provas comentadas de direito administrativo (cespe)

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Aula 00 Provas Comentadas de Direito Administrativo e Lei 8.112/90 do CESPE p/ INSS Professor: Gustavo Barchet 00000000000 - DEMO

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Provas Comentadas de Direito Administrativo e Lei 8.112/90 do CESPE p/ INSS

Professor: Gustavo Barchet

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AULA 00 – DIREITO ADMINISTRATIVO

PROVAS COMENTADAS DO CESPE

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – INSS/2016

PROVAS PÁGINA

1ª Prova: Técnico Judiciário – Área Administrativa – STJ/2015 2ª Prova: Técnico Judiciário – Conhecimentos Básicos – Cargo 16 - STJ/2015 3ª Prova: Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Básicos para os cargos de nível intermediário - TCU/2015 4ª Prova: Técnico Federal de Controle Externo Área - Apoio Técnico e Administrativo - Especialidade: Técnica Administrativa – TCU/2015 5ª Prova: Agente Penitenciário – Área 1 – DEPEN/2015 6ª Prova: Técnico – Conhecimentos Básicos – MPU/2015

7 - 96

GUARDE PARA A PROVA

97 – 98

LISTA DE QUESTÕES 99 - 108

GABARITOS

109

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Olá, pessoal.

Meu nome é Gustavo Felkl Barchet.

Há alguns anos trabalho na preparação de candidatos a cargos

e empregos públicos. Atuei como professor de Direito Administrativo

em alguns cursos presenciais, e atualmente, além do Estratégia, sou

vinculado ao Eu Vou Passar. Tenho também algum material escrito,

nas disciplinas de Direito Administrativo, Tributário e Constitucional.

Em termos de carreira no serviço público, iniciei no cargo de

Técnico Judiciário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em

1993, primeiro em Porto Alegre e depois em Santa Maria, no Rio

Grande do Sul.

Na sequência, fui Técnico de Finanças e Controle junto à

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em Florianópolis/SC; Técnico

do Tesouro Nacional (o antigo TTN e atual ATRFB) em Foz do

Iguaçu/PR; Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, em Passo

Fundo/RS e Procurador Judicial em Recife/PE.

Sai do serviço público e então ano passado, retornei, como

Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de

Goiás.

Feito meu comercial, com muita satisfação venho até vocês

apresentar um Curso de Provas Comentadas do Cespe de Direito

Administrativo e da Lei nº 8.112/90, voltado especificamente, é

óbvio, para o Técnico do Seguro Social – INSS/2016.

Falando do nosso Curso, acho que sabem que para o cargo

tivemos o concurso de 2008, feito pelo Cespe, e o de 2012, feito pela

FCC. Não houve mudança significativa de conteúdo programático

entre os concursos.

Para o Curso parti do último edital, que, salvo um ponto inicial,

assim definiu o conteúdo das nossas matérias:

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REGIME JURÍDICO ÚNICO: Lei 8.112/90 e alterações posteriores, direitos e deveres do Servidor Público.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO:

1 Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios.

2 Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios.

3 Organização administrativa da União; administração direta e indireta.

4 Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa.

5 Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.

6 Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade.

7 Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização.

8 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado. Lei nº. 8.429/92 e alterações posteriores (dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências).

9 Lei n°9.784/99 e alterações posteriores (Lei do Processo Administrativo).

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Este será, em linhas gerais, o conteúdo do nosso Curso, mas

com um acréscimo que considerei indispensável: Contratos

Administrativos e Licitações Públicas. Esta última matéria em especial

é “a desgraça” do Direito Administrativo, pois tem uma “leizinha

básica”, a famosa e famigerada Lei nº 8.666/93, que, ao menos de

início, quanto mais tu lê menos tu entende.

Assim, mantive nas provas selecionadas questões destes dois

pontos. Durante nosso Curso, lá pela 2ª Aula, deve sair o edital, e aí,

se necessário, farei as devidas adaptações.

Em termos de seleção de provas, o Curso terá somente

provas de nível médio (do Cespe, é claro). Estou fazendo a seleção

pelo site “Questões de Concursos”, indo das provas mais novas,

desde ano, para trás.

Assim, começamos com 2015 e devemos chegar em 2012/2011

nas últimas aulas. Serão aproximadamente 40 provas, divididas em

7 encontros.

Com relação à estrutura do material, vocês verão que,

geralmente, no comentário há uma revisão do ponto teórico cobrado

além das considerações sobre a questão. Considero esta a melhor

opção neste concurso, pois vocês poderão usar o material também

para a revisão da matéria.

Como o número de provas (pelo menos eu acho) é significativo,

e estamos trabalhando apenas com provas do Cespe de nível médio

dos últimos anos, posso com tranquilidade afirmar que muito, mas

muito do que virá para vocês na prova estará neste material.

Como a maioria de vocês deve saber, as questões de todas as

bancas são repetitivas. Nesta Aula Zero mesmo temos já algumas

questões praticamente iguais. Assim, vocês não revisarão aqui toda a

teoria, mas revisarão aquela que o Cespe está cobrando com

mais frequência nas provas similares a que vocês enfrentarão

(além, é claro, de aprenderem o “modo Cespe de ser”).

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O material fica um pouco volumoso em função disso, mas o

volume diminui na sequência das aulas, pois a cada aula mais pontos

teóricos já foram revisados, e o comentário fica mais enxuto.

Acho que estou me alongando demais, mas gostaria ainda fazer

duas considerações.

A primeira, que eu acho que boa parte de vocês já percebeu, e

os demais notarão neste Curso, é que é muito bom o nível de

questões do Cespe nas provas de nível médio. Muito bom,

mesmo. Temos questões excelentes, com um alto grau de

dificuldade.

Assim, não dá pra ser simplista. O que temos que ser é

objetivos, não enxergar chifre em cabeça de cavalo (cabelo em

cabeça de careca e assim por diante), e isto, já entrando no meu

último pitaco, significa, para a prova de vocês, focar nos pontos que a

banca mais está cobrando para nível médio.

Que pontos são esses? Lá vai: Regime Constitucional dos

Agentes Públicos, Administração Pública, Poderes Administrativos,

Atos Administrativos, Licitações, Contratos Administrativos, Lei

8.112/90, Lei 9.784/99, Lei 8.429/92.

Claro que os outros pontos podem cair, e vocês devem estudar,

mas (geralmente) o foco é nas matérias indicadas acima. Pelo menos

neste momento, podem esquecer Bens Públicos e Intervenção do

Estado na Propriedade Privada. Muito, mas muito difícil que venha a

ser cobrado.

Por fim (só mais um pitaco), sugiro que complementem este

Curso principalmente com leitura seca de leis e da Constituição

(sem qualquer comentário, para memorizar a regra mesmo com

dúvidas de interpretação). Com pouca coisa no dia a dia, vocês

aumentarão muito seu aproveitamento.

Para a prova de vocês, eu separaria a Lei 8.112/90, que tem

umas 50 páginas, e leria 5 páginas por dia, até fechar 3 leituras (30

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dias, mais ou menos), e faria um segundo bloco com as disposições

constitucionais sobre a Administração e os agentes públicos (CF, art.

37 a 41), a Lei 8.429/92 e a Lei 9.784/99. Este segundo conjunto

normativo tem umas 25 páginas, e representa um alto volume de

informação útil para a Prova.

E É isso.

Na sequência, segue o cronograma das aulas do Curso.

Qualquer dúvida ou sugestão estou à disposição de vocês no

[email protected] O endereço para as críticas começará

a funcionar 1 mês depois do final do Curso.

Pessoal, obrigado a todos pela confiança. Após o cronograma,

vamos começar nosso passeio.

CRONOGRAMA

Aula 00

PROVAS CESPE

07/12

Aula 01

PROVAS CESPE

14/12

Aula 02

PROVAS CESPE

21/12

Aula 03

PROVAS CESPE

28/12

Aula 04

PROVAS CESPE

11/01

Aula 05

PROVAS CESPE

18/01

Aula 06

PROVAS CESPE

25/01

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1ª Prova

Técnico Judiciário – Área Administrativa – STJ/2015

Questão

Julgue os itens a seguir, acerca dos conceitos de Estado,

governo e administração pública.

1. (51) A Presidência da República integra a administração

pública federal direta.

2. (52) No âmbito da administração pública, o Poder Executivo

tem a função finalística de praticar atos de governo e de

administração.

3. (53) Em seu sentido subjetivo, a administração pública

restringe-se ao conjunto de órgãos e agentes públicos do

Poder Executivo que exercem a função administrativa.

Comentário

Item 1: A Presidência da República integra a administração

pública federal direta.

Iniciamos nosso Curso com um item que trata de uma matéria

central em Direito Administrativo.

A estrutura básica da Administração – ou seja, aquilo de

chamamos de Administração Pública - é composta pela

Administração Pública Direta e pela Administração Pública

Indireta.

A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos

públicos integrantes de cada uma de nossas entidades políticas

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(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), a quem foi cometido o

exercício, de modo centralizado, de atividades administrativas.

A Administração Pública Indireta, por sua vez, corresponde ao

conjunto de entidades administrativas criadas por cada uma de

nossas entidades políticas e que, estando vinculadas às respectivas

administrações diretas, exerce atividade administrativa de modo

descentralizado.

Na condição de entidades administrativas, integrantes,

portanto, da Administração Indireta, temos as autarquias, as

fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de

economia mista.

A Administração Pública, genericamente falando, é, portanto,

esse somatório da Administração Direta e da Indireta, ou seja, é o

conjunto dos órgãos públicos integrantes da estrutura de cada

entidade política e das entidades administrativas por ela criadas.

Com isso, resta apenas acrescentarmos que o enunciado está

correto: a Presidência da República efetivamente integra a

Administração federal direta. É, pois, de um órgão (Administração

Direta) que faz parte da entidade política União (federal).

Não custa acrescentar que, pelo fato de suas funções serem

previstas na própria Constituição e desempenhadas por um agente

político (o Presidente da República) com independência funcional, é a

Presidência da República um órgão independente. Enfim, um órgão

independente da Administração direta federal.

Resposta: Errado.

Item 2: No âmbito da administração pública, o Poder

Executivo tem a função finalística de praticar atos de governo

e de administração.

Vejam só, pessoal. Considero este um item de difícil resolução

do Cespe. Já aviso que ele foi considerado correto pela banca.

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Para tratamos dele temos que relembrar uma perspectiva

doutrinária proposta, entre outros, por Hely Lopes Meirelles, segundo

a qual a expressão Administração Pública pode ser compreendida em

sentido amplo e em sentido estrito.

Adotando-se esta diferenciação, em sentido amplo o vocábulo

Administração Pública compreende num primeiro plano os órgãos

governamentais, superiores, e suas respectivas funções,

eminentemente políticas, de comando e direção, mediante as quais

são fixadas as diretrizes e elaborados os planos de atuação do Estado

e produzidos principalmente, como consta no enunciado, atos de

governo. (os atos de governo nada mais são do que o resultado do

exercício da função política).

Num segundo plano, a expressão compreende os órgãos e

entidades administrativos, subalternos, bem como suas funções,

basicamente de execução dos planos governamentais, da qual

resulta a produção, basicamente, de atos de administração.

Este todo que apresentamos nos parágrafos anteriores é,

assim, a Administração Pública em sentido amplo.

Em sentido estrito, por sua vez, a expressão Administração

Pública tem sua abrangência limitada aos órgãos e entidades

administrativos, inferiores (com relação aos órgãos

governamentais), que exercem apenas funções de caráter

administrativo, em execução aos planos gerais de ação do Estado e

das quais resultam a expedição de atos de administração.

Ficam fora de seu alcance, portanto, os órgãos governamentais,

as funções de cunho político que os mesmos exercem e os atos de

governo que praticam (é enfim, o segundo plano do primeiro sentido

de Administração).

Pois bem, o Direito Administrativo trabalha com a

Administração em sentido estrito, uma vez que os órgãos

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governamentais e suas respectivas funções e atos são objeto do

Direito Constitucional.

Agora, só falta lembrarmos que todos os Poderes do Estado

(Executivo, Legislativo e Judiciário) tem competência para exercer a

função administrativa, mas é o Executivo que a desempenha como

típica.

Com isto passamos à análise do enunciado.

Vejam que sua redação “no âmbito da administração pública, o

Poder Executivo tem a função finalística de praticar atos de governo e

de administração” está certa ou errada dependendo da

perspectiva que adotarmos.

Ele está errada se considerarmos a expressão “Administração

Pública” em sentido estrito, pois aqui estão compreendidos os atos de

administração, mas não os de governo.

Ele está correta se consideramos a expressão “Administração

Pública” em sentido amplo, pois aqui estão compreendidos tanto os

atos de administração como os atos de governo.

Como o Cespe considerou o item correto, foi nesta última

perspectiva que ele adotou a expressão: em sentido amplo, o

Executivo, no âmbito da administração pública, tem a função

finalística de produzir atos de governo e atos da administração.

Resposta: Certo.

Certo pro Cespe!

“No âmbito da administração pública, o Poder

Executivo tem a função finalística de praticar atos

de governo e de administração”.

Por quê?

Adotou o conceito de Administração Pública em

sentido amplo.

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Item 3: Em seu sentido subjetivo, a administração pública

restringe-se ao conjunto de órgãos e agentes públicos do

Poder Executivo que exercem a função administrativa.

Não. Não há tal restrição.

A expressão Administração Pública pode ser compreendida em

outros dois sentidos básicos: o (1) subjetivo, formal ou orgânico e

o (2) objetivo, material ou funcional.

Pelo primeiro, toma-se como critério para a definição de

Administração os diversos sujeitos que exercem a função

administrativa. Já o sentido objetivo de Administração relaciona-se à

natureza da atividade exercida no seu âmbito.

Retornando ao sentido subjetivo, objeto do item, por ele

conceitua-se Administração Pública como o conjunto de agentes,

órgãos e pessoas jurídicas aos quais é atribuído o exercício da

função administrativa.

Nessa definição estão abrangidos:

1º) todos os agentes públicos que desenvolvem alguma função

ligada à esfera administrativa, ou seja, todas as pessoas físicas que

exercem função pública;

2º) as entidades políticas que compõem nosso Estado (a União, os

Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios);

3º) os órgãos públicos que integram as entidades políticas (a

Administração Pública Direta); e

4º) as entidades administrativas criadas pelas nossas entidades

políticas (autarquias, fundações públicas de direito público, fundações

públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de

economia mista), que correspondem à Administração Pública

Indireta.

Pois bem, pelo texto devemos notar que o enunciado apresenta

dois erros.

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O primeiro, mais evidente, é que, se todos os Poderes do

Estado, de forma típica ou atípica, exercem a função administrativa,

a todos se estende o conceito de Administração em sentido

subjetivo.

O segundo erro, também simples, é que o enunciado menciona

apenas os órgãos e os agentes públicos. Sabemos que o conceito

abrange também as entidades, políticas e administrativas.

Resposta: Errado.

Questão

Julgue os itens seguintes, acerca do direito administrativo e

da prática dos atos administrativos.

4. (54) O decreto é ato administrativo que pode ser praticado

tanto pelo chefe do Poder Executivo quanto pelos presidentes

dos tribunais superiores.

5. (55) A homologação de um certame licitatório, seguida da

adjudicação do objeto licitado ao futuro contratado, não é

classificada como um ato administrativo, por ter caráter

meramente cogente.

6. (56) Conceitualmente, é correto considerar que o direito

administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de

direito público que disciplina as atividades administrativas

necessárias à realização dos direitos fundamentais da

coletividade.

Comentário

Item 4: O decreto é ato administrativo que pode ser praticado

tanto pelo chefe do Poder Executivo quanto pelos presidentes

dos tribunais superiores.

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Os atos administrativos admitem várias formas. Em outras,

palavras, são muitas as “fórmulas” pelas quais a Administração

exterioriza sua vontade, definindo o conteúdo do ato administrativo,

a exemplos das portarias, das instruções normativas, dos alvarás e

do objeto do enunciado, o decreto.

Ao contrário do que nele consta, os decretos são atos de

competência privativa dos chefes do Poder Executivo.

Podem ter caráter normativo, quando trazem regras gerais e

abstratas que alcançam a todas as pessoas que se enquadram nas

hipóteses neles descritas (por exemplo, um decreto que regulamenta

uma lei que trata do imposto territorial rural).

Podem, também, ter caráter concreto, quando se destinam a

uma situação específica, que atinge pessoas determinadas (por

exemplo, um decreto pelo qual se declara um bem de utilidade

pública para fins de desapropriação).

Frisando novamente, em qualquer caso os decretos são

expedidos apenas por Chefes de Poder Executivo. Nenhuma

outra autoridade, de qualquer outro Poder ou órgão

independente, pode expedir atos sob esta “fórmula”. Errado o item

Resposta: Errado.

Item 5: A homologação de um certame licitatório, seguida da

adjudicação do objeto licitado ao futuro contratado, não é

classificada como um ato administrativo, por ter caráter

meramente cogente.

Como vocês devem saber, a licitação é um procedimento em

regra obrigatório como condição da válida celebração de contratos

pela Administração Pública.

O art. 37, XXI, da Constituição trata do instituto nos seguintes

termos:

XXI – ressalvados os casos especificados na

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legislação, as obras, serviços, compras e alienações

serão contratados mediante processo de licitação pública

que assegure igualdade de condições a todos os

concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações

de pagamento, mantidas as condições efetivas da

proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as

exigências de qualificação técnica e econômica

indispensáveis à garantia do cumprimento das

obrigações.

Essencialmente, a licitação subdivide-se em 2 etapas, uma

interna e outra externa.

Na etapa interna, em rápida síntese, é definido o objeto

licitado, especificadas as regras do procedimento e indicados os

recursos orçamentários suficientes para o custeio da execução do

futuro contrato.

A etapa externa, por sua vez, na sistemática ordinária

apresenta as fases de (a) abertura, (b) habilitação, (c) julgamento,

(d) homologação e adjudicação.

Após a abertura, temos a fase subjetiva do procedimento – a

habilitação -, em que a Administração avalia se os participantes do

certame detêm as condições minimamente necessárias para

assegurar a adequada execução do contrato.

Na sequência, temos a fase objetiva do procedimento – do

julgamento das propostas -, em que o Poder Público analisa as

propostas apresentadas pelos licitantes que na fase anterior

comprovaram o preenchimento dos requisitos de habilitação.

Por fim, temos a homologação, o objeto do item, ato pelo qual

a autoridade competente declara que os atos até então produzidos o

foram em perfeita consonância com todos os elementos de validade

que lhe sejam aplicáveis e, por fim, a adjudicação, o ato final do

procedimento, pelo qual a autoridade competente atribui ao

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vencedor o objeto em licitação.

Retornando à homologação, e já tratando do item, ela consiste

em um ato declaratório que a Administração produz se considerar

que o procedimento de licitação foi até então regular.

Aqui já podemos notar que a afirmativa está errada: na sua

parte final o Cespe afirma que a homologação tem “caráter

meramente cogente”. Ora, cogente significa obrigatório, o que por si

torna aponta um erro: não tem sentido afirmar-se que algo é

“meramente obrigatório”.

Mas (e aí vamos para um segundo erro), a homologação não

tem caráter cogente, obrigatório. Ela é expedida se e apenas se a

Administração constatar que os atos do procedimento licitatório até

então produzidos são legais.

Caso isto não ocorra, a homologação não ocorre, devendo a

autoridade competente adotar as providências necessárias para sanar

os defeitos verificados ou, não sendo isto possível, anular todos os

atos defeituosos.

Por fim, chegamos a um terceiro erro na afirmação: a

homologação é um ato administrativo, ou seja, um ato produzido

unilateralmente pela Administração e que tem aptidão para

produzir efeitos jurídicos regidos pelo Direito Administrativo.

É a autoridade competente que, se for o caso, expede a

homologação (unilateralmente), e esta, uma vez produzida, permite

que o procedimento prossiga até seu final, com a adjudicação do

objeto da licitação ao seu vencedor (este é o efeito jurídico da

homologação).

Resposta: Errado.

Item 6: Conceitualmente, é correto considerar que o direito

administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de

direito público que disciplina as atividades administrativas

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necessárias à realização dos direitos fundamentais da

coletividade.

Muito chique e muito certo o enunciado.

O Direito Administrativo é inegavelmente um ramo do Direito

Público (por contraposição Direito Privado), pois visa à tutela de

interesses coletivos, para cuja satisfação alça a Administração a

uma posição de superioridade nas relações jurídicas de que

participa.

De forma mais completa, podemos definir o regime jurídico-

administrativo (expressão sinônima de Direito Administrativo)

como o conjunto de regras e princípios que regulam a atuação da

Administração voltada à satisfação dos interesses públicos

propriamente ditos, sendo caracterizado, na sua essência, pelas

prerrogativas e sujeições administrativas.

Suas expressões-chave, pois, são as (a) prerrogativas

administrativas e as (b) sujeições administrativas.

Tratando delas, as prerrogativas ou privilégios administrativos

são os poderes outorgados pelo ordenamento à Administração e que

lhe asseguram uma posição de superioridade perante os

administrados nas relações jurídicas com eles mantidas. Todo e

qualquer poder que assegura tal posição de superioridade à

Administração é, pois, uma prerrogativa.

Exemplificativamente, podemos citar o poder que tem a

Administração de impor obrigações a terceiros por ato unilateral (a

imperatividade dos atos administrativos), ou o poder que ela tem

para, nos contratos administrativos, alterar unilateralmente as

cláusulas inicialmente acordadas, nos limites da lei (poder de

alteração unilateral dos contratos administrativos).

Em suma, todo e qualquer poder conferido à Administração, e

apenas a ela, é um exemplo de prerrogativa, a primeira nota

caracterizadora do regime jurídico-administrativo.

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Por outro lado, a segunda característica básica desse regime

são as sujeições administrativas, nada mais do que restrições,

limitações impostas pelo ordenamento à Administração com a

finalidade de assegurar que ela atue sem violar o interesse público e

os direitos fundamentais dos administrados. As sujeições são, pois, o

contraponto das prerrogativas.

Enquanto as prerrogativas correspondem a um poder, as

sujeições correspondem a uma limitação. Desse modo, sempre que

percebermos, em dada situação, uma regra, um princípio, um

instituto que limita a atuação da Administração, comparativamente

aos particulares, podemos concluir com tranquilidade que estamos

perante um exemplo de sujeição.

Por exemplo, se uma empresa privada pretender contratar

empregados, não está sujeita a nenhum procedimento específico,

podendo efetuar a contratação da forma que melhor lhe aprouver. A

Administração, ao contrário, no que toca aos cargos efetivos e

empregos públicos, está obrigada a adotar o procedimento do

concurso público. É o concurso público, portanto, um exemplo de

sujeição, pois impõe uma rigorosa restrição à Administração para

compor seu quadro de pessoal.

Um segundo exemplo que podemos citar é a licitação, instituto

que impede a Administração de contratar com quem bem entender,

estando vinculada a celebrar o contrato com o vencedor do

procedimento.

E aí estão, portanto, as duas notas essenciais ao regime

jurídico: as prerrogativas e as sujeições aplicáveis à Administração.

Fechando o raciocínio, acima destaquei que o regime jurídico-

administrativo volta-se à satisfação dos interesses públicos

propriamente ditos.

São estes os interesses que tem por destinatários os membros

da coletividade, a que o Cespe se referiu na parte final da assertiva

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quando mencionou “atividades administrativas necessárias à

realização dos direitos fundamentais da coletividade”.

Quais são as atividades necessárias à satisfação de tais

interesses? São o que chamamos de atividades-fim da

Administração, e que se desmembram em quatro espécies: fomento,

serviços públicos, poder de polícia e intervenção do Estado na

propriedade privada.

Fechando o comentário, fora do contexto da questão lembro a

vocês que a Administração pode atuar também sob as normas do

regime de direito privado, caracterizado, em linhas gerais, pela

isonomia entre todos os participantes da relação jurídica.

Resposta: Certo.

Regimes Jurídicos Aplicáveis à Administração

Regime Jurídico-Administrativo

prerrogativas administrativas

sujeições administrativas

Interesses públicos

Regime de Direito Privado isonomia (como regra geral)

Questão

Tendo em vista que, no Brasil, o Estado é responsável pelos

atos praticados por seus agentes, julgue os próximos itens, a

respeito da responsabilidade civil do Estado.

7. (57) A responsabilidade objetiva do Estado por danos

causados a terceiros tem sustentação na teoria da culpa

administrativa.

8. (58) A responsabilidade civil do Estado por atos

jurisdicionais vem sendo aceita, segundo a jurisprudência do

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STF, em caso de comprovada falta objetiva na prestação

judiciária.

Comentário

Item 7: A responsabilidade objetiva do Estado por danos

causados a terceiros tem sustentação na teoria da culpa

administrativa.

De modo algum.

O enunciado se contradiz: a teoria da culpa administrativa

exige uma ilicitude na conduta estatal (vejam só seu nome: teoria

da culpa administrativa), e a teoria objetiva é justamente aquela

que não pressupõe ilicitude.

De forma rápida, a teoria da culpa administrativa exige não

uma falta individual, de certo agente público, mas uma falta da

atividade administrativa genericamente considerada.

Dada atividade administrativa deveria ter sido exercida de

modo adequado e não o foi, o que permitiu que terceiros ou fatos da

natureza lesassem o administrado. Pelo dano responde o Estado.

Não quero me estender aqui nesta teoria, apenas encerrar

frisando que é uma teoria de responsabilidade subjetiva, pois exige

uma falta da Administração, uma ilicitude na sua conduta.

Já a teoria de responsabilidade estatal que se adequa ao

enunciado é a objetiva.

Aqui encerro o comentário da questão propriamente dita, mas

apresento na sequência uma revisão desta que é indiscutivelmente a

mais relevante modalidade de teoria de responsabilidade estatal (e

que, portanto, mais cai em prova): a responsabilidade objetiva,

na modalidade risco administrativo.

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É um pouco extensa a revisão, porque extensa é a matéria.

Assim, quem preferir “pular”, tranquilo. Teremos outras questões

sobre o tema, em que tratarei dos pontos específicos cobrados.

Inicio a exposição pela transcrição do art. 37, § 6º, da CF,

segundo o qual:

§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de

direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nesta

qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de

regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

No dispositivo constitucional estão compreendidas duas regras:

a da responsabilidade objetiva do Estado e a da responsabilidade

subjetiva (dependente de dolo ou culpa) do agente público.

Aqui vou me limitar à primeira delas.

Os principais pontos acerca deste dispositivo (e,

consequentemente, da responsabilidade objetiva do Estado) que

merecem nossa atenção são os seguintes:

1º) não é abrangida pelo art. 37, § 6º, a responsabilidade

contratual do Estado, que apresenta regramento específico, contido

principalmente na Lei nº 8.666/1993. Trata-se aqui, portanto, das

regras pertinentes à responsabilidade extracontratual do Estado, ou

seja, por atos unilaterais de seus agentes. Um agente público dirige

um veículo, inspeciona uma mercadoria, redige um despacho: é a

esta espécie de ato (unilateral) que se limita a abrangência da teoria;

2º) no mesmo contexto, o dispositivo constitucional não estabelece a

responsabilidade do Estado por toda a espécie de conduta de seus

agentes, referindo-se apenas à hipótese de danos causados pelo

Poder Público por meio de ações, de condutas comissivas, dos

agentes públicos. Os prejuízos decorrentes de omissão dos agentes

públicos, de atos de terceiro ou de eventos da natureza seguem

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regramento específico, não se sujeitando à disciplina do § 6º do art.

37 da CF;

3º) a responsabilidade objetiva do Estado independe da existência

de dolo ou culpa na conduta do agente público, de modo que é

possível que ela surja mesmo de um ato lícito, que cause ao

particular um prejuízo injusto;

4º) o conteúdo da responsabilidade estatal é meramente

patrimonial, econômico, e consiste na obrigação do Estado de

indenizar o lesado pelos danos causados por ações de seus

agentes;

5º) o Estado só responde pelas ações de seus prepostos quando eles

atuam na condição de agentes públicos. É indiferente para a

responsabilização que o agente tenha agido fora ou além de suas

atribuições. Desde que ele o faça no uso da sua condição de agente

público, e em tal condição cause dano a terceiro, caracterizada está a

obrigação do Estado de indenizar. Dessa forma, esta surge mesmo

nos casos de abuso de poder ou ilegalidade;

6º) embora estejamos aqui nos referindo até aqui apenas ao Estado,

sujeitam-se à responsabilidade objetiva por ação de seus agentes não

só as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados,

Municípios, Distrito Federal e suas respectivas autarquias e fundações

públicas de direito público), mas também as pessoas jurídicas de

direito privado, desde que atuem na prestação de serviços

públicos (aqui se incluem as empresas públicas e sociedades de

economia mista prestadoras de serviço público, bem como as pessoas

jurídicas delegatárias de serviços públicos);

7º) no que toca às pessoas jurídicas de direito público, a

responsabilidade objetiva alcança todos os atos comissivos de

seus agentes praticados nesta qualidade; quanto às pessoas de

direito privado prestadoras de serviço público, a amplitude da

responsabilidade objetiva é mais restrita, não abrangendo todos os

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atos comissivos de seus agentes nesta qualidade, mas tão só

aqueles praticados durante a prestação do serviço público;

8º) são três os elementos formadores da responsabilidade

estatal: (a) conduta comissiva de um agente público, nesta

qualidade; (b) dano, material ou moral, suportando por alguém,

seja pessoa física ou jurídica; (c) nexo de causalidade entre estes

dois elementos (ou seja, que a ação do agente público seja a

causadora do dano);

9º) há exclusão da responsabilidade do Poder Público quando se

comprovar, no caso em concreto, culpa ou dolo exclusivos do

lesado, força maior ou, segundo entendimento preponderante,

caso fortuito. Quando ocorrer culpa recíproca ou concorrente do

lesado e do agente público (ou seja, quando ambos atuaram de modo

ilícito), reduz-se a responsabilidade estatal, repartindo-se o dever

de indenizar entre o Estado o lesado, na proporção do dolo ou culpa

deste e do agente público no caso em concreto.

Resposta: Errado.

Item 8: A responsabilidade civil do Estado por atos

jurisdicionais vem sendo aceita, segundo a jurisprudência do

STF, em caso de comprovada falta objetiva na prestação

judiciária.

Pessoal, muito cuidado neste item.

O CESPE considerou-o correto, que ó o que os importa, de

modo que para a banca está certo se afirmar que “a responsabilidade

civil do Estado por atos jurisdicionais vem sendo aceita, segundo a

jurisprudência do STF, em caso de comprovada falta objetiva na

prestação judiciária”.

Tudo bem, para a banca, portanto, isto está certo. Como a

prova que estamos trabalhando é de 2015, podemos dizer que esta é

a “posição Cespe na matéria”.

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Mas o que há de efetivamente seguro em matéria de

responsabilidade do Estado por atos jurisdicionais, ou seja, aquilo que

já está realmente pacificado no âmbito do STF e da jurisprudência

nacional como um todo é a hipótese consagrada na própria

Constituição, em seu art. 5º, LXXV, segundo o qual “o Estado

indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar

preso além do tempo fixado na sentença”.

Trata-se hipótese de responsabilidade objetiva do Estado, mas

circunscrita à esfera penal, aplicável aquele que foi condenado mas

na verdade não incorreu no ilícito penal, ou aquele que foi o autor do

ilícito, mas ficou privado da liberdade por período superior ao

determinado na decisão condenatória.

Resposta: Certo.

Certo pro Cespe!

“A responsabilidade civil do Estado por atos

jurisdicionais vem sendo aceita, segundo a

jurisprudência do STF, em caso de comprovada

falta objetiva na prestação judiciária”.

Questão

Julgue os itens que se seguem à luz dos princípios do direito

administrativo.

9 (59) Em um Estado democrático de direito, deve-se

assegurar o acesso amplo às informações do Estado, exigindo-

se, com amparo no princípio da publicidade, absoluta

transparência, sem espaço para excepcionalidades no âmbito

interno.

* O Item 60 da Prova foi anulado.

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Comentário

Nem tanto. A transparência é a regra generalíssima, mas não

absoluta (ou seja, comporta exceções).

Vamos lá, aproveitar a questão para falar um pouco do princípio

da publicidade enquanto dever de transparência da Administração

(princípio da transparência)

Nesse sentido, dispõe o inciso XXXIII do art. 5º da CF:

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos

informações de seu interesse particular, ou de interesse

coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob

pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo

sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade

ou do Estado.

Destaquei o final do dispositivo para evidenciar o erro da

afirmativa: a Administração pode negar dada informação nas

hipóteses de sigilo elencadas acima: segurança da sociedade ou do

Estado. A Lei nº 12.527/2011 – a famosa Lei de Acesso à Informação

0 estabelece tais hipóteses.

Além disso, com fundamento agora no art. 5º da Constituição,

deve o Poder Público negar certa informação pessoal quando estiver

compreendida nos direitos fundamentais à intimidade e vida privada.

Vou prosseguir, destacando que o dispositivo abrange três tipos

de informações: as de interesse pessoal do requerente, as de

interesse coletivo (pertinentes a um grupo ou categoria social

determinado), e as de interesse geral (de interesse da sociedade

como um todo).

Aqui é muito importante diferenciarmos, dentre as possíveis

informações de interesse pessoal do requerente, as relativas à sua

própria pessoa e as referentes a terceiro.

Se um servidor público dirige-se a um órgão público e solicita

informações sobre seu tempo de contribuição, a situação enquadra-

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se no primeiro caso – informações de interesse pessoal relativas à

pessoa do requerente.

Se o mesmo servidor dirige-se ao mesmo órgão e solicita o

mesmo tipo de informação, mas agora com relação ao tempo de

contribuição de sua esposa, também servidora, a situação

caracteriza informação de interesse pessoal, mas referente a

terceiro. Interesse pessoal, pois a informação é de interesse do

servidor na condição de cônjuge, mas relativa a terceiro, a outrem

que não o requerente, no caso, a esposa do servidor.

A percepção de tal diferença é extremamente relevante, pois

se altera o remédio constitucional apto a sanar eventual

negativa administrativa conforme o tipo de informação de que

se trate.

Se for uma informação de interesse pessoal relativa ao próprio

requerente, o remédio idôneo para afastar a lesão é o habeas data

(CF, art. 5º, inciso LXXII). Se a informação, ainda que de interesse

pessoal, disser respeito a terceiro, ou versar sobre interesse

coletivo ou geral, a omissão administrativa em seu fornecimento

deve ser combatida por mandado de segurança.

Resposta: Errado.

O habeas data somente é cabível para informações de

interesse pessoal relativas à pessoa do requerente. Quando

outra espécie de informação, inclusive pessoal relativa a

terceiro, está protegida por mandado de segurança.

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Questão

Quanto aos atos administrativos, julgue os próximos itens.

(61) Questão sobre legislação interna do STJ.

10. (62) O objeto do ato administrativo deve guardar estrita

conformação com o que a lei determina.

Comentário

Inicialmente, vamos lembrar que os atos administrativos,

podem ser definidos como as manifestações unilaterais de

vontade da Administração, produzidas em condições de

superioridade perante o particular, a que o Direito Administrativo

atribui conseqüências jurídicas.

Tais atos, que representam a imensa maioria das manifestações

quotidianas da Administração, possuem certos requisitos ou

elementos de validade, a saber, segundo Hely Lopes Meirelles:

competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

Com isto, resta lembrarmos especificamente do objeto, nada

mais do que o conteúdo do ato administrativo, o que o ato

efetivamente cria, extingue, declara, modifica ou assegura, o efeito

jurídico que produz.

Se pensarmos numa multa de R$ 1.000,00 imposta ao

administrado X, na desapropriação de certo imóvel, de propriedade

do administrado Y, numa penalidade de advertência aplicada ao

servidor Z, quais são seus objetos?

São, por assim, dizer, “o próprio ato administrativo”, o

conteúdo da declaração de vontade da Administração: no primeiro

caso, é uma multa de certo valor aplicada a determinado

administrado; no segundo, a desapropriação de dado imóvel; no

terceiro; a aplicação de uma certa penalidade a determinado

servidor.

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Enfim, a substância, o conteúdo do ato administrativo. É esse

seu objeto, o qual, como consta corretamente no item, deve

guardar estrita conformação com o que a lei determina.

Enfim, a lei define o objeto de cada ato administrativo e

estes, quando produzidos, devem guardar integral

conformidade com suas disposições.

Resposta: Certo.

Questão

Julgue os itens subsecutivos, que tratam das características

dos contratos administrativos.

12. (63) Nos contratos administrativos, dada a prevalência do

interesse público sobre o privado, a administração pública

ocupa posição privilegiada em relação ao particular, gozando

de algumas prerrogativas que lhe são atribuídas por lei.

13. (64) Contratos públicos são celebrados em caráter intuitu

personae, sendo, em regra, vedada a subcontratação.

14. (65) No âmbito dos contratos públicos, assim como ocorre

na esfera civil, a contratação do particular poderá ser feita

verbalmente, não havendo necessidade de se formalizar a

relação por meio de contrato administrativo.

Comentário

Item 12: Nos contratos administrativos, dada a prevalência do

interesse público sobre o privado, a administração pública

ocupa posição privilegiada em relação ao particular, gozando

de algumas prerrogativas que lhe são atribuídas por lei.

Simplesmente perfeito o enunciado.

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São duas as modalidades de contratos passíveis de celebração

pela Administração:

1º) os contratos administrativos propriamente ditos (ou,

simplesmente, contratos administrativos, o objeto do item), que

consistem, segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, nos “ajustes que a

Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou

jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de bens públicos,

segundo regime jurídico de direito público”; e

2º) os contratos administrativos atípicos (ou contratos de

direito privado), celebrados pela Administração, a grosso modo, em

condições de isonomia com a outra parte signatária, que se sujeitam

predominantemente ao regime jurídico de direito privado.

Nos contratos de direito privado ou administrativos atípicos, a

relação jurídica é caracterizada, em linhas gerais, pela posição de

igualdade entre as partes contratantes.

Esses contratos têm seu conteúdo regido basicamente pelos

ramos de direito privado (Direito Civil, Direito Comercial e Direito do

Trabalho), aplicando-se a Lei no 8.666/1993 principalmente no que

toca aos requisitos para sua celebração. Os contratos de seguro, de

locação, em que o Poder Público é o locatário, de compra e venda, de

abertura de conta corrente, de financiamento, entre outros, podem

ser citados como exemplos de contratos de direito privado.

Já Os contratos administrativos (propriamente ditos), por sua

vez são caracterizados pela posição de superioridade da

Administração perante a outra parte contratante, que é assegurada

pela incidência das cláusulas exorbitantes, os privilégios e

prerrogativas conferidas pela lei com exclusividade à Administração.

A possibilidade de alteração unilateral das cláusulas contratuais,

o poder de aplicação direta de penalidades, a prerrogativa de rescisão

unilateral, são institutos que, efetivamente, permitem à

Administração posicionar-se em situação privilegiada nos contratos

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administrativos, instrumentalizando-a para atuar de modo a

assegurar a prevalência do interesse público sobre o privado.

As cláusulas exorbitantes aplicam-se na sua inteireza aos

contratos administrativos, pois regidos pela legislação de Direito

Público. Não há dúvida, pois, que está correto o enunciado.

Mas não custa aproveitarmos para destacar que a Lei nº

8.666/1993, contrariando posicionamento da doutrina mais

tradicional, determina que as cláusulas exorbitantes são também

aplicáveis aos contratos regidos predominantemente pelo Direito

Privado, “no que couber”.

A expressão “no que couber” significa que tais cláusulas podem

incidir em um contrato administrativo atípico, de modo a

resultar em certa posição de superioridade para a Administração,

desde que sejam compatíveis com a legislação de Direito Privado que

o regule.

Resposta: Certo.

Item 13: Contratos públicos são celebrados em caráter intuitu

personae, sendo, em regra, vedada a subcontratação.

Uma das características do contrato administrativo é seu

caráter personalíssimo ou intuitu personae. Isto significa que o

signatário do contrato – aquele que o celebra com a Administração -

deve executar seu objeto com seus próprios recursos materiais e

humanos. Enfim, como suas próprias forças.

Tal caráter deriva do próprio procedimento licitatório que

geralmente precede a celebração do contrato administrativo, no qual

se objetiva não só a seleção da proposta mais vantajosa para a

Administração, mas também a comprovação de que aquele que a

apresentou, seja pessoa física ou jurídica, preenche os requisitos

mínimos para a adequada execução do objeto contratual.

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A Lei nº 8.666/93, entretanto, relativiza o caráter intuitu

personae, permitindo que terceiro execute parte de seu objeto. Trata-

se do tema da questão, a subcontratação, figura prevista no art. 72

da Lei, nada mais que um contrato celebrado entre o contratado pela

Administração (subcontratante) e um terceiro (subcontratado), pelo

qual este passará a executar parte do objeto do contrato

administrativo.

A Lei apenas não admite a subcontratação, em termos

absolutos, na hipótese de serviços técnicos especializados, pois,

segundo o art. 13, § 3º, a empresa de prestação de serviços técnicos

especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo

técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação

de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a

garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e

diretamente os serviços objeto do contrato.

Pois bem, segundo o art. 72, a subcontratação é sempre

parcial (não pode abranger a totalidade do que foi contratado) e não

exclui a responsabilidade do contratado (subcontratante) perante a

Administração, pela perfeita execução do objeto do contrato (de todo

o objeto, inclusive o que foi subcontratado).

Para que possa ser realizada, a subcointratação depende de (a)

pedido expresso do contratado; (b) não vedação no edital e no

contrato; e (c) autorização, caso a caso, da Administração, que

deve especificar a parcela do contrato cuja execução pode ser

transferida a terceiros.

Com isto, resta apenas conhecermos e aceitarnos o modo como

o Cespe trabalhou a matéria nesta oortunidade. Ele considerou o item

correto, e o que quero destacar aqui é sua parte final, quando a

banca afirma “sendo, em regra, vedada a subcontratação”.

Na verdade, não é isso que diz a Lei 8.666/93. Ela impede a

subcontratação nos serviços técnicos profissionais especializados,

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impõe para seu uso que não haja vedação expressa no edital e no

contrato e exige que a Administração a autorize caso a caso.

Mas foi assim que o Cespe trabalhou a matéria, e é assim que

devemos, portanto, pensá-la para as provas da banca: “os contratos

públicos são celebrados em caráter intuitu personae, sendo, em

regra, vedada a subcontratação”.

Resposta: Certo.

Certo pro Cespe!

“Os contratos públicos são celebrados em caráter

intuitu personae, sendo, em regra, vedada a

subcontratação”.

Item 14: No âmbito dos contratos públicos, assim como ocorre

na esfera civil, a contratação do particular poderá ser feita

verbalmente, não havendo necessidade de se formalizar a

relação por meio de contrato administrativo.

Sem chance. A afirmação contradiz a sistemática da Lei nº

8.666/93.

Em outra de suas características, os contratos administrativos

são em regra formais (princípio do formalismo), no sentido de

que adotam a forma escrita e devem obedecer a todas as

formalidades para eles prescritas na Lei no 8.666/1993.

Em uma hipótese apenas (art. 60, parágrafo único) a Lei,

autoriza à Administração celebrar um contrato verbal: quando tiver

por objeto compras de pequena monta, no valor de até

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R$ 4.000,00, de pronto pagamento (pagamento à vista), feitas

em regime de adiantamento (ou seja, como parte de um contrato

maior, que será feito na forma escrita). Assim, é evidente que está

errado o item.

Prosseguindo na matéria, o art. 62 da Lei, em seu caput, exige

que os contratos de valor mais elevado sejam celebrados sob a forma

de instrumento ou termo de contrato, o mais formal dos meios

previstos na Lei para a celebração de um ajuste porque, no que for

aplicável ao contrato especificamente celebrado, deve conter todas as

cláusulas previstas no art. 55 da Lei.

É o instrumento de contrato obrigatório nas hipóteses de

concorrência e tomada de preços, bem como nos casos de dispensa e

inexigibilidade que se situem nas faixas de valor correspondentes

àquelas modalidades de licitação.

Nas demais hipóteses, a Lei autoriza que o instrumento de

contrato seja substituído por outros meios hábeis para a

comprovação do ajuste, enunciando em rol exemplificativo alguns

deles, a saber, a carta-contrato, a nota de empenho de despesa,

a autorização de compra e a ordem de execução de serviço.

Por fim, o § 4º do art. 62 dispensa o instrumento de contrato

e torna apenas facultativa a substituição mencionada no parágrafo

anterior, independentemente do valor estimado do contrato,

quando se tratar de “compra com entrega imediata e integral dos

bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive

assistência técnica”.

Encerrando, esta questão como um todo tratou de 3 das

características dos contratos administrativos: a incidência de

claúsulas exorbitantes, o caráter personalíssimo e seu formalismo.

Além delas, outras características dos contratos administrativos são

(a) o equilíbrio econômico-financeiro; (b) seu caráter de contrato de

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adesão; (c) e a finalidade de interesse público que deve nortear sua

celebração.

Resposta: Errado.

Questão

Julgue os seguintes itens, referentes a licitações, pregão e

sistema de registro de preços.

15. (66) As entidades federais não participantes do sistema de

registro de preços poderão aderir à ata de registro de preços

de outros entes da Federação, desde que devidamente

justificada a vantagem e mediante anuência do órgão

gerenciador, cabendo ao fornecedor beneficiário da ata,

observadas as condições nela estabelecidas, aceitar ou não a

adesão.

16. (67) A impessoalidade é princípio que norteia a

administração e está intimamente afeta às licitações públicas.

17. (68) Diferentemente dos demais procedimentos

licitatórios, o procedimento do pregão implica, inicialmente, a

disputa de lances para a ulterior análise dos requisitos

necessários à habilitação da empresa licitante, procedendo-se

à análise conforme a ordem de classificação.

18. (69) Devido ao fato de o pregão ser utilizado para a

contratação de bens e serviços comuns, o critério empregado

para a escolha do vencedor poderá ser o de menor preço ou

técnica e preço.

Comentário

Item 15: As entidades federais não participantes do sistema

de registro de preços poderão aderir à ata de registro de

preços de outros entes da Federação, desde que devidamente

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justificada a vantagem e mediante anuência do órgão

gerenciador, cabendo ao fornecedor beneficiário da ata,

observadas as condições nela estabelecidas, aceitar ou não a

adesão.

Vamos primeiro tratar de modo geral da matéria.

O registro de preços pode ser vislumbrado como uma licitação

peculiar, passível de ser promovida pela Administração para a

contratação de suas compras e serviços rotineiros.

Como em tais situações a Administração, em regra, não se

limitará a adquirir o bem ou contratar o serviço de forma aleatória,

mas periódica, a Lei lhe faculta a oportunidade de abrir uma licitação

visando não apenas a certo contrato, mas a diversos possíveis

futuros contratos.

Assim, os interessados ingressarão na licitação não para

celebrar diretamente certo contrato, mas para deixar seus preços

registrados perante a Administração interessada. Esta,

configurada a necessidade em concreto, convocará o licitante

vencedor para celebrar o contrato pelo preço registrado, devidamente

atualizado, ressalvada a possibilidade de abertura de nova

licitação.

A ressalva se justifica porque, ao contrário do que consta no

enunciado, a classificação em primeiro lugar no registro não confere

ao licitante direito à celebração do contrato.

O § 4º do art. 15 não deixa dúvida na matéria, ao prescrever

que “a existência de preços registrados não obriga a Administração a

firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada

a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às

licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência

em igualdade de condições”.

Com isto, passo a comentar especificamente o objeto do item.

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É o Decreto nº 7.892/2013 que regula a matéria na

Administração Federal, definindo nela 3 figuras centrais: o órgão

gerenciador do sistema de registro de preços (SRP), o órgão

participante e o órgão não-participante (o famigerado “carona”).

Especificamente, elas são definidas no art. 2º do Decreto.

O órgão gerenciador é o “órgão ou entidade da administração

pública federal responsável pela condução do conjunto de

procedimentos para registro de preços e gerenciamento da ata de

registro de preços dele decorrente”.

O órgão participante, por sua vez, é o órgão ou entidade de

qualquer esfera da Administração que participa dos

procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a

ata de registro de preços (ou seja, a ata onde constam os preços

registrados).

E, por fim, o órgão não-participante é o órgão ou entidade

de qualquer esfera da Administração que, não tendo participado

dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos do

decreto, faz adesão à ata de registro de preços.

Nos termos do art. 22, “desde que devidamente justificada a

vantagem, a ata de registro de preços, durante sua vigência, poderá

ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública

federal que não tenha participado do certame licitatório,

mediante anuência do órgão gerenciador”.

Em complemento, reza o § 2º do art. 22 que “caberá ao

fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, observadas as

condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do

fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as

obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o

órgão gerenciador e órgãos participantes.

Podemos perceber, pois, que até ponto o enunciado está

correto.

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Entretanto, ele apresenta erro na sua parte inicial, quando se

afirma “as entidades federais não participantes do sistema de registro

de preços poderão aderir à ata de registro de preços de outros

entes da Federação”.

O Decreto permite que órgãos ou entidades municipais,

distritais ou estaduais façam sua adesão à ata de registro de preços

da Administração Pública Federal, mas veda que órgãos e

entidades federais façam o mesmo com relação a atas de

registro de preços gerenciadas por órgão ou entidade

municipal, distrital ou estadual (art. 22, § 8º e 9º).

Resposta: Errado.

Item 16: A impessoalidade é princípio que norteia a administração e está intimamente afeta às licitações públicas.

Creio que um item tranquilo.

Nos termos do art. 3º da Lei 8.666/93, o procedimento de

licitação tem por objetivos precípuos assegurar (a) a observância do

princípio da isonomia; (b) a seleção da proposta mais vantajosa

para a Administração e (c) a promoção do desenvolvimento

nacional sustentável.

E já chegamos ao ponto cobrado. Além de definir os objetivos

fundamentais do procedimento, o dispositivo expressamente elenca

como princípios regentes da licitação a isonomia, a legalidade, a

impessoalidade, a moralidade, a publicidade, a probidade

administrativa, a vinculação ao instrumento convocatório e o

julgamento objetivo.

Resposta: Certo.

Item 17: Diferentemente dos demais procedimentos

licitatórios, o procedimento do pregão implica, inicialmente, a

disputa de lances para a ulterior análise dos requisitos

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necessários à habilitação da empresa licitante, procedendo-se

à análise conforme a ordem de classificação.

O pregão é a única modalidade de licitação de caráter geral

que não tem previsão na Lei 8.666/93. Essa modalidade é prevista

em diploma à parte, a Lei nº 10.520/02, aplicável aos órgãos e

entidades administrativas de todas as unidades da Federação.

Dentre outras diferenças desta modalidade de licitação,

comparativamente às reguladas na Lei 8.666, no pregão ocorre o que

se denomina inversão das fases de habilitação e julgamento.

Nas modalidades de licitação sujeitas à Lei 8.666 a fase de

habilitação antecede a de julgamento. No pregão ocorre

justamente o oposto: primeiro o pregoeiro seleciona a proposta de

menor preço, e apenas depois analisa a documentação de habilitação

do licitante que a apresentou.

Se a documentação estiver em conformidade com os requisitos

previstos na lei e no edital de licitação, a proposta é declarada

vencedora. Se não estiver, o pregoeiro analisada a documentação do

participante cuja proposta foi classificada em segundo lugar e assim

por diante, até a proclamação como vencedora de uma proposta

apresentada por licitante que preencheu os requisitos de habilitação

(Lei 10.520, art. 4º, XII e XV).

Como podemos notar, o enunciado descreve de modo correto

está sistemática.

Resposta: Certo.

Item 18: Devido ao fato de o pregão ser utilizado para a

contratação de bens e serviços comuns, o critério empregado

para a escolha do vencedor poderá ser o de menor preço ou

técnica e preço.

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Uma das regras do pregão mais cobradas pelas bancas em

geral: o pregão admite apenas a licitação do tipo menor preço (Lei

10.520, art. 4º, X).

Resposta: Errado.

Questão

Ainda a respeito do tema contratação pública e licitações,

julgue os itens a seguir.

19. (70) Por não haver margem para autotutela na licitação,

somente decisão judicial com trânsito em julgado poderá

validar a decisão administrativa que anular o certame

licitatório.

* Os demais itens da questão – 71, 72, 73 - foram anulados.

Comentário

Não há nenhum fundamento na afirmação.

Significa o princípio da autotutela que a Administração pode

atuar a pedido do administrado ou de ofício (independentemente

de provocação do particular), e neste contexto cabe-lhe promover a

fiscalização dos atos produzidos em seu âmbito, avaliando-os quanto

ao seu mérito e legalidade.

Na análise de legalidade poderá a Administração,

evidentemente, decidir pela anulação do ato viciado. Não há

necessidade de absolutamente nenhuma manifestação judicial.

Essa sistemática é plenamente aplicável à anulação, estando

expressamente prevista no art. 49 da Lei nº 8.666/93.

Resposta: Errado.

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2ª Prova

Técnico Judiciário – Conhecimentos Básicos – Cargo 16 - STJ/2015

Questão

A respeito da administração pública direta e indireta e de atos

administrativos, julgue os itens a seguir.

20. (27) É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a

criação de entidades da administração indireta, como

autarquias e fundações públicas.

21. (28) Em regra, o silêncio da administração pública, na

seara do direito público, não é um ato, mas um fato

administrativo.

22. (29) A atividade administrativa pode ser prestada de

forma centralizada, em que um único órgão desempenha as

funções administrativas do ente político.

Comentário

Item 20: É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a

criação de entidades da administração indireta, como

autarquias e fundações públicas.

Um bom item do Cespe.

Sabemos ou devemos saber que a Administração Direta é o

conjunto de órgãos que integra a estrutura de cada uma das nossas

entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), e

que Administração Indireta é o conjunto de entidades

administrativas por cada uma delas criadas (aqui temos as

autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e

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empresas públicas). Unidas, Administração Direta e Indireta

correspondem à Administração Pública brasileira.

Relembrado este conceito, um dos mais elementares do Direito

Administrativo, o utem versa sobre um ponto muito bem abordado

pelo Professor José dos Santos Carvalho Filho.

O Autor afirma que o Estado tem três funções fundamentais – a

legislativa, a jurisdicional e a administrativa –, cada uma delas

atribuída com precipuidade a um dos Poderes da República: o

Legislativo, o Judiciário e o Executivo.

Apesar de a imensa maioria das atividades administrativas ficar

a cargo do Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário também

executam atividades dessa natureza, necessárias ao desempenho de

suas funções típicas, a legislativa e a jurisdicional.

Logo, não podemos de modo algum restringir o conceito

de Administração Pública ao Poder Executivo, devendo-se

adotar, na matéria, a lição do Autor, pela qual a Administração

Direta “abrange todos os órgãos dos Poderes políticos das pessoas

federativas cuja competência seja a de exercer a atividade

administrativa”.

A mesma observação pode ser feita com relação à

Administração Indireta. O art. 37 da Constituição menciona a

“administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes...”, o que autoriza a conclusão de que pode haver entidades

da Administração Indireta vinculadas não só ao Poder Executivo, o

que é indiscutivelmente o mais comum, mas também aos Poderes

Legislativo e Judiciário. Não há dúvida de que está errado o

enunciado.

Seria o caso, usando as informações do próprio enunciado, de

uma fundação pública estadual criada para efetuar pesquisas na área

jurídica, atuando vinculada ao Tribunal de Justiça do Estado, ou de

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uma autarquia municipal ser criada para atuar vinculada à Câmara de

Vereadores.

Resposta: Errado.

Item 21: Em regra, o silêncio da administração pública, na

seara do direito público, não é um ato, mas um fato

administrativo.

O Cespe considerou correto o enunciado, mas a verdade é que,

na ausência de lei, o silêncio administrado é juridicamente “um

nada”; se a lei prever algum efeito (ou seja, se e apenas se atribuir

efeitos à inércia administrativa após certo lapso temporal), é um fato

administrativo.

Em nenhuma hipótese o silêncio é um ato administrativo, que

exige, sempre, uma manifestação expressa da Administração.

Enfim, para que o silêncio seja tido como fato administrativo

(jamais ato), a lei tem que expressamente conferir algum efeito a

ele.

(posição Cespe) Apesar disso, o Cespe considerou correto se

afirmar que em regra, o silêncio da administração pública é um fato

administrativo. Vejam que não houve menção à previsão em lei, mas

apenas colocado o enquadramento como fato administrativo do

silêncio na condição de regra geral (“em regra”). Para provas da

banca, é assim que temos que trabalhar a matéria.

Resposta: Certo.

Certo pro Cespe!

“Em regra, o silêncio da administração pública,

na seara do direito público, não é um ato, mas

um fato administrativo”.

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Item 22: A atividade administrativa pode ser prestada de

forma centralizada, em que um único órgão desempenha as

funções administrativas do ente político.

Certo o enunciado.

Uma das mais tradicionais classificações dos órgãos públicos os

diferencia conforme sua estrutura em simples e compostos.

Os órgãos compostos são aqueles têm sua estrutura formada

por um órgão central e diversas unidades a ele subordinadas. São

aqueles que congregam em sua estrutura outros órgãos menores,

que exercem a mesma função principal ou uma das diversas

atividades-meio a ela auxiliares.

Uma Secretaria da Saúde, por exemplo, é um órgão composto,

pois em sua estrutura coexistem diversas unidades médicas

(atividade-fim distribuída entre diversos órgãos) e órgãos com as

mais variadas funções auxiliares, como de material ou transporte

(atividades-meio distribuídas a diversos órgãos menores), todos

integrando o órgão maior, a Secretaria de Saúde.

Órgãos simples, por sua vez, são aqueles constituídos por

um único centro de competência. São órgãos que atuam de forma

centralizada, sem divisões em sua estrutura formal. Para enquadrar

um órgão nesta classificação é irrelevante o número de cargos ou de

agentes no órgão. Desde que não exista em sua estrutura outro

órgão apto para realizar suas atividades-fim ou para auxiliá-lo a

tanto, estamos perante um órgão simples.

É justamente a esta figura que se refere adequadamente o

item.

Resposta: Certo.

Questão

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Julgue os itens a seguir, referentes a institutos diversos do

direito administrativo.

23. (30) A aplicação retroativa de nova interpretação dada a

norma administrativa é admitida no processo administrativo.

24. (31) A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo

anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em

estágio probatório relativo a outro cargo.

25. (32) O objetivo da licitação pública é escolher a proposta

mais vantajosa para o futuro contrato e fazer prevalecer o

princípio da isonomia, visando à promoção do

desenvolvimento nacional sustentável.

Comentário

Item 23: 30 A aplicação retroativa de nova interpretação dada

a norma administrativa é admitida no processo administrativo.

A Lei nº 9.784/99 dispõe sobre as normas básicas do processo

administrativo federal, e em seu art. 2º, parágrafo único, m,

estabelece como um dos critérios de adoção obrigatória em tais

processos “interpretação da norma administrativa da forma que

melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada

aplicação retroativa de nova interpretação”.

Pela redação legal, é fácil concluirmos que a afirmação está

errada. A Lei veda a aplicação retroativa de nova interpretação.

Trata-se de previsão que contempla o princípio da segurança jurídica,

um dos princípios vinculantes da atividade administrativa.

Com relação à sua sistemática, ela pode ser assim explicitada.

Toda norma, para ser aplicada, deve ser interpretada. A

interpretação é, assim, a tarefa pela qual o operador jurídico define o

sentido de dada norma jurídica frente ao caso em concreto ao qual

será aplicada.

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As normas administrativas, na condição de normas jurídicas, à

evidência requerem o exercício da atividade interpretativa no seu

processo de aplicação. Ora, eventualmente, a Administração poderá

modificar seu entendimento acerca do significado de certa norma

administrativa.

A lei não lhe veda tal possibilidade, apenas impede que a

Administração aplique a nova interpretação de forma

retroativa, ou seja, a casos já solucionados com base na antiga

interpretação da norma jurídica.

Embora se propugne que esta vedação, da mesma forma que o

princípio da segurança jurídica genericamente considerado, vise à

proteção do administrado, imunizando-o contra certas alterações em

relações jurídicas já estabilizadas, devemos notar que essa

perspectiva não exaure a incidência do critério.

Ali não se diz que é vedada a aplicação retroativa de nova

interpretação, desde que a mesma seja mais gravosa para o

administrado. Ali simplesmente se veda a incidência retroativa de

nova interpretação de norma jurídica, com o que podemos concluir

que a norma se aplica tanto a interpretações mais benéficas

como a interpretações mais gravosas para o administrado.

Em consequência, o critério confere segurança também à

Administração, no sentido de imunizar-lhe contra eventuais

pretensões de administrados cuja situação já foi decidida, na hipótese

de vir a ser adotada posteriormente interpretação mais benéfica na

matéria.

Resposta: Errado.

Item 24: A recondução é o retorno do servidor estável ao

cargo anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação

em estágio probatório relativo a outro cargo.

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Nossa primeira questão sobre a Lei nº 8.112/90, o famoso

Estatuto dos Servidores Públicos Federais.

Trata ela de recondução, uma das formas de provimento

previstas no Estatuto.

Relembrando, o provimento consiste no ato administrativo

pelo qual se dá o preenchimento de determinado cargo público,

mediante a designação de seu titular.

Segundo o Estatuto, são formas de provimento dos cargos

públicos (art. 8°): nomeação, readaptação, reintegração,

aproveitamento, promoção, reversão e recondução.

As formas de provimento de cargos públicos são usualmente

classificadas em formas de provimento originárias e formas de

provimento derivadas.

O provimento originário ocorre quando a ocupação do cargo

não decorre de qualquer vínculo anterior entre a pessoa e a

Administração. Pela nova disciplina constitucional da matéria, a

única forma de provimento originário atualmente admitida é a

nomeação, que exige, ressalvados os cargos em comissão, a

realização de concurso público.

Já o provimento derivado é aquele que pressupõe vínculo

anterior do servidor com a Administração. Das formas de

provimento previstas no Estatuto, são derivadas o aproveitamento, a

promoção, a readaptação, a reintegração, a recondução e a reversão

(ou seja, todas, exceto a nomeação).

Tratando agora especificamente da recondução, é ela forma

de provimento derivado exclusiva de servidor estável, e consiste no

retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado, em

virtude de (a) inabilitação em estágio probatório relativo a

outro cargo ou (b) reintegração do anterior ocupante ao cargo

atualmente por ele ocupado (art. 29, caput).

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Ilustrando a primeira hipótese de aplicação do instituto,

pensemos num servidor que ocupa atualmente o cargo de Analista

Judiciário do TRT da 4° Região, sendo que anteriormente ocupava o

cargo de Técnico Judiciário no mesmo Tribunal, tendo neste

preenchido os requisitos para a aquisição da estabilidade.

Ao iniciar seu exercício no cargo de Analista Judiciário, passará

a se sujeitar a novo estágio probatório. Pela aplicação do instituto,

em caso de reprovação no estágio terá ele direito a retornar ao seu

cargo anterior, de Técnico Judiciário.

Podemos ilustrar a segunda hipótese de aplicação do instituto

nos mesmos termos. Imaginemos que foi determinada a reintegração

ao cargo de Analista Judiciário do seu anterior ocupante, em virtude

da anulação da sua demissão por decisão administrativa. Neste caso,

o servidor que está atualmente ocupando o cargo objeto da

reintegração será reconduzido ao seu cargo anterior, de Técnico

Judiciário.

Nas duas hipóteses, se eventualmente estiver provido o cargo

de origem, o servidor será aproveitado em outro, de atribuições e

vencimentos compatíveis com o cargo anterior. Se não houver cargo

que satisfaça tais requisitos, o servidor será posto em

disponibilidade, até que surja cargo compatível (art. 29, caput, e

30).

Pois bem, relembramos a matéria. Agora só resta atentar para

o fato de que o Cespe considerou certo o enunciado.

Digo isto porque ele inegavelmente está incompleto, não

menciona uma das hipóteses de recondução (reintegração do anterior

ocupante). Mas não tem o que fazer, pessoal, apenas realmente

saber disso: o Cespe considerou a afirmação correta.

Resposta: Certo.

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Certo pro Cespe!

“A recondução é o retorno do servidor estável ao

cargo anteriormente ocupado em decorrência

de inabilitação em estágio probatório

relativo a outro cargo”.

Lembrem-se: há outra de recondução

(reintegração do anterior ocupante), que a

banca esqueceu nessa questão.

Item 25: O objetivo da licitação pública é escolher a proposta

mais vantajosa para o futuro contrato e fazer prevalecer o

princípio da isonomia, visando à promoção do

desenvolvimento nacional sustentável.

A afirmativa contém uma forma razoável de interpretar a parte

inicial do art. 3º da Lei nº 8.666/93, segundo o qual a licitação

destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da

isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a

administração e a promoção do desenvolvimento nacional

sustentável.

Resposta: Certo.

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3ª Prova

Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Básicos para os cargos de

nível intermediário - TCU/2015

Questão

No que se refere aos princípios e conceitos da administração

pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens.

26. (29) A vedação ao acúmulo remunerado de cargos,

empregos ou funções públicas não se estende aos empregados

das sociedades de economia mista.

27. (30) O prazo de validade de concurso público é de até dois

anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver candidatos

aprovados no cadastro de reserva.

28. (31) Se for imprescindível à segurança da sociedade e do

Estado, será permitido o sigilo dos atos administrativos.

29. (32) Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação

administrativa que contrariar, além da lei, a moral, os bons

costumes, a honestidade ou os deveres de boa administração.

Comentário

Item 26: A vedação ao acúmulo remunerado de cargos,

empregos ou funções públicas não se estende aos empregados

das sociedades de economia mista.

Vamos iniciar esta 3ª Prova do nosso Curso, que tem poucos

itens, com uma rápida revisão do ponto acima cobrado: as regras

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da Constituição sobre acumulação remunerada de cargos,

empregos e funções públicas.

Em termos gerais, as regras relativas à matéria encontram-se

dispostas no art. 37, XVI e XVII, da CF.

O professor José dos Santos Carvalho Filho entende que, em

face da literalidade do inciso XVI (é vedada a acumulação

remunerada), deve-se entender que o mesmo refere-se apenas à

acumulação acompanha das respectivas remunerações. Logo, se, não

obstante a acumulação, um dos cargos ou empregos é exercido

independentemente de contraprestação pecuniária, não incide a

norma proibitiva.

A professora Di Pietro esposa o mesmo entendimento, ao

afirmar que é “importante assinalar que a vedação só existe quando

os cargos, empregos ou funções são remunerados”. Idêntica posição

tem o Professor Hely Lopes Meirelles. Enfim, é a posição doutrinária

dominante na matéria, e que devemos adotar para fins de prova.

Com isto, vamos à análise dos inc. XVI e XVII do art. 37 da

Constituição, que vigoram com o seguinte teor:

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,

exceto quando houver compatibilidade de horários, observado

em qualquer caso o disposto no art. XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais da

saúde, com profissões regulamentadas.

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e

funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,

sociedades de economia mista, suas sociedades e entidades

controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público;

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Há outras hipóteses taxativamente previstas na

Constituição em que é juridicamente válida a acumulação

remunerada, quais sejam:

– para os magistrados, que podem exercer também uma atividade de

magistério (CF, art. 95, parágrafo único, I);

– para os membros do Ministério Público, que podem exercer mais

uma função pública de magistério (CF, art. 128, § 5º, II, d);

– para os servidores da Administração Direta, autárquica e

fundacional, quando investidos no mandato de vereador, que podem

acumular o exercício de seu cargo, emprego ou função com o

desempenho do mandato, desde que haja compatibilidade de

horários.

Deve-se destacar que o inc. XVII, ao mencionar as subsidiárias

das empresas públicas e das sociedades de economia mista, bem

como as demais sociedades controladas, direta ou indiretamente,

pelo Poder Público, está atingindo entidades que não integram a

Administração Pública Indireta.

Isso significa que mesmo pessoas jurídicas não integrantes da

estrutura formal da Administração enquadram-se nas regras expostas

supra, quando controladas pelo Poder Público.

Logo, ao contrário do que consta na afirmativa, com muito mais

razão devemos considerar tais regras às sociedades de economia

mista, entidades que integram a estrutura formal da Administração.

Mesmo quando exploradoras de atividade econômica, seus

dirigentes e empregados sujeitam-se aos mandamentos

constitucionais na matéria. O inc. XVII do art. 37 da CF, acima

transcrito, não deixa qualquer dúvida na matéria.

Resposta: Errado.

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Item 27: O prazo de validade de concurso público é de até dois

anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver candidatos

aprovados no cadastro de reserva.

O inciso III do art. 37 da Constituição trata do prazo de

validade do concurso público e da possibilidade de sua

prorrogação.

Segundo o dispositivo, o prazo de validade do concurso (ou

seja, o prazo para a nomeação) é de até dois anos, prorrogável uma

só vez, por idêntico período.

Assim, admite-se apenas uma prorrogação do prazo, e por

período igual ao inicial. Por exemplo, se o prazo incial é de 1 ano, é

possível sua prorrogação por mais 1 ano, não sendo possível outras

prorrogações.

Não há, portanto, ao contrário do que consta na parte

final do enunciado, qualquer vinculação entre prazo de

validade e cadastro de reserva. A existência ou não de cadastro

não interfere de modo algum com a regra na matéria.

Resposta: Errado.

Item 28: Se for imprescindível à segurança da sociedade e do

Estado, será permitido o sigilo dos atos administrativos.

A Questão 9 da 1ª Prova já abordou esta tema.

Relembrando, são dois os fundamentos constitucionais do

sigilo, ou seja, as hipóteses em que se autoriza ao Poder Público, de

forma válida, negar ao administrado certa informação.

Primeiro, quando o sigilo é tido por imprescindível à

segurança da sociedade ou do Estado (logo, certa a afirmativa).

O segundo, quando o sigilo decorre de a informação estar

compreendida nos direitos fundamentais à intimidade e vida

privada.

Resposta: Certo

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Item 29: Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação

administrativa que contrariar, além da lei, a moral, os bons

costumes, a honestidade ou os deveres de boa administração.

É nula a decisão administrativa que ofender “a moral, os bons

costumes, a honestidade ou os deveres de boa administração”, mas o

princípio administrativo ofendido, no caso, não é o da

impessoalidade, e sim o da moralidade.

Vejam que é bastante amplo e subjetivo este rol – bons

costumes, honestidade, deveres de boa administração -, o que

dificulta muito na prática a aplicação do princípio da moralidade.

Ainda assim, entende a doutrina que eles estão compreendidos no

âmbito de incidência do princípio.

Aqui já fechamos a questão. Para quem tiver interesse na

sequência relembro os pontos básicos do princípio da moralidade, que

tem três principais sentidos de aplicação.

Num primeiro, o princípio impõe à Administração o dever de

atuação ética, proba perante os administrados, sendo-lhe

vedados quaisquer comportamentos maliciosos ou astuciosos que

impliquem ou possam implicar prejuízo aos seus legítimos

interesses. Em linhas gerais, é desta primeira aplicaçao que tratou

o item, mas de forma mais ampla.

Nesse contexto, o princípio da moralidade é também

denominado princípio da probidade e proíbe, por exemplo, que a

Administração recuse pedidos dos administrados sem a devida e

suficiente fundamentação, pois tal conduta dificultaria

extremamente ou mesmo impediria eventual tentativa de alteração

da decisão denegatória perante a própria Administração ou junto às

instâncias do Poder Judiciário.

Numa segunda perspectiva, o princípio impõe aos agentes

públicos (às pessoas físicas que exercem funções públicas) o dever

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de, ao aplicarem as leis administrativas no exercício de suas

funções, fazerem-no de forma a consagrar, principalmente, os

valores nelas prescritos, enfim, os princípios que tais diplomas

legais buscam, em um primeiro plano, contemplar.

Por exemplo, temos em nosso ordenamento jurídico a Lei nº

8.666/1993, que contém as normas gerais sobre licitações e

contratos da Administração Pública. Um dos valores fundamentais

dessa Lei é a isonomia, que obriga os agentes públicos a tratar

todos os licitantes segundo os mesmos critérios e condições.

Pois bem, o princípio da moralidade impõe que o agente

público, ao aplicar tal Lei, o faça de modo a satisfazer este valor, a

isonomia, tratando sob idênticos termos os participantes do

certame.

Por fim, o princípio também impõe à Administração a

obrigatoriedade de respeitar os costumes administrativos, as

regras informais que surgem no cotidiano administrativo em função

da adoção reiterada de certas condutas pela Administração. Tais

costumes, em seu conjunto, compõem a denominada moral

administrativa.

Essa última aplicação do princípio da moralidade deve ser

compatibilizada com o princípio da legalidade. Por esse princípio, a

Administração só pode atuar a partir de expressa previsão legal.

Como, então, podem ter força jurídica os costumes, que surgem da

adoção reiterada de práticas sem previsão legal?

Bem, a posição que predomina é a de que os costumes têm

peso jurídico, adquirindo o valor de fonte de Direito, nas situações de

lacuna legislativa, quando não há lei disciplinando a matéria.

Tal posição se justifica pela finalidade desta terceira aplicação

do princípio da moralidade, que é proteger os administrados, nas

situações em que sempre foram tratados de determinada forma pela

Administração.

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Assim, têm eles direito à continuidade desse tratamento, à

observância do costume pela Administração, até que a matéria que

constitui seu objeto seja disciplinada por lei, quando, então, cessa a

força jurídica do costume.

Resposta: Errado.

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4ª Prova

Técnico Federal de Controle Externo Área - Apoio Técnico e Administrativo -

Especialidade: Técnica Administrativa – TCU/2015

Questão

Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos

atos administrativos, julgue os itens a seguir.

30. (51) Agirá de acordo com a lei o servidor público federal

que, ao verificar a ilegalidade de ato administrativo em seu

ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar

administrados, que sofreriam efeitos danosos em

consequência da aplicação desse ato.

31. (52) Conforme a teoria dos motivos determinantes, a

validade do ato administrativo vincula-se aos motivos que o

determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrativo cujo

motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que

determinou ou autorizou a sua realização.

32. (53) A revogação de atos pela administração pública por

motivos de conveniência e oportunidade não possui limitação

de natureza material, mas somente de natureza temporal,

como, por exemplo, o prazo quinquenal previsto na Lei n.º

9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito

do serviço público federal.

Comentário

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Item 30: Agirá de acordo com a lei o servidor público federal

que, ao verificar a ilegalidade de ato administrativo em seu

ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar

administrados, que sofreriam efeitos danosos em

consequência da aplicação desse ato.

Creio que uma questão tranquila.

A verificação de ilegalidade em um ato administração jamais

justificará sua revogação, forma de extinção que decorre de juízo

de conveniência e oportunidade da Administração, passível de incidir

apenas em atos que não tenham qualquer defeito de legalidade e

tenham sido produzidos com base em competência discricionária.

Perante um vício de legalidade, deve a Administração avaliar

primeiramente se o mesmo é sanável ou insanável. Se for deste

tipo – insanável – salvo na hipótese de conversão seu destino é a

anulação, ou seja, sua extinção com efeitos retroativos.

Se o defeito for sanável, aí se abrem para a Administração duas

possibilidades, a anulação ou a convalidação. Lembrando, esta

corresponde à correção do ato administrativo (friso novamente,

desde que o defeito seja sanável) com efeitos retroativos, não se

admitindo quando resultar em prejuízo ao interesse público ou de

terceiros,

Enfim, perante um defeito sanável, é possível a convalidação do

ato, desde que preenchidos os requisitos destacados no parágrafo

anterior, ou sua anulação. Caberá à Administração decidir entre uma

e outra.

De qualquer modo, sanável ou insanável, a ilegalidade é

impedimento absoluto para a revogação do ato.

Resposta: Errado.

Item 31: Conforme a teoria dos motivos determinantes, a

validade do ato administrativo vincula-se aos motivos que o

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determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrativo cujo

motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que

determinou ou autorizou a sua realização.

Excelente esta síntese do Cespe sobre a teoria dos motivos

determinantes.

Vamos lá, começando pelo começo, motivo ou causa é o

pressuposto de fato e de direito que serve de embasamento

para a prática do ato administrativo.

O pressuposto de direito é a norma legal que autoriza (nos

atos discricionários) ou determina (nos atos vinculados) a prática do

ato; e pressuposto de fato é a concretização, no mundo real, do

pressuposto de direito; enfim, é a efetiva ocorrência do motivo

abstratamente previsto na norma jurídica. No conjunto, ambos

correspondem ao que se denomina motivo do ato administrativo.

Exemplificando, pensemos na CF, art. 40, § 1º II, b, que trata

da aposentadoria compulsória, instituto aplicável ao servidor titular

de cargo efetivo que completa 70 anos de idade. Que representa o

dispositivo constitucional em questão? Traz ele a previsão de um ato

(aposentadoria compulsória) e o motivo para sua produção (servidor

que atinge a idade de 70 anos).

Pois bem, basta tal previsão normativa, abstrata, para que a

Administração pratique o ato de concessão de aposentadoria

compulsória? Logicamente, não: é indispensável que um servidor

efetivamente atinja a idade de 70 anos, quando então se configurará

o pressuposto de fato. Somando-se o pressuposto de direito (a norma

que abstratamente prevê o motivo) e o pressuposto de fato (sua

efetiva ocorrência no mundo real), temos o motivo do ato

administrativo.

A partir daí, cabe lembrarmos o que é a motivação, a saber, é

a exposição, por escrito, desses motivos. A motivação, embora

intimamente relacionada aos motivos, já que nada mais é que a

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descrição deles, diz respeito às formalidades do ato, integrando,

portanto, outro de seus elementos, antes analisado: a forma.

Assim, exemplificativamente, no ato de tombamento o motivo é

o valor cultural do bem e a motivação é a explicitação dessa

circunstância; no ato disciplinar o motivo é a infração funcional e a

motivação é a exposição dos atos e/ou fatos que constituíram tal

infração.

E chegamos, então, à questão. É a motivação que alicerça o

objeto do item, a teoria dos motivos determinantes, segundo a

qual a validade do ato administrativo vincula-se necessariamente aos

motivos indicados como seu fundamento, de forma que, sendo estes

inexistentes ou inadequados ao ato produzido, a consequência

inarredável será a declaração da sua nulidade.

Tal teoria aplica-se tanto aos atos vinculados como aos

discricionários (é isso que o Cespe quer dizer com os verbos

determinou/autorizou). Quanto aos primeiros não há dúvida, pois

eles só têm lugar quando ocorrido o motivo previsto em lei, o qual

deve ser declarado pela autoridade. Uma vez inexistente ou

inadequado o motivo afirmado, o ato é nulo.

Quanto aos atos discricionários, temos que levar em

consideração o fato de que a autoridade administrativa pode valorar,

dentro da margem legal, os motivos para sua atuação. Quando for

obrigada a declarar tais motivos, ou optar pela sua explicitação, a

validade do ato também se subordina à existência e à legitimidade

dos motivos declarados.

Em suma, o que conta para podermos aplicar esta teoria é o

fato de o ato haver sido motivado, ou seja, de existir a declaração

expressa dos motivos que levaram à sua produção,

independentemente de ser ou não esta medida obrigatória.

Quando existir tal declaração, poderá ser avaliada a idoneidade de

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tais motivos, a partir do que será confirmada a validade do ato ou

declarada sua nulidade.

Em caso contrário, quando o ato não é motivado, não tem

aplicabilidade a teoria. O ato até poderá vir anulado por vício em seu

motivo, mas não será nesse caso mediante a aplicação da teoria dos

motivos determinantes, a qual pressupõe necessariamente a

declaração por escrito dos motivos que embasaram a realização do

ato administrativo.

Resposta: Certo.

Para a aplicação da teoria dos motivos determinantes não

importa nada, apenas a existência da motivação. Assim, a

teoria se aplica seja o ato discricionário ou vinculado, a

motivação obrigatória ou facultativa.

Item 32: A revogação de atos pela administração pública por

motivos de conveniência e oportunidade não possui limitação

de natureza material, mas somente de natureza temporal,

como, por exemplo, o prazo quinquenal previsto na Lei n.º

9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito

do serviço público federal.

O prazo quinquenal previsto na Lei nº 9.784/99, em seu art.

54, é apenas para a anulação.

Reza a norma:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos

administrativos de que decorram efeitos favoráveis para

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os destinatários decai em cinco anos, contados da data

em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Porque não se aplica a limitação temporal à revogação, já

podemos concluir que o enunciado está errado.

Mas ele apresenta também um segundo erro: a revogação

tem várias limitações materiais, ou seja, espécies de atos

administrativos ou hipóteses em que ela não pode incidir.

Enfim, a revogação, como todo ato discricionário, possui

limites. Apesar da inexistência de disposição legal sistemática sobre

o assunto, a doutrina é relativamente pacífica quanto aos atos

considerados irrevogáveis, sendo assim considerados os seguintes

atos administrativos:

1º) os atos já consumados, que já exauriram todos seus

efeitos: como a revogação produz efeitos tão só da data em diante,

logicamente não pode incidir sobre um ato que não tem mais efeitos

para produzir;

2º) os atos vinculados: se a Administração não dispõe de

discricionariedade para decidir se pratica ou não um ato, também não

o terá para desfazê-lo;

3º) os atos que já geraram direitos adquiridos para os

administrados: se regulares tais atos não pode a Administração

retirar-lhes a eficácia;

4º) os atos que estão integrados dentro de um procedimento:

um procedimento é uma série encadeada de atos administrativos

destinados à produção de um resultado final, que os integra e lhes dá

o sentido de sua realização. O procedimento é uma marcha para a

frente, de forma que, ultrapassada uma fase, não podem mais ser

revogados os atos que a constituíram, pois eles já preencheram

adequadamente sua função na cadeia procedimental;

5º) os meros atos administrativos, assim considerados aqueles

cujos efeitos já vêm rigidamente preestabelecidos em lei.

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Resposta: Errado.

Questão

Julgue os itens seguintes, relativos aos atos administrativos.

33. (54) É proibido delegar a edição de atos de caráter

normativo.

34. (55) Ao delegar a prática de determinado ato

administrativo, a autoridade delegante transfere a titularidade

para sua prática.

35. (56) Eventuais recursos contra decisão emanada em

processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade que

a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de

retratação e reconsiderar a decisão.

36. (57) Decretos não são considerados atos administrativos.

Comentário

Item 33: É proibido delegar a edição de atos de caráter

normativo.

Vamos aproveitar o item para apresentar os art. 11 a 14 da Lei

nº 9.784/99, que tratam da delegação na esfera federal.

Iniciando o regramento da matéria, o art. 11 declara

irrenunciável a competência atribuída às autoridades e aos agentes

administrativos. A seguir, no mesmo dispositivo, admite que seja

excepcionada essa regra, por intermédio dos institutos da

delegação e da avocação de competência, nos casos legalmente

admitidos.

Nos artigos seguintes, de 12 a 14, trata a Lei detalhadamente

da delegação, admitindo-a, desde que não haja impedimento

legal, mesmo a órgãos ou autoridades não hierarquicamente

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subordinados ao órgão ou autoridade delegante, sempre que a

medida mostrar-se conveniente por motivos de caráter técnico,

social, econômico, jurídico ou territorial (art. 12)

No art. 13 são estabelecidas importantes restrições ao exercício

da delegação. Em conformidade com o posicionamento da melhor

doutrina, o legislador federal vedou a delegação de competência nas

seguintes matérias:

– edição de atos de caráter normativo (logo, correto o

enunciado);

– decisões de recursos administrativos;

– matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Trata-se de vedações de caráter absoluto. Em nenhuma

hipótese tais competências são passíveis de delegação.

Ainda sobre delegação, o art. 14, no caput e em seus diversos

parágrafos, estabelece que o ato delegatório deverá ser específico

quanto aos poderes delegados, aos limites de atuação da

autoridade delegada, à finalidade da delegação e aos recursos

cabíveis. Declara ainda que a delegação pode dar-se com reserva

de poderes, e que a mesma é revogável a qualquer tempo pela

autoridade delegante.

O seu parágrafo final define que o ato praticado com base na

delegação considera-se praticado pela autoridade delegada, a qual,

ao produzi-lo, deve expressamente declarar sua qualidade (ou seja,

que atua mediante delegação).

Resposta: Certo.

Item 34: Ao delegar a prática de determinado ato

administrativo, a autoridade delegante transfere a titularidade

para sua prática.

Deixei para este item relembramos o conceito de delegação,

uma vez que é este justamente seu tema.

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De forma singela, podemos definir a delegação como o ato

pelo qual o superior, por motivos de conveniência e oportunidade,

transfere temporariamente ao seu subordinado o exercício de

certa competência que a lei lhe outorgou.

A medida não atinge, pois, a própria titularidade da

competência. Isto quem faz é somente a lei ou os atos a ela

equiparados, como os regulamentos autônomos. A delegação, e

sempre de forma temporária, altera apenas a legitimidade para o

exercício de certa competência (aquele que delega permanece como

seu titular).

Resposta: Errado.

Item 35: Eventuais recursos contra decisão emanada em

processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade que

a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de

retratação e reconsiderar a decisão.

O enunciado corresponde à sistemática da Lei nº 9.784/99.

O diploma trata dos recursos administrativos nos seus art.

56 a 64, e no § 1º do art.56 declara que o recurso será dirigido à

autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no

prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

Assim, o recurso é dirigido à própria autoridade de cuja

decisão se recorre, a fim de que esta possa emitir um juízo de

reconsideração (enfim, alterar o teor decisão recorrida).

Se mantiver seu entendimento, deverá encaminhar o recurso à

autoridade superior, a quem cabe seu julgamento.

Resposta: Certo.

Item 36: Decretos não são considerados atos administrativos.

De forma bem simples, são.

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O 4º Item da 1ª Prova já tratou dos decretos, apresentando sua

principal peculiaridade, qual seja, o fato de serem privativos de

chefes de Poder Executivo.

São, portanto, atos administrativos passíveis de serem

expedidos apenas pelo Presidente da República, Governadores de

Estado e do Distrito Federal e Prefeitos.

Para ninguém ficar na dúvida, lembro que o ato administrativo

é, basicamente um ato produtor de efeitos jurídicos produzido

unilateralmente pela Administração em condições de

superioridade perante a outra parte na relação jurídica.

Ora, se pensarmos, por exemplo, num decreto que declara um

imóvel de utilidade pública para fins de desapropriação, veremos que

ele preenche todas as características do ato administrativo: produção

de efeitos jurídicos, unilateralidade, posição de superioridade.

Resposta: Errado.

Questão

A respeito de licitações, julgue os itens que se seguem.

37. (58) O prazo de validade das propostas no pregão será de

sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital pertinente.

38. (59) Será dispensável a licitação caso haja inviabilidade de

competição.

39. (60) É inexigível a licitação em caso de guerra ou de grave

perturbação da ordem.

40. (61) Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar

edital de licitação por irregularidade na aplicação da lei,

devendo a administração pública, caso a impugnação seja

protocolada no prazo da lei, julgá-la e respondê-la em até três

dias úteis.

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41. (62) Dado o princípio da adjudicação compulsória, a

administração não pode, concluída a licitação, atribuir o objeto

desse procedimento a outrem que não o vencedor

Comentário

Item 37: O prazo de validade das propostas no pregão será de

sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital pertinente.

Item bem simples, e correto.

Segundo o art. 6º da Lei nº 10.520/2002, o prazo de validade

das propostas nesta modalidade de licitação será de sessenta dias,

se outro não estiver fixado no edital de abertura do certame.

Resposta: Certo.

Item 38: Será dispensável a licitação caso haja inviabilidade

de competição.

Vamos a um apanhado geral na matéria, vapt-vupt,

diferenciando figuras similares que permitem à Administração

contratar sem licitar.

O procedimento licitatório, entre outros objetivos, visa

proporcionar à Administração a oportunidade de avaliar diferentes

propostas relativas ao objeto do certame, apresentadas pelos

interessados em com ela celebrar o ajuste. A utilidade de

procedimento pressupõe, portanto, que, ao menos em tese, exista

uma efetiva possibilidade de competição, ou seja, que existam

diversas pessoas físicas ou jurídicas aptas a executar o contrato.

Ocorre que em dadas circunstâncias não se afigura essa

possibilidade de competição. Esses casos, em que não há

viabilidade de competição, correspondem às hipóteses de

inexigibilidade, que autorizam à Administração celebrar

diretamente o contrato.

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Tais hipóteses constam no art. 25 da Lei nº 8.666/93. O

dispositivo em questão apresenta um rol de hipóteses de

inexigibilidade, mas de natureza meramente exemplificativa.

Desse modo, mesmo que uma situação em concreto não se

enquadre nas hipóteses do art. 25 da Lei, ainda assim poderá

configurar uma situação de inexigibilidade, desde que, no caso,

configure-se a situação de inviabilidade de competição.

Além da inexigibilidade, que autoriza a celebração direta de

contratos pela Administração, temos, com a mesma consequência, o

instituto da dispensa de licitação. Aqui cabe fazermos uma

diferenciação, pois, adotando-se a lição de Hely Lopes Meirellles, há

duas modalidades de dispensa de licitação.

Há situações em que, não obstante a existência de viabilidade

jurídica de competição, a Lei autoriza a Administração a não

proceder à licitação. Tais hipóteses correspondem aos casos de

licitação dispensável, e exigem previsão taxativa em lei. Na Lei no

8.666/1993 estão relacionadas em seu art. 24.

Ao lado destas, a Lei relaciona algumas situações em que,

havendo também viabilidade de competição, a Administração não

está apenas autorizada, mas impedida de instaurar o procedimento

licitatório. Estas hipóteses foram denominadas como de licitação

dispensada, e exigem expressa previsão legal. Na Lei nº

8.666/1993 estão previstas no seu art. 17, correspondendo, na sua

integralidade, a hipóteses de alienação de bens pela Administração

ou institutos que permitem a terceiros utilizar-se de bens

públicos.

Assim sendo, as situações de licitação dispensável configuram-

se quando, havendo possibilidade de competição, a Administração

está autorizada (mas não obrigada) a adjudicar diretamente o objeto

do contrato. Quando for hipótese de licitação dispensada, não dispõe

a Administração de qualquer faculdade, estando obrigada a proceder

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à adjudicação direta do objeto do contrato. Ambas, reunidas,

compõem os casos de dispensa de licitação.

Encerrada a revisão, creio que com tranquilidade podemos

concluir que o enunciado está errado: será inexigível (não

dispensável) a licitação caso haja inviabilidade de competição.

Resposta: Errado.

Instituto Características

Inexigibilidade Inviabilidade jurídica de competição / rol exemplificativo do art. 25 da Lei 8.666

Licitação Dispensável

(modalidade de dispensa)

Viabilidade jurídica de competição / exige expressa previsão em lei / art. 24 da Lei nº 8.666/93 / competência discricionária

Licitação Dispensável

(modalidade de dispensa)

Viabilidade jurídica de competição / exige expressa previsão em lei / art. 17 da Lei nº 8.666/93 / competência vinculada

Item 39: É inexigível a licitação em caso de guerra ou de grave

perturbação da ordem.

Este item é o contrário do anterior.

Lá se definiu como de dispensa um contexto de inexigibilidade,

aqui se definiu como inexigibilidade uma hipótese de dispensa.

Especificamente, trata-se de hipótese de licitação dispensável,

nos termos do inc. III do art. 24 da Lei nº 8.666/93, que autoriza à

Administração celebrar diretamente o contrato “nos casos de

guerra ou grave perturbação da ordem”.

Resposta: Errado.

Item 40: Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar

edital de licitação por irregularidade na aplicação da lei,

devendo a administração pública, caso a impugnação seja

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protocolada no prazo da lei, julgá-la e respondê-la em até três

dias úteis.

Vamos apresentar as regras do Estatuto de Licitações relativas

à faculdade de impugnação do edital perante a Administração

responsável pelo procedimento. Constam em seu art. 41.

O edital pode ser impugnado administrativamente por

qualquer cidadão, no prazo de até 5 dias úteis da data fixada para

a abertura dos envelopes de habilitação. Uma vez protocolada a

impugnação, a Administração tem o prazo de 3 dias úteis para

oferecer sua resposta. Aqui já fica claro que está certo o

enunciado.

Prosseguindo, os licitantes, evidentemente, também possuem

legitimidade para impugnar administrativamente o edital, mas nesse

caso os prazos se alteram.

O prazo é de até 2 dias úteis antes da data prevista para a

abertura dos envelopes contendo a documentação de habilitação, se

a licitação for na modalidade concorrência; e de 2 dias úteis antes

da data prevista para a abertura dos envelopes contendo as

propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a

realização de leilão.

A fim de evitar qualquer temor por parte do licitante em

apresentar sua impugnação, a Lei expressamente declara que o

exercício dessa faculdade não lhe veda a participação no certame, até

a decisão da Administração sobre a impugnação.

No mesmo contexto, cabe lembrar que a Lei 8666, no art. 113,

também prevê a possibilidade de qualquer pessoa física ou jurídica,

licitante ou contratado representar aos Tribunais de Contas ou aos

órgãos de controle interno acerca de irregularidades na aplicação da

Lei no 8.666/1993, para fins de controle das despesas decorrentes da

execução do contrato.

Resposta: Certo.

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Item 41: Dado o princípio da adjudicação compulsória, a

administração não pode, concluída a licitação, atribuir o objeto

desse procedimento a outrem que não o vencedor.

É exatamente isto. O nome do princípio já indica seu conteúdo.

Mas vamos lá, um pouquinho além na matéria.

A adjudicação, lembrando, é o ato pelo qual a autoridade

competente atribui ao vencedor da licitação o seu objeto.

Apesar de interrelacionados, não se deve confundir a

adjudicação do objeto da licitação com a celebração do

contrato a ele referente.

A adjudicação é o ato unilateral pelo qual a Administração

declara que, se for celebrar o contrato referente ao objeto da

licitação, obrigatoriamente o fará com o licitante vencedor. A

celebração do contrato, de forma diversa, é ato bilateral, pelo qual a

Administração e o particular efetivamente formalizam o acordo

concernente ao objeto da licitação.

A adjudicação é ato vinculado, uma vez que a Administração

só poderá deixar de efetuá-la em caso de anulação do procedimento,

por ilegalidade; ou sua revogação, em caso de interesse público

decorrente de fato superveniente devidamente comprovado (Lei nº

8.666/1993, art. 49). Ressalvados esses dois casos, o licitante

vencedor tem direito a que lhe seja adjudicado o objeto da licitação.

Já a celebração do contrato é ato discricionário, realizado pela

Administração segundo seus exclusivos critérios de conveniência e

oportunidade. Mesmo regular o procedimento licitatório e não

ocorrido qualquer fato superveniente, ou seja, mesmo tendo se

efetivado a adjudicação, a Administração, por intermédio da

autoridade competente, pode simplesmente optar por não contratar.

Essa posição não é pacífica na doutrina, mas é adotada pela maioria

dos autores.

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Apesar de não resultar necessariamente na celebração do

contrato, a adjudicação, por si só, produz alguns efeitos, sendo o

principal deles justamente o objeto do enunciado: a impossibilidade

de a Administração, em se decidindo pela celebração do

contrato, firmá-lo com outro licitante que não o vencedor da

licitação, durante o prazo de validade da adjudicação.

Outra conseqüência dela decorrente é a impossibilidade de

se abrir nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

Resposta: Certo.

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5ª Prova

Agente Penitenciário – Área 1 – DEPEN/2015

Questão

Julgue os itens seguintes, relativos à gestão de contratos na

administração pública.

42. (89) Os contratos administrativos devem,

necessariamente, conter cláusulas que se refiram aos direitos

e às responsabilidades das partes, bem como às hipóteses de

rescisão, sob pena de nulidade do instrumento.

43. (90) As garantias contratuais prestadas pelos

fornecedores contratados mediante licitação são uma

prerrogativa da administração pública com o objetivo de

assegurar a prestação adequada do serviço ou, em caso de

falha na execução que seja passível de aplicação de multa,

assegurar o recebimento do valor pactuado.

44. (91) Embora tenha sido instituído pela Lei n.º 8.666/1993,

o pregão é uma modalidade de licitação que passou a ser

utilizada pela administração pública apenas no século atual.

Comentário

Item 42: Os contratos administrativos devem,

necessariamente, conter cláusulas que se refiram aos direitos

e às responsabilidades das partes, bem como às hipóteses de

rescisão, sob pena de nulidade do instrumento.

Considerei esta uma questão muito difícil do Cespe.

A matéria cláusulas necessárias dos contratos administrativos é

regulada no art. 55 da Lei nº 8.666/1993.

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Vou transcrever o dispositivo. Para quem não quiser lê-lo por

inteiro os incisos de nosso interesse estão em negrito.

Reza a norma:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todos os

contratos as que estabeleçam:

I – o objeto e seus elementos característicos;

II – o regime de execução e a forma de fornecimento;

III – o preço e as condições de pagamento, os critérios,

data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os

critérios de atualização monetária entre a data do

adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV – os prazos de início das etapas de execução, de

conclusão, de entrega, de observação e de recebimento

definitivo, conforme o caso;

V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação

da classificação funcional programática e da categoria

econômica;

VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena

execução, quando exigidas;

VII – os direitos e as responsabilidades das partes,

as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII – os casos de rescisão;

IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em

caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta

Lei;

X – as condições de importação, a data e a taxa de

câmbio para conversão, quando for o caso;

XI – a vinculação ao edital de convocação, ou ao termo

que o dispensou ou o inexigiu, ao convite e à proposta do

licitante vencedor;

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XII – a legislação aplicável à execução do contrato e

especialmente aos casos omissos;

XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda

a execução do contrato, em compatibilidade com as

obrigações por ele assumidas, todas as condições de

habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Dentre as matérias de relevo da Lei vale destacar que não são

de menção obrigatória num contrato administrativo cláusulas

tratando das hipóteses de prorrogação e de alteração unilateral

do contrato, previstas diretamente na própria Lei nº 8.666/93.

Pois bem, vamos à questão.

Podemos dizer que “cláusulas que se refiram aos direitos e às

responsabilidades das partes, bem como às hipóteses de rescisão”

são cláusulas expressamente arroladas no art. 55.

Ocorre que o Cespe considerou o item errado.

No que toca às cláusulas não há qualquer erro.

Onde ele pode estar?

No resto do enunciado, evidentemente, e aí temos duas

possibilidades:

1º) ou o Cespe entendeu que a parte inicial, em que se afirma “os

contratos administrativos devem, necessariamente, conter” está

errada, pois só os contratos formalizados por termo ou

instrumento de sujeitam-se integralmente ao art. 55 (no caso

de um contrato formalizado por uma nota de empenho de despesa,

por exemplo, aplica-se o artigo apenas no que couber, como

comentamos no Item 14 desta aula); ou

2º) o Cespe entendeu que a parte final “sob pena de nulidade do

instrumento” está incorreta. Está expressão, nulidade, indica defeito

insanável, a impedir a convalidação.

Creio que foi este último o fundamento para o Cespe ter

considerado a afirmação incorreta. Em outras palavras, a banca pode

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ter entendido que a falta de algumas das cláusulas do art. 55, nem

mesmo quando seriam obrigatórias (termo ou instrumento de

contrato), leva necessariamente à anulação como um todo do

contrato, o que torna o termo nulidade incorreto.

Resposta: Errado.

Errado pro Cespe!

“Os contratos administrativos devem,

necessariamente, conter cláusulas que se

refiram aos direitos e às responsabilidades das

partes, bem como às hipóteses de rescisão, sob

pena de nulidade do instrumento”.

Item 43: As garantias contratuais prestadas pelos

fornecedores contratados mediante licitação são uma

prerrogativa da administração pública com o objetivo de

assegurar a prestação adequada do serviço ou, em caso de

falha na execução que seja passível de aplicação de multa,

assegurar o recebimento do valor pactuado.

Ótima (e correta) a redação. Sintetiza as finalidades dos dois

momentos em que pode ser exigida a garantia, (a) na licitação,

como um dos requisitos de qualificação econômico-financeira; ou (b)

quando da execução do contrato.

Vejam que o Cespe usa a expressão prerrogativa para qualificar

a garantia. Isso é importante, porque é o termo que o art. 58 da Lei

8.666 utiliza para se referir às cláusulas exorbitantes.

A garantia não está prevista neste artigo entre as cláusulas

exorbitantes, mas o Professor Hely Lopes Meirelles entende que ela

ostenta esta natureza. Podemos concluir que nesta oportunidade foi

também a posição do Cespe na matéria.

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Na sequência, apresento as regras da Lei no 8.666/1993 sobre

a matéria:

1º) é decisão discricionária da autoridade competente a exigência

ou não de garantia. Como já afirmado, pode ela decidir por impor a

exigência apenas durante a licitação, apenas quando da celebração

do contrato, ou em ambos os momentos. Em qualquer caso, mesmo

quando exige a garantia somente para a celebração do contrato, a

autoridade deverá fazer a exigência constar do edital de licitação;

2º) quando exigida durante a licitação, a comprovação da prestação

da garantia é realizada durante a fase de habilitação,

correspondendo ela a um dos requisitos de qualificação econômica do

licitante;

3º) a Lei no 8.666/1993 prevê três modalidades de garantia: caução

em dinheiro ou títulos da dívida-pública, seguro-garantia ou

fiança bancária. Cabe ao licitante e ao contratado, quando a

Administração decidir exigir a garantia, optar por uma das

modalidades prescritas na Lei.

4º) o limite da garantia, na licitação, corresponde a até 1% do valor

estimado do contrato. Na fase contratual, o limite da garantia é de

até 5% do valor estimado do contrato, salvo nos contratos de grande

vulto e que envolvam alta complexidade técnica e riscos financeiros

consideráveis, quando então poderá o valor da garantia ser fixado em

até 10% do valor estimado do contrato.

5º) além disso, nos contratos que importem na entrega de bens pela

Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da

garantia deverá ser acrescido o valor desses bens;

6º) a Administração poderá descontar da garantia, por ato

unilateral, o valor das indenizações devidas pelo contratado pelo

inadimplemento ou adimplemento irregular ou incompleto de suas

obrigações, bem como os prejuízos causados pelo licitante por

atuação dolosa ou culposa;

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7º) encerrada regularmente a licitação ou o contrato, a garantia será

devolvida àquele que a prestou, monetariamente atualizada quando

tiver sido oferecida em dinheiro.

Resposta: Certo.

Item 44: Embora tenha sido instituído pela Lei n.º

8.666/1993, o pregão é uma modalidade de licitação que

passou a ser utilizada pela administração pública apenas no

século atual.

Vejam que esta é uma questão também de “raciocínio lógico”

não apenas de Direito Administrativo. Se o pregão foi instituído pela

Lei nº 8.666, de 1993, não pode ter sido adotado apenas neste

século; se foi adotado apenas neste século, não pode ter sido

instituído pela Lei nº 8.666, de 1993. Não há como a parte inicial do

item “bater” com a final.

Com isto já poderíamos concluir que o item está errado.

De qualquer modo, o correto é se afirmar que o pregão, para

todas as esferas da Administração, foi instituído (em termos de lei,

não de medida provisória) pela Lei nº 10.520/2002, sendo a partir

de então aplicado pela Administração.

Resposta: Errado.

Questão

Com relação aos processos licitatórios na administração

pública, julgue os próximos itens.

45. (92) A homologação do certame é o ato administrativo

pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação,

outorgando-lhe a titularidade jurídica do resultado alcançado.

46. (93) Os atos administrativos praticados no processo

licitatório, se eivados de vício de ilegalidade, devem ser

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anulados de ofício ou por provocação de terceiros, o que não

gera para a administração pública obrigação de indenizar o

particular, com exceção daquilo que o contratado houver

executado até a data em que seja declarada a nulidade e de

outros prejuízos regularmente comprovados.

47. (94) Os prazos de antecedência para divulgação do

instrumento convocatório, previstos na Lei de Licitações e

Contratos, qualquer que seja a modalidade escolhida pelo

gestor público, são contados em dias corridos, e variam

apenas com relação ao número mínimo de dias, conforme o

tipo de licitação adotado.

Comentário

Item 45 A homologação do certame é o ato administrativo

pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação,

outorgando-lhe a titularidade jurídica do resultado alcançado.

A homologação é o “penúltimo” ato do procedimento de

licitação. Nela a autoridade competente declara que tudo que até

então foi feito, pela Administração e pelos licitantes, ostenta a mais

perfeita legalidade.

A partir daí, temos o ato que encerra a licitação, a

adjudicação. É este, não a homologação, “o ato administrativo pelo

qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação, outorgando-lhe a

titularidade jurídica do resultado alcançado”, como consta no

enunciado.

Lembro apenas que a “titularidade jurídica” do resultado não

significa direito à celebração do contrato, mas apenas direito a não

ser preterido na celebração, desde que a Administração decida

efetuar a convocação.

Resposta: Errado.

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Item 46: Os atos administrativos praticados no processo

licitatório, se eivados de vício de ilegalidade, devem ser

anulados de ofício ou por provocação de terceiros, o que não

gera para a administração pública obrigação de indenizar o

particular, com exceção daquilo que o contratado houver

executado até a data em que seja declarada a nulidade e de

outros prejuízos regularmente comprovados.

Como sabemos, o contrato administrativo, via de regra, é

decorrente de uma anterior licitação. A licitude deste procedimento é

condição primeira para a validade do contrato administrativo. Mesmo

regular a licitação, podem surgir vícios quando da celebração do

instrumento do contrato.

Em qualquer desses momentos, verificada a ilegalidade, deve a

Administração, por ato próprio, anular o contrato administrativo

(salvo quando houver possibilidade de convalidação). Tal atuação

pode ser adotada de ofício pela Administração ou mediante pedido de

terceiros.

A declaração de nulidade do contrato administrativo opera

retroativamente, desconstituindo os efeitos jurídicos já produzidos

e impedindo que os efeitos ainda passíveis de produção possam ter

início, conforme o disposto no caput art. 59 da Lei 8.666/1993.

O mesmo artigo, em seu parágrafo único, declara que é

decorrência automática da invalidação o dever de indenizar o

contratado pela parcela do contrato já executada, bem como

por qualquer outro prejuízo devidamente comprovado oriundo

do seu desfazimento, desde que, é claro, não tenha sido o

contratado o responsável pela anulação.

Pelo exposto, o item está em conformidade com as disposições

legais na matéria.

Não vou entrar no mérito da questão, mas vejam que a Lei

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8.666 não prevê, como efeito da anulação da licitação,

indenização aos licitantes. Ela define a indenização apenas para

o contratado, ou seja, quando o vício, seja na licitação, seja no

contrato, foi descoberto apenas quando este já estava em execução.

Foi este o entendimento do Cespe nesta oportunidade. Leiam

com calma o enunciado que vocês chegarão à mesma conclusão.

Resposta: Certo.

Item 47: Os prazos de antecedência para divulgação do

instrumento convocatório, previstos na Lei de Licitações e

Contratos, qualquer que seja a modalidade escolhida pelo

gestor público, são contados em dias corridos, e variam

apenas com relação ao número mínimo de dias, conforme o

tipo de licitação adotado.

Nestas questões jurídicas que falam em qualquer (como esta),

tudo, nada, sempre, nunca e expressões similares temos que botar

as barbas de molho. Quem não tiver basta prestar atenção.

Geralmente elas estão erradas, como ocorreu nesta oportunidade.

Os prazos da Lei 8.666/93 na matéria são em dias corridos,

exceto quando a licitação é na modalidade convite (seu prazo é

contado em dias úteis), o que é suficiente para tornar a afirmação

errada.

Dito isto, para quem quiser, vamos revisar a matéria, que se

encontra regulada no art. 21 da Lei nº 8.666/93.

Estamos falando, pois, dos prazos mínimos entre a

divulgação do ato convocatório da licitação (a publicação do aviso

com o resumo do edital ou o envio da carta-convite) e a

apresentação das propostas.

Tais prazos somente iniciam seu transcurso com a última

publicação do aviso do resumo do edital ou com a expedição do

convite ou, ainda, com a efetiva disponibilidade do edital ou do

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convite e respectivos anexos, preponderando sempre a data

posterior.

Já fechando o comentário, a antecedência mínima entre a

divulgação do ato convocatório e a apresentação das propostas é,

pois, de:

1) quarenta e cinco dias para as modalidades:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar

o regime de empreitada integral ou quando a licitação for

do tipo melhor técnica ou técnica e preço;

2) trinta dias para as modalidades:

a) concorrência, nos casos não especificados na letra b

anterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo melhor

técnica ou técnica e preço;

3) quinze dias para as modalidades:

a) tomada de preços, nos casos não especificados na letra b

anterior;

b) leilão;

4) cinco dias úteis para a modalidade convite;

5) oito dias úteis para a modalidade pregão (esta regra consta da

Lei nº10.520/2002).

Resposta: Errado.

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6ª Prova

Técnico – Conhecimentos Básicos – MPU/2015

Questão

Questão

Julgue os itens a seguir, de acordo com o regime jurídico das

autarquias.

48. (21) Autarquia é entidade dotada de personalidade

jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira,

não sendo possível que a lei institua mecanismos de controle

da entidade pelo ente federativo que a criou.

49. (22) As autarquias responderão objetivamente pelos

danos provocados por seus agentes a terceiros, ainda que se

comprove que esses agentes tenham agido com prudência,

perícia e cuidados exigidos.

50. (23) O instrumento adequado para a criação de autarquia

é o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de

iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

Comentário

Item 48: Autarquia é entidade dotada de personalidade

jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira,

não sendo possível que a lei institua mecanismos de controle

da entidade pelo ente federativo que a criou.

As autarquias são as mais típicas entidades da Administração

Indireta, podendo-se defini-las como entidades administrativas de

direito público instituídas por certa entidade política para

exercer alguma atividade típica de Estado, como regulação ou

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poder de polícia, vinculando-se à respectiva Administração Direta

por meio de um controle denominado tutela ou controle finalístico.

Com isto já respondi à questão. Está errada a afirmação.

A autarquia, como todas as entidades administrativas, está

vinculada a um órgão central supervisor da Administração Direta,

que sobre ela exercerá os controles previstos em lei e na forma por

esta definida.

Esta relação de controle – tutela ou controle finalístico – tem

duas principais características, que sintetizam o significado da

expressão vinculação, quais sejam: (a) só se admitem os controles

com expressa previsão legal; (b) a fiscalização é exercida por um

órgão que atua na mesma área que a entidade administrativa.

Resposta: Errado.

Item 49: As autarquias responderão objetivamente pelos

danos provocados por seus agentes a terceiros, ainda que se

comprove que esses agentes tenham agido com prudência,

perícia e cuidados exigidos.

Como já trabalhamos em outra questão da Aula, o art. 37, § 6º

da Constituição, que consagra a responsabilidade objetiva na

modalidade risco administrativo, aplica-se a todas as entidades

de direito público, dentre elas, indiscutivelmente, as autarquias.

Correta, portanto, a primeira parte do enunciado.

O mesmo pode ser dito da sua parte final.

Responsabilidade objetiva é justamente aquela que não

pressupõe ilicitude. Assim, preenchidos seus elementos de

configuração (ação de um agente público nesta qualidade; dano;

nexo causal entre a ação e o dano), nasce para o Estado o dever de

indenizar mesmo que os agentes públicos, como acima afirmado,

“tenham agido com prudência, perícia e cuidados exigidos”.

Resposta: Certo.

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Item 50: O instrumento adequado para a criação de autarquia

é o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de

iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

De modo algum. O instrumento adequado é a lei, e lei

específica, nos termos do inc. XIX do art. 37 da Constituição.

Reza ele que somente por lei específica poderá ser criada

autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade

de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste

último caso, definir as áreas de sua atuação.

Sintetizando a matéria, podemos apresentar as regras do inc.

XIX do art. 37 da CF nos seguintes termos:

1º) as autarquias e as fundações públicas de direito público

são instituídas diretamente por lei específica, uma lei ordinária

que, além de instituir a entidade, defina suas regras de atuação,

podendo conter, ainda, regras relativas ao seu setor de atuação.

O início da vigência da lei específica marca a aquisição da

personalidade jurídica destas entidades, independentemente de

qualquer ato complementar. A partir daí, podemos concluir que

fundações públicas de direito público e autarquias possuem

personalidade ou natureza jurídica de direito público.

2º) por sua vez, as fundações públicas de direito privado,

empresas públicas e sociedades de economia mista são

criadas pelo registro de seus atos constitutivos (no Registro

Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial, conforme o caso),

após autorização em lei específica.

Como podemos notar, o processo de instituição destas

entidades é mais extenso: será editada uma lei específica autorizando

a instituição da entidade e definindo suas regras de atuação

(eventualmente, também do setor em que atuará); o chefe do Poder

Executivo (nas entidades vinculadas ao Poder), sob a forma de

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decreto, elaborará o ato constitutivo; com o registro deste ato, a

entidade adquire personalidade jurídica, passando a ter aptidão para,

em nome próprio, adquirir direitos e contrair obrigações.

Resposta: Errado.

Entidades Regras de instituição (CF, art. 37, XIX)

Autarquias e Fundações Públicas de

Direito Público

Diretamente por lei específica / personalidade jurídica de direito público

Fundações Públicas de

Direito Privado, Empresas Públicas e

Sociedades de Economia Mista

Pelo registro dos atos constitutivos, após autorização em lei específica / personalidade jurídica de direito privado

Questão

O servidor responsável pela segurança da portaria de um

órgão público desentendeu-se com a autoridade superior

desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade

determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados

completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do

imóvel.

Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que

se seguem.

51. (24) O ato praticado pela autoridade superior, como todos

os atos da administração pública, está submetido ao princípio

da moralidade, entretanto, considerações de cunho ético não

são suficientes para invalidar ato que tenha sido praticado de

acordo com o princípio da legalidade.

52. (25) O ato da autoridade superior foi praticado no

exercício de seu poder disciplinar.

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53. (26) Na situação apresentada, a ordem exarada pela

autoridade superior é ilícita, por vício de finalidade.

Comentário

Item 51: O ato praticado pela autoridade superior, como todos

os atos da administração pública, está submetido ao princípio

da moralidade, entretanto, considerações de cunho ético não

são suficientes para invalidar ato que tenha sido praticado de

acordo com o princípio da legalidade.

Outro item que aborda matéria que já revisamos.

Ele está errado, sua parte final contradiz a inicial.

Basta lembramos que a primeira aplicação do princípio da

moralidade é outro princípio, o da probidade, e este exige

justamente uma postura ética dos agentes públicos e da

Administração como um todo.

Assim, um ato desonesto, fraudulento, malicioso, mesmo

se formalmente observar a lei, padece de nulidade absoluta por

ofender ao princípio da moralidade enquanto probidade.

Resposta: Errado.

Item 52: O ato da autoridade superior foi praticado no

exercício de seu poder disciplinar.

Não houve uma punição propriamente dita, regular e

formalmente aplicada pelo superior ao subordinado. Houve um

“puxão de orelhas institucional”.

Portanto, não estamos no âmbito do poder disciplinar.

Tivemos, bem ou mal, uma ordem expedida pelo superior, e

isto tem lugar no âmbito do poder hierárquico. É claro que a ordem

foi abusiva, mas ainda assim seu enquadramento é neste último

poder hierárquico.

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Pessoal, o comentário da questão começou e já acabou. Na

sequência, vou apresentar uma revisão do poder hierárquico.

Podemos definir poder hierárquico como o poder

administrativo, exercido sempre no interior de uma mesma

pessoa jurídica, pelo qual os órgãos e agentes superiores

comandam a atuação dos órgãos e agentes subordinados.

A hierarquia é vínculo típico da função administrativa. Desse

modo, ela existe precipuamente no Poder Executivo, onde se aplica a

todos seus agentes, com exceção do próprio chefe do Executivo.

Contudo, também existe vínculo hierárquico nos Poderes

Legislativo e Judiciário. Em primeiro lugar, quanto aos agentes

administrativos destes Poderes (servidores, empregados públicos,

contratados temporários), que atuam de forma subordinada; em

segundo, quanto aos próprios magistrados e parlamentares, quanto

às suas funções de caráter administrativo.

A independência de que gozam os membros da magistratura e

os parlamentares aplica-se ao desempenho das funções típicas

desses agentes. Assim, o magistrado terá liberdade ao exercer a

função jurisdicional (princípio da livre convicção do juiz), aplicando o

Direito aos casos em concreto; da mesma forma, o deputado terá

liberdade para exercer a função legislativa e fiscalizatória. O mesmo

pode ser dito quanto aos membros do Ministério Público e dos

Tribunais de Contas.

Podemos, portanto, inferir que nos Poderes Legislativo e

Judiciário a hierarquia aplica-se integralmente aos agentes

administrativos e parcialmente aos membros do Poder, os quais têm

independência no desempenho de suas atribuições típicas.

A professora Di Pietro traz importante aclaramento sobre a

relação hierárquica dentro da organização administrativa, salientando

que é possível haver distribuição de competências entre os

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órgãos excluindo-se do vínculo hierárquico determinadas

atividades.

Exemplifica a autora mencionando os órgãos consultivos, que

auxiliam tecnicamente os demais órgãos administrativos e que, pela

própria natureza da atividade, não têm seu comportamento passível

de determinação por autoridade superior.

Em linhas gerais, os agentes que elaboram pareceres ou

respondem a consultas gozam de autonomia técnica para fazê-lo,

não podendo ser obrigados a proferir determinado entendimento por

força do vínculo hierárquico. A autora reporta-se ainda aos órgãos

especializados no julgamento de recursos, que, via de regra,

atuam com autonomia técnica no desempenho de suas funções.

Feitos esses apontamentos, podemos definir o poder

hierárquico como aquele que se manifesta, de forma permanente,

dentro de uma cadeia de comando, e que confere ao superior a

prerrogativa de ordenar, fiscalizar, rever (poderíamos reunir a

fiscalização e a revisão na expressão controle interno), delegar e

avocar as tarefas de seu subordinado.

Como o próprio nome diz, é um poder de caráter interno,

exercitado sempre e apenas no interior de uma mesma pessoa

jurídica.

Ao poder do superior de dirigir a conduta de seu subordinado

contrapõe-se o dever deste de acatar as ordens daquele, as quais não

pode se negar a cumprir, salvo em caso de manifesta ilegalidade.

Nessa hipótese surge para o subordinado outro dever: representar

contra a conduta ilegal.

A fiscalização é outra das prerrogativas inerentes ao poder

hierárquico, pela qual o superior fiscaliza os atos de seu subordinado,

analisando sua conformação à lei e às diretrizes dos órgãos

superiores, bem como sua conveniência e oportunidade, quando

produzidos com base em competência discricionária.

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Em decorrência da fiscalização pode surgir a necessidade de

revisão do ato praticado pelo agente subordinado. Outra das

prerrogativas inerentes à hierarquia, a revisão consiste no poder

conferido ao superior para alterar o ato praticado pelo subordinado,

quando ele contiver vícios de legalidade, for contrário às diretrizes

gerais do órgão, ou mostrar-se inconveniente ou inoportuno.

Como consequência da revisão, o ato antes praticado poderá

ser modificado, anulado, convalidado ou revogado, entre outras

possibilidades. Embora ampla, a revisão só tem lugar quando o

ato ainda não esteja definitivamente solucionado na esfera

administrativa e, quando pautada por motivos de mérito,

desde que não tenha gerado direito adquirido para o

administrado.

A delegação, outra das prerrogativas decorrentes do poder

hierárquico, é o ato pelo qual o superior transfere ao subordinado o

exercício de certa competência que a lei lhe outorgou (ao superior).

Abrange apenas atos administrativos (pois a Administração não

dispõe de poder político), não podendo ser delegada a competência

para a edição de atos normativos, para a decisão de processos

administrativos, nem para matérias de competência exclusiva do

órgão/autoridade.

A avocação, por sua vez, é o contraposto da delegação,

podendo ser definida como o ato pelo qual o superior,

transitoriamente, chama para si o exercício de uma competência que

a lei outorgou ao seu subordinado, sendo vedada quando se tratar de

competência exclusiva.

Resposta: Errado.

Item 53: Na situação apresentada, a ordem exarada pela

autoridade superior é ilícita, por vício de finalidade.

É este o exato enquadramento

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O desvio de poder, também chamado de desvio de

finalidade, verifica-se quando o agente, embora atuando nos

limites de sua competência, pratica ato buscando fim diverso do

interesse público ou daquele especificamente definido em lei

para o ato em questão.

Vejam que o texto da questão é expresso no ponto quando nele

afirma-se “para se vingar”. Ora, como não somos a Administração

Pública do Estado Islâmico, ordens para fins de vingança não se

enquadram em nenhum interesse público imaginável. O ato

realmente padece de desvio de poder.

Resposta: Certo.

Questão

Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais,

julgue os itens subsequentes.

54. (27) O servidor público federal estável, habilitado em

concurso público e empossado em cargo de provimento

efetivo, só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado.

55. (28) Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem

presunção de legitimidade, não sendo possível, por isso,

questionar-se, administrativamente, a veracidade dos fatos

expostos em declaração por eles exarada.

56. (29) O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser

exonerado a qualquer momento, independentemente de

motivação.

57. (30) Os impedimentos, as proibições e os deveres

previstos na Lei n.º 8.112/1990 somente se aplicam ao

servidor público após a posse, momento em que ocorre a

investidura no cargo.

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Comentário

Item 54: O servidor público federal estável, habilitado em

concurso público e empossado em cargo de provimento

efetivo, só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado.

Antes fosse. Estabilidade não é vitaliciedade, as hipóteses de

perda do cargo são mais amplas que o afirmado acima.

A Constituição, em seu art. 41 e 169, § 4º, regula a matéria

para os servidores de todas as esferas da Administração (ou seja,

não só para os federais).

Para os interessados, vamos a um vapt-vupt na matéria.

Estabilidade é o direito de permanência no serviço público

conferido àquele que, mediante aprovação em concurso público, foi

nomeado para cargo de provimento efetivo, desde que

preenchidas as seguintes condições: (a) três anos de efetivo exercício

do cargo; (b) aprovação no estágio probatório; e (c) aprovação na

avaliação especial de desempenho.

O instituto é regulado no art. 41 da Constituição, alcançando

exclusivamente os titulares de cargos efetivos, não sendo

aplicável, pois, aos empregados públicos, sujeitos ao regime celetista,

nem aos titulares de cargos em comissão.

Apesar de a estabilidade ser adquirida em determinado cargo

efetivo, ela protege o servidor no serviço público como um todo, no

sentido de que, mesmo que o servidor passe a ocupar outro cargo

efetivo, na mesma ou em outra esfera de governo, continua a ser

protegido pela estabilidade que tenha adquirido em cargo anterior.

O instituto foi obra de significativas alterações pela EC nº

19/1998.

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Antes da emenda, o servidor, após a aprovação no estágio

probatório e o desempenho de suas funções por dois anos, tornava-

se estável, não podendo mais ser exonerado do serviço público.

Exoneração, como sabemos ou devemos saber, é a dispensa do

servidor sem caráter punitivo, por ter sido considerado inapto para

o exercício do cargo no período de estágio probatório.

Uma vez ultrapassado o período de estágio probatório, o

servidor somente poderia perder seu cargo se sofresse demissão, a

qual é a dispensa do servidor com caráter punitivo.

A demissão poderia ocorrer em duas hipóteses: sentença

judicial transitada em julgado ou processo administrativo em que

fosse assegurado o direito de ampla defesa (com apenas isto já

podemos concluir que o enunciado está errado, pois menciona

apenas uma dessas hipóteses).

Após a entrada em vigor da EC nº 19/1998, esse panorama foi

alterado (e, com isto, o enunciado está ainda mais errado).

Além de aumentar de dois para três anos o período necessário

de efetivo exercício do cargo, a emenda criou mais um requisito para

a aquisição da estabilidade, a avaliação especial de desempenho

do servidor, feita por uma comissão especificamente

constituída para essa finalidade.

Além disso, criou duas hipóteses de exoneração do servidor

estável (antes, não havia nenhuma): (a) por insuficiência de

desempenho detectada em avaliação periódica, na forma de lei

complementar e assegurada ampla defesa; e (b) por excesso de

despesa com pessoal, nos termos do art. 169 da CF, § 4º.

Resposta: Errado.

Item 55: Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem

presunção de legitimidade, não sendo possível, por isso,

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questionar-se, administrativamente, a veracidade dos fatos

expostos em declaração por eles exarada.

Os atos praticados pelos servidores do MPU gozam de

presunção de legitimidade, mas isto não impede que na esfera

administrativa (ou na jurisdicional) aquele que se sentir lesado

questione a veracidade dos fatos declarados como seu fundamento.

Recordando, a presunção de legitimidade (ou de

legitimidade e veracidade) é o atributo do ato administrativo pelo

qual se presume que foi ele produzido em conformidade com a lei e

os princípios administrativos, e que os fatos declarados pela

Administração para sua produção efetivamente ocorreram tal como

declarados, até prova em contrário, a cargo do administrado.

Alguns doutrinadores desmembram o atributo, asseverando que

a presunção de legitimidade corresponde à adequação do ato à lei e

aos princípios administrativos, ao passo que a presunção de

veracidade relaciona-se à veracidade dos fatos declarados pela

Administração.

É mais usual, entretanto, reunir-se todos esses elementos em

um só atributo, denominando-o presunção de legitimidade e

veracidade ou, de forma mais sintética, presunção de legitimidade,

como fez o Cespe nesta questão.

Usando a expressão sintética, a presunção de legitimidade

incide sobre todo ato administrativo, qualquer que seja sua

espécie.

Considera-se que o atributo é inerente ao próprio ato e decorre

do princípio da legalidade a que está adstrita a Administração, bem

como da necessidade de atuação administrativa célere e eficaz, que

seria sobremaneira prejudicada se a Administração tivesse que obter

do Poder Judiciário o reconhecimento prévio da legalidade de todos os

atos que tivesse que realizar.

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Assim, independentemente de previsão legal expressa,

presume-se todo e qualquer ato administrativo, desde sua

edição, praticado em conformidade com a lei e embasado em fatos

efetivamente ocorridos.

Ao administrado, se quiser impugnar a validade do ato, é

facultado recorrer à própria Administração ou ao Poder Judiciário.

Terá ele, contudo, que comprovar cabalmente a existência de vício na

conduta administrativa.

Perceba-se: não basta ao administrado alegar a existência de

vícios para invalidar o ato administrativo; isto tornaria inócuo o

atributo em apreço. É indispensável que ele comprove a efetiva

ocorrência de tais vícios, sem o que o ato administrativo persiste

eficaz e operante.

Como se abre a possibilidade para o administrado de impugnar

o ato administrativo, conclui-se ser a presunção de legitimidade

apenas relativa, ou seja, subsistente até prova em contrário.

Se absoluta fosse a presunção, não teria o administrado

oportunidade de questioná-la. A inversão do ônus da prova é

justamente a característica elementar de todas as presunções

relativas, e a diferença entre elas e as presunções absolutas.

Resposta: Errado.

Item 56: O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser

exonerado a qualquer momento, independentemente de

motivação.

Realmente, o art. 37, II, da Constituição declara os cargos em

comissão de livre nomeação e exoneração pela autoridade

competente, o que permite sua produção pela autoridade competente

a qualquer momento e sem necessidade de motivação.

Resposta: Certo.

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Item 57: Os impedimentos, as proibições e os deveres

previstos na Lei n.º 8.112/1990 somente se aplicam ao

servidor público após a posse, momento em que ocorre a

investidura no cargo.

Muito bom este item do Cespe.

Ele foi considerado errado, e realmente está.

Podemos dizer que a maioria dos impedimentos, proibições e

deveres prescritos na Lei 8.112/90 aplicam-se só aos servidores

federais.

Como é servidor quem toma posse no cargo, a posse é, via de

regra, o marco inicial da incidência do regime disciplinar.

Por exemplo, ninguém pode ser punido por acumular cargos

antes de ter tomado posse naquele que configurou o ilícito, ou por se

valer indevidamente de informações conhecidas no exercício da

função (o exercício da função pressupõe a posse no cargo).

Mas há hipóteses em que a posse não se faz necessária

para se configurar a ilicitude.

Para ficar em apenas um exemplo, digamos que alguém é

aprovado para um cargo de área fiscal e, antes da própria nomeação,

comece a obter vantagens financeiras indevidas pelo cargo que virá a

exercer.

Tal conduta enquadra-se à perfeição na proibição do art. 117,

IX do Estatuto, que, em comunhão com o art. 132, pune com a

demissão “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de

outrem, em detrimento da dignidade da função pública”.

Resposta: Errado.

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Errado pro Cespe!

“Os impedimentos, as proibições e os deveres

previstos na Lei n.º 8.112/1990 somente se

aplicam ao servidor público após a posse,

momento em que ocorre a investidura no cargo”.

Questão

Acerca de deveres, proibições e penalidades previstos na Lei

n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

58. (49) Atrasos constantes no cumprimento da jornada de

trabalho podem caracterizar conduta desidiosa, procedimento

que, de acordo com o estatuto dos servidores públicos civis da

União, pode resultar em demissão.

Comentário

Outro bom item do Cespe no contexto da Lei nº 8.112/90.

Desta vez o enunciado está certo.

Caracteriza abandono de cargo (art. 138) “a ausência

intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias

consecutivos”.

Por sua vez, é tipificada como inassiduidade habitual (art.

139) “a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,

interpoladamente, durante o período de doze meses”.

Estes dois ilícitos são punidos com demissão, mas ambos

exigem as faltas do servidor pelo período integral de trabalho.

Mas digamos que o contexto seja outro, o do enunciado,

“atrasos constantes no cumprimento da jornada de trabalho”.

Ora, atrasos constantes, reiterados, caracterizam conduta

desidiosa (negligente, desinteressada). Tal comportamento é

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vedado no inc. XV do art. 117, e a consequência da violação, por

força do art. 132, XIII, é a demissão.

É este o entendimento do Cespe, como podemos concluir. Um

entendimento bem interessante, por conferir uma perspectiva

residual ao descumprimento do dever de assiduidade do servidor.

Resposta: Certo.

Fechamos aqui nossa Aula Zero, pessoal.

Na sequência, apresento um quadro, bem simples, com o

“Guarde Para a Prova”, e, ao final, a lista de questões e os

respectivos gabaritos.

Obrigado a todos que chegaram até aqui, e até nossa Aula 1!

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GUARDE PARA A PROVA

Item 2: No âmbito da administração pública, o Poder

Executivo tem a função finalística de praticar atos de governo

e de administração (certo). Lembrete: nesta questão o Cespe

adotou o conceito de Administração em sentido amplo.

Item 8: A responsabilidade civil do Estado por atos

jurisdicionais vem sendo aceita, segundo a jurisprudência do

STF, em caso de comprovada falta objetiva na prestação

judiciária (certo).

Item 13: Contratos públicos são celebrados em caráter intuitu

personae, sendo, em regra, vedada a subcontratação (certo).

Item 21: Em regra, o silêncio da administração pública, na

seara do direito público, não é um ato, mas um fato

administrativo (certo). Lembrete: O Cespe não menciona a

necessidade de lei para tanto.

Item 24: A recondução é o retorno do servidor estável ao

cargo anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação

em estágio probatório relativo a outro cargo (certo).

Lembrete: o Cespe esqueceu a outra hipótese de recondução.

Item 25: O objetivo da licitação pública é escolher a proposta

mais vantajosa para o futuro contrato e fazer prevalecer o

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princípio da isonomia, visando à promoção do

desenvolvimento nacional sustentável (certo).

Item 57: Os impedimentos, as proibições e os deveres

previstos na Lei n.º 8.112/1990 somente se aplicam ao

servidor público após a posse, momento em que ocorre a

investidura no cargo (errado).

Item 58: Atrasos constantes no cumprimento da jornada de

trabalho podem caracterizar conduta desidiosa, procedimento

que, de acordo com o estatuto dos servidores públicos civis

da União, pode resultar em demissão (certo).

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LISTA DE QUESTÕES

Questão

Julgue os itens a seguir, acerca dos conceitos de Estado,

governo e administração pública.

1. (51) A Presidência da República integra a administração

pública federal direta.

2. (52) No âmbito da administração pública, o Poder Executivo

tem a função finalística de praticar atos de governo e de

administração.

3. (53) Em seu sentido subjetivo, a administração pública

restringe-se ao conjunto de órgãos e agentes públicos do

Poder Executivo que exercem a função administrativa.

Questão

Julgue os itens seguintes, acerca do direito administrativo e

da prática dos atos administrativos.

4. (54) O decreto é ato administrativo que pode ser praticado

tanto pelo chefe do Poder Executivo quanto pelos presidentes

dos tribunais superiores.

5. (55) A homologação de um certame licitatório, seguida da

adjudicação do objeto licitado ao futuro contratado, não é

classificada como um ato administrativo, por ter caráter

meramente cogente.

6. (56) Conceitualmente, é correto considerar que o direito

administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de

direito público que disciplina as atividades administrativas

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necessárias à realização dos direitos fundamentais da

coletividade.

Questão

Tendo em vista que, no Brasil, o Estado é responsável pelos

atos praticados por seus agentes, julgue os próximos itens, a

respeito da responsabilidade civil do Estado.

7. (57) A responsabilidade objetiva do Estado por danos

causados a terceiros tem sustentação na teoria da culpa

administrativa.

8. (58) A responsabilidade civil do Estado por atos

jurisdicionais vem sendo aceita, segundo a jurisprudência do

STF, em caso de comprovada falta objetiva na prestação

judiciária.

Questão

Julgue os itens que se seguem à luz dos princípios do direito

administrativo.

9 (59) Em um Estado democrático de direito, deve-se

assegurar o acesso amplo às informações do Estado, exigindo-

se, com amparo no princípio da publicidade, absoluta

transparência, sem espaço para excepcionalidades no âmbito

interno.

Questão

Quanto aos atos administrativos, julgue os próximos itens.

10. (61) Questão sobre legislação interna do STJ.

11. (62) O objeto do ato administrativo deve guardar estrita

conformação com o que a lei determina.

Questão

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Julgue os itens subsecutivos, que tratam das características

dos contratos administrativos.

12. (63) Nos contratos administrativos, dada a prevalência do

interesse público sobre o privado, a administração pública

ocupa posição privilegiada em relação ao particular, gozando

de algumas prerrogativas que lhe são atribuídas por lei.

13. (64) Contratos públicos são celebrados em caráter intuitu

personae, sendo, em regra, vedada a subcontratação.

14. (65) No âmbito dos contratos públicos, assim como ocorre

na esfera civil, a contratação do particular poderá ser feita

verbalmente, não havendo necessidade de se formalizar a

relação por meio de contrato administrativo.

Questão

Julgue os seguintes itens, referentes a licitações, pregão e

sistema de registro de preços.

15. (66) As entidades federais não participantes do sistema de

registro de preços poderão aderir à ata de registro de preços

de outros entes da Federação, desde que devidamente

justificada a vantagem e mediante anuência do órgão

gerenciador, cabendo ao fornecedor beneficiário da ata,

observadas as condições nela estabelecidas, aceitar ou não a

adesão.

16. (67) A impessoalidade é princípio que norteia a

administração e está intimamente afeta às licitações públicas.

17. (68) Diferentemente dos demais procedimentos

licitatórios, o procedimento do pregão implica, inicialmente, a

disputa de lances para a ulterior análise dos requisitos

necessários à habilitação da empresa licitante, procedendo-se

à análise conforme a ordem de classificação.

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18. (69) Devido ao fato de o pregão ser utilizado para a

contratação de bens e serviços comuns, o critério empregado

para a escolha do vencedor poderá ser o de menor preço ou

técnica e preço.

Questão

Ainda a respeito do tema contratação pública e licitações,

julgue os itens a seguir.

19. (70) Por não haver margem para autotutela na licitação,

somente decisão judicial com trânsito em julgado poderá

validar a decisão administrativa que anular o certame

licitatório.

Questão

A respeito da administração pública direta e indireta e de atos

administrativos, julgue os itens a seguir.

20. (27) É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a

criação de entidades da administração indireta, como

autarquias e fundações públicas.

21. (28) Em regra, o silêncio da administração pública, na

seara do direito público, não é um ato, mas um fato

administrativo.

22. (29) A atividade administrativa pode ser prestada de

forma centralizada, em que um único órgão desempenha as

funções administrativas do ente político.

Questão

Julgue os itens a seguir, referentes a institutos diversos do

direito administrativo.

23. (30) A aplicação retroativa de nova interpretação dada a

norma administrativa é admitida no processo administrativo.

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24. (31) A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo

anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em

estágio probatório relativo a outro cargo.

25. (32) O objetivo da licitação pública é escolher a proposta

mais vantajosa para o futuro contrato e fazer prevalecer o

princípio da isonomia, visando à promoção do

desenvolvimento nacional sustentável.

Questão

No que se refere aos princípios e conceitos da administração

pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens.

26. (29) A vedação ao acúmulo remunerado de cargos,

empregos ou funções públicas não se estende aos empregados

das sociedades de economia mista.

27. (30) O prazo de validade de concurso público é de até dois

anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver candidatos

aprovados no cadastro de reserva.

28. (31) Se for imprescindível à segurança da sociedade e do

Estado, será permitido o sigilo dos atos administrativos.

29. (32) Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação

administrativa que contrariar, além da lei, a moral, os bons

costumes, a honestidade ou os deveres de boa administração.

Questão

Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos

atos administrativos, julgue os itens a seguir.

30. (51) Agirá de acordo com a lei o servidor público federal

que, ao verificar a ilegalidade de ato administrativo em seu

ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar

administrados, que sofreriam efeitos danosos em

consequência da aplicação desse ato.

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31. (52) Conforme a teoria dos motivos determinantes, a

validade do ato administrativo vincula-se aos motivos que o

determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrativo cujo

motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que

determinou ou autorizou a sua realização.

32. (53) A revogação de atos pela administração pública por

motivos de conveniência e oportunidade não possui limitação

de natureza material, mas somente de natureza temporal,

como, por exemplo, o prazo quinquenal previsto na Lei n.º

9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito

do serviço público federal.

Questão

Julgue os itens seguintes, relativos aos atos administrativos.

33. (54) É proibido delegar a edição de atos de caráter

normativo.

34. (55) Ao delegar a prática de determinado ato

administrativo, a autoridade delegante transfere a titularidade

para sua prática.

35. (56) Eventuais recursos contra decisão emanada em

processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade que

a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de

retratação e reconsiderar a decisão.

36. (57) Decretos não são considerados atos administrativos.

Questão

A respeito de licitações, julgue os itens que se seguem.

37. (58) O prazo de validade das propostas no pregão será de

sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital pertinente.

38. (59) Será dispensável a licitação caso haja inviabilidade de

competição.

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39. (60) É inexigível a licitação em caso de guerra ou de grave

perturbação da ordem.

40. (61) Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar

edital de licitação por irregularidade na aplicação da lei,

devendo a administração pública, caso a impugnação seja

protocolada no prazo da lei, julgá-la e respondê-la em até três

dias úteis.

41. (62) Dado o princípio da adjudicação compulsória, a

administração não pode, concluída a licitação, atribuir o objeto

desse procedimento a outrem que não o vencedor

Questão

Julgue os itens seguintes, relativos à gestão de contratos na

administração pública.

42. (89) Os contratos administrativos devem,

necessariamente, conter cláusulas que se refiram aos direitos

e às responsabilidades das partes, bem como às hipóteses de

rescisão, sob pena de nulidade do instrumento.

43. (90) As garantias contratuais prestadas pelos

fornecedores contratados mediante licitação são uma

prerrogativa da administração pública com o objetivo de

assegurar a prestação adequada do serviço ou, em caso de

falha na execução que seja passível de aplicação de multa,

assegurar o recebimento do valor pactuado.

44. (91) Embora tenha sido instituído pela Lei n.º 8.666/1993,

o pregão é uma modalidade de licitação que passou a ser

utilizada pela administração pública apenas no século atual.

Questão

Com relação aos processos licitatórios na administração

pública, julgue os próximos itens.

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45. (92) A homologação do certame é o ato administrativo

pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação,

outorgando-lhe a titularidade jurídica do resultado alcançado.

46. (93) Os atos administrativos praticados no processo

licitatório, se eivados de vício de ilegalidade, devem ser

anulados de ofício ou por provocação de terceiros, o que não

gera para a administração pública obrigação de indenizar o

particular, com exceção daquilo que o contratado houver

executado até a data em que seja declarada a nulidade e de

outros prejuízos regularmente comprovados.

47. (94) Os prazos de antecedência para divulgação do

instrumento convocatório, previstos na Lei de Licitações e

Contratos, qualquer que seja a modalidade escolhida pelo

gestor público, são contados em dias corridos, e variam

apenas com relação ao número mínimo de dias, conforme o

tipo de licitação adotado.

Questão

Questão

Julgue os itens a seguir, de acordo com o regime jurídico das

autarquias.

48. (21) Autarquia é entidade dotada de personalidade

jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira,

não sendo possível que a lei institua mecanismos de controle

da entidade pelo ente federativo que a criou.

49. (22) As autarquias responderão objetivamente pelos

danos provocados por seus agentes a terceiros, ainda que se

comprove que esses agentes tenham agido com prudência,

perícia e cuidados exigidos.

50. (23) O instrumento adequado para a criação de autarquia

é o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de

iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

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Questão

O servidor responsável pela segurança da portaria de um

órgão público desentendeu-se com a autoridade superior

desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade

determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados

completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do

imóvel.

Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que

se seguem.

51. (24) O ato praticado pela autoridade superior, como todos

os atos da administração pública, está submetido ao princípio

da moralidade, entretanto, considerações de cunho ético não

são suficientes para invalidar ato que tenha sido praticado de

acordo com o princípio da legalidade.

52. (25) O ato da autoridade superior foi praticado no

exercício de seu poder disciplinar.

53. (26) Na situação apresentada, a ordem exarada pela

autoridade superior é ilícita, por vício de finalidade.

Questão

Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais,

julgue os itens subsequentes.

54. (27) O servidor público federal estável, habilitado em

concurso público e empossado em cargo de provimento

efetivo, só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado.

55. (28) Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem

presunção de legitimidade, não sendo possível, por isso,

questionar-se, administrativamente, a veracidade dos fatos

expostos em declaração por eles exarada.

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56. (29) O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser

exonerado a qualquer momento, independentemente de

motivação.

57. (30) Os impedimentos, as proibições e os deveres

previstos na Lei n.º 8.112/1990 somente se aplicam ao

servidor público após a posse, momento em que ocorre a

investidura no cargo.

Questão

Acerca de deveres, proibições e penalidades previstos na Lei

n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

58. (49) Atrasos constantes no cumprimento da jornada de

trabalho podem caracterizar conduta desidiosa, procedimento

que, de acordo com o estatuto dos servidores públicos civis da

União, pode resultar em demissão.

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GABARITO

1. E 11. C 21. C 31. C 41. C 51. E

2. C 12. C 22. C 32. E 42. E 52. E

3. E 13. C 23. C 33. C 43. C 53. C

4. E 14. E 24. C 34. E 44. E 54. E

5. E 15. E 25. C 35. C 45. E 55. E

6. C 16. C 26. E 36. E 46. C 56. C

7. E 17. C 27. E 37. C 47. E 57. E

8. C 18. E 28. C 38. E 48. E 58. C

9. E 19. E 29. E 39. E 49. C

10. * 20. E 30. E 40. C 50. E

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