proteção básica da família-pbf_curso completo

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  • 7/23/2019 Proteo bsica da Famlia-PBF_curso completo

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    Coordenao Geral de

    Alimentao e Nutrio

    Ministrio da

    Sade

    Curso de autoaprendizado

    Matriz de Interfaces do Programa Bolsa

    Famlia na Sade

    apostilacompleta

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    Curso de autoaprendizado Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade.Braslia, 2012.

    RealizaoMinistrio da Sade (MS)Coordenao-Geral de Alimentao e Nutrio (CGAN/MS)Organizao Pan-Americana da Sade (OPAS)Observatrio de Polticas de Segurana Alimentar e Nutrio (OPSAN)Universidade de Braslia (UnB)

    OPSANElaborao e RoteirizaoBrbara AlencarMana PereiraNatascha RamosRevisoElisabetta Recine

    OPASRevisoJanine Coutinho

    CGANRevisoAna Maria Cavalcante de LimaMaria da Penha Ferrer de Francesco CamposMaria Queiroz MaiaPatrcia Constante JaimeSimone Costa Guadagnin

    Design InstrucionalMarilda Donatelli

    Reviso de textoConchita Rocha

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    Sumrio

    APRESENTAO 4

    MDULO 1

    A ATENO SADE NO PROGRAMA BOLSA FAMLIA 6

    Contextualizao do Programa Bolsa Famlia no plano das polticas pblicas 7

    O papel do setor Sade no Programa Bolsa Famlia 10

    O impacto do Programa Bolsa Famlia junto s amlias acompanhadas 15

    MDULO 2

    AS INTERFACES DO PROGRAMA BOLSA FAMLIA NA SADE 20

    O processo de construo da Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na sade 20

    Como interpretar a Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade? 24

    Como colocar em prtica a Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade? 30

    MDULO 3

    APLICAES DA MATRIZ DE INTERACES DO PBF NA SADE E PERSPECTIVAS FUTURAS 34

    Caso 01: Planos Operativos de Gesto e da Agenda Qualicada 34

    Caso 02: Estabelecimento de agendas coordenadas: hansenase e tuberculose 40

    Perspectivas uturas da ateno sade no Programa Bolsa Famlia 42

    CONCLUINDO 44

    ATIVIDADE FINAL 46

    GLOSSRIO 50

    LISTA DE SITES 52

    COMENTRIOS DOS EXERCCIOS 54

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    APRESENTAO

    Ol, usurio(a) da RedeNutri!

    Seja muito bem-vindo(a) a este curso sobre a Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famliana Sade! O objetivo apresentar a proposta de planejamento local das aes de sade destinadas s

    amlias inscritas no Programa Bolsa Famlia, utilizando a matriz de interaces construda para o Programa.

    O Programa Bolsa Famlia uma iniciativa do Governo Federal, cujo principal oco a erradicao

    da ome e da pobreza no pas por meio da transerncia direta de renda aos indivduos atendidos pelo

    Programa, e tambm garantir o acesso a direitos sociais bsicos, como Sade, Educao e Assistncia

    Social. Desde sua implantao, o Programa tem tido um impacto sem precedentes na melhoria da renda

    e condies de vida de milhes de amlias. Por esta razo, de extrema relevncia compreender o papel

    do setor Sade junto ao Programa Bolsa Famlia e qualicar a agenda de gesto e ateno para promover

    a realizao progressiva do Direito Humano Sade e Alimentao Adequada das amlias atendidas.

    Dada a dimenso e complexidade do tema, o curso aborda o contedo com um carter

    introdutrio e inormativo, contribuindo para o entendimento acerca da Matriz de Interaces do Programa

    Bolsa Famlia no Sistema nico de Sade. Esta Matriz uma erramenta elaborada para aprimorar as

    aes de sade junto s amlias acompanhadas. Portanto, caber a cada participante aproundar o tema

    posteriormente por meio de leituras complementares, partindo do lugar que ocupa: gesto, ateno,

    academia ou controle social, por exemplo.

    Trata-se de um curso de autoaprendizado distncia, com carga horria aproximada de 30h, o

    qual car disponvel na plataorma ECO-RedeNutri (http://ecos-redenutri.bvs.br) tanto na orma deapresentao on ne quanto em verso para impresso. composto por trs mdulos, com trs unidades

    cada. H exerccios e refexes propostos ao longo das unidades, e ao nal do curso necessrio realizar

    um questionrio avaliativo. O participante que completar todas as atividades do curso e obtiver um

    rendimento de 70%, no mnimo, receber uma declarao de participao.

    Ao longo do texto, so apresentadas palavras ou expresses griadas em negrito preto ou

    negrito laranja. O negrito preto signica que voc poder consultar o signicado ou um comentrio

    sobre a palavra ou expresso no Glossrio, o qual se encontra no nal da apostila. J o negrito laranja

    signica que voc poder acessar um stio eletrnico (se), reerente palavra ou expresso destacada,para aproundar mais o tema. Basta clicar sobre ela, e voc ser redirecionado para uma outra janela. A

    lista de sites para consulta tambm est disponvel no nal da apostila.

    Em termos de contedo, o Mdulo 1 contextualiza o Programa Bolsa Famlia no cenrio das

    polticas pblicas brasileiras, destacando o papel do setor Sade na ateno sade dos usurios inscritos

    no Programa, e os resultados alcanados at o momento. No Mdulo 2, so apresentados o processo de

    construo da Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade e os meios de utiliz-la para

    qualicar a agenda de sade junto ao Programa. E nalmente, no Mdulo 3, so abordados casos bem

    sucedidos para contribuir com a refexo acerca da implementao da Matriz de Interaces do ProgramaBolsa Famlia na Sade em nvel local.

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    5PBF

    Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia (PBF) na Sade

    Unidade TEMTICA/CONTEDOS AVALIAO

    Mdulo 1A ateno sade no Programa

    Bolsa Famlia

    I Contextualizao do PBF no plano daspolticas pblicas.

    ExercciosII O papel do setor Sade no PBF.

    IIIO impacto do PBF junto s amlias acom-panhadas.

    Mdulo 2As interaces do Programa Bolsa

    Famlia na Sade

    I

    O processo de construo da Matriz de

    Interaces do PBF na Sade.

    RefexesII

    Como interpretar a Matriz de Interaces doPBF na Sade?

    IIIComo colocar em prtica a Matriz de Inter-aces do PBF na Sade?

    Mdulo3Aplicaes da Matriz de Interaces

    do PBF na Sade e perspectivasuturas

    ICaso 01: Planos Operativos de gesto e daagenda qualicada.

    Exerccios eQuestionrio

    nal

    IICaso 02: Estabelecimento de agendas co-ordenadas: Hansenase e Tuberculose.

    IIIPerspectivas uturas da ateno sade noPBF.

    Esperamos que este material possa ser til e contribua com o seu olhar crtico e construtivo para o

    processo de melhoria dos servios e aes oerecidos pelo SUS junto ao Programa Bolsa Famlia.

    E lembre-se: to importante quanto conhecer o tema em estudo, tambm o apropriar-se dele e

    contribuir para a construo coletiva de um SUS universal, integral e equnime.

    Desejamos a voc um excelente curso!

    Atenciosamente,

    Equipe RedeNutri

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    6 PBF

    MDULO 1A ateno sade no Programa Bolsa Famlia

    Neste mdulo, o contedo est organizado em trs unidades. Sugere-se que, para a realizao

    de cada unidade, voc disponibilize aproximadamente 40-60 minutos dirios, o que inclui a leitura do

    texto escrito, dos textos sugeridos e a realizao das atividades de refexo e exerccios. Os temas dasunidades so:

    Unidade 1: Contextualizao do Programa Bolsa Famlia no plano das polticas pblicas;

    Unidade 2: O papel do setor Sade no Programa Bolsa Famlia;

    Unidade 3: O impacto do Programa Bolsa Famlia junto s famlias acompanhadas.

    O principal objetivo deste mdulo contextualizar o Programa Bolsa Famlia no plano das polticas

    pblicas brasileiras, apontando os resultados obtidos desde sua implantao e problematizando o papel

    do setor Sade junto ao Programa. Portanto, ao nalizar o Mdulo 1, voc ser capaz de:

    Contextualizar o Programa Bolsa Famlia no panorama das polticas pblicas nacionais e na

    erradicao da misria; Entender o papel do setor Sade no contexto do Programa Bolsa Famlia;

    Descrever os impactos do Programa Bolsa Famlia junto s famlias acompanhadas, os quais

    respaldam a manuteno do Programa na agenda de Sade.

    Lembre-se tambm de acessar as sugestes de leitura e realizar os exerccios propostos. Vamos

    l: organize seus horrios e d incio ao curso conorme sua rotina!

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    7PBF

    Unidade 1Contextualizao do Programa Bolsa Famliano plano das polticas pblicas

    Ao longo das ltimas dcadas, muitas estratgias polticas tm sido adotadas com o objetivo de

    reduzir as desigualdades sociais e de renda em nosso pas. Nesse contexto, oi criado o Programa BolsaFamlia, em 2004, com o objetivo de combater a pobreza e a ome. Nesta unidade, o Programa ser

    contextualizado no mbito das polticas pblicas brasileiras, e voc compreender melhor como ocorreu

    esse processo.

    1. A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL E OS PROGRAMAS DE TRANSFERNCIA DE RENDA

    A desigualdade econmica e social, produzida por um conjunto de relaes que levam

    explorao do trabalho e concentrao da riqueza nas mos de poucos, acontece em praticamente

    todos os pases do mundo.

    No Brasil, a desigualdade aspecto marcante na histria e tem razes em nosso processo decolonizao. A origem da pobreza nacional no est na alta de recursos, e sim, na m distribuio

    daqueles existentes1.

    Contudo, de acordo com o IBGE2, alguns indicadores de qualidade de vida dos brasileirosvm melhorando nas ltimas dcadas, como a reduo das taxas de mortalidade inantil, aumento da

    expectativa de vida, entre outros.

    Voc deve estar se perguntando:

    A que se deve essa mehoa nos ndcadoes socas baseos?

    Desde o processo de redemocratizao no Brasil, o combate pobreza tem ocupado, de dierentes

    maneiras, espao na agenda de debates. Por exemplo: o enrentamento da pobreza e o combate a suas

    causas - buscando a promoo e a integrao social de todas as parcelas da populao nacional - oram

    estabelecidos como competncia comum da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios na Constituio

    de 19883.

    Eno, po que anda muas pessoas eso em suao de vuneabdade soca no Bas?

    Apesar de a Constituio Federal estabelecer que devam ser realizadas aes para reduzir a

    desigualdade e a pobreza no Brasil, essa situao ainda persiste. Cabe ressaltar, entretanto, que vrias

    estratgias j oram adotadas para reduo das desigualdades nos ltimos anos. No campo das polticas

    de combate pobreza, programas de transerncia de renda tm sido implantados desde a dcada de 90.

    A primeira experincia em nvel nacional de implantao de um programa de transerncia de

    renda oi o Programa Bolsa Escola, criado em 1995, no Distrito Federal. Tinha o objetivo de combatera pobreza, principalmente por meio da eliminao do trabalho inantil e do aumento do nvel de

    escolaridade de crianas e adolescentes4.

    Esta experincia oi posteriormente implantada, a partir de 2001, em nvel nacional, ampliando

    o oco de atendimento para dierentes situaes de vulnerabilidade social. Como exemplos, podem-se

    citar: o Programa de Erradicao do Trabalho Inantil (PETI), o Programa Agente Jovem e o ProgramaBolsa Alimentao.

    http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/petihttp://www.mds.gov.br/programabolsafamilia/cadastro_unico/projeto-agente-jovem/http://www.mds.gov.br/programabolsafamilia/cadastro_unico/projeto-agente-jovem/http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/peti
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    8 PBF

    Os programas consistiam na complementao de renda das amlias que atendiam a determinados

    critrios. Em contrapartida, essas mesmas amlias assumiam compromissos no momento de adeso ao

    Programa, tais como: requncia escolar mnima das crianas atendidas e a participao em determinadas

    aes de sade pblica.

    Em 2003, com o lanamento da Estratgia Fome Zero, iniciou-se um processo de unicao dosprogramas Bolsa Alimentao, Bolsa Escola, Auxlio-Gs e Carto Alimentao, que dariam origem ao

    que hoje conhecemos como Programa Bolsa Famlia5

    .

    2. O PROGRAMA BOLSA FAMLIA

    Criado em 2004 pela Lei n 10.836, o Programa Bolsa Famlia (PBF) est vinculado ao Ministriodo Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) e uma das prioridades do Governo Federal para

    a rea social. O Programa integra o Plano Brasil Sem Misria (BSM) e tem como oco de atuao 16milhes de brasileiros com renda per capita inerior a R$70 reais.

    Atualmente, so atendidas pelo Programa aproximadamente 13 milhes de amlias, as quais, para

    receberem a transerncia de renda mensalmente, devem estar inscritas no Cadastro nico e assumir os

    compromissos previstos entre as condicionalidades do Programa, as quais incluem as reas da Sade,

    Educao e Assistncia Social.

    Box 01. Saiba Mais: Condicionalidades do PBF6

    Condicionalidades so os compromissos assumidos, tanto pelas amlias inscritas no PBF, quanto pelo Poder

    Pblico, para ampliar o acesso dessas amlias a seus direitos sociais bsicos. As amlias devem assumir e cumprir

    esses compromissos para continuarem no PBF, e o Poder Pblico deve se responsabilizar pela oerta dos servios

    pblicos de sade, educao e assistncia social.

    Na rea da Sade, as amlias devem cumprir o calendrio vacinal e o acompanhamento do crescimento e

    desenvolvimento das crianas menores de 7 anos; e as mulheres na faixa de 14 a 44 anos* que estiverem gestantesou nutrizes devem realizar o pr-natal e o acompanhamento da sua sade e do beb.

    Na rea da Educao, todas as crianas e adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar matriculados na escola

    e ter requncia escolar mensal mnima de 85% da carga horria. J os estudantes entre 16 e 17 anos devem ter

    requncia de, no mnimo, 75%.

    Na rea da Assistncia Social, crianas e adolescentes, com at 15 anos, em risco ou retiradas do trabalho

    inantil pelo Programa de Erradicao do Trabalho Inantil (PETI) devem participar dos Servios de Convivncia e

    Fortalecimento de Vnculos (SCFV) do PETI, e obter requncia mnima de 85% da carga horria mensal.

    O Poder Pblico deve azer o acompanhamento gerencial dessas condicionalidades, identicando os

    motivos do no cumprimento por parte das amlias. A partir da, so implementadas aes de acompanhamento

    das amlias em descumprimento.

    O PBF tem como objetivos (1) promover o acesso a uma rede de servios pblicos relacionados

    s condicionalidades do Programa; (2) combater a fome, objetivando o alvio imediato de famlias em

    situao de vulnerabilidade; (3) combater a pobreza e alcanar a Segurana Alimentar e Nutricional (SAN)da populao; (4) estimular a emancipao das famlias que vivem em situao de pobreza e extrema

    pobreza; e (5) promover a intersetorialidade de aes sociais do poder pblico.

    * A partir da 2 vigncia de 2012, foram disponibilizadas no Sistema de Gesto do PBF na Sade tambm as mulheres com idade entre 7 e 13 anos e acima de 44 anos. Estamedida tem como objetivo possibilitar que essas mulheres, ao se tornarem gestantes, sejam elegveis ao Benecio Varivel Gestante (BVG). Este benecio integra o conjuntode benecios variveis do PBF e pago pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome s amlias benecirias que tenham gestantes em sua composio.Para tornar a beneciria elegvel ao recebimento do BVG, necessrio que o servio de sade municipal indique a situao gestacional no reerido Sistema. Entretanto, opblico de acompanhamento obrigatrio permanece as mulheres entre 14 e 44 anos e crianas menores de 7 anos.

    http://www.fomezero.gov.br/http://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/bolsafamilia/leis/2004/Lei%2010836.pdf/viewhttp://www.brasilsemmiseria.gov.br/conheca-o-plano/http://www.brasilsemmiseria.gov.br/conheca-o-plano/http://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/bolsafamilia/leis/2004/Lei%2010836.pdf/viewhttp://www.fomezero.gov.br/
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    9PBF

    Figura 1. Objetivos a serem alcanados pelo Programa Bolsa Famlia.

    Com esses objetivos, e a articulao de trs dimenses essenciais, o PBF congura-se como

    estratgia que estabelece as condies bsicas para a superao da pobreza. Estas dimenses so:

    (1) promoo do alvio imediato da pobreza, por meio da transferncia direta de renda; (2) reforo ao

    exerccio de direitos sociais bsicos nas reas da Sade, da Educao, e da Assistncia Social, por meio do

    cumprimento das condicionalidades listadas acima; e (3) coordenao de programas complementares,

    como, por exemplo, programas de gerao de trabalho e renda, alabetizao de adultos, de ornecimentode registro civil e demais documentos.

    Figura 2. Dimenses de interveno social para superao da pobreza.

    PArA rElEtir...

    Quas os mpacos do PB que voc denca na sua comundade?

    Voc consdea o PB uma poca pbca necessa eadade basea? Po qu?

    PBF

    Acessoa

    serviospblicos

    Alvio

    imediatodafome

    Garan:ada

    SAN

    Combate

    pobreza

    Emanciapao

    social

    Intersetoria

    lidadedeaes

    Transferncia

    derenda

    DireitosHumanosesociais

    Programascomplementares

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    UNIDADE 2O papel do setor Sade no Programa Bolsa Famlia

    No mbito do PBF, conorme oi demonstrado no Box 01 (pgina 8), as amlias acompanhadas

    devem cumprir condicionalidades nas reas da Sade, Educao e Assistncia Social, de modo que possam

    eetivamente receber o valor a ser repassado pelo Programa e ter acesso garantido aos equipamentospblicos bsicos, como escola e s unidades de sade.

    O acompanhamento da sade dos indivduos inscritos no PBF pelas equipes da ateno bsica

    sade oi consensuado por meio do Pacto pela Vida, em 2006. Neste dispositivo legal, oi reconhecido,por gestores municipais e estaduais, o papel do setor Sade na melhoria da qualidade de vida e de sade

    das amlias inscritas no Programa7.

    Durante o perodo de acompanhamento (ou vigncia) - que o total de meses que compreende

    o incio e o trmino de cada ciclo de acompanhamento das condicionalidades - o setor Sade deve azer

    a busca ativa das amlias em situao de vulnerabilidade social, garantir a elas o acesso aos servios

    de sade e monitorar o cumprimento das condicionalidades exigidas8. Para a rea da Sade, h dois

    perodos de acompanhamento ao longo do ano, compostos cada um por um semestre. Em 2012, por

    exemplo, o ministrio da sade e o mds acordaram o seguinte calendrio:

    Tabela 2. Perodos de vigncia do Programa Bolsa Famlia para o ano de 2012.

    Perodo de ReernciaColeta

    Incio Fim

    1 vigncia 06/02/2012 29/06/2012

    2 vigncia 06/08/2012 28/12/2012

    Fonte: MDS (www.mds.gov.br)

    1. O PAPEL DO SETOR SADE JUNTO AO PBF

    Para que seja possvel o alcance das condicionalidades de sade, imprescindvel que os gestores

    e equipes inormem amlia sobre o papel da Sade no cumprimento das aes, e que deixem a amlia

    ciente de suas prprias responsabilidades na melhoria de suas condies de sade e nutrio 8.

    Box 2. Competncias do setor Sade no mbito da gesto do Programa Bolsa Famlia (Brasil 7, 9, 10)

    Competncia das Secretarias Municipais de Sade

    I - indicar um responsvel tcnico - prossional de sade - para coordenar o acompanhamento das amlias do PBF,no mbito da sade, sendo recomendado, preferencialmente, um nutricionista;

    II - participar da coordenao intersetorial do Programa no mbito municipal;

    III - implantar a Vigilncia Alimentar e Nutricional, que prover as informaes sobre o acompanhamento das famlias do PBF;

    IV - coordenar o processo de insero e atualizao das inormaes de acompanhamento das amlias do PBF nos

    aplicativos da Vigilncia Alimentar e Nutricional;

    V - prover as aes bsicas de sade;

    VI - estimular e mobilizar as famlias para o cumprimento das condicionalidades de sade;

    VII - promover as atividades educativas sobre aleitamento materno e alimentao saudvel;

    VIII - capacitar as equipes de sade para o acompanhamento de gestantes, nutrizes e crianas das famlias do PBF;

    IX - prover, semestralmente, o acompanhamento das famlias atendidas pelo PBF;X - Inormar ao rgo municipal responsvel pelo Cadastramento nico qualquer alterao identicada sobre os

    dados cadastrais das amlias beneciadas pelo Programa.

    http://www.saude.caop.mp.pr.gov.br/arquivos/File/volume1.pdfhttp://www.saude.caop.mp.pr.gov.br/arquivos/File/volume1.pdf
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    11PBF

    Criana7anos

    VacinaoCrescimentoDesenvolvimentoOrientaoalimentar

    Mulheresde14a44anos

    Gestante:pr-natal.Nutriz:acompanhamentome/bebOrientaoalimentar

    Competncia das Secretarias Estaduais de Sade

    I - indicar um responsvel tcnico - prossional de sade - para coordenar o acompanhamento das amlias inscritas

    no PBF no mbito da Sade, sendo recomendado, preferencialmente, um nutricionista;

    II - participar da instncia de gesto intersetorial do PBF, no mbito estadual;

    III - divulgar as normas sobre o acompanhamento das amlias pelo setor pblico de sade aos municpios, em

    conformidade com as diretrizes tcnicas e operacionais do Ministrio da Sade;

    IV - apoiar, tecnicamente, os municpios na implantao da Vigilncia Alimentar e Nutricional, com vistas aoacompanhamento das famlias do PBF;

    V - apoiar tecnicamente os municpios na implementao das aes bsicas de sade;

    VI - coordenar e supervisionar, em mbito estadual, a implantao da Vigilncia Alimentar e Nutricional, com vistas ao

    acompanhamento das famlias do Programa;

    VII - analisar os dados consolidados de acompanhamento das amlias do PBF gerados pelos municpios, visando

    constituir diagnstico para subsidiar a poltica estadual de sade e de segurana alimentar e nutricional.

    Competncia do Ministrio da Sade

    I estabelecer e divulgar aos Estados e Municpios diretrizes tcnicas;

    II manter em funcionamento os aplicativos do Sistema de Informao;

    III - realizar capacitao;IV analisar os dados consolidados do Programa.

    Assim, as amlias inscritas no PBF que possuem crianas de 0 a 7 anos e/ou mulheres gestantes/

    nutrizes de 14 a 44 anos de idade devem ser acompanhadas por uma equipe da ateno bsica.

    Relembrando, entre as condicionalidades exigidas, esto:

    Figura 3. Condicionalidades de sade a serem monitoradas pelo Programa Bolsa Famlia.

    Na ateno bsica, as equipes envolvidas na oerta de aes relativas s condicionalidades so as

    equipes de Sade da Famlia, os Ncleos de Apoio Sade da Famlia (NASF) e as equipes de Unidade

    Bsica de Sade. Contudo, estas equipes devem estar ortemente apoiadas pelos agentes do Programa

    de Agentes Comunitrios de Sade (PACS), que so os prossionais que conhecem e lidam diariamente

    com a realidade de sade e nutrio das amlias de um determinado territrio7.

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacs01.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacs01.pdf
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    12 PBF

    2. A EQUIPE DE SADE EM PRTICA

    Vejamos um exemplo de um processo de acompanhamento e oerta de aes de sade no mbito

    das amlias atendidas pelo PBF.

    A primeira ao a de identicao. Entre as amlias inscritas no Programa, necessrio identicar

    as mulheres no momento em que elas engravidam. A partir da, cabe equipe de sade propiciar os

    devidos encaminhamentos para que essa gestante inicie o pr-natal o mais breve possvel e realize o

    acompanhamento mensalmente, at o momento do parto. Recomendam-se, no mnimo, seis consultaspr-natais, divididas da orma demonstrada na gura 4 abaixo:

    Figura 4. Recomendao de quantidade de consultas pr-natais, segundo idade gestacional8.

    Fonte: Brasil7.

    Durante a gestao, a mulher deve ter seu estado nutricional avaliado (peso, altura, IMC e consumoalimentar). Independentemente do diagnstico obtido (baixo peso, eutroa, sobrepeso ou obesidade), a

    gestante deve ser orientada quanto importncia de se adotar hbitos saudveis, incluindo alimentao

    saudvel, e tambm ser incentivada a amamentar seu lho11.

    importante ressaltar que a presena do nutricionista na equipe recomendada. Porm, no

    cabe somente a este prossional orientar sobre alimentao saudvel. Assim, essa uma uno que

    deve ser compartilhada entre nutricionista e os demais prossionais da equipe.

    Antes de proceder orientao alimentar propriamente dita, a equipe de sade deve identicar

    se a amlia tem ou no acesso a alimentos bsicos, seguros e de qualidade, em quantidade suciente,

    atendendo aos requisitos nutricionais, de modo permanente e sem comprometer outras necessidadesessenciais7. Com base neste diagnstico inicial, recomenda-se a realizao de atividades educativas sobre

    alimentao, segundo os Dez Passos para Alimentao Saudvel, e que valorizem a cultura alimentarda amlia qual essa gestante pertence.

    Quando nalmente a gestante d luz, a equipe de sade tem como responsabilidade

    assegurar o retorno para a consulta aps o parto. Neste momento, deve ser ortalecida a importncia da

    amamentao e da alimentao saudvel, e tambm devem ser investigados aspectos relacionados ao

    ps-parto, exemplicados na gura 5 a seguir.

    Figura 5. Exemplos de atores que devemser investigados pela equipe de sade no retorno ps-parto.

    Entreo1eo

    3ms

    Entreo3eo

    6ms

    Entreo6at

    ol8moms

    PBF

    Acesso a

    serviospblicos

    Alvioimediatoda fome

    Garantiada SAN

    Combate

    pobreza

    Emanci-pao

    social

    Interse-torialidadede aes

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    13PBF

    Para uma adequada orientao alimentar junto a essa nutriz, preconiza-se a realizao de atividades

    educativas sobre alimentao saudvel, incluindo e reorando temas importantes para a me e o beb,

    tais como dez passos para alimentao saudvel para perda de peso ps-parto, amamentao exclusiva

    at o sexto ms, tabus sobre alimentao durante o aleitamento, introduo oportuna de alimentao

    complementar a partir do sexto ms, entre outros temas que possam ser levantados pela me. Novamente,

    a atuao compartilhada entre nutricionista e demais prossionais dever ser considerada.

    Alm de orientar a me acerca dos prprios hbitos alimentares e os do lho, a equipe de sadetambm dever proporcionar o devido monitoramento do crescimento e desenvolvimento da criana.

    O PBF dene que sejam acompanhadas crianas at 7 anos de idade. Contudo, obrigao da equipe

    acompanh-la at a vida adulta ou enquanto residir no territrio de atuao da equipe.

    Acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criana atendida pelo Programa signica

    vericar seu peso e sua altura, ao longo dos anos. Por meio da insero destes dados nos grcos presentes

    na Caderneta da Criana (Peso por Idade, Altura por Idade, IMC por Idade), a equipe de sade ser capaz

    de avaliar o estado nutricional dela. Caso o diagnstico revele um estado nutricional adequado (eutroa),

    a me ou o responsvel pela criana deve ser orientado quanto a hbitos e alimentao saudveis.

    Todavia, caso o diagnstico revele algum risco nutricional, essa criana dever ser encaminhada a um

    nutricionista, mdico ou enermeiro, para que as medidas cabveis possam ser adotadas11.Alm do crescimento e do desenvolvimento, tambm uno da equipe de sade garantir o

    cumprimento do calendrio vacinal da criana. Sempre que houver uma vacina pendente, a equipe

    dever encaminhar a criana para a unidade bsica de sade mais prxima para solucionar o problema.

    Este o acompanhamento eito pelo setor Sade em condies ideais. Como a prtica no refete

    totalmente a teoria, as equipes bsicas de sade devem organizar sua rotina de trabalho, conorme

    sua realidade local, para azer o devido acompanhamento das condicionalidades de sade das amlias

    atendidas pelo PBF.

    Todos os dados coletados, que sejam reerentes s condicionalidades de sade dos indivduos

    inscritos no PBF, devem ser registrados pelos agentes comunitrios de sade em ormulrios prpriosdo Programa, chamados de Mapas de Acompanhamento. Posteriormente, estes ormulrios devem

    ser inseridos, ao menos uma vez a cada vigncia, no Sistema de Gesto do Programa Bolsa Famliana Sade.

    Cabe lembrar que os dados inseridos no Sistema de Gesto do PBF na Sade que dizem respeito

    ao estado nutricional das pessoas atendidas pelo PBF so automaticamente enviados para o Sistema deVigilncia Alimentar e Nutricional Web (SISVAN WEB) ao nal de cada vigncia.

    Box 3. Os sistemas de inormao em sade do Programa Bolsa Famlia.

    O Sistema de Gesto do PBF na Sade um sistema de inormao utilizado para coletar, armazenar e

    sistematizar dados provenientes dos indivduos contemplados pelo PBF e que tenham perl sade. Os dados reerem-

    se a endereo, nome, peso, altura, vacinas, consultas de pr-natal, etc. J o SISVAN- WEB, assim como o Sistema de

    Gesto do PBF na Sade, tambm um sistema de inormao utilizado para a programao de aes na ateno

    bsica e permite a vigilncia alimentar e nutricional no s da populao atendida pelo PBF, como tambm de toda

    a populao.

    A dierena entre eles que o SISVAN WEB utilizado para a vigilncia alimentar e nutricional de TODOS os

    usurios atendidos pela ateno bsica, e no somente aqueles inscritos no PBF. Engloba dados antropomtricos e

    de consumo alimentar, os quais podem ser inseridos com periodicidade inerior a seis meses, ao contrrio do Sistema

    de Gesto do PBF na Sade.Os dados presentes no Sistema de Gesto do PBF na Sade que se reerem antropometria das pessoas

    acompanhadas pelo Programa so exportados automaticamente, ao nal de cada vigncia, para o SISVAN WEB.

    ftp://ftp.datasus.gov.br/ftpbolsa/download/NOVIDADES_SISTEMA_1_vigencia_2012.pdfftp://ftp.datasus.gov.br/ftpbolsa/download/NOVIDADES_SISTEMA_1_vigencia_2012.pdfhttp://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=sistemas_informatizadohttp://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=sistemas_informatizadohttp://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=sistemas_informatizadohttp://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=sistemas_informatizadoftp://ftp.datasus.gov.br/ftpbolsa/download/NOVIDADES_SISTEMA_1_vigencia_2012.pdfftp://ftp.datasus.gov.br/ftpbolsa/download/NOVIDADES_SISTEMA_1_vigencia_2012.pdf
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    14 PBF

    Para entender melhor sobre o SISVAN-WEB, obter relatrios sobre o estado nutricional dos indivduos atendidos

    pelo Programa do seu municpio ou estado, acesse http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=sistemas_

    inormatizado. Em seguida, no nal da pgina, clique em SISVAN-WEB - Gerenciador de Relatrios. Para conhecer

    o SIGPBF e as alteraes feitas recentemente para melhor atender aos municpios a partir da 1 vigncia de 2012,

    acesse: tp://tp.datasus.gov.br/tpbolsa/download/NOVIDADES_SISTEMA_1_vigencia_2012.pd

    Boa leitura!

    PARA EXERCITAR: ATIVIDADE 01.

    O reconhecimento do setor Sade como um dos responsveis pelo acompanhamento das

    condicionalidades do PBF um passo importante para se concretizar o Direito Humano Sade das

    amlias atendidas pelo Programa. Por esta razo, cabe s equipes de sade oerecer e acompanhar asaes de sade, por meio da ateno bsica, principalmente. Considerando o contedo da Unidade 2 e

    o trecho acima, complete as rases abaixo com as expresses mais adequadas.

    a. Durante o perodo de acompanhamento ou perodo de vigncia, o setor Sade deve ___________

    ______________________________________________________________________________

    das famlias em situao de vulnerabilidade social; garantir a elas o acesso aos servios de sade e

    monitorar o cumprimento das condicionalidades do PBF. (AGUARDAR A DEMANDA ESPONTNEA, FAZER

    A BUSCA ATIVA, FAZER A SENSIBILIZAO)

    b.Para que seja possvel o alcance das condicionalidades de sade, imprescindvel que as equipes e

    as amlias atendidas estejam cientes de ________________________________________________

    no cumprimento das aes e na melhoria das condies de sade e nutrio. (SEUS DOCUMENTOS, SUAS

    RESPONSABILIDADES).

    c. responsabilidade do setor Sade, por meio da ateno bsica acompanhar as condicionalidades de

    sade. O _______________________________________________________________tem um

    papel estratgico neste processo, pois lida diretamente com a realidade das amlias acompanhadas.

    (MDICO, NUTRICIONISTA, AGENTE COMUNITRIO DE SADE).

    d. A orientao alimentar deve ser eita para todos os indivduos inscritos no Programa, independentemente

    do diagnstico nutricional. Portanto, cabe ao (a) ________________________________________

    azer tais orientaes. (NUTRICIONISTA, AGENTE COMUNITRIO, TODA A EQUIPE).

    Nota: Os comentrios reerentes aos itens da atividade 01 esto ao fnal da apostila.

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    15PBF

    UNIDADE 3O impacto do Programa Bolsa Famlia junto

    s amlias acompanhadas

    A gerao de impactos sociais de um programa com as caractersticas do PBF infuenciada peloator temporal. Isso porque surgem no apenas os resultados de curto prazo, mas tambm outros que

    iro gerar, em mdio e longo prazo, impactos sociais signicativos12. A lgica de gerao de impactos

    sociais previstos para um programa de transerncia de renda, como o PBF, est exposta na gura 6

    abaixo.

    Figura 6. Lgica temporal dos impactos potenciais de programas de transerncia de renda na vida das amlias atendidas12.

    Em um tempo 1 (t1), a curto prazo, algumas transormaes no padro alimentar das amlias

    atendidas ocorrem e podem ser acilmente percebidas, j que houve o aumento na renda destas pessoas

    por meio do recurso transerido. Sabe-se que a maior parte da renda transerida utilizada na compra de

    alimentos, o que gera um aumento da segurana alimentar e nutricional das amlias12.

    Em mdio prazo (tempo t2), as condicionalidades avorecem mudanas mais proundas naperspectiva de nutrio e de sade assim como na educao, pois exigiro do Estado a garantia

    do acesso a esses e outros servios pblicos bsicos. Por parte do Estado, deve-se prever no apenas a

    ampliao da oerta de servios, mas tambm sua qualicao.

    Integrados transerncia de renda, juntamente com as condicionalidades e intervenes

    especcas, os servios socioassistenciais em longo prazo (t3) permitem aos inscritos no programa

    acessarem oportunidades de incluso no mercado de trabalho (t4). Com isso, a consolidao do programa

    em t4 possibilita a interrupo da transerncia de renda e a melhoria da situao social, combatendo

    assim a pobreza e sua transmisso intergeracional12.

    Numa busca incessante para se atingir o tempo t4, vrios avanos oram eitos no delineamento do

    PBF ao longo de sua implementao, e diversos so os estudos realizados que comprovam os impactos

    na reduo da desigualdade social e pobreza no pas, assim como a melhoria nos padres alimentares,

    na sade e na educao das pessoas atendidas12.

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    1. IMPACTOS NA SADE

    Com a intensicao do acompanhamento das condicionalidades por parte das equipes de sade,

    e o maior acesso aos servios, vrios estudos indicaram impactos positivos signicativos na sade das

    amlias atendidas pelo PBF13. A gura 7 abaixo descreve alguns dos impactos que oram encontrados na

    sade das famlias, segundo a Avaliao de Impacto do Programa Bolsa Famlia 2 rodada14:

    Figura 7. Exemplos de impactos gerados na sade da populao acompanhada pelo Programa Bolsa Famlia,

    segundo a Avaliao de Impacto do Programa Bolsa Famlia - 2 rodada14.

    91%dosfilhosdasmulheresacompanhadasnasceramatermo,contra88%dodasmulheresnoacompanhadas.

    Somente8%dosrecm-nascidos=nhambaixopesoaonascer.

    95%dascrianassoamamentadas.Aproporodecrianasacompanhadasemaleitamentoexclusivoato6ms61%,contra53%dasnoacompanhadas.

    SadeInfan*l

    Desnutriocrnicaentrecrianasdiminuiude15%para10%entre2005e2009.

    Noforamencontradosimpactossignifica=vosdoPBFsobreadesnutriomoderdadaeobaixopeso.Entretanto,efeitoposi=vofoiverificadoemrelaodesnutrioagudaeaondicedeMassaCorporal.

    Antropometria

    Proporodecrianascomat6anosdeidadequenuncarecebeunenhuma

    vacinacaiude21%para18%entre2005e2009

    Emgeral,acoberturavacinaltemsidomaiorentreascrianasdefamlias

    tularesdedireitodoPBFenaregioNordestedopas

    ImpactoposivodoPBFobservadoprincipalmentenosndicesdevacinao

    (DTPecontrapoliomielite)

    Vacinao

    AsgestantesacompanhadaspeloPBFapresentaram1,6visitadepr-natalamaisdoqueasnoacompanhadas

    OpercentualdemulheresbeneficiriasdoPBFquenoestavarecebendocuidadospr-nataiscaiude19%para5%

    Cuidadospr-natais

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    17PBF

    2. IMPACTOS NA ALIMENTAO E NUTRIO

    J est mais do que comprovado que a renda transerida para as amlias do PBF utilizada em sua

    maior parcela para a compra de alimentos. Segundo Maia15, entre os anos de 2005 e 2006, um ano aps

    sua implantao, houve uma melhora na condio de vida da populao mais pobre do pas devido ao

    acrscimo da renda dos benecirios, o que permitiu o aumento dos nveis de consumo de alimentos.

    Os estudos realizados por Duarte et al.16 conrmaram o impacto da transerncia de renda do PBF

    sobre os gastos com alimentos de amlias rurais. Vericou-se que 88% da renda recebida pelas amliasera gasta com alimentos. Desta orma, possvel inerir um impacto positivo direto na qualidade da

    alimentao das amlias atendidas pelo PBF, pois aumentou-se a possibilidade de ampliar o leque de

    alimentos presentes em sua alimentao.

    Dentre os alimentos que tiveram o aumento em seu consumo, esto aqueles pertencentes ao

    grupo dos cereais, os eijes e as gorduras17. Isso nos az pensar que essas amlias, antes de ingressar

    no Programa, tinham diculdades at para consumir produtos bsicos, como o arroz e o eijo, que so

    itens considerados principais na alimentao do brasileiro. Em relao s verduras e legumes, no h

    evidncias que mostrem um aumento do consumo pelas amlias inscritas no Programa. Porm, pode-se

    armar que a complementao da renda amiliar aumenta as chances desses indivduos inclurem esses

    alimentos em sua alimentao.

    Alm disso, interessante observar a percepo que algumas amlias participantes do PBF tm

    em relao sua prpria alimentao. Em um estudo qualitativo realizado em Curitiba18, os participantes

    caracterizaram sua alimentao como pouco variada e relataram sua preocupao com a ome e a

    disponibilidade de alimentos, sinalizando a insegurana alimentar ainda presente.

    Ainda segundo estes autores, enquanto algumas amlias percebem a qualidade da sua alimentao

    como inadequada ou incorreta devido a vrios motivos, como a alta do consumo de rutas e hortalias,

    por serem considerados alimentos de alto custo, outras amlias reerem-se sua alimentao como boa.

    Estes resultados sugerem que h possveis dierenas no entendimento do que alimentao saudvel,

    mas tambm podem indicar a avaliao de melhoria relativa, considerando uma situao anterior deprivao. Neste cenrio, a educao alimentar e nutricional pode contribuir para a melhoria real da

    qualidade da alimentao destas amlias.

    Ao se tratar do eeito que o PBF tem sobre a segurana alimentar, j possvel identicar eeitos

    positivos crescentes e estatisticamente signicativos. Segundo estudo de Camelo, Tavares e Saiani19,

    o ato de estar sendo acompanhado pelo Programa eleva em 7,4 pontos percentuais a probabilidade

    de um domiclio estar na condio de segurana alimentar. Os autores tambm estimam que, uma vez

    includa no Programa, aumenta-se em torno de 11 pontos percentuais as chances de uma amlia deixar

    a condio de insegurana alimentar leve e alcanar a condio de segurana.

    Com estes poucos exemplos, indica-se a importncia do setor Sade na oerta das aes e serviosvoltados para garantir o Direito Humano Sade e Alimentao Adequada para as amlias do PBF.

    Por esta razo, a ampliao e qualicao dos servios e aes de sade estratgia undamental para

    avanar na incluso social dessas amlias.

    Visando qualicao de tais aes junto ao PBF, a Coordenao-Geral de Alimentao e

    Nutrio (CGAN) do Ministrio da Sade elaborou um novo instrumento para qualicar a gesto e o

    acompanhamento das condicionalidades de sade do Programa: a Matriz de Interaces do Programa

    Bolsa Famlia na Sade. Este instrumento resultado de discusses intensas da CGAN com outras reas

    tcnicas do Ministrio da Sade cujas aes dialogam com a agenda de sade do PBF. Iremos apresent-

    la adiante.

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    18 PBF

    PARA EXERCITAR: ATIVIDADE 2

    A ltima avaliao ocial do Programa Bolsa Famlia constatou um conjunto de impactos positivos

    e signicativos na sade das amlias atendidas. So resultados decorrentes dos avanos estruturais do

    Programa e do alcance de certo nvel de amadurecimento, tanto por parte do Governo (que intensicou o

    acompanhamento das condicionalidades), quanto por parte da populao atendida (que compreendeu

    melhor seus direitos e deveres). Diante disso, assinale as alternativas como verdadeiras (V) ou alsas (F),considerando os impactos encontrados no Programa.

    a. ( ) De acordo com a Avaliao de Impacto do Programa Bolsa Famlia, somente 8% dos recm-

    nascidos tinham baixo peso ao nascer.

    b. ( ) No oi encontrado nenhum impacto signicativo do PBF sobre a desnutrio.

    c. ( ) A proporo de crianas acompanhadas em aleitamento exclusivo at o 6 ms maior que de

    crianas no acompanhadas.

    d. ( ) Apesar dos vrios impactos notados na sade das amlias acompanhadas pelo PBF, o percentual

    de mulheres inscritas no Programa que no estava recebendo cuidados pr-natais dobrou de valor.

    e. ( ) O aumento da renda das amlias inscritas no PBF teve um impacto direto na qualidade de sua

    alimentao, pois passaram a consumir uma maior quantidade de rutas, verduras e legumes.

    . ( ) Apesar de ter avanos signicativos nas reas de Alimentao e Nutrio, Sade e Desenvolvimento

    Social, o Programa no mostrou nenhum avano na rea de Educao.

    Os comentrios reerentes aos itens da atividade 02 esto ao fnal da apostila.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. BARROS, R.P.; HENRIQUES, R.; MENDONA, R. A estabilidade inaceitvel: desigualdade e pobreza

    no Brasil. Texto para discusso. Nmero 800. Instituto de Pesquisa Econmica e Aplicada IPEA; Rio de

    Janeiro, 2001.

    2. IBGE.Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica. Indicadores Sociais Municipais: uma anlise dosresultados do universo do Censo Demogrfco 2010. Estudos e pesquisas. Inormao Demogrca e

    Scioeconmica, nmero 28. Rio de Janeiro, 2011.

    3. BRASIL. Presidncia da Repblica. Casa Civil. Subchea para Assuntos Jurdicos. Constituio da

    Repblica Federativa do Brasil de 1988. Braslia, 1989.

    4. SENNA, M.C.M.; BURLANDY, L.; MONNERA, G.L.; SCHOTTZ, V.; MAGALHES, R. Programa Bolsa Famlia:

    nova Institucionalidade no campo da poltica social brasileira? Rev Katal Florianpolis, 2007; 10(1): 86-94.

    5. BRASIL. Presidncia da Repblica. Casa Civil. Subchea para Assuntos Jurdicos. Lei n 10.836. Cria o

    Programa Bolsa Famlia e d outras providncias. Braslia, 09 de janeiro de 2004.6. BRASIL. Ministrio da Sade. Departamento de Ateno Bsica. Coordenao-Geral de Alimentao

    e Nutrio. Curso: Bolsa Famlia na Sade. Apostila. Braslia, 2012. Disponvel em: http://universus.datasus.gov.br/. Acesso em junho de 2012.

    7. BRASIL. Ministrio da Sade. Coordenao Geral de Poltica de Alimentao e Nutrio. Manual de

    Orientaes sobre o Bolsa Famlia / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade . 3. ed.

    Braslia: Ministrio da Sade, 2009. 32 p. tp://tp.datasus.gov.br/tpbolsa/download/MANUAL_PBF_BOLSAFAMILIA_SAUDE2009.PDF

    8. BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Guia para acompanhamento das

    condicionalidades do Programa Bolsa Famlia volume I. Guias e Manuais. Braslia, 2010.

    9. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria GM/MDS n 2.509. Dispe sobre as atribuies e normas para

    a oerta e o monitoramento das aes de sade relativas s condicionalidades das amlias benecirias

    do Programa Bolsa Famlia. Braslia, 18 de novembro de 2004. Disponvel em: http://www.mds.gov.br/programabolsaamilia/menu_superior/legislacao_e_instrucoes/portarias-1/. Acesso em julho de 2012.

    10. BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Portaria GM/MDS n 551.

    Regulamenta a gesto das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia. Braslia, novembro de 2005.

    11. BRASIL. Ministrio da Sade. Departamento da Ateno Bsica. Coordenao-Geral de Alimentao

    e Nutrio. Programa Bolsa Famlia [internet]. Disponvel em http://nutricao.saude.gov.br/acao_bolsaamilia.php. Acesso em agosto de 2012.

    12. PAES-SOUSA, R.; QUIROGA, J. Programas de transferncia de renda e reduo da pobreza e das

    desigualdades sociais no Brasil, no perodo de 2004 a 2011. in: Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia

    em Sade, Departamento de Anlise de Situao em Sade. Sade Brasil 2010: Uma anlise da situao

    de sade e de evidncias selecionadas de impacto de aes de vigilncia em sade. 1 ed. (Ministrio

    da Sade). Braslia: Ministrio da Sade; 2011. 253-270.

    13. BRASIL. Ministrio da Sade. Coordenao-Geral de Alimentao e Nutrio. Relatrio do Colquio

    sobre Acompanhamento das condicionalidades de sade do Programa Bolsa Famlia. Braslia:Ministrio da Sade, 2011.

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    20 PBF

    14. BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Guia para acompanhamento

    das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia Volume II: sistemas e procedimentos para o

    acompanhamento das condicionalidades. Guias e Manuais. Braslia, 2010.

    15. MAIA, A.S. Eeitos do Programa Bolsa Famlia na reduo da pobreza e distribuio de renda. 2008.

    Disponvel em: http://www.ipc-undp.org/publications/mds/46P.pd. Acesso em 04 de julho de 2012.

    16. DUARTE, G.B.; SAMPAIO, B.; SAMPAIO, Y. Programa Bolsa Famlia: impacto das transferncias sobre os

    gastos com alimentos em amlias rurais. Rev. Econ. Sociol. Rural. 2009; 47 (4): 903-918.

    17. LIGNANI, J.B.; COSTA, R.S. Participao do Programa Bolsa Famlia nas modifcaes do consumo

    alimentar de amlias benefciadas pelo programa. 2008. Disponvel em: http://www.ipc-undp.org/publications/mds/28P.pd. Acesso em 03 de julho de 2008.

    18. UCHIMURA, K.Y.; BOSI, M.L.M.; LIMA, F.E.L.A. e a. Qualidade da alimentao: percepes de

    participantes do programa bolsa amlia. Cienc. sade coletiva. 2012; 17 (3): 687-694.

    19. CAMELO, R.S.; TAVARES, P.A.; SAIANI, C.C.S. Alimentao, Nutrio e Sade em Programas de

    Transerncia de Renda: Evidncias para o Programa Bolsa Famlia. Economia. 2009, 10 (4): 685-713.

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    21PBF

    MDULO 2As interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade

    Neste mdulo, o contedo est dividido em trs unidades. Sugere-se que, para a realizao

    de cada unidade, voc disponibilize aproximadamente 40-60 minutos dirios, o que inclui a leitura

    do texto escrito, dos textos sugeridos e a realizao das atividades de refexo e exerccios. Os temasabordados so:

    Unidade 1: O processo de construo da Matriz de Interfaces do Programa Bolsa Famlia na Sade;

    Unidade 2: Como interpretar a Matriz de Interfaces do Programa Bolsa Famlia na Sade;

    Unidade 3: Como colocar a Matriz de Interfaces do Programa Bolsa Famlia na Sade em prtica.

    O principal objetivo deste mdulo descrever o processo de construo da Matriz de Interaces

    do Programa Bolsa Famlia na Sade e omentar a aplicao dessa erramenta em nvel local, para auxiliar

    o planejamento e a qualicao das aes de gesto e de ateno a serem realizadas nos municpios e

    estados brasileiros. Portanto, ao nalizar o Mdulo II, voc ser capaz de:

    Compreender o processo de construo da Matriz de Interfaces do Programa Bolsa Famliana Sade;

    Interpretar a representao simblica contida na imagem da Matriz de Interfaces do Programa

    Bolsa Famlia na Sade;

    Entender a lgica de funcionamento e aplicao da Matriz de Interfaces do Programa Bolsa

    Famlia na Sade.

    No perca tempo! Continue com os seus horrios organizados e d prosseguimento ao curso

    conorme sua rotina. Vamos l? Tenha uma excelente leitura!

    UNIDADE 1O processo de construo da Matriz de Interacesdo Programa Bolsa Famlia na Sade

    Bom, agora que voc conhece um pouco mais sobre o PBF, seus objetivos, condicionalidades,

    trajetria e papel no setor Sade, vamos conhecer a Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na

    Sade, que um instrumento criado recentemente pelo Ministrio da Sade para aprimorar as aesde sade no Programa. Para acilitar a leitura do texto, a partir de agora ser utilizado somente o termo

    Matriz ao invs da expresso completa Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade. Vamos

    l, ento?

    1. POR QUE QUALIFICAR A AGENDA DE SADE?

    O PBF, como voc j sabe, oi criado em 2004, unicando dierentes programas de transerncia

    de renda do pas. Ao longo desses 8 anos de implantao, o PBF tem alcanado muitas conquistas, como

    a reduo da extrema pobreza, que chegou a ser da ordem de 30%1.

    Desde o inicio da implantao do Programa, as equipes de sade tm colaborado com a

    identicao e o cadastramento das amlias, alm das aes de ateno e de monitoramento dascondicionalidades. De acordo com o Ministrio da Sade, o acompanhamento das amlias inscritas

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    22 PBF

    no Programa vai alm do envio de inormaes de sade para que elas continuem a receber a renda

    transerida2,3.

    O papel da Sade, com ou sem PBF, oerecer ateno sade da populao adscrita sua rea

    de abrangncia, garantindo os fuxos e os contrafuxos necessrios dentro da rede de servios para

    atender as demandas desta populao. As aes devem ser humanizadas e contextualizadas, segundo

    as dierentes realidades das amlias acompanhadas quanto ao acesso aos servios de sade 3.

    Os prossionais da ateno bsica, em especial o ACS, so imprescindveis para a garantia daateno integral sade da Criana e da Mulher, no sentido de proporcionarem as erramentas necessrias

    para a melhoria da sade desses titulares de direito e de suas amlias, e de garantir a realizao progressiva

    do Direito Humano Sade e Alimentao Adequada2.

    Por esta razo, desde 2011, tem havido um esoro do Ministrio da Sade no sentido de sensibilizar

    gestores e prossionais de sade quanto ao seu papel junto ao PBF e estimular uma postura proativa. O

    objetivo acompanhar o estado de sade dos indivduos inscritos, de orma planejada e integrada, por

    meio de uma agenda qualicada de aes de sade voltadas ao PBF. Assim, surgiu a ideia da construo

    de uma erramenta prtica, capaz de contribuir para o aprimoramento das aes de sade: a Matriz.

    2. O PROCESSO HISTRICO DE GESTO DO PBF

    Historicamente, a Coordenao-Geral de Alimentao e Nutrio (CGAN) do Ministrio da Sade

    acompanha o PBF desde sua criao, sendo responsvel pela gesto ederal das condicionalidades de

    sade. O histrico dessa gesto est descrito na gura 8 abaixo.

    Figura 8. Linha histrica de instituio do Plano Brasil sem Misria.

    No ano de 2004, com a instituio da Portaria Interministerial n 2509, oram denidas asatribuies e normas para a oerta e o monitoramento das aes de sade relacionadas s condicionalidades

    das amlias inscritas no PBF. Em 2005, com a implementao do Sistema de Gesto do PBF na Sadepara registro dos indicadores do Programa, as condicionalidades de sade passaram a ser acompanhadas

    pelas equipes da ateno bsica. No ano seguinte, em 2006, com a publicao da portaria MDS n148,oi criado o ndice de Gesto Descentralizada (IGD). O objetivo do IGD apoiar os estados e municpios,

    com intuito de promover melhorias nos processos de trabalho, bem como na estrutura necessria para o

    acompanhamento das condicionalidades do PBF.

    Em 2008, por meio do Pacto pela Sade, estados e municpios consensuaram as metas decobertura das condicionalidades, a m de melhorar o acompanhamento das condicionalidades de sade

    do PBF. No ano seguinte, em 2009, o Grupo de Trabalho Interministerial oi institudo, com a uno de

    2004 2005 2006 2008 2009 2010 2011 2012

    Portariainterministerialn 2509/2004

    Implantaodos sistemas

    de inormao

    Portaria MDSn 148/2006

    Pacto pelaSade

    Pacto pelaSade

    Alcance dequase 70%

    da coberturanacional

    FrumIntergovernamental

    e intersetorial eimplementao do

    Plano Brasil SemMisria.

    Implementao doBGV e do BVM.

    73% dasamlias

    acompanhadas

    http://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/mds/portarias/2004/Portaria%20Interministerial%20no%202.509-%20de%2018%20de%20novembro%20de%202004.pdfhttp://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/bolsa-familia/bolsa-familia/gestor/sistema-de-gestao-do-programa-bolsa-familia-2013-sigpbfhttp://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/assistenciasocial/portarias/2006/Portaria%20MDS%20no%20148-%20de%2027%20de%20abril%20de%202006.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1021http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/GM/GM-2831.htmhttp://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/GM/GM-2831.htmhttp://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1021http://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/assistenciasocial/portarias/2006/Portaria%20MDS%20no%20148-%20de%2027%20de%20abril%20de%202006.pdfhttp://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/bolsa-familia/bolsa-familia/gestor/sistema-de-gestao-do-programa-bolsa-familia-2013-sigpbfhttp://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/mds/portarias/2004/Portaria%20Interministerial%20no%202.509-%20de%2018%20de%20novembro%20de%202004.pdf
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    23PBF

    avaliar os critrios do modelo de acompanhamento das condicionalidades de sade. Ainda no mesmo

    ano, oi publicada a Portaria n 2, que instituiu o Frum Intergovernamental e Intersetorial de Gestode Condicionalidades do PBF. um espao de discusso criado para debater aes intersetoriais na

    esera ederal, com a garantia da contribuio de cada setor do governo para o aprimoramento da

    agenda do Programa.

    Em 2010, a meta nacional de cobertura do Programa pactuada oi de 70%, sendo que 18 estados

    alcanaram-na e 16 obtiveram cobertura prxima a esse valor. No ano seguinte, em 2011, retomaram-seas discusses do Frum Intergovernamental e Intersetorial de Gesto de Condicionalidades do PBF e o

    Plano Brasil sem Misria oi lanado.Ainda no ano de 2011, oi implementada a concesso do Benecio Varivel para as amlias que

    tenham em sua composio crianas entre 0 e 6 meses (Benecio Varivel Nutriz BVN) e do Benecio

    Varivel para amlias que tenham em sua composio gestantes de 14 a 44 anos (Benecio Varivel

    Gestante - BGV) (releia a nota de rodap da pgina 10). Os dois benecios objetivam o aumento da

    proteo me e ao beb, elevando a renda amiliar na gestao e na primeira inncia.

    A implementao desses dois benecios (BGV e BVN) amplia a responsabilidade do SUS junto s

    amlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia, j que a identicao das amlias elegveis ao BVG eita

    pelo setor Sade. Dessa orma, o benecio propicia a identicao precoce das gestantes pelo serviode sade para a realizao do pr-natal. Alm disso, o BVG e BVN potencializam a agenda da sade do

    Programa, principalmente no que se reere s aes de educao e de vigilncia alimentar e nutricional

    da populao.

    Em 2012, o Programa registrou o maior acompanhamento de sade desde que o monitoramento

    comeou a ser eito, em 2005. De janeiro a junho deste ano, 7,5 milhes de amlias oram acompanhadas

    pelos tcnicos municipais da rea, totalizando 73% dos que se enquadram no perl de sade4.

    Ao longo desses anos, com todos esses processos acontecendo, possvel elencar vrios

    avanos, como: (1) a melhoria das condies de sade das famlias acompanhadas; (2) a capacitao de

    prossionais da ateno bsica sade por meio de um curso distncia sobre oPBF , promovidopelo Ministrio da Sade em parceria com Datasus; (3) e um maior investimento em pesquisas, a m de

    gerar evidncias para o aprimoramento das aes de sade relativas ao PBF. Mas neste momento, voc

    deve estar pensando:

    reamene, o acompanhameno das condconadades evouu nos mos anos.

    Eneano, como o seo Sade az paa ge essas condconadades?

    3. O PROCESSO DE CONSTRUO DA MATRIZ

    Embora o PBF possa ser considerado uma iniciativa poltica bem sucedida no combate ome,

    pobreza e extrema pobreza no pas, ele enrenta alguns percalos, principalmente no que diz respeito

    ao cumprimento das condicionalidades. Na perspectiva do setor Sade, os desaos para o cumprimento

    das condicionalidades encontram-se na Box 4 a seguir.

    http://www.mds.gov.br/programabolsafamilia/menu_superior/legislacao_e_instrucoes/portarias-1http://www.brasilsemmiseria.gov.br/MDS/MDS2/brasilsemmiseria/brasilsemmiseria/arquivos/RevistaBrasilSemMiseria_Web.pdfhttp://universus.datasus.gov.br/http://universus.datasus.gov.br/http://www.brasilsemmiseria.gov.br/MDS/MDS2/brasilsemmiseria/brasilsemmiseria/arquivos/RevistaBrasilSemMiseria_Web.pdfhttp://www.mds.gov.br/programabolsafamilia/menu_superior/legislacao_e_instrucoes/portarias-1
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    24 PBF

    Box 4. Desafos no cumprimento das condicionalidades de sade do PBF

    1. Ampliar e qualicar o apoio institucional e a gesto intersetorial;

    2. Aprimorar e integrar as agendas de sade, educao e assistncia social para as amlias do PBF, com participao

    social;

    3. Adotar o enoque de Territrios de Responsabilidade, articulando equipamentos sociais em prol da reduo da

    pobreza e da desigualdade;

    4. Ampliar o acesso e a qualidade da ateno prestada no Sistema nico de Sade (SUS) s famlias inscritas no PBF;

    5. Responder s necessidades de sade globais das amlias do PBF e ampliar o acesso e a qualidade da ateno

    prestada, com nfase na agenda de sade da mulher e da criana menor de 7 anos;

    6. Mapeamento de vulnerabilidades em sade das gestantes, nutrizes e crianas at 2 (dois) anos benecirias do

    Programa Bolsa Famlia dos municpios da Estratgia Rede Cegonha;

    7. Busca ativa s famlias em situao de pobreza no acompanhadas pelo PBF;

    8. Inormatizao do servio de sade.

    Fonte: Brasil4.

    Buscando qualicar as aes do PBF e tambm superar alguns desaos reerentes scondicionalidades do Programa, oi realizado no ano de 2011, o Colquio sobre o Acompanhamento

    das Condicionalidades de Sade do Programa Bolsa Famlia, promovido pela CGAN em parceria com a

    Organizao Pan-Americana de Sade (OPAS) no Brasil.

    O Colquio teve como objetivo avaliar as aes de ateno sade oertadas entre as amliasacompanhadas pelo PBF, a m de reduzir as iniquidades de acesso sade identicadas. Tambm

    aproundou a discusso sobre as diculdades e potencialidades no acompanhamento do pr-natal, na

    imunizao, no crescimento e no desenvolvimento das crianas, assim como na realizao de aes de

    educao alimentar e nutricional entre as amlias mais vulnerveis.

    Como resultado do Colquio, oi criada a Matriz de Interaces do PBF na Sade, que tem

    como objetivo o alinhamento das aes, estratgias, programas e polticas de sade relacionadas scondicionalidades de sade do PBF.

    Figura 9. Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade.

    http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/matriz_formato_2011.pdfhttp://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/matriz_formato_2011.pdf
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    25PBF

    Por meio deste instrumento, rearmou-se que o acompanhamento das condicionalidades de

    sade do PBF um compromisso do Sistema nico de Sade (SUS) com a agenda de erradicao da

    pobreza no pas. Para qualicar a atuao do setor Sade, pressupe-se a (re)organizao da ateno

    bsica e sua equipes, e sua devida articulao com outros segmentos da sociedade, objetivando ornecer

    servios de qualidade s amlias acompanhadas, em especial s mulheres e crianas menores de 7 anos.

    Assim, a Matriz poder possibilitar a ao articulada de diversas polticas, programas, estratgias e

    aes de sade que tenham interace com o PBF, alavancando as potencialidades do Programa.

    PARA EXERCITAR: ATIVIDADE 03.

    O Programa Bolsa Famlia, desde sua criao em 2004, tem conseguido muitas conquistas. Com

    a criao da Matriz, espera-se um avano ainda maior, j que prope o alinhamento de estratgias,

    programas e polticas de sade relacionadas s condicionalidades de sade do PBF. Nesse contexto,

    marque a alternativa correta.

    a. ( ) A Matriz oi criada um ano aps a implantao do PBF, e uma das estratgias responsveis pela

    reduo de aproximadamente 30% da pobreza e extrema pobreza do pas.

    b. ( ) A Coordenao-Geral de Alimentao e Nutrio passou a acompanhar o PBF a partir de 2005.

    Antes, o Programa estava sob acompanhamento exclusivo do Ministrio do Desenvolvimento Social e

    Combate Fome.

    c. ( ) O acompanhamento das condicionalidades de sade do PBF um compromisso do Sistema

    nico de Sade (SUS) com a agenda de erradicao da pobreza e extrema pobreza, e pressupe a (re)

    organizao da ateno bsica e suas equipes, com a devida articulao intersetorial, para ornecerservios de qualidade s amlias acompanhadas.

    Nota: os comentrios reerentes aos itens da atividade 03 esto ao fnal da apostila.

    UNIDADE 2Como interpretar a Matriz de Interaces

    do Programa Bolsa Famlia na Sade?

    Para acilitar o acompanhamento da Unidade 2, recomenda-se que tenha cil acesso gura da

    Matriz, esteja ela impressa ou aberta em outra janela de navegao em seu computador.

    A gura da Matriz traz muitas inormaes importantes para o aprimoramento das aes de

    sade nos estados e municpios, e no se deve deixar passar nenhum detalhe durante o processo de

    interpretao, sob pena de limitar, em alguma medida, as aes a serem executadas. Assim, esta Unidade

    2 trata da interpretao das representaes simblicas contidas na gura da Matriz.

    A interpretao da Matriz deve ser realizada de ora para dentro, com a identicao dos aspectos

    que ormam o pano de undo das condicionalidades do PBF. Em outras palavras, a leitura da Matrizdeve partir dos elementos mais externos (princpios, diretrizes e direitos humanos), indo em direo ao

    elemento mais central (condicionalidades do PBF).

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    26 PBF

    Figura 10. Interpretao da Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade: de ora para dentro.

    1. O PLANO MAIS EXTERNO: PRINCPIOS DA SADE NO BRASIL

    Na gura da Matriz, possvel identicar um contorno mais externo, na cor verde. Este o plano

    mais externo, e se reere aos princpios mais gerais que regem o setor Sade no pas, que so: equidade,

    intersetorialidade e direitos humanos.

    Figura 11. Matriz de Interaces do Programa Bolsa

    Famlia na Sade: plano dos princpios do SUS.

    Os vrios conceitos de equidade derivam da conceituao inicial, proposta por Whitehead5 em

    1992. Segundo estudo de Campos6, existem dois sentidos principais para o conceito de equidade: (1) um

    genrico e equivalente ao de justia e igualdade; e (2) o segundo, mais especco, pelo qual equidade se

    reere capacidade de estabelecer julgamento e tratamento conorme a singularidade de cada situao.

    O princpio da equidade, de modo simplicado, implica o reconhecimento de que as pessoas

    devem ser tratadas de modo dierente, para terem garantidos direitos humanos e civis iguais. E o Estado

    o responsvel por garantir tais condies. Portanto, a equidade o princpio que visa solucionar as

    distores existentes na oerta de aes e servios de sade, ao gerar oportunidades que garantam a

    igualdade social7.

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    27PBF

    A intersetorialidade um princpio que pressupe a integrao de dierentes setores na resoluo

    de problemas no cotidiano da gesto e da ateno em sade8. Conceitualmente, pode ser denida como

    a articulao de saberes e experincias no planejamento, a realizao e a avaliao de aes, na busca

    por resultados sanitrios que o setor Sade jamais poderia atingir sozinho9.

    Por m, Direitos Humanos so direitos inerentes pessoa humana, que no podem ser tirados

    por outros, nem podem ser cedidos voluntariamente por ningum, e independem de legislao nacional

    ou local especca10

    . Assim, a Sade um direito universal, inalienvel e indivisvel, e o Estado tem aobrigao de garanti-lo, proteg-lo e promov-lo.

    2. O PLANO DAS POLTICAS SOCIAIS

    Este plano, identicado nas cores azul e roxo, apresenta as polticas pblicas universais, prioritrias

    para o Governo Federal, relacionadas ao escopo do PBF, como o Sistema nico de Sade (SUS) e o Plano

    Brasil Sem Misria.

    Figura 12. Matriz de Interaces do PBF na Sade:

    plano das polticas universais.

    O SUS oi criado e legalmente institudo pela constituio de 1988, sendo regulamentado pela Lei

    n 8.080/90 e pela Lei n 8.142/90. Neste momento, o Estado brasileiro reconheceu a Sade como umdireito humano, obrigando-se a prover as condies indispensveis ao pleno exerccio deste direito. O

    Plano Brasil Sem Misria oi institudo em 2011, com o objetivo de erradicar a extrema pobreza que atinge

    16 milhes de pessoas. As aes esto organizadas em trs grandes eixos: transerncia de renda, acesso

    a servios pblicos e insero produtiva.

    3. O PLANO DAS AES, ESTRATGIAS E INSTRUMENTOS

    Neste plano, esto as aes (amarelo), estratgias (vermelho) e instrumentos (laranja)

    governamentais que, de alguma orma, podem azer interace com o PBF para cumprimento e

    acompanhamento das condicionalidades exigidas. Em sua maioria, reerem-se sade da Criana, doAdolescente e da Mulher, que so os titulares de direito priorizados pelo Programa.

    Figura 13. Matriz de Interaces do PBF na Sade:

    plano das aes, estratgias e instrumentos.

    http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Lei8142.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Lei8142.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf
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    28 PBF

    Entre as possveis aes, podem-se citar:

    Em relao s estratgias, as mais importantes so a Rede Cegonha e a Estratgia Sade daFamlia.

    Por m, dentre os instrumentos hoje disponveis, tm-se o Mapa da Pobreza e os Sistemas de

    Inormao (Sistema de Gesto do PBF na Sade e o SISVAN).

    O Mapa da Pobreza e Desigualdade um instrumento que permite identicar, em nvelmunicipal, a incidncia de pobreza, a distncia mdia dos pobres em relao linha de pobreza (hiato)

    e a desigualdade entre os pobres (severidade ou proundidade da pobreza), entre outros indicadores. O

    Mapa oi produzido em 2003 pelo IBGE, em parceria com o Banco Mundial, a partir dos dados da Pesquisa

    de Oramentos Familiares 2002-2003 e do Censo 200013.O Sistema de Gesto do PBF na Sade e o SISVAN so os dois sistemas de inormao em sade

    utilizados para monitoramento das condicionalidades de sade do PBF. Ou seja, so mecanismos de

    coleta, processamento, anlise e transmisso da inormao necessria para se planejar, organizar, operar

    e avaliar os servios de sade14. A grande potencialidade desses sistemas, conorme j mencionado, a

    interoperabilidades dos dados inseridos.

    4. O PLANO DOS PROGRAMAS ESTRATGICOS

    Este plano, ilustrado na cor cinza, pontua os programas nacionais em vigor cujo enoque recai, em

    alguma medida, sobre a ateno integral sade da Criana, do Adolescente e da Mulher, e tambm sobrea ampliao e qualicao da ateno bsica sade e suas equipes, que so os principais responsveis

    por acompanhar a sade das amlias inscritas no PBF.

    Figura 14. Matriz de Interaces do PBF na

    Sade: programas estratgicos.

    Promooda

    AlimentaoSaudvel

    RegistrodaAtenoem

    SadeBucalnoPBF MtodoCanguru

    Inicia?vaHospital

    AmigodaCriana

    LinhadeCuidadoparaAtenoIntegral

    SadedeCrianas,Adolescentesesuas

    famliasemsituaodeviolncia

    RedeAmamentaBrasil

    Promooe

    RecuperaoemSadeBucal

    EstratgiaNacionalpara

    aAlimentao

    ComplementarSaudvel

    VigilnciaAlimentare

    Nutricional

    AtenoIntegradas

    DoenasPrevalentesna

    Infncia

    Estratgia

    Brasileirinhose

    BrasileirinhasSaudveis

    NcleodeApoio

    SadedaFamlia

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.htmlhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdfhttp://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1293&id_pagina=1http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/sistemagestaobolsafamilia/http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php/http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php/http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/sistemagestaobolsafamilia/http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1293&id_pagina=1http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html
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    29PBF

    Entre os programas, podem-se citar:

    Nesta parte da Matriz, possvel incluir programas e aes de carter apenas estadual ou

    municipal, para serem considerados no momento do planejamento das aes de sade de nvel local.

    PArA rElEtir...

    H em seu muncpo agum pogama muncpa ou esadua de sade que possa se ncudo na Maz?

    5. O PLANO DAS POLTICAS TRANSVERSAIS

    Este plano de anlise, na cor amarela, traz em sua representao as polticas nacionais transversais

    reerentes sade integral dos indivduos que compem a amlia atendida no PBF.

    Figura 15. Matriz de Interaces do PBF

    na Sade: polticas transversais.

    Nesta parte da Matriz, tambm possvel a incluso de polticas locais em mbito estadual ou municipal,

    de modo que possam ser consideradas durante o processo de planejamento de aes de sade deste

    estado ou do municpio.

    PlanodeEnfrentamento

    dasDoenasCrnicas

    NoTransmissveis

    ProgramaNacionalde

    DSTeAIDS

    ProgramaSadena

    Escola

    ProgramaNacionalde

    ControledaTuberculose

    ProgramaNacionalde

    Imunizao

    ProgramaNacionalde

    MelhoriadoAcessoe

    QualidadenaAteno

    Bsica

    ProgramaNacionalde

    ControledaHansenase

    ProgramaNacionalde

    SuplementaodeFerro

    ProgramaNacionalde

    Suplementaode

    VitaminaA

    ProgramaFarmcia

    Popular

    DireKzesNacionaispara

    AtenoIntegral

    SadedeAdolescentes

    eJovens

    ProgramaBrasil

    Sorridente

    ProgramaAcademiada

    Sade

    AtenoIntegral

    SadedaCriana

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    30 PBF

    As polticas destacadas so:

    Paa efe...

    H em seu muncpo aguma poca muncpa ou esadua de sade que possa se ncuda na Maz?

    6. O CENTRO: CONDICIONALIDADES DO PBF

    Por m, chegamos parte central da Matriz, onde esto representadas as condicionalidades do PBF.

    Devido ao seu posicionamento no centro da Matriz, no ovoide de cor verde, ca evidenciado, ento, que

    as condicionalidades no podem ser vistas como aspectos relacionados apenas ao PBF. Ao contrrio,

    devem ser encaradas como oportunidade de ocalizao das aes e de incluso da populao em

    situao de vulnerabilidade social na ampla agenda do SUS.

    Figura 16. Matriz de Interaces do PBFna Sade: as condicionalidades.

    E todo esse panorama, no qual as condicionalidades do PBF esto inseridas, tem como base a amlia

    brasileira que vive em situao de pobreza ou extrema pobreza. Esta amlia est representada ao undo

    da gura da Matriz, por cinco integrantes, todos com sorriso no rosto, indicando esperana de que a vida

    e a sade podem e iro melhorar.

    Pol%caNacionalde

    AlimentaoeNutrio

    Pol%caNacionalde

    Pr%casIntegra%vaseComplementares

    Pol%caNacionalde

    PromoodaSade

    Pol%caNacionalde

    SadeBucal

    Pol%caNacionalde

    SadedaPessoaIdosa

    Pol%caNacionalde

    SadeIntegralPopulaoNegra

    Pol%caNacionalde

    AtenoBsica

    Pol%caNacionalde

    Assistncia

    Farmacu%ca

    Pol%caNacionalde

    AtenoIntegral

    SadedaMulher

    Pol%caNacionalde

    AtenoIntegral

    SadedoHomem

    Pol%caNacionalde

    Humanizao

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    31PBF

    UNIDADE 3Como colocar em prtica a Matriz de Interacesdo Programa Bolsa Famlia na Sade?

    Agora que voc j sabe como oi o processo de construo da Matriz e como interpretar suas

    representaes simblicas, voc deve estar imaginando como utilizar este instrumento. Antes de iniciaresta unidade, refita por alguns instantes:

    PArA rElEtir...

    Como voc podea uza a Maz paa quaca as aes de sade juno

    s amas do PB no seu muncpo?

    O que se necesso paa eaza um panejameno negado

    de aes a seem oeecdas s amas do PB?

    Para melhor compreenso desta Unidade 3, recomenda-se que voc ainda tenha cil acesso

    gura da Matriz, esteja ela impressa ou aberta em outra janela de navegao.

    1. EXERCITANDO A INTERSETORIALIDADE PROPOSTA PELA MATRIZ

    Antes de tudo, essencial entender que esta Matriz um instrumento de planejamento local das

    aes de sade junto ao PBF. Ela poder acilitar a visualizao das possveis articulaes com programas,

    estratgias e aes dentro do setor Sade que tenham interaces com o Programa. Para entender melhoressas articulaes, imagine que voc az parte de uma equipe de ateno bsica de sade.

    Po exempo: cooque-se no uga de um agene comuno de sade no seu muncpo.

    Como prossional de sade, voc tem o compromisso de oerecer aes e servios de sade

    de qualidade s amlias do PBF que tenham perl sade, ou seja, que tenham mulheres de 14 a 44

    anos e crianas com at 7 anos de idade. Voc dever planejar e executar aes junto com sua equipe,

    visando garantir a ateno sade das pessoas atendidas pelo PBF por meio do acompanhamento das

    condicionalidades de sade, j citadas nas Unidades 1 e 2 do Mdulo 1.

    Como agente comunitrio de sade, voc exerce um papel importantssimo, mediando a relao

    da comunidade com os servios e equipes de sade: o elo entre ambos, buscando a promoo da

    sade das amlias da comunidade.

    Box 5. O Programa de Agentes Comunitrios de Sade

    O Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS), juntamente com a Estratgia Sade da Famlia

    (ESF), tem revelado cada vez mais potencial de interace com o PBF, segundo estudos recentes15. Tais estudos

    apontam que quanto maior a cobertura da ESF/PACS, maior o acompanhamento das condicionalidades de sade

    e, consequentemente, maior a melhoria da sade da populao atendida. Logo, um dos aspectos importantes os gestores ampliarem o nmero de equipes de Sade da Famlia e de Ncleos de Apoio Sade da Famlia (NASF).

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    32 PBF

    Com o uso de instrumentos microgerenciais, como o Mapa da Pobreza e os Sistemas de

    Inormao (Sistema de Gesto do PBF na Sade e SISVAN), os gestores do seu municpio, assim como sua

    equipe, podero planejar a ampliao da ESF, ocando nas regies com maior concentrao de amlias

    em situao de vulnerabilidade social.

    Para isso, a adeso ao Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Ateno Bsica(PMAQ-AB) poderia ser uma outra medida importante para qualicar a ateno bsica. Isto, porque

    o PMAQ-AB possui um indicador de desempenho relacionado s condicionalidades de sade do PBF:proporo de acompanhamento das condicionalidades de sade pelas amlias inscritas no PBF16.

    Figura 17. Exemplo de interace

    de atuao do PMAQ-AB com o PBF.

    Box 6. Saiba Mais sobre o PMAQ-AB

    O PMAQ-AB visa ampliar o acesso e melhorar a qualidade dos servios de sade no nvel da ateno bsica,

    por meio de uma gesto ocada em resultados e na avaliao de desempenho16. Alm disso, o PMAQ-AB tem se

    articulado com o PBF no sentido de priorizar o repasse de recursos aos municpios com os maiores indicadores devulnerabilidade social e considerar prioritrias as populaes do PBF. Para entender melhor sobre o PMAQ-AB, acesse o

    link: http://dab.saude.gov.br/sistemas/Pmaq/e tambm aa o curso de autoaprendizado disponvel na RedeNutri!

    Suponha agora que, ao acompanhar a sade e o estado nutricional da populao por meio do

    SISVAN, voc identique que a desnutrio em crianas pertencentes s amlias atendidas pelo PBF

    est crescendo. Com base neste diagnstico, voc poder propor aes visando reverter esse quadro,

    promovendo alianas estratgicas com programas, polticas, estratgias e aes descritas na Matriz que

    esto relacionadas sade e nutrio da criana, dentro ou ora do setor Sade, por meio de parcerias.

    Dentro da Sade, podero ser eitas aes relativas :

    Figura 18. Exemplo de aes de sade a serem realizadas para manejo da desnutrio

    IndicadoresdedesempenhodoPMAQ-ABrelacionadosaoPBF

    Proporodeacompanhamento

    dascondicionalidades

    desadedoPBF

    Coberturadecrianas

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    33PBF

    Assim, deve-se observar quais das aes governamentais expostas na Matriz podero contribuir

    para o alcance dos resultados esperados, que, no exemplo dado, poderia ser a melhoria dos ndices de

    desnutrio inantil no territrio adscrito. Sem dvidas, a Ateno Integral Sade da Criana dever ser

    o programa-chave nesta interveno, com vistas implantao um planejamento do cuidado integral

    sade das crianas acompanhadas.

    Muitas outras aes que azem interace com o PBF, e que so descritas na gura da Matriz, podem

    tambm ser propostas e articuladas entre si para qualicar as aes que iro promover a sade dostitulares de direito da situao hipottica acima. Por isso, essencial que se discuta, de orma intersetorial

    e multiprossional, quais sero as prioridades para que as crianas das amlias do PBF tenham sua

    situao nutricional melhorada.

    Assim, aps entender as interaces existentes com as condicionalidades de sade da criana do

    PBF no seu territrio, tendo como base de diagnstico o SISVAN, enm ser possvel detalhar quais aes

    sero eitas pelas equipes de ateno bsica de sade diante da situao nutricional encontrada.

    Em muitos casos, o planejamento das aes no deve ser restrito s crianas desnutridas. Pelo

    contrrio, deve-se pensar em aes voltadas tambm para as amlias dessas crianas. Desta orma, a

    equipe estar consciente sobre seu papel na responsabilizao pela ateno sade de toda a amlia

    acompanhada pelo PBF. Logo, a importncia do acompanhamento das condicionalidades de sade do PBF

    no estar ligada ao cumprimento das condicionalidades de sade para recebimento do benecio, mas sim

    e sobretudo qualicao das aes de sade voltadas a esta populao mais socialmente vulnervel.

    Dica importante!

    Para eetuar um planejamento adequado, voc pode utilizar o Plano Operativo (lembrar de inserir

    na Biblioteca do curso) como instrumento para determinar as aes, seus respectivos responsveis

    e corresponsveis, e os prazos para cumprimento. O Plano Operativo j est sendo usado por vrios

    estados e municpios do pas e voc poder entender melhor sua aplicao no prximo mdulo.

    Lembre-se que as aes planejadas pela equipe em nvel local devem estar pautadas nos princpios

    do Sistema nico de Sade e do Plano Brasil Sem Misria, ocando na equidade, intersetorialidadee busca da garantia dos Direitos Humanos, que, no exemplo desta unidade, dever ser undamentadaprincipalmente na busca da realizao progressiva do Direito Humano Sade e Alimentao Adequada.

    PArA rElEtir...

    A pa do exempo apesenado nesa undade sobe a apcao da Maz do PB no pocesso depanejameno oca, pense em ouos exempos a pa da sua eadade. tambm efa sobe possves

    necessdades de adequaes da Maz do PB segundo a eadade de pogamas, esagas e aes

    desenvovdos no seu muncpo.

    REFERNCIAS

    PAIVA, L.H. Programa Bolsa Famlia: balano e perspectivas e Avaliao do Impacto do Bolsa Famlia

    (apresentao). in: BRASIL. Ministrio da Sade. Coordenao-Geral de Alimentao e Nutrio. Relatriodo Colquio sobre Acompanhamento das condicionalidades de sade do Programa Bolsa Famlia.

    Braslia: Ministrio da Sade, 2011.

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    34 PBF

    BRASIL. Ministrio da Sade. Coordenao Geral de Poltica de Alimentao e Nutrio. Manual de

    Orientaes sobre o Bolsa Famlia / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade. 3. ed.

    Braslia: Ministrio da Sade, 2009. 32 p. (tp://tp.datasus.gov.br/tpbolsa/download/MANUAL_PBF_BOLSAFAMILIA_SAUDE2009.PDF)

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Guia para acompanhamento

    das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia Volume II: sistemas e procedimentos para o

    acompanhamento das condicionalidades. Guias e Manuais. Braslia, 2010.

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Bolsa Famlia. Bolsa Famlia registra maior

    acompanhamento desde 2005. Agosto, 2012. Disponvel em: http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2012/agosto/bolsa-amilia-registra-maior-acompanhamento-de-saude-desde-2005. Acesso em : 29 de agosto de 2012.

    WHITEHEAD, M. The concepts and principles o equity and health. Int J Health Serv. 1992; 22(3): 429-45.

    CAMPOS, G. W. S. Refexes Temticas sobre Eqidade e Sade: o caso do SUS. Sade e Sociedade v.15,

    n.2, p.23-33, maio-ago 2006.

    GARRAFA, V.; OSELKA, G.; DINIZ, D. Sade Pblica, Biotica e Equidade. Revista Biotica, Vol. 5, No 1, 2009.

    RAMOS, N.F.S. O Nutricionista da Ateno Bsica Sade do Distrito Federal: um olhar sobre si mesmo

    e as aes de ateno nutricional. 2011. 113 . Dissertao (Mestrado em Nutrio Humana) - Faculdade

    de Cincias da Sade, Universidade de Braslia, Braslia, 2011.

    JUNQUEIRA, L.A.; INOJOSA, R.M. Desenvolvimento social e intersetorialidade: a cidade solidria. 1

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    ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS (ONU). Resoluo 217 A (III): Declarao Universal dos Direitos

    Humanos. 183 Assembleia Geral. Dezembro de 1948. Disponvel em: http://www.un.org/ga/search/

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    PINTO, H.A. Importncia da articulao intersetorial e intergovernamental na gesto de

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    BRASIL. Ministrio da Sade. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno

    Bsica - PMAQ-AB [Internet]. Braslia: Ministrio da Sade, Coordenao de Acompanhamento e Avaliao

    da Ateno Bsica; [acesso em 2012 Jul 8]. Disponvel em: http://dab.saude.gov.br/sistemas/pmaq/

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    MDULO 3Aplicaes da Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia naSade e perspectivas uturas

    Neste mdulo, o contedo est dividido em trs unidades. Sugere-se que, para a realizao de

    cada unidade, voc disponibilize aproximadamente 40-60 minutos dirios, o que inclui a leitura do textoescrito, dos textos sugeridos e a realizao das atividades de refexo e exerccios.

    Os temas abordados so:

    Unidade 1: Caso 01: Planos operativos de gesto e da agenda qualicada;

    Unidade 2: Caso 02: Estabelecimento de agendas coordenadas: Hansenase e Tuberculose;

    Unidade 3: Perspectivas futuras da ateno sade no Programa Bolsa Famlia.

    O objetivo deste mdulo apresentar casos de sucesso de planejamento das aes de sade por

    meio da utilizao da Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sade, indicando perspectivas

    uturas do Programa. Portanto, ao nalizar o Mdulo III, voc dever ser capaz de:

    Conhecer exemplos da aplicabilidade da Matriz de Interaces do Programa Bolsa Famlia na Sadeno planejamento de aes de sade em nvel local;

    Identicar possveis necessidades de adequaes da Matriz de Interaces do Programa Bolsa

    Famlia na Sade em nvel local;

    Refetir sobre as perspectivas uturas da ateno sade no Programa Bolsa Famlia.

    Mantenha-se rme e orte no andamento do curso, pois j estamos na reta nal. Boa leitura!

    Torcemos para que aa excelentes refexes!

    UNIDADE 1Caso 01: Planos operativos de gesto e da agenda qualifcada

    No ano de 2011, o Governo Federal pactuou uma meta nacional de alcance de 73% de

    acompanhamento das condicionalidades da sade dos indivduos com perl sade do PBF, a m de

    ortalecer a ateno bsica e melhorar este acompanhamento. No mesmo ano, 21 estados atingiram

    metas abaixo do valor estipulado e 14 estados se destacaram em alcanar ou superar a meta nacional1.

    Apesar dos desaos, segundo a ltima nota tcnica publicada pela CGAN/MS, reerente aosresultados obtidos pelo Acompanhamento das Condicionalidades da Sade do Programa Bolsa na 1

    vigncia de 2012, a meta nacional de acompanhamento de 73% dos indivduos inscritos no PBF, mantida

    para o ano de 2012, j oi alcanada neste ano2.

    SAIBA MAIS

    Alm da manuteno da meta de 73% de amlias com perfl sade inscritas no PBF e acompanhadas

    pela ateno bsica, em 2012 oi iniciada a transio dos indicadores do Pacto pela Sade (SISPACTO)

    para um contrato em que todos os entes signatrios se comprometem pela organizao das aes

    de sade da regio, numa busca pela integralidade da ateno aos indivduos, denominado Contrato

    Organizativo da Ao Pblica na Sade COAP.

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    Esses dados so satisatrios, mas ainda necessrio o aprimoramento da gesto das

    condicionalidades de sade. Para tanto, imprescindvel a identicao e refexo sobre as potencialidades

    e diculdades enrentadas para aprimorar as aes de sade no mbito do PBF. O resultado desta refexo

    contribuir para o planejamento adequado das aes