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Professor Rodrigo Sodero
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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO
LEGALE EDUCACIONAL
AULA INAUGURAL: ADVOCACIA
PREVIDENCIÁRIA NA ATUALIDADE
Seguridade Social.
Regimes Previdenciários. Benefícios do RGPS(Regra do 4-3-2-1). Beneficiários: segurados(CADES-F) e dependentes.
Aposentadoria especial: fundamentos (art. 201,§ 1º, da CF, arts. 57 e 58, da Lei 8.213/91, arts. 64a 70, do Decreto 3.048/99 e arts. 246 a 299, da ININSS/PRES 77/2015), pressupostos epossibilidades para o enquadramento.
Tempo especial
Permanência: art. 57, § 3º, da Lei 8.213/91,alterado pela Lei 9.032, de 28.04.1995.
Súmula 49 da TNU.
Definição de permanência: art. 65, do Decreto3.048/99 (exposição indissociável da produçãodo bem ou da realização do serviço).
Tempo especial: exposição permanente
No que diz respeito aos períodos de gozo de auxílio-
doença ou aposentadoria por invalidez, que
sucedem período de exercício de atividade especial,
o parágrafo único, do art. 65, do Decreto 3.048/99,
diz que o período de afastamento deve ser
computado como especial, desde que o benefício
tenha natureza acidentária.
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade
Art. 291, da IN INSS/PRES 77/2015: são considerados
períodos de trabalho sob condições especiais, os
períodos de descanso determinados pela legislação
trabalhista, inclusive férias, os de afastamento
decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença
ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem
como os de recebimento de salário-maternidade,
desde que, à data do afastamento, o segurado
estivesse exercendo atividade considerada especial.
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade
O parágrafo único do referido artigo determina
que: os períodos de afastamento decorrentes de
gozo de benefício por incapacidade de espécie
não acidentária não serão considerados como
sendo de trabalho sob condições especiais.
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade
Entendemos que o afastamento deve ser
computado como especial desde que o
benefício por incapacidade suceda interregno
no qual houve exercício de atividade especial,
independentemente da espécie do benefício. (o
Decreto afronta o art. 84, inciso IV, da CF e o art.
29, § 5º, da Lei 8.213/91)
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade
TNU dos JEF`s: nos autos do Processo nº
5012755-25.2015.4.04.7201 a TNU determinou a
suspensão de todos os processos que tramitam
pelo JEF sobre o tema.
TRF4: IRDR no Processo 5017896-
60.2016.4.04.0000, com decisão favorável
aos segurados!
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade
Beneficiários da aposentadoria especial: para o
INSS, somente o segurado empregado, o
trabalhador avulso e o contribuinte individual
desde que cooperado (art. 247, da IN
INSS/PRES 77/2015).
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado
ARE 664.335/SC - STF
Tese específica: no caso de ruído, nunca haverá a
descaracterização do tempo como especial.
Tese geral: se o EPI é capaz de neutralizar a exposição, o
tempo não se caracteriza como especial. O ônus da
prova seria do INSS, no nosso entendimento!
Tempo especial x EPI
Precedentes sobre o ônus da prova do INSS: TRF3,
Processo 0013273-48.2013.4.03.6183; Processo
0019738-71.2013.4.03.9999.
Tempo especial x EPI
Exposição à benzeno: Memorando-Circular 08
DIRSAT/INSS.
EPI para agentes cancerígenos: Memorando-Circular
02 DIRSAT/DIRBEN/INSS (Portaria Interministerial
09/2014 Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para
Humanos (LINACH) - Benzeno, compostos de cromo,
poeira de sílica, óxido de etileno, dentre outros).
Tempo especial e situações em que o EPI
nunca é eficaz
Calor: NR-15, Anexo 3.
Pressão anormal: NR-15, Anexo 6.
Vibração: NR-15, Anexo 8.
Ruído: ARE 664.335/SC.
Tempo especial e situações em que o EPI
nunca é eficaz
Hidrocarbonetos: NR-15, Anexo 13.
Agentes biológicos: Item 3.1.5, da Resolução 600/17 do
INSS (Manual de Aposentadoria Especial).
Periculosidade e penosidade.
Categoria profissional.
Tempo especial e situações em que o EPI
nunca é eficaz
Nos casos de contribuinte individual, nos termos do
inciso I, do art. 259, da IN INSS/PRES 77/2015, o INSS
deve reconhecer o período trabalhado em atividade
especial, por categoria profissional, até 28.04.1995,
mediante apresentação de documentos que
comprovem, ano a ano, a permanência na atividade
exercida (não seria necessária apresentação de PPP
ou qualquer formulário).
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado
No que diz respeito ao período trabalhado após a
edição da Lei 9.032/95, vejamos o que dispõe a
Súmula 62, da TNU: “O segurado contribuinte
individual pode obter reconhecimento de atividade
especial para fins previdenciários, desde que
consiga comprovar exposição a agentes nocivos à
saúde ou à integridade física." (DOU 03.07.2012)
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado
O segurado que se aposenta na modalidade especial
(B-46), pode continuar trabalhando em atividade
especial? O art. 57, § 8º, da Lei 8.213/91, diz que
NÃO.
Entretanto, questiona-se a constitucionalidade do
dispositivo em face do direito constitucional de livre
exercício da profissão (art. 5º, inciso XIII, da CF).
Aposentadoria especial e continuidade
do trabalho em atividade especial
Precedentes do TRF4: Incidente de Arguição de
Inconstitucionalidade 5001401-77.2012.404.0000
e Apelação/Reexame necessário 5000262-
89.2010.404.7104.
STF: matéria aguarda julgamento no RE
791.961/PR.
Aposentadoria especial e continuidade
do trabalho em atividade especial
Segundo determina o Memorando-CircularConjunto 24 DIRBEN/DIRSAT/INSS, de 25 dejulho de 2017, o INSS reconhecerá como tempoespecial aquele já analisado e entendido comotal em processo administrativo anterior.
As decisões de não reconhecimentoanteriormente proferidas também poderão serapenas reafirmadas.
Atenção: com novos elementos probatórios épossível a reapreciação.
Tempo especial já reconhecido em
processo administrativo anterior
Lei 13.457/17 (MP 739/16 e MP 767/17): altera a Lei
8.213/91.
Convocação dos segurados (“operação pente fino”):
o segurado aposentado por invalidez ou em gozo de
auxílio-doença poderá ser convocado a qualquer
momento para avaliação das condições que
ensejaram o benefício, concedido judicial ou
administrativamente, observado o disposto no art.
101, da Lei 8.213/91. (vide arts. 43, § 4º e 60, § 10, da
Lei 8.213/91)
Operação Pente Fino
A aposentadoria por invalidez pode ser
definitiva?
Hipótese 01 (art. 101, da Lei 8.213/91): a partir do
momento em que o segurado completa 60 anos
de idade.
Operação Pente Fino
Hipótese 02 (nova hipótese criada pela Lei
13.457/17): a partir do momento em que o
segurado completa 55 anos de idade e quando
decorridos 15 anos da data da concessão da
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-
doença que a precedeu (vide Memorando-
Circular Conjunto nº 32
/DIRBEN/DIRSAT/PFE/INSS, de 19.09.2017).
Operação Pente Fino
Benefícios concedidos em ação judicial com trânsito
em julgado (principalmente aposentadoria por
invalidez): princípio do paralelismo das formas (art.
505, inciso I, do CPC e art. 71, parágrafo único, da Lei
8.212/91).
Precedente do STJ sobre o tema: REsp 1.408.281/SC,
decisão monocrática publicada em 07.03.2017,
transitada em julgado (jurisprudência conturbada).
Operação Pente Fino
Benefícios concedidos em ação judicial via
deferimento de tutela provisória EM QUE AINDA
NÃO HÁ trânsito em julgado: o Estado detém o
monopólio da atividade jurisdicional, sendo,
portanto, a cessação administrativa ilegal.
(TRF4, APELREEX 0011668-33.2016.404.9999 e
AG 5010194-29.2017.404.0000).
Operação Pente Fino
Saída técnica: peticionamento imediato ao Juiz
ou Tribunal responsável pelo processo no
momento requerendo seja o INSS intimado para
que não realize a cessação do benefício
administrativamente. (importante ir
despachar/uso de novas tecnologias)
Operação Pente Fino
Art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91: Se, no período básico
de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por
incapacidade, sua duração será contada,
considerando-se como salário-de-contribuição, no
período, o salário-de-benefício que serviu de base
para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
mesmas épocas e bases dos benefícios em geral,
não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário
mínimo.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
Art. 55, inciso II, da Lei 8.213/91: o tempo de serviço
será comprovado na forma estabelecida no
Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das
categorias de segurados de que trata o art. 11 desta
Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado: (...) I - o tempo intercalado em que esteve
em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
Art. 164, inciso IX, da IN INSS/PRES 77/15: até que lei
específica discipline a matéria, são contados como
tempo de contribuição: 1. o não decorrente de
acidente do trabalho, entre períodos de atividade,
ainda que em outra categoria de segurado; 2. por
acidente do trabalho intercalado ou não com período
de atividade ou contribuição.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
O período de recebimento de benefício por
incapacidade pode ser considerado para fins de
carência?
É possível considerar o período em que o segurado
esteve no gozo de benefício por incapacidade
(auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) para
fins de carência, desde que intercalados com
períodos contributivos. (Súmula 73 da TNU e art.
153, § 1º, da IN INSS/PRES 77/2015 – RS, SC e PR)
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
Art. 153, § 1º, da IN INSS/PRES 77/2015 – RS, SC e
PR) com extensão para todo o território nacional?
ACP 0216249-77.2017.4.02.5101 (2017.51.01.216249-
6), ajuizada no RJ – LIMINAR REVOGADA PELO TRF
DA 2ª REGIÃO NO JULGAMENTO DO AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
E o período de recebimento de auxílio-acidente?
Pode ser considerado para fins de carência?
STJ: O auxílio-acidente - e não apenas o auxílio-
doença e a aposentadoria por invalidez - pode ser
considerado como espécie de "benefício por
incapacidade", apto a compor a carência necessária
à concessão da aposentadoria por idade.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
É de ser observada a vetusta regra de hermenêutica,
segundo a qual "onde a lei não restringe, não cabe
ao intérprete restringir" (STJ, REsp 1.243.760/PR,
Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado
em 02/04/2013, DJe 09/04/2013)
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade
Art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91: Se, no período
básico de cálculo, o segurado tiver recebido
benefícios por incapacidade, sua duração será
contada, considerando-se como salário-de-
contribuição, no período, o salário-de-benefício
que serviu de base para o cálculo da renda
mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases
dos benefícios em geral, não podendo ser
inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.
Uma nova revisão?
Segundo o Memorando-Circular Conjunto 56
DIRBEN/DIRAT/INSS aos segurados que
solicitarem espontaneamente o serviço de
Atualização de Tempo de Contribuição, deverá
ser resguardado, nos termos do art. 61 da IN
INSS/PRES 77/2015, o direito de protocolo,
devendo, nestes casos, ser efetuado via Sistema
Informatizado de Protocolo da Previdência
Social - SIPPS, observado o disposto no art. 691
e parágrafos da referida IN.
Atualização do tempo de contribuição
na APS
Este serviço deixou de ser “agendável” em
novembro de 2016.
Antes de protocolizar o pedido, o servidor do
INSS poderá SUGERIR a desistência da
atualização e a guarda dos documentos pelo
cidadão para apresentação junto a eventual
requerimento futuro de benefício, quando
necessariamente o CNIS será atualizado.
Atualização do tempo de contribuição
na APS
Devolução dos valores já recebidos em sede de
tutela antecipada revogada nas ações
previdenciárias:
STJ: REsp 1.401.560/MT (ruim) e Embargos de
Divergência em REsp 1.086.154/RS (dupla
conformidade).
STF: ARE 734.199/DF e AI 829.661/MS - não há que
se falar devolução.
Tutela antecipada x Devolução dos
valores em caso de revogação
BAPC: TRF3, ACP 0005906-07.2012.4.03.6183/SP.
Solução 01: produção antecipada de prova (art.
381, do CPC).
Solução 02: realização da perícia antes da
apresentação de Contestação (Recomendação
Conjunsta CNJ/AGU/MTPS nº 01, de 15.12.2015).
Tutela antecipada: a solução!