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PRISCILLA MILENA SIMONATO DE MIGUELI Doutoranda em Direito Previdenciário pela PUC/SP Mestre em Direito Previdenciário pela PUC/SP Especialista em Direito Previdenciário pela EPDS Especialista em Direito do Trabalho pela FDSBC Advogada OS BENEFÍCIOS DA FAMÍLIA E O ACIDENTE DO TRABALHO @priscillasimonato Priscilla Simonato de Migueli

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PRISCILLA MILENA SIMONATO DE MIGUELI

Doutoranda em Direito Previdenciário pela PUC/SP

Mestre em Direito Previdenciário pela PUC/SP

Especialista em Direito Previdenciário pela EPDS

Especialista em Direito do Trabalho pela FDSBC

Advogada

OS BENEFÍCIOS DA FAMÍLIA

E O ACIDENTE DO

TRABALHO

@priscillasimonato

Priscilla Simonato de Migueli

FUNÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

A função da Seguridade Social é garantir o

desenvolvimento socioeconômico de forma

equilibrada, para que haja uma distribuição da rendanacional.

PROTEÇÃO SOCIAL

União de medidas passíveis de atender às

necessidades de cada ser humano, sempre buscandoa finalidade da ordem social.

RISCO SOCIAL

Em situações de necessidade, na qual o segurado por

alguma razão, por algum evento aleatório que

aconteça em sua vida, sofrer um desequilíbrio

econômico por se ver impossibilitado de exercer o seu

labor, faz-se necessário a intervenção da PrevidênciaSocial.

PROTEÇÃO DA FAMÍLIA

Função da previdência social é de amparar as pessoas de todas as faixas

etárias.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e aojovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar ecomunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão.

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

SEGURADOS E DEPENDENTES

• SEGURADOS:• Aqueles que tem uma relação dúplice com o sistema – mantém relação de

custeio e simultaneamente uma relação de benefício.

• Segurados Obrigatórios

• Segurados Facultativos

• DEPENDENTES:• Aqueles que mantém somente uma relação de concessão de benefício.

• O vínculo se dá através de um segurado do RGPS.

BENEFÍCIOS QUE AMPARAMDEPENDENTES E FAMÍLIA

• Pensão por morte• Auxílio-reclusão• Salário-família•Salário-maternidade

JUSTIFICATIVA TRABALHISTA PARA O ESTUDO DOS DEPENDENTES DO SEGURADO

Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações:

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;

DOS DEPENDENTES

A lei previdenciária brasileira prevê duas espécies de dependentes, são elas:

•1) preferenciais ou presumidos e

•2) dependentes sujeitos a comprovação.

CONCEITO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA:

“Condição de quem vive às expensas ou às custas de outrem, dele dependendo para sobreviver e atender às

suas necessidades de alimentação, habitação, vestuário, educação etc”.

(Maria Helena Diniz, Dicionário Jurídico – Volume 2, p.65.)

DEPENDENTES PREFERENCIAIS OU PRESUMIDOS:

São os elencados no item I do artigo 16 da Lei n.º 8.213/91, ouseja o cônjuge, filhos menores ou inválidos e companheiro(a),estes possuem a dependência econômica do segurado presumida,ou seja, não há a necessidade de comprovação.

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho nãoemancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental oudeficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

• COMO É REGULAMENTADA A QUESTÃO PREVIDENCIÁRIA

• CONCORRÊNCIA ENTRE DEPENDENTES

CASAMENTO x SEPARAÇÃO DE FATO X DIVÓRCIO

Art. 76. § 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão dealimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no inciso I do art. 16desta Lei.

§ 3º Na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.

SÚMULA 336 STJ - A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensãoprevidenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.

Data da Publicação - DJ 07.05.2007 p. 456

Art. 16

§ 5º As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova

material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e

quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não

admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força

maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento.

(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do art. 77 desta Lei, a par da exigência do

§ 5º deste artigo, deverá ser apresentado, ainda, início de prova material que comprove

união estável por pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. (Incluído pela Lei

nº 13.846, de 2019)

SÚMULA 63, TNUDOU 23/08/2012

A comprovação de união estável para efeito deconcessão de pensão por morte prescinde de início deprova material.

CONCUBINATO

Puro – União estável

• Impuro – art. 1727 CC

“As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos decasar, constituem concubinato”

• concubinato adulterino em: o contraído de boa-fé e o de má-fé

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. UNIÕES ESTÁVEIS CONCOMITANTES. DUAS COMPANHEIRAS.PROVA MATERIAL CUMULADA COM PROVA ORAL. RECONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. RATEIO.PRECEDENTES. 1. Cinge-se a controvérsia ao reconhecimento da união estável entre a autora e o de cujus,supostamente vivenciada de forma simultânea com outra união estável, já reconhecidaadministrativamente pelo INSS. 2. A Constituição de 1988 reconhece "a união estável entre o homem e amulher como entidade familiar", qual prescreve o parágrafo 3º do art. 226 e, ainda, nos termos da lei,assegura a percepção de pensão à(o) companheira(o), conforme dispõe o art. 201, V, com a redação da ECnº 20/98. A Lei nº 9.278/96, por sua vez, arrola entre os direitos dos conviventes em entidade familiar arecíproca assistência moral e material (art. 2º, II), inclusive após a dissolução da união entre os amásios(art. 7º). 3. Comprovado, através de prova material cumulada com prova testemunhal, que o de cujusmanteve, concomitantemente, duas uniões estáveis, até a data de seu óbito, há de ser rateada a pensãopor morte previdenciária entre as companheiras. 4. É possível o reconhecimento da coexistência de duasuniões estáveis, entre um mesmo homem e duas (ou mais) mulheres. Inexiste ofensa ao textoconstitucional. Precedentes. 5. Havendo sucumbência recíproca, devida a compensação dos honoráriosadvocatícios. 6. Os critérios de pagamento de juros moratórios e de correção monetária devem observar oManual de Cálculos da Justiça Federal, na sua versão em vigor ao tempo da execução. 7. Apelação erecurso adesivo providos, para determinar a compensação dos honorários advocatícios em face dasucumbência recíproca. Remessa oficial parcialmente provida para que o cálculo dos juros e da atualizaçãomonetária observe as disposições supra2 BRASIL. Tribunal Regional Federal da Primeira Região. 1ª Câmara Regional Previdenciária da Bahia. APELAÇÃO CIVEL – 00108693620094013300. Juiz Federal Relator Antônio Oswaldo Scarpa.DJE 20/01/2016

RE 669465Tema 526 da Repercussão Geral

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONCUBINATOIMPURO DE LONGA DURAÇÃO. EFEITOS PARA FINS DAPROTEÇÃO DO ESTADO À QUE ALUDE O ARTIGO 226, §3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DEREPERCUSSÃO GERAL.

28/05/2019 – conclusos ao relator

COMPANHEIRO HOMOAFETIVO

A Lei n.º 8.213/91 não dispõe de nenhuma normaregulando se os dependentes homoafetivos fazem ou nãojus a pensão por morte.

IN n.º 77/2015. Art. 130. De acordo com a PortariaMPS nº 513, de 9 de dezembro de 2010, publicada noDOU, de 10 de dezembro de 2010, o companheiro oua companheira do mesmo sexo de segurado inscritono RGPS integra o rol dos dependentes e, desde quecomprovada a união estável, concorre, para finsde pensão por morte e de auxílio-reclusão, com osdependentes preferenciais de que trata o inciso I doart. 16 da Lei nº 8.213, de 1991, para óbito oureclusão ocorridos a partir de 5 de abril de 1991,conforme o disposto no art. 145 do mesmo diplomalegal, revogado pela MP nº 2.187-13, de 2001.

• AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.277 DISTRITOFEDERAL

3. TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃOEMPRESTA AO SUBSTANTIVO “FAMÍLIA” NENHUM SIGNIFICADO ORTODOXO OU DA PRÓPRIA TÉCNICA JURÍDICA. A FAMÍLIACOMO CATEGORIA SÓCIO-CULTURAL E PRINCÍPIO ESPIRITUAL. DIREITO SUBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA. INTERPRETAÇÃONÃO-REDUCIONISTA. O caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfaseconstitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial significado de núcleo doméstico, poucoimportando se formal ou informalmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. AConstituição de 1988, ao utilizar-se da expressão “família”, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidadecartorária, celebração civil ou liturgia religiosa. Família como instituição privada que, voluntariamente constituída entre pessoasadultas, mantém com o Estado e a sociedade civil uma necessária relação tricotômica. Núcleo familiar que é o principal lócusinstitucional de concreção dos direitos fundamentais que a própria Constituição designa por “intimidade e vida privada”(inciso X do art. 5º). Isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos que somente ganha plenitude de sentido sedesembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. Família como figura central ou continente,de que tudo o mais é conteúdo. Imperiosidade da interpretação não-reducionista do conceito de família como instituição quetambém se forma por vias distintas do casamento civil. Avanço da Constituição Federal de 1988 no plano dos costumes.Caminhada na direção do pluralismo como categoria sócio-político-cultural. Competência do Supremo Tribunal Federal paramanter, interpretativamente, o Texto Magno na posse do seu fundamental atributo da coerência, o que passa pela eliminaçãode preconceito quanto à orientação sexual das pessoas.

05/05/2011

POLIAMOR

Maria Berenice Dias relata a ampliação do conceito de família: O pluralismo das relaçõesfamiliares – outro vértice da nova ordem jurídica – ocasionou mudanças na própriaestrutura da sociedade. Rompeu-se o aprisionamento da família nos moldes restritos docasamento, mudando profundamente o conceito de família. A consagração da igualdade,o reconhecimento da existência de outras estruturas de convívio, a liberdade dereconhecer filhos havidos fora do casamento operaram verdadeira transformação nafamília. (DIAS, 2007, p. 37)

• No poliamor uma pessoa pode amar seu parceiro fixo e amar também as pessoas com quem temrelacionamentos extraconjugais, ou até mesmo ter relacionamentos amorosos múltiplos em que hásentimento de amor recíproco entre todos os envolvidos. Os poliamoristas argumentam que não setrata de procurar obsessivamente novas relações pelo fato de ter essa possibilidade sempre emaberto, mas, sim, de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente. O poliamor pressupõe umatotal honestidade seio da relação. Não de trata de enganar nem de magoar ninguém. Tem comoprincípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e sentem à vontade com ela. Aidéia principal é admitir essa variedade de sentimentos que se desenvolvem em relação a váriaspessoas, e que vão além da mera relação sexual. O poliamor aceita como fato evidente que todostêm sentimentos em relação a outras pessoas que as rodeiam. Como nenhuma relação está postaem causa pela mera existência de outra, mas, sim, pela sua própria capacidade de se manter ou não,os adeptos garantem que o ciúme não tem lugar nesse tipo de relação. Não é o mesmo que umarelação aberta, que implica sexo casual fora do casamento, nem na infidelidade, que é secreta esinônimo de desonestidade. O poliamor é baseado mais no amor do que no sexo e se dá com o totalconhecimento e consentimento de todos os envolvidos, estejam estes num casamento, num ménageà trois, ou no caso de uma pessoa solteira com vários relacionamentos. Pode ser visto comoincapacidade ou falta de vontade de estabelecer relações com uma única pessoa, mas ospoliamantes se sentem bastante capazes de assumir vários compromissos, da mesma forma que umpai tem com seus filhos (LINS, 2007, p. 401).

REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO AOS FILHOS:

• Ser menor de 21 anos;

•Não emancipado;

• ou ser inválido;

• ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

FILHOS

Os filhos estão elencados no inciso I como sendo dependentespreferenciais da pensão por morte.

Ressalta-se que para o Direito Previdenciário não existe a distinçãoentre filhos para fins de proteção. Tanto faz se eles foram gerados forado ambiente conjugal ou adotados, pois possuem a mesma proteçãosocial.

O inciso I, do artigo 16, diz que são dependentes filhos de qualquercondição. isto porque, o artigo 227, § 6º, da Constituição não admitediscriminação:

“§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos equalificações, proibida quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.

Art. 23. ..........................................................................................................

§ 5º Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave,sua condição pode ser reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meiode avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional einterdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação.

§ 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte,exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada adependência econômica.

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. HABILITAÇÃO DE HERDEIRA.PATERNIDADE SOCIOAFETIVA RECONHECIDA POR DECISÃO TRÂNSITA EM JULGADO. COISA JULGADA. REFLEXOS NA ESFERAPREVIDENCIÁRIA.I - A agravada teve reconhecida a paternidade socioafetiva do de cujus e declarada sua habilitação à herança. É, portanto,

herdeira, na forma dos arts. 1.596 e 1.829, I, do Código Civil.II- A doutrina civilista moderna tem no princípio da afetividade o fundamento para dar proteção jurídica a parentescos

firmados para além da consanguinidade, do liame biológico que distinguia os "filhos naturais" dos filhos adotivos.III - O Direito Previdenciário não pode se distanciar da realidade já reconhecida pelo Direito Civil. E nem pode ser

interpretado como um regramento totalmente divorciado do sistema jurídico nacional. É direito social que tem porfim dar proteção, não podendo excluir aqueles dos quais o segurado cuidou como se seus filhos biológicos fossem. Oart. 16, II e III, da Lei n. 8.213/91, faz referência a filhos e irmãos "de qualquer condição", portanto, não restringindoao parentesco biológico.

IV - A agravada pediu sua habilitação como herdeira do segurado falecido. E sobre sua condição de herdeira não pesadúvida, uma vez que a decisão que assim a declarou transitou em julgado, até porque a certidão de seu nascimentojá tem o nome do de cujus como seu pai.

V - A agravada tem a seu favor, além da coisa julgada, a construção jurisprudencial que a reconhece como filha e herdeirado segurado falecido.

VI - A paternidade socioafetiva, reconhecida, no caso, por decisão transita em julgado, tem reflexos favoráveis à agravadana esfera previdenciária.

VII - Agravo de instrumento a que se nega provimento. AI 0028979-25.2015.4.03.0000 Trf3. 19/07/2016

DEPENDENTES SUJEITOS A COMPROVAÇÃO:

São aqueles previstos nos incisos II e III do artigo 16 da Lei n.º 8.213/91,ou seja, os pais, os irmãos não emancipados, de qualquer condição,menor de 21 (vinte e um ) anos ou inválido. Estes necessitamdemonstrar que dependem economicamente do segurado falecido.

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vintee um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mentalou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de2015) (Vigência)

FAMÍLIA SOCIOAFETIVA

Está presente o vínculo afetivo, independente deconsanguinidade. É a filiação sob a ótica do afeto.

“Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte deconsanguinidade ou outra origem”.

"A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede oreconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica,com os efeitos jurídicos próprios", vencidos, em parte, os Ministros Dias Toffoli eMarco Aurélio. Ausente, justificadamente, o Ministro Roberto Barroso, participandodo encontro de juízes de Supremas Cortes, denominado Global ConstitutionalismSeminar, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Presidiu o julgamento aMinistra Cármen Lúcia. Plenário, 22.09.2016. RE 898.060

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. AVÔ. ÓBITO DO NETO. SITUAÇÃO ESPECIALÍSSIMA DOSAUTOS. NETO QUE FORA CRIADO COMO SE FILHO FOSSE EM DECORRÊNCIA DA MORTE DE SEUSPAIS. POSSIBILIDADE.

1. A teor do art. 16 da Lei n.º 8.213/91, o avô não é elencado no rol dos dependentes dosegurado, razão pela qual, a princípio não faria jus à pensão gerada pelo óbito do neto em cujacompanhia vivia.

2. Presença, nos autos, de hipótese singular, em que a criação do segurado pelo avô, desde onascimento, acrescida da morte precoce de seus pais, demonstram que o segurado tinha paracom o Autor, na verdade, uma relação filial, embora sangüínea e legalmente fosse neto.

3. Impossibilidade de exigência da adequação legal da relação que existia à real situaçãofática, uma vez que é vedada a adoção do neto pelo avô, a teor do disposto no art. 42, § 1º, doEstatuto da Criança e do Adolescente.

4. Direito à pensão por morte reconhecido.5. Recurso especial conhecido e provido. [1]

[1] Ementa da decisão da 5ª Turma, do STJ, Relatora: Ministra Laurita Vaz, REsp 528987 / SP,data de julgamento: 06/11/06

PENSÃO POR MORTE

Previsão Constitucional da Pensão por Morte

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral dePrevidência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observadoscritérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma dalei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

V- pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiroe dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 20, de 1998)

AUSÊNCIA DE CARÊNCIA

O benefício de prestação continuada em questãoindepende de carência nos termos do art. 26, I da Lei nº8213/91.

DA QUALIDADE DE SEGURADO

Embora o benefício em questão seja devido sem carência,ele é somente devido aos dependentes do segurado casoesse tenha a qualidade de segurado no momento doóbito.

CÔNJUGE E COMPANHEIRO

• V - para cônjuge ou companheiro

• a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência,respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” e “c”;

• b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito)contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2(dois) anos antes do óbito do segurado;

• c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na datade óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelomenos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável:

• 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;

• 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;

• 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;

• 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;

• 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade;

• 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.

§ 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea “a” ou os prazos previstos naalínea “c”, ambas do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquernatureza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18(dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de uniãoestável.

Art. 23. ..........................................................................................................

§ 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual,mental ou grave, o valor da pensão por morte de que trata o caput seráequivalente a:

I - 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidorou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanentena data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral dePrevidência Social; e

II - uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez)pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento),para o valor que supere o limite máximo de benefícios do Regime Geral dePrevidência Social.

Art. 23. ..........................................................................................................

§ 3º Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiênciaintelectual, mental ou grave, o valor da pensão será recalculado na forma dodisposto no caput e no § 1º.

§ 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais pordependente até a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e suaqualificação e as condições necessárias para enquadramento serão aquelesestabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

Art. 23. ..........................................................................................................

§ 5º Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave,sua condição pode ser reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meiode avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional einterdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação.

§ 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte,exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada adependência econômica.

Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral

de Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cotafamiliar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelosegurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado porincapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontospercentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento).

§ 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serãoreversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) dapensão por morte quando o número de dependentes remanescente for igual ousuperior a 5 (cinco).

COTA FAMILIAR

Art. 23. ..........................................................................................................

§ 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual,mental ou grave, o valor da pensão por morte de que trata o caput seráequivalente a:

I - 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidorou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanentena data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral dePrevidência Social; e

II - uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez)pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento),para o valor que supere o limite máximo de benefícios do Regime Geral dePrevidência Social.

CÁLCULO DA RENDA MENSAL INICIAL

A cota familiar será aplicada sobre:

1) A aposentadoria recebida pelo segurado; ou

1) Do valor que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente.

SEGURADO JÁ APOSENTADO

Valor que recebia de aposentadoria: R$ 3.000,00

A cota familiar será de 50% + 10% por dependente, limitado a 100%.

Segurado deixou uma esposa e um filho de 18 anos.

A cota familiar será de 70% X R$ 3.000,00 = Benefício será de R$ 2.100,00

SEGURADO QUE NÃO ESTAVA APOSENTADO

1º: Fazer a média aritmética de todos os salários de contribuição desde julhode 1994 até a data do óbito. Exemplo: R$ 5.000,00

2º: Encontra-se o coeficiente de cálculo da aposentadoria por incapacidadepermanente: 60% + 2% por cada ano que exceder 20 anos de contribuiçãopara homem e 15 anos de contribuição para mulher.

Exemplo: Homem faleceu e tinha 22 anos de contribuição. O coeficiente dasua aposentadoria seria de 64%. Logo, iria receber R$ 3.200,00

SEGURADO QUE NÃO ESTAVA APOSENTADO - Continuação

A cota familiar será de 50% + 10% por dependente, limitado a 100%.

Segurado deixou uma esposa.

A cota familiar será de 60% X R$ 3.200,00 = Benefício será de R$ 1.920,00

Antes da reforma o benefício de Pensão por Morte seria de R$ 5.000,00.

Art. 23. ..........................................................................................................

§ 3º Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiênciaintelectual, mental ou grave, o valor da pensão será recalculado na forma dodisposto no caput e no § 1º.

§ 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais pordependente até a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e suaqualificação e as condições necessárias para enquadramento serão aquelesestabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

AUXÍLIO-RECLUSÃO

Art. 80. O auxílio-reclusão, cumprida a carência prevista no inciso IV do caput do art. 25desta Lei, será devido, nas condições da pensão por morte, aos dependentes do seguradode baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não receber remuneração daempresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de pensão por morte, de salário-maternidade, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço. (Redação dadapela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 1º O requerimento do auxílio-reclusão será instruído com certidão judicial que ateste orecolhimento efetivo à prisão, e será obrigatória a apresentação de prova de permanênciana condição de presidiário para a manutenção do benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846,de 2019)

§ 2º O INSS celebrará convênios com os órgãos públicos responsáveis pelo cadastro dospresos para obter informações sobre o recolhimento à prisão. (Incluído pela Lei nº13.846, de 2019)

§ 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se segurado de baixa renda aquele que, nomês de competência de recolhimento à prisão, tenha renda, apurada nos termos dodisposto no § 4º deste artigo, de valor igual ou inferior àquela prevista no art. 13 daEmenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, corrigido pelos índices dereajuste aplicados aos benefícios do RGPS. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 4º A aferição da renda mensal bruta para enquadramento do segurado como de baixa rendaocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período de 12 (doze) mesesanteriores ao mês do recolhimento à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

REMUNERAÇÃO VARIÁVEL

Carência

Conforme dispõe o art. 25, IV da Lei 8213/91: 24 contribuições mensais.

A redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019 que alterou o art. 27-A da lei 8213/91reza: na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão doauxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data da nova filiação àPrevidência Social, com metade da carência exigida, ou seja, 12 contribuições mensais.

Art. 27. Até que lei discipline o acesso ao salário-família e ao auxílio-reclusão de que trata

o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, esses benefícios serão concedidos apenasàqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.364,43 (mil, trezentos esessenta e quatro reais e quarenta e três centavos), que serão corrigidos pelos mesmosíndices aplicados aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 1º Até que lei discipline o valor do auxílio-reclusão, de que trata o inciso IV do art. 201 daConstituição Federal, seu cálculo será realizado na forma daquele aplicável à pensão pormorte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo.

VALOR EM 2020: R$1.425,56

SALÁRIO-FAMÍLIA

• Arts. 65 a 70 da Lei n.º 8.213/91

• Arts. 81 a 92 do Decreto n.º 3.048/99

Natureza jurídica: benefício previdenciário familiar de natureza assistencial.

Incentivo a natalidade.

QUEM TERÁ DIREITO AO BENEFÍCIO?:

• Art. 7º, XII CF: XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. R$ R$1.425,56

• Carência: independe de carência (art. 26, I, da Lei n.º 8.213/91.

• Critério material: Ter filhos menores de 14 anos ou inválidos ou equiparados a

filho. Art. 66 da Lei n.º 8.213/91

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO

• Certidão de nascimento do filho ou sentença de adoção;

• Cardeneta de vacinação ou equivalente para os menores de 07 anos, sendo obrigatória aapresentação no mês de novembro, a partir do ano de 2000;

• Comprovação de invalidez para os filhos maiores de 14 anos;

• Comprovante de frequência à escolar, quando o dependente for maior de 07 anos, nos meses demaio e novembro, a partir do ano de 2000. (Ensino fundamental se inicia com 6 anos de idade)

TERMO DO BENEFÍCIO

DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO

• Da data de apresentação da certidão de nascimento, sentença de adoção ou da

documentação relativa ao menor equiparado a filho.

SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO

• Não apresentação do atestado de vacinação;

• Não apresentação do atestado de frequência escolar

E a comprovação fora do prazo? Será feito o pagamento do período de suspensão!

EXTINÇÃO DO BENEFÍCIO

• Término da relação de emprego / contrato com o sindicato

• Morte do segurado/ filho ou esquiparado a contar do mês seguinte a do óbito

• Atingimento da idade legal (14 anos)

• Cessação da invalidez do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao da cessação

da invalidez.

PAGAMENTO

• Pago junto com o salário até o 5 dia útil. Não se incorporam à remuneração do empregado para qualquer efeito.

• O pagamento é feito pela empresa mediante a compensação quando do pagamento das contribuições sociais.

E se a empresa não paga o salário família e faz a compesação? APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA

Empregado pode requerer a indenização correspondente junto à Justiça do Trabalho – art. 185 CC

JUSTIÇA COMPETENTE

• JUSTIÇA DO TRABALHO

TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00111414920155010224 RJ (TRT-1)

Data de publicação: 31/03/2017

Ementa: RECURSO ORDINÁRIO. SALÁRIO-FAMÍLIA. COMPROVAÇÃO DOPREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. É essencial para a condenação aopagamento de salário-família a comprovação do preenchimento dos requisitosa que alude o artigo 84 do Decreto n. 3.048 /1999, quais sejam, certidão denascimento, caderneta de vacinação obrigatória do filho de até seis anos deidade e comprovante semestral de frequência escolar.

(TRT 1 REGIÃO – RO 00111414920155010224 RJ, Relator FLAVIO ERNESTORODRIGUES SILVA, Data de Julgamento 31.03.2017)

Ônus da prova

• Súmula nº 254 do TST

• SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO

(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

• O termo inicial do direito ao salário-família coincide com a prova

da filiação. Se feita em juízo, corresponde à data de ajuizamento

do pedido, salvo se comprovado que anteriormente o

empregador se recusara a receber a respectiva certidão.

Ônus da prova

SALÁRIO-FAMÍLIA. PROVA. ÔNUS. É ônus do empregadoprovar a entrega ao empregador dos documentos necessáriosà obtenção do salário-família assegurado ao trabalhador quetenha filhos menores de quatorze anos. Nesse sentido é oentendimento da jurisprudência majoritária consubstanciado naSúmula 254 do TST.

(TRT 3 Região – RO 00104073220175030076 0010407-32.2017.5.03.0076 Relator Sebastiao Geraldo de Oliveira,Data de Julgamento 02/10/2017

• Benefício concedido por cotas.

• Pai e mãe têm direito ao benefício.

• No caso de divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, o

salário família será pago diretamente à quem ficar responsável

pelo sustento do menor.

VALOR DO

BENEFÍCIO

R$48,62 por filho

SALÁRIO-MATERNIDADE

Lei nº. 6.136/74 – proteção à maternidade como fundamento previdenciário.

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter

contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à

melhoria de sua condição social:

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de

cento e vinte dias;

SALÁRIO-MATERNIDADE X

LICENÇA-MATERNIDADE

• Licença-maternidade é um período de repouso garantido à gestante pelas normas

de Direito do Trabalho.

• Salário-maternidade é uma prestação pecuniária paga em forma de benefício

previdenciário pelas normas da Legislação Previdenciária.

• Até a Lei nº. 10.421, de 15 de abril de 2002 somente as mães biologicas faziam jus à

licença maternidade.

• Natureza de benefício previdenciário familiar.

• Nomenclatura correta: auxílio-maternidade

CARÊNCIA

• Híbrida

• CONVENÇÃO Nº 103 OITCONVENÇÃO RELATIVA AO AMPARO À MATERNIDADE

Artigo I

1. A presente convenção aplica-se às mulheres empregadas em emprêsasindustriais bem como às mulheres empregadas em trabalhos não industriais e agrícolas, inclusive às mulheres assalariadas que trabalham em domicílio.

Artigo III

1. Tôda mulher a qual se aplica a presente convenção tem o direito, mediante exibição de um atestado médico que indica a data provável de seu parto, a uma licença de maternidade.

SEGURADAS EMPREGADAS,

TRABALHADORAS AVULSAS E

EMPREGADAS DOMÉSTICAS

• Não ha carência para a concessão do benefício.

• Art. 26, VI da Lei nº. 8.213/91

• Proteção da mulher a não discriminação do trabalho

E a segurada aposentada?

• Decreto 3.048/99: a segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao salário-maternidade.

• Art. 18, §2º da Lei n.º 8.213/91: “o aposentado que permanecer em atividade após aaposentadoria só terá direito a salário-família e à reabilitação profissional”.

• Poder Executivo pode modificar o regulamento.

• SOLUÇÃO: alteração da Lei n.º 8.213/91

PERÍODO DE GRAÇA

• Art. 15 da Lei nº 8.213/91.

Enquanto a segurar mantiver a qualidade de segurado e ocorrer o fato gerador, o

benefício de salário-maternidade será concedido.

Mas nem sempre foi assim…

RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO

• Art. 97. O salário-maternidade da segurada empregada será devido pela

previdência social enquanto existir relação de emprego, observadas as regras

quanto ao pagamento desse benefício pela empresa. (Redação dada pelo Decreto

nº 6.122, de 2007)

• Parágrafo único. Durante o período de graça a que se refere o art. 13, a

segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos

de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de

dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pagodiretamente pela previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.122, de 2007

ESTABILIDADE DA

GESTANTE

Art. 10, II, alínea b do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I,

da Constituição:

II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

b)da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses

após o parto.

Súmula nº 244 do TST

GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada

na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012,

DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o

direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II,

"b" do ADCT).

II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se

der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se

aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.

III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no

art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo

determinado.

E nos casos de dispensa sem justa

causa?

1) cabe ao empregador o pagamento do salário-maternidade?

2) Cabe ao INSS, cobrando posteriormente a empresa por descumprimento da

estabilidade ?

RESPONSABILIDADE

DO INSSPREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE SALÁRIO-MATERNIDADE À SEGURADA EMPREGADA. LEGITIMIDADE

PASSIVA DO INSS. OBRIGAÇÃO JURÍDICO-PREVIDENCIÁRIA. EMPRESA PAGA O BENEFÍCIO EM NOME DA

AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA FEDERAL. 1. Recurso especial interposto pelo INSS no qual questiona a ofensa aos

artigos 267, VI, do CPC e 72, § 1º, da Lei n. 8.213/91 ao argumento de que compete ao empregador pagar, em juízo, o

salário-maternidade à empregada gestante. 2. A observância da literalidade do dispositivo da Lei de Benefícios, a fim de

imputar à empresa a legitimidade passiva ad causam, indica inicialmente tratamento desigual a iguais, máxime porque

em eventual lide as demais seguradas poderão acionar diretamente a autarquia previdenciária federal. De outro lado,

impor à segurada empregada o ajuizamento de ação contra o empregador, para, só então, lhe garantir a via

judicial contra o INSS denotaria estabelecer responsabilidade subsidiária deste não prevista em lei, nulificando

por completo a efetividade do benefício. 3. A interpretação sistemática e teleológica do comando legal inserto no § 1º

do artigo 72 da Lei n. 8.213/91 impõe reconhecer a legitimidade passiva ad causam do INSS, notadamente porque o

fato de a empresa pagar o valor do salário-maternidade não desnatura a relação jurídico-previdenciária. O ônus é da

autarquia federal e a empresa age em nome desta, em nítida posição de longa manus do Estado a fim de facilitar o

recebimento do benefício por quem de direito, nada mais. Tanto é assim que o dispositivo prevê a compensação dos

valores pagos à segurada na via tributária. Precedente: REsp 1309251/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,

Segunda Turma, DJe 28/05/2013. 4. Pode a segurada ajuizar ação diretamente contra o INSS para perceber o salário-

maternidade quando a empresa não lhe repassar o valor do benefício na vigência do contrato de trabalho. 5. Recurso

especial não provido. (STJ – Resp 1346901-PR – Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em

01/10/2013)

É POSSÍVEL A CUMULAÇÃO?

ENUNCIADO n°. 31 – Conselho de Recursos da Previdência Social

Editado pela Resolução n°. 2, de 7 de maio de 2007, publicada no DOU dé1°/06/2007:

"Nos períodos de que trata o artigo 15 da Lei 8.213/91, é devido o saláriomaternidade à segurada desempregada que não tenha recebido indenização pordemissão sem justa causa durante a estabilidade gestacional, vedando-se, emqualquer caso, o pagamento em duplicidade."

GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. RESCISÃO CONTRATUAL DURANTE

O PERÍODO ESTABILITÁRIO. DIREITO À ESTABILIDADE PROVISÓRIA DA

GESTANTE. ART. 10, II, "B", DO ADCT. DEDUÇÃO DO PERÍODO DE

RECEBIMENTO DO SALÁRIO-MATERNIDADE DO PERÍODO DE ESTABILIDADE

DA GESTANTE. INCABÍVEL. A empregada gestante possui direito à estabilidade

provisória, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto (art. 10,

II, "b", do ADCT). O dispositivo constitucional tem por finalidade tanto a proteção da

gestante contra a dispensa arbitrária quanto relativamente aos direitos do nascituro.

Portanto, a rescisão do contrato de trabalho da obreira gestante, durante o período

de gestação, ainda que desconhecida a gravidez pelo empregador ou até mesmo

pela empregada, quando do ato da dispensa, não afasta o direito ao pagamento da

indenização decorrente da estabilidade não usufruída, conforme entendimento da

Súmula 244, I, do TST.

Contudo, a Corte de origem entendeu que, em razão de a Autora estar recebendo o

auxílio-doença (até o parto) e, posteriormente, salário-maternidade até 8/5/2010,

sem a percepção de salários por parte da ré, teria direito à indenização pelo

período estabilitário, no valor dos salários, apenas do período de 8/5/2010 a

5/7/2010. Releva ponderar que, tanto o auxílio-doença, quanto o salário-maternidade,

configuram-se em espécies de benefícios previdenciários. No tocante ao salário-

maternidade, depreende-se que se trata de benefício devido “à segurada da

Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28

(vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as

situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à

maternidade”, nos moldes do art. 71, caput, da Lei nº 8.213/91.

Com efeito, considerando que o auxílio-doença e o salário-maternidade possuem

natureza de benefício previdenciário, pagos pelo INSS (ainda que, no caso do salário-

maternidade, esse pagamento se dê mediante restituição do INSS ao empregador),

depreende-se que se trata de verbas que não se confundem com a indenização

decorrente da inobservância ao período de estabilidade da gestante – seja pela

natureza das parcelas, seja pela titularidade da responsabilidade pelo pagamento.

Diante de todo o exposto, não é cabível deduzir do período da estabilidade da gestante,constitucionalmente previsto no art. 10, II, “b”, do ADCT, o período correspondente à fruiçãodo auxílio-doença (até o parto) e à percepção do salário-maternidade.

FUNDAMENTO

• Salário-maternidade é benefício previdenciário.

• O pagamento do período de estabilidade é indenizatório.

• Indenização por dano moral

• Analogia: recebimento de auxílio-acidente com indenização.

PROCESSO Nº TST-RR-170700-38.2009.5.02.0446. Rel. Ministro MauricioGodinho Delgado. Data de Julgamento: 22/11/2017

Mas há decisões contrárias...

SALÁRIO-MATERNIDADE. INDENIZAÇÃO. ART. 72, § 1º, DA LEI Nº 8.213/91. O salário-

maternidade é aquele pago à empregada após dar à luz, durante o período de licença-

maternidade, pela empresa, que depois é ressarcida pela Previdência Social. Com efeito, no

caso dos autos, a Corte regional afastou a dispensa por justa causa e, em razão da gravidez da

reclamante, reconheceu o seu direito à estabilidade provisória, determinando o pagamento de

indenização correspondente à sua remuneração desde a despedida até cinco meses após o parto.

Por outro lado, entendeu, ainda, que a reclamante tem direito ao salário-maternidade previsto no art.

72, § 1º, da Lei nº 8.213/91. Ora, de fato, constata-se a existência de bis in idem, porquanto o

salário-maternidade que a reclamada foi condenada a indenizar à reclamante já corresponde

exatamente à remuneração da empregada do mesmo período. Assim, se a reclamada já foi

condenada ao pagamento dos salários e demais direitos correspondentes ao período estabilitário,

conclui-se que o deferimento, também, do salário maternidade implica bis in idem, que deve ser

excluído. Recurso de revista conhecido e provido.

(TST – RR – 462-17.2011.5.04.0007 – Rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento:

12/09/2013)

PRAZO PARA RECEBIMENTO

Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120

(cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a

data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação

no que concerne à proteção à maternidade.

FATO GERADOR DO SALÁRIO

MATERNIDADE

• Parto ocorrido a partir da 23ª semana (6º mês) de gestação, inclusive no caso de

natimorto. (comprovado mediante atestado médico)

• Adoção

• Aborto não criminoso. §5º, art. 93 do Decreto 3.048/99, é devido repouso de duas

semanas a título de salário-maternidade.

AFASTAMENTO 28 DIAS ANTES DO PARTO

CLT Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120

(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.

§ 1o A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da

data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º

(vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste.

DOCUMENTOS

COMPROBATÓRIOS

• Requerimento após o parto: certidão de nascimento.

• Antes do parto: atestado médico

• No caso de adoção: sentença de adoção ou apresentação do termo judicial de guarda.

• Se a segurada tiver que se afastar antes ou depois do prazo de recebimento do

salário-maternidade, irá receber auxílio-doença.

PROGRAMA

EMPRESA-CIDADÃ

Lei n.º 11.770/08: faculdade das empresas de prorrogar a licença-maternidade mediante

incentivo fiscal.

Não tem natureza previdenciária

Lei 13.467/2017

Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de

insalubridade, a empregada deverá ser afastada de:

I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;

II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar

atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o

afastamento durante a gestação;

III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de

saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a

lactação.

GESTANTES AERONAUTAS

• Convenção Coletiva do Trabalho

• 3.3.2. Afastamento da escala de aeronautas grávidas As empresas se comprometem a

dispensar de voo as aeronautas grávidas e, também, imediatamente, encaminhá-las à

Junta Mista da Aeronáutica, para o fim de se habilitarem aos benefícios da Previdência

Social, respondendo a empregadora, quando necessário, pela locomoção da aeronauta,

pelo respectivo transporte e hospedagem.

• Até 31/05/2017 a avaliação física necessária à concessão do auxílio-doença era feita

pela Junta Mista Especial de Saúde Aeronáutica (JMES).

• Instrução do comando da aeronáutica revogou a regulamentação da junta.

• Análise do benefício passou a ser feita pelo perito do INSS.

ACP n.º 1010661-45.2017.4.01.3400 – 22ª Vara Federal do Distrito Federal

• Ante o exposto, concedo a segurança, confirmando a liminar, para determinar à

autoridade que conceda o benefício de auxílio-doença, nos termos do art. 59 da Lei

8.213/91, a todas as Aeronautas Grávidas, assim que constatada a gravidez.

SUJEITOS DO SALÁRIO-

MATERNIDADE• Mãe biológica

• Mãe ou pai adotivo (apenas um terá direito, mesmo se um dos segurados for do

RPPS)

• No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do

salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo

restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a

qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono,

observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade. (Requerimento deverá

ser feito até o último dia do salário-maternidade originário)

Critério etário do adotante – revogado

• O salário-maternidade é concedido à segurada que adotar uma criança ou ganhar a guarda judicial para fins de adoção:

- se a criança tiver até um ano de idade, o salário-maternidade será de 120 dias;

- se tiver de um ano a quatro anos de idade, o salário-maternidade será de 60 dias;

- se tiver de quatro anos a oito anos de idade, o salário-maternidade será de 30 dias.

Art. 71-A da Lei 8.213/91 alterado por força da Lei 10.421/2002

AFASTAMENTO DO TRABALHO

Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está

condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada,

sob pena de suspensão do benefício. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013

VALOR DO BENEFÍCIO

• Art. 72. Lei 8.213/91: O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadoraavulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral.

• 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregadagestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da ConstituiçãoFederal, quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários edemais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe presteserviço.

• Art. 248. CF Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável pelo regimegeral de previdência social, ainda que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos aolimite máximo de valor fixado para os benefícios concedidos por esse regime observarãoos limites fixados no art. 37, XI.

• Art. 14 - O limite máximo para o valor dos benefícios do regime geral de previdênciasocial de que trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$ 1.200,00 (um mil eduzentos reais), devendo, a partir da data da publicação desta Emenda, ser reajustado deforma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmosíndices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social. (Suspendo STFAdin-MC n.º 1.946-DF – Rel. Min, Sidney Sanches.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

• Durante o período de gozo do benefício, será descontada a contribuição previdenciária.

1.3 Salário maternidade. O salário maternidade tem natureza salarial e a transferência do encargo à Previdência

Social (pela Lei 6.136/74) não tem o condão de mudar sua natureza. Nos termos do art. 3º da Lei 8.212/91, "a

Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo

de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou

morte daqueles de quem dependiam economicamente". O fato de não haver prestação de trabalho durante o

período de afastamento da segurada empregada, associado à circunstância de a maternidade ser amparada por

um benefício previdenciário, não autoriza conclusão no sentido de que o valor recebido tenha natureza

indenizatória ou compensatória, ou seja, em razão de uma contingência (maternidade), paga-se à segurada

empregada benefício previdenciário correspondente ao seu salário, possuindo a verba evidente natureza salarial.

Não é por outra razão que, atualmente, o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91 dispõe expressamente que o salário

maternidade é considerado salário de contribuição. Nesse contexto, a incidência de contribuição previdenciária

sobre o salário maternidade, no Regime Geral da Previdência Social, decorre de expressa previsão legal. Sem

embargo das posições em sentido contrário, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da contribuição

previdenciária sobre o salário maternidade e a Constituição Federal. A Constituição Federal, em seus termos,

assegura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações (art. 5º, I). O art. 7º, XX, da CF/88

assegura proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei.

• No que se refere ao salário maternidade, por opção do legisladorinfraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dossalários, durante o período de afastamento, constitui incentivo suficientepara assegurar a proteção ao mercado de trabalho da mulher. Não é dadoao Poder Judiciário, a título de interpretação, atuar como legislador positivo,a fim estabelecer política protetiva mais ampla e, desse modo, desincumbir oempregador do ônus referente à contribuição previdenciária incidente sobreo salário maternidade, quando não foi esta a política legislativa. Aincidência de contribuição previdenciária sobre salário maternidadeencontra sólido amparo na jurisprudência deste Tribunal, sendo oportuna acitação dos seguintes precedentes:

• REsp 572.626/BA, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 20.9.2004; REsp 641.227/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 29.11.2004; REsp803.708/CE, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 2.10.2007; REsp 886.954/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 29.6.2007; AgRg noREsp 901.398/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 19.12.2008; REsp 891.602/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de21.8.2008; AgRg no REsp 1.115.172/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 25.9.2009; AgRg no Ag 1.424.039/DF, 2ª Turma, Rel. Min.Castro Meira, DJe de 21.10.2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.040.653/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 15.9.2011; AgRg noREsp 1.107.898/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 17.3.2010.

(STJ – Resp 1230957/RS – Rel. Min, Mauro Campbell Marques, Data de julgamento 26/02/2014)

OBRIGADA!!!!!

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Priscilla Simonato de Migueli

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