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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS COORDENADORIA DE RECURSOS HÍDRICOS 1 PROPOSTA PARA O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA GESTÃO E ATUAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS – SIGRH. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO ..................................................................................................... 2 2. CAPACITAÇÃO NO ÂMBITO DO SIGRH ................................................................................... 2 2.1 Atribuições de órgãos do SIGRH relacionadas a capacitação ............................................ 2 2.2 Ações de capacitação em gestão de recursos hídricos no Estado de São Paulo ................ 3 3. BASE TÉCNICA E EXPERIÊNCIAS RELACIONADAS À CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO ........................................................................................................................... 6 3.1 Norma Técnica NBR ISO 10.015/2001 .............................................................................. 6 3.2 Projeto DesenvolveRH ..................................................................................................... 9 3.2.1 Conceitos importantes para a Gestão por Competências .......................................... 9 3.2.2 Produtos desenvolvidos .......................................................................................... 11 4. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA GESTÃO E ATUAÇÃO DO SIGRH ............................................................................................................................................... 18 4.1 Diretrizes para a elaboração do Programa ..................................................................... 18 4.2 Plano de Trabalho ......................................................................................................... 20 4.2.1 Alinhamento conceitual e discussão do Plano de Trabalho...................................... 21 4.2.2 Questionários ......................................................................................................... 22 4.2.3 Plano de Ação e Estratégias para Viabilização do Programa .................................... 22 4.3 Capacitação das instâncias executivas do SIGRH como política de desenvolvimento de recursos humanos do Estado de São Paulo .......................................................................... 22 4.4 Resultados esperados .................................................................................................... 23 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 24

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS

COORDENADORIA DE RECURSOS HÍDRICOS

1

PROPOSTA PARA O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA GESTÃO E ATUAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS – SIGRH.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO ..................................................................................................... 2

2. CAPACITAÇÃO NO ÂMBITO DO SIGRH ................................................................................... 2

2.1 Atribuições de órgãos do SIGRH relacionadas a capacitação ............................................ 2

2.2 Ações de capacitação em gestão de recursos hídricos no Estado de São Paulo ................ 3

3. BASE TÉCNICA E EXPERIÊNCIAS RELACIONADAS À CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA DE

CAPACITAÇÃO ........................................................................................................................... 6

3.1 Norma Técnica NBR ISO 10.015/2001 .............................................................................. 6

3.2 Projeto DesenvolveRH ..................................................................................................... 9

3.2.1 Conceitos importantes para a Gestão por Competências .......................................... 9

3.2.2 Produtos desenvolvidos .......................................................................................... 11

4. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA GESTÃO E ATUAÇÃO DO SIGRH

............................................................................................................................................... 18

4.1 Diretrizes para a elaboração do Programa ..................................................................... 18

4.2 Plano de Trabalho ......................................................................................................... 20

4.2.1 Alinhamento conceitual e discussão do Plano de Trabalho...................................... 21

4.2.2 Questionários ......................................................................................................... 22

4.2.3 Plano de Ação e Estratégias para Viabilização do Programa .................................... 22

4.3 Capacitação das instâncias executivas do SIGRH como política de desenvolvimento de

recursos humanos do Estado de São Paulo .......................................................................... 22

4.4 Resultados esperados .................................................................................................... 23

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 24

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1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO

Um programa de capacitação, consistindo em um conjunto de ações voltadas ao aperfeiçoamento da gestão de recursos hídricos no Estado de São Paulo, além de representar uma demanda presente há muito tempo na agenda dos membros do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH, constitui uma das metas a serem atendidas pelo Estado no âmbito do Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas – PROGESTÃO, coordenado pela Agência Nacional de Águas – ANA.

O referido programa é referenciado especificamente na Meta II.2 – Variáveis legais, institucionais e de articulação social, do PROGESTÃO, em sua Variável 1.9 – Programa de Capacitação no âmbito do estado de São Paulo para temas afetos à gestão de recursos hídricos, mediante a realização de estudos de determinação e detalhamento de demandas. O pleno atendimento ao pactuado junto à ANA está condicionado, portanto, à construção e implantação de um programa de capacitação em gestão de recursos hídricos formalizado, contínuo e baseado em demandas e lacunas identificadas relativas à expertise necessária aos integrantes do SIGRH.

A presente proposta tem como objetivo ofertar subsídios para a construção do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Dentre tais subsídios, destaca-se a proposta de trabalho para a implantação deste.

2. CAPACITAÇÃO NO ÂMBITO DO SIGRH

2.1 Atribuições relacionadas à capacitação dos órgãos que compõem o SIGRH

Alguns atos normativos que tratam do funcionamento e das atribuições das instâncias do SIGRH abordam a temática. Na Tabela 2.1 são apresentados os principais.

Tabela 2.1 – Atribuições de órgãos e instâncias do SIGRH relacionadas à capacitação. Continua.

Órgão / Instância Colegiada Atribuições Ato normativo

Coordenadoria de Recursos Hídricos - Centro de Articulação Institucional

[...] promover a capacitação técnica dos usuários do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH.

Decreto Estadual nº 54.653/2009

Câmara Técnica de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização Social e Informações em Recursos Hídricos – CTEA/CRH

[...] discutir, analisar e propor diretrizes, planos e programas de educação ambiental e capacitação em recursos hídricos; [...] discutir, analisar e propor mecanismos de articulação e cooperação entre o poder público, os setores usuários e a sociedade civil quanto à educação ambiental e a capacitação em recursos hídricos.

Deliberação CRH nº 054/2005

Câmara Técnica de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização Social e Informações em Recursos Hídricos – CTEA/CRH

[...] Subsídio à Deliberação de aprovação de ações e definição de responsabilidades relativas a: [...] Programa de capacitação em âmbito estadual em temas afetos à GRH.

Deliberação CRH nº 182/2016

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Tabela 2.1 – Atribuições de órgãos e instâncias do SIGRH relacionadas à capacitação. Conclusão.

Órgão / Instância Colegiada Atribuições Ato normativo

Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE

[...]IV - promover pesquisas, estudos, ensaios, aferição de instrumentos específicos, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal e manter intercâmbio cultural com outros núcleos de pesquisas e atividades, no campo de que trata este Regulamento;

Decreto Estadual nº 52.636/1971

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB

[...] promover treinamento e aperfeiçoamento de pessoal para as atividades relacionadas com seu campo de atuação; [...] promover o intercâmbio de informações e transferência de tecnologia com entidades nacionais e internacionais no âmbito de seu campo de atuação;

Lei Estadual nº 13.542/2009

Fonte: São Paulo (1971; 2005; 2009a; 2009b; 2016a).

2.2 Ações de capacitação em gestão de recursos hídricos no Estado de São Paulo

Ações de capacitação relacionadas ao aperfeiçoamento da gestão de recursos hídricos e também da atuação dos representantes de órgãos e entidades no SIGRH têm sido realizadas em diversas UGRHIs, porém não de forma integrada. A Tabela 2.2, abaixo, apresenta algumas das iniciativas financiadas pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO.

Tabela 2.2 – Empreendimentos FEHIDRO voltados à capacitação e treinamento em recursos hídricos. Continua.

Contrato Objeto do contrato Tomador Situação*

293/2004 Centro de Treinamento em Recursos Hídricos (CTRH)

Fundação Centro Tecnológico De

Hidráulica – FCTH

Concluído 2008

203/2006

Formação e capacitação de recursos humanos e desenvolvimento de pesquisas em gerenciamento de recursos hídricos e educação ambiental nas UGRHIs 20, 21 e 22

Universidade Estadual Paulista –

UNESP

Concluído 2013

570/2006

Implantação do Centro Estadual de Treinamento para Executivos Municipais em Saneamento Ambiental - CETEMSA - São José do Rio Preto

Departamento de Águas e Energia

Elétrica – DAEE (São Paulo)

Concluído 2009

070/2010 Estruturação física do Centro Estadual de Treinamento para Executivos Municipais em

DAEE (São Paulo) Concluído 2010

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Saneamento Ambiental - DAEE/BTG

480/2010 Execução do projeto de macromedição com fornecimento, instalação, aferição e calibração de medidores de vazão, estações pitométricas, caixas de proteção de equipamentos, transmissão de dados com telemetria para automação, capacitação e treinamento

SAAE - Saneamento Ambiental de Atibaia

Concluído

2015

Tabela 2.2 – Empreendimentos FEHIDRO voltados à capacitação e treinamento em recursos hídricos. Conclusão.

Contrato Objeto do contrato Tomador Situação*

188/2011

Treinamento e capacitação de técnicos do DAEE envolvidos com processos de outorga, fiscalização e cobrança pelo uso da água, para exercerem melhor suas atividades

DAEE (São Paulo) Concluído 2013

123/2014 Centro de treinamento em saneamento ambiental do Baixo Tietê

Associação dos Engenheiros e Arquitetos de

Penápolis

Em execução

129/2014

Adequação e substituição de macromedidores do projeto de macromedição com fornecimento, instalação, aferição e calibração de medidores de vazão, estações pitométricas e treinamento e capacitação da equipe

Serviço Autônomo de Água e Esgoto

de Pedreira Em execução

258/2014

Gerenciamento de recursos hídricos: construção de Centro de Desenvolvimento de Pesquisa em recursos hídricos na UGRHI-17

UNESP Em execução

149/2014

087/2015

Capacitação de técnicos do DAEE e da CETESB envolvidos no atendimento a lei federal nº 12.334/2010 - Segurança de barragens

DAEE (São Paulo) Em execução

107/2015 Capacitação e treinamento para preservação e gestão dos recursos hídricos

Associação para Recuperação

Florestal do Pontal do Paranapanema

Em execução

229/2015 Programa de capacitação para integrantes do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH

Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo – CETESB

Em execução

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272/2015

Ações de combate às perdas de água com implantação de macromedidores de vazão, aferição e calibração (fase 01), pesquisa de vazamentos não visíveis e treinamento de equipe técnica no sistema de abastecimento

Departamento Autônomo de

Água e Esgoto de Avanhandava

Em execução

314/2015 Mestrado Profissional em Geografia aplicado à gestão de recursos hídricos

UNESP Em execução

* Situação conforme Sistema de Informações do FEHIDRO em 15/12/2016. Fonte: São Paulo (2016b).

Foram realizadas ou estão em curso ações voltadas à capacitação que incluem a implantação de infraestrutura para o desenvolvimento de atividades de formação e pesquisa, o treinamento de técnicos estaduais e municipais com atuação em saneamento e regulação, a formação de educadores em gestão de recursos hídricos e o oferecimento de cursos de pós-graduação na área.

Considerando-se as iniciativas de abrangência estadual, vale ressaltar os empreendimentos identificados pelos Contratos FEHIDRO nº 149/2014, 087/2015 e 229/2015 que possibilitam, respectivamente, a abordagem das questões pertinentes à Segurança de Barragens em nível nacional e estadual e, através do desenvolvimento do Programa de capacitação para integrantes do SIGRH, o nivelamento e ampliação do entendimento de conceitos importantes para a gestão de recursos hídricos. No Programa, dedica-se especial atenção para informar e esclarecer quais as normas de funcionamento do SIGRH, a iniciativa é relevante uma vez considerado que muitos dos integrantes do Sistema são oriundos dos governos municipais, cujos interlocutores com o SIGRH variam significativamente de mandato a mandato governamental, ou mesmo representantes da sociedade civil que também apresentam variabilidade em suas representações em virtude da forma de elegibilidade das instituições deste setor.

Embora se constate a existência de diversas ações de capacitação concebidas e implantadas com apoio financeiro do FEHIDRO por diversos atores do Sistema não é possível identificar no conjunto formado, articulação e complementariedade suficientes a ponto de caracterizar esse conjunto de elementos como um programa de capacitação nos termos preconizados pelas definições da Variável 1.9, Meta II.2 do PROGESTÃO. Além da descontinuidade das ações em vigência ou a serem implantadas, não é possível aferir, tampouco, se foram desenvolvidas com base em estudos de determinação de demanda.

Exemplos de demandas já identificadas formalmente no âmbito do SIGRH constam dos apontamentos feitos pela Fundação Vanzolini no relatório “Diagnóstico da situação atual do FEHIDRO”, elaborado em abril de 2016, com o objetivo de subsidiar a reestruturação do FEHIDRO (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2016). A análise do material colhido junto a diversos atores que participam do Sistema permitiu constatar:

[...] a necessidade de capacitação é presente em todos os elos relacionados ao FEHIDRO, sobretudo naqueles que participam das atividades iniciais do processo, como tomadores e membros do colegiado (incluindo Secretaria Executiva e Câmara Técnica). Falta aos tomadores, via de regra, a

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competência técnica necessária para pleitear projetos, ao mesmo tempo em que as Câmaras Técnicas dos colegiados, em sua grande maioria, não possuem equipe qualificada para a avaliação adequada dos empreendimentos. (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2016, p. 14)

[...] segundo a SECOFEHIDRO, existe a necessidade de capacitar equipe para procedimentos internos, por exemplo, de indicação de Agente Técnico mais adequado para cada tipo de empreendimento. (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2016, p. 43)

[...] parece adequado analisar a hipótese de estabelecer um plano para capacitar permanentemente os servidores tanto nos recursos informatizados disponíveis como para familiarizá-los com manual operacional de custeio. (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2016, p. 90)

O levantamento das demandas é importante, porém constitui apenas um dos passos envolvidos na formatação de um programa de capacitação. Nos próximos itens serão apresentadas as bases técnicas e experiências que orientarão a elaboração do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH.

3. BASE TÉCNICA E EXPERIÊNCIAS RELACIONADAS À CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA DE

CAPACITAÇÃO

3.1 Norma Técnica NBR ISO 10.015/2001

A Norma Técnica NBR ISO 10.015/2001 trata do tema “Gestão da qualidade - Diretrizes para treinamento”. É a base técnica do Plano de Capacitação dos membros e servidores do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)1, Ministério Público do Paraná (MPPR, 2010), do Tribunal de Contas da União (TCU, 2012), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO, 2013), da Secretaria de Estado do Planejamento Gestão e Patrimônio do Estado de Alagoas (ALAGOAS, 2016), do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ, 2013), da Escola de Desenvolvimento de Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EDUFRGS,2016), dentre outras instituições públicas e privadas.

Publicada em 2001 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT indica o treinamento como estratégia para melhorar o desempenho das organizações. Na Figura 3.1 apresenta-se fluxograma que retrata os principais elementos dessa estratégia.

1 Informação pessoal obtida junto a servidores do órgão em encontro do Projeto DesenvolveRH, na

Agência Nacional das Águas, em Brasília.

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Figura 3.1 – Elementos envolvidos na melhoria da qualidade pelo treinamento.

Fonte: Modif. ABNT (2001).

O conceito de competência ocupa posição central no planejamento do treinamento. O treinamento é concebido pela norma como “processo para desenvolver e prover conhecimento, habilidades e comportamentos para atender requisitos”. Competência constitui a “aplicação do conhecimento, habilidades e comportamento no desempenho” (ABNT, 2001, p. 3). As melhorias na organização acontecem à medida que as necessidades atuais e futuras são providas pela competência dos recursos humanos envolvidos. Nesse sentido, o treinamento (capacitação) é o processo por meio do qual são preenchidas as lacunas de competência, ou seja, as diferenças entre a competência existente e a requerida pelo pessoal, em termos de conhecimento, habilidades e comportamento, para que se alcance a situação desejada para a organização.

A NBR ISO 10.015/2001 aponta também as etapas constituintes de um processo de treinamento planejado e sistemático. Tais etapas consistem em: identificar e analisar as necessidades de treinamento; projetar, planejar e executar o treinamento; avaliar seus resultados; monitorar e melhorar o processo de treinamento de modo a atingir seus objetivos. Na Figura 3.2 retrata-se a inter-relação entre essas diretrizes.

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Figura 3.2 – Ciclo do treinamento preconizado pela NBR ISO 10.015/2001.

Fonte: Modif. ABNT (2001).

Os desdobramentos de cada uma dessas etapas são detalhados na norma. Na Tabela 3.1, são apresentadas as atividades que integram as duas primeiras etapas do ciclo do treinamento preconizado pela NBR ISO 10.015/2001, relacionadas à definição de necessidades e planejamento do treinamento.

Tabela 3.1 – Atividades que compõem as etapas do ciclo do treinamento preconizado pela NBR ISO 10.015/2001.

Etapa Atividades

Definição das necessidades de treinamento

• Definição das necessidades da organização • Definição e análise dos requisitos de competência; • Análise crítica das competências; • Definição das lacunas de competências; • Identificação de soluções para eliminar as lacunas de competência; • Definição da especificação das necessidades de treinamento.

Projeto e planejamento do treinamento

• Definição das restrições; • Métodos de treinamento e critérios para seleção; • Especificação do projeto de treinamento; • Seleção do fornecedor do treinamento.

Fonte: Modif. ABNT (2001).

A NBR ISO 10.015/2001 será utilizada como referencial técnico para a elaboração do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH. A outra

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referência técnica a ser utilizada nessa construção é o Projeto DesenvolveRH da Agência Nacional de Águas – ANA, a ser especificado na próxima seção.

A construção de um repositório dinâmico de informações nucleadas pelas competências a serem desenvolvidas, auxilia na conversão destas em conhecimento, tanto pela oferta direta como na disseminação de boas práticas. (SEKARAN, et al., 2013)

3.2 Projeto DesenvolveRH

O projeto tem por objetivo principal nortear ações de desenvolvimento de pessoas para a gestão de recursos hídricos com base no conceito de gestão por competências. As atividades estão sob a condução da Fundação Dom Cabral, em conjunto com técnicos da ANA. Os resultados esperados incluem a construção de programas de desenvolvimento por competências para os 27 Órgãos Gestores Estaduais, os 27 Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os 9 Comitês de Bacias Hidrográficas Interestaduais, as 5 Entidades Delegatárias de Agências de Águas e a Agência Nacional de Águas. Ainda, espera-se que o projeto auxilie a ANA a estruturar a Estratégia Plurianual de Capacitação dos entes do SINGREH e a Política de Capacitação dos Servidores em um modelo de gestão por competência e apoiar os Estados no alcance da meta relativa à capacitação setorial do PROGESTÃO.

A etapa de interação com os Órgãos Gestores Estaduais foi realizada durante o ano de 2016, consistindo na realização de cinco oficinas: 1) Alinhamento conceitual (02 e 03 de março); 2) Definição das competências (06 de abril); 3) Refinamento das competências (01 de junho); 4) Identificação das capacidades (09 de setembro); 5) Elaboração de plano de desenvolvimento de competências (01 e 02 de dezembro). Para a compreensão dos produtos elaborados no âmbito do Projeto DesenvolveRH, faz-se necessário conhecer alguns conceitos importantes no modelo de Gestão por Competências.

3.2.1 Conceitos importantes para a Gestão por Competências

Dentro do modelo de gestão por competências, competência é o “Conjunto de capacidades (conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) que um indivíduo aplica habitualmente no trabalho, de forma a agregar valor para a organização (entregas) e para si mesmo” (FERNANDES, 2016). Assim, as entregas requeridas pela organização serão viabilizadas na medida em que esteja em funcionamento um processo de gestão de pessoas que desenvolva as capacidades que permitam aos recursos humanos envolvidos efetivarem tais entregas. Na Figura 3.3, ilustra-se a interação entre capacidades e entregas.

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Figura 3.3 – Capacidades e entregas na gestão por competências.

Fonte: FERNANDES (2016).

As entregas requeridas pela organização observarão diferentes conteúdos específicos para cada indivíduo em razão da sua posição na estrutura organizacional. Para uma mesma entrega, por exemplo, “Gestão de Projetos”, haverá diferentes ações esperadas para os cargos de Diretor, Gerente, Coordenador e Técnico de Nível Superior. As diferentes funções organizacionais são concebidas na Gestão por Competências como níveis de complexidade. Os níveis de complexidade geram reflexos também na definição das capacidades requeridas, uma vez que essas condicionam as diferentes entregas. Na Figura 3.4, são ilustradas as relações entre níveis de complexidade, entregas e capacidades.

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Figura 3.4 – Estrutura de gestão por competências, compatibilizando os conceitos de níveis de complexidade, entregas e capacidades.

Fonte: FERNANDES (2016).

No Projeto DesenvolveRH, por meio da interação entre representantes das diversas instâncias que atuam no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH, foram elencadas as principais competências requeridas para tais instâncias tendo em vista os objetivos institucionais do Sistema. Foram identificas, assim, as principais entregas para os diversos níveis de complexidade das instâncias colegiadas (CBHs e Conselhos Estaduais e Nacional) e executivas (Órgãos Gestores Estaduais, Federal e Agências de Água), bem como os conhecimentos básicos necessários a tais níveis para efetivarem as referidas entregas.

Foram trabalhadas também orientações básicas para a elaboração de Planos de Desenvolvimento de Competências pelos Estados e para a construção de Trilhas Formativas.

Os produtos de interesse para o desenvolvimento do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH seguem na seção seguinte.

3.2.2 Produtos desenvolvidos

Nesta seção, são apresentados os produtos desenvolvidos no âmbito do Projeto DesenvolveRH que propõe-se seja a base para a construção do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH. As entregas definidas no âmbito do Projeto como fundamentais tanto para instâncias executivas como colegiadas são as seguintes:

1. Instituição dos CBHs e funcionamento dos Colegiados (CBH e Conselhos);

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2. Planos e enquadramento de recursos hídricos; 3. Gestão administrativa e financeira; 4. Regulação de uso; 5. Gestão da informação em recursos hídricos; 6. Educação, capacitação, comunicação e participação social; 7. Mediação e arbitragem de conflitos; 8. Cobrança; 9. Regulação de segurança de barragens; 10. Fiscalização de uso dos recursos hídricos e de segurança de barragens; 11. Monitoramento hidrológico e eventos críticos.

O detalhamento dessas entregas será feito de maneira diferenciada conforme os diversos níveis de complexidade elencados para as instâncias executivas e colegiadas e as esferas de ação (nacional, estadual e bacia hidrográfica). No Quadro 3.1 estão listados como exemplo os níveis de complexidade identificados no Projeto DesenvolveRH, para o SINGREH. No programa paulista serão realizadas adequações considerando a realidade do Estado.

Quadro 3.1 – Níveis de complexidade identificados para o SINGREH.

Fonte: ANA (2016).

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O Quadro 3.2 exemplifica o detalhamento das entregas requeridas por nível de complexidade para a entrega “Planos de enquadramento de recursos hídricos nas instâncias colegiadas”.

Quadro 3.2 – Exemplo de detalhamento das entregas por nível de complexidade de instância colegiada.

2. Planos e enquadramento de recursos hídricos

Descrição Geral

Consiste na elaboração, negociação, proposição e aprovação dos Planos de Recursos Hídricos e enquadramento dos corpos de água. A competência envolve: 1) Capacidade analítica, de articulação e engajamento para definição de diretrizes para os usos dos recursos hídricos por meio dos planos de RH e enquadramento dos corpos de água. Espera-se que o membro das instâncias colegiadas com esta competência: a) Elabore e submeta para aprovação diretrizes para os usos. b) Analise, articule, acompanhe, faça revisões e proponha adequações ao Plano de RH (Nacional, Estadual e de Bacia).

Gestor

Presidente do Conselho

N/A.

Secretário Executivo

N/A.

Técnico

Conselheiro

1. Analisa os relatórios e pareceres de execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e propõe melhorias. 2. Analisa as propostas de enquadramento dos corpos de água e propõe a aprovação.

Membro de Câmara Técnica

1. Acompanha, analisa e emite parecer sobre o Plano Nacional de Recursos Hídricos, sua implementação e suas revisões. 2. Propõe diretrizes para o aprimoramento dos processos de elaboração, comunicação e implementação de planos de recursos hídricos. 3. Propõe mecanismos para articulação entre os planos de recursos hídricos nacional (PNRH), estaduais (PERHs), de bacias hidrográficas (PBHs), e setoriais que possuam interface com a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Gestor

Presidente do Conselho Estadual

1. Submete à Plenária os critérios gerais para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos (PRHs) e enquadramento dos cursos d’água. 2. Articula o processo de elaboração e revisão do PRH e do Enquadramento. 3. Submete o PERH e suas revisões periódicas à deliberação da Plenária, bem como realiza o seu acompanhamento e propõe as demais deliberações necessárias. 4. Acompanha, avalia e apresenta em plenária a execução do PERH. 5. Submete a deliberação da Plenária a proposta de enquadramento elaborada pelos Comitês de Bacias Hidrográficas.

Secretário Executivo de

Conselho Estadual

1. Auxilia o Presidente na articulação com as representações e os interesses setoriais. 2. Adota as ações necessárias à análise e deliberação das propostas.

Conselheiro 1. Analisa e delibera sobre as diretrizes para a elaboração dos planos estadual e de bacias hidrográficas e para o enquadramento. 2. Analise e delibera sobre o PERH.

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3. Analisa os relatórios e pareceres sobre a execução do PERH. 4. Analise e delibera sobre a proposta de enquadramento elaborada pelos Comitês de Bacias Hidrográficas. 5. Articula as representações e os interesses setoriais.

Membro da Câmara Técnica

1. Analisa e propõe critérios gerais para a elaboração dos PBHs e enquadramento dos corpos d’água. 2. Articula com as representações os interesses setoriais. 3. Analisa e propõe questões presentes em relatórios temáticos dos Planos, relativas as suas respectivas áreas de atuação.

Gestor

Presidente/Diretoria de Comitê

1. Articula o processo de elaboração e revisão do PRHs e do Enquadramento. 2. Submete o PBH para deliberação da plenária. 3. Acompanha, avalia e apresenta em plenária a execução do PBH e do enquadramento. 4. Submete a proposta de enquadramento para deliberação do Conselho de Recursos Hídricos.

Membro de Comitê

1. Analisa e propõe diretrizes para os Planos e o enquadramento. 2. Articula as representações e os interesses setoriais. 3. Contribui com a mobilização dos atores envolvidos. 4. Aprova em plenária o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica. 5. Aprova em plenária a Proposta de enquadramento dos mananciais para envio ao Conselho. 6. Acompanha e sugere adequações à a execução do Plano de recursos hídricos da bacia e do enquadramento. 7. Delibera sobre plano de aplicação de recursos orçamentários destinados à gestão de recursos hídricos.

Membro de Câmara Técnica

ou Grupo de Trabalho (CT/GT)

1. Auxilia no levantamento de dados e informações. 2. Propõe diretrizes para o Plano e o enquadramento. 3. Acompanha a elaboração do Plano. 4. Articula as representações e os interesses setoriais 4. Contribui com a mobilização dos atores envolvidos.

Fonte: ANA (2016).

Foram também elencados no Projeto os grandes temas relacionados aos conhecimentos necessários aos servidores para a efetivação das entregas:

1. Marco Legal; 2. Governança, Comunicação e Participação Social; 3. Hidrologia e Qualidade da Água; 4. Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e Instrumentos da PNRH; 5. Programas e projetos; 6. Gestão territorial, conservação, uso racional e sustentável da água; 7. Segurança de Barragens; 8. Educação e capacitação; 9. Gestão e tecnologia da informação; 10. Administração e Finanças; 11. Conhecimento Instrumental - Ferramentas, tecnologias.

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Os temas foram detalhados em subtemas, e estes, em ementas destinadas ao atendimento das demandas de conhecimento para os diferentes níveis de complexidade identificados para as instâncias executivas e colegiadas nas três esferas de gerenciamento. No Quadro 3.3, apresenta-se um exemplo desse detalhamento referente ao grande tema “Marco legal”. Quadro 3.3 – Exemplo do detalhamento do conhecimento referente ao grande tema “Marco legal”.

Tema Conhecimento Principais Tópicos

Marco Legal

Legislação sobre água

Legislação sobre águas 1: Lei nº 9.433/1997, Constituição Federal (dominialidade - arts. 20 e 26; competências da união, estados, municípios, no tocante a recursos hídricos e meio ambiente - arts. 21, 22, 23, 24 ), Lei ANA (9.984/2000): noção geral das legislações estaduais e normativos de agências, conselhos e comitês.

Legislação sobre águas 2: Aspectos históricos e fundamentos do direito de águas - (Ex. Decreto nº 24.643, de 1934 - Código de Águas). Estudo mais aprofundado de cada instrumento e organismo que compõe a estrutura do SINGREH (resoluções e regimentos); Ex. Lei nº 9,984, de 2000 (Lei de criação da ANA: noções gerais sobre natureza jurídica da ANA, suas competências, estrutura e fonte orçamentária); noções preliminares sobre as legislações estaduais (políticas estaduais e estruturas organizacionais e competências do órgão estadual) e normativos de agências, conselhos e comitês no tocante a recursos hídricos, com destaque para os regimentos internos dos principais CBHs de rios de domínio da União e dos estados e principais normativos da ANA, CNRH e CERH que versam sobre dominialidade de RH e implementação dos instrumentos da PNRH e PERH).

Legislação sobre águas 3: estudo comparativo das legislações estaduais e normativos de agências, conselhos e comitês no tocante a recursos hídricos. Noções sobre legislação ambiental brasileira sobre Águas (Lei nº 12.651, de 2012 - Novo Código Florestal, Lei nº 6.938, de 1981 que versa sobre a PNMA, Lei nº 9.605, de 1998, sobre Crimes Ambientais, Estudo da PNRH e PERH com foco no planejamento do uso de recursos hídricos, Gerenciamento de Recursos Hídricos e Controle Administrativo do uso dos recurso hídricos.

Direito Administrativo

Direito Administrativo 1: Conhecimentos básicos sobre poderes administrativos, atos administrativos, princípios da Administração Pública, estrutura e organização da Administração Pública, bens públicos, improbidade administrativa, responsabilidade civil do Estado e do servidor público, controle da Administração Pública (interno e externo, civil e judicial), processo administrativo. Mandado de segurança. Licitações e contratos.

Direito Administrativo 2: Conhecimentos avançados sobre poderes administrativos, atos administrativos, princípios da Administração Pública, estrutura e organização da Administração Pública, bens públicos, improbidade administrativa, responsabilidade civil do Estado e do servidor público, controle da Administração Pública (interno e externo, civil e judicial), processo administrativo. Mandado de segurança. Licitações e contratos.

Fonte: ANA (2016).

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No Quadro 3.4, representa-se as interações entre todos os conceitos apresentados até aqui relacionados ao modelo de Gestão por Competências. Os números de 1 a 3 discriminados nas colunas verde e laranja correspondem ao nível de aprofundamento do conhecimento (ementas dos subtemas) requerido para os respectivos níveis de complexidade, em relação às entregas identificadas como necessárias no âmbito do SINGREH. A planilha mostrada na figura se refere, especificamente, às instâncias colegiadas das bacias hidrográficas. Foi incluído o nível de complexidade “Sociedade em geral”, com o objetivo de apontar conhecimentos que podem ser disponibilizados ao público não formalmente integrado ao SINGREH.

Quadro 3.4 – Exemplo da interação entre os conceitos do modelo de Gestão por Competências para instâncias colegiadas em nível de bacia hidrográfica.

Fonte: ANA (2016).

A última atividade realizada no Projeto, no que tange à etapa envolvendo os Órgãos Gestores Estaduais, destinou-se à provisão de subsídios para a elaboração de Planos de Desenvolvimento de Competências. Dois importantes subsídios apresentados foram uma listagem de possíveis ações de capacitação e o conceito de Trilhas Formativas. Na Tabela 3.2, apresenta-se a lista em questão.

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Tabela 3.2 – Ações de capacitação passíveis de integrar os Planos de Desenvolvimento de Competências.

Ação Descrição

Curso de graduação Formação de nível superior patrocinada pela entidade (base = 4 anos).

Curso de pós graduação Especialização com mais de 420 horas patrocinada pela entidade (base = 2 anos).

Cursos/treinamentos presenciais teóricos

Programas realizados interna ou externamente, com ênfase em atividades de sala de aula.

Oficinas de trabalho Encontros para debate, construção e resolução de questões relativas ao trabalho.

Cursos/treinamentos em laboratório e/ou em campo

Programas de capacitação com ênfase em atividades práticas/ experimentação.

Cursos semipresenciais Cursos com parte das atividades à distância e parte presenciais

Cursos à distância com tutoria

Cursos à distância com tutor disponível para dúvidas, apoio etc.

Cursos à distância sem tutoria

Cursos à distância sem apoio de tutor.

Coaching Sessões de aconselhamento feitas por consultor de carreira que acompanha e se envolve no desenvolvimento do profissional.

Estágios Consistem em trabalho em instituição escolhida para aprendizado.

Atividade orientada no trabalho

Treinamento realizado no trabalho por outro profissional mais experiente, voltado à prática.

Visitas orientadas Visitas programadas a outras organizações para conhecer realidades, processos e maneiras diferentes de realizar atividades, com foco na observação e aprendizagem.

Grupos de estudo e leitura orientada

Participação em grupos relacionados à atualização profissional, troca de experiências, ampliação do relacionamento, envolvendo até possibilidade de desenvolver ações conjuntas com recursos compartilhados.

Participação em congressos, seminários

Participação em eventos específicos, de curta duração, para debate de temas especializados.

Fonte: FERNANDES (2016).

As Trilhas Formativas, por sua vez, constituem conjuntos de soluções educacionais, no caso específico do Projeto DesenvolveRH, voltadas a prover o conhecimento necessário a determinado ator (nível de complexidade) do SINGREH, a fim de que este possa disponibilizar a entrega esperada. Em uma determinada medida é esperado também que a capacitação auxilie o referido ator a sistematizar os conhecimentos pré-existentes em seu universo de forma a

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ampliar a contribuição dos mesmos na obtenção dos produtos desejados. Na Figura 3.5, é apresentada uma trilha formativa destinada a prover a um membro de Comitê de Bacia Hidrográfica os conhecimentos em “Hidrologia” considerados necessários para subsidiar suas entregas relacionadas a Planos de Recursos Hídricos e Regulação de Uso.

O exemplo apresentado utiliza na construção da solução educacional em questão recursos educativos já desenvolvidos pela ANA e disponíveis para utilização. O tipo do recurso está identificado dentro dos colchetes.

Figura 3.5 – Exemplo de trilha formativa destinada a prover um membro de Comitê de Bacia Hidrográfica dos conhecimentos em “Hidrologia” considerados necessários para subsidiar suas entregas relacionadas a “Planos de Recursos Hídricos” e “Regulação de Uso”.

Fonte: ANA (2016).

Na seção seguinte, são apresentadas as etapas iniciais envolvidas na construção do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH.

4. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA GESTÃO E ATUAÇÃO DO

SIGRH

4.1 Diretrizes para a elaboração do Programa

A construção do programa paulista de capacitação em recursos hídricos será norteada pelas seguintes diretrizes:

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1) Definição de estratégias voltadas a atender as necessidades de capacitação das instâncias executivas e colegiadas do SIGRH;

2) Participação efetiva de representantes dessas instâncias no processo de construção do programa;

3) Valorização das iniciativas de capacitação já em curso no âmbito do SIGRH com potencial para serem realizadas de modo contínuo;

4) Estabelecimento de cooperação com órgãos públicos e outras instituições que atuam na área de capacitação, fortalecendo as parceiras já existentes, como modo de viabilizar o programa;

5) Utilização dos produtos elaborados no Projeto DesenvolveRH, adequando-os à realidade do SIGRH;

6) Atendimento ao formato pactuado no âmbito do PROGESTÃO, conforme estabelecido na Variável 1.9 da Meta II.2, considerando como bases técnicas a NBR ISO 10.015/2001 e o modelo de Gestão por Competências utilizado no Projeto DesenvolveRH.

Será utilizado o mesmo escopo definido no Projeto DesenvolveRH, no qual foram considerados dois grupos principais, as Instâncias Executivas e as Colegiadas. No Quadro 4.1.1 é apresentado o público a ser abrangido no programa paulista, considerando as especificidades do Estado.

Foi incluído também o grupo “Sociedade em geral”, que representa atores com interesse ou atuação na área de recursos hídricos que não participam formalmente do SIGRH. Essa estratégia foi utilizada no Projeto DesenvolveRH, a inclusão desse grupo generalista vem ao encontro da necessidade de disseminar conceitos de gestão de recursos hídricos e o papel do SIGRH, com vistas à valorização da atuação das suas instâncias executivas e colegiadas. Constitui, assim, tática para fortalecer o envolvimento e a responsabilidade da sociedade como um todo na conservação e uso racional da água. Poderão ser definidas estratégias para grupos específicos considerados prioritários pela equipe de condução do Programa, como por exemplo, professores, jovens, empresários etc.

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Quadro 4.1 – Público do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH.

Instâncias Executivas Instâncias Colegiadas

Soci

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Atu

ação

Órgãos: SSRH, DAEE E CETESB Colegiados: CRH, CORHI, COFEHIDRO

Planejamento e Gestão: SSRH (Coordenadoria de Recursos Hídricos)

Regulação: DAEE e CETESB

-

Nív

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de

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- SSRH: Secretário e Adjunto, Coordenadores, Diretores, Técnicos de nível superior, Técnicos de nível médio

- DAEE: Superintendente, Diretores, Técnicos de nível superior, Técnicos de nível médio

- CETESB: Diretores, Técnicos de nível superior

- Diretoria do Conselho

- Conselheiros;

- Coordenadores de Câmara Técnica;

- Membros de Câmara Técnica

Bac

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ação

Órgãos: DAEE, CETESB e Agências de Bacia Colegiados: Comitês de Bacia

(CBHs)

Planejamento e Gestão: DAEE e CETESB (Secretarias Executivas), Agências de Bacia

Regulação: DAEE (Diretorias de Bacia) e CETESB (Agências Ambientais)

-

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- DAEE: Diretores, Técnicos de nível superior, Técnicos de nível médio

- CETESB: Diretores, Técnicos de nível superior, Técnicos de nível médio

- Agência de Bacia: Diretores, Técnicos de nível superior, Técnicos de nível médio

- Diretoria do CBH

- Membros do Plenário

- Coordenadores de Câmara Técnica

- Membros de Câmara Técnica

A formalização do programa, requisito acordado no PROGESTÃO, deverá ser realizada

por meio de Deliberação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos. No que tange às ações

voltadas para as instâncias executivas – órgãos identificados no Quadro 4.1, acima – será

possível também sua formalização como programa de desenvolvimento e capacitação de

recursos humanos no âmbito do Sistema Estadual de Administração de Pessoal. A seção 4.3

trata especificamente sobre esse tema.

4.2 Plano de Trabalho

Na Quadro 4.2 são apresentadas as principais etapas do Plano de Trabalho voltado à construção do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH.

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Quadro 4.2 – Etapas e principais atividades do Plano de Trabalho para a construção do Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH.

Etapa Atividades previstas

1. Atividades preparatórias

1.1) Apresentação da proposta para elaboração do Programa ao CORHI e à CTEA

1.2) Reunião CORHI e CTEA (discutir a proposta de elaboração do Programa, Cronograma e Formação de Grupo para coordenação das atividades

1.3) Divulgação da Proposta junto aos CBH

1.4) Alinhamento conceitual e discussão do Plano de Trabalho com públicos-chave (SSRH, CORHI, CTEA/CRH e CBHs)

2. Coleta de subsídios junto ao SIGRH

2.1) Publicação de questionário para os integrantes do SIGRH

2.2) Preenchimento dos questionários pelos integrantes do SIGRH

3. Definição das competências e das necessidades de capacitação

3.1) Análise e compilação dos resultados dos questionários

3.2) Divulgação de Relatório compilando os resultados do preenchimento dos questionários

3.3) Discussão sobre o conteúdo do Relatório com os públicos-chave (SSRH, CORHI, CTEA/CRH e CBHs)

4. Elaboração de Plano de Ação e das Estratégias de Viabilização do Programa

4.1) Elaboração de Plano de Ação e das Estratégias de Viabilização do Programa

4.2) Divulgação de versão preliminar do Plano de Ação e das Estratégias de Viabilização do Programa

4.3) Discussão sobre a versão preliminar do Plano de Ação e das Estratégias de Viabilização do Programa com os públicos-chave (SSRH, CORHI, CTEA/CRH e CBHs)

5. Aprovação do Programa

5.1) Divulgação da Minuta do Programa

5.2) Discussão sobre a Minuta do Programa com os públicos-chave (SSRH, CORHI, CTEA/CRH e CBHs)

5.3) Aprovação do Programa no CRH

6. Operacionalização do Programa

6.1) Comunicação, à Unidade Central de Recursos Humanos – UCRH, da instituição do Programa

6.2) Início da implementação de ações voltadas à consolidação do Programa

Detalhamento das atividades, produtos e cronograma constam no anexo I deste documento.

4.2.1 Alinhamento conceitual e discussão do Plano de Trabalho

Serão realizadas reuniões para alinhamento conceitual e discussão sobre o Plano de Trabalho com os objetivos específicos de:

Apresentação do histórico das atividades desenvolvidas no Projeto DesenvolveRH;

Discussão sobre os conceitos de Gestão por Competências e o roteiro de atividades

previsto na NBR ISO 10.015/2001;

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Apresentação do escopo do Programa, do Plano de Trabalho e das metodologias

adotadas;

Discussão sobre o material apresentado, com vistas à coleta de opiniões, sugestões

e propostas de complementação.

4.2.2 Questionários

Os questionários serão enviados aos integrantes do SIGRH de forma a atender os

seguintes objetivos:

Definição das necessidades de melhoria do Sistema;

Levantamento de ações de capacitação e treinamento já desenvolvidas ou em

desenvolvimento por órgãos e entidades que compõem o SIGRH;

Levantamento das demandas de capacitação relativas aos níveis de complexidade

identificados no âmbito do SIGRH (Instâncias Executivas e Colegiadas).

4.2.3 Plano de Ação e Estratégias para Viabilização do Programa

O Plano de Ação a constar do Programa em construção consistirá no conjunto de ações

de capacitação a serem desenvolvidas no âmbito do SIGRH. As estratégias de viabilização serão

um conjunto específico de ações voltadas à implementação do Plano de Ação.

4.3 Capacitação das instâncias executivas do SIGRH como política de desenvolvimento de recursos humanos do Estado de São Paulo

O Decreto Estadual nº 52.833/2008 dispõe sobre as atribuições e o funcionamento do Sistema de Administração de Pessoal do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2008). Prevê em seu artigo 5º, entre as atribuições dos órgãos setoriais desse sistema, o “desenvolvimento e capacitação de recursos humanos”. Em relação a essa atribuição, delega aos dirigentes desses órgãos e também dos sub-setoriais a aprovação preliminar de “programas de desenvolvimento, capacitação e qualidade de vida” dos recursos humanos sob sua tutela. Tais programas devem ser aprovados também pelo Secretário da pasta em questão. Na Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, o órgão setorial responsável é o Centro de Recursos Humanos da pasta.

Tendo em vista que o Programa de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão e Atuação do SIGRH terá como um de seus focos aprimorar a atuação dos órgãos executivos do SIGRH, considera-se importante, no que tange a princípio aos servidores da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos – SSRH, a formalização das ações previstas junto a esse público como um Programa de Desenvolvimento e Capacitação de Recursos Humanos no âmbito do Estado.

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Para tanto, a formalização e validação ocorrem no âmbito da SSRH e, em articulação com a Unidade Central de Recursos Humanos – UCRH, o Programa de Desenvolvimento e Capacitação dos Recursos Humanos da SSRH será incluído no Sistema de Gestão de Cursos do Estado de São Paulo, sendo possível, inclusive, que os servidores públicos que participem das ações de capacitação tenham a referida participação certificada pelo Estado de São Paulo. Poderão ser envolvidos, posteriormente, no que couber, os órgãos setoriais responsáveis do DAEE e CETESB.

Ressalta-se, ainda, que segundo os incisos II e III do artigo 9º do Decreto Estadual nº 52.833/2008, o desenvolvimento e a capacitação dos recursos humanos devem ser realizadas mediante a identificação das necessidades de treinamento para o seu desenvolvimento. Tal diretriz constitui uma das bases da NBR ISO 10.015/2001.

Será também considerado, quando da elaboração desse programa, o Decreto Federal nº 5.707/2006, que institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Federal Direta, Autárquica e Fundacional (BRASIL, 2006).

4.4 Resultados esperados

Instituição de programa de capacitação em âmbito estadual para temas afetos à gestão de recursos hídricos, devidamente formalizado, realizado de modo contínuo e baseado em estudos de determinação de demandas, atendendo compromisso assumido pelo estado de São Paulo no âmbito do PROGESTÃO.

No âmbito do programa, a instituição de três plataformas específicas de capacitação para: 1) instâncias executivas; 2) instâncias colegiadas; e 3) sociedade em geral.

Otimização das competências do SIGRH, através da disponibilização de ferramentas para o aprimoramento contínuo dos profissionais e demais atores do Sistema.

Envolvimento dos profissionais que atuam na gestão de Recursos Hídricos para o levantamento de demandas, integrando e difundindo o funcionamento, as necessidades e a importância do SIGRH.

Valorização da gestão de Recursos Hídricos no Estado de São Paulo.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma NBR ISO 10.015:2001 – Gestão da Qualidade – Diretrizes para Treinamento. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. 12 p. ALAGOAS. Superintendência de Modernização e Gestão da Qualidade. Site institucional. Disponível em: <http://www.seplag.al.gov.br/acesso-a-informacao/lista-de-pastas/perguntas-frequentes/superintendencia-de-modernizacao-e-gestao-da-qualidade-sumoge>. Acesso em: 23 dez. 2016. ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Projeto DesenvolveRH. 2016. Material produzido durante o projeto. Não publicado. BRASIL. Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006. Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5707.htm>. EDUFRGS – ESCOLA DE DESENVOLVIMENTO DE SERVIDORES DA UFRGS. Plano Anual de Capacitação. Qualificação e aperfeiçoamento de servidores da UFRGS. 2016. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/edufrgs/arquivos/arquivos-enviar-projetos/Plano%20Anual%20de%20Capacitacao%20dos%20Servidores%20da%20UFRGS%20-%20PAC%20ATUAL%202016.pdf>. FERNANDES, B. H. R. Gestão por Competências. Brasília: Agência Nacional de Águas, 2016. Apresentação realizada em 02 mar. 2016 durante Oficina do Projeto DesenvolveRH – ANA. FUNDAÇÃO VANZOLINI. Diagnóstico da Situação Atual do FEHIDRO. FASE I - Projeto de reestruturação do FEHIDRO – Produto I.3. São Paulo: Fundação Vanzolini, 2016. 146 p. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents//COFEHIDRO/10620/produto3_diagnostico_18abr16.pdf>. INMETRO – INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. Procedimento para capacitação de agentes fiscais da qualidade da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade do INMETRO - RBMLQ-I. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/portalrbmlq/documentos_disponiveis/Audit_Fiscal/NIT-Divec-10.pdf>. MPPR – MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional. Questionário – Definição das Necessidades de Treinamento (DNT). 2010. Disponível em: <http://www.ceaf.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=90>. PJERJ – PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Relação de Conhecimentos e Habilidades Identificados no PJERJ. 2013. Disponível em: <http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/1431530/relacao-chi-031212.pdf>.

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SÃO PAULO. Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Deliberação CRH nº 054, de 15 de abril de 2005. Institui a Câmara Técnica de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização Social e Informações em Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/deliberation//3529/delib_54_crh_cria_ctea.doc>. _____. Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Deliberação CRH nº 182, de 04 de maio de 2016. Aprova os Planos de Trabalho das Câmaras Técnicas do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH para o ano de 2016. 2016a. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/deliberation//CRH/10618/deliberacao_crh_182.pdf>. _____. Decreto nº 52.636, de 03 de fevereiro de 1971. Dispõe sôbre o Regulamento de adaptação do Departamento de Águas e Energia Elétrica ao Decreto-lei Complementar n. 7, de 6 de novembro de 1969. Disponível em: < http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/1971/decreto-52636-03.02.1971.html>. _____. Decreto nº 52.833, de 24 de março de 2008. Dispõe sobre os órgãos do Sistema de Administração de Pessoal, define competências das autoridades e dá providências correlatas. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2008/decreto-52833-24.03.2008.html>. _____. Decreto nº 54.653, de 06 de agosto de 2009. Reorganiza a Secretaria do Meio Ambiente - SMA e dá providências correlatas. 2009a. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2009/decreto-54653-06.08.2009.html>. _____. Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Site institucional. Disponível em: <http://fehidro.sigrh.sp.gov.br/fehidro/index.html>. Acesso em: 15 dez. 2016b. _____. Lei nº 13.542, de 04 de maio de 2009. Altera a denominação da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e dá nova redação aos artigos 2º e 10 da Lei n. 118, de 29 de junho de 1973. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2009/lei-13542-08.05.2009.html>. SEKARAN, UMA e BOUGIE, ROGER. 2013. Research Methods for Business: a skill-building

approach. s.l. : Wiley, 2013.

TCU – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Portaria TCU nº 255, de 25 de setembro de 2012. Institui o projeto pedagógico do Instituto Serzedello Corrêa. Disponível em: <http://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A14DF859F4014DF873317E3137>.