propriedades estruturais de l-arginina.hcl.h2o pura e dopada com fe usando drx de n-feixes

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    Universidade Federal do Cear

    Ps-graduao em Fsica

    Propriedades estruturais de L-arginina.HCl.H2O pura e dopada com Fe

    usando difrao de raios-X de n-feixes.

    Aluna: Juliana Marcela Abrao de Almeida

    Orientador: Prof. Dr. Jos Marcos Sasaki

    Tese apresentada ao Departamento de Fsica da Universidade

    Federal do Cear como parte dos requisitos para a obteno

    do ttulo de Doutor em Fsica.

    Fortaleza-Cear

    Setembro - 2007

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    iii

    Dedico: minha querida e admirvel me, Ildonete,

    que sempre soube estar ao meu lado em todos os momentosque precisei da sua fora inigualvel.

    Amo-te demais.

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    iv

    "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...(Fernando Pessoa)

    No quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter foras suficientes para mostrar aele que o amor existe. Que ele superior ao dio e ao rancor, e que no existe vitria sem humildade e paz.Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanh ser outro dia, e se eu no desistir dosmeus sonhos e propsitos, talvez obterei xito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minhaesperana ser abalada por palavras pessimistas. Quero, um dia, poder dizer s pessoas que nada foi emvo, que o amor existe, que vale a pena se doar as amizades e as pessoas, que a vida bela sim, e que eusempre dei o melhor de mim... E QUE VALEU A PENA

    (Mrio Quintana)

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    v

    Esse trabalho foi desenvolvido no Laboratrio de raios-X do Departamento de Fsica da

    Universidade Federal do Cear, Laboratrio Nacional de Luz Sncrotron na estao D12A -

    XRD1 com projetos (4242 -2005, 4784 - 2006, 5757 - 2007) e no Laboratrio de Difraode raios-X do Instituto de Fsica Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas,

    com auxlio financeiro do CNPq, processo (308346/2004-1).

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    vi

    SUMRIO

    Sumrio vi

    Lista de figuras ix

    Lista de tabelas xiv

    Agradecimentos xv

    Resumo xviii

    Abstract xix

    1. Introduo 1

    1.1. Aminocidos 21.2. Piezeletricidade 71.2.1. Determinao dos coeficientes por Difrao Mltipla de raios-X 10

    1.3. Topografia de difrao de raios-X 11

    1.3.1.O principio do mtodo 12

    1.3.2.Tcnicas de Topografia 13

    1.4. Objetivos 17

    2. Teoria 19

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    vii

    2.1. O efeito piezeltrico inverso 20

    2.2.Deformaes induzidas por um campo eltrico externo 23

    2.2.1. Anlise para classe 2 26

    2.2.2. Relaes entre deformaes induzidas, campo eltrico e coeficientes

    piezeltricos 29

    2.3.Difrao de raios-X. 33

    2.3.1.Mtodo Rietveld. 36

    2.3.2.Teoria cinemtica e dinmica da difrao de raios-X 41

    2.3.3.Teoria de extino. 41

    2.3.4.Modelo de cristal mosaico. 44

    2.4. Difrao mltipla de raios-X 45

    2.5. Radiao Sncrotron e suas vantagens na DM 53

    2.6. Posio dos picos de difrao mltipla em um diagramaRenninger 55

    2.6.1 Posio do pico de difrao mltipla para L-arginina HCl.H2O : Fe(5%) 61

    2.7. Topografia em condio de difrao mltipla 63

    3. Experimental 65

    3.1. Amostras 65

    3.1.1. Crescimento do cristal de L-arginina.HCl.H2O pura e dopada com Fe. 65

    3.1.2. Foto das salas de crescimento de cristais 66

    3.1.3. Fotos dos cristais 67

    3.2. Dados estruturais da L-arginina.HCl.H2O 67

    3.3. Caracterizao da L-arginina.HCl.H2O e L-arginina.HCl.H2O : Fe (5%) por

    difratometria de raios-x em amostras policristalinas 70

    3.4. Orientao, corte e polimento 71

    3.5. Medidas de difrao mltipla com radiao sncrotron 72

    3.6. Aplicao do campo eltrico 74

    3.7. Medidas de topografia de raios-x sob condio de difrao mltipla 75

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    viii

    4.Resultados e Discusses 77

    4.1. Refinamento Rietveld 77

    4.2.EPR da amostra de L-arginina.HCl.H2O : Fe3+ 81

    4.3. Anlise Termogravimtrica (TG) da L-arginina.HCl.H2O e L-arginina.HCl.H2O :

    Fe 83

    4.4.Coeficientes piezeltricos da L-arginina.HCl.H2O : Fe 86

    4.5. Resultados da topografia em condio de difrao mltipla 98

    4.6.Resultados referentes aos casos especiais da difrao mltipla. 107

    5.Concluses 120

    Extenses deste trabalho para o futuro 122

    Referncias 123

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    ix

    Lista de Figuras

    1.1 Componente bsico de todo aminocido. 3

    1.2 (A) Cmera de Laue utilizada para orientar cristais. (B) Tpico padro de Laue. 12

    1.3 Principio da topografia de Berg-Barret; F: fonte; Filme fotogrfico; Cristal; A: Imagem

    da rea imperfeita A 14

    1.4 Principio da topografia de transmisso. Cristal e filme fotogrfico movimenta

    simultaneamente. 16

    1.5 Principio da topografia de duplo - cristal. Arranjo do cristal; F: foco; Cristal 1: cristal de

    referencia; Cristal 2: cristal em estudo; Filme fotogrfico; A: imagem da regio A. 17

    2.1Efeito da tenso em dois vetores rr

    e sr

    quaisquer no interior do cristal. o ngulo

    entre eles. 24

    2.2 Lei de Bragg: Diferena de caminho deve ser nmero inteiro de comprimento de onda

    . 34

    2.3 Representao da difrao de raios-X no espao recproco (caso de difrao de dois

    feixes). 35

    2.4:Extino primria. 43

    2.5:Extino secundria. 43

    2.6Modelo cristal mosaico. 44

    2.7Representao da difrao de raios-X no espao real (caso de dois e trs feixes). 46

    2.8 Representao da difrao de raios-X no espao recproco (caso de trs feixes). 47

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    x

    2.9 VarreduraRenningercom reflexo primria (500) para L-arginina.HCl.H2O exibindo o

    espelho de simetria o180= . Resultado obtido no Laboratrio de Difrao de raios-X da

    Unicamp. 49

    2.10 Varredura Renningerda reflexo primria (400) para L-arginina.HCl.H2O exibindo o

    espelho de simetria o180= . Resultado obtido no Laboratrio de Difrao de raios-X da

    Unicamp. 50

    2.11 Representao de um caso de trs feixes do fenmeno de difrao mltipla. A lei de

    Bragg satisfeita simultaneamente por dois conjuntos de planos, neste exemplo, 01 e 02.

    Os planos 21 representam os planos de acoplamento. 52

    2.12 Mapa das linhas de luz, no Laboratrio Nacional de Luz Sncrotron (LNLS) em

    Campinas-SP. 55

    2.13 a) Representao da difrao mltipla de raios-X para o caso de trs feixes. b)

    Esquema mostrando as componentes dos vetores Hr

    e 0Kr

    perpendiculares ao vetor 0Hr

    . 56

    2.14 Representao do esquemado caso de trs feixes e a posio do filme fotogrfico. 64

    3.1 Sala de crescimento de cristais da Universidade Federal do Cear 66

    3.2 Cristais de L-arginina.HCl eL-arginina.HCl : Fe (5%) utilizados no experimento. 67

    3.3 Estrutura da L-arginina HCl 68

    3.4 (a) Estrutura linear e (b) Estrutura tridimensional da L-arginina. 69

    3.5 Equipamento X`Pert MRD instalado no Laboratrio de Difrao de raios-X da

    Unicamp. 70

    3.6 (a):Gonimetro de quatro eixos. (b):Localizao dos eixos utilizados no experimento

    usado na estao XRD1 do LNLS. 73

    3.7 Esquema para a aplicao de campo eltrico. 75

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    xi

    3.8 Ampliador fotogrfico (magnifax-meopta). 78

    4.1 Padro de DRX com seu respectivo refinamento Rietveld para o cristal de L-arginina

    HCl.H2O. 78

    4.2Padro de DRX com seu respectivo refinamento Rietveld para o cristal de L-arginina

    HCl.H2O : Fe (5%). 79

    4.3Medida de EPR realizada na amostra de L-arginina.HCl.H2O dopada com Fe. 82

    4.4(a) TG da L-A.HCl.H2O e L-A.HCl.H2O : Fe e (b) Diferencial termogravimtrica da L-

    A.HCl.H2O e L-A.HCl.H2O : Fe. 84

    4.5 Varredura Reninger (500) da L-arginina.HCl.H2O : Fe (5%), prximo do espelho de

    simetria em torno da posio 0= . Resultado obtido com radiao Sncrotron. 88

    4.6 Varredura Reninger (500) da L-arginina.HCl.H2O : Fe (5%), prximo do espelho de

    simetria em torno da posio o90= . Resultado obtido com radiao Sncrotron. 89

    4.7 Mudana na posio do pico para a reflexo secundria (114) da L-arginina.HCl.H2O:Fe em funo do campo aplicado. 90

    4.8 Coeficiente piezeltrico d22obtido a partir da deformao no parmetro de rede b em

    funo do campo eltrico aplicado. 91

    4.9 Coeficiente piezeltrico d23obtido a partir da deformao no parmetro de rede c em

    funo do campo eltrico aplicado. 92

    4.10 Coeficiente piezeltrico d21 obtido a partir da deformao na estrutura da rede

    cristalina em funo do campo eltrico aplicado. 93

    4.11 Coeficiente piezeltrico d25 obtido a partir da deformao na estrutura da rede

    cristalina em funo do campo eltrico aplicado. 94

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    xii

    4.12 Curvas de rocking (500) da L-arginina.HCl.H2O :Fe em funo do campo aplicado,

    mostrando a variao angular na posio do pico. 95

    4.13 Coeficiente piezeltrico d21obtido a partir da deformao no parmetro de rede a em

    funo do campo eltrico aplicado. 96

    4.14 Diagrama indexado de difrao mltipla para L-arginina.HCl.H2O (mesa), prximo do

    espelho de simetria em torno da posio 0= . Resultado obtido com radiao Sncrotron.

    (*) Pico escolhido para topografia. 102

    4.15 Curva de Rocking, mostrando a perfeio cristalina. Reflexo (500). 103

    4.16Renniger scan, pico secundrio (621). 103

    4.17 (a) Imagens topogrficas de raios-X da reflexo primria para diversas posies em ;

    (b) topografia da reflexo primria para diversas posies em ; (c) topografia da reflexo

    secundria para diversas posies em ; (d) topografia da reflexo secundria para diversas

    posies em . 104

    4.18Topografias da exposio primria para e secundria para . 105

    4.19 Ilustrao das condies da topografia de raios-X para a amostra de LAHCL.H2O com

    relao ao plano primrio, secundrio e acoplamento. . 106

    4.20 Mapeammento :do pico (000)(500)(621) do cristal de L-AHCL.H2O, utilizando o

    modelo de cristal quase perfeito. 107

    4.21 VarreduraRenningerno cristal de L-AHCl.H2O, com primria (500). 109

    4.22Cristal de L-arginina.HCl.H2O apresentando 2 regies distintas. 110

    4.23 VarreduraRenningerem torno do espelho (0o), evidenciando os picos em estudo. 111

    4.24Curvas de Rocking para L-arginina.HCl (500) na regio 1 e regio 2. 112

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    xiii

    4.25 Alguns picos da VR com primria (500), comparando o pico (-3-25) na regio 1 e

    regio 2. 113

    4.26 Comparao entre os mapeamentos :do pico (000) (500) (-3-25) na regio 1 (a) e

    regio 2 (b). 114

    4.27 VarreduraRenningerpara a reflexo (800), mostrando o espelho de simetria =0o. 115

    4.28 CurvasRocking para L-arginina.HCl (800) sem campo eltrico e aps aplicao do

    campo eltrico. 116

    4.29 Efeito visvel do campo eltrico no pico BSD (420). 117

    4.30 Mapeamento do pico BSD (420) antes (a) e aps (b) a aplicao do campo eltrico.119

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    xiv

    Lista de Tabelas

    Tabela 1.1: 20 Aminocidos. 4

    Tabela 1.2: Sais de L-arginina com os seus respectivos grupo espacial, nmero de frmula

    por clula unitria (Z), parmetro de rede (a,b e c) e volume da clula unitria [MONACO

    et al., 1987]. 6

    Tabela 2.1: Funes perfil. 39

    Tabela 3.1: Caractersticas dos cristais de L-arginina HCl [DOW et al., 1970]. 69

    Tabela 3.2: Caracterstica da estao XRD-1. 74

    Tabela 4.1: Posies atmicas obtidas com o Mtodo Rietveld para o cristal puro (p) e

    dopado (d). 80

    Tabela 4.2:Valores extrados do refinamento Rietveld para as duas amostras. 81

    Tabela 4.3: Coeficientes da L-arginina.HCl.H2O [ALMEIDA et al., 2003, ALMEIDA et

    al., 2006] e L-arginina-HCl.H2O : Fe. 98

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    xv

    Agradecimentos

    Ao professor Jos Marcos Sasaki pelo incentivo durante o desenvolvimento e

    elaborao deste trabalho. Agradeo em especial suas palavras visando meu crescimento

    profissional.

    Ao professor Lisandro Pavie Cardoso pela receptividade no grupo do Laboratrio de

    Difrao de raios-X, no Instituto de Fsica da Unicamp, no perodo do doutorado sanduche

    no pas em 2005.

    Aos amigos do Laboratrio de raios-X da Universidade Federal do Cear, Angela,

    Erandir, Vana, Thiago, Daniel, pela amizade e pelos momentos de confraternizao que

    adoam nossas vidas e fortificam nossos laos.

    Como diz Vincius de Moraes: A gente no faz amigos, reconhece-os. Foi assim

    com as minhas grandes amigas Mylene, Isabel e Mayara, no existe tempo nem distncia, e

    sim uma sincera e grande amizade.

    Muitas so as pessoas que passam pelo nosso caminho no decorrer de nossas vidas.

    Algumas simplesmente passam, outras deixam suas marcas boas ou no. Existem ainda

    aquelas que nos cativam de tal forma que passam a fazer parte de nossas histrias estejam

    perto ou longe. Assim meu amigo Pedro Camelo.

    A todos os meus colegas que iniciaram essa longa caminhada comigo e que jamais

    vou esquecer cada momento, de estudo, confraternizaes, brincadeiras, assim so:

    Adefran, Makarius, Mara, Flvio, Lyngnys, Mylene, Ezio, Andr, Daniel e Felipe, agradeo

    a todos a amizade e cordialidade que me dedicaram.

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    xvi

    Aos que chegaram para fazer parte dessa histria: Marcus, Maxwell, Giro, Glendo,

    Cludio, Mrio, Lazaro, Pedro, Waldeci, Wagner, Aparecida e Euzenil.

    A todos os professores do Departamento de Fsica da UFC, que contriburam na

    minha formao acadmica, em especial ao professor Ramos que tenho grande admirao,

    aos professores Erivan, Cleuton, Antnio Siqueira, Renan, Newton Tefilo, Carlos Alberto,

    Evangelista, Luciano, Raimundo e Uriel.

    A todos os funcionrios do Departamento de Fsica da UFC, especialmente a

    Rejane, Creuza e D. Luiza, sempre dispostos a ajudar no que for possvel e principalmente

    pela amizade conquistada.

    Agradeo ao meu amigo Alan pela amizade e incansveis discusses e seu apoio no

    momento que mais precisava durante as medidas no sncrotron.

    Agradeo ao Adenilson do Laboratrio de Difrao de raios-X da Unicamp, pela

    amizade construda e constante ajuda, no perodo que fiz parte desse grupo.

    Ao senhor Alfredo do Laboratrio de Difrao de raios-X da Unicamp pela amizade

    e todo auxilio dentro do laboratrio. Obrigada por me ensinar a revelar e ampliar filmes

    fotogrficos, a manusear os equipamentos de raios-x.

    Ao Gerivaldo do Grupo de Propriedades pticas e Magnticas dos Slidos

    (GPOMS) da Unicamp pela medida de EPR.

    Aos amigos conquistados no perodo que estive residindo em Campinas, pelo apoio

    e por tornarem os meus dias mais agradveis. Rosana (pela sua simpatia e amizade),

    Gerivaldo, Sandra, Edvaldo, Alan, Adenilson, Luzeli e Ariana.

    Ao Laboratrio Nacional de Luz Sncrotron (LNLS) pelos tempos de feixe cedido,

    aps o envio de projetos e apoio financeiro.

    A agncia de fomento CNPq pelo apoio financeiro.

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    xvii

    Agradecimentos especiais

    S poderia comear agradecendo a Deus que me deu foras para superar cada

    impasse desta longa caminhada at a concluso deste trabalho.

    minha me, pelo seu amor e apoio incondicional, sem suas palavras jamais teria

    conseguido chegar at aqui.

    memria do meu pai.

    minha irm Ana, pelo grande carinho e fora durante a realizao deste trabalho.

    Ao meu namorado Cristiano, pela cumplicidade, sempre incentivando-me, dando

    nimo para continuar e me fazendo acreditar que sempre possvel.

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    xviii

    Resumo

    Neste trabalho usamos a varredura Renninger(VR) da difrao mltipla de raios-X

    (DMRX) na determinao dos coeficientes piezeltricos do cristal de L-arginina.HCl.H2O

    dopado com :Fe (L-AHCl. H2O:Fe) atravs das distores produzidas na clula unitria do

    cristal sob a ao de um campo eltrico. A vantagem desta tcnica a possibilidade de

    obter mais de um coeficiente piezeltrico a partir de um nico experimento. Foi verificado

    um decrscimo nos coeficientes no cristal dopado com Fe ( )10 122d 6, 2(7)x10 CN = quando

    comparado com os coeficientes do cristal puro ( )9 122d 2 , 2(3)x10 CN = , devido uma

    mudana no arranjo dos domnios ferroeltricos, causada pela presena dos ons de Fe3+na

    estrutura, que dificulta o alinhamento com o campo eltrico.

    Utilizando a tcnica de DMRX foi tambm possvel obter topografias em um cristal

    de L-AHCl.H2O pura crescida por evaporao lenta. As imagens topogrficas foram

    extradas atravs de diferentes posies sobre uma reflexo primria e um pico secundrio

    atravs da curva de rockinge VR, respectivamente. Nessas imagens foi possvel observar

    diferentes contrastes tanto para exposies na primria, quanto para secundria. A

    vantagem em utilizar a topografia em condio de difrao mltipla com relao s tcnicas

    convencionais est relacionada escolha de qualquer plano secundrio dentro do cristal

    para o estudo de defeitos cristalinos.

    Uma outra contribuio deste trabalho foi o estudo de picos secundrios com maior

    sensibilidade ao deslocamento do pico (1-74) em funo do campo eltrico evidenciado

    pela presena de um ngulo o3,35' = , observado na VR com primria (500) para o cristal

    de L-AHCl.H2O pura.

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    xix

    Abstract

    We use Renninger scans (RS) of the X-ray multiple diffraction (XRMD) to

    determine the piezoelectric coefficients of the Fe-doped L-arginine.HCl.H2O (L-AHCl.

    H2O:Fe) trough of the distortions produced in the unit cell under the influence of an applied

    electric field. The advantage of this technique is the possibility to obtain more than one

    piezoelectric coefficient from a single Renninger scan measurement. It was verified a

    decreasing in the coefficients of Fe-doped crystal ( )11022 10726 = CNxd )(. when

    compared to the coefficients of the non doped crystal ( )1922 10322 = CNxd )(. , due

    change in the ferroelectrics domains, caused by the presence of the Fe3+ ions in the

    structure that difficult the alignment with the electric field.

    It was possible also to obtain topography using XRMD technique, in one non doped

    L-AHCl.H2O crystal growth by slow evaporation. The topographies images were obtained

    under different positions of primary reflection and one secondary peak through rocking

    curve and RS, respectively. In theses images were possible to visualize different contrast in

    both primary and secondary expositions. The advantage in study topography in condition of

    XRMD compared to conventional techniques is related to choice of any secondary plan

    inside crystal to study crystalline defects.

    Another contribution of this work, it was the study of secondary peaks with greater

    sensibility to the displacement of the peak (1-74) as function applied electric field

    evidenced by the presence of the angle o3,35' = , noted in the RS with primary (500) for

    non doped crystal.

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    1

    Captulo 1______________________________________________________

    Introduo

    Neste captulo, apresenta-se uma viso geral sobre os princpios bsicos que

    sero utilizados no presente trabalho, que so: os aminocidos, a piezeletricidade e a

    difrao mltipla de raios-X. O crescente interesse em cristais de aminocidos devido as

    suas boas propriedades pticas no lineares e por serem constituintes bsicos dos seres

    vivos. A piezeletricidade um fenmeno conhecido h muito tempo e, materiais com esta

    propriedade continuam a ser estudados devido as suas vrias aplicaes tecnolgicas. Por

    fim, difrao de raios-X como ferramenta bsica, muito empregado na caracterizao de

    amostras cristalinas. Atualmente, existem vrias maneiras de se caracterizar materiais, entre

    elas uma das mais utilizadas a difrao de raios-X de policristais [WARREN, 1990], a

    topografia de raios-x simples ou com monocromador assimtrico [TANNER, 1976], curvas

    de rocking (varreduras ) e difrao mltipla de raios-X. A difrao em policristais

    aplicada nos materiais formados pela agregao aleatria de cristalitos, ou seja, amostras

    policristalinas, as outras tcnicas citadas acima esto relacionadas com o estudo de

    materiais sob a forma de monocristais. Dentre as tcnicas citadas, as curvas de rocking

    so essenciais na determinao da perfeio cristalina de materiais monocristalinos

    [CHANG et al., 1953, GE et al., 2004], em que a largura meia altura (FWHM) do pico de

    difrao da curva de rocking d informao direta da perfeio cristalina da amostra

    analisada, ou seja, quanto menor a FWHM mais perfeito o monocristal. As curvas de

    rocking tambm so importantes no estudo de deformaes na estrutura cristalina

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    causadas por agentes externos como campo eltrico e presso [SEBASTIAN et al., 1992,

    STAHL et al., 1990]. Alm dessas tcnicas de difrao de raios-X envolvendo apenas 2-

    feixes, o incidente e o difratado, a difrao mltipla de raios-X [RENNINGER et al., 1937]

    (n-feixes) (DMRX), que ser de grande utilidade neste trabalho, est sendo cada vez mais

    utilizada na caracterizao de materiais monocristalinos, por seu grande potencial. A sua

    grande preciso na medida de ngulo possibilita clculos mais precisos de parmetros de

    rede, aplicado pela primeira vez no cristal de diamante em 1947 [LONSDALE, 1947] e

    posteriormente em 1966 [ISHERWOOD et al., 1966] no silcio e na incorporao de

    arsnio na rede do germnio, sendo tambm uma tcnica muito til na deteco de

    pequenas distores na rede cristalina, utilizada no estudo destas deformaes causadas

    por um estmulo externo.

    1.1Aminocidos

    Os aminocidos so as menores molculas formadoras das protenas, sendo

    considerados os seus alicerces das protenas.

    Em todas as espcies vivas, as protenas so constitudas com o mesmo conjunto bsico

    de vinte aminocidos, onde cada aminocido diferente um do outro, embora apresentem

    alguns componentes comuns. Todos os aminocidos, como compostos orgnicos que so,

    possuem um tomo de carbono conhecido como carbono central, denominado carbono alfa.

    Trs das ligaes qumicas desse carbono esto ocupados por radicais comuns a qualquer

    aminocido, como indica a figura 1.1. No caso da primeira ligao ocupado pelo radical

    (NH2), chamado de amina. J na segunda ligao ocupada pelo radical carboxila,

    representada por (COOH). A terceira ligao ocupada por um radical (H) (hidrognio).

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    3

    Todos os aminocidos so formados por essas trs ligaes, o que vai diferenciar a quarta

    ligao que representada por R [ARMSTRONG, 1983].

    Figura 1.1: Componente bsico de todo aminocido.

    A partir da polaridade do radical R, os aminocidos podem ser classificados em trs

    classes:

    Aminocido com radical R Apolar:Geralmente formados exclusivamente

    por carbono e hidrognio, so hidrofbicos. So eles: Alanina, valina, leucina,

    isoleucina, prolina, fenilanina, triptofano, metionina.

    Aminocido com radical R Polar No-Carregado: Apresenta radical R

    contendo hidroxilas, sulfidrilas e o grupo amina, so hidroflicos. So eles:

    glicina, serina, treonina, cistena, tirosina, asparagina e glutamina.

    Aminocido com radical R Polar Carregado:

    Positivamente: diamino e monocarboxlicos: lisina, arginina e histidina.

    Negativamente:monoamino e dicarboxlicos: cido asprtico, cido glutmico.

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    Os aminocidos podem ser D ou L, depende da posio dos grupamentos funcionais

    estarem voltados para direita ou para esquerda [ZHANG et al., 2004, DOLAIN et al.,

    2005]. Os aminocidos so ainda capazes de desviar o plano de luz polarizada para direita

    ou para a esquerda, sendo denominada dextrogiro ou dextro-rotatrio e levgiro ou levo-

    rotatrio, respectivamente [DOLAIN et al., 2005, ZHANG et al., 2004].

    Na tabela 1.1 so apresentados os radicais das estruturas dos 20 aminocidos mais

    comuns.

    Tabela 1.1: 20 Aminocidos

    Aminocidos Radicais

    Alanina CH3

    Arginina NH2C(NH)2(CH2)3

    Asparagina NH2CO(CH2)

    cido Asprtico COOOH(CH2)

    Cisteina SH(CH2)

    Glutamina NH2CO(CH2)2

    cido Glutmico COOH(CH2)2

    Glicina H

    Histidina (C3N2H4) CH2

    Isoleucina (CH3)2CH2CH

    Leucina (CH3)2CH(CH2)

    Lisina NH2(CH2)4

    Metionina CH3S(CH2)

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    Aminocidos Radicais

    Triptfano (C6H

    4)HNC

    2HCH

    2

    Tirosina (OHC6H4)CH2

    Valina (CH3)2CH

    Prolina 3CH2

    Serina OH(CH2)

    Fenilanina (C6H5) (CH2)

    Os aminocidos so divididos em no-essenciais e essenciais. Os no-essenciais

    so aqueles que o organismo capaz de sintetizar. Os aminocidos que no sintetizamos,

    so chamados de essenciaise so obtidos atravs de vegetais ou animais.

    A L-arginina.HCl.H2O (L-AHCl.H2O) que ser estudado nesse trabalho um

    aminocidosemi-essencial, ou seja, essencial na fase de crescimento e no essencial na fase

    adulta. Favorece a produo do hormnio de crescimento, aumenta a massa muscular,

    estimula a produo de insulina [WU & MEININGER, 2002].

    Os materiais utilizados em ptica no-lineares (NLO) tm atrado bastante a ateno

    pelo seu uso em modulador ptico e dispositivo eletro-ptico. Com a descoberta dos

    cientistas chineses [XU et al., 1983] da L-arginina fosfatada monohidratada (LAP), que tem

    sido proposto na substituio do KDP (Potssio-Di-hidrogenio Fosfato), material

    comumente utilizado como conversor de freqncia de laser infravermelho, pelas suas

    caractersticas e facilidade de crescimento, alm do seu baixo custo. A vantagem dessa

    substituio do KDP pela LAP que esse material quase trs vezes mais no linear que

    o KDP e mais sensvel angularmente. Mnaco et al. [MNACO et al., 1987] realizaram

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    pesquisas cristalogrficas e sobre propriedades pticas no-lineares, na L-arginina fosfatada

    e em cristais anlogos, que podem ser observados na tabela 1.2.

    Tabela 1.2: Sais de L-arginina com os seus respectivos grupo espacial, nmero de frmula

    por clula unitria (Z), parmetro de rede (a,b e c) e volume da clula unitria [MONACO

    et al., 1987].

    663a=10,1514

    b=12,663

    c=5,070

    =100,76o

    2P21OOCCH2CHOHCOOH

    Malato

    1143a=13,728

    b=16,447

    c=5,062

    4P212121BF-4

    Tetrafluoborato

    1538a=9,787

    b=22,024

    c=7,134

    4P212121(H2AsO-4)2

    Diarsenato

    1167a=13,854

    b=16,573

    c=5,083

    4P212121ClO-4

    Percloreto

    1061,2a=5,8

    b=11,87

    c=15,74

    4P212121(H2O)2Dihidratado

    586a=9,220

    b=5,185

    c=13,100

    =109,6o

    2P21CH3COO-

    Acetato

    1095a=11,26

    b=8,65

    c=11,25

    =91,50o

    4P21Br-H2O

    Brometo

    1056a=11,22

    b=8,5

    c=11,07=91o

    4P21Cl-H2O

    1011,9a=5,33

    b=9,46

    c=20,07

    =90,5o

    4P21Cl-

    Cloreto

    474a=10,244

    b=8,498

    c=5,453

    =93,46o

    2P21F-

    Fluoreto

    621a=10,35

    b=7,91

    c=7,32

    =98o

    2P21H2PO-4H2O

    Fosfato

    Volume da clula(3)

    Parmetro de rede()

    ZGrupo

    Espacial

    Anion

    663a=10,1514

    b=12,663

    c=5,070

    =100,76o

    2P21OOCCH2CHOHCOOH

    Malato

    1143a=13,728

    b=16,447

    c=5,062

    4P212121BF-4

    Tetrafluoborato

    1538a=9,787

    b=22,024

    c=7,134

    4P212121(H2AsO-4)2

    Diarsenato

    1167a=13,854

    b=16,573

    c=5,083

    4P212121ClO-4

    Percloreto

    1061,2a=5,8

    b=11,87

    c=15,74

    4P212121(H2O)2Dihidratado

    586a=9,220

    b=5,185

    c=13,100

    =109,6o

    2P21CH3COO-

    Acetato

    1095a=11,26

    b=8,65

    c=11,25

    =91,50o

    4P21Br-H2O

    Brometo

    1056a=11,22

    b=8,5

    c=11,07=91o

    4P21Cl-H2O

    1011,9a=5,33

    b=9,46

    c=20,07

    =90,5o

    4P21Cl-

    Cloreto

    474a=10,244

    b=8,498

    c=5,453

    =93,46o

    2P21F-

    Fluoreto

    621a=10,35

    b=7,91

    c=7,32

    =98o

    2P21H2PO-4H2O

    Fosfato

    Volume da clula(3)

    Parmetro de rede()

    ZGrupo

    Espacial

    Anion

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    O desenvolvimento de materiais pticos no-lineares orgnicos levou compostos

    potencialmente adequados para a aplicao em telecomunicao ptica, processamento de

    imagem e dispositivos de armazenamento de dados. Muitos trabalhos vm sendo realizados

    com esses cristais de aminocidos entre eles destacamos o estudo do cristal de L-asparagina

    monohidratada por Raman nas temperaturas que variam de 300 a 10K e por difrao de

    raios-X confirmando a ocorrncia de uma mudana estrutural entre 140 e 150K [MORENO

    et al, 2004, LIMA et al., 2002].

    1.2 - Piezeletricidade

    O fenmeno conhecido como piezeletricidade foi descoberto h mais de cem anos

    pelos irmos Pierre e Jaques Curie. O primeiro trabalho sobre esse assunto foi apresentado

    em 1880 [CURIE and CURIE, 1880a, CURIE and CURIE, 1880b] e tratava apenas do

    efeito piezeltrico direto. Logo aps em 1881, o efeito piezeltrico inverso foi reportado

    [LIPPMAN, 1881]. O centenrio do descobrimento deste efeito foi comemorado com uma

    edio especial da revista Ferroelectrics [Special Issue on Piezoelectricity, 1982].

    Atualmente, pesquisas bsicas e aplicaes tecnolgicas relacionadas a piezeletricidade

    continuam atraindo a ateno de muitos pesquisadores [LANG, 1990, LANG, 1993], as

    aplicaes prticas do efeito podem ser encontradas em diversas reas, fazendo uso tanto do

    efeito direto como do inverso.

    Convencionalmente, as tcnicas para a medida piezeltrica, como mencionamos

    acima podem ser classificados em duas categorias: medida direta [REN et al., 1997,

    DUBOIS et al., 1999, LEUNG et al., 1999] (por exemplo, o mtodo pneumtico do

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    equipamento da presso, o mtodo de interferometria ptica e etc.) e medida indireta

    [GES et al., 2001] (como o mtodo de ressonncia e etc.).

    A piezeletricidade uma das propriedades de cristais, cermicas, polmeros e

    cristais lquidos. Existem vrias maneiras de se descrever o efeito, mas talvez, a definio

    mais comum sejaum material considerado piezeltrico se a aplicao de uma tenso

    mecnica causa o desenvolvimento de um deslocamento eltrico interno. Este

    deslocamento se manifesta como uma polarizao eltrica interna ou atravs do

    aparecimento de cargas eltricas na superfcie do material. Devido forma na qual a tenso

    elstica e o deslocamento eltrico se comportam sob uma transformao de coordenadas, as

    constantes (ou coeficientes) piezeltricas que relacionam estas propriedades fsicas, formam

    um tensor de terceira ordem. O efeito piezeltrico est intimamente relacionado simetria

    dos cristais, e a condio primordial para o seu aparecimento que o material no

    apresente centro de simetria. De todas as classes cristalinas, apenas os centro simtricos

    no podem apresentar o efeito [NYE, 1957]. Praticamente todas as outras classes exibem

    algum efeito piezeltrico diferente de zero, embora s vezes este efeito seja muito pequeno.

    Assim, quando um cristal est sob a influncia de um efeito externo, como uma

    tenso, trao uniforme, um campo eltrico esttico ou de baixa freqncia, deformaes

    so produzidas nesse cristal. Essas deformaes dependem da simetria do cristal e da

    direo na qual o efeito aplicado, enquanto que a magnitude dessas deformaes depende

    do valor da constante piezeltrica correspondente. No caso da aplicao de um campo

    eltrico, o efeito bastante conhecido e recebe o nome de Efeito Piezeltrico Inverso.

    Em se tratando da determinao das constantes piezeltricas, a grande vantagem do

    campo eltrico sobre a aplicao de uma tenso externa, est no fato de ser muito mais fcil

    produzir um campo eltrico uniforme que uma tenso uniforme.

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    Os mtodos de difrao de raios-X comearam a ser utilizados na determinao das

    constantes piezeltricas aps Bhalla [BHALLA et al., 1971] ter determinado a deformao

    elstica induzida em um cristal piezeltrico por um campo eltrico esttico. Algum tempo

    depois, Barsch [BARSCH, 1976] derivou as equaes necessrias para a determinao dos

    coeficientes piezeltricos a partir de medidas de difrao de raios-X. Essas equaes

    relacionam a mudana no ngulo de Bragg em funo do campo aplicado, para todas as 20

    classes cristalinas que exibem o efeito.

    importante salientar que os mtodos tradicionais que utilizam raios-X na

    determinao das constantes piezeltricas so aqueles que envolvem apenas dois feixes: o

    incidente e o primrio difratado. Tais mtodos so os que fazem uso de varreduras (ou

    curva de rocking) e varredura /2convencionais. A desvantagem desses mtodos que

    a determinao de cada constante requer uma amostra orientada e cortada numa direo

    conveniente para aplicao de campo eltrico. Assim, se o grupo cristalino do material sob

    estudo for tal que o nmero de coeficientes piezeltricos independentes seja igual a 10

    (como o caso do grupo pontual m), sero necessrias 10 amostras preparadas em direes

    apropriadas para a aplicao do campo e medida dos perfis de difrao.

    Podemos encontrar na literatura, valores tpicos dos coeficientes piezeltricos que

    podem variar entre 10-13 CN-1 at 10-9 CN-1 [Landolt-Brnstein, 1984]. Nesta referncia,

    tambm possvel observar que um nico material pode apresentar constantes com

    diferentes ordens de magnitude, como o caso do KDP para o qual as constantes variam

    entre 10-13e 10-11CN-1.

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    10

    1.2.1 - Determinao dos coeficientes por Difrao Mltipla de raios-X

    Experincias recentes de DMRX, permitiram o desenvolvimento de um mtodo para

    a determinao dos coeficientes piezeltricos de cristais orgnicos utilizados em ptica no-

    linear tais como: mNA (meta-Nitroaniline) [AVANCI et al., 2000] e MBANP [(-)-2-(-

    methylbenzylamino)-5-nitropyridine] [AVANCI et al., 1998] de boa qualidade cristalina, (8

    coeficientes), da L-arginina.HCl.H2O [Almeida et al., 2003, Almeida et al., 2006] (8

    coeficientes) e L-histidina.HCl.H2O [de MENEZES et al., 2007] (3 coeficientes) a partir de

    varreduras Renninger. Possvel devido s caractersticas de sensibilidade em medir

    pequenas deformaes nos parmetros de rede, induzidas por um campo eltrico externo e

    como h mais de um plano em condio de difrao, possvel obter informaes

    tridimensionais sobre a rede cristalina.

    O fenmeno de difrao mltipla ocorre, quando determinados planos iro satisfazer

    simultaneamente a condio de difrao (lei de Bragg) para somente um nico feixe

    incidente. Esta condio obtida, na geometria desenvolvida por Renninger

    [RENNINGER, 1937], alinhando-se um plano, chamado de primrio, para difratar o feixe

    incidente e, em seguida, o cristal rotacionado em torno do eixo normal esse plano por

    um ngulo . Como existe mais de um plano simultaneamente em condio de difrao,

    possvel obter informaes tridimensionais sobre a rede cristalina, como foi citado

    anteriormente. O feixe primrio difratado monitorado durante a rotao e o registro da

    intensidade em funo do ngulo de rotao chamado de varreduraRenninger,exibindo

    vrios picos secundrios de difrao, com cada um deles carregando informaes sobre

    uma direo no interior do cristal, sendo a posio de cada um desses picos secundrios

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    basicamente uma funo dos parmetros de rede do cristal. outra caracterstica das

    varredurasRenninger, a presena do espelhos de simetria, cujo nmero est relacionado

    prpria simetria do vetor primrio, e tambm rotao no , que ser discutida em

    detalhes mais adiante.

    1.3- Topografia de difrao de raios-X

    A topografia por difrao de raios-X uma das principais tcnicas utilizadas no

    estudo de defeitos internos e superficiais de crescimento de cristais [BOWEN et al., 1980;

    BOWEN et al., 2002], ou seja, fornecendo uma imagem da distribuio de defeitos num

    cristal. Embora o primeiro trabalho relacionado a tcnica de topografia seja datado em 1931

    [BERG, 1931], esta tcnica foi realmente investigado por volta de 1958 quando as trs

    principais geometrias (reflexo, transmisso e duplo cristal) j eram utilizadas para

    observar defeitos em cristais. Desde ento, a tcnica de topografia tem sido cada vez mais

    utilizada [TEODOR et al., 2002, AUTHIER, 2001, LIU et al., 2000]. A essncia da

    topografia so mapas de intensidade do feixe difratado sobre a superfcie do cristal, onde os

    defeitos afetam a intensidade difratada, gerando diferentes contrastes nas imagens

    observadas atravs de filmes fotogrficos, se o cristal perfeito, todas as posies da sua

    rede cristalinas vo produzir uma imagem uniforme no filme fotogrfico.

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    12

    1.3.1- O principio do mtodo

    Um simples caminho para compreender a criao da imagem topogrfica de raios-X

    considerando a fotografia de Laue [PREUSS et al., 1973]. So as cmeras de Laue

    comumente usadas em laboratrios de raios-X, representado pelo feixe difratado por uma

    variedade de planos da rede cristalina mostrados atravs de pontos por meio de um filme

    fotogrfico, utilizado para orientar cristais e determinar simetrias cristalinas, como pode ser

    observado na figura 1.2. O fato que cada ponto de Laue apresenta uma distribuio

    espacial da intensidade difratada, ou seja, cada ponto deste representa uma topografia

    referente a um plano diferente no cristal.

    Figura 1.2: (A) Cmera de Laue utilizada para orientar cristais. (B) Tpico padro de Laue.

    Amostra

    Filme

    Mancha de LaueOrifcio

    Fontede Raios-X

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    13

    1.3.2 Tcnicas de Topografia

    (i) Topografia de difrao de raios-X - geometria de reflexo ou topografia de

    Berg-Barrett

    Este mtodo foi usado primeiro por Berg em 1931 [BERG, 1931], comumente usado

    em geometria de reflexo, onde tem a vantagem de ser aplicado em materiais com alta

    densidade de defeitos. Inicialmente esta tcnica estudou defeitos em superfcie de

    cristais de cloreto de sdio utilizando uma reflexo altamente assimtrica. Depois foi

    adaptado para o estudo de superfcie de metais por Barret [BARRETT, 1945] e a

    resoluo melhorada por Newkirk [NEWKIRK, 1958]. A geometria da tcnica est

    descrita na figura 1.3, onde o cristal alinhado de forma a colocar uma famlia de

    planos em condio de difrao. Uma chapa fotogrfica colocada prxima ao cristal

    para registrar o feixe difratado. A principal caracterstica desses planos que o ngulo

    que o feixe incidente forma com a superfcie da amostra, seja bem pequeno para

    mxima iluminao, e o ngulo do feixe difratado com a superfcie, seja grande

    ( o902 ). Isso faz com que praticamente cada ponto da superfcie da amostra produza

    uma imagem no filme fotogrfico. Em geral utiliza-se a radiao de 541,= ,

    razovel para que no haja excessiva penetrao na camada e a imagem registrada seja

    a da regio bem prxima da superfcie.

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    14

    Figura 1.3: Principio da topografia de Berg-Barret; F: fonte; Filme fotogrfico; Cristal; A: Imagem darea imperfeita A

    A vantagem desse mtodo seu fcil ajuste, tem boa resoluo e no requer um

    equipamento caro e longo tempo de exposio. O principal inconveniente que pode ser

    explorada somente a imagem da superfcie do cristal. Sendo conveniente, por exemplo,

    para o estudo de defeitos associados a processo de deposio de circuito integrado na

    superfcie de cristais semicondutores, mas no conveniente para o estudo de defeitos

    internos de cristais.

    (ii) Topografia de difrao de raios-X - geometria de transmisso ou topografia de

    Lang

    A seo topogrfica proporciona uma imagem de uma regio pequena do cristal. Para se

    obter uma imagem de todo o volume do cristal, necessrio utilizar, um foco longo e linear

    em vez de pontual ou movimentar simultaneamente o cristal e o filme fotogrfico.

    Existem vantagens e desvantagens para cada um desses meios citados acima, porm o

    mais utilizado que fornece um melhor resultado o gonimetro desenvolvido por Lang

    F

    Cristal

    Filme

    A

    AF

    Cristal

    Filme

    A

    A

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    15

    [LANG, 1958, 1959] o qual o cristal e o filme fotogrfico so movimentados juntos, este

    principio mostrado na figura 1.4, onde se utiliza uma fenda larga (S1), diminuindo o

    tempo de exposio. A imagem do volume do cristal em que estes feixes interagem so

    (mostrados como uma seo triangular), como pode ser observado na figura 1.4.

    A topografia Lang tambm revela domnios magnticos em ferromagnticos. A cmera

    de Lang mais utilizada para o controle de semicondutores como o Si.

    A topografia de transmisso (Lang) apesar de ser uma tcnica mais sensvel a defeitos

    cristalinos, e poder produzir imagens de diferentes regies do interior do cristal, apenas

    pode ser completamente interpretada usando a teoria dinmica de raios-X, levando em

    conta interaes mtuas do feixe incidente e difratado especialmente em cristais perfeitos.

    Figura 1.4: Principio da topografia de transmisso. Cristal e filme fotogrfico movimentam simultaneamente.

    F

    S1

    S2

    Filme

    Cristal

    T

    Seo

    triangular

    F

    S1

    S2

    Filme

    Cristal

    T

    Seo

    triangular

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    16

    (iii) Topografia de difrao de raios-X por sistema de duplo cristal

    Este mtodo desenvolvido por Bonse [BONSE, 1958] essencialmente usado para

    detectar misorientaes ou variao nos parmetros em cristais relativamente perfeitos.

    O sistema de duplo cristal mostrado na figura 1.5. Dois cristais so colocados

    paralelos em um arranjo no dispersivo (+, -), ou seja, utilizando o mesmo cristal (1 e

    2) e a mesma reflexo. Difratmetro de duplo-cristal assim chamado por apresentar na

    sua geometria, antes do cristal (2) a ser analisado um outro cristal (1) (monocromador)

    posicionado para receber o feixe que provem do gerador de raios-X. Todo feixe

    refletido pelo cristal 1 incidir no cristal 2 como o ngulo de Bragg correto, exatamente

    pelo fato de serem paralelos, ou seja, o cristal (1) tem como finalidade monocromatizar

    esse feixe antes de incidir no cristal (2). Sendo A a imagem da regio A, ou seja, a

    regio com defeitos que vai ser observada no filme fotogrfico. Essa geometria pode ser

    utilizada com sucesso em laboratrio de raios-X, mas o tempo de exposio para se

    obter a topografia pode demorar horas, ou at mesmo dias. A geometria de duplo -

    cristal tornou-se muito mais til devido o tempo de exposio extremamente reduzida

    quando associada ao uso de fontes de raios-X no sncrotron.

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    17

    Figura 1.5: Principio da topografia de duplo - cristal. Arranjo do cristal; F: foco; Cristal 1: cristal dereferencia; Cristal 2: cristal em estudo; Filme fotogrfico; A: imagem da regio A.

    1.4- Objetivos

    Neste trabalho utilizaremos as tcnicas de difrao de raios-X de 2 e n-feixes, para o

    estudo de materiais monocristalinos, como ferramenta na determinao de quatro

    coeficientes piezeltricos do cristal de aminocido de L-arginina.HCl.H2O:Fe (5%), sob

    ao de um campo eltrico externo aplicado paralelamente na direo y com o objetivo de

    comparar estes valores com os obtidos na amostra L-arginina.HCl.H2O [ALMEIDA et al.,

    2003, ALMEIDA et al., 2006]. Outros estudos realizados no cristal de L-aginina.HCl.H2O,

    so o de sees topogrficas em condio de Difrao Mltipla de Raios-X (caso de 3-

    feixes) obtendo imagens da reflexo primria e de uma reflexo secundria qualquer

    [CHANG, 1984, CAMPOS et al., 1998], apresentando vantagens com relao s

    geometrias convencionais por proporcionar a escolha do estudo de defeitos de qualquer

    plano dentro do cristal, confirmando a potencialidade da tcnica de DMRX. Outra extenso

    desse trabalho o estudo dos casos especiais de (DMRX), obtidos a partir de varreduras

    F

    Cristal 1

    Cristal 2

    Filme

    A

    A

    F

    Cristal 1

    Cristal 2

    Filme

    A

    A

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    18

    combinadas :, ou seja, o mapeamento da condio de difrao para a reflexo escolhida

    e o estudo da sensibilidade dos picos secundrios de difrao quando apresenta um ngulo

    pequeno.

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    19

    Captulo 2 ____________________________________________________

    Teoria

    Neste captulo pretendemos dar nfase aos efeitos produzidos pela aplicao de um

    campo eltrico externo, sobre a rede cristalina de um monocristal piezeltrico; e o estudo da

    difrao de raios-X de n-feixes que ser desenvolvido em vrias etapas, tendo como

    principal objetivo a determinao dos coeficientes piezeltricos e o estudo da qualidade das

    amostras atravs da difrao mltipla de raios-X para os cristais de L-AHCl.H2O:Fe e L-

    AHCl.H2O respectivamente.

    Para a determinao dos coeficientes piezeltricos do cristal de L-AHCl.H2O:Fe, a

    anlise terica se dividiu nas seguintes etapas:

    (1) O campo eltrico Er

    produz tenses internas (strain) ij no cristal via efeito

    piezeltrico inverso, caracterizado pelo tensor dijk;

    (2) A partir dessas tenses, mudanas nos parmetros de rede so calculadas;

    (3) Frmulas sero derivadas expressando a mudana na posio dos picos de difrao

    mltipla em funo das mudanas nos parmetros de rede;

    (4) Obtemos os coeficientes piezeltricos, usando como ferramenta as medidas obtidas

    de difrao mltipla de raios-X.

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    20

    2.1- O efeito piezeltrtico inverso

    As condies bsicas para um material ser piezeltrico a ausncia de um centro de

    simetria, uma vez que esta propriedade fsica tem sua origem justamente na anisotropia do

    cristal, ou seja, no fato da resposta do material a um estmulo externo no ser a mesma para

    todas as direes cristalogrficas.

    Se um material piezeltrico tensionado, este material passar a apresentar uma

    polarizao eltrica, Pi (ou uma mudana da polarizao, Pi= Pi P0 , caso o material

    apresente uma polarizao espontneaPo), tal que:

    ,jkijki dP = (2.1.1)

    onde i, j e k podem assumir os valores 1, 2 ou 3 e jk a tenso aplicada (na equao acima

    e em todo o resto do texto estaremos adotando a conveno de soma introduzida por

    Einstein). Este efeito conhecido como Efeito Piezeltrico Direto e ao coeficiente dijk,, que

    relaciona a tenso com a mudana na polarizao, d-se o nome de coeficiente (ou

    constante) piezeltrico. Este coeficiente se comporta como um tensor de ordem 3,

    possuindo assim, 27 elementos independentes.A partir da equao 2.1.1, podemos esperar que a aplicao de um campo eltrico

    externo, Ei, a um material piezeltrico ir fazer com que o material sofra uma deformao

    jkdada por:

    iijkjk Ed= , (2.1.2)

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    21

    onde novamente dijk o coeficiente piezeltrico. A este efeito, d-se o nome de Efeito

    Piezeltrico Inverso, e o que ser abordado neste trabalho.

    Usam-se as propriedades de simetria do cristal para escrever os tensores

    piezeltricos em notao matricial, com as seguintes substituies:

    i11 i1, i23, i32 i4,

    i22 i2, i13, i31 i5,

    i33 i3, i12, i21 i6,

    onde i o primeiro ndice dos coeficientes e pode variar de 1 a 3, logo o nmero de

    constantes independentes reduzido de 27 para 18. Dessa forma podemos reescrever a

    equao 2.1.1 e 2.1.2 como:

    jiji dP = , (2.1.3)

    iijj Ed= , (2.1.4)

    com i = 1, 2, 3 e j = 1, 2, ...,6. As relaes acima mostram que o efeito piezeltrico linear.

    O nmero de coeficientes independentes pode ser reduzido ainda mais, dependendo

    da simetria da clula unitria do material a ser utilizado. Para o caso de um material

    monoclnico, pertencente ao grupo pontual 2, existem oito constantes independentes, [NYE,

    1957]. Escolhemos essa simetria uma vez que corresponde simetria da clula unitria da

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    22

    L-arginina.HCl.H2O:Fe. Logo, o tensor piezeltrico para essa amostra, escrito na notao

    matricial introduzida por Voigt [VOIGT & NACHR, 1910], possui a forma:

    Classe 2,

    3634

    25232221

    1614

    0000

    00

    0000

    ]110[]101[]011[]001[]010[]100[

    dd

    dddd

    dd

    E

    E

    E

    z

    y

    x

    r

    r

    r

    onde Er

    x, Er

    y e Er

    z indicam campos eltricos aplicados em direes paralelas aos eixos

    cartesianos Xr

    , Yr

    e Zr

    , respectivamente.

    Nesta matriz as linhas do as direes dos eixos piezeltricos em que o campo eltrico

    deve ser aplicado, enquanto que as colunas mostram as direes cristalogrficas nas quais o

    efeito piezeltrico deve ser observado. Tambm muito importante notar que os eixos

    piezeltricos so sempre ortogonais, enquanto que os eixos cristalogrficos nem sempre

    so. Sendo Xr

    , Yr

    e Zr

    o conjunto de eixos ortogonais representando os eixos piezeltricos,

    usando a conveno recomendada em Standards on Piezelectric Crystals

    [Piezoelectricity, 1949], as relaes entre eixos piezeltrico e eixos cristalogrficos para os

    material em estudo so:

    1) Eixo piezeltrico Zr

    paralelo ao eixo cristalogrfico cr

    = [001],

    2) Eixo piezeltrico Yr

    paralelo ao eixo cristalogrfico br

    = [010]e

    3) Eixo piezeltrico Xrparalelo direo a

    r, sendo a

    rperpendicular a b

    re c

    r.

    Desta forma, fica fcil perceber que um campo eltrico aplicado na direo Er

    yir

    produzir simultaneamente efeitos nas direes cristalogrficas [100], [010], [001]e [101],

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    23

    enquanto que um campo eltrico aplicado na direo Er

    x (ou Er

    z) ir produzir efeitos

    apenas nas direes cristalogrficas [011]e [110]. A magnitude do efeito em cada direoser proporcional ao coeficiente piezeltrico correspondente.

    Para determinar os coeficientes piezeltricos de qualquer material, basta ento

    conhecer seu tensor piezeltrico, aplicarmos o campo eltrico e procurar por deformaes

    nas direes apropriadas.

    2.2- Deformaes induzidas por um campo eltrico externo.

    Vamos relacionar a tenso produzida pelo campo eltrico externo com a variao

    nos parmetros de rede da clula unitria cristalina, ou seja, a deformao induzida pelo

    campo eltrico [NYE, 1957].

    Seja {X, Y, Z}um conjunto ortogonal de eixos e rr

    = {rx, ry, rz}{ri}um vetor

    ligando dois pontos quaisquer no interior do cristal. Esses pontos podem ser dois tomos ou

    dois pontos particulares da rede cristalina. Quando o cristal sofre uma tenso, as posies

    relativas dos dois pontos mudam de forma que rr

    rr

    + rr

    , como mostra a figura 2.1. As

    mudanas fracionais nas componentes de r definem as componentes do tensor tenso, ij.

    Logo, podemos escrever:

    jiji rr = (2.2.1)

    ri= Frao de mudana nas componentes do vetor r.

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    24

    Figura 2.1:Efeito da tenso em dois vetores r

    r

    e s

    r

    quaisquer no interior do cristal. o ngulo entre eles.

    .r+r+r=r

    r+r+r=r

    r+r+r=r

    zzzyzyxxxz

    zyzyyyxyxy

    zxzyxyxxxx

    (2.2.2)

    As mudanas que procuramos podem ser divididas em (i) mudana no comprimento de

    um vetor qualquer, e (ii) mudana no ngulo entre dois vetores quaisquer.

    (i) Mudana no comprimento de um vetor:

    zr

    xr

    xsX

    r

    Zr

    Yr

    zSsr

    ss rr+

    sr

    ys

    yr

    rr

    rr

    rr rr

    +

    zr

    xr

    xsX

    r

    Zr

    Yr

    zSsr

    ss rr+

    sr

    ys

    yr

    rr

    rr

    rr rr

    +

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    25

    O comprimento do vetor dado por seu mdulo ao quadrado:

    ii

    rrr =2 , (2.2.3)

    quando diferenciarmos a equao 2.2.3, obtemos:

    iiiiii rrrrrrrr =+= 2)()()(2 . (2.2.4)

    Usando a equao (2.2.1), temos:

    ij

    ji

    r

    rrr = . (2.2.5)

    A equao acima d a mudana no comprimento de um vetor r qualquer em funo da

    tenso ij.

    (ii) Mudana no ngulo entre dois vetores rr

    e sr

    .

    O ngulo definido a partir do produto escalar de rr

    por sr

    :

    cosrssrsrsrsrsr iizzyyxx ==++= . (2.2.6)

    Logo,

    rs

    sr ii=cos . (2.2.7)

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    26

    Diferenciando a equao acima, temos:

    2)(

    )()(sen

    rs

    rssrsrrssrrs iiiiii ++= . (2.2.8)

    Na equao acima, substitumos o fator risi/rs pela equao 2.2.7, enquanto que a

    equao 2.2.1 usada para substituir ir e is . Logo a equao 2.2.5 usada para

    substituir r e s , assim

    .cos

    cos)(1

    )(1)(1

    22

    ij

    jijijiji

    ij

    ji

    ij

    ji

    jijijiji

    iiiiii

    rs

    rrsssr

    rsrs

    rssr

    r

    rsr

    s

    srsrssr

    rs

    rssrrs

    sr

    rsrssr

    rssen

    +

    +=

    =

    ++=

    =+

    +=

    (2.2.9)

    Ento, obtemos:

    ij

    jijijiji

    rs

    rrsssr

    rs

    rssr

    ++

    +=

    2

    22

    )(cos

    sen

    1. (2.2.10)

    que d a mudana no ngulo em funo da tenso ij .

    2.2. 1- Anlise para classe 2

    Em relao a um cristal monoclnico, escrevemos os vetores que representam os

    eixos cristalogrficos em um referencial ortogonal, como:

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    27

    ).,0,0(

    )0,.0(

    ),cos,0,sen(),,(

    cc

    bb

    aaaaaa zyx

    =

    =

    ==

    r

    r

    r

    (2.2.11)

    (a)Mudanas no comprimento dos vetores ar

    , br

    e cr

    que definem a clula unitria.

    Para isso aplicamos a equao 2.2.5 para cada um dos parmetros de rede a, b e c.

    .zzzz

    zy

    yz

    zxxz

    yzzy

    yyyy

    yxxy

    xzzx

    xyyx

    xxxx

    a

    aa

    a

    aa

    a

    aa

    aaa

    aaa

    aaa

    aaa

    aaa

    aaaa

    +++

    ++++++=

    (2.2.12)

    Usando a relao 2.2.11 que define o vetor ar

    , chegamos :

    .cos)2sen(sen 22 zzxzxxa

    a ++=

    (2.2.13)

    Sabendo que )0,,0( bb=r

    e ),0,0( cc=r

    , obtemos:

    yyb

    b=

    , (2.2.14)

    zzc

    c=

    . (2.2.15)

    (b)Mudanas nos ngulos , e da clula unitria.

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    28

    i)No caso da simetria monoclnica, 090= , dessa forma a equao 2.2.10 se torna

    ijjiji

    bcbccb

    += (2.2.16)

    e como 0==== yxzx ccbb ,

    yz

    yzzy

    bc

    bccb

    += (2.2.17)

    Substituindo os valores bby = e ccz= , a expresso que d a mudana no ngulo

    yz= 21

    . (2.2.18)

    ii)Sendo 090= e os valores de xa , za , e yb dados em 2.2.11, obtemos:

    ij

    jiji

    ab

    abba

    += =

    yz

    zy

    zy

    yz

    yz

    xy

    xy

    yx

    ab

    ab

    ab

    ba

    ab

    ab

    ab

    ba = =

    yzxy cossen2 += . (2.2.19)

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    29

    Logo,

    cos.sen.2

    1yzxy += . (2.2.20)

    iii)Para 090 , ),0,( zx aaa=r

    e ),0,0( zcc=r

    , temos

    [ ] [ ]

    [ ] .)cos1(coscos21

    coscos221

    cos1

    2

    2

    zz

    xzxx

    sen

    sensensen

    sensen

    +++

    +++=

    (2.2.21)

    Organizando os termos,

    ,cossen2

    1sen2)2sen(

    2

    1

    )cos1(

    sen

    cos)cos1(2cossen

    2

    22

    zzxzxx

    zzxzxx

    =

    =++++=

    (2.2.22)

    .sen2)2sen()(2

    1 2 xzzzxx = (2.2.23)

    2.2.2- Relaes entre deformaes induzidas, campo eltrico e coeficiente piezeltricos.

    Vamos relacionar a deformao da clula unitria cristalina com os coeficientes

    piezeltricos para um material monoclnico, com auxilio da equao 2.1.2. Para L-

    arginina.HCl.H2O:Fe, escrevemos a equao 2.1.2 na forma matricial transposta:

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    30

    .

    0

    00

    0 00

    00

    00

    2

    2

    2

    3616

    25

    3414

    23

    22

    21

    =

    z

    y

    x

    xy

    xz

    yz

    zz

    yy

    xx

    E

    E

    E

    dd

    d

    ddd

    d

    d

    (2.2.24)

    Caso 1:Para o campo eltrico aplicado ao longo do eixo ar

    , )0,0,( xEE=r

    , as deformaes

    na rede so dadas, a partir da equao 2.2.24, sero:

    xyz Ed142

    1= , (2.2.25)

    xxy Ed162

    1= . (2.2.26)

    Neste caso, 0==== cba , considerando as variaes nos parmetros de rede as

    equaes 2.2.18 e 2.2.20 ficam:

    14

    1d

    Ex= , (2.2.27)

    [ ] cossen1

    1416 ddEx

    += . (2.2.28)

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    31

    Caso 2: Para o caso do campo eltrico aplicado no eixo br

    , ),0,,0( yEE=r

    as nicas

    componentes diferentes de zero sero:

    yxx Ed21= , (2.2.29)

    yyy Ed22= , (2.2.30)

    yzz Ed23= , (2.2.31)

    yxz Ed252

    1

    = . (2.2.32)

    Usando as equaes 2.2.13, 2.2.14, 2.2.15 e 2.2.23, obtemos

    )2sen(2

    1cossen

    125

    223

    221 ddd

    a

    a

    Ey++=

    , (2.2.33)

    22

    1db

    b

    Ey =

    , (2.2.34)

    23

    1d

    c

    c

    Ey=

    , (2.2.35)

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    32

    252

    2321 )(sen))(2sen(2

    11ddd

    Ey = . (2.2.36)

    Caso 3: Se o campo eltrico agora for aplicado ao longo do eixo cr

    , ),0,0( zEE=r

    ,

    permitir a determinao dos seguintes coeficientes:

    zyz Ed342

    1= , (2.2.37)

    zxy Ed362

    1= . (2.2.38)

    Portanto, usamos as equaes 2.2.18 e 2.2.20, obtemos:

    zEd34= , (2.2.39)

    [ ] zEdd cossen 3436 += . (2.2.40)

    As equaes de 2.2.13 a 2.2.40 relacionam a deformao da clula unitria cristalina

    com os coeficientes piezeltricos para um material monoclnico classe 2, que o caso da L-

    arginina.HCl.H2O : Fe.

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    33

    2.3 Difrao de raios-X

    Foi em janeiro de 1912, Ewald encontrou-se com Max Von Laue, que estava

    interessado no fato de Ewald ter utilizado na sua tese de doutorado o modelo de um cristal

    que consiste de pequenos osciladores periodicamente espaados tridimensionalmente, com

    uma distancia da ordem de 10-8cm. As primeiras experincias sobre difrao de raios-X

    foram realizadas na primavera de 1912 quando dois alunos de Laue, Walter Friedrich e

    Paul Knipping, obtiveram o primeiro padro de difrao do cristal de sulfato de cobre

    [AZROFF, 1968]. Um ano depois, William Henry Bragg [BRAGG, 1913] e seu filho W.

    L. Bragg, apresentaram uma explicao simples para os feixes de raios-X difratados por um

    cristal. Inicialmente sups uma reflexo especular, ou seja, o ngulo de incidncia igual

    ao ngulo de reflexo por planos paralelos de tomos no interior do cristal, sendo que cada

    plano reflete somente uma pequena frao da radiao. Para que os feixes difratados sofram

    interferncia construtiva, preciso que a diferena entre os caminhos percorridos pelo feixe

    de raios-X sejam um mltiplo inteiro de comprimento de onda , escrita como:

    n=sen2d hkl , (2.3.1)

    sendo o comprimento de onda da radiao incidente, d o espaamento entre planos

    atmicos de um determinado cristal e o ngulo que o feixe incidente faz com o conjunto

    de planos escolhidos, como mostra a figura 2.2.

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    34

    Figura 2.2: Lei de Bragg: Diferena de caminho deve ser nmero inteiro de comprimento de onda .

    Difrao um desvio sofrido pelas ondas ao passarem por um obstculo, tal como

    as bordas de uma fenda em um anteparo cuja dimenso da mesma ordem de grandeza que

    o seu comprimento de onda.

    Para melhor visualizar a difrao de raios-X (DRX) para o caso de dois feixes: um

    incidente ( 0Kr

    ) e o difratado ( pKr

    ), vamos utilizar a esfera de Ewald, sabendo que o raio da

    esfera no espao recproco tem comprimento /1 onde o comprimento de onda da

    radiao incidente, representado na figura 2.3, mostrando o vetor recproco primrio 0Hr

    ,

    normal ao plano difratante, que definido pela origem da rede recproca 000 e o n

    recproco primrio ooo lkh , ambos tocando a esfera de Ewald simultaneamente.

    d

    Em fase Raios-X Em fase

    Planosd

    d sen()d sen()

    d

    Em fase Raios-X Em fase

    Planosd

    d sen()d sen()

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    35

    Figura 2.3: Representao da difrao de raios-X no espao recproco (caso de difrao de dois feixes).

    A difrao de raios-X vem sendo cada vez mais utilizada na caracterizao de

    materiais monocristalinos ou policristalinos. Com relao s amostras monocristalinas, elas

    so analisadas atravs de topografia de raios-X, curva de Rocking, difraes mltiplas de

    raios-X e muitas outras tcnicas de DRX. No caso das amostras policristalinas, utilizada a

    difratometria de policristais fornecendo as informaes necessrias s suas caracterizaes.

    Para as medidas de p, um feixe ser difratado pelos cristalitos, que no esto orientados ao

    acaso. O feixe incidente forma um ngulo com os planos atmicos difratantes e 2com o

    detector, satisfazendo lei de Bragg. O resultado o registro das intensidades difratadas

    coletadas pelo detector fornecendo uma impresso digital da amostra. Atravs desse tipo

    espaorecproco

    Ko

    Amostra

    KpHo

    000

    hokolo

    Esfera de Ewald

    Feixe

    incidente

    Kp

    Feixe

    difratado Detector

    espaorecproco

    Ko

    Amostra

    KpHo

    000

    hokolo

    Esfera de Ewald

    Feixe

    incidente

    Kp

    Feixe

    difratado Detector

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    36

    de medida tambm possvel obter informaes estruturais de grande importncia para o

    estudo de materiais cristalinos.

    2.3.1 Mtodo Rietveld

    Em 1967 Rietveld [RIETVELD, 1967] desenvolveu o primeiro programa de

    refinamento cujas intensidades nas medidas de difrao no eram corrigidas para o

    background (radiao de fundo), mas s em 1969, que o mtodo Rietveld ganhou adeptos

    do mundo inteiro [RIETVELD, 1969]. O mtodo Rietveld foi inicialmente aplicado para

    refinar os parmetros estruturais com dados obtidos por difrao de nutrons e

    posteriormente adaptado para a difrao de raios-X [MALMROS et al., 1977; YOUNG et

    al., 1977]. Durante todo esse tempo foram criados diversos programas de refinamento

    Rietveld, onde alguns deles ganharam diversas verses, principalmente o DBWS, GSAS,

    Fullprof, que hoje so os programas mais utilizados pela comunidade cientfica. Estes

    programas tm a funo de refinar, ou seja, ajustar parmetros de uma estrutura cristalina j

    existente com o resultado experimental obtidos pela difratometria da amostra. O

    procedimento para a realizao do refinamento consiste primeiramente em ajustar

    parmetros instrumentais que so: o fator de escala, deslocamento da amostra superficial

    com relao ao feixe incidente, background, W (funo perfil), NA, NB e orientao

    preferencial. Em seguida so ajustados os parmetros estruturais das fases contidas na

    amostra, tais como: coordenadas atmicas, parmetros de rede, parmetros trmicos

    (isotrpicos e anisotrpicos) e o fator de ocupao. Estes parmetros so refinados atravs

    do procedimento de minimizao da soma em todo o padro de difrao, das diferenas

    das intensidades experimentais e calculadas (mtodo de mnimos quadrados) at obter a

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    37

    melhor concordncia possvel do padro de difrao calculado com o experimental.

    Somente na dcada de 60 se tornou mais rpido e confivel com relao a grande

    quantidade de clculos, utilizando algoritmos e programas de computador adequados para

    esse mtodo, porm as primeiras publicaes [MACKIE et al., 1975] s foram reportadas

    na dcada de 70.

    A quantidade minimizada no refinamento dada pela somatria das diferenas de

    intensidade calculada e observada para cada ponto do padro de difrao de p, escrita

    como:

    ( )2)()( =i

    calcobsi iiIIwS , (2.3.2)

    onde I(obs)ie I(calc)iso as i-simas intensidades observadas e calculada, respectivamente, e

    wi o peso para cada ponto.

    A intensidade calculada para o i-simo ponto dada pela seguinte expresso:

    ( ){

    +

    =

    K

    backiKKKiKRcalci IPLFASsI )(*

    2

    )( 22 , (2.3.3)

    ondes o fator de escala, SR a funo modelo do efeito da superfcie rugosa, K representa

    os ndices de Miller (hkl) para cada reflexo Bragg, LKcontm os fatores de Lorentz, o de

    polarizao e o de multiplicidade mostrado em (*), A o fator de absoro, FK o fator de

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    38

    estrutura para K-sima reflexo de Bragg, ( )Ki 22 a funo perfil da reflexo, PK

    a funo de orientao preferencial e por fim a Ii(back) a intensidade do background.

    +=

    cos.sen

    1

    2

    cos12

    2

    kL . (*)

    O fator de estrutura dado:

    ( )[ ]nnnnN

    n

    nK zlykxhiB

    fNF ...2exp.sen.

    exp..2

    2

    ++

    =

    , (2.3.4)

    onde xn, yne znso as posies atmicas, B o parmetro trmico e Nn o fator de ocupao

    e nf o fator de espalhamento para o n-simo tomo.

    A funo que melhor vai representar o perfil de uma reflexo depende do

    equipamento utilizado e da fonte de radiao. Algumas funes para o perfil das reflexes

    mais freqentemente utilizadas para difrao de raios-X so mostradas na tabela 2.1.

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    39

    Tabela 2.1: Funes perfil.

    Nome Funo

    Gaussiana

    21

    2

    1 expK

    XA

    Lorentziana ( ) 12222 1

    + XKA

    Pearson VII

    +

    m

    mm

    K

    X

    Km

    m12

    41

    2

    1

    122 1

    25

    2

    5

    1

    Pseudo-Voigt ( ) ( ) ( )XGXL + 1

    Sendo hkliX 22 = , A1, A2 so os fatores de normalizao e K1, K2,... so

    constantes relacionadas com o perfil de largura HK largura meia altura ou (FWHM)

    [CAGLIOTI et al., 1958] dada por:

    WVUFWHMHK ++== tantan)(2 , (2.3.5)

    sendo U, V e W parmetros refinveis.

    No caso da funo Pseudo-Voigt utilizada neste trabalho, um parmetro que

    define o valor percentual da funo Lorentziana e (1-) da funo Gaussiana que esto

    contribuindo para o perfil do pico. O parmetro pode ser considerado uma funo de 2,

    como pode ser observada na equao abaixo:

    NBNA .2 += , (2.3.6)

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    40

    sendo NA e NB parmetros refinveis.

    Os critrios utilizados para avaliar um bom ajuste durante o refinamento so obtidos

    atravs do acompanhamento dos R-fatores chamados de fatores de confiana no

    refinamento. Sendo o R-WP o fator estatisticamente mais significativo entre todos

    refletindo melhor o progresso do refinamento, pois nele usada a tcnica de minimizao

    da soma de quadrados. Esse fator definido pela equao (2.3.7).

    ( )

    ( )

    ==

    i

    obsii

    calciobsi

    i

    i

    Iw

    IIw

    WPRperfildoponderadaconfianadefatorR2

    )(

    2)()(

    ;(2.3.7)

    Um outro fator de confiana o RB (R de Bragg), sua expresso (2.3.8) contm a

    intensidade integrada dos picos calculados e observados.

    ==i

    obs

    i

    calciobsi

    BI

    II

    RBraggdefatorR)(

    )()(

    ; (2.3.8)

    O Re mostrado na expresso (2.3.9) utilizado para extrair o Goodness-of-fit,

    representado geralmente por S ou 2. Esse fator extrado simplesmente pela diviso do

    fator Rwppelo Re[Rwp/Re]. Por isso, a cada passo esse fator tende a um valor prximo de 1.

    ,)(

    )(2

    ==

    i

    obsii

    eYW

    PNResperadoR (2.3.9)

    onde N o nmero de observaes, e P o nmero de parmetros refinados.

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    41

    2.3.2 Teoria cinemtica e dinmica da difrao de raios-X

    Existem duas teorias que podem ser utilizadas para descrever a intensidade

    resultante da difrao de raios-X por meios cristalinos [AUTHIER, 2001;

    ZACHARIASEN, 1951]. Entre as duas teorias a mais conhecida a teoria cinemtica de

    difrao de raios-X (TC), que trata o espalhamento da onda eletromagntica incidente sobre

    cada elemento de volume da amostra como independente de outros elementos de volume,

    sendo utilizada em cristais imperfeitos. No caso de cristais perfeitos, a teoria cinemtica

    perde significada dando origem teoria dinmica de difrao de raios-X (TD), agora

    levando em conta todas as interaes da onda eletromagntica com o meio cristalino.

    utilizada quando se trabalha com a difrao em monocristais de alta perfeio. importante

    mencionar que a intensidade dos raios-X diretamente proporcional a amplitude de suas

    ondas e esta proporcional a um fator estrutural que funo dos planos (hkl) e ser

    representado comoF(hkl).Este fator estrutural inclui o efeito de espalhamento de todos os

    tomos em uma cela unitria. Para o modelo cinemtico a 2FI , j no modelo dinmico a

    FI .

    2.3.3 Teoria de extino

    Extino um efeito que faz com que a intensidade seja reduzida, podendo ocorrer

    de duas formas: atravs da extino primria e da extino secundria.

    Extino primria para este caso o efeito de extino obedece ao regime

    dinmico constitudo de blocos grandes e bem orientado que difratam coerentemente, como

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    42

    pode ser observado na figura 2.4(a). Quando um feixe paralelo incidente, atinge o cristal

    em condio de difrao teremos um feixe refletido. Este feixe refletido tambm estar em

    condio de difrao, assim, uma parte do feixe emergente refletida para baixo do cristal.

    Este feixe refletido duas vezes paralelo ao feixe incidente e deveria interferir

    construtivamente com ele, mas a fase de um feixe refletido muda de /2, assim, o feixe

    refletido pela segunda vez est 180o fora de fase com o feixe incidente, interferindo

    destrutivamente com ele. A onda incidente que primeiramente perde energia atravs da

    reflexo, tem sua amplitude reduzida ainda mais, devido onda refletida pela segunda vez.

    O resultado que a onda incidente atenuada muito mais rapidamente do que o esperado

    pela absoro fotoeltrica usual, ou seja, h extino primria, sendo esse o caso dos

    cristais perfeitos [AZROFF, 1968, GUINIER, 1994]. Na figura 2.4(b) temos que a

    intensidade Iodo feixe incidente dentro do bloco atinge sucessivos planos paralelos em um

    cristal perfeito atenuado pela deflexo da energia no feixe refletido e por reflexes

    mltiplas no interior do cristal.

    Extino secundria obedece ao regime cinemtico com os blocos cristalinos

    difratantes suficientemente orientados como pode ser observado na figura 2.5 de forma que

    a intensidade do feixe incidente ou difratado (ou ambos), por um bloco a certa

    profundidade dentro do cristal, diminuda pela difrao de outro bloco profundidade

    diferente, quando ocorre uma orientao similar. Isto faz com que o feixe difratado pelo

    bloco maior profundidade, seja re-espalhado por outro bloco, em uma direo diferente

    do feixe difratado. Esse o caso do cristal idealmente imperfeito que obedece ao modelo de

    cristal mosaico [WARREN, 1990, GUINIER, 1994].

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    43

    Existe um outro modelo de cristal que intermedirio aos mencionados

    anteriormente, isto , quando os blocos so grandes o suficiente para permitir a extino

    primria dentro deles, mas esto desorientados de modo que a coerncia entre as regies

    seja desprezvel. Este o chamado modelo de cristal quase perfeito.

    Figura 2.4:(a) Extino primria blocos grandes e orientados. (b) Planos perfeitos dentro de um bloco.

    Figura 2.5:Extino secundria, blocos pequenos e desorientados.

    (a)(a) Io(b)

    Feixe emergente

    Feixe refletidopela segunda vez

    Io(b)

    Feixe emergente

    Feixe refletidopela segunda vez

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    44

    2.3.4 Modelo de Cristal Mosaico

    Um monocristal considerado perfeito se a sua estrutura cristalina regular e

    perfeitamente uniforme em toda sua extenso. Um cristal normalmente composto por

    muitas imperfeies devido a defeitos da rede cristalina. O problema que a maioria dos

    cristais so imperfeitos, porm no so idealmente imperfeitos, ento Darwin [DARWIN,

    1914] props um modelo para esses cristais reais supondo que o cristal seja formado por

    pequenas regies perfeitas chamadas blocos mosaicos observados na figura 2.6. Os cristais

    que obedecem a este modelo so chamados de cristais mosaicos. O modelo do cristal

    mosaico a idealizao do cristal imperfeito, isto quer dizer que o monocristal formado

    por cristalitos que so to pequenos que a extino primriadentro de um cristalito pode

    ser negligenciada. Esses blocos mosaicos tm uma distribuio de orientao W to estreita

    que o nmero de cristalitos com orientao dentro de um intervalo angular grande

    que a funo de distribuio atravs do cristal pode ser tratada como contnua. Esta funo

    de distribuio normalmente assumida como por uma Gaussiana,

    ( )

    =2

    2

    2

    2

    1

    w

    ewW , (2.3.10)

    onde denominado largura mosaico e pode ser expresso como)2(22 Ln

    f=

    onde f a largura meia altura da distribuio W(w). Portanto quanto menor o ,

    mais perfeito o cristal.

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    Figura 2.6:Modelo de cristal mosaico.

    2.4 Difrao mltipla de Raios-X

    O fenmeno de difrao mltipla caracterizado pela existncia simultnea de dois

    ou mais feixes difratados em um monocristal, para um nico feixe incidente, ou seja, duas

    ou mais famlias de planos cristalinos esto simultaneamente em condio de difratar o

    feixe incidente. O primeiro estudo sistemtico da difrao mltipla de raios-X (DMRX) foi

    realizado por Renninger em 1937 [RENNINGER et al., 1937].

    A DMRX pode ser representada no espao real como no espao recproco. No

    espao real figura 2.7 o fenmeno ocorre quando os planos primrios difratam o feixe

    incidente e outros planos chamados secundrios so colocados em condio de difrao

    simultaneamente com o primrio, atravs de uma rotao do cristal em torno da direo

    normal aos planos primrios. No espao recproco, usamos a esfera de Ewald para melhor

    visualizar este fenmeno [CHANG, 1984], que pode ser compreendido utilizando a

    geometria desenvolvida por Renninger em que o cristal alinhado de forma que os planos

    primrios entrem em condio de difrao e, em seguida, feita uma rotao, no ngulo

    (), em torno da normal esses planos. Essa rotao equivale a girar toda a rede recproca

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    em torno do vetor 0Hr

    e deixar o cristal fixo. Com isso, outros ns que representam planos

    secundrios (h, k, ) iro tocar a esfera de Ewald, ou seja, estes planos entraro em

    condio de difrao simultaneamente com o plano primrio, como pode ser visto na figura

    2.8.

    Figura 2.7:Representao da difrao de raios-X no espao real (caso de dois e trs feixes).

    Em outras palavras, outros planos secundrios ( )lk,h, , representado pelo vetor Hr

    ,

    entram em condio de difrao simultaneamente com os planos primrios )( ol,k,h oo .

    Observamos na figura que os ns primrios e secundrios definem um novo vetor recproco

    HHHcrrr

    = 0 , que conecta dois ns sobre a esfera de Ewald, chamado vetor recproco de

    acoplamento. Portanto, a interao entre as intensidades das reflexes primrias )( ol,k,h oo

    Primria

    Secundria

    Acoplamento

    Feixesecundrio

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    Feixesecundrio

    Dentro do cristal

    Primria

    Secundria

    Acoplamento

    Feixesecundrio

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    Primria

    Secundria

    Acoplamento

    Feixesecundrio

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    Feixesecundrio

    Dentro do cristal

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    Feixesecundrio

    FeixePrimrio

    Feixeincidente

    FeixesecundrioFeixe

    incidente

    Feixesecundrio

    Dentro do cristal

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    e das vrias reflexes secundrias ( )lk,h, estabelecida atravs das reflexes de

    acoplamento(h0 h, k

    0 k,

    0 ).

    Figura 2.8: Representao da difrao de raios-X no espao recproco (caso de trs feixes).

    O registro dessa varredura o monitoramento da intensidade pri