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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Entrevista ao Embaixador Jorge Torres Pereira Edition nº 337 | Série II, du 06 juin 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais 04 Batista de Matos recebeu a Medalha de cidade de Fontenay Foi-lhe entregue pelo antigo Maire de Fontenay-sous-Bois 06 Embaixador de Portugal quer relações “mais complexas” com França LusoJornal / Carlos Pereira Morreu, com 93 anos, Jaime Lima Ribeiro. Foi um dos fundadores do PSD e foi também o fundador do jornal Encontro 07 Jaime Ribeiro Angola. O Presidente de Angola, João Lourenço, visitou Paris, foi recebido pelo Presidente Emmanuel Macron e quer que Angola adira à Francofonia 03 Stalking. António Manuel Ribeiro, o vocalista dos UHF, veio a Paris para uma intervenção da Sorbonne Nouvelle sobre “stalking”, de que foi vítima 09 Greve. Uma parte dos trabalhadores da Sucursal de França da Caixa Geral de Depósitos continua em greve e a situação parece bloqueada 10 13 Cinema. O filme “Kuzola, le chant des racines” realizado por Hugo Bachelet durante a gravação do álbum de Lúcia de Carvalho, sai nos cinemas no dia 20 de junho PUB PUB

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FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Entrevista ao Embaixador Jorge Torres Pereira

Edition nº 337 | Série II, du 06 juin 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

04

Batista de Matos recebeu a Medalha de cidade de FontenayFoi-lhe entregue pelo antigo Maire de Fontenay-sous-Bois 06

Embaixador de Portugalquer relações “maiscomplexas” com FrançaLu

soJo

rnal / Carlos Pereira

Morreu, com 93 anos, Jaime LimaRibeiro. Foi um dos fundadores doPSD e foi também o fundador do jornal Encontro 07

Jaime Ribeiro

Angola. O Presidente de Angola, JoãoLourenço, visitou Paris, foi recebido pelo Presidente Emmanuel Macron e quer que Angola adira à Francofonia

03

Stalking. António Manuel Ribeiro, o vocalista dos UHF, veio aParis para uma intervençãoda Sorbonne Nouvelle sobre“stalking”, de que foi vítima

09

Greve. Uma parte dos trabalhadoresda Sucursal de França daCaixa Geral de Depósitoscontinua em greve e a situação parece bloqueada

10

13 Cinema. O filme “Kuzola, le chantdes racines” realizado porHugo Bachelet durante agravação do álbum deLúcia de Carvalho, sai nos cinemas no dia 20 de junho

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02 OPINIÃO

1. Crime contra a humanidadeNo passado dia 10 de maio, tive o pri-vilégio de participar em mais uma ce-rimónia comemorativa da abolição daescravatura em França.170 anos volvidos sobre o decreto deabolição (27 abril de 1848), a Françavive em paz com o seu passado escla-vagista porque teve a coragem de o re-conhecer e assumir num honrosogesto de mea culpa: em 10 de maiode 2001 era votada no Palais Bour-bon (sede do Parlamento) a lei nº2001-434, ou lei Taubira (de Chris-tiane Taubira, Deputada pela 1ª Cir-cunscrição da Guiana francesa quepleiteou o projeto). Ainda por decisãoparlamentar, o dia 10 de maio passoua ser, a contar de 2006, «la Journéecommémorative du souvenir de l’es-clavage et de son abolition».Tenho orgulho em residir numa terraque esteve sempre na vanguarda dahistória universal, a primeira de entreas nações a gravar a escravidão e otráfico negreiro no mármore dos cri-mes contra a humanidade.Não o fez Portugal, pioneiro da tran-satlantização do tráfico. Nenhuma de-claração universal nas Nações Unidas,que por diversas vezes condenou otrabalho e o comércio escravos!Do mundo arabo-muçulmano não erade esperar, aliás subsistem escassosvestígios humanos desse passado te-nebroso em que escravos varões eramemasculados, reduzidos a eunucos,privados de descendência!Tão-pouco partiu da Espanha ou daHolanda uma condenação da es-cravidão enquanto «crime contra ahumanidade»… nem mesmo doReino-Unido, outro grande cam-peão do execrando quão lucrativocomércio triangular, mais tarde pa-ladino da abolição por razões mer-cantis mais do que humanitárias.Se a revolução industrial foi umaetapa importante no caminho da abo-lição, é porque no país das usinas eda navegação a vapor, o mais impor-tante, no século XIX, era assegurar oescoamento da sua produção. Impor-tava igualmente travar o fluxo de mãode obra escrava em direcção aos Es-tados Unidos e outras nações recém-independentes das Américas, porconseguinte a sua economia, para nãose armarem em concorrentes no mer-cado mundial!A porta da liberdade foi-se entrea-brindo à medida que o mundo capi-talista realizava que sustentar umescravo custava mais caro do que re-munerar um operário!

2. A memória ao serviço da históriaHoje, a memória da servidão e do trá-fico negreiro emerge - deve emergir -da penumbra, não para alimentar ran-cores e ressentimentos porque a es-cravatura não têm raça nem cor.Se um processo fosse possível, era ahumanidade inteira a prestar contasno banco dos réus! Seria um processo

planetário.A memória da servidão deve emergirsim, não para cobrança de uns sobreos outros, mas para melhor com-preender a história e exorcizar fantas-mas do passado.Em França essa memória recebeu‘droit de cité’ em 10 de maio de2001.Mas a memória será vã, e com ela asdeclarações, se a humanidade nãoagir pelos homens e mulheres de con-dição servil que em pleno século XXIainda sofrem às mãos dos que os tra-zem cativos. A servidão só foi abolidano Paquistão em 1992! Foi proibidano Níger em… 2003!!! Ainda hoje sefala de práticas esclavagistas na Mau-ritânia e no Sudão.A humanidade, se não agir, perde aface!

3. Uma realização com parcerias pu-blico-privadas...E nós, Caboverdeanos, que seria feitoda nossa memória escravocrata se nãofossem uns historiadores e pesquisa-dores abnegados e laboriosos, remu-nerados uns, diletantes outros?Retomando aqui um recado que en-viei há tempos para quem quisesseouvir, volto a perguntar: «quem selembrou, até hoje, de erigir um me-morial ao nosso antepassado escravoque construiu esta nação? Quem de-cretou um dia de memória ou de re-flexão?»Se eu tivesse algum voto na matéria,

quem sabe a pergunta tivesse encon-trado algum eco. Talvez, em algumGabinete camarário ou no Ministérioda Cultura, andasse alguém a reflectirnum memorial para assinalar aomundo que também somos umanação caldeada nas agruras da servi-tude… mas uma nação livre de com-plexos, em paz consigo própria, coma sua história e com o mundo. E quebela mensagem enviaríamos nós aomundo!Uma estela, uma estátua, um obe-lisco? Seja lá o que for, imagino ummemorial de grande envergadura eatractividade turística, na Cidade-Velha ou na capital do país. Vejo-o ele-vando-se (por exemplo) do ilhéu deSanta Maria, integrado na requalifica-ção daquele espaço que será a portade entrada da cidade da Praia.Verbas, recursos? Não vejo essa reali-zação a depender unicamente dosnossos impostos! Vejo-a, isso sim, tri-butária de parcerias publico-privadas.Por exemplo, com o promotor estran-geiro que obteve a concessão do ilhéu.Acredito que ele teria a ganhar com avisibilidade e a atratividade turísticado memorial.E o que é que ganharíamos, nós-ou-tros? A mesma coisa que David Shaw,e mais um bónus: uma marca NOSSAno ilhéu. Vá lá isso, para não ser vistocomo um «enclave» estrangeiro àsportas da capital!

4. ou com recurso à UNESCO

Também vejo com bons olhos umaparceria com a UNESCO. Com a Ci-dade Velha inscrita na Lista do Patri-mónio Mundial, a UNESCO nãohaveria de regatear apoio a um projetode alcance universal, nem faltariamargumentos para convencê-la. Senão,vejamos:Falar da Cidade Velha, é falar do trá-fico negreiro desde os finais do séculoXV, quando a tristemente célebre ilhade Goré ainda não estava no circuitotransatlântico.É falar do encontro de povos de dís-pares origens que nas nossas ilhas ini-ciaram, desde 1462, uma aventurahumana jamais vista: a síntese de doismundos e suas múltiplas culturas nomeio do Atlântico!É falar da Rota do Escravo, projectotransnacional adoptado pela UNESCOna conferência-geral de 1993 (sobproposta do Haiti e do Benim).Ademais, devemos ser dos raros paí-ses com quem a UNESCO insiste paraapresentar projetos e reclamar finan-ciamento. A UNESCO pede-nos parapedirmos, acreditem!... E o patrimó-nio é o melhor pretexto.Este «recado» cairá em orelhas mou-cas.Infelizmente no nosso país, não se dáouvidos a quem não tem voto no Sis-tema. Ideias próprias, opinião crítica,chega para lá! Para que viva o Sis-tema, perde o país...Mas mais um recadinho, não custanada.

Um Memorial aos nossos antepassados escravos - mais um recado -

Opinião de David Leite, Adido Cultural da Embaixada de Cabo Verde em França

Le 06 juin 2018

Pergunta dos leitores

Pergunta:

Caro Diretor,[...] O LusoJornal é distribuído nasagências da Caixa Geral de Depósi-tos e por isso leio-o há vários anospara cá. Parabéns. Convosco sinto-me mais informado sobre coisas daComunidade portuguesa. [...]Mas na questão da greve da CGD ovosso jornal optou por dar apenas aopinião de uma das partes, a dosgrevistas. Sabem que há muitos em-pregados que não estão em greve?E se ouvissem os dois Sindicatosque não fizeram greve? [...] Esperoque a vossa maneira de tratar esteassunto mude.

Leitor identificado(mail)

Resposta:

Caro leitor,Obrigado pelos comentários que fazsobre o LusoJornal.Efetivamente o LusoJornal deu bas-tante destaque aos grevistas daCGD. E tinha de dar. Trata-se degente que está a sacrificar o seupróprio salário, para obter melhorescondições de trabalho. Não somosnós que devemos julgar, se as rei-vindicações são justificadas ou não.Mas se não falarmos destes assun-tos, do que haveriamos de falar?Mas a nossa forma de trabalharsempre foi a de dar a palavra atodas as partes do conflito.Na última edição do LusoJornal pu-blicámos uma grande entrevista aoDiretor Geral da Sucursal, que dátambém a opinião da Administraçãosobre este conflito.E nesta edição fazemos um pontogeral da situação, incluindo as opi-niões dos Sindicatos não grevistas,até porque comecámos a recebertambém os comunicados que emi-tem.E é assim que deve ser.O LusoJornal não tem de achar queuns fazem bem em fazer greve eque os outros fazem mal em ir tra-balhar. Nem tem de estar a favor daAdministração, nem contra os fun-cionários do banco. Devemos infor-mar, ouvindo o contraditório. Nemsempre conseguimos fazer um bomtrabalho, mas tentamos sempre,acredite, manter neutralidade.Obrigado pela sua fidelidade e es-pero que o LusoJornal continue achegar aos leitores das agências daCaixa Geral de Depósitos.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

Envie as suas perguntas para: [email protected]

LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014| Représentée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg),Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon),José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa| Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: juin 2018 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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POLÍTICA 03

Secretário deEstado dasComunidadesda Guiné-Bissauquer mais guineenses na diáspora a votar

O Secretário de Estado das Comu-nidades da Guiné-Bissau, QuebaBanjai, quer mais Guineenses nadiáspora a votar nas eleições legis-lativas de novembro de 2018, por-que há cada vez mais cidadãosemigrados. «No nosso entenderseria uma oportunidade perdidado Governo não contemplar amaioria dos Guineenses que vivemna diáspora», afirmou.Na Guiné-Bissau, as eleições le-gislativas elegem Deputados pelocírculo de África e círculo da Eu-ropa, mas não estão incluídostodos os países. No círculo deÁfrica, só podem votar os Gui-neenses que residirem no Sene-gal, Gâmbia, Cabo Verde eGuiné-Conacri, enquanto no cír-culo da Europa há a possibilidadede voto para os Guineenses quevivem em Portugal, Espanha eFrança.«Na verdade a mensagem que es-tamos a passar é que na Europadevia ser também incluídas a In-glaterra e a Alemanha. Há umgrande número de Guineensescom residência fixa. E no círculode África é Mauritânia e Angola»,explicou Queba Banjai. Segundo oSecretário de Estado, a escolhadaqueles países baseou-se tam-bém com a «realidade dos meios».Para sensibilizar as autoridades dopaís sobre este assunto, o Secre-tário de Estado manteve encontrosnas últimas semanas com a Co-missão Nacional de Eleições, comGabinete Técnico de Apoio ao Pro-cesso Eleitoral e com a Ministra daAdministração Territorial, entre ou-tras entidades relacionadas direta-mente ou indiretamente com osGuineenses a viver na diáspora.«Este périplo visa a mobilização esensibilização das autoridadescompetentes para que os Gui-neenses na diáspora não sejampreteridos dos seus direitos, quesão direitos fundamentais», disse.

Destacamentode trabalhadorespara o estrangeiroFrança é o destino para ondeforam emitidos mais pedidos deformulários de destacamento detrabalhadores para o estrangeiro,e a maioria dos trabalhadores sãodas áreas da indústria e constru-ção, esta última com um aumentode pedidos em 2017, informou ovice-Presidente da Segurança So-cial, Gabriel Bastos.

Pedro Ribeiro Capitão devient Maire-Adjoint de Chilly-Mazarin

Pedro Ribeiro Capitão vient d’êtrenommé, lors de la dernière séance duConseil municipal, Maire-Adjoint deChilly-Mazarin en charge de la Jeu-nesse, de la Petite Enfance, Santé etHandicap. Il remplace Olivier Bouché,désormais en charge des Finances.«Je reçois cette écharpe tricolore avecbeaucoup de fierté mais aussi beau-coup d’humilité» a dit Pedro Capitãolors de son investiture, quand il a reçul’écharpe tricolore des mains du MaireJean-Paul Beneytoy, également Prési-dent délégué de la CommunautéParis-Saclay. «Cette écharpe repré-sentant les symboles de notre Répu-blique - Liberté, Égalité, Fraternité -auquel je suis profondément atta-ché».Pedro Capitão était déjà ConseillerMunicipal délégué à la Santé et àl’Handicap.Recevoir cette délégation «me faitprendre conscience, à ce stade de

notre mandature, de l’ampleur de latâche à accomplir, mais aussi de mesdevoirs vis-à-vis de la population chi-roquoise et particulièrement les plusjeunes, et tout ceux et celles qui vi-vent une situation d’handicap».

Le Conseil municipal a eu lieu le jeudi24 mai, à 20h00. Et dans la liste dela Majorité, il y a également LaureVieira, Conseillère Municipale délé-guée aux Crèches et aux AssistantesMaternelles et Alexis dos Santos.

«C’est un Délégué dynamique de Ci-vica Essonne» explique au LusoJornalPaulo Marques, Président de Cívica,l’association des élus d’origine portu-gaise. «Son dévouement à son terri-toire est une chance pour lacommune et l’équipe municipale. Jelui souhaite un bon mandat dans sesnouvelles délégations».Originaire de Marinhas, Esposende,Pedro Capitão a terminé son allocu-tion lors du Conseil municipal, avecdes citations d’Antoine de Saint Exu-pery et de Ghandi: «Pour ce qui estde l’avenir, il ne s’agit pas de le pré-voir, mais de le rendre possible» et«Qu’importe que nous empruntionsdes itinéraires différents, pourvu quenous arrivions au même but».Deux jours à peine après sa nomina-tion, Pedro Capitão a fait sa premièresortie «officielle» en tant que MaireAdjoint, samedi dernier, à l’Assem-blée Nationale, à Paris, pour accom-pagner le Conseil municipal desenfants et quelques seniors de la ville.

En charge de la de la Jeunesse, de la Petite Enfance, Santé et Handicap

Par Carlos Pereira

Emmanuel Macron manifestou «todo oapoio» a reformas do Presidente angolanoO Presidente francês, Emmanuel Ma-cron, manifestou na semana passada,em Paris, «todo o apoio às reformas ini-ciadas pelo Presidente» João Lou-renço, no primeiro de três dias da visitaoficial do Chefe de Estado angolano aFrança.João Lourenço foi recebido no Palá-cio do Eliseu, onde almoçou com oseu homólogo francês, tendo ambossublinhado, em conferência de im-prensa, a vontade de reforçar as re-lações bilaterais. «Dou todo o meuapoio às reformas iniciadas pelo Pre-sidente Lourenço. A luta contra acorrupção, a facilitação de vistospara os empresários, homens de ne-gócios ou assalariados e a reforma doquadro do capital da economia quepermite limitar os constrangimentose abrir a economia angolana a par-ceiros, investidores e atores econó-micos estrangeiros, a meu ver vão naboa direção», afirmou EmmanuelMacron.O Presidente francês destacou queesse é o caminho para «melhorar ocrescimento do país, criar maisoportunidades e mais emprego eacelerar a diversificação da econo-mia que é indispensável nos próxi-mos meses e anos».As declarações foram feitas após a as-sinatura de quatro acordos de coope-ração no domínio da Defesa, daAgricultura, da Economia e da forma-ção de quadros, acordos que, no en-tender de Emmanuel Macron, «vãolevar a um maior empenho da França»em Angola.Emmanuel Macron indicou, porexemplo, que na sequência de umacordo assinado em março, a AgênciaFrancesa de Desenvolvimento vai in-vestir, numa primeira etapa, 100 mi-lhões de dólares no domínio daagricultura e vai dar uma subvençãode 500 mil euros para a identificaçãode novos projetos.

João Lourenço quer Angola naFrancofoniaO Presidente de Angola, João Lou-renço, manifestou o interesse de An-gola em ser membro da OrganizaçãoInternacional da Francofonia e recebeuo apoio do seu homólogo francês, Em-manuel Macron.«Reafirmar aqui a vontade de Angolaem estreitarmos cada vez mais as nos-sas relações. Daí o facto de termos ma-nifestado também o interesse emsermos membros, de alguma forma -ou como observadores ou membros depleno direito - da Organização Interna-cional da Francofonia, pelo importantepapel que esta organização joga nomundo, mas muito em particular nonosso continente em África», afirmouJoão Lourenço, em conferência de im-prensa.Emmanuel Macron declarou-se «muitosensível» e agradeceu a João Lourenço,no início e no final da sua intervenção,por «ter escolhido França para primeiro

destino na Europa desde a sua elei-ção», sublinhou «o prazer e a honra deo receber hoje» e afirmou que esperacontinuar a aprofundar as relações e atrabalhar» em conjunto.«Quero agradecer por ter decidido terum papel acrescido na francofonia -você percebe perfeitamente francês - eespero que, no âmbito das ambiçõespara a francofonia que temos todos, oseu país possa ter o seu lugar pleno»,afirmou o Chefe de Estado francês.

Visita oficial passoupor ToulouseJoão Lourenço começou a visita oficiala França, tendo-se deslocado à Orga-nização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura(UNESCO), onde foi recebido pela Di-retora Geral da instituição, AudreyAzoulay.Depois, o Presidente angolano esteveno Museu Militar - Hôtel National desInvalides, onde decorreram as ceri-mónias oficiais de boas-vindas, comos hinos nacionais dos dois países ena presença do ministro da Agricul-

tura francês, Stéphane Travert, do Go-vernador militar de Paris e da delega-ção oficial angolana.João Lourenço deslocou-se à Assem-bleia Francesa, onde foi recebido peloPresidente do Parlamento, Françoisde Rugy.Depois, dirigiu-se ao MEDEF Interna-cional, onde estava prevista a assina-tura de acordos entre as petrolíferasSonangol e Total, assim como um en-contro com cerca de 80 empresáriosfranceses e 20 angolanos, e, no finaldo dia, foi à Embaixada de Angola emFrança.O Presidente de Angola foi a Tou-louse visitar as fábricas da ATR e daAirbus e o Liceu Agrícola e o Insti-tuto Nacional de Pesquisa Agronó-mica, em Auzeville, a CooperativaAgrícola Arterris, em Castelnaudary.Depois encontrou-se com uma repre-sentação da Comunidade angolanaresidente em França.O programa fechou novamente emParis com uma entrevista coletiva àrevista económica Valeurs Actuelles eaos jornais Le Monde e Le Figaro euma entrevista ao canal de televisãoEuronews.

Le 06 juin 2018

João Lourenço com a Diretora Geral da UnescoLusa / Carina Branco

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04 DESTAQUE

Embaixador Torres Pereira gostava de sair de Paris «comuma relação mais complexa» entre a França e Portugal

Jorge Torres Pereira, o Embaixador dePortugal em França, apresentou CartasCredenciais ao Presidente francês Em-manuel Macron em dezembro de2017 e deu agora a primeira grandeentrevista ao LusoJornal, depois de terprimeiro contactado as várias vertentesda Comunidade portuguesa de França.Jorge Torres Pereira tem 61 anos, foiEmbaixador de Portugal na RepúblicaPopular da China (2013-2017), antesde vir para Paris, em Banguecoque(2010-2013), foi Representante Per-manente na Comissão Económica eSocial para a Ásia e Pacífico e na Co-missão Económica e Social das Na-ções Unidas para a Ásia e o Pacífico eEmbaixador não-residente no Viet-name, Cambodja, Laos, Myanmar (an-tiga Birmânia) e Malásia.Jorge Torres Pereira desempenhou,também, os cargos de Representantede Portugal junto da Autoridade Pales-tiniana, em Ramallah (2007-2010),Cônsul-geral em Madrid (2004-2007),Ministro-Conselheiro e Chefe de Mis-são Adjunto na Embaixada de Portugalem Moscovo (2001-2004) e Conse-lheiro e Chefe de Missão Adjunto naEmbaixada de Portugal em Telavive(1995-1997), entre outras funções di-plomáticas.

Em França reside uma forte Comuni-dade portuguesa. Como entende levara cabo a sua missão? Tenciona integraresta dimensão da Comunidade nas re-lações bilaterais?Eu acho que a Comunidade portu-guesa é um fator de aceleração, de fa-cilitação, de muitas coisas que implicaa relação bilateral. Por exemplo, nósqueremos investimento ou queremosuma maior dinamização das relaçõeseconómicas, e é evidente que o empre-sariado português na diáspora é umfator positivo e é um ativo, é um trunfoque é preciso ter em conta. Nós fala-mos da importância da diplomacia dascidades e de como as geminações sãoimportantes, e é evidente que as gemi-nação têm sempre que ter em linha deconta essa dimensão. É natural que al-gumas das cidades ou terras que este-jam mais interessadas em teremcontactos com Portugal, sejam aquelasonde já há uma semente da presençada Comunidade portuguesa. Eu achoque o importante é introduzir o ele-mento Comunidade portuguesa emtudo o que nós fazemos. Não querdizer que todos os processos tenhamde ter uma componente ou um ‘imput’que tem a ver com a presença da Co-munidade portuguesa, mas tê-lo sem-pre presente no nosso espírito.

Como estão então as relações entre aFrança e Portugal?Eu penso que é importante sublinharque estamos num momento particular-mente feliz do nosso relacionamentobilateral. Como sabe, em França existeum dinamismo relativamente ao pro-jeto europeu que é protagonizado peloPresidente Macron. Por ser uma pes-soa nova e cheia de força anímica,trouxe ao debate europeu uma espéciede doping. E como sabe, o Governoportuguês é, no panorama europeu,

um dos que tem também uma ambi-ção para a integração europeia. Jun-tando isso ao facto de, como sabe, osfluxos de turistas franceses e de inves-timento francês em Portugal terem au-mentado muito significativamente nosúltimos anos, nós estamos atualmentenuma perfeita tempestade mas bené-fica, isto é, todos os elementos estão acontribuir de uma forma vigorosa e po-sitiva para a densificação das nossasrelações. Eu acho que o panoramageral é claramente de grande poten-cial, de grande dinamismo, de céucom muitas poucas nuvens.

E que nuvens são essas?Não são propriamente problemas, mashá questões que são importantes paranós, como é o caso das coneções ener-géticas entre a península ibérica e aFrança que será um dos aspetos, diga-mos estruturais, que terão um impactomuito positivo no futuro. Temos aquestão de ainda não termos conse-guido verdadeiramente alterar o para-digma relativo à língua portuguesa, àforma como em França se encara a lín-gua portuguesa. Estamos ainda a viveros anos finais da ideia da língua portu-guesa como língua de uma comuni-dade migrante, quando o peso e a forçada lusofonia, a importância da línguaportuguesa como veículo de economia,de negócios, é bem mais importante.Ainda não conseguimos verdadeira-mente ter o sucesso que é necessário.Não escoramos o facto de nós termosde aumentar muito significativamentea aprendizagem do português nos fi-lhos dos lusodescendentes. Os núme-ros que nós temos são muito pequenosem relação à dimensão da populaçãoem causa, embora se possa dizer quea aprendizagem do português tambémé feita em casa, sem recorrer à escola-ridade, mas em todo o caso, o grandeintervalo que existe entre o universopotencial dos jovens portugueses e lu-sodescendentes e os números dos queestão a frequentar escolas, há um di-ferencial muito grande, mas esse é um

problema que, digamos, nos diz res-peito a nós enquanto portugueses e aosnossos compatriotas que aqui estão. Énecessário que eles não percam o re-flexo de falarem português e de conhe-cerem a cultura portuguesa. Mas umproblema distinto é conseguir ter o por-tuguês como língua internacional oucomo terceira língua. Os jovens france-ses vão sistematicamente para o espa-nhol, por ser mais fácil para eles, oupara o alemão porque acham que temuma importância particular no atualquadro europeu, ou para o italiano poroutras razões, mas nós temos ficadoum bocadinho para trás nessa escolhaporque ainda não conseguimos trans-mitir a importância daquilo que vai sera língua portuguesa no futuro, o trunfoque pode ser em relação a ingressar nomercado de trabalho quando se temessa competência do português. Issoainda não conseguimos. É uma ques-tão de promoção sistemática, cons-tante.

Estamos presos a um acordo bilateralem matéria de ensino, que data deantes do 25 de Abril, que diz que Por-tugal paga o ensino de português noprimário e a França no secundário.Como Portugal tem vindo a reduzir onúmero de professores em França, aFrança também não vai aumentar, nãoé? Não é necessário fazer um novoacordo bilateral?Neste momento, eu acho que não é oquadro jurídico ou de relacionamentoentre os dois Estados sobre esta ques-tão que esteja em falta, até porquehouve uma alteração significativa comum protocolo recente e a grande trans-formação - que é quase um tsunami -que é deixarmos de olhar para a apren-dizagem do português como sendouma aprendizagem no gueto e passara ser dentro do quadro do sistema deensino francês,…

Na prática não tem mudado pratica-mente nada nas escolas…Mas é diferente, porque onde nós

temos de ter uma visão de futuro é quea língua portuguesa interesse aos jo-vens franceses, não porque são des-cendentes de portugueses, mas porquena competição saudável entre as lín-guas, na diversidade linguística quetodos nós defendemos, no plurilin-guismo que é uma das marcas daUnião Europeia, o português tenha opapel que nós achamos que deve ter.No final do século, quase meio biliãode pessoas falarão português graças àdemografia em África e no Brasil.

Precisamente o Brasil… Não era im-portante ter os outros países lusófonoscomo parceiros nesta luta pela afirma-ção da língua portuguesa em França?Nós consideramos como parceiros osdiferentes países lusófonos. Aliás faze-mos este esforço de comemoração do5 de maio, do dia da língua portu-guesa. Nós sentimos que estamostodos verdadeiramente a remar para omesmo lado. Acho que já passou otempo, aqui há umas décadas atrás,em que havia umas espécies de in-compreensões e umas perspetivas ex-clusivistas, mas eu acho que é evidenteque nós só temos é que saudar o papelque todos os países lusófonos possamdar para o sublinhar da importânciadeste bem comum.

Bem, mas na prática, o Brasil não temcontribuído, por exemplo, para as Sec-ções internacionais de português, masrecentemente abriu uma Secção «bra-sileira» nos arredores de Paris. Fazbando à parte…Apesar de tudo, a conclusão que é pre-ciso ter presente, é que todos os esfor-ços que se façam no sentido deaprender português, sejam lá de ondeeles venham, até das associações - asociedade civil pode organizar-se parater aulas - são positivos. Independen-temente de Portugal estar a fazer o seutrabalho em articulação com o sistemafrancês, e a tentar fazer progredir osnúmeros em relação à oferta de ensinode português. Todos os esforços vão no

sentido daquilo que eu estou a dizer,haver uma maior tomada de consciên-cia na população em França da impor-tância da língua portuguesa.

Voltando à primeira pergunta. Sendoque os Ministros dos dois países sereúnem regularmente em Bruxelas,considera que se justifica ainda haverEmbaixadas no seio da União Euro-peia?Esta discussão intensificou-se agoraque as comunicações se tornarammais fáceis. Eu diria que é como a his-tória dos livros. O anuncio da mortepróxima do livro físico tem semprevindo a ser contrariada pela realidade.A notícia da morte eminente da diplo-macia ou das Embaixadas clássicastambém tem vindo a ser contrariada.Há décadas que é anunciada mas eunotaria uma opinião exatamenteoposta. Quando a multiplicação e a fa-cilitação do acesso à informação dis-para exponencialmente, o que éimportante é que alguém consiga, nomeio desse caudal de informação, tra-tar essa informação, digeri-la na pers-petiva da diplomacia. O que interessaaqui na Embaixada é chamar a aten-ção do que é verdadeiramente impor-tante, aos leitores em Portugal: oGoverno e a maquinaria do Ministériodos Negócios Estrangeiros. Esse trata-mento, feito por quem está no terreno,permite separar no meio de uma quan-tidade que já é, como calcula, enorme- todos os think-thanks, todos osmedia, todos os relatórios, todas as ins-tituições que produzem informação, eela circula, como sabe, de forma rapi-díssima - mas cada vez é mais impor-tante ser capaz de identificar o que éverdadeiramente importante para serútil ao funcionamento do Estado.

Não me referia, claro, ao fim da diplo-macia! Mas, por exemplo, foi Embai-xador na China. Considera aindaimportante haver uma Embaixada por-tuguesa, uma Embaixada espanhola,uma francesa, uma alemã,… em Pe-quim? Quando poderia haver uma Em-baixada comum a todos os países daUE. Ainda há muito a fazer na diplo-macia europeia?Sim. O substituir-se as expressões na-cionais e as Embaixadas bilaterais, poruma Embaixada que nos representassea todos, não está na ordem do dia nospróximos tempos. A minha experiênciade Pequim é que há uma necessidadede todos terem uma melhor de coorde-nação, isto é, o papel da Delegação daUE é extremamente importante parafazer a coordenação entre nós todos, osChefes de missão, os Conselheiros desaúde, da agricultura, da inovação eciência,… mas em cada um dessesquadros de coordenação é necessárioum ‘imput’ nacional. O serviço europeude ação externa tem vocação para sero produto final para o exterior, para ter-ceiros, em relação à política externa,mas, apesar de tudo, continua a haveros produtores de política externa, emcada um dos países, com os seus inte-resses próprios, com as suas ideias. Aideia do projeto europeu é o de umaconcertação e de uma harmonizaçãocrescentes, mas ainda não nos defini-mos em relação ao que se vai passar

Entrevista

Por Carlos Pereira

LusoJornal / Carlos Pereira

Le 06 juin 2018

Paulo Pisco,António Oliveirae Nathalie de Oliveira integram a ComissãoNacional do PS

O Deputado do Partido Socialistaeleito pelo círculo eleitoral da Europa,Paulo Pisco, foi reeleito membro daComissão Nacional do PS no 22ºCongresso do Partido que decorreuno fim de semana passado na Bata-lha.«De acordo com o artigo 59º dos Es-tatutos do Partido Socialista, a Comis-são Nacional é o órgão deliberativomáximo entre Congressos, compe-tindo-lhe estabelecer a linha da atua-ção do Partido, nomeadamente naesfera da sua ação política e zelarpela sua aplicação» diz uma nota doDeputado Paulo Pisco enviada às re-dações.No âmbito das Comunidades, sãoainda membros por inerência na Co-missão Nacional os Coordenadoresdas duas Secções socialistas commaior número de militantes na Eu-ropa e das duas de Fora da Europa.Sendo assim, António Oliveira da Sec-ção do PS de Paris e Nathalie de Oli-veira, da Secção do PS de Metz,também integram a Comissão Nacio-nal, juntamente com os representan-tes das Secções de São Paulo e doRio de Janeiro.Foi ainda eleita membro da ComissãoNacional a Secretária-Coordenadorado PS no Luxemburgo, Mili-TaschFernandes.Hermano Sanches Ruivo, que tinhaintegrado esta Comissão Nacional noCongresso anterior, não faz parte daatual Comissão que saiu do XXII Con-gresso.De salientar ainda que o professoruniversitário Rui Pena Pires foi eleitopara a Comissão Permanente do PS,o órgão operacional da Direção destePartido e que é liderado pela Secre-tária-geral Adjunta, Ana CatarinaMendes.Rui Pena Pires, professor universitáriono ISTE, é sociólogo e já fazia partedo Secretariado Nacional do PSdesde 2016. Investigador do Centrode Estudos e Investigação de Socio-logia, o novo membro da ComissãoPermanente do PS tem desempe-nhado as funções de Coordenador doObservatório da Emigração desde2009.Rui Pena Pires integrou o Conselhode Administração do ObservatórioEuropeu do Racismo e Xenofobia daUnião Europeia (entre 2006 e 2007)e o Conselho de Administração daAgência de Direitos Fundamentais daUnião Europeia (2007/2010). É autore coautor de diversas publicações.

DESTAQUE 05

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quando já tivermos atingido níveis deharmonização e de concertação muitoestreitos.

A diplomacia europeia necessita de al-guns anos mais…Eu diria décadas.

Em França há cerca de 4.500 autarcasde origem portuguesa. Esta Embaixadajá organizou, pelo passado, encontrosnacionais de autarcas de origem por-tuguesa. Tem algum plano de diálogocom esta gente?Sim. Em relação à Comunidade portu-guesa, há três aspetos que tenho pen-sado mais atentamente. Um éclaramente o da língua, o outro é o daComunidade empresarial portuguesa eo seu relacionamento entre Portugal ea França como facilitação de investi-mentos. Ainda há poucos dias estiveno Salão do imobiliário e do turismoportuguês em Paris, que é um bomexemplo do esforço que partiu da Co-munidade portuguesa de empresas decá e que agora representa uma plata-forma em que interesses de investir emPortugal se cruzam com interesses deempresas portuguesas do setor. Este éo segundo aspeto da dimensão ou autilidade da comunidade portuguesacomo trunfo económico. O terceiro as-peto tem a ver com a intervenção cívicados Portugueses e a presença de luso-descendentes nas instituições, nomea-damente na administração geral dapolis. Isso é um dado que tambémtenho falado. Digamos que há a habi-tual descrição da Comunidade portu-guesa, que nos tempos iniciais nãoqueria que se falasse muito dela. Serdiscreto era uma espécie de vontadeestrutural. Eu acho que nós já conse-guimos claramente estabelecer a nossareputação de que não somos uma co-munidade que vai criar problemas oucriar anticorpos por ser demasiado pro-blemática. Uma vez que já temos a re-putação de que tratamos as coisas deuma forma sem conflitualidade, agoratemos de passar à fase de estarmosmais presentes no processo de deci-são. Sempre que nós tenhamos a opor-tunidade de participar, nas eleiçõeslocais ou nas eleições europeias, aquiloque nós temos tentado dizer é que épreciso ser-se o mais presente possível.Agora talvez seja a altura de abandonaralguma timidez e ter a noção do pesoque nós podemos representar. Claroque eu tenho intenção de encontrar-mecom representantes eleitos, mas since-ramente ainda não pensei qual é a mo-dalidade digamos mais adaptada.

Há pelo menos quatro Deputados noParlamento francês, com origens por-tuguesas. Já se encontrou com eles?Não. Ainda não e ainda estou a tentarperceber… O ponto aqui é que o de-sejo de ser identificado como portu-guês ou lusodescendente, tem departir dos próprios. Não somos nós queo vamos fazer…

Não quer forçar essa relação, é isso?Eu não diria isso em relação aos Depu-tados, mas às centenas de pessoas quejá estão integrados na sociedade fran-cesa e que eu acho que temos de sersubtis e gentis em trazê-los para umarelação reforçada entre Portugal e a suadiáspora, mas não podemos fazê-lo nosentido de considerar que fazem partedesse universo todas as pessoas quetêm o nome português e que estão a

viver em França. Temos de respeitartambém que há pessoas que aindapossam estar a fazer a viagem de seafastarem de Portugal. Queremos evi-dentemente que as pessoas nunca per-cam os laços com as suas origens, masisto tem de ser feito de forma gentil ediscreta.

O Senhor Embaixador também cos-tuma dizer que os Portugueses partici-pam pouco na vida cívica da França?É o que acabei de dizer, um dos com-bates em que temos de nos empenhar.Considero que os números que nóstemos, estão muito longe do que po-deria ser… Se fizermos uma extrapo-lação, devemos chegar a 1,5 milhõesde Portugueses em França. Este seriao universo de onde poderiam sair indi-víduos eleitos. Ora, está de acordo co-migo que o número final está muito àquem do que poderia ser…

Nós não sabemos exatamente quantosPortugueses estão inscritos nas listaseleitorais. Sabemos que os mono-na-cionais são poucos, mas e os binacio-nais? E repare que os binacionais jásão em maior número do que os mono-nacionais.O que eu digo é que o número de elei-tos está muito à quem do que deveriaser. Os interlocutores franceses que eutive até agora queixam-se que hápouca participação. Considera que4.500 autarcas de origem portuguesachega? Eu acho que ainda é pouco.Não é um número que me deixa con-fortado. Não me chega. Para mim, aparticipação cívica na vida da Comu-nidade, numa cidade, na sociedadecivil local, é mais importante do que oato de votar. Estamos a confundir ofacto de uma pessoa ir uma vez de xem x anos votar, mas isso não chega.O importante é influenciar decisões nodia a dia e eu acho que os Portugueses,por razões que nós conhecemos, nãolevantam problemas. Já fizemos umenorme progresso, já há a consciênciaem alguns de participar em eleições,em votar para as municipais e de estarpresente nas campanhas, mas a parti-cipação cívica é mais do que isso.Quando me dizem que os Portuguesesparticipam pouco é porque não apare-cem neste processo de loby nas deci-sões. Eu creio que nós estamos umbocadinho retraídos.

Logo que chegou a Paris, organizou umencontro com os Cônsules de Portugalem França. É uma forma nova de en-carar a relação da Embaixada com ospostos consulares?Eu considero que os Cônsules fazemparte de uma só equipa que corres-ponde à rede diplomática e consularque cobre todo o território francês. OsCônsules classicamente tinham umpapel - e por isso é que os Consuladosestavam nos portos - de ajudar os bar-cos da sua bandeira e os nacionais queresidissem naquela zona. E isto temevoluído no sentido de serem polos emque se descentralizou algumas dasações que o Estado faz, num país ter-ceiro, na promoção económica, na di-vulgação cultural, sendo que apesar detudo, o objetivo prioritário continua aser de proteger os interesses dos seuscidadãos nacionais e portanto, quandoeu cheguei aqui, sabia que contavanestas cidades mais importantes fran-cesas, com membros da minhaequipa, num objetivo que é partilhado,fazer ouvir mais sobre Portugal, parti-cipar nas atividades culturais sempreque tal seja possível, ter relações comas autoridades locais o melhor possível.No fundo, cada um na sua unidade,faz ações semelhantes. Compete aoEmbaixador fazer uma coordenação,tecer um quadro geral, saber o que sevai passar no ano seguinte. Eu tinhaacabado de chegar e queria dizer quequero deslocar-me a todas as concen-trações mais populacionais em França,ter contactos com a Comunidade por-tuguesa, com as universidades e emparticular quando houver aprendiza-gem do português, ter contacto comempresas locais que tenham contactoscom Portugal, idealmente, nas circuns-tâncias em que haja algum evento cul-tural que diga respeito a Portugal.Todos nós ficamos satisfeitos quandohá uma espécie de um programa euma intenção. Continuo em rede acontactar os meus colegas.

O Governo organizou recentemente umEncontro de Cônsules Honorários epediu-lhe uma maior contribuição, no-meadamente na promoção económicae na cultural. Também está a pensarreunir aqui os Cônsules Honorários deFrança?Sim.

Qual é o balanço que faz destes pri-meiros 5 meses em França?O posto é muito diferente de Pequim.Porque há realmente uma densidadede relações entre a França e Portugalque é difícil de comparar com outrospaíses. Eu pergunto sempre aos meusinterlocutores quantos voos há, por se-mana, entre a França e Portugal. E eudigo que já ultrapassámos os 600 voossemanais. Isso mostra que aquilo quenos escapa à nossa avaliação extintivaé impressionante. E como em Françase está a viver um momento do prota-gonismo da França no contexto inter-nacional, já reparou que estão aacontecer cada vez mais reuniões in-ternacionais em Paris ou noutras cida-des franceses. Há um acréscimo deiniciativas ou projetos informais que osFranceses convocam para aqui e issosignifica que dizem-me que tem ha-vido um incremento muito significativode delegações que têm vindo de Por-tugal até Paris. Eu devo dizer quetenho tentado não perder a ideia deque é importante continuar a pensar amédio prazo os objetivos da Embai-xada, mas ao mesmo tempo tenho quelidar com o dia a dia que é verdadeira-mente avassalador. Nós temos acolhidodelegações do Governo ou de institui-ções nacionais às duas e três por se-mana o que nos abriga a todos a teruma capacidade de reação muito sig-nificativa.

Quantos diplomatas tem na sua equipa?Mais 3. Mas a equipa no sentido gené-rico que trabalha - Aicep, Turismo, Cul-tura, Língua - é uma equipa maior, mastínhamos de ter o dobro da dimensãopara me contentar com aquilo que euqueria fazer aqui. Mas é evidente quetambém sei das limitações que exis-tem nas finanças públicas e por issotemos de fazer o melhor que pudermoscom os meios de que dispomos. Masesta densidade de relações, o facto deLisboa e Portugal estarem na modapara o turista francês, esta consolida-ção da ideia que Portugal embora sejaum país pequeno, é um país global,com os sucessos que tem tido em afir-mar-se globalmente, claro que nós tí-nhamos aqui pano para mangas sepudéssemos ter uma outra dimensãonesta pequena máquina aqui na Em-baixada.

Qual a marca que gostava de deixar emParis?Essa ideia de marca ou de legado,não pode ser uma obsessão do úl-timo ano, nem tem de ser fixada aoprincípio. Deve servir de inspiração.Para lhe dizer a verdade, o que euverdadeiramente gostaria era que arelação entre Portugal e a Françafosse cada vez mais complexa, queexpandissem cada vez mais os cam-pos do nosso relacionamento, que adimensão científica e tecnológica ti-vesse uma outra dimensão, que a di-mensão da cooperação, da economiaazul tivesse uma outra dimensão eque o quadro que agora descreve anossa relação, que tem uma dimen-são assim, que quando eu sairdaqui, tenha uma dimensão aindamaior. Eu acredito que as condiçõesestão reunidas para ter uma expan-são em todos os setores. Eu gostavade sair daqui com uma relação entrePortugal e a França o mais complexae o mais densa possível.

LusoJornal / Carlos Pereira

Le 06 juin 2018

lusojornal.com

06 COMUNIDADE

José Batista de Matos recebeu a Medalha da cidadede Fontenay-sous-Bois

O Maire de Fontenay-sous-Bois (94)entregou no sábado passado a Meda-lha da cidade a José Batista de Matos,um dos principais «ativistas» da Co-munidade portuguesa de França.A cerimónia teve lugar no Hôtel deVille, na presença dos DeputadosCarlos Gonçalves e Paulo Pisco, doCônsul Geral Adjunto de Portugal emParis, de autarcas da MarinhaGrande, no quadro da geminaçãoentre as duas cidades e de muitosamigos do homenageado, entre osquais Abílio Laceiras e João Heitor,outros dois ativistas da Comunidade,Valdemar Francisco, o escultor Ma-nuel Pereira e a historiadora Marie-Christine Volovitch-Tavares.Esta homenagem «é muito impor-tante porque o Batista de Matos éuma figura desta cidade, porque tra-balhou muito para que a geminaçãoentre Fontenay-sous-Bois e a Mari-nha Grande fosse assinada já hámuitos anos e é a ele que se deve omonumento que está na praça daamizade entre os povos, onde hámais de 30 anos se festeja o 25 de

abril» diz Marie-José do Rosário,franco-portuguesa, Maire Adjointede Fontenay-sous-Bois, com o pe-louro do comércio, artesanato, mer-cados e turismo. «É uma grandehonra para a cidade termos umapessoa assim, que tem o coração nosdois países, e esta homenagem eranecessária».«As nossas relações com Portugal sãohistóricas» diz ao LusoJornal o MaireJean-Philippe Gautrais. «A Comuni-dade portuguesa, que chegou a Françanos anos 60, era muito importante eBatista de Matos faz parte destas pes-soas que participaram na construçãoda cidade, na sua evolução com valo-res de liberdade e de fraternidade enós temos o dever de prestar homena-gem às pessoas que participaram naconstrução da cidade, com estes valo-res de partilha e de intercâmbio».Jean-Philippe Gautrais lembrou os in-cêndios que devastaram Portugal noano passado e o facto da Mairie deFontenay-sous-Bois ter decidido plan-tar 53.000 árvores na região da Mari-nha Grande, uma por cada habitanteda cidade.Entrevistado pelo LusoJornal, Jean-

Philippe Gautrais lembrou que esteveem Portugal há 25 anos, numa colóniade férias e quer reativar este tipo deiniciativas com Portugal.Para além do Maire Jean-PhilippeGautrais, discursou também o CônsulGeral Adjunto de Portugal em Paris,João de Melo Alvim, que disse que«Portugal está muito orgulhoso» comesta homenagem. Lembrou tambémque Batista de Matos é um homem«de coragem e de princípios» e so-bretudo que «deve ser um exemplopara os mais novos».José Batista de Matos chegou a Françahá 65 anos. Fundou a Associação Por-tuguesa Cultural e Recreativa dos Por-tugueses de Fontenay-sous-Bois, queainda hoje existe, esteve na origem dageminação da cidade com a MarinhaGrande, e também é a ele que se devea existência na cidade do único mo-numento ao 25 de abril existente forade Portugal.A medalha foi-lhe entregue por Jean-François Voguet, antigo Maire da ci-dade, agora Maire Honorário, e quefoi colega de Batista de Matos naconstrução do Metro e do RER deParis.

«Tudo quanto eu faço é na simplici-dade, só para que Portugal seja reco-nhecido» diz José Batista de Matos aoLusoJornal, depois de ter recebido aMedalha da cidade de um jovemMaire «que praticamente vi nascer».«Como português que sou, fico obri-gado, porque enfim é a primeira vezque um Português recebe a Medalhada cidade. Não é por ser eu, não épelo valor da medalha, é por ser umPortuguês».«É muito importante que a Mairie deFontenay preste homenagem a umadas figuras incontornáveis da nossaComunidade, por aquilo que ele re-presenta, e pelos valores que elesempre defendeu, porque são valo-res que vão além da fronteira da na-cionalidade» disse ao LusoJornal oDeputado (PS) Paulo Pisco. «Pelahistória que teve, pelo passado, pelavida rica que teve ao longo de todo oseu percurso, merece este reconhe-cimento porque ele é uma grande ri-queza para qualquer municipalidadee aqui, em Fontenay-sous-Bois, cer-tamente que este reconhecimento éimportante e justo».«Para além de ser muito conhecido,

é uma grande figura da nossa Comu-nidade, é um cidadão com um traba-lho notável neste município» dissepor seu lado o Deputado (PSD) Car-los Gonçalves. «Hoje foi aqui assi-nado o papel que teve na associaçãoportuguesa, na geminação, mas foimuito mais do que isso, porque é ne-cessário saber que o Batista deMatos é um grande defensor de umconjunto de valores, que indepen-dentemente do nosso enquadra-mento político, são fundamentaispara a nossa sociedade, é um lutadore para além de ser uma grande figurada nossa Comunidade, transformou-se numa figura desta cidade. Porisso, esta homenagem, é justa e atra-vés dela, é também uma homena-gem que se faz à Comunidadeportuguesa que aqui reside».Depois de 55 anos em França, JoséBatista de Matos tem dificuldade emescolher em que país deve viver.«Estes anos todos de França, é algoque me enraizou, porque eu fundei, eucriei, com os outros, claro, porque so-zinho não se faz nada».Por isso faz o vai-vem entre Fontenay-sous-Bois e Alcanadas, na Batalha.

Fundador da associação portuguesa local

Por Carlos Pereira

Le 06 juin 2018

Franceses investem em projeto de moradias ecológicasem Idanha-a-NovaInvestidores franceses avançaramcom um projeto de construção de 40moradias ecológicas situadas numcondomínio com 238 hectares, emMonsanto, Idanha-a-Nova, cujo in-vestimento irá situar-se entre os qua-tro e os cinco milhões de euros.“O projeto já arrancou. Neste mo-mento, estão a ser feitas as infraes-truturas básicas num terreno de 238hectares, na Herdade do Carvalhal,próximo de Monsanto”, afirmou àLusa o Presidente da Câmara de Ida-

nha-a-Nova, Armindo Jacinto.O projeto “Monsanto Verde”, que foirecentemente apresentado no Salãodo Imobiliário e do Turismo Portu-guês em Paris, onde o município deIdanha-a-Nova marcou presença, in-clui a construção de 40 casas biocli-máticas, cujos lotes terão uma áreamínima de três hectares cada.O autarca realça a importância desteinvestimento para Idanha-a-Nova esublinha que a escolha dos investi-dores recaiu neste concelho do dis-

trito de Castelo Branco devido à es-tratégia e à aposta que o municípiotem feito na economia verde. “Anossa estratégia foi fundamental paraa decisão dos investidores em opta-rem por Idanha-a-Nova. Além disso,o posicionamento da vila em relaçãoa Lisboa, Porto e Madrid, tambémpesou na decisão”, disse.Armindo Jacinto sublinhou ainda queIdanha-a-Nova é o primeiro municí-pio português a integrar a Rede In-ternacional Bio Regiões e o projeto

está situado em pleno Geopark Na-turtejo da UNESCO.O “Monsanto Verde” visa integrartodas as componentes do desenvolvi-mento sustentável, nomeadamente aeconomia colaborativa, funcional, so-cial, circular e ecológica.O objetivo passa por criar um espaçosocial, ecológico e economicamenteresponsável que se venha a assumircomo o empreendimento de desen-volvimento sustentável mais com-pleto até hoje em Portugal.

As casas vão ser construídas combase numa arquitetura moderna,utilizando materiais tradicionais daregião, como a madeira e as pe-dras.Vão ser equipadas com as mais re-centes tecnologias para a geraçãoe armazenamento de energias re-nováveis, condicionamento de arnatural e reciclagem de resíduos eefluentes, combinando o antigo‘know-how' com as mais recentestecnologias digitais.

LusoJornal / Carlos Pereira LusoJornal / Carlos Pereira

COMUNIDADE 07Le 06 juin 2018

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Cônsul deLyon representouPortugal no funeral deMaëlys deAraújoO Cônsul Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara, esteve presente, nosábado passado , em representaçãode Portugal, no funeral da lusodescen-dente Maëlys de Araújo, a criança de9 anos que desapareceu durante umafesta de casamento e que foi morta porum ex-militar que já confessou o crime.A cerimónia fúnebre, com os restosque foi possível juntar do corpo da ví-tima, encontrado cerca de meio anodepois, teve lugar no sábado, dia 2 dejunho, às 14h30, na Igreja de La Tour-du-Pin (38), a que se seguiu o enterroreservado à família e amigos.Luís Brito Câmara apresentou aos pais,nomeadamente a Joaquim de Araújo,que é cidadão português, as condolên-cias pessoais, mas também em nomedas autoridades portuguesas. O pai dacriança agradeceu «de forma sentida»a presença do diplomata português eas condolências apresentadas.Luís Brito Câmara escreveu uma men-sagem no livro de condolências que foiaberto pela ocasião.Na cerimónia religiosa «muito digna»participaram mais de 300 pessoas,dentro e fora da Igreja, na presençadas autoridades locais e de muitos jor-nalistas.Também o Conselheiro das Comuni-dades Portuguesas eleito nas áreasconsulares de Lyon e de Marseille, Ma-nuel Cardia Lima, esteve presente paratransmitir a solidariedade da Comuni-dade portuguesa para com a famíliaenlutada.

Évora: duasexposiçõessobre a participaçãoportuguesa na I GuerraDuas exposições evocativas da partici-pação portuguesa na I Grande Guerrapodem ser visitadas em Évora, no Pa-lácio de D. Manuel, no âmbito das co-memorações do Centenário doArmistício.«Aviação Militar Portuguesa - GrandeGuerra de 1914-1918» e «Óscar Mon-teiro Torres» são os títulos das duasmostras.A exposição «Aviação Militar Portu-guesa - Grande Guerra de 1914-1918» evoca os 100 anos daconstituição dos Serviços de Aviaçãodo Corpo Expedicionário Português, daativação do Centro de Aviação Marítimade Lisboa e da projeção da EsquadrilhaExpedicionária a Moçambique. A outrainiciativa é dedicada à memória doMajor piloto-aviador Óscar MonteiroTorres, que integrou o Corpo Expedi-cionário Português em França e que foimorto em combate.

Morreu Jaime Ribeiro, cofundador do PPDe fundador do Jornal Encontro

Morreu em Paris, onde vivia, com 93anos, Jaime Lima Ribeiro, fundador dojornal Encontro das Comunidades Por-tuguesas, que durante muitos anos foium jornal de referência na região pari-siense. Segundo a filha, Isabelle Ri-beiro, Jaime Ribeiro morreu naquarta-feira da semana passada e ascerimónias fúnebres terão lugar napróxima sexta-feira, dia 8 de junho, às14h15 na Igreja de Saint Luc, 80 ruede l’Ourcq, em Paris 19, e depois às16h30 no Crématorium du Père La-chaise.Quando chegou a França, em 1956,Jaime Lima Ribeiro não sabia aindaque viria a ser um dos fundadores doPartido Social Democrata PPD (atualPSD) e o fundador da Secção de Parisdo Partido.Foi ao lado de Emídio Guerreiro queJaime Ribeiro esteve na fundação doPPD. Na altura, esteve prestes a fun-dar o Partido Republicano com RuiLuís Gomes «mas quando ele veio doBrasil, agarrou-se aos abraços ao Ál-varo Cunhal e nós tiramos-lhe a con-fiança» explicou ao LusoJornal, em2005.«Agora tenho diploma e medalha dehonra do PPD» que marca o momentoque passou ao lado de Francisco SáCarneiro e de Pinto Balsemão.Podia ter ido bem mais longe se SáCarneiro não tivesse sido vítima do aci-dente mortal. «Era um homem quetinha um projeto forte para a Emigra-ção. Já naquela altura ele queria queos Emigrantes votassem para as elei-ções presidenciais».Jaime Lima Ribeiro nasceu na fregue-sia de Bonfim, no Porto. O avô tinhafeito a Revolução de 1910 e foi o pri-meiro Presidente da Junta de Fregue-sia do Bonfim. «Por isso, já nasciRepublicano» dizia Jaime Ribeiro.Em França, antes do 25 de Abril «éra-mos todos contra o regime» dissenuma entrevista ao LusoJornal. «Nãohavia Direita, nem Esquerda».Por isso, mesmo se Jaime Ribeiro foifundador do PSD, sempre foi respei-tado por todos os quadrantes políticos.Na altura, convivia com os amigosnum café da avenue Wagram, emParis, onde hoje existe um MacDo-nald. «De um lado da avenida junta-vam-se os mais revolucionários, e do

outro lado, num outro café, juntavam-se os mais moderados. Mas todos lu-távamos pela mesma causa. Quandoalgum elemento da PIDE tentava infil-trar o grupo, levava um arraial de por-rada à noite, quando saísse do café…» contava com emoção.Por vezes participou em reuniões clan-destinas em Pantin. Foi aí que conhe-ceu Mário Soares.Logo depois de ter ajudado a fundar oPPD, Jaime Lima Ribeiro regressou aParis para criar o Centro Popular Por-tuguês Democrático, uma associaçãoque mais não foi do que a primeiraSecção do Partido fora de Portugal.Para além de Jaime Ribeiro, foramfundadores do CPPD Rodrigo Galveias,Jorge Angelino, José Queirós da Silva,Pinho Cardetas, Joaquim Pé-Curto eJosé Araújo, entre outros. «É uma ge-ração que vai desaparecendo» disseesta tarde ao LusoJornal o DeputadoCarlos Gonçalves.Jaime Lima Ribeiro foi o primeiro Emi-grante no Conselho Nacional do PPD.E nas eleições legislativas de 1977 es-teve prestes a ser candidato a Depu-tado. Mas não foi.

Guardou sempre uma ligação fortecom Portugal. Considerou José Vito-rino como o melhor Secretário de Es-tado da Emigração que Portugal teve.Dizia que «tinha uma visão muito clarada emigração».Mas quando Carlos Gonçalves foieleito Deputado «foi como se fossemeu filho. Fez aquilo que eu não con-segui fazer. O pai dele, Almiro Gonçal-ves, foi meu Vice-Presidente e depoisfoi ele o Presidente do Centro PPD».«A minha eleição e o meu percursopolítico deve-se ao trabalho iniciadopor Jaime Ribeiro e todos aqueles mi-litantes históricos que hoje pratica-mente já não estão cá» confirmouCarlos Gonçalves ao LusoJornal.Jaime Ribeiro só lamentou que CarlosGonçalves tivesse integrado o Governode Pedro Santana Lopes. «Não deupara mostrar o que efetivamente vale»dizia a sorrir.Até à morte, Jaime Lima Ribeiro assu-mia-se como sendo do PPD e não doPSD.Quando Mário Soares concorreu pelasegunda vez a Presidente da Repú-blica, Jaime Ribeiro escreveu-lhe uma

carta para dizer que não o apoiava.«Votei no Mário Soares contra o meuPartido, mas na segunda vez nãovotei» disse ao LusoJornal. «Ele nas-ceu em 1924 como eu e agora deviater juízo» disse na altura.«Arrepio-me quando ouço alguémdizer que Salazar era um homem bom.Onde é que isto irá parar?» confessouao LusoJornal.Em 1990, Jaime Lima Ribeiro pediua nacionalidade francesa e aderiu aoPartido Republicano francês. Foi o pri-meiro português a integrar o ConselhoNacional deste Partido ao lado de Gis-card d’Estaing, Jean-Pierre Raffarin ePatrick Poivre d’Arvor.Tem correspondência trocada com«mon ami» Giscard d’Estaing, mas eraum Gaulista «de gema».Para além de dirigente partidário,Jaime Ribeiro foi também dirigente as-sociativo e passou por cerca de 20 as-sociações em cerca de 60 anos a viverem França.«Sempre ajudei os Portugueses. Fuimuitas vezes tradutor, gastei algum di-nheiro pessoal, mas nunca pedi a nin-guém que me pagasse os serviços queprestava. Disso posso estar orgulhoso».Mas outro dos motivos de orgulho deJaime Ribeiro foi ter criado o JornalEncontro que dirigiu durante cerca de30 anos.A uma altura o jornal ainda passou aser quinzenal, dirigido por Vítor Este-ves e graças a uma associação comas equipas da Rádio Alfa. Pelo En-contro passaram muitos dos jornalis-tas que atualmente evoluem naComunidade portuguesa de França.Foi último Diretor do jornal Antóniode Morais Cardoso, antes de desapa-recer completamente. O desapareci-mento do jornal foi uma das maioresmágoas de Jaime Ribeiro.Jaime Ribeiro foi um dos fundadoresdo Club de la Presse em Paris, ondeera tratado como «um rei», como cos-tumava dizer. Foi aí que acompanhoua preparação do projeto daquele quemais tarde viria a ser o LusoJornal.Aliás, era leitor fiel leitor do LusoJor-nal.Nos últimos anos decidiu «afastar-se»da Comunidade portuguesa. Estava lú-cido, mas debilitado fisicamente epreferiu não aparecer. «Já toda a gentese esqueceu de mim» disse aindamuito recentemente.

Por Carlos Pereira

Portugal eleito Melhor ‘Office’ de Turismoestrangeiro em França

Portugal venceu na semana passadao Troféu de Melhor ‘Office’ de tu-rismo estrangeiro em França. O Pré-mio foi entregue durante o jantar deGala das «Victoires du Tourisme2018» que juntou cerca de 300convidados nos salões centenáriosdo Hotel Intercontinental de Paris,entre os quais o Secretário de Estadofrancês da Europa e dos NegóciosEstrangeiros, Jean Baptiste Le-moyne, e a Presidente da Région Île-de-France, Valérie Pécresse.

«Obrigado a todos quantos votarampor nós. Bela recompensa» disseJean-Pierre Pinheiro, o Diretor do Tu-rismo de Portugal em Paris, que de-dicou a recompensa «à equipa, Ruie António, e aos nossos colegas dasede, em Lisboa».A Secretária de Estado portuguesado Turismo disse recentemente aoLusoJornal que Portugal acolheu, em2017, mais de 3,2 milhões de turis-tas franceses.Durante a noite das «Victoires duTourisme 2018» foram entreguesnove Troféus correspondendo ao voto

dos leitores do «Quotidien du Tou-risme».Henri Giscard d’Estaing, Presidentedo Club Med, foi nomeado «Perso-nalidade turística do ano» pela reda-

ção do jornal.

Victoires du Tourisme 2018Melhor companhia aérea: Air AustralMelhor empresa de aluguer de carros: AvisMelhor companhia de cruzeiros: MSCMelhor parque de atrações: Le Puy du FouMelhor tour-operator: Austral LagonsMelhor rede hoteleira: BeachcomberMelhor segurador: Allianz TravelMelhor destino ‘Outre-Mer’: La RéunionMelhor ‘Office’ de turismo estrangeiro:Portugal

Por Carlos Pereira

Uma das personagens que mais marcou a Comunidade portuguesa

lusojornal.com

Grupo francêslançou primeirapedra de projetoturístico de 30 milhões de euros no CarvalhalO grupo francês Terrésens lançou nasemana passada a primeira pedra donovo projeto turístico La Réserve, naaldeia do Carvalhal, que representaum investimento global de 30 milhõesde euros e que deverá estar con-cluído em 2020.“O projeto La Réserve prevê a cons-trução de apartamentos turísticos ecasas de aldeia que poderão custarentre 200 e 250 mil euros, consoanteas tipologias”, disse à Lusa JulietteJouvel, representante do grupo Terré-sens, que marcou presença na ceri-mónia de lançamento da primeirapedra realizada na aldeia do Carva-lhal, concelho de Grândola.“Tem havido um interesse cada vezmaior dos Franceses em Portugalnão só pelo clima mas tambémpelas caraterísticas de algumaszonas do país como a Comporta.Surgiu a oportunidade de comprarum terreno e avançámos com esteprojeto”, acrescentou Juliette Jou-vel, adiantando ainda que, neste diaem que se procedeu ao lançamentosimbólico da primeira pedra, ogrupo já tem “60% de reservas”.Segundo o arquiteto João Resende,do gabinete de arquitetura LivingComporta, que elaborou o projeto donovo ‘resort’ do Carvalhal, “houve apreocupação de conseguir um equi-líbrio entre o programa turístico e re-sidencial” e de construir uma “aldeiacalma junto a uma zona de pinhalcom cerca de 60 anos”.O ‘resort’ La Réserve, com capaci-dade para um total de cerca de 500pessoas, será administrado pela MySecond Home, subsidiária local dogrupo francês e deverá dar empregoa cerca de 30 funcionários.O grupo francês Terrésens refereainda que o novo ‘resort’, com pis-cina, spa, mini-mercado, restaurantee bar, campos de jogos e clube decrianças, será “um refúgio de eleiçãona Comporta” e terá uma forte dinâ-mica social e impacto na economia ecomércio da região.

Ecoponto daLipor venceuconcurso deDesign emParisA Lipor, empresa que trata resíduosurbanos no Grande Porto, anunciouque o seu ecoponto doméstico«BinUp» foi um dos dois projetos pre-miados na categoria «Design Prize»do evento VivaTechnology, realizadoem Paris.A Lipor refere que o prémio tevecomo objetivo distinguir a reinvençãode dois objetos «de extrema impor-tância» para a reciclagem: o eco-ponto doméstico e o compostor.

08 COMUNIDADE

Morreu Durval Marques, cofundador daAcademia do Bacalhau

O Compadre Durval Marques deixou-nos a 26 de maio de 2018. Faleceuno Porto, onde residia com a família,e o último adeus foi feito no dia 29,na Igreja Matriz de Paços de Brandão,de onde era natural.Mas, na verdade, o Compadre DurvalMarques não nos deixou. Porque o le-gado que construiu continua a vivernas 59 Academias do Bacalhau, nosmilhares de Compadres em quatrocontinentes e nas obras filantrópicasque impulsionou ao longo de toda asua vida.O Compadre Durval Marques não nosdeixou porque o Compadre DurvalMarques é imortal.Nasceu a 14 de outubro de 1933, emcasa dos pais, em Paços de Brandão.Estudou na Escola Primária local edepois ingressou na Escola Acadé-mica do Porto, de onde guardou sem-pre as melhores memórias. O ensinosuperior, fê-lo na Faculdade de Eco-nomia da Universidade do Porto, ondese embrenhou na vida académica e setornou membro do Orfeão Universitá-rio do Porto.Contava com fervor a história decomo, durante o seu tempo no Orfeão,o grupo conseguiu representar o paísinternacionalmente, uma honra queaté então cabia apenas à Universi-dade de Coimbra. E foi precisamentenuma dessas viagens, a Angola, queDurval pisou pela primeira vez o soloafricano e imediatamente se apaixo-nou.Mas regressou a Portugal, completouos estudos e, já a trabalhar, recebeuuma proposta de emprego emLuanda. Aceitou. Deixou o pai e oirmão e qualquer possibilidade que opai acalentasse de, um dia, ver Durvaljuntar-se ao negócio de família, umafábrica de papel.Durval rumou a Angola e por lá ficoucerca de dois anos, até que lhe solici-taram que se deslocasse à África doSul para fazer um estudo de viabili-dade para a abertura de um novobanco, que mais tarde seria o Bank ofLisbon and South Africa Limited.Durval achou que iria para a África doSul durante uns meses. Passaram-sequarenta anos. Desenvolveu uma carreira de excelên-cia no Bank of Lisbon e tornou-se omais jovem CEO de um banco naÁfrica do Sul. Por motivos profissio-nais, estava presente regularmentenos eventos da Comunidade portu-guesa naquele país e, aos poucos, foiestabelecendo uma extensa rede decontatos e reconhecimento por parteda Comunidade. Mas a ligação aosoutros não era uma questão de traba-lho para Durval, que estava sempredisponível para conhecer e dar-se aconhecer, para fazer novos amigos,que lhe enchiam a casa e a vida.Foi num dos muitos eventos a que iana África do Sul que conheceu a mu-lher que lhe roubou o coração, Carol.Casaram-se uns anos mais tarde e ti-veram duas filhas, Nicole e Ivana.Durval manteve sempre uma atividadeintensa a nível associativo. Foi Presi-dente do Lusitano Futebol Clube, Ad-ministrador da rádio e televisão

portuguesas na África do Sul, Presi-dente do Luso South Africa BenefitTrust, representante da AssociaçãoEmpresarial Portuguesa e membro doInstitute of Directors in SouthernAfrica.Mas a expressão maior do seu legadoassociativo foi, sem dúvida, a Acade-mia do Bacalhau.Em 1968, pouco depois da sua che-gada à África do Sul, reuniu-se comtrês amigos - Rui Pericão, Ivo Cordeiroe José Ataíde - para um jantar reali-zado no hotel Moulin Rouge, em Hill-brow. Foi o primeiro jantar daAcademia do Bacalhau que, na altura,tinha apenas a ambição de ser umgrupo de amigos portugueses reuni-dos com o objetivo de melhorar a ima-gem dos Portugueses naquele país ede contribuir para o bem-estar da Co-munidade.Teve um sucesso tal que, a 10 dejunho desse ano, a Academia do Ba-calhau realizou o seu primeiro jantaroficial, comemorando também, pelaprimeira vez, o Dia de Portugal naÁfrica do Sul.O que o Compadre Durval Marquesnão sabia quando teve a ideia de con-vidar uns amigos para um jantar éque, com esse simples gesto, estariaa criar as bases daquele que se torna-ria o maior movimento associativo dadiáspora portuguesa.Cerca de um ano depois, criou-se asegunda Academia do Bacalhau, emDurban e, nesse mesmo mês, foi tam-bém inaugurada a primeira Academiafora da África do Sul - em Mbabane,na Suazilândia.O movimento continuou a espalhar-se,pela Europa, América do Sul, América

do Norte e Oceânia.A 10 de março de 1997, outro marcoimportante na história das Academias:foi oficializada a tertúlia de Caracas,na Venezuela, a primeira na Américado Sul. O movimento das Academiaschegaria a América do Norte no anoseguinte quando foi oficializada aAcademia do Bacalhau de Toronto.Nesse mesmo ano, foi oficializadatambém a Academia do Bacalhau deParis, a primeira na Europa fora dePortugal. O movimento alcançou qua-tro continentes com a abertura daAcademia do Bacalhau de Perth, a 5de março de 2011.Cada vez que era inaugurada umanova Academia do Bacalhau, o Com-padre Durval Marques tentava estarpresente. Sempre que podia, viajavapara os Congressos anuais também.Mesmo com o avançar da idade, sónão marcava presença se a saúde nãolhe permitisse mesmo. E em cadaevento em que estava, sentia-se entreamigos.Porque, no fundo, a Academia do Ba-calhau é mesmo isso, um grandegrupo de amigos. E na sua pacatez ecom um sorriso simpático, ia distri-buindo abraços e palavras de sabedo-ria sobre este movimento que era umdos maiores amores da sua vida.Para muitos, o compadre DurvalMarques era a personificação dos va-lores das Academias do Bacalhau.Mas ele não queria os holofotessobre si. “Não sou eu, somos todosnós, é o grupo”, dizia sempre.Como reconhecimento pelo seu ex-tenso e impactante legado na Aca-demia de Joanesburgo, DurvalMarques foi nomeado “Compadre

Honorário de Todas as Academias”.A decisão sobre esta nomeação foifeita no XIV Congresso Mundial, emManzini, na Suazilândia. Aprovei-tando o facto de Durval não estarpresente nos trabalhos da manhã porcompromissos profissionais, os Com-padres reunidos apresentaram a pro-posta e aprovaram-na, comunicandoao Compadre fundador o seu novoestatuto quando ele chegou ao Con-gresso, da parte da tarde.Mas para o Compadre Durval, o re-conhecimento dos seus feitos nãotinha grande importância. O que ofazia vibrar era a possibilidade deajudar quem mais precisava.Será impossível calcular o númerode vidas que tocou e que ajudou amelhorar ao longo dos seus 84 anos,ao longo de uma vida inteira ao ser-viço dos outros. E mesmo depois dedeixar este mundo, a sua filantropiacontinua a fazer-se sentir: deixou umúltimo apelo a todas as Academias -que não enviassem coroas de florespara o seu funeral mas que direcio-nassem esses fundos para a Acade-mia-Mãe, de maneira a ajudar osresidentes do Lar de Idosos RainhaSanta Isabel, em Joanesburgo, insti-tuição que ajudou a criar e que lheera extremamente querida.O Compadre Durval Marques passouuma vida inteira a fazer o bem.Aos Compadres e Comadres restaagora uma tarefa: honrar o seu le-gado.E porque ele quereria ouvir de todosnós estas palavras com toda a força,aqui ficam: Um Gavião de Penacho,caro Compadre Durval!Até sempre.

Academia do Bacalhau de Paris chora a morte de Durval Marques

Por Academia de Bacalhau de Paris

Le 06 juin 2018

Parfums deLisbonne: Começou ofestival de «urbanidadescruzadas»entre Paris e Lisboa

Começou no fim de semana pas-sado, em Paris, a 12a edição do«Parfums de Lisbonne», o festival«de urbanidades cruzadas entreLisboa e Paris», organizado pelacompanhia de teatro Cá e Lá até19 de julho e cujo tema este ano é«Em contratempo».Graça dos Santos, a Diretora doFestival programa performances,instalações, sessões de leitura, pe-quenos formatos no exterior e emdiversos espaços de Paris… e deLisboa.No sábado passado, às 11h00, foiprojetado o filme «Tous les rêvesdu monde», da realizadora Lau-rence Ferreira Barbosa (2017).Ainda no sábado, ao fim da tarde,o lançamento «oficial» do festivalteve lugar, como habitualmente,numa das praças de Paris, emparceria com o Festival Nomade,organizado pela Mairie de Paris 3.Numa primeira fase, os atores daCompanhia Cá e Lá fizeram umaperformance a partir do texto«L’installation de la peur» de RuiZinc, e da poesia de AlexandreO’Neill. Seguiu-se «Métamorpho-sis» pela companhia de dançaAlma, com Alizée Duvernois e Ma-rion Vibert, e «Bordadeira - Paisa-gens Musicais», uma performancea partir da música tradicional por-tuguesa e das artes plásticas, porAna Isabel de Freitas.No dia 4 de junho teve lugar naCalouste, um encontro/leitura «AVoix Vives» com o poeta AntónioCarlos Cortez. No dia 7, o festivalvolta à Gulbenkian para um coló-quio internacional sobre «Paris-Lisbonne: un dialogue capital». Ocolóquio continua no dia seguinte,no anfiteatro Quinet, da Sorbonne.O cinema vai voltar ao MK2 Beau-bourg: Dia 9, com o filme «Lettresde guerre» de Ivo Ferreira (2016),e dia 16 com «Saint Georges» deMarco Martins (2016).No dia 17 de junho, às 15h00, ofestival vai «pousar» no «Comme àLisbonne» para uma sessão decantares. E às 18h00 vai ser apre-sentada na Maison du PortugalAndré de Gouveia, a performancede fim de residência «Tenue»pelos bailarinos da «Passion Pas-sion».O festival «Parfums de Lisbonne»vai ter uma última ação em Lisboa,no dia 19 de julho, às 19h00, nalivraria Ler Devagar, com poesia deAntónio Carlos Cortez, dita e can-tada, numa apresentação perfor-mativa, seguida de um diálogocom o poeta.

COMUNIDADE 09

lusojornal.com

Vocalista dos UHF veio falar de «stalking»na Sorbonne Nouvelle

António Manuel Ribeiro, o vocalistados UHF, que também é autor e com-positor, esteve esta semana em Parisonde fez uma intervenção na Univer-sidade Sorbonne Nouvelle, a convitede Isabel Oliveira, Diretora do Depar-tamento LEA desta universidade, parafalar de «stalking», no seguimento dolivro que escreveu «És meu, disseela», editado pela Guerra & Paz.O evento teve lugar na Salle du Con-seil da Maison de la Recherche, narue des Irlandais e foi moderado pelojornalista da RFI Vítor Matias, amigode António Manuel Ribeiro. Participa-ram também vários especialistas fran-ceses como Chantal Paoli-Texier, aPresidente da associação AJC, a psi-cóloga Audrey Mathieux, o Presidentedo Sindicato dos detetives privadosJean- Emmanuel Derny e o advogadoMichel de Soulages.A história de António Manuel Ribeiroé impressionante! Durante cerca de 9anos, foi seguido por uma mulher, queinicialmente dizia ser fã do artista,mas que pouco a pouco foi invadindoa sua privacidade, ameaçando-o eameaçando a sua família. É esta ahistória que conta em «És meu, disseela» editado em janeiro deste ano emPortugal.Num francês perfeito, António ManuelRibeiro começou por explicar que fun-dou os UHF há 40 anos, que o grupojá editou 25 discos e ele já publicou6 livros. Explicou que chegou a estu-dar direito e literatura clássica e queatualmente é Embaixador dos Direitosde Autor. Para um público francês im-punha-se esta explicação.E foi então que começou por contar ahistória que poluiu a sua vida durantequase uma década. Tudo começouem 2003, quando uma mulher com37 anos na altura, sem trabalho, resi-dente em Oeiras, invadiu a vida domúsico. «No início quando ía aos cor-reios ela estava lá, quando ía aobanco, ela estava lá, quando ía a umcafé, a um concerto, em qualquer ci-dade do país ela estava lá» conta An-tónio Manuel Ribeiro. «Mandou-me

mais de 2.000 sms, a partir de 9 nú-meros de telefone que ela utilizou».Mas também lhe enviou prendas paracasa, pelo correio.A psicóloga Audrey Mathieux explicoubem as três fases do «stalking»: numaprimeira fase há a sedução, numa se-gunda fase há a destabilização e naterceira fase a destruição.A mulher que entrou na vida de Antó-nio Manuel Ribeiro - «sem nunca terhavido qualquer contacto físico,claro» precisou o músico - passou portodas estas fases até acabar comameaças de morte, a mim e à minhafamília e até com ameaça de castra-ção com ácido!«Ela estacionava o carro à frente deminha casa e passava horas ali» contao fundador dos UHF. «Sabia tudosobre mim e sobre a minha família,ameaçou a minha mãe e a minhafilha».Só em 2007 apresentou queixa napolícia. «Antes não tinha testemu-nhas» explicou. E teve muitas dificul-dades em ser percebido pela polícia.Para eles a senhora não passava deuma simples fã! Mas quando se re-cebe mais de 30 sms por hora a si-tuação era demasiado sufocante.«Comecei a ter problemas de saúde,não dormia, as pessoas à minha voltatinham alguma dificudade em perce-

ber a dimensão do problema».Mas o problema que António ManuelRibeiro denuncia é a falta de legisla-ção portuguesa sobre esta matéria.«Durante os 5 anos do processo, elacontinuou a invadir a minha privaci-dade e nenhuma lei a fez parar» ex-plicou. «Ela seguiu-me durante anose anos, seguiu-me para vários pontosdo país, vivia a 35 km de minha casa,mas disse que não tinha meios epediu apoio jurídico. A Justiça portu-guesa pagou-lhe um advogado para adefender e durante o tempo do pro-cesso não me protegeu a mim» afir-mou, sentido.«Em França, mesmo se não há umalei específica contra o ‘stalking’, comohá no Canadá e nos Estados Unidos,há a lei do ‘harcelement’ que protegea vítima» explicou Chantal Paoli-Te-xier, fundadora, em 1999, da asso-ciação AJC que defende as pessoasvítimas de ‘stalking’. Chantal Paoli-Texier é do Quebec, e é irmã de umavítima que acabou por falecer. Foieleita em 2011 «Mulher Formidável»pela revista Femme Actuelle.Chantal Paoli-Texier contou o caso deuma jovem que foi vítima de umrapaz «que fez fixação sobre ela e me-diante as provas que ela apresentou,ele foi logo detido e durante a inves-tigação, nas buscas que fizeram em

casa dele, encontraram muitas maisprovas. Foi logo preso preventiva-mente». António Manuel Ribeiroouviu e comentou: «se fosse assimem Portugal…»A «stalker» de António Manuel Ri-beiro foi condenada a 3 anos de penasuspensa e a pagar 25.000 euros -que evidentemente não pagou. «Ecomo não há uma lei autónoma sobreeste assunto, ela foi condenada ape-nas por violação de propriedade pri-vada e crime de injúria, nada mais doque isso».O vocalista dos UHF começou a es-crever o livro ainda durante o períodoem que estava a ser vítima da mulherque se intrometeu na sua vida du-rante 9 anos. «Era uma forma de te-rapia. Eu não podia ser violento comela, senão a justiça tinha todas asarmas para se virar contra mim».Visivelmente afetado pela situação,António Manuel Ribeiro diz estarnuma fase de «reconstrução».A psicóloga Audrey Mathieux explicaque esta situação de «stalking» afetaa estima própria. «as vítimas passampor fases de culpabilidade, de vergo-nha, de perda de referenciais, pas-sam por fases de isolamento e por umsentimento de impotência». E sugeresempre um acompanhamento tera-pêutico.

Por Carlos Pereira

António Manuel Ribeiro

Le 06 juin 2018

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LusoJornal / Carlos Pereira

Por Carlos Pereira

lusojornal.com

10 EMPRESAS

Situação de bloqueio na Sucursal de França da CGD

No momento em que se fecha estaedição do LusoJornal, a situação naSucursal de França da Caixa Geral deDepósitos continua «bloqueada». Umaparte dos trabalhadores mantém-seem greve desde o dia 17 de abril e,mesmo se as agências estão pratica-mente todas abertas, os serviços estãoa ser fortemente afetados, até porquea maioria dos grevistas trabalha nasede da instituição, na rue de Pro-vence, em Paris.Os quatro sindicatos representados nobanco estão divididos. De um lado aFO e a CFTC, que constituem a Inter-sindical que apelou à greve, e do outroa CGT e a CFDT que não apelou àgreve.Os Sindicatos estavam todos juntos naAssembleia de Trabalhadores que jun-tou centenas de colaboradores da CGDno pátio daquela instituição, no dia 12de abril. Nesse dia, parecia haver una-nimidade quanto ao diagnóstico da si-tuação e aos motivos do protesto. Sóhouve divergências na estratégia a se-guir.Por um lado, a CGT e a CFDT acharamque a Assembleia Geral de trabalha-dores lhes deu «força» para iniciaremnovas negociações com a Direção e aAdministração.Por outro lado, a FO e a CFTC queacharam que deviam seguir imediata-mente para a greve. Na frente destemovimento surge Cristina Semblano,uma economista do banco, com 63anos, que passou a ser «Porta-voz daIntersindical representativa dos traba-lhadores em greve» e «membro da Co-missão de negociação eleita pelostrabalhadores».Começou então uma greve ilimitada, apartir de 17 de abril, e que ainda duraatualmente. E começaram também asdivisões e os ataques entre os quatrosindicatos. «Eles viraram-nos a cara,nem nos falam, e quando afixamos osnossos comunicados no sitio previstopara esse efeito, eles passam por tráse arrancam-nos» queixa-se um sindi-calista da CGT ouvido pelo LusoJornal.Por outro lado, a Intersindical acusa aCGT e a CFDT de estarem «do lado daDireção».Num comunicado divulgado na se-mana passada, a CGT e a CFDT acu-sam a Intersindical de terem iniciadouma greve ilimitada sem terem Ca-derno Reivindicativo. «Como é que umsindicato, que pretende defender osdireitos dos salariados, pode iniciaruma greve ilimitada sem ter ainda umCaderno Reivindicativo?» diz o comu-nicado conjunto da CFDT e da CGT,alegando que o Caderno Reivindicativosó foi apresentado a 23 de abril, al-guns dias depois da greve ter come-çado. «Como é que um sindicato, quereivindica proteger os interesses dossalariados, pode apresentar tão tardeum Caderno Reivindicativo tão insen-sato?».Acusando a FO e a CFTC de «procura-rem sistematicamente a destrução danossa ferramenta de trabalho», aCFDT e a CGT consideram que a rei-vindicação de um aumento de 560euros por mês «é completamentelouco. Ninguém os pode tomar comosérios» diz uma sindicalista da CFDT.«É uma loucura!»

Quem se senta à mesa das negociações?«A situação está bloqueada e nãotemos data da próxima reunião» cons-tatava o comunicado da CGT e daCFDT na semana passada.A Direção da Sucursal explicou ao Lu-soJornal que as negociações fazem-secom todos os Sindicatos, mas os re-presentantes dos trabalhadores grevis-tas dizem que a negociação se faz comos representantes dos trabalhadoresem greve e não querem sentar-se comos outros sindicatos. Ameaçam de re-correr à justiça «porque é assim se-gundo a Lei francesa», enquanto aDireção e os sindicatos não grevistasdizem que não. A Direção ameaçatambém recorrer para a justiça.«Depois de insultos, por um punhadode colegas, e acusações em público,os dirigentes da FO/CFTC querem proi-bir os representantes sindicais da CGTe da CFDT, qualificando-os de ‘ele-mentos exteriores’ de participarem nasreuniões convocadas pela Direção» lê-se num comunicado de 5 de maio daCFDT e da CGT.Segundo estes dois Sindicatos, a CGTe a CFDT representam 49,9% dos tra-balhadores da CGD, no seguimentodas eleições de 2017. «Há uma só voza mais no conjunto dos colégios elei-torais. 365 votos para a CGT e CFDT e366 para a FO e a CFTC. Esta é a rea-lidade dos números, estamos fartosdas mentiras» reagem os sindicatosnão grevistas quando a Intersindicaldiz que é «maioritária».«A Direcção Geral da Sucursal conti-nua a manifestar a sua má-fé habitualrecusando considerar a Comissão denegociação eleita em 17 de abril pelaAssembleia Geral de Trabalhadoresem greve, como a sua única e legí-tima interlocutora, ao convidar osten-sivamente a sentar-se à mesa dasnegociações representantes de sindi-catos minoritários que lhe são favorá-veis e entravam as negociações» dizum comunicado da Intersindical emgreve, de 16 de maio. «Face a esta si-tuação - de uma Direção que se ou-torga o direito de escolher os seusinterlocutores ao arrepio da lei - ao en-trave das negociações a que ela con-duz e à vergonhosa desinformação aque dá lugar, a Assembleia Geral deTrabalhadores aprovou ontem em Ple-nário uma moção desautorizando aComissão de negociações que ela ele-geu, a sentar-se à mesa com elemen-tos estranhos aos representantes dostrabalhadores em greve».A situação tem sido pois de ruturaentre os dois blocos. «Quando nego-ciámos melhores condições, são paratodos os trabalhadores e não apenaspara os grevistas» diz a Direção da Su-cursal ao LusoJornal. «É ridiculo»dizem sindicalistas da CGT.Em comunicado, a FO e a CFTC ga-rantem que «a Lei é inequívoca, assimcomo a ‘Cour de Cassation Sociale’»:«Todas as organizações representativasna empresa, por intermediário dosseus delegados sindicais, devem par-ticipar na negociação, mesmo em casode greve» e «Constitui um entrave ao

exercício do direito sindical o facto denão chamar um sindicato representa-tivo com um delegado sindical na em-presa, às negociações sobre a revisãode acordos coletivos, mesmo se osacordos não foram assinados por essesindicato» cita em comunicado a CGTe a CFDT.

Greve passou paraa esfera políticaA situação tem sido levada para a es-fera política, até porque a CGD é umbanco público. A Intersindical já orga-nizou duas manifestações junto à Em-baixada de Portugal em Paris e outrajunto ao Consulado Geral de Portugal.Cristina Semblano também escreveuao Presidente da República Portu-guesa, em representação da Intersin-dical representativa dos trabalhadoresem greve e da Comissão de negocia-ção eleita pelos trabalhadores, para lhesolicitar uma audiência.«Um aspeto fundamental, que apa-rece como pano de fundo deste longoconflito, está a incerteza ligada ao fu-turo da Sucursal, cuja alienação estáprevista no Plano de reestruturaçãoacordado pelo Governo português coma DGComp como contrapartida da re-capitalização do grupo público. Emparticular, a falta de transparência queenvolve o processo de alienação desdeo princípio em completa violação daLei, deixa apreensivos os trabalhadorese os milhares de clientes emigrantesda Sucursal de França da CGD» es-creve Cristina Semblano na carta en-viada ao Presidente da República e aoqual o LusoJornal teve acesso. «OPlano de Reestruturação acordadoentre o Governo português e Bruxelas,deveria ter sido apresentado às instân-cias representativas dos trabalhadoresem França, préviamente à sua conclu-são. Ora, não só não foi o caso, como,uma vez concluído, aquele Plano con-tinua a não ser entregue, em violaçãocompleta da Lei francesa».Cristina Semblano, que também é di-rigente Nacional do Bloco de Esquerda- embora refira ao LusoJornal que nãoé nessa função que lidera o movi-mento grevista na Sucursal de Françada CGD - trouxe a Paris a Deputada doBloco de Esquerda, Mariana Mortá-gua, membro da Comissão de Orça-mento e Finanças da Assembleia daRepública, no dia 9 de maio, quandodecorriam 23 dias de greve.

Negociações continuamNum comunicado de 23 de maio, aCGT garante que as negociações têm«avanços significativos». Garante quea Direção reconduz o Acordo assinadoem 2016, que garante o emprego atodos os trabalhadores até 31 de de-zembro de 2021, garante que o saláriomínimo de emprego em CDD passapara 1.800 euros e o salário para pas-sagem em CDI passa para 2.000euros. «São aumentos muito significa-tivos para os jovens colegas que che-gam agora ao banco e que ganhavammal» diz ao LusoJornal um sindicalistada CGT comentando o comunicado dasemana passada.

O sindicato garante ainda que a«Prime de Garderie» passou para 80euros, que a «Prime de Scolarité» pas-sou para 150 euros, que a «Prime devacances» e a «Prime de Noël» passoupara 600 euros cada uma, que a«Prime Mérite» de 2016 vai ser de500 mil euros, distribuída a todos ostrabalhadores em partes iguais e quea «Prime Mérite» de 2017 vai ser de622 mil euros, distribuída segundo oscritérios habituais de mérito. O Sindi-cato garante ainda que a Direção daSucursal apresentou um Plano Comer-cial e Estratégico para os 5 próximosanos e um aumento salarial de 1,2%.«Para mais, como prova da continui-dade das atividades, um conjunto demedidas foram apresentadas, comuma agenda de execusão».A CGT preparava-se para assinar a pro-posta da Direção, mas fez uma contra-proposta relacionada com o aumentosalarial de 1,2%. «Entendemos queainda é insuficiante» e propôs um au-mento de 110 euros por mês e por tra-balhador.«Enquanto uns fazem greve, nós op-tamos por negociar» diz um sindica-lista da CFDT. «Os avanços nasnegociações só são obtidos graças ànossa greve» responde um grevistamotivado.

Um referendo ao conjunto dos trabalhadores?Mas a CFT e da CFDT acusam «os re-presentantes da FO de quererem fa-vorecer os grevistas em detrimentodos outros». Segundo estes sindica-tos, a proposta da FO defende que,«em caso de despedimento», asidemnizações sejam diferenciadas:«2,5 vezes o montante previsto naconvenção coletiva para os não-gre-vistas, com um limite de 167 mileuros; e 3,5 meses por ano para osgrevistas com um limite de 400 mileuros».O comunicado da CGT e da CFDT dizque «ninguém duvida que, para alémde ser discriminatória, esta medidatem um caráter ilegal, que parece nãoperturbar a FO» e fala mesmo e«caos».«Para sair deste caos destrutor, aCFDT e a CGT pedem à Direção Geralpara organizar um referendo ao con-junto do pessoal».Para já, não se sabe quando vai ter-minar o conflito. «Nem se sabe se ostrabalhadores grevistas têm um planode fim de greve» conclui um quadrodo banco ao LusoJornal.

Caixa Geral de Depósitos

Por Carlos Pereira

Le 06 juin 2018

Carina Branco

João Pinaapoia açõesescolares naGuarda

O empresário João Pina, radicadona região parisiense, esteve na se-mana passada, por uma brevepassagem, na Guarda, onde assi-nou um «Acordo de Parceria noÂmbito do Ensino Escolar» com oEstabelecimento Prisional daGuarda - Direção Geral de Rein-serção e Serviços Prisionais.O «Prémio João Pina», num totalde 10, será entregue aos melhoresformandos dos Cursos de Educa-ção e Formação de Adultos (EFA),de nível Básico, das Turmas EFAB1, EFA B3-A1, EFA B3-A2, EFAB3-C1; e aos alunos do Ensino Se-cundário Recorrente (10º, 11º e 12ºanos) e do Ensino Superior (CursosTécnicos Superiores Profissionais eLicenciaturas), dois prémios de as-siduidade, um para os Cursos EFAe outro para o Ensino Secundário.A cerimónia de entrega destes pré-mios de mérito decorre no final dopresente ano letivo.«Um momento com muito signifi-cado para mim, tenho visitado comfrequência estes seres humanostão especiais e sei que será um es-tímulo para eles», refere o empre-sário.Para além da assinatura desteAcordo, João Pina reuniu com oPresidente da Câmara Municipalda Guarda, Álvaro Amaro, mas porenquanto o empresário preferiunão dar a conhecer os resultadosdesta reunião. «Porém, uma cer-teza, a Guarda ficará a ganhar».No pouco tempo que restou, JoãoPina dirigiu uma palavra de agra-decimento ao conhecido arquitetoAntónio Saraiva, natural da Guardae que leva a marca «Guarda e Por-tugal» para fora do país. Este ar-quiteto venceu recentemente oprojeto para a construção de ummonumento alusivo aos veteranosluso-americanos das guerras ame-ricanas, em Newark, que seráinaugurado no final deste mês.No passado mês de março,aquando da assinatura do pri-meiro Protocolo existente entreduas associações (uma portu-guesa e outra francesa), que aco-lhem cidadãos portadores dedeficiência - a «CERCIG» e a «Esatla Roserie», este arquiteto fezquestão de presentear o CônsulGeral de Portugal em Paris, comum livro da sua autoria e alusivo àGuarda. Este ato de «geminação»entre estas duas associações tam-bém só foi possível graças ao em-penho e dedicação de João Pina.

EMPRESAS 11

lusojornal.com

Rui Barata apresentou oficialmente o Portugal Club Europe

Foi lançado em Strasbourg, a associa-ção Portugal Club Europe (PCE), umclube de empresários, sem fins lucra-tivos, fundado no dia 5 de outubro de2017 em Schiltigheim (Alsace), massó agora apresentado oficialmente.Na cerimónia, que teve lugar nas ins-talações da CCI de Strasbourg, estive-ram presentes o Deputado CarlosGonçalves, o Eurodeputado José Iná-cio Faria, o Cônsul Geral de Portugalem Strasbourg Miguel Rita, o Alto-funcionário do Conselho da EuropaJosé Mendes Bota, a ConselheiraMunicipal de Strasbourg FernandaGabriel, o Presidente da Câmara Mu-nicipal de Amares Manuel Moreira,e o Vice-Presidente Isidro Araújo,assim como Carlos Vinhas Pereira, oPresidente da Câmara de comércio eindústria franco-portuguesa (CCIFP),e dirigentes da CCI de Strasbourg.O PCE é presidido por Rui Ribeiro Ba-rata, que também é o Conselheiro dasComunidades Portuguesas eleito na-quela área consular, membro da asso-ciação Cívica e da Associação CulturalPortuguesa de Strasbourg.«Podem aderir a esta associação nãosó os empresários, mas também todasas pessoas empreendedoras nas maisdiversas áreas» explica Rui Barata aoLusoJornal. «Eu não sou empresário,mas sou empreendedor, nomeada-mente a nível associativo».

A associação começou a sua atividadecom cerca de 20 aderentes, «masontem aderiram de imediato mais al-guns» afirma Rui Barata ao LusoJor-nal.A associação tem objetivos principais,segundo o seu Presidente: «federar,juntar, pôr os empresários portuguesese lusófonos em geral, em contacto, afazerem negócio juntos» explica ao Lu-soJornal. «E dar-lhes informaçõessobre Portugal, sobre como investir emPortugal». Para tal, Rui Barata diz quevai contar com os parceiros da asso-ciação. «Já estabelecemos contactoscom várias associações empresariaisem Portugal e agora assinámos umProtocolo de acordo com a CCIFP».

Carlos Vinhas Pereira, o Presidente daCâmara de comércio e indústriafranco-portuguesa (CCIFP) tinha ex-plicado ao LusoJornal que a estratégiade desenvolvimento da CCIFP passapelo desenvolvimento de Delegaçõesregionais, como por exemplo a doPACA, e em zonas onde houver asso-ciações de empresários, assinar Pro-tocolos de Acordo, como é o caso emStrasbourg.«O principal objetivo deste Protocoloé de podermos interagir com estanova estrutura associativa empresariale estarmos assim presentes na regiãodo Grand Est, accompanhar os ade-rentes deste novo clube de empresá-rios nos investimentos em Portugal e

encaminhar investimento portuguêspara esta grande região» explica aoLusoJornal Carlos Vinhas Pereira.«Cerca de 50 empresários estiverampresentes e muitos deles mostraraminteresse em se tornar membros dasduas entidades, a CCIFP e o PCE».O terceiro objetivo da associação é«criar pontes e laços entre os territó-rios» como já aconteceu neste evento,em que Rui Barata, que é origináriode Amares, convidou o município deAmares a apresetar as potencialida-des do concelho, nomeadamente osVinhos Verdes.Rui Ribeiro Barata diz que na Alsace,existem cerca de mil empresas «por-tuguesas», «sendo que algumas sãopequenas e médias empresas, micro-empresas e até auto-entreprenneurs».A associação Portugal Club Europepassa a ser a primeira rede estrutu-rada de empresários portugueses e lu-sófonos na Alsace e no Grand-Est daFrança.Rui Ribeiro Barata quer organizareventos regulares, «que podem serpequenos almoços ou almoços temá-ticos, em que cada membro apre-senta um tema, ou em queconvidamos intervenientes exterio-res».A primeira Assembleia Geral ordináriada associação vai ter lugar em outu-bro-novembro deste ano.

www.portugal-club.eu

Por Carlos Pereira

Nadia Duarte, une créatrice de mode audacieuse

Nadia Duarte est une jeune portugaisede 32 ans, née au Portugal, qui habiteParis, et qui a décidé de réaliser sonrêve: celui de devenir styliste - créa-trice de mode.Nadia a décidé de créer sa marque«Nad Duarte» au début de l’année2013 et réalise son tout premier défiléintitulé «Audacieuse» en juillet 2013,à Paris, lors de l’évènement «LusoFashion» organisé par Bakana Events,suscitant les premières réactions avecses créations asymétriques et glamouret notamment envers ses robes endentelles entièrement transparentes,dévoilant ainsi le corps de la femmeavec un concept: «ne cacher juste cequ’il faut», cachant simplement la poi-trine et les parties les plus intimes dela femme.L’année suivante, une de ses créationsen dentelle se verra ainsi monter lesmarches du Festival de Cannes 2014,inspirant directement ensuite plu-sieurs et diverses maisons de coutureet créateurs.Toujours en 2014, Nadia participe àl’émission «Les Reines du Shopping»et remporte le titre avec le thème «élé-gante en masculin-féminin».

Nadia, tu as fait plusieurs défilés?Oui, plusieurs défilés ont été réalisés:en juillet 2013 à la Salle Erard (Paris),en mars 2014 à l’Aristo (Paris) etPlace Marquês de Pombal, à Lisboa,au Portugal, en juin 2014 à l’ElyséeLounge (Paris), en mars 2015 pour un

évènement au Salon de la Femme, auParc Floral de Paris et en novembre2015 au Tibães Fashion, à Braga, éga-lement au Portugal.

Tu tricotes, tu faits des bijoux, tu des-sines, tu couds?Je ne m’arrête pas à la partie «vête-ment», c’est mon activité principale,mais en tant que créateur, j’aime pou-voir toucher à tout et créer tout ce quipourrait se créer à partir de mon ima-gination. Je dessine énormément, jecouds (que ce soit à la machine ou àla main), je tricote, je réalise égale-ment pas mal de bijoux et dernière-ment des sacs! Des sacs en forme decoeur que je réalise depuis début2017 et qui sont sortis en mars 2018.

Est-ce qu’il faut bien savoir dessinerpour être styliste?

En tant que styliste, il n’est pas forcé-ment obligatoire de savoir dessiner. Ilfaut surtout savoir répondre à la de-mande du client suivant son style, l’al-lure qu’il souhaite avoir et dans quelstenues il se sentira le plus à l’aise, no-tamment savoir harmoniser, marier lescouleurs, les matières en fonction dustyle demandé et de la morphologie duclient. Après, en tant que créateur, ilest nécessairement obligatoire de sa-voir dessiner et de mettre à plat ce quise passe dans l’imagination, surtout sivous avez une équipe de réalisation.Personnellement en tant que créatriceet travaillant majoritairement seule, jedessine énormément afin de ne pasoublier ce que j’imagine. Mais, biensouvent aussi, quand l’idée est tropforte dans la tête, je la réalise directe-ment sans passer forcément par ledessin.

Tu as un atelier où tu fabriques toutça?J’ai démarré dans mon salon, dansmon appartement, à Rueil-Malmaison,que j’ai transformé, pour ainsi dire, enatelier: les bustes de couture, les por-tants et les tissus ont tous pris place!Et c’est également dans mon salonque j’accueillais mes premiers clients,pendant 3 ans. Ensuite, j’ai pu récu-pérer un espace situé à Chartres qui aété aménagé et transformé en atelieret dernièrement, un autre atelier esten cours d’installation au Portugal. Jeréalise la majorité de mes créations àChartres, mais je continue encored’accueillir mes clients à Rueil-Mal-maison.

D’où vient cette passion pour lamode?Depuis environ l’âge de 4 ans. Je des-sinais beaucoup avec ma grand-mèrepaternelle et ma maman. Et un jour,en regardant Cendrillon, j’avais été ad-mirée par sa robe scintillante et là j’aicommencé à imaginer et à réaliserénormément de croquis avec des tasde robes et des tas de tenues diffé-rentes. J’ai appris ensuite la coutureet le tricot avec ma grand-mère ma-ternelle, je réalisais des habits pourmes poupées et mes Barbies. Puis,vers 12 ans, je piquais les chemisesde mon père et je les transformais sui-vant mon imagination, à mon image.

Lire toute l’interview sur: https://lusojornal.com

Par Lia Gomes

Em Strasbourg

Le 06 juin 2018

César Alo

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Arte urbana“Made in Portugal” vaiser mostradaem ParisA exposição “Made in Portugal”, naGCA Gallery, em Paris, vai juntarobras de Akacorleone, Mário Belém,Gonçalo Mar, MrDheo, Nuno Viegas,Pantónio e João Samina, de 09 dejunho a 14 de julho.A exposição vai ser inaugurada a 08de junho, às 18h00, na presença deAkacorleone e Samina, e pretende“apresentar uma parte da cena dearte urbana portuguesa”, disse àLusa Geoffroy Jossaume, Diretor daGCA Gallery.“Apresentamos um painel de sete ar-tistas com obras muito ricas e varia-das, tanto ao nível estético quanto emtermos de técnicas. Portugal é umdos melhores lugares de ‘street art’ nomundo, é uma cena muito dinâmica,há muitas paredes pintadas e há umaenorme energia em Lisboa e noPorto”, descreveu Geoffroy Jos-saume.O galerista, que entre dezembro e ja-neiro fez uma exposição individual doportuguês Ivo Santos (Smile), expli-cou que “a arte urbana funcionamuito bem em França, particular-mente em Paris”, mas que, apesarde haver “muitos artistas e galeriasem Paris, só poucas galerias mostramartistas estrangeiros”.Geoffroy Jossaume tem, por isso,apostado “na cena europeia” e fezduas mostras coletivas de arte urbana“Made in France” e “Made in Italie”,na galeria que tem em Nice, e agoraquer mostrar a arte urbana portu-guesa, na sua galeria de Paris, com“cerca de 20 obras de ateliê”."Quero mostrar os Portugueses aopúblico parisiense porque, ainda quea arte urbana seja um movimento ins-tantâneo e internacional, e que a in-formação circule imediatamente nainternet, as obras não circulam tão fa-cilmente. O meu trabalho é mostrar oque fazem estes artistas além das pa-redes, ou seja, mostrar as obras deateliê", explicou.A mostra integra o programa da se-gunda edição da "Lusoscopie", umainiciativa do Centro Cultural Camõesem Paris, que promoveu exposiçõesquase paralelas de artistas comoPaulo Nozolino, Carlos No, Borderlo-vers (Ivo Bassanti et Pedro Amaral),José Loureiro, Alexandra de Pinho eAdriana Molder.

Novo título de Raymond Bernard editado emportuguêsA obra «Encontro Secreto em Roma»,de Raymond Bernard, foi publicadaem Portugal, pela Zéfiro, onde relataos seus encontros em Roma e, emparticular, na basílica de São Nilo, emGrottaferrata, onde «foi recebido natradição templária».

12 CULTURA

Présentation de «Exílios.2» à la Librairie Portugaise et Brésilienne

Le vendredi 18 mai a eu lieu à la Li-brairie Portugaise et Brésilienne, àParis, la présentation du livre«Exílios.2», en présence d’exilés et dedéserteurs de la guerre coloniale enAfrique et du régime salazariste.Après la parution du premier volume,«Exílios», en 2016, ce deuxième vo-lume, publié également par l’AEP61-74 (Association des Exilés PolitiquesPortugais - Lisbonne), réunit 29 au-tres témoignages de femmes etd’hommes qui ont vécu divers typesd’exils, à travers des parcours mouve-mentés qui ont souvent bouleversédéfinitivement leurs vies.La somme de ces témoignages indivi-duels constitue indéniablement laforce d’une mémoire collective, contri-buant ainsi à l’écriture d’une histoireau présent. Par ailleurs, l’intérêt de«Exílios.2» réside également dans lefait que cet ouvrage permet, commele souligne Miguel Cardina dans lapréface, d’aborder une question, cellede la désertion, qui aujourd’hui en-core est «polémique et presque ta-boue» au Portugal. «Sans avoir laprétention - nous dit Miguel Cardina -de présenter un tableau représentatifde tous les parcours de désertion, lesvoix qui témoignent dans ce livrenous obligent, en brisant le silence,à considérer la désertion commepartie intégrante de l’histoire de larésistance face à la dictature et à laguerre coloniale».

La présentation de «Exílios.2», dontle sous-titre est précisément «Teste-munhos de exilados e desertores por-tugueses (1961-1974)», a été faitepar Fernando Cardoso, Président del’AEP61-74 et Coordinateur de la pu-blication, et par Sónia Ferreira, An-thropologue à l’Université de ParisDiderot.Dans son exposé, qui permettait decontextualiser le thème et qui invitaitle public à une réflexion plus large,Sónia Ferreira a abordé les points sui-vants: le silence, l’oubli et l’inscriptionde l’exil dans l’histoire; comment étu-

dier l’exil, au passé ou au présent; lesquestions de genre; la constructiondes réseaux, le militantisme et la so-lidarité.Ces deux interventions ont été suiviesd’un débat très riche et animé aucours duquel plusieurs exilés et déser-teurs ont pu évoquer leurs parcours etexpliquer les raisons pour lesquellesils témoignent aujourd’hui.De la diversité de leurs témoignageset de leurs différentes positions poli-tiques concernant ces questions, il enressort toutefois quelques points com-muns: l’engagement total contre la

guerre coloniale, la volonté de romprele silence actuel sur ces thèmes et deles insérer dans le débat politique gé-néral.Enfin, les échanges autour de «Exí-lios.2» ont montré aussi combien lareconstruction de la mémoire est unlong cheminement semé d’interroga-tions, d’écueils et de tourments. Si,d’une part, la mémoire a besoin detemps pour se libérer, en l’occurrenceenviron cinquante ans, d’autre part,plus ce temps est long plus les souve-nirs s’estompent… D’où tout l’intérêtde cette publication.

«Témoigner pour rompre le silence»

Par Dominique Stoenesco

Escritor Tiago Salazar convidado do Festivaldu Premier Roman de ChambéryO escritor Tiago Salazar representouPortugal no 31º Festival do PrimeiroRomance de Chambéry, em França.Tiago Salazar, autor de “A Escada deIstambul” (2016), participou no pai-nel de debate «Um Fresco Histórico»,com o escritor congolês WilfriedN’Sondé, moderado pelo crítico lite-rário Yann Nicol, programador da festado Livro, em Bron, nos arredores deLyon. Este debate em Chambéry, de-correu no Hotel de Cordon.O Cônsul-Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara, participou numaoutra ação do Festival, no sábado 26de maio, acompanhado da Leitora doInstituto Camões, Luísa Dutra, e derepresentantes da Delegação de Parisda Fundação Calouste Gulbenkian.Tiago Salazar participou na mesa re-donda sobre «As Personagens queHabitam nas Páginas dos Livros»,com Sébastien Spitzer, autor francêsde 48 anos, que este ano publicou oseu primeiro romance «Ces rêvesqu’on piétine», e Manuel Benguigui,nascido há 42 anos em Paris, que pu-blicou o seu primeiro romance em2016, «Un Collectionneur Alle-mand», moderada por Albert Fachler.O encontro permitiu ouvir o jovem es-critor a explicar a sua obra, designa-damente o livro «A escadaria deIstambul», traduzido para francês, assuas influências e ideias sobre a lite-ratura e o mundo, sempre enriqueci-

dos pela sua identidade e nacionali-dade portuguesa bem como pela suaexperiência como viajante e jornalista.O Cônsul Geral felicitou o escritor pelasua obra literária ficcional que cobrenumerosos temas de interesse comoa história e a religião e que revelamum trabalho de investigação significa-tivo por parte do autor. Referiu a im-portância da sua visita a Chambéryque vem revelar e confirmar mais umavez o talento de cidadãos portuguesesnas mais diversas áreas e as numero-

sas ligações históricas e culturaisentre Portugal e e França, bem comode personalidades famosas que con-tribuíram para enriquecer ambos ospaíses em termos culturais, como foio caso de Calouste Gulbenkian, porexemplo, da pintora Vieira da Silva, deManuel Cargaleiro, Almada Negrei-ros,….Luís Brito Câmara sublinhou a impor-tância da literatura portuguesa emFrança, cada vez mais presente e co-nhecida, nomeadamente numa altura

em que as relações culturais entreambos os países se reforçam e emque a Comunidade francesa em Por-tugal aumenta e em que o interessedos cidadãos por Portugal é evidente.Este Festival deu a conhecer aomundo, entre outros, o escritor fran-cês Michel Houellebecq, e «é a únicamanifestação literária, em França,que tem como principal objetivo adescoberta e promoção de primeirosromances francófonos e europeusatravés da leitura». Aliás o LusoJornaljá foi parceiro do Festival, no ano emque, pela primeira vez, decidiu convi-dar jovens autores portugueses.Tiago Salazar nasceu em Lisboa em1972 e é licenciado em Relações In-ternacionais, tendo estudado Guio-nismo e Dramaturgia, em Londres.Doutorando em Turismo, no Institutode Geografia e Ordenamento do Terri-tório, o autor está a preparar uma tesesobre «A Volta ao Mundo», de Ferreirade Castro.É jornalista ‘freelancer’ desde 2001.Em 2010, foi Bolseiro da FundaçãoLuso-Americana, em Washington.«A Escada de Istambul» é uma histó-ria sobre uma família judia, endinhei-rada, que fugiu à Inquisição, viajandopela Europa até se instalar em Istam-bul, na Turquia, onde fundou um dosprimeiros bancos da cidade, ficandoconhecida como os «Rothschild doOriente».

Le 06 juin 2018

LusoJornal / Dominique Stoenesco

Quadro deMaria HelenaVieira da Silvaem leilão emParis

O quadro "Red Houses", da pin-tora portuguesa Maria HelenaVeira da Silva, vai a leilão estaquarta-feira, em Paris, com umvalor estimado entre os 100 mil eos 150 mil euros, anunciou a casaSotheby’s.Com data de 1963, "Red Houses"é o 14º lote do leilão de arte con-temporânea deste dia 06, da Sot-heby’s Paris, e surge a par deobras de artistas como Jean Du-buffet, Gerhard Richter, Antoni Tà-pies e Serge Poliakoff."Red Houses" é uma das têmperassobre tela apresentadas pela pin-tora portuguesa, em 1963, nas ga-lerias Jeanne-Bucher, em Paris,Knoedler, em Nova Iorque, e naPhillips Collection, em Washing-ton.Com 37 centímetros de largura por54 centímetros de comprimento,este quadro foi originalmente ven-dido pela galeria nova-iorquina, eseguiu para a Galeria Albert Loeb,também representada na capitalfrancesa, onde um colecionadorde Milão o adquiriu, de acordocom a genealogia agora apresen-tada pela leiloeira, que não indicaalguma exposição pública da obranem a passagem por Portugal.O atual proprietário, um coleciona-dor privado suíço, segundo osmesmos dados, comprou o qua-dro em 1999, através da galeriaApplicat-Prazan, na capital fran-cesa.Na obra de Maria Helena Vieira daSilva (1908-1992), "Red Houses"é contemporâneo de "Estela"(1964), outra têmpera, adquiridapelo Centro Georges Pompidou,em Paris, e óleos como "La Mer"(1961), "Au fur et à mesure"(1965) e "L’Esplanade" (1967), demaiores dimensões, que estãoentre as seis telas adquiridas peloEstado português, no ano pas-sado, por 5,6 milhões de euros, eque fazem agora parte da coleçãopatente no Museu Arpad Szénes-Vieira da Silva.No leilão de arte contemporâneade 06 de dezembro de 2017, aSotheby's Paris vendeu outro qua-dro da pintora, "Rue de la Gla-cière", um óleo sobre tela de 1955,por 309 mil euros.No passado mês de março, o óleode Vieira da Silva "L'Incendie" atin-giu o valor de 2,29 milhões deeuros, num leilão da Christie's, emLondres. Trata-se de um dos qua-dros emblemáticos da artista, feitoem 1944, durante o exílio no Bra-sil, e que fez parte da coleçãoJorge de Brito.

CULTURA 13

lusojornal.com

Documentário “Kuzola” vai estrear-se em França

O documentário “Kuzola, le Chant desRacines”, que acompanha as grava-ções do primeiro álbum de Lúcia deCarvalho entre França, Portugal, Brasile Angola, vai estrear-se nos cinemasfranceses a 20 de junho.O filme retrata as viagens para a cria-ção do disco “Kuzola”, uma misturade semba angolano, samba brasileiro,funk, soul e rock, que juntou cerca de40 músicos em três continentes,como os angolanos Banda Maravilhae Irina Vasconcelos, os brasileirosMário Pam do grupo Ilê Aiyê e LazzoMatumbi, o cubano Alexey Martinez eo francês Robert Dam, entre outros.Além de uma viagem musical, o do-cumentário retrata uma busca das raí-zes da cantora franco-angolana, de 37anos, que nasceu em Luanda, viveuem Almada entre os seis e os 12 anose foi adotada, depois, por uma famíliafrancesa da região da Alsácia, ondedescobriu o Brasil num grupo de mú-sicas tradicionais brasileiras.“‘Kuzola - O Canto das Raízes’ émesmo essa mistura: o ‘canto’ em re-lação à minha profissão de cantora e‘raízes’ pelo facto de ter voltadomesmo para Angola e de ter tantoessa mistura entre estar aqui emFrança, fazer música brasileira, saberque nasci em Angola. Tinha um mo-mento em que eu não sabia bemquem eu era”, contou à Lusa Lúcia deCarvalho.A base do disco e do documentário foifeita em Strasbourg, com a voz deLúcia de Carvalho e a guitarra deEdouard Heilbronn, aos quais se foramjuntando, ao longo das viagens, váriosinstrumentos, ritmos e vozes diferentesem Salvador da Baía, Recife e Luanda,com uma passagem por Portugal paravisitar a aldeia de crianças onde a can-tora cresceu.A viagem ajudou Lúcia de Carvalho acompreender-se como “uma mestiça-

gem”, em que as “raízes são angola-nas, o caule é Portugal, a flor é o Bra-sil e o chão é a França, o solo fértilque permite a flor crescer”.O disco “Kuzola”, uma palavra quesignifica amar em quimbundo (idiomabanto de Angola), reflete essa mesti-çagem, por exemplo, nas músicas “Oque eu quero”, do angolano André

Mingas, onde o semba se misturacom o samba e “De sol, de sol” emque o maracatu afro-brasileiro de Re-cife se cruza com “algo mais funk dacultura ocidental”.Para Lúcia de Carvalho, o álbum “re-flete algo para além da música”, tem“vibrações kuzola” e “uma energiaboa”, que também espelha os lugares

visitados ao longo de 2015 e “a almade cada pessoa com quem” tocaram.O disco foi lançado em Portugal emjunho do ano passado e o próximopasso é conseguir distribuição dofilme em Portugal, no Brasil e Angola,disse à Lusa o realizador do documen-tário Hugo Bachelet. “Gostaríamosmuito que o filme fosse lançado noslocais onde filmámos porque aí émuito interessante descobrir a Lúcia,uma angolana que regressa a casa,que nunca esqueceu o país de origemapesar de se ter tornado francesa e decoabitar com duas línguas e duas cul-turas”, afirmou o realizador de 33anos.Para já, o objetivo do filme é “dar aconhecer” Lúcia de Carvalho emFrança “porque quando se canta emportuguês em França, chega-se ao pú-blico lusófono mas é complicado atin-gir o grande público”, acrescentouHugo Bachelet, sublinhando que odocumentário vai estar em antestreiaem várias salas francesas e vai ser se-guido de ‘showcases’ de Lúcia de Car-valho.Em 2017, “Kuzola - Le Chant des Ra-cines” venceu o prémio Melhor Docu-mentário e Melhor Filme Estrangeirono Festival do Filme Independente deEstocolmo e foi selecionado para o Ci-nAlfama Lisbon International FilmAwards.O documentário passou, também, emvários festivais de cinema nos EstadosUnidos, Suécia, França e Grécia,tendo sido seguido de ‘showcases’ deLúcia de Carvalho.Em 2016, Lúcia de Carvalho venceuo “Prix Cap Magellan/Mikado - TraceToca da melhor revelação artística” naNoite de Gala oferecida pela autarquiaparisiense à Comunidade portuguesa,na Mairie de Paris.O documentário “Kuzola - Le Chantdes Racines” é produzido pela CouacProductions e vai ser distribuído pelaLigne 7.

Por Carina Branco, Lusa

Alunos de Saint Germain-en-Laye e deSaint Cloud nos passos de Miguel TorgaNo livro Portugal, o escritor MiguelTorga convida o leitor para uma via-gem através do seu «reino maravi-lhoso», ou seja, Trás-os-Montes e ovale do rio Douro. Ora, criar um diá-logo entre viagem, literatura e imagemé precisamente o objetivo da exposi-ção fotográfica de Dominique Stoe-nesco, ex-professor de português doensino secundário público, intitulada«O vale do rio Douro, nos passos deMiguel Torga».A exposição dedica um espaço impor-tante aos 24 painéis de azulejos daestação de comboio do Pinhão, queevocam a terra, a labuta do homem ea beleza das paisagens transmonta-nas.Foi a partir deste trabalho que, nopassado dia 18 de maio, os alunos deportuguês das turmas de Terminale doLiceu Internacional de Saint Germain-en-Laye e do Liceu Alexandre Dumas,de Saint Cloud, puderam beneficiarde uma atividade cultural e pedagó-

gica em torno da obra de MiguelTorga, um autor que faz parte do pro-grama de literatura portuguesa do OIB(Bac - option internationale).A atividade realizou-se também noâmbito do projeto «Ler Consigo», do

Instituto Camões, que a professora deportuguês, Carla Lourenço, desen-volve nestes dois estabelecimentos eque pretende ajudar a desenvolver nosalunos o gosto pela leitura.Durante as suas intervenções, se-

guindo os passos de Miguel Torgaentre Miranda do Douro e o Porto(«Começa em Miranda do Douro eacaba na Foz, este calvário. Começaem pedra e água, e acaba em pedra eágua»), Dominique Stoenesco come-çou por mostrar o mapa da região edepois projetou algumas imagens,ilustrando a biografia do autor (nas-cido em São Martinho de Anta) emostrando as paisagens, os vinhedos,a vida local e as tradições.Em paralelo e em complemento àsimagens, os alunos leram, em voz altae de forma expressiva, alguns excertosdo livro Portugal.Abordar a obra de Miguel Torga, exce-cional tanto pela sua dimensãoquanto pela sua diversidade, atravésdeste diálogo harmonioso entre o textoe a imagem, constitui sem dúvida umduplo interesse, pedagógico e culturale constituiu uma oportunidade únicapara os alunos destas duas Secçõesinternacionais.

A 20 de junho nos cinemas franceses

Le 06 juin 2018

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Bernard Bouger, nouvelentraîneur deLusitanos deSaint Maur

Devenu le nouvel entraîneur desLusitanos de Saint-Maur pour lasaison à venir, Bernard Bouger ar-rive avec l’ambition de refaire revi-vre ses meilleures années auStade Chéron.

Comment accueillez-vous votre ar-rivée comme entraîneur del’équipe première des Lusitanos?Je suis très heureux de m’investirpleinement dans cette nouvelleaventure avec toutes les person-nes déjà présentes au club. J’ai eul’occasion de les rencontrer et deles découvrir au fur et à mesuredes négociations. J’ai vu des per-sonnes extraordinaires où tout estréuni pour mener à bien un projetambitieux sur les années à venir.

Peut-on parler de coup de cœur?Même si je les connais depuis denombreuses années, notammenten 2006, quand on les jouait enDH, je peux dire que c’est un coupde cœur. J’ai toujours eu en têteune ferveur, une ambiance, uneodeur (sourire), notamment à Ché-ron, quand je pensais aux Lusita-nos. Comme on dit dans le jargon,ça pue le football aux Lusitanos.J’ai eu l’occasion de voir de nom-breux matchs de St Maur. Notam-ment au Stade Chéron qui a étéréouvert. Pour cela, on peut félici-ter la municipalité pour le courageet tout ce qui a été mis en œuvrepour progresser. C’est un magnifi-que outil de travail pour mener àbien le projet et avoir des ambi-tions dans le football francilien.

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14 ASSOCIAÇÕES

Fórum CCPF no Consulado de ParisNo sábado 26 de maio, teve lugar noConsulado Geral de Portugal em Paris,o 3° Fórum CCPF (Coordenação dasColetividades Portuguesas de França)das Associações Lusófonas de França.Estiveram presentes cerca de duas de-zenas de associações assim que algunsdos parceiros do evento.O objetivo principal do Fórum CCPF éo de possibilitar um espaço aberto aopúblico a fim de dinamizar a rede as-sociativa lusófona em França, permi-tindo a cada associação de apresentare de promover as suas atividades, deincentivar a adesão de novos membrosou voluntária(o)s e de pôr em contactoas associações para partilha de expe-riências e criação de projetos comuns.O Fórum era gratuito tanto para o pú-blico como para as associações.As associações presentes no FórumCCPF abrangiam vários países da luso-fonia, como o Brasil, Angola ou CaboVerde e várias temáticas como a cida-dania, juventude, língua portuguesa,cultura, música, memória e solidarie-dade.

O 3° Fórum CCPF foi ainda um mo-mento de aprendizagem com váriosateliers de formação tais como «Comofalar em público» e «Como criar umprojeto associativo», assegurados pelaPresidente Marie-Hélène Euvrard, eainda o atelier «Como financiar umprojeto» assegurado pelo Adido Socialno Consulado Geral de Portugal emParis, Joaquim do Rosário e ainda pelo

Adjunto ao Cônsul Geral, Miguel Costa.A Presidente da CCPF mostrou-se sa-tisfeita com o resultado. «Os partici-pantes ficaram entusiastas com asformações e gostariam que estas for-mações continuassem e essa é preci-samente uma das missões da CCPF».Para além dos vários stands associati-vos e dos parceiros, o 3° Fórum CCPFcontou com um momento musical pro-

porcionado pela(o)s aluna(o)s da asso-ciação Academia do Fado, presididapor Valérie do Carmo.A Presidente Marie-Hélène Euvrard fezum apelo à «conjunção de sinergias»,reiterando o lema da CCPF - «Juntossomos mais fortes» - e mostrou a dis-ponibilidade da Coordenação para aajuda à criação de projetos por parte detodas as associações como por exem-plo na organização de «estadias lin-guísticas» em Portugal que a CCPF jáorganiza há alguns anos com sucesso.E deu encontro às associações para dia13 de outubro, na Mairie de Paris, diado Encontro Nacional organizado pelo15° ano consecutivo.A CCPF é uma coordenação de asso-ciações e coletividades que existe hámais de 30 anos com o objetivo de pro-mover e desenvolver a rede associativa,e de permitir uma consciencializaçãodas associações da importância dassuas atividades a nível social, culturale cívico. Valorizando a diversidade cul-tural, a CCPF desenvolve as suas ativi-dades em torno de cinco eixosprincipais: social, cultural, juventude,cidadania e lusofonia.

Coordenação das coletividades portuguesas de França (CCPF)

Por Luísa Semedo

Hérault: Rancho Tradições do Minho comemorou 9 anos de existência

A Associação Portuguesa Folclóricado Hérault festejou no passado dia26 de maio, o seu 9° aniversário.O evento teve lugar na Sala poliva-lente de Fabregues, que foi deco-rada propositadamente para oaniversário.Depois do discurso de boas-vindasda Presidente Fátima Dantas, oPresidente-Fundador da APFH,José Aguiar Lima, também proferiuum discurso carregado de emoçãoe com uma lágrima no canto doolho, para agradecer todos os pre-sentes e todos aqueles que inte-gram a associação durante estesanos.Também estava presente NathaliePinheiro, a Cônsul Honorária dePortugal em Montpellier.

A Feijoada Portuguesa parece teragradado a todos os presentes e afesta foi animada pelo grupo musi-cal «Toka e Dança» que veio propo-

sitadamente de Portugal para tocare para fazer dançar a sala.Já a noite ia longa quando a festafoi interrompida para chamar ao

palco todas as mães presentes nasala. Para marcar o Dia da Mãe,todas receberam das mãos dascrianças presentes, uma rosa ver-melha. A pequena Carla Vieira,membro da associação, cantou otema «Mãe Querida, Mãe Querida»,que emocionou os presentes. Aliás,a canção terminou com umaenorme ovação.Um enorme bolo de aniversário,patrocinado pela CCR7 foi distri-buído pelos presentes.O baile retomou até de madrugadae a Presidente da associação, Fá-tima Dantas, aproveitou para con-vidar todos os presentes para o 5°Festival de folclore do Rancho Tra-dições do Minho, que vai ter lugarno próximo dia 1 de julho, noGrand Jardin de Villeneuve-lès-Ma-guelonne.

Por Tony Inácio

Le 06 juin 2018

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LusoJornal / Tony Inácio

LusoJornal / Luísa Semedo

Par Eric Mendes

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Originários deFerreira deAves em festaem Valenton

No passado dia 26 de maio, a salaVasco de Gama abriu de novo as suasportas, desta vez para acolher a festaanual da Associação dos Originários deFerreira de Aves (AOFA).Situada no concelho de Satão, distritode Viseu, Ferreira de Aves é uma fre-guesia muito marcada pela emigraçãoao longo das últimas décadas, com es-pecial incidência nas de 60 e 70, tendosido a região de Paris um dos principaisdestinos concentrando um númerosignificativo de Ferreira de avenses.Daí ter surgido a ideia de criar uma as-sociação que reúne anualmente maisde três centenas de convivas, incluindoalguns vindos de Portugal, entre osquais o Presidente da Câmara de SatãoPaulo Santos, o Vice-Presidente Ale-xandre Vaz, o Presidente da Junta deFreguesia e Presidente honorário daAOFA, José Luís Vaz e o Padre da Pa-róquia, Nuno Amador, que mais umavez esteve presente e celebrou missapelas 18h00.Seguiu-se o jantar, a atuação da artista“Nikita” e do grupo “Zaatam”, vindotambém do concelho de Satão.Intervieram os autarcas e dirigentes lo-cais, e a festa seguiu com o baile, maisuma vez animado pelo conjunto“Omega”, igualmente originário da fre-guesia em festa.O Presidente Amândio Martins disseque este foi o 9º ano consecutivo quese realizou a festa, de novo na salaVasco da Gama, tratando-se de umaorganização que envolve mais de 20elementos, todos voluntários.Adiantou também que esta festa sejustifica porque a Comunidade estámuito dispersa na região, e há neces-sidade de estarem juntos em mais oca-siões, para além da festa anual emagosto, ajudando a manter vivas tradi-ções e costumes.

Primeira Comunhãopara jovensportuguesesde LyonNo domingo passado, a Comunidadecatólica portuguesa de Villeurbanne(69), organizou uma cerimónia religiosapara as Primeiras Comunhões de jovensde origem portuguesa na Paróquia daNatividade. O Padre Belemkobga - quecelebra para a Comunidade portuguesa- deu o sacramento da Primeira Comu-nhão aos jovens Sérgio, Nelson, Samuele Andreia, que frequentam a Cate-quese em língua portuguesa nesta Pa-róquia, sob a responsabilidade doPadre Cónego Eric Besson e do Párocoda Natividade, Etienne Guibert, mastambém das Catequistas Carla e Babo.

lusojornal.com

Festa em honra de N. Sra de Fátima terminoufestividades marianas na região de Lyon

A Associação Portuguesa de Montluel(01) organizou nos dias 26 e 27 demaio, a sua Festa em honra de NossaSenhora de Fátima, com uma vertentereligiosa, mas também com uma ver-tente profana e popular, que reuniucentenas de pessoas vindas mesmoda Suíça vizinha e da Loire.O Pároco da cidade de Montluel, Pa-trick de Varax, acolheu na sua igrejaparoquial de Notre Dame du Maraisde Montluel, a Comunidade portu-guesa e francesa que, em união, hon-raram Nossa Senhora de Fátima.No sábado 26, houve uma missa, se-guida da procissão de velas nas ruasadjacentes à igreja, animada peloPadre José Azevedo e presidida peloPadre Patrick de Varax.Pela tarde de sábado, o Padre JoséAzevedo, vindo de Lisboa, da Congre-gação Vicentina, a convite da associa-ção local, acolheu em confissão aComunidade católica e participou ànoite, na Eucaristia e também no re-citar do Terço durante a procissão de

velas.No domingo 27, às 13h30 teve inícioa celebração da Eucaristia, e no finalseguiu-se novamente uma procissãocom os andores da Imagem de NossaSenhora de Fátima, do Santo Padrede Ars, Jean Marie Vianney, e do Me-nino Jesus, nas ruas de Montluel,onde grande adjunto de devotos à Vir-gem Maria marcou presença, cantadoe rezando.Este encontro, e outros que tiveram

lugar na região Auvergne-Rhône-Alpes, fechou as festividades emhonra de Nossa Senhora de Fátimanesta região, que tiveram lugar du-rante o mês de maio.No final da tarde de domingo, tevelugar um desfile de ranchos folclóricosportugueses, entre eles «Estrelas doMinho» e «Corações do Minho», etambém a Fanfarra de Vaulx-en-Velin,que acompanhou a procissão tocandomarchas religiosas.

No final, o grupo musical Anjos daNoite, vindos da Suíça, animaram obaile e apresentaram o seu espetáculopela noite dentro.Esteve presente nesta homenagem àVirgem Maria, o Conselheiro das Co-munidades Portuguesas, Manuel Car-dia Lima.A Associação Portuguesa de Montlueltem nova Direção há quatro anos e épresidida por Filipe Marques. É a as-sociação que organiza a Festa. Mariado Céu Barros teve a seu cargo umaparte da organização, desde o orga-nista ao administrativo, e contatoscom as autoridades e polícia local.«Há mais de três meses que certascoisas tiveram de ser faladas e trata-das. Este ano tínhamos mais figuran-tes na procissão e isto dá muitotrabalho» confiou ao LusoJornal Mariado Céu Barros.Montluel fica a 25 quilómetros anorte de Lyon, no departamento deAin (01), onde a Comunidade portu-guesa também participa na ativi-dade económica e social destacidade, desde os anos 70.

Por Jorge Campos

7º Festival de folclore português animouSaint Maurice-l’Exil

No sábado, dia 26 de maio, a Asso-ciação Portuguesa de Saint Maurice-l’Exil (38) organizou o seu 7º Festivalfolclórico que contou com a participa-ção de grupos oriundos de diferentesregiões, como Rosas do Minho de LaChapelle-de-Guinchay, Verde Minhode Ternay, Flores do Norte de Pont-de-Claix, Saudades de Portugal de Vo-reppe, Juventude Alto Minho de SaintPriest, Danças Modernas de Jassans-Riottier, Corações do Minho de Jons,Os Lusitanos de Saint Martin d’Hères,para além da atuação da Mocidade doMinho de Saint Maurice l’Exil.Centenas de espetadores encheram asala Aragon de Saint Maurice-l’Exilnuma grande manifestação da cul-

tura popular portuguesa, em festaque começou pelas 14h00 e ondenão faltaram os tradicionais petiscosportugueses que todos os presentes

puderam degustar.Ao final do dia, o Presidente da Dire-ção M. Albertino mostrava a suagrande satisfação pelo forma orde-

nada como tinham decorrido as ati-vidades, salientando a grande en-trega de toda a equipa de voluntáriosque permitiram proporcionar este diaà Comunidade portuguesa.Evidenciou igualmente a presença deconvidados que abrilhantaram afesta, como Carla Gamboa e CarlaLobão da equipa da Rádio JA, que fi-zeram a apresentação do evento, deAntónio Rabeca do escritório de re-presentação do Banco SantanderTotta em Lyon e da CL Services quedeu igualmente o seu apoio à asso-ciação.O Presidente deu ainda nota que estefestival tem vindo a crescer de anopara ano, o que mostra a grande dinâ-mica e capacidade desta Comunidadeportuguesa de Saint Maurice-l’Exil.

Por Manuel Lopes

Em Montluel (01)

ASSOCIAÇÕES 15Le 06 juin 2018

Dona IsabelPura Vidente Portuguesa - 35 anos de experiência

DONS HEREDITÁRIOSTrata vários casos: Bruxaria, Inveja, Blocagem, ajuda na saúde, amor etc.

EU TENHO O DOM DE DESTRUIR O MAL QUE LHE FIZERAM

RESPONDE PESSOALMENTE A TODOS OS PEDIDOS

PARIS 17, proche Gare St-Lazare (Mº Gare St Lazare)VIRY-CHATILLON (91) 148, av. Général de Gaulle N. 7 (09h/20h)

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Dona Isabel faz rezas na sua presença

contra a magia negra e problemas pessoais

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LusoJornal / Jorge Campos

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