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A PRÁXIS DA GRUPOTERAPIA Profa. Fernanda vaz Hartmann

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Page 1: A PRÁXIS DA GRUPOTERAPIA Profa. Fernanda vaz Hartmann

A PRÁXIS DA GRUPOTERAPIA

Profa. Fernanda vaz Hartmann

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Indicações e Contra-indicações para a Grupoterapia

• Estejam mal motivados, tanto em relação à sua real disposição para um tratamento longo e difícil, quanto ao fato de ser especificamente em grupo. O paciente precisa estar comprometido com o reconhecimento de sua necessidade de tratamento psicoterápico.

• Sejam excessivamente deprimidos, paranóides ou narcisistas. O primeiro porque exigem atenção e preocupação concentradas exclusivamente em si próprios, os segundos pela exagerada distorção dos fatos, assim como a sua atitude defensiva-beligerante; o terceiro devido a sua compulsiva necessidade de que o grupo gravite em torno de si, o que os leva a comportarem-se como “monopolistas crônicos” (Bach, 1975).

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Indicações e Contra-indicações para a Grupoterapia

• Apresentam uma forte tendência a actings de natureza maligna. Muitas vezes envolvendo outras pessoas do mesmo grupo, como é o caso do psicopata;

• Grave risco de suicídio;• Apresentam déficit intelectual ou uma

elevada dificuldade de abstração;• Pertence a uma condição profissional ou

política que representa sérios riscos por uma eventual quebra de sigilo.

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CARACTERÍSTICAS DE GRUPOTERAPIA COM

CRIANÇAS• Homogenidade Grupal: alinhando as idades dos

participantes,o tipo de patologia (psicóticos e não psicóticos);

• Uso da linguagem motora e lúdica;• O setting deve conter jogos e brinquedos;• Uso de contato físico e, por vezes, a conteção

física;• É indispensável o acompanhamento dos pais, de

preferência em grupo.

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GRUPOTERAPIA COM PÚBERES E ADOLESCENTES• Passagem de um setting lúdico para o uso da

comunicação verbal, por isto, o enquadre deve prover a utilização de uma caixa com material para desenhos, um quadro negro e jogos coletivos.Uso de dramatização.

• Esta modalidade é indicada para estes pacientes possuem uma inclinação natural ao grupo de iguais para que este funcione como caixa de ressonância ou continente para as ansiedades existenciais. Por meio do interjogo das identificações projetivas, cria-se um ambiente favorável insiht.

• Se houver co-terapia, é interessante que seja de sexo opostos.

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• Há maior tolerância do adolescente a um enquadre grupal do que individual;

• Há um favorecimento na estruturação do sentimento de identidade, individual e grupal.

• O grupo propicia uma melhor elaboração dos conjuntos de inevitáveis (perdas e ganhos)físicas, psíquicas e sociais, assim como uma transição de valores que são comuns a todos.

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TERAPIA DE CASAL• A terapia dp casal que se encontra em crise visa ajudar

o casal a se recompor ou a se separar definitivamente, com menos traumas para eles.

• As duas principais questões que interferem na relação conjugal é a emancipação da mulher e o fato de um dos cônjuges estar em tratamento individual e romper com o equilíbrio neurótico da relação.

• O casal se estrutura com uma reciprocidade de dependência em quatro áreas: a afetiva, a econômica, a sexual e a social. Sua maior ou menor estabilidade vai depender da qualidade desta dependência.

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• O terapeuta deve entender quais os fatores que unem ou desunem o casal. Compreender se o uso da palavra está deixando de ter um vínculo de comunicação para se tornar um instrumento a serviço de projeções agressivas.

• O terapeuta deve cuidar para não entrar na “trama” das identificações projetivas do casal; O terapeuta não pode se identificar com um deles ou tomar partido, sob pena de perder a sua neutralidade.

• Caso o terapeuta queira atender um dos cônjuges individualmente, deve ficar atento para não gerar, a partir desta situação, conflito de lealdade.

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• É recomendável a utilização eventual de técnicas dramáticas, principalmente, a que proõe a inversão na representação de respectivos papéis.

• Também é comum a solicitação de tema de casa,em que o terapeuta faz alguma solicitação ao casal para ser cumprida fora da terapia e que será trabalhado, posteriormente, em sessão.

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TERAPIA DE FAMÍLIA

• A tendência atual de terapia de família é de uma corrente integradora, entre as concpções psicanalíticas, sistêmicas e da teoria comunicacional, assim como a eventual utilização de técnicas psicodramáticas.

• O maior cuidado do terapeuta de família está em não permitir que o tratamento não se foque em um único paciente-emergente e assim fique transformado numa terapia individual, feita às vistas dos demais familiares.

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• Os terapeuta deve encarar a família como sendo ao mesmo tempo uma produção coletiva e um aspecto do mundo interno de cada membro em separado.

• O terapeuta que escolhe trabalhar com o referencial psicanalítico não terá como objetivo a modificação do comportamento, mas sim a resolução de conflitos interpessoais a partir da elucidação das motivações incoscientes dos membros da família.

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• Do ponto de vista da teoria sistêmica a dinâmica da família consiste essencialmente em uma compreensão abrangente entre as várias partes (subsistemas) componentes de uma totalidade maior e interdependente. Todas as escolas teóricas da abordagem sistêmica destacam a importância da distribuição de papéis entre os familiares, especialmente a do “paciente identificado”, assim como todos concordam com o fato de que o sistema familiar se comporta como um conjunto integrado, ou seja, qualquer modificação de um elemento do sistema, necessariamente, vai afetar o sistema como um todo.

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GRUPOTERAPIA DE NEURÓTICOS

• Os pacientes somáticos apresentam um sério distúrbio em formar fantasias incoscientes e, portanto, em poder nomear, verbalizar, ou até mesmo, descarregar os conflitos incoscientes através da via motora, assim a descarga se processa pela vis corporal. Em tratamento individual estes pacientes frequentemente abandonam o tratamento ou apresentam uma forte resistência a mudança, em grupoterapia o grupo se constitui em um holding, o qual permite que se crie um espaço mutio rico de trocas de vivências, além de servir de estímulo a que os pacientes psicossomátivos possam perceber e falar dos conflitos, até então incoscientes, ou vividos como catastróficos e condenados a eterna repressão ou negação.

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• Grupoterapia com pacientes depressivos:• Cuidar para não inserir pacientes melancólicos e mutio

deprimidos , pois estes tem uma exagerada necessidade de constantes reafirmações, assim como de provas de amor e de atenção. Por esta razão, o seu desempenho no grupo costuma adquirir uma das seguintes três formas nocivas para a evolução da grupoterapia: ou este paciente funciona como um monopolista crônico, ou sente-se marginalizado e alienado dos problemas dos demais, ou obsculiza o progresso do grupo através de suas constantes queixas e trafédias cotidianas, de natureza e finalidade culpígenas.

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• Na psicodinâmica de um indivíduo depressivo sempre encontramos um círculo vicioso formado pelos sentimentos de carência, agressão, culpa, descrença nas capacidades reparadoras e necessidade de castigo. Uma grupoterapia propicia o surgimento e o manejo deste círculo vicioso de causa-efeito.

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• O grupo terapêutico, por si só, comporta-se como um novo e indispensável continente das angústias e necessidades básicas de cada um dos pacientes. É claro, que para que isto aconteça, o grupo deve funcionar como um “bom continente”, ou seja, a gestalt grupal deve ter condições de acolher as angústias de cada um e de todos, assim como a entidade grupal e as individualidades devem sobreviver aos recíprocos ataques (inveja, ciúmes, realidades, mal-entendidos, etc).

• Uma grupoterapia, pela própria natureza multipessoal, ajuda a reconstruir a família internalizada de cada um dos pacientes.

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• A natural evolução da grupoterapia propicia reiteradas experiências de manifestações agressivas de uns contra os outros (inclusive com o terapeuta), sem que estes ataques resultem em “feridos ou mortos”. Pelo contrário, não há experiência mais estruturante, do que a constatação e que o sentimento de amor prevalece sobre o de ódio, e que os intentos reparatórios são bem sucedidos.

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GRUPOTERAPIA COM PSICÓTICOS

• Nesta deve ser sempre priorizada uma homogeneidade em relação ao nível diagnóstico e às capacidades do ego dos integrantes.

• São muitas as razões pelas quais a grupoterapia está se tornando uma modalidade preferencial para este tipo de paciente:– A modalidade pode ser diluída, e é melhor

tolerada;

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GRUPOTERAPIA COM PSICÓTICOS

• Há o desenvolvimento de uma ressocialização, na qual os pacientes cultivam amizades e sentem-se reciprocamente apoiados e respeitados;

• O próprio grupo funciona como continente que absorve as fantasias, angústias e a confusão existencial de cada um;

• O tratamento em grupo possibilita a este pacientes reconhecer com mais facilidade o intenso uso de identificações projetivas patológicas, permitindo que se abram para uma melhoria de percepção em relação ao mundo exterior.

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GRUPOTERAPIA COM PSICÓTICOS

• Há o desenvolvimento de uma ressocialização, na qual os pacientes cultivam amizades e sentem-se reciprocamente apoiados e respeitados;

• O próprio grupo funciona como continente que absorve as fantasias, angústias e a confusão existencial de cada um;

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GRUPOTERAPIA COM PSICÓTICOS

O tratamento em grupo possibilita a este pacientes reconhecer com mais facilidade o intenso uso de identificações projetivas patológicas, permitindo que se abram para uma melhoria de percepção em relação ao mundo exterior.

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GRUPOTERAPIA COM PSICÓTICOS

• O terapeuta deve valorizar os fatos exteriores concretos que estão contidos nos relatos de cada um .

• A atividade interventiva deve privilegiar o reconhecimento dos distúrbios de percepção, do pensamento e da comunicação.

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GRUPOS DE AUTO-AJUDA• A proposta deste tipo de grupo é que uns ajudem aos

outros.• Surgiram a partir dos Aas, em 1935.• O grupo se sustenta no uso da conotação positiva,

utilizando a motivação grupal como principal instrumento de sua ação terapêutica.

• Os grupos de Aas são conduzidos por lideeranças emergentes do próprio grupo de iguais. Os outros grupos que surgiram em semelhança aos Aas (de obesos, artríticos, hipertensos, diabéticos, colostomizados, asmáticos, aidéticos,...) são conduzidos por grupoterapeutas.

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GRUPOS DE AUTO-AJUDA• Há um melhor entendimento e aceitação por

parte dos integrantes do grupo quando esse for homogêneo, pela razão de utilizarem de uma mesma linguagem e partilharem as mesmas vivências. Isso costuma propiciar uma adesão ao tratamento a pacientes que tendem a fugir.

• Possibilita que as pessoas doentes aceitem e assumam o seu problema, de forma menos conflituosa e humilhante.

• Proporciona um maior envolvimento comunitário, interativo.

• Possibilita novos modelos de identificação

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GRUPOS DE AUTO-AJUDA• Representa um estímulo à socialização.• Comporta-se como um importante teste de

confronto com a realidade.• Exerce uma função de continente, isto é, de

absorver e conter as angústias e dúvidas.• Representa um reasseguramento aos

integrantes de que eles não estão sozinhos, não são seres bizarros, que são respeitados em suas limitações e que as mesmas não excluem uma boa qualidade de vida.

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Papéis dos membros em uma Grupoterapia

• Bode expiatório: Toda a “maldade” do grupo fica depositada em um indivíduo do grupo.

• Porta-voz: trata-se do indivíduo que manifesta o conteúdo emergente grupal. É comum se manifestar como contestador.

Sabotador: o paciente que procura obstaculizar o andamento do grupo.

• Vestal: aquele que assume o papel de zelar pela manutenção da “moral e bons costumes”.

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Radar: em geral é o papel do indivíduo mais regressivo do grupo, o paciente capta os primeiros sinais de ansiedade do grupo, podendo manifestá-las, por falta de capacidade de simbolização, por meio de somatizações , abandono da terapia, ou crises explosivas.

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Apaziguador: geralmente desempenhado por algum indivíduo do grupo que tem dificuldades de se confrontar com situações tensas.

Líder: surge em dois planos, um que naturalmente foi designado ao grupoterapeuta, e outro que surge espontaneamente entre os membros do grupo

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A ansiedade em contexto da grupoterapia:

• Ansiedade de separação: trata-se da ansiedade que se formou quando a criança ainda não desenvolveu um núcleo de confiança básica em relação à mãe, de quem depende completamente e, devido o medo de vir a perdê-la, não conseguem se separar e vivem grudadas.

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Ansiedade de perda do amor: a criança sente-se em condição de dispensar a constante presença física da mãe, no entanto, devido à ação de suas fantasias inconscientes, ela se mantém em permanente estado de sobressalto quanto a um possível abandono afetivo por parte da mãe, como um revide desta.

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Ansiedade de castração: surge em decorrência da conflitiva edípica

Ansiedade devido ao Superego: herdeiro direto do Complexo de Édipo, o superego ameaça o indivíduo com severas punições, caso as suas expectativas e exigências não forem cumpridas.

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OSÓRIO, L.C. Psicoterapia Grupal: Uma nova disciplina para o advento de uma era. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

ZIMERMANN, D. Fundamentos Básicos da Grupoterapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 2010.