prÁticas sustentÁveis no agronegÓcio: um estudo de …maior desafio a adoção de novas práticas...
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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Ana Julia Favoretto de Oliveira
Gabriely Costa de Paula
Viviane Rodrigues Viveiro de Oliveira
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO AGRONEGÓCIO: Um
estudo de caso no Sítio Yassuda
LINS – SP
2018
ANA JULIA FAVORETTO DE OLIVEIRA
GABRIELY COSTA DE PAULA
VIVIANE RODRIGUES VIVEIRO DE OLIVEIRA
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO AGRONEGÓCIO: Um estudo de caso no Sítio
Yassuda
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof.º Me. Francisco César Vendrame e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2018
Oliveira, Ana Julia Favoretto; Paula, Gabriely de Costa; Oliveira, Viviane Rodrigues
Viveiro de
O45p
Práticas sustentáveis no agronegócio: um estudo de caso no Sítio Yassuda /
Ana Julia Favoretto de Oliveira; Gabriely Costa de Paula; Viviane Rodrigues Viveiro
de Oliveira – – Lins, 2018.
76p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –
UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2018.
Orientadores: Francisco César Vendrame; Jovira Maria Sarraceni
1. Agronegócio. 2. Sustentabilidade. 3. Práticas Sustentáveis. I Título. CDU 658
Dedicatória
Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus por ter tornado tudo possível,
nos capacitando durante esta jornada nos dando paciência, foco e sabedoria.
Dedicamos e agradecemos também aos nossos familiares pelo apoio, pois foi
através deles que concluímos mais este ciclo. Se esta oportunidade aconteceu foi
porque vocês depositaram confiança em nossa capacidade, proporcionando
condições para realização deste sonho, apoiando-nos e incentivando-nos a ir até o
fim. Vocês foram nosso apoio durante todo este processo e, por isso, serão a nossa
maior herança.
Ana Julia Favoretto de Oliveira
Gabriely Costa de Paula
Viviane Rodrigues Viveiro de Oliveira
Agradecimentos
Primeiramente agradecemos a Deus, pois confiamos a Ele todos nossos
sonhos e caminhos.
Agradecemos aos nossos familiares e em especial aos nossos pais, esposo e
avós que não mediram esforços para que chegássemos até aqui. Obrigado por
acreditar no impossível e enxergar em nós a força de vencer, vocês nos ajudaram a
enfrentar tudo aquilo que parecia ser invencível, por isso devemos acreditar que a
cada não, surge um desejo de provar que quando houver tropeços, a gente se
levanta e recomeça, assim seguimos acreditando em nossos sonhos e
conquistamos o diploma.
Agradecemos também aos proprietários do Sítio Yasuda: Sr. Minoru e Sra.
Emília por abrirem as portas e por estarem sempre à disposição para ajudar na
realização deste trabalho.
Agradecemos aos professores que passaram por nossas vidas durante estes
quatro anos, pelos conhecimentos compartilhados e por todo ensinamento, tenham
certeza que em nossas vidas levaremos uma parte de vocês.
Nosso agradecimento vai também para os Professores Orientadores, pelo
apoio e compreensão que nos foram concedidas.
Ana Julia Favoretto de Oliveira
Gabriely Costa de Paula
Viviane Rodrigues Viveiro de Oliveira
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a importância das boas práticas sustentáveis no agronegócio, setor considerado um dos mais dinâmicos e crescentes da economia brasileira. É responsável pelo desenvolvimento econômico, com grande representatividade na balança comercial, pois metade das exportações, 21,58% do total do PIB do país no ano de 2017, foi alcançado pelo setor, além de ter um papel importante na geração de renda e no baixo índice de inflação, 2,95%, obtido em 2017. Contudo, nas últimas décadas, muito se tem discutido sobre os impactos ambientais causados pela exploração agropecuária, sendo atualmente o maior desafio a adoção de novas práticas de manejo para a mitigação dos impactos ambientais. O destaque vai para o agronegócio de pequeno porte, ou agricultura familiar. Para isso foi realizado o estudo de caso no sítio Yassuda que, em 2017, destacou-se no concurso da revista Globo Rural, denominado como 4º Prêmio Fazenda Sustentável, ocupando o terceiro lugar no ranking nacional dentre os participantes por suas práticas sustentáveis. Foi realizado estudo da evolução histórica do sítio, das motivações dos proprietários na adoção das práticas sustentáveis, que nas últimas décadas, tornaram-se indispensáveis para o sucesso na produção, pois gera economia com insumos como agrotóxicos e fertilizantes, contribuindo assim para a mitigação dos impactos ambientais, englobando os três eixos da sustentabilidade: social, financeiro e ambiental. A mão de obra é basicamente familiar, contando com apenas um funcionário, devidamente registrado. Após o estudo, foi realizada a proposta de intervenção, com o intuito de divulgar o trabalho dos produtores e reafirmar a importância da adoção das práticas sustentáveis. A metodologia utilizada no trabalho foi estudo de caso, observação sistemática e histórico da empresa.
Palavras-chave: Agronegócio. Sustentabilidade. Práticas Sustentáveis.
ABSTRACT
The present work aims to demonstrate the importance of good sustainable practices in agribusiness, considered one of the most dynamic and growing sectors of the Brazilian economy, with a large trade balance, because half of the exports, 21.5% of PIB of the country in the year 2017, was achieved by the sector, in addition to having an important role in income generation and the inflation rate 2.95% obtained in 2017. However, in the last decades, much has been discussed about the environmental impacts caused by agricultural exploration, currently the greatest challenge is the adoption of new management practices to mitigate environmental impacts. We highlight the small agribusiness, or family agriculture for this was carried out the study of the case in the site Yassuda, which in 2017 was highlighted in the contest of magazine Globo Rural denominated as the 4th Sustainable Farm Award, where it occupied the third place in national ranking among participants for their sustainable practices. A study was carried out of the historical evolution of the site, of the owners’ motivations in the adoption of sustainable practices which in the last few decades have become indispensable for success in production, because it generates savings with inputs such as pesticides and fertilizers contributing to the mitigation of environmental impacts, encompassing the three axes: social, financial and environmental. The workforce is basically family with just one employee, duly registered. After the study, the intervention was carried out with the purpose of dissemination the work of producers and reaffirming the importance of sustainable practices.The Methodology used in the study was a case study, systematic and historical observation of the company.
Keywords: Agribusiness, Sustainability, Sustainable practices.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Proprietário do Sitio Yassuda ............................................................ 15
Figura 2: Alimentos Produzidos no Sítio Yassuda ............................................ 18
Figura 3: Área de Preservação Permanente e estufas de cultivo do Sítio Yassuda
......................................................................................................................... 20
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Exemplos de ações sustentáveis em cada dimensão da sustentabilidade
......................................................................................................................... 26
Quadro 2: Causas básicas da insustentabilidade no meio rural. ...................... 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIA: Avaliação de Impacto Ambiental
APOL: Associação dos Produtores e Olericultores de Lins
APP’s: Área de Preservação Permanente
CATI: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral
CEASA: Centro Estadual de Abastecimento
CEPEA: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
EPI’s: Equipamento de Proteção Individual
FEAPI: Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
IPCA: Índice de Preço ao Consumidor Acumulado
ISO: InternationalOrganization for Standardization
PAA: Programa de Aquisição de Alimentos
PDCA: Planejar, Dirigir, Controlar e Agir (plan-do-check-act)
PIB: Produto Interno Bruto
PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar
SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa
SGA: Sistema da Gestão Ambiental
VBP: Valor Bruto da Produção
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
CAPÍTULO I – SÍTIO YASSUDA .............................................................................. 14
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA ........................................................ 14
1.1 Missão .............................................................................................................. 16
1.2 Visão ................................................................................................................. 16
1.3 Valor ................................................................................................................. 17
1.4 Produtos ........................................................................................................... 17
1.5 Clientes ............................................................................................................. 18
1.6 Concorrentes .................................................................................................... 19
1.7 Fornecedores .................................................................................................... 19
1.8 Responsabilidadesocialxambiental ................................................................... 19
CAPÍTULO II – PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO AGRONEGÓCIO ....................... 21
1 AGRONEGÓCIO E AGRICULTURA FAMILIAR .............................................. 21
2 O EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO ........................................... 23
3 IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................ 24
4 SUSTENTABILIDADE NO AGORNEGÓCIO ................................................... 26
5 DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE: SOCIAL, AMBIENTAL E
ECONÔMICA ............................................................................................................ 26
6 AGRICULTURA SUSTENTÁVEL .................................................................... 29
7 GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 30
7.1 NormasISO ....................................................................................................... 31
8 PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ........................................................................... 32
CAPÍTULOIII-APESQUISA ....................................................................................... 34
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 34
1.2 MÉTODOS ........................................................................................................ 36
1.3 TÉCNICAS........................................................................................................ 36
2 AS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ADOTADAS PELO SÍTIO YASSUDA
CONTRIBUINDO NA AGREGAÇÃO DE VALOR E NA PRODUTIVIDADE DO
AGRONEGÓCIO ....................................................................................................... 36
2.1 Irrigação por gotejamento ................................................................................. 37
2.2 Plantio direto ..................................................................................................... 38
2.3 Rotação de cultura ............................................................................................ 38
2.4 Aplicação reduzida de defensivos agrícolas e cultivo em estufa ...................... 40
2.5 Utilização de adubação orgânica ...................................................................... 42
3 OS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A PREMIAÇÃO DE FAZENDA
SUSTENTÁVEL DA REVISTA GLOBO RURAL ...................................................... 43
4 OS BENEFÍCIOS DE SER RECONHECIDOS COMO PROPRIEDADE
SUSTENTÁVEL ........................................................................................................ 44
5 PARECERDOCASO ......................................................................................... 45
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................................. 46
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
APÊNDICES ............................................................................................................. 53
12
INTRODUÇÃO
O mundo está em constante evolução e conta também com diversos
avanços tecnológicos. Devido a isso, os consumidores estão se tornando cada
vez mais exigentes com o que estão consumindo, pois se preocupam-se com a
saúde e com as gerações futuras.
Por isso, produtores buscaram métodos sustentáveis para atender as
exigências e necessidades do mercado, aumentando assim sua produção e
adotando responsabilidades para não prejudicar o meio ambiente.
Dessa maneira, agricultores e pecuaristas optaram pela adoção de boas
práticas sustentáveis, para produzir com qualidade e com o menor impacto
ambiental possível.
As práticas sustentáveis, tornaram-se um fator de extrema importância
para as propriedades, pois os produtores preocupam-se em oferecer aos seus
clientes um produto bonito, gostoso e saudável. E é assim que o Sítio Yassuda
optou por produzir, ou seja, os proprietários fazem o uso de defensivos menor
que a média, utilizam adubos de origem orgânica, fizeram uma área de
reflorestamento, adotaram cultivo em estufas entre outras práticas e com isso,
seus produtos adquiriram maior qualidade. Portanto, o Sítio Yassuda obteve
eficiência em suas atividades e diminuiu os impactos ambientais.
O sítio é uma das propriedades associadas à Associação de Produtores
e Olericultores de Lins (APOL), que é uma associação que fornece alimentos
oriundos da agricultura familiar para as creches e órgãos públicos da região e
conta também com vendas feitas para seus próprios clientes, como o
supermercado Casa Hirata S.A, Yassuda Supermercados Ltda.
Supermercados Kawakami Ltda. e a Mercearia do Schiavon (varejão).
Com o intuito de verificar a importância das boas práticas sustentáveis
na agricultura para a mitigação dos impactos ambientais, foi realizado um
estudo de caso na propriedade Yassuda. Foram utilizados os métodos de
estudo de caso, observação sistemática e histórico.
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Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: a adoção de boas
práticas sustentáveis pode agregar valor ao produto e aumentar a
produtividade?
Em resposta ao questionamento, surgiu a hipótese: ser sustentável não
vai apenas agregar valor a um determinado produto, mas permitirá que a
produção seja garantida ao longo do tempo; o meio ambiente não será
degradado de forma contínua e o ganho social também será notável para as
gerações futuras.
O trabalho está assim estruturado:
O capítulo I discorre sobre a evolução histórica da empresa.
O capítulo II apresenta a fundamentação teórica sobre as Práticas
Sustentáveis.
O capítulo III demonstra a pesquisa de campo realizada no Sítio
Yassuda.
Por fim, vem a Proposta de Intervenção e a Conclusão.
14
CAPÍTULO I
SÍTIO YASSUDA
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA
Propriedade adquirida em novembro de 1989 pela família Yassuda onde
eram cultivados café, manga e goiaba. Foi feita a divisão das terras entre os
filhos do Sr. Yassuda e o talhão de terras repassado para o Sr. Minoru
Yassuda, tornou-se o sítio Yassuda.
A cafeicultura permaneceu pelos produtores até meados de 2010, porém
acabou deixando de ser rentável, devido ao alto custo de produção e preço de
venda baixo, além da escassez de mão de obra qualificada para a esta cultura.
O cultivo da goiaba permaneceu enquanto era rentável, mas no
momento em que se percebeu que se utilizava muito agrotóxico para manter a
lavoura produtiva com aspecto agradável ao consumidor, foi decidido parar e
começar com uma nova produção em ambiente protegido.
A manga, apesar de não dar retorno econômico, foi de decisão dos
produtores continuarem com a produção.
Depois de um tempo, os proprietários decidiram adotar novas culturas,
como a de anonácea pinha (fruta do conde), atemóia e graviola. Porém, com o
uso da pulverização aérea com maturadores de cana-de-açúcar que eram
trazidos pelo vento, as anonáceas tornaram-se improdutivas. Por isso, não
existem mais as anonáceas, restando apenas um pouco de atemóia e graviola.
Antes de 2002, no sítio Yassuda, a produção era realizada em campo
aberto e perceberam que poderiam diminuir ainda mais o uso de defensivos
agrícolas, graças a cursos e palestras que os proprietários participaram, pois
sempre fizeram parte de cooperativas.
Assim, em 2002, foram pioneiros no município de Lins em ter cultivos em
ambiente protegido (produção em estufas). Apesar do custo de implantação e
manejo do ambiente protegido ser alto, foi realizada a implantação e hoje a
15
propriedade conta com 9 estufas com diversidade de culturas dentro do
ambiente protegido.
Na propriedade, sempre foi levado em consideração o uso mínimo de
produtos de defensivos agrícolas. Desta forma, sempre foi dada preferência
para produtos fisiológicos, biológicos e também a produtos agrícolas que
tenham registro (recomendação do uso para aquela cultura).
Apesar de não serem produtores orgânicos, sempre foram utilizados
produtos recomendados na agricultura orgânica, visando a preservação do
produtor rural com uso de produtos menos agressivos à natureza e ao próprio
produtor, e também fazem questão do uso de equipamento de proteção
individual (EPIs).
Fonte: Camargo, 2016 p. 41
As Áreas de Preservação Permanente (APPs) foram mantidas intactas,
pois desde que a propriedade (Sítio Yassuda) foi adquirida, as áreas
reservadas para APP nunca foram cultivadas, foram mantidas sem uso e
deixando com que a natureza se regenerasse e ter água (mina d’água)
Figura 1: Proprietários do Sitio Yassuda
16
preservada.
Para o reflorestamento, deixou que a área perto da APP se regenerasse
com o propósito de se ter uma área com floresta.Hoje, a propriedade conta
coma área da APP e mais 20% de reflorestamento, tudo documentado em
cartório com a devida averbação.
Não se admitem queimadas no sítio, a não ser que seja absolutamente
necessário, caso contrário, o uso de queimadas é abominado.
Não se utiliza mão de obra de menores de idade. A mão de obra é
praticamente familiar e há um único empregado com seu devido registro.
Para a irrigação é utilizado o sistema de gotejamento, pois a água do
poço semiartesiano é escassa, e com esse sistema de irrigação, a água é
direcionada somente nas plantas, evitando o desperdício de água potável.
Para que a propriedade conseguisse a terceira colocação como fazenda
sustentável na quarta edição do prêmio, foi necessário percorrer um longo
caminho e vencer diversos desafios.
Ser sustentável é viver do que se produz ainda mais no país em que o
Produto Interno Bruto (PIB) nacional é mantido pela agricultura e sem nenhum
incentivo governamental. Mas, pode-se dizer que conquistar algo inimaginável
a um pequeno produtor rural, ser terceiro colocado no concurso Fazenda
Sustentável em um nível de ranking nacional, é uma conquista.
Para chegar ao primeiro lugar, a propriedade deve melhorar ainda mais
os seus processos e servir ainda de exemplo para os outros produtores, para
que estes sejam produtores conscientes do que se faz dentro da sua
propriedade, visando ao bem-estar de toda uma cadeia produtiva até chegar ao
consumidor.
1.1 Missão
Promover a agricultura sustentável através da agricultura familiar.
1.2 Visão
17
Ser conhecida regionalmente pela qualidade dos produtos, buscando
foco na sustentabilidade.
1.3 Valor
Simplicidade, transparência e ética, com foco na sustentabilidade.
1.4 Produtos
Atualmente o Sítio produz legumes e frutas dentre eles: tomates de
diversas variedades como o cereja e o rasteiro, pimenta americana, berinjela
comum e japonesa, abobrinha, pepinos, pimentões verde, amarelo e vermelho,
atemóia e pitaya.
O Sítio Yassuda possui legalmente uma área de preservação
permanente (APP), conta com pés de bananas utilizados como quebraventos e
pés de mangas provenientes da cultura anterior, que também geram uma
renda extra.
Os alimentos são produzidos de forma sustentável, em estufas com
sistema de irrigação por gotejamento, onde há a economia de água e
adubação durante a irrigação. A fonte de água da propriedade é um poço
semiartesiano.
O senhor Minoru explicou que o sistema de produção em estufas,
protege a lavoura de perdas por alterações climáticas, exposição a defensivos
agrícolas aplicados por aviões da agricultura vizinha de cana de açúcar e que
acabam vindos à deriva, através do vento. Também diminui a necessidade de
aplicação de defensivos contra as pragas da lavoura, garantindo o aumento da
produtividade, e diminuindo assim, os impactos ambientais. Na propriedade
utiliza-se também fertilizante orgânico; 80% da propriedade é cultivada, os
quebra-ventos são feitos por área cultivada de bananais, gerando renda e
aproveitando, ao máximo, o espaço.
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Figura 2: Alimentos Produzidos no Sítio Yassuda
Fonte: Sítio Yassuda, 2018
1.5 Clientes
Casa Hirata S.A.
Yassuda Supermercados Ltda.
Supermercados Kawakami Ltda.
Schiavon (varejão).
Central Estadual de Abastecimento (CEASA) de São José do Rio Preto.
O Sítio Yassuda é associado da Associação dos Produtores e
Olericultores de Lins (APOL), que é uma associação sem fins lucrativos, com a
função de negociar a produção dos associados, sendo a maior parte das
vendas feita para as prefeituras e entidades filantrópicas como asilos e
creches, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que
é destinado à aquisição de alimentos destinados à merenda escolar e o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que atende famílias carentes
cadastradas. A APOL também recebe assistência da Coordenadoria de
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Assistência Técnica Integral (CATI) e do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e
Pequena Empresa – (SEBRAE).
Todas as vendas feitas às prefeituras são realizadas por meio de
licitação, tendo os agricultores associados da APOL prioridade por se tratar de
uma associação de produtores da agricultura familiar. Cada agricultor tem que
possuir um CNPJ e existe um limite de venda mensal.
1.6 Concorrentes
Quando o sítio Yassuda vende seus produtos nos supermercados, os
concorrentes são todos os demais produtores e o Centro Estadual de
Abastecimento – (CEASA).
1.7 Fornecedores
Mudas do Viveiro Sempre Verde.
Insumos fornecidos pela Agrotécnica de Lins e Plantbem de Lins.
1.8 Responsabilidade social x ambiental
a) rotação de cultura: o plantio de legumes é alternado sempre, onde
vai pimentão numa safra é plantado tomate ou berinjela, e assim por
diante;
b) adubo orgânico: a propriedade quase não usa fertilizantes químicos,
faz apenas na base. De duas a três vezes por ano são aplicados
adubos orgânicos (estercos de boi ou galinha), além da crotalária
cultivada no próprio sítio;
c) irrigação: o sistema é por gotejamento o que permite menos
desperdício de água. Também é possível usar a estrutura para
adubar as plantas junto com a irrigação;
20
d) aplicação reduzida: com adoção do cultivo dentro de estufas, o sítio
produz mais, com menos defensivo com a média;
e) abastecimento: toda água usada na propriedade vem de um poço
semiartesiano;
f) estufas sustentáveis: a estrutura usada na montagem de estufas é
de madeira certificada e tratada.
Figura 3: Área de Preservação Permanente e estufas de cultivo do Sítio Yassuda
Fonte: Camargo,2016, p. 43
21
CAPÍTULO II
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO AGRONEGÓCIO
1 AGRONEGÓCIO E AGRICULTURA FAMILIAR
O agronegócio é um segmento de grande representatividade econômica,
conforme dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (CEPEA). O setor é responsável por metade das exportações e por
21,58% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no ano de 2017, que encerrou
com um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 540,3 bilhões, 1,3% em valores
reais acima do obtido em 2016, R$ 533,1 bilhões.
Além da sua importância na geração de renda, a agricultura teve um
papel importante no baixo índice de inflação obtido em 2017. O Índice de Preço
ao Consumidor Acumulado (IPCA) no ano foi de 2,95%, menor valor desde o
ano 2000, já que os produtos agrícolas têm grande peso na formação do índice
de preços. (CERQUEIRA, s.d.)
Segundo Cerqueira (s.d.), o Ministério da Agricultura tem realizado
investimentos visando ao fortalecimento do setor, objetivando aliar o
desenvolvimento econômico à preservação ambiental, realizando pesquisas no
mercado de agroenergia, ou seja, produção de energia utilizando resíduos da
produção do agronegócio.
De acordo com Zuim e Queiroz (s.d.), os profissionais ligados ao
Agronegócio terão, nas próximas décadas, o desafio de programar e gerenciar
modelos produtivos inovadores, socialmente justos, financeiramente viáveis e
ambientalmente sustentáveis englobando os três eixos: social, financeiro e
ambiental, levando em consideração algumas variáveis, bem como, a
capacidade produtiva da propriedade, a vocação produtiva, o tipo de
empreendimento, as parcerias governamentais e privadas de pesquisas
tecnológicas, dentre outros aspectos.
Na agricultura familiar ou agricultura de pequeno porte, a inovação
poderá surgir no processamento de matérias-primas, tendo, o agricultor a
possibilidade de, além de comercializar hortaliças produzidas in natura, poderá
22
também utilizar alguma forma de processamento, como por exemplo, verduras
picadas e higienizadas prontas para o consumo, com o objetivo de agregar
valor à matéria-prima produzida.
Segundo Callado (2011), alguns aspectos vêm se modificando nas
últimas décadas e, com a tendência de se manter, os produtores se
reorganizam em concorrência monopolísticas produzindo produtos
semelhantes, porém com diferenciais, bem como, rastreabilidade, certificações
de garantia de qualidade, marcas, destacando os gostos do consumidor
moderno que passou a valorizar os produtos produzidos de maneira
sustentável, produzidos com fibras naturais ou alimentos provenientes de
agricultura orgânica.
De todos os aspectos abordados, o setor vem inovando e seguindo as
tendências consumidoras. Além de produzir para atender a demanda do setor
industrial e alimentar da população, surgem outras possibilidades como o
turismo de descanso e lazer com trilhas ecológicas, parques naturais, passeios
a cavalo, local para pesca e locais para adquirir produtos artesanais, queijos,
vinhos e doces.
Paiva Junior (2011) afirma que a busca de maior lucratividade foi o maior
impulso para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil, pois o setor sempre
investiu em aprimoramento técnico e gerencial, porém, surgiram mais dois
fatores na última década, pressionados por alguns mercados consumidores,
sendo eles fatores sociais e ambientais.
O fator social diz respeito às condições de vida do trabalhador rural,
devido aos históricos de exploração deste trabalhador em décadas passadas.
Hoje, as empresas rurais são cobradas a incluir à sua rotina produtiva, práticas
de responsabilidade social, respeitando direitos trabalhistas como acesso à
moradia, carga horária compatível e melhoria nas condições de trabalho.
O fator ambiental leva em consideração a adoção de práticas ligadas à
preservação do meio ambiente, por meio de utilização de tecnologias capazes
de diminuir os impactos ambientais causados pela exploração agropecuária,
surgindo um tema amplamente discutido que é a produção sustentável.
Observa-se que o setor que anteriormente buscava tão somente a
lucratividade, hoje busca a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade
social.
23
2 O EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO
Segundo Paiva Júnior (2011), embora não exista um consenso sobre o
conceito de empreendedorismo, geralmente associado à criação de novos
negócios, a ideia geral é a de que se trata da modificação das condições do
mercado concorrente através de inovação.
Por outro lado, a busca do crescimento desenfreado vem trazendo
implicações severas sobre o planeta e sobre as vivências em sociedade, sendo
notórias a degradação ambiental, o desemprego, as crises econômicas e a
desigualdade social. Frente a esse quadro, o empreendedor não pode deixar
de refletir sobre a realidade de lidar com o crescimento, sem pensar nas
questões sociais e ambientais, sendo socialmente comprometido e
ambientalmente sustentável, além de economicamente viável.
Paiva Júnior (2011) destaca que empreender no agronegócio demanda
em se preocupar com extração e utilização de recursos naturais e lidar com a
forte influência de eventos climáticos e geológicos. O elevado grau de
mudanças e incertezas no setor tem exigido ações proativas para que possam
sobreviver e expandir no cenário internacional, o que traz inúmeras dificuldades
resultando em altas taxas de mortalidade empresarial. Nesta perspectiva, ao
profissional gestor, são exigidos padrões de excelência e perfil renovado na
adaptação e antecipação às necessidades da organização, primando por
formatos organizacionais flexíveis e práticas socioambientalmente
responsáveis e, em paralelo, agir de forma rentável em relação aos negócios.
Esta capacidade pode ser decisiva para o sucesso do negócio a longo prazo.
O setor é composto de atividades econômicas de suporte à realização
das atividades principais de produção, por exemplo, bancos especializados,
fabricantes de máquinas agrícolas, desenvolvedores de softwares que, apesar
de serem comuns a diversos setores, possuem papel importante direcionados
às especificidades do agronegócio.
Dentre outros fatores importantes para o crescimento do setor e sua
consolidação na posição global de fornecedor de alimentos e fibras, existe a
combinação de diversos fatores, como o investimento em tecnologia e
24
pesquisa, clima favorável, extensa área útil à exploração da agropecuária,
integração da cadeia produtiva e capacidade empreendedora. (PAIVA JÚNIOR,
2011)
3 IMPACTOS AMBIENTAIS
Desde o princípio da colonização, os biomas brasileiros sofrem com as
práticas realizadas. No início, os biomas mais afetados foram a Caatinga e a
Mata Atlântica que sofrem com as práticas da pecuária extensiva, o cultivo da
cana-de-açúcar, as práticas extrativistas deste bioma, entre outros.
(DIAS,2009)
Com a população mundial aumentando, a necessidade por alimento
também está crescendo e elevando o valor das commodities agrícolas – que
são produtos que podem ser utilizados como matéria-prima e serem estocados
sem perder a qualidade.
Porém, sabe-se que é inevitável que não haja alterações ambientais
com a implantação de algum projeto. Pensando nisso, o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente - IBAMA, nas suas atribuições, em 1986, descreveu nas
resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que resolve:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.
Com a expansão do agronegócio, isto se torna animador do ponto de
vista econômico, porém, torna-se preocupante no tocante aos impactos
ambientais, por se tornarem inevitáveis neste crescimento.
Na incessante busca pelo crescimento econômico, as empresas acabam
desrespeitando a legislação ambiental e desencadeando os impactos
ambientais, tais como: o desmatamento, que foi o caso da Mata Atlântica, a
25
perda da biodiversidade; a degradação do solo, a contaminação dos
mananciais devido ao uso excessivo de agrotóxicos. (DIAS, 2009)
Portanto, é necessário que haja uma Avaliação de Impacto Ambiental
(AIA), que é um instrumento de política ambiental que foi criado pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA). É formado por um conjunto de
procedimentos que é capaz de mensurar desde o início de instalação de um
projeto os impactos que este irá causar e as possíveis alternativas a serem
adotadas. (FERNANDES NETO et al, 2008)
Permite que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados. Além disso, os procedimentos devem garantira adoção das medidas de proteção do meio ambiente determinadas, no caso decisão sobre a implantação do projeto. (FERNANDES NETO etal, 2008, p. 144)
“A AIA tem por objetivo final a implementação de propostas com custos
sociais reduzidos, através da otimização dos benefícios e diminuição dos
danos ao meio ambiente e às comunidades afetadas.” (FERNANDES NETO et
al., 2008, p.145)
Existem vários tipos de impactos ambientais, os quais podem ser
classificados como impactos positivos, impactos negativos, impactos diretos,
impactos indiretos, impacto local, impacto temporário e impactos cíclicos.
Impacto positivo: quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro ambiental; - Impacto negativo: quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental; - Impacto direto: resultado da simples ação causa e efeito; - Impacto indireto: resultante de uma reação secundária, ou quando é parte de uma cadeia de reações; - Impacto local: quando a ação afeta o próprio local e suas imediações; - Impacto temporário: quando o feito da ação tem duração determinada; - Impacto cíclico: quando os efeitos se manifestam em intervalos de tempo determinados. (FERNANDES NETO, et al., 2008, p.150).
Segundo Ramos; Luchiari Jr (s.d.), qualquer atividade agrícola que se
utiliza de recursos naturais, usa insumos e defensivos químicos, provoca
impacto ambiental. Contudo estes impactos podem ser reduzidos com
planejamento, uma ocupação cuidadosa e emprego de técnicas de
conservação.
26
4 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO
A sustentabilidade no agronegócio é bastante evidente na agricultura,
principalmente pela dimensão ambiental, onde tem causado um grande
impacto ao meio ambiente.
De acordo com Giordano (2005, p. 256 apud SILVA, 2012), “as
atividades agrícolas são reconhecidamente causadoras de problemas ao meio
ambiente”.
Assim, a organização, dentro da produção agrícola, deve optar por
métodos sustentáveis, que visam à diminuição dos problemas enfrentados por
ela. Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sustentável tem ganhado
força.
“O conceito envolve um conjunto de questões simultâneas, tais como
crescimento econômico, exploração racional dos recursos naturais,
conservação, qualidade de vida, pobreza e distribuição de renda”. (SOUZA
FILHO, 2009 apud KAWA, 2016).
Com isso, o desenvolvimento sustentável busca satisfazer às
necessidades das gerações de hoje e do futuro, implicando no
desenvolvimento econômico e social e na preservação ambiental.
5 DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADADE: SOCIAL, AMBIENTAL E
ECONÔMICA
A sustentabilidade é a capacidade de se desenvolver tecnicamente,
economicamente e socialmente respeitando a natureza, pois consiste em
conservar o solo, a água e os recursos animais e vegetais, além disso, usa
recursos naturais para não degradar e evitar danos ao meio ambiente
mitigando impactos ambientais. (REDAÇÃO PENSAMENTO VERDE, 2013)
Quadro 1: Exemplos de ações sustentáveis em cada dimensão da sustentabilidade DIMENSÃO AÇÕES SUSTENTÁVEIS
Ambiental
Redução das emissões de gases nocivos, de efluentes líquidos e de resíduos sólidos; consumo consciente dos recursos água e energia; conformidade com as normas ambientais; exigência de um posicionamento socioambiental dos fornecedores; uso racional dos materiais utilizados na produção; investimentos na biodiversidade; programa de reciclagem e preservação do meio ambiente.
27
Econômica
Aumento ou estabilidade do faturamento; tributos pagos ao governo; folha de pagamento; maior lucratividade; receita organizacional; investimentos; aumento das exportações (relacionamento com o mercado externo).
Social
Desenvolvimento da comunidade/sociedade; segurança do trabalho e saúde ocupacional; responsabilidade social; treinamento; cumprimento das práticas trabalhistas; seguridade dos direitos humanos; diversidade cultural.
Fonte: Araújo et al.2006 apud SILVA,2012.
Segundo Giordano (2005), existem algumas práticas que causam
a insustentabilidade no meio rural, conforme o quadro 2 a seguir:
Quadro 2: Causas básicas da insustentabilidade no meio rural. EFEITO CAUSA
Degradação do solo
A falta de práticas mais tradicionais e corriqueiras de conservação do solo tem sido comum, principalmente em países em desenvolvimento, por falta de recursos, assistência técnica. Educação básica e tradição conservacionista.
Disponibilidade limitada de água
A disponibilidade de água tanto superficial quanto de subsolo representará um dos maiores problemas do terceiro milênio. Some-se a isso, a qualidade da água disponível, muitas vezes contaminada com poluentes de origens humana (esgoto), animal (dejetos) e química (de origem agrícola: fertilizantes, defensivos, fármacos veterinários; de origem industrial: produtos químicos em geral).
Esgotamento de outros recursos
naturais
Destruição de biomas, desmatamentos não planejados, desertificação, poluição de mananciais, destruição e ameaça à biodiversidade.
Pobreza rural
Insustentabilidade econômica cada vez maior das populações dos países pobres. Incapacidade de produção em escala. Falta de educação básica, conhecimentos técnicos e capital para produzir em escala. Diminuição em escala global de consumo de produtos tradicionais como: arroz, feijão, farináceos, mandioca e milho nos centros urbanos, os quais são importantes consumidores, com queda histórica nos preços destes produtos.
Crescimento intenso da população
Forte pressão de demanda cada vez maior por produtos protéicos, especialidades, alimentos funcionais com maior valor agregado.
Diminuição da força de trabalho agrícola
Com a incapacidade de sustentação das famílias decorrente da pequena renda gerada pela pequena produção rural, pelo desconforto e brutalidade do trabalho rural sem implementos e máquinas e outros fatores, verifica-se uma transferência de populações rurais para as áreas urbanas. As cidades, por mais problemáticas que sejam diferentemente da agricultura, oferecem durante 24 horas, oportunidades de serviços e ganhos para quem nela esteja.
Fonte: Giordano,2005 apud SILVA 2012.
Assim, as organizações apontam as três dimensões as quais são
primordiais para a atuação organizacional que são: ambiental, social e
econômica.
28
“O aspecto ecológico ou ambiental é o capital natural de uma empresa.
Compreende a proteção e gestão dos recursos renováveis a fim de amenizar
os impactos e tentar compensar de alguma forma”. (ARAÚJO, 2006 apud
FRASSETO, 2012).
A dimensão ambiental (o planeta), conhecida como capital natural,
preocupa-se com os danos ambientais causados por algum processo em
desenvolvimento, seja a curto, médio ou longo prazo. Preocupa-se também
com a satisfação das necessidades das gerações de hoje sem comprometer as
gerações futuras. Para isso, as organizações adotam medidas mitigatórias tais
como: substituição de recursos não renováveis por recursos renováveis com
objetivo diminuir os impactos ambientais e preservar a biodiversidade.
A sustentabilidade social trata da consolidação de processos que promovem a equidade na distribuição dos bens e da renda para melhorar substancialmente os direitos e condições de amplas massas da população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida das pessoas. Uma empresa sustentável socialmente considera o capital humano na forma de saúde, habilidades e educação, assim como medidas amplas de saúde da sociedade e do potencial de criação de riqueza. (ELKINGTON,2012 apud KAWA, 2016, p.1).
No tocante à dimensão social (pessoas), consiste no aspecto social que
engloba todas as atividades desenvolvidas pela sociedade em geral,
atendendo o desenvolvimento da mesma, garantindo segurança, saúde,
educação e tudo aquilo que envolve o capital humano da empresa ou
sociedade, logo, visa diminuir a desigualdade nas diferenças sociais.
(FRASSETO, 2012).
Quanto à dimensão econômica, são analisados os temas ligados à
produção, distribuição e consumo de bens e serviços e devem-se levar em
conta os outros dois aspectos. (LASSU, 2011 apud FRASSETO, 2012).
A dimensão econômica (lucro) é aquela que prevê que as organizações
devem ser economicamente viáveis. Conhecido como economia formal, suas
atividades informais aumentam o retorno monetário e traz qualidade de vida
aos indivíduos. Mas, a empresa só será eficiente se utilizar o método de
recursos naturais pelo qual não vai causar degradação do meio ambiente e seu
desenvolvimento econômico será sustentável.
Araújo et al. 2006 apud SILVA, 2012, diz que o conceito de
sustentabilidade está ligado às três dimensões e que, para uma empresa ser
29
considerada sustentável, é necessário ter ações eficientes nessas três
dimensões.
Portanto, para que uma organização ou sistema seja considerado
sustentável, as três dimensões da sustentabilidade são complementares umas
das outras, não devendo ser trabalhadas separadamente.
6 AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Os acontecimentos causados pelo desequilíbrio ecológico provocado
pelas atitudes do homem com o meio ambiente têm levado os agricultores a
adotarem mecanismos que possuem uma cultura sustentável na agricultura,
optando por boas práticas sustentáveis a fim de evitar uma devastação
ambiental.
Agricultura sustentável é considerada economicamente viável, pois ela
respeita o meio ambiente e, a agricultura, para se tornar sustentável, deve
garantir e atender às necessidades da geração presente, sem comprometer as
gerações futuras bem como proporcionar qualidade de vida para as mesmas.
(AGROW, 2017)
Portanto, a sustentabilidade no agronegócio é aumentar a produtividade,
melhorando a segurança, adotando responsabilidade socioambiental a fim de
garantir o sustento de todas as gerações.
Para desenvolver a cultura sustentável no agronegócio, é necessário,
conforme AGrow,(2017) que haja:
a) redução do uso de adubos químicos;
b) utilização de técnicas que evitem a poluição do ar, do solo e da
água;
c) utilização de sistemas de captação de água das chuvas para uso na
irrigação;
d) utilização de fontes de energia limpa (biodiesel, biogás, etanol,
biomassa, etc.;
e) não desmatar florestas para ampliação de áreas agrícolas;
f) evitar o desperdício, utilizando técnicas de reciclagem quando
possível;
30
g) não utilizar pesticidas ilegais na eliminação de pragas, pois
contaminam o solo e colocam a saúde de consumidores e
manipuladores em risco.
7 GESTÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental tem como objetivo fornecer ferramentas necessárias
para alcançar as metas ambientais e a melhoria contínua no desempenho de
uma organização, que busca a qualidade ambiental, adotando medidas
preventivas ao meio ambiente.
Os consumidores aprovam a ideia da adoção de mudanças na produção
de alimentos, de modo que sua produção não agrida ao meio ambiente e tenha
consciência de qualidade. As organizações devem buscar a implantação de
políticas ambientais, tendendo seu desenvolvimento a ser sustentável.
Com isso, as organizações estão adaptando práticas sustentáveis
através da reciclagem das medidas que poupam o meio ambiente e que não
venham causar impactos ambientais, tais como degradação do solo, poluição
do ar e contaminação da água.
A produção sustentável se dá por meio da gestão ambiental, que consiste em um conjunto de procedimentos bem definidos com o intuito de reduzir e controlar os impactos de um empreendimento ou organização sobre o meio ambiente. (CAVALCANTI; CARTAXO, 2015, p. 5).
As atividades ligadas à produção agrícola estão crescendo e os
processos relacionados à produção buscam de alguma forma reduzir a geração
de resíduos, o impacto na água, no solo e no ar além de preservar a
biodiversidade.
O sistema de Gestão Ambiental é conceituado por Dias como:
Conjunto de responsabilidades organizacionais, procedimentos, processos e meios que se adotam para a implantação de uma política ambiental em determinada empresa ou unidade produtiva. Um SGA é a sistematização da gestão ambiental por uma organização determinada. É o método empregado para levar uma organização a atingir e manter-se em funcionamento de acordo com as normas estabelecidas, bem como para alcançar os objetivos definidos em sua política ambiental. (DIAS, 2009, p.91)
31
As organizações procuram implantar medidas preventivas sustentáveis
para que reduza os custos, alcance os melhores resultados, conquiste uma
imagem positiva frente seus clientes e o mercado e também obtenha uma
vantagem competitiva para que se tenha credibilidade.
Mas, para isso, é necessário que as organizações adotem uma visão
sistêmica, global, abrangente e holística que possibilite visualizar toda causa e
efeito.
7.1 Normas ISO
A ISO 14000 é elemento eficaz que assegura e demonstra a melhoria
contínua do desempenho ambiental, o qual é responsável por avaliar os
resultados através da conservação e da preservação do meio ambiente.
(LOPES, 2014)
A norma ISO 14001 é um modelo de ferramenta criada para auxiliar a
estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades,
práticas, procedimentos, processos e recursos a fim de identificar, priorizar,
analisar e gerenciar seus riscos ambientais. A norma faz com que a empresa
dê uma maior atenção às questões mais relevantes de seu negócio como a de
manter a política ambiental. A ISO 14001 exige que as empresas se
comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas para
evitar impactos ambientais. (LR, 2018)
Essa norma é baseada no ciclo PDCA do inglês "plan-do-check-act" -
planejar, fazer, checar e agir:
a) planejar: estabelecer objetivos, metas, procedimentos e métodos,
criando estratégia para atingir as propostas estabelecidas em todo o
processo;
b) fazer: executar e acompanhar as tarefas planejadas;
c) corrigir: verificar os resultados das tarefas executadas;
d) agir: analisar se as ações utilizadas estão corretas.
As organizações que utilizam o ciclo PDCA no planejamento irão obter
soluções dos problemas, reduzindo falhas e erros, melhorando a produtividade
e a qualidade a fim de evitar desperdícios e aumentar a satisfação dos clientes.
32
A ISO 14004 tem como objetivo dar suporte para a implementação e
aperfeiçoamento de um sistema de Gestão Ambiental sendo destinada ao uso
interno da organização, onde as mudanças ocorrem em relação ao foco na
proteção do meio ambiente, desempenho ambiental, perspectiva de ciclo de
vida, liderança e gestão ambiental estratégica.
O estudo das Normas da ISO 14001 e 14004 proporcionam melhor o
gerenciamento do meio ambiente.
8 PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
Produzir alimentos para um grande número de pessoas e ainda assim
preservar o meio ambiente vem sendo um grande desafio para a agricultura e
pecuária.
Segundo o Grupo Inquima (2016), devido ao solo ser um recurso natural
não renovável, o homem começou a se preocupar em como preservá-lo e,
assim sendo, desenvolveu práticas sustentáveis na agricultura e pecuária para
a preservação do meio ambiente das quais fazem parte:
a) integração lavoura-pecuária-floresta: consiste em combinar árvores,
com cultivo de grãos e gado na mesma área;
b) descarte correto de embalagens: é a correta destinação final das
embalagens vazias de agrotóxicos;
c) florestamento e reflorestamento: ajuda a não se ter erosão nas
propriedades e ajuda na preservação de mananciais e cursos
d’água;
d) rotação de culturas: é quando se opta por alternar culturas em uma
determinada área agrícola. Com essa prática, a fertilidade do solo é
melhor, pois o aprofundamento das raízes auxilia a drenagem e o
controle de pragas e doenças também é melhorado;
e) plantio direto: este método consiste em depositar a semente sem
que haja um preparo prévio do solo com uso de grades e arados. A
plantadeira apenas faz um sulco onde serão depositadas as
sementes e os restos de culturas e palhas são deixados na
superfície do solo;
33
f) manejo da água: é utilizar a água de forma racional, obedecendo as
necessidades de cada cultura cultivada.
34
CAPÍTULO III
A PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
É de suma importância a adoção de boas práticas sustentáveis no
agronegócio, porque a cada dia aumenta a preocupação com o meio ambiente,
pois a agricultura sustentável tende a garantir a capacidade de produção e a
preservação do meio ambiente. Logo o agricultor passa ter uma missão na qual
deve produzir de maneira eficiente e sustentável, mantendo o equilíbrio na
produtividade, atendendo as necessidades dos clientes.
As chamadas Boas Práticas Agrícolas são um conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas, orientadas a assegurar a proteção da higiene, da saúde humana e do meio ambiente, mediante métodos ecologicamente seguros, higienicamente aceitáveis e economicamente fatíveis. (KAMIYAMA, 2011, p.37)
Segundo a CATI et al. (2010), as boas práticas aplicadas na
agropecuária ou agronegócio consistem num conjunto de normas e técnicas
inseridas numa propriedade que culminam no aumento de produção de
alimentos saudáveis e seguros. A sua prática resulta também em um melhor
desenvolvimento abrangendo as três esferas: econômico, social e ambiental,
terminando numa quarta esfera que abrange a cadeia produtiva, que é o
consumidor final, ou seja, as práticas são implantadas pelo produtor, porém os
seus benefícios vão muito além das cercas da propriedade.
As boas práticas agropecuárias são uma ferramenta cujo uso leva à
sustentabilidade, pois utiliza técnicas agrícolas ambientalmente menos
agressivas, como o uso racional da água e agrotóxicos, bem como cuidados
antes e depois do plantio, resultando em menos desgaste do solo e alteração
da biodiversidade e consequentemente menor impacto ambiental. (CATI et al.,
2010).
Os beneficiados com as boas práticas:
35
a) produtores rurais:por produzir em maior quantidade com melhor
qualidade e maior valor agregado, reduzindo desperdícios,
garantindo um excelente e mais produtivo ambiente de trabalho.
b) trabalhadores: garantia de boas condições de trabalho aos
empregados, com a diminuição de acidentes de trabalho, devido
treinamentos constantes e aplicações de normas de segurança, bem
como a garantia dos direitos legais dos trabalhadores, contribuindo
para o aumento da produtividade.
c) consumidores: garantia de produtos mais saudáveis, devido técnicas
de plantio e de criação de animais mais seguras, diminuindo riscos
de contaminação e transmissão de doenças, elevando a confiança do
consumidor e fidelizando à clientela.
d) meio ambiente: a utilização de técnicas menos agressivas e
sustentáveis, garante menos desgaste no solo, diminuição de
impactos ambientais e de alterações da biodiversidade local. (CATI et
al., 2010)
A agricultura sustentável não constitui algum conjunto de práticas especiais, mas sim um objetivo: alcançar um sistema produtivo de alimento e fibras que: aumente a produtividade dos recursos naturais e dos sistemas agrícolas, permitindo que os produtores respondam aos níveis de demanda engendrados pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico; produza alimentos sadios, integrais e nutritivos que permitam o bem-estar humano; garanta uma renda líquida suficiente para que os agricultores tenham um nível de vida aceitável e possam investir no aumento da produtividade do solo, da água e de outros recursos; e corresponda às normas e expectativas da comunidade. (KAMIYAMA, 2011, p. 20)
Com o objetivo de verificar a importância das boas práticas sustentáveis na
agricultura para a mitigação dos impactos ambientais, foi realizada uma
pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa no Sítio Yassuda
Lins, no período de fevereiro a outubro 2018.
O Sítio Yassuda está localizado no Bairro Boa Sorte, estrada Chiquinho
Junqueira- Lins/ SP. Tornou-se terceira colocada em 2017 entre as fazendas
mais sustentáveis do Brasil. Tem apenas 36,3 hectares, sendo 28,4 deles
dedicados ao cultivo em estufas de pimentões, pimenta americana, abobrinhas
e tomates, e de berinjelas e atemóias em campo aberto, e o restante, uma área
de 7,9 hectares de área preservada, a APP.
36
No sítio Yassuda, que funciona há 30 anos em Lins (SP), Minoru e Emilia
conseguiram multiplicar por dez a produtividade dos campos de frutas e
hortaliças. Eles se basearam em práticas como rotação de culturas, irrigação
por gotejamento e cultivo em estufas.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e
técnicas:
1.2 MÉTODOS
Método de Estudo de Caso: foi realizado um estudo de caso no Sítio
Yassuda, analisando a importância das boas práticas sustentáveis na
agricultura para a mitigação dos impactos ambientais.
Método de Observação Sistemática: foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados às boas práticas sustentáveis na
agricultura para o desenvolvimento do estudo de caso no Sítio Yassuda.
Método Histórico: foi observada a evolução histórica do Sítio Yassuda.
1.3 TÉCNICAS:
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)
Roteiro do Histórico do Sítio Yassuda (Apêndice C)
Roteiro de entrevista para os Proprietários do Sítio Yassuda (Apêndice
D)
Outros registros: dados ilustrativos.
2 AS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ADOTADAS PELO SÍTIO YASSUDA
CONTRIBUINDO NA AGREGAÇÃO DE VALOR E NA PRODUTIVIDADE DO AGRONEGÓCIO.
Das práticas sustentáveis existentes, as utilizadas no sítio são:
a) irrigação por gotejamento;
37
b) plantio direto;
c) rotação de cultura;
d) aplicação reduzida de defensivos agrícolas;
e) utilização de adubação orgânica;
f) cultivo em estufas.
2.1 Irrigação por gotejamento
De acordo com Sá (sd), a irrigação é uma técnica milenar que determina
a prosperidade e desenvolvimento econômico de um povo. Muitas civilizações
desenvolveram-se graças a esta técnica que sempre foi um fator de riqueza e
prosperidade. Com o aumento da demanda por métodos eficientes que
consumam menos recursos com maior produtividade, a irrigação por
gotejamento tem ganhado espaço nos últimos anos.
Atualmente, estima-se que o suprimento de água doce disponível seja utilizado na proporção de: 70% na agricultura, 20% na indústria e 10% nas cidades para consumo humano. Observa-se que há muito espaço a ser avançado pela irrigação por gotejamento para que as atividades humanas continuem crescendo atendendo à demanda de alimentos em quantidade e qualidade sem esgotar os recursos hídricos, o avanço tecnológico e estas necessidades têm popularizando cada vez mais a irrigação por gotejamento. (SÁ, s.d.)
2.1.1 Características da Irrigação por Gotejamento
Neste sistema, a água é levada por meio de canos e aplicada, através
de gotas, diretamente e somente em parte do solo próximo à planta que fica
molhado, formando o denominado “bulbo úmido”. Ao se encontrarem, estes
formam uma faixa úmida, reduzindo a exposição da superfície úmida e
consequente perda de umidade por evaporação e o consumo de água,
comprovando a eficácia desse método frente às outras técnicas. (BERNARDO,
2002).
No Sítio Yassuda, é utilizada a técnica de irrigação por gotejamento,
utilizando a água de um poço semiartesiano. Além de reduzir o consumo de
água, o método por gotejamento permite também a aplicação de adubo diluído
38
na água da irrigação, facilitando o manejo e contribuindo para a redução de
mão de obra, o que se torna muito vantajoso.
2.2 Plantio direto
De acordo com Primavesi (2011), plantio direto é um método utilizado
para conservar a produtividade da terra recém roçada, exige o controle de
compactação do solo, sendo regra mexer o mínimo possível com a terra para
evitar o nascimento de plantas invasoras.
Tem como base a não utilização de herbicida, porém nos quatro ou
cinco primeiros anos, há a necessidade de utilização deste antes e após a
colheita. Depois desse período, a terra se estabiliza e as plantas invasoras
quase desaparecem. É utilizada também a camada protetora de palha na
superfície que deve ser de 5 a 7 cm de espessura. Sem essa proteção, a terra
resseca e se aquece; a proteção da palha diminui consideravelmente a erosão,
permite o plantio em qualquer época do ano, diminui a necessidade de adubos
químicos, proporcionando colheitas elevadas e estáveis.
Ainda segundo Primavesi, (2011) a técnica do plantio direto não pode
ser utilizada numa monocultura, o que não é o caso do sítio Yassuda, que
utiliza com sucesso o plantio direto aliado à rotação de cultura.
2.3 Rotação de cultura
No cultivo no campo, é comum encontrar diversas plantações. Muitos
produtores optam por culturas como a soja, o trigo ou o milho. Quando estas
alternativas são levadas para o campo geralmente está sendo feito o uso da
“monocultura”.
A monocultura é quando uma única cultura é cultivada, plantada e
replantada ao menos duas vezes ao ano. Portanto, como em qualquer outro
cultivo a monocultura acaba criando suas pragas e doenças.
De acordo com Primavesi (2011), as plantas sempre retiram os mesmos
nutrientes e excretam as mesmas substâncias. As excreções das plantas
39
servem como alimento para os microorganismos presentes no solo, e estes
servem de alimentos para outros animais. Desta forma, a cadeia alimentar está
formada.
Porém, outros microorganismos presentes no solo acabam morrendo de
fome devido a não conseguirem se alimentar de certas substâncias.
Primavesi, (2011) destaca ainda que, numa propriedade onde existe a
utilização de plantio direto ou convencional, a rotação de cultura é
indispensável, sendo uma maneira de oferecer cada vez mais uma melhor
condição de vida aos seres vivos existentes no ecossistema contribuindo para
o controle da biodiversidade. Esta rotação deve constituir-se de, no mínimo,
quatro a cinco culturas.
Ao contrário do que muitos pensam, os insetos ajudam no controle
biológico de pragas e doenças, mas se o produtor opta pela monocultura, ele
acaba deixando o ambiente propício para que as pragas e doenças se
fortaleçam e sendo assim, o inimigo natural suma daquele local.
“As plantas que esgotaram a terra, sempre dos mesmos nutrientes,
ficam mais fracas, mais suscetíveis” (PRIMAVESI, 2011, p. 85).
Segundo Primavesi (2011), o cultivo de apenas duas culturas não pode
ser considerado como rotação de culturas; para que isso ocorra, é necessário
que haja o cultivo de no mínimo quatro culturas diferentes.
As pragas e doenças tornam-se presentes no solo devido à retirada das
possibilidades de qualquer ser vivo sobreviver naquele ambiente.
Portanto, a prática de rotação de culturas serve para vários fatores e
contribui para o melhor manejo do solo. “Esta prática contribui para o controle
de determinados organismos causadores de pragas e doenças, ajuda no
controle de plantas espontâneas, melhora a reciclagem de nutrientes do solo e
contribui para controle da erosão.” (KAMIYAMA, 2011, p.43)
A rotação de culturas é uma prática utilizada no Sítio Yassuda. Nas
estufas onde são feitos os cultivos, os produtores optam pela prática, pois ela
auxilia a renovar os nutrientes presentes no solo e reciclar os que estão em
déficit. Por exemplo, em uma estufa onde foi cultivado o tomate, a próxima
cultura a ser cultivada ali será pimentão ou berinjela, e assim por diante.
40
A resistência da planta aumenta não somente pela transmissão de
genes, mas pelo solo equilibrado, matéria orgânica abundante e rotação de
culturas.
2.4 Aplicação reduzida de defensivos agrícolas e cultivo em estufas
Desde a antiguidade há vestígios que o ser humano já combatia as
plantas daninhas e insetos que provavelmente seriam uma ameaça para as
plantações. Estas formas de combate iam desde a fumaça que os romanos
usavam para espantar insetos até os defensivos agrícolas utilizados nos dias
de hoje.
Sempre houve competição por alimentos entre outros seres vivos e o homem e, dessa forma, estes procuraram usar sua inteligência para obter um balanço favorável nessa luta. Uma de suas armas foi a utilização de produtos para controlar as pragas, doenças e ervas daninhas, para aumentar a produção de alimentos. (CHAIM, s.d., p. 289)
O uso de agrotóxicos no campo deve ser com o objetivo de diminuir a
ameaças de pragas e doenças das culturas que são cultivadas.
Para se utilizar os agrotóxicos mais eficientemente, os alvos precisam ser definidos em termos de espaço e de tempo, para se estabelecer qual a quantidade de produto necessária e sua disponibilidade para as pragas e doenças. (CHAIM, s.d., p. 295)
Portanto, é necessário que haja um conhecimento da biologia das
possíveis ameaças para que seja feito o controle na aplicação dos defensivos.
Praticamente todas as propriedades já fizeram ou ainda fazem o uso de
agrotóxicos.
O objetivo destes produtos é promover a proteção das plantas contra o
ataque de insetos, ácaros, ervas daninhas, fungos, bactérias entre outros.
Dentro do conceito de proteção das culturas, deseja-se a redução da população da praga ou de um estágio de seu desenvolvimento que seja diretamente responsável pelos danos em determinadas culturas. A proteção da cultura será mais eficiente quando os agrotóxicos forem aplicados economicamente, dentro de uma escala determinada pela área ocupada pela praga e pela urgência com que a população deve ser controlada. (CHAIM, s.d., p.295)
O que acontece muitas vezes é que os produtores preocupados com os
prejuízos que estes ataques podem trazer para a lavoura e consequentemente
atrair um prejuízo financeiro, eles optam pelo uso exacerbado destes
defensivos.
41
Porém, é importante lembrar que estes agrotóxicos usados em grande
escala e de maneira em que não haja um controle, podem causar prejuízos à
saúde humana, acabam poluindo o solo ao qual estão sendo inseridos e
possivelmente contaminam a água.
Com a constante evolução, foi possível notar que as pragas e doenças
com o tempo podem acabar criando resistência aos produtos utilizados e por
isso a aplicação torna-se mais intensa.
O objetivo principal de uma pulverização é atingir o alvo com quantidade suficiente de ingrediente ativo, obtendo o máximo de eficiência sem contaminar as áreas adjacentes. Cabe aos técnicos identificar a presença de pragas, doenças e plantas daninhas, avaliar se estas estão presentes a ponto de causar danos econômicos e orientar quando há necessidade de intervenção com a pulverização. (CHAIM, s.d., p. 313)
Uma forma de proteção utilizada também pelos produtores, que ajuda a
inibir a ação de pragas e doenças, é adoção do cultivo em estufas.
“O sistema de cultivo protegido não envolve apenas a proteção das
plantas ali expostas, como também interfere em todas as relações das plantas
com o ambiente.” (CAMPOS, 2016)
O cultivo com estufas pode ser uma loucura no começo, visto que a
implantação deste sistema é mais cara que os métodos convencionais. Porém
com o índice de perdas reduzidos este valor pode ser recuperado num curto
espaço de tempo e as vantagens com este método serão inúmeras.
As plantas, protegidas pela camada transparente das estufas recebem uma menor quantidade de raios UV, tornando-as mais saudáveis e muito mais familiares ao sistema de agricultura orgânica. Dependendo do material da estufa usada para a produção, é possível ainda reduzir a entrada de pragas e fungos, como a lagarta do cartucho ou o pulgão, o que evita a utilização de pesticidas. (CAMPOS, 2016)
Quando a cultura da cana-de-açúcar começou a ser difundida na região
e a tecnologia usada pelas usinas para aplicação de defensivos agrícolas
começaram a chegar, os proprietários do Sítio Yassuda perceberam que a sua
produção vinha sofrendo perdas e o prejuízo era cada vez maior.
Foi então que optaram pelo cultivo protegido em estufas e a aplicação
reduzida de agrotóxicos. No começo o investimento nas estufas foi de valor
alto, porém as vantagens que trouxeram foram grandes e optaram por manter
este sistema até hoje.
42
Já em relação ao uso de agrotóxicos, é feita a aplicação com menos
defensivo que a média. Estes defensivos são utilizados quando algumas
pragas se mostram resistentes à adubação orgânica utilizada no sítio.
2.5 Utilização de adubação orgânica
A atividade agrícola é utilizada há muito tempo pelo homem que, na sua
finita ignorância, acabou devastando lugares em busca de espaço para atender
as demandas de alimento para a população. Com isso, muitos recursos foram
esgotando e o solo foi um deles, que acabou perdendo suas propriedades
primárias. Foi então que o homem viu a necessidade de mudar seus hábitos e
arrumar uma maneira de então repor os nutrientes que eram arrancados do
solo.
“O adubo orgânico é constituído de resíduos de origem animal e vegetal
que, após a decomposição, resulta em matéria orgânica. A compostagem, a
vermicompostagem, adubação verde e o biofertilizante são os adubos
orgânicos mais conhecidos e viáveis economicamente.” (FINATTO et al., 2013,
p. 86)
No Sítio Yassuda, quase não é feito o uso de fertilizantes químicos,
apenas quando se julga necessário entrar com o uso destes defensivos e em
menor quantidade do que o utilizado em geral.A propriedade faz uso de adubos
orgânicos e a adubação verde, que é feita com a Crotalária – Crotalária Juncea
– que é cultivada no próprio sítio.
A adubação orgânica é feita pelo uso do esterco de boi ou galinha. O
esterco de galinha é rico em nitrogênio, que é um elemento de extrema
importância para o desenvolvimento das plantas. Geralmente este esterco vem
de granjas e juntamente com o esterco vem a maravalha, um componente
utilizado para “CAMA” dos frangos, além de restos de comida e penas.
“Esse esterco através do processo de compostagem se torna uma ótima
opção de adubação para várias culturas e além de fornecer macro e micro
elementos para as plantas, também auxilia no aumento da matéria orgânica no
solo.” (LIMA et al., 2015, p. 4)
43
Já o esterco de boi traz inúmeros benefícios para o solo, em relação as
suas composições químicas, físicas e biológicas. “O esterco de gado aumenta
a capacidade de troca catiônica, a capacidade de retenção da água, a
porosidade do solo e a agregação do substrato.” (LIMA et al., 2015, p. 5)
Tanto o esterco de boi quanto o de galinha são compostos que ajudam
na recuperação do solo e também têm um baixo custo se comparado com os
agrotóxicos utilizados na agricultura.
Outra forma de adubação utilizada no sítio é a adubação verde, como foi
citada anteriormente, que é feita com a Crotalária.
“Adubos verdes são plantas cultivadas com a finalidade de serem
enterradas no momento da floração, a fim de enriquecer o solo com húmus e
elementos fertilizantes, muito principalmente de nitrogênio.” (MALAVOLTA,
PIMENTEL - GOMES, ALCARDE, 2002, p.48)
A adubação verde uma fonte de matéria orgânica que consiste na união entre leguminosas, gramíneas e ervas nativas. As leguminosas são importantes por fornecerem nitrogênio por meio do processo de fixação simbólica das matérias. (FINATTO et al., 2013, p.86)
De acordo com Primavesi (2011), a adubação verde não se trata da
cultura principal cultivada na propriedade, mas sim de uma cultura consorciada,
que será plantada na entressafra e que ajudará o solo a se recompor das
perdas que teve quando a cultura principal adotada pelo produtor estava
plantada nele. A adubação verde tem diversos fatores que ajudam no cultivo.
O adubo verde é a forma que melhor auxilia no fornecimento de
nitrogênio e outros nutrientes necessários para a saúde e manutenção do solo,
além de auxiliar a manter a temperatura e beneficiar as plantas ali cultivadas.
3 OS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A PREMIAÇÃO DE
FAZENDA SUSTENTÁVEL DA REVISTA GLOBO RURAL
O prêmio “FAZENDA SUSTENTÁVEL” é uma ação da Revista Globo
Rural, título publicado pela editora Globo, e tem como objetivo avaliar e premiar
as propriedades inscritas que apresentem a melhor performance em
sustentabilidade consistindo no equilíbrio das três esferas: econômica, social e
ambiental.
44
Para a propriedade ser elegível ao Prêmio, são requisitos necessários:
a) ser propriedade rural, no território nacional, e estar registrada e
cadastrada como tal, seja pessoa física ou jurídica devidamente
constituída, com todos os registros necessários para o seu
funcionamento;
b) a propriedade deve estar com todos os tributos incidentes sobre o
negócio em dia ou apresentar as razões por não estar em dia;
c) deve possuir demonstrativos de rendimentos que comprovem
legalmente a taxa de crescimento igual ao declarado na Receita
Federal;
d) os proprietários devem estar aptos e dispostos a apresentar toda
documentação de comprovação que possa ser exigida pelos
organizadores a qual será considerada confidencial.
Avaliação:
Foram avaliados os seguintes indicadores de socioeficiência:
a) menor impacto ambiental e maior benefício social;
b) cumprimento da legislação ambiental e trabalhista;
c) maior rentabilidade por hectare.
Após as avaliações das comissões técnicas, visita à propriedade e
julgamento das comissões julgadoras, o sítio Yassuda ficou em terceiro lugar
no ranking nacional.
4 OS BENEFÍCIOS DE SER RECONHECIDOS COMO PROPRIEDADE
SUSTENTÁVEL
Para que a propriedade conseguisse a terceira colocação na quarta
edição do prêmio Fazenda Sustentável da Revista Globo Rural, foi necessário
percorrer um longo caminho e vencer diversos desafios. A propriedade teve
que apresentar o melhor desempenho em sustentabilidade, que consiste no
equilíbrio econômico, social e ambiental, que contribui para melhoria da
qualidade de vida e satisfaça as necessidades humanas.
45
Os vencedores do Prêmio Fazenda Sustentável participaram de
reportagem do Globo Rural; o primeiro colocado saiu na capa da Revista e
gravou um vídeo com o depoimento sobre o trabalho desenvolvido na
propriedade. O vídeo foi divulgado por meio das redes sociais e nos meios de
comunicação dos parceiros e patrocinadores do Prêmio.
Os colocados em terceiro lugar receberam assinatura anual da revista
Globo Rural, porém os benefícios são intangíveis, pois a propriedade passa a
ser reconhecida como Fazenda Sustentável. Isso para os proprietários é muito
gratificante, pois os mesmos competiram com grandes pecuaristas e assim
podem servir de exemplo para os outros, sendo produtores conscientes,
visando ao bem-estar de toda a cadeia produtiva até chegar ao consumidor. O
segundo lugar recebeu uma assinatura anual da revista Globo Rural e uma
caneta personalizada e o primeiro lugar recebeu uma assinatura anual da
revista Globo Rural e uma caminhonete Ford Ranger.
5 PARECER DO CASO
No terceiro capítulo, descreveu-se como são os métodos utilizados no
sítio Yassuda para a produção com a adoção das práticas sustentáveis. Por
meio de estudos realizados, verificou-se que a adoção das práticas
sustentáveis ajudam na redução dos impactos ambientais.
A adoção de tais práticas, no instante de sua implantação, pode ter um
custo um tanto quanto elevado, porém, o retorno vem de forma rápida, já que a
produção aumenta e os riscos de ataque de pragas e doenças são menores.
O sítio conta com uma boa estrutura e planejamento na realização dos
plantios em suas estufas, contudo a divulgação de sua marca não tão
expandida faz com que alguns consumidores não conheçam os produtos.
46
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Produzir alimentos de maneira sustentável requer total preocupação e
interesse dos produtores, pois é um processo que requer cuidados em todas as
etapas, desde o plantio à colheita.
O brasileiro, mesmo não tendo enraizado em sua cultura a preocupação
com a origem de seus alimentos, demonstrou há algum tempo que isto já está
mudando. Com essas mudanças na cultura do país, muitos consumidores não
ligam apenas para a aparência, mas também para a origem do alimento que
está colocando em sua mesa e os benefícios para a sua saúde.
Com essa mudança de hábito, a propaganda do negócio é um aliado
para a divulgação de seus produtos e assim alavancar suas vendas.
Portanto, diante do estudo realizado propõe-se que o sítio Yassuda:
a) trabalhe a divulgação de seus produtos, através de cartão de
visita, panfletos, rótulos, etiquetas, entre outros métodos para
propaganda;
b) implante um sistema com planilhas eletrônicas para o controle de
entrada e saída de produtos para seus clientes, pois, como
observado na elaboração, este controle é feito por cadernos;
c) divulgue seus produtos através de uma página nas redes sociais;
d) implante métodos para o descarte correto dos lixos recicláveis
provenientes do sítio em parceria com cooperativas de coleta de
recicláveis da cidade.
47
CONCLUSÃO
O objetivo do trabalho foi realizar um estudo de caso sobre a adoção de
práticas sustentáveis, e verificar se estas práticas contribuem para a mitigação
dos impactos ambientais e agregar valor ao produto.
Com base nos dados coletados no estudo, é possível verificar que as
práticas adotadas pelo sítio Yassuda contribuem para a mitigação dos impactos
ambientais e agrega valor aos produtos. O resultado das colheitas vêm sendo
excelentes, tendo em vista a qualidade dos produtos, o aumento da produção,
em relação ao cultivo em campo aberto, sem falar na economia com insumos e
na economia de água na irrigação.
A tendência futura é a de que o consumidor tenha em mente que o
consumo de alimentos produzidos sustentavelmente gera benefícios não
somente à saúde, mas também contribui para a mitigação dos impactos
ambientais, perpetuando e fomentando a exploração cada vez mais consciente
dos recursos naturais. A adoção de práticas sustentáveis no agronegócio é um
tema atual e crescente, e acreditamos que cada vez mais o produtor terá esta
consciência esforçando-se e buscando aprimoramento nas técnicas de manejo
sustentáveis.
Por fim, salientamos que o estudo não pode se encerrar por aqui, há um
longo caminho a percorrer na área e inúmeros desafios, tanto para estudantes
na área da administração de agronegócios como para os produtores.
Agradecemos a oportunidade de acompanhar a rotina de um produtor rural, o
planejamento diário e desafios para se manter no mercado e no campo
conferindo qualidade e preço aos seus produtos, mesmo sem subsídios por
parte do governo. Vale ressaltar o ditado antigo, porém muito atual: “se o
campo não planta, a cidade não janta” e, com isso, aprendemos e temos a
confirmação de que é esta a área que escolhemos para nossa vida profissional.
48
REFERÊNCIAS
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53
APÊNDICES
54
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1 INTRODUÇÃO
Será realizado um levantamento de dados da evolução da gestão
ambiental no tocante às práticas sustentáveis praticadas pelo Sítio Yassuda
para mitigar os impactos ambientais.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
As informações serão coletadas através de entrevista para os
proprietários em visita ao SítioYassuda.
1.2 Discussão
Na pesquisa será realizado confronto entre teoria e prática, através de
referencial teórico estudado.
1.3 Parecer Final
Parecer final sobre o caso e sugestões sobre melhorias nas práticas
sustentáveis adotadas.
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APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 A Agricultura e o Agricultor
2 As culturas cultivadas
3 As práticas sustentáveis adotadas no cultivo das culturas no Sítio
Yassuda
4 Os requisitos necessários para se tornar uma propriedade reconhecida
como sustentável
5 Os benefícios de ser uma propriedade sustentável
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APÊNDICE C – ROTEIRO DO HISTÓRICO DA EMPRESA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
Data da Fundação:
II ASPECTOS HISTÓRICO DA EMPRESA.
1 Evolução Histórica da Empresa
2 Missão, Visão, Valores
3 Evolução
4 Produtos
5 Concorrentes
6 Clientes
7 Fornecedores
8 Organograma
9 Responsabilidade Social e Ambiental
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APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA OS PROPRIETÁRIOS DO
SÍTIO YASSUDA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Cargo:
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Outras Experiências:
Residência / Local:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
Elaborar 12 questões no tocante aos requisitos necessários para a adoção de
práticas sustentáveis para que o Sítio Yassuda participe da Premiação.
Perguntas sobre as premiações conquistadas.
58
ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA OS PROPRIETÁRIOS
1) Em sua opinião, ser sustentável diminui significativamente os impactos
ambientais?
2) Em sua opinião, quais os requisitos necessários para se obter boas
práticas sustentáveis?
3) Devido às dificuldades enfrentadas no agronegócio como o
administrador deve enfrentar a gestão estratégica para sobreviver à
crise nesse segmento de negócio?
4) Qual sua opinião frente aos usineiros que aplicam agrotóxicos a céu
aberto?
Que malefícios podem causar ao meio ambiente?
5) Em relação ao prêmio conquistado pelo sítio, quais foram os requisitos
levados em consideração para a conquista de tal?
6) O que os levaram a adotar práticas sustentáveis como rotina e
consequentemente serem reconhecidos como uma propriedade
sustentável?
7) Qual sua opinião frente aos outros competidores que conquistaram as
primeiras colocações?
8) Após a conquista do prêmio, houve alguma mudança na forma de
pensar e nas práticas diárias?
9) Pensando a médio e longo prazo, qual sua visão do Sitio Yassuda no
futuro?
Pretendem manter ou ampliar as práticas sustentáveis?
10) No cenário atual, é possível atingir os três eixos da sustentabilidade:
econômico, social e ambiental?
11) Como é realizado o planejamento da propriedade?
Qual o critério utilizado na aplicação de agrotóxicos e fertilizantes químicos na produção?
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12) A adoção de práticas sustentáveis pode agregar valor ao produto e
aumentar a produtividade?