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Prova de Linguagem do ENEM

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  • Lngua Portuguesa

    ENEM 1

    LINGUAGEM

    Como estudar lngua(gem) para o Enem?

    Para alcanar uma boa nota na prova de Linguagens, cdigos e suas tecnologias o aluno deve ser conectado com a sociedade, com a comunicao com o mundo. Assim,

    precisa dominar a lngua(gem) e saber aplic-la na vivncia

    em eventos sociais. O destaque ser a interpretao textual,

    atividade que requer muita ateno leitura, visto que as

    questes mesclam apreenso e compreenso texto. Desse

    modo, em alguns momentos, nem tudo est explcito no

    texto precisa-se inferir, deduzir, relacionar algumas informaes para resolver as questes.

    UNIDADE 1

    LINGUAGEM:

    A linguagem todo sistema verbal e no verbal pr-

    estabelecido que nos permite a realizao da comunicao.

    Pode ser percebida pelos diversos rgos dos sentidos, o que

    leva a distinguirem-se vrias espcies ou tipos: linguagem

    visual, corporal, gestual, etc., ou, ainda, outras mais

    complexas, constitudas, ao mesmo tempo, de elementos

    diversos. Os elementos constitutivos da linguagem so, pois,

    gestos, sinais, sons, smbolos ou palavras, usados para

    representar conceitos, ideias, significados e pensamentos.

    Caractersticas do sistema verbal e no-verbal:

    a) Verbal: o destaque na comunicao so as palavras.

    b) No-verbal: no considera as palavras, mas outros

    sinais. Como exemplo de linguagem no-verbal so os

    sinais de trnsito, gestos faciais, gestos corporais, etc.

    Observe alguns exemplos:

    Carto vermelho falta grave no futebol.

    Charge do autor Tacho exemplo de linguagem verbal

    (xente, polo norte 2100) e no verbal (imagem: sol,

    cactus, pinguim).

    Semforo indica aes atravs das cores

    Placas de trnsito frente proibido andar de bicicleta,

    atrs quebra-molas.

    Smbolo que se coloca na porta para indicar sanitrio

    masculino.

    Imagem indicativa de silncio.

    Mista ou hbrida

    Linguagem mista o uso simultneo da linguagem verbal

    e da linguagem no-verbal, usando palavras escritas e

    figuras ao mesmo tempo.

    Lngua: um cdigo, um sistema organizado de signos,

    que possibilita a comunicao.

    A lngua um cdigo aceito por conveno. Por isso, um

    indivduo, isoladamente, no consegue modific-la. As

    transformaes da lngua so ocasionadas por alteraes

    lingusticas surgidas em comunidades ou grupos sociais.

    Alm disso, a lngua usada tanto na escrita quanto na

    fala. No entanto, a fala e a escrita so usos distintos da

    lngua, pois os indivduos no falam e escrevem da

    mesma forma.

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    2

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    A lngua falada livre, concreta, no apresenta grande preocupao gramatical, tem vocabulrio reduzido, constantemente renovado, e que pode contar com outros recursos extralingsticos, como os gestos, as expresses faciais, a postura. A lngua escrita, ao contrrio, abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforo para elaborao e obedincia s regras gramaticais. Seu vocabulrio deve ser preciso e apurado. Tanto a lngua falada/oral quanto a lngua escrita apresentam nveis ou registros: Em situaes formais, a expresso se d coma utilizao de uma lngua mais gramatical, com pronncia cuidada. Em situaes menos tensas, como a do meio familiar, a lngua adquire caractersticas de informalidade, e as preocupaes com a clareza e a correo tornam-se menos rigorosas.

    Exerccios

    01 - (ENEM)

    A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais

    e imagticos na constituio de seus textos. Nessa pea

    publicitria, cujo tema a sustentabilidade, o autor

    procura convencer o leitor a

    a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenmenos

    naturais.

    b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizveis.

    c) aderir onda sustentvel, evitando o consumo

    excessivo.

    d) abraar a campanha, desenvolvendo projetos

    sustentveis.

    e) consumir produtos de modo responsvel e ecolgico.

    UNIDADE 2

    NVEIS DE LINGUAGEM

    Os nveis de linguagem variam de acordo com o

    contexto onde se est emitindo uma comunicao, alguns

    dos principais fatores que determinam o nvel de

    linguagem utilizado podem ser a origem e posio social

    do falante, o local e a ocasio em que o interlocutor se

    encontra, a regio do pas onde o mesmo adquiriu sua

    maneira de falar, e tambm se a linguagem utilizada a

    falada ou a escrita. Quem realmente determina os nveis

    de linguagem a serem utilizados so os usurios da lngua.

    Classificao: os nveis de linguagem so classificados de

    acordo com o contexto em que se encontram, os principais

    exemplos de nveis de linguagem estudados so: a

    linguagem coloquial, informal ou popular, a linguagem

    culta, formal ou padro, a linguagem grupal, linguagem

    vulgar e a linguagem regional.

    Linguagem coloquial, informal: a expresso mais

    espontnea do falante, sai naturalmente e sem

    policiamento da fala, por isso mesmo que geralmente no

    est de acordo com as normas gramaticais da lngua e est

    sempre carregada de vcios de linguagem como solecismo

    (erros de regncia, concordncia e colocao), barbarismo

    (erros na pronncia ou grafia), ambigidade, cacofonia e

    pleonasmo. Outras caractersticas marcantes da linguagem

    coloquial so as expresses vulgares e as grias.

    A linguagem popular usada geralmente durante as

    conversaes dirias entre amigos, situaes informais e

    descontradas, programas de TV (principalmente nos de

    auditrio) e novelas. A linguagem informal tambm se

    manifesta na forma escrita, como quando escrevemos um

    bilhete, uma carta e principalmente na internet, quando

    utilizamos o MSN, Orkut, Twitter, blogs etc.

    Linguagem culta, formal ou padro

    A linguagem culta obedece s regras da gramtica. Reflete

    mais prestgio social e cultural devido ao nvel de

    instruo exigido para o seu uso. Normalmente dominado

    por classes sociais e intelectuais mais prestigiadas. Ela

    mais artificial, mais estvel e menos sujeita a variaes.

    A norma padro est presente em todo povo civilizado,

    pois ela quem assegura a unidade lingstica de uma

    nao. Por isso ensinada nas escolas, devido sua

    importncia poltico-cultural. regida pelas gramticas

    normativas.

    A linguagem culta utilizada pelas pessoas que detm

    maior nvel de instruo, nivelado pelos estudos e/ou

    hbito da leitura. Ela mais comumente utilizada na

    linguagem escrita e literria. A linguagem formal est

    presente em sermes, discursos, textos cientficos,

    noticirios de TV, programas culturais etc.

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 3

    Linguagem grupal

    A linguagem grupal aquela prpria de grupos

    fechados, ou seja, apenas quem faz parte do grupo em

    questo pode entender com total clareza as mensagens que

    esto sendo passadas. A linguagem grupal pode ser de

    natureza social ou etria. Elas so classificadas em tcnica

    (jargo) ou grias.

    A linguagem grupal pode ser encontrada em grupos

    sociais, profissionais, culturais etc. Podemos usar como

    exemplos as grias utilizadas pelos surfistas, traficantes

    dos morros cariocas, marginais das grandes cidades,

    prostitutas, homossexuais, pichadores etc. Alm das

    grias, temos os jarges, que so linguagens tcnicas que

    s so entendidas por quem faz parte do grupo

    profissional que atua na rea, ou que ao menos seja

    instrudo para isso. Dentre os jarges podemos

    exemplificar a linguagem dos hackers, dos geeks, nerds, o

    juridiqus, economs etc.

    Linguagem vulgar

    A linguagem vulgar infringe quase que totalmente as

    convenes gramaticais, ela est ligada aos grupos

    extremamente incultos, como analfabetos e pessoas que

    no tem nenhum ou quase nenhum contato com centros

    civilizados.

    Exerccios

    01 - (Enem)

    A, galera

    Jogadores de futebol podem ser vtimas de estereotipao.

    Por exemplo, voc pode imaginar um jogador de futebol

    dizendo estereotipao? E, no entanto, por que no? A, campeo. Uma palavrinha pra galera. Minha saudao aos aficionados do clube aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.

    Como ? A, galera.

    Quais so as instrues do tcnico? Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de conteno coordenada, com energia otimizada, na zona de

    preparao, aumentam as probabilidades de, recuperado o

    esfrico, concatenarmos um contragolpe agudo com

    parcimnia de meios e extrema objetividade, valendo-nos

    da desestruturao momentnea do sistema oposto,

    surpreendido pela reverso inesperada do fluxo da ao.

    Ahn? pra dividir no meio e ir pra cima pra peg eles sem cala.

    Certo. Voc quer dizer mais alguma coisa? Posso dirigir uma mensagem de carter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsvel e piegas, a uma

    pessoa qual sou ligado por razes, inclusive, genticas?

    Pode. Uma saudao para a minha genitora. Como ? Al, mame! Estou vendo que voc um, um... Um jogador que confunde o entrevistador, pois no corresponde expectativa de que o atleta seja um ser algo

    primitivo com dificuldade de expresso e assim sabota a

    estereotipao?

    Estereoqu? Um chato? Isso.

    (VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Brasiliense,

    12/maio/1998.)

    O texto mostra uma situao em que a linguagem usada

    inadequada ao contexto. Considerando as diferenas entre

    lngua oral e lngua escrita, assinale a opo que

    representa tambm uma inadequao da linguagem usada

    ao contexto:

    a) O carro bateu e capot, mas num deu pra v direito. (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o

    outro que vai passando.)

    b) E a, meu! Como vai essa fora? (Um jovem que fala para um amigo.)

    c) S um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observao. (Algum comenta em um uma reunio de trabalho.)

    d) Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretria executiva desta conceituada

    empresa. (Algum que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.)

    e) Porque se a gente no resolve as coisas como tm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro

    prximo, muito pouca comida nos lares brasileiros. (Um professor universitrio em um congresso

    internacional.)

    UNIDADE 3

    ELEMENTOS DA COMUNICAO

    o locutor (aquele que diz algo a algum)

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    4

    o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica)

    a mensagem (o texto, isto , o que foi transmitido entre os falantes)

    o cdigo (a lngua portuguesa)

    o canal (a lngua oral, ou seja, o meio fsico que conduz a mensagem at o interlocutor)

    o referente (o assunto da mensagem)

    Esses elementos podem ser esquematizados:

    FUNES DA LINGUAGEM

    Partindo dos elementos da comunicao, existem as

    chamadas funes da linguagem, que so muito teis

    para a anlise e produo de textos. As seis funes so:

    Funo referencial (ou denotativa)

    aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece

    informaes da realidade. Objetiva, direta, denotativa,

    prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem

    usada na cincia, na arte realista, no jornal, no campo do referente e das notcias de jornal e livros cientficos.

    Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas

    laranjas, dois limes, uma ma verde, uma ma

    vermelha e uma pra.

    Funo emotiva (ou expressiva)

    aquela centralizada no emissor, revelando sua opinio,

    sua emoo. Nela prevalece a primeira pessoa do singular,

    interjeies e exclamaes. a linguagem das biografias,

    memrias, poesias lricas e cartas de amor. Primeira

    pessoa do singular (eu), Emoes, Interjeies;

    Exclamaes; Blog; Autobiografia; Cartas de amor.

    Ex: a) Ah, que coisa boa!

    b) Tenho um pouco de medo...

    c) Ns te amamos!

    Funo apelativa (ou conativa)

    aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura

    influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor

    se dirige ao receptor, comum o uso de tu e voc, ou o

    nome da pessoa, alm de vocativos e imperativos. Usada

    nos discursos, sermes e propagandas que se dirigem

    diretamente ao consumidor. Segunda pessoa do singular,

    Imperativo; Figuras de linguagem, Discursos polticos,

    Sermes, Promoo em pontos de venda - Propaganda.

    Funo Ftica

    aquela centralizada no canal, tendo como objetivo

    prolongar ou no o contato com o receptor, ou testar a

    eficincia do canal. Linguagem das falas telefnicas,

    saudaes e similares. Interjeies, Lugar comum,

    Saudaes, Comentrios sobre o clima.

    Ex: - Ol, como vai, tudo bem? - Al, quem est falando?

    Funo potica

    aquela centralizada na mensagem, revelando recursos

    imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva,

    conotativa, ela metafrica. Valorizam-se as palavras,

    suas combinaes. a linguagem figurada apresentada em

    obras literrias, letras de msica, em algumas

    propagandas. Subjetivida de Figuras de linguagem,

    Brincadeiras com o cdigo, Poesia, Letras de msica.

    Exemplo:

    Tecendo a manh - Joo Cabral de Melo Neto

    Um galo sozinho no tece uma manh: ele precisar

    sempre se outros galos. De um que apanhe esse grito que

    ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito

    que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que

    com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus

    gritos de galo, para que a manh, desde uma tela tnue, se

    v tecendo, entre todos os galos.

    Funo metalingustica

    aquela centralizada no cdigo, usando a linguagem para

    falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua

    funo e do poeta, um texto que comenta outro texto.

    Principalmente os dicionrios so repositrios de

    metalinguagem. Referncia ao prprio cdigo, Poesia

    sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionrio.

    Ex: - No entendi o que metalinguagem, voc poderia

    explicar novamente, por favor? - Metalinguagem usar os

    recursos da lngua para explicar alguma teoria, um

    conceito, um filme, um relato, etc.

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 5

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Em um mesmo texto, duas ou mais funes podem ocorrer simultaneamente: Exemplo: * uma poesia em que o autor discorre sobre o que ele sente ao escrever poesias pode conter as linguagens potica, emotiva e metalingustica ao mesmo tempo.

    Exerccios

    01 - (Enem) A biosfera, que rene todos os ambientes

    onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em

    unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser

    uma floresta, um deserto e at um lago. Um ecossistema

    tem mltiplos mecanismos que regulam o nmero de

    organismos dentro dele, controlando sua reproduo,

    crescimento e migraes. DUARTE, M.O guia dos

    curiosos. So Paulo: Companhia das Letras, 1995.

    Predomina no texto a funo da linguagem:

    a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em

    relao ecologia.

    b) ftica, porque o texto testa o funcionamento do canal de

    comunicao.

    c) potica, porque o texto chama a ateno para os

    recursos de linguagem.

    d) referencial, porque o texto trata de noes e

    informaes conceituais.

    e) conativa, porque o texto procura orientar

    comportamentos do leitor.

    UNIDADE 4

    VARIAES LINGUSTICAS

    possvel pensar a lngua como um grande conjunto de

    variedades. As diferenas perceptveis no usa da lngua

    caracterizam as diferenas lingusticas, que so

    decorrentes de distintos fatores.

    Entre os fatores que a ela se relacionam destacam-se

    os nveis da fala, que so basicamente dois: O nvel de

    formalidade e o de informalidade. Compondo o quadro do padro informal da linguagem,

    esto as chamadas variedades lingusticas, as quais

    representam as variaes de acordo com as condies

    sociais, culturais, regionais e histricas em que

    utilizada. Dentre elas destacam-se:

    Variaes histricas:

    Dado o dinamismo que a lngua apresenta, a mesma sofre

    transformaes ao longo do tempo. Um exemplo bastante

    representativo a questo da ortografia, se levarmos em

    considerao a palavra farmcia, uma vez que a mesma

    era grafada com ph, contrapondo-se linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supresso do

    vocbulos.

    Analisemos, pois, o fragmento exposto:

    Antigamente Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. No faziam anos:

    completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,

    mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes,

    arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do

    balaio."

    Carlos Drummond de Andrade

    Comparando-o modernidade, percebemos um

    vocabulrio antiquado.

    Variaes regionais: So os chamados dialetos, que so as marcas

    determinantes referentes a diferentes regies. Como

    exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos

    lugares, recebe outras nomenclaturas, tais

    como: macaxeira e aipim. Figurando tambm esta

    modalidade esto os sotaques, ligados s caractersticas

    orais da linguagem.

    Variaes sociais ou culturais:

    Esto diretamente ligadas aos grupos sociais de uma

    maneira geral e tambm ao grau de instruo de uma

    determinada pessoa. Como exemplo, citamos as grias, os

    jarges e o linguajar caipira. As grias pertencem ao vocabulrio especfico de certos

    grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,

    entre outros.

    Os jarges esto relacionados ao profissionalismo,

    caracterizando um linguajar tcnico. Representando a

    classe, podemos citar os mdicos, advogados,

    profissionais da rea de informtica, dentre outros.

    Vejamos um poema e o trecho de uma msica para

    entendermos melhor sobre o assunto:

    Vcio na fala

    Para dizerem milho dizem mio

    Para melhor dizem mi

    Para pior pi

    Para telha dizem teia

    Para telhado dizem teiado

    E vo fazendo telhados.

    Oswald de Andrade

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    No livro "Preconceito Lingustico" o autor Marcos Bagno, defende com vigor a lngua viva e verdadeiramente falada no Brasil. "O preconceito lingustico est ligado, em boa medida, confuso que foi criada, no curso da histria, entre a lngua e gramtica normativa". Marcos Bagno diz que a lngua como um rio que se renova, enquanto a gramtica normativa como a gua do igap, que envelhece, no gera vida nova a no ser que venham as inundaes. Segundo o autor, o preconceito lingustico vem sendo alimentado diariamente pelos meios de comunicao, que pretendem ensinar o que "certo" e o que "errado", sem falar, claro nos instrumentos tradicionais de ensino da lngua, ou seja a gramtica normativa e os livros didticos.

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    6

    A substituio do haver por ter em construes existenciais, no portugus do Brasil, corresponde a um dos processos mais caractersticos da histria da lngua portuguesa, paralelo ao que j ocorrera em relao ampliao do domnio de ter na rea semntica de posse, no nal da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitrias de ter sobre haver e discute a emergncia de ter existencial, tomando por base a obra pedaggica de Joo de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do sculo XVI, encontram-se evidncias, embora raras, tanto de ter existencial, no mencionado pelos clssicos estudos de sintaxe histrica, quanto de haver como verbo existencial com concordncia, lembrado por Ivo Castro, e anotado como novidade no sculo XVIII por Said Ali. Como se v, nada categrico e um purismo estreito s revela um conhecimento deciente da lngua. H mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma nica e prescritiva? vlido confundir o bom uso e a norma com a prpria lngua e dessa forma fazer uma avaliao crtica e hierarquizante de outros usos e, atravs deles, dos usurios? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propsito de norma, correo e preconceito lingustico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, no 36, 2008. Disponvel em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

    Para a autora, a substituio de haver por ter em diferentes contextos evidencia que A) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa

    histrica. B) os estudos clssicos de sintaxe histrica enfatizam a

    variao e a mudana na lngua. C) a avaliao crtica e hierarquizante dos usos da lngua

    fundamenta a denio da norma. D) a adoo de uma nica norma revela uma atitude adequada

    para os estudos lingusticos. E) os comportamentos puristas so prejudiciais compreenso

    da constituio lingustica.

    Exerccios

    01 (Enem) S.O.S Portugus

    Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito

    diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da

    lngua com base em duas perspectivas. Na primeira delas,

    fala e escrita so dicotmicas, o que restringe o ensino da

    lngua ao cdigo. Da vem o entendimento de que a escrita

    mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao

    conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupao

    com situaes de uso. Outra abordagem permite encarar as

    diferenas como um produto distinto de duas modalidades

    da lngua: a oral e a escrita. A questo que nem sempre

    nos damos conta disso.

    S.O.S Portugus. Nova Escola. So Paulo: Abril, Ano

    XXV, n- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado).

    O assunto tratado no fragmento relativo lngua

    portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a

    professores. Entre as caractersticas prprias desse tipo de

    texto, identificam-se marcas lingusticas prprias do uso

    a) regional, pela presena de lxico de determinada regio do Brasil.

    b) literrio, pela conformidade com as normas da gramtica.

    c) tcnico, por meio de expresses prprias de textos cientficos.

    d) coloquial, por meio do registro de informalidade. e) oral, por meio do uso de expresses tpicas da

    oralidade.

    UNIDADE 5

    FIGURAS DE LINGUAGEM

    So recursos que tornam as mensagens que emitimos mais

    expressivas. Subdividem-se em figuras de som,figuras de

    palavras, figuras de pensamento e figuras de construo.

    A seguir, veremos as principais figuras de cada um dos

    tipos:

    ALITERAO a repetio ordenada de consoantes de mesmo som, podendo sugerir, alm do prprio jogo de

    som, a ideia de movimento.

    Ex.: A brisa do Brasil beija e balana (Castro Alves, O Navio Negreiro).

    ONOMATOPEIA a imitao de determinado som a partir da criao de uma palavra.

    Ex.: Um forr de p-de-serra Fogueira, milho e balo,

    Um tum-tum-tum de pilo,

    Um cabritinho que berra(...) (Jessier Quirino, Paisagem de Interior)

    METFORA Consiste na utilizao de uma palavra para designar outra, com base em traos de similaridade

    entre os seus conceitos. a realizao de uma comparao

    implcita, sem o emprego de um termo comparativo.

    Ex.: O amor pedra no abismo, a meio passo entre o mal e o bem (Zeca Baleiro, Cigarro)

    CATACRESE o emprego de palavras com um sentido diferente do real, mas cujo uso reiterado torna

    imperceptvel o sentido figurado.

    Ex.: O p da mesa, A perna da cala, Embarcar no avio, etc.

    METONMIA Assim como na metfora, emprega-se um termo para designar outro, cujo conceito guarda uma

    relao lgica com o termo empregado. Substitui-se, por

    exemplo, o autor pela obra, a parte pelo todo, a marca pelo

    produto, etc.

    Ex.: Devolva o Neruda que voc me tomou, e nunca leu (...) (Chico Buarque, Trocando em Midos)

    Aqui, refere-se ao autor Pablo Neruda em lugar da obra.

    ANTONOMSIA ou PERFRASE - a utilizao de

    uma expresso caracterizadora para designar um nome

    prprio.

    Ex.: O poeta dos escravos, referindo-se a Castro Alves;

    A cidade maravilhosa, em lugar de Rio de Janeiro.

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 7

    SINESTESIA - uma derivao da metfora e ocorre

    quando numa mesma expresso misturam-se sensaes

    percebidas por diferentes rgos de sentidos.

    Ex.: Voc tem uma voz macia. (a voz percebida pela audio e a maciez, pelo tato)

    Sinto o cheiro doce da paixo. (o cheiro olfativo, enquanto o doce percebido pelo paladar)

    ELIPSE ocorre quando da omisso proposital de um termo facilmente identificvel atravs do contexto ou de

    elementos presentes na prpria orao.

    Ex.: No jardim, flores secas e cores mortas (h omisso de havia)

    EUFEMISMO a suavizao de uma expresso por meio da sua substituio por outra mais polida e sutil.

    Ex.: Joo bateu as botas. (em vez de : Joo morreu.)

    Ela uma dama da noite. (em vez de: Ela uma prostituta.)

    HIPRBOLE o exagero enftico de uma ideia. Ex.: Estou morrendo de sede.

    Ele ganha rios de dinheiro.

    PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAO a atribuio de predicados prprios dos seres vivos a seres

    inanimados.

    Ex.: A noite chora a sua ausncia. Esta cama me convida ao sono.

    ANTTESE a oposio de frases, oraes ou palavras de sentido contrrio.

    Ex.: Onde queres prazer sou o que di (...) (Caetano Veloso, Quereres) s velho na idade e jovem na alma.

    IRONIA - o uso de um termo com a finalidade de

    expressar o oposto do que este significa, dando um efeito

    humorstico ou crtico mensagem.

    Ex.: Moa linda,, bem tratada, trs sculos de famlia, burra como uma porta: um amor (Mrio de Andrade)

    GRADAO a apresentao de ideias numa sequncia ascendente (clmax) ou descendente

    (anticlmax).

    Ex.: Um corao chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.

    (Vicente de Carvalho).

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    DENOTAO E CONOTAO

    Uma palavra tomada no sentido denotativo quando entendida no seu sentido literal, na sua significao bsica, sem que se leve em conta o contexto em que est inserida. Toma-se o sentido conotativo quando se faz uma anlise contextual da palavra, admitindo-se a associao valorativa a outros conceitos possveis.

    Exerccios

    01 (Enem) Cidade grande

    Que beleza, Montes Claros.

    Como cresceu Montes Claros.

    Quanta indstria em Montes Claros.

    Montes Claros cresceu tanto,

    ficou urbe to notria,

    prima-rica do Rio de Janeiro,

    que j tem cinco favelas

    por enquanto, e mais promete.

    (Carlos Drummond de Andrade)

    Entre os recursos expressivos empregados no texto,

    destaca-se a

    a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem

    referir-se prpria linguagem.

    b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora

    outros textos.

    c) ironia, que consiste em se dizer o contrrio do que se

    pensa, com inteno crtica.

    d) denotao, caracterizada pelo uso das palavras em seu

    sentido prprio e objetivo.

    UNIDADE 6

    INTERPRETAO I

    (primeiros procedimentos)

    notrio que nas provas do Enem existe um predomnio

    das questes referentes interpretao de textos

    de textos, que se diferem quanto ao tipo: podem solicitar

    apenas apreenso de sentidos ou a plena compreenso

    textual.

    O total entendimento de um texto solicita duas aes:

    Apreenso: captura dos sentidos apresentados ao longo

    do texto-base. Para isso, necessrio ressaltar que o

    sentido de um trecho do texto no autnomo, mas

    depende das partes com as quais est relacionado. Para

    uma melhor apreenso, deve-se considerar contexto em

    que se enquadra o segmento proposto para anlise.

    Compreenso consiste na percepo das correlaes entre

    os sentidos inscritos no texto e outros sentidos j definidos

    e abordados em outros textos do cenrio cultural. Sendo

    assim, a instncia da compreenso pressupe a da

    apreenso.

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Devemos saber associar texto e contexto, pois as circunstncias em que um texto produzido so fundamentais para a sua plena compreenso. Tratando-se de textos verbais, o sucesso do total entendimento tambm fruto da compreenso do significado das palavras no texto e dos mecanismos lingusticos empregados na sua constituio.

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    8

    Domnio do cdigo

    Deve-se conhecer os signos utilizados para a construo

    do sentido do texto, bem como o modo como eles podem

    combinar-se entre si, levando sempre em conta o contexto.

    Nas questes que apresentam linguagem mista, ou seja,

    em que a linguagem verbal vem associada a linguagens

    no verbais, os cdigos se complementam e a

    interpretao exige o domnio das regras de ambos.

    Repertrio

    Compreende-se como todo tipo de conhecimento

    acumulado ao longo da vida escolar, transmitidos pelas

    vrias disciplinas, e tambm os que so adquiridos com a

    participao na vida social e a assimilao de seus

    saberes e valores.

    O repertrio a bagagem de conhecimento que possibilita

    a percepo de correlaes entre os sentidos

    inscritos no texto sob interpretao e outros textos

    (verbais ou no verbais) conhecidos ao longo da vivncia

    cultural.

    Cabe ressaltar que s devemos aliar leitura, interpretao e

    conhecimento de mundo se o texto assim solicitar, pois,

    do contrrio, cometeremos um equvoco.

    Intertextualidade

    Relao que um texto estabelece atravs de referncia implcita ou explcita com um ou mais textos produzidos anteriormente. Entende-se aqui o texto em sentido amplo:

    verbal, no verbal, oral, enfim toda forma de comunicao

    entre um emissor e um receptor para dizer que a

    intertextualidade parte de um conhecimento de mundo

    prvio.

    Tipos de intertextualidade A comunicao entre os textos pode ocorrer de variadas

    formas. Para observarmos tais tipos, partimos do seguinte

    texto:

    Cano do exlio Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabi;

    As aves, que aqui gorjeiam,

    No gorjeiam como l.

    Nosso cu tem mais estrelas,

    Nossas vrzeas tm mais flores,

    Nossos bosques tm mais vida,

    Nossa vida mais amores.

    Em cismar, sozinho, noite,

    Mais prazer eu encontro l;

    Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabi.

    Minha terra tem primores,

    Que tais no encontro eu c;

    Em cismar sozinho, noite Mais prazer eu encontro l;

    Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabi.

    No permita Deus que eu morra,

    Sem que eu volte para l;

    Sem que desfrute os primores

    Que no encontro por c;

    Sem qu'inda aviste as palmeiras,

    Onde canta o Sabi.

    Poesia do poeta romntico Gonalves Dias. Percebe-se

    claramente uma viso ufanista e saudosista da terra natal.

    Parfrase

    Termo grego para-phrasis, que significa a repetio de uma sentena. Esse tipo de relao intertextual consiste

    em reproduzir um texto ou parte dele explicitamente, com

    outras palavras, sem que a ideia original seja alterada.

    Nova Cano do Exlio Carlos Drummond de Andrade

    Um sabi

    na palmeira, longe.

    Estas aves cantam

    um outro canto.

    O cu cintila

    sobre flores midas.

    Vozes na mata,

    e o maior amor.

    S, na noite,

    seria feliz:

    um sabi,

    na palmeira, longe.

    Onde tudo belo

    e fantstico,

    s, na noite,

    seria feliz.

    (Um sabi,

    na palmeira, longe.)

    Ainda um grito de vida e

    voltar

    para onde tudo belo

    e fantstico:

    a palmeira, o sabi,

    o longe.

    Pardia: o texto original retomado, de forma que seu

    sentido passa a ser alterado. Normalmente, a pardia

    apresenta um tom crtico, muitas vezes, marcado por

    ironia.

    Cano do exlio

    Murilo Mendes

    Minha terra tem macieiras da Califrnia

    onde cantam gaturamos de Veneza.

    Os poetas da minha terra

    so pretos que vivem em torres de ametista,

    os sargentos do exrcito so monistas, cubistas,

    os filsofos so polacos vendendo a prestaes.

    A gente no pode dormir

    com os oradores e os pernilongos.

    Os sururus em famlia tm por testemunha a Gioconda.

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 9

    Eu morro sufocado

    em terra estrangeira.

    Nossas flores so mais bonitas

    nossas frutas mais gostosas

    mas custam cem mil ris a dzia.

    Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade

    e ouvir um sabi com certido de idade!

    Citao acontece quando h uma transcrio de um

    texto ao longo de outro, marcada normalmente pelo uso

    de aspas. Vejam, na tirinha a seguir, um exemplo de

    citao:

    Epgrafe

    Termo grego epi = posio superior; graph = escrita. Esse tipo de intertextualidade ocorre quando um autor recorre a algum trecho de um texto j existente, para

    introduzir o seu texto. um trecho introdutrio para

    outro que venha a ser produzido. A famosa Cano do exlio possui uma epgrafe, com versos de um escritor alemo Wolfgang Goethe:

    Kennst du das Land, wo die Citronen blhen,

    Im dunkeln die Gold-Orangen glhen,

    Kennst du es wohl? Dahin, dahin! Mcht ich... ziehn.

    Goethe

    Cano do exlio

    Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabi;

    As aves, que aqui gorjeiam,

    No gorjeiam como l.

    (...)

    Traduo da epgrafe feita pelo poeta Manuel Bandeira:

    [Conheces o pas onde florescem as laranjeiras?

    Ardem na escura fronde os frutos de ouro...

    Conhec-lo? Para l, para l quisera eu ir!]

    Goethe

    Exerccios

    01 (Enem) Quem no passou pela experincia de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens j lidas em

    outros? Os textos conversam entre si em um dilogo

    constante. Esse fenmeno tem a denominao de

    intertextualidade. Leia os seguintes textos:

    I.

    Quando nasci, um anjo torto

    Desses que vivem na sombra

    Disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio

    de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)

    II.

    Quando nasci veio um anjo safado

    O chato dum querubim

    E decretou que eu tava predestinado

    A ser errado assim

    J de sada a minha estrada entortou

    Mas vou at o fim.

    (BUARQUE, Chico. Letra e Msica. So Paulo: Cia das

    Letras, 1989)III. Quando nasci u

    III.

    Quando nasci um anjo esbelto

    Desses que tocam trombeta, anunciou:

    Vai carregar bandeira.

    Carga muito pesada pra mulher

    Esta espcie ainda envergonhada.

    (PRADO, Adlia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara,

    1986)

    Adlia Prado e Chico Buarque estabelecem

    intertextualidade, em relao a Carlos Drummond de

    Andrade, por

    a) reiterao de imagens. b) oposio de idias. c) falta de criatividade. d) negao dos versos. e) ausncia de recursos.

    UNIDADE 7

    INTERPRETAO II

    IDENTIFIQUE GNERO, REFERNCIAS E

    OUTROS DETALHES Aps a leitura e ao fazer questionamentos para si sobre o

    que est estudando, o aluno deve identificar cada detalhe

    disposto no texto. Saber se uma reportagem ou outro

    gnero, uma forma, ou seja, identificar caracterstica

    importantes do texto so vitais para uma melhor

    interpretao.

    Gneros x Tipos Textuais

    Ao longo de nossa vivncia enquanto falantes, temos a

    oportunidade de convivermos com uma enorme

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    10

    diversidade de textos. Basta sairmos s ruas que to logo

    est confirmada esta ocorrncia. So panfletos, outdoors,

    cartazes, dentre outros. Podemos classificar os textos

    sob duas vertentes: os gneros e os tipos textuais.

    Antigamente, os vestibulares solicitavam a produo

    utilizando propostas pautadas nos tipos. Hoje em dia, o

    foco maior tem sido nos gneros. Para um melhor

    desempenho nas provas, veremos ambos:

    Os gneros textuais esto diretamente ligados s

    situaes cotidianas de comunicao, fortalecendo os

    relacionamentos interpessoais por meio da troca de

    informaes. Tais situaes referem-se finalidade que

    possui cada texto, sendo estas, inmeras. Alguns

    exemplos: texto utilizadas para a comunicao:

    propagandas, cartas, bulas de remdio, canes, artigos de

    jornal, rtulos, receitas, charges etc.

    Para a identificao de um gnero, deve-se levar em conta

    trs critrios bsicos: o contedo, o estilo e a estrutura

    de composio.

    No caso do gnero bula de remdio, por exemplo,o contedo do texto deve ser marcado por informaes

    sobre o medicamento em questo. O estilo deve ser

    objetivo, formal, caracterizado pela linguagem tcnica. A

    forma de composio desse texto apresenta uma

    estrutura tpica: formas farmacuticas e apresentaes (em frasco, comprimido ou em pomada, por exemplo),

    composies(aspectos qumicos do produto), informao ao paciente (ao esperada, prazo de validade, reaes adversas), contraindicaes e precaues etc. Sem essas caractersticas de contedo, estilo e estrutura, um texto no pode ser classificado como

    bula de remdio.

    Os gneros textuais so fenmenos histricos, que nascem

    e se desenvolvem no seio de dada cultura, de certa

    sociedade: a bula de remdio um tipo de texto que no existe, por exemplo, em comunidades primitivas, que

    desconhecem a alopatia, a cincia e a escrita.

    O surgimento de novas tecnologias um fator que

    impulsiona o surgimento de novos gneros: se no

    existisse o telefone, no existiria o gnero conversa

    telefnica; se no existissem o computador e a internet,

    no haveria o bate-papo virtual, o e-mail e o blogue.

    Os gneros servem de modelo de escrita para o

    enunciador (aquele que fala ou escreve) e funcionam

    como horizonte de leitura para o interlocutor: do mesmo

    modo que orientam como escrever, orientam tambm

    como o texto deve ser lido e interpretado. Como cada

    gnero apresenta suas prprias caractersticas, cada gnero

    determina o que se deve e o que se pode dizer, o que se

    deve e o que se pode interpretar. Cada profisso, cada

    esfera da atividade humana tem seus gneros: advogados

    escrevem peties, mdicos interpretam radiografias,

    arquitetos desenham plantas, cozinheiros preparam

    receitas, professores do aulas. Saber ler com

    desenvoltura ser capaz de interpretar e de produzir textos

    pertencentes a diferentes gneros que circulam na

    sociedade no dia a dia.

    Na escola, os contedos das diversas disciplinas so

    transmitidos por meio de gneros diversos, como grficos,

    poemas, canes, quadros, documentos histricos,

    histrias em quadrinhos, grafites, etc.

    11. Importante ter sempre em mente: conhecer as

    caractersticas de cada gnero ajuda tanto a interpret-los

    quanto a produzi-los. J a classificao em tipos textuais,

    relaciona-se com a natureza lingustica expressa pelos

    mesmos, classificando-se em instrucionais/injuntivos,

    narrativos, descritivos e dissertativos.

    Textos da tradio escolar

    Alm do conhecimento dos gneros textuais, para ter um

    bom desempenho na produo escrita e na interpretao

    textual necessrio tambm o reconhecimento das

    caractersticas dos tipos de texto mais comuns na tradio

    escolar: a injuno, a descrio, a narrao e a

    dissertao

    Texto instrucional/ injuntivo: Indica como realizar uma

    ao. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos so,

    na sua maioria, empregados no modo imperativo, porm

    nota-se tambm o uso do infinitivo e o uso do futuro do

    presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; splica;

    desejo; manuais e instrues para montagem ou uso de

    aparelhos e instrumentos; textos com regras de

    comportamento; textos de orientao (ex: recomendaes

    de trnsito); receitas, cartes com votos e desejos (de

    natal, aniversrio, etc.).

    Texto descritivo: um retrato verbal. Ento para que esse

    tipo de texto seja bem-sucedido, deve ser capaz de fazer

    com que o leitor visualize o que ou em est sendo

    descrito.

    Compare:

    a) A casa pequena. Nela, h somente um dormitrio, um

    banheiro, sala, cozinha e uma rea de servio. O jardim,

    embora tambm seja pequeno, bonito e repleto de flores.

    b) A casa pequena. Nela, h somente meu aconchegante

    cantinho de dormir, um banheiro, sala para acolher meus

    amigos quando me presenteiam com sua visita. H

    tambm o meu terror: a cozinha. nela que fica o

    fantasma das colorias a geladeira! A rea de servio o beco do trabalho! O jardim um encanto. Lindo e

    colorido!

    I - Descrio Objetiva

    aquela em que o observador apresenta o tema-ncleo de

    maneira impessoal, empregando a representao fiel ao

    aspecto exterior.

    I - Descrio Subjetiva

    aquela em que o observador apresenta o tema-ncleo de

    maneira pessoal, empregando a imaginao e externando

    suas impresses pessoais.

    Texto narrativo: tem sua base em fatos, aes as quais

    fazem com que o enredo se desenvolva. Para que a

    narrativa tenha sucesso, imprescindvel que haja o

    conhecimento do tema e se defina o enredo, para s ento

    escolher os personagens. Por qu? Porque a escolha

    prvia dos personagens um convite prolixidade, pois acabamos preocupando-nos com a participao de cada

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 11

    um deles e nos esquecemos de enriquecer nosso

    desenvolvimento.

    ELEMENTOS DA NARRATIVA

    I Enredo (apresentao, conflito, desfecho. Destaque: Clmax) II Narrador (1 ou 3 pessoa) III Personagem (principais, secundrios) IV Tempo (cronolgico, histrico, psicolgico, do discurso) V - Espao

    Alm do narrador, outras vozes podem surgir no texto.

    Para inserir falas, faz-se uso do que chamamos

    discurso, que podem se apresentar de diferentes

    formas:

    Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por

    algum. Normalmente usa-se aspas ou travesses para

    demarcar a reproduo da fala de outra pessoa.

    Exemplo: No gosto disso disse a menina em tom zangado.

    Discurso indireto: o narrador, usando suas prprias

    palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos

    ento uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens

    passam pela elaborao da fala do narrador.

    Exemplo: A menina disse em tom zangado, que no

    gostava daquilo.

    Discurso indireto livre: um discurso misto onde h uma

    maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de

    forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso direto.

    necessrio que se tenha ateno para no confundir a fala

    do narrador com a fala do personagem, pois esta surge de

    repente em meio a fala do narrador.

    Exemplo: A menina perambulava pela sala irritada e

    zangada. Eu no gosto disso! E parecia que ningum a

    ouvia.

    Dissertao um texto que se caracteriza pela exposio,

    defesa de uma idia que ser analisada e discutida a partir

    de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto

    dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com

    dados, os quais utiliza para reforar ou justificar o

    desenvolvimento de suas idias. Organiza-se, geralmente,

    em trs partes:

    Introduo - onde voc explicita o assunto a ser

    discutido, com a apresentao de uma idia ou de um

    ponto de vista que pretende defender.

    Desenvolvimento ou argumentao - em que ir

    desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve

    argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se

    necessrio.

    Concluso - em que dar um fecho coerente com o

    desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em

    geral, a concluso uma retomada da idia apresentada na

    introduo, agora com mais nfase, de forma mais

    conclusiva, onde no deve aparecer nenhuma idia nova,

    uma vez que voc est fechando o texto.

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Reconhecer os tipos e/ou gneros textuais pode ser uma excelente estratgia para interpretar os textos da prova do Enem. Uma vez que voc domina a estrutura e a linguagem,

    fica mais rpido e mais fcil entender o texto e responder ao solicitado na questo. Depois, interessante identificar a autoria, descobrindo se de algum jornalista conhecido ou de alguma autoridade, por exemplo.

    Exerccios

    01 (Enem) Cncer 21/06 a 21/07

    O eclipse em seu signo vai desencadear mudanas na sua

    autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicar onde

    voc falha se anda engolindo sapos, a rea gstrica se ressentir. O que ficou guardado vir tona, pois este

    novo ciclo exige uma desintoxicao. Seja comedida em suas aes, j que precisar de energia para se recompor.

    H preocupao com a famlia, e a comunicao entre os

    irmos trava. Lembre-se: palavra preciosa palavra dita

    na hora certa. Isso ajuda tambm na vida amorosa, que

    ser testada. Melhor conter as expectativas e ter calma,

    avaliando as prprias carncias de modo maduro. Sentir

    vontade de olhar alm das questes materiais sua confiana vir da intimidade com os assuntos da alma.

    Revista Cludia. N 7, ano 48, jul. 2009.

    O reconhecimento dos diferentes gneros textuais, seu

    contexto de uso, sua funo especfica, seu objetivo

    comunicativo e seu formato mais comum relacionam-

    se aos conhecimentos construdos socioculturalmente.

    A anlise dos elementos constitutivos desse texto

    demonstra que sua funo

    a) vender um produto anunciado. b) informar sobre astronomia. c) ensinar os cuidados com a sade. d) expor a opinio de leitores em um jornal. e) aconselhar sobre amor, famlia, sade, trabalho.

    UNIDADE 8

    Interpretao Textual Questes

    metalingusticas

    A metalinguagem (uma das funes da linguagem, j

    abordada em aulas anteriores) consiste em usar a

    linguagem para fazer comentrios sobre a prpria

    linguagem utilizada num texto.

    Em resumo: A "metalinguagem" nada mais do que

    usar um tipo de linguagem para falar dela prpria. Ou

    seja: um filme sobre um filme, um livro sobre um livro,

    uma msica sobre uma msica, uma pintura com a

    imagem de algum pintando, um desenhando com algum

    desenhando e assim por diante.

    Nas provas do Enem, so uma constante, nesse tipo de

    questo, aquelas relativas variao lingustica. Sem usar

    nomenclatura ou termos especficos, as questes que

    envolvem metalinguagem cobram a identificao de

    determinada particularidade lingustica presente no texto

    ou a explicao de quais recursos de linguagem foram

    acionados para produzir determinado sentido ou efeito de

    sentido.

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    12

    comum tambm aparecerem questes que envolvam

    metalinguagem e literatura, uma vez que seu uso

    bastante comum entre os escritores.

    Vale ressaltar que a metalinguagem no exclusividade

    de textos verbais, como vemos nos exemplos abaixo:

    Um poema metalingustico.

    Um aviso que fala do prprio aviso.

    Uma escultura fazendo uma escultura.

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Outros possveis tipos questes do Enem

    Questes de simples apreenso: incluem-se neste grupo as questes que contm, no interior do prprio texto, todos os dados

    Questes de compreenso entre textos explcitos na prova, que propem um texto como base e solicitam que se reconheam relaes estabelecidas (de compatibilidade ou incompatibilidade) entre ele e outro (ou outros).

    Questes de compreenso entre textos explcitos e textos a serem referidos via memria.

    Trata-se tambm de questes que exigem compreenso, isto , capacidade de correlacionar dados e conhecimentos contidos em textos diferentes. O texto de referncia vem sempre explcito, e solicita comentrios, operaes ou julgamentos sobre ele com base em textos referidos que no constam explicitamente na prova, mas so pressupostos como conhecidos. O sucesso nesse tipo de questo requer que o aluno tenha na memria aqueles textos carregados dos conhecimentos considerados teis para quem sai do Ensino Mdio e se dispe a continuaros estudos superiores, seja de conhecimentos gerais, seja de disciplinas relacionadas ao currculo escolar.

    Outras dicas:

    Avaliao da leitura correta

    No ENEM, avalia-se a competncia da leitura por meio de

    testes a respeito de um texto. O leitor deve ser capaz de

    distinguir as alternativas que contm interpretaes

    corretas das que contm interpretaes erradas. Devem ser

    consideradas corretas as que encontram sustentao no

    que vem exposto no texto; erradas, as que contm

    distores interpretativas.

    As alternativas corretas podem ser de vrios tipos:

    Reproduo literal do que vem explcito no texto o tipo mais fcil de reconhecer como interpretao

    correta do texto. Na verdade no exige esforo

    interpretativo alm da alfabetizao, pois se trata

    de uma cpia do que vem exposto no texto. H, no

    entanto, alternativas que reproduzem literalmente trechos

    do texto, mas que reclamam competncias interpretativas

    mais sofisticadas do que o mero reconhecimento da cpia.

    Trata-se de transcries literais para o leitor escolher qual

    delas traduz ou exemplifica melhor determinado

    significado ou efeito de sentido.

    Parfrase de palavras ou expresses do texto alternativa que traduz por meio de outras palavras o

    significado de uma palavra, uma expresso ou ainda um

    segmento mais extenso de um texto.

    Explicitao de sentidos pressupostos trata-se de um tipo de alternativa que traduz significados que,

    embora no venham expressos por palavras contidas nos

    enunciados, esto implicados sob a forma de pressupostos

    ou subentendidos por trs das palavras expressas.

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 13

    Exerccios

    01 (ENEM) No tem traduo

    [...]

    L no morro, se eu fizer uma falseta

    A Risoleta desiste logo do francs e do ingls

    A gria que o nosso morro criou

    Bem cedo a cidade aceitou e usou

    [...]

    Essa gente hoje em dia que tem mania de exibio

    No entende que o samba no tem traduo no idioma

    francs

    Tudo aquilo que o malandro pronuncia

    Com voz macia brasileiro, j passou de portugus

    Amor l no morro amor pra chuchu

    As rimas do samba no so I love you

    E esse negcio de al, al boy e al Johnny

    S pode ser conversa de telefone

    ROSA, N. In: SOBRAL, Joo J. V. A traduo dos bambas. Revista

    Lngua Portuguesa. Ano 4, no 54. So Paulo: Segmento, abr. 2010

    (fragmento).

    As canes de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila

    Isabel, apesar de revelarem uma aguada preocupao

    do artista com seu tempo e com as mudanas poltico-

    culturais no Brasil, no incio dos anos 1920, ainda so

    modernas. Nesse fragmento do samba No tem

    traduo, por meio do recurso da metalinguagem, o

    poeta prope

    a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocbulos estrangeiros.

    b) respeitar e preservar o portugus padro como forma de fortalecimento do idioma do Brasil.

    c) valorizar a fala popular brasileira como patrimnio lingustico e forma legtima de identidade nacional.

    d) mudar os valores sociais vigentes poca, com o advento do novo e quente ritmo da msica popular

    brasileira.

    e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invaso de valores tnicos de sociedades mais

    desenvolvidas.

    UNIDADE 9

    GRAMTICA NO ENEM

    A gramtica no ENEM cobrada de maneira semntica,

    portanto no se baseia apenas em nomenclaturas. O

    candidato deve mostrar a sua habilidade de leitura e

    interpretao, compreender as diferentes formas de

    expresso, ler os diferentes tipos de textos

    contextualizando-os aos momentos histrico-socio-

    cultural. Portanto deve apresentar habilidades amplas de

    interpretao, seja de textos verbais quanto dos no-

    verbais.

    Sendo assim importante que o leitor demonstre

    conhecimentos muito mais amplos que apenas aqueles

    relacionados decoreba, mas sim aplicao delas na construo de sentidos.

    Para isso vamos analisar alguns assuntos gramaticais e

    como eles so cobrados no ENEM.

    CONJUNES

    De acordo com o tipo de relao que

    estabelecem, as conjunes podem ser

    classificadas em coordenativas e subordinativas.

    No primeiro caso, os elementos ligados pela

    conjuno podem ser isolados um do outro. Esse

    isolamento, no entanto, no acarreta perda da

    unidade de sentido que cada um dos elementos

    possui. J no segundo caso, cada um dos

    elementos ligados pela conjuno depende da

    existncia do outro.

    CONJUNES COORDENATIVAS

    CONJUNES SUBORDINATIVA

    Veja um exemplo

    (Armandinho / Facebook)

    No caso acima, as conjunes so usadas no segundo

    quadrinho ("e"), com o sentido e adio, unindo as

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    14

    palavras "muitos"; e no 3o quadrinho ("quando"), com o

    valor semntico de tempo. Veja que as conjunes

    contribuem para a progresso textual, desenvolvendo a

    histria e, no caso do quadrinho, sendo fundamental para a

    formao do humor da tirinha.

    Alm das conjunes, h as locues conjuntivas. o

    conjunto de palavras que possui o mesmo valor de uma

    conjuno.

    Exerccios

    Disponvel em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br.

    01- (ENEM- 2013) Nessa charge, o recurso

    morfossinttico que colabora para o efeito de humor est

    indicado pelo(a):

    a) emprego de uma orao adversativa, que orienta a

    quebra da expectativa ao final.

    b) uso de conjuno aditiva, que cria uma relao de causa

    e efeito entre as aes.

    c) retomada do substantivo me, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribudos.

    d) utilizao da forma pronominal la, que reflete um tratamento formal do filho em relao me.

    e) repetio da forma verbal , que refora a relao de adio existente entre as oraes.

    Veja o texto a seguir:

    Se voc gritasse,

    se voc gemesse,

    se voc tocasse

    a valsa vienense,

    se voc dormisse,

    se voc cansasse,

    se voc morresse...

    Mas voc no morre,

    voc duro, Jos!

    02- No poema E agora, Jos?, de Carlos Drummond de Andrade, o trecho em destaque est construdo com base

    nos sentidos estabelecidos pelas conjunes,

    respectivamente, de

    a)adio e oposio

    b)condio e adio

    c)condio e oposio

    d)consequncia e adio

    e)condio e adio

    03- A palavra mesmo pode assumir diferentes

    significados, de acordo com sua funo na frase.

    Assinale a alternativa em que o sentido de mesmo

    equivale ao que se verifica na frase a seguir.

    Aos poucos, as ideias iam ficando mais claras, mesmo que ainda sentisse fortes dores de cabea e no corpo.

    a) Escute! H mesmo necessidade de voc vir?

    b) No quero ser o mesmo que voc.

    c) Ir assim mesmo.

    d) No percebeu nada, mesmo estando atento.

    e) No, mesmo! Fique a!

    UNIDADE 10

    VERBOS

    Os verbos so responsveis no apenas para indicar ao,

    estado ou fenmeno da natureza; podem tambm

    expressar sentimentos, acidentes...

    Ex: Eu amo a vida. (sentimento)

    Cai na rua. (acidente)

    So divididos em trs modos verbais, nove tempos e

    ainda ordem afirmativa e negativa. Abaixo tabela das

    desinncias verbais

    Presente do indicativo ___________________ __________________________

    Pretrito perfeito do indicativo ___________________ __________________________

    Pretrito imperf. do indicativo (1 conj.) VA (VE)

    (2 e 3 conj.) IA (IE)

    Pretrito mais-que-perf. Ind. RE/RA (TONOS)

    Futuro do presente do ind. RE/RA (TNICOS)

    Futuro do pretrito do ind. RIA (RIE)

    Presente do subjuntivo (1 conj.) E

    (2 e 3 conj.) A

    Pretrito imperfeito subj. SSE

    Futuro do subjuntivo R

    Infinitivo impessoal R

    Gerndio NDO

    Particpio DO, TO, SO

    SINGULAR PLURAL

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 15

    D n p 1 2 3 1 2 3

    Presente. do indicativo o s mos is/des m

    Pretrito Perfeito do ind. i ste u mos stes ram

    Os olhos brasileiros de Darwin

    Quando o alemo Fritz Mller chegou ao interior de

    Santa Catarina, em 1852, era como se pousasse em outro

    planeta. Um planeta onde ele realizou estudos minuciosos,

    que lhe renderam fama internacional e o apelido de

    prncipe dos exploradores cortesia de seu dolo e f, Charles Darwin.

    O fascnio pela fauna e flora abaixo do Equador foi o

    que atraiu o mdico e filsofo de 31 anos ao vale do Itaja,

    um deserto verde verde onde dois anos antes Hermann

    Blumenau havia criado uma colnia alem batizada com

    seu sobrenome. GOMES, S. Superinteressante, julho de 2009.

    04- (UFSC adaptado) Em relao ao texto correto afirmar que:

    a) As formas verbais chegou, realizou e renderam representam uma sequncia cronolgica de eventos;

    b) a locuo verbal havia criado, equivalente a criara, representa um tempo passado posterior a atraiu.

    c) O segundo pargrafo do texto pode ser reescrito da

    seguinte maneira, sem alterao das relaes sinttico-

    semnticas: O que atraiu o mdico e filsofo de 31 anos ao vale do Itaja, dois anos antes, foi o fascnio

    pela fauna e flora do deserto verde no qual Hermann

    Blumenau viria a criar uma colnia alem abaixo do

    Equador, que seria batizada com seu sobrenome. d) A forma verbal era apresenta ideia de fato totalmente

    acabado.

    e) H predomnio de verbos flexionados em um tempo

    verbal que representa fatos em andamento.

    FUVEST 2014 REVELAO DO SUBRBIO

    Quando vou para Minas, gosto de ficar de p, contra a

    vidraa do carro*,

    Vendo o subrbio passar.

    O subrbio todo se condensa para ser visto depressa,

    Com medo de no repararmos suficientemente

    Em suas luzes que mal tm tempo de brilhar.

    A noite come o subrbio e logo o devolve,

    Ele reage, luta, se esfora,

    At que vem o campo onde pela manh repontam laranjais

    E noite s existe a tristeza do Brasil.

    Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo,

    1940.

    (*) carro: vago ferrovirio para passageiros.

    05- Considerados no contexto, dentre os mais de dez

    verbos no presente, empregados no poema, exprimem

    ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade

    a) gosto e repontam. b) condensa e esfora. c) vou e existe. d) tm e devolve. e) reage e luta.

    UNIDADE 11

    PONTUAO

    Na lngua portuguesa, a ordem normal dos termos em uma

    frase :

    sujeito verbo complemento verbal adjuntos adverbiais

    Se os termos da orao se dispem assim, dizemos que

    ocorre ordem direta.

    Voc conquistar sua aprovao em breve

    Suj. Verbo Comp. Verbal Adj. Adv.

    Caso ocorra alguma alterao nessa sequncia, teremos a

    ordem indireta.

    Em breve, voc conquistar sua aprovao!

    Termo

    Deslocado

    Quando a orao est na ordem direta, no se separam

    seus termos imediatos por vrgulas. Ou seja, no devemos

    separar:

    - o sujeito do verbo

    - o verbo de seu(s) complemento(s)

    - o nome de seu(s) complemento(s) ou adjunto(s)

    A VRGULA ser utilizada no interior da orao para

    separar:

    1 expresses de carter explicativo ou corretivo Ex.: No teremos aula amanh, ou melhor, depois de

    amanh.

    2 conjunes coordenativas intercaladas Ex.: Sua atitude, no entanto, pareceu-nos incoerente.

    3 adjuntos adverbiais intercalados Ex.: O ator, naquele dia, parecia um pouco nervoso.

    4 aposto intercalado

    Ex.: Obama, presidente dos EUA, ficou impressionado

    com a receptividade dosdos brasileiros.

    Importante: o aposto tambm pode ser intercalado por

    parnteses ou por travesses. Quando est posicionado no

    final da frase, pode vir precedido de dois-pontos.

    A VRGULA tambm empregada para indicar o

    deslocamento de um termo na frase.

    1 adjunto adverbial Ex.: No ano passado, fiz a viagem de meus sonhos.

    Importante: Se esse adjunto for um simples advrbio, a

    vrgula dispensvel.

    2 complemento pleonstico Ex.: Esse livro, j o li quando cursava o Ensino Mdio.

    3 o nome de lugar na indicao de datas Ex.: Florianpolis, 21 de Setembro de 2003.

    Ento... Fique de olho se lhe for solicitado que produza

    uma carta neste vestiba!

    A VRGULA tambm usada para:

    1 separar vocativo Ex.: Galera, fiquem de olho na pontuao.

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    16

    Lembre: Quando se quer dar maior nfase ao vocativo,

    pode-se usar ponto de exclamao.

    2 separar termos coordenados assindticos, ou seja, ligadas sem emprego de conjuno

    Ex.: Seus conselhos me inspiraram tranquilidade,

    segurana, paz.

    A VRGULA entre oraes

    As oraes que formam um perodo podem ser separadas

    por vrgulas ou no, dependendo de sua classificao.

    1 oraes subordinadas adjetivas explicativas: sempre separadas por vrgula.

    2 oraes subordinadas adjetivas restritivas: via de regra no so separadas por vrgula.

    Contudo admite-se vrgula ao seu final (Mas nunca antes

    delas!) quando:

    a) tiverem certa extenso.

    Ex.: O homem que foi sequestrado na semana passada em

    So Jos, um empresrio muito conhecido na regio.

    b) houver sequncia de dois verbos.

    Ex.: O homem que fuma, vive pouco.

    3 oraes subordinadas adverbiais: sero separadas por vrgula sempre que vierem antes da orao principal.

    4 oraes subordinadas substantivas: no devem ser separadas da principal por meio de vrgula (Com exceo

    das apositivas!).

    5 oraes coordenadas: so separadas por vrgula

    (Exceto as aditivas!)

    Exerccios

    6. As frases "Antigamente, ia-se cidade" e "Hoje se vai

    ao shopping center" so igualmente iniciadas por advrbio

    de tempo. No entanto, separa-se por vrgula o advrbio da

    primeira, mas no o da segunda. Tal fato revela:

    a) uma distrao por parte do emissor, pois o uso da vrgula fundamental nessa situao.

    b) Um erro grave, visto que no se deve usar vrgula para separar o advrbio do restante da frase.

    c) Que falta, ao autor do texto, o domnio dos sinais de pontuao.

    d) Obrigatoriedade de emprego da vrgula apenas na primeira frase.

    e) Uma escolha estilstica do emissor, uma vez que nesse tipo de construo facultativo o emprego da vrgula.

    7. Considere os perodos I, II e III, pontuados de duas

    maneiras diferentes:

    I - Os jovens que amam so mais felizes.

    Os jovens, que amam, so mais felizes.

    II - Eu no fumo por opo.

    Eu no fumo, por opo.

    III - Os padres rezavam e o povo acompanhava a reza.

    Os padres rezavam, e o povo acompanhava a reza.

    Com pontuao diferente, ocorre alterao de sentido:

    a) Em todos os perodos. b) Em nenhum dos perodos. c) Somente nos perodos I e II. d) Somente nos perodos II e III. e) Somente nos perodos I e III.

    8. Observe as frases:

    I - Ele foi, logo eu no fui.

    II - O menino, disse ele, no vai.

    III - Deus, que Pai, no nos abandona.

    IV - Saindo ele e os demais, os meninos ficaro ss.

    Assinale a afirmativa correta.

    a) Em I h erro de pontuao.

    b) Em II e III as vrgulas podem ser retiradas sem que haja

    erro.

    c) Na I, caso se mude a vrgula de posio, muda-se o

    sentido da frase.

    d) Na II, faltam dois pontos depois de disse.

    e) N.d.a.

    4- No segundo quadrinho da tira h uma vrgula e o

    terceiro quadrinho sugere a retirada do sinal de pontuao.

    a) Explique o sentido da orao com o sinal de pontuao.

    b) Explique o sentido da orao sem o sinal de pontuao.

    UNIDADE 12

    PRONOMES E COLOCAO PRONOMINAL

    Entre eu e tu ou entre mim e ti?

    Para eu fazer ou para mim fazer?

    Para ti decidir ou para tu decidires?

    Termos coordenados ligados pelas conjunes E, OU,

    NEM dispensam vrgula.

    Seus conselhos me inspiraram tranquilidade,

    segurana e paz.

    Se, no entanto, essas conjunes vierem repetidas para

    dar ideia de nfase, a vrgula dever ser empregada.

    No fazia exerccios de Fsica, nem de Qumica, nem

    de Matemtica, nem de Literatura, mas sonhava ser

    aprovado na UFSC.

    Compare:

    Para mim, passar no vestiba moleza!

    Para eu passar no vestiba, ser moleza!

    ME TE SE O A LHE NOS VOS OS AS LHES

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 17

    Colocao Pronominal

    a) Prclise: posicionar o pronome antes do verbo.

    Ex.: No te conheo muito bem.

    b) Mesclise: o pronome se intromete no verbo... Ex.: Algum dia, conhecer-te-ei por completo.

    c) nclise: o pronome fica aps o verbo (Sempre com

    hfen!).

    Ex.: Conheo-te muito bem, meu amigo!

    Regrinhas Bsicas

    - Jamais devemos iniciar uma orao com esse tipo de

    pronome.

    - A mesclise s deve ocorrer em incio de oraes ou

    aps vrgulas e com verbos no Futuro do Presente ou do

    Pretrito.

    - A prclise obrigatria com:

    . vocbulos indicativos de negao (no, nunca, jamais,

    nem, tampouco);

    . a palavra que (independentemente de sua classe gramatical);

    . pronomes indefinidos (tudo, nada, ningum, algum...);

    . conjunes subordinativas (se, caso, embora...);

    . pronomes relativos (que, que, qual, cujo...);

    . em + gerndio (Ex.: Em se tratando de...);

    . oraes interrogativas, exclamativas ou optativas.

    - Ento, nos demais casos... D-lhe nclise!!!

    Mas fique atento ao pronome que ir empregar,

    principalmente se estiver trabalhando com a terceira pessoa!

    RECORDE

    VI (=Verbo Intransitivo)

    no pede objeto VTD (= Verbo Transitivo Direto)

    pede OD VTI ( Verbo Transitivo Indireto)

    pede OI VTDI (=Verbo Transitivo Direto e Indireto)

    pede OD e OI simultaneamente

    Pronomes tambm podem servir como complementos aos

    verbos:

    Exerccios

    1. A frase Eu queria encontrar ela ainda hoje. no respeita as regrinhas de nossa amada gramtica de Lngua

    Portuguesa. Por qu?

    2. Como reescrever a frase citada na questo anterior, de

    modo a seguir a norma culta?

    3. E como inserir o pronome nos no perodo Conhecemos naquela festa., respeitando a Gramtica Normativa? Vou convidar todos para minha

    formatura!

    4. Seria correto substituirmos o termo sublinhado pelo

    pronome lhes? Justifique sua resposta:

    5. Observando os trs primeiros quadrinhos, pode-se

    perceber que, no dilogo entre Calvin e sua me, uma das

    formas verbais no condiz com as demais. Trata-se de:

    a) Ides.

    b) Pretendes.

    c) Tenhais.

    d) Segui.

    e) Julgais.

    6. Indique o que seja correto afirmar acerca da tira acima:

    01. O pronome empregado logo na abertura da segunda

    fala da Calvin apresenta um erro de acentuao, j que,

    sendo tono, no deveria receber acento grfico.

    02. O termo onde (ltimo quadrinho) pode ser substitudo por o qual, mantendo-se o sentido da sentena.

    04. O pronome destacado em Vs me julgais mal exerce funo de objeto direto.

    08. Reescrevendo o perodo Segui vosso caminho!, de modo a introduzir nele um pronome tono, teramos

    Segui-vos!. 16. Em Vs me julgais mal, o ltimo vocbulo

    empregado indicativo de modo.

    Texto 1

    O homem disse que tinha de ir embora antes queria me ensinar uma coisa muito importante:

    - Voc quer conhecer o segredo de ser um menino

    feliz para o resto da vida.

    - Quero respondi.

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    18

    O segredo se resumia em trs palavras, que ele

    pronunciou com intensidade, mos nos meus ombros e

    olhos nos meus olhos:

    - Pense nos outros.

    Na hora, achei esse segredo meio sem graa. S bem

    mais tarde vim a entender o conselho que tantas vezes na

    vida deixei de cumprir. Mas que sempre deu certo quando

    me lembrei de segui-lo, fazendo-me feliz como um

    menino. SABINO, Fernando. O menino no espelho.

    7. Em relao ao Texto 1, correto afirmar que:

    01. o pronome encltico empregado no trecho quando me lembrei de segui-lo, exerce funo de objeto direto e resgata o substantivo conselho.

    02. o trecho quando me lembrei de segui-lo, pode ser substitudo por quando lembrei de segui-lo, sem desrespeitar a norma culta.

    04. a palavra que, nas trs ocorrncias sublinhadas no texto, est funcionando como pronome relativo, pois,

    ao mesmo tempo em que liga oraes, tambm aponta

    para um antecedente.

    08. em como um menino temos o conectivo como dando ideia de conformidade.

    16. a nclise constante em fazendo-me feliz como um menino facultativa, uma vez que alterar a colocao pronominal para qualquer outra posio, tambm

    estaria de acordo com a norma culta.

    32. Em Na hora, achei esse segredo meio sem graa., temos meio como um vocbulo invarivel

    UNIDADE 12

    QUE e SE

    O termo "se" aparece na frase como:

    1. Pronome Reflexivo

    Os dois amam-se como

    irmos.

    Elas deram-se as mos.

    4. Partcula Expletiva ou de

    realce

    As moas sorriram-se

    agradecidas

    O povo riu-se ao ouvir tantas

    asneiras.

    2. Partcula Apassivadora

    Sabe-se que h pessoas

    safadinhas.

    Doam-se aulas de

    Gramtica.

    5. Parte integrante de verbos

    Ele queixou-se do assunto.

    Maria referiu-se ao pai.

    3. ndice de

    Indeterminao do Sujeito

    Aqui se vive bem.

    Precisa-se de serventes.

    6. Substantivo

    O se a palavra que estamos

    estudando.

    7. Conjuno Subordinativa

    Se voc no ficar quieto, no vai aprender

    a lio.

    O termo "que" aparece na frase como:

    1. Advrbio

    Que fria est sua sala!

    5. Conjuno

    Penso que est tudo ok.

    2. Substantivo

    H um qu de censura no

    ar.

    6. Pronome Interrogativo

    Que voc quer comigo?

    3. Preposio

    Tinha que estudar.

    7. Pronome Relativo

    A candidata que treinei foi

    aprovada

    4. Interjeio

    Qu! Ela acreditou nisso?

    8. Partcula Expletiva ou

    de Realce

    Que nome que te deram....

    Exerccios

    1- Classifique as funes da palavra se nas frases a seguir, numerando, convenientemente, os parnteses:

    1-Partcula apassivadora.

    2- ndice de indeterminao do sujeito.

    3- Partcula de realce.

    4-Partcula integrante do verbo.

    5-Conjuno subordinativa.

    ( ) Ela quer saber se eu me sinto realizado. (Drummond)

    ( ) Acabou-se a confiana no prximo. (Drummond)

    ( ) Suicidou-se, pulando no fim da tarde de um

    prdio de 10 andares.

    ( ) Precisa-se de operrios.

    ( ) Sentia-se o cheiro da panela no fogo, chiando de toucinho no braseiro. (Jos Lins do Rego)

    A sequncia correta :

    a) 4-3-5-2-1 b) 5-3-2-4-1 c) 4-5-2-1-3 d) 5-3-4-2-1 e) 5-3-2-1-4

    2. Em que orao a palavra "que" um pronome relativo?

    a) Observei um qu de desconfiana em seu olhar.

    b) Que resultados voc espera com essa atitude?

    c) A famlia que lhe pagava todos os gastos.

    d) O itinerrio que seguimos era o mais prximo.

    e) No te intimides que h outros menos capazes.

    3. Identifique a frase em que a palavra "se" pronome

    apassivador.

    a) Viaja-se pelas praias brasileiras no vero.

    b) Os namorados acomodaram-se no sof, em silncio.

    c) Deixou-se abater com a notcia de sua partida.

    d) Proibiam-se as queimadas por todo o territrio.

    e) Vivia-se tranqilo naqueles confins da serra.

    4. Em que frase a palavra "se" ndice de indeterminao

    do sujeito?

    a) Aqui se aceitam encomendas de doces e salgados.

    b) O passante escondeu-se da chuva repentina.

    c) Neste restaurante italiano, come-se bastante bem.

    d) Os dois garotos protegiam-se da forte ventania.

    e) Liquidaram-se as dvidas em pouco tempo

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 19

    UNIDADE 13

    CONCORDANCIA VERBAL

    Sujeito O verbo concorda Exemplos

    Coletivo

    Coletivo + expresso no plural

    No singular

    Singular ou plural

    A multido invadiu o parque.

    A turma de meninos saiu (ou saram).

    Nome prprio no plural Com o artigo O Estados Unidos um pas de 1 mundo.

    Os Estados Unidos so um pas de 1 mundo.

    Mais de um(a) No singular

    No plural se a ao for recproca

    Mais de um aluno saiu cedo ontem.

    Mais de um aluno se olharam atravessado.

    Um dos que No singular, se a ao se refere a

    s um ser

    No plural, se a ao se refere a

    mais de um ser

    O Sol um dos astros que aquece a Terra.

    O Sol um dos astros que brilham.

    Pronome relativo que

    Pronome relativo quem

    Com o pronome que vem antes

    Com o pronome que est antes, ou

    na 3 pessoa do singular

    Sou eu que pago a conta.

    Sou eu quem pago/ paga a conta.

    Sujeito Composto O verbo concorda Exemplos

    Ncleos antes do verbo No plural A me e a filha chegaram.

    Ncleos depois do verbo No singular ou plural Chegou/chegaram a me e a filha.

    Ncleos em graduao No singular ou plural Um olhar, um gesto, um sorriso bastava/bastavam.

    Ncleos reduzidos por: tudo,

    nada, ningum, etc.

    No singular Pedro, Antnio, Renato, ningum ficou contente.

    Pessoas diferentes Eu + tu = ns

    Tu + ele = vs

    Eu e tu fomos ao parque.

    Tu e ele fostes ao cinema hoje?

    Um e outro, nem um nem outro No singular ou no plural Um e outro morreu/morreram.

    Nem um nem outro correu/correram.

    Nem Maria nem Antnio respondeu/responderam.

    Ligados pelas alternativas

    ou...ou, nem...nem

    No singular, se houver excluso

    No plural, se no houver excluso

    Ou Pedro ou Antnio casar com Maria.

    O machado ou a serra destruiro aquela mata.

    Ncleos ligados por com Com vrgula: singular

    Sem vrgula: singular/plural

    O professor, com seus alunos, saiu.

    O professor com seus alunos saiu/saram.

    Sujeito O verbo concorda Exemplos

    Isto, isso, aquilo, tudo + verbo

    de ligao

    Como predicativo ou com o sujeito Isto so coisas deles.

    Tudo so flores.

    Nome prprio + verbo de

    ligao

    Com o sujeito Maria era as alegrias do pai.

    Tempo: (hora, dia) com verbos:

    ser, dar, bater, soar

    Com a palavra indicadora de

    tempo

    Hoje primeiro de abril.

    Hoje so primeiro de abril.

    Soaram nove horas.

    Bateram dez horas.

    Preo, quantidade + verbo de

    ligao

    No singular Dez centavos pouco.

    Dois quilos muito.

    Verbos: ser, estar, haver, fazer e

    fenmenos da natureza

    No singular Faz dez anos que no fao uma redao.

    Ontem nevou em Floripa.

    Havia muitos ratos no poro.

    Verbos apassivados pelo se Com o sujeito Alugam-se casas.

    Consertam-se sapatos.

    Indeterminado pelo se No singular Necessita-se de empregadas.

    Fala-se em assuntos dramticos.

    Porcentagem No singular

    No plural

    70% do povo reclamou do presidente.

    70% das pessoas reclamaram do presidente.

    01. Preencha as lacunas corretamente, flexionando os

    verbos entre parnteses.

    a) _________o governador e sua filha ontem. (chegar)

    b) O governador e sua filha ________ ontem. (chegar)

    c) Ele, Z e eu ____________ festa ontem. (ir)

    d) Z, tu e ele _____________ festa ontem. (ir)

    e) Casas, florestas, rios, tudo ______ por gua abaixo

    naquela enxurrada. (ir)

    f) _____________-se casas. (alugar Pres.Ind)

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    20

    g) _____________-se de empregadas. (precisar de Pres. Ind)

    h) _______________ dez acidentes na rua na semana

    passada. (haver)

    i) _______________ anos que no o vejo. (fazer Pret. Perfeito)

    j) Naquele dia, 10% das crianas no ____________ na

    escola. (aparecer)

    k) Naquele dia, 10% do povo ________________o

    candidato. (eleger)

    l) Vossa Majestade no ____________ sair hoje. (poder Pres. Ind)

    m) Trs reais ____________ muito. (ser Pres. Ind) n) Maria _________ as alegrias do pai. (ser Pres. Ind) o) A gua ou o fogo __________ a casa. (destruir Pret.

    Perf.)

    02. Assinale a(s) frase(s) correta(s).

    01. Ireis de carro tu, vossos primos e eu.

    02. O pai ou o filho assumir a direo da empresa.

    04. Mais de um dos candidatos se insultaram.

    08. Faz dez anos todos esses fatos.

    16. Faz dez anos que no passamos por aqui.

    32. Qual de ns ir sair com voc?

    03. Marque as alternativas gramaticalmente corretas,

    quanto concordncia verbo-nominal.

    01. Esta jovem, ela prprio ir a Braslia avistar-se com o

    presidente.

    02. necessrio a pacincia de todos para superarmos

    esses problemas.

    04. Menos festas, mais trabalho!

    08. A poesia que desejas est na pgina vinte e um.

    16. Eram perto do meio-dia, quando Mnica chegou.

    32. No se ouviam murmrios na sala.

    64. Aconteceu, ontem, alguns fatos interessantes.

    UNIDADE 14

    CONCORDANCIA NOMINAL

    Mesmo Elas mesmas resolvero o caso.

    Ela no sabia disso mesmo.

    Junto Juntos iremos longe.

    Iremos junto com ele.

    Anexo/Incluso

    Prprio

    Quite

    Leso

    Obrigado

    As cartas seguem anexas.

    As cartas seguem em anexo.

    Eles prprios assaltaram o caixa.

    Estou quite com voc.

    Cometeu crimes de lesas-ptrias.

    Muito obrigada, diz a menina.

    Tal

    O filho tal qual o pai.

    Os filhos so tais quais os pais.

    O filho tal quais os pais.

    Os filhos so tais qual o pai.

    Menos

    Alerta

    Pseudo

    Monstro

    Ela estava menos calma que ontem.

    Fiquemos alerta ao combate.

    As pseudo-atrizes foram presas.

    Elas so um monstro.

    S S as meninas foram embora.

    As meninas ficaram ss.

    Meio

    Maria estava meio doente.

    Os fins no justificam os meios.

    Comi somente meia melancia.

    Bastante Eles esto bastante apaixonados.

    Comemos bastantes pras.

    Proibido proibida a entrada de pessoas feias.

    proibido entrada de pessoas feias.

    Caro Compra caro os presentes. (adv.)

    Compra os presentes caros. (adj.)

    Longe Andei por longes terras. (adj.)

    Estavam longe de ns. (adv.)

    1. Em que casos a forma entre parnteses deve ficar no

    plural?

    01. O advogado se muniu de argumentos (bastante) para

    inocentar seu cliente.

    02. Seguem (anexo) os comprovantes solicitados.

    04. Eles ( mesmo) admitiram que tudo no passou de

    farsa.

    08. Os livros esto muito (caro).

    16. Eles vestiram calas (cinza).

    32. Encontraram os portes (meio) abertos.

    64. Os brinquedos de madeira custam mais (barato).

    2. Assinale a alternativa em que a concordncia

    nominal da frase no atende s normas:

    a) Houve bastantes propostas, mas nenhuma agradou aos

    participantes.

    b) As crianas s se queixavam quando os pais as

    deixavam ss.

    c) O cabo exigia que as sentinelas se mantivessem alerta e

    meio escondidas.

    d) Encontrou semimortos pai e filho, bastante feridos no

    acidente.

    e) Perdido na ilha, alimentava-se de frutas e carne

    caprinas, que ali abundavam.

    3. Que frases esto de acordo com a modalidade culta?

    01. necessrio a tua participao.

    02. No era permitida nenhuma participao.

    04. proibido a passagem de alunos pelo corredor.

    08. preciso calma nesta hora.

    16. Ser permitida votao em segredo.

    32. necessrio pacincia.

    UNIDADE 15

    Como estudar literatura para o Enem?

    De forma geral, o ENEM espera que o candidato seja

    capaz de construir e aplicar conceitos aprendidos por ele,

    levando em conta a interdisciplinaridade. Sendo assim,

    necessrio que o conhecimento literrio esteja aliado s

    relaes que so estabelecidas com a histria, a poltica,

    at mesmo geografia e economia do pas.

    A esttica, a estrutura formal, o modo de expresso

    discursiva so observados nas manifestaes artsticas,

    no s nas literrias, mas em outros segmentos principalmente na msica, na escultura, na pintura e na

    arquitetura.

  • Lngua Portuguesa

    ENEM 21

    De modo geral, o ENEM avalia o quanto o candidato

    conhece a respeito do mundo em que vive, da realidade e da

    histria de seu pas e como se posiciona diante de tudo isso.

    A Literatura

    Costuma-se definir literatura, em sentindo amplo, como

    o conjunto de textos escrito sobre determinado tema.

    Nessas aulas, porm, o sentindo dado palavra literatura

    especfico. A literatura que discutimos neste material

    fundamentalmente ficcional e plurissignificativa, o que os

    permite classific-la como arte. Assim, umas das

    definies possveis para o texto literrio a de obra de arte que tem como matria-prima as palavras. Por meio das palavras, o autor expressa sua maneira de ver o

    mundo, utilizando seu estilo pessoal e influenciado por

    tudo o que acontece a sua volta.

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Texto literrio x Texto no literrio

    (ou utilitrio)

    A Literatura uma forma de expresso artstica. Todo artista trabalha com uma matria-prima: o msico, com os sons; o pintor, com as cores; o escultor, com as formas; o arquiteto, com os espaos. Os escritores tm como matria-prima a palavra. Logo, literatura pode ser vista como a arte da palavra.

    O que define uma obra como literria no sua qualidade, j que essa noo discutvel, pois varia de poca para poca, de cultura para cultura, mas sua vocao para criar sentidos atravs dos recursos formais da linguagem.

    Os textos que consideramos literrios apresentam semelhanas no modo de empregar certos recursos de linguagem. Os textos utilitrios, tambm chamados de no literrios, so aqueles em que a linguagem utilizada, sobretudo, com a inteno de transmitir uma informao. J os textos literrios so aqueles em que a linguagem utilizada no apenas para transmitir uma informao, mas tambm para, de alguma forma, proporcionar prazer, reflexo, comoo, identificao, sublimao, espanto

    Nos textos literrios, a preocupao com o modo de dizer muito mais evidente do que nos textos utilitrios.

    Temas

    natural que encontremos o mesmo tema em diferentes

    manifestaes literrias (peas de teatro, poemas,

    romances, contos ou crnicas) com abordagens diferentes,

    dependendo do estilo do autor do gnero escolhido e da

    poca a que pertence.

    Soneto

    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

    Muda-se o ser, muda-se a confiana;

    Todo o Mundo composto de mudana,

    Tomando sempre novas qualidades.

    Continuamente vemos novidades,

    Diferentes em tudo da esperana;

    Do mal ficam as mgoas na lembrana,

    E do bem, se algum houve, as saudades.

    O tempo cobre o cho de verde manto,

    Que j coberto foi de neve fria,

    E em mim converte em choro o doce canto.

    E, afora este mudar-se cada dia,

    Outra mudana faz de mor espanto:

    Que no se muda j como soa.

    Lus de Cames

    Como uma onda

    Nada do que foi ser

    De novo do jeito que j foi um dia

    Tudo passa, tudo sempre passar

    A vida vem em ondas como o mar

    Num indo e vindo infinito

    Tudo que se v no

    Igual ao que a gente viu h um segundo

    Tudo muda o tempo todo no mundo

    No adianta fugir

    Nem mentir pra si mesmo

    Agora

    H tanta vida l fora, aqui dentro

    Sempre como uma onda no mar

    Como uma onda no mar

    Como uma onda no mar

    Lulu Santos e Nelson Motta

    (compositores contemporneos)

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Vale destacar tambm que comum a prova usar manifestaes artsticas contemporneas que sofreram influncia de estilos anteriormente consagrados.

    Estilos de poca

    Dessa forma, possvel convencionar que obras

    produzidas numa mesma poca, sob as mesmas

    influncias histricas e culturais tendem a ter

    caractersticas semelhantes. o grupo de obras produzidas

    numa mesma poca e sob as mesmas condies que

    chamamos de movimento artstico-literrio. Todo escritor

    influenciado pelos valores da poca em que vive. Como

    a Histria uma constante mudana, a percepo da

    realidade se modifica, e as manifestaes artsticas, que

    sempre sero influenciadas pelo contexto histrico,

    tambm esto em constante mudana. Uma escola literria

    consiste nos escritores que, por terem vivido numa mesma

    poca, tm a tendncia de apresentar caractersticas

    literrias semelhantes.

    PRINCIPAIS ESCOLAS LITERRIAS BRASIL E PORTUGAL

  • Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    22

    FIQUE LIGADO NO ENEM!

    Estilo de poca diz respeito a uma srie de procedimentos estticos que caracterizam determinado perodo histrico porque foram usados repetitiva e constantemente, por uma ou mais gerao de escritores. Estilo individual a maneira peculiar com que cada escritor manipula a linguagem literria. Refere-se capacidade de usar tcnicas para obter um melhor resultado esttico.

    Exerccios

    01- (ENEM) Leia o que disse Joo Cabral de Melo Neto,

    poeta pernambucano, sobre a funo de seus textos:

    "Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta,

    contato denso; Falo somente do que falo: a vida seca,

    spera e clara do serto; Falo somente por quem falo: o

    homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na

    mngua. Falo somente para quem falo: para os que

    precisam ser alertados para a situao da misria no

    Nordeste."

    Para Joo Cabral de Melo Neto, no texto literrio,

    a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do

    autor deve denunciar o fato social para determinados

    leitores.

    b) a linguagem do texto no deve ter relao com o tema,

    e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja

    lido.

    c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a

    perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.

    d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escr