pt 342-18 - eia duplicação da sp-255 via paulista final

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PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7 Site: www.cetesb.sp.gov.br 342/18/IE Data: 10/09/2018 1/81 PROCESSO: CETESB 86/2018 (e.amb 016698/2018-65) INTERESSADO: Concessionária Via Paulista S/A ASSUNTO: Solicitação de Licença Ambiental Prévia – LP para a Duplicação da SP- 255, do km 83+200 ao km 137+950, do km 137+950 ao 147+300 e do km 155+770 ao km 179+600 MUNICÍPIOS: Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado, Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê 1. INTRODUÇÃO Trata-se da análise de viabilidade ambiental do projeto de Duplicação da SP-255, do km 83+200 ao km 137+950, do km 137+950 ao 147+300 e do km 155+770 ao km 179+600, nos municípios de Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado, Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, sob a responsabilidade da Concessionária Via Paulista S/A. A análise realizada pela equipe técnica do Departamento teve por base as informações contidas nos documentos relacionados ao Processo CETESB.016698/2018-65, dentre os quais se destacam: Estudo de Impacto Ambiental – EIA e Relatório de Impacto Ambiental – RIMA elaborados pela empresa Concremat Ambiental Engenharia e Tecnologia S/A para a solicitação de Licença Ambiental Prévia – LP do empreendimento, inseridos no sistema e-ambiente da CETESB em 18/04/2018; Publicação do pedido de LP no Diário Oficial do Estado de São Paulo de 27/04/2018; Certidão de Uso do Solo nº 44/2018 emitida em 02/03/2018 pela Prefeitura do Município de Araraquara, em atendimento ao art. 10 da Resolução CONAMA 237/97; Parecer Técnico Ambiental nº 033/2018 emitido em 14/08/2018 pela Prefeitura do Município de Araraquara, em atendimento ao art 5º da Resolução CONAMA 237/97; Certidão s/nº emitida em 02/04/2018 pela Prefeitura da Estância Turística de Barra Bonita, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 Certidão s/nº emitida em 07/03/2018 pela Prefeitura Municipal de Boa Esperança do Sul, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 Certidão nº 62/2018 emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Bocaina, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 Declaração s/nº emitida em 15/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Dourado, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 Certidão s/nº emitida em 03/03/2018 pela Prefeitura da Estância Turística de Igaraçu do Tietê, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 Certidão s/nº emitida em 19/02/2018 pela Prefeitura do Município de Jaú, em atendimento ao art 5º da Resolução CONAMA 237/97; Certidão s/nº emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura do Município de Jaú, em atendimento ao art. 10 da Resolução CONAMA 237/97; Certidão s/nº emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Trabiju, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97; Anotações de Responsabilidade Técnica – ART, em nome de: Maria Josefina Reyna Kurtz (ART nº 2018/02199-CRBIO) responsável pela coordenação dos estudos para a elaboração do EIA/Rima para obtenção da LP e LI; Felipe Seabra Mayer (ART nº 2018/02219-CRBIO) responsável pela coordenação dos estudos do meio biótico;

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Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

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Nº 342/18/IE

Data: 10/09/2018

1/81

PROCESSO: CETESB 86/2018 (e.amb 016698/2018-65)

INTERESSADO: Concessionária Via Paulista S/A ASSUNTO: Solicitação de Licença Ambiental Prévia – LP para a Duplicação da SP-

255, do km 83+200 ao km 137+950, do km 137+950 ao 147+300 e do km 155+770 ao km 179+600

MUNICÍPIOS: Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado, Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê

1. INTRODUÇÃO Trata-se da análise de viabilidade ambiental do projeto de Duplicação da SP-255, do km 83+200 ao km 137+950, do km 137+950 ao 147+300 e do km 155+770 ao km 179+600, nos municípios de Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado, Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, sob a responsabilidade da Concessionária Via Paulista S/A. A análise realizada pela equipe técnica do Departamento teve por base as informações contidas nos documentos relacionados ao Processo CETESB.016698/2018-65, dentre os quais se destacam:

• Estudo de Impacto Ambiental – EIA e Relatório de Impacto Ambiental – RIMA elaborados pela empresa Concremat Ambiental Engenharia e Tecnologia S/A para a solicitação de Licença Ambiental Prévia – LP do empreendimento, inseridos no sistema e-ambiente da CETESB em 18/04/2018;

• Publicação do pedido de LP no Diário Oficial do Estado de São Paulo de 27/04/2018; • Certidão de Uso do Solo nº 44/2018 emitida em 02/03/2018 pela Prefeitura do

Município de Araraquara, em atendimento ao art. 10 da Resolução CONAMA 237/97; • Parecer Técnico Ambiental nº 033/2018 emitido em 14/08/2018 pela Prefeitura do

Município de Araraquara, em atendimento ao art 5º da Resolução CONAMA 237/97; • Certidão s/nº emitida em 02/04/2018 pela Prefeitura da Estância Turística de Barra

Bonita, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 • Certidão s/nº emitida em 07/03/2018 pela Prefeitura Municipal de Boa Esperança do

Sul, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 • Certidão nº 62/2018 emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Bocaina, em

atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 • Declaração s/nº emitida em 15/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Dourado, em

atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 • Certidão s/nº emitida em 03/03/2018 pela Prefeitura da Estância Turística de Igaraçu

do Tietê, em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97 • Certidão s/nº emitida em 19/02/2018 pela Prefeitura do Município de Jaú, em

atendimento ao art 5º da Resolução CONAMA 237/97; • Certidão s/nº emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura do Município de Jaú, em

atendimento ao art. 10 da Resolução CONAMA 237/97; • Certidão s/nº emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Trabiju, em

atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97; • Anotações de Responsabilidade Técnica – ART, em nome de: Maria Josefina Reyna Kurtz (ART nº 2018/02199-CRBIO) responsável pela

coordenação dos estudos para a elaboração do EIA/Rima para obtenção da LP e LI; Felipe Seabra Mayer (ART nº 2018/02219-CRBIO) responsável pela coordenação dos

estudos do meio biótico;

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Thiago de Oliveira Machado (ART nº 2018/02238-CRBIO) responsável pela coordenação dos estudos e projetos de pesquisa;

Fernanda Nascimento Nery Dias (ART nº 28027230180408356-CREA/Geógrafa) responsável pela coordenação dos estudos do meio físico;

Regina Stela Nespoli (ART nº 28027230180408433-CREA/Geógrafa) responsável pala coordenação dos estudos de avaliação de impacto ambiental;

Hélio Garcia Paes (ART nº 28027230180408462 - CREA/Geógrafo) responsável pela coordenação dos estudos do meio socioeconômico;

Jamile Cardoso Pires (ART nº 2018/02281-CRBio/Biólogo), responsável pela coordenação do meio biótico.

• Termo de Referência Específico TRE nº 109/IPHAN-SP emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 26/02/2018, anuindo à emissão da Licença Prévia – LP do empreendimento;

• Relatório de Vistoria nº 018/18/IETR referente à vistoria realizada pela equipe técnica da CETESB ao local do empreendimento nos dias 06, 07 e 08/06/2018;

• Atas das Audiências Públicas realizadas nos municípios de Araraquara, Jaú e Barra Bonita de 05 a 07/06/2018 e respectivas manifestações encaminhadas à CETESB;

• Parecer Técnico nº 012/IPRS/18 emitido pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo - IPRS da CETESB em 23/05/2018;

• Parecer Técnico nº 043/CEEQ/2018 emitido pelo Setor de Atendimento a Emergências – CEEQ da CETESB em 25/05/2018;

• Informação Técnica nº 025/2018/IPAR emitida pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações - IPAR da CETESB em 20/08/2018;

• Informação Técnica nº 015/18/IETR de 16/07/2018 solicitando esclarecimentos e informações complementares para a continuidade da análise da solicitação de LP;

• Relatório de Atendimento à Informação Técnica nº 015/18/IETR apresentado em 06/08/2018 e Complementações apresentadas em 31/08/2018;

• Ofício OF/DH/142/018 emitido pelo Departamento Hidroviário em 09/08/2018 referente à intervenção em ponte sobre o Rio Tietê;

• Ofício CBH-TJ nº 027/18 de 28/08/2018, encaminhando Parecer Técnico do Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré de 16/08/2018 e Manifestação do Núcleo de Estudos de Política Ambiental da Escola de Engenharia de São Carlos (NEPA/EESC/USP) de 10/08/2018.

2. JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

Em 22/11/2017, a Concessionária Via Paulista se tornou responsável pelo planejamento e implantação da duplicação de trechos concedidos da Rodovia dos Calçados (SP-255), totalizando 87,92 km, outorgados pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo – ARTESP, por meio de Concorrência Internacional de lote de concessão rodoviária, conforme a figura a seguir:

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Figura 01: Localização do Empreendimento

Fonte: Estudo de Impacto Ambiental - EIA

Segundo o EIA, a SP-255 é classificada como Rodovia Transversal, promovendo acesso a várias rodovias radiais e transversais e realizando integração regional por meio da ligação dos polos regionais de Ribeirão Preto, Araraquara e Bauru (regiões norte e centro do Estado). Além de áreas com concentração urbana nos municípios atravessados pela rodovia, destaca-se a presença de áreas agrícolas com cultura de cana-de-açúcar e usinas de açúcar e álcool em vários municípios, incorporando veículos pesados de carga à circulação viária. A necessidade da duplicação foi justificada ainda pelo volume diário médio (VDM) já alcançado, o VDM estimado e a quantidade de acidentes registrados. Foram apresentados quadros com a relação de VDMAs (volumes diários médios anuais) nos trechos em análise de 2027 a 2047, VDMs de 2017 e VHPs (volumes horários de pico) de 2031 e 2047 referentes a veículos leves e pesados na SP-255. Segundo o estudo, o maior VDM atual de trecho a ser duplicado corresponde a 10.389 veículos, atingindo cerca de 20.000 no 15º ano. No período de janeiro/2011 a agosto/2017, foram registrados 1.347 acidentes com veículos no trecho da SP-255 entre o km 83+200 e o km 179+600, sendo o maior número de acidentes entre os km 143 e 147 e entre os km 166 e 180. Mais de um terço dos acidentes com veículos ocorreu em quatro trechos da SP-255: entre os km 83,2 a 85 (109) no município de Araraquara; entre os km 140 a 145 (106) em Jaú; entre os km 170 a 175 (138) em Barra Bonita e entre km 175 a 179 (110) em Igaraçu do Tietê. Do total de atropelamentos de pessoas, o maior número registrado (5 casos) foi entre os km 175 a 179, em Igaraçu do Tietê. O número de acidentes envolvendo animais atingiu 48 casos. Considerando o exposto, o interessado destacou a importância da implantação da duplicação da rodovia, trazendo maior segurança aos usuários e comunidades do entorno.

3. ESTUDO DE ALTERNATIVAS

3.1. Alternativas Locacionais Para a elaboração das alternativas para a implantação da Duplicação da SP-255 nos trechos em estudo, o interessado considerou as seguintes condições:

• Execução da duplicação da rodovia seguindo a orientação do traçado existente, nos limites da faixa de domínio, sempre que possível;

• Realização de levantamento das ocupações atuais do entorno de cada lado da rodovia, com destaque para áreas com fragmentos florestais, existência de passivos ambientais, trechos de travessias urbanas, dentre outras.

A tabela a seguir apresentada em 06/08/2018 indica o lado selecionado para a duplicação da

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rodovia, por segmento, previsão de implantação de barreira ou canteiro central entre as pistas, e os trechos que contarão com ciclovia:

Tabela 01: Lado de duplicação, separação das pistas e trechos com ciclovias

Fonte: Relatório de Atendimento à Informação Técnica nº 015/18/IETR apresentado em 06/08/2018

O interessado informou que a seleção da duplicação de um lado em detrimento do outro buscou evitar interferências com rede de gás adjacente à pista, dispositivos, postos de gasolina, marginais, vegetação, sistemas de drenagem, terrenos acidentados, residências próximas, acesso a condomínios, etc. Buscou ainda situações mais favoráveis com relação a volumes de terraplenagem e alturas de cortes e aterros, ocorrências de cortes de 3ª categoria e áreas de solos moles e ocorrências de muros de contenção.

Ressalta-se que está prevista a implantação de canteiro central em quase todo o trecho objeto de análise, do km 83+200 ao 178+000. Somente haverá barreira rígida no trecho final entre o km 178+000 e o 179+600, onde a duplicação será centrada, em Igaraçu do Tietê.

3.2. Alternativas Tecnológicas De acordo com o EIA, a identificação das alternativas tecnológicas seguiu critérios técnicos baseados em legislação específica (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT e Departamento de Estradas de Rodagem - DER) e trabalhos técnicos voltados aos aspectos construtivos da rodovia. Foram feitas análises referentes a:

• Barreiras no separador central: foi concluído que não há necessidade de implantação das mesmas em função do VDMA projetado, com base na Norma Técnica ABNT NBR 15.486/2016 e Manual de Projeto de Rodovias Rurais IPR/DNER (1999).

• Dimensionamento das seções de projeto para a ampliação da SP-255 e adequação dos dispositivos em desnível: foram realizados estudos baseados nas demandas de projeto e parâmetros de tráfego levantados em campo, com base nos procedimentos de cálculo do Highway Capacity Manual – HCM.

• Segmentos de Via de Principal e Seções de Agulhas e Alças: foram realizados estudos com base no HCM e Manual de Interseções do DNIT.

• Dimensionamento do pavimento: foi realizada análise por empresa especializada e

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resultou em nove tipos de pavimento com espessuras de camadas variáveis em função do VDM e do CBR (índice de suporte) de projeto definidos para cada sub-trecho.

• Travessia de rios: está prevista a construção de novas pontes sobre os corpos hídricos atravessados nos trechos da duplicação da SP-255

As justificativas para a seleção de variantes locacionais ou construtivas em pontos específicos ao longo do traçado estão tratadas ao longo deste Parecer.

4. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS Foram realizadas três Audiências Públicas sobre o empreendimento nos dias 05, 06 e 07/06/2018, nos municípios de Araraquara, Jaú e Barra Bonita, em conformidade com a Deliberação CONSEMA nº 01/2011. Nas audiências, a empresa de consultoria responsável pela elaboração do EIA/RIMA e o empreendedor apresentaram um breve histórico do empreendimento, o diagnóstico socioambiental realizado, os potenciais impactos ambientais positivos e negativos identificados e as propostas de medidas de potencialização, mitigação e compensação desses impactos. De maneira geral, as manifestações nas audiências abordaram os seguintes assuntos: relevância da duplicação da SP-255 para a redução do número de acidentes; necessidade de sinalização noturna da rodovia; questionamentos sobre a manutenção dos acessos aos lindeiros; medidas previstas com relação à fauna silvestre e doméstica; e informações sobre a implantação das praças de pedágio. Os responsáveis pelo empreendimento esclareceram as questões levantadas, reforçando a relevância da duplicação e da necessidade de reforço da sinalização noturna na rodovia, mencionando as medidas previstas para a proteção da fauna e esclarecendo os aspectos contratuais constantes do edital de concessão referentes aos pedágios.

5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento compreende a Duplicação da Rodovia dos Calçados (SP-255), do km 83+200 ao km 137+950, do km 137+950 ao km 147+300 e do km 155+770 ao km 179+600, com 87,92 km de extensão.

A duplicação foi sub-dividida nos seguintes trechos, que atravessam os municípios listados no sentido norte-sul na tabela a seguir:

• Trecho 2: km 83+200 ao km 137+950, onde a rodovia é denominada Comandante João Ribeiro de Barros

• Trecho 3: km 137+950 ao km 147+300, também inserido na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros

• Trecho 4: km 155+770 ao km 179+600, onde a SP-255 é denominada Rodovia Otávio Pacheco de Almeida Prado

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Tabela 02: Municípios atravessados pela duplicação

Trecho Município Km aproximado Extensão aproximada

Trecho 2

Araraquara km 83+200 ao km 95+150 12,0 km

Boa Esperança do Sul km 95+150 ao km 117+200 22,0 km

Trabiju km 117+200 ao km 122+200 5,0 km

Dourado km 122+200 ao km 123+750 1,5 km

Bocaina km 123+750 ao km 137+950 14,0 km

Trecho 3 Jaú

km 137+950 ao km 147+300 9,5 km

Trecho 4

km 155+700 ao km 165+500 10,0 km

Barra Bonita km 165+500 ao km 177+500 12,0 km

Igaraçu do Tietê km 177+500 ao km 179+600 2,0 km

Fonte: Adaptado do EIA

Cabe informar que o trecho entre o km 147+300 e o km 155+700, correspondente ao trecho urbano de Jaú, já se encontra duplicado.

Já os trechos urbanizados nos municípios de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê apresentam pista simples e serão duplicados. Segundo o EIA, a SP-255 atualmente pertence à Classe B1. Após a duplicação, será classificada como M1, ou seja, com melhoramento de rodovia Classe 1 (rodovias com controle parcial de acesso). A faixa de domínio encontra-se centralizada no eixo da pista existente, com predomínio de 25 m para cada lado e larguras variáveis em alguns trechos e nas regiões dos dispositivos em desnível existentes. No trecho do km 83+200 ao km 86+300 e do km 111+066 ao km 113+666, apresenta 80 m de largura. A tabela a seguir compara as principais características da rodovia existente e da rodovia projetada:

Tabela 03: Principais características atuais e futu ras da Rodovia após a duplicação.

Característica Rodovia Existente Rodovia Projetada

Velocidade da pista Variável de 40 a 100 km/h 60, 80 e 100 km/h, com base em norma para melhorias de estrada existentes

Largura das pistas Pista simples existente de 7,00 m, com 3,50 m para cada lado;

Pista existente + 2 faixas de tráfego de 3,60 m cada

Largura dos acostamentos

2,50 m 2,50 m

Rampa máxima 7,19% 6% nas pistas e 8% nos ramos Fonte: adaptado do EIA e Informações de 06/08/2018

Consta no EIA que as seções típicas do edital indicam duplicação com canteiro central e barreira somente no trecho final, em Igaraçu do Tietê, do km 178+000 ao 179+600, conforme informado no item 3 deste Parecer. Assim, está prevista a implantação de duas passarelas nos km 178+200 e km 179+200. Especificamente sobre o canteiro central, conforme informado em 06/08/2018, os trechos paralelos ao existente foram desenvolvidos com largura de 4,80 m (refúgio 0,80 m da pista existente + 3,20 m gramado + 0,80 m refúgio pista projetada). Já no Trecho 2, os trechos a seguir se destacam devido ao alargamento do canteiro central:

• Baixada do Rio Jacaré Guaçu (km 94+780 ao 96+570): nesta região a cota de

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inundação está mais alta que o greide da pista existente. Assim, a pista projetada (sentido decrescente/norte) será implantada em nível mais alto que a pista existente com alargamento do canteiro central para acomodar os desníveis entre as pistas.

• Km 122+950: alargamento do canteiro central devido à presença de monumento na região do dispositivo existente, ao lado da rodovia (obelisco). O monumento será mantido no canteiro central.

No Trecho 4, os trechos que se destacam devido à variação do canteiro central são: • Travessia do Rio Tietê (km 177+400): devido à posição dos dolphins que protegem os

pilares da ponte existente, a pista projetada (sentido decrescente/norte) será implantada com alargamento do canteiro central para evitar esta interferência;

• Travessia da cidade de Igaraçu do Tietê (km 178+200 ao 179+600): para aproveitar o viaduto (PS) existente do trevo no km 178+630, este segmento foi projetado sem o canteiro central e com separador entre as pistas do tipo barreira de concreto.

Ainda conforme descrito no item 3, está prevista a implantação de ciclovia do km 172+900 ao 179+590, com cerca de 6,7 km de extensão e 2,50 m de largura para tráfego em mão dupla nos municípios de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, a ser implantada do 2º ao 5º ano de execução das obras de duplicação da SP-255. De acordo com o EIA, nos trechos em análise, a SP-255 possui acessos em nível e trevos/dispositivos viários que serão objeto de readequação, bem como diversas pontes serão ampliadas ou duplicadas e passagens de gado serão prolongadas.

Nos “Memoriais Descritivos – Relatórios do Projeto Funcional da Duplicação” apresentados em 06/08/2018, constam listas dos dispositivos existentes a serem readequados e dispositivos novos a serem implantados. Os dispositivos existentes serão ampliados, mantendo sua configuração atual e os dispositivos novos foram estudados resultando em configurações atendendo os requisitos de demanda de fluxos e nível de serviço analisados preliminarmente pelos estudos de tráfego. A seguir são apresentados os dispositivos a serem readequados e os novos, por trecho de duplicação.

• Dispositivos a serem ampliados: - km 83+250: dispositivo será mantido. - km 84+950: Passagem Inferior (PSI) – previsto novo viaduto na duplicação do lado esquerdo com ajustes dos ramos e introdução de rotatória devido à execução de ligação com via lateral existente. - km 85+760: PSI – previsto novo viaduto na duplicação do lado esquerdo com ajustes das alças de acesso do lado esquerdo e readequação da via de acesso existente sob a PSI. - km 112+570: PSI Tipo Galeria - previsto o prolongamento da PSI só do lado esquerdo e ajustes nas alças do lado esquerdo. - km 113+850: PSI - previsto novo viaduto na duplicação do lado esquerdo e ajustes nos ramos de entrada e saída do lado esquerdo. - km 122+950: PSI - previsto novo viaduto na duplicação do lado esquerdo com alargamento do canteiro central devido ao monumento existente (obelisco) ao lado da rodovia e também ajustes nas alças de entrada e saída do dispositivo do lado esquerdo. - km 156+350: não foi previsto devido a interferência com condomínio existente no lado direito e a proximidade do trevo no km 155+770; - km 174+350: PSI – prevista ampliação do viaduto existente na duplicação do lado direito com ajustes das alças de acesso do lado direito; - km 176+950: PSI – previsto novo viaduto da duplicação do lado esquerdo e ajustes nas alças do lado esquerdo;

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- km 178+630: dispositivo será mantido e readequado.

• Dispositivos novos: - km 90+950: Passagem Superior (PS) - manteve o tipo Diamante Simples. - km 96+650: PS - manteve o tipo Trombeta com inversão do lado da alça devido a rede de gás junto à faixa de domínio. - km 100+500: PS - ajustada a solução para Parco Simples e solução em Passagem Superior devido a rede de gás ao lado da faixa de domínio. - km 105+500: PS - ajustada a solução para Retorno Simples do lado esquerdo e Parclo com Rotatória do lado direito. - km 112+000: PSI - ajustada a solução para Retorno Simples no km 111+100 devido ao rio e a mata no km 122+200, e também devido às condições geotécnicas não apropriadas do terreno no local indicado pelo edital. - km 118+780: PS – ajustada a solução para Retorno Simples no km 119+350 devido às condições topográficas no local indicado pelo edital. - km 129+300: PSI - ajustada a solução para Parclo com Rotatória. - km 133+500: PS - ajustada a solução para Parclo com Rotatória. - km 138+000: Passagem Inferior (PSI) - manteve o tipo Trombeta. - km 142+530: PSI - ajustada a solução para Retorno simples. - km 161+250: Passagem Superior (PS) – ajustado para Parclo simples para atender vias locais existentes; - km 167+610: Passagem Inferior (PSI) – ajustado para Parclo simples para atender vias locais existentes e não interferir com torre de telefonia no km 167+700 lado esquerdo; - km 170+620: PSI – dispositivo no km 172+800 ajustado para retorno simples, devido a interferência com a área edificada.

Conforme informado, os trechos objeto de duplicação apresentam diversas pontes sobre cursos d´água ao longo do traçado que serão ampliadas/duplicadas, e passagens de gado e galerias que serão prolongadas.

• Pontes Existentes a serem duplicadas/ampliadas: - km 84+100 - Rio do Ouro - km 124+000 - Rio Jacaré Pepira - km 95+100 - Rio Jacaré Guaçu - km 144+450 - Ribeirão Pouso Alegre - km 95+500 - Rio Jacaré Guaçu - km 144+550 - Córrego Pau D’Álho - km112+200 - Drenagem local - km 162+200 - Drenagem local - km123+900 - Rio Jacaré Pepira - km 177+500 - Rio Tietê

• Passagens de gado e galerias a serem prolongadas: - passagens de gado (km): 83+800; 87+900; 93+150; 100+800; 111+800; 115+300; 131+850; 137+030 e 144+850. - galerias (km): 102+100; 103+850 e 131+950.

Segundo informado, para a realização das obras, a quantidade de mão de obra prevista é de cerca de 310 trabalhadores na implantação de cada trecho, nos períodos de pico.

O cronograma de obras apresentado no EIA indica as seguintes estimativas de prazos: • 47 meses para a duplicação do Trecho 2 (km 83+200 ao 137+950 / ext. total 54,75 km) • 24 meses para a duplicação do Trecho 3 (km 137+950 ao 147+300 / ext. total 9,35 km) • 47 meses para a duplicação do Trecho 4 (km 155+770 ao 179+600 / ext. total 23,83 km)

O custo total do empreendimento está previsto em R$ 375.081.000,00.

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6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA

No EIA foram delimitadas as áreas de influência do empreendimento, conforme segue.

Área de Influência Indireta – AII: Meio Físico: As bacias hidrográficas foram a base de levantamento dos dados e estudos na fase do diagnóstico ambiental da AII para o meio físico do empreendimento.

Meio biótico: A AII do meio biótico foi definida pelos limites das bacias hidrográficas e eventuais Unidades de Conservação existentes nos limites de 10 km do empreendimento.

Meio Socioeconômico: A AII do meio socioeconômico compreende o limite administrativo dos territórios das duas regiões administrativas afetadas pelo empreendimento: região administrativa Central (Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju e Dourado) e região administrativa de Bauru (Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê).

Área de Influência Direta – AID: Meios Físico e Biótico: A AID para os meios físico e biótico, onde se prevê o alcance dos impactos diretos decorrentes da implantação e operação do empreendimento, foi circunscrita a 500 m de cada lado da rodovia, a partir de seu eixo.

Meio Socioeconômico: A AID do empreendimento para o meio socioeconômico foi definida pelos limites dos municípios atravessados (Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado, Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê).

Área Diretamente Afetada – ADA: Meios Físico, Biótico e Socioeconômico: A ADA corresponde às áreas de intervenção: faixa de domínio, faixas de terreno onde as obras serão executadas (incluindo os dispositivos de acesso e retorno, ciclovia, passarelas, etc.) e áreas de apoio às obras (canteiros, áreas de empréstimo, depósitos de material excedente, vias de acesso utilizadas para as obras, etc).

7. COMPATIBILIDADE COM AS LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS

Em atendimento ao disposto nos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97, foram apresentados os seguintes documentos:

Tabela 04: Certidões e Manifestações Municipais Município Manifestação Técnica (art 5º) Certidão de Uso do Solo (art 10) Araraquara Parecer Técnico Ambiental nº 033/2018

emitido em 14/08/2018 pela Diretoria de Gestão Ambiental do Departamento Autônomo de Água e Esgotos da Prefeitura do Município de Araraquara

Certidão de Uso do Solo nº 44/2018 emitida em 02/03/2018 pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura do Município de Araraquara

Boa Esperança do Sul

Certidão s/nº emitida em 07/03/2018 pelo Departamento de Obras e Serviços Urbanos da Prefeitura Municipal de Boa Esperança do Sul

Trabiju Certidão s/nº emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Trabiju Dourado Declaração s/nº emitida em 15/02/2018 pelo Departamento de Obras e Serviços

Públicos da Prefeitura Municipal de Dourado Bocaina Certidão nº 62/2018 emitida em 26/02/2018 pela Prefeitura Municipal de Bocaina Jaú Certidão s/nº emitida em 19/02/2018

pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Jahu

Certidão s/nº emitida em 26/02/2018 pela Secretaria de Mobilidade Urbana da Prefeitura do Município de Jahu

Barra Bonita Certidão s/nº emitida em 02/04/2018 pela Secretaria Municipal de Controle Ambiental da Prefeitura da Estância Turística de Barra Bonita

Igaraçu do Tietê Certidão s/nº emitida em 03/03/2018 pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura da Estância Turística de Igaraçu do Tietê

Fonte: adaptado do EIA e Informações Complementares de 31/08/2018

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Avaliação: Considerando os documentos emitidos pelas Prefeituras cujos municípios serão afetados pelas obras da Duplicação da SP-255, entende-se que o empreendimento está em conformidade com o disposto nos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/2007.

8. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

8.1. FASE DE PLANEJAMENTO

8.1.1. Geração de expectativas da população sobre a implantação do empreendimento

De acordo com o EIA, a atividade de levantamento de campo dos meios físico, biótico e socioeconômico, assim como a divulgação do projeto para as obras de duplicação da rodovia SP-255 podem gerar expectativas tanto positivas quanto negativas na população. As primeiras estão relacionadas à melhoria da mobilidade e à redução de acidentes decorrentes do aprimoramento da segurança na rodovia; as negativas advêm dos transtornos que poderão ser causados pelas obras de duplicação da rodovia SP-255, tais como a expectativa sobre a necessidade de desapropriação ou realocação de residências e comércios, interrupções e desvios do fluxo de veículos da rodovia e incômodos inerentes a uma obra viária (poeira, ruídos, vibrações, entre outros).

Foi realizada pelo interessado uma Pesquisa de Percepção Ambiental da População. Durante a realização da mesma se notou que a maioria da população desconhecia o empreendimento, tendo apenas ouvido sobre a existência de planos para a duplicação da via em questão. Nessa pesquisa, destaca-se que quase a totalidade dos entrevistados é favorável à realização do projeto de duplicação da rodovia, por reconhecerem que esta é perigosa e que o principal benefício seria a redução de acidentes. A melhoria da acessibilidade e o aumento na oferta de emprego também foram considerados como aspectos benéficos.

Por meio dessa Pesquisa, também foi possível apreender por parte dos entrevistados preocupações diversas em relação ao empreendimento, seja pelos riscos trazidos pela proximidade de suas residências em relação à obra ou aos danos causados por ela sobre o meio ambiente e o bem-estar da população do entorno, tais como atrasos por desvios e paralisações, além da preocupação com a possível implantação de pedágios.

Cabe destacar que foram realizadas Audiências Públicas nos municípios de Araraquara, Jaú e Barra Bonita, respectivamente nos dias 05, 06 e 07/06/2018, nas quais participaram representantes de entidades civis, autoridades públicas, cidadãos interessados e a população local. As questões mais citadas corresponderam às identificadas no EIA e na Pesquisa de Percepção Ambiental, com destaque para as expectativas concernentes à implantação de pedágios. Ainda durante as audiências, as dúvidas levantadas pelos presentes foram devidamente dirimidas pelos representantes do empreendimento, que ainda esclareceram que os locais onde as praças de pedágio serão construídas são definidos por estudos técnicos conduzidos pela ARTESP e que o contrato de concessão firmado com o Governo do Estado não prevê isenção ou redução de cobrança para qualquer categoria isolada; porém a Concessionária está aberta às sugestões da população.

Para mitigar este impacto, de acordo com o interessado, é indispensável na etapa do projeto e início da implantação, o desenvolvimento de ações junto à população afetada pelo empreendimento, compreendidas no Programa de Comunicação Social proposto, cujas atividades de destaque são: criação de um canal de interação e comunicação contínuo entre o empreendedor e a sociedade, em especial a população diretamente afetada pelo empreendimento; prestação de informações sobre o empreendimento e das providências que serão adotadas para indenização das propriedades; os possíveis impactos ambientais do empreendimento; o aproveitamento de mão de obra local; entre outras. O resumo do Programa de Comunicação Social consta do item 9 deste Parecer.

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Avaliação: Entende-se que este impacto ocorre de forma mais intensa junto aos usuários e à população a ser diretamente afetada pelo empreendimento (desapropriados, lindeiros, etc.), na medida em que o processo de licenciamento e as ações de implantação da duplicação da rodovia acontecem. Para as fases de planejamento e de obras, as medidas propostas no Programa de Comunicação Social se devidamente implementadas, deverão mitigar os potenciais impactos.

Quanto às ações realizadas nesta fase de planejamento, destacam-se: a apresentação técnica do empreendimento feita pelos representantes da Concessionária ViaPaulista e da consultoria ambiental (Concremat Ambiental) para os presentes nas Audiências Públicas realizadas e a disponibilização no site (http://www.viapaulista.com.br/) da Concessionária dos contatos da Ouvidoria (telefone 0800, e-mail e endereço para correspondências).

Cabe destacar que de acordo com as informações apreendidas da Pesquisa de Percepção Ambiental e as manifestações colhidas durante e após as Audiências Públicas; os usuários da SP-255 e a população do entorno do empreendimento necessitam de um canal de comunicação eficiente com o empreendedor e com a construtora responsável pela obra, bem como de acesso permanente a informações referentes ao projeto. Nesse sentido, para a fase de solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI, o Programa de Comunicação Social deverá ser detalhado, incluindo, além das medidas já propostas: a prospecção de lideranças locais; ações de divulgação à população do número de vagas a serem abertas e o perfil profissional exigido para as obras; divulgação prévia de desvios viários, detonações para desmonte de rocha e de paralisações de serviços públicos; proposta de reuniões periódicas com as prefeituras municipais, entidades civis, associações de moradores e comunidades lindeiras, visando a criação de um canal de comunicação permanente entre o empreendedor e as partes interessadas; treinamento da equipe e dos colaboradores; estruturação de um banco de dados, etc.

Durante as obras deverão ser apresentados, no âmbito dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação Social; as atividades desenvolvidas no período, os registros fotográficos datados e o balanço dos registros da Ouvidoria, acompanhado das devidas medidas adotadas.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO, deverá ser apresentado relatório final sobre o encerramento do Programa de Comunicação Social.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social, incluindo, além das medidas propostas: a prospecção de lideranças locais; ações de divulgação à população do número de vagas a serem abertas e o perfil profissional exigido para as obras; divulgação prévia de desvios viários, detonações para desmonte de rocha e de paralisações de serviços públicos; proposta de reuniões periódicas com as prefeituras municipais, entidades civis, associações de moradores e comunidades lindeiras, visando a criação de um canal de comunicação permanente entre o empreendedor e as partes interessadas; treinamento da equipe e dos colaboradores etc. Indicar a equipe técnica responsável pela elaboração dos materiais/atividades de comunicação e atendimento à população; e demonstrar a realização das atividades prévias de comunicação social, como o atendimento às reclamações, esclarecimento de dúvidas da população, e eventuais reuniões realizadas.

Durante a implantação do empreendimento • Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação Social comprovações das atividades desenvolvidas no período, principalmente o atendimento a dúvidas e reclamações e as ações realizadas para mitigação de incômodos à população,

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em especial à população diretamente afetada; os resultados obtidos; os registros na Ouvidoria acompanhados das respectivas medidas adotadas; avaliação de desempenho do programa; a equipe técnica responsável; o cronograma de atividades para o próximo período e os registros fotográficos datados.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar relatório final do Programa de Comunicação Social com o balanço das atividades desenvolvidas durante as obras, eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, e a avaliação da efetividade do Programa.

8.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO

8.2.1. Desencadeamento / intensificação de processo s de dinâmica superficial

Conforme o EIA, os trechos da rodovia SP-255 objeto da atual duplicação apresentam poucos taludes devido à natureza geomorfológica da região, onde predominam terrenos com declividades baixas. Os taludes existentes são relativamente baixos e estáveis, muitas vezes suportados por rochas aflorantes. Ainda, a presença de revestimento vegetal e de drenagem superficial contribuem para a estabilidade das vertentes.

No entanto, segundo o interessado, a remoção da vegetação e limpeza do terreno para a duplicação, a instalação de áreas de apoio e execução de acessos, a execução de cortes e aterros e a implantação de obras de drenagem deverão expor o solo à ação das águas pluviais, com consequente surgimento e intensificação de processos de dinâmica superficial.

O impacto temporário de intensificação de processos geodinâmicos na ADA poderá ocorrer principalmente nas áreas mais suscetíveis, como às margens do Rio Tietê, próximo a Barra Bonita, que apresenta alta condição à erosão por sulcos erosivos, ravinas e boçorocas, e alta suscetibilidade a inundações, recalques e assoreamentos. Poderá ainda se observar solapamentos de margens na área que corresponde à planície do Rio Jacaré-Pepira.

Foi citado ainda que os terrenos podem apresentar riscos de inundação em trechos de Boa Esperança do Sul, passando por Dourado e Bocaina, onde foi apontada a existência de bacias de contenção ao longo da rodovia para a mitigação desse potencial impacto.

No diagnóstico ambiental da ADA apresentado no EIA, ao longo dos quase 88 km da rodovia objeto de duplicação foram levantadas 52 áreas com presença de processos geodinâmicos, de maneira geral, decorrentes de intervenções antrópicas, como em taludes de corte e em áreas aradas para plantio.

Com relação as atividades de terraplenagem a serem executadas durante as obras de duplicação da SP-255, as estimativas de balanço de massas apresentadas são:

Tabela 05: Estimativas de balanço de massas

Volumes (m 3) Trechos 2 e 3, entre o km 83+200 e o 147+300

Entre o km 155+770 e o 179+600

Volume de Corte 761.717,00 835.620,00

Volume de aterro empolado 125.151,00 283.025,00

Empréstimo 483.434,00 552.595,00

Volume de solos moles 160.000,00 22.620,00

Reaterro dos solos moles 200.000,00 28.275,00

Empréstimo (p/ reaterro) 200.000,00 28.275,00

Fonte: Informações Complementares de 06/08/2018

Conforme o EIA, as medidas a seguir propostas no Plano de Controle Ambiental das Obras –

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PCA, no âmbito do Subprograma de Supervisão e Gestão Ambiental e do Subprograma de Controle de Processos Erosivos e de Assoreamento, se constituem, na maior parte, em procedimentos que fazem parte das próprias diretrizes de projeto e de normas construtivas e de implantação de obras de engenharia em rodovias:

• A limpeza do terreno e os serviços de terraplenagem deverão ser executados somente na área de intervenção prevista no projeto executivo, de forma gradual e planejada;

• A remoção da cobertura vegetal deverá ser planejada para ocorrer apenas quando a área for utilizada, evitando tempo prolongado de exposição às intempéries;

• A limpeza superficial do terreno deverá atingir profundidade máxima de 30 cm nos locais onde a cobertura vegetal for mais densa;

• Os materiais resultantes da limpeza deverão ser estocados em locais adequados, dentro da faixa de domínio para posterior reaproveitamento;

• A terraplenagem deverá ser executada de acordo com o projeto executivo, com os devidos cuidados, notadamente nos pontos de interseção com os cursos d’água;

• As inclinações dos taludes de corte e aterro devem seguir as definições de projeto e devem ser revegetados após as intervenções;

• O material excedente deverá ser depositado em locais selecionados e com diques periféricos na base, impedindo o carreamento para fundos de vale e cursos d’água;

• O sistema de drenagem provisório deverá incluir canaletas e valetas para direcionar o escoamento superficial e evitar processos erosivos, e dispositivos como bacias de detenção de finos, sacarias, telas geotêxteis e outros;

• Para a dissipação de energia nos pontos de lançamento das águas pluviais, devem ser instalados dispositivos para evitar o desenvolvimento de processos erosivos;

• Na implantação do sistema de drenagem definitivo, devem ser adotadas as diretrizes estabelecidas no projeto de drenagem superficial.

Avaliação: Considerando as informações apresentadas, entende-se que os impactos decorrentes da alteração da morfologia dos terrenos e desencadeamento/intensificação de processos de dinâmica superficial associados à fase de implantação do empreendimento poderão ser mitigados com a devida implantação das medidas de controle propostas pelo interessado, desde que sejam realizadas manutenções e readequações constantes dos dispositivos implantados sempre que necessário durante todo o período de obras.

Ressalta-se ainda que a efetividade das medidas propostas no Plano de Controle Ambiental de Obras - PCA está ligada à fase de planejamento, ou seja, a adoção de diretrizes ambientalmente adequadas durante a elaboração do projeto executivo do empreendimento.

Portanto, considerando a longa extensão da duplicação proposta que envolverá cerca de 88 km de obras na Rodovia SP-255, a significativa movimentação de solo e ainda a interseção com mais de 25 cursos d´água ao longo do traçado, incluindo mananciais de abastecimento público, por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI, deverá ser apresentado um Programa de Otimização Ambiental do Projeto Executivo, agrupando as ações de planejamento propostas, ações para promover a incorporação de critérios ambientais pelas subempreiteiras e fornecedores, e a avaliação de adequações estruturais no projeto em locais selecionados para a minimização dos impactos ambientais, em especial na altura do Rio Jacaré-Pepira, conforme tratado no item 8.2.2 deste Parecer, e para quando da implantação de galerias, quando da interferência com curso d’águas, conforme tratado no item 8.2.8 deste Parecer.

Para a próxima fase do licenciamento, deverá ser apresentado ainda o detalhamento das

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medidas propostas no Subprograma de Controle de Processos Erosivos e de Assoreamento, incluindo o mapeamento e o georreferenciamento dos cursos d´água mais suscetíveis ao assoreamento, cuja escolha deverá ser devidamente justificada. Para tais pontos, deverá ser apresentado o nível de leito/cota de fundo atual. Deverão ser apresentadas ainda pranchas e descrição do sistema de drenagem provisório a ser implantado, contemplando dispositivos e práticas de dissipação de velocidade das águas, proteção de solo exposto e dispositivos de retenção e contenção junto às áreas de apoio e cursos d’água, com atenção especial aos pontos mais suscetíveis ao assoreamento e incluindo a previsão de uso de barreiras fixas e flutuantes considerando os mananciais de abastecimento público presentes na área.

Ressalta-se que as obras só poderão ser iniciadas após a implantação do sistema de drenagem provisório. Assim, deverá ser apresentado, no prazo de 60 dias após o início das obras, relatório fotográfico datado comprovando a implantação do sistema ao longo do traçado da duplicação da SP-255, além das áreas de apoio às obras. Deverão constar os registros fotográficos dos corpos d’água antes do início das obras e durante as intervenções.

Por ocasião da solicitação da LI, deverão ser apresentados também os Planos de Ataque das Obras, o balanço de massas atualizado e as pranchas do Projeto Executivo Geométrico e de Drenagem do empreendimento, acompanhados de memorial descritivo e das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs.

O Relatório de Solicitação de LI deverá ser instruído com o objeto da solicitação de licenciamento e a caracterização das intervenções propostas, conforme disposto no Manual para Elaboração e Estudos para o Licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental aprovado pela Decisão de Diretoria n° 217/2014/I de 06/08/2014.

Deverão ser apresentados ainda, visando a organização e a compilação das informações ambientais relacionadas ao licenciamento em curso, as tabelas síntese do licenciamento e os arquivos cartográficos georreferenciados, conforme as instruções indicadas em: http: //licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br/tabelas/ e http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf.

Durante a implantação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA e demais programas e subprogramas, incluindo registros fotográficos datados comprovando as atividades realizadas no período, as medidas implementadas, os indicadores ambientais adotados, os resultados obtidos, a análise da efetividade das medidas implementadas, as não conformidades identificadas e as respectivas medidas corretivas adotadas.

Deverá ser previsto, como forma de apoio às inspeções da CETESB durante as obras, a utilização de DRONE/RPAS (sigla de “remotely piloted aircraft systems”) e encaminhados vídeos de sobrevôos de todas as frentes de obras no âmbito dos relatórios de acompanhamento do PCA.

Ao final das obras, deverá ser apresentado relatório conclusivo do PCA e demais programas e subprogramas, ilustrado com fotos datadas, com o balanço das atividades realizadas e a avaliação da efetividade das medidas ambientais adotadas, incluindo a comprovação da adequada destinação dos resíduos e efluentes gerados, a desativação de todas as áreas de apoio utilizadas, a recuperação de todas as áreas afetadas pelas obras e os registros fotográficos da situação final dos recursos hídricos da área do empreendimento.

Ainda por ocasião da solicitação de LO, deverá ser apresentado um Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento, contemplando propostas para uma gestão ambiental responsável, incluindo ações e monitoramentos relativos à eficiência das estruturas de drenagem implantadas no controle de impactos aos corpos d´água e terrenos lindeiros; andamento do projeto paisagístico e plantio compensatório; comunicação social com as

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comunidades do entorno; gerenciamento de passivos ambientais; histórico de acidentes de produtos perigosos; histórico de focos de incêndio gerados na faixa de domínio, etc.

Durante a operação do empreendimento, o interessado deverá apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, comprovando a adoção das medidas contempladas no programa.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar o objeto da solicitação do licenciamento e caracterizar as intervenções propostas conforme disposto no Manual para Elaboração e Estudos para o Licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental aprovado pela Decisão de Diretoria n°217/2014/I, de 06/08/2014. • Apresentar, visando a organização e compilação das informações ambientais relacionadas ao licenciamento em curso, as tabelas síntese do licenciamento e os arquivos cartográficos georreferenciados, conforme as instruções indicadas em: http: //licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br/tabelas/ e http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf • Apresentar um Programa de Otimização Ambiental do Projeto Executivo, agrupando as ações de planejamento propostas, ações para promover a incorporação de critérios ambientais pelas subempreiteiras e fornecedores, e a avaliação de adequações no projeto em locais selecionados para a minimização dos impactos ambientais. Em especial, deverá ser apresentada proposta de adequação do projeto estrutural no trecho do Rio Jacaré-Pepira, avaliando alternativas de implantação de Obra de Arte Especial - OAE para a transposição do trecho, conforme discutido no item 8.2.2 do Parecer Técnico nº 342/18/IE, e para a implantação de galerias, quando da interferência com curso d’águas, conforme tratado no 8.2.8 do Parecer Técnico nº 342/18/IE. • Apresentar o Plano de Ataque às Frentes de Obras para cada trecho a ser iniciado, com cronograma, responsáveis pela execução e recuperação ambiental e respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs. Apresentar atualização dos volumes de terraplenagem do empreendimento informando a previsão do balanço entre os trechos de obras. • Apresentar o detalhamento dos Programas Ambientais e respectivos Subprogramas apresentados para a fase de obras (Programas dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico) contemplando, no mínimo, identificação das equipes alocadas e respectivas responsabilidades, incluindo a participação de representantes das empreiteiras; o detalhamento das medidas propostas customizadas aos trechos de obras; os mecanismos de gestão; as formas de acompanhamento ambiental, incluindo o uso de indicadores ambientais e a avaliação das não-conformidades; as formas de registros ambientais e de treinamento dos empregados; e o cronograma das atividades. • Incluir, no detalhamento do Subprograma de Controle de Erosão e de Assoreamento, o mapeamento e o georreferenciamento dos cursos d´água mais suscetíveis ao assoreamento, cuja escolha deverá ser devidamente justificada, com atenção aos cursos d´água na altura dos km 95+100, 123+900, 173+400 e 173+800. Para tais pontos, deverá ser apresentado o nível de leito/cota de fundo atual. Apresentar ainda pranchas e descrição do sistema de drenagem provisório a ser implantado, contemplando dispositivos e práticas de dissipação de velocidade das águas, proteção de solo exposto e dispositivos de retenção e contenção junto às áreas de apoio e cursos d’água, com atenção especial àqueles identificados como mais suscetíveis ao assoreamento e incluindo a previsão de uso de barreiras fixas e flutuantes considerando os mananciais de abastecimento público presentes na área.

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• Apresentar pranchas do Projeto Executivo Geométrico e de Drenagem do empreendimento, acompanhadas de memorial descritivo e das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs.

Durante a implantação do empreendimento • Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas Ambientais e respectivos Subprogramas da fase de obras (Programas dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico), comprovando por meio de registros fotográficos datados, a implementação de todas as medidas mitigadoras previstas, incluindo as medidas adotadas para preservar os níveis de leito/cota de fundo dos cursos d´água mais suscetíveis ao assoreamento. Deverão ser apresentados os mecanismos de gestão adotados, as não conformidades verificadas em campo, as respectivas ações corretivas adotadas e as equipes técnicas responsáveis. Apresentar, para os programas de monitoramento, os resultados obtidos em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível); e, a localização do empreendimento, de pontos amostrais e das áreas estudadas em arquivos raster (extensão GeoTIFF ou compatível) e vetorial (extensão shp. ou compatível), em UTM, Datum SIRGAS 2000. • Apresentar, no prazo máximo de 60 dias após o início das obras, relatório fotográfico datado comprovando a implantação dos sistemas de drenagem provisória nas frentes de obras, especialmente junto aos corpos d’água e áreas de apoio às obras. Contemplar medidas de proteção do solo, medidas de disciplinamento e dissipação de energia das águas e os dispositivos estruturais de contenção de sedimentos implantados. Deverão constar ainda registros fotográficos dos corpos d’água antes do início das obras e durante as intervenções.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar relatório conclusivo dos Programas Ambientais e respectivos Subprogramas da fase de obras (Programas dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico), ilustrado com fotos datadas, com o balanço das atividades realizadas e a avaliação da efetividade das medidas ambientais adotadas. Comprovar a adequada destinação dos resíduos e efluentes gerados durante as obras, a desativação de todas as áreas de apoio utilizadas (canteiros, depósitos de materiais excedentes, áreas de empréstimo, acessos, etc) e a recuperação de todas as áreas afetadas pelas obras. Incluir ainda registros fotográficos da situação final dos recursos hídricos da área do empreendimento e níveis de leito/cota de fundo dos cursos d´água identificados como mais suscetíveis ao assoreamento. • Apresentar um Programa de Gestão Ambiental da Operação do empreendimento, contemplando propostas para uma gestão ambiental responsável, incluindo ações e monitoramentos relativos à eficiência das estruturas de drenagem implantadas no controle de impactos aos corpos d´água e terrenos lindeiros; andamento do projeto paisagístico e plantio compensatório; comunicação social com as comunidades do entorno; gerenciamento de passivos ambientais; histórico de acidentes de produtos perigosos; histórico de focos de incêndio gerados na faixa de domínio, etc.

Durante a operação do empreendimento • Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação do empreendimento, contemplando a implementação das ações propostas, adequações necessárias, resultados obtidos, demais atividades realizadas no período para melhoria ambiental e propostas para o próximo período.

8.2.2. Interferências nos recursos hídricos superfi ciais e subterrâneos Segundo o EIA, a limpeza da área com a retirada da vegetação existente, compactação do solo, impermeabilização, implantação de dispositivos, pontes deverá acarretar aumento da velocidade e volume de escoamento das águas pluviais, podendo provocar o carreamento de

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sedimentos para o leito com consequente assoreamento dos rios, aumentando o pico de vazão dos mesmos e o potencial para a ocorrência de inundações e processos erosivos. No caso das águas subterrâneas, poderá ocorrer impacto das obras pelo vazamento de combustíveis, óleos lubrificantes etc., que poderão percolar e atingir o lençol freático. As alterações da dinâmica das águas superficiais e subterrâneas poderão ser decorrentes da implantação das novas faixas da rodovia e obras de arte, como galerias e bueiros. A drenagem poderá receber maior volume de água e consequentemente vazões maiores durante o período de chuvas, podendo alterar o escoamento superficial na bacia hidrográfica da região durante a implantação do empreendimento. Para a avaliação dos recursos hídricos superficiais da área em questão, o interessado adotou a Bacia Tietê/Jacaré como unidade de análise regional. O empreendimento está inserido na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos UGRHI 13 (Bacia do Rio Tietê) e em sub-bacias que tem como principais rios o Jacaré-Guaçu, o Jacaré-Pepira e o Rio Tietê. De acordo com o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, a UGRHI 13 apresenta média a alta suscetibilidade a inundações nas sub-bacias dos rios Jacaré-Guaçu e Jacaré-Pepira, com agravamento nas áreas urbanas. Conforme as informações de 06/08/2018, os cursos d´água que serão interceptados pelo traçado da duplicação da SP-255 nos trechos em análise estão listados na tabela a seguir:

Tabela 06: Cursos d´água interceptados pela Rodovia SP-255

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Fonte: Informações de 06/08/2018

O interessado informou a presença de 82 bueiros de talvegue na rodovia, e que por se tratar de duplicação de rodovia existente, todos serão aproveitados e, se necessário, prolongados ou reforçados. Consta que serão projetados ainda dispositivos de captação para conduzir as águas pluviais das áreas externas e das pistas para o curso d`água natural mais próximo.

Para aferição da qualidade das águas da área em estudo, foram realizadas coletas em 8 corpos hídricos conforme a seguir, escolhidos em função das suas características físicas e bióticas e das características de uso e ocupação das respectivas bacias.

• Rio do Ouro: km 84+390 (montante e jusante) • Rio Jacaré Guaçu: km 94+950 (montante e jusante) • Rio Jacaré Pepira: km 122+800 (montante e jusante) • Ribeirão Macuco: km 127+300 (montante) • Ribeirão Pouso: km Alegre 144+000 (montante e jusante) • Ribeirão Jaú: (montante e jusante) • Rio Tietê: km 178+600 (montante e jusante) • Reservatório Barra Bonita (montante)

O Índice de Qualidade de Água (IQA) foi calculado utilizando as variáveis: Oxigênio Dissolvido (OD), Temperatura da água, Cloretos, Coliformes Termotolerantes, pH, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Nitrato, Fosfato Total, Turbidez e Sólidos Totais, com dados da rede de amostragem na coleta realizada em janeiro de 2018, conforme a seguir:

Figura 02: Índice de Qualidade de Água (IQA) da red e de amostragem

Fonte: Informações Complementares de 06/08/2018

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Os resultados obtidos permitem uma inferência estimada dos corpos d’água da bacia, já que não há qualidade uniforme nestas drenagens.

Observa-se que em todos os corpos d´água estudados, a poluição é, em grande parte, oriunda da drenagem pluviométrica de solos agrícolas presentes na bacia hidrográfica, ao lançamento de esgoto in natura provenientes de áreas urbanas, ao nutriente fósforo e ao fluxo de retorno da irrigação, intensificado pela ausência de mata ciliar preservada.

Foi destacado que alguns dos cursos d’água incidentes na ADA e AID são mananciais de abastecimento público, como os Rios Jacaré-Guaçu, Jacaré-Pepira e Ribeirão Pouso Alegre. Muitos dos cursos d’água já estão impactados por altas concentrações de E. coli e bactérias termotolerantes decorrentes do aporte de efluentes sanitário/industrial do entorno.

Ainda assim, considerando que as diversas atividades de obras de duplicação da SP-255 poderão alterar a qualidade das águas superficiais, foram apresentadas medidas mitigadoras que fazem parte do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas do PCA e subprogramas associados, dentre as quais destacam-se:

• Implantação de diques periféricos de tanques de armazenamento de combustível e cobertura do solo com lonas plásticas na troca de combustíveis de maquinas e veículos;

• Remoção imediata de solo contaminado por combustível ou produtos perigosos e encaminhamento para locais apropriados, conforme normas e legislação pertinentes;

• Implantação de sistema de coleta, reciclagem e reutilização de resíduos sólidos; • Disposição adequada de resíduos sólidos, maximizando a reutilização ou reciclagem; • Implantação de dispositivos provisórios para retenção de materiais sólidos e outros

poluentes, evitando o lançamento nos cursos d’água durante as obras. Em relação ao potencial impacto de interferência em pontos de captação de água no entorno do empreendimento, em 06/08/2018, foi apresentado mapeamento com base nos dados do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE e Sistema de Informações de Águas Subterrâneas - SIAGAS, apontando 86 pontos de captação de águas superficiais e subterrâneas na ADA e AID do empreendimento. Deste total, há apenas 1 ponto de captação de água superficial e 7 pontos de captação de águas subterrâneas na ADA, conforme o levantamento. Na AID, foram apontados 4 pontos de captação de águas superficiais e 74 pontos de captação de águas subterrâneas. O interessado considerou que as atividades de obras podem resultar em alterações dos padrões de qualidade das águas e dos solos. No entanto, foi destacado que esses impactos estão associados a eventos localizados e pontuais, como acidentes e vazamentos de efluentes líquidos, disposição inadequada de óleos e graxas, entre outros, sendo informado que não haverá rebaixamento de nível d’água para a implantação do empreendimento. As medidas a seguir foram apresentadas no Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas do PCA e associadas às medidas dos Subprogramas de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento, Subprograma de Gerenciamento de Efluentes, e Subprograma de Supervisão e Gestão Ambiental:

• Implantação de sistema de drenagem superficial com estruturas de dissipação de energia e sistema de drenagem provisória com bacias de retenção de sedimentos;

• Implantação de bacias de retenção de águas pluviais em locais estratégicos, de forma a evitar inundações de áreas de baixada, principalmente se ocupadas por edificações e concentrações urbanas;

• Monitoramento e correta execução de taludes de corte para evitar carreamento de solo para as áreas de baixada e monitoramento de eventuais processos erosivos em curso;

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• Disposição de solos excedentes em depósitos de materiais excedentes com diques periféricos em sua base para evitar o carreamento de solo pela ação das águas da chuva para os fundos de vale de cursos d’água localizados a jusante;

• Revegetação de áreas com solo exposto a fim de reter por maior tempo as águas pluviais, facilitando a sua infiltração no solo;

• Manutenção e limpeza das estruturas hidráulicas e de drenagem; • Manutenção periódica de estruturas como caixa de sedimentação, caixa separadora de

água e óleo e demais estruturas implementadas para o controle dos efluentes. Com relação a pontos específicos ao longo do traçado, considerando as áreas de baixada sujeitas a inundações, como na altura da travessia do Rio Jacaré-Guaçu (km 95+150) e do Rio Jacaré-Pepira (km 123+900), o empreendedor propôs o alteamento da pista projetada junto à travessia do Rio Jacaré-Guaçu. No entanto, após questionamento do IETR, nas Informações Complementares de 06/08/2018 o empreendedor esclareceu que os estudos hidrológicos do Rio Jacaré-Pepira demonstram que a seção hidráulica junto à rodovia no km 123+900 não está sujeita a inundação, não sendo previsto alteamento desta ponte. Quanto aos possíveis impactos à área denominada “Pantaninho“ ao longo dos Rios Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu, o interessado considerou ser necessário o acompanhamento e atenção na implantação das metodologias construtivas de maneira a evitar a ocorrência de escorregamento de sedimentos ou outros materiais (concreto, lama asfáltica, rachão, etc) com potencial de impactar o fluxo, vazão e turbidez dos cursos d’água e ainda causar alterações no habitat da fauna presente na área. Com relação ao questionamento sobre o potencial impacto de interferência das obras e risco de assoreamento dos corpos d’água presentes nas proximidades da Usina de Barra Bonita (Raizen Energia), na altura dos km 173+000 e 174+500, pista norte, foi informado que está prevista a implantação de um dispositivo de retorno no km 174+350, junto às áreas de acesso da empresa, e que na região estão presentes o Córrego Conceição (km 173+400) e um curso d’água sem nome (km 173+800), que poderão sofrer assoreamento decorrente das obras. Entretanto, foi destacado que de acordo com o mapa geotécnico apresentado no estudo, a área está classificada como de baixa suscetibilidade a processos do meio físico. De qualquer modo, o interessado informou que estão previstas medidas de mitigação caso ocorra assoreamento dos cursos d’água próximos e a jusante da empresa. Com relação à Área de Proteção e Recuperação da Zona de Afloramento do Manancial Sistema Aquífero do Guarani – APRM-SAG informada pelo interessado na área de interesse, foi esclarecido que segundo o Plano da Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré (CBH-TJ, 2016), a mesma está em processo de criação, e que de acordo com o Comitê de Bacia da UGRHI 13, haviam tratativas para a delimitação das áreas de mananciais superficiais e subterrâneos desta unidade, porém, tais tratativas não avançaram. Dessa forma, não há ainda uma lei ou dispositivo legal que delimite e institucionalize tais áreas, não havendo, portanto, restrições legais de atividades ou de uso do solo para a área em questão, segundo o interessado. Foi informado ainda que o maior ponto de recarga do aquífero está localizado entre os municípios de Trabiju e Dourado, mas que não há previsão de impactos nos recursos hídricos subterrâneos no que se refere à necessidade de rebaixamento de lençol freático, pois o projeto do empreendimento não prevê essa ação para a implantação da duplicação. Em 28/08/2018, o Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê Jacaré emitiu o Ofício CBH-TJ nº 027/18, encaminhando o Parecer das Câmaras Técnicas de Planejamento e Gestão e de Recursos Naturais do Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê Jacaré de 16/08/2018 a respeito do EIA/Rima da Duplicação da SP-255, com considerações sobre a interceptação do empreendimento em microbacias utilizadas como mananciais de abastecimento público,

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consideradas de muito alta prioridade para a recuperação florestal de suas Áreas de Preservação Permanente (APP hídricas); intervenções no Rio Jacaré-Guaçu e sua planície de inundação, onde existem passivos ambientais decorrentes da construção da SP-255; e ainda apresentou considerações sobre a supressão de vegetação na APP do Rio Jacaré-Pepira e sobre o Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica e Programa de Gerenciamento de Risco apresentados pelo interessado. O Ofício CBH-TJ nº 027/18 encaminhou ainda Manifestação do Núcleo de Estudos de Política Ambiental da Escola de Engenharia de São Carlos (NEPA/EESC/USP) de 10/08/2018, elaborado a pedido da Associação para Proteção Ambiental de São Carlos – APASC, entidade que tem representação na Câmara Técnica de Planejamento e Gestão. A manifestação foca em questões de interesse do CBH-TJ por se mostrarem potencialmente conflitantes com a gestão dos recursos hídricos e com os objetivos estabelecidos pelo Plano de Bacia, incluindo o risco de contaminação de mananciais de abastecimento públicos e a ocorrência de impactos em APPs e demais fragmentos de vegetação nativa. Com relação à duplicação da ponte na Rodovia SP-255 sobre o Rio Tietê (km 177+300), o Departamento Hidroviário – DH da Secretaria Estadual de Logística e Transportes emitiu o Ofício OF/DH/142/8 em 09/08/2018 solicitando à Concessionária ViaPaulista a apresentação do projeto para que possa se manifestar a respeito da intervenção na referida ponte. Citou reuniões anteriores realizadas entre o DH, ARTESP, ViaPaulista, Arteris, Pron e Engeti em 06/04 e 09/05/2018 e o encaminhamento de correspondência do DH à Engeti com orientações sobre os gabaritos de navegação necessários para a elaboração do projeto de uma nova ponte sobre o Rio Tietê e a necessidade de formalização de Pedido de Autorização para intervenções que interfiram com as vias navegáveis e com as eclusas da Hidrovia Tietê-Paraná na área sob administração do DH. Conforme o Ofício do DH, o Pedido de Autorização deverá incluir o Projeto e o Planejamento Executivo da Obra, Plano de Fiscalização e Controle de Qualidade da Obra, Licença de Instalação da Obra, Protocolo de Pedido de Autorização da Marinha do Brasil e Indicação de Responsável Técnico da Obra.

Avaliação: Tendo em vista a previsão de interceptação em 27 pontos de cursos d´água ao longo do traçado de duplicação da SP-255 (Tabela 06) e a significativa movimentação de solo prevista durante a execução das obras, entende-se que o interessado deverá apresentar, conforme solicitado no item 8.2.1 deste Parecer Técnico, o mapeamento e o georreferenciamento dos pontos mais suscetíveis ao assoreamento, justificando a escolha em função de tipo de intervenção prevista, proximidade das obras, vulnerabilidade do curso d´água, condições do entorno, etc. Para tais pontos, deverão ser apresentados os níveis de leito/cota de fundo atuais, cujos valores deverão ser acompanhados e apresentados nos relatórios quadrimestrais e relatório conclusivo das obras, com a adoção de medidas mitigadoras para a preservação das cotas ao longo do período de obras, sempre que necessário. Conforme solicitado também naquele item, o interessado deverá implantar, previamente ao início das obras, um sistema de drenagem provisório eficiente para controlar eventuais processos de carreamento de sólidos em direção aos cursos d´água, com consequentes assoreamentos indesejáveis. Destaca-se que os Rios Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu, além dos cursos d´água nos km 173+400 e 173+800 nas proximidades da empresa Raizen Energia, deverão fazer parte da avaliação e justificativas referentes à susceptibilidade aos processos de assoreamento, conforme solicitado também naquele item.

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Dentre os cursos d’água interceptados pelo empreendimento, destaca-se o Rio Jacaré-Pepira e sua área de várzea. Conforme será discutido nos próximos itens deste Parecer Técnico (itens 8.2.6, 8.2.7, 8.2.8 e 8.3.3), o Rio Jacaré-Pepira reúne atributos ambientais importantes em termos hídricos, pois se trata de um rio com meandros preservados, e, com maior relevância, em termos ecológicos, pois apresenta vegetação preservada em suas margens e funciona como corredor para fauna e flora. Este entendimento é corroborado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré (CBH-TJ) que, em sua manifestação, destaca o rio por sua alta prioridade na contribuição a manancial de abastecimento público e solicita a minimização da supressão de vegetação neste ponto; bem como por estudos das áreas prioritárias para conservação e conectividade elaborados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Estado de São Paulo (Projeto Biota/Fapesp). Conforme literatura especializada, quando da interferência de obras rodoviárias em áreas com esses atributos, discute-se como melhores práticas a implantação de estrutura de engenharia que atravesse a várzea e cursos d’água permitindo a manutenção da dinâmica natural do sistema hídrico, beneficiando peixes e outros organismos aquáticos assim como a fauna terrestre. Dessa maneira, considerando a importância ecológica do rio Jacaré-Pepira e sua área de várzea, entende-se que no âmbito do Programa de Adequação Ambiental do Projeto Executivo solicitado no item 8.2.1 deste Parecer, deverá ser apresentada proposta de adequação do projeto estrutural neste trecho, avaliando alternativas de implantação de Obra de Arte Especial – OAE (estrutura elevada) para transpor o trecho do km 123+500 ao 124+200 aproximadamente, por meio de métodos construtivos que minimizem as interferências citadas, e a desmobilização da pista antiga e construção da OAE em seu lugar. Por ocasião da solicitação de LI, para todas as interferências nos recursos hídricos superficiais, o empreendedor deverá apresentar manifestação do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, em atendimento à Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/17 e reti-ratificada em 06/02/18, e à Instrução Técnica DPO nº 09 de 30/05/17 atualizada em 25/07/17. Ainda, em atenção ao Ofício OF/DH/142/8 emitido pelo Departamento Hidroviário, após a obtenção da LI, mas antes de iniciar as intervenções na ponte da SP-255 sobre o Rio Tietê, o empreendedor deverá apresentar manifestação favorável daquele órgão.

Por ocasião da solicitação de LI, o interessado deverá também apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas proposto, contemplando os pontos amostrais georreferenciados; a justificativa de escolha de cada ponto; frequência amostral compatível com o cronograma de obras; parâmetros a serem analisados; e métodos de coleta e preservação de amostras a serem utilizados. As amostragens deverão ser realizadas antes, durante e depois das obras em cada ponto.

Com relação às captações subterrâneas, entende-se que apesar do projeto não prever, neste momento, o rebaixamento de lençol freático, deverá ser realizado monitoramento do nível piezométrico e no caso de indicação de eventuais reflexos negativos das obras em estruturas ou poços d’água, deverão ser propostas mitigações e ressarcimentos.

Os laudos analíticos dos parâmetros de qualidade da água deverão atender ao disposto na Resolução SMA 100/2013, e os resultados das campanhas de caracterização e monitoramento de qualidade da água deverão ser apresentados também em planilhas eletrônicas editáveis. Quanto aos parâmetros a serem analisados, deverão ser contemplados, no mínimo: físico-químicos (pH, oxigênio dissolvido), constituintes orgânicos, metais (totais e dissolvidos), constituintes inorgânicos (não metálicos), propriedades físicas (turbidez, etc.)

Quanto aos potenciais impactos nos pontos de captação, deverão ser propostas, conforme discutido no item 8.3.2 deste Parecer Técnico, medidas de proteção relacionadas com o risco de acidentes com produtos perigosos durante a operação do empreendimento.

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Além disso, o interessado deverá evitar a instalação de unidades industriais nas áreas de recarga do Aquífero do Guarani, conforme solicitado no item 8.2.2, considerando que alguns dos cursos d’água incidentes na ADA e AID são mananciais de abastecimento público. Com relação ao disposto no Parecer do CBH-TJ de 16/08/2018, entende-se que as medidas já apresentadas pelo interessado acrescidas das solicitadas ao longo deste Parecer deverão abranger, em grande parte, as recomendações do Comitê de Bacias. No entanto, considerando a relevância hídrica das áreas atravessadas pelo traçado, por ocasião da solicitação de LI, o interessado deverá apresentar relatório consolidando os esclarecimentos solicitados no Parecer do CBH-TJ:

• Detalhamento medidas mitigatórias a serem implementadas em todas as intervenções nos cursos d’água e suas APPs, em especial naqueles cujas microbacias são consideradas de muito alta prioridade para a recuperação florestal de suas APP hídricas conforme o Plano Diretor de Restauração Florestal da UGRHI Tietê Jacaré;

• Especificação do método e atividades de recuperação dos passivos ambientais existentes em áreas lindeiras ao rio Jacaré-Guaçu, decorrentes da construção da faixa de rolamento da rodovia;

• Proposta de minimização da supressão de vegetação na APP do Rio Jacaré-Pepira; • Proposta de Plantio Compensatório que atenda as metas do Plano de Bacia da UGRHI TJ, privilegiando as APP hídricas das microbacias consideradas de muito alta e alta prioridade para a recuperação florestal segundo o Plano Diretor de Restauração Florestal da UGRHI Tietê Jacaré, em especial as microbacias 2023, 2016, 3011 e 3017.

Deverão ser incluídas ainda considerações sobre os temas levantados na Manifestação do NEPA/EESC/USP de 10/08/2018 – risco de contaminação de mananciais de abastecimento e impactos em APPs e fragmentos de vegetação – temas estes tratados nos itens 8.2.8 e 8.3.2 deste Parecer.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar manifestação do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, em atendimento à Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/17 e reti-ratificada em 06/02/18, e à Instrução Técnica DPO nº 09 de 30/05/2017, atualizada em 25/07/2017. • Apresentar relatório consolidando os esclarecimentos solicitados no Ofício CBH-TJ nº 027/18 do Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê Jacaré de 28/08/2018. • Incluir no detalhamento do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas: os pontos amostrais georreferenciados; a justificativa de escolha de cada ponto; frequência amostral compatível com o cronograma de obras; parâmetros a serem analisados; e métodos de coleta e preservação de amostras a serem utilizados. As amostragens deverão ser realizadas antes, durante e depois das obras em cada ponto. Incluir pontos de monitoramento piezométrico dos poços de captação de água na área de interferência do empreendimento e proposta de mitigações e ressarcimentos a eventuais danos às captações, incluindo o sistema de captação de água de Barra Bonita/Raizen informada na margem direita do Rio Tietê. Os laudos analíticos dos parâmetros de qualidade da água deverão atender ao disposto na Resolução SMA 100/2013.

Durante a implantação do empreendimento • Apresentar, antes de iniciar as intervenções na ponte da SP-255 sobre o Rio Tietê, manifestação favorável do Departamento Hidroviário - DH, em atendimento ao Ofício OF/DH/142/8 de 09/08/2018.

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8.2.3. Poluição gerada nos canteiros de obras e fre ntes de trabalho

Conforme o EIA, os resíduos gerados no canteiro de obras, se indevidamente dispostos podem causar poluição dos solos e recursos hídricos.

Nas obras de duplicação da SP-255, é prevista a geração de grande quantidade de entulho de construção civil proveniente de demolições, solos e sedimentos, brita, fragmentos de rocha, material de desmonte, resíduos das podas de árvores, dentre outros.

Nos canteiros de obra é prevista também a geração de resíduos comuns como sobras de comida e embalagens, material de escritório, resíduos de oficinas como óleos, graxas, tintas, embalagens contaminadas, peças, baterias automotivas, lâmpadas, restos de frentes de obras como embalagens de papel, plástico, sobras de material elétrico, ferragens, entulhos diversos como madeiras, restos de concreto, alvenaria, insumos e inservíveis, entre outros.

Nas frentes de serviço e nos pátios dos canteiros de obra serão gerados efluentes líquidos provenientes das atividades de troca, armazenamento de combustíveis, óleos, graxas para o abastecimento e manutenção de máquinas e veículos, efluentes sanitários de banheiros químicos, e resíduos sólidos de vestiários e refeitórios.

Foi considerado ainda que os trabalhadores alocados e as atividades nas obras de duplicação da SP-255 irão gerar resíduos e efluentes sanitários que deverão ter gerenciamento adequado, pois tais resíduos podem atrair animais sinantrópicos, como, urubus, ratos, ratazanas, entre outras espécies, que podem se alimentar do descarte orgânico indevidamente disposto. Podem ainda surgir ou aumentar populações de insetos vetores e transmissores de doenças como mosquitos, moscas e baratas. Esses animais podem ocupar as áreas naturais próximas à área de obras e, competir com outros animais silvestres pelo hábitat e pelo alimento. A atração de roedores e de insetos poderá ocasionar ainda o aparecimento local e o aumento populacional de espécies de animais peçonhentos.

Medidas gerais previstas no PCA e seus subprogramas para o canteiro de obras:

• Construir os canteiros de obras com condições sanitárias e ambientais adequadas;

• Implantar instalações sanitárias temporárias adequadas para atender às necessidades dos trabalhadores, conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT;

• Implantar coleta seletiva de lixo nas instalações do canteiro de obras;

• Implantar programa de gerenciamento de resíduos sólidos provenientes da obra.

• Prever áreas específicas e sinalizadas para o armazenamento temporário de resíduos perigosos dentro do canteiro de obra.

Com relação aos resíduos sólidos, deverão ser adotadas medidas já consagradas em obras rodoviárias, com ações envolvendo a geração, transporte e disposição adequada dos mesmos, conforme o Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Gerenciamento de Efluentes e Subprogramas de Supervisão e Gestão Ambiental das Obras, destacando-se:

• A Gestão de Resíduos deverá ser conduzida em conformidade com a legislação vigente, normas técnicas, instruções de projeto, e em conformidade com o Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;

• Privilegiar alternativas de minimização da geração de resíduos através de reciclagem, reutilização ou de seu reprocessamento, externo ao empreendimento;

• Inventariar os resíduos gerados em cada um dos canteiros de obras e frentes de trabalho. Deverão ser mantidos registros de controle de geração de resíduos, atendendo a Resolução CONAMA 313/02 e Resolução CONAMA 275/01;

• Os recipientes para o acondicionamento e os locais de armazenamento deverão estar em conformidade com as normas técnicas vigentes. A disposição e acomodação final

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destes produtos deverão seguir as normas NBR 11.174 – armazenamento de resíduos sólidos, classe II e III e NBR 12.235 – armazenamento de resíduos sólidos perigosos;

• Os resíduos perigosos deverão ser armazenados separadamente dos não-perigosos, em área sinalizada e reservada para produtos químicos, e manipulados por pessoal treinado e dotado de Equipamento de Proteção Individual (EPI);

• Assegurar que os serviços de terceiros sejam realizados em conformidade com a legislação do meio ambiente, saúde ocupacional e segurança do trabalho aplicáveis.

As medidas propostas deverão ser estendidas e adaptadas para a fase de operação do empreendimento, considerando que nas áreas de serviços (Praças de Pedágio, SAUs e outras estruturas) e na sede da concessionária serão gerados efluentes líquidos provenientes das atividades de manutenção e conservação da rodovia, veículos de operação e sanitários. Na operação e manutenção da Rodovia SP-255 é prevista também a geração de resíduos comuns como material de escritório, papel higiênico, restos de EPIs, lâmpadas, embalagens de papel, papelão e plástico, insumos e inservíveis.

Com relação à utilização de áreas de apoio para as atividades de movimentação de solo, foi informado que o projeto prevê a compensação ao longo do trecho, com a destinação do volume de corte parcial ou total de um trecho para a confecção de aterro no próprio trecho ou trecho subsequente, privilegiando a compensação dentro da faixa de domínio da SP-255, exceto em casos de alguns depósitos de materiais excedentes - DME e áreas de empréstimo, se necessário, para a complementação da execução dos aterros.

Nas Informações Complementares de 06/08/2018, foi informado que as áreas de apoio ainda estão em fase de planejamento e que ainda não foram definidas as suas localizações. Consta, no entanto, que a equipe da Concremat Ambiental levantou em campo algumas áreas possíveis de utilização ou que são utilizadas como depósitos de materiais excedentes, fora de áreas protegidas e junto à faixa de domínio. Foram identificadas 11 áreas que podem ser utilizadas para depósito de material excedente e 2 áreas para empréstimo de solo. Foi ressaltado que a rodovia tem uma baixa densidade de taludes, o que dificulta a indicação de áreas para empréstimo no entorno. As medidas mitigadoras propostas são:

• Utilização apenas de áreas devidamente licenciadas para empréstimo de solo e deposição de resíduos da construção;

• Implantação de contenções de sedimentos para evitar o carreamento de solo, inclusive nos DMEs;

• Implantação de Subprograma de Levantamento, Controle e Recuperação de Passivos Ambientais e Áreas Degradadas, com diretrizes para a recuperação dessas áreas.

Com relação à qualidade do ar, as obras poderão expor o solo à ação dos ventos e propiciar a emissão e aumento de particulados decorrentes de serviços de detonação das rochas, limpeza do terreno e terraplanagem. A movimentação de máquinas e equipamentos também poderá contribuir para a piora da qualidade do ar em pontos localizados, tendo em vista que alguns trechos de obras atravessam áreas urbanas dos municípios de Araraquara, Jaú e Igaraçu do Tietê, trazendo incômodo à população lindeira às obras.

Para minimizar a emissão e suspensão de material particulado durante as obras, foram propostas as seguintes medidas contidas no PCA, Subprograma de Supervisão, Gestão e Planejamento Ambiental e Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar durante a implantação do empreendimento:

• Umectação das áreas terraplenadas ou descobertas em dias secos, por onde os caminhões e maquinários operam;

• Controle de velocidade de veículos pesados à velocidade máxima, estabelecida para

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caminhões, nos canteiros de obra, de 20 km/h;

• Manutenção dos veículos e maquinários e respeito à capacidade de carga de acordo com recomendação do fabricante;

• Estudo de tráfego, propondo vias alternativas durante a fase de obras, visando a redução do congestionamento;

• Plano de fogo de detonação de rocha.

Foi destacado que após a conclusão das obras de duplicação da SP-255, todas as vias estarão pavimentadas, tornando-se dispensáveis as medidas recomendadas. Para minimização dos efeitos causados pela emissão de gases poluentes, recomenda-se a manutenção dos veículos automotores do empreendimento e maquinários, em conformidade com legislação específica e respeitando a capacidade de carga indicada pelo fabricante.

Avaliação: Considerando que os canteiros de obras e as atividades desenvolvidas nas demais áreas de apoio às obras apresentam potencial para poluir o meio ambiente, entende-se que deverão ser priorizadas áreas sem restrições ambientais para a localização das mesmas. Ressalta-se que as áreas de apoio deverão estar localizadas fora de Áreas de Preservação Permanente – APP e os canteiros deverão contar com sistema adequado de coleta e destino do esgoto sanitário, através de ligação ao sistema existente e/ou instalação de banheiros químicos, em detrimento da implantação de fossas sépticas. A lavagem de máquinas e equipamentos deverá ser realizada em local adequado, com o direcionamento dos efluentes para sistema de retenção de sólidos e separação água/óleo.

Por ocasião da solicitação de LI, deverá ser apresentada, em foto aérea ou imagem de satélite, a localização do canteiro de obras e demais áreas de apoio previstas para as obras. Deverá ser apresentado croqui com o “layout” das instalações do canteiro, incluindo sistemas de drenagem, de coleta e destino do esgoto sanitário, de retenção de sólidos e de separação água/óleo.

As áreas de apoio localizadas fora da faixa de domínio deverão ser previamente cadastradas neste Departamento, por meio da Resolução SMA n° 30/2000. Caso sejam previstas unidades industriais/usinas de concreto, asfalto, etc. ou outras fontes de poluição nos canteiros, o interessado deverá solicitar o licenciamento complementar das mesmas na Agência Ambiental da CETESB e evitar instalá-las em áreas de recarga do Aquífero Guarani, conforme tratado no item 8.2.2 deste Parecer. Empresas fornecedoras de insumos para a execução das obras e unidades industriais utilizadas deverão estar devidamente licenciadas. Ainda, no caso de áreas de apoio situadas em área urbana, deverá ser apresentada manifestação da Prefeitura Municipal.

As medidas a serem adotadas para o controle da poluição gerada nos canteiros e frentes de obras deverão ser detalhadas no âmbito do PCA e reportadas nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento das obras, conforme solicitado no item 8.2.1 deste Parecer.

As medidas destinadas aos funcionários para mitigar os impactos causados pela fauna sinantrópica no canteiro de obras serão tratadas item 8.2.7 deste Parecer que trata dos impactos sobre a fauna terrestre.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO deverá ser comprovada a desativação das áreas de apoio utilizadas e a completa recuperação de todas as áreas afetadas, além da destinação adequada dos resíduos e efluentes gerados durante as obras, conforme solicitado também naquele item.

Observa-se novamente que os potenciais impactos associados a vazamentos ou acidentes com produtos perigosos estão tratados no item 8.3.2 deste Parecer.

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Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar, em foto aérea ou imagem de satélite, a localização dos canteiros de obras e demais áreas de apoio previstas (depósitos de material excedente, áreas de empréstimo, acessos provisórios, etc.), incluindo o “layout” das instalações previstas no canteiro, em áreas livres de restrições ambientais. Caso os canteiros ou outras áreas de apoio estejam localizadas fora da faixa de domínio, deverá ser efetuado o cadastramento prévio das mesmas no Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE, conforme Resolução SMA 30/2000. No caso de áreas de apoio situadas em área urbana, deverá ser apresentada manifestação da Prefeitura Municipal. Em caso de previsão de instalação de unidades industriais/usinas de concreto, asfalto, etc. ou outras fontes de poluição nos canteiros ou frentes de obras, as mesmas deverão ser instaladas fora de áreas de recarga do Aquífero do Guarani e deverão ser licenciadas na Agência Ambiental da CETESB.

8.2.4. Interferências em áreas contaminadas

Conforme informações do EIA, a obra de 87,92 km será executada preferencialmente na faixa de domínio da rodovia existente, com previsão de desapropriação em alguns locais para a implantação de obras de dispositivos em desnível, vias marginais, pedágios etc.

O interessado levantou 6 áreas inseridas na ADA que terão intervenção direta da obra, consideradas de interesse para avaliação quanto ao seu potencial de contaminação: • Área 01 – km 85+300: oficina de manutenção de veículos e ferro-velho; • Área 02 – km 102+700: posto de combustíveis RFL; • Área 03 – km 115: local de manutenção de veículos; • Área 04 – km 135+500: posto de combustíveis da BR; • Área 05 – km 145+800: local de deposição de antigos tanques e maquinários inservíveis; • Área 06 – km 178+700: posto de combustíveis situado em via transversal.

Para essas áreas, foi feito levantamento aerofotogramétrico temporal para avaliação do uso e ocupação local e consultada a Relação de Áreas Contaminadas da CETESB, sem registros na região das obras.

Com base nos dados levantados, o interessado classificou os postos de combustíveis (Áreas 02, 04 e 06) como áreas suspeitas de contaminação (AS) e os demais locais (Áreas 01, 03 e 05) como áreas com potencial de contaminação (AP), sendo recomendada a realização de investigação confirmatória para as seis áreas.

Em junho/2018, durante vistoria da equipe técnica do IETR aos trechos de duplicação da SP-255 (Relatório de Vistoria nº 018/18/IETR), foram observadas duas áreas lindeiras ao traçado correspondentes ao Aterro de Inertes Provisório e Aterro Sanitário Municipal, ambos sob responsabilidade da Prefeitura de Barra Bonita, e solicitado ao interessado avaliar a inclusão das mesmas na Avaliação Ambiental de Áreas Contaminadas.

Assim, o interessado incluiu a Área 07: Aterro de Inertes, na altura aproximada do km 167+600 – pista sul, e inicialmente a classificou como AS, pois apesar de ser destinada a receber resíduos da construção civil (entulhos), apresenta longo histórico de atividades de uso agrícola, podendo haver contaminação devido ao uso de fertilizantes ou agrotóxicos.

Já o Aterro Sanitário Municipal foi considerado muito distante (1,6 km) para causar qualquer tipo de interferência na obra.

Avaliação: As informações apresentadas pelo interessado foram encaminhadas para análise do Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo – IPRS da CETESB, que

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emitiu os Pareceres Técnicos nº 064/IPRS/18 e nº 113/IPRS/18 em 23/05 e 29/08/2018, respectivamente.

Com base no tipo de obra e nas informações do EIA, com relação ao assunto áreas contaminadas, o setor não viu óbices à emissão da LP. No entanto, antes da intervenção da obra nos locais dos postos de combustíveis, deverá ser avaliado se há de fato contaminação nas áreas, recomendando-se uma verificação prévia da situação de regularização do licenciamento ambiental dessas empresas na Agência Ambiental da CETESB pertinente, e, onde necessário, deverá ser realizada investigação confirmatória e dar prosseguimento ao gerenciamento de área contaminada, no que couber.

O IPRS considerou que as áreas com potencial de contaminação (AP) não são passíveis de realização de investigação confirmatória, a menos que uma inspeção posterior mais refinada leve à reclassificação de alguma delas como área suspeita (AS).

Para os locais onde há previsão da escavação do solo atingir a água subterrânea, deverá ser verificado se há no entorno imediato alguma fonte com potencial de contaminação da água e, caso positivo, avaliar se alguma possível pluma dissolvida poderá ter interferência com a obra (ex: bombeamento e descarte de água subterrânea contaminada para rebaixamento do lençol freático). Em caso positivo, deverão ser adotadas as medidas necessárias para a proteção ambiental e ao ser humano.

Com relação ao Aterro de Inertes incluso na Avaliação de Áreas Contaminadas, que funciona como depósito de resíduos da construção civil mas apresenta histórico de uso agrícola como os terrenos de seu entorno, o setor IPRS considerou que as fotos aéreas a partir de 1979 mostram o local apenas campo agricultável, sem quaisquer tipos de instalações que pudessem constituir armazenamento e manipulação de agrotóxicos que justifiquem a classificação como área suspeita (AS). Assim, a Área 07 – Aterro de Inertes deve ser desconsiderada na continuidade dos trabalhos.

Acrescentou, no entanto, que analisando os mapas e fotos aéreas que contêm o traçado da rodovia e os contornos das áreas classificadas como AP ou AS dentro da área diretamente afetada onde haverá intervenção da obra, foi verificado que, provavelmente, apenas parcelas de muitas das áreas deverão ser afetadas pela duplicação da rodovia. Assim, o interessado deverá informar se as desapropriações e as intervenções da obra abrangerão o total ou apenas parte das áreas, pois tais informações podem influenciar o desenvolvimento dos estudos.

O interessado deverá apresentar as complementações dos dados e informações necessárias constantes dos Pareceres Técnicos nº 064/IPRS/18 e nº 113/IPRS/18, reproduzidas no presente Parecer Técnico, por ocasião da solicitação da LI do empreendimento.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar atendimento ao disposto no item 8.2.4 do Parecer Técnico nº 342/18/IE referente à continuidade dos trabalhos de gerenciamento de áreas contaminadas nas áreas de interesse.

8.2.5. Interferências sobre áreas com direitos mine rários

Conforme o EIA, os dados do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM (mar/2018) apontam que na área de implantação das obras de duplicação da SP-255 incidem os processos minerários listados a seguir:

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Tabela 07: Processos minerários na Área Diretamente Afetada - ADA do empreendimento

Fonte: EIA e Informações Complementares de 06/08/2018 (acesso SIGMINE em mar/2018)

Segundo o EIA, o impacto da interferência em áreas de processos minerários se manifestará no momento da aquisição das terras para implantação das estruturas de apoio e para a duplicação da rodovia, abrangendo canteiros de obras, depósitos de materiais excedentes, áreas de empréstimos, vias de acesso e as próprias áreas de duplicação.

Com isso, o interessado considerou que necessitará de providências futuras junto ao DNPM para o bloqueio das áreas que estão parcial ou inteiramente inseridas na ADA, assim como negociação junto aos titulares dos empreendimentos minerários em atividade.

As medidas previstas constam do PCA e subprogramas associados, dentre as quais se destacam:

• Acompanhamento e impedimento de aceitação de novos requerimentos/autorizações de pesquisa ou concessões de lavra na área de desapropriação do empreendimento;

• Compensação financeira dos proprietários pela perda de terras ocupadas fora da faixa de domínio.

Avaliação: Com relação aos processos minerários identificados na área de implantação do empreendimento, deverão ser apresentados, por ocasião da solicitação da LI, os acordos firmados com os detentores dos direitos minerários afetados pelas obras, comprovando a solicitação dos bloqueios de lavra junto ao DNPM.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar os acordos firmados com os detentores dos direitos minerários nas áreas afetadas pela implantação do traçado proposto, e comprovar a solicitação dos bloqueios de lavra junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM.

8.2.6. Perda de vegetação nativa e intervenções em Áreas de Preservação Permanente – APPs

A fim de avaliar o impacto da perda de vegetação nativa e intervenção em APP, foram inicialmente descritas as características da vegetação nativa presente na Área de Influência

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Indireta - AII, na Área de Influência Direta - AID e na Área Diretamente Afetada – ADA do empreendimento.

Como AII foram considerados os limites geográficos dos municípios interceptados pelo empreendimento, a saber: Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado, Bocaina, Jaú, Barra Bonita e Iguaraçu do Tietê.

Segundo levantamento bibliográfico, a AII é área de ocorrência natural do Cerrado, Mata Atlântica e ecótonos, que são áreas de transição entre os dois biomas.

Atualmente, esses biomas ocupam área reduzida da paisagem, devido, especialmente, à expansão da agricultura e da pecuária sobre a vegetação nativa. De fato, no período de 2000 a 2016, os municípios da AII apresentaram em média uma redução de 34% da área ocupada por formações florestais; e aumento das áreas ocupadas pela agricultura, pastagens e silvicultura.

A Área de Influência Direta – AID do empreendimento abrange área compreendida por um raio de 500 metros de largura a partir dos limites atuais da rodovia. A caracterização da flora na AID foi realizada por meio de levantamento fitossociológico e florístico em 32 fragmentos florestais de maior relevância.

Estes fragmentos apresentam as fitofisionomias Cerradão, Floresta Estacional Semidecídua, Floresta Estacional Decídua e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial. Conforme EIA, eles se encontram em diferentes estágios de sucessão, sendo que o estágio médio de regeneração é o mais representativo, seguido pelo inicial. Apenas um fragmento foi caracterizado como em estágio avançado de regeneração.

O levantamento florístico resultou no registro de 268 espécies pertencentes a 73 famílias. A família mais rica (maior número de espécies) foi Fabaceae (38 espécies) seguida por Myrtaceae (16) Rubiaceae (13), Meliaceae (11), Bignoniaceae, Euphorbiaceae e Rutaceae (com 9 espécies cada), Sapindaceae (8), Lauraceae, Asteraceae, Apocynaceae e Boraginaceae (com 6 espécies cada).

Com relação às espécies ameaçadas de extinção, foram encontradas quatro (4) espécies ameaçadas: Cedrela odorata (cedro) Cedrela fissilis (cedro-rosa), Cariana legalis (jequitibá-rosa) e Zeyheria tuberculosa (ipê-felpudo), classificadas na categoria “vulnerável” conforme Resolução SMA 57/2016 e Portaria MMA nº 443/2014.

Segundo o EIA, a alta diversidade florística encontrada na AID (268 espécies em 73 famílias) não é comumente observada em estudos e inventários encontrados na literatura. Acredita-se que essa condição decorra do fato de que a malha amostral contempla quatro fitofisionomias distintas: Cerradão, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial.

O levantamento fitossociológico realizado em parcelas alocadas nos 32 fragmentos indicou que as espécies mais abundantes e com maior valor de importância são: Guarea kunthiana (marinheiro), Anadenanthera colubrina (angico-branco), Siparuna guianensis (mata-cachorro), Copaifera langsdorfii (copaíba), Casearia sylvestris (guaçatonga), Cordia trichotoma (louro-pardo), Pterodon pubescens (sucupira), Aloysia virgata (lixeira) e Pterogyne nitens (amendoim-bravo).

Para caracterização da cobertura vegetal e das Áreas de Preservação Permanente – APPs presentes na Área Diretamente Afetada – ADA foram conduzidas três campanhas de coleta de dados entre dezembro de 2017 a janeiro de 2018.

A maior parte dos fragmentos localizados na ADA, e, portanto, sujeitos à supressão, apresentam elementos característicos da Floresta Estacional Semidecidual, embora a área seja considerada como de ocorrência de Cerrado. A supressão destes fragmentos decorre

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da realização de limpeza de terreno, terraplenagem, execução de cortes e aterros e implantação de obras de arte especiais (pontes) e correntes (bueiros, canaletas, valetas, etc).

Para a execução das obras será necessária a supressão de 6,5ha de vegetação nativa em fragmentos ao longo do traçado, conforme indicado na tabela 08. Ressalta-se que a interferência recairá nas áreas de borda dos mesmos, não implicando em fragmentação, todavia alguns integram áreas de Reserva Legal.

Quanto à interferência em APPs, haverá necessidade de intervir em 29 APPs de cursos d’água, totalizando 7,16 ha. Conforme EIA, a maior parte das APPs é ocupada por espécies arbustivas e herbáceas, especialmente gramíneas exóticas e maciços de bambu (Bambusa sp). Todavia, haverá interferência em cinco APPs recobertas com Floresta Estacional Semidecidual, junto aos km 97+500, 104+000, 123+500, 177+500, 178+000 (tabela 08).

Tabela 08. Detalhamento dos fragmentos florestais presentes na ADA.

nº fragmento

km

Caracterização fragmento de vegetação Área de Intervenção

Reserva Legal Classificação Estágio Fora de

APP (m²) Em APP

(m²) TOTAL

(m²)

01 90+000 x FES inicial 8.545 - 8.545

02 90+850 x FES inicial 3.537 - 3.537

03 97+500 Não FES inicial 6.695 742 7.438

04 104+000 Não FES inicial 2.582 1.050 3.632

05 116+000 Sim FES inicial 9.575 9.575

06 118+500 Sim FES inicial 10.109 10.109

07 123+500 X FES inicial 1.925 6.494 8.419

08 177+500 Não FES inicial 2.543 2.127 4.670

09 178+000 Não FES inicial 1.209 7.921 9.131

TOTAL 46.772 18.336 65.059

FES - Floresta Estacional Semidecidual

As medidas mitigadoras propostas para os impactos associados à perda de vegetação nativa e interferência em APPs incluem a delimitação das áreas de supressão previamente ao início das atividades, a realização de resgate de flora e de fauna, e o acompanhamento dos trabalhos por equipe de meio ambiente e engenharia. Tais medidas serão tratadas no Programa de Controle da Supressão e no Programa de Resgate de Flora, constantes no item 9 deste Parecer Técnico.

Para compensação ambiental deverão ser elaborados e apresentados ao órgão licenciador, projetos de plantio compensatório, tratado no Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica. Nesse sentido, o EIA identifica como relevantes para a restauração as áreas próximas aos fragmentos situados no km 109, 125, 143+500, 144, 171+000 e 172+500, pois apresentam melhor estado de conservação, condições fitogeográficas e possibilidade de conexão com outros fragmentos e APPs.

Em atendimento a solicitação de informações complementares, o empreendedor apresentou relação com indicação de áreas disponíveis para restauração. Dentre elas, duas estão situadas no município de Boa Esperança do Sul, nas propriedades Fazenda Bela Vista I; Fazenda Java; e três no município de Jaú, nas propriedades Fazenda São Francisco do Barreiro; Fazenda Bela Vista e Residencial João Ballan II.

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Conclui-se, por fim, que embora os fragmentos existentes na área de influência do empreendimento estejam nos estágios inicial e médio de regeneração, considerando a ocupação predominantemente antrópica, eles apresentam significância florística e fitossociológica e podem integrar propostas de restauração florestal como compensação pela implantação do empreendimento.

Avaliação: Entende-se que os potenciais impactos relativos à supressão de vegetação e interferência em APP deverão ser mitigados com a devida implementação das medidas e ações previstas no Programa de Controle da Supressão, no Programa de Resgate de Flora, e no Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica, além das considerações a seguir.

O Programa de Controle da Supressão deverá em sua fase de planejamento considerar as recomendações constantes na Manifestação NEPA/EESC/USP integrante do Parecer do CBH-TJ. Dessa forma, deverá ser apresentada no detalhamento do referido Programa avaliação sobre a existência de alternativa técnica e locacional para as supressões nos fragmentos situados nos km 90+850, 97+500, 115+500, 118+000 e para as interferências nas APPs situadas entre o km 171+000 e 172+000 e no km 131+500. E, nesse sentido, considerando que existem alternativas locacionais para as áreas de apoio, entende-se que a implantação de canteiros de obras, áreas de empréstimo e depósito de material excedente não deverão intervir com APPs e/ou fragmentos florestais, conforme já solicitado no item 8.2.3 deste Parecer.

Caso a necessidade de supressão desses fragmentos se mantenha, a classificação do estágio sucessional das áreas de supressão nos km 90+850, 116+000, 118+500 e 123+500 deverá ser revista, concordando com a classificação do restante dos fragmentos indicados como em estágio médio. Dessa maneira, embora o EIA informe que as bordas dos fragmentos apresentam estrutura e espécies distintas da vegetação existente no interior dos mesmos, ambos constituem um fragmento único, apresentando, portanto, o mesmo estágio de regeneração. Além disso, com a realização da supressão, a porção de vegetação que antes se encontrava abrigada e com características próprias, ficará suscetível aos efeitos de novas variáveis abióticas e bióticas, vindo a constituir a borda do remanescente.

Sobre a interferência com fragmentos que integram área de Reserva Legal, o empreendedor deverá comunicar aos respectivos proprietários a necessidade de interferência e de atualizar as informações constantes no Cadastro Ambiental Rural – CAR, classificando o trecho de supressão como área de servidão administrativa. Estas áreas deverão ser compensadas por meio de restauração de uma área em tamanho equivalente, em acréscimo a compensação definida pela legislação (Resolução SMA 07/2017). Cabe esclarecer que esse entendimento também é válido para aqueles fragmentos que constam no SiCAR como áreas de Reserva Legal, mas que não estão averbados na matrícula do imóvel.

Ainda em relação ao Programa de Controle da Supressão de Vegetação, entende-se que deverá existir uma equipe de campo para cada frente de obra com supressão. E que este Departamento e o Centro de Manejo de Fauna Silvestre – SMA/CBRN/DeFau deverão ser informados do início das atividades de supressão de vegetação com uma antecedência mínima de 15 dias, garantindo o acompanhamento destas atividades pelas equipes citadas.

Sobre o Programa de Resgate de Flora, entende-se que além das espécies ameaçadas, endêmicas e epífitas, deverão também ser objeto dos trabalhos de resgate, as espécies zoocóricas e as espécies com potencial para serem utilizadas na restauração florestal (plântulas e sementes). O resgate destes indivíduos é uma medida importante por conta da maior variabilidade genética que os mesmos apresentam em comparação com as mudas obtidas em viveiros.

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Dessa forma, solicita-se que as plântulas resgatadas e as mudas germinadas a partir de sementes resgatadas sejam utilizadas nos trabalhos de restauração e no enriquecimento de fragmentos de vegetação que, por exemplo, estejam no estágio inicial de regeneração. Para tanto, deverá ser incluído, no âmbito do Subprograma Resgate da Flora, um item relativo ao resgate de espécies zoocóricas e de germoplasma (plântulas e sementes), contemplando informações sobre: os procedimentos executivos para o resgate e relocação de espécies; as ações para coleta de sementes e plântulas; a localização dos viveiros de espera para recebimento dos materiais resgatados, os quais deverão estar aptos à recepção antes do início das atividades de supressão; o cronograma de atividades e equipe responsável. Solicita-se ainda considerar o envio de parte desse material para Unidade de Conservação, prefeituras interessadas na recuperação de áreas degradadas, viveiros conservacionistas entre outros.

Sobre a compensação pela supressão, a ser tratada no âmbito do Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica, entende-se que a mesma deverá abranger a restauração de áreas que promovam a formação de corredores entre fragmentos existentes na AID, tal como aqueles identificados no EIA (km 109, 125, 143+500, 144, 171 e 172+500); ou a restauração de APPs de cursos d’água localizados nas bacias do rio Jacaré Pepira e do rio Jacaré Guaçu, dado que estas áreas são apontadas nos estudos do MMA e do Programa BIOTA como de elevada importância e prioridade para restauração e criação de corredores ecológicos.

Embora com viés de proteção dos mananciais de abastecimento público, a restauração das APPs de cursos d’água que integram a bacia do Jacaré-Pepira (ribeirão do Potreiro, córrego da Fazenda São José e ribeirão das Bocainas) também consta na manifestação do Comitê de Bacias Hidrográficas do Tietê-Jacaré – CBH-TJ, que ainda apontou como importante a restauração de cursos d’água presentes na bacia do rio Jaú (ribeirão Pouso Alegra e córrego do Pau d’alho).

Dentre as potenciais áreas para restauração indicadas pelo interessado, aquela situada no Residencial João Ballan II situa-se em área já compromissada para restauração (1,88 ha de APP). Solicita-se, dessa forma, a indicação de outra área. Ressalva-se, no entanto, que a avaliação da proposta detalhada e aprovação das áreas de restauração como compensação pelas intervenções serão realizadas na próxima fase do licenciamento.

Por fim, cabe tratar de item constante na manifestação do CBH-TJ que solicita a minimização da supressão de vegetação na área de APP do rio Jacaré-Pepira, conforme mencionado no item 8.2.2 deste Parecer. Entende-se que esta solicitação é uma medida importante e deverá ser buscada ao longo da implantação de todo empreendimento. Contudo, conforme discutido no item 8.2.2, é possível que a eventual adequação do projeto executivo no trecho de cruzamento da APP do rio Jacaré-Pepira (com adoção de OAE) implique, num primeiro momento, em uma maior área de supressão, contraditória à solicitação do CBH, mas, por outro lado, fomentará a função de corredor ecológico desempenhada pela APP do rio Jacare-Pepira e deverá ser restaurada após o término das obras. Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

• Incluir no detalhamento do Programa de Controle da Supressão a avaliação de alternativa técnica e locacional para as supressões nos fragmentos situados nos km 90+850, 97+500, 115+500, 118+000 e para as interferências nas APPs situadas entre o km 171+000 e 172+000 e no km 131+500. Deverá também ser revista a classificação dos estágios de regeneração dos fragmentos situados próximos aos km 90+850, 116+000, 118+500 e 123+500

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e indicada a interferência em áreas de Reserva Legal, conforme orientações tratadas no item 8.2.6 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

• Incluir no detalhamento do Programa de Resgate de Flora as orientações tratadas no item 8.2.6 do Parecer Técnico nº 342/18/IE; o resgate das espécies zoocóricas e das espécies com potencial para serem utilizadas na restauração florestal (plântulas e sementes) e no enriquecimento de fragmentos vegetação; e a previsão de utilização de viveiros de espera.

• Incluir no detalhamento do Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica proposta de restauração considerando as áreas indicadas pelo Comitê de Bacias Hidrográficas nas microbacias do ribeirão do Potreiro, córrego da Fazenda São José, ribeirão da Bocainas, ribeirão Pouso Alegre e córrego Pau d’Alho; áreas que promovam a formação de corredores entre fragmentos existentes na AID (junto, por exemplo, aos fragmentos situados próximos aos km 109, 125, 143+500, 144, 171 e 172+500); restauração das APPs, especialmente as APPs do rio Jacaré Pepira e do rio Jacaré Guaçu.

• Obter a Autorização de Supressão de Vegetação e Intervenção em Área de Preservação Permanente – APP e o respectivo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental - TCRA junto ao Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE/CETESB, instruído com projeto de restauração conforme diretrizes do item 8.2.6 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

Durante a implantação do empreendimento

• Informar, com antecedência mínima de 15 dias, o Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos e o Centro de Manejo de Fauna Silvestre – SMA/CBRN/DeFau sobre o início das atividades de supressão de vegetação.

• Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Resgate de Flora, de Controle da Supressão de Vegetação e de Gerenciamento de Plantios Compensatório e Restauração Ecológica a descrição das atividades realizadas no período; registros fotográficos datados; mapeamento e georreferenciamento das áreas de intervenção; resultados obtidos; eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas; e equipe técnica responsável.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação - LO

• Apresentar situação de atendimento ao cronograma do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA firmado junto à CETESB.

8.2.7. Impactos sobre a fauna terrestre

Para caracterização da fauna silvestre foram realizadas duas campanhas de levantamento, a primeira no período chuvoso (fevereiro e março de 2018) e a segunda no período seco (junho de 2018), com esforço amostral de dez e cinco dias, respectivamente.

Os levantamentos da fauna terrestre foram realizados em fragmentos florestais contíguos aos km 110+200 e 123+700 da rodovia, sendo este último associado à APP do rio Jacaré-Pepira.

O registro de mamíferos de médio e grande porte foi realizado com auxílio dos métodos de busca de visualização e de vestígios (tocas, fuçados, pegadas e excrementos), armadilhas fotográficas; e armadilhas de pegadas. Na primeira campanha foram registradas 10 espécies de mamíferos e na segunda 11 espécies (7 ordens e 10 famílias): Dasyprocta azarae (cutia); Dasypus novencictus (tatu-galinha); Cerdocyon thous (cachorro-do-mato); Nasua nasua (quati); Puma concolor (onça-parda); Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira);

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Mazama gouazoubira (veado-catingueiro); Alouatta sp. (bugio); Sapajus nigritus (macaco-prego); Callicebus personatus (sauá) (tabela 09).

Dentre as espécies registradas, Puma concolor, Myrmecophaga tridactyla e Alouatta sp. estão ameaçadas de extinção; e Sapajus nigritus é apontada como quase-ameaçada, conforme Decreto Estadual 60.133/2014. Já a espécie Lepus europaeus (lebrão) é considerada exótica.

Tabela 09. Espécies registradas nas áreas de levantamento de fauna: Módulo 1 (fragmento lindeiro ao km 110+200 da rodovia) e Módulo 2 (fragmento contíguo à Área de Preservação Permanente – APP no km 123+700 da rodovia). Dados referentes à primeira campanha (fevereiro e março de 2018)

Fauna Pontos de amostragem

Nome científico Nome popular Módulo 1 Módulo 2

Alouatta sp. Bugio 1 0

Callicebus personatus Macaco 0 1

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato 1 14

Dasyprocta azarae Cutia 2 4

Dasyus novemcinctus Tatu-galinha 2 0

Lepus europaeus Lebre européia 0 1

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro 1 1

Myrmecophaga tridactyla Tamanduá bandeira 0 1

Puma concolor Onça-parda 0 1

Sapajus nigritus Macaco-prego 1 0

TOTAL 8 23

O levantamento de mamíferos de pequeno porte foi realizado com auxílio de armadilhas Sheman e Tomahowk e armadilhas de interceptação e queda. Foram registradas 13 espécies, as mais capturadas foram Akodon sp (roedor-do-mato, n=10), Calomys tener (roedor-do-mato, n=12), Didelphis albiventris (gambá-da-orelha-branca, n=10) e Oligoryzomys nigripes (roedor-do-mato, n=7). Dentre as espécies registradas, Euryorzomys russatus é considerada ameaçada de extinção, Delomys sublineatus consta como quase-ameaçada e Oecomys catherinae é avaliada como deficiente de dados, de acordo com o Decreto Estadual 60.133/2014).

Para o levantamento de quirópteros foram utilizadas redes de neblina. Nas duas áreas foram capturados um total de 28 morcegos pertencentes a 10 espécies todas da família Phyllostomidae. Nenhuma das espécies consta nas listas de animais ameaçados.

A avifauna foi levantada por meio de escuta e transectos nos fragmentos, resultando no registro de 166 espécies (33 famílias, 14 não-Passeriformes e 19 Passeriformes). As espécies mais comuns foram Patagioenas picazuro (asa-branca), Myiothlypis flaveola (canário-do-mato), Thamnophilus pelzelni (choca-do-planalto) e Basileuterus culicivorus (pula-pula). Com base na classificação de Stotz e colaboradores (1996), constatou-se que a maior parte das espécies registradas possui baixa sensibilidade a alterações (65%), sendo que apenas uma espécie apresenta alta sensibilidade (Basileuterus leucophrys, pula-pula-de-sombrancelha). Não obstante, cinco espécies estão ameaçadas de extinção: Momotus momota (udu-de-coroa-azul), Formicivora melanogaster (formigueiro-de-barriga-preta), Basileuterus leucophrys (pula-pula-de-sombrancelha), Crotophaga major (anu-coroca) e Lanio penicillatus (pipira-da-taoca); e duas quase-ameaçadas: Penelope superciliaris (jacupemba) e Antilophia galeata (Soldadinho) (Decreto Estadual 60.133/2014).

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A herpetofauna foi levantada por meio dos métodos armadilha de interceptação e queda e busca ativa. Em ambas as campanhas foi registrado um total de 20 espécies, sendo 8 espécies pertencentes ao grupo dos répteis, e 12 ao grupo dos anfíbios. As espécies registradas são bastante tolerantes a alterações antrópicas, exceto as espécies Bothrops moojeni (jararaca) e Physalaemus nattereri (rã-quatro-olhos). Não foram identificadas espécies ameaçadas de extinção.

Com base na caracterização, discute-se que o impacto sobre a fauna durante a implantação do empreendimento inclui a perda de habitat e geração de distúrbios à fauna. A perda de habitat decorre da remoção da cobertura de vegetação; enquanto que os distúrbios à fauna advêm das atividades necessárias à execução das obras, tais como: limpeza de terreno, abertura de caminhos de serviço, movimentação de funcionários, de veículos e de máquinas.

As medidas mitigadoras para esse impacto incluem a realização de programa de monitoramento, o afugentamento e resgate dos animais nas áreas de intervenção, e o desenvolvimento de ações educativas com os trabalhadores da obra. Tais medidas serão tratadas no Programa de Monitoramento da Fauna, Programa de Resgate da Fauna e Programa de Educação Ambiental. Tais Programas são apresentados resumidamente no item 9 deste Parecer Técnico.

Foi discutido ainda que a restauração prevista no Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica poderá atenuar a perda de habitat na medida em que houver a conexão de remanescentes florestais, de forma a permitir o fluxo gênico, conforme item 8.2.6 deste Parecer Técnico.

Avaliação: Embora as formações florestais ocupem 30% da AII (dados obtidos no EIA), os levantamentos indicaram que os fragmentos amostrados suportam fauna composta tanto por animais generalistas, quanto por animais ameaçados de extinção. Analogamente, espera-se que situação similar ocorra nos demais fragmentos florestais existentes na ADA, dado que a AII é ocupada predominantemente por áreas permeáveis à fauna como áreas, agrícolas, pastagens e silviculturas.

Não obstante, entende-se que é provável a ocorrência de animais nas áreas ocupadas por vegetação herbáceo arbustiva associada a lagoas, várzeas e APPs. Dessa forma, entende-se que o afugentamento e resgate de animais, previsto no Programa de Resgate da Fauna a serem realizados nas áreas de supressão florestal, deverão se estender para essas áreas, sendo que as equipes de resgate deverão atuar antes e durante as intervenções. Cabe destacar que deverá ser priorizado o afugentamento dos animais em detrimento da captura.

Entende-se que a tomada de dados biométricos e marcação dos indivíduos, propostas no âmbito do Programa de Resgate de Fauna, podem ficar restritas aos animais resgatados que estiverem feridos. As demais ações propostas para os animais resgatados, também no âmbito do Programa de Resgate de Fauna, estão adequadas e incluem: a soltura em áreas adjacentes ou outras áreas previamente definidas; e o encaminhamento dos animais feridos para tratamento em campo, Centros de Triagem de Animais Silvestres – CETAS ou Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – CRAS.

Dessa forma, por ocasião da solicitação da LI, deverá ser apresentada proposta de implantação de base de fauna ou CETAS provisórios para atendimento prévio dos animais feridos resgatados nas áreas de obras; e comprovação de parceria com CETAS, CRAS, zoológicos ou outra instituição responsável pelo recebimento de animais feridos. A parceria deverá ser mantida na fase de operação, conforme será tratado no item 8.3.3 deste Parecer. Para os animais que vierem a óbito deverão ser adotados os procedimentos previstos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I, de 14/08/2018, que estabelece os critérios para destinação de animais mortos em rodovia.

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Caso ocorram resgates de indivíduos da espécie exótica invasora Lepus europaeus (lebre-européia), que foi registrada nas campanhas de monitoramento, os mesmos deverão ser encaminhados a zoológicos, mantenedouros ou criadouros científicos, não devendo ser soltos novamente na área.

Ainda em relação ao Programa de Resgate de Fauna, deverão ser incluídas ações para resgate e relocação de abelhas nativas e deverá ser apresentada a definição da equipe técnica responsável; a definição do veículo apropriado para o transporte de animais; e a identificação das potenciais áreas de soltura.

E, considerando que as ações previstas no Programa de Resgate de Fauna envolvem o manejo, deverá ser solicitada a Autorização para Manejo in situ de Animais Silvestres junto ao Departamento de Fauna da Secretaria de Meio Ambiente - SMA/CBRN/DeFau, conforme Resolução SMA 92/2014. Tal Autorização deverá ser obtida antes do início da supressão e das intervenções em APPs.

Sobre o Programa de Monitoramento, entende-se que deverá ser dada continuidade às atividades de monitoramento de fauna nos pontos que já vêm sendo monitorados, para melhor verificar e subsidiar a implementação de medidas mitigadoras durante as obras e a fase de operação. E, dado que houve registro de primatas no fragmento florestal denominando módulo 1 (Alouatta sp. e Callicebus personatus e Sapajus nigritus, conforme tabela 09), entende-se que também deverá ser realizado o monitoramento desse grupo no fragmento florestal localizado em frente ao módulo 1 (APP do curso d’água denominado córrego M do DER), de forma a verificar se estes indivíduos cruzam a rodovia (figura 03).

Figura 03. Localização do Módulo 1 (fragmento monitorado) e do fragmento florestal que deverá ser monitorado quanto a ocorrência de primatas (km 110+500 da rodovia SP-255).

Deverão ser adotadas ações para manejo da fauna sinantrópica que vier a ser atraída para os canteiros de obra ou para a pista e faixa de domínio da rodovia. As ações deverão ser destinadas tantos os funcionários das obras, quanto a população do entorno e usuários da rodovia. Elas deverão ser tratadas no Programa de Educação Ambiental, proposto pelo interessado, e em um Programa de Manejo da Fauna Sinantrópica, não previsto no EIA.

Dessa forma além das medidas previstas no Programa de Educação Ambiental, constantes

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no item 9 deste Parecer, deverá ser incluída a realização de campanhas de conscientização da população do entorno e dos usuários da rodovia.

O detalhamento do Programa de Educação Ambiental deverá ser apresentado na próxima fase de licenciamento e deverá contemplar medidas para fomentar a posse responsável (castração, vacinação e guarda adequada) e para alertar sobre risco do abandono de animais nas áreas próximas à rodovia, em especial dos equinos e bovinos. No tocante aos funcionários, deverão ser detalhados os tópicos a serem transmitidos durante as reuniões previstas no Programa de Treinamento e Capacitação Ambiental da Mão de Obra, integrante do Programa de Educação Ambiental.

O Programa de Manejo da Fauna Sinantrópica deverá contemplar a realização de parcerias ou outras formas de apoio com instituições para castração de cães e gatos; e a definição de instituições que receberão os animais vagantes e resgatados. O detalhamento do Programa deverá ser apresentado na próxima fase de licenciamento.

Face ao exposto, entende-se que os impactos à fauna durante as obras poderão ser mitigados com a devida implementação das medidas e ações propostas no Programa de Monitoramento da Fauna, Programa de Resgate da Fauna e Programa de Educação Ambiental, tratados no item 9 deste Parecer Técnico, acrescidas das solicitações e adequações acima discutidas.

Durante a implantação do empreendimento deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas, e por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação deverá ser apresentado relatório final do programa.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Incluir no detalhamento do Programa de Resgate de Fauna o acompanhamento da equipe de resgate de fauna das intervenções a serem realizadas em áreas ocupadas por vegetação herbáceo arbustiva associada a lagoas, várzeas e APPs; procedimentos distintos para os indivíduos de Lepus europaeus (lebre-europeia) capturados; proposta de implantação de base de fauna ou CETAS provisórios para atendimento prévio dos animais feridos resgatados nas áreas de obras; comprovação de parcerias com CETAS, CRAS, zoológicos ou outra instituição responsável pelo recebimento de animais feridos; proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018; e demais especificações tratadas no item 8.2.7 do Parecer Técnico nº 342/18/IE. • Incluir no detalhamento do Programa de Monitoramento de Fauna a realização de monitoramento de primatas no fragmento florestal associado à Área de Preservação Permanente – APP do córrego M do DER (km 110+500, pista sul); e a amostragem de curso d’água com condições adequadas para ocorrência de icitofauna, conforme item 8.2.8 do Parecer Técnico nº 342/18/IE. • Incluir no detalhamento do Programa de Educação Ambiental a descrição dos tópicos a serem tratados com os funcionários referentes à fauna silvestre, sinantrópica e doméstica e com os usuários sobre o risco de atropelamento de animais, conforme tratado nos itens 8.2.7 e 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE; a realização de campanhas de conscientização com a população do entorno e usuários da rodovia sobre a posse responsável de animais (castração, vacinação e guarda adequada) e o risco do abandono de animais nas áreas próximas à rodovia, em especial dos equinos e bovinos. • Apresentar um Programa de Manejo da Fauna Sinantrópica detalhado contemplando apoio à castração de cães e gatos; e definição de instituições que receberão os animais domésticos vagantes e resgatados.

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Durante a implantação do empreendimento • Apresentar, antes do início das atividades de supressão de vegetação e das intervenções em Áreas de Preservação Permanente - APPs, a Autorização para Manejo in situ da Fauna Silvestre a ser emitida pelo Departamento de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente (SMA/CBRN/DeFau), conforme disposto na Resolução SMA nº 92/2014. • Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Resgate de Fauna e de Monitoramento de Fauna a descrição das atividades realizadas no período; registros fotográficos datados; análise crítica dos dados coletados; eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas; e equipe técnica responsável; listagem das espécies resgatadas e destinação; mapeamento e georreferenciamento das áreas de soltura e destinação dos animais mortos conforme Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018; listagem das espécies registradas nos monitoramentos e localização dos registros; e comparação entre as campanhas. Incluir o georreferenciamento dos pontos de amostragem e de soltura em fotos aéreas ou imagens de satélite e enviar os arquivos (extensão Geotiff ou compatível) e vetorial (extensão shp ou compatível), em UTM, Datum SIRGAS 2000.

8.2.8. Impactos sobre a ictiofauna

Para caracterização da ictiofauna foram realizados levantamentos em quatro corpos d’água interceptados pelo empreendimento: ribeirão Pouso Alegre, rio Jacaré-Pepira, rio Jacaré-Guaçu e rio do Ouro. A metodologia incluiu a utilização de tarrafas, peneiras e redes de espera em pontos a montante e a jusante das drenagens.

Ao todo foram capturados 268 indivíduos, distribuídos em 35 espécies, 18 famílias e seis ordens. Desse total, 154 foram registrados no ribeirão Pouso Alegre, 78 no rio Jacaré-Guaçu e 36 no rio Jacaré-Pepira. Não houve registros no rio do Ouro, muito provavelmente devido à baixa qualidade ambiental do mesmo devido ao lançamento de efluentes domésticos e industriais.

Dentre os corpos d’água estudados, o rio Jacaré-Guaçu foi o que apresentou maior abundância de espécies (n=45) composta por indivíduos com curta e longa migração, seguida do rio Jacaré-Pepira (n=32).

Estes resultados refletem a importância destes dois cursos d’água como rota migratória alternativa para espécies que realizam migrações, dado que a maioria dos rios da bacia do Alto Paraná encontra-se barrada por represamentos. Desta forma, frente às barreiras físicas, estas espécies procuram tributários de menor tamanho para realizar seu ciclo reprodutivo, tal como o rio Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu.

Outra característica que merece destaque é a baixa ocorrência de espécies exóticas, visto que a ocorrência de espécies exóticas nos cursos d’água é uma condição frequente, sendo prejudicial para a ictiofauna nativa.

Avaliação: A interferência à ictiofauna foi tratada no EIA juntamente com os impactos à fauna terrestre, todavia, dado o alto número de interferência do empreendimento com cursos d’água (n=27) e que as campanhas de levantamento indicaram que os rios Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu são rotas importantes para peixes migratórios, deverão ser adotadas outras medidas de forma a minimizar potenciais impactos à ictiofauna.

As campanhas de monitoramento, previstas no âmbito do Programa de Monitoramento de Fauna, deverão ser mantidas. Todavia, o ponto de amostragem situado no rio do Ouro deverá ser descartado, dado que não foram registrados peixes neste curso d’água nas duas campanhas, muito provavelmente devido a sua baixa qualidade ambiental. Contudo, as campanhas de monitoramento da qualidade das águas superficiais deverão ser mantidas

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neste ponto.

Dessa maneira, as campanhas de monitoramento da ictiofauna deverão ser realizadas nos cursos d’água já amostrados, ribeirão Pouso Alegre, rio Jacaré-Pepira, rio Jacaré-Guaçu, acrescido de curso d’água que apresente condições mínimas para ocorrência de peixes. Sugere-se os cursos d’água localizados no km 102+200 (rio sem denominação), km 103+800 (rio sem denominação), km 122+100 (ribeirão Potreiro); km 131+800 (rio sem denominação); km 162+400 (ribeirão Ave Maria); ou km 171+600 (rio sem denominação). A adequação no monitoramento e os relatórios de acompanhamento deverão ser tratados no âmbito do Programa de Monitoramento de Fauna, conforme exigências constantes no item 8.2.7 deste Parecer Técnico.

Idealmente, as estruturas utilizadas no cruzamento dos cursos d’água (galerias) devem interferir minimamente no fluxo de água de forma a não constituir obstáculo para a passagem de animais aquáticos. Dessa maneira, a velocidade e a profundidade do fluxo d’água dentro da galeria devem ser similares àquelas do curso d’água.

Considerando que se trata de duplicação e que já existem galerias cruzando os cursos d’água, entende-se que as novas estruturas não devem causar distúrbios adicionais, devendo, portanto, serem adotados critérios adicionais no projeto, como: as galerias/tubulações devem estar alinhadas com o curso d’água (não formar quedas), devem ser dimensionadas adequadamente de forma a não aumentar a velocidade do fluxo (subdimensionamento) e devem manter nível de profundidade em seu interior adequado à ictiofauna. O atendimento a esta solicitação deverá ser comprovado no âmbito da exigência de otimização do projeto, tratada no item 8.2.1 deste Parecer Técnico.

Entende-se, por fim, que as medidas referentes à manutenção de qualidade das águas superficiais, tratadas no item 8.2.2 deste Parecer e no item 9 (Subprograma de Controle de Processos Erosivos e de Assoreamento e Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas) contribuirão para mitigar os potenciais impactos à ictiofauna.

8.2.9. Interferências em áreas protegidas e áreas i ndicadas para conservação

O empreendimento não interferirá com Unidades de Conservação – UCs de Proteção Integral ou suas zonas de amortecimento.

Em atendimento à Lei Federal 9.985/00, que trata da compensação ambiental para as UCs, foi apresentado o Programa de Compensação Ambiental, descrito no item 9 deste Parecer. Foi sugerida pelo empreendedor a destinação da compensação à Estação Ecológica de Itirapina e à APA Corumbataí - Botucatu - Tejupá.

Avaliação: Não são esperados em UCs de Proteção Integral ou Uso Sustentável pela duplicação da rodovia.

Cabe informar que as atribuições para a destinação das verbas compensatórias são da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SMA. Para a emissão da LI, deverá ser apresentado comprovante de depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/14, conforme indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SMA.

Para a LO deverá ser apresentado relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando a realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento.

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Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI

• Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental - TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/14, conforme indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SMA. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação - LO

• Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante para a emissão da Licença de Operação.

8.2.10. Incômodos à população lindeira

Segundo o interessado, durante a fase de implantação do empreendimento, poderão ocorrer incômodos a população lindeira devido a remanejamentos de sistemas de infraestrutura, como rede elétrica e de água; interrupções temporárias no tráfego da Rodovia SP-255 para o transporte de materiais, movimentação de equipamentos; desapropriação de propriedades; alterações na paisagem, com supressão de vegetação, implantação de barreiras físicas e praças de pedágios; aumento dos níveis de ruído, vibração e poeira; impactos na economia local, com a interferência no funcionamento de estabelecimentos comerciais, entre outros.

No entanto, o interessado destacou que o entorno do empreendimento é predominantemente rural, com o plantio de cana-de-açúcar. As exceções são as áreas urbanas de Araraquara, Jaú e Igaraçu do Tietê, e consequentemente seus moradores deverão ser os mais impactados pelos incômodos da fase de obras, além dos usuários da Rodovia SP-255.

No EIA, foi informado que para as obras de duplicação da SP-255, devido à presença de áreas de afloramento de rochas de 3ª categoria bastante resistentes ao desmonte mecânico, haverá a necessidade de utilização de explosivos em alguns trechos da rodovia. Os impactos associados referem-se a vibrações, ruídos e espalhamento de detritos de rocha e poeira que podem causar incômodos ou reclamações de comunidades lindeiras.

As medidas mitigadoras previstas no Plano de Emergência e Programa de Gerenciamento de Riscos na fase de implantação são:

• Os desmontes de rochas deverão obedecer à NBR-9653 e NBR-7494 da ABNT;

• O horário para a utilização de explosivos deve ser entre 10 e 15 h;

• Deverá ser elaborado plano de fogo adequado às necessidades do trabalho;

• Os trabalhos devem ser conduzidos por pessoal qualificado, obedecendo aos procedimentos de armazenamento, carregamento e disparo do material explosivo.

Ainda conforme o EIA, considerando que grande parte do traçado de duplicação da SP-255 se encontra em áreas de terrenos baixos com a ocorrência de solos moles e nível d´água raso, caracterizando áreas suscetíveis a ocorrência de problemas geotécnicos, os serviços de escavação, uso de explosivos, compactação de solo, fundações para a construção das OAEs, entre outros, poderão acarretar eventuais recalques e consequentes abalos em estruturas e construções lindeiras.

As medidas mitigadoras apresentadas foram a realização de:

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• Estudos hidrogeológicos específicos, com o objetivo de determinar a profundidade, tipo e comportamento do aquífero em profundidade;

• Cartografia geotécnica/geológica de detalhe, incluindo mapeamento de cortes e aterros e grande quantidade de dados de sondagens;

• Estudo de maciços rochosos considerando análises estruturais, além de ensaios geomecânicos realizados “in loco” e em laboratório.

Avaliação: As medidas propostas no EIA e discutidas ao longo do presente Parecer para a mitigação de incômodos à população relativa ao controle de emissões atmosféricas, de tráfego, de emissão de ruídos, de remanejamentos de infraestruturas, etc, se adequadamente implementadas, deverão minimizar os transtornos aos lindeiros, especialmente considerando que as áreas do entorno são em sua maior parte de uso rural, ocupadas por plantio.

O interessado deverá incluir as informações sobre as demandas recebidas e as medidas de comunicação social adotadas durante as obras no âmbito dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA, conforme solicitado no item 8.2.1 deste Parecer.

No entanto, considerando a previsão de utilização de explosivos para o corte de rochas em alguns trechos das obras na Rodovia SP-255, entende-se que o interessado deverá apresentar, por ocasião da solicitação de LI, no âmbito do PCA, mapa retigráfico da duplicação indicando os marcos quilométricos onde os explosivos serão utilizados, cronograma previsto e um Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos, contemplando dados do plano de fogo a ser utilizado (conforme Anexo B - Plano de Fogo, da Norma Técnica D7.013 “Avaliação e monitoramento das operações de desmonte de rocha com uso de explosivo na mineração: Procedimento” da CETESB - fev/2015), estabelecimento de um “Plano de Comunicação à População” sobre os efeitos gerados nas detonações; divulgação do horário de detonações, com a fixação de cartazes, faixas e quadros de avisos pertinentes aos eventos; sinalização das áreas de ocorrências de detonação de explosivos; interrupção de tráfego, conforme solicitado no item 8.1.1 deste Parecer.

Durante a implantação do empreendimento, deverão ser incluídas informações sobre o andamento das detonações (ações realizadas segundo o plano de fogo, horários, medição de níveis de pressão acústica e velocidade de vibração de partículas, etc..) e as medidas mitigadoras adotadas nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento das obras.

Observa-se que as medições de vibrações devem ficar restritas para quando ocorrer reclamação da população e os valores medidos devem ser comparados diretamente com os respectivos padrões da DD nº 215/2007/E de 07/11/2007.

Considerando ainda a possibilidade de ocorrência de recalques e consequentes abalos em estruturas e construções lindeiras devido à presença de áreas suscetíveis a ocorrência de problemas geotécnicos ao longo do traçado, além dos possíveis efeitos das detonações, entende-se que o interessado deverá apresentar, por ocasião da solicitação de LI, laudos cautelares das estruturas presentes no entorno das obras que poderão ser afetadas, incluindo levantamento da situação atual das estruturas e medidas a serem adotadas no caso de constatação de danos.

As informações referentes ao acompanhamento das estruturas deverão constar dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento das obras e por ocasião da solicitação de LO, deverá ser apresentado relatório conclusivo do Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos, incluindo a situação das estruturas lindeiras às obras incluídas nos laudos cautelares.

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Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar, no âmbito do Plano de Controle Ambiental das Obras - PCA, mapa retigráfico da duplicação indicando os marcos quilométricos onde os explosivos serão utilizados para o desmonte de rochas, cronograma previsto e proposta de Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos segundo as orientações do item 8.2.10 do Parecer Técnico nº 342/18/IE, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. • Apresentar laudos cautelares das estruturas presentes no entorno das obras que poderão ser afetadas pelo uso de explosivos ou problemas geotécnicos, incluindo levantamento da situação atual das estruturas e medidas a serem adotadas no caso de constatação de danos.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar no relatório conclusivo do Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos a situação das estruturas lindeiras às obras, identificadas nos laudos cautelares.

8.2.11. Interferências no sistema viário e nos flux os entre bairros

De acordo com o EIA, na fase de implantação do empreendimento, a partir do início da execução das obras de duplicação da rodovia, por meio da movimentação de materiais, insumos, máquinas, equipamentos e de funcionários para as frentes de obras e serviços de terraplenagem; poderão ocorrer interrupções temporárias no tráfego da SP-255, interferindo com o trânsito local das áreas urbanas, vias municipais e circulação de veículos e pedestres.

Os trechos que demandarão maior atenção correspondem aos próximos às áreas urbanas de Araraquara, Jaú e Igaraçu do Tietê; porém o restante do trecho também está contemplado no escopo deste Programa.

As vias principais próximas do empreendimento que serão diretamente ou indiretamente afetadas correspondem à: Rodovia Washington Luís – SP 310 (km 83+200), Estrada Abílio Augusto Corrêa (km 84+950), Estrada Cottar Tannuri (km 105+500), Rodovia João Schimidt – SPA 114/255 (km 113+850), Rodovia Luís Augusto de Oliveira – SP 215 (km 122+950), Estrada Vicinal Francisco Tonon (km 129+300), Rodovia Fortunato Rocha Lima (km 133+500), Rodovia Prof. Benedito Montenegro (km 138+000), Rodovia Dep. Leônidas Pacheco Ferreira – SP 304 (km 147+300), Rodovia Eng. Paulo Nilo Romano – SP 225 (km 147+300), Rodovia Dep. Amauri Barroso de Sousa – SP 304 (km 155+770), Estrada BRB-010 (km 173+900), Estrada João Silva Nogueira (km 176+950) e Avenida Roberto Costa de Abreu Sodré (km 177+860).

Em relação às interferências sobre os acessos às vias municipais e às propriedades lindeiras, o interessado apresentou por meio das Informações Complementares de 06/08/2018 um quadro com uma listagem de 253 acessos. Destes, 120 serão mantidos, 2 mantidos durante a obra, 83 bloqueados e 48 em processo de definição. No caso daquelas propriedades cujo acesso será bloqueado, em geral, deverão ser acessadas por meio dos dispositivos existentes ou previstos no projeto de duplicação.

Por ocasião da Audiência Pública realizada em 07/06/2018 no município de Barra Bonita, a prefeitura local protocolizou junto ao Consema sugestões de melhorias nos acessos ao município ao longo da SP 255. Em atenção às sugestões municipais, por meio das Informações Complementares de 31/08/2018, o interessado apresentou as seguintes considerações:

• km 167+496,06 – sugestão de implantação de rotatória auxiliar em ambos os lados da rodovia: a solicitação está sendo atendida na revisão do dispositivo do km 167+610, que será protocolada na ARTESP em 13/09/2018;

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• km 168+650 – sugestão de manter a entrada e saída existente ao Distrito de Campos Salles: não há óbice para o atendimento desta solicitação da Prefeitura;

• km 169+350 – sugestão de manter a entrada e saída existente ao Distrito Industrial e à estrada rural local: não há óbice para o atendimento desta solicitação da Prefeitura;

• km 170+340 e km 170+680 – sugestão de transformar o dispositivo de retorno proposto em acesso para os bairros Nosso Sonho e Cohab, bem como manter os acessos existentes às diversas propriedades rurais em ambos os sentidos da SP-255: solicitação de acesso aos bairros atendida através da implantação do dispositivo do km 170+620 e consta das Informações Complementares de 06/08/2018 a informação de que o acesso da pista Sul é particular e será bloqueado, e o acesso da pista Norte será atendido por meio de marginal prevista acoplada ao dispositivo do km 170+620;

• km 171+750 – sugestão de manter os acessos existentes a diversas propriedades rurais: consta das Informações Complementares de 06/08/2018 a informação de que o procedimento a ser adotado para o referido acesso municipal existente se encontra em processo de definição;

• km 172+550 – sugestão de manter os acessos existentes a diversas propriedades rurais: não há óbice para o atendimento desta solicitação da Prefeitura, desde que o acesso passe a ocorrer no km 172+920; e

• km 172+800 – sugestão de melhorias para o dispositivo em nível existente, com a proposição de passagem superior: devido à complexidade da proposta, a mesma será estudada na fase do projeto executivo e avaliada a sua viabilidade.

Dessa forma, o interessado destacou que diante as questões apresentadas, a situação dos acessos será melhor detalhada na próxima fase do licenciamento ambiental, devido às possíveis alterações nas revisões dos projetos funcionais e executivos.

Para a mitigação desses impactos à população lindeira e usuários da rodovia, foi proposto um Programa de Controle de Tráfego. Dentre as medidas previstas, se destacam as seguintes:

• Instalação e manutenção periódica de todos os dispositivos de segurança e placas e sinalização necessárias ao tráfego seguro nas vias do entorno do empreendimento;

• Implementação de soluções adequadas de sinalização de fluxo de veículos gerado pelo empreendimento em conversões de entrada ou saída da SP-255; e

• Elaboração e planejamento prévio de desvios provisórios, os quais deverão garantir condições de circulação de pedestres e remanejamento de pontos de ônibus, se necessário.

O Programa de Controle de Tráfego está diretamente associado ao Plano de Controle Ambiental das Obras e paralelamente ao Programa de Comunicação Social. O resumo do Programa de Controle de Tráfego consta do item 9 deste Parecer.

Avaliação: Durante a fase de obras, em função do tipo, do método construtivo e do porte das obras previstas para a implantação da duplicação da SP-255, deverão ocorrer interferências sobre o tráfego local por meio de interrupções temporárias de vias, desvios temporários, eventual alteração de itinerários/relocação de pontos de ônibus, aumento da circulação de veículos pesados e degradação das condições físicas atuais do sistema viário existente. As vias localizadas no entorno direto das frentes de trabalho apresentam maior probabilidade de serem afetadas, assim como as vias que interligam essas frentes aos canteiros de obras e áreas de apoio.

Para a mitigação dos impactos relativos às interferências no sistema viário e no tráfego local, além do devido planejamento da logística de transporte da obra, por ocasião da solicitação da LI, deverá ser apresentado o detalhamento do Programa de Controle de Tráfego, em

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consonância e coordenação com o Plano de Controle Ambiental das Obras – PCA, contemplando as medidas já propostas, em especial as que atendam as seguintes diretrizes:

• Elaboração de Projetos de Desvios e Travessias Provisórias, a fim de garantir um padrão viário compatível ao da via interrompida, considerando inclusive as interferências com a circulação de pedestres e remanejamento de pontos de ônibus; e

• Planejamento e Segurança do Tráfego na Construção, prevendo adoção e implementação de medidas de ordenamento do fluxo, segurança, sinalização das intervenções temporárias, minimização do uso e cruzamento das vias locais por veículos a serviço das obras por meio do planejamento e detalhamento do Plano de Ataque às Obras. Essa diretriz também contempla o monitoramento das condições de circulação e da qualidade do pavimento do sistema viário local, bem como a execução dos serviços de conservação necessários.

No Programa deverá constar o cadastro de vias que poderão ser afetadas ou temporariamente interrompidas (parcial ou totalmente) durante a implantação do empreendimento, assim como as eventuais linhas de ônibus que poderão sofrer alteração de itinerário ou relocação de pontos de parada com a descrição de suas modificações e as respectivas medidas mitigadoras. Cabe reiterar que o interessado deverá inserir, no âmbito do Programa de Comunicação Social, as ações referentes à divulgação para a população afetada das interferências nas vias e no transporte público coletivo.

Também deverão ser apresentadas as anuências dos órgãos municipais de trânsito quanto ao plano de tráfego a ser elaborado, assim como aos desvios e interrupções necessários durante as obras.

Durante as obras deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Controle de Tráfego, no âmbito do PCA, demonstrando as atividades desenvolvidas no período, as não conformidades identificadas e as ações corretivas executadas, registro fotográfico datado, etc. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO, deverá ser apresentado relatório final do Programa com o balanço das medidas implementadas durante as obras e a avaliação dos resultados obtidos.

Em relação às sugestões de melhorias nos acessos ao município de Barra Bonita ao longo da SP-255 constante da manifestação da Prefeitura Municipal, protocolizada junto ao Consema em 31/01/2018, solicita-se que por ocasião da Licença Ambiental de Instalação, o interessado apresente o projeto executivo do empreendimento considerando as adequações propostas.

Quanto às potenciais interferências nos fluxos entre os bairros, estas deverão ocorrer nas fases de implantação e de operação da duplicação da SP-255. Os potenciais efeitos deste impacto são a alteração e deterioração de acessibilidade ao fluxo de pedestres; restrição da mobilidade urbana; possíveis alterações nas relações de convivência e de troca da população de bairros lindeiros; interrupção permanente ou temporária nas ligações secundárias entre as comunidades próximas; maiores percursos para o acesso a instituições, equipamentos públicos e sociais e de novas rotas de transportes coletivos; e geração de barreira física com efeitos de ruptura do tecido urbano pré-existente e de ligações existentes em franjas periféricas ou áreas de expansão urbana.

Apesar do empreendimento estar situado numa região cujo uso do solo predomina as atividades rurais com núcleos urbanos de pequeno e médio porte, são as áreas urbanas de Araraquara, Jaú e Igaraçu do Tietê que demandarão maior atenção. Em especial o trecho que atravessa o perímetro urbano de Igaraçu do Tietê, com implantação de barreira rígida entre as pistas, entre o km 177+800 e o km 179+600.

No que concerne à interferência com fluxos transversais de veículos, motociclistas, ciclistas e pedestres, no Projeto Funcional estão previstas transposições da faixa de domínio em função da presença de estradas municipais e implantação de passarelas para pedestres e ciclovias.

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Todos os cruzamentos com o viário local serão em desnível, por meio da implantação de Obras de Arte Especiais – OAEs (pontes e viadutos) na altura do km 84+950, km 176+950 e km 178+630, bem como estão previstas travessias para pedestres (passarelas) na altura do km 178+200 e km 179+200. Essas OAEs e travessias para pedestres garantirão a continuidade dos fluxos transversais, respectivamente, nas vias que são interceptadas pela Rodovia dos Calçados (SP-255) e entre os fragmentos do tecido urbano de Igaraçu do Tietê, que se encontra fragmentado pela SP-255.

Cabe destacar que a ciclovia proposta provavelmente potencializará os deslocamentos entre os núcleos urbanos de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, tendo em vista a viabilização de um novo modal de transporte entre as localidades citadas.

Portanto, para a próxima fase do licenciamento, é necessário incluir no detalhamento do Programa de Controle de Tráfego, medidas de minimização das interferências nos fluxos entre bairros; ou seja, realização de levantamento dos pontos de acesso e de conexão entre bairros; as principais conexões aos equipamentos sociais e de prestação de serviços públicos; previsão de ações a serem realizadas para o restabelecimento de eventuais conexões interrompidas durante a fase de construção do empreendimento; planejamento de travessias de pedestres e medidas de sinalização e orientação aos usuários. Para futuras demandas de conexão de fluxos, as mesmas deverão ser avaliadas com base nos levantamentos realizados durante a fase de implantação do empreendimento e no equacionamento de soluções junto às Prefeituras Municipais. Recomenda-se ainda que os fluxos transversais de pedestres deverão ser permanentemente monitorados e, quando necessário, atendidos com passarelas provisórias durante as obras e novas passarelas, na fase de operação.

No âmbito do Programa de Comunicação Social, conforme solicitado no item 8.1.1 deste Parecer, deverá ser viabilizado e disponibilizado um canal de comunicação com as prefeituras e proprietários lindeiros à rodovia, por meio do qual seriam discutidas a situação dos acessos (municipais e às propriedades lindeiras) e as eventuais demandas associadas aos impactos do empreendimento sobre o sistema viário, tráfego e os fluxos transversais à SP-255 entre bairros ou municípios.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar um Programa de Controle de Tráfego, no âmbito do PCA, contemplando no mínimo: cadastro de vias que poderão ser afetadas ou temporariamente interrompidas (parcial ou totalmente) durante a implantação do empreendimento; elaboração de projetos de desvios e travessias provisórias; planejamento de segurança do tráfego na construção; implementação de medidas de sinalização de obra; minimização das interferências nos fluxos entre bairros e redução de interferências no sistema viário local e na circulação de tráfego. • Apresentar as anuências dos órgãos municipais de trânsito quanto ao Plano de Tráfego, assim como aos desvios e interrupções necessários durante as obras. • Considerar na elaboração do projeto executivo do empreendimento as recomendações da Prefeitura Municipal da Estância Turística de Barra Bonita quanto aos acessos ao município, conforme documento de 07/06/2018.

8.2.12. Impactos associados à desapropriação

O entorno da rodovia SP-255 é caracterizado por áreas rurais, marcado por fragmentos de vegetação, campos antrópicos com árvores isoladas, agricultura, com destaque para as culturas de cana-de-açúcar, áreas de pasto e alguns raros estabelecimentos comerciais.

Segundo o EIA, foram estimadas 325 propriedades existentes nos trechos a serem

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duplicados, das quais cerca de 113 terão áreas afetadas pelas obras, sejam para implantação de novos dispositivos ou adequação de dispositivos existentes, acessos, praças de pedágios, intervenção em taludes e alteamentos nos terrenos marginais à rodovia. A área total estimada perfaz 960.825,89 m2 (96,08 ha), incluindo os três trechos previstos para duplicação da rodovia SP-255.

Destaca-se que o projeto de duplicação da SP-255 não prevê ações interventivas em áreas com edificações comerciais ou industriais, bem como não está prevista relocação de famílias ou atividades.

Entre os km 117+200 e 165+600 já foram negociados 25.914,21 m² em 3 propriedades, conforme tabela a seguir:

Tabela 10: Propriedades Negociadas

ID km Pista Matrícula Proprietário Área (m 2)

1 117+200 Sul 5.920 Aída Maria e outros 5.023,28

2 117+200 Norte 2.641 Aída Maria e outros 2.341,86

3 117+200 Sul 7.498 Carlos Eduardo 7.730,95

4 165+600 Norte 216 Jorge Atala e outros 4.205,86

5 165+600 Sul 216 Jorge Atala e outros 6.612,26

Total do Trecho 25.914,21

Fonte: Adaptado do EIA

Para mitigar os impactos de desapropriações, foi proposto o Programa de Desapropriação que objetiva realizar a gestão dos processos de desapropriação junto à área diretamente afetada conforme o projeto de duplicação da SP-255, com o propósito de assegurar que a liberação das frentes de obra seja executada de acordo com o cronograma e a legislação pertinente.

Consta do Programa de Desapropriação a previsão de realização de cadastro das edificações e propriedades (residenciais, comerciais e rurais) afetados pelo empreendimento, negociação com os proprietários e pagamento de indenizações e compensações, inclusive dos imóveis utilizados por atividades agropecuárias. A implementação das medidas citadas será acompanhada pelo Programa de Comunicação Social.

O resumo do Programa de Desapropriação consta do item 9 deste Parecer.

Avaliação: Entende-se que os impactos relativos à desapropriação serão adequadamente mitigados caso o Programa de Desapropriação seja efetivamente implementado.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI deverá ser apresentado o detalhamento do Programa de Desapropriação, contemplando no mínimo: cadastro atualizado de todas as propriedades afetadas pelo empreendimento (com a caracterização da situação fundiária e física dos imóveis, a área total das propriedades e a porcentagem de área afetada pelo empreendimento, as matrículas, os proprietários, etc.); as comprovações das negociações em curso; indenização por perda de atividades econômicas; equipe técnica responsável e o cronograma de atividades compatível com o da obra. Incluir também mapa ou planta retigráfica sobre ortofoto ou imagem de satélite (em escala adequada), acompanhada de tabela, onde os cadastros deverão ser espacializados, demonstrando: o projeto do empreendimento, as propriedades cadastradas e a situação em que se encontra do processo de desapropriação (em negociação, em ajuizamento/ajuizado, aguarda o laudo

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pericial ou imissão na posse, liberado por autorização precária, liberado com imissão na posse, entre outras).

Ainda na mesma ocasião, deverão ser apresentados o Decreto de Utilidade Pública (DUP); os cadastros físicos individuais de propriedade, com os respectivos levantamentos planimétrico e de benfeitorias objeto de indenização, delimitação das áreas a serem desapropriadas e remanescentes e registros fotográficos; e os acordos amigáveis firmados ou imissões na posse.

Destaca-se que nas áreas a serem indicadas no DUP, deverão estar contemplados eventuais caminhos de serviços. Para tanto, é necessária a previsão dessas áreas com o equacionamento das ações do Plano de Ataque às Frentes de Obras.

Também deverá ser avaliada a necessidade de desapropriação integral de propriedades lindeiras à faixa de domínio que serão impactadas pela implantação do empreendimento em mais da metade de sua área total, cujas atividades econômicas atualmente exercidas se tornariam inviáveis ou cujos acessos serão fechados, sem solução viabilizada.

Para as áreas de domínio público afetadas deverão ser apresentados os respectivos termos de autorização de uso e/ou contratos de servidão administrativa e/ou outros documentos equivalentes.

Caso no detalhamento do projeto sejam identificadas populações/benfeitorias cuja situação não se enquadra nos critérios de elegibilidade previstos no Programa de Desapropriação apresentado, deverão ser apresentadas as respectivas medidas mitigadoras; inclusive um Plano de Reassentamento, caso haja deslocamento involuntário de moradores não proprietários e/ou em situação de ocupação.

Durante a implantação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais para o acompanhamento do Programa de Desapropriação, contemplando, no mínimo, mapa ou planta retigráfica atualizada demonstrando o andamento das ações de desapropriação por propriedade, avaliação de desempenho do Programa, as não conformidades identificadas, as respectivas medidas corretivas adotadas, equipe técnica responsável, o cronograma de atividades para o próximo período e os registros fotográficos datados.

Por ocasião da solicitação da LO, o empreendedor deverá apresentar o relatório final comprovando a realização do Programa de Desapropriação.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Incluir no detalhamento do Programa de Desapropriação as diretrizes indicadas no item 8.2.12 do Parecer Técnico nº 342/18/IE, contemplando, no mínimo: cadastro atualizado de todas as propriedades afetadas pelo empreendimento (com a caracterização da situação fundiária e física dos imóveis, a área total das propriedades e a porcentagem de área afetada pelo empreendimento, as matrículas, os proprietários, etc.); as comprovações das negociações em curso; indenização por perda de atividades econômicas; equipe técnica responsável e o cronograma de atividades compatível com o da obra. Incluir mapa ou planta retigráfica sobre ortofoto ou imagem de satélite (em escala adequada), acompanhada de tabela, onde os cadastros deverão ser espacializados, demonstrando: o projeto do empreendimento, as propriedades cadastradas e a situação em que se encontra do processo de desapropriação (em negociação, em ajuizamento/ajuizado, aguarda o laudo pericial ou imissão na posse, liberado por autorização precária, liberado com imissão na posse, entre outras).

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• Apresentar o Decreto de Utilidade Pública (DUP); os cadastros físicos individuais de propriedade, com os respectivos levantamentos planimétrico e de benfeitorias objeto de indenização, delimitação das áreas a serem desapropriadas e as remanescentes e os registros fotográficos; os acordos amigáveis firmados ou imissões na posse; e o termo de autorização de uso e/ou contrato de servidão administrativa e/ou documento equivalente para a implantação do empreendimento em áreas de domínio público.

Durante a implantação do empreendimento • Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Desapropriação: mapa ou planta retigráfica atualizada demonstrando o andamento das ações de desapropriação por propriedade, informações sobre o acompanhamento dos problemas vivenciados pelos proprietários e eventuais não proprietários atingidos pela desapropriação, avaliação de desempenho do programa e o cronograma de atividades para o próximo período.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Incluir no relatório final do Programa de Desapropriação o balanço das atividades realizadas; as negociações amigáveis firmadas ou imissões na posse obtidas, representadas em planta (escala 1:5.000) com a delimitação das propriedades; e a avaliação crítica dos resultados obtidos.

8.2.13. Interferências sobre infraestruturas e equi pamentos sociais

Conforme o EIA, durante a fase de obras, serviços públicos e equipamentos urbanos serão objeto de interferências em função da necessidade de desapropriação ou remanejamento de sistemas de infraestrutura como redes elétricas, postes telefônicos, coleta de esgoto, redes de abastecimento de água, fornecimento de gás, cabos de fibra óptica, entre outras.

Nas Informações Complementares de 06/08/2018, foi apresentado um quadro contendo as potenciais interferências em infraestruturas existentes ao longo do traçado da duplicação da SP-255, nas regiões de interseção e nas regiões da pista projetada.

Constam do referido quadro 47 registros das potenciais interferências das obras em redes de água e esgoto (SABESP, Centro Administrativo, Tonon), de transmissão de energia elétrica (CTEEP, COPEL, Arnald Wald Filho, Barra Bioenergia, Cia. Paulista), de telecomunicações (VIVO), gasodutos (Gás Brasiliano, TBG) e rede da Central Paulista de Açúcar e Álcool.

Foram informadas as localizações de tais interferências face ao lado da duplicação proposta, indicando que a maioria deverá ser afetada, em se confirmando o levantamento inicial realizado, e indicadas as estruturas que deverão ser preservadas.

O empreendedor observou que futuramente, o empreendimento poderá vir a se tornar um obstáculo físico em relação a planos de expansão de serviços de utilidade pública, sendo necessárias adequações de novas implantações pelas concessionárias responsáveis. Foi informado que poderão também eventualmente ocorrer interrupções não programadas nos serviços prestados à comunidade devido a rupturas e vazamentos, por exemplo, ou manutenções dos serviços, neste caso com aviso prévio à população.

O interessado informou que as medidas mitigadoras a serem adotadas estão relacionadas ao remanejamento das estruturas existentes e, quando possível, as interrupções devem ser programadas, visando diminuir a incidência de paralisação dos serviços públicos.

Ainda, conforme o interessado, o monumento presente na altura do km 122+950 (obelisco com o marco do centro geográfico do Estado de São Paulo, no município de Dourado) não será impactado, devido ao alargamento do canteiro central nesse ponto para preservá-lo.

Com relação à estrutura presente na margem direita do Rio Tietê junto à ponte na altura do

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km 177+500 observada em vistoria realizada pela equipe técnica do IETR em junho/2018 (Relatório de Vistoria nº 018/18/IETR), nas Informações Complementares de 31/08/2018, foi informado que a estrutura se trata do sistema de captação de água de Barra Bonita – Raizen e que não haverá intervenção na mesma por parte das obras de duplicação da SP-255.

Avaliação: Considerando a extensão das obras de duplicação da SP-255 e a quantidade de infraestruturas presentes ao longo do traçado, entende-se que o impacto previsto sobre as redes e estruturas poderá ser mitigado por meio de ações de parceria e planejamento com as concessionárias responsáveis, definindo os procedimentos e cronogramas das intervenções, sempre que possível, para evitar interrupções não programadas dos serviços prestados.

No âmbito do Programa de Comunicação Social, devem ser incluídas medidas de divulgação prévia à população sobre os períodos e locais programados para haver interrupções, a fim de evitar transtornos e prejuízos.

Durante a implantação do empreendimento, no âmbito dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA, deverão ser apresentadas as tratativas realizadas com as concessionárias e órgãos responsáveis pela operação das infraestruturas afetadas pelo traçado de duplicação da SP-255, e a comprovação das ações realizadas de comunicação prévia à população referentes às interferências em serviços e/ou infraestruturas.

Observa-se que por ocasião da elaboração do projeto executivo do empreendimento, o interessado deverá se atentar para a proximidade do traçado de duplicação da SP-255 ao sistema de captação de água de Barra Bonita/Raizen na margem direita do Rio Tietê, para garantir a não interferência nessa estrutura, conforme informado.

Em caso de interferência das obras nessa captação, deverão ser apresentadas propostas de mitigações e ressarcimentos a eventuais danos, conforme solicitado no item 8.2.2 deste Parecer.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI • Comprovar as tratativas realizadas com os órgãos e/ou concessionárias responsáveis pelas infraestruturas a serem afetadas pelas obras de duplicação.

Durante a implantação do empreendimento • Apresentar nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA, as autorizações dos órgãos e/ou concessionárias responsáveis pelas infraestruturas a serem afetadas, previamente à intervenção nos trechos; e comprovar as ações de comunicação prévia à população a ser afetada referentes às intervenções nessas infraestruturas e/ou serviços.

8.2.14. Mobilização e desmobilização de mão de obra

Para as obras de Duplicação da Rodovia SP-255 foi informada a previsão de mobilização de 310 pessoas nos períodos de pico, sendo 85% de operários, distribuídos ao longo do traçado: 103 para Trecho 2, 103 para o Trecho 3 e 104 para o Trecho 4.

O pico das obras será entre o 5º e o 36º mês para os Trechos 2 e 4 com previsão de obras por 48 meses. No Trecho 3, previsto para ser realizado em 24 meses, o pico das obras ocorrerá entre o 5o e 20º mês. Os trabalhadores deverão estar distribuídos conforme a seguir:

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Tabela 11: Quantidade prevista de mão de obra

Fonte: EIA

Conforme o interessado, deverá ser priorizada a contratação de mão de obra junto à população residente nos municípios interceptados pela rodovia. Para tanto, foi informado que tais diretrizes poderão ser atreladas nos contratos das empreiteiras e/ou realizados convênios com as administrações dos municípios diretamente afetados.

Foi citado que o Programa de Comunicação Social poderá ampliar a divulgação de postos de trabalho e os treinamentos previstos poderão contribuir com a preparação dos trabalhadores para a continuidade de sua carreira futura, quando da desmobilização do empreendimento.

Na fase de operação, após a duplicação da Rodovia SP-255 é prevista a contratação de 178 pessoas, distribuídas nas funções de: Inspetor (24 pessoas); Guincho (32 pessoas); Atendimento Pré-Hospitalar/APH (110 pessoas); Centro de Controle Operacional/CCO e Atendimento Telefônico 0800 (8 pessoas); Pipa (4 pessoas) e Boiadeiro (4 pessoas).

A contratação do pessoal para essa fase deverá ocorrer após o 2º ano para o Trecho 3, de Bocaina e Jaú; após o 4º ano, para o Trecho 2 que abrange Araraquara, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Dourado e Bocaina e após o 5º ano para o Trecho 4, localizado nos municípios de Jaú, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê.

Estima-se que cada um dos empregos diretos propiciados pela operação da rodovia estimule a geração de 5 empregos indiretos, em diversas atividades associadas ao funcionamento da rodovia, como operadores de equipamentos instalados na rodovia, veículos de suporte à operação, oficinas de manutenção de veículos e demais prestadores de serviços.

Avaliação: Entende-se que para a execução das obras, o empreendedor deverá priorizar a contratação de mão-de-obra local visando oferecer oportunidades aos trabalhadores da região afetada e não sobrecarregar a região com demandas extras por serviços públicos.

Assim, por ocasião da solicitação da LI, deverá ser apresentado o detalhamento de um Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, contemplando medidas para divulgação das vagas disponíveis, viabilização da contratação prioritariamente de mão-de-obra local, oferecimento de capacitações aos trabalhadores contratados e oferecimento de orientações/oportunidades quando da desmobilização da mão-de-obra.

Durante a fase de obras, deverão ser incluídas nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento das obras informações sobre as divulgações realizadas, o contingente de trabalhadores contratados e desmobilizados no período, as capacitações realizadas, etc.

Por ocasião da solicitação da LO, deverá ser apresentado relatório final do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão-de-Obra, com o balanço das capacitações realizadas, os empregos diretos e indiretos gerados, e os resultados da priorização da contratação de mão de obra local.

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Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar o detalhamento de um Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão-de-Obra, contemplando medidas para divulgação das vagas disponíveis, viabilização da contratação prioritariamente de mão-de-obra local, capacitações dos trabalhadores contratados e orientações/oportunidades para a mão-de-obra a ser desmobilizada.

Durante a implantação do empreendimento • Incluir, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, informações sobre as divulgações realizadas, o contingente de trabalhadores contratados e desmobilizados no período, a comprovação de priorização de contratação de trabalhadores locais, as capacitações realizadas, etc.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Incluir no relatório final do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, o balanço sobre as capacitações realizadas, os empregos diretos e indiretos gerados, e a priorização de mão de obra local.

8.2.15. Interferências sobre o patrimônio arqueológ ico, histórico e cultural

No tocante à análise de potenciais impactos do empreendimento a eventual patrimônio histórico e arqueológico presente na área de interesse, o empreendedor realizou consulta ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, o qual se manifestou em 26/02/2018 por meio do Termo de Referência Específico - TRE nº 109/IPHAN-SP.

De acordo com a manifestação, o empreendimento é composto por atividades enquadradas em diferentes níveis e que demandam procedimentos distintos. A primeira atividade, enquadrada no Nível I, se refere à implantação das faixas de rolamento por 87,92 km. A segunda, enquadrada no Nível II, se refere à construção das obras de artes especiais.

As atividades enquadradas no Nível I são aquelas que apresentam baixa interferência nas condições do solo e que ocorrerão em áreas alteradas, as quais não coincidem com sítios arqueológicos cadastrados. Para estas atividades requer-se a apresentação de um Termo de Compromisso do Empreendedor – TCE pactuando as medidas a serem tomadas em caso de achado de bens arqueológicos. Dessa maneira, o empreendedor apresentou ao IPHAN o TCE no qual se compromete a: suspender imediatamente a obra; comunicar a ocorrência dos achados à Superintendência Estadual do órgão; aguardar sua deliberação e pronunciamento; e responsabilizar-se pelos custos decorrentes de eventual resgate arqueológico.

Para as atividades enquadradas no Nível II, consideradas de baixa e média interferência sobre as condições do solo, é necessário o Acompanhamento Arqueológico, que consiste na presença, em campo, de Arqueólogo, que será responsável pela gestão do patrimônio arqueológico eventualmente identificado durante a implantação do empreendimento.

Conforme o TRE nº 109/IPHAN-SP, o TCE preenchido, assinado e apresentado ao IPHAN atesta a ciência e o compromisso do interessado no que se refere às medidas a serem tomadas em caso de achado de bens arqueológicos durante as obras. Assim, o IPHAN anuiu favoravelmente à emissão da Licença Prévia - LP do empreendimento.

No entanto, a Licença de Instalação - LI estará condicionada à publicação da permissão dos estudos de Acompanhamento Arqueológico no Diário Oficial da União.

A Licença de Operação – LO será anuída após a análise e aprovação do Relatório Final de Acompanhamento Arqueológico, a ser apresentado ao IPHAN conforme cronograma aprovado, ao final das obras que impliquem em revolvimento do solo.

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O documento do IPHAN também informa que os sítios arqueológicos já conhecidos na área de influência do empreendimento, mesmo que estejam fora da área a ser diretamente afetada, mas possam vir a sofrer impactos mesmo que indiretos, devem ser contemplados por medidas mitigadoras e/ou compensatórias adequadas à sua proteção e socialização.

Cita ainda que o levantamento quanto a possíveis bens acautelados em âmbito federal, no Estado de São Paulo, restou sem apontamentos para quaisquer bens culturais tombados, valorados e registrados na AID.

Em relação aos bens tombados, o empreendedor informou que consultou o banco de dados do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo - CONDEPHAAT, do próprio IPHAN e informações dos municípios, as quais não resultaram em registro de bens tombados na ADA do empreendimento.

No entanto, foi constatada a presença de um bem tombado localizado na divisa dos municípios de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, distando cerca de 2 km da rodovia SP-255, tratando-se da Ponte Campos Salles.

No Relatório de Informações Complementares de 06/08/2018, foi reiterado que não haverá intervenção do empreendimento em áreas ou bens tombados, ou em áreas envoltórias.

Foi informado também que não são previstas interferências em comunidades quilombolas, indígenas ou em áreas de recente ocupação que estão sendo reivindicadas por associações de remanescentes quilombolas. As informações disponíveis nos sites da Fundação Cultural Palmares - FCP, Fundação Nacional do Índio – FUNAI e Instituto de Terras de São Paulo – ITESP foram consultadas e também foram enviadas correspondências, sem retorno.

Ainda segundo o EIA, conforme a Portaria Interministerial nº 419/2011 que dispõe sobre a atuação da FUNAI e FCP, não existem comunidades quilombolas ou indígenas numa distância de 10 km da Rodovia SP-255 a ser duplicada.

Destaca-se que conforme discutido no item 8.2.13 deste Parecer, o monumento (obelisco) que marca o centro geográfico do Estado de São Paulo não será afetado pelas obras.

Avaliação: Considerando o disposto no Termo de Referência Específico - TRE nº 109/IPHAN-SP, entende-se que não há óbices para a emissão da LP do empreendimento por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Por ocasião da solicitação de LI, o empreendedor deverá apresentar cópia da publicação com a permissão dos estudos de Acompanhamento Arqueológico no Diário Oficial da União.

Por ocasião da solicitação da LO, o empreendedor deverá apresentar manifestação do IPHAN aprovando o Relatório Final de Acompanhamento Arqueológico, com a anuência para a emissão da LO.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI • Apresentar cópia da portaria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN publicada no Diário Oficial da União, com a permissão dos estudos de Acompanhamento Arqueológico, em atendimento ao Termo de Referência Específico - TRE nº 109/IPHAN-SP de 26/02/2018.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação - LO • Apresentar manifestação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN com a aprovação do Relatório Final de Acompanhamento Arqueológico e anuência para a emissão da Licença de Operação, em atendimento ao Termo de Referência Específico - TRE nº 109/IPHAN-SP de 26/02/2018.

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8.3. FASE DE OPERAÇÃO

8.3.1. Ocorrência de processos de dinâmica superfic ial e aumento das áreas impermeabilizadas

Conforme informado no EIA, durante a operação do empreendimento, ao longo da rodovia, poderão ocorrer impactos associados ao desencadeamento de processos de dinâmica superficial tais como erosão, assoreamento e movimentações de massa.

Assim, na fase de operação, o empreendedor propôs a adoção das seguintes medidas:

• Recomposição da vegetação nas porções de taludes de corte e aterro em que a vegetação não se desenvolveu adequadamente ou foi removida por processos erosivos ou outro tipo de intervenção;

• Manutenção e limpeza periódica dos dispositivos de drenagem;

• Monitoramento dos taludes de corte e aterro observando-se a ocorrência de processos de erosão e escorregamentos e de assoreamentos em cursos d’água.

Avaliação: As medidas apresentadas pelo interessado, se bem implementadas, deverão contribuir para mitigar potenciais impactos associados à operação do empreendimento relacionados à falta de cobertura vegetal nos taludes, deflagração de processos erosivos e assoreamento de drenagens, canaletas, descidas d’água e/ou cursos d´água.

Ressalta-se que as medidas de manutenção das estruturas e dispositivos pré-existentes ou implantados durante as obras de duplicação da SP-255 deverão ser incorporadas às rotinas de gestão operacional da rodovia.

Ressalta-se ainda que conforme tratado no item 8.2.1 deste Parecer, foi solicitado ao interessado apresentar um Programa de Gestão Ambiental da Operação do empreendimento, contemplando propostas para uma gestão ambiental responsável, incluindo ações e monitoramentos relativos à eficiência das estruturas de drenagem implantadas no controle de impactos aos corpos d´água e terrenos lindeiros, entre outras medidas solicitadas.

Os potenciais impactos relacionados ao aumento da velocidade do escoamento superficial devido ao aumento de áreas impermeabilizadas com a implantação da duplicação e obras associadas podem ser mitigados com as medidas tratadas no item 8.2.1 deste Parecer, com a adequação dos projetos de drenagem, considerando medidas de controle dos fluxos de jusante, revegetação da faixa de domínio, incluindo a implantação de canteiro central permeável, e a implantação de dispositivos de redução da velocidade do escoamento da água pluvial.

Ressalta-se que todas as ocorrências na faixa de domínio da rodovia, como abatimentos, erosões, escorregamentos, derramamento de produtos perigosos, entre outros, que estiverem provocando danos ambientais, deverão ser recompostos e/ou eliminados e reportados no âmbito dos relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação do empreendimento.

8.3.2. Riscos associados a acidentes envolvendo o t ransporte de produtos perigosos

Conforme informado anteriormente, na fase de obras a circulação de veículos, caminhões, tratores, eventuais manutenções, áreas de armazenamento de produtos perigosos, poderão provocar vazamentos de combustíveis e lubrificantes na superfície, com risco de acidentes pelo manuseio de produtos perigosos.

As medidas previstas constam do PCA e subprogramas associados, além dos Subprogramas de Supervisão e Gestão Ambiental e de Monitoramento da Qualidade das águas superficiais

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e subterrâneas. Dentre essas medidas, citam-se:

• Vistorias periódicas para verificar vestígios de vazamentos de combustíveis, óleos, graxas etc. nas áreas do canteiro de obras visando estancar possíveis vazamentos;

• Verificação periódica na área de armazenamento de produtos perigosos, drenagens e coletores de água, visando identificar a presença de óleos ou outros produtos nas canaletas coletoras;

• Implantação de dispositivos de retenção como diques e bandejas;

• Manutenção preventiva de veículos e maquinários utilizados nas obras;

• A frota de veículos/equipamentos deverá ser abastecida em locais apropriados que possuam drenagem superficial e caixas separadoras de água e óleo.

Durante operação da Rodovia SP-255, é previsto o trafego de veículos transportando produtos perigosos, podendo ocorrer acidentes e consequentemente vazamentos desses produtos, com a poluição de cursos d’água, solos, águas subterrâneas, flora e fauna, além de incômodos à população lindeira à rodovia.

As medidas previstas constam do Plano de Ação de Emergência (PAE) e Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) para a Implantação e Operação, além do Subprograma de Supervisão e Gestão Ambiental. Dentre essas medidas, citam-se:

• Manter um plano de ações emergenciais para pronto atendimento a eventual acidente na rodovia envolvendo produtos perigosos;

• Identificar perigos que possam resultar em acidentes na rodovia;

• Treinamento do pessoal habilitado para operar os equipamentos necessários ao controle das emergências.

Avaliação: O EIA/RIMA apresentado pelo interessado foi encaminhado para análise do Setor de Atendimento a Emergências – CEEQ da CETESB, que emitiu o Parecer Técnico nº 043/CEEQ/2018 em 25/05/2018.

De acordo com o CEEQ, as medidas apresentadas para o gerenciamento de riscos de acidentes envolvendo produtos químicos devem ser complementadas conforme a seguir:

• Por ocasião da solicitação da LI, a ViaPaulista deverá apresentar um Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR e Plano de Ação de Emergência – PAE para a fase de obras visando a prevenção e resposta a acidentes, de acordo com o Termo de Referência anexo ao Parecer Técnico nº 043/CEEQ/2018. Foi recomendada a elaboração de apenas um PGR para todos os canteiros de obras e cada empresa contratada deverá enquadrar suas atividades às diretrizes desse PGR/PAE;

• Ainda para a LI, foi solicitado que o estudo dos 33 pontos de interceptação de cursos d’água, das 10 travessias de pontes e dos 46 pontos de captação localizados a jusante da rodovia seja aprofundado, e na possibilidade de contaminação desses recursos hídricos (na fase de obras ou na fase de operação), que sejam apresentadas medidas mitigadoras. Caso algum ponto de captação seja destinado ao abastecimento público e esteja localizado a uma distância de até 5 km da rodovia, deverá ser apresentado um sistema de proteção de recursos hídricos, de forma a preservar essa captação. Se a proposta de mitigação for a implantação de caixas de contenção como parte do sistema de proteção de recursos hídricos, as mesmas deverão seguir as orientações do Parecer Técnico nº 043/CEEQ/2018;

• Na escolha dos locais destinados a oficinas e a depósitos de materiais dos canteiros de obras, devem ser evitadas áreas próximas a recursos hídricos ou que possuam solos arenosos mais suscetíveis à contaminação;

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• Por ocasião da solicitação da LO, a Concessionária deverá apresentar um PGR/PAE para a fase de operação da Rodovia SP-255, de acordo com a Decisão de Diretoria n° 070 da CETESB de 12/04/2016 que dispõe sobre o “Programa de Gerenciamento de Riscos para Administradores de Rodovias para o Transporte de Produtos Perigosos” (http://cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/2014/12/DD-070-2016-P-1-1.pdf)

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI • Apresentar Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR e Plano de Ação de Emergência - PAE para a fase de obras e atendimento às demais diretrizes constantes do item 8.3.2 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR e Plano de Ação de Emergência – PAE para a fase de operação da Rodovia SP-255, com base nas diretrizes da Decisão de Diretoria – DD nº 070 da CETESB de 12/04/16.

8.3.3. Impactos à fauna na operação

Os impactos causados à fauna durante a operação abrangem o atropelamento e o efeito barreira sobre a movimentação das espécies de fauna. Nesse sentido, o aumento do tráfego, decorrente da duplicação, pode ocasionar tanto um efeito repulsa para alguns animais, diminuindo o risco de atropelamento; quanto aumentar a probabilidade de atropelamento devido ao maior tráfego de veículos.

Importante destacar que a implantação de canteiro central livre, prevista no projeto de duplicação da SP-255, implica em um menor aumento no número de atropelamentos quando comparado aos empreendimentos rodoviários que utilizam barreira central rígida (New-Jersey).

Os dados de atropelamento existentes para o trecho são oriundos de seis campanhas de levantamento conduzidas no período de janeiro a março de 2018. Durante as campanhas, foi registrado um total de 61 animais atropelados, sendo 36 aves, 16 mamíferos, 7 anfíbios e 2 répteis.

Dentre as espécies de mamíferos registradas estão: Didelphis albiventris (gambá), Cavia aperea (preá), Calithrix penicillata (sagui-de-tufo-preto), Coendou spinosus (ouriço), Felis catus (gato) e Dasypus novemcinctus (tatu-galinha). A identificação de seis indivíduos de mamíferos atropelados não pode ser feita, pois as carcaças apresentavam avançado grau de decomposição.

Percebe-se que existem trechos da rodovia com maior agregação dos registros de atropelamento, os quais poderiam configurar hotspots (áreas com número de atropelamentos significativamente maiores). Dessa forma, foram aplicados testes estatísticos (teste 2D Ripley K-Statistics e teste 2D Hotspot Identification) visando identificar e localizar tais trechos. Os resultados indicaram a existência de dois hotspots: entre os km 124 e 125 e entre os km 176 e 179. Foi informado que a realização de novas campanhas de monitoramento permitirá corroborar essas indicações, além de apontar a existência de outros trechos.

Para a mitigação do impacto foram previstas ações a serem realizadas no âmbito do Programa de Planejamento de Travessia de Fauna, apresentado resumidamente no item 9 deste Parecer. Propõe-se no Programa a realização de monitoramentos de atropelamento sistemáticos durante a fase de operação e a implantação de medidas mitigadoras com base nos registros, tais como: placas de sinalização, redutores de velocidade, cercas de proteção e passagens de fauna.

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Atualmente existem na rodovia cercas de dez placas de sinalização alertando sobre a presença de animais na pista. Elas estão associadas a fragmentos florestais ou cursos d’água. Existem também estruturas que, mediante a realização de adequações, poderiam funcionar como pontos de travessias de fauna, tais como pontes, tubulações para drenagem da pista e passagens de gado (tabela 12). As adequações vislumbradas para estas estruturas incluem: instalar passarelas sob as pontes que não possuem margem seca; implantar cercas de direcionamento; desassorear as tubulações e remover a cobertura que fecha a entrada das estruturas. Tabela 12. Estruturas existentes no trecho que poderiam funcionar como pontos de travessia de fauna.

Estrutura Localização (km) Passagem de gado 83+650 Rio do Ouro 84+300 Tubulação seca grande 87+800 Tubulação seca pequena 90+700 Rio Jacaré Guaçu 95+100 Rio Jacaré Guaçu 95+500 Ponte 112+250 Tubulação seca pequena 115+350 Passagem de gado 115+360 Tubulação seca pequena 115+370 Tubulação seca grande 122+500 Tubulação seca grande 122+550 Rio Jacaré Pepira 123+700 Rio Braço do Jacaré Pepira 123+900 Ribeirão Pouso Alegre 144+100 Córrego Pau D’Alho 144+300 Ribeirão Ave Maria 162+400 Tubulação seca média 175+000 Ponte Rio Tietê 177+400

Cabe acrescentar que no período de maio a julho de 2018 foi conduzido monitoramento, por meio de câmeras fotográficas, de três das estruturas identificadas como potenciais passagens de fauna, nos km 87+800, 115+360 e 122+500, sendo registrada a utilização de animais silvestres em todas elas.

Além das medidas previstas no Programa de Planejamento de Travessias de Fauna, deverão ser promovidos treinamentos voltados aos trabalhadores das obras, no bojo do Programa de Educação Ambiental, de forma a conscientizá-los sobre o tema de proteção à fauna.

Avaliação : Entende-se que as medidas constantes no Programa de Planejamento de Travessia de Fauna são apropriadas e poderão mitigar o impacto à fauna durante a operação, devendo ser incorporadas as solicitações abaixo descritas.

As potenciais estruturas indicadas pelo interessado como pontos passíveis de travessia de animais deverão ser detalhadas em uma Proposta de Passagens de Fauna, no âmbito do Programa de Planejamento de Travessia de Fauna. Em complementação às estruturas inicialmente apontadas, deverão integrar a Proposta de Passagens de Fauna as estruturas (galerias ou passagens de gado) localizadas nos km 93+150; 97+300; 100+800; 102+200; 103+720; 110+500; 111+800; 122+100; 128+100; 130+300; 131+850; 131+950; 132+400; 140+600; 158+900; 162+200; 171+600; 172+100; 173+400; 173+800; e 175+900. Algumas destas estruturas foram objeto de vistoria realizada a área do empreendimento em maio de 2018, sendo verificado que as mesmas poderiam funcionar como pontos de travessia de fauna.

Nesse sentido, na próxima etapa do licenciamento, no bojo do Programa de Planejamento de Travessia de Fauna, deverá ser apresentado detalhamento da Proposta de Passagens de

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Fauna contemplando todas as estruturas apontadas neste Parecer Técnico com a indicação e especificações das adequações (extensão das cercas direcionadoras e passarelas secas no interior das galerias de bancos de areia ou alvenaria). Cabe esclarecer que as adequações deverão abranger as estruturas antigas (pista existente) e aquelas a serem construídas (pista nova).

Nos emboques das passagens devem ser previstas cercas direcionadoras com configurações da Norma DNIT077/2006 – ES – Cerca viva ou de tela para proteção da fauna – Especificação de Serviço. As cercas deverão ter uma parte enterrada (visando impedir a passagem da fauna escavadora), tela com altura mínima de 2 metros para cima do solo, malha de menor abertura nos primeiros 50 cm partir da superfície (evitando a passagem de fauna de menor porte) e direcionadores nas extremidades. Deverá também ser prevista a implantação de anteparos na borda da rodovia, de forma a incentivar a elevação da altura do vôo de aves e minimizar o atropelamento desse grupo.

Ainda no âmbito da Proposta de Passagens de Fauna, deverá ser prevista a conexão das passagens de fauna de forma a evitar a ocorrência do efeito fim de cerca (quando há alto número de atropelamentos devido ao término abrupto da cerca de direcionamento, ocasionado no acesso dos animais à pista).

Conforme discutido no item 8.2.7 deste Parecer Técnico, caso as campanhas de monitoramento de fauna indiquem a ocorrência de primatas nos dois lados da pista (no entorno do km 110+500) deverão ser implantadas passagens aéreas para esse grupo.

A realização do monitoramento dos atropelamentos, por sua vez, permitirá a obtenção de dados importantes para subsidiar a implantação e/ou adequação das passagens de fauna. Conforme exposto no EIA, embora os dados existentes sejam oriundos de poucas campanhas realizadas entre janeiro e março, é possível identificar trechos que apresentam maior quantidade de atropelamentos como o entorno das APPs do rio Jacaré-Pepira (km 125 e 124) e do rio Tietê (km 176 e 179). Sobre esses trechos, classificados no EIA como hotspots, é importante destacar o entorno da APP do rio Jacaré-Pepira, onde foi registrado o maior número de atropelamentos (figura 04).

Figura 04. Distribuição dos registros de atropelamento de fauna na rodovia SP-255 referentes ao período de janeiro a março de 2018, ao longo de seis campanhas amostrais. A barra mais alta indica os registros obtidos na Área de Preservação Permanente – APP do rio Jacaré-Pepira, km 124+000 da SP-255.

Essa situação vem a afirmar a importância da APP do rio Jacaré-Pepira como corredor ecológico na região. Condição também retratada nos levantamentos de fauna terrestre e

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aquática realizados no âmbito do EIA, nos quais foram registradas espécies ameaçadas de extinção, tais como a onça-parda e o tamanduá-bandeira.

Discute-se também no EIA que a APP do rio Jacaré-Pepira apresenta condições fitogeográficas ideais para o fluxo seguro da fauna, constituindo o maior corredor ecológico da AII.

Cabe ressalvar que a importância como corredor extrapola o âmbito da AII, sendo que a APP do Jacaré-Pepira possui relevância estadual e nacional, conforme os estudos do Programa Biota/Fapesp e do Ministério do Meio Ambiente. Tais estudos apontam esta APP como área de muita alta importância e prioridade para conservação e se conectando a áreas de extrema importância para conservação (figura 05 e 06).

Figura 05. Indicação das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade conforme estudo do Ministério do Meio Ambiente - MMA. A seta amarela indica o ponto de interseção entre a Área de Preservação Permanente – APP do rio Jacaré-Pepira e a rodovia SP-255, o qual é classificado como de muita alta importância e prioridade para conservação (laranja) e conecta a área classificada como de importância e prioridade extremamente alta (vermelho). (Fonte: Adaptado do EIA).

Figura 06. Indicação das áreas prioritárias conforme Projeto Biota/Fapesp. A seta amarela indica o ponto de interseção entre a Área de Preservação Permanente – APP do rio Jacaré-Pepira e a rodovia SP-255, o qual é classificado na escala 7 de prioridade para incremento da conectividade devido a alta biodiversidade. (Fonte: Google Earth).

Face ao exposto, entende-se que o trecho de cruzamento da rodovia SP-255 com o rio Jacaré-Pepira deve ser contemplado com projeto diferenciado de forma a preservar sua APP e várzea, tendo em vista sua alta importância como corredor ecológico e a alta probabilidade deste trecho se tornar um hotspot de atropelamentos, inclusive de espécies ameaçadas de extinção. Tendência esta que já foi identificada no levantamento de atropelamentos, apresentado no EIA.

Dessa forma, conforme tratado no item 8.2.2 deste Parecer, deverá ser apresentada proposta de otimização do projeto da rodovia prevendo Obra de Arte Especial – OAE (estrutura elevada) que transponha o trecho de cruzamento da rodovia com a várzea e a APP do rio Jacaré-Pepira. Esta mesma estrutura deverá ser replicada na pista norte, sendo, portanto, necessária a desmobilização da pista antiga e construção da OAE em seu lugar.

Embora a realização do monitoramento de atropelamento seja tradicionalmente associada à fase de operação da rodovia, entende-se que as campanhas deverão ser implementadas a partir da obtenção da Licença de Instalação considerando que a rodovia já existe, apresenta tráfego intenso, ocorrem atropelamentos de fauna silvestre no trecho e que esses dados são importantes para refinar a definição e/ou adequação das passagens de fauna. Dessa forma, para a próxima etapa do licenciamento, deverá ser apresentado, no bojo do Programa de

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Planejamento de Travessias de Fauna, o detalhamento de um Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna prevendo a realização de campanhas de monitoramento de atropelamentos de animais; equipe técnica responsável; treinamentos periódicos da equipe para reconhecimento, identificação, afugentamento e resgate da fauna; periodicidade das atividades de monitoramento; dados a serem obtidos e formas de registros; e previsão de coleta e destinação dos animais atropelados vivos e mortos.

Os animais feridos após atropelamento deverão ser encaminhados a instituições que forneçam tratamento e, eventual, abrigo, tais como CETAS, CRAS, zoológicos ou outras instituições, conforme tratado no item 8.2.7 deste Parecer Técnico. A comprovação da parceira com esta(s) instituição(s) para atendimento dos animais atropelados feridos deverá ser apresentada quando da solicitação da LO. Para os animais que vierem a óbito, deverão ser adotados os procedimentos previstos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I, de 14/08/2018, que estabelece os critérios para destinação de animais mortos em rodovia.

Deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna contemplando, no mínimo: indicação da equipe técnica; periodicidade das campanhas; análise dos dados obtidos com indicação dos pontos críticos e dos hotspots, mediante análise estatística; propostas de medidas mitigadoras adicionais, caso necessárias (placas de sinalização, passagens de fauna, limitadores de velocidade, etc); e estudo de locais para implantação de dispositivos que incentivem a elevação da altura do voo de aves. Os registros deverão ser apresentados na forma de planilha, conforme especificações constantes na Decisão de Diretoria nº 141/218/I, anexo II.

No âmbito do Programa de Educação Ambiental, deverão ser incluídas ações de conscientização dos usuários, especialmente sobre o risco de atropelamento de animais. Tais ações deverão ser implementadas a partir da obtenção da Licença de Instalação. Sugere-se a adoção de folders a serem distribuídos nos pedágios, implantação de placas e banners informativos, entre outros.

Por ocasião da solicitação de LO, o empreendedor deverá apresentar proposta de continuidade do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos, contemplando além das especificações acima mencionadas, a instalação de câmeras para monitoramento da utilização das passagens de fauna.

Durante a operação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios anuais do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna contemplando as informações já solicitadas e acrescidas dos resultados obtidos no monitoramento das passagens de fauna com: identificação das espécies, registros fotográficos dos animais ou dos vestígios, e análise da efetividade das passagens implantadas. Reitera-se a necessidade de apresentar avaliação sobre as medidas mitigadoras existentes, prevendo adoção de medidas adicionais, caso necessário, como: placas indicativas de fauna silvestre, limitadores físicos e eletrônicos de velocidade, readequação das passagens de fauna já implantadas e a implantação de novas passagens de fauna, inclusive passagens superiores.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar, no âmbito do Programa de Planejamento de Travessias de Fauna,

detalhamento de Proposta de Passagens de Fauna contemplando as especificações constantes no item 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

• Apresentar, no âmbito do Programa de Planejamento de Travessias de Fauna, o detalhamento de um Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna conforme especificações constantes no item 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

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Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar o detalhamento do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de

Fauna, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, contemplando as especificações constantes no item 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE. Incluir a comprovação de parcerias com instituições responsáveis pelo atendimento e, eventual, abrigo dos animais atropelados feridos; e proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018.

Durante a operação do empreendimento • Apresentar relatórios anuais do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de

Fauna no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, incluindo informações sobre a identificação das espécies, registros fotográficos dos animais ou dos vestígios, análise da efetividade das passagens implantadas, e propostas de medidas mitigadoras adicionais caso necessário.

8.3.4. Aumento dos níveis de ruído

Para o diagnóstico ambiental dos níveis de ruído ambiente no entorno do empreendimento proposto, o interessado informou que foram realizadas medições de níveis ruído pela empresa ACOEM Brasil em 06/03/2018, conforme reunião realizada com o Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações - IPAR da CETESB (Ata de Reunião nº 004/2018/IPAR de 05/02/2018) que estabeleceu a localização inicial dos Receptores Potencialmente Críticos - RPCs em áreas lindeiras ao empreendimento.

Com relação à fase de implantação do empreendimento, o interessado informou que não estão previstas obras no período noturno, e que durante o dia, o nível de ruído já existente devido ao tráfego rodoviário é tão intenso que dificilmente o ruído das obras será audível junto aos receptores, havendo um moderado potencial de incômodo somente para as obras que ocorrerem a menos de 100 m dos pontos receptores residenciais.

Foram previstas medidas mitigadoras no Programa do Monitoramento dos Níveis de Ruído e de Vibrações durante a Implantação e Operação do Empreendimento e no Subprograma de Supervisão e Gestão Ambiental, tais como:

• Tratamento dos ruídos dos equipamentos com silenciadores (atenuadores de ruídos);

• Localização, sinalização, equipamentos e horários de funcionamento das frentes, canteiros de obras e demais áreas de apoio compatibilizados com a vizinhança;

• As usinas de asfalto, concreto e solos somente deverão ser instaladas obedecendo ao zoneamento ambiental do município abrangido pelo empreendimento;

• Deverá haver restrição de emissões de ruídos aos limites estabelecidos pelas NBR 10151, NBR 10152 e Resolução CONAMA 01/1990.

Avaliação: Conforme a Informação Técnica nº 025/2018/IPAR emitida em 20/08/2018 pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações - IPAR da CETESB, as medições dos níveis de ruído ambiente (Lra) foram realizadas de acordo com a Decisão de Diretoria nº 100/2009/P da CETESB, que estabeleceu o "Procedimento para Avaliação de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes” publicada no Diário Oficial Estado de São Paulo em 23/05/2009. Os Padrões de níveis de ruído são estabelecidos pela Decisão de Diretoria nº 389/2010/P, que estabeleceu a "Regulamentação de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes localizados no Estado de São Paulo", publicada em 24/12/2010.

As medições foram realizadas em 06/03/2018 com acompanhamento de técnicos do IPAR

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nos RPCs localizados em áreas com ocupações classificadas como Tipo ll – Residências, apresentando os seguintes resultados:

Tabela 13: Resumo dos dados obtidos

Ponto (RPC) Localização

Padrão em

dB(A)

Nível de ruído

medido dB(A)

Padrão efetivamente

adotado dB(A)

1 Rua Professor Edson Galvão, nº 12 - Araraquara 65 58,9 65

2 Rua Lázaro Bueno de Godoi, nº 14 - Boa Esperança do Sul

65 55,8 65

3 Rod. Comandante João Ribeiro de Barros (SP- 255),

km 119 - Trabiju 65 58,9 65

4 Rod. Comandante João Ribeiro de Barros, km 124, Sítio Santa Rosa - Dourado

65 67,6 67,6

5 Rod. Comandante João Ribeiro de Barros, km 132,

Fazenda São Jogo do Carmo - Bocaina 65 65,2 65,2

6 Rod. Comandante Jogo Ribeiro de Barros, km 145 –

Chácara - Jaú 65 59,3 65

7 Rod. Comandante João Ribeiro de Barros, km 166 /

Rua Dionísio Grameto, 444 - Jaú 65 54,3 65

8 Rod. Otávio Pacheco de Almeida Prado (SP-255) / R.

Domingos Miguel Ursini, 241 – Barra Bonita 65 48,5 65

9 Rod. SP-255 - Deputado João Lázaro de Almeida

Prado / Rua André Barquero, nº 586 - lgaraçu do Tietê 65 53,8 65

Fonte: Informação Técnica nº 025/2018/IPAR

Os níveis de ruído ambiente - Lra medidos nos Pontos 4 e 5 ultrapassaram os limites estabelecidos para essas áreas, passando a se adotar estes valores medidos como o padrão a ser atendido nestes pontos, conforme estabelece a Decisão de Diretoria nº 389/2010/P.

Durante a operação do empreendimento, no 1º relatório anual de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, deverão ser apresentados os resultados da 2ª campanha de medição de níveis de ruído, em conformidade com as Decisões de Diretoria da CETESB "Procedimento para Medição de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes" e "Regulamentação de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes".

Com relação à fase de obras, as informações relativas às medidas mitigadoras adotadas deverão constar do relatório de acompanhamento de obras, conforme solicitado no item 8.2.1 deste Parecer.

Exigência

Durante a operação do empreendimento • Apresentar, no âmbito do primeiro relatório anual de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, os resultados da 2ª campanha de medição de níveis de ruído, em conformidade com o "Procedimento para Medição de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes" (Decisão de Diretoria CETESB nº 100/2009/P publicada em 23/05/09) e com a "Regulamentação de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes" (Decisão de Diretoria CETESB n° 389/2010/P publicada em 24/12/10).

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9. PROGRAMAS AMBIENTAIS

São apresentadas a seguir as principais diretrizes e características dos programas ambientais e medidas mitigadoras propostas pelo empreendedor, a serem implementadas nas fases de planejamento, implantação e operação do empreendimento.

9.1 Programas do Meio Físico

9.1.1 Plano de Controle Ambiental das Obras

9.1.1.1 Subprograma de Supervisão, Gestão e Planeja mento Ambiental das Obras

Este Subprograma inclui os procedimentos e instruções para o efetivo planejamento, controle e verificação das medidas ambientais antes, durante e após as atividades de implantação da Rodovia SP-255. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Subprograma incluem:

• Estipular exigências técnicas e procedimentais a serem atendidas, padronizando procedimentos e facilitando a gestão ambiental da obra;

• Garantir a operacionalização, pelas construtoras, de uma sistemática de auto monitoramento ambiental, de maneira que todos os serviços executados sejam rotineiramente inspecionados e avaliados pela equipe de gestão ambiental;

• Instituir nas construtoras um procedimento eficaz de atendimento às solicitações de ação corretiva e/ou notificações de não-conformidades emitidas pela Supervisão Ambiental;

• Assegurar que a forma de aplicação das medidas de Controle Ambiental, seja previamente estudada e discutida por todos os envolvidos, limitando-se as situações ou aspectos imprevistos ao mínimo possível;

• Garantir que a totalidade dos fornecedores de bens e serviços a serem contratados estejam em situação regular perante as autoridades ambientais;

• Garantir a divulgação correta e a compreensão de todos os compromissos e/ou medidas de controle ambientais pertinentes junto aos responsáveis diretos e indiretos do processo de implantação de obras, acompanhando o atendimento das medidas previstas;

• Monitorar e gerenciar impactos e/ou riscos ambientais e controlar ações ou atividades geradoras dos mesmos;

• Monitorar o cumprimento de todas as exigências estabelecidas nas licenças e autorizações ambientais;

• Assessorar as Construtoras na adequação e ajuste de planos de ataque e métodos construtivos às diretrizes de minimização de impacto ambiental;

• Produzir prova documental de que todas as medidas mitigadoras e de controle ambiental (incluindo ações preventivas e corretivas) são rigorosa e continuamente observadas;

• Documentar metodicamente todas as alterações ambientais registradas, de forma a viabilizar a posterior comparação entre impactos previstos e aqueles efetivamente ocorridos, inclusive com delimitação de responsabilidades pelos mesmos;

• Monitoramento ambiental de todas as etapas construtivas (limpeza, terraplenagem, asfaltamento e implantação das obras de arte corrente e especiais, etc), registrando o número de ocorrências ambientais no mês;

• Promoção da segregação, armazenamento e destinação final adequada dos resíduos gerados nas frentes de obra;

• Promoção de treinamentos com temas ambientais, contemplando, minimamente: Destinação de Resíduos e Controle de Erosão e Assoreamento;

• Registrar todos os aspectos ambientais das obras; • Vistoriar todas as frentes de serviço, em todas as etapas.

9.1.1.2 Subprograma de Controle de Processos Erosiv os e de Assoreamento

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O presente Subprograma preconiza as diretrizes a serem seguidas visando a mitigação de possíveis impactos advindos das atividades relacionadas aos procedimentos de movimentação de terra (supressão, realização de corte e aterro, execução de OAEs e OACs, implantação de áreas de apoio e de caminhos de serviços). As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Subprograma incluem:

• Assegurar a aplicação de técnicas preventivas e corretivas relacionadas à aceleração dos processos erosivos desencadeadas pelos procedimentos construtivos do empreendimento;

• Fornecer elementos técnicos visando à execução das obras com o menor impacto ambiental possível no que se refere ao controle de erosão, movimentação de massa e assoreamento dos corpos hídricos;

• Assegurar que todas as frentes de obra, incluindo áreas de empréstimo, depósitos de material excedente, canteiros de obras, instalações industriais provisórias e caminhos de serviço, sejam implantadas e/ou exploradas, de acordo com procedimentos de controle ambiental, garantindo a mitigação dos impactos associados à alteração dos processos geodinâmicos superficiais causados pelo empreendimento;

• Identificar e monitorar os pontos de riscos geoambientais (enchentes/inundações, erosão, movimento de massa entre outros) ao longo da Área Diretamente Afetada;

• Realizar vistoria periódica, cadastrar novos pontos e atualizar a evolução dos processos identificados, contemplando: pontos de lançamentos dos sistemas de drenagens; taludes de corte e aterro; jazidas de material para empréstimo; áreas de depósito de material temporário e permanente; canteiros de obra, instalações industriais provisórias e caminhos de serviço;

• Monitorar os corpos hídricos mapeados no Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento que podem ser afetados pela obra, apresentando, para cada um deles, a situação inicial e a proposta de medidas de controle de erosão e assoreamento, a fim de evitar impactos ambientais associados às diversas etapas da obra.

9.1.1.3 Subprograma Recuperação de Áreas Degradadas

Tem por objetivo estabelecer procedimentos, medidas de controle e ações voltadas à atenuação dos problemas de degradação ambiental existentes e dos que serão advindos das intervenções de engenharia a serem implementadas na ADA pelo empreendimento, tais como: construção de canteiros de obra, estradas de acesso, unidades industriais, execução de cortes e aterros, destinação de áreas para o empréstimo de material e depósito de material excedente e das demais estruturas físicas de apoio às obras do empreendimento, promovendo a recuperação e a recomposição do aspecto cênico das áreas objeto das intervenções, assim como a recuperação do equilíbrio dinâmico entre as espécies vegetais implantadas e o substrato que sustenta as mesmas.

As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Subprograma incluem:

• Garantir a recuperação das áreas degradadas pela implantação do empreendimento, assim como as áreas degradadas correspondentes a passivos ambientais;

• Assegurar o retorno ao equilíbrio dinâmico entre as novas espécies vegetais implantadas e o substrato edáfico que as sustenta em todas as áreas recuperadas que possam desencadear novas situações de degradação ambiental como erosão, movimentações de massa e assoreamento de cursos d’água;

• Reduzir o volume de carga sólida carreada pelas chuvas das frentes de obra para os cursos d’água, visando a melhoria da qualidade das águas superficiais;

• Recuperar margens de rios e córregos afetados pelas obras e pela nova vazão a ser empregada nesses ambientes;

• Levantar, registrar, monitorar, avaliar e corrigir os processos de degradação anteriores às obras (passivos ambientais), bem como aqueles deflagrados durante sua execução;

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• Definição e implementação das medidas de recuperação: revegetação (estabilização biológica), geotécnica (estabilização física) e remediação ou tratamento (estabilização química);

• Monitorar os resultados dos procedimentos de recuperação através de relatórios fotográficos e consolidação em relatórios periódicos.

9.1.1.4 Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Só lidos

Tem como objetivo geral garantir a manutenção da qualidade ambiental dos canteiros e frentes de obras, através da implementação de medidas de gestão dos resíduos sólidos resultantes das atividades desenvolvidas no empreendimento, promovendo uma destinação final adequada.

As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Subprograma incluem:

• Atender aos requisitos da legislação ambiental e das normas técnicas aplicáveis; • Implantar e manter Gerenciamento de Resíduos Sólidos no canteiro de obras, em

conformidade com os critérios e instruções constantes nesta ação; • Identificar alternativas de minimização da geração de resíduos, compatíveis com os requisitos

operacionais, incluindo-se os resíduos gerados por serviços de terceiros realizados nas dependências do empreendimento;

• Identificar alternativa de minimização da carga de resíduos a ser disposta em aterros, considerando-se a viabilidade técnica e econômica de sua reutilização;

• Assegurar que a contratação de serviços para a reutilização ou o reprocessamento externo de resíduos, incluindo-se os de transporte, seja realizada com empresas que atendam aos requisitos aplicáveis, fazendo constar dos contratos cláusulas que salveguardem o empreendedor em relação a atos que possam vir a ser praticados pela contratada;

• Assegurar que os serviços de terceiros associados à gestão de resíduos na empresa, incluindo-se os de transporte, sejam realizados em conformidade com a legislação do meio ambiente, de saúde ocupacional e segurança dos trabalhos aplicáveis;

• Conscientizar os funcionários a respeito da importância da gestão dos resíduos sólidos nos canteiros de obra e entornos;

• Adotar procedimentos adequados de segregação e de coleta dos resíduos, de forma a não comprometer sua gestão;

• Orientar à estocagem temporária adequada dos resíduos gerados como forma de controle até a sua disposição final;

• Indicar a destinação e disposição final ambientalmente adequada para cada tipo de resíduo gerado, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

9.1.1.5 Subprograma de Gerenciamento de Efluentes

Tem como objetivo geral monitorar e gerenciar os efluentes líquidos gerados nas atividades de implantação do empreendimento, principalmente nos canteiros de obras, bem como fornecer subsídios para a identificação da necessidade da adoção de medidas para a minimização de eventuais problemas ambientais, apontando medidas preventivas e corretivas. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Subprograma incluem:

• Assegurar a aplicação de técnicas preventivas e corretivas relativas a coleta, armazenamento e destinação dos efluentes gerados durante as obras;

• Fornecer elementos técnicos visando à execução das obras com o menor impacto ambiental possível no que se refere a efluentes gerados;

• Evitar a contaminação dos solos, águas superficiais e subterrâneas; • Evitar o carreamento de produtos perigosos para os cursos d’água; • Garantir a eficiência dos equipamentos de controle e tratamento de efluentes.

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9.1.2 Programa de Monitoramento da Qualidade das Ág uas Superficiais e Subterrâneas

O Programa visa o acompanhamento da qualidade das águas nos corpos hídricos interceptados pelo empreendimento, tendo como indicadores variáveis de natureza físico química e bacteriológica. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Averiguar a qualidade da água dos corpos hídricos abrangidos pela rede de amostragem nos períodos antes, durante e após a implantação das obras;

• Realizar coletas periódicas de indicadores comuns – parâmetros de avaliação da qualidade das águas;

• Realizar coletas extras em casos de acidentes ambientais, como o caso do vazamento e derramamento de produtos poluentes, abrangendo os indicadores comuns relacionados na metodologia e os indicadores extras;

• Averiguar a compatibilidade da qualidade da água em relação aos padrões ambientais estabelecidas pela Resolução CONAMA 357/2005 e demais normas em vigor;

• Realizar o monitoramento de alterações na qualidade estética das águas nos corpos d’água interceptados pela duplicação da SP-255 e identificar se há relação entre as alterações da qualidade estética nos cursos d’água em função das obras executadas;

• Acompanhar as medidas mitigadoras e de controle ambiental implantadas para a proteção dos corpos hídricos e apontar medidas preventivas e corretivas necessárias;

• Inspeção das áreas de apoio, canteiros de obras, alojamento e demais instalações existentes situadas nas proximidades dos principais corpos hídricos interceptados pelo empreendimento quanto aos critérios estabelecidos pela legislação vigente e que estejam relacionados com a proteção dos recursos hídricos;

• Realizar o monitoramento e controle de processos erosivos, com a manutenção e proposição de medidas complementares para evitar o assoreamento dos rios, em interface com o Subprograma Controle de Processos Erosivos e Assoreamento;

• Realizar treinamento de pessoal visando à sensibilização dos colaboradores envolvidos nas obras e operação da Duplicação da Rodovia quanto à conservação dos recursos hídricos, em interface com o Programa de Educação Ambiental.

9.1.3 Programa de Gerenciamento de Passivos Ambient ais

O Programa tem por objetivo estabelecer medidas de gerenciamento voltadas a soluções que deverão ser adotadas para a recuperação dos passivos ambientais identificados. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Orientar e especificar as soluções que deverão ser adotadas para a execução da recuperação dos passivos, e permitir novos usos de áreas cujas características sofreram alterações por consequência da execução da obra de implantação rodoviária, intervindo para obtenção da reintegração da paisagem natural, e assim, contribuir para o resgate da qualidade ambiental da área da rodovia;

• Orientar e especificar ações que devem ser planejadas e executadas para dispor soluções paisagísticas para a recuperação dos passivos ambientais;

• Subsidiar a manutenção da faixa de domínio no que se refere à recuperação dos passivos ambientais e às respectivas distâncias mínimas de segurança, proporcionando segurança aos proprietários lindeiros e usuários.

9.1.4 Programa de Controle de Emissões Atmosféricas de Qualidade do Ar Durante a Implantação do Empreendimento

O Programa tem por finalidade acompanhar e controlar as emissões de gases e particulados durante a fase de implantação da duplicação da SP-255, tendo como foco medidas de

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controle voltadas para a redução dos poluentes atmosféricos gerados. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Identificar as fontes de emissão de poluentes atmosféricos; • Avaliar os principais poluentes levando em consideração sua quantidade, o tipo e o tempo de

exposição dos funcionários da obra e dos moradores da vizinhança; • Monitorar a emissão de poluentes atmosféricos e material particulado das áreas diretamente

afetadas pelas atividades do empreendimento; • Acompanhar as medidas mitigadoras e de controle ambiental implantadas para a

manutenção da qualidade do ar e apontar medidas preventivas e corretivas necessárias; • Controle do processo poluidor; • Controle dos padrões de emissão; • Controle da eficácia dos equipamentos; • Garantir a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual para os funcionários,

instruindo-os quanto à utilização.

9.1.5 Programa de Monitoramento dos Níveis de Ruído e de Vibrações Durante a Implantação e Operação do Empreendimento

Tem por objetivo garantir que os níveis de ruídos e vibrações oriundos das atividades relacionadas à implantação do empreendimento atendam às normas e padrões estabelecidos. Para tal, o controle prevê a realização de análises periódicas dos níveis de ruído e vibrações nos pontos estabelecidos pela rede de monitoramento. Desta forma, será possível quantificar eventuais alterações destes indicadores e fornecer subsídios à implantação de medidas de mitigação e controle que assegurem níveis adequados de ruídos e vibrações ao meio ambiente, à segurança dos colaboradores das frentes de obras, usuários do empreendimento, moradores das comunidades lindeiras e à fauna local. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Controlar as pedreiras, usinas de asfalto, caminhos de serviços, frentes de terraplenagem e os veículos e equipamentos utilizados nos serviços;

• Planejamento do cronograma de obras, especialmente em seu período de pico, onde as atividades com maior geração de ruídos e/ou vibrações deverão ocorrer, preferencialmente em períodos distintos;

• Assegurar a adequada manutenção preventiva e corretiva de máquinas, veículos e equipamentos geradores de ruídos e vibrações, em interface com o Subprograma de Supervisão e Gestão Ambiental;

• Adotar medidas para reduzir os efeitos da emissão descontrolada de ruídos e vibrações sobre a saúde e qualidade de vida da população diretamente afetada, em interface com Programa de Comunicação Social – PCS;

• Reduzir a intensidade de ruídos e vibrações, minimizando os impactos sobre a fauna silvestre, em interface com: Programa de Monitoramento de Fauna e Programa de Resgate de Fauna;

• Orientar a utilização de Equipamentos de Proteção Individual aos colaboradores envolvidos nas obras.

9.1.6 Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR

O Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR das obras de implantação e operação da Duplicação da SP-255 é um documento de gestão, com as diretrizes para o efetivo gerenciamento dos ricos do empreendimento. O mesmo estabelece também atividades e mecanismos voltados para as etapas de controle e verificação, de forma a assegurar que as ações requeridas sejam implementadas para a devida gestão dos riscos associados com as

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instalações e operações pertinentes. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Assegurar a instalação e manutenção periódica de todos os dispositivos de segurança e placas de sinalização (advertência, educativas, regulamentação e de serviços auxiliares) necessárias ao tráfego seguro nas vias do entorno do empreendimento;

• Identificação dos possíveis cenários de acidentes que poderão provocar impactos negativos nos meios físicos, social e/ou biótico durante a fase de implantação do empreendimento;

• Implementar um sistema de treinamento de pessoas diretamente envolvidas na operação e de educação preventiva na população em áreas de possíveis ocorrências, de forma que se possibilite eficiência na resposta aos acidentes e minimização aos impactos marginais sobre terceiros e seus bens;

• Elaborar campanhas de educação para trânsito, com enfoque na defesa da vida e respeito recíproco entre pedestres, ciclistas, condutores de veículos de carga, de passageiros, de passeio e motociclistas;

• Minimização, no caso da ocorrência de eventos acidentais, principalmente os que envolvem produtos perigosos e fogo, dos impactos na via e na sua área de influência;

• Preservação da saúde dos usuários e da população lindeira afetada; • Identificação, controle e extinção das situações de emergência, no menor espaço de tempo

possível.

9.1.7 Plano de Ação de Emergência – PAE

O objetivo do PAE é apresentar as diretrizes e informações para a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos da Concessionária, estruturados para possibilitar respostas rápidas e eficazes nas ações e situações de atendimento às emergências na área de implantação da Duplicação da SP-255 e durante sua operação. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Focar nas medidas preventivas e nos treinamentos dos colaboradores; • Executar rápido atendimento à emergência, quando houver; • Identificação dos pontos e atividades que possam resultar em acidentes; • Definir as atribuições e responsabilidades; • Preservar o patrimônio da empresa, da comunidade operacional e da integridade física de

pessoas e do meio ambiente; • Treinamento do pessoal habilitado para operar os equipamentos necessários ao controle das

emergências; • Minimizar as consequências e impactos associados; • Estabelecer as diretrizes básicas necessárias para atuações emergenciais; • Disponibilização de recursos para o controle das emergências.

9.2 Programas do Meio Biótico

9.2.1 Programa de Controle da Supressão

O Programa de Controle da Supressão da Vegetação apresenta procedimentos a serem seguidos para se alcançar satisfatoriamente a minimização dos impactos ambientais negativos gerados pela supressão da vegetação na ADA do empreendimento. Todas as atividades de execução serão acompanhadas pela equipe de supervisão ambiental, responsável por monitorar as áreas de intervenção e destinação do material lenhoso. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Fomento às demandas das Autorizações de Supressão de Vegetação, quando houver;

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• Vistoria técnica de todas as áreas elencadas para supressão antes do corte da vegetação e sinalizar as frentes de supressão;

• Resgate de espécies da flora e salvamento de espécies da fauna em interface com os Programas de Resgate de Flora e Fauna, respectivamente;

• Acompanhamento, planejamento e controle das atividades envolvidas com a supressão da vegetação;

• Retirada das toras para os pátios de estocagem e remoção dos tocos e galhada da faixa de domínio de modo a eliminar o material combustível passível de incêndios;

• Monitoramento e dimensionamento do avanço da frente de supressão na faixa de domínio; • Aproveitamento econômico do material lenhoso suprimido.

9.2.2 Programa de Resgate de Vegetação

O objetivo principal do Programa é realizar o resgate de germoplasma de espécies importantes nos remanescentes vegetais presentes na ADA do empreendimento. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Realizar o resgate do maior número possível de germoplasma que estejam representados nas listas de flora ameaçadas de extinção no Brasil;

• Destinar o material resgatado para áreas que promovam a preservação da biodiversidade (Unidades de Conservação, bordas de fragmentos, APPs, futuras passagens de fauna), respeitando a fitofisionomia das áreas de resgate e das áreas de destino.

• Oferecer treinamentos/palestras aos funcionários do empreendimento, especialmente sobre o trabalho realizado, meio ambiente e flora;

• Propor novas medidas mitigadoras de controle para novos impactos que por ventura sejam diagnosticados durante a execução deste Programa e dos demais programas de proteção à Flora.

As espécies alvo do Programa são os indivíduos pertencentes às espécies ameaçadas de extinção e às espécies endêmicas. Também é sugerido que ocorra o resgate das epífitas (cactáceas, aráceas, bromélias e orquídeas, com destaque para estas duas últimas) encontradas nas áreas destinadas à supressão da vegetação.

9.2.3 Programa de Gerenciamento de Plantios Compens atórios e Restauração Ecológica

O objetivo geral deste Programa é o de promover a compensação da flora, buscando compensar e recuperar as áreas impactadas pelas obras de Duplicação, em especial, as áreas de preservação permanente. Isso se dará por meio do plantio de espécies arbóreas nativas regionais realizando ações de reflorestamento na mesma bacia hidrográfica do empreendimento. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Seleção das áreas potenciais para implantação do plantio compensatório, considerando possíveis APP e o estabelecimento de eventuais corredores ecológicos;

• Implantação, controle e monitoramento das áreas de plantio nas áreas indicadas; • Incorporação de espécies resgatadas nas áreas de intervenção e supressão de vegetação

nas áreas de plantio; • Manter as áreas de plantio em boas condições para que as mudas atinjam pleno

desenvolvimento e um estabelecimento satisfatório; • Consolidação das áreas de plantio garantindo a sua perpetuidade.

9.2.4 Programa de Monitoramento de Fauna

A implementação do Programa se justifica pela necessidade de se identificar os possíveis impactos ambientais causados pela Duplicação a SP-255. Intenciona-se com o monitoramento da fauna de vertebrados terrestres (mamíferos, aves, répteis e anfíbios)

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reduzir os atropelamentos da fauna que possa ocorrer pelas futuras Obras de Duplicação da Rodovia SP-255. Assim, serão gerados resultados capazes de indicar a qualidade ambiental, o uso de habitat e as tendências de aumento ou declínio de populações, frente às eventuais pressões geradas pelo empreendimento. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Compartilhar conhecimento sobre populações e comunidades faunísticas, para a tomada de decisões frente a proposição da instalação de medidas de mitigação adequadas;

• Propor eventuais medidas mitigadoras de controle, para eventuais impactos que forem diagnosticados durante a execução deste e dos demais Programas relacionados à Fauna e de correção, para ações mitigadoras que não apresentem os resultados esperados;

• Proposição de mecanismos para a mitigação dos impactos gerados para minimizar o impacto gerado com a Duplicação da SP-255.

Para tanto, propõe-se a realização do monitoramento de fauna terrestre em dois fragmentos florestais lindeiros à Rodovia, próximos ao km 110+200, em Boa Esperança do Sul, e ao km 123+700, em Dourado. O monitoramento da ictiofauna será realizado em quatro cursos d’águas (ribeirão Pouso Alegre; rio Jacaré-Pepira; rio Jacaré-Guaçu; e rio do Ouro).

9.2.5 Programa de Resgate de Fauna

Este Programa tem como objetivo geral a manutenção da biodiversidade local, evitando que animais sejam feridos e/ou mortos em virtude da supressão de vegetação, através do planejamento, da orientação e do acompanhamento destas ações. As principais metas deste Programa são:

• Evitar que animais sejam feridos e/ou mortos; • Afugentar todos os animais encontrados, resgatando apenas aqueles animais cujo

afugentamento seja inviável, em virtude da fisiologia do animal, de injúrias ou de características pontuais da ação;

• Preservar o maior número de ninhos e/ou tocas ativos encontrados, até que se constate sua inatividade;

• Identificar espécies e grupos faunísticos que mais se acidentam e/ou morrem e em quais situações;

• Efetuar o aproveitamento científico dos espécimes que vierem a óbito ou forem encontrados já mortos, e cujas carcaças estejam em bom estado;

• Oferecer treinamentos/palestras à funcionários do empreendimento, especialmente sobre o trabalho realizado, meio ambiente e fauna;

• Diminuir o risco de acidentes envolvendo animais, especialmente peçonhentos e venenosos, e funcionários da obra;

• Propor novas medidas mitigadoras de controle (para novos impactos que por ventura sejam diagnosticados durante a execução deste Programa) e de correção (para ações mitigadoras que não apresentem os resultados esperados).

9.2.6 Programa de Planejamento de Travessia de Faun a

Este programa visa avaliar o impacto dos atropelamentos sobre as espécies da fauna, por meio de monitoramento sistemático, a fim de identificar os hotspots de atropelamento de animais (trechos com maiores concentrações de atropelamento) e definir as medidas de mitigação cabíveis, tais como placas de sinalização, redutores de velocidade, cercas de proteção e passagens de fauna. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Conhecer as características da mortalidade de animais silvestres na rodovia, decorrente dos atropelamentos causados pelo tráfego de veículos;

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• Propor a instalação de medidas de mitigação adequadas (tipo e localização) aos impactos sobre a fauna existente nas áreas que a rodovia atravessa;

• Criar bancos de dados completos com o histórico de informações acerca dos registros de atropelamento de fauna neste trecho da rodovia, para que sirva de base para estudos futuros e/ou parâmetro de comparação em relação a outros trechos rodoviários;

• Diagnosticar a eficiência de medidas de mitigação já existentes de modo a aprimorar o design das mesmas em mitigações futuras;

• Propor novas medidas mitigadoras de controle, para eventuais impactos que forem diagnosticados durante a execução deste e dos demais Programas de Proteção à Fauna e de correção.

Os procedimentos previstos no Programa incluem: coleta de dados por meio de veículo automotor e caminhada, monitoramento das passagens de fauna e análise estatística dos dados.

9.3 Programas do Meio Socioeconômico

9.3.1 Programa de Comunicação Social

O objetivo geral do Programa de Comunicação Social é a criação de um canal de interação e comunicação contínuo entre o empreendedor e a sociedade, especialmente a população diretamente afetada pelo empreendimento, de forma a motivar e possibilitar a sua participação nas diferentes fases do empreendimento. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

Na fase de pré-implantação: • Sistematização das informações básicas do projeto de engenharia e do cronograma das

obras; • Consolidação do Banco de Dados – Organização das informações sobre projeto de

engenharia, público-alvo, mídia existente nos municípios interceptados pelo empreendimento; • Utilização do Serviço 0800 para comunicação entre as partes; • Aproveitamento das Bases Operacionais existentes ao longo da rodovia SP-255, sobretudo

nas proximidades com as obras de duplicação, para divulgação de ações concernentes às obras ou demais informações do projeto;

• Confecção prévia de todo ou grande parte do material de divulgação do projeto (cartilhas, folders, banners, cartazes, faixas, placas etc);

Na fase de construção: • Divulgação sobre o avanço das obras, utilizando os jornais/informativos da obra e demais

matérias informativas editadas pela Concessionária. Caso necessário, poderá ser publicado alguma informação em jornais de grande circulação nos municípios interceptados;

• Utilização do Serviço 0800 para comunicação entre as partes; • Aproveitamento das Bases Operacionais existentes ao longo da rodovia SP-255 sobretudo

nas proximidades com as obras de duplicação, para divulgação de ações concernentes às obras ou demais informações do projeto do empreendimento;

• Utilização de Programa de rádio informativo, sempre que um fato justifique, tais como alterações e desvios a serem adotados na rodovia ou em intersecções com as demais rodovias ao longo do trecho de duplicação;

• Articulação com o Programa de Educação Ambiental e demais Programas, destinadas à divulgação de ações comuns ou orientações a serem seguidas pelos trabalhadores das obras ou usuários da Rodovia SP-255.

9.3.2 Programa de Educação Ambiental

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O objetivo geral do Programa de Educação Ambiental é o desenvolvimento de ações educativas, a serem formuladas por meio de um processo participativo, visando capacitar/habilitar setores sociais, com ênfase naqueles diretamente afetados pelo empreendimento para uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental e da vida da região. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Realizar oficinas sobre práticas sustentáveis para as comunidades afetadas, selecionando especialmente as que encontrarem mais próximas da rodovia SP-255;

• Realizar oficinas com as lideranças comunitárias destinadas à divulgação do projeto e esclarecimento sobre a implantação das obras e as respectivas ações que serão realizadas para mitigação e atenuação dos impactos ambientais;

• Realizar oficinas/cursos de capacitação em Educação Ambiental para professores e multiplicadores dos municípios interceptados;

• Realizar atividades de educação ambiental para a totalidade dos trabalhadores contratados para as obras, que envolvam o conhecimento do meio ambiente da região de implantação do projeto, assim como do projeto de engenharia.

9.3.3 Programa de Desapropriação

Este Programa tem como objetivo central a coordenação dos procedimentos técnicos e jurídicos necessários ara liberação das áreas afetadas conforme as normas técnicas e procedimentos legais vigentes aplicáveis e de acordo com os prazos fixados pelo cronograma de obras. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Coordenação do programa de desapropriação e o cronograma de prioridade de obras; • Realização de cadastros individuais de propriedade e laudo individuais de avaliação; • Liberação das áreas necessárias para às obras, com autorização do proprietário ou mandado

judicial de imissão na posse, atendendo ao cronograma de obras.

9.3.4 Programa de Controle de Tráfego

Este Programa abrange um conjunto de medidas que visa mitigar os impactos do empreendimento sobre a população lindeira e usuário da rodovia referentes a desvios provisórios, avisos de obras, vias que serão interrompidas provisoriamente e situação de sistema pare e siga. As diretrizes e atividades propostas no âmbito do Programa incluem:

• Assegurar a instalação e manutenção periódica de todos os dispositivos de segurança e placas de sinalização (advertência, educativas, regulamentação e de serviços auxiliares) necessárias ao tráfego seguro nas vias do entorno do empreendimento);

• Identificação dos possíveis cenários de acidentes que poderão provocar impactos negativos nos meios físico, social e/ou biótico durante a fase de implantação do empreendimento;

• Elaborar medidas e procedimentos apropriados para implantar sinalização no entorno das áreas afetadas pelas obras;

• Evitar a concentração de fluxo de veículos gerados pelo empreendimento em horários de maior movimento das vias a serem utilizadas pela população do entorno e usuários da rodovia;

• Implementar soluções adequadas de sinalização do fluxo de veículos gerado pelo empreendimento em conversões de entrada ou saída da rodovia SP-255;

• Implementar um sistema de treinamento de pessoas diretamente envolvidas na operação da rodovia e de educação preventiva à população do entorno e usuários da rodovia, de forma a reduzir o número de acidentes;

• Elaborar campanhas de educação para o trânsito, com enfoque na defesa da vida e respeito recíproco entre pedestres, ciclistas condutores de veículos de carga, de passageiros, de passeio e motociclistas;

• Operação do telefone 0800 para apoio e demandas dos usuários da rodovia;

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• Redução do fluxo de veículos gerado pelo empreendimento e dias e horários em que ocorre maior volume de tráfego nas vias utilizadas, principalmente nos horários de pico e; nos finais de semana e feriados, dada a busca por turismo e lazer na região do empreendimento;

• Redução de interferências do fluxo de veículos provenientes das obras, com o tráfego local e de usuários da rodovia SP-255.

9.3.5 Programa de Acompanhamento Arqueológico

Considerando que o empreendimento recai em tipologia que requer a presença de profissional responsável pela gestão do património arqueológico, conforme Instrução Normativa nº 01/2015, será implementado o presente Programa para efetuar a gestão do patrimônio arqueológico que vier ser encontrado durante a implantação do empreendimento.

9.4 Programa de Compensação Ambiental

Conforme determina a Lei Federal n° 9.985/2000, os impactos negativos da implantação do empreendimento deverão ser compensados por meio da aplicação de recursos financeiros na criação e/ou manutenção de Unidades de Conservação. A indicação da UC a ser contemplada com os recursos caberá à Câmara de Compensação do Órgão Ambiental Estadual, tendo o empreendedor informado as UCs de Proteção Integral e de Uso Sustentável que se encontram mais próximas ao empreendimento.

O empreendedor propõe que o valor da Compensação Ambiental previsto pela legislação seja destinado à Estação Ecológica de Itirapina e a APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá.

A indicação da EEc de Itirapina deve-se ao fato de tratar-se de UC que apresenta importantes fisionomias de Cerrado de grande relevância para a biodiversidade Paulista.

Já a indicação da APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá, se deve pelo Perímetro Corumbataí, que ainda não dispõe de Plano de Manejo e está inserido na AII do empreendimento. Para tanto, acredita-se que o montante da compensação deva priorizar a elaboração do Plano de Manejo e o desenvolvimento de demais estudos e projetos que visem à sua implantação e execução.

10. CONCLUSÃO

Considerando que:

• se trata de empreendimento de utilidade pública, com benefícios estratégicos para o sistema de transportes e para a logística do Estado de São Paulo;

• os impactos ambientais do empreendimento poderão ser mitigados com a devida implementação dos programas ambientais propostos pelo empreendedor e das medidas indicadas neste Parecer, elaboradas pela equipe técnica da CETESB e outros órgãos consultados;

entende-se que o empreendimento é ambientalmente viável, desde que atendidas, nas várias fases do licenciamento ambiental do empreendimento, as exigências elencadas a seguir:

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI 1. Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social, incluindo, além das

medidas propostas: a prospecção de lideranças locais; ações de divulgação à população do número de vagas a serem abertas e o perfil profissional exigido para as obras; divulgação prévia de desvios viários, detonações para desmonte de rocha e de

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paralisações de serviços públicos; proposta de reuniões periódicas com as prefeituras municipais, entidades civis, associações de moradores e comunidades lindeiras, visando a criação de um canal de comunicação permanente entre o empreendedor e as partes interessadas; treinamento da equipe e dos colaboradores etc. Indicar a equipe técnica responsável pela elaboração dos materiais/atividades de comunicação e atendimento à população; e demonstrar a realização das atividades prévias de comunicação social, como o atendimento às reclamações, esclarecimento de dúvidas da população, e eventuais reuniões realizadas.

2. Apresentar o objeto da solicitação do licenciamento e caracterizar as intervenções propostas conforme disposto no Manual para Elaboração e Estudos para o Licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental aprovado pela Decisão de Diretoria n°217/2014/I, de 06/08/2014.

3. Apresentar, visando a organização e compilação das informações ambientais relacionadas ao licenciamento em curso, as tabelas síntese do licenciamento e os arquivos cartográficos georreferenciados, conforme as instruções indicadas em: http: //licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br/tabelas/ e http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf

4. Apresentar um Programa de Otimização Ambiental do Projeto Executivo, agrupando as ações de planejamento propostas, ações para promover a incorporação de critérios ambientais pelas subempreiteiras e fornecedores, e a avaliação de adequações no projeto em locais selecionados para a minimização dos impactos ambientais. Em especial, deverá ser apresentada proposta de adequação do projeto estrutural no trecho do Rio Jacaré-Pepira, avaliando alternativas de implantação de Obra de Arte Especial - OAE para a transposição do trecho, conforme discutido no item 8.2.2 do Parecer Técnico nº 342/18/IE, e para a implantação de galerias, quando da interferência com curso d’águas, conforme tratado no 8.2.8 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

5. Apresentar o Plano de Ataque às Frentes de Obras para cada trecho a ser iniciado, com cronograma, responsáveis pela execução e recuperação ambiental e respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs. Apresentar atualização dos volumes de terraplenagem do empreendimento informando a previsão do balanço entre os trechos de obras.

6. Apresentar o detalhamento dos Programas Ambientais e respectivos Subprogramas apresentados para a fase de obras (Programas dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico) contemplando, no mínimo, identificação das equipes alocadas e respectivas responsabilidades, incluindo a participação de representantes das empreiteiras; o detalhamento das medidas propostas customizadas aos trechos de obras; os mecanismos de gestão; as formas de acompanhamento ambiental, incluindo o uso de indicadores ambientais e a avaliação das não-conformidades; as formas de registros ambientais e de treinamento dos empregados; e o cronograma das atividades.

7. Incluir, no detalhamento do Subprograma de Controle de Erosão e de Assoreamento, o mapeamento e o georreferenciamento dos cursos d´água mais suscetíveis ao assoreamento, cuja escolha deverá ser devidamente justificada, com atenção aos cursos d´água na altura dos km 95+100, 123+900, 173+400 e 173+800. Para tais pontos, deverá ser apresentado o nível de leito/cota de fundo atual. Apresentar ainda pranchas e descrição do sistema de drenagem provisório a ser implantado, contemplando dispositivos e práticas de dissipação de velocidade das águas, proteção de solo exposto e dispositivos de retenção e contenção junto às áreas de apoio e cursos d’água, com atenção especial àqueles identificados como mais suscetíveis ao assoreamento e incluindo a previsão de uso de barreiras fixas e flutuantes considerando os mananciais de abastecimento público presentes na área.

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8. Apresentar pranchas do Projeto Executivo Geométrico e de Drenagem do empreendimento, acompanhadas de memorial descritivo e das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs.

9. Apresentar manifestação do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, em atendimento à Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/17 e reti-ratificada em 06/02/18, e à Instrução Técnica DPO nº 09 de 30/05/2017, atualizada em 25/07/2017.

10. Apresentar relatório consolidando os esclarecimentos solicitados no Ofício CBH-TJ nº 027/18 do Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê Jacaré de 28/08/2018.

11. Incluir no detalhamento do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas: os pontos amostrais georreferenciados; a justificativa de escolha de cada ponto; frequência amostral compatível com o cronograma de obras; parâmetros a serem analisados; e métodos de coleta e preservação de amostras a serem utilizados. As amostragens deverão ser realizadas antes, durante e depois das obras em cada ponto. Incluir pontos de monitoramento piezométrico dos poços de captação de água na área de interferência do empreendimento e proposta de mitigações e ressarcimentos a eventuais danos às captações, incluindo o sistema de captação de água de Barra Bonita/Raizen informada na margem direita do Rio Tietê. Os laudos analíticos dos parâmetros de qualidade da água deverão atender ao disposto na Resolução SMA 100/2013.

12. Apresentar, em foto aérea ou imagem de satélite, a localização dos canteiros de obras e demais áreas de apoio previstas (depósitos de material excedente, áreas de empréstimo, acessos provisórios, etc.), incluindo o “layout” das instalações previstas no canteiro, em áreas livres de restrições ambientais. Caso os canteiros ou outras áreas de apoio estejam localizadas fora da faixa de domínio, deverá ser efetuado o cadastramento prévio das mesmas no Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE, conforme Resolução SMA 30/2000. No caso de áreas de apoio situadas em área urbana, deverá ser apresentada manifestação da Prefeitura Municipal. Em caso de previsão de instalação de unidades industriais/usinas de concreto, asfalto, etc. ou outras fontes de poluição nos canteiros ou frentes de obras, as mesmas deverão ser instaladas fora de áreas de recarga do Aquífero do Guarani e deverão ser licenciadas na Agência Ambiental da CETESB.

13. Apresentar atendimento ao disposto no item 8.2.4 do Parecer Técnico nº 342/18/IE referente à continuidade dos trabalhos de gerenciamento de áreas contaminadas nas áreas de interesse.

14. Apresentar os acordos firmados com os detentores dos direitos minerários nas áreas afetadas pela implantação do traçado proposto, e comprovar a solicitação dos bloqueios de lavra junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM.

15. Incluir no detalhamento do Programa de Controle da Supressão a avaliação de alternativa técnica e locacional para as supressões nos fragmentos situados nos km 90+850, 97+500, 115+500, 118+000 e para as interferências nas APPs situadas entre o km 171+000 e 172+000 e no km 131+500. Deverá também ser revista a classificação dos estágios de regeneração dos fragmentos situados próximos aos km 90+850, 116+000, 118+500 e 123+500 e indicada a interferência em áreas de Reserva Legal, conforme orientações tratadas no item 8.2.6 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

16. Incluir no detalhamento do Programa de Resgate de Flora as orientações tratadas no item 8.2.6 do Parecer Técnico nº 342/18/IE; o resgate das espécies zoocóricas e das espécies com potencial para serem utilizadas na restauração florestal (plântulas e sementes) e no enriquecimento de fragmentos vegetação; e a previsão de utilização de viveiros de espera.

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17. Incluir no detalhamento do Programa de Gerenciamento de Plantios Compensatórios e Restauração Ecológica proposta de restauração considerando as áreas indicadas pelo Comitê de Bacias Hidrográficas nas microbacias do ribeirão do Potreiro, córrego da Fazenda São José, ribeirão da Bocainas, ribeirão Pouso Alegre e córrego Pau d’Alho; áreas que promovam a formação de corredores entre fragmentos existentes na AID (junto, por exemplo, aos fragmentos situados próximos aos km 109, 125, 143+500, 144, 171 e 172+500); restauração das APPs, especialmente as APPs do rio Jacaré Pepira e do rio Jacaré Guaçu.

18. Obter a Autorização de Supressão de Vegetação e Intervenção em Área de Preservação Permanente – APP e o respectivo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental - TCRA junto ao Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE/CETESB, instruído com projeto de restauração conforme diretrizes do item 8.2.6 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

19. Incluir no detalhamento do Programa de Resgate de Fauna o acompanhamento da equipe de resgate de fauna das intervenções a serem realizadas em áreas ocupadas por vegetação herbáceo arbustiva associada a lagoas, várzeas e APPs; procedimentos distintos para os indivíduos de Lepus europaeus (lebre-europeia) capturados; proposta de implantação de base de fauna ou CETAS provisórios para atendimento prévio dos animais feridos resgatados nas áreas de obras; comprovação de parcerias com CETAS, CRAS, zoológicos ou outra instituição responsável pelo recebimento de animais feridos; proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018; e demais especificações tratadas no item 8.2.7 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

20. Incluir no detalhamento do Programa de Monitoramento de Fauna a realização de monitoramento de primatas no fragmento florestal associado à Área de Preservação Permanente – APP do córrego M do DER (km 110+500, pista sul); e a amostragem de curso d’água com condições adequadas para ocorrência de icitofauna, conforme item 8.2.8 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

21. Incluir no detalhamento do Programa de Educação Ambiental a descrição dos tópicos a serem tratados com os funcionários referentes à fauna silvestre, sinantrópica e doméstica e com os usuários sobre o risco de atropelamento de animais, conforme tratado nos itens 8.2.7 e 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE; a realização de campanhas de conscientização com a população do entorno e usuários da rodovia sobre a posse responsável de animais (castração, vacinação e guarda adequada) e o risco do abandono de animais nas áreas próximas à rodovia, em especial dos equinos e bovinos.

22. Apresentar um Programa de Manejo da Fauna Sinantrópica detalhado contemplando apoio à castração de cães e gatos; e definição de instituições que receberão os animais domésticos vagantes e resgatados.

23. Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental - TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/14, conforme indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SMA.

24. Apresentar, no âmbito do Plano de Controle Ambiental das Obras - PCA, mapa retigráfico da duplicação indicando os marcos quilométricos onde os explosivos serão utilizados para o desmonte de rochas, cronograma previsto e proposta de Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos segundo as orientações do item 8.2.10 do Parecer Técnico nº 342/18/IE, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.

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25. Apresentar laudos cautelares das estruturas presentes no entorno das obras que poderão ser afetadas pelo uso de explosivos ou problemas geotécnicos, incluindo levantamento da situação atual das estruturas e medidas a serem adotadas no caso de constatação de danos.

26. Apresentar um Programa de Controle de Tráfego, no âmbito do PCA, contemplando no mínimo: cadastro de vias que poderão ser afetadas ou temporariamente interrompidas (parcial ou totalmente) durante a implantação do empreendimento; elaboração de projetos de desvios e travessias provisórias; planejamento de segurança do tráfego na construção; implementação de medidas de sinalização de obra; minimização das interferências nos fluxos entre bairros e redução de interferências no sistema viário local e na circulação de tráfego.

27. Apresentar as anuências dos órgãos municipais de trânsito quanto ao Plano de Tráfego, assim como aos desvios e interrupções necessários durante as obras.

28. Considerar na elaboração do projeto executivo do empreendimento as recomendações da Prefeitura Municipal da Estância Turística de Barra Bonita quanto aos acessos ao município, conforme documento de 07/06/2018.

29. Incluir no detalhamento do Programa de Desapropriação as diretrizes indicadas no item 8.2.12 do Parecer Técnico nº 342/18/IE, contemplando, no mínimo: cadastro atualizado de todas as propriedades afetadas pelo empreendimento (com a caracterização da situação fundiária e física dos imóveis, a área total das propriedades e a porcentagem de área afetada pelo empreendimento, as matrículas, os proprietários, etc.); as comprovações das negociações em curso; indenização por perda de atividades econômicas; equipe técnica responsável e o cronograma de atividades compatível com o da obra. Incluir mapa ou planta retigráfica sobre ortofoto ou imagem de satélite (em escala adequada), acompanhada de tabela, onde os cadastros deverão ser espacializados, demonstrando: o projeto do empreendimento, as propriedades cadastradas e a situação em que se encontra do processo de desapropriação (em negociação, em ajuizamento/ajuizado, aguarda o laudo pericial ou imissão na posse, liberado por autorização precária, liberado com imissão na posse, entre outras).

30. Apresentar o Decreto de Utilidade Pública (DUP); os cadastros físicos individuais de propriedade, com os respectivos levantamentos planimétrico e de benfeitorias objeto de indenização, delimitação das áreas a serem desapropriadas e as remanescentes e os registros fotográficos; os acordos amigáveis firmados ou imissões na posse; e o termo de autorização de uso e/ou contrato de servidão administrativa e/ou documento equivalente para a implantação do empreendimento em áreas de domínio público.

31. Comprovar as tratativas realizadas com os órgãos e/ou concessionárias responsáveis pelas infraestruturas a serem afetadas pelas obras de duplicação.

32. Apresentar o detalhamento de um Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão-de-Obra, contemplando medidas para divulgação das vagas disponíveis, viabilização da contratação prioritariamente de mão-de-obra local, capacitações dos trabalhadores contratados e orientações/oportunidades para a mão-de-obra a ser desmobilizada.

33. Apresentar cópia da portaria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN publicada no Diário Oficial da União, com a permissão dos estudos de Acompanhamento Arqueológico, em atendimento ao Termo de Referência Específico - TRE nº 109/IPHAN-SP de 26/02/2018.

34. Apresentar Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR e Plano de Ação de Emergência - PAE para a fase de obras e atendimento às demais diretrizes constantes do item 8.3.2 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

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35. Apresentar, no âmbito do Programa de Planejamento de Travessias de Fauna, detalhamento de Proposta de Passagens de Fauna contemplando as especificações constantes no item 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

36. Apresentar, no âmbito do Programa de Planejamento de Travessias de Fauna, o detalhamento de um Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna conforme especificações constantes no item 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE.

Durante a implantação do empreendimento 37. Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação

Social comprovações das atividades desenvolvidas no período, principalmente o atendimento a dúvidas e reclamações e as ações realizadas para mitigação de incômodos à população, em especial à população diretamente afetada; os resultados obtidos; os registros na Ouvidoria acompanhados das respectivas medidas adotadas; avaliação de desempenho do programa; a equipe técnica responsável; o cronograma de atividades para o próximo período e os registros fotográficos datados.

38. Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas Ambientais e respectivos Subprogramas da fase de obras (Programas dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico), comprovando por meio de registros fotográficos datados, a implementação de todas as medidas mitigadoras previstas, incluindo as medidas adotadas para preservar os níveis de leito/cota de fundo dos cursos d´água mais suscetíveis ao assoreamento. Deverão ser apresentados os mecanismos de gestão adotados, as não conformidades verificadas em campo, as respectivas ações corretivas adotadas e as equipes técnicas responsáveis. Apresentar, para os programas de monitoramento, os resultados obtidos em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível); e, a localização do empreendimento, de pontos amostrais e das áreas estudadas em arquivos raster (extensão GeoTIFF ou compatível) e vetorial (extensão shp. ou compatível), em UTM, Datum SIRGAS 2000.

39. Apresentar, no prazo máximo de 60 dias após o início das obras, relatório fotográfico datado comprovando a implantação dos sistemas de drenagem provisória nas frentes de obras, especialmente junto aos corpos d’água e áreas de apoio às obras. Contemplar medidas de proteção do solo, medidas de disciplinamento e dissipação de energia das águas e os dispositivos estruturais de contenção de sedimentos implantados. Deverão constar ainda registros fotográficos dos corpos d’água antes do início das obras e durante as intervenções.

40. Apresentar, antes de iniciar as intervenções na ponte da SP-255 sobre o Rio Tietê, manifestação favorável do Departamento Hidroviário - DH, em atendimento ao Ofício OF/DH/142/8 de 09/08/2018.

41. Informar, com antecedência mínima de 15 dias, o Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos e o Centro de Manejo de Fauna Silvestre – SMA/CBRN/DeFau sobre o início das atividades de supressão de vegetação.

42. Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Resgate de Flora, de Controle da Supressão de Vegetação e de Gerenciamento de Plantios Compensatório e Restauração Ecológica a descrição das atividades realizadas no período; registros fotográficos datados; mapeamento e georreferenciamento das áreas de intervenção; resultados obtidos; eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas; e equipe técnica responsável.

43. Apresentar, antes do início das atividades de supressão de vegetação e das intervenções em Áreas de Preservação Permanente - APPs, a Autorização para Manejo in situ da

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Fauna Silvestre a ser emitida pelo Departamento de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente (SMA/CBRN/DeFau), conforme disposto na Resolução SMA nº 92/2014.

44. Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Resgate de Fauna e de Monitoramento de Fauna a descrição das atividades realizadas no período; registros fotográficos datados; análise crítica dos dados coletados; eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas; e equipe técnica responsável; listagem das espécies resgatadas e destinação; mapeamento e georreferenciamento das áreas de soltura e destinação dos animais mortos conforme Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018; listagem das espécies registradas nos monitoramentos e localização dos registros; e comparação entre as campanhas. Incluir o georreferenciamento dos pontos de amostragem e de soltura em fotos aéreas ou imagens de satélite e enviar os arquivos (extensão Geotiff ou compatível) e vetorial (extensão shp ou compatível), em UTM, Datum SIRGAS 2000.

45. Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Desapropriação: mapa ou planta retigráfica atualizada demonstrando o andamento das ações de desapropriação por propriedade, informações sobre o acompanhamento dos problemas vivenciados pelos proprietários e eventuais não proprietários atingidos pela desapropriação, avaliação de desempenho do programa e o cronograma de atividades para o próximo período.

46. Apresentar nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA, as autorizações dos órgãos e/ou concessionárias responsáveis pelas infraestruturas a serem afetadas, previamente à intervenção nos trechos; e comprovar as ações de comunicação prévia à população a ser afetada referentes às intervenções nessas infraestruturas e/ou serviços.

47. Incluir, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, informações sobre as divulgações realizadas, o contingente de trabalhadores contratados e desmobilizados no período, a comprovação de priorização de contratação de trabalhadores locais, as capacitações realizadas, etc.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO 48. Apresentar relatório final do Programa de Comunicação Social com o balanço das

atividades desenvolvidas durante as obras, eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, e a avaliação da efetividade do Programa.

49. Apresentar relatório conclusivo dos Programas Ambientais e respectivos Subprogramas da fase de obras (Programas dos Meios Físico, Biótico e Socioeconômico), ilustrado com fotos datadas, com o balanço das atividades realizadas e a avaliação da efetividade das medidas ambientais adotadas. Comprovar a adequada destinação dos resíduos e efluentes gerados durante as obras, a desativação de todas as áreas de apoio utilizadas (canteiros, depósitos de materiais excedentes, áreas de empréstimo, acessos, etc) e a recuperação de todas as áreas afetadas pelas obras. Incluir ainda registros fotográficos da situação final dos recursos hídricos da área do empreendimento e níveis de leito/cota de fundo dos cursos d´água identificados como mais suscetíveis ao assoreamento.

50. Apresentar um Programa de Gestão Ambiental da Operação do empreendimento, contemplando propostas para uma gestão ambiental responsável, incluindo ações e monitoramentos relativos à eficiência das estruturas de drenagem implantadas no controle de impactos aos corpos d´água e terrenos lindeiros; andamento do projeto paisagístico e plantio compensatório; comunicação social com as comunidades do entorno; gerenciamento de passivos ambientais; histórico de acidentes de produtos perigosos; histórico de focos de incêndio gerados na faixa de domínio, etc.

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51. Apresentar situação de atendimento ao cronograma do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA firmado junto à CETESB.

52. Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante para a emissão da Licença de Operação.

53. Apresentar no relatório conclusivo do Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos a situação das estruturas lindeiras às obras, identificadas nos laudos cautelares.

54. Incluir no relatório final do Programa de Desapropriação o balanço das atividades realizadas; as negociações amigáveis firmadas ou imissões na posse obtidas, representadas em planta (escala 1:5.000) com a delimitação das propriedades; e a avaliação crítica dos resultados obtidos.

55. Incluir no relatório final do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, o balanço sobre as capacitações realizadas, os empregos diretos e indiretos gerados, e a priorização de mão de obra local.

56. Apresentar manifestação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN com a aprovação do Relatório Final de Acompanhamento Arqueológico e anuência para a emissão da Licença de Operação, em atendimento ao Termo de Referência Específico - TRE nº 109/IPHAN-SP de 26/02/2018.

57. Apresentar Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR e Plano de Ação de Emergência – PAE para a fase de operação da Rodovia SP-255, com base nas diretrizes da Decisão de Diretoria – DD nº 070 da CETESB de 12/04/16.

58. Apresentar o detalhamento do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, contemplando as especificações constantes no item 8.3.3 do Parecer Técnico nº 342/18/IE. Incluir a comprovação de parcerias com instituições responsáveis pelo atendimento e, eventual, abrigo dos animais atropelados feridos; e proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018.

Durante a operação do empreendimento 59. Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da

Operação do empreendimento, contemplando a implementação das ações propostas, adequações necessárias, resultados obtidos, demais atividades realizadas no período para melhoria ambiental e propostas para o próximo período.

60. Apresentar relatórios anuais do Subprograma de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, incluindo informações sobre a identificação das espécies, registros fotográficos dos animais ou dos vestígios, análise da efetividade das passagens implantadas, e propostas de medidas mitigadoras adicionais caso necessário.

61. Apresentar, no âmbito do primeiro relatório anual de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, os resultados da 2ª campanha de medição de níveis de ruído, em conformidade com o "Procedimento para Medição de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes" (Decisão de Diretoria CETESB nº 100/2009/P publicada em 23/05/09) e com a "Regulamentação de Níveis de Ruído em Sistemas

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Lineares de Transportes" (Decisão de Diretoria CETESB n° 389/2010/P publicada em 24/12/10).

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Biól. Juliana Moreno Pina Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 6871, CRBio 54.908/01/D

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Eng. Civ. Marcia A. C. Pladevall Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 7269; CREA 0601456660

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Geóg. Marcelo Hideki Nishida Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 7436; CREA 5063594840

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Eng. Civ. Rodrigo Passos Cunha Gerente da Divisão de Avaliação de Empreendimentos de Transportes – IET Reg.7022; CREA 5060877616

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Eng. Amb. Camilo Fragoso Giorgi Gerente do Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 6888; CREA 5062470280

De acordo:

O ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Biól. Mayla Matsuzaki Fukushima Gerente do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE Reg. 6594; CRBio 31165/01-D