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Ideias que inspiram

Apresentação

O ambiente de negócios está mudando, e os relatórios corporativos se adaptam a esses novos tempos. Os líderes das empresas reconhecem que é preciso dar destaque à criação de valor sustentável. E isso significa muito mais do que buscar melhores resultados e retornos financeiros de curto prazo.

Segundo essa nova maneira de pensar, uma empresa não pode se limitar a gerenciar o capital financeiro em nome dos stakeholders. Ela precisa fornecer um conjunto mais amplo de informações integradas para satisfazer um número crescente de públicos estratégicos, todos com conceitos possivelmente diferentes do que significa valor.

A auditoria desempenha um papel importante no processo de construção da confiança nos relatórios financeiros. Mas uma asseguração abrangente nem sempre é a solução ideal a relatórios mais amplos, prospectivos e integrados. Para atender a essa nova necessidade, propomos uma abordagem inovadora que dá às pessoas a oportunidade de avaliar o que há por trás das informações e tomar suas próprias decisões sobre o grau de confiança nelas depositado e sobre como usá-las.

Implantar esse novo conceito será desafiador, mas acreditamos que tanto os usuários quanto quem prepara os relatórios corporativos sairão ganhando nesse processo. Apresentamos as nossas ideias de forma mais aprofundada nas próximas páginas. Boa leitura!

Fernando AlvesSócio-presidentePwC Brasil

Jorge ManoelSócio e líder de AuditoriaPwC Brasil

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Sumário executivo Ideias que inspiram confiança

O foco dos negócios e dos relatórios está mudandoLíderes bem-sucedidos reconhecem a necessidade de voltar sua atenção para a criação de valor sustentável. Isso requer uma visão mais ampla do crescimento do que a simples busca de melhores resultados e retornos financeiros de curto prazo. Afinal, megatendências importantes estão colocando em teste a resiliência, a sustentabilidade e o impacto das estratégias e dos modelos de negócios das organizações. Sólidas decisões de negócios precisam refletir cada vez mais a responsabilidade em relação a um conjunto mais amplo de stakeholders e exigem uma avaliação mais abrangente e integrada dos resultados e dos impactos das atividades da organização. Os relatórios corporativos – internos e externos – estão evoluindo para refletir essas mudanças.

O modelo de auditoria atual não aceita facilmente a mudançaA auditoria desempenhou, e continua a desempenhar, um papel importante na construção da confiança nos relatórios financeiros. Mas a abordagem atual mais abrangente de asseguração nem sempre se adapta facilmente aos relatórios corporativos, que estão se tornando mais amplos, prospectivos e integrados. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que, em sua essência, os conceitos nos quais o modelo de asseguração se baseia têm origem na auditoria de demonstrações financeiras, que é um modelo de relatório maduro, histórico e de base financeira. Nós e outros públicos interessados precisamos ser ousados o bastante para pensar de modo diferente como construir a confiança nas divulgações feitas por uma organização à medida que ela inova e experimenta uma evolução em seus relatórios.

Acreditamos que há outra maneira de estabelecer confiançaPara atender a essa necessidade, propomos uma abordagem que fornece uma visão sobre várias dimensões dos relatórios de uma organização, não apenas uma conclusão sobre o cumprimento de critérios estabelecidos. Isso permite que as pessoas avaliem o que há por trás das informações para entender onde a organização está em sua jornada de divulgação. Dessa forma, elas podem tomar suas próprias decisões sobre o nível de confiança a ser depositado nas informações e sobre como usá-las. Concebemos uma representação visual da maturidade das informações, complementada por um comentário, que pode dar a quem prepara e aos usuários dos relatórios uma visão imediata da situação, ampliada por outra mais aprofundada, que se baseia em julgamento profissional fundamentado.

O objetivo é acelerar a mudançaOs relatórios internos e externos das organizações já estão evoluindo para refletir as novas demandas de um mundo dinâmico e um conjunto mais amplo de fatores que geram valor. A profissão de auditoria deve apoiar e acelerar essa trajetória – mas precisamos nos preparar para pensar de forma inovadora como estabelecer a confiança. Passar do conceito à realidade tem seus próprios desafios, mas acreditamos que há um potencial enorme para criar mais valor tanto para os usuários quanto para os autores dos relatórios corporativos. Na nossa opinião, esse é um resultado que vale a pena ser perseguido.

Suas ideias são bem-vindasEstamos dispostos a trabalhar com organizações e outros stakeholders para desenvolver novas ideias. Queremos saber se outros públicos compartilham da nossa visão.

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Em um esforço para estabelecer confiança, levantar recursos e impulsionar o crescimento sustentável, as organizações estão tendo de pensar de modo mais holístico e integrado.

O que favorece um pensamento mais integradoOrganizações de todos os portes, em todas as indústrias, estão enfrentando uma série sem precedentes de desafios provocados por grandes tendências globais, como a incerteza econômica, o ceticismo da sociedade, a mudança de valores dos stakeholders e os relacionamentos cada vez mais interdependentes com esses públicos. Ao mesmo tempo que criam novos riscos para o negócio, as megatendências globais atuais também representam para as organizações importantes oportunidades de se expandir para novos mercados com produtos e serviços inovadores e de atrair profissionais, parceiros de negócios e investidores para apoiá-las nesse crescimento.

Tudo isso está transformando o ambiente de negócios. Em um esforço para estabelecer confiança, levantar recursos e impulsionar o crescimento sustentável, as organizações estão avaliando de modo mais holístico e integrado os impactos diretos e indiretos de estratégias, modelos de negócios, valores e comportamentos em toda a sua cadeia de valor.

Transformando relatórios financeiros em relatórios holísticosNo cerne dessa nova forma de pensar está o reconhecimento, por um número crescente de organizações, de que gerenciar a criação de valor e – o que é mais importante – manter a licença para operar envolve agora muito mais do que administrar o capital financeiro em nome dos stakeholders. Essas empresas conseguem perceber que é preciso fornecer um conjunto mais amplo de informações integradas para satisfazer um número crescente de stakeholders – todos com perspectivas de valor possivelmente diferentes.

Para alcançar essa perspectiva mais ampla, muitas organizações precisam sofrer mudanças estruturais a fim de romper silos e se “reconectar” para desenvolver um pensamento mais integrado. Fazer essas mudanças não é fácil – e geralmente envolve entrar em território desconhecido. Por quê? Porque o foco no desempenho financeiro passado dominou as empresas e os mercados desde o início, e ir além das métricas financeiras históricas para áreas que não têm uma definição comum de valor é uma importante ruptura com o passado.

Uma mudança eficaz exigirá que as organizações aumentem a abrangência e a qualidade das informações de negócios que divulgam para os públicos interno e externo.

Internamente, os modelos de negócios e os sistemas de informação precisam permitir que a administração meça e gerencie o impacto total – levando em conta um conjunto mais holístico de dimensões sociais, ambientais, fiscais e econômicas e avaliando não só entradas e saídas, mas também resultados e impactos. Esse foi o impulso por trás do desenvolvimento da estrutura de Medição e Gestão do Impacto Total (TIMM, na sigla em inglês) da PwC.

Muitas organizações estão usando informações não financeiras como base da tomada de decisões e dos relatórios. A maioria, porém, precisa aprimorar os relatórios corporativos para fornecer uma visão mais clara, integrada e prospectiva do negócio.

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As organizações já estão inovando para saber o que funciona para elas.

Algumas das principais diferenças entre os relatórios atuais com foco financeiro e os relatórios mais holísticos podem ser vistas na Figura 1.

Há obstáculos no caminhoReformular e ampliar os relatórios corporativos será desafiador. Um primeiro obstáculo que as organizações enfrentam é definir métricas e KPIs apropriados que estejam alinhados com as estratégias e os modelos de negócios. Estes são alguns dos desafios que elas enfrentam:

• Necessidade de investir no desenvolvimento de competências apropriadas para medir e gerenciar o desempenho nessas áreas mais amplas.

• Disponibilidade de informações “corretas” internamente, o que em geral exige processos e sistemas mais desenvolvidos e integrados.

•Quantificação de dados precisa e útil.

• Determinação da melhor forma de apresentar um panorama mais integrado do seu desempenho.

Reconhecemos que as organizações que respondem a esses desafios estão trabalhando em território desconhecido. E à medida que reformularem e ampliarem seus relatórios, elas passarão a atuar em áreas nas quais as estruturas e os padrões dos relatórios geralmente estão nos primeiros estágios de desenvolvimento e menos definidos, especialmente para relatórios com uma visão integrada do desempenho.

Embora esses desafios sejam relevantes, as organizações já estão inovando para saber o que funciona no caso delas. O impulso está crescendo.

Figura 1: A evolução dos relatórios

RelatóriosFinanceiros

RelatóriosHolísticos

Modelo derelatório

Critérios

Relatórios sobre capitais

Processose controles

Em desenvolvimentoEstabelecidos

Em evoluçãoMaduro

VáriosÚnico

Em desenvolvimento

e mais específicos

Desenvolvidose integrados

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É importante incentivar a experimentação destinada a acelerar o progresso.

Alcançamos progressosPor vários anos, as organizações, os normatizadores e os reguladores refletiram sobre como responder à demanda crescente de investidores e de outros stakeholders por informações mais diversificadas, holísticas e integradas.

Avanços em relatórios externos incluíram mudanças para fornecer mais informações por meio de iniciativas como relatórios de gestão estratégica; “triple bottom line” abrangendo desempenho financeiro, social e ambiental; e, mais recentemente, o modelo internacional de relatórios integrados.

Governos e ONGs também estão tentando promover essas mudanças. Por exemplo, o Painel de Alto Nível das Nações Unidas sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio pós-2015 recomendou que todas as grandes organizações divulguem informações sobre seus impactos sociais e ambientais até 2030. Até lá, esse tipo de relatório, hoje visto como inovador e diferenciado, deverá ser padrão. Para chegar nesse estágio, todos os participantes da cadeia de valor de relatórios – inclusive formuladores de padrões, reguladores, investidores, ONGs, organizações, entre outros – precisarão acreditar na importância dessas novas informações e se comprometer em fazer a agenda avançar.

De modo geral, porém, fica claro que adotar relatórios mais abrangentes e integrados não é só um passo, mas uma verdadeira jornada. É algo que todos nós precisamos ter em mente, à medida que a balança for se inclinando gradualmente das antigas para as novas métricas e culturas.

Inevitavelmente, a inovação nessa área produz um grau de incerteza, enquanto as organizações se familiarizam com tudo o que é necessário. Mas essa incerteza é parte do processo – e é importante promover e incentivar a experimentação destinada a acelerar o progresso.

O dilema: como gerar confiança durante a transiçãoÀ medida que esse processo de transição e experimentação continua e que o impulso aumenta, as organizações se veem diante de um dilema em relação aos seus relatórios:

• De um lado, elas reconhecem que sua credibilidade aumentará se divulgarem aos stakeholders de modo mais transparente como gerenciam diferentes aspectos da criação de valor.

•Mas, do outro, há uma relutância natural em informar – especialmente para o público externo – por meio de métricas e modelos de relatórios que estão evoluindo e, portanto, geram incertezas e desafios.

Esse dilema é agravado pela preocupação com o modo como os outros podem reagir. Por exemplo, os stakeholders têm um ceticismo natural em relação a qualquer nova informação: Ela é sólida? É completa? É fato ou boato? Além disso, diferentes informações divulgadas pela mesma organização talvez não tenham o mesmo grau de credibilidade, porque não são igualmente “sólidas” ou – como se diz em relação aos números – “exatas”. O risco de contestações legais, especialmente em sociedades altamente litigiosas, pode ter um efeito negativo, sobretudo no contexto de informações mais prospectivas, em que os resultados nem sempre estão de acordo com as expectativas da administração. E essas são apenas algumas das barreiras à adoção, entre outros obstáculos ideológicos, psicológicos, institucionais e culturais.

Além disso, sem conhecimento sobre as características de uma informação específica ou do processo que a gerou, sempre haverá incertezas – e elas podem minar a própria informação. Em contrapartida, qualquer dúvida sobre a credibilidade de informação específica da organização, ou impressão de boato, pode prejudicar a percepção de qualidade dos relatórios corporativos de toda a organização.

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O modelo de asseguração atual…Mas como as organizações podem então manter e desenvolver a confiança dos stakeholders em suas informações durante a transição para um novo modelo de relatórios? Uma resposta óbvia talvez seja se basear no modelo de asseguração tradicional que sustenta a auditoria independente das demonstrações financeiras e que se traduziu nos atuais trabalhos de asseguração.

Com o risco de se tornar excessivamente simplista, o modelo de asseguração em uso hoje se baseia nas medições ou avaliações do auditor a respeito de uma matéria segundo critérios definidos para expressar uma conclusão. Em resumo, ele pressupõe que há um modelo de divulgação maduro ou, ao menos, razoavelmente maduro. Para ser mais específico, ele pressupõe que existem critérios sólidos, constantes e “adequados” a serem aplicados – e que usar esses critérios nas mesmas circunstâncias produzirá o mesmo resultado.

…nem sempre se destina facilmente a divulgações mais amplas e dinâmicasO modelo de asseguração atual já foi aplicado a formas mais abrangentes de divulgação. Além da auditoria das demonstrações financeiras, muitas organizações também buscaram assegurar sistemas, processos ou KPIs e outras métricas específicas para desenvolver solidez e gerar credibilidade aos olhos dos stakeholders.

No entanto, nem todas as informações em divulgações mais abrangentes são “asseguráveis” ou “auditáveis” em um sentido mais tradicional, já que sistemas, controles e métricas talvez ainda não sejam suficientemente sólidos. Também ainda não sabemos qual é o equivalente de uma “imagem fiel e apropriada” para os relatórios mais abrangentes de uma organização como um todo – se esse for mesmo o objetivo final.

Isso não quer dizer que a asseguração de um conjunto mais amplo de sistemas, processos, KPIs e outras métricas não tem valor e que isso, em última análise, não é o que deveríamos buscar. Se as informações puderem ser validadas externamente de acordo com o modelo de asseguração atual, ela terá valor – por aumentar a confiança dos stakeholders no que está sendo divulgado. O processo para avaliar se as divulgações feitas por uma organização estão prontas para esse trabalho também é valioso por si só, porque destaca onde é preciso fortalecer os sistemas e processos.

No entanto, na prática, é válido dizer que o modelo de asseguração existente não promove a inovação e a experimentação em relatórios corporativos tanto quanto poderia. Isso acontece porque:

• A necessidade de critérios “adequados” robustos pode desestimular a experimentação, especialmente nas divulgações externas.

Características do modelo de asseguração atual

• Baseado em um modelo de divulgação maduro.

• Requer critérios “adequados” suscetíveis a avaliações ou medições consistentes de uma matéria específica.

• Avalia ou mede o desempenho em relação aos critérios definidos.

• Asseguração obtida por meio da coleta de evidências.

• Resultados em conclusões baseadas em evidências sobre a matéria como um todo.

• Conclusões gerais bem desenvolvidas e razoavelmente compreendidas no contexto dessas matérias (por exemplo, “imagem fiel e apropriada”, “apresentada de modo imparcial”).

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• A asseguração fornecida em geral é limitada a aspectos mais desenvolvidos dos relatórios.

• Como as informações geralmente são mais “subjetivas”, os relatórios precisam incluir com mais frequência limitações ou ressalvas sobre elas ou sobre as conclusões a respeito delas.

•Há ainda um estigma associado a uma opinião qualificada quando as informações fornecidas não atendem a todos os critérios, ou quando não é possível obter evidências apropriadas suficientes.

• Embora os relatórios de asseguração em algumas novas áreas incluam mais descrições, o foco principal de uma conclusão de aprovação/reprovação fornece pouco espaço para reconhecer melhorias contínuas à medida que a organização inova e faz experiências com seus relatórios.

O modelo de asseguração existente não promove a inovação e a experimentação em relatórios corporativos tanto quanto poderia.

Portanto, em vez de ajudar uma organização a aumentar sua credibilidade quando ela tenta ampliar seus relatórios corporativos, o modelo de asseguração atual pode – até certo ponto, de modo irônico – desencorajar as organizações a fazer o esforço e a assumir o risco de antemão, ou levantar questões que podem acabar minando a confiança em todos os relatórios.

Estamos praticamente certos de que, no estágio adequado de evolução dos relatórios de uma organização, haverá um papel a ser desempenhado pela asseguração como a conhecemos hoje. Mas talvez exista outra maneira de aplicar os conhecimentos e o julgamento profissional dos auditores que apoie mais os estágios iniciais da evolução de uma organização rumo a relatórios mais abrangentes e integrados.

Figura 2: Há desafios na aplicação do atual modelode asseguração para divulgações mais abrangentes

Impedimento de relatar sobre temas que carecem de critérios “adequados”

Asseguração restrita a aspectos mais desenvolvidos dos relatórios

Conclusões e relatórios geralmente com limitações ou ressalvas

Estigma da opinião qualificada

Modelo de aprovação/reprovação limita capacidade de reconhecer melhorias

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Características de um modelo inovador:

•Multidimensional

• Rico em informações, mas simples

• Com visão do que há por trás dos números

• Consistente

Há outro método?Acreditamos que a resposta é “sim”. O caminho a seguir inclui questionar conceitos atuais e desenvolver diferentes maneiras de pensar sobre como estabelecer a confiança nos novos e dinâmicos relatórios de uma organização – o que permitirá elaborar com segurança divulgações confiáveis e conjuntas sobre todas as métricas importantes para o negócio.

Para alcançar essa meta, tentamos mudar a equação. E se, em vez de fornecer uma conclusão sobre como os relatórios de uma organização se comportam em relação aos critérios, conseguíssemos oferecer uma visão do que há por trás dos números para que as pessoas possam decidir por si mesmas o grau de confiança atribuído às informações? Em outras palavras, usar transparência para promover e apoiar a confiança.

A informação não precisa ser “objetiva” para ser valiosa e confiável. Mas você precisa realmente saber de que tipo ela é, o quanto é “subjetiva” e entender o contexto em que é criada.

Podemos esclarecer melhor quais são as principais características desse modelo inovador. Em nossa visão, ele se baseia na aplicação de julgamento profissional fundamentado, além de ser:

•Multidimensional – no sentido de que conta uma história sobre a maturidade dos relatórios da organização em várias dimensões.

• Rico em informações, mas simples – e mais acessível, com a inclusão de uma representação visual apoiada em comentários.

• Capaz de oferecer uma visão do que está por trás dos números – não só verificar se eles estão certos ou errados, mas também fornecer associações com áreas nas quais a asseguração tradicional tenha sido obtida.

• Aplicável de modo consistente a diferentes organizações.

Todas essas características apontam para um modelo que é acessível e compreensível “de modo imediato” e que, assim, pode permanecer simples e fácil de usar, fornecendo mais detalhes e sendo capaz de lidar com uma vasta série de diferentes tipos de informações.

O objetivo geral é permitir que a organização seja transparente sobre seu nível de evolução no que se refere aos relatórios. E com a visão profissional fundamentada sobre a maturidade das informações, os leitores podem tomar suas próprias decisões sobre como usar as informações – e o quanto confiar nelas – sabendo qual seu grau de objetividade ou subjetividade.

É importante enfatizar aqui que não estamos falando de substituir o modelo de asseguração existente. Estamos buscando complementar esse modelo, aplicando a experiência e o julgamento profissional dos auditores de um modo diferente nas novas áreas em que ainda não é possível fornecer a asseguração atual de forma abrangente.

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Dimensões:

• Incerteza da medição

• Estruturas de relatório

• Integridade

• Consistência

• Transparência

• Validação externa

E para o relatório completo:

• Integração

• Equilíbrio

Como deve funcionar?O modelo pode mostrar o nível relativo de maturidade de cada conjunto de informações divulgadas por uma organização (por exemplo, financeiras, ambientais, sociais, econômicas e de governança – denominadas “capitais” por alguns) com base nas seguintes dimensões:

•O grau de incerteza inerente à medição.

•O estágio de desenvolvimento das estruturas do relatório.

• A integridade das informações.

• A consistência do relatório.

• A transparência das informações (ou seja, se as informações divulgadas externamente são iguais às divulgadas e usadas internamente).

•O nível da validação externa.

Para o relatório completo, ele também pode mostrar o equilíbrio e a integração das informações, inclusive:

•O grau em que as informações divulgadas explicam o significado dos diferentes conjuntos de informações (inclusive os riscos relacionados) em relação à estratégia da organização.

• A conectividade entre as informações e suas interdependências.

• As relações entre os diferentes relatórios, independentemente dos meios usados.

Acreditamos que é possível mostrar quanto as informações divulgadas pela organização são maduras em cada dimensão usando classificações predefinidas.

A narrativa pode fornecer uma visão mais aprofundada da base de julgamento sobre o nível relativo de maturidade das informações. É possível aqui fazer uma comparação com o modelo de relatório de due diligence comercial, que já fornece uma visão, por meio de julgamento e narrativas fundamentados, de um conjunto mais limitado de circunstâncias. Obviamente, é possível questionar se o auditor está evoluindo para fornecer informações originais sobre a organização – uma questão controversa nos debates sobre relatórios de auditores. No entanto, acreditamos que vale a pena avaliar de que forma o que já é feito em trabalhos de due diligence pode ser aproveitado para desenvolver o novo modelo, bem como verificar as salvaguardas necessárias para evitar ultrapassar limites.

Saber quais informações são relevantes para a administração e vários stakeholders externos é outra importante dimensão a considerar.

Algumas organizações talvez já tenham adotado vários processos para identificar as informações relevantes exigidas pela administração e por vários stakeholders externos. De modo ideal, esses processos de relatórios e informações da administração serão criados com base em uma estratégia claramente formulada que reflita os riscos, as oportunidades e os KPIs da organização. Em alguns casos, eles podem estar apoiados em um programa de engajamento de stakeholders. Isso permite identificar e moldar as prioridades de divulgação em conjunto com um circuito de realimentação que ajuda a entender como os relatórios podem ser aperfeiçoados.

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Até certo ponto, os stakeholders externos de uma organização formarão sua própria opinião sobre quanto a empresa foi eficaz em identificar as informações a serem divulgadas e também sobre o que de fato é divulgado: do ponto de vista deles, os relatórios são relevantes, esclarecedores e abrangentes? Acreditamos, porém, que há também oportunidades para avaliar como fornecer aos usuários uma ideia da maturidade desses processos, questão que deve ser considerada no futuro. No entanto, no estágio atual de desenvolvimento do nosso conceito, a nova abordagem pode proporcionar valor máximo concentrando-se em como apresentar o grau de maturidade das próprias informações divulgadas, deixando a avaliação sobre a relevância das informações para os stakeholders, ao menos por enquanto.

Isso não quer dizer que a relevância não esteja refletida no modelo proposto. Uma das principais dimensões do modelo é a transparência – demonstrar se as informações divulgadas externamente são as mesmas divulgadas e usadas internamente.

Para cada conjunto de informações, ou capital (por exemplo, financeiro, social, ambiental), o modelo mostrará o nível relativo de maturidade em várias dimensões (como a integridade). Cada dimensão deve ser classificada como “embrionária”, “em desenvolvimento” ou “madura”. A mesma abordagem deve ser aplicada ao equilíbrio e à integração do relatório geral. Uma gama de considerações deve ser empregada para julgar a maturidade de cada dimensão.

O relatório deve incluir uma representação visual apoiada em comentários. Isso fornecerá um panorama geral e uma narrativa para compreender a base de julgamento sobre o nível relativo de maturidade das informações.

Capital três Capital d

ois

Capital q

uatro

AB

C

D

FE

AB

C

D

FE

AB

C

D

FE

AB

C

D

FE

Incerteza da medição

Estruturas do relatório

Integridade

Consistência

Transparência

A

B

Embrionários

Em desenvolvimento

C

D

E

Validação externa

F

Maduros

Não aplicável/inexistente

Figura 3:Visão sobre a maturidade dos relatórios de uma organização

Capital um

Balanço geral

Integ ração

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Como essa nova abordagem gera valor?Esse novo modelo pode ser valioso de diferentes maneiras para vários stakeholders. Os benefícios para os usuários são:

• Compreensão do contexto das informações, com base na visão dos profissionais de auditoria.

• Uma visão multidimensional para entender melhor os atributos importantes para estabelecer a confiança.

• Um entendimento de onde a organização está em sua jornada rumo a relatórios mais amplos e integrados.

• Informações mais esclarecedoras e oportunas, pois o modelo dará à gestão mais confiança para ampliar seus relatórios de modo mais prematuro.

Para as equipes que preparam os documentos, uma visão profissional independente sobre a maturidade dos relatórios da organização fornecerá:

•Oportunidades de conquistar a confiança dos usuários, demonstrando transparência sobre o que é divulgado, o caminho percorrido e o estágio corrente.

• Compreensão sobre as prioridades de investimento para abordar lacunas em áreas críticas dos relatórios comerciais.

• A base para um diálogo mais aberto, inspirado e transparente com os stakeholders sobre o seu desempenho em todas as dimensões.

Testando a nossa abordagem com os relatórios integradosPara ilustrar como a nossa nova abordagem pode funcionar na prática para os relatórios corporativos externos de uma organização, testamos nossos conceitos em relação à Estrutura Internacional de Relatórios Integrados, publicada em dezembro de 2013 pelo IIRC. A definição de relatório integrado do IIRC, mostrada no quadro abaixo, aborda claramente as prioridades mais amplas de negócios e de stakeholders que queremos ajudar as organizações a buscar.

De acordo com o IIRC, um relatório integrado deve ser mais do que um resumo de dados extraídos de outras comunicações. Ao menos, ele deve tornar explícita a conectividade entre essas informações, e geralmente fornece uma “porta de entrada” para outras informações mais detalhadas às quais está vinculado.

Fundamentais para a Estrutura do IIRC são os conjuntos essenciais de informações, denominados “capitais”, que refletem os recursos e os relacionamentos mantidos e afetados pela organização. Os seis capitais previstos pela Estrutura são: financeiro; manufaturado; intelectual; humano; social e de relacionamento; e natural. Nem todos os capitais têm necessariamente a mesma relevância ou são aplicáveis a todas as organizações, mas para os objetivos desta ilustração, incluiremos todos os seis.

O que são relatórios integrados? A visão do IIRC

“Relatórios integrados são um processo, com base em pensamento integrado, que produz um relatório integrado periódico sobre criação de valor ao longo do tempo e em comunicações relacionadas sobre aspectos do valor criado por uma organização.”

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O modelo oferece uma visão mais aprofundada de um relatório específico ou de relatórios corporativos gerais de uma organização, de um ponto de vista externo ou interno.

Como mostra a Figura 4, combinar o nosso modelo com a Estrutura de Relatórios Integrados dá ao usuário uma ideia do grau de maturidade dos relatórios para cada um dos seis capitais. Também permite compreender o nível de equilíbrio e integração entre todos os capitais divulgados pela organização.

Não importa o estágio em que uma organização esteja na curva de maturidade dos relatórios integrados, esses pontos de vista permitem que os investidores e outros stakeholders enxerguem além das informações – financeiras e não financeiras – para entender suas características, sua origem e sua maturidade. Essa visibilidade dá, em contrapartida, uma base para que eles formulem suas próprias decisões sobre o grau de confiança que pode ser depositado nas informações.

E de que outro modo o modelo pode ser aplicado?Acreditamos que, além de ser usada com relatórios integrados, essa abordagem pode ser aplicada a uma ampla variedade de estruturas de relatórios corporativos. Ela é flexível o bastante para acomodar diferentes tipos de informações e relatórios. E embora seu foco sejam principalmente os relatórios externos, ela se aplica igualmente aos internos.

Por exemplo, esse modelo pode ser usado em relatórios de gestão sobre as dimensões da TIMM, para medir o impacto social, ambiental, fiscal e econômico de suas atividades. Ele oferece uma visão mais aprofundada de um relatório específico ou de relatórios corporativos gerais de uma organização, novamente de um ponto de vista externo ou interno.

Manufaturado

Natural

Humano

A BC

D

FE

AB

CD

FE

A

BC

DF EABC

D

FE

AB

CD

FE

AB

CD

FE

Figura 4:

Visão sobre a maturidade dos relatórios integrados de uma organização

Incerteza sobre a medição

Estruturas de relatórios

Integridade

Consistência

Transparência

A

B

Embrionários

Em desenvolvimento

C

D

E

Validação externa

F

Maduros

Não aplicável/inexistente

Balanço geral

Integ ração

Financeiro

Soci

al e

rel

acio

nam

ento

Intelectual

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E agora?Os relatórios internos e externos de uma organização devem evoluir para refletir as novas demandas de um mundo em transformação – e o modo como pensamos em gerar confiança nessas informações precisa avançar com elas. Acreditamos que a profissão de auditoria tem um papel a ser desempenhado no sentido de apoiar e acelerar essa jornada. A ideia que apresentamos aqui ainda é claramente um projeto, e surgirão perguntas válidas sobre como ela pode funcionar. Porém, acreditamos que essa proposta tem enorme potencial para criar mais valor tanto para os usuários como para os autores dos relatórios corporativos.

Ainda há muito a evoluir. Vamos procurar trabalhar em conjunto com as organizações e outras partes interessadas para desenvolver ainda mais esse conceito e fazê-lo evoluir.

Para nós, é muito importante descobrir que outras pessoas ou organizações compartilham da nossa visão. Por isso, queremos muito receber suas opiniões sobre as ideias que apresentamos neste documento. Para enviá-las, entre em contato com:

Jorge Manoel – [email protected]ício Colombari – [email protected] Carlos Rossin – [email protected] Marcos Paulo – [email protected]

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