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Publicada no DOU de Nº 66, terça-feira, 7 de abril de 2009. MINISTÉRIO DAS CIDADES INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 26 DE MARÇO DE 2009 Regulamenta o trabalho social executado em intervenções de provisão habitacional e de urbanização de assentamentos precários das Ações e Programas geridos pelo Ministério das Cidades O MINISTRO DE ESTADO DAS CIDADES, no uso das atribuições legais e considerando o art. 14, da Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005, o art. 4º, do Decreto nº 5.796, de 6 de junho de 2006, e considerando o art. 6º, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, art. 66, do Regulamento Consolidado do FGTS, aprovado pelo Decreto 99.684, de 8 de novembro de 1990, com a redação dada pelo Decreto nº 1.522, de 13 de junho de 1995, resolve: Art. 1º Aprovar instruções específicas para desenvolvimento do trabalho social em intervenções de provisão habitacional, na forma do Anexo I desta Instrução Normativa, das Ações e Programas a seguir especificados: a) Programa Habitação de Interesse Social – Ação Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - HIS/FNHIS; e b) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA – Modalidade Produção de Conjuntos Habitacionais. Art. 2º Aprovar instruções específicas para desenvolvimento do trabalho social em intervenções de urbanização de assentamentos precários, na forma do Anexo II desta Instrução Normativa, das Ações e Programas a seguir especificados: a) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Urbanização de Assentamentos Precários - Projetos Prioritários de Investimentos – PPI – Intervenção em Favela; b) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Apoio a Empreendimentos de Saneamento Integrado em Assentamentos Precários em Municípios de Regiões Metropolitanas, de Regiões Integradas de Desenvolvimento Econômico ou Municípios com mais de 150 mil habitantes - Projetos Prioritários de Investimentos – PPI – Intervenção em Favela; c) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - UAP/FNHIS; d) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA – Modalidade Urbanização de Assentamentos Precários; e

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Publicada no DOU de Nº 66, terça-feira, 7 de abril de 2009.

MINISTÉRIO DAS CIDADES

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 26 DE MARÇO DE 2009 Regulamenta o trabalho social executado em intervenções de provisão habitacional e de urbanização de assentamentos precários das Ações e Programas geridos pelo Ministério das Cidades

O MINISTRO DE ESTADO DAS CIDADES, no uso das atribuições legais e considerando o art. 14, da Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005, o art. 4º, do Decreto nº 5.796, de 6 de junho de 2006, e considerando o art. 6º, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, art. 66, do Regulamento Consolidado do FGTS, aprovado pelo Decreto 99.684, de 8 de novembro de 1990, com a redação dada pelo Decreto nº 1.522, de 13 de junho de 1995, resolve:

Art. 1º Aprovar instruções específicas para desenvolvimento do trabalho social em intervenções de provisão habitacional, na forma do Anexo I desta Instrução Normativa, das Ações e Programas a seguir especificados:

a) Programa Habitação de Interesse Social – Ação Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - HIS/FNHIS; e

b) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA – Modalidade Produção de Conjuntos Habitacionais.

Art. 2º Aprovar instruções específicas para desenvolvimento do trabalho social em intervenções de urbanização de assentamentos precários, na forma do Anexo II desta Instrução Normativa, das Ações e Programas a seguir especificados:

a) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Urbanização de Assentamentos Precários - Projetos Prioritários de Investimentos – PPI – Intervenção em Favela;

b) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Apoio a Empreendimentos de Saneamento Integrado em Assentamentos Precários em Municípios de Regiões Metropolitanas, de Regiões Integradas de Desenvolvimento Econômico ou Municípios com mais de 150 mil habitantes - Projetos Prioritários de Investimentos – PPI – Intervenção em Favela;

c) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - UAP/FNHIS;

d) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA – Modalidade Urbanização de Assentamentos Precários; e

Publicada no DOU de Nº 66, terça-feira, 7 de abril de 2009.

e) Projetos Multisetoriais Integrados – PMI.

Parágrafo único. Os Anexos I e II encontram-se disponíveis no sítio eletrônico do Ministério das Cidades: www.cidades.gov.br

Art. 3º O disposto nesta Instrução Normativa aplica-se, no que couber, aos Termos de Compromisso,

Contratos de Repasse e Financiamento formalizados anteriormente a sua vigência.

Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a Instrução Normativa nº 50, de 6 de novembro de 2008.

MARCIO FORTES DE ALMEIDA

1

MINISTÉRIO DAS CIDADES

Secretaria Nacional de Habitação

Instruções Específicas para Desenvolvimento de Trabalho Social

em Intervenções de Provisão Habitacional

ANEXO I INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8,

DE 26 DE MARÇO DE 2009

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SUMÁRIO

I Apresentação

II Definição

III Objetivo

IV Diretrizes

V Orientações Gerais

VI Fases de Execução

VII Conteúdos para o Desenvolvimento do Trabalho Social

VIII Roteiro Técnico para Formulação de Projetos

IX Monitoramento e Avaliação da Implantação do Projeto Social

X Avaliação de Pós-Ocupação

XI Contatos em caso de dúvidas

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I APRESENTAÇÃO

1 Esse Manual orienta a execução do Trabalho Social em intervenções de habitação de interesse social nas operações contratadas com ENTES FEDERADOS, ao amparo das ações/programas:

a) Programa Habitação de Interesse Social – Ação Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - HIS/FNHIS; e

b) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA – Modalidade Produção de Conjuntos Habitacionais.

2 O disposto nesse Manual aplica-se, quando não houver prejuízos ou houver necessidade de reprogramação, aos Termos de Compromisso, Contratos de Repasse e Financiamento formalizados anteriormente à sua vigência.

3 É facultado à Secretaria Executiva do Ministério das Cidades – MCIDADES autorizar casos excepcionais que envolvam alterações dos itens e respectivos parâmetros descritos neste Manual, a partir de solicitação do ENTE FEDERADO, acompanhada de manifestação técnica da Caixa Econômica Federal - CAIXA sobre a viabilidade do pleito.

4 No caso de operações firmadas, no âmbito da Produção Social da Moradia, as atividades atribuídas aos ENTES FEDERADOS serão executadas pelas entidades privadas sem fins lucrativos.

II DEFINIÇÃO

O Trabalho Social nos empreendimentos habitacionais para famílias de baixa renda é um conjunto de ações que visam promover a autonomia, o protagonismo social e o desenvolvimento da população beneficiária, de forma a favorecer a sustentabilidade do empreendimento, mediante a abordagem dos seguintes temas: mobilização e organização comunitária, educação sanitária e ambiental e geração de trabalho e renda.

III OBJETIVO 1. Objetivo Geral

Viabilizar o exercício da participação cidadã e promover a melhoria de qualidade de vida das famílias beneficiadas pelo projeto, mediante trabalho educativo, que favoreça a organização da população, a educação sanitária e ambiental, a gestão comunitária e o desenvolvimento de ações que, de acordo com as necessidades das famílias, facilitem seu acesso ao trabalho e melhoria da renda familiar. 2 Objetivos específicos

2.1 São objetivos específicos do Projeto de Trabalho Social:

a) garantir condições para o exercício da participação comunitária;

b) promover atividades para a elevação da qualidade de vida das famílias beneficiárias para que se expressem e se desenvolvam através de um conjunto de intervenções sociais;

c) fomentar e valorizar as potencialidades dos grupos sociais atendidos;

d) fortalecer os vínculos familiares e comunitários;

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e) viabilizar a participação dos beneficiários nos processos de decisão, implantação e manutenção dos bens e serviços, a fim de adequá-los às necessidades e à realidade local; e

f) promover a gestão participativa, com vistas a garantir a sustentabilidade do empreendimento.

IV DIRETRIZES

1. A participação dos beneficiários deve ser entendida como um processo pedagógico de construção de cidadania e um direito do cidadão.

2 Deve-se promover a capacitação dos moradores, através de suas organizações representativas para a autonomia na gestão democrática dos processos implantados. Em se tratando de intervenções com habitação verticalizada deverá ser dada ênfase aos processos de gestão condominial em que as regras de convivência coletiva sejam discutidas e expressas pelos grupos de moradores que serão usuários desta construção.

3 Deve-se viabilizar o processo permanente e constante de informação da população sobre o desenvolvimento do projeto físico, sendo a transparência um elemento essencial na construção do processo participativo e na relação de confiança entre técnicos e população.

4 O Trabalho Social deverá promover parcerias para o atendimento das necessidades dos beneficiários e para a implantação das políticas sociais, que contribuam para o acesso a serviços de educação, saúde, esporte, lazer, cultura, assistência social, segurança alimentar e segurança pública, dentre outras.

V ORIENTAÇÕES GERAIS

1 A participação da equipe social nos projetos habitacionais inicia-se na fase de planejamento do empreendimento , quando da elaboração de cadastro dos beneficiários, do diagnóstico, na concepção dos projetos e na formulação da proposta de intervenção, uma vez que a intervenção deve prever a atuação integrada das equipes.

1.1 A apresentação do Projeto de Trabalho Social deve ocorrer juntamente com os projetos de intervenção física ou, no máximo, até a emissão da autorização para início de obras que não poderá ser expedida sem a aprovação do mesmo.

1.2 O levantamento sócio-econômico utilizado no diagnóstico dos beneficiários deverá ser censitário, quantitativo e qualitativo, realizado por meio do preenchimento do Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). 1.2.1 O levantamento sócio-econômico da população deve observar os aspectos culturais da população atendida.

1.2.2 Na impossibilidade de efetuar o CadÚnico na fase inicial, o ENTE FEDERADO poderá elaborar o diagnóstico com cadastro específico para habitação, devendo concluir o CadÚnico obrigatório até a finalização das obras/serviços.

1.2.3 O Projeto de Trabalho Social deve apresentar cronograma de cadastramento no CadÚnico, de modo que a inserção dos beneficiários ocorra até a conclusão das obras. Os relatórios mensais devem informar o cumprimento dessas atividades.

1.3 A execução do Trabalho Social deverá ter suas ações e atividades iniciadas após a assinatura do Termo de Compromisso ou Contrato ou, quando for o caso, da solução da condição suspensiva, concomitante com o início das intervenções físicas e estendendo-se por

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um período de 6 (seis) a 12 (doze) meses após a conclusão das obras, incluindo a avaliação de resultados que deverá ser apresentada ao final desse período.

1.3.1 A definição deste prazo deve levar em consideração o porte e a complexidade do empreendimento, além dos recursos disponíveis.

1.3.2 Caso o proponente decida pela licitação do Projeto de Trabalho Social deverá responsabilizar-se pela realização das atividades programadas, com a utilização de pessoal próprio, até que o certame licitatório esteja concluído.

1.3.3 O Trabalho Social pós-ocupação deverá iniciar a partir da mudança dos beneficiários para a nova unidade habitacional e ocorrer dentro da vigência do Termo de Compromisso ou Contrato.

1.4 Este prazo poderá ser acrescido de até 3 (três) meses para a avaliação de resultados que deverá ser apresentada ao final deste período. Essas ações e atividades poderão ser custeadas com recursos da União e deverão compor o Plano de Trabalho integrante do Termo de Compromisso ou Contrato assinado.

1.5 O ENTE FEDERADO deverá possuir em seus quadros um Responsável Técnico pela coordenação e acompanhamento do projeto, com necessária formação em Serviço Social ou Sociologia e experiência comprovada na área de desenvolvimento comunitário. A assinatura e o registro profissional desse Responsável Técnico deverão constar no Projeto, ficando o mesmo, responsável também pelo encaminhamento dos relatórios mensais à CAIXA, acompanhados de parecer técnico, das faturas mensais de aplicação dos recursos do Trabalho Social, e pela procedência das despesas e validade dos documentos comprobatórios, sendo também responsável pela supervisão ou coordenação dos trabalhos terceirizados, quando houver.

1.6 O cronograma do Trabalho Social deverá ser compatível com o cronograma das intervenções físicas.

1.7 A liberação de recursos para pagamento do Trabalho Social estará condicionada à execução de suas metas, devidamente atestadas pela CAIXA.

VI FASES DE EXECUÇÃO 1 Fase 1 – Período de Obras 1.1 Esta fase compreende o período de desenvolvimento e conclusão das obras até a mudança dos beneficiários para a nova moradia.

1.2 Ao se iniciarem os trabalhos com os beneficiários, uma das primeiras atividades, deverá ser a realização de reuniões ou assembléias para divulgação dos resultados do diagnóstico socioeconômico e a difusão do projeto que será desenvolvido em relação às obras e ao trabalho social.

1.3 Nos casos em que a proposta previr o uso de mutirão ou autoconstrução, elaborar o regulamento específico do mutirão, que deverá ser discutido com os beneficiários, e promover a capacitação dos beneficiários envolvidos. Quando o ENTE FEDERADO julgar necessário, poderá incluir uma fase PRÉ -OBRAS para realizar estas ações.

1.4 Nessa fase intensificam-se as ações e atividades voltadas para a capacitação de lideranças e de grupos, especialmente aqueles ligados ao acompanhamento das obras e do projeto.

1.5 Deverá ser constituído plantão social para o atendimento dos beneficiários, onde serão disponibilizadas as informações sobre o projeto.

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1.6 Deverá(ão) ser constituído(s) grupo(s) de acompanhamento do projeto, tais como comissões de acompanhamentos de obras, comitês ambientais e outros grupos de interesse que deve(m) ter discutido seu papel e deve(m) ser capacitado(s) para bem desempenhar suas funções, assim como deverá ser iniciado o processo de constituição de entidade representativa dos beneficiários.

1.7 Deverão ser firmadas as parcerias para buscar o atendimento das necessidades dos beneficiários.

1.8 Em se tratando de intervenções com habitação verticalizada deverá ser dada ênfase aos processos de gestão condominial em que as regras de convivência coletiva sejam discutidas e expressas pelos grupos de moradores que serão usuários desta construção.

1.9 O ENTE FEDERADO deverá, sempre que possível, proporcionar visitas às obras pelos beneficiários, mediante demanda dos mesmos, de forma organizada e planejada.

1.9.1 Na preparação da mudança dos beneficiários, deverá estar prevista a vistoria prévia das unidades habitacionais pelos futuros ocupantes ou por grupo que tenha delegação dos mesmos para tanto.

2 Fase 2 – Período de Pós-ocupação

2.1 Essa fase inicia imediatamente após a mudança dos beneficiários para a nova unidade habitacional e terá a duração de 6 (seis) a 12 (doze) meses após a conclusão total das obras do projeto.

2.2 A definição desse prazo de levar em consideração o porte e complexidade do empreendimento, além dos recursos disponíveis.

2.3 Intensifica-se, nessa fase, além do processo de trabalho de organização comunitária, as ações voltadas para educação sanitária e ambiental e geração de trabalho e renda, focando a participação da comunidade para as mudanças previstas e desejáveis do Programa.

2.4 Deve-se a difundir o andamento do processo de regularização fundiária, priorizando a concessão de títulos às mulheres chefes de família.

2.5 Deve-se assessorar o processo de adaptação dos moradores ao novo habitat.

2.6 Deve-se prever e executar a assessoria às famílias para a ampliação ou melhoria das unidades habitacionais, no intuito de buscar solução de vícios construtivos, responsabilização civil do construtor e qualificação dos serviços públicos e sociais implantados.

2.7 Nesta fase é trabalhada a autonomia dos grupos e organizações representativas e se processa o desligamento progressivo da equipe técnica.

VII CONTEÚDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO SO CIAL

1 Mobilização e Organização Comunitária

a) apoio à formação e/ou consolidação das organizações de base, estimulando a criação de organismos representativos da população e incentivando o desenvolvimento de grupos sociais e de comissões de interesses, tais como: comissão de acompanhamento de obras, comissões de jovens, de mulheres e de outros interesses despertados pelo projeto;

b) capacitação de lideranças e de grupos representativos em processos de gestão comunitária; papel das associações e dos grupos representativos de segmentos da população e sobre as questões de formalização e legalização das entidades representativas; e, nos

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empreendimentos verticalizados, sobre condomínios (legislação, objetivos,organização e funcionamento);

c) estímulo aos processos de informação e de mobilização comunitária e à promoção de atitudes e condutas sociais vinculadas à melhoria da qualidade de vida, como: a valorização da organização como instrumento próprio de representação dos interesses dos beneficiários; a articulação e a valorização dos aportes externos provenientes das entidades governamentais e não governamentais; a capacidade de observação crítica do desempenho das lideranças comunitárias; a integração com o entorno, em termos de relações funcionais e convivência com o meio ambiente; e a autonomia das organizações representativas;

d) estímulo à inserção da organização comunitária dos beneficiários em movimentos sociais mais amplos e em instâncias de controle e gestão social.

e) apoio à participação comunitária na promoção de atitudes e condutas ligadas ao zelo e ao bom funcionamento dos equipamentos sociais e comunitários disponibilizados.

f) estabelecimento de parcerias e integração com as demais políticas e programas do município, que sempre que possível deverão ser estendidas para a população do projeto;

g) nos casos de verticalização das habitações deverão ser trabalhados os princípios de gestão condominial e a convivência beneficiários em condomínios.

2 Em Educação Sanitária e Ambiental

a) promoção do processo educativo que esclareça e valorize a infra-estrutura implantada e busque mudanças de atitudes em relação ao meio ambiente e à vida saudável;

b) esclarecimento e valorização da infra-estrutura implantada no empreendimento como colaboradora na redução de doenças e na melhoria dos níveis de saúde da população, na inserção urbana, mobilidade social e a elevação da qualidade de vida beneficiários;

c) preparação dos beneficiários para a correta utilização das habitações, especialmente no que diz respeito às unidades sanitárias e à rede de esgoto;

d) demonstração das responsabilidades dos beneficiários na correta utilização e preservação dos serviços implantados, tanto os individuais como os coletivos;

e) promoção de campanhas educativas de saúde e de utilização e preservação dos serviços implantados evitando o desperdício de água e energia elétrica e contribuindo para a melhoria do orçamento familiar;

f) estimulo à busca de parcerias com o objetivo de dar continuidade em caráter permanente às ações de educação ambiental;

g) divulgação de informações, programas e projetos de natureza ambiental de modo a possibilitar a ampliação da consciência ecológica das populações; e

h) fomento e implementação de atividades educativas ligadas à separação e reciclagem de resíduos sólidos.

3 Em Geração de Trabalho e Renda

a) ações para a redução do analfabetismo;

b) ações destinadas à capacitação profissional e à requalificação profissional, planejadas de acordo com a realidade sócio-econômica dos beneficiários e vocação econômica local;

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c) estímulo à produção alternativa e à organização de grupos de produção e cooperativismo, respeitadas as particularidades da população beneficiada;

d) estímulo à processos cooperativos de produção, tendo como referência os conceitos de Economia Solidária, que estão baseados na solidariedade (em oposição à competição), em remunerações decididas coletivamente e na autogestão dos empreendimentos; e

e) estimulo à ações de produção artesanal com resíduos recicláveis.

VIII ROTEIRO TÉCNICO PARA FORMULAÇÃO DE PROJETOS

1 Identificação do Projeto, dados cadastrais do ENTE FEDERADO; localização (endereço); previsão de início e término; número de famílias beneficiárias; responsável técnico pelo Projeto do Trabalho Social;

2 Diagnóstico Socioeconômico, resultado dos levantamentos realizados com os beneficiários, onde estejam especificados:

a) a definição do perfil de renda e do comprometimento médio mensal com o pagamento de encargos, impostos, taxas, moradia e transporte da família selecionada;

b) a escolaridade dos membros da família, a profissão e situação de emprego dos que percebem renda;

c) a composição familiar;

d) a situação de saúde, deficiências físicas e idosos;

e) as necessidades apontadas pela comunidade, em termos de equipamentos sociais públicos;

f) caracterização da atual condição de moradia dos beneficiários, identificando tipo de uso, área, material construtivo, número de cômodos, serviços internos – água, luz, destino dos dejetos, serviços e equipamentos públicos; e

g) informações sobre a vivência em organização comunitária dos selecionados e a organização presente no entorno da área aonde serão produzidas as moradias.

3 Justificativa das intervenções propostas.

4 Objetivos gerais e específicos do Projeto de Trabalho Social.

5 Forma de implementação do projeto. Nesse item deverão ser descritas ações por etapas e eixos, descrevendo os mecanismos, bem como metodologia, técnicas e instrumentos; a seqüência de operacionalização das atividades, parcerias e outras ações, descrevendo a participação das entidades envolvidas na execução do projeto (secretarias de saúde, educação, trabalho, social e outras entidades que atuem junto à comunidade); as ações e cronogramas por fases (obra e pós-obra).

5.1 A definição da forma de implementação dos projetos é da competência do ENTE FEDERADO, que deverá levar em conta, além dos aspectos técnicos, as peculiaridades culturais, sociais, econômicas e ambientais da população e da área de intervenção;

5.2 O ENTE FEDERADO poderá terceirizar o Trabalho Social, no todo ou em parte, obrigatoriamente, por meio de processo licitatório específico, de acordo com a legislação vigente, podendo contratar nas modalidades pessoa jurídica ou física.

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5.2.1 Nesse caso, o proponente deverá responsabilizar-se pela realização das atividades programadas no Projeto Social, com a utilização de pessoal próprio, até que o certame licitatório esteja conluído.

6 Custos do projeto, fornecendo elementos dos custos previstos, indicando a participação da União e do ENTE FEDERADO e outras, quando houver. O custo do Trabalho Social tem como parâmetro 2,5 % do Valor do Investimento, faz parte do Plano de Trabalho, do Quadro de Composição do Investimento - QCI e do cronograma físico financeiro do Termo de Compromisso ou Contrato.

6.1 Os recursos da União deverão ser utilizados no pagamento das despesas abaixo, dentro dos três eixos de ação (Mobilização e Organização Comunitária - MOC, Educação Sanitária e Ambiental - ESA e Geração de Trabalho e Renda - GTR) para:

a) contratação de serviços de consultoria de trabalho social em apoio às equipes municipais/estaduais;

b) contratação de serviços técnicos especializados voltados para a população beneficiária;

c) capacitação dos beneficiários, envolvendo oficinas educativas, seminários, e outros eventos/atividades ligados às ações de MOC, ESA e GTR;

d) material pedagógico e de divulgação das ações do projeto;

e) serviços especializados para a execução da Avaliação do Pós-Ocupação conforme Matriz de Indicadores disponibilizada pelo MCIDADES;

f) compra de materiais permanentes a serem utilizados no desenvolvimento do trabalho social, como por exemplo, computadores, impressoras, data show, equipamento de filmagem e de fotografia, que permitam o registro e a difusão das ações do projeto e a sua implementação; e

g) compra de materiais permanentes para dar viabilidade a ações contidas no Projeto do Trabalho Social, dentro de qualquer um dos três eixos do trabalho.

h) contratação de apoio logístico, tais como: instalação e manutenção do plantão social, transporte, alimentação, poderão compor o custo do Trabalho Social, desde que essenciais para dar viabilidade ao desenvolvimento das atividades programadas.

6.2 Despesas com servidores públicos ou apoio logístico do próprio ENTE FEDERADO aplicadas no desenvolvimento do Trabalho Social só serão permitidas a título de contrapartida.

6.3 As despesas para compra de materiais permanentes para dar funcionalidade aos equipamentos comunitários contidos nos projetos físicos de engenharia (creches, espaços culturais e outros) não serão admitidos na composição de custos do Trabalho Social.

7 Cronograma de atividades;

8 Cronograma de desembolso;

9 Equipe técnica: descrição da equipe responsável pela implementação do Projeto, sua formação profissional e experiência na temática;

10 Avaliação: explicitando os mecanismos que serão utilizados pelo ENTE FEDERADO, destacando os meios e os prazos da avaliação final.

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IX MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO PROJ ETO SOCIAL

1 A avaliação do Trabalho Social deve ocorrer durante todo o processo, considerando sempre a visão dos beneficiários, através de seus grupos representativos e da equipe técnica.

2 Os instrumentos de monitoramento das atividades do Trabalho Social entregues pelo ENTE FEDERADO à CAIXA são:

a) Relatórios Mensais de Acompanhamento, que registram as atividades desenvolvidas no período, justificam as atividades previstas e não realizadas; e

b) Relatório Semestral de Avaliação, até os dias 15 de julho e 15 de janeiro, no modelo definido pelo MCIDADES, acompanhado, sempre que possível, de fotos, fitas, vídeos, material de divulgação e pedagógico produzido e/ou distribuído.

3 Após análise e aprovação, a CAIXA deverá encaminhar o Relatório Semestral de Avaliação ao MCIDADES, para o e-mail [email protected], somente dos Termos de Compromisso e Contratos com valor de repasse/financiamento da União superior a R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais).

4 O Relatório Mensal de Acompanhamento, é o instrumento de medição das atividades e ações desenvolvidas pelo Trabalho Social, que enseja a liberação de recursos pela CAIXA.

5 A partir da elaboração do Relatório Mensal de Acompanhamento pelo Executor, a CAIXA emite o “Acompanhamento e Avaliação do Trabalho Técnico Social - AVT”, encaminhando ao MCIDADES, para o e-mail [email protected], nas seguintes situações:

5.1 Para Termos de Compromisso e Contratos com valor de repasse/financiamento entre R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais), nas seguintes ocasiões:

a) no desbloqueio da 1ª parcela, demonstrando o efetivo início das obras/serviços;

b) no desbloqueio da parcela que atinge 50% (cinqüenta por cento) dos recursos previstos como repasse/financiamento da União; e

c) no desbloqueio da última parcela, demonstrando a efetiva conclusão do objeto.

5.2 O estabelecido nas alíneas do subitem 5.1 aplica-se na íntegra a Termos de Compromisso ou Contratos que serão executados em 3 (três) ou mais etapas. Para os executados em apenas uma aplica-se a alínea “c”, e para os executados em duas aplicam-se as alíneas “a” e “c”.

5.3 Para Termos de Compromisso e Contratos com valor de repasse/financiamento da União superior a R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais), o AVT deverá ser encaminhado mensalmente.

5.4 A AVT encaminhada ao MCIDADES deverá ser acompanhada de registro fotográfico do trabalho executado.

X AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO

1 A avaliação dos projetos é atribuição dos ENTES FEDERADOS, deverá ser desenvolvida com acompanhamento da CAIXA e ser finalizada até 90 (noventa) dias após a fase de pós-ocupação.

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2 A Avaliação de Pós-Ocupação deverá ser desenvolvida com base na Matriz de Indicadores que está disponível no sítio eletrônico do MCIDADES: www.cidades.gov.br, Biblioteca da Secretaria Nacional de Habitação.

3 A Matriz de Indicadores contém o núcleo comum de eixos, dimensões, indicadores e descritores, a serem avaliados, sendo admissível a inclusão de outros por interesse do ENTE FEDERADO. É recomendável que todas as intervenções sejam avaliadas, sendo obrigatório para aquelas com valor superior a R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais).

3.1 Somente após a entrega do Relatório Final de Avaliação, nos casos exigidos, o Termo de Compromisso ou Contrato será considerado concluído e a prestação de contas aprovada.

4 A responsabilidade pela Avaliação de Pós-Ocupação é da equipe local do ENTE FEDERADO, cabendo aos mesmos buscar apoio técnico em universidades, institutos de pesquisa e a outros profissionais especializados no assunto, porém a coordenação dos trabalhos é da equipe local, que deverá garantir a melhor forma de realizar a avaliação e de adequar a Matriz de Indicadores à realidade e às especificidades de cada intervenção.

5 A Avaliação de Pós-Ocupação é uma tarefa de toda a equipe da Unidade Executora Local – UEL e não somente da equipe social, porque pretende avaliar a intervenção como um todo.

6 Os recursos para a Avaliação de Pós-Ocupação poderão estar previstos, na composição de custo do Trabalho Social. Naqueles projetos onde não estão previstos recursos específicos para a Avaliação, as despesas deverão ser executadas com recursos do ENTE FEDERADO, nos casos em que a avaliação é obrigatória.

8 Se a Avaliação de Pós-Ocupação indicar que a população ainda necessita do apoio do Trabalho Social, o Termo de Compromisso ou Contrato poderá ser considerado concluído, e o ENTE FEDERADO deverá dar continuidade às ações com recursos próprios ou de outras fontes que venha a obter.

9 O Relatório Final de Avaliação deverá ser apresentado pelo ENTE FEDERADO à CAIXA, com o seguinte conteúdo:

a) apresentação;

b) descrição dos meios e métodos utilizados na Avaliação;

c) resultados alcançados;

d) material fotográfico ou vídeo-gráfico;

e) conclusão.

9.1 A CAIXA enviará ao MCIDADES, para o e-mail [email protected], após conferência da compatibilidade do produto apresentado com os conteúdos da Matriz de Indicadores.

XI CONTATOS EM CASO DE DÚVIDAS:

1 Secretaria Nacional da Habitação/MCIDADES

Departamento de Urbanização de Assentamentos Precários - DUAP

Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 3º andar - Sala 304

CEP 70.050-901 Brasília - DF

Telefone: (0XX61) 2108.1509

12

FAX: (0XX61) 2108.1431

E-mail: [email protected]

Internet: http://www.cidades.gov.br

2 CAIXA

Superintendência Nacional de Repasses – SUREP

Superintendência de Saneamento e Infra-estrutura – SUSIN

Setor Bancário Sul, Quadra 04, Lotes ¾,

CEP 70.092-900 Brasília - DF

Telefones: (0XX61) 3206-9341 / 3206.8111

E-mail: [email protected]

E-mail: [email protected]

Internet: http://www.caixa.gov.br

Superintendências Regionais e Agências da CAIXA

Encontradas em todo o território nacional.

1

MINISTÉRIO DAS CIDADES

Secretaria Nacional de Habitação

Instruções Específicas para Desenvolvimento de Trabalho Social

em Intervenções de Urbanização de Assentamentos Precários

ANEXO II INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8,

DE 26 DE MARÇO DE 2009

2

SUMÁRIO

I Apresentação

II Definição

III Objetivo

IV Diretrizes

V Fases de Execução

VI Conteúdos para o Desenvolvimento do Trabalho Social

VII Roteiro Técnico para Formulação de Projetos

VIII Monitoramento e Avaliação da Implantação do Projeto Social

IX Avaliação de Pós-Ocupação

X Contatos em caso de dúvidas

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I APRESENTAÇÃO

1 Esse Manual orienta a execução do Trabalho Social em intervenções de urbanização de assentamentos precários nas operações contratadas com ENTES FEDERADOS, ao amparo das ações/programas:

a) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Urbanização de Assentamentos Precários - Projetos Prioritários de Investimentos – PPI – Intervenção em Favela;

b) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Apoio a Empreendimentos de Saneamento Integrado em Assentamentos Precários em Municípios de Regiões Metropolitanas, de Regiões Integradas de Desenvolvimento Econômico ou Municípios com mais de 150 mil habitantes, sob responsabilidade da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental - Projetos Prioritários de Investimentos – PPI – Intervenção em Favela;

c) Programa Urbanização Regularização e Integração de Assentamentos Precários - Ação Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - UAP/FNHIS;

d) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA – Modalidade Urbanização de Assentamentos Precários; e

e) Projetos Multisetoriais Integrados – PMI.

2 O disposto nesse Manual aplica-se, quando não houver prejuízos ou houver necessidade de reprogramação, aos Termos de Compromisso, Contratos de Repasse e Financiamento formalizados anteriormente à sua vigência.

3 É facultado à Secretaria Executiva do Ministério das Cidades – MCIDADES autorizar casos excepcionais que envolvam alterações dos itens e respectivos parâmetros descritos neste Manual, a partir de solicitação do ENTE FEDERADO, acompanhada de manifestação técnica da Caixa Econômica Federal - CAIXA sobre a viabilidade do pleito.

II DEFINIÇÃO

O Trabalho Social na urbanização de assentamentos precários ou de favelas é um conjunto de ações que visam promover a autonomia, o protagonismo social e o desenvolvimento da população beneficiária, de forma a favorecer a sustentabilidade do empreendimento, mediante a abordagem dos seguintes temas: mobilização e organização comunitária, educação sanitária e ambiental e geração de trabalho e renda.

III OBJETIVO 1. Objetivo Geral

Viabilizar o exercício da participação cidadã e promover a melhoria de qualidade de vida das famílias beneficiadas pelo projeto, mediante trabalho educativo que favoreça a organização da população, a educação sanitária e ambiental, a gestão comunitária e condominial e o desenvolvimento de ações que, de acordo com as necessidades das famílias, facilitem seu acesso ao trabalho e a melhoria da renda familiar. 2 Objetivos específicos

2.1 São objetivos específicos do Projeto de Trabalho Social:

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a) garantir condições para o exercício da participação comunitária;

b) promover atividades para a elevação da qualidade de vida das famílias beneficiárias para que se expressem e se desenvolvam através de um conjunto de intervenções técnicas sociais;

c) fomentar e valorizar as potencialidades dos grupos sociais atendidos;

d) fortalecer os vínculos familiares e comunitários;

e) viabilizar a participação dos beneficiários nos processos de decisão, implantação e manutenção dos bens e serviços, a fim de adequá-los às necessidades e à realidade local; e

f) promover a gestão participativa, com vistas a garantir a sustentabilidade do empreendimento .

IV DIRETRIZES

1 Diretrizes Gerais 1. A participação da comunidade deve ser entendida como um processo pedagógico de construção de cidadania e um direito do cidadão.

1.2 Deve-se promover a capacitação dos moradores, através de suas organizações representativas para a autonomia na gestão democrática dos processos implantados. Em se tratando de intervenções com habitação verticalizada, deverá ser dada ênfase aos processos de gestão condominial em que as regras de convivência coletiva sejam discutidas e expressas pelos grupos de moradores que serão usuários desta construção.

1.3 Deve-se viabilizar o processo permanente e constante de informação da população sobre o desenvolvimento do projeto físico, sendo a transparência um elemento essencial na construção do processo participativo e na relação de confiança entre técnicos e população.

1.4 O Trabalho Social deverá promover parcerias para o atendimento das necessidades dos beneficiários e para a implantação das políticas sociais na área de intervenção, contribuindo para o acesso das famílias a serviços de educação, saúde, esporte, lazer, cultura, assistência social, segurança alimentar e segurança pública, dentre outras.

2 Diretrizes específicas para remanejamento ou reassentamento de famílias

2.1 O remanejamento é aqui definido como a alteração do local da moradia de famílias, implicando na reconstrução da sua unidade habitacional no mesmo perímetro da favela ou assentamento precário que está sendo urbanizado.

2.2 O reassentamento é aqui definido como a alteração do local de moradia de famílias, implicando na sua remoção para outro terreno, fora do perímetro da área da favela ou assentamento precário que está sendo urbanizado.

2.3 O remanejamento/reassentamento de uma população não pode ser considerado isoladamente, apenas como um projeto de obras, uma vez que afeta não somente a vida das famílias envolvidas e a área objeto de intervenção, mas também todo o entorno social e urbanístico.

2.2 A extensão do impacto social de um remanejamento/reassentamento poderá ser minimizado se forem garantidos, na formulação do projeto, os conteúdos básicos descritos a seguir:

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a) estudo de todas as alternativas que minimizem a necessidade de remanejamento/reassentamento de famílias;

b) o remanejamento/reassentamento só será admitido quando as famílias estiverem enquadradas nos seguintes casos: expostas a riscos de incêndio, inundação, desabamento, deslizamento, tremores de terra, sob fios de alta tensão, próximas a áreas insalubres, em áreas de preservação ambiental ou em áreas imprescindíveis à regularização urbanística do bairro, para implantação de infra-estrutura ou sistema viário, áreas não passíveis de regularização;

c) o custo do remanejamento/reassentamento deverá ser incluído no projeto, devendo ser avaliada sua viabilidade econômica;

d) é necessário que as famílias a serem remanejadas/reassentadas participem de todo o processo de elaboração e aprovação da proposta e que as regras para o remanejamento/reassentamento tenham sido pactuadas com os envolvidos;

e) o local de reassentamento deverá ser, sempre que possível, próximo à área original, em respeito aos laços de vizinhança e trabalho já estabelecidos;

f) quando o ENTE FEDERADO, por razões que deverá justificar, tiver que reassentar famílias em locais mais distantes, não estará desobrigado de estudar a melhor forma de respeitar os laços de vizinhança existentes na área de origem;

g) a área receptora deverá ser servida de infra-estrutura básica e equipamentos comunitários, já existentes ou a serem executados com recursos do Termo de Compromisso ou Contrato atual, que atendam à demanda da comunidade;

h) o sistema de compensação ou indenização às famílias afetadas por ações de remanejamento/reassentamento deverá estar claramente explicitado no projeto, sendo que esses custos serão sempre de contrapartida do ENTE FEDERADO;

i) deverão estar previstas medidas compensatórias, de projeto ou indenização, às famílias que na área original possuíam unidades habitacionais de uso misto (residência e comércio), para que não haja diminuição de suas condições de sobrevivência;

j) o Projeto de Trabalho Social deverá contemplar atendimento específico aos casos de remanejamento/reassentamento, levando às famílias afetadas informações claras e precisas de todo o processo, em tempo adequado, que permita um grau de conhecimento e entendimento satisfatório para a tomada de decisões.

2.3 Se a proposta concluir pela necessidade de construção de alojamentos provisórios, para abrigar temporariamente as famílias afetadas, considerar:

a) que é condição fundamental para utilização de “alojamento provisório” estabelecer as condições de salubridade, privacidade e garantir a remoção ou destinação efetiva dos mesmos após o período de remanejamento/reassentamento das famílias;

b) que as regras de convivência nos alojamentos provisórios sejam discutidas e expressas pelos grupos de moradores que serão usuários desta unidade; e

c) que os custos correrão sempre à conta de contrapartida do ENTE FEDERADO.

V ORIENTAÇÕES GERAIS

1 A participação da equipe social nos projetos habitacionais inicia-se na fase de planejamento do empreendimento, quando da elaboração de cadastro dos beneficiários, do

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diagnóstico, na concepção do projeto e na formulação da proposta de intervenção, uma vez que a intervenção deve prever a atuação integrada das equipes.

1.1 A apresentação do Projeto de Trabalho Social deve ocorrer juntamente com os projetos de intervenção física ou, no máximo, até a emissão da autorização para início de obras que não poderá ser expedida sem a aprovação do projeto de Trabalho Social.

1.2 O levantamento sócio-econômico utilizado no diagnóstico da população e da área deverá ser censitário, quantitativo e qualitativo, realizado por meio do preenchimento do Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

1.2.1 O levantamento sócio-econômico da população deve observar os aspectos culturais da população atendida.

1.2.2 Excepcionalmente, mediante avaliação e autorização da CAIXA, nos casos de áreas muito extensas ou adensadas, é facultada a elaboração do diagnóstico por meio de utilização de dados secundários ou levantamento por amostragem estatística.

1.2.3. Caso não seja possível o cadastramento das famílias no CadÚnico na fase inicial, para fins de elaboração do Projeto de Trabalho Social poderá ser efetuado o levantamento amostral das características da população, mediante utilização de critérios estatísticos.

1.2.4 Na impossibilidade de efetuar o CadÚnico na fase inicial, o ENTE FEDERADO poderá elaborar o diagnóstico com cadastro específico para habitação, devendo concluir o CadÚnico obrigatório até a finalização das obras/serviços

1.2.5 O Projeto de Trabalho Social deve apresentar cronograma mensal de cadastramento no CadÚnico, de modo que a inserção dos beneficiários ocorra até a conclusão das obras. Os relatórios mensais devem informar o cumprimento dessas atividades.

1.3 A execução do Trabalho Social deverá ter suas ações e atividades iniciadas após a assinatura do Termo de Compromisso ou Contrato ou, quando for o caso, da solução da condição suspensiva, concomitante com o início das intervenções físicas e estendendo-se por um período de 6 (seis) a 12 (doze) meses após a conclusão das obras, incluindo a avaliação de resultados que deverá se apresentada ao final deste período.

1.3.1 A definição deste prazo deve levar em consideração o porte e a complexidade do empreendimento, além dos recursos disponíveis.

1.3.2 Caso o proponente decida pela licitação do Projeto de Trabalho Social deverá responsabilizar-se pela realização das atividades programadas, com a utilização de pessoal próprio, até que o certame licitatório esteja concluído.

1.4 O Trabalho Social pós-ocupação deverá ocorrer tanto na área de intervenção como na de reassentamento e deverá iniciar a partir da mudança das famílias para a nova unidade habitacional e ocorrer dentro da vigência do contrato.

1.4.1 Este prazo poderá ser acrescido de até 3 (três) meses para a avaliação de resultados que deverá ser apresentada ao final deste período. Essas ações e atividades poderão ser custeadas com recursos da União e deverão compor o Plano de Trabalho integrante do Termo de Compromisso ou Contrato assinado.

1.5 O ENTE FEDERADO deverá possuir em seus quadros um Responsável Técnico pela coordenação e acompanhamento do projeto, com necessária formação em Serviço Social ou Sociologia e experiência comprovada na área de desenvolvimento comunitário. A assinatura e o registro profissional desse Responsável Técnico deverão constar no Projeto, ficando o mesmo responsável também pelo encaminhamento dos relatórios mensais à CAIXA, acompanhados de parecer técnico, das faturas mensais de aplicação dos recursos do Trabalho Social, e pela procedência das despesas e validade dos documentos comprobatórios, sendo

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também responsável pela supervisão ou coordenação dos trabalhos terceirizados, quando houver.

1.6 O cronograma do Trabalho Social deverá ser compatível com o cronograma das intervenções físicas.

1.7 A liberação de recursos para pagamento do Trabalho Social estará condicionada à execução de suas metas, devidamente atestadas pela CAIXA.

VI FASES DE EXECUÇÃO

1 Fase 1 – Período Pré – Obras

1.1 Essa fase compreende o período que vai da assinatura do Termo de Compromisso ou Contrato até a ordem de serviço de início de obras.

1.2 Ao se iniciarem os trabalhos junto à comunidade, uma das primeiras atividades, deverá ser a realização de reuniões ou assembléias para divulgação dos resultados do diagnóstico socioeconômico e a difusão do projeto que será desenvolvido em relação às obras e ao trabalho social.

1.3 Nos casos em que a proposta previr o uso de mutirão ou autoconstrução, elaborar o regulamento específico do mutirão, que deverá ser discutido com os beneficiários e promover a capacitação dos beneficiários envolvidos.

1.4 Nessa fase, intensificam-se as ações e atividades voltadas para a capacitação de lideranças e de grupos, especialmente aqueles ligados ao acompanhamento das obras e do projeto.

1.5 Deverá ser constituído plantão social para o atendimento da comunidade, onde serão disponibilizadas as informações sobre o projeto.

1.6 Os casos em que as intervenções físicas iniciarem-se imediatamente após a assinatura do Termo de Compromisso ou Contrato, as ações previstas nessa fase deverão ocorrer na Fase 2 - Período de Obras.

2 Fase 2 – Período de Obras

2.1 Essa fase compreende o período de desenvolvimento e conclusão das obras até a mudança das famílias para a nova moradia.

2.2 Deverá(ão) ser constituído(s) grupo(s) de acompanhamento do projeto, tais como comissões de acompanhamentos de obras, comitês ambientais e outros grupos de interesse que deve(m) ter discutido seu papel e deve(m) ser capacitado(s) para bem desempenhar suas funções, assim como deverá ser estruturada e capacitada entidade representativa dos moradores da área.

2.3 Deverão ser firmadas as parcerias para buscar o atendimento das necessidades das famílias.

2.4 No caso em que o projeto físico previr o remanejamento ou reassentamento de famílias, este grupo deverá ser especialmente esclarecido sobre as condições em que se darão estas mudanças e, se forem utilizados alojamentos provisórios, expressar regras de convivência coletiva. Nesses casos, é importante mapear e atender os casos especiais (pessoas com deficiências físicas ou enfermidades, mulheres com filhos recém nascidos, idosos e outros).

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2.5 Em se tratando de intervenções com habitação verticalizada deverá ser dada ênfase aos processos de gestão condominial em que as regras de convivência coletiva sejam discutidas e expressas pelos grupos de moradores que serão usuários desta construção.

2.6 O ENTE FEDERADO deverá, sempre que possível, proporcionar visitas às obras pelos beneficiários, mediante demanda dos mesmos, de forma organizada e planejada.

2.6.1 Na preparação da mudança dos beneficiários, deverá estar prevista a vistoria prévia das unidades habitacionais pelos futuros ocupantes ou por grupo que tenha delegação para tanto.

3 Fase 3 – Período de Pós-Ocupação

3.1 Essa fase inicia imediatamente após a mudança dos beneficiários para a nova unidade habitacional e terá a duração de 6 (seis) a 12 (doze) meses após a conclusão total das obras do projeto.

3.2 A definição desse prazo deve levar em consideração o porte e complexidade do empreendimento, além dos recursos disponíveis.

3.3 Intensifica-se, nessa fase, além do processo de trabalho de organização comunitária, as ações voltadas para educação sanitária e ambiental e geração de trabalho e renda, focando a participação da comunidade para as mudanças previstas e desejáveis do Programa.

3.4 Considerando que ações de Regularização Fundiária e de Recuperação Ambiental por vezes se estendem pelo período de pós-ocupação, fazem parte do trabalho social desta fase as ações de Apoio ao desenvolvimento e finalização daquelas intervenções.

3.5 Deve-se a difundir o andamento do processo de regularização fundiária, priorizando a concessão de títulos às mulheres chefes de família.

3.6 Deve-se assessorar o processo de adaptação dos moradores ao novo habitat.

3.7 Deve-se prever e executar a assessoria às famílias para a ampliação ou melhoria das unidades habitacionais, no intuito de buscar solução de vícios construtivos, responsabilização civil do construtor e qualificação dos serviços públicos e sociais implantados.

3.8 Nesta fase é trabalhada a autonomia dos grupos e organizações representativas e se processa o desligamento progressivo da equipe técnica.

VII CONTEÚDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO SO CIAL

1 Mobilização e Organização Comunitária

a) apoio à formação e/ou consolidação das organizações de base estimulando a criação de organismos representativos da população e incentivando o desenvolvimento de grupos sociais e de comissões de interesses, tais como: comissão de acompanhamento de obras, comissões de jovens, de mulheres e de outros interesses despertados pelo projeto;

b) capacitação de lideranças e de grupos representativos em processos de gestão comunitária; papel das associações e dos grupos representativos de segmentos da população e sobre as questões de formalização e legalização das entidades representativas; e nos empreendimentos verticalizados, sobre condomínios (legislação, objetivos,organização e funcionamento);

c) estímulo aos processos de informação e de mobilização comunitária e à promoção de atitudes e condutas sociais vinculadas à melhoria da qualidade de vida, como: a

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valorização da organização como instrumento próprio de representação dos interesses que integram a área; a articulação e a valorização dos aportes externos provenientes das entidades governamentais e não governamentais; a capacidade de observação crítica do desempenho das lideranças comunitárias; a integração com o entorno, em termos de relações funcionais e convivência com o meio ambiente; e a autonomia das organizações representativas;

d) estímulo à inserção da organização comunitária da área em movimentos sociais mais amplos e em instâncias de controle e gestão social.

e) apoio à participação comunitária na promoção de atitudes e condutas ligadas ao zelo e ao bom funcionamento dos equipamentos sociais e comunitários disponibilizados.

f) estabelecimento de parcerias e integração com as demais políticas e programas do município, que sempre que possível deverão ser estendidas para a população do projeto;

g) nos casos de verticalização das habitações deverão ser trabalhados os princípios de gestão condominial e a convivência das famílias em condomínios.

2 Em Educação Sanitária e Ambiental

a) promoção do processo educativo que esclareça e valorize a infra-estrutura implantada e busque mudanças de atitudes em relação ao meio ambiente e à vida saudável;

b) esclarecimento e valorização da infra-estrutura implantada no empreendimento como colaboradora na redução de doenças e na melhoria dos níveis de saúde da população, na inserção urbana, mobilidade social e a elevação da qualidade de vida das famílias;

c) preparação da comunidade para a correta utilização das habitações, especialmente no que diz respeito às unidades sanitárias e à rede de esgoto;

d) demonstração das responsabilidades dos beneficiários na correta utilização e preservação dos serviços implantados, tanto os individuais como os coletivos;

e) promoção de campanhas educativas de saúde e de utilização e preservação dos serviços implantados evitando o desperdício de água e energia elétrica e contribuindo para a melhoria do orçamento familiar;

f) estimulo à busca de parcerias com o objetivo de dar continuidade em caráter permanente às ações de educação ambiental;

g) divulgação de informações, programas e projetos de natureza ambiental de modo a possibilitar a ampliação da consciência ecológica das populações;

h) fomento e implementação de atividades educativas ligadas à separação e reciclagem de resíduos sólidos.

3 Em Geração de Trabalho e Renda

a) ações para a redução do analfabetismo;

b) ações destinadas à capacitação profissional e à requalificação profissional, planejadas de acordo com a realidade sócio-econômica dos beneficiários e vocação econômica local;

c) estímulo à produção alternativa e à organização de grupos de produção e cooperativismo, respeitadas as particularidades da população beneficiada;

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d) estímulo a processos cooperativos de produção, tendo como referência os conceitos de Economia Solidária, que estão baseados na solidariedade (em oposição à competição), em remunerações decididas coletivamente e na autogestão dos empreendimentos; e

e) estimulo à ações de produção artesanal com resíduos recicláveis.

VIII ROTEIRO TÉCNICO PARA FORMULAÇÃO DE PROJETOS

1 Identificação do Projeto, contendo: dados cadastrais do ENTE FEDERADO; localização (endereço); previsão de início e término; número de famílias beneficiárias; responsável técnico pelo Projeto de Trabalho Social;

2 Diagnóstico Socioeconômico, resultado dos levantamentos realizados na área e com a população e caracterização da área e entorno, onde estejam especificados:

a) a definição do perfil de renda e do comprometimento médio mensal com o pagamento de encargos, impostos, taxas, moradia e transporte da família selecionada;

b) a escolaridade dos membros da família, a profissão e situação de emprego dos que percebem renda;

c) a composição familiar;

d) a situação de saúde, deficiências físicas e idosos da comunidade;

e) as necessidades apontadas pela comunidade, em termos de equipamentos sociais públicos;

f) informações sobre a organização comunitária;

g) identificação dos serviços públicos existentes informando seu raio de abrangência e sua capacidade de atendimento à demanda;

h) caracterização das habitações existentes, identificando tipo de uso, área, material construtivo, número de cômodos, serviços internos – água, luz, destino dos dejetos; e

i) indicação da necessidade ou não da reassentamento ou remanejamento de famílias.

j) informações sobre a vivência em organização comunitária dos moradores e a organização presente no entorno.

3 Justificativa das intervenções propostas.

4 Objetivos gerais e específicos do Projeto de Trabalho Social.

5 Forma de implementação do projeto. Nesse item deverão ser descritas ações por fases e eixos, descrevendo os mecanismos, bem como metodologia, técnicas e instrumentos; a seqüência de operacionalização das atividades, parcerias e outras ações, descrevendo a participação das entidades envolvidas na execução do projeto (secretarias de saúde, educação, trabalho, social e outras entidades que atuem junto à comunidade); as ações e cronogramas por fases (pré-obra, obra e pós-obra).

5.1 A definição da forma de implementação dos projetos é da competência do ENTE FEDERADO, que deverá levar em conta, além dos aspectos técnicos, as peculiaridades culturais, sócias, econômicas e ambientais da população e da área de atuação;

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5.2 O ENTE FEDERADO poderá terceirizar o Trabalho Social, no todo ou em parte, obrigatoriamente por meio de processo licitatório específico, de acordo com a legislação vigente, podendo contratar nas modalidades pessoa jurídica ou física.

5.2.1 Neste caso, o proponente deverá responsabilizar-se pela realização das atividades programadas no Projeto de Trabalho Social, com a utilização de pessoal próprio, até que o certame licitatório esteja concluído.

6 Custos do projeto, fornecendo elementos dos custos previstos, indicando a participação da União e do ENTE FEDERADO e outras, quando houver. O custo do Trabalho Social tem como parâmetro 2,5 % do Valor do Investimento, faz parte do Plano de Trabalho, do Quadro de Composição do Investimento - QCI e do cronograma físico financeiro do Termo de Compromisso ou Contrato.

6.1 Os recursos da União deverão ser utilizados no pagamento das despesas abaixo, dentro dos três eixos de ação (Mobilização e Organização Comunitária - MOC, Educação Sanitária e Ambiental - ESA e Geração de Trabalho e Renda - GTR) para:

a) contratação de serviços de consultoria de trabalho social em apoio às equipes municipais/estaduais;

b) contratação de serviços técnicos especializados voltados para a população beneficiária;

c) capacitação dos beneficiários, envolvendo oficinas educativas, seminários, e outros eventos/atividades ligados às ações de MOC, ESA e GTR;

d) material pedagógico e de divulgação das ações do projeto;

e) serviços especializados para a execução da Avaliação do Pós-Ocupação conforme Matriz de Indicadores disponibilizada pelo MCIDADES;

f) compra de materiais permanentes a serem utilizados no desenvolvimento do trabalho social, como por exemplo, computadores, impressoras, data show, equipamento de filmagem e de fotografia, que permitam o registro e a difusão das ações do projeto e a sua implementação;

g) compra de materiais permanentes para dar viabilidade a ações contidas no Projeto de Trabalho Social, dentro de qualquer um dos três eixos do trabalho; e

h) contratação de apoio logístico, tais como: instalação e manutenção do plantão social, transporte, alimentação, poderão compor o custo do Trabalho Social, desde que essenciais para dar viabilidade ao desenvolvimento das atividades programadas.

6.2 Despesas com servidores públicos ou apoio logístico do próprio ENTE FEDERADO aplicadas no desenvolvimento do Trabalho Social só serão permitidas a título de contrapartida.

6.3 As despesas para compra de materiais permanentes para dar funcionalidade aos equipamentos comunitários contidos nos projetos físicos de engenharia (creches, espaços culturais e outros) não serão admitidos na composição de custos do Trabalho Social.

7 Cronograma de atividades;

8 Cronograma de desembolso;

9 Equipe técnica: descrição da equipe responsável pela implementação do Projeto, sua formação profissional e experiência na temática;

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10 Plano de reassentamento ou remanejamento, explicitando mecanismos, formas, ações preparatórias, processo e cronograma compatível com o das obras; e

11 Avaliação: explicitando os mecanismos que serão utilizados pelo ENTE FEDERADO, destacando os meios e os prazos da avaliação final.

IX MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO PROJ ETO SOCIAL

1 A avaliação do Trabalho Social deve ocorrer durante todo o processo, considerando sempre a visão da comunidade, através de seus grupos representativos e da equipe técnica.

2 Os instrumentos de monitoramento das atividades do Trabalho Social entregues pelo ENTE FEDERADO à CAIXA são:

a) Relatórios Mensais de Acompanhamento, que registram as atividades desenvolvidas no período, justificam as atividades previstas e não realizadas; e

b) Relatório Semestral de Avaliação, até os dias 15 de julho e 15 de janeiro, no modelo definido pelo MCIDADES, acompanhado de fotos e, sempre que possível, fitas, vídeos, material de divulgação e campanhas.

3 Após análise e aprovação, a CAIXA deverá encaminhar o Relatório Semestral de Avaliação ao MCIDADES, para o e-mail [email protected], somente dos Termos de Compromisso ou Contratos com valor de repasse/financiamento da União superior a R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais).

4 O Relatório Mensal de Acompanhamento, é o instrumento de medição das atividades e ações desenvolvidas pelo Trabalho Social, que enseja a liberação de recursos pela CAIXA.

5 A partir da elaboração do Relatório Mensal de Acompanhamento pelo Executor, a CAIXA emite o “Acompanhamento e Avaliação do Trabalho Técnico Social - AVT”, encaminhando ao MCIDADES, para o e-mail [email protected], nas seguintes situações:

5.1 Para Termos de Compromisso ou Contratos com valor de repasse/financiamento entre R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais), nas seguintes ocasiões:

a) no desbloqueio da 1ª parcela, demonstrando o efetivo início das obras/serviços;

b) no desbloqueio da parcela que atinge 50% (cinqüenta por cento) dos recursos previstos como repasse/financiamento da União; e

c) no desbloqueio da última parcela, demonstrando a efetiva conclusão do objeto.

5.2 O estabelecido nas alíneas do subitem 5.1 aplica-se na íntegra a Termos de Compromisso ou Contratos que serão executados em 3 (três) ou mais etapas. Para os executados em apenas uma aplica-se a alínea “c”, e para os executados em duas aplicam-se as alíneas “a” e “c”.

5.3 Para Termos de Compromisso ou Contratos com valor de repasse/financiamento da União superior a R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais), o AVT deverá ser encaminhado mensalmente.

X AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO

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1 A avaliação dos projetos é atribuição dos ENTES FEDERADOS, deverá ser desenvolvida com acompanhamento da CAIXA e ser finalizada até 90 (noventa) dias após a fase de pós-ocupação.

2 A Avaliação de Pós-Ocupação deverá ser desenvolvida com base na Matriz de Indicadores que está disponível no sítio eletrônico do MCIDADES: www.cidades.gov.br, Biblioteca da Secretaria Nacional de Habitação.

3 A Matriz de Indicadores contém o núcleo comum de eixos, dimensões, indicadores e descritores, a serem avaliados, sendo admissível a inclusão de outros por interesse do ENTE FEDERADO. É recomendável que todas as intervenções sejam avaliadas, sendo obrigatório para aquelas com valor superior a R$ 9.000.000,00.

3.1 Somente após a entrega do Relatório Final de Avaliação, nos casos exigidos, o Termo de Compromisso ou Contrato será considerado concluído e a prestação de contas aprovada.

4 A responsabilidade pela Avaliação de Pós-Ocupação é da equipe local do ENTE FEDERADO, cabendo aos mesmos buscar apoio técnico em universidades, institutos de pesquisa e a outros profissionais especializados no assunto, porém a coordenação dos trabalhos é da equipe local, que deverá garantir a melhor forma de realizar a avaliação e de adequar a Matriz de Indicadores à realidade e às especificidades de cada intervenção.

5 A Avaliação de Pós-Ocupação é uma tarefa de toda a equipe da Unidade Executora Local – UEL e não somente da equipe social, porque pretende avaliar a intervenção como um todo.

6 Os recursos para a Avaliação de Pós-Ocupação poderão estar previstos, na composição de custo do Trabalho Social. Naqueles projetos onde não estão previstos recursos específicos para a Avaliação, as despesas deverão ser executadas com recursos do ENTE FEDERADO, nos casos em que a avaliação é obrigatória.

8 Se a Avaliação de Pós-Ocupação indicar que a população ainda necessita do apoio do Trabalho Social, o Termo de Compromisso ou Contrato poderá ser considerado concluído, e o ENTE FEDERADO deverá dar continuidade às ações com recursos próprios ou de outras fontes que venha a obter.

9 O Relatório Final de Avaliação deverá ser apresentado pelo ENTE FEDERADO à CAIXA, com o seguinte conteúdo:

a) apresentação;

b) descrição dos meios e métodos utilizados na Avaliação;

c) resultados alcançados;

d) material fotográfico ou vídeo-gráfico;

e) conclusão.

9.1 A CAIXA enviará ao MCIDADES, para o e-mail [email protected], após análise e aprovação.

XI CONTATOS EM CASO DE DÚVIDAS:

1 Secretaria Nacional da Habitação/MCIDADES

Departamento de Urbanização de Assentamentos Precários - DUAP

Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 3º andar - Sala 304

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CEP 70.050-901 Brasília - DF

Telefone: (0XX61) 2108.1509

FAX: (0XX61) 2108.1431

E-mail: [email protected]

Internet: http://www.cidades.gov.br

2 CAIXA

Superintendência Nacional de Repasses – SUREP

Superintendência de Saneamento e Infra-estrutura – SUSIN

Setor Bancário Sul, Quadra 04, Lotes ¾,

CEP 70.092-900 Brasília - DF

Telefones: (0XX61) 3206-9341 / 3206.8111

E-mail: [email protected]

E-mail: [email protected]

Internet: http://www.caixa.gov.br

Superintendências Regionais e Agências da CAIXA

Encontradas em todo o território nacional.