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ESTADO DO PARANÁ ESTADO DO PARANÁ ESTADO DO PARANÁ ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁ NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO – CAMPO MOURÃO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO RUA CASSEMIRO RADOMINSKI, 1332, CENTRO, CEP. 87250-000 PEABIRU FONE/FAX: (44) 3531-2026 PARANÁ PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída, que influência e sofre influências de questões sociais, culturais, éticas e políticas. A ciência, não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a partir da aplicabilidade de método(s) científico(s). De acordo com Kneller (1980) e Fourez (1995), modelos científicos são construções humanas que permitem interpretações a respeito de fenômenos resultantes das relações entre os elementos fundamentais que compõem a Natureza. Muitas vezes esses modelos são utilizados como paradigmas, leis e teorias. Nesse sentido, refletir sobre a ciência implica em considerá-la como uma construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num determinado contexto histórico num cenário sócio- econômico, tecnológico, cultural, religioso, ético e político, evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”. “[...] para concretizar este discurso sobre a Ciência [...] é necessário e imprescindível determiná- la no tempo e no contexto das realizações humanas, que também são historicamente determinadas” (RAMOS, 2003, p. 16). Muitas civilizações, ao longo do tempo, criaram mitos e divindades como estratégias para explicar fenômenos da natureza. Tais relatos simbólicos tentavam explicar a origem da Natureza mais do que contar a realidade dos fatos (FREIRE-MAIA, 2000). Modelos construídos a partir de observações realizadas diretamente sobre os fenômenos da Natureza permitiram ao ser humano afasta do mythos e aproxima da physis. Surgiram várias descobertas como a ideia do átomo com os gregos, o modelo geocêntrico proposto por Aristóteles (século III a.C.), o modelo heliocêntrico proposto por Aristarco de Samos (século III a.C.) e Nicolau Copérnico (1473-1543), modelo organicista, modelo fixista, modelo evolutivo, modelo mecanicista sistematizado por Willian Harvey

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Page 1: PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS · sistemas biolÓgicos morfologia e fisiologia dos seres vivos mecanismos de heranÇa genÉtica energia formas de energia conservaÇÃo

ESTADO DO PARANÁESTADO DO PARANÁESTADO DO PARANÁESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DO PARANÁ

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO – CAMPO MOURÃO

COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO COLÉGIO ESTADUAL 14 DE DEZEMBRO –––– ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO RUA CASSEMIRO RADOMINSKI, 1332, CENTRO, CEP. 87250-000

PEABIRU FONE/FAX: (44) 3531-2026 PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS

APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída,

que influência e sofre influências de questões sociais, culturais, éticas e políticas.

A ciência, não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a

partir da aplicabilidade de método(s) científico(s). De acordo com Kneller (1980) e Fourez

(1995), modelos científicos são construções humanas que permitem interpretações a

respeito de fenômenos resultantes das relações entre os elementos fundamentais que

compõem a Natureza. Muitas vezes esses modelos são utilizados como paradigmas, leis

e teorias.

Nesse sentido, refletir sobre a ciência implica em considerá-la como uma

construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num

determinado contexto histórico num cenário sócio- econômico, tecnológico, cultural,

religioso, ético e político, evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”.

“[...] para concretizar este discurso sobre a Ciência [...] é necessário e imprescindível

determiná- la no tempo e no contexto das realizações humanas, que também são

historicamente determinadas” (RAMOS, 2003, p. 16).

Muitas civilizações, ao longo do tempo, criaram mitos e divindades como

estratégias para explicar fenômenos da natureza. Tais relatos simbólicos tentavam

explicar a origem da Natureza mais do que contar a realidade dos fatos (FREIRE-MAIA,

2000).

Modelos construídos a partir de observações realizadas diretamente sobre os

fenômenos da Natureza permitiram ao ser humano afasta do mythos e aproxima da

physis.

Surgiram várias descobertas como a ideia do átomo com os gregos, o modelo

geocêntrico proposto por Aristóteles (século III a.C.), o modelo heliocêntrico proposto por

Aristarco de Samos (século III a.C.) e Nicolau Copérnico (1473-1543), modelo organicista,

modelo fixista, modelo evolutivo, modelo mecanicista sistematizado por Willian Harvey

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(1578-1657), as sistematizações de Lavoisier (1743-1794), entre tantas descobertas que

surgiram.

O século XIX foi, segundo Bachelard (1996), um período histórico marcado pelo

estado científico, em que um único método científico é constituído para a compreensão da

Natureza. Isto não significa que no período pré-científico os naturalistas não se utilizavam

métodos para a investigação da Natureza, porém, essa investigação reduzia ao uso de

instrumentos e técnicas isoladas.

O modelo científico, como estratégia de investigação é constituída por

procedimentos experimentais, levantamento e teste de hipóteses, axiomatização e síntese

em leis ou teorias. Isso produz um conhecimento (científico) a respeito de um

determinado recorte da realidade, o que rompe com a forma de construção e divulgação

do conhecimento feito no período pré-científico.

Segundo Sevcenko (2001), mais de 80% dos avanços científicos e inovações

técnicas ocorreram nos últimos cem anos, destes, mais de dois terços após a Segunda

Guerra Mundial. Ainda, cerca de 70% de todos os cientistas, engenheiros, técnicos e

pesquisadores formados desde o início do século XX ainda estão vivos, continuam a

contribuir com pesquisas e produzir conhecimento científico.

Ressalta que, se o ensino de Ciências na atualidade representasse a superação

dos estados pré-científicos e científicos, na mesma expressividade em que ocorre na

atividade científica e tecnológica, o processo de produção do conhecimento científico

seria mais bem vivenciado no âmbito escolar, possibilitando discussões acerca de como a

ciência realmente funciona (DURANT, 2002).

O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se

estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à

educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e

recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas

sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO,

2005, p.152).

Os museus de história natural, juntamente com outras antigas instituições como

as universidades e os institutos de pesquisa, contribuíram para a consolidação e

institucionalização das Ciências Naturais no país ao longo do século XIX. O Museu

Nacional do Rio de Janeiro e, depois, o conjunto dos museus brasileiros contribuíram

tanto no que diz respeito à produção do conhecimento científico quanto no ensino de

Ciências.

Na primeira República (1889-1930), as poucas instituições escolares que existiam

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nas cidades, frequentadas pelos filhos da elite, contratavam professores estrangeiros

dedicados a ensinar conhecimento científico em caráter formativo. Aos filhos da classe

trabalhadora, principalmente agricultores, era destinado um ensino em que os professores

não tinham formação especializada, trabalhavam em várias escolas e ensinavam

conhecimento cientifico sob caráter informativo (GHIRALDELLI JR, 1991).

O contexto histórico exigia um ensino científico frente às necessidades do

progresso nacional, e “para isso [era] mister construir cientificamente o Brasil”

(GHIRALDELLI JR, 1991, p. 34).

Na disciplina de Ciências, então, transmitiam informações gerais por meio de

metodologia centrada na aula expositiva, não dialogada, que exigia a memorização da

biografia de cientistas importantes e da divulgação dos conhecimentos provenientes de

suas descobertas. Desse modo, privilegiava a quantidade de informações científicas em

prejuízo de uma abordagem de base investigatória.

O IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura), fundado em 1946

objetivando promover a melhoria da formação científica dos alunos que ingressariam no

ensino superior, proporcionou o desenvolvimento de pesquisas e treinamento de

professores, bem como a implantação de projetos que influenciaram a divulgação

científica na escola por meio de atividades como mostras de projetos em feiras; visitas a

museus e a criação de Clubes de Ciências. Desenvolveu, também, o projeto “Iniciação

Científica” e produziu kits destinados ao ensino de física, Química e Biologia para

estudantes dos cursos primários e secundários (BARRA e LORENZ, 1986).

Com o apoio das sociedades científicas, das universidades e de acadêmicos

renomados, apoiados pelo governo dos EUA e da Inglaterra, foram elaborados projetos

que tiveram circulação no Brasil, mediados pelo IBECC.

As decisões políticas instituídas na LDB n0 9694/96 apontaram para o

fortalecimento e consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar. Um dos

avanços em relação às reformas educacionais de décadas anteriores foi à ampliação da

participação da disciplina de Ciências Naturais no currículo escolar, ampliando para todas

as séries da etapa ginasial a necessidade de preparo do indivíduo (e da sociedade como

um todo) para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos por meio do exercício do

método científico.

Nesse contexto, o ensino de Ciências passou a assumir compromisso de suporte

de base para a formação de mão-de-obra técnico-científica no segundo grau, visando às

necessidades do mercado de trabalho e o desenvolvimento industrial e tecnológico do

país, sob controle do regime militar.

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Diante desse contexto, em 2003, com as mudanças no cenário político nacional e

estadual, iniciou no Paraná um processo de discussão coletiva com objetivo de produzir

novas Diretrizes Curriculares para estabelecer novos rumos e uma nova identidade para o

ensino de Ciências.

OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que

resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende - se por

natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua

complexidade. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados

na Natureza, resultante das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço,

matéria, movimento, força, campo, energia e vida.

As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a

Natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a

interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências,

técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos

culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram a

elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de

dominar a Natureza, compreender e se apropriar dos seus recursos.

ESTRUTURANTE E BÁSICOS

6º ano CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

UNIVERSO SISTEMA SOLAR MOVIMENTOS TERRESTRES MOVIMENTOS CELESTES ASTROS

MATÉRIA CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

ENERGIA

FORMAS DE ENERGIA CONVERSÃO DE ENERGIA TRANSMISSÃO DE ENERGIA

BIODIVERSIDADE

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS ECOSSISTEMAS

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EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

7º ANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

ASTROS MOVIMENTOS TERRESTRES

MOVIMENTOS CELESTES

MATÉRIA CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS CELULAS MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS.

ENERGIA

FORMAS DE ENERGIA TRANSMISSÃO DE ENERGIA

BIODIVERSIDADE

ORIGEM DA VIDA ORGANIZAÇÃO DOS SERES

VIVOS SISTEMATICA

8º ANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

ORIGEM E EVOLUCAO DO UNIVERSO

MATÉRIA CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS CELULAS MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS.

ENERGIA

FORMAS DE ENERGIA

BIODIVERSIDADE

EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

9º ANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

ASTROS GRAVITAÇÃO UNIVERSAL

MATÉRIA PROPRIEDADES DA MATÉRIA

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SISTEMAS BIOLÓGICOS MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS

MECANISMOS DE HERANÇA GENÉTICA

ENERGIA

FORMAS DE ENERGIA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

BIODIVERSIDADE INTERAÇÕES ECOLOGICAS

ENCAMINHAMENTO METODOLOGICO

O professor de Ciências, no momento da seleção de conteúdos específicos e da

opção por determinadas abordagens, estratégias e recursos, dentre outros critérios,

precisa levar em consideração o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Visto que, a

escolha de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados à mediação

pedagógica contribuem para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de

forma mais significativa e para que o professor estabeleça critérios e instrumentos de

avaliação.

Assim, algumas possibilidades de encaminhamento são a observação, o trabalho

de campo, os jogos de simulação e desempenho de papéis, visitas às indústrias,

fazendas, museus, projetos individuais ou em grupos, redação de cartas para

autoridades, palestrantes convidados, fóruns, debates, seminários, conversação dirigida,

dentre outras. Outras atividades que estimulam o educando ao trabalho coletivo são as

que envolvem música, desenho, poesia, livros de literatura, jogos didáticos,

dramatizações, história em quadrinhos, painéis, murais, exposições e feiras, entre outras.

Outra metodologia é a de fazer experimentos que podem ser o ponto de partida

para desenvolver a compreensão de conceitos ou a percepção de sua relação com as

ideias discutidas em aula. Uma aula experimental, seja ela com manipulação do material

pelos alunos ou demonstrativa, não está associada a um aparato sofisticado, mas sim a

sua organização, discussão e reflexão, possibilitando ainda, a interpretação dos

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fenômenos biológicos e a troca de informações entre o grupo que participa das aulas. As

aulas experimentais completam e integram o conteúdo trabalhado em sala de aula,

completando a qualidade do ensino, pois permitem aos educandos relacionarem os

conceitos da ciência com o seu cotidiano. Além disso, nas práticas eles podem comprovar

os conceitos teóricos sobre a ciência, despertando assim o seu interesse pela disciplina, a

criatividade, curiosidade e um pensamento crítica baseados em experimentações para

comprovação.

Outra forma é a utilização de textos para leitura no ensino de ciências e da

história e cultura afro-brasileira e indígena. Porém o texto não deve ser visto como se

tivesse todo o conteúdo, mas sim como um instrumento de meditação na sala de aula,

entre aluno - aluno e aluno - professor, levando a novas questões e discussões. Esta

metodologia será aplicada através de: aulas expositivas com explicação oral do conteúdo;

pesquisas em jornais, livros, revistas, internet e outros meios de pesquisas coerentes;

trabalhos em sala de aula, individuais e em grupos com apresentação dos mesmos para

os demais alunos; debates de textos complementares; resolução de exercícios e questões

propostas.

Para o desenvolvimento das atividades, os professores poderão utilizar os mais

variados recursos pedagógicos como slides, TV Pendrive, DVDs, rádios, computadores e

softwares livres, dentre outros.

Os recursos pedagógicos devem ser utilizados de maneira predominantemente

investigativa, pois deve propiciar o desenvolvimento da autonomia do aluno e a

construção de conhecimentos de distintas áreas do saber, por meio de busca de

informações significativas, representação e resolução de uma situação – problema.

É importante que o professor de Ciências ao elaborar seu Plano de Trabalho

Docente, garanta a inserção dos conteúdos referentes ao previsto: História e Cultura afro-

brasileira, africana e indígena (Lei nº11. 645/08);Prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana; Educação Ambiental (Lei 9795/99) Dec. 4201/02;

História e Cultura afro-brasileira, africana e indígena (Lei nº11. 645/08); torna

obrigatória a presença de conteúdos relacionados à história e cultura afro-brasileira e

africana. Igualmente deve ser resguardado o espaço para abordagem da história e cultura

dos povos indígenas, em concordância com a Lei n. 11.645/08.

Prevenção ao uso indevido de drogas, sexualidade humana; A prevenção ao uso

de indevido de drogas segue a Lei 16212 de 17 agosto de 2009, no âmbito das escolas

publicas estaduais, pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que

requer uma abordagem desprovida de preconceitos e discriminações, bem como ser

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fundamentada teoricamente, por meio de conhecimentos científicos.

Em relação á sexualidade humana orientar os educandos que a prevenção é

maneira mais barata de garantir a qualidade de vida.

Educação ambiental; Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em

concordância com a Lei n. 9.795/99 Dec.4201/02; que institui a Política Nacional de

Educação Ambiental deverá ser uma prática educativa integrada, contínua e permanente

no desenvolvimento dos conteúdos específicos sendo necessário que o professor

contextualize esta abordagem em relação aos conteúdos estruturantes, de tal forma que

os conteúdos específicos sobre as questões ambientais não sejam trabalhados

isoladamente na disciplina de Ciências.

AVALIAÇÃO

É preciso compreender a avaliação como prática emancipadora. Deste modo, a

avaliação na disciplina de Ciência, passa a ser entendida como instrumento cuja,

finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática

pedagógica para nela intervir e reformular os processos de aprendizagem. Pois, são pré-

requisitos básicos da avaliação emancipadora a análise, a crítica e a transformação. Têm

por propósito a modificação e a melhora contínua. Ela é vista como um instrumento

educativo da emancipação do aluno, do seu senso de autocrítica e auto desenvolvimento.

Parlett e Hamilton, já na década de 1970, defendiam a prática de uma "avaliação

iluminativa" como uma alternativa ao modelo clássico, a qual levasse em conta o

processo educativo como um todo, que o iluminasse, de maneira a permitir a

compreensão da complexidade das situações.

Pressupõe-se uma tomada de decisão, onde o aluno toma conhecimento dos

resultados de sua aprendizagem e organiza para as mudanças necessárias.

O processo de avaliação não termina com a elaboração de provas. A análise dos

resultados é uma etapa importantíssima, responsável por validar todo o trabalho

desenvolvido até o momento. Se o professor apenas lançar notas e não analisar o que

elas significam, a prova não serviu para nada.

O professor deve definir o que precisa ser avaliado com clareza e objetividade,

além de equilíbrio entre o número de itens e questões também são essenciais.

Enfim, a avaliação como instrumento reflexivo prevê um conjunto de ações

pedagógicas pensadas e realizadas pelos professores ao longo do ano letivo. Professores

e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superar os

obstáculos.

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Serão utilizados os instrumentos avaliativos citados abaixo de acordo com o perfil

de cada série:

• Atividade de leitura

A avaliação de leitura possibilita ao professor verificar a compreensão dos

conteúdos abordados em aula e, nesse sentido, faz-se necessário a escolha criteriosa do

texto, o roteiro de análise e os critérios de avaliação, de forma a permitir a reflexão e a

discussão, bem como a ampliação de conhecimento. Como critério de avaliação o aluno

deverá compreender as ideias presentes no texto e interagindo por meio de

questionamentos, concordâncias ou discordâncias. Ao falar sobre o texto, o educando

deverá expressar suas ideias com clareza e sistematizar o conhecimento de forma

adequada, estabelecendo relações entre o texto e o conteúdo abordado em sala de aula.

• Projeto de Pesquisa Bibliográfica

A solicitação de uma pesquisa exige enunciado claro e recortes precisos do que

se pretende. O aluno, deverá identificar a situação e o contexto com clareza de seu

projeto de pesquisa bibliográfica, de forma objetiva, delimitando o foco da pesquisa,

buscando soluções e referenciando o conteúdo da mesma adequadamente.

• Produção de Texto

A atividade de produção escrita deve considerar a característica dialógica e

interativa da linguagem e o processo inter-locutivo. Portanto, precisa ser relacionada ao

que se escreve fora da escola, atendendo aos diferentes gêneros textuais. O educando

deverá produzir texto expressando ideias claras com argumentos consistentes,

estabelecendo assim relações entre as partes do texto, relação entre a tese e os

argumentos elaborados para sustentá-lo.

• Palestra/Apresentação Oral

A atividade de palestra/apresentação oral possibilita ao aluno demonstrar

sua compreensão a respeito do conteúdo abordado, bem como argumentar, organizar e

expor suas ideias. Portanto o educando deverá em sua apresentação mostrar uma

sequência lógica com clareza e argumentos.

• Atividades Experimentais

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Estas atividades requerem clareza no enunciado e propiciam ao aluno criar

hipóteses sobre o fenômeno que está ocorrendo, levando em consideração as dúvidas, o

erro, o acaso, a intuição, de forma significativa. O aluno ao realizar um experimento

deverá saber usar adequadamente e de forma conveniente os materiais e instrumento

necessário, diagnosticando as hipóteses e os passos a ser seguidos, compreendendo o

fenômeno experimentado;

• Projeto de Pesquisa de Campo

Essa atividade exige um planejamento prévio que demande a busca de

informações nos lugares que se pretende trabalhar. Nesse sentido, colabora para a

construção de conhecimentos e formação dos alunos como agentes sociais. Á princípio o

aluno ao proceder sua pesquisa de campo deverá registrar as informações, no local,

organizando - se e examinando os dados coletados, conforme orientações e

conhecimento construído, demonstrando sua capacidade de análise dos dados coletados

e de síntese.

• O Relatório

É um conjunto de descrições e análise da atividade desenvolvida, auxiliando no

aprimoramento da habilidade escrita, possibilitando ainda, a reflexão sobre o que foi

realizado e a reconstrução de seu conhecimento, que deve apresentar introdução,

metodologia e materiais, análise e considerações finais.

No relatório o aluno deverá apresentar quais dados ou informações foram

coletadas ou desenvolvidas e como esses dados foram analisados, bem como quais

resultados podem-se extrair deles.

• Seminário

Oportuniza a pesquisa, a leitura e a interpretação de textos. Trata-se de uma

discussão rica de ideias, na qual cada um participa questionando, de modo

fundamentado, os argumentos apresentados, colocando o estudante em contato direto

com a atividade científica e engajando na pesquisa. Sendo assim o aluno terá que

demonstrar consistência nos argumentos, tanto na apresentação quanto nas réplicas,

apresentando compreensão do conteúdo abordado.

• Debate

Possibilita a exposição de ideias, avaliação dos argumentos, permitindo que haja

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turno de fala entre os ouvintes. Mas, para que isso ocorra, é preciso garantir a

participação de todos. O discente deverá respeitar respeita os pensamentos divergentes

que ultrapassa os limites das suas posições pessoais e explicita racionalmente os

conceitos e valores que fundamentam a sua posição.

• Atividades a partir de recursos Audiovisuais

O trabalho com filmes, documentários, músicas, teatro, entre outros. Qualquer

que seja o recurso escolhido, é preciso considerar que o conteúdo abordado naquela

mídia esteja de acordo com o tema trabalhado e que apresenta a linguagem específica e

com intencionalidade diferente daquela que existe na escola. A metodologia do conteúdo

caberá ao professor. Cabe ao aluno compreender e interpretar a linguagem utilizada,

articulando o conceito/conteúdo/tema discutidos nas aulas.

• Trabalho em grupo

Desenvolver dinâmicas com pequenos grupos, na tentativa de proporcionar, aos

alunos, experiências que facilitem o processo de aprendizagem. Nesse sentido, possibilita

a interação social, conduzindo o aluno a compartilhar seu conhecimento.

• Questões discursivas

Essas questões possibilitam verificar a qualidade da interação do aluno com o

conteúdo abordado em sala de aula. Uma questão discursiva possibilita que o professor

avalie o processo de investigação e reflexão realizado pelo aluno durante a

exposição/discussão do conteúdo, dos conceitos. Além disso, a resposta a uma questão

discursiva permite que o professor identifique com maior clareza o erro do aluno, para que

possa dar a ele a importância pedagógica que tem no processo de construção do

conhecimento.

• Questões objetivas Este tipo de questão tem como principal objetivo a fixação do conteúdo.

Uma questão objetiva deve apresentar um enunciado objetivo e esclarecedor,

usando um vocabulário conceitual adequado, possibilitando ao aluno a compreensão do

que foi solicitado. Para a construção desse tipo de questão o professor não deve

desconsiderar um bom planejamento, ou seja, definir o grau de dificuldade de cada

questão direcionada para cada série com vistas a não cometer injustiças. O aluno

realizará leitura compreensiva do enunciado, demonstrando apropriação de alguns

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aspectos definidos do conteúdo, utilizados de conhecimentos adquiridos.

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