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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA SEÇÃO JUDICIÁRIA NO CEARÁ Página 1 REALIZAÇÃO: PROVA DE DIREITO - AZUL LÍNGUA PORTUGUESA Leia o texto abaixo e responda da 1 a 5 questão “Na sua apresentação geral, Roma exibia uma mistura de palácio, igrejas e fontes renascentistas, que emergiam de um quadro ainda predominantemente medieval. Os restos da antiguidade clássica estavam, em grande parte, soterrados pelas destruições e reconstruções multisseculares; não se ofereciam à vista, como hoje, transformados no espetáculo impressionante das ruínas. (A poesia das ruínas, talvez, do fato que elas são a única imagem viva, palpável, da morte.) Os jardins entremeavam com descampados e vinhedos, ocupando tudo isso muito do espaço da Roma Imperial. A cidade então, se encontrava, principalmente, na área entre o Vaticano e o Castelo de Santo Ângelo, com trechos menos importantes nas direções do Trastevere, do Capitólio e do Píncio. A massa e a marca eram bastante medievais. As muralhas e torres antigas sobressaíam muito mais que os palácios recentes.” Afonso Arinos de Melo Franco, Amor a Roma. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985. Questão 01 O autor descreve, no texto: (A) O espetáculo impressionante das ruínas antigas na Roma imperial. (B) A decadência da Roma antiga, precipitada pelo Império Romano. (C) A evolução histórica de Roma, levando à reconstrução da cidade moderna. (D) As características arquitetônicas de Roma. (E) A massa e a marca eram bastante medievais. Questão 02 Infere-se no texto que: (A) Roma apresenta atualmente os sinais arquitetônicos da Roma Imperial. (B) Roma é uma cidade arruinada. (C) As construções e reconstruções de Roma tornaram-na uma cidade vulnerável a terremotos. (D) Roma é uma cidade de arquitetura confusa e ultrapassada. (E) As muralhas e torres antigas sobressaíam muito mais que os palácios recentes. Questão 03 De acordo com o texto: (A) As ruínas históricas de Roma estão sendo destruídas. (B) Roma não preservou suas ruínas medievais. (C) As ruínas históricas de Roma sobressaem-se na paisagem. (D) As ruínas históricas são poéticas, quando bem cuidadas. (E) Roma exibia uma mistura de palácio, igrejas e fontes renascentistas. Questão 04 O autor indica, no texto: (A) Seu alto apreço pela moderna arquitetura romana. (B) Sua dúvida quanto à evolução da arquitetura romana. (C) Sua aprovação às reconstruções medievais da Roma Imperial. (D) Seu conhecimento da evolução da arquitetura romana. (E) Sua incompreensão arquitetônica.

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

SEÇÃO JUDICIÁRIA NO CEARÁ

Página 1 REALIZAÇÃO:

PROVA DE DIREITO - AZUL LÍNGUA PORTUGUESA

Leia o texto abaixo e responda da 1 a 5 questão “Na sua apresentação geral, Roma exibia uma mistura de palácio, igrejas e fontes renascentistas, que emergiam de um quadro ainda predominantemente medieval. Os restos da antiguidade clássica estavam, em grande parte, soterrados pelas destruições e reconstruções multisseculares; não se ofereciam à vista, como hoje, transformados no espetáculo impressionante das ruínas. (A poesia das ruínas, talvez, do fato que elas são a única imagem viva, palpável, da morte.) Os jardins entremeavam com descampados e vinhedos, ocupando tudo isso muito do espaço da Roma Imperial. A cidade então, se encontrava, principalmente, na área entre o Vaticano e o Castelo de Santo Ângelo, com trechos menos importantes nas direções do Trastevere, do Capitólio e do Píncio. A massa e a marca eram bastante medievais. As muralhas e torres antigas sobressaíam muito mais que os palácios recentes.”

Afonso Arinos de Melo Franco, Amor a Roma. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.

Questão 01 O autor descreve, no texto: (A) O espetáculo impressionante das ruínas antigas na Roma imperial. (B) A decadência da Roma antiga, precipitada pelo Império Romano. (C) A evolução histórica de Roma, levando à reconstrução da cidade moderna. (D) As características arquitetônicas de Roma. (E) A massa e a marca eram bastante medievais. Questão 02 Infere-se no texto que: (A) Roma apresenta atualmente os sinais arquitetônicos da Roma Imperial. (B) Roma é uma cidade arruinada. (C) As construções e reconstruções de Roma tornaram-na uma cidade vulnerável a terremotos. (D) Roma é uma cidade de arquitetura confusa e ultrapassada. (E) As muralhas e torres antigas sobressaíam muito mais que os palácios recentes. Questão 03 De acordo com o texto: (A) As ruínas históricas de Roma estão sendo destruídas. (B) Roma não preservou suas ruínas medievais. (C) As ruínas históricas de Roma sobressaem-se na paisagem. (D) As ruínas históricas são poéticas, quando bem cuidadas. (E) Roma exibia uma mistura de palácio, igrejas e fontes renascentistas. Questão 04 O autor indica, no texto: (A) Seu alto apreço pela moderna arquitetura romana. (B) Sua dúvida quanto à evolução da arquitetura romana. (C) Sua aprovação às reconstruções medievais da Roma Imperial. (D) Seu conhecimento da evolução da arquitetura romana. (E) Sua incompreensão arquitetônica.

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Questão 05 No texto: (A) A cidade se encontrava com localização incerta. (B) Os palácios, igrejas e fontes sobressaíam às muralhas e torres antigas. (C) A cidade se encontrava entre as cidades de Trastevere, Capitólio e Píncio. (D) As cidades se encontravam fora da Região do Píncio. (E) As Muralhas e Torres antigas sobressaíam mais que os Palácios recentes. O texto abaixo responde as questões 6 a 8 QUALQUER CANÇÃO Qualquer canção de amor É uma canção de amor Não faz brotar amor E amantes Porém, se essa canção Nos toca o coração O amor brota melhor E antes Qualquer canção de dor Não basta a um sofredor Nem cerze um coração Rasgado Porém, inda é melhor Sofrer em dó menor Do que você sofrer Calado Qualquer canção de bem Algum mistério tem É o grão, é o germe, é o gen Da chama E essa canção também Corrói como convém O coração de quem Não ama. (HOLANDA, Chico Buarque de. “Qualquer canção.” In Vida. LP Phillips, 1980)

Questão 06 O tema principal da canção de Chico Buarque é: (A) O sofrimento; (B) O amor; (C) Um coração ferido; (D) Mistérios do coração; (E) Canção de amantes. Questão 07 Que tipos de elementos predominam no texto:

(A) Dissertativos; (B) Narrativos;

(C) Descritivos; (D) Narrativos-descritivos; (E) Argumentativo.

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Questão 08 Qual a importância da palavra Porém no texto: (A) Introduzir um argumento favorável ao que fora apontado anteriormente.

(B) Introduzir um argumento favorável ao que será apontado nos versos seguintes. (C) Introduzir um argumento contrário ao que fora apontado anteriormente.

(D) Introduzir um argumento contrário ao que será apontado nos versos seguintes. (E) Introduzir um argumento sustentável ao que fora apontado anteriormente.

Questão 09 Assinale a série que completa corretamente a frase Quando___dois dias, disse___ela que ia___Itália para concluir meus estudos, pôs-se___chorar. (A) a-a-a-a-;

(B) há-à-à-a; (C) a-à-a-à;

(D) há-a-à-a; (E) ha-a-à-à.

Questão 10 Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em:

(A) Ele permaneceu muito calado. (B) Amanhã, não iremos ao cinema.

(C) O menino, ontem, cantou desafinadamente. (D) Ela falou calma e sabiamente. (E) Ontem, choveu muito.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

DIREITO ADMINISTRATIVO, CIVIL E PREVIDENCIÁRIO (JOSÉ MAXIMILIANO MACHADO CAVALCANTI)

QUESTÃO 11. São princípios da Administração Pública expressos no caput do art. 37 da Constituição Federal: I Moralidade, legalidade e publicidade II Economicidade e proporcionalidade III Eficiência e impessoalidade IV Licitude, probidade e austeridade (A) Todos os itens estão corretos. (B) Apenas o item “I” está correto. (C) Apenas os itens “I” e “II” estão corretos. (D) Apenas os itens “I” e “III” estão corretos. (E) Apenas o item “IV” está incorreto.

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QUESTÃO 12. Assinale a alternativa INCORRETA: (A) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. (B) A Constituição Federal de 1988 assegura aos servidores públicos o direito de greve, o qual depende de regulamentação por lei específica. (C) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, a de dois cargos de professor, a de um cargo de professor com outro técnico ou científico e, a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, estendida essa proibição de cumulação a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. (D) A criação de autarquias e a autorização para instituição de empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações somente podem ser estabelecidas por ato da Presidência da República. (E) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

QUESTÃO 13. Em relação aos atos administrativos, assinale a alternativa INCORRETA: (A) São requisitos dos atos administrativos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. (B) Ato administrativo vinculado é passível de anulação pelo Poder Judiciário, ao passo que o ato administrativo discricionário ordinariamente é infenso ao crivo judicial, podendo, contudo, ser revogado pela própria Administração por razões de conveniência e oportunidade. (C) O ato administrativo discricionário que expressamente manifestar motivação ilegal ou fizer remissão a fato inexistente poderá ter sua invalidação decretada pelo Poder Judiciário à luz da teoria dos motivos determinantes. (D) Todos os atos administrativos devem seguir a formalidades legais, não se podendo, nesse âmbito, admitir como válidas ordens não escritas de autoridades legalmente constituídas. (E) A revogação de um ato administrativo pode ter efeito ex nunc.

QUESTÃO 14. Quanto aos bens públicos, assinale a alternativa INCORRETA: (A) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. (B) Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei e igualmente estão sujeitos a usucapião. (C) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído. (D) Os edifícios destinados ao serviço das autarquias são considerados bens públicos. (E) São bens públicos dominicais aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

QUESTÃO 15. Sobre as pessoas naturais, assinale a alternativa CORRETA: (A) Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-á que a morte daquele de maior idade precedeu à do menos idoso. (B) A declaração de morte presumida, sem decretação de ausência, depois de esgotadas as buscas e averiguações, pode se dar se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até cinco anos após o término da guerra. (C) São casos de cessação da menoridade o casamento, o exercício de cargo em comissão e a colação de grau em curso de ensino superior ou técnico. (D) O pseudônimo adotado para atividades ilícitas goza da proteção que se dá ao nome. (E) É válida, com objetivo altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

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QUESTÃO 16. Sobre o domicílio, assinale a alternativa INCORRETA: (A) O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado em qualquer ponto do território nacional. (B) Ter-se-á por domicílio da pessoa natural que não tenha residência habitual o lugar onde for encontrada. (C) Em relação às pessoas jurídicas que possuem diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. (D) O preso tem por domicílio o local onde cumprir a sentença. (E) A pessoa natural que tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considera-se domiciliada em qualquer delas. QUESTÃO 17. Marque a opção CORRETA: (A) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar exclusivamente os direitos à previdência social, ali não incluídos os direitos específicos à saúde e assistência social. (B) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não pode ser obstada de contratar com o Poder Público ou de receber dele benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (C) As contribuições sociais destinadas ao custeio da seguridade social obedecem ao princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal, o que significa dizer que somente poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. (D) Em nenhuma hipótese a lei poderá conceder isenção de contribuição para a seguridade social em relação a entidades beneficentes. (E) A Seguridade Social tem por objetivo prestar atendimento a todos aqueles que se encontrarem em dia com suas contribuições, salvo situação de risco iminente de morte. QUESTÃO 18. Assinale a alternativa CORRETA: (A) Consoante a Lei nº 8.213/91, a dependência econômica dos pais dos segurados da Previdência Social em relação a estes é presumida. (B) A pessoa designada tem preferência sobre o irmão inválido do segurado para a percepção de benefício da Previdência Social. (C) A dependência econômica da companheira e do companheiro em relação ao segurado não é presumida, pelo que deve ser comprovada administrativa ou judicialmente. (D) São benefícios atualmente pagos pelo Regime Geral de Previdência Social a aposentadoria por invalidez, a aposentadoria por idade, a aposentadoria por tempo de serviço, a aposentadoria especial, o auxílio-doença, o salário-família, o salário-maternidade, a pensão por morte, o auxílio-reclusão, os pecúlios, o auxílio-acidente, o abono de permanência em serviço. (E)Quem está em gozo de benefício mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições e sem limite de prazo. QUESTÃO 19. Assinale a opção INCORRETA: (A) O benefício assistencial é a garantia de um salário mínimo à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que, tendo contribuído por um período de carência mínimo de doze meses, comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. (B) Dentre outros, são objetivos da Seguridade social a universalidade da cobertura e do atendimento e a irredutibilidade do valor dos benefícios. (C) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

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Página 6 REALIZAÇÃO:

(D) A previdência social é organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (E) Nos termos da vigente Lei de Organização da Assistência Social (LOAS), para a concessão do benefício assistencial, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. QUESTÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL JORGE LUÍS GIRÃO BARRETO

QUESTÃO 20. Cabe exclusivamente ao Congresso Nacional, independentemente de sanção do Presidente da República, (A) resolver sobre plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado. (B) dispor sobre sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas. (C) resolver sobre os limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União. (D) dispor definitivamente sobre incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas. (E) resolver definitivamente sobre atos internacionais que acarretem compromissos gravosos ao patrimônio nacional. QUESTÃO 21. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: (A) eleger membros do Conselho da República, sendo que dele participam seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. (B) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição Federal, Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República, Presidente e diretores do Banco Central e Procurador-Geral da República. (C) processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. (D) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente e autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (E) fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. QUESTÃO 22. É causa prevista na Constituição Federal para a perda do mandato de Deputado Federal o exercício cumulativo de função remunerada em pessoa jurídica de direito público, desde (A) a candidatura. (B) a posse. (C) a expedição do diploma. (D) seis meses antes das eleições. (E) doze meses antes das eleições.

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Página 7 REALIZAÇÃO:

QUESTÃO 23. Considere que a Fazenda Pública Federal, em virtude de sentenças judiciais transitadas em julgado, deve para diversos credores créditos das seguintes espécies: a) decorrentes de salário; b) de pensão por morte; c) de restituição de imposto pago indevidamente; e) de indenização por morte e de indenização por invalidez. Segundo a Constituição Federal brasileira, no caso, os pagamentos desses débitos serão realizados exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e, em tese, NÃO terá preferência, sobre os demais, o crédito de (A) pensão por morte. (B) salário; (C) restituição de imposto pago indevidamente; (D) indenização por morte; (E) indenização por invalidez QUESTÃO 24. Com relação aos servidores públicos, (A) o membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em doze parcelas. (B) a fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira, os requisitos para a investidura e as peculiaridades dos cargos. (C) Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, exceto sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (D) aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e subsidiário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas. (E) ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em Lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, não se aplica o regime geral de previdência social. QUESTÃO 25. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, sendo que (A) se a medida provisória não for apreciada em até trinta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (B) a deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias não dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (C) é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (D) prorrogar-se-á por duas vezes por iguais períodos a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contados de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (E) caberá à comissão exclusiva de Deputados examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

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Página 8 REALIZAÇÃO:

DIREITO PENAL QUESTÃO 26. No que concerne à matéria relativa à aplicação da lei penal, assinale a alternativa CORRETA: (A) Como, na forma da máxima jurídica tempus regit actum, o crime é regido pela lei penal vigente por ocasião do seu cometimento, não se aplica em favor do infrator a lei penal superveniente que lhe seja porventura favorável (lex mitior), não se operando, nessa hipótese, o fenômeno intertemporal da retroatividade in mellius, mesmo que o caso concreto ainda não tenha sido eventualmente objeto de sentença condenatória transitada em julgado. (B) Nos termos do Código Penal Brasileiro (CPB) em vigor, a lei excepcional, embora cessadas as circunstâncias existenciais que a determinaram, continua a ser aplicada à infração praticada durante a sua vigência, mesmo depois de sua autorrevogação, detendo, assim, ultratividade eficacial, ainda que in pejus. Isso não se dá, contudo, com a lei temporária, que, decorrido o período prefixado de sua duração, cede irrestritamente em face da lei criminal superveniente mais benéfica ao infrator (lex mitior), mesmo que esta não faça referência alguma ao interregno em que aquela vigorou provisoriamente. (C) Na definição do tempo do crime, o Código Penal Brasileiro (CPB) adotou, em rigor, a teoria do resultado, segundo a qual se considera praticado o delito, para efeito de aplicação da lei penal, no momento da produção do resultado danoso, independentemente da ocasião em que se deu o comportamento comissivo ou omissivo do infrator. (D) Segundo o disposto no Código Penal Brasileiro (CPB) acerca do locus delicti, para efeito de aplicação da lei penal, considera-se praticado o crime, na forma da teoria mista ou da ubiquidade, no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (E) Em razão da soberania da República Federativa do Brasil, ficam irrestritamente sujeitos à aplicação extraterritorial da lei penal brasileira, conquanto cometidos no estrangeiro, os crimes perpetrados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro, mesmo que lá venham a ser julgados. Com efeito, para efeitos penais, referidos veículos constituem extensão inarredável do território nacional, de forma que os aludidos delitos não podem ser extraídos, em qualquer hipótese, do exercício legítimo da jurisdição penal brasileira, sob pena de vulneração injustificada do soberano jus puniendi do Estado. QUESTÃO 27. No que tange à disciplina jurídica do crime na legislação penal brasileira, assinale a alternativa CORRETA: (A) Configura-se o “arrependimento eficaz”, como modalidade de tentativa abandonada ou qualificada, quando o agente interrompe o iter criminis e deixa, espontaneamente, de prosseguir na execução do delito, cessando a cadeia de atos executórios, situação em que não responderá penalmente pelo que já praticara. Ao revés, verifica-se a “desistência voluntária” quando, após o cometimento da conduta delitiva e o encerramento da execução do crime, o agente impede, deliberadamente, que o resultado naturalístico se consume, arrostando-lhe os efeitos danosos, hipótese em que, aí sim, responderá, no domínio penal, pelos eventos já ocorridos. (B) Ante a grave antijuridicidade do elemento subjetivo do crime doloso, consubstanciada na intenção deliberada de se obter o resultado naturalístico (dolo direto) ou na assunção voluntária do risco de produzi-lo (dolo eventual), pune-se a tentativa (conatus) em delitos desse tipo, mesmo quando é impossível a consumação do crime por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto. (C) Verifica-se o “arrependimento posterior” quando, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, o agente, mediante ato voluntário, repara o dano ou restitui a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, situação em que a pena será reduzida de um a dois terços. (D) Quando a lei penal não for expressa a respeito do elemento psicológico-normativo do crime (dolo ou culpa), silenciando nesse tocante, o agente poderá ser punido tanto quando o praticar dolosamente quanto quando der causa ao resultado naturalístico por quebra do dever objetivo de cuidado por imprudência, negligência ou imperícia. Em outros termos, um delito pode ser punido como doloso ou culposo mesmo quando inexistir previsão discriminada nesse sentido em normas penais incriminadoras, não havendo de se falar, nessa

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perspectiva, em excepcionalidade e necessidade de previsão legal quanto ao elemento normativo da culpa no crime culposo, para fins de tipificação penal. (E) Dá-se o crime tentado (conatus) quando, iniciada a execução, não se consuma o resultado naturalístico por circunstâncias inerentes à vontade do agente, que, por ter interferido no processo causal, será punido, em regra, com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois quintos. QUESTÃO 28. A respeito da ilicitude penal, assinale a assertiva CORRETA: (A) Quanto age em estado de necessidade ou em legítima defesa, o agente responde apenas pelo excesso doloso. Ao revés, quando age em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, responderá tanto pelo excesso doloso quanto pelo culposo. (B) Em razão das irradiações jurídicas derivadas do princípio constitucional da isonomia, mesmo quem tem o dever legal de arrostar o perigo pode, em rigor e indiferentemente, segundo a legislação penal brasileira, alegar em seu favor o estado de necessidade, evocando o commodus discessus, como causa de exclusão da ilicitude de eventual comportamento típico que porventura cometera, visto que não lhe é juridicamente exigível que assuma os riscos pessoais inerentes à sua função profissional. (C) Consoante define o Código Penal Brasileiro (CPB) em vigor, considera-se em legítima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (D) Entende-se em estado de legítima defesa quem, valendo-se moderadamente dos meios necessários, antecipa-se à prática de qualquer ato executório por parte do agressor e age preventivamente, no exercício regular de direito, com o fito de exercer a tutela de direito de sua titularidade ou de outrem em face de futura e provável agressão injusta. (E) A ilicitude do comportamento humano, à luz da legislação penal brasileira, constitui conditio sine qua non para a configuração jurídica de um crime no Direito Penal pátrio, de sorte que, em rigor, um fato tipificado em norma penal incriminadora não consubstanciará crime algum quando for praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. QUESTÃO 29. Assinale a alternativa CORRETA, a respeito da culpabilidade penal: (A) Ao contrário do que se dá em crimes cometidos sob estado passional, verifica-se, ordinariamente, hipótese legal de causa dirimente por inimputabilidade penal quando o delito é cometido pelo agente embalado por emoção decorrente de injusta provocação da vítima ou de terceiro, mesmo que sem cunho patológico, ante a perturbação abrupta e fugaz verificada nos seus sentidos e na definição de sua vontade. (B) Conforme prescreve o Código Penal Brasileiro (CPB) em vigor, que adota, nesse tocante, a teoria da actio libera in causa (ação livre na causa), a embriaguez não-acidental, tanto a voluntária (dolosa ou intencional) quanto a culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos (entorpecentes, estimulantes, alucinógenos etc), figura, em rigor, como causa legal de exclusão da imputabilidade penal, evitando-se, assim, a responsabilização objetiva no sistema penal pátrio. (C) Há inimputabilidade penal, com consequente isenção de pena, quando o agente era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em razão de se encontrar em estado de embriaguez acidental completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. Não se aplica, nessa hipótese, a teoria da actio libera in causa, uma vez que a embriaguez não decorreu do livre-arbítrio do agente. (D) Na forma do Código Penal Brasileiro (CPB) atualmente em vigor, não se pode falar que os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, visto que são passíveis de suportar, como sanção jurídica, as medidas socioeducativas associadas ao cometimento de atos infracionais, nos termos da legislação tutelar da criança e do adolescente. (E) Conforme predica o Código Penal Brasileiro (CPB) em vigor, tem a pena reduzida de um a dois terços o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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QUESTÃO 30 Sobre os crimes contra a administração pública, assinale a alternativa CORRETA: (A) Verifica-se a figura típica do crime de peculato na exigência de vantagem indevida por funcionário público, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou mesmo antes de assumi-la, mas em razão dela. (B) Configura-se excesso de exação quando o funcionário público exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega, na cobrança, meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. Dar-se-á, por sua vez, a prevaricação quando o funcionário público deixar, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. (C) Para efeitos penais, não se considera funcionário público aquele que exerce emprego ou função pública em caráter meramente transitório e sem remuneração. (D) Configura o tipo penal do crime de corrupção ativa o ato de solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. (E) Conforme disposto na Parte Especial do Código Penal Brasileiro (CPB), figuram, entre outros, no rol de crimes praticados por particular contra a administração em geral: usurpação de função pública, resistência, desobediência, desacato, tráfico de influência, corrupção ativa e contrabando. DIREITO TRIBUTÁRIO QUESTÃO 31. Assinale a alternativa INCORRETA: (A) Em consonância com a forma federativa de organização político-administrativa do Estado brasileiro, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios participam ativamente do Sistema Tributário Nacional, podendo legislar concorrentemente em matéria de direito tributário e instituir tributos dentro de seus respectivos círculos constitucionais de competência tributária. (B) Conforme definição autêntica veiculada no Código Tributário Nacional (CTN), entende-se por tributo toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que, constituindo ou não sanção de ato ilícito, constitua receita pública derivada instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Nessa esteira, figuram como espécies tributárias: os impostos, as taxas de serviço e de polícia, as tarifas, as multas tributárias, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais ou especiais, nestas incluídas as contribuições sociais e a contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE), entre outras. (C) Derivada do poder de tributar e composta pelas capacidades de legislar, fiscalizar e arrecadar tributos, a competência tributária, atribuição constitucional reconhecida em prol da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, qualifica-se, em seu conjunto, como indelegável. Além disso, a inércia no exercício da competência tributária não a defere à pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. Nada obstante, a legislação tributária não veda que possa ser licitamente delegada a outras pessoas jurídicas de direito público a denominada capacidade tributária ativa, que compreende certas incumbências operacionais relativas às funções executivas de fiscalizar ou arrecadar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. (D) No esquema constitucional de repartição de competências tributárias, compete, privativamente, a cada ente federativo instituir seus respectivos impostos, nos termos nominados e discriminados na Carta Magna, cabendo à União instituir, além de impostos residuais e extraordinários de guerra, impostos sobre a importação de produtos estrangeiros (II); sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE); sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR); sobre produtos industrializados (IPI); sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); sobre propriedade territorial rural (ITR); e sobre grandes fortunas (IGF). (E) As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia (taxa de polícia), ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua

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disposição (taxa de serviço). Por terem como fatos geradores atividades estatais específicas referidas aos

contribuintes, as taxas, e as contribuições de melhoria, qualificam-se como tributos vinculados, ao contrário dos

impostos, qualificados doutrinariamente, nessa perspectiva, como tributos não-vinculados.

QUESTÃO 32 Sobre as limitações constitucionais do poder de tributar, assinale a alternativa INCORRETA: (A) Por força do princípio jurídico da legalidade tributária, previsto na própria definição legal de tributo, somente a lei strictu sensu figura, em rigor, como instrumento estatal constitucionalmente legítimo para a instituição de tributos, razão pela qual o Poder Executivo não poderá criá-los mediante mera edição de ato administrativo-normativo, a exemplo dos decretos. Para tanto, não basta que a lei instituidora simplesmente prescreva que determinado tributo está criado, visto que cabe a ela discriminar, com certa minudência, os elementos básicos necessários à operacionalização da respectiva incidência tributária e à configuração dos vínculos obrigacionais correlatos, tais como, v.g., os que dizem respeito ao fato gerador e à base de cálculo (princípio da tipicidade tributária ou da tipicidade cerrada). (B) O princípio da tipicidade tributária ou da tipicidade cerrada não veda a existência das cognominadas “normas tributárias em branco”, entendidas como leis tributárias que, ao instituírem tributos, descrevem os elementos básicos da pertinente relação jurídica obrigacional tributária, mas delegam ao Poder Executivo a incumbência de empreender, obedecidos os parâmetros legais fixados, a complementação infralegal da disciplina normativa dos referidos elementos, mormente no que diz respeito a aspectos de ordem eminentemente técnica (“discricionariedade técnica”). (C) A vedação constitucional da cobrança de tributo antes de transcorrer uma noventena a contar da publicação da lei que o instituir ou majorar refere-se apenas às contribuições para a seguridade social previstas no art. 195 da Constituição Federal de 1988, não se estendendo, portanto, aos impostos em geral. Ao revés, referidas contribuições sociais não se sujeitam à vedação constitucional genérica de que se cobre tributo no mesmo exercício financeiro em que for oficialmente publicada a lei que o instituir ou majorar. (D) Apesar da vedação constitucional de se estabelecer limitações, no território nacional, ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, é juridicamente permitida a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Referida vedação constitucional não implica, contudo, que as operações interestaduais ou intermunicipais são absolutamente infensas ou imunes à tributação em geral, tanto que são comumente sujeitas à incidência do ICMS interestadual, por exemplo. (E) Como limitação da competência tributária das pessoas políticas, a imunidade constitui modalidade de não-incidência tributária prevista diretamente pelo texto constitucional. As isenções figuram, por sua vez, como causas de exclusão do crédito tributário estabelecidas por lei infraconstitucional. Nessa perspectiva, ao exonerar ou impedir diretamente a imposição tributária, conquanto a eventualmente utilize, nesses casos, a expressão “são isentas” ou outras correlatas, a Constituição prevê, em verdade, hipótese de imunidade, e não propriamente de isenção. QUESTÃO 33. Acerca da matéria relativa à obrigação tributária e ao fato gerador, assinale a alternativa INCORRETA: (A) As obrigações tributárias qualificam-se como principais ou acessórias. As obrigações principais surgem com a ocorrência do fato gerador; têm por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (obrigação de pagar); e extinguem-se juntamente com os créditos tributários delas decorrentes. As acessórias decorrem, por sua vez, da legislação tributária e têm por objeto as prestações, positivas (de fazer) ou negativas (de não fazer), nelas previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (B) Pelo simples fato da sua inobservância, a obrigação tributária acessória é passível de se converter em obrigação tributária principal relativamente à penalidade pecuniária. De todo modo, a penalidade pecuniária associada à infração da legislação tributária não configura, de todo modo, tributo, na forma da definição legal preconizada no Código Tributário Nacional (CTN). (C) O fato gerador da obrigação tributária principal tem que estar previsto em lei em sentido estrito, enquanto o da obrigação acessória pode se estabelecido na legislação tributária, que, conforme preceitua o Código Tributário Nacional (CTN), compreende, além das leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as

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normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (D) Constitui sujeito passivo da obrigação principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, podendo qualificar-se como contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador, ou como responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Por sua vez, o sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. (E) Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial prevalente a respeito do assunto, o fato gerador do imposto de renda de pessoa física (IRPF), exação de competência tributária da União e do Distrito Federal, qualifica-se como simples ou instantâneo, em razão de se consumar a cada momento isolado em que porventura ocorrer disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza durante o ano-base. Nessa perspectiva, por ocasião da formalização da declaração anual de imposto de renda (DIRF), a ser feita no exercício seguinte, são, via de regra, declinados os múltiplos fatos geradores consumados durante o período anual anterior, e não vários eventos jurídicos e econômicos que se aglutinam para a configuração de um só fato gerador de natureza complexiva anual. QUESTÃO 34. Em relação ao lançamento tributário, assinale a alternativa INCORRETA: (A) Define-se o lançamento tributário como o procedimento administrativo, de competência privativa da autoridade administrativa, de constituição de créditos tributários relativos a tributos e penalidades pecuniárias, mediante verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária correspondente, determinação da matéria tributável, cálculo do montante do tributo devido, identificação do sujeito passivo e, sendo o caso, proposição da aplicação da penalidade cabível. (B) A despeito de ser compulsória, a atividade administrativa de lançamento tributário qualifica-se por ser discricionária, salvo nos casos de tributos vinculados, tais como as taxas e as contribuições de melhoria. (C) Há três modalidades básicas de lançamento tributário: o lançamento direto (de ofício ou ex officio); o lançamento por declaração ou misto; e o lançamento por homologação ou autolançamento. Conquanto a legislação tributária predique que o lançamento constitui atividade privativa da autoridade administrativa, há significativa participação do sujeito passivo no procedimento relativo ao lançamento por declaração ou misto e ao lançamento por homologação ou autolançamento. (D) Utiliza-se o autolançamento nos casos de tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, situação em que o lançamento opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (E) No caso de autolançamento, o pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. QUESTÃO 35. No que concerne ao crédito tributário, assinale a alternativa CORRETA: (A) Consoante o disposto no Código Tributário Nacional (CTN), as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade afetam necessariamente a obrigação tributária que lhe deu origem. (B) Na forma prevista na legislação tributária vigente, ao contrário do que se dá em sede de mandados de segurança, em que medidas judiciais liminarmente concedidas podem suspender a exigibilidade de créditos tributários, em razão da liquidez e certeza do direito subjetivo postulado no writ constitucional, a concessão de antecipações de tutela em processos de rito ordinário não figura como causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, já que precisam ser ratificadas por ulterior sentença de mérito. (C) A compensação, a transação, a remissão, a prescrição, a decadência e a conversão de depósito em renda figuram, nos termos do Código Tributário Nacional (CTN), como modalidades de exclusão do crédito tributário. (D) O pagamento, a isenção e a anistia são modalidades de extinção do crédito tributário. (E) A exclusão do crédito tributário não dispensa, em rigor, o cumprimento das obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.

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QUESTÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL JORGE LUÍS GIRÃO BARRETO

QUESTÃO 36. A alteração do pedido ou da causa de pedir em ações reguladas pelo Código de Processo Civil, após citado o réu: (A) não é possível em qualquer hipótese, em face do princípio da estabilização da relação processual; (B) pode ser feita com o consentimento do réu, até o saneamento do processo; (C) pode ser feita com o consentimento do réu, enquanto não proferida a sentença; (D) pode ser feita livremente pelo juiz, em qualquer estado do processo, desde que por decisão fundamentada. (E) todas as alternativas estão incorretas QUESTÃO 37. O instituto da antecipação da tutela, acolhido no art. 273 do Código de Processo Civil, dá prevalência ao princípio (A) da instrumentalidade da forma (B) da verdade material (C) da efetividade da jurisdição (D) do impulso oficial (E) da economia processual QUESTÃO 38. A confissão e o reconhecimento do pedido são dois institutos que se: (A) confundem e não vinculam o juiz que é livre para decidir sobre o fato, desde que exponha os motivos com clareza e precisão. (B) diferenciam entre si, sendo a confissão ato exclusivo do autor e enquanto o reconhecimento do pedido só pode partir do réu, autorizando sempre o encerramento do feito. (C) diferenciam entre si, podendo a confissão constituir tanto ato do réu quanto ato do autor e enquanto o reconhecimento do pedido só pode partir do réu, autorizando sempre o encerramento do feito. (D) confundem e vinculam o juiz, que não é livre para decidir o fato, desde que exponha os motivos com clareza e precisão. (E) confundem, sendo a sentença, quer no caso de reconhecimento do pedido quer na situação de confissão, meramente homologatória da vontade das partes. QUESTÃO 39. O autor alega na petição inicial um fato como sendo constitutivo de seu direito e o réu na contestação expressamente o admite como verdadeiro , mas opõe outro fato impeditivo do direito do autor. Este, por sua vez, em réplica, afirma que esse fato não existe. Intimadas para especificar as provas que pretendiam produzir, as partes nada requerem no âmbito da audiência de conciliação. (A) O juiz profere sentença de improcedência, porquanto o autor deixou de indicar os meios para provar a inexistência do fato impeditivo de seu direito. (B) O juiz julga o autor carecedor da ação por falta de interesse processual. (C) O Juiz profere sentença de precedência, porquanto o réu deixou de indicar os meios para provar a existência do fato impeditivo do direito do autor. (D) O juiz escusa-se de decidir por conta do estado dubidativo quanto ao fato controverso, determinando remessa dos autos para arquivo onde devem aguardar provocações das partes. (E) o juiz profere sentença de extinção do processo sem resolução do mérito, porquanto a inércia das partes em produzir provas deve ser entendida como falta de interesse processual.

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QUESTÃO 40. A sentença: (A) produz o efeito de coisa julgada quanto à sua motivação; (B) que julgar procedente a ação que tenha por objeto o cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer, pode, desde que requerido pelo autor, impor multa diária ao réu, se for suficiente ou compatível com a obrigação; (C) após publicada, pode ser alterada por meio de embargos de declaração, se nela houver dúvida; (D) citra petita, que rejeita o pedido principal, sem apreciar o subsidiário ou sucessivo, é nula. (E) será ulta petita, quando o juiz condenar o réu a pagar honorários advocatícios, no caso de procedência integral, quando o autor não requereu essa condenação.