prova linguagem enem
DESCRIPTION
Prova de Linguagem do ENEMTRANSCRIPT
-
Lngua Portuguesa
ENEM 1
LINGUAGEM
Como estudar lngua(gem) para o Enem?
Para alcanar uma boa nota na prova de Linguagens, cdigos e suas tecnologias o aluno deve ser conectado com a sociedade, com a comunicao com o mundo. Assim,
precisa dominar a lngua(gem) e saber aplic-la na vivncia
em eventos sociais. O destaque ser a interpretao textual,
atividade que requer muita ateno leitura, visto que as
questes mesclam apreenso e compreenso texto. Desse
modo, em alguns momentos, nem tudo est explcito no
texto precisa-se inferir, deduzir, relacionar algumas informaes para resolver as questes.
UNIDADE 1
LINGUAGEM:
A linguagem todo sistema verbal e no verbal pr-
estabelecido que nos permite a realizao da comunicao.
Pode ser percebida pelos diversos rgos dos sentidos, o que
leva a distinguirem-se vrias espcies ou tipos: linguagem
visual, corporal, gestual, etc., ou, ainda, outras mais
complexas, constitudas, ao mesmo tempo, de elementos
diversos. Os elementos constitutivos da linguagem so, pois,
gestos, sinais, sons, smbolos ou palavras, usados para
representar conceitos, ideias, significados e pensamentos.
Caractersticas do sistema verbal e no-verbal:
a) Verbal: o destaque na comunicao so as palavras.
b) No-verbal: no considera as palavras, mas outros
sinais. Como exemplo de linguagem no-verbal so os
sinais de trnsito, gestos faciais, gestos corporais, etc.
Observe alguns exemplos:
Carto vermelho falta grave no futebol.
Charge do autor Tacho exemplo de linguagem verbal
(xente, polo norte 2100) e no verbal (imagem: sol,
cactus, pinguim).
Semforo indica aes atravs das cores
Placas de trnsito frente proibido andar de bicicleta,
atrs quebra-molas.
Smbolo que se coloca na porta para indicar sanitrio
masculino.
Imagem indicativa de silncio.
Mista ou hbrida
Linguagem mista o uso simultneo da linguagem verbal
e da linguagem no-verbal, usando palavras escritas e
figuras ao mesmo tempo.
Lngua: um cdigo, um sistema organizado de signos,
que possibilita a comunicao.
A lngua um cdigo aceito por conveno. Por isso, um
indivduo, isoladamente, no consegue modific-la. As
transformaes da lngua so ocasionadas por alteraes
lingusticas surgidas em comunidades ou grupos sociais.
Alm disso, a lngua usada tanto na escrita quanto na
fala. No entanto, a fala e a escrita so usos distintos da
lngua, pois os indivduos no falam e escrevem da
mesma forma.
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
2
FIQUE LIGADO NO ENEM!
A lngua falada livre, concreta, no apresenta grande preocupao gramatical, tem vocabulrio reduzido, constantemente renovado, e que pode contar com outros recursos extralingsticos, como os gestos, as expresses faciais, a postura. A lngua escrita, ao contrrio, abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforo para elaborao e obedincia s regras gramaticais. Seu vocabulrio deve ser preciso e apurado. Tanto a lngua falada/oral quanto a lngua escrita apresentam nveis ou registros: Em situaes formais, a expresso se d coma utilizao de uma lngua mais gramatical, com pronncia cuidada. Em situaes menos tensas, como a do meio familiar, a lngua adquire caractersticas de informalidade, e as preocupaes com a clareza e a correo tornam-se menos rigorosas.
Exerccios
01 - (ENEM)
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais
e imagticos na constituio de seus textos. Nessa pea
publicitria, cujo tema a sustentabilidade, o autor
procura convencer o leitor a
a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenmenos
naturais.
b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizveis.
c) aderir onda sustentvel, evitando o consumo
excessivo.
d) abraar a campanha, desenvolvendo projetos
sustentveis.
e) consumir produtos de modo responsvel e ecolgico.
UNIDADE 2
NVEIS DE LINGUAGEM
Os nveis de linguagem variam de acordo com o
contexto onde se est emitindo uma comunicao, alguns
dos principais fatores que determinam o nvel de
linguagem utilizado podem ser a origem e posio social
do falante, o local e a ocasio em que o interlocutor se
encontra, a regio do pas onde o mesmo adquiriu sua
maneira de falar, e tambm se a linguagem utilizada a
falada ou a escrita. Quem realmente determina os nveis
de linguagem a serem utilizados so os usurios da lngua.
Classificao: os nveis de linguagem so classificados de
acordo com o contexto em que se encontram, os principais
exemplos de nveis de linguagem estudados so: a
linguagem coloquial, informal ou popular, a linguagem
culta, formal ou padro, a linguagem grupal, linguagem
vulgar e a linguagem regional.
Linguagem coloquial, informal: a expresso mais
espontnea do falante, sai naturalmente e sem
policiamento da fala, por isso mesmo que geralmente no
est de acordo com as normas gramaticais da lngua e est
sempre carregada de vcios de linguagem como solecismo
(erros de regncia, concordncia e colocao), barbarismo
(erros na pronncia ou grafia), ambigidade, cacofonia e
pleonasmo. Outras caractersticas marcantes da linguagem
coloquial so as expresses vulgares e as grias.
A linguagem popular usada geralmente durante as
conversaes dirias entre amigos, situaes informais e
descontradas, programas de TV (principalmente nos de
auditrio) e novelas. A linguagem informal tambm se
manifesta na forma escrita, como quando escrevemos um
bilhete, uma carta e principalmente na internet, quando
utilizamos o MSN, Orkut, Twitter, blogs etc.
Linguagem culta, formal ou padro
A linguagem culta obedece s regras da gramtica. Reflete
mais prestgio social e cultural devido ao nvel de
instruo exigido para o seu uso. Normalmente dominado
por classes sociais e intelectuais mais prestigiadas. Ela
mais artificial, mais estvel e menos sujeita a variaes.
A norma padro est presente em todo povo civilizado,
pois ela quem assegura a unidade lingstica de uma
nao. Por isso ensinada nas escolas, devido sua
importncia poltico-cultural. regida pelas gramticas
normativas.
A linguagem culta utilizada pelas pessoas que detm
maior nvel de instruo, nivelado pelos estudos e/ou
hbito da leitura. Ela mais comumente utilizada na
linguagem escrita e literria. A linguagem formal est
presente em sermes, discursos, textos cientficos,
noticirios de TV, programas culturais etc.
-
Lngua Portuguesa
ENEM 3
Linguagem grupal
A linguagem grupal aquela prpria de grupos
fechados, ou seja, apenas quem faz parte do grupo em
questo pode entender com total clareza as mensagens que
esto sendo passadas. A linguagem grupal pode ser de
natureza social ou etria. Elas so classificadas em tcnica
(jargo) ou grias.
A linguagem grupal pode ser encontrada em grupos
sociais, profissionais, culturais etc. Podemos usar como
exemplos as grias utilizadas pelos surfistas, traficantes
dos morros cariocas, marginais das grandes cidades,
prostitutas, homossexuais, pichadores etc. Alm das
grias, temos os jarges, que so linguagens tcnicas que
s so entendidas por quem faz parte do grupo
profissional que atua na rea, ou que ao menos seja
instrudo para isso. Dentre os jarges podemos
exemplificar a linguagem dos hackers, dos geeks, nerds, o
juridiqus, economs etc.
Linguagem vulgar
A linguagem vulgar infringe quase que totalmente as
convenes gramaticais, ela est ligada aos grupos
extremamente incultos, como analfabetos e pessoas que
no tem nenhum ou quase nenhum contato com centros
civilizados.
Exerccios
01 - (Enem)
A, galera
Jogadores de futebol podem ser vtimas de estereotipao.
Por exemplo, voc pode imaginar um jogador de futebol
dizendo estereotipao? E, no entanto, por que no? A, campeo. Uma palavrinha pra galera. Minha saudao aos aficionados do clube aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
Como ? A, galera.
Quais so as instrues do tcnico? Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de conteno coordenada, com energia otimizada, na zona de
preparao, aumentam as probabilidades de, recuperado o
esfrico, concatenarmos um contragolpe agudo com
parcimnia de meios e extrema objetividade, valendo-nos
da desestruturao momentnea do sistema oposto,
surpreendido pela reverso inesperada do fluxo da ao.
Ahn? pra dividir no meio e ir pra cima pra peg eles sem cala.
Certo. Voc quer dizer mais alguma coisa? Posso dirigir uma mensagem de carter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsvel e piegas, a uma
pessoa qual sou ligado por razes, inclusive, genticas?
Pode. Uma saudao para a minha genitora. Como ? Al, mame! Estou vendo que voc um, um... Um jogador que confunde o entrevistador, pois no corresponde expectativa de que o atleta seja um ser algo
primitivo com dificuldade de expresso e assim sabota a
estereotipao?
Estereoqu? Um chato? Isso.
(VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Brasiliense,
12/maio/1998.)
O texto mostra uma situao em que a linguagem usada
inadequada ao contexto. Considerando as diferenas entre
lngua oral e lngua escrita, assinale a opo que
representa tambm uma inadequao da linguagem usada
ao contexto:
a) O carro bateu e capot, mas num deu pra v direito. (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o
outro que vai passando.)
b) E a, meu! Como vai essa fora? (Um jovem que fala para um amigo.)
c) S um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observao. (Algum comenta em um uma reunio de trabalho.)
d) Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretria executiva desta conceituada
empresa. (Algum que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.)
e) Porque se a gente no resolve as coisas como tm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro
prximo, muito pouca comida nos lares brasileiros. (Um professor universitrio em um congresso
internacional.)
UNIDADE 3
ELEMENTOS DA COMUNICAO
o locutor (aquele que diz algo a algum)
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
4
o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica)
a mensagem (o texto, isto , o que foi transmitido entre os falantes)
o cdigo (a lngua portuguesa)
o canal (a lngua oral, ou seja, o meio fsico que conduz a mensagem at o interlocutor)
o referente (o assunto da mensagem)
Esses elementos podem ser esquematizados:
FUNES DA LINGUAGEM
Partindo dos elementos da comunicao, existem as
chamadas funes da linguagem, que so muito teis
para a anlise e produo de textos. As seis funes so:
Funo referencial (ou denotativa)
aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece
informaes da realidade. Objetiva, direta, denotativa,
prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem
usada na cincia, na arte realista, no jornal, no campo do referente e das notcias de jornal e livros cientficos.
Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas
laranjas, dois limes, uma ma verde, uma ma
vermelha e uma pra.
Funo emotiva (ou expressiva)
aquela centralizada no emissor, revelando sua opinio,
sua emoo. Nela prevalece a primeira pessoa do singular,
interjeies e exclamaes. a linguagem das biografias,
memrias, poesias lricas e cartas de amor. Primeira
pessoa do singular (eu), Emoes, Interjeies;
Exclamaes; Blog; Autobiografia; Cartas de amor.
Ex: a) Ah, que coisa boa!
b) Tenho um pouco de medo...
c) Ns te amamos!
Funo apelativa (ou conativa)
aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura
influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor
se dirige ao receptor, comum o uso de tu e voc, ou o
nome da pessoa, alm de vocativos e imperativos. Usada
nos discursos, sermes e propagandas que se dirigem
diretamente ao consumidor. Segunda pessoa do singular,
Imperativo; Figuras de linguagem, Discursos polticos,
Sermes, Promoo em pontos de venda - Propaganda.
Funo Ftica
aquela centralizada no canal, tendo como objetivo
prolongar ou no o contato com o receptor, ou testar a
eficincia do canal. Linguagem das falas telefnicas,
saudaes e similares. Interjeies, Lugar comum,
Saudaes, Comentrios sobre o clima.
Ex: - Ol, como vai, tudo bem? - Al, quem est falando?
Funo potica
aquela centralizada na mensagem, revelando recursos
imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva,
conotativa, ela metafrica. Valorizam-se as palavras,
suas combinaes. a linguagem figurada apresentada em
obras literrias, letras de msica, em algumas
propagandas. Subjetivida de Figuras de linguagem,
Brincadeiras com o cdigo, Poesia, Letras de msica.
Exemplo:
Tecendo a manh - Joo Cabral de Melo Neto
Um galo sozinho no tece uma manh: ele precisar
sempre se outros galos. De um que apanhe esse grito que
ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito
que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que
com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus
gritos de galo, para que a manh, desde uma tela tnue, se
v tecendo, entre todos os galos.
Funo metalingustica
aquela centralizada no cdigo, usando a linguagem para
falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua
funo e do poeta, um texto que comenta outro texto.
Principalmente os dicionrios so repositrios de
metalinguagem. Referncia ao prprio cdigo, Poesia
sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionrio.
Ex: - No entendi o que metalinguagem, voc poderia
explicar novamente, por favor? - Metalinguagem usar os
recursos da lngua para explicar alguma teoria, um
conceito, um filme, um relato, etc.
-
Lngua Portuguesa
ENEM 5
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Em um mesmo texto, duas ou mais funes podem ocorrer simultaneamente: Exemplo: * uma poesia em que o autor discorre sobre o que ele sente ao escrever poesias pode conter as linguagens potica, emotiva e metalingustica ao mesmo tempo.
Exerccios
01 - (Enem) A biosfera, que rene todos os ambientes
onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em
unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser
uma floresta, um deserto e at um lago. Um ecossistema
tem mltiplos mecanismos que regulam o nmero de
organismos dentro dele, controlando sua reproduo,
crescimento e migraes. DUARTE, M.O guia dos
curiosos. So Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Predomina no texto a funo da linguagem:
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em
relao ecologia.
b) ftica, porque o texto testa o funcionamento do canal de
comunicao.
c) potica, porque o texto chama a ateno para os
recursos de linguagem.
d) referencial, porque o texto trata de noes e
informaes conceituais.
e) conativa, porque o texto procura orientar
comportamentos do leitor.
UNIDADE 4
VARIAES LINGUSTICAS
possvel pensar a lngua como um grande conjunto de
variedades. As diferenas perceptveis no usa da lngua
caracterizam as diferenas lingusticas, que so
decorrentes de distintos fatores.
Entre os fatores que a ela se relacionam destacam-se
os nveis da fala, que so basicamente dois: O nvel de
formalidade e o de informalidade. Compondo o quadro do padro informal da linguagem,
esto as chamadas variedades lingusticas, as quais
representam as variaes de acordo com as condies
sociais, culturais, regionais e histricas em que
utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variaes histricas:
Dado o dinamismo que a lngua apresenta, a mesma sofre
transformaes ao longo do tempo. Um exemplo bastante
representativo a questo da ortografia, se levarmos em
considerao a palavra farmcia, uma vez que a mesma
era grafada com ph, contrapondo-se linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supresso do
vocbulos.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. No faziam anos:
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do
balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o modernidade, percebemos um
vocabulrio antiquado.
Variaes regionais: So os chamados dialetos, que so as marcas
determinantes referentes a diferentes regies. Como
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos
lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
como: macaxeira e aipim. Figurando tambm esta
modalidade esto os sotaques, ligados s caractersticas
orais da linguagem.
Variaes sociais ou culturais:
Esto diretamente ligadas aos grupos sociais de uma
maneira geral e tambm ao grau de instruo de uma
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as grias, os
jarges e o linguajar caipira. As grias pertencem ao vocabulrio especfico de certos
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
entre outros.
Os jarges esto relacionados ao profissionalismo,
caracterizando um linguajar tcnico. Representando a
classe, podemos citar os mdicos, advogados,
profissionais da rea de informtica, dentre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma msica para
entendermos melhor sobre o assunto:
Vcio na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mi
Para pior pi
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vo fazendo telhados.
Oswald de Andrade
FIQUE LIGADO NO ENEM!
No livro "Preconceito Lingustico" o autor Marcos Bagno, defende com vigor a lngua viva e verdadeiramente falada no Brasil. "O preconceito lingustico est ligado, em boa medida, confuso que foi criada, no curso da histria, entre a lngua e gramtica normativa". Marcos Bagno diz que a lngua como um rio que se renova, enquanto a gramtica normativa como a gua do igap, que envelhece, no gera vida nova a no ser que venham as inundaes. Segundo o autor, o preconceito lingustico vem sendo alimentado diariamente pelos meios de comunicao, que pretendem ensinar o que "certo" e o que "errado", sem falar, claro nos instrumentos tradicionais de ensino da lngua, ou seja a gramtica normativa e os livros didticos.
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
6
A substituio do haver por ter em construes existenciais, no portugus do Brasil, corresponde a um dos processos mais caractersticos da histria da lngua portuguesa, paralelo ao que j ocorrera em relao ampliao do domnio de ter na rea semntica de posse, no nal da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitrias de ter sobre haver e discute a emergncia de ter existencial, tomando por base a obra pedaggica de Joo de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do sculo XVI, encontram-se evidncias, embora raras, tanto de ter existencial, no mencionado pelos clssicos estudos de sintaxe histrica, quanto de haver como verbo existencial com concordncia, lembrado por Ivo Castro, e anotado como novidade no sculo XVIII por Said Ali. Como se v, nada categrico e um purismo estreito s revela um conhecimento deciente da lngua. H mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma nica e prescritiva? vlido confundir o bom uso e a norma com a prpria lngua e dessa forma fazer uma avaliao crtica e hierarquizante de outros usos e, atravs deles, dos usurios? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propsito de norma, correo e preconceito lingustico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, no 36, 2008. Disponvel em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituio de haver por ter em diferentes contextos evidencia que A) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa
histrica. B) os estudos clssicos de sintaxe histrica enfatizam a
variao e a mudana na lngua. C) a avaliao crtica e hierarquizante dos usos da lngua
fundamenta a denio da norma. D) a adoo de uma nica norma revela uma atitude adequada
para os estudos lingusticos. E) os comportamentos puristas so prejudiciais compreenso
da constituio lingustica.
Exerccios
01 (Enem) S.O.S Portugus
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito
diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da
lngua com base em duas perspectivas. Na primeira delas,
fala e escrita so dicotmicas, o que restringe o ensino da
lngua ao cdigo. Da vem o entendimento de que a escrita
mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao
conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupao
com situaes de uso. Outra abordagem permite encarar as
diferenas como um produto distinto de duas modalidades
da lngua: a oral e a escrita. A questo que nem sempre
nos damos conta disso.
S.O.S Portugus. Nova Escola. So Paulo: Abril, Ano
XXV, n- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado).
O assunto tratado no fragmento relativo lngua
portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a
professores. Entre as caractersticas prprias desse tipo de
texto, identificam-se marcas lingusticas prprias do uso
a) regional, pela presena de lxico de determinada regio do Brasil.
b) literrio, pela conformidade com as normas da gramtica.
c) tcnico, por meio de expresses prprias de textos cientficos.
d) coloquial, por meio do registro de informalidade. e) oral, por meio do uso de expresses tpicas da
oralidade.
UNIDADE 5
FIGURAS DE LINGUAGEM
So recursos que tornam as mensagens que emitimos mais
expressivas. Subdividem-se em figuras de som,figuras de
palavras, figuras de pensamento e figuras de construo.
A seguir, veremos as principais figuras de cada um dos
tipos:
ALITERAO a repetio ordenada de consoantes de mesmo som, podendo sugerir, alm do prprio jogo de
som, a ideia de movimento.
Ex.: A brisa do Brasil beija e balana (Castro Alves, O Navio Negreiro).
ONOMATOPEIA a imitao de determinado som a partir da criao de uma palavra.
Ex.: Um forr de p-de-serra Fogueira, milho e balo,
Um tum-tum-tum de pilo,
Um cabritinho que berra(...) (Jessier Quirino, Paisagem de Interior)
METFORA Consiste na utilizao de uma palavra para designar outra, com base em traos de similaridade
entre os seus conceitos. a realizao de uma comparao
implcita, sem o emprego de um termo comparativo.
Ex.: O amor pedra no abismo, a meio passo entre o mal e o bem (Zeca Baleiro, Cigarro)
CATACRESE o emprego de palavras com um sentido diferente do real, mas cujo uso reiterado torna
imperceptvel o sentido figurado.
Ex.: O p da mesa, A perna da cala, Embarcar no avio, etc.
METONMIA Assim como na metfora, emprega-se um termo para designar outro, cujo conceito guarda uma
relao lgica com o termo empregado. Substitui-se, por
exemplo, o autor pela obra, a parte pelo todo, a marca pelo
produto, etc.
Ex.: Devolva o Neruda que voc me tomou, e nunca leu (...) (Chico Buarque, Trocando em Midos)
Aqui, refere-se ao autor Pablo Neruda em lugar da obra.
ANTONOMSIA ou PERFRASE - a utilizao de
uma expresso caracterizadora para designar um nome
prprio.
Ex.: O poeta dos escravos, referindo-se a Castro Alves;
A cidade maravilhosa, em lugar de Rio de Janeiro.
-
Lngua Portuguesa
ENEM 7
SINESTESIA - uma derivao da metfora e ocorre
quando numa mesma expresso misturam-se sensaes
percebidas por diferentes rgos de sentidos.
Ex.: Voc tem uma voz macia. (a voz percebida pela audio e a maciez, pelo tato)
Sinto o cheiro doce da paixo. (o cheiro olfativo, enquanto o doce percebido pelo paladar)
ELIPSE ocorre quando da omisso proposital de um termo facilmente identificvel atravs do contexto ou de
elementos presentes na prpria orao.
Ex.: No jardim, flores secas e cores mortas (h omisso de havia)
EUFEMISMO a suavizao de uma expresso por meio da sua substituio por outra mais polida e sutil.
Ex.: Joo bateu as botas. (em vez de : Joo morreu.)
Ela uma dama da noite. (em vez de: Ela uma prostituta.)
HIPRBOLE o exagero enftico de uma ideia. Ex.: Estou morrendo de sede.
Ele ganha rios de dinheiro.
PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAO a atribuio de predicados prprios dos seres vivos a seres
inanimados.
Ex.: A noite chora a sua ausncia. Esta cama me convida ao sono.
ANTTESE a oposio de frases, oraes ou palavras de sentido contrrio.
Ex.: Onde queres prazer sou o que di (...) (Caetano Veloso, Quereres) s velho na idade e jovem na alma.
IRONIA - o uso de um termo com a finalidade de
expressar o oposto do que este significa, dando um efeito
humorstico ou crtico mensagem.
Ex.: Moa linda,, bem tratada, trs sculos de famlia, burra como uma porta: um amor (Mrio de Andrade)
GRADAO a apresentao de ideias numa sequncia ascendente (clmax) ou descendente
(anticlmax).
Ex.: Um corao chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.
(Vicente de Carvalho).
FIQUE LIGADO NO ENEM!
DENOTAO E CONOTAO
Uma palavra tomada no sentido denotativo quando entendida no seu sentido literal, na sua significao bsica, sem que se leve em conta o contexto em que est inserida. Toma-se o sentido conotativo quando se faz uma anlise contextual da palavra, admitindo-se a associao valorativa a outros conceitos possveis.
Exerccios
01 (Enem) Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indstria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe to notria,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que j tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto,
destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem
referir-se prpria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora
outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrrio do que se
pensa, com inteno crtica.
d) denotao, caracterizada pelo uso das palavras em seu
sentido prprio e objetivo.
UNIDADE 6
INTERPRETAO I
(primeiros procedimentos)
notrio que nas provas do Enem existe um predomnio
das questes referentes interpretao de textos
de textos, que se diferem quanto ao tipo: podem solicitar
apenas apreenso de sentidos ou a plena compreenso
textual.
O total entendimento de um texto solicita duas aes:
Apreenso: captura dos sentidos apresentados ao longo
do texto-base. Para isso, necessrio ressaltar que o
sentido de um trecho do texto no autnomo, mas
depende das partes com as quais est relacionado. Para
uma melhor apreenso, deve-se considerar contexto em
que se enquadra o segmento proposto para anlise.
Compreenso consiste na percepo das correlaes entre
os sentidos inscritos no texto e outros sentidos j definidos
e abordados em outros textos do cenrio cultural. Sendo
assim, a instncia da compreenso pressupe a da
apreenso.
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Devemos saber associar texto e contexto, pois as circunstncias em que um texto produzido so fundamentais para a sua plena compreenso. Tratando-se de textos verbais, o sucesso do total entendimento tambm fruto da compreenso do significado das palavras no texto e dos mecanismos lingusticos empregados na sua constituio.
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
8
Domnio do cdigo
Deve-se conhecer os signos utilizados para a construo
do sentido do texto, bem como o modo como eles podem
combinar-se entre si, levando sempre em conta o contexto.
Nas questes que apresentam linguagem mista, ou seja,
em que a linguagem verbal vem associada a linguagens
no verbais, os cdigos se complementam e a
interpretao exige o domnio das regras de ambos.
Repertrio
Compreende-se como todo tipo de conhecimento
acumulado ao longo da vida escolar, transmitidos pelas
vrias disciplinas, e tambm os que so adquiridos com a
participao na vida social e a assimilao de seus
saberes e valores.
O repertrio a bagagem de conhecimento que possibilita
a percepo de correlaes entre os sentidos
inscritos no texto sob interpretao e outros textos
(verbais ou no verbais) conhecidos ao longo da vivncia
cultural.
Cabe ressaltar que s devemos aliar leitura, interpretao e
conhecimento de mundo se o texto assim solicitar, pois,
do contrrio, cometeremos um equvoco.
Intertextualidade
Relao que um texto estabelece atravs de referncia implcita ou explcita com um ou mais textos produzidos anteriormente. Entende-se aqui o texto em sentido amplo:
verbal, no verbal, oral, enfim toda forma de comunicao
entre um emissor e um receptor para dizer que a
intertextualidade parte de um conhecimento de mundo
prvio.
Tipos de intertextualidade A comunicao entre os textos pode ocorrer de variadas
formas. Para observarmos tais tipos, partimos do seguinte
texto:
Cano do exlio Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi;
As aves, que aqui gorjeiam,
No gorjeiam como l.
Nosso cu tem mais estrelas,
Nossas vrzeas tm mais flores,
Nossos bosques tm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, noite,
Mais prazer eu encontro l;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi.
Minha terra tem primores,
Que tais no encontro eu c;
Em cismar sozinho, noite Mais prazer eu encontro l;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi.
No permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para l;
Sem que desfrute os primores
Que no encontro por c;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabi.
Poesia do poeta romntico Gonalves Dias. Percebe-se
claramente uma viso ufanista e saudosista da terra natal.
Parfrase
Termo grego para-phrasis, que significa a repetio de uma sentena. Esse tipo de relao intertextual consiste
em reproduzir um texto ou parte dele explicitamente, com
outras palavras, sem que a ideia original seja alterada.
Nova Cano do Exlio Carlos Drummond de Andrade
Um sabi
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O cu cintila
sobre flores midas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
S, na noite,
seria feliz:
um sabi,
na palmeira, longe.
Onde tudo belo
e fantstico,
s, na noite,
seria feliz.
(Um sabi,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo belo
e fantstico:
a palmeira, o sabi,
o longe.
Pardia: o texto original retomado, de forma que seu
sentido passa a ser alterado. Normalmente, a pardia
apresenta um tom crtico, muitas vezes, marcado por
ironia.
Cano do exlio
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califrnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
so pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exrcito so monistas, cubistas,
os filsofos so polacos vendendo a prestaes.
A gente no pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em famlia tm por testemunha a Gioconda.
-
Lngua Portuguesa
ENEM 9
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores so mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil ris a dzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabi com certido de idade!
Citao acontece quando h uma transcrio de um
texto ao longo de outro, marcada normalmente pelo uso
de aspas. Vejam, na tirinha a seguir, um exemplo de
citao:
Epgrafe
Termo grego epi = posio superior; graph = escrita. Esse tipo de intertextualidade ocorre quando um autor recorre a algum trecho de um texto j existente, para
introduzir o seu texto. um trecho introdutrio para
outro que venha a ser produzido. A famosa Cano do exlio possui uma epgrafe, com versos de um escritor alemo Wolfgang Goethe:
Kennst du das Land, wo die Citronen blhen,
Im dunkeln die Gold-Orangen glhen,
Kennst du es wohl? Dahin, dahin! Mcht ich... ziehn.
Goethe
Cano do exlio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi;
As aves, que aqui gorjeiam,
No gorjeiam como l.
(...)
Traduo da epgrafe feita pelo poeta Manuel Bandeira:
[Conheces o pas onde florescem as laranjeiras?
Ardem na escura fronde os frutos de ouro...
Conhec-lo? Para l, para l quisera eu ir!]
Goethe
Exerccios
01 (Enem) Quem no passou pela experincia de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens j lidas em
outros? Os textos conversam entre si em um dilogo
constante. Esse fenmeno tem a denominao de
intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I.
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)
II.
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
J de sada a minha estrada entortou
Mas vou at o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Msica. So Paulo: Cia das
Letras, 1989)III. Quando nasci u
III.
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espcie ainda envergonhada.
(PRADO, Adlia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara,
1986)
Adlia Prado e Chico Buarque estabelecem
intertextualidade, em relao a Carlos Drummond de
Andrade, por
a) reiterao de imagens. b) oposio de idias. c) falta de criatividade. d) negao dos versos. e) ausncia de recursos.
UNIDADE 7
INTERPRETAO II
IDENTIFIQUE GNERO, REFERNCIAS E
OUTROS DETALHES Aps a leitura e ao fazer questionamentos para si sobre o
que est estudando, o aluno deve identificar cada detalhe
disposto no texto. Saber se uma reportagem ou outro
gnero, uma forma, ou seja, identificar caracterstica
importantes do texto so vitais para uma melhor
interpretao.
Gneros x Tipos Textuais
Ao longo de nossa vivncia enquanto falantes, temos a
oportunidade de convivermos com uma enorme
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
10
diversidade de textos. Basta sairmos s ruas que to logo
est confirmada esta ocorrncia. So panfletos, outdoors,
cartazes, dentre outros. Podemos classificar os textos
sob duas vertentes: os gneros e os tipos textuais.
Antigamente, os vestibulares solicitavam a produo
utilizando propostas pautadas nos tipos. Hoje em dia, o
foco maior tem sido nos gneros. Para um melhor
desempenho nas provas, veremos ambos:
Os gneros textuais esto diretamente ligados s
situaes cotidianas de comunicao, fortalecendo os
relacionamentos interpessoais por meio da troca de
informaes. Tais situaes referem-se finalidade que
possui cada texto, sendo estas, inmeras. Alguns
exemplos: texto utilizadas para a comunicao:
propagandas, cartas, bulas de remdio, canes, artigos de
jornal, rtulos, receitas, charges etc.
Para a identificao de um gnero, deve-se levar em conta
trs critrios bsicos: o contedo, o estilo e a estrutura
de composio.
No caso do gnero bula de remdio, por exemplo,o contedo do texto deve ser marcado por informaes
sobre o medicamento em questo. O estilo deve ser
objetivo, formal, caracterizado pela linguagem tcnica. A
forma de composio desse texto apresenta uma
estrutura tpica: formas farmacuticas e apresentaes (em frasco, comprimido ou em pomada, por exemplo),
composies(aspectos qumicos do produto), informao ao paciente (ao esperada, prazo de validade, reaes adversas), contraindicaes e precaues etc. Sem essas caractersticas de contedo, estilo e estrutura, um texto no pode ser classificado como
bula de remdio.
Os gneros textuais so fenmenos histricos, que nascem
e se desenvolvem no seio de dada cultura, de certa
sociedade: a bula de remdio um tipo de texto que no existe, por exemplo, em comunidades primitivas, que
desconhecem a alopatia, a cincia e a escrita.
O surgimento de novas tecnologias um fator que
impulsiona o surgimento de novos gneros: se no
existisse o telefone, no existiria o gnero conversa
telefnica; se no existissem o computador e a internet,
no haveria o bate-papo virtual, o e-mail e o blogue.
Os gneros servem de modelo de escrita para o
enunciador (aquele que fala ou escreve) e funcionam
como horizonte de leitura para o interlocutor: do mesmo
modo que orientam como escrever, orientam tambm
como o texto deve ser lido e interpretado. Como cada
gnero apresenta suas prprias caractersticas, cada gnero
determina o que se deve e o que se pode dizer, o que se
deve e o que se pode interpretar. Cada profisso, cada
esfera da atividade humana tem seus gneros: advogados
escrevem peties, mdicos interpretam radiografias,
arquitetos desenham plantas, cozinheiros preparam
receitas, professores do aulas. Saber ler com
desenvoltura ser capaz de interpretar e de produzir textos
pertencentes a diferentes gneros que circulam na
sociedade no dia a dia.
Na escola, os contedos das diversas disciplinas so
transmitidos por meio de gneros diversos, como grficos,
poemas, canes, quadros, documentos histricos,
histrias em quadrinhos, grafites, etc.
11. Importante ter sempre em mente: conhecer as
caractersticas de cada gnero ajuda tanto a interpret-los
quanto a produzi-los. J a classificao em tipos textuais,
relaciona-se com a natureza lingustica expressa pelos
mesmos, classificando-se em instrucionais/injuntivos,
narrativos, descritivos e dissertativos.
Textos da tradio escolar
Alm do conhecimento dos gneros textuais, para ter um
bom desempenho na produo escrita e na interpretao
textual necessrio tambm o reconhecimento das
caractersticas dos tipos de texto mais comuns na tradio
escolar: a injuno, a descrio, a narrao e a
dissertao
Texto instrucional/ injuntivo: Indica como realizar uma
ao. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos so,
na sua maioria, empregados no modo imperativo, porm
nota-se tambm o uso do infinitivo e o uso do futuro do
presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; splica;
desejo; manuais e instrues para montagem ou uso de
aparelhos e instrumentos; textos com regras de
comportamento; textos de orientao (ex: recomendaes
de trnsito); receitas, cartes com votos e desejos (de
natal, aniversrio, etc.).
Texto descritivo: um retrato verbal. Ento para que esse
tipo de texto seja bem-sucedido, deve ser capaz de fazer
com que o leitor visualize o que ou em est sendo
descrito.
Compare:
a) A casa pequena. Nela, h somente um dormitrio, um
banheiro, sala, cozinha e uma rea de servio. O jardim,
embora tambm seja pequeno, bonito e repleto de flores.
b) A casa pequena. Nela, h somente meu aconchegante
cantinho de dormir, um banheiro, sala para acolher meus
amigos quando me presenteiam com sua visita. H
tambm o meu terror: a cozinha. nela que fica o
fantasma das colorias a geladeira! A rea de servio o beco do trabalho! O jardim um encanto. Lindo e
colorido!
I - Descrio Objetiva
aquela em que o observador apresenta o tema-ncleo de
maneira impessoal, empregando a representao fiel ao
aspecto exterior.
I - Descrio Subjetiva
aquela em que o observador apresenta o tema-ncleo de
maneira pessoal, empregando a imaginao e externando
suas impresses pessoais.
Texto narrativo: tem sua base em fatos, aes as quais
fazem com que o enredo se desenvolva. Para que a
narrativa tenha sucesso, imprescindvel que haja o
conhecimento do tema e se defina o enredo, para s ento
escolher os personagens. Por qu? Porque a escolha
prvia dos personagens um convite prolixidade, pois acabamos preocupando-nos com a participao de cada
-
Lngua Portuguesa
ENEM 11
um deles e nos esquecemos de enriquecer nosso
desenvolvimento.
ELEMENTOS DA NARRATIVA
I Enredo (apresentao, conflito, desfecho. Destaque: Clmax) II Narrador (1 ou 3 pessoa) III Personagem (principais, secundrios) IV Tempo (cronolgico, histrico, psicolgico, do discurso) V - Espao
Alm do narrador, outras vozes podem surgir no texto.
Para inserir falas, faz-se uso do que chamamos
discurso, que podem se apresentar de diferentes
formas:
Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por
algum. Normalmente usa-se aspas ou travesses para
demarcar a reproduo da fala de outra pessoa.
Exemplo: No gosto disso disse a menina em tom zangado.
Discurso indireto: o narrador, usando suas prprias
palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos
ento uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens
passam pela elaborao da fala do narrador.
Exemplo: A menina disse em tom zangado, que no
gostava daquilo.
Discurso indireto livre: um discurso misto onde h uma
maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de
forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso direto.
necessrio que se tenha ateno para no confundir a fala
do narrador com a fala do personagem, pois esta surge de
repente em meio a fala do narrador.
Exemplo: A menina perambulava pela sala irritada e
zangada. Eu no gosto disso! E parecia que ningum a
ouvia.
Dissertao um texto que se caracteriza pela exposio,
defesa de uma idia que ser analisada e discutida a partir
de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto
dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com
dados, os quais utiliza para reforar ou justificar o
desenvolvimento de suas idias. Organiza-se, geralmente,
em trs partes:
Introduo - onde voc explicita o assunto a ser
discutido, com a apresentao de uma idia ou de um
ponto de vista que pretende defender.
Desenvolvimento ou argumentao - em que ir
desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve
argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se
necessrio.
Concluso - em que dar um fecho coerente com o
desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em
geral, a concluso uma retomada da idia apresentada na
introduo, agora com mais nfase, de forma mais
conclusiva, onde no deve aparecer nenhuma idia nova,
uma vez que voc est fechando o texto.
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Reconhecer os tipos e/ou gneros textuais pode ser uma excelente estratgia para interpretar os textos da prova do Enem. Uma vez que voc domina a estrutura e a linguagem,
fica mais rpido e mais fcil entender o texto e responder ao solicitado na questo. Depois, interessante identificar a autoria, descobrindo se de algum jornalista conhecido ou de alguma autoridade, por exemplo.
Exerccios
01 (Enem) Cncer 21/06 a 21/07
O eclipse em seu signo vai desencadear mudanas na sua
autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicar onde
voc falha se anda engolindo sapos, a rea gstrica se ressentir. O que ficou guardado vir tona, pois este
novo ciclo exige uma desintoxicao. Seja comedida em suas aes, j que precisar de energia para se recompor.
H preocupao com a famlia, e a comunicao entre os
irmos trava. Lembre-se: palavra preciosa palavra dita
na hora certa. Isso ajuda tambm na vida amorosa, que
ser testada. Melhor conter as expectativas e ter calma,
avaliando as prprias carncias de modo maduro. Sentir
vontade de olhar alm das questes materiais sua confiana vir da intimidade com os assuntos da alma.
Revista Cludia. N 7, ano 48, jul. 2009.
O reconhecimento dos diferentes gneros textuais, seu
contexto de uso, sua funo especfica, seu objetivo
comunicativo e seu formato mais comum relacionam-
se aos conhecimentos construdos socioculturalmente.
A anlise dos elementos constitutivos desse texto
demonstra que sua funo
a) vender um produto anunciado. b) informar sobre astronomia. c) ensinar os cuidados com a sade. d) expor a opinio de leitores em um jornal. e) aconselhar sobre amor, famlia, sade, trabalho.
UNIDADE 8
Interpretao Textual Questes
metalingusticas
A metalinguagem (uma das funes da linguagem, j
abordada em aulas anteriores) consiste em usar a
linguagem para fazer comentrios sobre a prpria
linguagem utilizada num texto.
Em resumo: A "metalinguagem" nada mais do que
usar um tipo de linguagem para falar dela prpria. Ou
seja: um filme sobre um filme, um livro sobre um livro,
uma msica sobre uma msica, uma pintura com a
imagem de algum pintando, um desenhando com algum
desenhando e assim por diante.
Nas provas do Enem, so uma constante, nesse tipo de
questo, aquelas relativas variao lingustica. Sem usar
nomenclatura ou termos especficos, as questes que
envolvem metalinguagem cobram a identificao de
determinada particularidade lingustica presente no texto
ou a explicao de quais recursos de linguagem foram
acionados para produzir determinado sentido ou efeito de
sentido.
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
12
comum tambm aparecerem questes que envolvam
metalinguagem e literatura, uma vez que seu uso
bastante comum entre os escritores.
Vale ressaltar que a metalinguagem no exclusividade
de textos verbais, como vemos nos exemplos abaixo:
Um poema metalingustico.
Um aviso que fala do prprio aviso.
Uma escultura fazendo uma escultura.
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Outros possveis tipos questes do Enem
Questes de simples apreenso: incluem-se neste grupo as questes que contm, no interior do prprio texto, todos os dados
Questes de compreenso entre textos explcitos na prova, que propem um texto como base e solicitam que se reconheam relaes estabelecidas (de compatibilidade ou incompatibilidade) entre ele e outro (ou outros).
Questes de compreenso entre textos explcitos e textos a serem referidos via memria.
Trata-se tambm de questes que exigem compreenso, isto , capacidade de correlacionar dados e conhecimentos contidos em textos diferentes. O texto de referncia vem sempre explcito, e solicita comentrios, operaes ou julgamentos sobre ele com base em textos referidos que no constam explicitamente na prova, mas so pressupostos como conhecidos. O sucesso nesse tipo de questo requer que o aluno tenha na memria aqueles textos carregados dos conhecimentos considerados teis para quem sai do Ensino Mdio e se dispe a continuaros estudos superiores, seja de conhecimentos gerais, seja de disciplinas relacionadas ao currculo escolar.
Outras dicas:
Avaliao da leitura correta
No ENEM, avalia-se a competncia da leitura por meio de
testes a respeito de um texto. O leitor deve ser capaz de
distinguir as alternativas que contm interpretaes
corretas das que contm interpretaes erradas. Devem ser
consideradas corretas as que encontram sustentao no
que vem exposto no texto; erradas, as que contm
distores interpretativas.
As alternativas corretas podem ser de vrios tipos:
Reproduo literal do que vem explcito no texto o tipo mais fcil de reconhecer como interpretao
correta do texto. Na verdade no exige esforo
interpretativo alm da alfabetizao, pois se trata
de uma cpia do que vem exposto no texto. H, no
entanto, alternativas que reproduzem literalmente trechos
do texto, mas que reclamam competncias interpretativas
mais sofisticadas do que o mero reconhecimento da cpia.
Trata-se de transcries literais para o leitor escolher qual
delas traduz ou exemplifica melhor determinado
significado ou efeito de sentido.
Parfrase de palavras ou expresses do texto alternativa que traduz por meio de outras palavras o
significado de uma palavra, uma expresso ou ainda um
segmento mais extenso de um texto.
Explicitao de sentidos pressupostos trata-se de um tipo de alternativa que traduz significados que,
embora no venham expressos por palavras contidas nos
enunciados, esto implicados sob a forma de pressupostos
ou subentendidos por trs das palavras expressas.
-
Lngua Portuguesa
ENEM 13
Exerccios
01 (ENEM) No tem traduo
[...]
L no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francs e do ingls
A gria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
[...]
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibio
No entende que o samba no tem traduo no idioma
francs
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia brasileiro, j passou de portugus
Amor l no morro amor pra chuchu
As rimas do samba no so I love you
E esse negcio de al, al boy e al Johnny
S pode ser conversa de telefone
ROSA, N. In: SOBRAL, Joo J. V. A traduo dos bambas. Revista
Lngua Portuguesa. Ano 4, no 54. So Paulo: Segmento, abr. 2010
(fragmento).
As canes de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila
Isabel, apesar de revelarem uma aguada preocupao
do artista com seu tempo e com as mudanas poltico-
culturais no Brasil, no incio dos anos 1920, ainda so
modernas. Nesse fragmento do samba No tem
traduo, por meio do recurso da metalinguagem, o
poeta prope
a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocbulos estrangeiros.
b) respeitar e preservar o portugus padro como forma de fortalecimento do idioma do Brasil.
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimnio lingustico e forma legtima de identidade nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes poca, com o advento do novo e quente ritmo da msica popular
brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invaso de valores tnicos de sociedades mais
desenvolvidas.
UNIDADE 9
GRAMTICA NO ENEM
A gramtica no ENEM cobrada de maneira semntica,
portanto no se baseia apenas em nomenclaturas. O
candidato deve mostrar a sua habilidade de leitura e
interpretao, compreender as diferentes formas de
expresso, ler os diferentes tipos de textos
contextualizando-os aos momentos histrico-socio-
cultural. Portanto deve apresentar habilidades amplas de
interpretao, seja de textos verbais quanto dos no-
verbais.
Sendo assim importante que o leitor demonstre
conhecimentos muito mais amplos que apenas aqueles
relacionados decoreba, mas sim aplicao delas na construo de sentidos.
Para isso vamos analisar alguns assuntos gramaticais e
como eles so cobrados no ENEM.
CONJUNES
De acordo com o tipo de relao que
estabelecem, as conjunes podem ser
classificadas em coordenativas e subordinativas.
No primeiro caso, os elementos ligados pela
conjuno podem ser isolados um do outro. Esse
isolamento, no entanto, no acarreta perda da
unidade de sentido que cada um dos elementos
possui. J no segundo caso, cada um dos
elementos ligados pela conjuno depende da
existncia do outro.
CONJUNES COORDENATIVAS
CONJUNES SUBORDINATIVA
Veja um exemplo
(Armandinho / Facebook)
No caso acima, as conjunes so usadas no segundo
quadrinho ("e"), com o sentido e adio, unindo as
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
14
palavras "muitos"; e no 3o quadrinho ("quando"), com o
valor semntico de tempo. Veja que as conjunes
contribuem para a progresso textual, desenvolvendo a
histria e, no caso do quadrinho, sendo fundamental para a
formao do humor da tirinha.
Alm das conjunes, h as locues conjuntivas. o
conjunto de palavras que possui o mesmo valor de uma
conjuno.
Exerccios
Disponvel em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br.
01- (ENEM- 2013) Nessa charge, o recurso
morfossinttico que colabora para o efeito de humor est
indicado pelo(a):
a) emprego de uma orao adversativa, que orienta a
quebra da expectativa ao final.
b) uso de conjuno aditiva, que cria uma relao de causa
e efeito entre as aes.
c) retomada do substantivo me, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribudos.
d) utilizao da forma pronominal la, que reflete um tratamento formal do filho em relao me.
e) repetio da forma verbal , que refora a relao de adio existente entre as oraes.
Veja o texto a seguir:
Se voc gritasse,
se voc gemesse,
se voc tocasse
a valsa vienense,
se voc dormisse,
se voc cansasse,
se voc morresse...
Mas voc no morre,
voc duro, Jos!
02- No poema E agora, Jos?, de Carlos Drummond de Andrade, o trecho em destaque est construdo com base
nos sentidos estabelecidos pelas conjunes,
respectivamente, de
a)adio e oposio
b)condio e adio
c)condio e oposio
d)consequncia e adio
e)condio e adio
03- A palavra mesmo pode assumir diferentes
significados, de acordo com sua funo na frase.
Assinale a alternativa em que o sentido de mesmo
equivale ao que se verifica na frase a seguir.
Aos poucos, as ideias iam ficando mais claras, mesmo que ainda sentisse fortes dores de cabea e no corpo.
a) Escute! H mesmo necessidade de voc vir?
b) No quero ser o mesmo que voc.
c) Ir assim mesmo.
d) No percebeu nada, mesmo estando atento.
e) No, mesmo! Fique a!
UNIDADE 10
VERBOS
Os verbos so responsveis no apenas para indicar ao,
estado ou fenmeno da natureza; podem tambm
expressar sentimentos, acidentes...
Ex: Eu amo a vida. (sentimento)
Cai na rua. (acidente)
So divididos em trs modos verbais, nove tempos e
ainda ordem afirmativa e negativa. Abaixo tabela das
desinncias verbais
Presente do indicativo ___________________ __________________________
Pretrito perfeito do indicativo ___________________ __________________________
Pretrito imperf. do indicativo (1 conj.) VA (VE)
(2 e 3 conj.) IA (IE)
Pretrito mais-que-perf. Ind. RE/RA (TONOS)
Futuro do presente do ind. RE/RA (TNICOS)
Futuro do pretrito do ind. RIA (RIE)
Presente do subjuntivo (1 conj.) E
(2 e 3 conj.) A
Pretrito imperfeito subj. SSE
Futuro do subjuntivo R
Infinitivo impessoal R
Gerndio NDO
Particpio DO, TO, SO
SINGULAR PLURAL
-
Lngua Portuguesa
ENEM 15
D n p 1 2 3 1 2 3
Presente. do indicativo o s mos is/des m
Pretrito Perfeito do ind. i ste u mos stes ram
Os olhos brasileiros de Darwin
Quando o alemo Fritz Mller chegou ao interior de
Santa Catarina, em 1852, era como se pousasse em outro
planeta. Um planeta onde ele realizou estudos minuciosos,
que lhe renderam fama internacional e o apelido de
prncipe dos exploradores cortesia de seu dolo e f, Charles Darwin.
O fascnio pela fauna e flora abaixo do Equador foi o
que atraiu o mdico e filsofo de 31 anos ao vale do Itaja,
um deserto verde verde onde dois anos antes Hermann
Blumenau havia criado uma colnia alem batizada com
seu sobrenome. GOMES, S. Superinteressante, julho de 2009.
04- (UFSC adaptado) Em relao ao texto correto afirmar que:
a) As formas verbais chegou, realizou e renderam representam uma sequncia cronolgica de eventos;
b) a locuo verbal havia criado, equivalente a criara, representa um tempo passado posterior a atraiu.
c) O segundo pargrafo do texto pode ser reescrito da
seguinte maneira, sem alterao das relaes sinttico-
semnticas: O que atraiu o mdico e filsofo de 31 anos ao vale do Itaja, dois anos antes, foi o fascnio
pela fauna e flora do deserto verde no qual Hermann
Blumenau viria a criar uma colnia alem abaixo do
Equador, que seria batizada com seu sobrenome. d) A forma verbal era apresenta ideia de fato totalmente
acabado.
e) H predomnio de verbos flexionados em um tempo
verbal que representa fatos em andamento.
FUVEST 2014 REVELAO DO SUBRBIO
Quando vou para Minas, gosto de ficar de p, contra a
vidraa do carro*,
Vendo o subrbio passar.
O subrbio todo se condensa para ser visto depressa,
Com medo de no repararmos suficientemente
Em suas luzes que mal tm tempo de brilhar.
A noite come o subrbio e logo o devolve,
Ele reage, luta, se esfora,
At que vem o campo onde pela manh repontam laranjais
E noite s existe a tristeza do Brasil.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo,
1940.
(*) carro: vago ferrovirio para passageiros.
05- Considerados no contexto, dentre os mais de dez
verbos no presente, empregados no poema, exprimem
ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade
a) gosto e repontam. b) condensa e esfora. c) vou e existe. d) tm e devolve. e) reage e luta.
UNIDADE 11
PONTUAO
Na lngua portuguesa, a ordem normal dos termos em uma
frase :
sujeito verbo complemento verbal adjuntos adverbiais
Se os termos da orao se dispem assim, dizemos que
ocorre ordem direta.
Voc conquistar sua aprovao em breve
Suj. Verbo Comp. Verbal Adj. Adv.
Caso ocorra alguma alterao nessa sequncia, teremos a
ordem indireta.
Em breve, voc conquistar sua aprovao!
Termo
Deslocado
Quando a orao est na ordem direta, no se separam
seus termos imediatos por vrgulas. Ou seja, no devemos
separar:
- o sujeito do verbo
- o verbo de seu(s) complemento(s)
- o nome de seu(s) complemento(s) ou adjunto(s)
A VRGULA ser utilizada no interior da orao para
separar:
1 expresses de carter explicativo ou corretivo Ex.: No teremos aula amanh, ou melhor, depois de
amanh.
2 conjunes coordenativas intercaladas Ex.: Sua atitude, no entanto, pareceu-nos incoerente.
3 adjuntos adverbiais intercalados Ex.: O ator, naquele dia, parecia um pouco nervoso.
4 aposto intercalado
Ex.: Obama, presidente dos EUA, ficou impressionado
com a receptividade dosdos brasileiros.
Importante: o aposto tambm pode ser intercalado por
parnteses ou por travesses. Quando est posicionado no
final da frase, pode vir precedido de dois-pontos.
A VRGULA tambm empregada para indicar o
deslocamento de um termo na frase.
1 adjunto adverbial Ex.: No ano passado, fiz a viagem de meus sonhos.
Importante: Se esse adjunto for um simples advrbio, a
vrgula dispensvel.
2 complemento pleonstico Ex.: Esse livro, j o li quando cursava o Ensino Mdio.
3 o nome de lugar na indicao de datas Ex.: Florianpolis, 21 de Setembro de 2003.
Ento... Fique de olho se lhe for solicitado que produza
uma carta neste vestiba!
A VRGULA tambm usada para:
1 separar vocativo Ex.: Galera, fiquem de olho na pontuao.
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
16
Lembre: Quando se quer dar maior nfase ao vocativo,
pode-se usar ponto de exclamao.
2 separar termos coordenados assindticos, ou seja, ligadas sem emprego de conjuno
Ex.: Seus conselhos me inspiraram tranquilidade,
segurana, paz.
A VRGULA entre oraes
As oraes que formam um perodo podem ser separadas
por vrgulas ou no, dependendo de sua classificao.
1 oraes subordinadas adjetivas explicativas: sempre separadas por vrgula.
2 oraes subordinadas adjetivas restritivas: via de regra no so separadas por vrgula.
Contudo admite-se vrgula ao seu final (Mas nunca antes
delas!) quando:
a) tiverem certa extenso.
Ex.: O homem que foi sequestrado na semana passada em
So Jos, um empresrio muito conhecido na regio.
b) houver sequncia de dois verbos.
Ex.: O homem que fuma, vive pouco.
3 oraes subordinadas adverbiais: sero separadas por vrgula sempre que vierem antes da orao principal.
4 oraes subordinadas substantivas: no devem ser separadas da principal por meio de vrgula (Com exceo
das apositivas!).
5 oraes coordenadas: so separadas por vrgula
(Exceto as aditivas!)
Exerccios
6. As frases "Antigamente, ia-se cidade" e "Hoje se vai
ao shopping center" so igualmente iniciadas por advrbio
de tempo. No entanto, separa-se por vrgula o advrbio da
primeira, mas no o da segunda. Tal fato revela:
a) uma distrao por parte do emissor, pois o uso da vrgula fundamental nessa situao.
b) Um erro grave, visto que no se deve usar vrgula para separar o advrbio do restante da frase.
c) Que falta, ao autor do texto, o domnio dos sinais de pontuao.
d) Obrigatoriedade de emprego da vrgula apenas na primeira frase.
e) Uma escolha estilstica do emissor, uma vez que nesse tipo de construo facultativo o emprego da vrgula.
7. Considere os perodos I, II e III, pontuados de duas
maneiras diferentes:
I - Os jovens que amam so mais felizes.
Os jovens, que amam, so mais felizes.
II - Eu no fumo por opo.
Eu no fumo, por opo.
III - Os padres rezavam e o povo acompanhava a reza.
Os padres rezavam, e o povo acompanhava a reza.
Com pontuao diferente, ocorre alterao de sentido:
a) Em todos os perodos. b) Em nenhum dos perodos. c) Somente nos perodos I e II. d) Somente nos perodos II e III. e) Somente nos perodos I e III.
8. Observe as frases:
I - Ele foi, logo eu no fui.
II - O menino, disse ele, no vai.
III - Deus, que Pai, no nos abandona.
IV - Saindo ele e os demais, os meninos ficaro ss.
Assinale a afirmativa correta.
a) Em I h erro de pontuao.
b) Em II e III as vrgulas podem ser retiradas sem que haja
erro.
c) Na I, caso se mude a vrgula de posio, muda-se o
sentido da frase.
d) Na II, faltam dois pontos depois de disse.
e) N.d.a.
4- No segundo quadrinho da tira h uma vrgula e o
terceiro quadrinho sugere a retirada do sinal de pontuao.
a) Explique o sentido da orao com o sinal de pontuao.
b) Explique o sentido da orao sem o sinal de pontuao.
UNIDADE 12
PRONOMES E COLOCAO PRONOMINAL
Entre eu e tu ou entre mim e ti?
Para eu fazer ou para mim fazer?
Para ti decidir ou para tu decidires?
Termos coordenados ligados pelas conjunes E, OU,
NEM dispensam vrgula.
Seus conselhos me inspiraram tranquilidade,
segurana e paz.
Se, no entanto, essas conjunes vierem repetidas para
dar ideia de nfase, a vrgula dever ser empregada.
No fazia exerccios de Fsica, nem de Qumica, nem
de Matemtica, nem de Literatura, mas sonhava ser
aprovado na UFSC.
Compare:
Para mim, passar no vestiba moleza!
Para eu passar no vestiba, ser moleza!
ME TE SE O A LHE NOS VOS OS AS LHES
-
Lngua Portuguesa
ENEM 17
Colocao Pronominal
a) Prclise: posicionar o pronome antes do verbo.
Ex.: No te conheo muito bem.
b) Mesclise: o pronome se intromete no verbo... Ex.: Algum dia, conhecer-te-ei por completo.
c) nclise: o pronome fica aps o verbo (Sempre com
hfen!).
Ex.: Conheo-te muito bem, meu amigo!
Regrinhas Bsicas
- Jamais devemos iniciar uma orao com esse tipo de
pronome.
- A mesclise s deve ocorrer em incio de oraes ou
aps vrgulas e com verbos no Futuro do Presente ou do
Pretrito.
- A prclise obrigatria com:
. vocbulos indicativos de negao (no, nunca, jamais,
nem, tampouco);
. a palavra que (independentemente de sua classe gramatical);
. pronomes indefinidos (tudo, nada, ningum, algum...);
. conjunes subordinativas (se, caso, embora...);
. pronomes relativos (que, que, qual, cujo...);
. em + gerndio (Ex.: Em se tratando de...);
. oraes interrogativas, exclamativas ou optativas.
- Ento, nos demais casos... D-lhe nclise!!!
Mas fique atento ao pronome que ir empregar,
principalmente se estiver trabalhando com a terceira pessoa!
RECORDE
VI (=Verbo Intransitivo)
no pede objeto VTD (= Verbo Transitivo Direto)
pede OD VTI ( Verbo Transitivo Indireto)
pede OI VTDI (=Verbo Transitivo Direto e Indireto)
pede OD e OI simultaneamente
Pronomes tambm podem servir como complementos aos
verbos:
Exerccios
1. A frase Eu queria encontrar ela ainda hoje. no respeita as regrinhas de nossa amada gramtica de Lngua
Portuguesa. Por qu?
2. Como reescrever a frase citada na questo anterior, de
modo a seguir a norma culta?
3. E como inserir o pronome nos no perodo Conhecemos naquela festa., respeitando a Gramtica Normativa? Vou convidar todos para minha
formatura!
4. Seria correto substituirmos o termo sublinhado pelo
pronome lhes? Justifique sua resposta:
5. Observando os trs primeiros quadrinhos, pode-se
perceber que, no dilogo entre Calvin e sua me, uma das
formas verbais no condiz com as demais. Trata-se de:
a) Ides.
b) Pretendes.
c) Tenhais.
d) Segui.
e) Julgais.
6. Indique o que seja correto afirmar acerca da tira acima:
01. O pronome empregado logo na abertura da segunda
fala da Calvin apresenta um erro de acentuao, j que,
sendo tono, no deveria receber acento grfico.
02. O termo onde (ltimo quadrinho) pode ser substitudo por o qual, mantendo-se o sentido da sentena.
04. O pronome destacado em Vs me julgais mal exerce funo de objeto direto.
08. Reescrevendo o perodo Segui vosso caminho!, de modo a introduzir nele um pronome tono, teramos
Segui-vos!. 16. Em Vs me julgais mal, o ltimo vocbulo
empregado indicativo de modo.
Texto 1
O homem disse que tinha de ir embora antes queria me ensinar uma coisa muito importante:
- Voc quer conhecer o segredo de ser um menino
feliz para o resto da vida.
- Quero respondi.
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
18
O segredo se resumia em trs palavras, que ele
pronunciou com intensidade, mos nos meus ombros e
olhos nos meus olhos:
- Pense nos outros.
Na hora, achei esse segredo meio sem graa. S bem
mais tarde vim a entender o conselho que tantas vezes na
vida deixei de cumprir. Mas que sempre deu certo quando
me lembrei de segui-lo, fazendo-me feliz como um
menino. SABINO, Fernando. O menino no espelho.
7. Em relao ao Texto 1, correto afirmar que:
01. o pronome encltico empregado no trecho quando me lembrei de segui-lo, exerce funo de objeto direto e resgata o substantivo conselho.
02. o trecho quando me lembrei de segui-lo, pode ser substitudo por quando lembrei de segui-lo, sem desrespeitar a norma culta.
04. a palavra que, nas trs ocorrncias sublinhadas no texto, est funcionando como pronome relativo, pois,
ao mesmo tempo em que liga oraes, tambm aponta
para um antecedente.
08. em como um menino temos o conectivo como dando ideia de conformidade.
16. a nclise constante em fazendo-me feliz como um menino facultativa, uma vez que alterar a colocao pronominal para qualquer outra posio, tambm
estaria de acordo com a norma culta.
32. Em Na hora, achei esse segredo meio sem graa., temos meio como um vocbulo invarivel
UNIDADE 12
QUE e SE
O termo "se" aparece na frase como:
1. Pronome Reflexivo
Os dois amam-se como
irmos.
Elas deram-se as mos.
4. Partcula Expletiva ou de
realce
As moas sorriram-se
agradecidas
O povo riu-se ao ouvir tantas
asneiras.
2. Partcula Apassivadora
Sabe-se que h pessoas
safadinhas.
Doam-se aulas de
Gramtica.
5. Parte integrante de verbos
Ele queixou-se do assunto.
Maria referiu-se ao pai.
3. ndice de
Indeterminao do Sujeito
Aqui se vive bem.
Precisa-se de serventes.
6. Substantivo
O se a palavra que estamos
estudando.
7. Conjuno Subordinativa
Se voc no ficar quieto, no vai aprender
a lio.
O termo "que" aparece na frase como:
1. Advrbio
Que fria est sua sala!
5. Conjuno
Penso que est tudo ok.
2. Substantivo
H um qu de censura no
ar.
6. Pronome Interrogativo
Que voc quer comigo?
3. Preposio
Tinha que estudar.
7. Pronome Relativo
A candidata que treinei foi
aprovada
4. Interjeio
Qu! Ela acreditou nisso?
8. Partcula Expletiva ou
de Realce
Que nome que te deram....
Exerccios
1- Classifique as funes da palavra se nas frases a seguir, numerando, convenientemente, os parnteses:
1-Partcula apassivadora.
2- ndice de indeterminao do sujeito.
3- Partcula de realce.
4-Partcula integrante do verbo.
5-Conjuno subordinativa.
( ) Ela quer saber se eu me sinto realizado. (Drummond)
( ) Acabou-se a confiana no prximo. (Drummond)
( ) Suicidou-se, pulando no fim da tarde de um
prdio de 10 andares.
( ) Precisa-se de operrios.
( ) Sentia-se o cheiro da panela no fogo, chiando de toucinho no braseiro. (Jos Lins do Rego)
A sequncia correta :
a) 4-3-5-2-1 b) 5-3-2-4-1 c) 4-5-2-1-3 d) 5-3-4-2-1 e) 5-3-2-1-4
2. Em que orao a palavra "que" um pronome relativo?
a) Observei um qu de desconfiana em seu olhar.
b) Que resultados voc espera com essa atitude?
c) A famlia que lhe pagava todos os gastos.
d) O itinerrio que seguimos era o mais prximo.
e) No te intimides que h outros menos capazes.
3. Identifique a frase em que a palavra "se" pronome
apassivador.
a) Viaja-se pelas praias brasileiras no vero.
b) Os namorados acomodaram-se no sof, em silncio.
c) Deixou-se abater com a notcia de sua partida.
d) Proibiam-se as queimadas por todo o territrio.
e) Vivia-se tranqilo naqueles confins da serra.
4. Em que frase a palavra "se" ndice de indeterminao
do sujeito?
a) Aqui se aceitam encomendas de doces e salgados.
b) O passante escondeu-se da chuva repentina.
c) Neste restaurante italiano, come-se bastante bem.
d) Os dois garotos protegiam-se da forte ventania.
e) Liquidaram-se as dvidas em pouco tempo
-
Lngua Portuguesa
ENEM 19
UNIDADE 13
CONCORDANCIA VERBAL
Sujeito O verbo concorda Exemplos
Coletivo
Coletivo + expresso no plural
No singular
Singular ou plural
A multido invadiu o parque.
A turma de meninos saiu (ou saram).
Nome prprio no plural Com o artigo O Estados Unidos um pas de 1 mundo.
Os Estados Unidos so um pas de 1 mundo.
Mais de um(a) No singular
No plural se a ao for recproca
Mais de um aluno saiu cedo ontem.
Mais de um aluno se olharam atravessado.
Um dos que No singular, se a ao se refere a
s um ser
No plural, se a ao se refere a
mais de um ser
O Sol um dos astros que aquece a Terra.
O Sol um dos astros que brilham.
Pronome relativo que
Pronome relativo quem
Com o pronome que vem antes
Com o pronome que est antes, ou
na 3 pessoa do singular
Sou eu que pago a conta.
Sou eu quem pago/ paga a conta.
Sujeito Composto O verbo concorda Exemplos
Ncleos antes do verbo No plural A me e a filha chegaram.
Ncleos depois do verbo No singular ou plural Chegou/chegaram a me e a filha.
Ncleos em graduao No singular ou plural Um olhar, um gesto, um sorriso bastava/bastavam.
Ncleos reduzidos por: tudo,
nada, ningum, etc.
No singular Pedro, Antnio, Renato, ningum ficou contente.
Pessoas diferentes Eu + tu = ns
Tu + ele = vs
Eu e tu fomos ao parque.
Tu e ele fostes ao cinema hoje?
Um e outro, nem um nem outro No singular ou no plural Um e outro morreu/morreram.
Nem um nem outro correu/correram.
Nem Maria nem Antnio respondeu/responderam.
Ligados pelas alternativas
ou...ou, nem...nem
No singular, se houver excluso
No plural, se no houver excluso
Ou Pedro ou Antnio casar com Maria.
O machado ou a serra destruiro aquela mata.
Ncleos ligados por com Com vrgula: singular
Sem vrgula: singular/plural
O professor, com seus alunos, saiu.
O professor com seus alunos saiu/saram.
Sujeito O verbo concorda Exemplos
Isto, isso, aquilo, tudo + verbo
de ligao
Como predicativo ou com o sujeito Isto so coisas deles.
Tudo so flores.
Nome prprio + verbo de
ligao
Com o sujeito Maria era as alegrias do pai.
Tempo: (hora, dia) com verbos:
ser, dar, bater, soar
Com a palavra indicadora de
tempo
Hoje primeiro de abril.
Hoje so primeiro de abril.
Soaram nove horas.
Bateram dez horas.
Preo, quantidade + verbo de
ligao
No singular Dez centavos pouco.
Dois quilos muito.
Verbos: ser, estar, haver, fazer e
fenmenos da natureza
No singular Faz dez anos que no fao uma redao.
Ontem nevou em Floripa.
Havia muitos ratos no poro.
Verbos apassivados pelo se Com o sujeito Alugam-se casas.
Consertam-se sapatos.
Indeterminado pelo se No singular Necessita-se de empregadas.
Fala-se em assuntos dramticos.
Porcentagem No singular
No plural
70% do povo reclamou do presidente.
70% das pessoas reclamaram do presidente.
01. Preencha as lacunas corretamente, flexionando os
verbos entre parnteses.
a) _________o governador e sua filha ontem. (chegar)
b) O governador e sua filha ________ ontem. (chegar)
c) Ele, Z e eu ____________ festa ontem. (ir)
d) Z, tu e ele _____________ festa ontem. (ir)
e) Casas, florestas, rios, tudo ______ por gua abaixo
naquela enxurrada. (ir)
f) _____________-se casas. (alugar Pres.Ind)
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
20
g) _____________-se de empregadas. (precisar de Pres. Ind)
h) _______________ dez acidentes na rua na semana
passada. (haver)
i) _______________ anos que no o vejo. (fazer Pret. Perfeito)
j) Naquele dia, 10% das crianas no ____________ na
escola. (aparecer)
k) Naquele dia, 10% do povo ________________o
candidato. (eleger)
l) Vossa Majestade no ____________ sair hoje. (poder Pres. Ind)
m) Trs reais ____________ muito. (ser Pres. Ind) n) Maria _________ as alegrias do pai. (ser Pres. Ind) o) A gua ou o fogo __________ a casa. (destruir Pret.
Perf.)
02. Assinale a(s) frase(s) correta(s).
01. Ireis de carro tu, vossos primos e eu.
02. O pai ou o filho assumir a direo da empresa.
04. Mais de um dos candidatos se insultaram.
08. Faz dez anos todos esses fatos.
16. Faz dez anos que no passamos por aqui.
32. Qual de ns ir sair com voc?
03. Marque as alternativas gramaticalmente corretas,
quanto concordncia verbo-nominal.
01. Esta jovem, ela prprio ir a Braslia avistar-se com o
presidente.
02. necessrio a pacincia de todos para superarmos
esses problemas.
04. Menos festas, mais trabalho!
08. A poesia que desejas est na pgina vinte e um.
16. Eram perto do meio-dia, quando Mnica chegou.
32. No se ouviam murmrios na sala.
64. Aconteceu, ontem, alguns fatos interessantes.
UNIDADE 14
CONCORDANCIA NOMINAL
Mesmo Elas mesmas resolvero o caso.
Ela no sabia disso mesmo.
Junto Juntos iremos longe.
Iremos junto com ele.
Anexo/Incluso
Prprio
Quite
Leso
Obrigado
As cartas seguem anexas.
As cartas seguem em anexo.
Eles prprios assaltaram o caixa.
Estou quite com voc.
Cometeu crimes de lesas-ptrias.
Muito obrigada, diz a menina.
Tal
O filho tal qual o pai.
Os filhos so tais quais os pais.
O filho tal quais os pais.
Os filhos so tais qual o pai.
Menos
Alerta
Pseudo
Monstro
Ela estava menos calma que ontem.
Fiquemos alerta ao combate.
As pseudo-atrizes foram presas.
Elas so um monstro.
S S as meninas foram embora.
As meninas ficaram ss.
Meio
Maria estava meio doente.
Os fins no justificam os meios.
Comi somente meia melancia.
Bastante Eles esto bastante apaixonados.
Comemos bastantes pras.
Proibido proibida a entrada de pessoas feias.
proibido entrada de pessoas feias.
Caro Compra caro os presentes. (adv.)
Compra os presentes caros. (adj.)
Longe Andei por longes terras. (adj.)
Estavam longe de ns. (adv.)
1. Em que casos a forma entre parnteses deve ficar no
plural?
01. O advogado se muniu de argumentos (bastante) para
inocentar seu cliente.
02. Seguem (anexo) os comprovantes solicitados.
04. Eles ( mesmo) admitiram que tudo no passou de
farsa.
08. Os livros esto muito (caro).
16. Eles vestiram calas (cinza).
32. Encontraram os portes (meio) abertos.
64. Os brinquedos de madeira custam mais (barato).
2. Assinale a alternativa em que a concordncia
nominal da frase no atende s normas:
a) Houve bastantes propostas, mas nenhuma agradou aos
participantes.
b) As crianas s se queixavam quando os pais as
deixavam ss.
c) O cabo exigia que as sentinelas se mantivessem alerta e
meio escondidas.
d) Encontrou semimortos pai e filho, bastante feridos no
acidente.
e) Perdido na ilha, alimentava-se de frutas e carne
caprinas, que ali abundavam.
3. Que frases esto de acordo com a modalidade culta?
01. necessrio a tua participao.
02. No era permitida nenhuma participao.
04. proibido a passagem de alunos pelo corredor.
08. preciso calma nesta hora.
16. Ser permitida votao em segredo.
32. necessrio pacincia.
UNIDADE 15
Como estudar literatura para o Enem?
De forma geral, o ENEM espera que o candidato seja
capaz de construir e aplicar conceitos aprendidos por ele,
levando em conta a interdisciplinaridade. Sendo assim,
necessrio que o conhecimento literrio esteja aliado s
relaes que so estabelecidas com a histria, a poltica,
at mesmo geografia e economia do pas.
A esttica, a estrutura formal, o modo de expresso
discursiva so observados nas manifestaes artsticas,
no s nas literrias, mas em outros segmentos principalmente na msica, na escultura, na pintura e na
arquitetura.
-
Lngua Portuguesa
ENEM 21
De modo geral, o ENEM avalia o quanto o candidato
conhece a respeito do mundo em que vive, da realidade e da
histria de seu pas e como se posiciona diante de tudo isso.
A Literatura
Costuma-se definir literatura, em sentindo amplo, como
o conjunto de textos escrito sobre determinado tema.
Nessas aulas, porm, o sentindo dado palavra literatura
especfico. A literatura que discutimos neste material
fundamentalmente ficcional e plurissignificativa, o que os
permite classific-la como arte. Assim, umas das
definies possveis para o texto literrio a de obra de arte que tem como matria-prima as palavras. Por meio das palavras, o autor expressa sua maneira de ver o
mundo, utilizando seu estilo pessoal e influenciado por
tudo o que acontece a sua volta.
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Texto literrio x Texto no literrio
(ou utilitrio)
A Literatura uma forma de expresso artstica. Todo artista trabalha com uma matria-prima: o msico, com os sons; o pintor, com as cores; o escultor, com as formas; o arquiteto, com os espaos. Os escritores tm como matria-prima a palavra. Logo, literatura pode ser vista como a arte da palavra.
O que define uma obra como literria no sua qualidade, j que essa noo discutvel, pois varia de poca para poca, de cultura para cultura, mas sua vocao para criar sentidos atravs dos recursos formais da linguagem.
Os textos que consideramos literrios apresentam semelhanas no modo de empregar certos recursos de linguagem. Os textos utilitrios, tambm chamados de no literrios, so aqueles em que a linguagem utilizada, sobretudo, com a inteno de transmitir uma informao. J os textos literrios so aqueles em que a linguagem utilizada no apenas para transmitir uma informao, mas tambm para, de alguma forma, proporcionar prazer, reflexo, comoo, identificao, sublimao, espanto
Nos textos literrios, a preocupao com o modo de dizer muito mais evidente do que nos textos utilitrios.
Temas
natural que encontremos o mesmo tema em diferentes
manifestaes literrias (peas de teatro, poemas,
romances, contos ou crnicas) com abordagens diferentes,
dependendo do estilo do autor do gnero escolhido e da
poca a que pertence.
Soneto
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiana;
Todo o Mundo composto de mudana,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperana;
Do mal ficam as mgoas na lembrana,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o cho de verde manto,
Que j coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudana faz de mor espanto:
Que no se muda j como soa.
Lus de Cames
Como uma onda
Nada do que foi ser
De novo do jeito que j foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passar
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se v no
Igual ao que a gente viu h um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
No adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora
H tanta vida l fora, aqui dentro
Sempre como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Lulu Santos e Nelson Motta
(compositores contemporneos)
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Vale destacar tambm que comum a prova usar manifestaes artsticas contemporneas que sofreram influncia de estilos anteriormente consagrados.
Estilos de poca
Dessa forma, possvel convencionar que obras
produzidas numa mesma poca, sob as mesmas
influncias histricas e culturais tendem a ter
caractersticas semelhantes. o grupo de obras produzidas
numa mesma poca e sob as mesmas condies que
chamamos de movimento artstico-literrio. Todo escritor
influenciado pelos valores da poca em que vive. Como
a Histria uma constante mudana, a percepo da
realidade se modifica, e as manifestaes artsticas, que
sempre sero influenciadas pelo contexto histrico,
tambm esto em constante mudana. Uma escola literria
consiste nos escritores que, por terem vivido numa mesma
poca, tm a tendncia de apresentar caractersticas
literrias semelhantes.
PRINCIPAIS ESCOLAS LITERRIAS BRASIL E PORTUGAL
-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
22
FIQUE LIGADO NO ENEM!
Estilo de poca diz respeito a uma srie de procedimentos estticos que caracterizam determinado perodo histrico porque foram usados repetitiva e constantemente, por uma ou mais gerao de escritores. Estilo individual a maneira peculiar com que cada escritor manipula a linguagem literria. Refere-se capacidade de usar tcnicas para obter um melhor resultado esttico.
Exerccios
01- (ENEM) Leia o que disse Joo Cabral de Melo Neto,
poeta pernambucano, sobre a funo de seus textos:
"Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta,
contato denso; Falo somente do que falo: a vida seca,
spera e clara do serto; Falo somente por quem falo: o
homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na
mngua. Falo somente para quem falo: para os que
precisam ser alertados para a situao da misria no
Nordeste."
Para Joo Cabral de Melo Neto, no texto literrio,
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do
autor deve denunciar o fato social para determinados
leitores.
b) a linguagem do texto no deve ter relao com o tema,
e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja
lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a
perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escr