliza diferentes

suportes e formatos.

Experimentar, em suas criações,

diferentes materiais,

instrumentos, espaços pictóricos,

campos plásticos, suportes,

técnicas; explorar, em suas

produções, formas bi e

tridimensionais;

Deixar à disposição dos alunos os mais diferentes materiais e incentivar, problematizar sua utilização em produções bi e tridimensionais; Trabalhar em outros espaços que não o da sala de aula; observar e refletir sobre as formas, cores da natureza, do entorno, do cotidiano...

Investiga, experimenta,

diferentes materiais, suportes e

instrumentos – lápis, tintas,

espátulas, papéis, tecidos,

computador, argila, massa de

modelar, etc. - ao desenhar,

pintar, esculpir, modelar, filmar,

fotografar. Produz formas no

espaço bi e tridimensional; etc

Notar, paulatinamente, que cores e formas, nas produções artísticas, correspondem a intenções de seus autores, significam;

Problematizar a seleção de determinado recurso expressivo e suas possíveis significações; iniciar reflexões sobre a intencionalidade da escolha; (relação idéia/símbolo).

Utiliza, intencionalmente, em suas produções alguns dos elementos da linguagem visual para expressar-se e comunicar-se; Percebe que também pode construir sentidos articulando, intencionalmente, alguns elementos da linguagem visual;

Observar, interpretar e refletir sobre as formas que produz, assim como realizar leituras autorais das produções dos colegas e de alguns artistas.

Exercitar a leitura de algumas obras de arte; Socializar os trabalhos dos alunos, organizar rodas de conversa, exercitar com o grupo a troca entre os pares sobre o processo de cada um, a leitura dos trabalhos, a fruição, interpretação e trocas de

Interpreta suas próprias produções, as de seus colegas e atribui sentidos a algumas obras de arte; Compreende, ainda que parcialmente, que linhas, formas, cores podem significar idéias, sentimentos;

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repertório na resolução dos problemas da criação e da leitura.

Entrar em contato com (re) produções de obras de arte de diferentes autores, épocas, países, culturas; Perceber que produções

artísticas têm um ou mais

autores.

Pesquisar com os alunos, em

diferentes fontes, algumas das

diversas modalidades das artes

visuais; artistas; movimentos, etc.

Propor trabalhos individuais e

coletivos.

Sempre que possível, visitar

museus, exposições, mostras,

galerias de arte; entrar em

contato, também, com as outras

linguagens da Arte.

Compreende que produções artísticas têm autoria e que a arte sempre existiu, em diferentes épocas e culturas; Conhece algumas obras de alguns artistas.

Identificar algumas das

modalidades das Artes Visuais:

desenho, pintura, escultura,

modelagem, colagem,

fotografia...

Oferecer aos alunos uma grande

quantidade de (re)produções

artísticas nas diferentes

modalidades das Artes Visuais e

problematizar situações nas

quais os alunos deverão

identificar quais obras são

desenhos, pinturas, quadrinhos,

fotografias... (Pode acontecer

que, mesmo sendo uma

fotografia, a imagem

representada seja uma pintura,

uma escultura... Vale um bom

debate!)

Identifica, entre diferentes produções artísticas, aquelas que são fotografia, pintura, colagem, escultura, desenho, história em quadrinhos...

Perceber algumas semelhanças

e diferenças – dentro de um

mesmo tema - entre suas

produções, as de seus colegas e

as de alguns artistas;

Sempre que possível, nos

momentos de apreciação

estética, instigar os alunos a

observar como cada um, assim

como diferentes artistas, tratou

do mesmo tema: um retrato, uma

paisagem, a figura humana, um

encontro, uma criança...

Observar a ocupação do espaço,

a pincelada, o uso das cores, a

técnica, os materiais, as formas,

a composição.

Observa, compara, relaciona,

verifica, identifica, reflete sobre

as semelhanças e diferenças (na

resolução de problemas

expressivos e construtivos) –

relativas a questões artísticas e

estéticas - entre suas produções,

as de seus colegas as de alguns

artistas, quando tratam do

mesmo tema/conteúdo/técnica

nas artes visuais.

Exercitar, em seus trabalhos, o

uso expressivo da policromia e

de valores monocromáticos.

Possibilitar ao aluno

experimentar a criação de

diversas tonalidades da mesma

cor, acrescentando a esta,

diferentes quantidades de tinta

branca.

Oferecer à apreciação do aluno

diferentes obras de arte, para

estudo do uso intencional.

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Reconhecer e diferenciar texturas, tátil e visualmente no entorno e em obras de arte.

Instigar os alunos a explorar as

inumeráveis texturas presentes

dentro e fora do ambiente

escolar. Organizar, por exemplo,

“expedições” no entorno da

escola, exercitar a técnica da

“frottage”; decalcar troncos e

folhas de árvores, grades,

tecidos, rendas, moedas,

medalhas... Observar texturas

com lentes de aumento.

Observa, pesquisa, investiga,

cria e utiliza texturas por

intermédio de meios táteis e

visuais em suas produções bi e

tridimensionais.

Utilizar, intencionalmente,

texturas em seus trabalhos

expressivos

Problematizar a utilização de

texturas, de forma significativa,

nas produções dos alunos.

Estimular a criação de diferentes

texturas em argila, massa de

modelar. Propor situações nas

quais os alunos deverão utilizar

texturas em seus trabalhos

expressivos, tanto bi como

tridimensionais.

Utiliza, de forma intencional,

simbólica, as texturas em suas

produções.

Pesquisar, experimentar e utilizar

intencionalmente, em suas

produções artísticas, materiais

convencionais e inusitados;

Oferecer aos alunos uma grande

quantidade de materiais

convencionais: lápis, papéis,

cartolinas, papelão, canetinhas

hidrocor, giz de cera, pincéis,

tinta guache, argila...

Incentivar a pesquisa e

experimentação de materiais não

convencionais: sucatas,

materiais descartáveis,

recicláveis, lâmpadas, guarda-

chuvas, tecidos, fios, arames,

objetos diversos... (com o devido

cuidado!)

Instigar a pesquisa,

experimentação e produção, nas

artes visuais, utilizando

diferentes tecnologias: celulares,

computador, máquinas

fotográficas, filmadoras...

Possibilitar aos alunos o contato

com artistas e obras

contemporâneas que utilizam

materiais não convencionais e

recursos da tecnologia.

Pesquisa, experimenta e utiliza,

em suas produções,

intencionalmente, diferentes

materiais expressivos,

justificando suas escolhas.

Perceber, gradativamente, que

diferentes povos, culturas, etnias

em tempos e contextos diversos,

apresentam, em suas produções,

semelhanças e diferenças;

Ampliar o contato com obras de

diferentes artistas, épocas,

culturas, etnias, percebendo,

gradativamente, que o contexto

de produção influencia a obra.

Organizar visitas a museus,

galerias, feiras, mostras...

Observa, compara, relaciona,

verifica, identifica, respeita,

reflete sobre as semelhanças e

diferenças encontradas nas

produções artísticas de

diferentes povos, culturas,

épocas, etnias...

Perceber, paulatinamente, que a Instigar o aluno a perceber que Percebe, gradativamente, que as

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arte também é linguagem; que

por meio dela pode expressar

suas ideias e sentimentos;

pontos, cores, linhas, formas,

volumes, luzes, sombras,

objetos, quando organizados

intencionalmente podem

expressar, significar ideias,

sentimentos;

Artes Visuais são formas

singulares de manifestação.

Realiza a leitura de algumas

produções artísticas.

Identificar figura e fundo em

diferentes modalidades das

Artes Visuais, assim como nas

próprias produções;

Perceber que algumas imagens

estruturam a representação do

espaço em vários planos;

Oferecer aos alunos uma grande

quantidade de reproduções de

obras de arte, desenhos,

pinturas, gravuras, fotografias,

filmes, etc, de diferentes

momentos da História das Artes

Visuais, para leitura e análise do

que seria a figura e o fundo

nessas produções e quais os

diferentes planos de

representação do espaço;

Instigar a produção de imagens,

nas diferentes modalidades das

Artes Visuais, utilizando,

intencionalmente, as noções de

figura, fundo e diferentes planos

de representação.

Diferencia figura e fundo em

imagens de obras de arte de

diferentes períodos da história,

assim como nas suas produções

e nas de seus colegas;

Utiliza, em suas produções,

intencionalmente, vários planos

de representação do espaço;

Identificar e produzir intencionalmente imagens figurativas e abstratas;

Oferecer aos alunos uma grande quantidade de reproduções de obras de arte, desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, filmes, esculturas, imagens da internet – de diferentes momentos da História das Artes, para leitura e análise do que seria figurativo e abstrato;

Utilizam, em suas produções, intencionalmente, formas abstratas e figurativas assim como as diferencia na leitura de imagens;

Apropriar-se, paulatinamente, da ideia de simetria. Utilizar simetria em suas composições

Oferecer aos alunos uma grande quantidade de reproduções de obras de arte, desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, filmes, esculturas, imagens da internet – de diferentes momentos da História das Artes, para observação do uso da simetria em diferentes eixos e composições. Propor situações de produção em que seja necessário o uso da simetria.

Reconhece, gradativamente, a presença da simetria em imagens de diferentes períodos da história da Arte, assim como nas suas produções e nas de seus colegas.

Elaborar suas próprias produções, fugindo de estereótipos, com maior intencionalidade, relacionando sua ideia ou sentimento à imagem representada.

Incentivar a produção autoral; Apresentar aos alunos uma grande quantidade de reproduções de obras de arte, para observação e reflexão sobre as relações entre o assunto de algumas imagens e os modos de fazer/produzir de diferentes autores, em diversas épocas, países, etnias. Oferecer diferentes materiais e problematizar a representação autoral de ideias, pensamentos, sentimentos, fugindo de estereótipos.

Produz imagens de forma mais autoral; Não usa estereótipos; Relacionam cores, formas, luzes, sombras, texturas, tamanhos volumes, à representação de sua ideia ou sentimento; Percebe que pode expressar pensamentos e sentimentos por meio das Artes Visuais.

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ARTES VISUAIS

M Terezinha T Guerra1

A história das Artes Visuais confunde-se com a história da humanidade; faz parte do ser e do sentir-

se humano: não há povo, cultura, época ou país que não as tenha produzido ou entrado em contato com

elas!

Signos visuais têm presença cada vez mais maciça na contemporaneidade. Imagens da ficção e da

realidade, do virtual e do concreto invadem o nosso cotidiano!

Entre os referenciais de crianças, jovens e adultos contemporâneos estão a televisão, a propaganda,

a multimídia, os videogames, a internet. Todos eles pautados pela presença maciça de imagens, que

interferem na maneira de cada um ver a si e ao outro, à vida. Cada vez mais sabemos e falamos sobre

coisas, pessoas e lugares que conhecemos apenas por meio de imagens! A criação e a circulação destas

produções constroem significados coletivos que podem também se transformar em instrumentos de

dominação e poder. (Cf. GUERRA, 2005).

E a escola? Qual seu papel frente a esse “mar” de visualidades? Qual o papel do professor de Artes

Visuais?

AS ARTES VISUAIS NOS ANOS INICIAIS

Há que se saber fazer a distinção entre as imagens da Arte e as demais, já que, o objeto de estudo

aqui tratado são as Artes Visuais em suas diferentes modalidades: desenho, pintura, escultura,

modelagem, gravura, fotografia, cinema, objeto, histórias em quadrinhos, instalação, flash-mobs,

performance, arte na rua, entre outras. Entretanto, o conhecimento sobre arte pode promover o

discernimento na percepção das demais imagens presentes no cotidiano.

Arte é e traz conhecimento. Além dos muitos saberes específicos das Artes Visuais, por meio de

suas produções temos acesso à arte de diferentes povos, épocas, países e culturas. Muito do que sabemos

hoje sobre a história da humanidade, da vida, do planeta, está nos registros visuais deixados pelos homens

em pedras, ossos, papiros, madeira, sarcófagos.

Cada modalidade das Artes Visuais apresenta especificidades e conhecimentos singulares.

Conhecimentos relacionados tanto ao fazer/criar quanto ao interpretar/ler/fruir e contextualizar as

produções; (...) “um tipo de conhecimento que envolve tanto a experiência de apropriação de produtos

artísticos quanto o desenvolvimento da competência de configurar situações através da realização de

formas artísticas. Ou seja, entendemos que aprender Arte envolve não apenas uma atividade de produção

artística pelos alunos, mas também a conquista da significação do que fazem, através do desenvolvimento

da percepção estética, alimentada pelo contato com o fenômeno artístico visto como objeto de cultura

através da história e como conjunto organizado de relações formais.” (PCN – Artes, 1998).

Se Arte é entendida como linguagem, o que se pretende nas aulas de Artes Visuais é possibilitar aos

alunos que eles sejam leitores dessas manifestações e também desenvolvam seus próprios percursos de

criação. Familiarizar as crianças com as diferentes modalidades das Artes Visuais, seus conceitos

1 Autora e coautora de diversos livros e publicações sobre o Ensino de Arte, entre eles: “A língua do mundo: Poetizar, fruir e conhecer

Arte” Edit.FTD; formadora do Cenpec e Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras instituições.

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específicos, procedimentos técnicos e expressivos, transformações históricas e valores associados à arte.

Encorajar os alunos a, além de ler as produções dos seus colegas e de diferentes artistas, a construir e

expressar sua arte de maneira singular exercendo sua sensibilidade, emoção e pensamento ao se

relacionar com a arte e as próprias motivações criativas.

Como afirma Ana Mae Barbosa, trazendo considerações de Paulo Freire e Elliot Eisner: “para ambos

a educação é mediatizada pelo mundo em que se vive, formatada pela cultura, influenciada por linguagens,

impactada por crenças, clarificada pela necessidade, afetada por valores e moderada pela individualidade.

Trata-se de uma experiência com o mundo empírico, com a cultura e a sociedade personalizada pelo

processo de gerar significados, pelas leituras pessoais auto-sonorizadas do mundo fenomênico e das

“paisagens interiores.” (BARBOSA, 2008, p.12)

Conhecer Artes Visuais, portanto, possibilita ao aluno: adentrar no universo da arte; aprofundar o

olhar sobre si mesmo; ampliar sua leitura sensível e crítica do mundo; criar de modo simultaneamente

autoral e informado por suas experiências e conhecimentos.

Considerando que este pode ser o primeiro contato de seus alunos com as Artes Visuais na escola, é

importante você ajudá-los a entender – com palavras acessíveis à idade - que o acesso a essa linguagem

irá permitir-lhes novas formas de expressar o que sentem e pensam e também a possibilidade de ler

produções visuais de diferentes épocas e autores. Explique aos seus alunos, por meio da realização das

proposições das Situações de Aprendizagem, como esta outra maneira de “ler e produzir textos” necessita

de informações, de conhecimentos sobre como realizá-la. Dessa forma, o contato com as Artes Visuais se

dará com a sua mediação, ao desenvolver as situações de aprendizagem nas quais seja possível que a

criança compreenda e se aproprie dessa linguagem, adquirindo as competências necessárias à produção,

leitura e contextualização de imagens.

Considerando também que cada indivíduo vê, sente e pensa o mundo - e as imagens - a partir de

suas próprias experiências, é necessário que você gradualmente conheça o repertório artístico e estético de

seus alunos, investigando seus conhecimentos prévios sobre os conteúdos propostos nas situações de

aprendizagem e também suas preferências, gostos, estranhamentos, indagações, buscas, lacunas, as

relações que estabelecem, as concepções e práticas que trazem, analisando-as com a intenção de ampliar

e aprofundar conhecimentos nas Artes Visuais.

Por meio das proposições que compõem as situações de aprendizagem sugeridas para os anos

iniciais do Ensino Fundamental e do contato com obras de artes visuais em suas diferentes modalidades as

crianças poderão investigar, interpretar e experimentar diversas maneiras de criar sua arte expressando-se

com sensibilidade e fazendo uso de seus conhecimentos.

É importante que as crianças saibam que as artes visuais estão presentes na vida do ser humano

desde os tempos mais remotos, quando os suportes para pinturas, por exemplo, eram rochas em cavernas.

No entanto, essa e outras informações deverão ser socializadas durante o desenvolvimento das propostas e

integradas ao apreciar e ao fazer arte, de acordo com a faixa etária e o repertório simbólico dos alunos com

os quais você está trabalhando. É importante instigá-los a estabelecer relações entre o que estão

aprendendo e o próprio ponto de vista, o seu cotidiano, garantindo, assim, que estejam implicados nas

aprendizagens.

Vale lembrar que, durante estas aulas os alunos, aos poucos, deverão habituar-se e apropriar-se de

termos do vocabulário das Artes Visuais, tais como: suporte, materiais, composição, imagem, forma, cor,

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artista, autor, instalação. Pode ser criado na sala de aula um painel para registrar as novas palavras escritas

em letra de forma, tipo bastão, associando-as a imagens.

Deixe bem claro que nas aulas de Artes Visuais, o foco das situações de aprendizagem, a “leitura e a

produção dos trabalhos” acontecerá por meio das cores, linhas, formas, pontos, objetos, espaços, luzes,

imagens existentes, ações, planos, volumes, etc, ou seja, a construção de sentidos se dará por meio da

leitura e da produção de trabalhos artísticos.

Algumas das proposições sugeridas poderão ser desmembradas em um maior (ou menor) número de

aulas, adaptadas, reorganizadas, aprofundadas em função do seu contexto de ensino e de aprendizagem

sempre observando os alunos, como professor comprometido que é com o papel da arte na educação

escolar. Como diz Paulo Freire: “Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na

busca, não aprendo nem ensino”

PERCURSOS EDUCATIVOS EM ARTES VISUAIS

Professor

As Situações de Aprendizagem de Artes Visuais foram organizadas de maneira a permitir elaborar,

inicialmente, um diagnóstico do grupo a respeito do que já sabem sobre os conteúdos selecionados, em

seguida apresentamos o desenvolvimento das proposições, a sistematização dos conhecimentos e a

avaliação.

Há, quase sempre, rodas de conversa – tanto iniciais, com a finalidade de levantamento de

conhecimentos prévios, como em momentos de finalização de etapas, para avaliação, discussão e reflexão

sobre dificuldades e soluções encontradas, esclarecimento de possíveis dúvidas, auto-avaliação e

encaminhamentos. Outras atividades permanentes são a exposição dos trabalhos, diferentes formas de

registros, leituras conjuntas, estímulo à aprendizagem compartilhada sobre arte.

Durante todo o processo, buscou-se manter o equilíbrio e a articulação entre momentos de produção,

apreciação e contextualização nas situações de aprendizagens propostas. A produção artística é

fundamental na construção de um percurso criador autoral em artes visuais. A apreciação estética, ou

seja, a leitura de trabalhos de arte promove o desenvolvimento de um olhar crítico, sensível, conhecedor e

fruidor das imagens da arte. O conhecimento da história da arte por intermédio do estudo e da reflexão

sobre o contexto de produção das obras estudadas torna possível aos alunos saber situá-las, ou seja,

contextualizá-las. Em cada uma dessas ações de aprendizagem em artes visuais há saberes singulares

que, ora se entrelaçam, ora são contemplados de forma específica, de maneira a garantir aos alunos a

assimilação de conceitos, procedimentos e valores da área.

No entanto, ninguém melhor do que você, professor, conhece as suas turmas e sabe de suas

necessidades e interesses, portanto, as sugestões que lhes são apresentadas poderão ser alteradas,

ampliadas, reduzidas, adaptadas, desde que sejam consideradas as expectativas de aprendizagem

elencadas. Nem todas as expectativas desejáveis para cada ano escolar foram contempladas nas situações

de aprendizagens aqui sugeridas, o que lhe deixa espaço para serem incluídas em seu trabalho em sala de

aula. O que importa é garantir aos seus alunos uma aprendizagem em Arte que se consolide como

conhecimento ao longo da vida escolar e social. Propostas de trabalho em que você será o mediador entre

a Arte e o aprendiz e, como propõe o currículo da SEESP, com o foco na aprendizagem.

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Vale reforçar a importância de se considerar o repertório simbólico, artístico e estético de seus

alunos, suas práticas culturais e a partir daí ampliar referências; ser um professor atento, presente, que

sabe envolver cada aluno no processo de aprendizagem em Arte e um incentivador da arte da criança.

Fundamental também, sempre que possível, buscar outros espaços de aprendizagem, sair da sala de

aula, da escola, organizar e preparar visitas a museus, galerias de arte, mostras de fotografia, bienais de

arte, cinemas. Buscar relações com as outras linguagens artísticas e as outras áreas de conhecimento.

É preciso transformar a escola: expor os trabalhos dos alunos nos corredores, cantina, escadarias, no

teto. Fazer intervenções nos pátios, jardins, nas quadras.

Como um ser produtor e leitor de culturas, inserido nelas, o aprendiz de arte poderá, ao mesmo

tempo, fruir das produções artísticas da humanidade e adquirir mais meios para construir aos poucos sua

identidade artística conhecendo a produção nacional e internacional e o significado de pertencer a um

mundo de diversas culturas.

Nesse sentido, o conhecimento – e o respeito – de semelhanças e diferenças, do universal e do

particular, de valores simbólicos e a diversidade cultural presente nas manifestações artísticas, possibilita

um processo de humanização, de aprofundamento dos valores de solidariedade, da ética, da estética e da

política, voltados para o bem comum (GUERRA, 2011).

Bom trabalho!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Ana Mae. (org) Arte/educação contemporânea. Consonâncias internacionais. 3. ed. São

Paulo: Cortez, 2008.

GUERRA, M. Terezinha Telles. “Leituras de mundo... ou a Traição das Imagens” in Currículo em

Debate – Reorientação Curricular do 6º ao 9º ano – Secretaria de Estado da Educação de Goiás. Goiânia:

SEE, 2005

________ Estudar pra Valer! – ARTE – Leitura e Produção de Textos. São Paulo: CENPEC, 2011.

IAVELBERG, Rosa. O Ensino de Arte. Presente em Revista, São Paulo, p. 2 - 4,03 mar. 2006.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte - Ensino

fundamental. Brasília: SEF/MEC, 1998.

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ARTES VISUAIS – 1º ANO

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

APRESENTAÇÃO:

Esta situação de aprendizagem foi elaborada com o objetivo de oferecer subsídios para o

desenvolvimento de um trabalho em Artes Visuais para o primeiro ano do Ensino Fundamental.

Conforme afirmam Maria Heloisa Correa de Toledo Ferraz e Maria Felisminda de Rezende e Fusari:

“Se pretendemos trabalhar as linguagens visuais na escolarização artística infantil, é preciso

caracterizar quais conceitos são essenciais para integrá-los aos já conhecidos pelas crianças. Isto implica

definir também os procedimentos e técnicas pedagógicas a serem utilizadas nas atividades de ver

apreciativamente e expressar prazerosa e ludicamente as formas visivas. O professor poderá encaminhar

as bases principais desse ensino e aprendizagem integrando alguns procedimentos com atividades lúdicas

de conversar ou contar histórias sobre formas visuais produzidas por artistas, com o objetivo de mobilizar as

crianças a expressarem visualidades com diversos materiais. Por meio de instigante apresentação e análise

de ilustrações (reproduções gráficas), objetos, etc., usando uma linguagem acessível, é possível explicar às

crianças as técnicas, o jeito de ver o mundo e (se for o caso) as maneiras de que se valem os artistas para

produzi-las.” (FERRAZ: 1993. p.111)

Considerando tais reflexões, as proposições apresentadas contemplam pequenas imersões na

História da Arte, passam pela apreciação estética, por breves contextualizações, pela produção de desenho

e pintura em vários suportes e diferentes materiais, e ampliam a noção de espaço numa composição

tridimensional.

CONTEÚDOS:

Ponto

Linhas

Cores

Formas (bi e tridimensionais)

Arte Figurativa e Arte Abstrata (Conhecimentos iniciais)

Leitura e produção em Artes Visuais

História da Arte (primeiros contatos)

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

Reconhecer alguns elementos da linguagem visual;

Utilizar elementos da linguagem visual para expressar-se e comunicar-se;

Manifestar-se criativamente e de um modo próprio ao expressar-se e construir seus trabalhos;

Experimentar, em suas criações, diferentes materiais, instrumentos, espaços pictóricos, campos

plásticos, suportes, técnicas; assim como explorar, em suas produções, formas bi e tridimensionais;

Notar, paulatinamente, que cores e formas, nas produções artísticas, correspondem a intenções de

seus autores, significam;

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Observar, interpretar e refletir sobre as formas que produz, assim como realizar leituras autorais das

produções dos colegas e de alguns artistas;

Entrar em contato com algumas (re) produções de obras de arte de diferentes autores, épocas,

países, culturas;

Perceber que produções artísticas têm um ou mais autores.

PROPOSIÇÃO 1

RODA DE CONVERSA INICIAL

Professor, este é seu primeiro encontro com os alunos para tratar das Artes Visuais, assim vamos

iniciar esta proposição, pedindo aos alunos que deem as mãos e formem um círculo, propiciando dessa

forma um momento de integração. Nessa formação será possível que se olhem e por meio do olhar todos

serão acolhidos. A seguir, peça que soltem as mãos, sentem-se no chão. Converse com as crianças de

forma bem descontraída, perguntando-lhes:

Gostam de desenhar, pintar, modelar, rabiscar, recortar, colar, fotografar?

Quando e onde desenham?

Com quais materiais têm o hábito de desenhar e pintar?

O que fazem depois com seus trabalhos?

Conhecem alguém que faz desenhos ou pinturas?

Como se nomeia pessoas que desenham, pintam, esculpem?

Já viram esses artistas ou algumas obras de arte, onde?

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Diga-lhes que desde a pré-história – um tempo distante – os seres humanos já faziam desenhos e

pinturas nas paredes das cavernas, esculturas, instrumentos de sopro, armas e, até os dias de hoje, as

pessoas comunicam o que pensam, imaginam, sentem e percebem por meio de desenhos, pinturas,

gravuras, colagem, esculturas (que eles costumam nomear de estátuas).

Pergunte-lhes:

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O que as pessoas fazem quando querem deixar um recado para alguém? (Falam? Escrevem?

Poderiam desenhar?)

Diga-lhes que as pessoas não se comunicam apenas por palavras, mas também por meio de gestos,

sons, desenhos, embora muitas destas manifestações não sejam arte. Por exemplo:

Como é o sinal – feito com a mão – de positivo?

Como entendem que acabou a aula ou o recreio?

Como sabem qual o banheiro das meninas e o dos meninos?

O que dizem os sinais do trânsito, as cores do semáforo?

É possível, então, compartilhar a mesma leitura de desenhos, atribuindo significados a cores, formas?

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Conversem um pouco sobre isso e peça outros exemplos às crianças.

A seguir, organize seus alunos em (pelo menos) seis grupos e distribua a cada grupo um exemplar do

livro “Arte para Crianças” Ed. Publifolha (Programa “Livros na Sala de aula”, acervo da escola). Retome a

conversa sobre a presença da imagem em diferentes épocas, povos e países e deixe-os folhear o livro à

vontade.

Continuando, dê-lhes a seguinte tarefa: cada grupo deverá escolher uma imagem que todos

gostariam de colocar em uma parede de sua casa. O grupo precisa discutir os motivos da escolha, por

exemplo: o tema (assunto), as cores, o que sentem ao ver a imagem, o que imaginam sobre como seria

poder ver aquela obra todos os dias.

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Combinem um tempo para isso e, terminada a tarefa, cada grupo deverá falar aos outros – você deve

ajudá-los a localizar a página – sobre a imagem selecionada e explicar o porquê da escolha. Oriente-os a

respeitar o tempo de cada grupo de modo que todos possam mostrar e justificar, um de cada vez, os

critérios e motivos da seleção da imagem.

Insista em que relacionem a escolha da imagem à leitura dela feita, pedindo que observem cores,

formas, luzes, sombras, tamanhos, distância, proximidade, etc. Por exemplo, se um grupo diz o que

determinada imagem significa para eles, pergunte-lhes se é por causa das cores utilizadas, do tamanho de

determinada figura, da forma do desenho, etc...

Pergunte sempre aos alunos se concordam com as escolhas e por que. Comente que a leitura de

cada imagem muda de pessoa para pessoa, portanto, nem sempre o que é escolhido por uns coincide com

a escolha de todos!

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RODA DE CONVERSA FINAL

Finalize a aula com uma roda de conversa retomando a atividade. Estimule-os a falar sobre o livro, as

imagens que encontraram e, especialmente sobre como resolveram o problema proposto: escolher uma

obra. Pergunte se acreditam que desenhos e pinturas podem transmitir ideias, despertar sentimentos,

emoções e outras imagens em nossos pensamentos. Questione se perceberam que as pessoas podem

conversar por meio de imagens e que cada uma delas pode ter um autor – ou vários! Diga-lhes que a

maioria dessas obras traz a assinatura de quem as fez, mas, algumas, perdidas na vastidão dos tempos,

ficaram anônimas, ou seja, embora algum artista as tenha produzido, não sabemos o nome de seus

autores.

PROPOSIÇÃO 2

RODA DE CONVERSA INICIAL

Professor, antes de iniciar a proposição, apresente para seus alunos uma obra escolhida por você.

Sentados em círculo explique que, assim como eles, você também quer que conheçam uma obra que você

aprecia muito. Como professor de Arte certamente você possui reproduções que fazem parte do seu

material de trabalho. Além disso, a SEE, em diversos projetos, enviou diversas reproduções de diferentes

artistas para as escolas.

Inicialmente convide-os para silenciosamente a imagem por alguns minutos tentando perceber seus

detalhes sem nenhuma preocupação com questões.

Em seguida, conte para eles porque gosta muito desse quadro. Incentive-os a expor suas impressões

e opiniões sobre sua escolha e mais uma vez comente que nem sempre o que é escolhido por uns agrada

aos outros. Conte para seus alunos quem pintou o quadro que você gosta, onde essa pessoa viveu e em

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que época. Se for possível faça alguma relação com algum acontecimento da mesma época, porém sem

entrar em detalhes, apenas como curiosidade.

Após essa breve conversa, distribua a cada aluno uma folha de papel, de preferência diferente da

folha sulfite padrão e lápis grafite preto. Diga-lhes que agora os autores das imagens serão eles. Peça-lhes

que façam um desenho com seu tema (assunto) preferido, pois, já viram no livro de arte obras de diferentes

autores, mas ainda não conhecem o trabalho de seus colegas e nem mostraram os seus a eles. Explique

que esse desenho não será colorido, pois as cores serão aplicadas em outro momento. Lembre-os que

artistas assinam as suas obras e que também eles deverão colocar seu nome em suas produções. Este

trabalho é individual.

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Circule pela sala estimulando os alunos, esclarecendo possíveis dúvidas. Terminados os trabalhos,

exponha-os, de preferência em uma das paredes da sala e solicite aos alunos que se levantem para

contemplar os resultados. Estimule um início de leitura com perguntas como:

O que mais aparece nos desenhos? (Paisagens, pessoas, animais, árvores, automóveis, flores,

monstros, super-heróis, formas e cores,...)

Todo mundo desenha igual ou os desenhos são muito diferentes?

Como as imagens foram feitas? Peça que contem como as fizeram?

Parecem com algo ou algum lugar conhecido? O quê? Qual?

Há mais trabalhos com coloridos diferentes das cores preto e branco? Qual a cor que mais

aparece? Onde?

E a maior forma, onde está? E a menor?

Como reconhece o seu trabalho no meio de tantos outros? Como?

E como reconhecem os dos colegas? Por quê?

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Incentive todos a falar, a manifestar as suas opiniões Não se esqueça de explicar que cada um tem

seu modo de desenhar, pintar, escrever, cantar, dançar, etc. e por isso, reconhecem as suas produções no

meio de tantas outras.

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Professor, este trabalho objetiva uma sondagem inicial do repertório artístico, estético e simbólico de

sua turma. Para criar condições que ampliem o conceito de arte, é importante que você conheça o

repertório do aluno e respeite suas referências. Faça os seus registros – organize um portfólio. - anotando

as características dos trabalhos, o uso do espaço pictórico, a composição, proporções, detalhes,

movimento, a presença (ou não) de estereótipos, a familiaridade (ou não) com os materiais; o

reconhecimento (ou não) de formas, pequeno, grande, longe, perto... Tudo isto, - especialmente as

dificuldades das crianças - deverá ser contemplado por você com delicadeza sem expor o aluno, individual

ou coletivamente, durante o desenrolar das proposições. Além de lhe dar pistas para novas propostas de

atividades, esta avaliação, seus registros e anotações lhe indicarão os pontos que deverá reiterar, retomar,

possíveis intervenções e encaminhamentos dos trabalhos.

Recolha todos os desenhos dos alunos e guarde-os para a próxima aula.

PROPOSIÇÃO 3

O objetivo desta proposta é a identificação de diferentes tipos de linhas nos desenhos: retas, curvas,

finas, grossas, zigzag, etc. Devolva aos alunos os desenhos que fizeram anteriormente e peça-lhes para

observá-los atentamente, passar o dedo nas linhas e perceber semelhanças e diferenças entre as que

criaram em seus desenhos e as desenhadas por seus colegas.

Pergunte às crianças se sabem o que é uma linha reta, por exemplo, e solicite que a mostrem nos

desenhos, que a desenhem na lousa ou a mostrem em algum objeto na sala. Faça o mesmo exercício com

outros tipos de linha. Não se preocupe com conceitos, apenas se sabem diferenciá-las e reconhecê-las.

Peça-lhes que verifiquem se em seus desenhos há mais de um tipo de linha. Distribua materiais diversos

tais como canetas hidrográficas, giz de cera, lápis de cor e explique que deverão escolher uma cor para

cada tipo de linha que aparece no desenho e colorir a linha que está desenhada a lápis, com a cor

escolhida. Se for necessário, mostre um exemplo na lousa.

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Procure orientá-los durante a proposta auxiliando-os a decodificar os diferentes tipos de linhas

transformando as dúvidas em novos conhecimentos sobre o conteúdo. Ao final da produção, pergunte aos

alunos qual é a cor que mais aparece em seus desenhos e que tipo de linha essa cor coloriu. Expor e

discutir os resultados obtidos oferecerá condições de avaliação da compreensão dos conteúdos trabalhados

e o quanto os alunos estão preparados para aprofundar o assunto.

A seguir, organize os alunos em grupos e distribua uma folha de papel Paraná (tamanho 1m x 0,80m)

para cada um. Você deverá preparar as folhas antes da aula. Deixe lápis de cor, canetas hidrográficas,

pincéis atômicos, giz de cera e até tintas e pincéis à disposição dos alunos.

O desafio para cada equipe será fazer um desenho, utilizando diferentes tipos de linhas: linhas retas,

linhas curvas, linhas em zigzag, etc.

Deixe que as crianças decidam de que maneira preferem utilizar o papel – no sentido horizontal ou

vertical – e se preferem desenhar e pintar no chão ou com o suporte preso à parede. Não se esqueça de

dizer-lhes que o material – no caso o papel – em que desenham ou pintam chama-se suporte.

Lembre-as de que todas deverão por o nome no trabalho.

Circule entre os grupos, ofereça ajuda e material; anote as possíveis necessidades de seus alunos.

Ao terminarem organize uma roda de conversa. Os alunos de cada grupo deverão identificar os tipos

de linhas usados por outro agrupamento, e descobrir quais foram as mais usadas, desta vez sem relacionar

com a cor.

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Recolha todos os trabalhos e guarde-os para a próxima aula.

PROPOSIÇÃO 4

Peça aos alunos que em pequenos grupos abram o livro “Arte para Crianças” na página 76 e

observem a reprodução da tela de Paul Klee, “Castelo e Sol”. Pergunte-lhes:

O que vêm?

Quais são as cores e como são as linhas usadas pelo artista?

Além das linhas e das cores figuras também fazem parte do quadro. Peça que mostrem onde se

localizam na obra. Sabem os nomes dessas figuras?

Estas figuras são todas do mesmo tamanho?

São iguais ou parecidas? Peça que mostrem as iguais, as parecidas e as diferentes

As figuras e linhas formam desenhos? Quais?

Essas figuras, linhas e cores podem formar outros desenhos? Quais?

Para esta atividade é importante que você prepare exemplos destas formas geométricas em cartolina

ou papel encorpado, preferencialmente em diferentes cores, para que as crianças possam identificá-las.

Nomear cada uma destas formas será decorrência desta leitura comparativa e da sua fala sobre o nome

destas diferentes formas e suas características. Como continuidade ou como forma de avaliar a

compreensão do percurso realizado até agora, sugerimos que você proponha aos alunos, em grupos, que

recortem figuras geométricas de revistas e jornais e, após combinarem o suporte, realizem um grande

painel de colagem. Se a ideia for desenvolvida, não se esqueça da exposição e leitura das produções por

todos os alunos.

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Fale um pouco sobre o artista que além de artista pintor estudava música e era um violinista muito

talentoso. Você encontrará informações no próprio livro, se puder pesquise mais.

Organize uma roda e mostre as páginas 86 e 87 do livro “Arte para Crianças”. Peça aos pequenos

grupos de alunos que observem as obras apresentadas nestas páginas e reparem especialmente no tipo de

linha usado pelos artistas: de Malevitch – “Construção Suprematista”; de Mondrian – “Composição com

vermelho, azul e amarelo”, de Omar Rayo, “O brinquedo de Mateo” e de Alfredo Volpi “Fachada em azul,

branco e rosa”. Convide-os para, inicialmente, olhar silenciosamente tentando perceber cada detalhe das

linhas, das figuras, das cores. Lembre-os que a proposta não é buscar significados. Peça-lhes que

comentem sobre como as linhas aparecem nessas imagens. Como estão distribuídas em cada um dos

quadros? E as figuras, são conhecidas? Quais se repetem? Peça para que mostrem no livro.

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Diga-lhes que estas obras são chamadas de “abstratas” porque não se reconhecem nelas

nitidamente coisas, pessoas, bichos, lugares que vemos como casas, gatos, flores, árvores, gente. Mas às

vezes podemos imaginar estas presenças a partir do que as formas da obra nos sugerem.

Retome a ideia de que ao desenharmos, podemos utilizar vários tipos de linhas e formas.

PROPOSIÇÃO 5

Esta proposta incentiva a investigação de diferentes tipos de linha criadas pelo movimento de

deslocamento do corpo no espaço

Desenhe uma enorme linha sinuosa no chão com um barbante bem comprido que você

providenciou.

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Para explicar aos alunos o percurso desta linha fale sobre como se arrasta uma serpente no chão,

indicando o movimento com as mãos no ar. Deixe-os serpentear com as mãos e ao mesmo tempo andar

pelo caminho da serpente, caminhando sobre o barbante no chão percorrendo-o de uma ponta a outra.

Organize-os em pequenos grupos, enfileirados para participar da atividade, enquanto uns percorrem a linha

sinuosa indo e voltando os demais observam.

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Finda a caminhada, pergunte se alguém já viu uma amarelinha em caracol no chão. Oriente que

façam o movimento da espiral do desenho da amarelinha no ar, movimento que começa em um ponto e vai

se abrindo (de dentro para fora) ou em outro e vai fechando (de fora para dentro). Deixe que brinquem com

estes dois tipos de movimento, acompanhe esses dois tipos de gesto realizando os movimentos no ar e

coordenando os alunos com sua fala: agora abrir o gesto para fazer o caracol; agora fechar; observem os

colegas e tentem fazer juntos!

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Retome as linhas sinuosas feitas com as mãos conforme o movimento da serpente e combine-as com

o movimento em espiral, agora com todos fazendo os dois tipos de movimentos no ar, primeiro o serpentear

e depois os dois tipos de espiral. Para que os alunos possam se apropriar dos nomes das diferentes formas

de linhas trabalhadas, você vai explicitar durante a movimentação quando ela é feita em espiral e quando

ela é sinuosa.

A seguir, afaste todas as carteiras de maneira que a sala fique com bastante espaço livre. Peça aos

alunos que, divididos em dois grupos, em fila do tipo trenzinho, se posicionem em uma das paredes da sala

e caminhem em linha reta até a parede oposta, parem um pouco e depois, obedecendo a um comando seu,

voltem em linha sinuosa. Enquanto um grupo faz a tarefa, peça aos alunos do outro que permaneçam

sentados e vice-versa.

Continuando, solicite que cada um caminhe de fora para dentro em uma grande espiral que você vai

desenhar no chão e depois que volte, de fora para dentro. Procure desenhar duas espirais para que

atividade possa transcorrer em menos tempo sem cansar as crianças com espera em demasia.

Incentive sempre a leitura do grupo observador sobre os movimentos que estão sendo executados.

Terminado o exercício, sentados em roda, entregue um pedaço de barbante de aproximadamente 30 cm.

para cada criança. Proponha que façam uma linha do tipo que quiserem com ele no chão em frente ao seu

corpo. Durante essa Roda de Desenho organize a de Conversa, pergunte-lhes se fizeram uma linha espiral,

sinuosa ou reta. Como continuidade, se houver tempo e se os alunos estiverem envolvidos, peça para que,

com o mesmo barbante façam um desenho e explique que desta vez o desenho será figurativo, isto é, a

representação de uma coisa que conhecem. Conte para eles que um grande artista chamado Picasso, criou

uma grande série de desenhos com uma única linha. Ou seja, o artista espanhol, sem tirar o lápis do papel

do início ao final do desenho, criava seus trabalhos. Antes de propor essa atividade, pesquise os desenhos

de Picasso e, juntamente com os alunos, crie o seu também.

PROPOSIÇÃO 6

Dando continuidade ao trabalho da aula anterior, prepare, com antecedência, pelo menos oito

círculos de papel Paraná, se possível, com o maior diâmetro que a dimensão do papel possibilitar. Prenda-

os, com fita crepe, na parede, respeitando a altura das crianças, de modo que alcancem todo o círculo.

Passe cola branca espessa com rolinho de espuma em cada um deles, as crianças podem colaborar nesta

tarefa.

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Antes, porém, explique a proposta, caso contrário, a cola ficará seca antes da conclusão dos

trabalhos.

Organize os alunos em grupos e solicite a eles que desenhem – e pintem – nos painéis redondos,

utilizando apenas linhas de barbante que você vai cortar em diversos tamanhos e disponibilizar.

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Como sempre, caminhe entre os grupos, apoiando-os na execução sem fazer por eles, esclarecendo

dúvidas, oferecendo ajuda, fazendo suas anotações!

Terminados os desenhos, peça aos alunos que assinem suas ‘obras’ e que observem todos os

painéis. Faça perguntas:

Como fizeram seus trabalhos?

Há linhas retas? Onde?

Aparecem linhas sinuosas? Onde?

E espirais? Onde?

Eles podem introduzir cores sobre os barbantes com caneta hidrocor e você pode seguir com a

leitura.

Quais as cores que aparecem? Onde estão? Vai até lá e mostre com sua mão?

Algum trabalho parece com alguma coisa que vocês já viram? Esse trabalho é figurativo.

Qual só tem linhas de diferentes tipos?

Alguns trabalhos ficaram parecidos? Quais? Por quê?

Faça as suas anotações! Sempre que possível, fotografe os trabalhos dos alunos; assim você

preserva um registro do percurso de sua turma que pode mostrar a eles em outras conversas, retomando e

valorizando suas criações. Sorteie quem vai ficar com os painéis.

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Com o intuito de ampliar o repertório dos alunos a respeito de linhas, procure vídeos, imagens e/ou

livros que apresentem, de forma expressiva, movimentos e composições com diferentes linhas e

proporcione momentos de apreciação/leitura dos recursos utilizados.

Sugestões: Vídeo: A linha (La Línea de Osvaldo Cavandoli) – TV Cultura; Youtube; livros: “Para olhar

e olhar de novo” de Eliana Pougy (acervo Programa Ler e Escrever); Linha animada – Malu e Pedro.

Ilustrações de Andréa Vilela, Editora Cortez (Lendo e Aprendendo, 2006. MULT CI - Opção 2 SEE)

PROPOSIÇÃO 7

Professor, a proposta de trabalho, agora, é estudar o ponto!

Ofereça lápis grafite e papel sulfite e pergunte às crianças qual é o menor desenho, a menor marca

que conseguem fazer no papel. Deixe-os falar, experimentar e mostrar à vontade. É provável que alguns já

conheçam a palavra e digam que é o ponto, mas se não disserem você diz que é o ponto. Pergunte-lhes

então, quem sabe fazer um e converse sobre coisas que parecem um ponto:

Uma estrela bem longe, lá no céu?

A “cabeça” de um alfinete?

Um pinguinho de café em uma toalha branca?

O que mais?

Seria possível fazer um desenho utilizando apenas pontos? Como?

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Em seguida, peça aos alunos que em subgrupos abram o livro “Arte para Crianças” na página 21 e

observem a pintura “Serpente sonhando”, do artista Keith Kaapa Tjangala. Pergunte-lhes como acham que

essa pintura foi feita, com o auxílio das seguintes questões:

Qual seria a cor do suporte?

Aparecem quais tipos de linhas? (retas, curvas, sinuosas, espirais)

Há pontos?

Quem está vendo a serpente? De onde?

Será que essa pintura foi feita com lápis de cor, canetas hidrográficas, tinta e pincel?

Falem sobre esta imagem, o que ela diz para vocês?

Vocês fariam um desenho apenas com pontos?

Por que será que o artista deu esse nome à sua obra? Serpentes sonham? O que?

Deixe à disposição dos alunos folhas de papel cartão em diferentes cores e peça para que cada um

escolha uma, na cor que preferir. Diga-lhes que deverão criar um desenho, inspirados no do artista

estudado e fazendo-o utilizando apenas pontos. Diga-lhes também que, embora o suporte seja retangular,

eles poderão alterá-lo, recortando ou rasgando, de modo a deixá-lo no formato que preferirem: um

quadrado, um triângulo, um círculo, uma forma irregular, uma folha com um “buraco” recortado no meio para

pintar em volta...

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Embora o trabalho seja individual, você pode organizar os alunos em grupos para facilitar a utilização

das tintas e as trocas verbais sobre os trabalhos entre as crianças durante o fazer.

Distribua copinhos descartáveis de café com tinta guache azul, vermelho, amarelo, preto e branco

(um conjunto para cada grupo ou aluno), cotonetes e/ou qualquer outro material que possibilite o desenho

com pontos: lápis (usar o lado inverso ao da ponta), o cabo do pincel... Também poderão utilizar a ponta

dos dedos, entretanto, apenas após o professor verificar se há indicação de que a tinta não é tóxica na

embalagem!

De maneira informal oriente os alunos na utilização de cores diferentes das oferecidas; para isso,

deixe à disposição dos grupos alguns copinhos extras para que possam fazer as possíveis misturas.

Incentive a pesquisa de cores!

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Os alunos deverão “molhar” o cotonete (ou outro instrumento) na tinta guache e “carimbar” no papel

cartão, formando desenhos que não precisam ser figurativos. O objetivo desta proposição é a

experimentação com pontos. Circule entre os alunos, sempre observando como realizam a tarefa, seus

avanços, dificuldades, dúvidas.

Exponha todos os trabalhos. Você pode colocá-los sobre as carteiras arrumadas como se fosse uma

grande mesa, já que estarão úmidos e será difícil prendê-los à parede, e pedir aos alunos que os observem

e comentem as imagens numa roda de conversa, pergunte:

Reconhecem algo? O que?

Onde só tem forma e cor?

Todos utilizaram apenas pontos para realizar os trabalhos?

Foi difícil? Por quê?

Em quais trabalhos o espaço do papel está todo ocupado?

Quais as formas de suporte que mais apareceram?

Houve criação de novas cores a partir das oferecidas? Elas têm nomes?

Devolva os trabalhos aos seus autores e não se esqueça de fazer as suas anotações; elas serão um

grande apoio para que você possa verificar e ajudar aqueles que têm mais dificuldades, para selecionar o

que precisa ser retomado e planejar encaminhamentos. Se possível, antes da devolução fotografe os

trabalhos junto aos seus autores.

PROPOSIÇÃO 8

Aproveite a experiência dos alunos com as misturas e criação de cores realizada na proposição

anterior e diga-lhes que a proposta agora é observar as cores.

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Antes da aula, prepare papéis celofane de muitas cores, cortados de forma retangular, de maneira

que possam cobrir os olhos das crianças como se fossem óculos.

Diga-lhes que a aula hoje será fora da sala: no pátio, no jardim, se possível na rua, em volta do prédio

da escola. Antes de saírem reforce que é necessário que fiquem sempre juntos a você. Explique que a

proposta é observar com muita atenção as cores do céu, das árvores, flores, animais, automóveis, paredes,

telhados...

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Por exemplo: organizados em torno a uma árvore, pergunte-lhes:

Quantas tonalidades de verde encontram nela? Onde estão? Apontem as diferenças!

Quantas cores encontraram em seu tronco? Onde estão?

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Faça o mesmo exercício com as cores do céu, das flores, etc. Observe sempre os alunos que têm

mais dificuldade em identificar cores e ajude-os!

A seguir, distribua os retângulos de papel celofane, um conjunto de várias cores para cada aluno.

Peça a eles que coloquem sobre os olhos, primeiro uma cor de cada vez, e depois experimentem colocar

duas ou mais cores sobrepostas Pergunte-lhes se com esses “óculos” há alteração nas cores que veem.

Incentive-os nessa investigação, pedindo que olhem para o céu, as casas, os colegas, as flores, a escola,

etc.

Voltando para a sala, organize a roda de conversa para que as crianças relatem suas experiências. É

importante que você estimule todas a falar! Pergunte-lhes sobre as cores que mais viram. Solicite que

falem, também, o que mudou e por que quando utilizaram o papel celofane sobre os olhos.

Diga-lhes que em arte as cores e as formas são feitas e escolhidas com liberdade pelo artista, tudo

pode acontecer: um cavalo pode ser roxo, os relógios derretidos, as casas voadoras, basta o artista pensar

e fazer a arte assim.

PROPOSIÇÃO 9

Retome a conversa da aula anterior e, com os alunos em grupos, distribua novamente o livro “Arte

para Crianças” – e outros do acervo da escola - para que procurem duas obras de arte que representem

coisas imaginárias ou imagens com formas e cores sem nada reconhecível (abstratas). Peça que localizem

essas imagens apenas em desenhos, pinturas ou esculturas. Dê-lhes algum tempo para a pesquisa.

Oriente-os a olhar com bastante atenção especialmente as reproduções menores.

A seguir, solicite que cada grupo mostre e conte aos outros o que viu nas imagens que encontraram.

Ajude-os na localização das páginas e diga a eles os nomes dos autores e das obras. Conte aos alunos que

muitos artistas preferem criar imagens imaginárias ou usando apenas formas e cores sem apresentarem

nada reconhecível (abstratas)

Prepare, antes da aula, reproduções digitalizadas de obras expressionistas, surrealistas, cubistas,

dadaístas (não empregue ainda esses nomes ao conversar com as crianças!) entre outras; contemple

também algumas produções contemporâneas, dentro da proposta – imagens imaginárias ou abstratas -, e

projete-as para apreciação dos alunos. Lembre-se, o foco é o uso das cores, mas aproveite também para

um início de conversa sobre a utilização de diferentes materiais.

Na roda de conversa, propicie que falem sobre essas imagens. Utilizando palavras acessíveis,

estimule as crianças a debaterem sobre a liberdade na criação e a liberdade de expressão. Pergunte:

Um artista pode inventar e expor o que quiser?

Pode criar com qualquer material?

Devem existir regras para isso?Por quê?

PROPOSIÇÃO 10

Professor, esta aula destina-se à experimentação com tintas e cores. Relembre o aos alunos o

passeio pela escola, o uso do papel celofane, a observação das cores e as obras que você projetou.

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Prepare todo o material antes: tinta guache nas cores azul, vermelho, amarelo, preto e branco; copos

descartáveis de café (para as tintas) e de água; pincéis redondos de diferentes tamanhos, folhas de papel

canson (ou similar encorpado) e papel toalha para limpeza. Embora o trabalho seja individual, você poderá

organizar os alunos em grupos, para facilitar a distribuição do material.

O desafio será criar o maior número possível de cores! Auxilie aqueles que ainda têm dificuldades

com o guache, pincéis e uso da água como diluente. Oriente-os na mistura das tintas, especialmente na

utilização do branco, provavelmente pouco lembrado por eles, na criação de diferentes tonalidades. Ainda

não é necessário falar em nuances, matizes, tonalidades, monocromia, cores primárias, secundárias,

contraste...

Peça que cada um faça, na folha que recebeu, manchas ou bolinhas com as cores que “inventou”,

organizando-as como se fosse um catálogo de cores. Incentive a investigação! Quanto mais cores

diferentes melhor!

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Exponha todos os trabalhos e peça que comentem: as cores que mais aparecem, as mais diferentes,

os nomes que elas têm, como conseguiram “inventar” determinada cor... Pergunte, apontando algumas

delas ou objetos na sala de aula, quais tintas misturariam para fazê-las e por que. Instigue a imaginação, a

percepção, o raciocínio das crianças!

Na roda de conversa, pergunte-lhes o que aprenderam nas últimas aulas, quais suas descobertas e

dificuldades. Incentive todos a manifestar opinião.

Faça os seus registros e fotografe os trabalhos dos alunos quando possível. Anote suas observações,

intervenções e encaminhamentos.

PROPOSIÇÃO 11

Para desenvolver esta proposição, você vai precisar do mesmo material utilizado na anterior, com

exceção do papel canson que será substituído por um painel de papel cartão.

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Organize pelo menos seis grupos de alunos. Deixe à disposição deles diversas folhas de papel cartão

em diferentes cores e fita crepe. Peça para que cada grupo escolha duas folhas – da mesma cor ou não – e

cole-as pelo avesso com a fita crepe, formando um painel com o tamanho de duas folhas. Diga-lhes que

poderão, se quiserem, alterar a forma desse suporte, recortando-o.

Prenda, com fita crepe, os painéis na parede, de forma que seja fácil para as crianças desenharem e

pintarem sobre ele. Diga-lhes que todo o cuidado é necessário, pois, a tinta, se estiver muito líquida, poderá

escorrer, manchar ou estragar o trabalho. Se você preferir não correr riscos, oriente-os a pintar com os

painéis no chão ou sobre as carteiras, colocando-os na parede apenas depois de prontos.

O desafio será criar um desenho de algo que não existe ou algo que existe, mas pintado com cores

inusitadas – lembre-os do exercício de observação com papel celofane!

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Circule entre os grupos oferecendo ajuda.

Com os painéis expostos, comentem os resultados. Primeiro, verificando se os grupos acataram as

regras; a seguir, discutindo os trabalhos, o processo de produção de cada grupo, suas escolhas,

intencionalidades, avanços e dificuldades.

Depois, faça com o grupo uma leitura. Estimule todos a falarem, pois, como o tema permite dar asas

à imaginação, - e crianças, geralmente, gostam de contar histórias - as interpretações dos trabalhos dos

colegas poderão ser muito ricas! Este é um momento fértil para explorar as diferentes leituras, a

investigação de valores simbólicos, o repertório de cada um frente à leitura destes signos e, também, de

incentivar a oralidade!

Pergunte-lhes, ainda, qual a importância do uso das cores em suas produções; se gostariam de

trocar algumas delas, quais e por que.

A seguir, estimule outra leitura orientada por você:

Quais as cores que mais aparecem?

Quais as mais difíceis de produzir?

Quais as mais diferentes?

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Quais as linhas presentes? (retas, curvas, mistas, quebradas, sinuosas, espirais.)

Quais formas geométricas usaram? (retângulos, círculos, quadrados, triângulos)

Solicite que apontem as localizações de tudo que observarem enquanto falam. Informe sempre sobre

aquelas formas que ainda não conhecem, esclareça dúvidas!

Faça os seus registros: anotações, fotos e guarde-as em seu portfólio.

PROPOSIÇÃO 12

Para esta atividade, leve para a sala de aula um objeto tridimensional dentro de uma caixa de

papelão fechada, mas com duas aberturas laterais para que um aluno por vez possa introduzir suas mãos e

manipulá-lo sem vê-lo. Escolha um objeto que tenha variedade de texturas e que possibilite uma

experiência tátil enriquecedora, evitando formas simplificadas como esferas ou cubos. Dê preferência a um

objeto que não ofereça riscos às crianças, pois elas irão tocá-lo.

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Oriente os alunos para que apenas toquem o objeto até reconhecê-lo, mas que não digam nada aos

outros; a descoberta deverá ser mantida em segredo!

Depois que todos tiverem “sentido” o objeto sem falar nada, pergunte a toda a classe o que

perceberam:

É pesado? Leve?

É quente? Frio?

É uma peça única? Tem partes que se movem?

É áspero ou liso? Tem partes ásperas?

De que material você acha que foi feito? (Pelúcia, borracha, louça, plástico, metal? Diversos

materiais misturados?)

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Que objeto seria? (Uma boneca? Um carrinho, um vaso, um animal, uma colher, algo

desconhecido?)

Peça-lhes que façam, rapidamente, um desenho, um rascunho de como imaginam que seja este

objeto. A seguir, retire o objeto da caixa e mostre-o aos alunos.

Na roda de conversa diga às crianças que artistas desenham, pintam, fotografam, mas também

fazem esculturas, modelagens, objetos artísticos.

Converse com o grupo sobre tridimensionalidade, dizendo que, diferente de um desenho, de uma

fotografia, que são bidimensionais, um objeto tridimensional como a modelagem, a escultura pode ser visto

– ou sentido - de todos os lados. Não se preocupe com esses conceitos ainda.

PROPOSIÇÃO 13

Retome a proposição anterior e, mais uma vez, com os alunos organizados em grupos, entregue a

cada grupo um livro “Arte para Crianças” e mais outros que existam na biblioteca da escola e peça-lhes que

procurem quatro imagens que representem esculturas, modelagens ou objetos tridimensionais.

Combinem um tempo para a pesquisa; circule entre os grupos, ofereça ajuda.

Terminada a investigação, solicite que cada grupo mostre aos outros as imagens encontradas. Mais

uma vez, ajude-os na localização das páginas. Comentem as imagens, diga o nome de seus autores.

Lembre-os que são obras de arte que podem ser vistas de todos os lados, embora as imagens delas

disponíveis nos livros, por serem fotografias, mostrem apenas um dos lados. Conversem sobre isso!

A seguir, projete imagens digitalizadas mostrando esculturas de diferentes épocas, países, culturas,

autores. Você precisa preparar este material com antecedência.

Na roda de conversa, pergunte-lhes:

Na cidade em que moram, ou em outra que conhecem, já viram alguma escultura?

Onde? (Em praças, jardins, igrejas, museus ou cemitérios?)

Por que elas foram colocadas nestes lugares?

São esculturas de pessoas, animais ou de que?

Não se preocupe, ainda, em diferenciar escultura, modelagem, objeto...

Lembrete: Solicite aos alunos que tragam para a próxima atividade, massinha de modelar e objetos

pequenos como: tampinhas de garrafa, canudinhos para refrigerantes, gravetos, arames encapados com

plástico colorido, (utilizados para fechar pacotes de pão de forma), botões, bolinhas de isopor, caixinhas,

barbante, etc.

PROPOSIÇÃO 14

Professor, esta proposta é individual.

Com o material solicitado na aula anterior, cada aluno deverá criar um objeto tridimensional. Diga-

lhes que deverão criar algo que possa ser contemplado de todos os lados, inclusive, visto de cima! Poderão

criar bichos, pessoas, bonecos ou até uma forma abstrata.

Leve você também alguns materiais e, se possível, argila.

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Circule pela sala oferecendo ajuda e material. Observe se, de fato, os alunos trabalham

tridimensionalmente, pois, é muito comum que crianças, embora utilizem massinhas, façam desenhos – no

plano - com elas.

A seguir, coloque todos os trabalhos sobre uma mesa grande – ou carteiras reunidas - e comentem

os resultados. Converse com os alunos e verifiquem se houve o mesmo cuidado na execução de todas as

faces dos objetos. Oriente a leitura de alguns deles de modo que falem sobre suas escolhas no uso das

cores, das formas e volumes.

Na roda de conversa estimule todos a comentarem suas produções, se há diferença entre o desenho

e estas representações, se elas podem ser vistas de todos os lados, quais suas maiores dificuldades, o que

aprenderam...

Conversem sobre as diferentes possibilidades de se fazer arte, de expressar ideias, lembrando que

artistas não utilizam apenas lápis e papel! Pergunte ao grupo se já viram outras formas de manifestações

artísticas.

Não se esqueça das suas anotações!

Lembrete: Diga aos alunos que, na próxima aula farão um trabalho “gigante”, em grupos! Solicite que

tragam caixas grandes (podem pedir em lojas, supermercados), massinha de modelar, tampinhas de

garrafa, canudinhos para refrigerantes, gravetos, arames encapados com plástico colorido, botões, bolinhas

de isopor, caixinhas, embalagens diversas, barbante, sucata, fitas, clipes, etc.

Você deverá preparar com antecedência, material para pintura: tinta guache, pincéis, copos

descartáveis, papel toalha. Não se esqueça de providenciar, também, cola, grampeador, fitas crepe e

adesiva, elásticos, diferentes tipos de papéis coloridos: espelho, cartão, celofane, laminado, etc.

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PROPOSIÇÃO 15

Mostre aos alunos reproduções de obras de Joan Miró ou de outros artistas que você pesquisar e que

apresentem características semelhantes a das obras que sugerimos:

Personagens, 1976 – Paris

Personagem, 1967 – França

A carícia de um pássaro - Fundação Miró Barcelona

Mulher e pássaro 1983 - Barcelona

Conversem sobre elas, sobre tridimensionalidade, os materiais utilizados, a forma, as cores e fale um

pouco sobre o artista. (você encontrará informações no livro “Arte para Crianças”). Não se esqueça de

reforçar com os alunos que o que eles estão vendo é uma foto de um objeto artístico tridimensional e não o

objeto.

Em seguida, organize os alunos em grupos, cada um com o material que trouxeram e mais aqueles

que você deixará disponível. Diga-lhes que o desafio será criar, de forma tridimensional, um ser de outro

planeta!

Incentive o grupo a ousar, experimentar os diferentes materiais, a amassar, modelar, esculpir, cortar,

rasgar, colar, amarrar, torcer, esticar, furar, enrolar, grudar...

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Grupo 1

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Grupo 2

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Grupo 3

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É importante que você circule entre os grupos, sempre instigando, problematizando, oferecendo

ajuda e cuidando que manipulem os diferentes materias com segurança!

Assim que todos terminarem, coloquem as produções em locais bem separados da sala e realizem

uma “visita” a cada uma delas. Peça que falem sobre o processo criativo, os problemas enfrentados, as

soluções encontradas e o que significam para os participantes do grupo, sempre adequando estas

colocações de modo que os alunos possam compreendê-las. Incentive todos a falar!

Faça uma pequena leitura de cada produção, perguntando:

De que planeta veio a “criatura”?

Que língua fala? Quais sons emite?

Se é “do bem”?

Como se alimenta?

Onde vive?

Tem poderes especiais? Quais?

O que veio fazer na Terra? Como chegou até aqui?

Qual recado deixaria para os habitantes do nosso planeta? ...

Na leitura incentive os alunos a falarem sobre as cores, linhas, formas, volumes, estruturas e

materiais presentes no trabalho.

Fotografe as obras! Guarde-as com você.

Lembrete: Solicite aos alunos que tragam, na próxima aula, os trabalhos realizados nas proposições

anteriores que ficaram com eles, para organizarem, juntos, uma exposição.

Fale com os gestores sobre o uso dos corredores e outros locais da escola para expor as produções

dos alunos.

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PROPOSIÇÃO 16

Junto aos seus alunos, selecionem o que deverá ser exposto, tendo o cuidado que TODOS tenham

pelo menos um trabalho na mostra. Não se esqueça de elaborar com eles as etiquetas com os créditos!

Ocupem corredores, quadras, escadas, jardins com os desenhos, painéis, os seres de outro planeta e

também as suas fotos. Procurem locais inusitados, especialmente para colocar os “alienígenas”! Conversem

sobre isso!

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Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo

Enquanto estiverem montando os trabalhos – e depois disso - vale a pena instigar a leitura e

comentários dos alunos de outros anos, dos professores, gestores, funcionários.

Seria bom se os alunos pudessem ter um momento reservado para falarem de sua experiência com

seu público... Pense nisso!

AVALIAÇÃO

Realize uma roda de conversa final retomando todas as proposições, desde o início, como forma de

sistematização dos conhecimentos. Um recurso interessante é apresentar à turma alguns registros

fotográficos de cada proposição. Possibilite aos alunos momentos de auto-avaliação, instigando-os a

comentar seu percurso até aqui.

Tenha em mãos os seus registros, reveja as produções de sua turma (individuais e grupais) e reflita

sobre a apropriação de noções/conceitos, avanços e dificuldades. Retome as expectativas de

aprendizagem e verifique os diferentes graus de aproximação de cada aluno em relação a elas. Articule o

desempenho dos alunos frente aos momentos de produção/criação, apreciação/leitura e pesquisa na

História da Arte.

De maneira adequada a esta faixa etária, observe se o aluno:

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Percebe uma gama diferenciada de cores, linhas, planos, formas, luzes, sombras, texturas,

volumes, nos próprios trabalhos, nos dos colegas e nas imagens da arte.

Experimenta o uso de diferentes cores, linhas, formas, luzes, texturas, planos, suportes,

materiais, instrumentos, etc em suas produções.

Desenvolve um percurso de criação cultivado (influenciado pelas aprendizagens da arte) com

marca pessoal;

Cria novas cores a partir das já existentes que recebe; investiga formas, utiliza diferentes

suportes e formatos.

Investiga, experimenta diferentes materiais, suportes e instrumentos – lápis, tintas, espátulas,

papéis, tecidos, computador, argila, massa de modelar, etc. - ao desenhar, pintar, esculpir, modelar, filmar,

fotografar... Produz formas no espaço bi e tridimensional; etc

Utiliza, intencionalmente, em suas produções alguns dos elementos da linguagem visual para

expressar-se e comunicar-se;

Percebe que também pode construir sentidos articulando, intencionalmente, alguns elementos

da linguagem visual;

Interpreta suas próprias produções, as de seus colegas e atribui sentidos a algumas obras de

arte; Compreende, ainda que parcialmente, que linhas, formas, cores podem significar idéias, sentimentos;

Compreende que produções artísticas têm autoria e que a arte sempre existiu, em diferentes

épocas e culturas;

Conhece algumas obras de alguns artistas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUORO, Anamelia Bueno. O olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da

arte na escola. Anamelia Bueno Buoro. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

GUERRA, Maria Terezinha T. Ensinar e Aprender: Corrigindo o fluxo do ciclo II. SEE, SP: 2001.

_____________________ (et.al.) Ensinar e Aprender Arte. Ensino Fundamental Ciclo II, volume do

Professor. Cenpec: São Paulo, 2010.

FERRAZ, Maria Heloisa Correa de Toledo. Metodologia de ensino de Arte. Maria Heloisa C de T

Ferraz, Maria F. de Rezende e Fusari. São Paulo: Cortez 1993.

IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender Arte: sala de aula e formação de professores. Rosa

Iavelberg. Porto Alegre: Artmed, 2003.

KINDERSLEY, Dorling; tradução Maria Anunciação Rodrigues. Arte para Crianças. São Paulo:

Publifolha, 2012.

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. O

ensino de Arte nas séries iniciais: ciclo I / Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas

Pedagógicas; organização de Roseli Ventrella e Maria Alice Lima Garcia. São Paulo: FDE, 2006.