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Psicologia da Velhice Profa. Fernanda Vaz Hartmann

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Page 1: Psicologia da Velhice Profa. Fernanda Vaz Hartmann

Psicologia da Velhice

Profa. Fernanda Vaz Hartmann

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Gerontologia • “Estuda as mudanças que acompanham o

processo de envelhecimento do ponto de vista físico, psicológico e sociológico, preocupando-se também com a adaptação do individuo às várias transformações que vão ocorrendo com a idade, as implicações da personalidade e da saúde mental nesse processo.” (Zimerman, 2000 p. 15) Vs

• Geriatria Estudo da prevenção e tratamento das doenças associadas à velhice.

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Aspectos biológicos e psicológicos no envelhecer

• 1 - Conceito de Envelhecimento (não reúne consenso – Dias, 2005) Para Tomaz, Melo, Pinheiro e Costa (2002) a velhice é: “O processo normal de envelhecimento do ser humano implica uma série de alterações de ordem fisiológica, biológica, psicológica e social. Essas transformações vão-se acumulando durante toda a trajectória de vida, de tal forma que o indivíduo na Terceira Idade apresenta especificidades e características que o distinguem das pessoas de outros escalões etários”  

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Modificações Externas

• bochechas se enrugam; aparecem manchas escuras na pele, perda da tonicidade tornando-se flácida; podem surgir verrugas; o nariz alarga-se; os olhos ficam mais úmidos; aumento da quantidade de pelos nas orelhas e nariz; ombros ficam mais arredondados; as veias destacam-se sob a pele dos membros; encurvamento postural devido a modificações na coluna vertebral; diminuição da estatura pelo desgaste das vértebras. (Zimerman, 2000)

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Modificações Internas

• Ossos endurecem; órgãos internos atrofiam, reduzindo o seu funcionamento; cérebro perde neurónios e atrofia-se, tornando-se menos eficiente; metabolismo fica mais lento; digestão é mais difícil; insónia aumenta, assim como a fadiga; visão de perto piora; audição piora; endurecimento das artérias e seu entupimento provocam arteriosclerose; olfacto e paladar diminuem. (Zimerman, 2000)

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Alterações Patológicas

• Surgimento de cataratas; Diminuição nas sensibilidades visuais, auditivas, térmicas e dolorosas; Diminuição na intensidade do reflexo; Modificações do apetite sexual; Diabetes; Hipertensão arterial; Arteriosclerose; Bronquite; Insuficiência renal aguda; Deformações torácicas; Reumatismo; Aparecimento de cancro nos mais variados órgãos.

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Aspectos Psicológicos

• Dificuldade de se adaptar a novos papéis;• Falta de motivação e dificuldade de

planear o futuro;• Necessidade de trabalhar perdas

orgânicas, afectivas e sociais;• Dificuldade de se adaptar às mudanças

rápidas;• Baixa auto-estima e auto-conceito;• Sinais de patologia. (Zimerman, 2000)

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Emoções e Velhice

• Segundo Lelord e Christophe (2002, p.19) “a emoção é uma reacção súbita de todo o nosso organismo, com componentes fisiológicas, cognitivas e comportamentais” que permite ao sujeito se libertar das suas tensões.

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Emoções de Fundo • São detectadas através de pormenores como a

velocidade dos movimentos ou até a contracção dos músculos faciais, pois comporta interferências de incitadores internos. Estas podem ser relatadas como o entusiasmo, tensão, calma, bem-estar e mal-estar Emoções Primárias São universais e estão associadas a estados físicos. Podem ser relatadas como a alegria, tristeza, felicidade, medo, cólera, surpresa, raiva e repugnância. Emoções Sociais Emergem devido à relação socio-cultural e podem manifestar-se como a simpatia, compaixão, embaraço, vergonha, culpa, orgulho, inveja, ciúme, admiração e desprezo. (Damásio, 2003)

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Emoções Negativas Frequentes

• Raiva; • Mágoa;• Ressentimento; • Angústia; • Ansiedade;• Tristeza

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Características do envelhecimento emocional

• Redução da tolerância a estímulos; • Vulnerabilidade à ansiedade e depressão; • Acentuação de traços obsessivos; • Sintomas hipocondríacos, depreciativos ou de

passividade; • Conservadorismo de caráter e de ideias (rigidez mental)

Atitude hostil diante do novo;• Diminuição da vontade, das aspirações, da iniciativa; • Estreitamento da afetividade: É frequente que os idosos

associem à idade avançada a melancolia e a tristeza devido a perdas afetivas, econômicas, sociais e doenças cronicas.

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Envelhecimento mal sucedido • Depressão Muitos autores consideram as depressões

na velhice como atípicas, podem ser caracterizadas pela falta de episódios de tristeza, claramente distintos, mostrando-se o doente apático, com queixas subjectivas de comprometimento cognitivo, ansiedade proeminente, somatização e excesso de preocupação com o corpo. SIMÕES (1996) afirma que, no idoso, os sintomas iniciais do quadro depressivo são relativamente inespecíficos, tais como a debilidade, perturbações de sono, tristeza e ansiedade, desinteresse por hábitos e/ou prazeres habituais. Os sintomas mais específicos são os que decorrem da depressão do humor, bem como a lentidão psicomotora.

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Sintomas Psíquicos:

• nervosismo, irritabilidade e agressividade. tremor de extremidade, dificuldade para se expressar e descontrolo motor. Sistema Cardiovascular: taquicardia, arritmia cardíaca, suor na mãos, dor no peito, hipertensão e tontura.

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Sintomas Físicos:

• Tremor de extremidade, dificuldade para se expressar e descontrolo motor.

• Sistema Cardiovascular: taquicardia, arritmia cardíaca, suor na mãos, dor no peito, hipertensão e tontura.

• Sistema Respiratório: falta de ar, tontura, tosses, engasgo, gaguez e soluço. Sistema Génito-urinário: aumento da frequência e quantidade de urina e problemas sexuais.

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A personalidade sofre modificações ao longo do processo de

envelhecimento? • Estudos de Havighurst, Neugarten & Tobin (1968):

primeiros dados sobre a personalidade nos idosos. Estes autores descobriram 4 grandes tipos de personalidade presentes em indivíduos entre os 50 e os 90 anos.

• Integrado: pessoas apresentando um bom funcionamento psicológico geral, com uma “vida cheia”, interesses variados, com as suas competências cognitivas intactas e retirando um elevado nível de satisfação dos papéis desempenhados;

• Defensivo-combativo: pessoas orientadas para a realização, lutadoras e controladas, experimentando níveis de satisfação entre o moderado e o elevado;

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. Tarefas Evolutivas da Velhice Tarefas de desenvolvimento

• São aquelas que a pessoa deve cumprir para garantir o seu desenvolvimento e consequente ajustamento psicológico e social. São tarefas com as quais as pessoas satisfazem as suas necessidades pessoais e garantem o desenvolvimento e manutenção de padrões sociais e culturais. Desta forma dão sustentação ao progresso social e cultural e em consequência ao bem-estar do indivíduo.

• Prioridades / Investimento pessoal • Expectativas quanto ao futuro/ realizações e

metas

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Tarefas Evolutivas da Velhice

• As tarefas não são estanques em cada etapa, embora algumas sejam preferencialmente típicas de uma determinada fase. Em cada fase todas se relacionam entre si e o prejuízo numa das tarefas pode comprometer o desenvolvimento futuro dessa tarefa ou de outras.

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Velhice e as Tarefas do Desenvolvimento Psicológico

• As tarefas são básicas em cada sequência do ciclo de vida; Há uma expectativa social de que as pessoas em cada sequência cumpram com êxito as suas tarefas; Na última parte do ciclo também a pessoa idosa tem tarefas de desenvolvimento a cumprir, de modo a ser feliz e a ter qualidade na sua vida.

• Recorrendo à teoria de Erikson (1950) Encontram-se dois conceitos: a) geratividade como tarefa evolutiva de adultos; b) integridade do ego como tarefa evolutiva específica de idosos.–   Geratividade significa contribuir para gerações futuras por meio da

produção não só de aspectos materiais, mas também do cuidado e da manutenção de outros seres.

– Integridade do ego é a adaptação a triunfos e desilusões inerentes à condição de criador de outros seres humanos e gerador de produtos e ideias. É ter, em suma, dignidade, sabedoria, aceitação do modo de vida, senso de completude e unidade.

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Educação Para Envelhecer • As tarefas evolutivas da velhice são formas de

organização da vida que possibilitam até a aceitação da morte (Fitch, 1985). Um ambiente agressivo, assuntos familiares não resolvidos, ausência de cuidadores adequados podem dificultar este processo. Cumprir todas as tarefas é importante, como é importante também que o idosos conte com o apoio da família, da sociedade e dos profissionais que actuam na área. Dessa forma, ele poderá ter uma velhice bem sucedida e usufruir do prazer de ser e de viver, contribuindo para o bem de todos…

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• Durante o envelhecimento, os principais factores de influência da sociedade sobre o indivíduo são: a resposta social ao declínio biológico, o afastamento do trabalho, a mudança da identidade social, a desvalorização social da velhice e a falta de definição sociocultural de actividades em que o idoso possa perceber-se útil e alcançar reconhecimento social. A vida do idoso é, portanto, dominada por um alto nível de stress, devido às expectativas e obrigações formalizadas.

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Tarefas Evolutivas da Velhice Erikson

• Erikson Estágio de Integridade versus Desespero e Isolamento (mais de 65 anos): Nessa fase existe o conflito entre a integridade, o senso de satisfação que se tem ao refletir sobre uma vida produtiva, e o desespero no sentimento de que a vida teve pouca finalidade ou significado. A integridade permite uma aceitação do próprio lugar no ciclo vital e o reconhecimento de que somos responsáveis por nossas vidas. Com a não aceitação, predomina o medo da morte e um sentimento de desespero e angústia.

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Tarefas Evolutivas da Velhice • aceitação do corpo que envelhece; aceitação da

limitação do tempo e da morte pessoal; manutenção da intimidade; relacionamentos com os filhos: deixar ir, atingir igualdade, integrar novos membros; relação com seus pais: inversão de papéis, morte e individuação; .) o afastamento do trabalho; a mudança da identidade social; a desvalorização social da velhice; a falta de definição sociocultural de actividades em que o idoso possa perceber-se útil e alcançar reconhecimento social; preparação para a morte.

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Medidas Preventivas • Manter a saúde física com a prevenção das doenças

degenerativas;• Independência económica; • Ter seu próprio espaço físico ou moradia; • Ter laços de amizade e vínculos fortes com a família; • Manter um relacionamento íntimo com um(a) companheiro(a); • Ter um vínculo com a comunidade;• Manter-se sempre ocupado e com planos para o futuro;• Se possível, manter um vínculo com seu antigo trabalho ou

profissão;• Procurar ajuda na comunidade;• Praticar exercícios, manter uma actividade física regular.

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Ajustamentos Psicossociais da Velhice

• Envelhecer bem requer ajustamento pessoal e social, que pode ser comprometido por condições deficitárias de saúde e educação ao longo do curso de vida. Se o indivíduo tiver alguma deficiência física congénita ou adquirida antes da velhice, suas condições de desenvolver-se e envelhecer com sucesso irão sofrer prejuízo maior ou menor e mais ou menos controlável, dependendo da extensão e da natureza da sua deficiência, dos recursos de apoio que o ambiente sociocultural lhe oferecer ao longo de toda a vida e de seus recursos psicológicos.

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• Para Silva e Varela (1999), adaptação significa maximizar as possibilidades individuais reorganizando a vida frente às limitações percebidas, ajustando-se às diversas situações individualmente ou com a ajuda de outros. É um processo contínuo de actualização das potencialidades pessoais e de aprender a viver com as limitações explorando e utilizando ao máximo seus recursos disponíveis

• Para Davies (1996), as variáveis mais significativas envolvidas na adaptação são o suporte social, o coping e o controle percebido Antonucci (2001), o suporte social ajuda os indivíduos a enfrentar e se recuperar das exigências da vida. Segundo a autora, pessoas com amplas redes sociais têm mais ajuda nos tempos de doenças e as pessoas que percebem mais suporte enfrentam melhor as doenças, o stress e outras experiências difíceis da vida. Para Handen (1991), o suporte social aumenta a auto-estima e o sentimento de domínio sobre o próprio ambiente, tem a função de coping ao amenizar o impacto das doenças e provavelmente modera o efeito das crises inesperadas. Segundo Antonucci (1994), o suporte social estimula o senso de controle e auto-eficácia

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Fase final da vida/reflexão sobre a morte e o luto

• Só pensamos na velhice quando ficamos velhos. A morte é parte obrigatória da velhice. Na cultura ocidental, é característico que a morte seja excluída dos nossos pensamentos pelo tempo mais longo possível. Isso pode aumentar o medo inconsciente da morte, mas tanto a velhice quanto a morte são processos pelos quais todos os seres humanos passam.

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Conceitos de morte

• Morrer é o cessar irreversível: 1- da função de todos órgãos, tecidos e células; 2- do fluxo de todos os fluídos do corpo incluindo

o sangue e o ar; 3- do funcionamento do coração e do pulmão; 4- do funcionamento espontâneo do coração e do

pulmão; 5- do funcionamento de todo o cérebro, incluindo

o tronco cerebral;

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A MORTE SOBRE DUAS CONCEPÇÕES

• A morte do outro: o medo do abandono, consciência da ausência e da separação.

• A própria morte: a consciência da própria finitude, a fantasia de como será o fim e quando ocorrerá.

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Ao pensar a morte cada pessoa pode relaciona-la a um dos

seguintes aspectos: • (Kastenbaum, 1983) Medo de morrer: surge o medo do sofrimento,

da indignidade pessoal. Em relação à morte do outro é difícil ver o seu sofrimento e desintegração, o que origina sentimentos de impotência por não se poder fazer nada; Medo do que vem após a morte: quando se trata da própria morte é o medo do julgamento, do castigo divino e da rejeição. Em relação à morte do outro, surge o medo da retaliação e da perda da relação; ) Medo da extinção: diante da própria morte existe a ameaça do desconhecido, o medo básico da sua extinção. Em relação ao outro, a extinção evoca a vulnerabilidade pela sensação de abandono. Acontecem múltiplas perdas, na velhice, e num curto espaço de tempo: são as mortes do cônjuge, de amigos e familiares da mesma faixa etária; as alterações no corpo, perdas fisiológicas e funcionais; a reforma, as perdas financeiras e o isolamento social; o surgimento de doenças crónicas e a situação de dependência, entre outras.

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O que é o Processo de Luto? • Face a qualquer perda significativa, de uma pessoa ou

até de um objecto estimado, desenrola-se um processo necessário e fundamental para que o vazio deixado, com o tempo, possa voltar a ser preenchido. Esse processo é denominado de luto e consiste numa adaptação à perda, envolvendo uma série de tarefas ou fases para que tal aconteça. Sanders (1999) considera que o luto representa o estado experiencial que a pessoa sofre após tomar consciência da perda, sendo um termo global para descrever o vasto leque de emoções, experiências, mudanças e condições que ocorrem como resultado da perda.

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Sentimentos comuns no processo de luto

• Tristeza: O sentimento mais comum encontrado no enlutado, muitas vezes manifestando - se através do choro;

• Raiva: a raiva advém de duas fontes: da sensação de frustração por não haver nada que se pudesse fazer para prevenir a morte e de um tipo de experiência regressiva que ocorre após a perda de alguém próximo em que a pessoa se sente indefesa, incapaz de existir sem o outro; formas ineficazes de lidar com a raiva são deslocá-la ou direccioná-la erradamente para outras pessoas, culpabilizando-as pela morte do ente querido ou virá-la contra o próprio, podendo, no extremo, desenvolver comportamentos suicidas;

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Quando termina o processo de luto?

• Segundo Worden (1991), o processo de luto termina quando as tarefas descritas supra são completadas. Quanto à duração do processo, não existe uma resposta conclusiva, sendo impossível definir uma data precisa. No entanto, quando se perde uma relação próxima é muito improvável levar menos de um ano e para muitos casos dois anos ou até mais não é muito tempo. Para além disso, cada nova estação, feriado ou férias e aniversário são prováveis de reevocar a perda (Walsh e McGoldrick, 1998). Assim, verifica-se que o luto não é um processo que progride de forma linear, podendo reaparecer para ser novamente trabalhado. Um sinal de uma reacção de sofrimento finalizada é quando a pessoa consegue pensar no falecido sem dor e quando consegue reinvestir as suas emoções na vida e nos vivos.

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Luto Complicado (adaptado de Sanders, 1999 )

• O termo de luto complicado é usado quando determinados factores perturbam o processo de luto normal,. Estas variáveis fazem com que o luto seja mais severo e duradouro do que seria de esperar ou, pelo contrário, fazem com que o enlutado evite ou nem sequer reconheça a sua dor, o que impede que ela se possa resolver. Rando (cit. por Sanders, 1999) identificou 7 variações ou síndromes de luto complicado: 1) luto ausente; 2) luto atrasado (não demonstra reacções de luto durante semanas ou mais tempo, podendo transportar consigo uma dor não resolvida que pode emergir mais tarde como "reacções distorcidas" - e.g. hiperactividade sem um sentimento de perda, adquirir sintomas que pertenciam à última doença do falecido);

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Bibliografia • BARRETO, João. (2005). Envelhecimento e qualidade de vida: o

desafio actual. Revista Faculdade Letras: Sociologia I (15), 289-302.

• DIAS, Isabel (2005). Envelhecimento e violência contra os idosos. Revista Faculdade Letras: Sociologia I (15), 249-273.

• SEQUEIRA, Carlos (2007). Cuidar de Idosos Dependentes. Coimbra: Editora Quarteto

• SOUSA, Liliana. FIGUEIREDO, Daniela. CERQUEIRA, Margarida (2004). Envelhecer em Família. Porto: Edições Ambar

• TEIXEIRA, João (1999). Envelhecimento e Depressão. Saúde Mental, Vol I (2), 51-63.

• TOMAZ, C., MELO, F., PINHEIRO, L. & COSTA, M. (2002). Dar e Receber. Viana do Castelo: Edição Projecto de Luta Contra a Pobreza.

• ZIMERMAN, Guite (2000). Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed Editora.