abolição da escravatura no brasil

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Abolio da escravatura no Brasil

Leis uma abolio gradual 1826 A Inglaterra impe ao governo brasileiro o compromisso de decretar a abolio do trfico em trs anos. 1831 Lei Feij proibe o trfico e considera livre todos os africanos introduzidos no Brasil a partir dessa data. A lei foi ignorada e chamada popularmente de lei pra ingls ver. 1833 sancionada no Parlamento a extino da escravatura, que estendida a todo o Imprio Britnico. 1845 Slave Trade Suppression Act (Bill Aberdeen) Lei britnica que proibia o comrcio de escravos entre a frica e a Amrica. 1850 lei Eusbio de Queirs probe o comrcio de escravos para o Brasil. 1854 Lei Nabuco de Arajo previa sanes para as autoridades que encobrissem o contrabando de escravos. 1865 Declarada extinta a escravido nos EUA pelo presidente Lincoln aps a guerra de Secesso.

Leis uma abolio gradual 1871 lei do Ventre Livre Concede liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os mantm sob tutela dos seus senhores at atingirem 21 anos. 1880 Joaquim Nabuco (deputado de PE) apresenta Cmara um projeto de lei propondo a abolio da escravido com indenizao at 1890. Fundao da Sociedade Brasileira contra a Escravido e de seu jornal O Abolicionista. 1883 Publicao de O Abolicionismo de Joaquim Nabuco; Criao da Confederao Abolicionista/panfleto de Andr Rebouas, Abolio imediata e sem indenizao. 1884 Extino da escravido no Cear. 1885 lei Cotegipe / Lei dos Sexagenrios, concede liberdade aos escravos com mais de 60 anos. 1887 Quilombo do Jabaquara. Santos, SP. 1888 lei urea. Extingue definitivamente a escravido no Brasil.

Abolio resistncia e movimento O escravismo manchava a imagem de nao civilizada e moderna. Criminoso e moralmente condenvel e cada vez menos rentvel. Exigncia do sistema capitalista; Presso interna/ externa Leis gradativas levou-se quase 50 anos para abolir. As leis promulgadas cuidavam mais dos interesses dos senhores do que da situao presente e futura dos emancipados.

Angelo Agostini retrata a disputa entre senhores de escravos e abolicionistas pelos escravos.

A luta dos escravos foi algo permanente durante todo o perodo da escravido. Havia muitas formas de resistncia e negociao. Quilombos palmares foi o maior e de maior durao. Resistiu aos holandeses e portugueses. Mas foram muitos os quilombos durante toda a histria da escravido. Muitos mantinham inclusive relaes de comrcio com cidades prximas. Eram um plo de resistncia de escravos fugidos e pessoas marginalizadas. Ps-1850 assiste-se a uma proliferao de quilombos. Criao de quilombos abolicionistas, com carter poltico e mantidos por abolicionistas radicais, como o de Jabaquara na regio de Santos.

Carta da lei urea. Contedo:

Declara extinta a escravido no Brasil: A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os sditos do Imprio que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:Art. 1.: declarada extinta desde a data desta lei a escravido no Brasil.Art. 2.: Revogamse as disposies em contrrio.Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execuo da referida Lei pertencer, que a cumpram, e faam cumprir e guardar to inteiramente como nela se contm.O secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas e interino dos Negcios Estrangeiros, Bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de Sua Majestade o Imperador, o faa imprimir, publicar e correr.Dada no Palcio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67. da Independncia e do Imprio.Princesa Imperial Regente.Rodrigo Augusto da SilvaCarta de lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o Decreto da Assembleia Geral, que houve por bem sancionar, declarando extinta a escravido no Brasil, como nela se declara. Para Vossa Alteza Imperial ver. Chancelaria-mor do Imprio - Antnio Ferreira Viana.Transitou em 13 de maio de 1888.Jos Jlio de Albuquerque.

Vamos! De p! Abram alas, ideia da Abolio! J no existem senzalas, Foi outrora a escravido!

LIBERTAO DOS ESCRAVOS Pedro Amrico

Abolio sem retoques especial da RHBN Jos Murilo de Carvalho aponta que o abolicionismo norte-americano e ingls teve um forte elemento religioso, principalmente dos grupos puritanos, pressionando o parlamento pela abolio. Na dcada de 1830 nos EUA j funcionavam sociedades abolicionistas, lideradas pelos quakers, movidas por valores puritanos. Em 1833 foi criada a American Anti-Slavery Society. No Brasil, nem o pensamento abolicionista se baseou na religio, nem a Igreja Catlica se empenhou na causa. Pelo contrrio, padres e ordens religiosas eram coniventes e cumplices da escravido. Nosso abolicionismo baseou-se antes em razes polticas e humanistas. De acordo com o autor essa diferena pode explicar tambm porque a abolio nos EUA, por exemplo, foi seguida de forte ao em favor dos escravos, sobretudo no campo da educao e do acesso propriedade de terra. Sobre as razes da presso inglesa pelo fim do trfico e da escravido, Manolo Florentino afirma: No podem ser levadas a srio teses que vinculam a ao britnica a imaginrias crises econmicas do cativeiro no Caribe na passagem do sculo XVIII par a o seguinte. O trfico seguia lucrativo e no passava pela cabea de nenhum lder ingls srio que a demanda americana por bens britnicos pudesse aumentar com o fim da escravido. Mas tudo isso continua a ser ensinado para nossos filhos e netos. O abolicionismo britnico tinha natureza cultural e poltica. Na vanguarda do movimento estavam ativistas que no abriam mo da crena na unidade do gnero humano. Mas o pulo do gato (...) foi insistir no sofrimento do africano como metfora do arbtrio vivido pelo ingls comum. Diferentes projetos para a abolio os mais radicais, como o de Andr Rebouas foi derrotado: Dedicado a compreender os mecanismos que emperravam o desenvolvimento do pas, chegou concluso de que vivamos um bloqueio estrutural para a emergncia de indivduos livres. E que a libertao dos escravos, por si s, no seria suficiente. Entendia a abolio como um primeiro passo, ao qual se seguiria uma necessria eliminao do monoplio da terra.

As camlias do Leblon A discusso sobre qual a data realmente mais representativa para a comunidade negra no Brasil mais do que poltica ou histrica. , essencialmente, simblica. por isso que, ao lanar olhares de reviso ao papel do 13 de maio, muitos historiadores resgatam elementos que so smbolos com fora no imaginrio da populao - algo que pode explicar at mesmo a necessidade que o movimento negro teve, originalmente, de repudiar as celebraes oficias da Abolio. Foi o que o historiador e pesquisador da Fundao Casa de Rui Barbosa Eduardo Silva fez no livro As Camlias do Leblon e a Abolio da Escravatura (Companhia das Letras), uma obra que traa uma vibrante e delicada arqueologia entre as camlias brancas que enfeitavam o gabinete de trabalho da princesa Isabel, na Corte, e um quilombo localizado no que hoje um dos bairros mais restritos da zona sul carioca, o Leblon. Silva resgata o cotidiano de um quilombo abolicionista localizado em pleno Rio de Janeiro, que produzia em larga escala as camlias que se tornaram a flor-smbolo do movimento pela libertao dos negros - uma identificao que, segundo Silva, foi relegada a segundo plano nas interpretaes posteriores que se fizeram da luta por libertao, em detrimento da prpria participao do negro no processo. - A camlia como smbolo do abolicionismo sempre foi tomada como um detalhe folclrico menor. Quando se faz isso, quando se retira esse simbolismo popular, com o qual os negros libertos, refugiados ou militantes sempre tiveram muita identificao, o que sobra realmente a princesa Isabel, e a lgico que o movimento negro s poderia refutar essa interpretao que jogava sobre uma princesa de ascendncia europia toda a importncia por um ato que foi o pice de uma luta libertria - comenta o historiador. Silva esbarrou na questo das camlias ao passear pelo jardim da Casa de Rui Barbosa, onde se situa a fundao. Notou que a residncia tinha camlias plantadas em pontos estratgicos, perfeitos para serem vistos por quem passava na rua. A partir da, o pesquisador retraou a histria da camlia como esse smbolo que a histria republicana apagara.

As camlias cultivadas no Quilombo do Leblon se tornariam smbolo do movimento e se destacavam nos vestidos de muitas senhoras da Corte e nos ramalhetes de camlias com os quais se presenteavam as pessoas. Enfeitavam tambm os jardins das casas, para identificar seus dono como abolicionistas e foram as camlias do jardim da Casa de Rui Barbosa no Rio de Janeiro que motivaram as pesquisas

O movimento abolicionista mexeu com a sociedade brasileira, contou-se com a atuao de artistas, intelectuais, estudantes, organizao de comcios, espetculos, debates, conferncias, literatura e poesia, peas teatrais. A participao da imprensa tambm foi fundamental. Recusava-se a noticiar as fugas de escravos e noticiavam artigos, escritos e panfletos abolicionistas. A luta parlamentar divide liberais e conservadores, mas as leis emancipacionistas foram aprovadas por gabinetes conservadores, no intuito de conter o radicalismo do movimento. O Exrcito, que lidera a proclamao da repblica mais tarde, tambm tem uma atuao importante, recusando-se a fazer o papel de capit-do-mato a partir de 1876.

Abolicionistas Jos do Patrocnio: famoso articulista, filho de escrava, cria com Andr Rebouas, cria com Andr Rebouas uma associao que rene clubes abolicionistas do pas. Mais tarde acusado de estimular a formao de uma guarda negra, bando de escravos libertos. Se toda propriedade roubo, a propriedade escrava roubo duplo, contrria aos princpios humanos que qualquer ordem jurdica deve saber.

Joaquim Nabuco: deputado pelo partido liberal, funda, em 1880 a Sociedade e torna o maior portavoz do abolicionismo legalista e parlamentar.

Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de aoite... Legies de homens negros como a noite, Horrendos a danar... Negras mulheres, suspendendo s tetas Magras crianas, cujas bocas pretas Rega o sangue das mes: Outras moas, mas nuas e espantadas, No turbilho de espectros arrastadas, Em nsia e mgoa vs! E ri-se a orquestra irnica, estridente... E da ronda fantstica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no cho resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma s cadeia, A multido faminta cambaleia, E chora e dana ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martrios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capito manda a manobra, E aps fitando o cu que se desdobra, To puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais danar!..."

Castro alves: mesmo muito jovem se mobiliza com a causa da escravido. Indignado com as condies humanas, tornou-se o poeta dos escravos.

Na luta contra a escravido, algumas pessoas se destacam por sua dedicao causa. Vamos conhecer alguns destes homens que ficaram conhecidos como abolicionistas? Joaquim Nabuco Nascido no Recife, Pernambuco, em 19 de agosto de 1849, Joaquim Nabuco desde cedo conviveu com a dura realidade dos escravos. Na infncia, o menino de famlia aristocrata se alfabetizara junto com os filhos dos escravos numa escolinha construda pela madrinha. Estudou Direito em So Paulo e Recife, escreveu poemas, era um patriota. Foi colega de Castro Alves e de Rui Barbosa. O tema da escravido estava presente em sua obra literria desde seu primeiro trabalho, nunca publicado, chamado "A escravido". Porm, teve sucesso quando, em 1883, publicou "O Abolicionismo", durante perodo em que esteve em Londres. Quando retornou ao Brasil, seguiu carreira poltica. Foi um grande parlamentar, um excelente orador. Fez uso de seu reconhecido talento pblico para lutar pela causa abolicionista, junto com Jos do Patrocnio, Joaquim Serra e Andr Rebouas. interessante observar que Nabuco era a favor da monarquia e ainda assim serviu fielmente Repblica como diplomata em Londres e Washington, aps o fim do Imprio. Joaquim Nabuco afirmava que a escravido no Brasil era "a causa de todos os vcios polticos e fraquezas sociais; um obstculo invencvel ao seu progresso; a runa das suas finanas, a esterilizao do seu territrio; a inutilizao para o trabalho de milhes de braos livres; a manuteno do povo em estado de absoluta e servil dependncia para com os poucos proprietrios de homens que repartem entre si o solo produtivo". Morreu em Washington, no ano de 1910. Rui Barbosa Rui Barbosa nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849. Incansvel, exerceu as mais variadas atividades profissionais. Foi advogado, jurista, jornalista, ensasta, orador, diplomata, deputado, senador, ministro e candidato a Presidente da Repblica duas vezes. Sua participao na luta contra a escravido foi uma das manifestaes de seu amor ao princpio da liberdade todo tipo de liberdade. Assim como Joaquim Nabuco, estudou Direito em Recife e em So Paulo, mas foi no Rio de Janeiro que Rui Barbosa abraou a causa da abolio. Contudo, a defesa da liberdade tambm levou-o a ser exilado, em 1893, quando discordara do golpe que levou Floriano Peixoto ao poder e, por isto, pedira a libertao de presos polticos daquele governo ditatorial. Destaca-se em sua biografia sua passagem como presidente da Academia Brasileira de Letras, substituindo Machado de Assis, e o grande prestgio de ser eleito Juiz da Corte Internacional de Haia. Morreu em 1923.

Jos do Patrocnio Natural de Campos, no Rio de Janeiro, Jos do Patrocnio nasceu em 8 de outubro de 1854. Era filho de pai branco, padre, e me negra, escrava. Freqentou a Faculdade de Medicina e se formou aos 20 anos de idade, mas sua principal atuao foi como jornalista. Comeou na Gazeta de Notcias, em 1875, e quatro anos depois juntou-se a Joaquim Nabuco, Lopes Trovo, Teodoro Sampaio, entre outros, na campanha pela abolio do regime escravocrata. Em 1881, tornou-se proprietrio de um jornal, a Gazeta da Tarde, e fundou a Confederao Abolicionista, para a qual elaborou um manifesto junto com Andr Rebouas e Aristides Lobo. Assim como Rui Barbosa, foi contra o governo de Floriano Peixoto, o que o obrigou a ser desterrado e tirou de circulao seu jornal, o Cidade do Rio, fundado em 1887. Com isto, afastou-se da vida poltica e terminou por falecer no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1905. Andr Rebouas Andr Rebouas, nascido em 1838, era filho de escravos. Estudou no Colgio Militar do Rio de Janeiro e se formou em Engenharia na Europa. Foi professor da Escola Politcnica, e durante toda sua vida preocupou-se com a realidade brasileira. O problema dos escravos, naturalmente, no lhe passou despercebido. Escreveu, junto com Jos do Patrocnio e Aristides Lobo, o manifesto da Confederao Abolicionista de 1883; foi co-fundador da Sociedade Brasileira Anti-Escravido e contribuiu financeiramente para a causa abolicionista. Apoiou a reforma agrria no Brasil e foi tambm inventor. Exilou-se voluntariamente na Ilha da Madeira, na frica, em solidariedade a D.Pedro II e sua famlia, e l morreu em absoluta pobreza.

Lus Gama Tal como Jos do Patrocnio, Lus Gama foi filho de uma miscigenao de cores. Seu pai era branco, de rica famlia da Bahia, e sua me era uma africana rebelde. Contudo, um episdio trgico faria com que se afastasse da me, exilada por motivos polticos, e fosse vendido como escravo pelo prprio pai, vendo-se beira da falncia. Assim, viveu na prpria pele o cotidiano de um escravo. Foi para o Rio e depois So Paulo. Aprendeu a ler com ajuda de um estudante, no lugar onde trabalhava como servente, mas logo fugiu pois sabia que sua situao era ilegal, j que era filho de me livre. Da trabalhou na milcia, em jornais, escrevendo poesia e como advogado, at conhecer Rui Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco, com quem se uniria para lutar pelo fim da escravido. Fez do exerccio da advocacia uma oportunidade para defender e libertar escravos ilegais. Antnio Bento Antnio Bento era um abolicionista de famlia rica de So Paulo. Foi advogado, Promotor Pblico e depois Juiz de Direito. Seus mtodos no-ortodoxos, intransigentes e revolucionrios para libertao dos negros o tornaram famoso. Promovia, juntamente com os membros da Ordem dos Caifazes (considerada subversiva na poca), proteo a escravos que fugiam e incentivava a evaso dos negros das grandes fazendas. Os historiadores narram que, para Antnio Bento, a escravido era uma mancha na histria do Brasil. Cristo fervoroso, h um registro de um episdio em que um negro, que havia sido torturado, teria sido levado por Antnio Bento a uma procisso. O efeito causado, alm de mostrar as agruras da escravido, foi de uma inevitvel comparao do martrio do negro ao martrio de Cristo.

Revoluo Praieira, Questo Christie, Guerra do Paraguai...

Revoluo Praieira Movimento de carter liberal e separatista. ltimo sopro das revoltas no II Reinado. PE (1848-1850) Revoluo de carter ideolgico, j influenciado pelos movimentos socialistas e nacionalistas da Europa. Ideias liberais, autonomia provincial, repdio monarquia e manifestaes republicanas. Tem carter poltico, economico e social, com forte participao popular. O nome da revolta vem do local onde existia o jornal liberal Dirio Novo Rua da Praia. Grandes males da provncia estrutura agrria e o monoplio do comrcio pelos estrangeiros. Disputa pelo domnio fundirio e poltico da famlia CAVALCANTI. Liberais perdem o poder para os conservadores e se revoltam; as famlias mais ricas conseguiam comprar escravos a preos mais baixos e com mais facilidade. "Quem viver em Pernambuco no h de estar enganado:Que, ou h de ser Cavalcanti,ou h de ser cavalgado. A causa imediata da revolta foi a retirada do presidente de provncia liberal do poder e sua substituio por um conservador que no combateria os gabirus, aristocracia latifundiria de PE. Associado insatisfao da situao econmica e social da provncia, os rebeldes, que tinham como base senhores de engenho ligados ao partido liberal bem como um ncleo urbano iniciaram uma guerrilha sobre Recife, mas foram derrotados.

O programa era favorvel ao federalismo, abolio do Poder moderador, expulso dos portugueses, nacionalizao do comrcio, defesa do sufrgio universal, liberdade de imprensa, reforma do poder judicirio. No falavam da abolio da escravido. Documento entitulado o Manifesto do Mundo e criam o Partido da Praia, em oposio ao Partido conservador e liberal. Recebem forte adeso popular urbana, os que viviam em extrema pobreza, pequenos arrendatrios, boiadeiros, mascates e negros libertos. Formaram um exrcito de cerca de 2.500 homens.

Questo Christie

Estremecimento das relaes internacionais entre Brasil e GrBretanha entre 1861 e 1865. Dois incidentes levam a Inglaterra a exigir do Brasil um posicionamento diplomtico ao qual este se recusa, levando ao rompimento temporrios das relaes entre os dois pases. O embaixador ingls responsvel pela situao foi William Christie. Lei de 1845 e sentimento antibritnico. O naufrgio do Prince of Wales foi o primeiro episdio (1861). O navio navegava pela costa do RS quando a embarcao encalhou. A tripulao tendo abandonado o navio para buscar ajuda, a carga foi roubada por um grupo de brasileiros, bem como provocaram a morte de parte da embarcao.

Christie pediu ao Brasil e ao Imperador um pedido oficial de desculpas e a indenizao pela carga, sendo recusado por D. Pedro II. No Rio de Janeiro, em 1862, dois marinheiros ingleses da Royal Navy, tripulantes, mas em trajes civis andavam embriagados pelas ruas, envolveram-se em uma briga com marinheiros brasileiros e foram levados priso pela polcia porturia, sendo soltos no dia seguinte. O Brasil solicitou que os marinheiros ingleses fossem colocados disposio da polcia brasileira.

Christie cobra a indenizao, os pedidos de desculpas e a demisso dos marinheiros brasileiros e ameaou bloquear a bahia da Guanabara. O governo brasileiro responde dizendo que estaria pronto para a guerra. No RS e no RJ manifestaes populares contra os ingleses surgem nas ruas. Diante das tenses foi convocado o Rei da Blgica para mediar o conflito que deu parecer favorvel ao Brasil . Em 1865 o governo britnico pede desculpas oficiais ao imperador e so reatadas as relaes diplomticas.

A Guerra do Paraguai Diferentes formas de compreender a guerra: vises ps-guerra; viso marxista anos 19601970; viso historiogrfica atual. Contexto ps-independncia e crise platina. Uruguai e Paraguai e sua relao com Buenos Aires. Brasil como nica monarquia pretenses expansionistas e interesses comerciais na regio do Rio da Prata. Interesses e imperialismo britnico na regio. Buenos Aires como centro desses interesses na regio.

ARGENTINA: FEDERAIS (Rosas) X UNITRIOS (Urquiza) URUGUAI: BLANCOS (Aguirre) X COLORADOS (Flores) PARAGUAI: DITADURA FRANCIA; CARLOS LPEZ; SOLANO LPEZ (incio de uma reabertura e investimentos na industrializao). Autonomia no reconhecida pelos portenhos fechamento do comrcio, bloqueio do acesso ao mar pelo esturio.

Estncias da Ptria. Algodo paraguaio. Solano Lpez busca por um contato maior com o comrcio externo e modernizao do pas. Maior interesse pelo controle da navegao. 1862 sobe ao poder Mitre na ARG (derrota dos federais em 1853), aliando-se ao governo BR. Alia-se aos colorados e defende a livre navegao. PAR e URU aliana em torno dos interesses contra ARG e BR. Lpez alia-se aos blancos. Guerrilhas coloradas combatiam o governo Blanco de Aguirre. Blancos no poder eram apoiados Solano Lpez. Colorados eram liderados por Venancio Flores e recebiam ajuda do Brasil e da Argentina. BR e PARAGUAI contendas em relao fronteira e livre navegao pelo Rio Paraguai. Alegando ameaas populao brasileira na regio fronteiria, a esquadra imperial avanou para o Uruguai. Manobra do governo de Buenos Aires e do Brasil para reconduzir o colorado Flores ao poder.

1864 esquadra BR bloqueia Montevideu e sitia a cidade de Paisandu. Solano Lpez ordena apresamento do navio BR carregando o governador de MT. Rompe relaes com o BR e probe a navegao BR em guas paraguaias. Uruguai invade o MT por terra. Lpez pede autorizao da ARG para atravessar Corrientes e Entre Rios para chegar ao Uruguai e atacar o BR. ARG nega. 03/1865 - PAR declara guerra ARG. 01/05/1865 formada a TRPLICE ALIANA. Emprstimo com a Inglaterra. Aliados esperam que a guerra duraria pouco tempo e seria facilmente vencida. Lopes, porm, estava preparado militarmente e seu exrcito no inicio do conflito era maior e motivado. O BR tinha superioridade naval.

Ao longo da guerra e diante das dificuldades surgidas as foras do exercito aliado crescem. O Brasil passa a recrutar (recrutamento forado) e recebe tambm ajuda dos voluntrios da ptria. Muitos escravos vo guerra. Lei de 1866 concede liberdade aos escravos da Nao.

Duas fases: na primeira o PAR mostra-se na ofensiva, nos territrio de BR, ARG e URU. Na segunda fase passa ofensiva e a guerra se concentra em territrio paraguaio onde se desfecha. Paraguai completamente devastado. Batalha de Riachuelo marinha BR destri a PAR. Aliados bloqueiam o PAR e o rio Paran. Fortificaes inimigas como a de Humait conseguem resistir. Sistema defensivo dos paraguaios. PAR em Corrientes invadem o RS e so derrotadas. A partir de 1865 a guerra passa ao territrio PAR. Tuiuti a maior batalha em terra Marechal Osrio. Revs em Curupaiti.

Consolidao do exrcito BR. Imprio tinha um desorganizado corpo. Componentes da Guarda Nacional estavam isentos de trabalhar para o exrcito. Nomeao de Caxias para o comando das foras BR em 1866. Em 1868 ele assume o comando da trplice aliana. Modernizao do Exrcito, reorganizao. BR assume a guerra quase sozinho. 1868/1869 Caxias consegue vencer em Humait. Dezembradas. BR entra em Assuno. Caxias substitudo pelo Conde dEu. 1870 exrcito BR consegue vencer o resto do exrcito PAR, j formado apenas por velhos, meninos e enfermos. Cerro Cor. ltimo combate que matou quase trs quartos da populao paraguaia, 150 mil BR e 35 mil ARG e URU. Lpez foi perseguido e morto e seu corpo mutilado.

Enquanto o exrcito paraguaio lutava para defender com a prpria vida a terra, o direito ao trabalho e dignidade humana, os exrcitos aliados refletiam em suas fileiras suas prprias contradies: O exrcito imperial trazendo em seu bojo a prpria expresso da monarquia escravista; formado em sua maioria pela massa negra oprimida no trabalho escravo e que continua sendo levada ao matadouro pelas classes dominantes do Imprio; O exrcito da Argentina para ser formado tem mais argentinos mortos na retaguarda, na represso aos movimentos contrrios guerra, do que as baixas ocorridas na linha de frente; acorrentados, so levados para o campo de batalha (...) alm de se formarem legies de estrangeiros enganados na Europa, colocados na guerra fora.

O exrcito do Uruguai apenas um aglomerado de poucos soldados, orientados pelo sentimento caudilhesco expresso em Flores: para ele a guerra era apenas um bom negcio de onde tirava dinheiro do Brasil. Consequncias da Guerra: PAR perda de quase toda a sua populao e de uma grande parte de seu territrio. O modelo de desenvolvimento criado por Francia cai por terra. O pais mergulha em uma grave crise social, econmica, poltica. Propriedades antes estatais foram vendidas, muitas vezes a estrangeiros. Passou a ser exportador de produtos sem importncia. BR endividamento e crescente interveno inglesa na economia BR. Fornecedora de armamentos e de emprstimos. Inflao, importao para a guerra, queda no preo da caf, emisso de papel moeda. Questionamento

1870s exrcito BR moderno e numeroso, mas contaminado pelo vrus abolicionista e republicano inoculado pelo prprio inimigo. Grande nmero de integrantes das camadas inferiores daquela sociedade escravista foi atrada para as fileiras militares. Muitos alcanaram o oficialato, misturando-se com oriundos das elites rurais, ficando em permanente contato com com ex-escravos. Na volta da guerra, abraaram a causa da abolio. Conviveram tambm com os lideres republicanos e faziam comparaes com a arrogncia dos grandes senhores do Exrcito Imperial.

da opinio pblica sobre a conduo da guerra. Impopularidade do governo de D. Pedro II.

Abolio. Surgimento do movimento republicano. Atritos com a Igreja e com o Exrcito. Fundo de transformaes socioeconmicas que deram origem a novos grupos sociais e receptividade s idias de reforma. O REPUBLICANISMO: Um dos resultados da alterao do mapa econmico do Brasil. Empresrios industriais, cafeicultores do Oeste paulista, camadas mdias urbanas ansiavam por mais representao econmica. Unidade, mas necessidade de fazer parte das decises da vida nacional. Controlados pelos caciques da poltica. Novas necessidades ditadas pela insero do Brasil nos mercados mundiais. Anseios federalistas ainda estavam presentes. 1868 crescente oposio entre liberais moderados e liberais radicais. Oposio ao poder moderador e apoio de uma nova gerao de polticos, no integrados ao tradicional jogo poltico. Radicalizao das posies at se chegar idia de mudana do regime. Jornal Correio Nacional expressa as posies polticas (Rangel Pestana e Limpo de Abreu) lutavam pela extino do poder moderador, da guarda nacional e do conselho de estado, descentralizao poltica, eleio de presidentes provinciais, abolio da escravido, voto extensivo a todos, ensino livre. [Quintino Bocaiva, Tefilo Ottoni, Aristides Lobo...]

Crise do II Reinado

1869 Clube da Reforma propunha mudanas graduais, como no sistema de escolha dos senadores. 1870 Luis gama e Amrico Brasiliense fundam uma loja manica em SP. Defendem a abolio imediata. Apenas proprietrios que no tivessem escravos entravam. Campo Sales, Prudente de Morais. LANAMENTO DO MANIFESTO REPUBLICANO. Jornal A Repblica. Boa parte de seus seguidores provinham das camadas mdias urbanas e eram profissionais liberais e jornalistas. Linguagem inflamada e revolucionria. Endereava suas criticas em nome da soberania do povo. Defendia a liberdade de conscincia, de imprensa, de associao e de ensino. Propunha uma nova Constituio e desfraldava a bandeira do federalismo. Descaso inicial em relao ao documento. Logo surgiram manifestaes de apoio. Fundao do Clube Republicano no RJ. Clubes radicais passam a se chamar de republicanos. Provncias mandavam cartas de adeso. 1873 fundao do PARTIDO REPUBLICANO PAULISTA. Conveno de Itu (centro cafeeiro de SP) primeira tentativa de centralizar as iniciativas republicanas. Burguesia cafeeira. Ponto do programa consistia na Federao. Imprio seria incompatvel com a federao. Autonomia era controle da poltica bancria e de imigrao, descentralizao das rendas. Era preciso dotar o Estado de maior flexibilidade para que agisse como mediador nos conflitos ligados formao e existncia de um mercado de trabalho livre.

REPUBLICANO SP X RJ SP maior nfase na federao; menor interesse na defesa das liberdades civis e polticas; adiamento da questo abolicionista at as vsperas da abolio. Sub-representao dos deputados paulistas e da aplicao das rendas do governo. Partidos de fato SP e MG. Em 1884 o PRP consegue eleger Campos Sales e Prudente de Morais. ORDEM E PROGRESSO. A QUESTO RELIGIOSA: Tenso entre Igreja e Estado. 1824 unio entre trono e o altar. Religio catlica era a oficial, mas o Estado se reservava o direito de conceder ou negar validade a decretos eclesisticos. Regime de padroado (Imperador tinha o poder de criar e prover os cargos eclesisticos mais importantes; o vaticano deveria apenas confirmar). Submisso da igreja ao Estado sacerdotes eram pagos pelo governo, como funcionrios pblicos.

1848 novas diretrizes do Vaticano. Ofensiva contra a maonaria (anticlerical). No BR, vrios sacerdotes pertenciam maonaria. Ultramontanos restabelecer o poder do papa sobre os cleros nacionais. 1869/70 a infalibilidade do papa foi reafirmada pelo Conclio Vaticano I. Condenou-se as liberdades modernas e reafirmou o poder espiritual. No Brasil os conflitos comearam logo depois da aprovao da Lei do Ventre Livre, em 1871. Numa loja manica, o padre Almeida Martins saudou o Visconde de Rio Branco pela nova lei. Ocorre que o Visconde, alm de presidente do Conselho de ministros, era gro-mestre da maonaria. A igreja puniu o sacerdote. No ano seguinte o frei Vital Maria, ultramontano, foi sagrado bispo de Olinda. Quando uma loja manica anunciou uma missa para anunciar o aniversrio de fundao, o bispo proibiu a celebrao e comeou uma campanha para que os catlicos, em especial os padres, abandonassem a confraria. Dois sacerdotes desobedientes foram proibidos de celebrar a missa.

No PA, o bispo tambm comea a aplicar medidas contra os maons. Maonaria passa a denunciar a nova poltica. O Conselho de Estado manda suspender as punies aos padres. A bula papal no tinha sido aprovada pelo Imperador. Os bispos contestam. O Brasil manda representantes para negociar no Vaticano quando o bispo D. Vital preso, julgado e condenado. 1875 queda do gabinete de Rio Branco, D. Pedro II anistia os dois bispos, mas as relaes entre estado e igreja j estavam comprometidas.

A QUESTO MILITAR: Decrescente importncia dos militares na vida da nao desde a abdicao de D. Pedro I. Temor da participao do exrcito nas agitaes populares e do surgimento de pequenos Bonapartes. At 1850 tinha uma composio elitista. Baixa remunerao, cada vez mais jovens das classes inferiores optavam pela carreira das armas. A partir da mudanas, portadores de diploma tinham mais privilgios. Reorganizao da Academia Militar. Surgem crticas em relao ao governo do Imprio. Aps a guerra o Exrcito se refora como corporao. Aparecem as contradies do Imprio. Um pas escravista que tinha escravos para defend-lo. O exrcito voltou da guerra consciente de seu papel e da sua importncia para a vida nacional. Dispostos a agirem politicamente. Aumento dos soldos e reduo do contingente restries corporao. Abismo entre polticos e militares. Estes acreditavam ser incumbidos de uma misso salvadora diante da corrupo da vida pblica.

Cpula militar continuava a apoiar a monarquia, mas os oficiais de baixa patente eram receptivos a novas idias, influenciados por Benjamin Constant. Benjamin Constant classificava a atuao poltica da oficialidade como incompatvel com a lealdade militar, para dizer a seguir, que o Exrcito devia intervir, como libertador da ptria quando so conspurcadas pela tirania as liberdades pblicas, quando so falseadas as garantias constitucionais e o poder constitudo se torna inimigo da nao. Ao mesmo tempo, Floriano Peixoto clamava pela ditadura militar: como liberal que sou, no posso querer para o meu pas o governo da espada, mas no h quem desconhea, e a esto os exemplos, de que ele o que sabe purificar o sangue do corpo social, que como o nosso est corrompido. Conflitos Estado x Militares. (Sena Madureira e Deodoro da Fonseca). 1887 fundao do Clube Militar. Eleies de militares para o Congresso. Perspectiva de um III reinado contra a qual se mobilizavam vrios polticos como Silva Jardim.

Princesa Izabel assumia pela 3 vez a regncia; depois da lei urea muitas crticas e a perda de prestgio e apoio poltico. Em 1888 D. Pedro II volta ao BR, mas no assume novamente o poder. Afastado por sade, fica muito tempo em Petrpolis. Crescia a propaganda republicana. Maio de 1889 confronto entre radicais e evolucionistas no congresso do Partido Republicano. Silva Jardim X Quintino Bocaiva. Aproximao de republicanos, civis e militares. entre maio de 1888 e novembro de 1889 o regime monrquico agonizou. Estava desautorizado pelos escravistas descontentes com a lei urea, perturbado pelos rumores a respeito do estado de sade do imperador, e, tambm, abandonado pelos antigos adeptos. soluo militar. Novo gabinete visconde de Ouro Preto. Incapacidade dos monarquistas de apresentarem uma soluo para a crise. Ouro preto acreditava que alguns pontos do programa republicano deveriam ser aplicados para manter a ordem. 9 de novembro o Clube Militar formalizou o rompimento com o regime.