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0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Débora Washimi Pereira Michel Umeki Paulo Otávio da Silva Gimenes Thiago Rafael Soares Martins PROPOSTA DE UM MODELO DE DECISÃO SEGUNDO A TEORIA DAS RESTRIÇÕES Beef Shopping Bertin – Lins/SP LINS – SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Débora Washimi Pereira

Michel Umeki

Paulo Otávio da Silva Gimenes

Thiago Rafael Soares Martins

PROPOSTA DE UM MODELO DE DECISÃO

SEGUNDO A TEORIA DAS RESTRIÇÕES

Beef Shopping Bertin – Lins/SP

LINS – SP

2010

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DÉBORA WASHIMI PEREIRA

MICHEL UMEKI

PAULO OTÁVIO DA SILVA GIMENES

THIAGO RAFAEL SOARES MARTINS

PROPOSTA DE UM MODELO DE DECISÃO SEGUNDO A TEORIA DAS

RESTRIÇÕES

LINS – SP

2010

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof.º M.Sc. André Ricardo Ponce dos Santos e orientação técnica da Prof.ª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

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Pereira, Débora Washimi; Umeki, Michel; Gimenes, Paulo Otávio da Silva; Martins, Thiago Rafael Soares

Proposta de um modelo de decisão segundo a teoria das restrições: Beef Shopping Bertin S/A / Débora Washimi Pereira; Michel Umeki; Paulo Otávio da Silva Gimenes; Thiago Rafael Soares Martins. – – Lins, 2010.

84p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2010

Orientadores: André Ricardo Ponce dos Santos; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Restrições. 2. Decisão. 3. Meta. 4. Lucro. 5. Inventários I Título.

CDU 657

P49p

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DÉBORA WASHIMI PEREIRA

MICHEL UMEKI

PAULO OTÁVIO DA SILVA GIMENES

THIAGO RAFAEL SOARES MARTINS

PROPOSTA DE UM MODELO DE DECISÃO SEGUNDO A TEORIA DAS

RESTRIÇÕES

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Auxilium, para

obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: André Ricardo Ponce dos Santos

Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba

Assinatura:______________________________________

1º Prof(a): ______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:______________________________________

1º Prof(a): ______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:______________________________________

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Dedico este trabalho a Deus por mais uma etapa vencida, me fazendo

superar todos os obstáculos, sem jamais perder a fé.

Aos meus amados pais Alice e Leoclides que não mediram esforços em

nenhum momento, abrindo mão de suas vontades, por todo sacrifico e

dedicação. Obrigada e amo muito vocês!

Ao meu amado irmão Rogério que desde o começo do curso me apoiou

incondicionalmente, por sempre estar ao meu lado. Obrigada e te amo muito!

Aos meus queridos amigos que me ampararam quando eu mais precisei.

Obrigada pela presença tão constante e pela amizade sincera!

Aos meus amigos do grupo por todo o comprometimento e esforço que

ao longo deste tempo mostraram-se cada vez maior. Pelas alegrias vividas,

pelo tempo investido, pelo sonho realizado. Obrigada meninos pela amizade e

dedicação!

Débora Washimi Pereira

Dedico esse trabalho em especial, aos meus pais, Mitsuyuki e Cristina,

duas pessoas maravilhosas que batalharam muito na vida para que eu

chegasse até aqui. Sou totalmente grato a eles por tudo que tenho até hoje.

Aos nossos orientadores Prof. M. Sc. André e Prof. M. Sc. Heloisa, que

tiveram colaboração fundamental para o desenvolvimento desse trabalho,

apoiando nossas idéias e nos motivando a prosseguir essa pesquisa.

À todos os amigos que fiz nesse curso, em especial a vocês, Débora,

Paulo e Thiago, que dividiram junto a mim, momentos exaustivos em leituras e

pesquisas, mas também momentos muitos felizes e produtivos. Recordarei

para sempre de todos vocês, e espero encontrá-los no mercado afora.

Michel Umeki

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Agradeço esse trabalho em primeiro lugar, a Deus que me iluminou e

sempre esteve presente, dando forças para superar os obstáculos impostos

pela pesquisa.

Aos meus pais, Cláudio e Ilda, duas pessoas maravilhosas, que me

apoiaram a escolher o curso de Ciências Contábeis no momento em que mais

precisei de um conselho.

À minha namorada Mariane, que sempre me apoiou para que eu

conseguisse chegar até o fim, mesmo quando trocava nossos dias de lazer

para trabalhar na pesquisa.

E finalmente ao nosso grupo, que tive a oportunidade de trabalhar nesse

ano, construindo um laço de amizade, e superando todas as dificuldades.

Enfim, a meta que foi estabelecida pelo grupo foi alcançada.

Paulo Otávio da Silva Gimenes

Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pois sem ele não teria

forças para continuar a superar os obstáculos da vida.

Aos meus pais, Maria e Joaquim, por apostarem em mim com toda

confiança e sempre me apoiarem nas horas mais difíceis, me aconselhando e

orientando nos momentos mais difíceis que passamos. Obrigado por me

ajudarem a realizar mais esse sonho, é por vocês que eu estou aqui hoje. Aos

meus irmãos Rafaela e Fábio por sempre estarem presentes em minha vida me

apoiando.

Enfim, agradeço imensamente aos meus companheiros do grupo, por

mais uma etapa cumprida com sucesso, amigos, obrigado pelo apoio e por

podermos dividir os nossos conhecimentos e experiências ao longo do nosso

curso, construímos um elo de amizade imenso e podem ter certeza que jamais

será quebrado.

Thiago Rafael Soares Martins

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus a oportunidade de viver que nos dá a cada dia, a

nossa família que é a fonte de nossa força, nosso porto seguro. Apesar dos

momentos exaustivos e das dificuldades encontradas, uma força maior sempre

nos inspirou a prosseguir em frente.

Ao nosso orientador Prof. M. Sc. André Ricardo, pelo apoio e incentivo

que nos proporcionou ao longo desses meses. Por nos propor um tema que

ainda não tinha sido abordado, apostando em nossa competência, além de

todo o tempo dedicado ao esclarecimento de nossas dúvidas e a paciência nos

momentos de decisão.

À Profª. M.Sc. Heloisa Helena, uma mulher ímpar, que com toda sua

atenção pôde dedicar tempo importante quanto aos métodos e técnicas e com

muita clareza, paciência, e receptividade esteve disposta em aprimorar o

conteúdo de nosso trabalho.

Ao Unisalesiano que nos ofereceu toda estrutura para a execução do

curso. Em especial a todos os mestres que sempre nos orientaram,

contribuindo para nossa formação profissional e humana.

À empresa Beef Shopping que nos cedeu a oportunidade de realizar um

estudo em suas instalações e cordialmente, fornecendo informações de

fundamental contribuição para o desenvolvimento da pesquisa.

Talvez um dia deixemos de nos falar, mas enquanto houver amizade,

faremos as pazes de novo... Pode ser que um dia o tempo passe, mas se a

amizade permanecer, um do outro há de se lembrar.

Débora, Michel, Paulo e Thiago

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RESUMO

Uma das principais premissas da contabilidade gerencial é a interligação de quais decisões direcionaram a empresa ao lucro obtido. Enquanto a maior parte do sistema tradicional de contabilidade enfoca apenas a redução dos custos, a metodologia da teoria das restrições julga se uma decisão no direcionamento da empresa a aumentar sua lucratividade. Segundo a ótica da teoria das restrições, todo empreendimento com fins lucrativos opera com pelo menos uma restrição, que o impede de obter melhores resultados. Sem restrições, uma empresa poderia ter lucros infinitos. Esta teoria tem como objetivo, identificar os fatores restritivos de uma empresa, tendo como foco, aumentar o ganho, reduzir os inventários e minimizar as despesas operacionais. O ganho é o índice que representa o dinheiro gerado pelo sistema. Os inventários consistem no total de investimento para a produção dos bens. As despesas operacionais consistem no dinheiro que a empresa gasta para transformar os estoques em fluxo. Foram apresentados no decorrer da presente pesquisa, passos para auxiliar a empresa a identificar e superar suas restrições, de acordo com o modelo de decisão segundo a teoria das restrições. Após esses passos é fundamental que, a empresa mantenha-se atenta a novas restrições que surgirão impactando seus resultados, que deverão ser novamente gerenciadas num ciclo constante. Foi analisado que a empresa Beef Shopping Bertin, pode aumentar, significativamente seu desempenho através do tratamento de suas restrições. A proposta da pesquisa foi elaborar um modelo de decisão segundo as premissas da teoria das restrições, buscando as melhores alternativas para otimizar as restrições num processo de melhoria contínua, onde sempre haverá pelo menos uma restrição impactando em seus resultados.

Palavras-chave: Restrições. Decisão. Meta. Lucro. Inventários.

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ABSTRACT

A of those main assumptions of managerial accounting is the interconnection of which decisions directed the company to got profit. While the most part of traditional accounting system shows just reducing costs, the methodology of theory of constraints decides if a decision direct the company to enlarge the profitability her. According the view of theory of constraints, all enterprises intended profit works at least one restriction that prevent better results. Without restrictions, the company could has infinite profit. This theory has objective, to identify the restrictive factors of company, focusing to enlarge return, to reduce the inventories and to minimize the operational expenses. The return is the index represents the money created system by. The inventories are all investment to manufacturing of stuff. The operational expenses are the money the company spends to convert stocks in flow. Were shown in the long survey present, ways to help the company to identify and surpass restrictions her, according to the model of decision of the theory the constraints. After those steps is very important that the company keep yourself be award the new restrictions that they´ll appear major influence results her, that they´ll should be managed again in a constant cycle. Was studied that Beef Shopping Bertin company cans to enlarge to much performance her through handling of restrictive her. The proposal search was prepare a model of decision according assumptions of the theory of constraints, looking for better alternatives to optimize the restriction in of continuous improvement process, where ever there is at least one restriction with major influence the results her. Keywords: Restriction. Decision. Goal. Profit. Inventories.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Etapas de aplicação da TOC........................................................... 21

Figura 2: Sincronização da produção ............................................................. 25

Figura 3: O primeiro soldado mais lento que os demais ................................. 27

Figura 4: Soldado mais lento amarrado ao primeiro ....................................... 28

Figura 5: Funcionamento do sistema Tambor-Pulmão-Corda ........................ 28

Figura 6: Unidade de Lins............................................................................... 36

Figura 7: Fotos dos mascotes da empresa..................................................... 37

Figura 8: Foto da empresa Beef Shopping Bertin ........................................... 38

Figura 9: Foto dos produtos............................................................................ 41

Figura 10: Organograma da empresa............................................................. 44

Figura 11: Prazos médios ............................................................................... 55

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Balanço patrimonial...................................................................... 46

Quadro 2 – Demonstrativos de resultados 2009............................................. 47

Quadro 3 – Demonstrativos da margem, giro, taxa de retorno ....................... 49

Quadro 4 – Demonstrativos das despesas e do ganho .................................. 50

Quadro 5 – Demonstrativos dos inventários ................................................... 50

Quadro 6 – Comparativos dos indicadores no 1º semestre 2009 ................... 58

Quadro 7 – Comparativos dos indicadores no 2º semestre 2009 ................... 58

Quadro 8 – Quadro de despesas e receitas ................................................... 60

Quadro 9 – Simulação de demonstração de resultados ................................. 61

Quadro 10 – Simulação do balanço patrimonial ............................................. 61

Quadro 11 – Simulação de comparativos dos indicadores no 2º período....... 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF: Custos Fixos

CMV: Custo da Mercadoria Vendida

CV: Custos Variáveis

DRE: Demonstração do Resultado do Exercício

GE: Giro de Estoque

JBS: Joesley Batista Silva

OPT: Optimized Production Technology

PMPC: Prazo Médio de Pagamento de Compras

PMRE: Prazo Médio de Renovação de Estoque

PMRV: Prazo médio de recebimento de Vendas

ROI: Retorno sobre investimento

TOC: Teoria das Restrições

TPC: Tambor, Pulmão e Corda

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................ 13

CAPÍTULO I – A TEORIA DAS RESTRIÇÕES E SUA ABORDAGEM

CONTEXTUAL APLICADA À CONTABILIDADE GERENCIAL.................... 15

1 INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE GERENCIAL E O CENÁRIO

EMPRESARIAL............................................................................................... 15

1.1 Teoria das restrições.............................................................................. 16

1.2 Gerenciamento das restrições.............................................................. 17

1.2.1 Modelo de decisão para gerenciamento das restrições ....................... 18

1.2.1.1 Identificar a restrição do sistema ........................................................ 19

1.2.1.2 Decidir como explorar a restrição do sistema ..................................... 20

1.2.1.3 Subordinar os outros recursos ao passo da restrição......................... 20

1.2.1.4 Elevar a restrição do sistema.............................................................. 20

1.2.1.5 O último passo .................................................................................... 21

1.3 Os indicadores de desempenho da TOC ............................................ 22

1.3.1 Ganho................................................................................................... 22

1.3.2 Investimento em inventário................................................................... 23

1.3.3 Despesa operacional............................................................................ 24

1.4 Sistematização de otimização tambor, pulmão e corda TPC ............... 24

1.5 Gerenciamento das não-restrições ...................................................... 29

1.5.1 A utilização e ativação de recursos não-restrição ................................ 29

1.6 O Processo de raciocínio ..................................................................... 30

1.6.1 O que mudar? ...................................................................................... 30

1.6.2 Para o que mudar?............................................................................... 31

1.6.3 Como causar a mudança? ................................................................... 31

1.7 A Teoria das restrições e a contabilidade tradicional ........................... 31

1.8 O sistema de informação fundamentado na TOC ................................ 32

1.9 A contabilidade gerencial como ponte entre decisões e lucratividade . 33

1.9.1 Lucro líquido......................................................................................... 33

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1.9.2 Retorno sobre investimento ROI .......................................................... 33

1.9.3 Fluxo de caixa ...................................................................................... 34

CAPÍTULO II - A EMPRESA BEEF SHOPPING BERTIN ............................. 35

2 DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA ................................................. 35

2.1 A história do grupo Bertin ..................................................................... 35

2.2 A empresa Beef Shopping Bertin ......................................................... 37

2.3 Missão.................................................................................................. 38

2.4 Visão .................................................................................................... 38

2.5 Ramo de atuação ................................................................................. 39

2.6 Localização e infra-estrutura ................................................................ 39

2.7 Produtos............................................................................................... 39

2.7.1 Carnes.................................................................................................. 40

2.7.2 Bebidas ................................................................................................ 40

2.7.3 Artigos para churrasco ......................................................................... 40

2.7.4 Lácteos................................................................................................. 40

2.8 Clientes e fornecedores........................................................................ 41

2.9 Equipe gerencial................................................................................... 42

2.10 Departamentalização ........................................................................... 43

2.11 Estrutura organizacional....................................................................... 43

CAPÍTULO III – PROPOSTA DE UM MODELO DE DECISÃO SEGUNDO

A TEORIA DAS RESTRIÇÕES APLICADA NA EMPRESA BEEF

SHOPPING BERTIN....................................................................................... 45

3 APLICAÇÃO DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES .................................. 45

3.1 Análise da empresa.............................................................................. 45

3.1.1 Margem ................................................................................................ 47

3.1.2 Giro ...................................................................................................... 48

3.1.3 Taxa de retorno .................................................................................... 49

3.2 Análise dos três indicadores da TOC................................................... 49

3.2.1 Análise do ROI ..................................................................................... 51

3.2.2 Giro de estoque.................................................................................... 51

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3.3 Análise dos prazos ............................................................................... 52

3.3.1 Prazo médio de pagamento de compras.............................................. 53

3.3.2 Prazo médio de recebimento de vendas .............................................. 53

3.3.3 Prazo médio de renovação de estoque ............................................... 54

3.3.4 Ciclo Operacional ................................................................................. 54

3.3.5 Ciclo financeiro .................................................................................... 55

3.4 Identificação das restrições ................................................................. 56

3.4.1 Restrição A........................................................................................... 56

3.4.2 Restrição B........................................................................................... 57

3.4.3 Limitação da pesquisa.......................................................................... 57

3.5 Elevação da restrição A........................................................................ 57

3.5.1 O ROI aplicado em marketing .............................................................. 62

3.6 Elevações da restrição B ..................................................................... 63

3.7 Reinício do Ciclo .................................................................................. 64

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................... 65

CONCLUSÃO................................................................................................. 66

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 68

APÊNDICES................................................................................................... 70

ANEXOS........................................................................................................... 79

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INTRODUÇÃO

A responsabilidade do gestor é tomar decisões que levam uma

organização a atingir seus objetivos. A contabilidade gerencial analisa se as

mesmas aumentarão o desempenho da organização com relação a suas

metas.

Diferente da maior parte do sistema de contabilidade tradicional que

enfoca suas decisões apenas na redução dos custos, o modelo de decisão

fundamentado na Teoria das Restrições (TOC) auxilia os gerentes a aumentar

a lucratividade da empresa, visando a obtenção contínua dos lucros.

De acordo com a TOC, todo empreendimento com fins lucrativos, deve

ter pelo menos uma restrição que o impeça de aumentar seus ganhos. Os

dados da contabilidade gerencial podem ser usados para ajudar a controlar as

restrições do sistema.

A priori considera-se que a TOC ao ser aplicada na empresa Beef

Shopping Bertin, apontou e controlou as possíveis restrições que estão

impedindo a empresa de otimizar seus resultados.

Diante do exposto, questiona-se:

O modelo de decisão, quando fundamentado na Teoria das Restrições,

otimiza o processo decisório?

Diante desse questionamento, surgiu como hipótese de que a Teoria das

Restrições otimiza o suporte para melhores tomadas de decisão, possibilitando

às empresas aumentarem significativamente seu desempenho através da

identificação e do controle de suas restrições, que podem ser apontadas

interna e/ou externamente.

A pesquisa foi realizada na empresa Beef Shopping Bertin, comércio de

carnes em atacado e varejo, cuja matriz está situada na via de acesso

Lins/Getulina, Parque Industrial, S/N, estendendo sua área de atuação nas

cidades de Ribeirão Preto e Alphaville, ambas no estado de São Paulo. Entre

os principais produtos do seu portifólio, destacam-se carnes bovinas, ovinas,

suínas, aves, lácteos, massas, e acessórios para churrasco.

A presente pesquisa elaborou um modelo de decisão segundo as

premissas da Teoria das Restrições, desenvolvendo uma visão sistêmica da

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empresa, buscando as melhores alternativas para otimizar as restrições que a

impedem de alcançar suas metas. Para esse fim, a pesquisa terá como análise

os indicadores da TOC, assim como as possíveis restrições que impactam no

resultado da empresa.

Para concretização dessa hipótese, foram utilizados os métodos e

técnicas de pesquisa descritos no capitulo III.

O trabalho está assim estruturado:

Capítulo I – Fundamenta a Teoria das Restrições e sua abordagem

contextual para a correta percepção da sua relevância no processo decisório

nas empresas

Capítulo II – Aborda o histórico, principais realizações, produtos e

estrutura da empresa.

Capítulo III – Aborda a necessidade de a empresa usufruir de um

modelo de decisão fundamentado na TOC para obter melhores resultados,

controlando suas restrições.

Encerrando o trabalho, são apresentadas a proposta de intervenção e a

conclusão.

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CAPÍTULO I

A TEORIA DAS RESTRIÇÕES E SUA ABORDAGEM CONTEXTUAL

APLICADA À CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE GERENCIAL E O CENÁRIO

EMPRESARIAL

O cenário empresarial busca constantemente alternativas que

contribuam para a minimização de custos, e consequentemente, aumento nos

dividendos. Isto ocorre devido ao aumento substancial no Mercado de Capitais

brasileiro.

Diante disso, os investidores buscam aplicar seus recursos em

empresas que atuam em um mercado promissor, oferecendo produtos e

serviços competitivos e, principalmente, com resultados econômicos

expressivos. Para tanto, faz-se necessário que os gestores estejam orientados

para a composição de seus lucros, ou seja, compreender sua origem através

de uma gestão orientada para resultados.

A contribuição da contabilidade gerencial neste âmbito faz-se importante

pela especificação das informações operacionais e gerenciais na empresa.

Assim, grande parte das empresas utiliza a contabilidade gerencial a partir de

um sistema de custos. Dessa forma, de acordo com Corbett Neto (2008),

quando se reduz o custo de um produto aumenta-se a lucratividade da

empresa. No entanto, Santos et al. (2009) chamam a atenção ressaltando que

os gestores necessitam tomar alguns cuidados no tocante a redução de custos,

pois a redução não deve comprometer as características de um produto ou

serviço prestado.

Para Martins (2007), um dos principais objetivos da contabilidade

gerencial é fazer a interligação entre as ações dos gerentes e o lucro obtido

pela empresa, objetivando concluir quais as ações que direcionaram para o seu

objetivo.

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Porém, ao invés de concentrar os esforços sobre as atividades que

poderiam aumentar seus lucros, a maior parte do sistema tradicional de

contabilidade enfoca apenas a redução dos custos unitários de produção.

1.1 Teoria das restrições

Muito difundida no meio acadêmico, a Teoria das Restrições (TOC),

Theory of Constraints, foi desenvolvida pelo físico israelense Elyahu M.

Goldratt na década de 70, e começou a se consolidar como um software de

gestão da produção no início da década de 80, denominado Optimized

Production Technology (OPT). Esse software parte do pressuposto de que o

objetivo da empresa é sempre ganhar mais dinheiro.

O sucesso do OPT estimulou Goldratt a desenvolver o novo método por

meio de conceitos, filosofias e práticas. No ano de 1984, Goldratt publicou junto

com o autor Jeff Cox, o livro A Meta, com o objetivo de popularizar o novo

método de gestão. Essencialmente, o livro se concentra em formas de se

gerenciar os gargalos dos sistemas produtivos. (SANTOS; SILVA, 2010)

Goldratt e Cox (2002) detectaram que os conceitos dados em A Meta

estavam sendo implementados com sucesso pelas empresas que não tinham o

software OPT, sendo que em muitos casos, a implementação dos conceitos

apresentados no livro, foram mais bem sucedidos que a implementação do

software. Em conseqüência disso, Goldratt decidiu dar mais importância à sua

atividade educativa do que ao software OPT, vendendo sua empresa que o

comercializava.

Ferreira (2007) destaca que, embora inicialmente concebida como uma

técnica de planejamento da produção, posteriormente, a OPT foi transformada

numa técnica de gestão mais abrangente.

Kim, Mabin e Davies (2008) definem a TOC como uma filosofia de

melhoria contínua, que possui uma base metodológica sistemática para

identificar os fatores que restringem uma companhia de alcançar sua meta.

Padoveze (2006) salienta que, a teoria das restrições é uma nova

abordagem decorrente da filosofia de administração de produção, em que só

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17

devem ser atribuídos unitariamente aos produtos ou serviços os custos

variáveis.

Santos et al. (2009) enfatizam que para administrar adequadamente, os

gestores precisam controlar os custos e, ao mesmo tempo, proteger o ganho.

A metodologia da TOC foca em ajudar os gerentes a julgar se uma

decisão ajuda a aumentar a lucratividade da empresa, e seu alvo é ganhar

dinheiro através de vendas e prestação de serviços hoje e futuramente, ou

seja, é a obtenção contínua dos lucros. (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996)

Corroborando com a definição dos autores, Pegels e Watrous (2005)

destacam que o preceito da TOC é identificar e focalizar gargalos, ou seja, as

restrições em qualquer operação. Segundo eles, os gargalos são a fonte de

interferência em qualquer tentativa para melhorar produtividade de uma

empresa.

A capacidade da fábrica é igual à capacidade de seus gargalos, o que

quer dizer que o que os gargalos produzam em uma hora, é o equivalente ao

que a fábrica produz em uma hora. Por isso, uma hora perdida em um gargalo

é uma hora perdida no sistema inteiro. (GOLDRATT; COX, 2002)

A restrição de um sistema é qualquer fator que o impeça de atingir um

desempenho maior em relação à sua meta. (CORBETT NETO, 2008)

Os dados da contabilidade gerencial podem ser usados para ajudar a

controlar uma restrição da produção. Não há realmente escolha neste assunto.

Ou o individuo domina as restrições ou elas o dominam. (NOREEN; SMITH;

MACKEY, 1996)

Qualquer sistema real deve ter pelo menos uma restrição, e qualquer organização com fins lucrativos deve ter pelo menos uma restrição que a impeça de obter mais lucros. Se um sistema não tivesse uma restrição, sua produção seria ilimitada. (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996, p. 29)

Na ótica desses autores, o gerente que estiver interessado em obter

mais lucros deve então gerenciar melhor as restrições da empresa.

1.2 Gerenciamento das restrições

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Sendo a TOC uma filosofia de gerenciamento empresarial, esta tem

como objetivo promover a contínua otimização do desempenho esperado de

qualquer organização que tenha com a finalidade de maximizar lucros. Para

que se possa gerenciar as restrições em uma empresa, faz-se necessário

compreender os pressupostos que fundamentam a TOC.

Goldratt e Cox (2002) explicam que toda empresa, independentemente

de sua atividade, opera com pelo menos uma restrição. Segundo os autores,

se uma empresa não tivesse restrições, por exemplo, esta empresa poderia ter

lucros infinitos.

Santos e Silva (2010) citam que se entende por restrição, qualquer

evento de limitar, de modo preponderante, o desempenho de um sistema frente

aos seus objetivos. Seguindo este raciocínio, Rahman (1998) acredita que

pode haver circunstâncias nas quais todas as restrições foram eliminadas do

processo produtivo. Neste caso, a capacidade produtiva passa a ser maior do

que a demanda de mercado.

A TOC tem como foco atingir três objetivos: aumentar o ganho com os

produtos vendidos que passam pelo sistema produtivo, reduzir os inventários

que consistem no total de investimento para a produção dos bens, minimizar as

despesas operacionais, isto é, o dinheiro que a empresa gasta para

transformar os estoques em fluxo.

1.2.1 Modelo de decisão para gerenciamento das restrições

Um modelo de decisão é a representação de um problema ou

oportunidade, visando identificar as alternativas e suas consequências,

permitindo assim que se escolha a melhor dentre as possibilidades existentes.

Neste sentido, Nunes (2004) salienta que é preciso sistematizar o

processo de decisão, para que se utilizem os recursos de forma eficiente. Na

ótica do autor, esse processo é influenciado por diversos fatores, os quais

precisam ser considerados no processo de escolha da alternativa ideal para

responder a uma oportunidade ou resolver um problema.

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Deve-se reconhecer que todo sistema empresa, foi constituído para um

propósito; não são criadas organizações sem nenhuma finalidade. Assim, toda

ação tomada por qualquer parte da empresa deveria ser julgada pelo seu

impacto no propósito global.

Na TOC, a empresa é caracterizada como um sistema em que cada

elemento depende um do outro de alguma forma. Sendo assim, o desempenho

global do sistema depende dos esforços conjuntos de todos os elementos. Um

dos conceitos mais fundamentais é o reconhecimento do importante papel da

restrição de qualquer sistema. (CORBETT NETO, 2008)

A partir desse raciocínio, foi criado o processo de otimização contínua da

TOC, sempre conduzindo os esforços em direção à meta de qualquer sistema.

Esse modelo é a base das metodologias da TOC, incluindo a metodologia para

a contabilidade gerencial.

O modelo de decisão subjacente à teoria das restrições apoia-se na

otimização do ganho e na minimização das despesas operacionais e do nível

de inventário. São propostos cinco passos do processo de melhoria contínua,

para auxiliar os administradores a identificarem e superarem as restrições para

melhorar a performance da organização. (GOLDRATT; COX, 2002)

1.2.1.1 Identificar a restrição do sistema

Nesta primeira etapa, devem ser identificadas as restrições existentes no

sistema. Todo o sistema deve ter pelo menos uma restrição, mas normalmente

terá um número muito pequeno destas.

Políticas dentro das organizações também podem estar inclusas entre

as restrições, as quais, entretanto, não são facilmente identificadas, já que

estão incorporadas à cultura organizacional. (GOLDRATT; COX, 2002)

Numa fábrica haverá sempre um recurso que limite o seu fluxo máximo,

assim como numa corrente há sempre um elo mais fraco. Para poder aumentar

o desempenho do sistema ou a resistência da corrente, é necessário identificar

o elo mais fraco. (CORBETT NETO, 2008)

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1.2.1.2 Decidir como explorar a restrição do sistema

Explorar as restrições do sistema significa tirar o máximo proveito delas,

ou seja, obter o melhor resultado possível dentro dessa condição. Por

exemplo, se a restrição for o mercado, a capacidade de produção deverá estar

acima da demanda do mercado. Uma forma de explorar esta restrição é

entregando 100% dos pedidos pontualmente. Em outro exemplo, supõe-se que

a restrição seja o tempo disponível de uma máquina. Explorar esta restrição

significa fabricar os produtos que geram melhores resultados em cada hora

trabalhada, ou aumentar o número de turnos de operação da mesma.

(GOLDRATT; COX, 2002)

Qualquer minuto perdido é um minuto a menos no nível de produção de

todo o sistema. Então se deve garantir que sempre haja um estoque de

segurança na frente da restrição para que ela não pare. (CORBETT NETO,

2008)

1.2.1.3 Subordinar os outros recursos ao passo da restrição

Os outros recursos devem trabalhar ao passo da restrição, e não mais

rápido ou mais devagar. Eles não podem deixar faltar material para a restrição

trabalhar, pois assim ela pararia e o desempenho do sistema seria afetado

negativamente.

Para qualquer que seja a restrição, há um modo de se reduzir o seu

impacto limitador. (CORBETT NETO, 2008)

1.2.1.4 Elevar a restrição do sistema

As restrições limitam a capacidade da empresa continuar melhorando

seu desempenho e, portanto, deve ser minimizada ou eliminada. A segunda e a

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terceira etapa objetivam o funcionamento do sistema com melhor eficiência,

utilizando os recursos escassos disponíveis.

Se após a terceira etapa permanecer alguma restrição, deve-se elevar

ou superá-la, acrescentando uma maior quantidade do recurso escasso do

sistema.

A restrição estará quebrada e o desempenho da empresa subirá até um

determinado limite quando passará a ser limitado por algum outro fator. A

restrição foi mudada. (GOLDRATT; COX, 2002)

Pode-se parar aqui, porém, outra restrição irá limitar o desempenho da

empresa.

1.2.1.5 O último passo

Tendo em vista que sempre surgirá uma nova restrição após a quarta

etapa, o ciclo deve ser reiniciado a partir da primeira etapa. Uma

recomendação importante é no sentido de que a inércia não se torne uma

restrição do sistema.

A inércia dentro das organizações gera restrições políticas, ou seja, em

muitas situações podem não existir restrições físicas de capacidade de

produção, de volume de materiais ou de demanda do mercado; porém o

sistema opera de forma ineficiente em função de políticas internas de produção

e logística. (GOLDRATT; COX, 2002)

A figura a seguir apresenta os 5 passos para aplicação da TOC.

Fonte: Mohanty; Mishra; Mishra, 2009, p. 48

Figura 1: Etapas de aplicação da TOC

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De acordo com Corbett Neto (2008), pode-se tirar algumas conclusões

dos cinco passos da melhoria contínua da TOC:

a) apenas alguns pontos do sistema precisam de atenção contínua;

b) a maioria dos dados que são coletados não são significativamente

para o desempenho da organização. Muitas vezes estes dados

apenas têm mais a tendência de confundir do que melhorar o

entendimento da situação;

c) deve-se esperar que a maior parte dos componentes do sistema

tenham significativa capacidade em excesso, o que não se torna algo

ruim;

d) deve-se medir eficiências locais e tentar maximizá-las em qualquer

lugar do sistema.

1.3 Os indicadores de desempenho da TOC

Um sistema de informação com base na TOC é alimentado por três

indicadores: ganho, investimentos e despesas operacionais, que determinam o

impacto que uma decisão tem no resultado final da empresa. (CORBETT

NETO, 2008)

Os praticantes da TOC inclinam-se a dar muito mais ênfase ao aumento

dos ganhos e redução das despesas operacionais e de investimentos.

(NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996)

1.3.1 Ganho

O ganho é o índice pelo qual o sistema gera dinheiro através das

vendas, de maneira que corresponde ao preço de venda menos o montante de

valores pagos aos fornecedores pelas matérias-primas diretas, incluindo

comissões e taxas alfandegárias, não importando a data em que foram

compradas. (GOLDRATT; COX, 2002)

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A definição oficialmente aceita de Ganho é: Receita menos custos totalmente variáveis, todavia, na maior parte da literatura TOC, Ganho foi definido como receita menos materiais diretos. Na prática, observamos ambas as versões em uso. (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996, p. 15)

Tanto o produto como a empresa podem ter ganho. O de um produto é

seu preço menos seu custo totalmente variável. A contribuição de um produto

para o ganho da empresa é seu ganho multiplicado pelo número de unidades

vendidas. Consequentemente, o ganho de uma empresa é o somatório de

ganhos de todos os produtos. (CORBETT NETO, 2008)

1.3.2 Investimento em inventário

O inventário é todo o dinheiro que o sistema investiu em suas

aquisições. Esse conceito inclui o estoque de matérias-primas, produtos em

processo, produtos acabados, e ainda outros ativos como máquinas e

construções, que são registrados pelo valor pago aos respectivos

fornecedores.

Quanto aos estoques de produtos em processo e produtos acabados,

nenhum valor deve ser agregado, como energia elétrica ou mão de obra, sendo

avaliados exclusivamente pelas matérias-primas diretas e, portanto,

identificadas ao produto. (GOLDRATT; COX, 2002)

Na visão de Corbett Neto (2008), investimento é todo o dinheiro que está

preso dentro da empresa. As empresas que possuem inventários de material

em processo maiores do que os de seus concorrentes ficam em séria

desvantagem por várias razões: uma delas é que os tempos de ciclos e os

prazos de entrega diminuem quase automaticamente com as reduções no

excesso de inventários desse tipo.

Se uma fábrica tiver seis semanas de inventário ocioso de material em

processo a qualquer tempo, então em média, serão necessárias seis semanas

para um trabalho ser completado do início ao fim, além do seu tempo real de

processamento.

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Sintetizando, os inventários em excesso podem aumentar os tempos de

ciclo, diminuir o desempenho em relação ao prazo de entrega, aumentar a

média de defeitos e as despesas operacionais, reduzir a habilidade de planejar,

e, finalmente, reduzir as vendas e os lucros. (NOREEN; SMITH; MACKEY,

1996)

1.3.3 Despesa operacional

Despesa Operacional é todo gasto que não seja um custo totalmente

variável. (CORBETT NETO, 2008)

Do ponto de vista prático de Guerreiro (1996 apud GOLDRATT; COX,

2002), todo o dinheiro gasto com algo que não possa ser guardado para um

futuro faz parte da Despesa Operacional.

Despesas são os gastos necessários para vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos quando vendidos transformam-se em despesas. (PADOVEZE, 2006, p. 312)

A despesa operacional consiste de todas as demais despesas não

deduzidas para chegar ao ganho. A soma das despesas operacionais e

deduções das receitas para determinar o ganho é idêntica à soma de despesas

reconhecidas no demonstrativo de resultado, sob o convencional custeamento

por absorção total, exceto por mudanças nos custos adicionais capitalizados

nos inventários pela contabilidade financeira convencional. (NOREEN; SMITH;

MACKEY, 1996)

1.4 Sistematização de otimização tambor, pulmão e corda TPC

A solução TOC começa com a premissa de que recursos diferentes

possuem capacidades diferentes e que flutuações e interrupções estatísticas

não podem ser verdadeiramente eliminadas. Qualquer solução viável deve

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poder lidar com esses fatos. A solução chamada de Tambor, Pulmão e Corda

(TPC) é atar uma corda entre o escoteiro-chefe e o escoteiro mais lento da fila.

O chefe nunca pode ficar então a uma distância maior do escoteiro mais

lento do que o comprimento da corda, e os escoteiros atrás do mais lento,

porque, por serem mais rápidos que ele, podem fechar quaisquer brechas

surgidas temporariamente. Esta solução impede os escoteiros na frente do

mais lento de andarem mais depressa do que ele. (NOREEN; SMITH;

MACKEY, 1996)

O planejamento do fluxo de produção deve ser desenvolvido tendo como

foco as restrições físicas existentes no processo produtivo, o que permite a

redução do inventário sem perda do ganho ou aumento de despesas

operacionais.

A técnica da sincronização da produção consiste na imposição de uma

cadência a toda linha de produção. O tambor é o principal recurso restritivo e

dita o ritmo da produção. O pulmão é representado pelos estoques temporários

colocados estrategicamente para o abastecimento ser contínuo. A corda obriga

os demais componentes do sistema a manter o ritmo determinado pelo tambor.

(GOLDRATT; COX, 2002)

Para explicar a aplicação desse conceito nos 5 passos de melhoria em

logística, Corbett Neto (2008) utilizou uma tropa de soldados para exemplificar

alguns dos seus conceitos. Para facilitar a explicação será afirmada que a

demanda pelos produtos da empresa é infinita, e tudo o que for produzido será

vendido.

Fonte: Goldratt; Cox, 2002, p. 51

Figura 2: Sincronização da produção

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A tropa é análoga como uma fábrica. As diferenças são que os recursos

tidos como soldados estão caminhando, enquanto na fábrica, os recursos tidos

como máquinas estão paradas e que o material processado, tido como trilha

não se move, enquanto que na fábrica o material se move. Logo, a trilha que

ainda não foi pisada pelo primeiro soldado é o estoque de matéria-prima. A

trilha que está entre o primeiro soldado e o último é o estoque em processo. E

a trilha que já foi pisada por todos é o estoque de produtos acabados.

Uma boa administração da tropa quer dizer que os soldados estão juntos

como baixo estoque em processo e que estão andando rápido, como alta

produção e vendas. De qualquer maneira, sabe-se que a velocidade da tropa é

determinada pela velocidade do soldado mais lento, da mesma forma que a

resistência de uma corrente é determinada pela resistência do seu elo mais

fraco.

O exército primeiro treina os soldados, para que todos consigam

acompanhar um ritmo mínimo. E quando a tropa está marchando, existe algo

que está estabelecendo o ritmo de todos, como uma música ou um tambor.

Dessa forma, há alguém que está ficando de olho na tropa para ver se

todos estão acompanhando o ritmo estabelecido. Se há lacunas, o sargento

tem que eliminá-las, ou fazendo com que os retardatários aumentem o passo

ou diminuindo o ritmo estabelecido para que todos possam acompanhar.

Na administração tradicional, existe uma busca por altas eficiências em

todos os lugares. Ninguém pode ficar sem fazer nada. Na tropa de soldados,

isto quer dizer que se manda cada soldado caminhar o mais rápido que puder.

Quando cada soldado tenta andar o mais rápido que pode, o estoque em

processo vai subir muito, o que se torna em uma das piores maneiras de se

administrar um sistema.

É o mesmo que afirmar que para ter um ótimo desempenho do sistema

como um todo é preciso que todas as partes do sistema trabalhem ao máximo.

Isso ignora a inter-relação entre as variáveis de um sistema. Isto é, ignora o

fato de que a contribuição de um recurso para o desempenho do sistema como

um todo não depende somente da capacidade individual do recurso, depende

também da interação que cada recurso tem com os outros recursos. O princípio

básico da TOC é de que deve-se colocar o soldado mais lento na frente, e

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depois o segundo mais lento, e assim por diante, conforme mostra figura

abaixo. Soldado mais lento na frente:

Fonte: Goldratt; Cox, 2002, p. 52

Figura 3: O primeiro soldado mais lento que os demais

Nesta situação, como os soldados mais rápidos estão no final da fila, os

estoques em processo natural do sistema serão o mais baixo possível.

Se o soldado mais lento parar, os soldados atrás dele também irão parar

e o estoque em processo irá aumentar. Mas assim que os soldados voltarem a

andar, como eles são mais rápidos que o primeiro soldado, consumirão o

estoque em processo e o sistema voltará ao equilíbrio. Nesta situação, como o

soldado mais lento não parou, as vendas do sistema não foram prejudicadas.

Porém, esta configuração não é muito viável na maioria dos casos, isto

é, não é viável colocar o soldado mais lento em primeiro lugar. Mas isto não

inviabiliza o conceito.

Colocando-se o soldado mais lento na frente, faz com que ele determine

a velocidade de entrada do material, já que é ele quem determina a saída; além

disso, faz com ele esteja protegido das flutuações estatísticas dos outros

soldados.

Pode-se atingir esses dois objetivos fazendo com que o soldado mais

lento determine a velocidade de entrada de trabalho ao processo, como se o

soldado mais lento fosse amarrado com uma corda ao primeiro soldado como

na figura abaixo.

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Fonte: Goldratt; Cox, 2002, p. 54

Figura 4: Soldado mais lento amarrado ao primeiro

Existe uma distância entre o soldado mais lento e o grupo de soldado à

sua frente. Isto serve para proteger o soldado mais lento de paradas nos

soldados que o alimentam.

A distância entre ele e os outros deve ser o suficiente para que, na

maioria dos casos, quando houver algum problema nos processos que

alimentam o soldado mais lento, o estoque em processo na sua frente seja

suficiente para que ele não pare. Isto é, o estoque em processo na sua frente

oferece tempo suficiente para que se arrume o problema e que os soldados

voltem a caminhar antes de terminar o estoque na frente do mais lento. Se o

primeiro soldado anda na velocidade do mais lento, e este determina quanto

será produzido e vendido, o estoque em processo será controlado.

Essa é a base da logística da TOC, identificar a restrição, que seria o

soldado mais lento, decidir como explorá-la e subordinar os outros recursos

que não deve ser 100% de eficiência em todo lugar. Seguindo essa abordagem

a empresa consegue resultados significativos em pouco tempo.

Fonte: Santos et al., 2009, p.05

Figura 5: Funcionamento do sistema Tambor-Pulmão-Corda

Operações

Pulmões

Restrição Pedidos

Cordas

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1.5 Gerenciamento das não-restrições

Além de decidir como administrar as restrições, deve-se administrar a

maioria dos recursos da empresa, que não são restrições, de modo que tudo

que as restrições vão consumir será fornecido pelas não-restrições, já que o

desempenho do sistema como um todo está selado. Por outro lado, os

recursos não-restrição não devem trabalhar mais rápido que a restrição, pois

não estariam aumentando o nível de produção da linha, estariam apenas

aumentando o nível do estoque em processo. (CORBETT NETO, 2008)

Quando uma restrição situa-se fora da fábrica, todos os seus recursos

são denominados como não-restrições, porém, quando se localiza dentro da

fábrica, haverá tipicamente apenas uma restrição. O tempo ocioso que venha a

ser um resultado inevitável de forçar os recursos não-restrição a não

produzirem demais deve ser preenchido com algo útil. (NOREEN; SMITH;

MACKEY, 1996)

Recursos restritivos ou gargalos determinam o ganho das organizações.

Se um recurso não-restrição estiver trabalhando numa taxa maior que a

restrição, então estará havendo um aumento dos estoques. Portanto, todos os

recursos não-restrição devem ser utilizados na medida exata demandada pela

forma empregada de exploração das restrições.

O nível de utilização de um recurso não-restrição não é determinado

pelo seu próprio potencial e sim, por outra restrição do sistema.

Esse princípio determina que a utilização de um recurso não-restrição seja

parametrizada em função das restrições existentes no sistema, ou seja, pelos

recursos internos com capacidades limitadas ou pela limitação de demanda do

mercado. (GOLDRATT; COX, 2002)

1.5.1 A utilização e ativação de recursos não-restrição

Esse princípio é estabelecido a partir do emprego de dois conceitos

distintos: utilização e ativação. A utilização corresponde ao uso de um recurso

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não-restrição de acordo com a capacidade do recurso restrição.

A ativação corresponde ao uso de um recurso não-restrição em volume

superior à requerida pelo recurso restrição. A ativação de um recurso mais do

que suficiente para alimentar um recurso gargalo limitante, segundo o enfoque

da teoria das restrições, prejudica, sendo que não contribui com os objetivos da

otimização da produção. (GOLDRATT; COX, 2002)

1.6 O Processo de raciocínio

Embora o Processo de Raciocínio possa ser usado para resolver as

restrições físicas, ele é especialmente valioso quando trata das restrições

políticas da empresa.

Quando a restrição muda para fora da fábrica, com maior frequência a

nova restrição é política. Isto se aplica até em situações em que a restrição

parece ser demanda insuficiente; o verdadeiro problema será provavelmente

uma política que impede a exploração agressiva das oportunidades de

mercado. As restrições resultantes das políticas podem ser bastante difíceis de

identificar, e uma vez identificadas, podem ser difíceis de elevar. (NOREEN;

SMITH; MACKEY, 1996)

Na visão de Corbett Neto (2008), o Processo de Raciocínio é uma

ferramenta lógica criada para ajudar a resolver problemas, baseado nas

relações de causa-efeito da física. Este pode ser usado sozinho ou em

conjunto, dependendo do que se quer atingir. Os cinco passos de melhoria

contínua são facilmente entendidos quando se é pensado em restrições físicas,

como a falta de capacidade de um recurso produtivo. Para problemas mais

amplos, deve-se usar em conjunto, visando responder a três perguntas do

processo de mudança da TOC.

1.6.1 O que mudar?

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Precisa-se entender as relações de causa e efeito em um sistema para

poder identificar as poucas causas que levam aos efeitos indesejáveis que

deve-se eliminar. Nesta pergunta precisa-se identificar a restrição, que é a

chave para se melhorar em muito o desempenho do sistema.

1.6.2 Para o que mudar?

Não basta entender as relações de causa e efeito atual. Precisa-se

desenhar a solução que irá mudar a realidade. Este passo exige criatividade e

tem grandes implicações para a empresa como um todo. Aqui é decidido como

explorar a restrição, e até mesmo como elevá-la.

1.6.3 Como causar a mudança?

Provavelmente a pergunta mais difícil de responder. Não basta ter a

solução, deve-se saber como convencer outras pessoas de que a solução é

boa e precisa-se definir qual a forma de implementá-la.

Qualquer processo de mudança tem de responder a estas três

perguntas, e ao serem respondidas, volta-se à primeira pergunta. Outra vez

tem-se um processo de melhoria contínua.

1.7 A Teoria das restrições e a contabilidade tradicional

A TOC é um meio radicalmente diferente de controlar as operações e

não trabalha com os sistemas contábeis convencionais, que enfatizam a

análise do custeamento por absorção e a variação dos custos padrão.

Qualquer tentativa de fazer funcionar uma operação TOC em conjunto com

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medições e controles de contabilidade gerencial tradicional está fadada ao

fracasso.

Essa teoria exige grandes modificações nos sistemas financeiros

contábeis e gerenciais, oferecendo aos gerentes maior flexibilidade de preços

porque os custos dos produtos são muito menores na contabilidade TOC do

que sob o custeamento convencional por absorção. (NOREEN; SMITH;

MACKEY, 1996)

Historicamente o custeio por absorção veio a ser utilizado mais em razão dos critérios de avaliação de inventários do que das necessidades gerenciais da empresa. Ele está de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, pois considera todos os gastos industriais como relacionados com os produtos, em quanto o custeio direto ou variável não integra aos produtos, e aos inventários, o valor dos custos fixos e indiretos. (PADOVEZE, 2006, p. 342)

Enfim, a TOC propõe um modelo de mensuração de resultado que se

opõe ao modelo tradicional da contabilidade de custos, o qual se apoia no

rateio de custos fixos. (GOLDRATT; COX, 2002)

1.8 O sistema de informação fundamentado na TOC

A TOC é baseada no princípio de que existe uma causa comum para

muitos efeitos e de que os fenômenos ocorridos são consequência de causas

mais profundas. Esse princípio leva a uma visão sistêmica da empresa.

(CORBETT NETO, 2008)

No contexto da teoria das restrições, a contabilidade gerencial enfatiza a

implantação de uma nova filosofia, moldando um sistema de informação como

suporte ativo na determinação de formas de medição de produtividade

sincronizada em pontualidade, lucratividade e nos resultados da empresa.

Um Sistema é formado por um conjunto de elementos organizados por partes que integram, tornando-se único e abrangente, que atenda as funções e parâmetros ligados a um objetivo dentro de uma organização, como uma resultante do enfoque sistêmico, o todo deve ser mais que a somas das partes. O funcionamento básico de um sistema é composto pelas seguintes caracterizações: entradas, processamentos e saídas. (PADOVEZE, 2007 p. 29)

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Com a TOC, os requisitos de informação gerencial são claros e há

menos necessidade dos administradores contábeis imporem aos outros

gerentes, sistemas que não lhes interessam. (NOREEN; SMITH; MACKEY,

1996)

1.9 A contabilidade gerencial como ponte entre decisões e lucratividade

A responsabilidade de um gerente é tomar decisões que levem uma

organização a atingir seus objetivos. De acordo com Corbett Neto (2008), a

contabilidade gerencial é uma ponte entre estas ações/decisões e o objetivo da

empresa. Basicamente, a contabilidade gerencial irá analisar se estas ações

vão aumentar o desempenho da organização com relação a seus objetivos.

Não sabendo o objetivo de uma organização, não é possível avaliar se a

decisão ou ação é boa ou não, e também, não se pode visualizar um sistema

de contabilidade gerencial apropriado. Goldratt e Cox (2002) afirmam que para

se efetuar a avaliação de desempenho, ou o grau com que a meta está sendo

atingida, a Teoria das Restrições estabelece alguns parâmetros auxiliares.

1.9.1 Lucro líquido

Medido como a diferença entre ganho, definido como venda menos o

montante de valores pagos aos fornecedores pelas matérias-primas diretas e

as despesas operacionais, que incluem todo o dinheiro que o sistema gasta

para transformar inventário em ganho. Esse indicador reflete quanto dinheiro a

empresa está gerando em um determinado período. (GOLDRATT; COX, 2002)

Considera-se lucro o que exceder um capital mínimo da empresa como

retorno do investimento. (PADOVEZE, 2006)

1.9.2 Retorno sobre investimento (ROI)

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O ROI dimensiona o esforço necessário para o alcance de um

determinado nível de lucro, e é obtido dividindo o lucro líquido pelo inventário,

lembrando que este último inclui todo dinheiro que o sistema como organização

investe na compra de coisas que ele pretende vender. (GOLDRATT; COX,

2002)

Sob este conceito, o desempenho do gestor permite comparabilidade

entre os diversos centros de resultados da empresa, sendo um critério que se

caracteriza por ser imparcial e genérico. (PADOVEZE, 2006)

1.9.3 Fluxo de caixa

Ao invés de propriamente um indicador, o fluxo de caixa é considerado

uma situação necessária para a sobrevivência da empresa. (GOLDRATT;

COX, 2002)

Iudícibus (2008) afirma que o fluxo de caixa não é o suficiente para se

avaliar a política financeira da empresa, mas assume importância fundamental

para previsões de médio e longo prazo, representando as entradas e saídas de

dinheiro.

Na demonstração do fluxo de caixa, devem existir pelo menos uma

entrada e uma saída, e sua projeção deve ser feita para um período de

abrangência que permita ao tesoureiro tomar providências com antecedência

suficiente, principalmente, em casos de necessidade de cobertura de

insuficiência de caixa. (HOJI, 2001)

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CAPÍTULO II

A EMPRESA BEEF SHOPPING BERTIN

2 DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA

2.1 A história do grupo Bertin

De uma única unidade na década de 70 a um gigante industrial, o

movimento expansionista do Grupo Bertin revela o perfil de uma corporação

que nasceu genuinamente brasileira, determinada a investir em marcas fortes,

a conquistar mercados e a enxergar adiante do seu tempo. Tudo isso com a

certeza de poder contribuir com o desenvolvimento econômico e social e

fomentar o intercâmbio entre nações, unindo bandeiras, comércios, culturas e

povos.

O Grupo Bertin é uma holding de capital 100% nacional, que atua nos

segmentos de agroindústria e infraestrutura. Sediada em Lins, no interior do

estado de São Paulo, a empresa possui várias unidades produtivas distribuídas

pelo país, formando um conglomerado industrial que atende o mercado interno

e mais de 80 países nos cinco continentes.

No segmento de agroindústria, o Grupo Bertin segue a estratégia da

verticalização e aposta no aproveitamento total da cadeia produtiva bovina,

com foco em nove divisões de negócios.

A Bertin Agropecuária investe na criação de gado de corte e em

pesquisas para melhoramento genético das linhagens, sendo reconhecida

mundialmente pelos resultados obtidos. Criados a pastos, os bovinos são

rastreados desde a sua origem, o que garante um rígido controle sanitário.

Profissionais especializados são responsáveis por conferir homogeneidade,

segurança, bem-estar e qualidade em todos os procedimentos adotados. Na

entressafra, o gado é mantido em confinamentos, com uma alimentação natural

à base de volumosos e silagens.

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O Grupo atua no atacado, no varejo e em múltiplos canais de venda,

sendo que ainda mantém uma rede de lojas próprias, entre elas o Beef

Shopping Bertin que, com foco no atendimento, comercializa carne bovina e

outros produtos de parceiros.

Após a prévia aprovação da incorporação das ações de emissão da

Bertin pela Companhia JBS, Joesley Batista Silva, em assembléia geral,

realizada em dezembro de 2009, ocorreu a incorporação da Bertin pela

Companhia. Isso representa um importante passo para a efetivação da

integração das operações das duas empresas, conforme fatos relevantes

divulgados a partir de setembro de 2009.

Como resultado da reorganização societária que precedeu a

incorporação da Bertin pela companhia, o controle da JBS permanece exercido

pela família Batista, que é titular de 60% ações do capital da companhia.

Todas essas operações estão inseridas dentro da estratégia de

diversificação e expansão da JBS, visando à formação de uma empresa líder

mundial no setor de proteína animal e à reafirmação da posição do Brasil em

um mercado altamente competitivo e globalizado.

Fonte: BERTIN. Revista Mundo Bertin, 2007, p.03

Figura 6: Unidade de Lins

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2.2 A empresa Beef Shopping Bertin

No ano de 1995, a empresa passou a investir no ramo de

comercialização, inaugurando a primeira loja do grupo com autoatendimento na

cidade de Lins/SP, o Beef Shopping Bertin. A loja foi a primeira no país a

introduzir o conceito de boutique de carnes, por estar bem localizada, ter

espaço adequado, possuir atendimento personalizado e produtos com padrão

de exportação.

Estreitando o relacionamento entre consumidor e empresa, trabalhando

a matéria prima, e focando em cortes com marca própria comercializados em

suas lojas, o Beef Shopping Bertin vem buscando atender cada vez mais as

necessidades do consumidor final e do mercado em geral.

A empresa trabalha com uma gama de estratégias de marketing com o

intuito de divulgar a marca e atrair novos clientes. Seu referencial para esse

feito é a apresentação do mascote Filé, um boi com características de

açougueiro que está presente em outdoors, banners, panfletos e em seus

próprios produtos. A partir de agosto de 2010, através de uma pesquisa de

mercado realizada pelo departamento de marketing do grupo, foi definido que o

mascote Filé estava passando uma imagem infantil para seus consumidores,

por isso optou-se por apresentar como novo mascote o Cheff, com aparência

de um legítimo chefe de cozinha, apresentado em todas as linhas de produtos

do Beef Shopping. Vale citar que a empresa também utiliza como estratégia de

divulgação, a realização de eventos, brindes, sorteios, cursos de culinária e

churrasco, e diversas promoções tendo como foco datas comemorativas.

FILÉ

CHEFF

Fonte: Elaborada pelos autores

Figura 7: Fotos dos mascotes da empresa

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Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 8: Foto da empresa Beef Shopping Bertin

2.3 Missão

O Grupo Bertin considera a qualidade como fator de sucesso,

comprometendo-se em manter o sistema de gestão de qualidade, visando a

uma posição de liderança nos mercados em que atua, conduzindo suas

atividades de tal forma a atender ou superar as expectativas de seus clientes.

Investindo continuamente no desenvolvimento de seus colaboradores,

incorporando novas tecnologias, buscando a melhoria contínua de seus

processos através de práticas seguras, proporcionando retorno compatível ao

capital investido e preservando o meio ambiente.

2.4 Visão

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O Beef Shopping Bertin tem como missão, comercializar produtos e

derivados de proteína animal produzidos em suas unidades e mercadorias de

terceiros, buscando melhor relação custo/benefício do mercado nacional,

firmando também o compromisso com a satisfação do cliente em aderir seus

serviços prestados, prevalecendo sempre a marca do grupo.

2.5 Ramo de atuação

Seu objetivo é atuar como uma casa de carnes e derivados que atenda

as necessidades de diversas classes sociais, trabalhando com

responsabilidade, oferecendo produtos com qualidade e preços acessíveis.

2.6 Localização e infraestrutura

O Beef Shopping está localizado na via de acesso Lins/Getulina, Parque

Industrial, s/nº, CEP 16404-110, Lins/SP, sendo que atualmente a empresa

está presente no atacado, no varejo e em múltiplos canais de vendas, com

mais duas lojas situadas nas cidades de Alphaville e Ribeirão Preto/SP.

No ano de 2007, foi realizada uma reforma no prédio e também

ampliação do estacionamento, trazendo mais conforto e comodidade para os

clientes.

2.7 Produtos

Com a proposta de oferecer produtos com padrão de exportação, o Beef

Shopping Bertin oferece aos clientes um mix com alta qualidade, contando com

mais de trezentos itens de origem animal. Além de carnes bovinas, é possível

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encontrar cortes de aves, peixes, ovinos, suínos, frutos do mar, bebidas,

condimentos, produtos lácteos e uma linha completa de acessórios para

churrasco. A intenção de toda essa diversidade é facilitar a procura do cliente,

não necessitando seu deslocamento para outros estabelecimentos.

2.7.1 Carnes

As carnes bovinas de qualidade Bertin são produzidas em unidades

próprias do grupo, oferecendo cortes resfriados de primeira linha. Além dos

produtos de origem bovina, a empresa oferece aos clientes também uma ampla

variedade de carnes de aves, ovinos, suínos, peixes e frutos do mar.

2.7.2 Bebidas

O Beef Shopping Bertin possui uma adega e vários tipos de bebidas

dispostas em geladeiras personalizadas por toda loja.

2.7.3 Artigos para churrasco

A empresa também oferece uma variedade completa de artigos para

churrasco com a marca Beef Shopping Bertin, como: tábuas, facas, garfos,

copos e taças, para que seus clientes possam contar com um churrasco

completo.

2.7.4 Lácteos

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O consumidor pode contar com uma diversificada quantidade de

produtos lácteos na loja como: massas, queijos, iogurtes e sorvetes,

aumentando ainda mais sua satisfação.

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 9: Foto dos produtos

2.8 Clientes e fornecedores

A loja é destinada ao consumidor final que compra geralmente em

menor quantidade. No caso de churrascarias, restaurantes e hotéis, que

caracterizam vendas por atacado e de carne resfriada, existem representantes

comerciais para efetuarem as vendas, contudo, nada impede que este tipo de

cliente adquira produtos na própria loja, com negociações específicas.

O Beef Shopping tem como seus principais clientes, pessoas físicas que

buscam conforto e segurança nas suas compras, oferecendo produtos de

primeira linha, classe no corte e comodidade.

A empresa oferece desconto de 5% para funcionários do grupo nas

compras à vista, tendo a opção por diversos pagamentos, cartões de débito e

créditos, cheques e vales emitidos para colaboradores.

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Entre os principais fornecedores estão as filiais do próprio grupo que

comercializam suas principais mercadorias. As massas e lácteos são

fornecidas pelo grupo Vigor, e as bebidas são adquiridas por representantes

das principais marcas do país.

2.9 Equipe gerencial

Formada com o intuito de tomar decisões, a equipe gerencial mantém o

seu foco na análise do processo de toda empresa, nas estratégias, análise de

mercado, buscando soluções de problemas internos e externos, de modo que

centraliza em si as decisões do grupo, tendo que apresentar os resultados e

metas através de suas ações, ou seja, feedback.

A equipe gerencial do Beef Shopping é constituída por:

a) gerente geral: atua como responsável geral de todas as unidades de

Beef Shopping do grupo, tendo autonomia nas decisões de compras

e movimentações internas;

b) controller geral: demonstra controle de pacotes de metas e

resultados para acionistas, bem como auxilia nas tomadas de

decisões do setor corporativo em relação as lojas;

c) gerente comercial: responsável pelo setor de vendas e relação com

clientes da unidade de Lins/SP;

d) contador: responsável pela contabilidade gerencial, direciona os

setores de custos, financeiro e fiscal das unidades.

Com base nessas quatro funções unidas, é possível mensurar o valor

das informações adquiridas para que se obtenha melhor qualidade nos

resultados.

Na extrema competitividade atual, as decisões tomadas do processo de

gestão irão determinar a forma como os recursos serão utilizados e, portanto,

em que nível os objetivos da empresa serão efetivamente alcançados.

Ressalta-se que, a partir da incorporação do grupo Bertin pela JBS, a

função de responsável pela contabilidade gerencial passou a ser designada a

Wanderley Higino da Silva.

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2.10 Departamentalização

A unidade Beef Shopping Bertin Lins, hoje possui um grupo de

colaboradores de aproximadamente dezoito pessoas, divididos em quatro

setores:

a) estocagem: setor que trabalha diretamente com os estoques de

mercadorias, onde se faz a armazenagem do produto ao chegar à

unidade;

b) vendas: este setor está direcionado ao auxílio e conforto dos clientes

do grupo;

c) administrativo: responsável pelos movimentos burocráticos da

unidade. Nesse setor, encontram-se as tomadas de decisão em

relação ao mercado e às necessidades internas do grupo;

d) corporativo: setor direcionado às tomadas de decisões internas do

grupo, focando-se no movimento entre todas as lojas do Bertin.

A empresa é cadastrada no fisco como uma filial fictícia, ou seja,

corporativa ao frigorífico de Lins/SP, em que as vendas e as compras são

controladas pela própria unidade na responsabilidade do gerente da loja.

Essas informações são enviadas aos setores financeiro e fiscal onde são

processadas e analisadas, transmitidas para a contabilidade que realizará o

fechamento do balanço e resultado do mês. O controller utiliza dessas

informações para fazer uma analogia de suas metas com o resultado obtido

pela empresa. Vale citar, que os setores descritos acima têm como seus

responsáveis gerais os gerentes corporativos da unidade.

2.11 Estrutura organizacional

O Organograma da empresa está estruturado de forma simples,

apresentando as principais hierarquias dos departamentos.

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Ele é encabeçado por um gerente geral corporativo das lojas, seguido

pelo gerente de marketing, gerente da unidade e o controller. Abaixo os

supervisores, auxiliares e vendedores.

Segue a estrutura da atual conjuntura da empresa Beef Shopping Bertin.

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 10: Organograma da empresa

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CAPÍTULO III

PROPOSTA DE UM MODELO DE DECISÃO SEGUNDO A TEORIA DAS

RESTRIÇÕES APLICADA NA EMPRESA BEEF SHOPPING BERTIN

3 APLICAÇÃO DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES

Este capítulo tem como objetivo demonstrar as etapas da proposta do

modelo de decisão segundo a TOC, abordando a necessidade da empresa

gerenciar e controlar suas restrições. Para esse feito, foi realizada uma

pesquisa de campo na empresa Beef Shopping Bertin, situada na cidade de

Lins, no período de março a outubro de 2010.

Os métodos utilizados para a pesquisa foram:

Estudo de caso: utilizado para analisar aspectos voltados a resultados

econômico financeiros, e para a aplicação dos indicadores da TOC.

Método de observação sistemática: utilizado para observar, analisar e

acompanhar os diversos fluxos da empresa, como suporte para o

desenvolvimento do estudo de caso.

Para se obter informações, a pesquisa utilizou as seguintes técnicas:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

Roteiro de Entrevista para Profissionais da área (Apêndice C)

Roteiro de Entrevista para o Gerente da Empresa (Apêndice D)

Roteiro de Entrevista para os Funcionários da Empresa (Apêndice E)

3.1 Análise da empresa

Com o intuito de agregar maiores fundamentos na identificação da

possível restrição, a pesquisa direcionou seu foco para a análise dos três

indicadores da TOC: ganho, despesas operacionais e investimento em

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inventários das demonstrações financeiras e econômicas do primeiro e

segundo semestre de 2009, com base nas informações do balanço patrimonial

e da demonstração do resultado do exercício (DRE). Os respectivos valores

serão representados em R$.

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 1 – Balanço patrimonial

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Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 2 – Demonstrativos de resultados 2009

Será abordada inicialmente uma síntese de acontecimentos que

impactaram de forma relevante os resultados da empresa no período

analisado.

No primeiro semestre pelo fato da empresa apresentar seu CNPJ como

Ltda, e receber mercadorias do grupo Bertin que já possuía CNPJ S.A.,

utilizava um processo comum entre compra e venda de mercadorias. A partir

de julho de 2009, a empresa encerrou seu antigo CNPJ de Bracol Holding,

alterando para Grupo Bertin S.A., e com essa modificação, passou a utilizar um

método de transferência de mercadorias.

Para mensuração do impacto que essa mudança causou no

desempenho da empresa, será abordada a análise da margem e giro, em

confronto com a taxa de retorno nos semestres de 2009.

3.1.1 Margem

A margem é o índice que mede a lucratividade das vendas, sendo

eficiência das despesas em relação às vendas. Quanto menores as despesas,

maior será a margem de lucro da empresa. (TÓFOLI, 2008)

Lucro Líquido Margem = Receitas Líquidas

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268.417,63

Margem do 1º Semestre de 2009 = = 10,92% 2.457.075,23

757.345,94

Margem do 2º Semestre de 2009 = = 24,39% 3.104.520,90

Somando-se o fato das receitas terem um aumento substancial de

26,35% no último semestre, com a diminuição de custos através do método de

transferência de mercadorias, a margem foi alavancada consideravelmente.

3.1.2 Giro

O giro é o índice que expressa quantas vezes, em média, o ativo total se

renovou pelas vendas, medindo a eficiência das vendas em relação ao

investimento total. (TÓFOLI, 2008)

Receitas Líquidas Giro = Total do Ativo

2.457.075,23

Giro do 1º Semestre de 2009 = = 0,91% 2.711.393,56

3.104.520,90

Giro do 2º Semestre de 2009 = = 0,90% 3.438.403,48

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Observa-se no cálculo acima que do primeiro semestre para o segundo,

a variação do giro foi mínima, constatando-se que a empresa não vem obtendo

retorno do seu ativo sobre suas vendas.

3.1.3 Taxa de retorno

A taxa de retorno significa o quanto a empresa consegue obter de lucro

por cada unidade monetária investida, sendo a relação entre o lucro e o

investimento total que foi necessário para produzi-lo. (TÓFOLI, 2008)

Taxa de Retorno = Margem x Giro

Taxa de Retorno do 1º semestre de 2009 = 10,92% x 0,91 = 9,94%

Taxa de Retorno do 2º semestre de 2009 = 24,39% x 0,90 = 21,95%

Percebe-se que a elevação da taxa de retorno da empresa foi

influenciada pelo aumento de mais de 100% da lucratividade das vendas do

período, e não pelo uso eficiente dos ativos, representados pelo giro.

Fonte: Elaborada pelos autores

Quadro 3 – Demonstrativos da margem, giro, taxa de retorno

3.2 Análise dos três indicadores da TOC

Pelo fato das vendas da empresa serem mais altas nos últimos

semestres, aliado com a queda representativa dos custos, o ganho da

empresa, representado no quadro do demonstrativo de resultados pelo lucro

líquido, vem atingindo um aumento de desempenho considerável de 182,11%.

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As despesas operacionais vem obtendo uma queda 16,61% no último

semestre, o que parcialmente contribuiu para os bons resultados que a

empresa vem atingindo. Vale citar que as despesas operacionais são também

pouco representativas mantendo nos dois semestres os respectivos

percentuais de 15,29% e 10,09% em relação às receitas do período, que

aumentaram 26,35%.

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 4 – Demonstrativos das despesas e do ganho

Como observação, desconsidera-se a conta transferência de valores,

apresentada no ativo circulante, que é um razão que tem como origem apenas

movimentações internas e gerenciais, não servindo como base para o estudo.

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 5: Demonstrativos dos inventários

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3.2.1 Análise do ROI

Como parâmetro auxiliar para medir o retorno gerado pelos

investimentos em inventários que a empresa efetivou, a pesquisa terá como

base o indicador do ROI, já abordado no trabalho, através da fórmula:

Lucro Líquido

ROI =

Investimento em Inventários

268.417,63

ROI no 1º Semestre = = 0,58%

464.029,78

757.245,94

ROI no 2 º Semestre = = 1,26%

602.143,07

Analisando nos dois semestres os investimentos em inventários,

representados no balanço pela soma dos estoques + ativo permanente, nota-

se que a empresa obteve um aumento expressivo de 29,76% de seus

investimentos, passando de R$ 464.029,78, para R$ 602.143,07. Como já

observado, a empresa não vem gerando eficiência nesses investimentos, já

que o ROI vem apresentando baixos índices de retorno.

3.2.2 Giro de estoque

Um ponto de muita importância para a pesquisa para confrontar com o

relato da empresa foi a análise do giro de estoque (GE), que mede o número

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de vezes que os estoques giraram no período, sendo a relação entre o custo

da mercadoria vendida (CMV) e o estoque. (TÓFOLI, 2008)

CMV GE= Estoques

1.768.082,31

GE do 1º Semestre de 2009 = = 4,44 vezes 398.482,29

1.982.940,09

GE do 2º Semestre de 2009 = = 5,06 vezes 391.965,22

De acordo com a gerência, 25 dias aproximadamente é o período ideal

para se manter as qualidades das carnes em estoque, Analisando que as

carnes são os produtos mais significativos do estoque da empresa, seria

necessário que o estoque girasse pelo menos 9 vezes ao semestre para se

atingir essa margem.

Observa-se atualmente que o giro é representado por 4,44 e 5,06 vezes

nos respectivos semestres de 2009, o que torna-se um fator restritivo para a

empresa, ressaltando-se que seu ramo de atividade não permite que a

rotatividade de estoque seja muito baixa, visto que a carne é um produto

perecível e não pode ficar muito tempo estocada.

3.3 Análise dos prazos

Foi observado que no segundo semestre de 2009, a empresa vem

sofrendo graves conseqüências em seu ciclo financeiro em decorrência de

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fatores ligados à inadimplência. A empresa está movimentando seu estoque,

sem conseguir receber num prazo médio para pagar suas compras. Para essa

observação, a pesquisa realizou o cálculo dos prazos médios para identificar

rupturas ligadas ao ciclo financeiro da empresa.

3.3.1 Prazo médio de pagamento de compras

O prazo médio de pagamento de compras (PMPC) retrata o número de

dias, em média, que os pagamentos dos valores das compras a prazo são

efetuados pelo caixa da empresa. (TÓFOLI, 2008)

Fornecedores

PMPC = x 360 CMV

46.261,25

PMPC do 2º Semestre de 2009 = x 360 = 8,4 dias 1.982.940,09

3.3.2 Prazo médio de recebimento de vendas

O prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) retrata o número de

dias, em média, que os recebimentos dos valores das vendas a prazo são

recebidos no caixa da empresa. (TÓFOLI, 2008)

Duplicatas a Receber

PMRV= x 360 Vendas

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722.931,74

PMRV do 2º Semestre de 2009 = x 360 = 83,83 dias 3.104.520,90

3.3.3 Prazo médio de renovação de estoque

O prazo médio de renovação de estoque (PMRE) retrata o número em

dias, em média, em que a empresa renova todo seu estoque. (TÓFOLI, 2008)

Estoque

PMRE = x 360 CMV

391.965,22

PMRE do 2º Semestre de 2009 = x 360 = 71,16 dias 1.982.940,09

3.3.4 Ciclo operacional

O ciclo operacional é o tempo decorrido entre a compra e o recebimento

da venda da mercadoria, sendo a soma do prazo médio de renovação de

estoque e do prazo médio de recebimento de vendas. (TÓFOLI, 2008)

Ciclo Operacional = PMRE + PMRV

Ciclo Operacional do 2º Semestre de 2009 = 71,16 + 83,83

Ciclo Operacional do 2º Semestre de 2009 = 154,99 dias

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3.3.5 Ciclo financeiro

Também conhecido como ciclo de caixa, o ciclo financeiro é o tempo

decorrido do momento em que a empresa paga o fornecedor até receber de

seus clientes. É o período durante o qual a empresa financia suas operações

sem a participação dos fornecedores. (TÓFOLI, 2008)

Ciclo Financeiro = PMRE + PMRV – PMPC

Ciclo Financeiro do 2º Semestre de 2009 = 71,16 + 83,83 - 8,4 = 146,59 dias

Tendo em vista que a empresa tem em média o prazo de 155 dias para

receber suas vendas a prazo, e 8 dias para pagar seus fornecedores, o ciclo

financeiro da empresa é de aproximadamente 147 dias.

Dessa forma, pode-se afirmar que esse longo período tem dado a

empresa praticamente 147 dias para sobreviver apenas com seus recursos

próprios. Diante do exposto tem-se como conseqüência o gráfico abaixo:

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 11: Prazos médios

Diante da análise dos prazos, foi observado que a principal causa dos

problemas com o ciclo financeiro da empresa é a divergência entre o prazo de

pagamento de fornecedores com o prazo de recebimento, que de acordo com a

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política de crédito atual da empresa, há indícios de que a inadimplência vem se

tornando um fator restritivo.

3.4 Identificação das restrições

A pesquisa identificou duas políticas internas como restrições, sendo

causas comuns para muitos efeitos impactantes nos resultados da empresa.

3.4.1 Restrição A

Através de reuniões e entrevistas com a equipe gerencial, a pesquisa

com base na análise dos fatores ligados ao giro de estoque em confronto com

a situação financeira e econômica do Beef Shopping Bertin, obteve como relato

que a cultura dos consumidores locais é o fator preponderante que impede a

empresa hoje de obter ainda melhores resultados.

A empresa acredita que devido ao alto padrão de atendimento e de suas

instalações, parte da população tem uma visão superestimada em relação aos

preços do estabelecimento. A gerência está ciente de que essa cultura afasta

parte os consumidores, sendo esse o ponto que afeta de forma crucial as

vendas e o giro de estoque da empresa.

De acordo com a visão de Goldratt (apud NOREEN; SMITH; MACKEY,

1996), com frequência pode-se parecer que a restrição está fora da empresa e,

portanto, fora de seu controle. Porém, dificilmente encontra-se uma empresa

com uma verdadeira restrição de mercado, mas sim, na vasta maioria dos

casos, a restrição real se encontra em alguma política interna na empresa.

A pesquisa constatou que a cultura do mercado é apenas fruto da

imagem que o Beef Shopping Bertin vem apresentando durante anos aos

consumidores. A empresa afirma que a única maneira de reverter essa imagem

aos consumidores, é através de novas políticas marketing. As políticas citadas

envolvem melhores direcionamentos do investimento em marketing que devem

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ser melhor gerenciadas visando, atribuir uma nova imagem à empresa,

revertendo a cultura que impede a empresa de acolher novos clientes.

A essa primeira restrição identificada nas políticas de marketing, a

pesquisa irá se referir como restrição A.

3.4.2 Restrição B

O segundo fator interno que vem se tornando uma restrição para a

empresa, são suas políticas de crédito que como analisado, vem gerando um

alto nível de inadimplência. Como resultado surgem longos ciclos financeiros,

em que a empresa movimenta seu estoque, sem conseguir receber num prazo

médio para pagar suas compras. Dessa forma, a empresa vem contando com

um curto período para pagar suas obrigações, e em contrapartida, demorando

muito para receber suas vendas à prazo. A essa segunda restrição, o trabalho

irá se referir como restrição B.

3.4.3 Limitação da pesquisa

A limitação da pesquisa em relação aos próximos dois passos do

processo de melhoria contínua da TOC se deve ao fato de que as restrições

identificadas encontram-se nas políticas da empresa, sendo regras não escritas

e não verbalizadas. Portanto a pesquisa não irá explorar a restrição do sistema,

assim como subordinar os outros recursos ao passo da restrição.

3.5 Elevação da restrição A

Para tratar da restrição A, a pesquisa será direcionada a mensuração

das ações de marketing que a empresa vem adotando nos últimos semestres,

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em comparativo com os três pilares, indicadores da TOC, de acordo com o

quadro abaixo:

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 6 – Comparativos dos indicadores no 1º semestre 2009

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 7 – Comparativos dos indicadores no 2º semestre 2009

A empresa tem como variável em seus investimentos em marketing,

períodos sazonais, de acordo com as datas festivas em que ela consegue

atingir um maior volume de vendas. Observa-se que a empresa vem

conseguindo atingir bons resultados nos último semestres, mas não é possível

analisar o retorno proporcionado apenas pelo investimento em marketing que a

empresa vem adotando. Isso pelo fato de que as mudanças internas ocorridas

na empresa de um semestre para outro proporcionaram uma redução de

custos que impactaram num aumento de resultados. Dessa forma o

investimento em marketing atual aliado com outros fatores vem proporcionando

a empresa um aumento notável do ganho.

Para analisar o impacto que uma decisão irá representar nos resultados

da empresa de acordo com os fundamentos da TOC, será realizada uma

simulação de investimento com base em valores reais do último semestre de

2009, envolvendo um aumento de 10% dos investimentos em marketing, onde

resulta-se num aumento de 15% das receitas da empresa. De acordo com o

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que foi relatado pela gerência, esse resultado está dentro dos padrões da

realidade da empresa, desde que o direcionamento de marketing seja

gerenciado de forma correta.

Despesas com marketing no 2º período = 57.236,00 + 10/100 x 57.236,00

Despesas com marketing no 2º período = 62.959,60

Receitas do 2º período = 3.104.520,90 + 15/100 x 3.104.520,90

Receitas do 2º período = 3.570.199,04

Pelo fato de que o custo das mercadorias vendidas é composto pela

soma dos custos variáveis e fixos, que respectivamente representam aqueles

que variam ou não em decorrer das vendas; será realizada uma simulação da

composição real desses custos, baseada em uma média informada pela

gerência.

A simulação irá se basear que o total do custo de R$ 1.982.940,09 no

segundo semestre de 2009, é composto por 35% de custos fixos (CF) que irão

permanecer em seus mesmos valores de um período para outro, e por 65% de

custos variáveis (CV), que irão variar de acordo com a receita.

CF = 35/100 x CMV

CF = 35/100 x 1982.940,09

CF = 694.029,03

CV = 65/100 X CMV

CV = 65/100 X 1982.940,09

CV = 1.288.911, 06

Analisando que os custos fixos representam o valor de R$ 694.029,03,

correspondente a 35% das receitas do primeiro período, somou-se a esse valor

o montante de 1.482.247,72 que representa a variação de 15% do custo

variável de 1.288.911,06. Dessa forma foi encontrado o valor do novo CMV de

2.176.276,75.

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CV do 2º período = CV + 15/100 x CV

CV do 2º período = 1.288.911,06+ 15/100 x 1.288.911,06

CV do 2º período = 1.482.247,72

CMV do 2º período = CF + CV do 2º período

CMV do 2º período = 694.029,03 + 1.482.247,72

CMV do 2º período = 2.176.276,75

Para fins de análise, será considerado que no segundo período, as

despesas operacionais, com exceção das despesas com marketing e com

depreciação possuem o mesmo percentual de representação sobre as receitas

do primeiro período. Ressalta-se que esse percentual também se aplica nas

despesas e receitas não operacionais.

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 8 – Quadro de despesas e receitas

As despesas com marketing, como já exposto elevaram-se num

percentual de 10%, e as despesas com depreciação mantiveram-se intactas,

pelo fato de que foi simulado que a empresa de um período para outro não

adquiriu nenhum imobilizado. Apresenta-se o demonstrativo de resultados após

o impacto gerado com a simulação do investimento em marketing da empresa.

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* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 9 – Simulação de demonstração de resultados

Como o foco da TOC é agregar um maior ganho à empresa reduzindo

se possível os inventários, diminui-se parte dos estoques referente ao aumento

das receitas.

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 10 – Simulação do balanço patrimonial

Dessa forma, a empresa conseguiu aumentar seu giro de estoque de

5,06 para 6,53 vezes.

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CMV

Giro de Estoque =

Estoques

2.176.276,75

Giro de Estoque = = 6,53 vezes

333.170,44

Mensura-se abaixo o modelo de decisão de investimento em marketing

segundo a abordagem da teoria das restrições, analisando o impacto que essa

decisão acarretou nos três indicadores de desempenho da TOC:

* Valores em R$

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 11 – Simulação de comparativos dos indicadores no 2º período

O aumento das despesas operacionais num percentual de 13,84%,

influenciado pela decisão de investimento em marketing, foi compensado por

proporcionar à empresa um aumento do ganho do sistema produtivo de

29,21%, além da empresa conseguir reduzir seus inventários em 9,76%,

aumentado o giro de mercadorias em 29,05%.

3.5.1 O ROI aplicado em marketing

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O ROI de acordo com Santos et al (2005), pode ser utilizado como

ferramenta de mensuração de resultados nas ações de marketing em

empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços desde que sejam

observadas as suas limitações, principalmente quanto ao tipo de ação de

marketing.

A pesquisa aborda a necessidade de a empresa utilizar o ROI como

instrumento para medir o quanto eficiente foram os investimentos em

marketing, sendo um termômetro para calcular se esses investimentos foram

viáveis ou não.

O ROI aplicado em marketing pode ser calculado através da fórmula:

Lucro Líquido

ROI =

Investimento em Marketing

978.418,43

ROI após o investimento em marketing = = 17,09%

57.236,00

Como observado, o investimento em marketing na simulação,

apresentou um retorno favorável, otimizando o ganho da empresa sem precisar

aumentar o nível de inventários, sendo assim, um investimento adepto e

totalmente viável à empresa.

3.6 Elevação da restrição B

Com as mudanças absorvidas pela empresa através da simulação

apresentada, constata-se que o ciclo financeiro da empresa é um fator que

deve analisado meramente como uma regra subjacente nos processos da

empresa.

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Quando a restrição é uma regra, esta deve ser substituída por outra

melhor. (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996)

A pesquisa diante da situação do ciclo financeiro que afeta os seus

prazos de recebimento, aborda a necessidade da empresa modificar as suas

políticas de crédito em relação ao gerenciamento de sua carteira de clientes,

estipulando um prazo de recebimento mais viável para ambas as partes.

Aliando a idéia de que nesse passo, as empresas podem usar os preços

para assegurar um retorno adequado para uso da restrição, de acordo com

Goldratt (apud NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996), a pesquisa conota como

solução TOC para essa restrição, novos direcionamentos de políticas internas

para o setor comercial para que as vendas sejam realizadas com menores

prazos de recebimento.

Para esse feito, seria necessária também a ação em marketing

estipulada nas análises anteriores, para se aumentar a carteira de clientes que

realizem pagamentos à vista, estipulando preços mais atrativos em menores

prazos.

3.7 Reinício do ciclo

A presente pesquisa após apresentar o gerenciamento, tratando das

duas restrições, observa que o desempenho da empresa subirá até um

determinado limite. Porém as restrições apenas mudaram de local, sendo que

o desempenho da empresa sempre será limitado por algum outro fator

restritivo.

É importante ressaltar que o processo de melhoria contínua da TOC visa

que a empresa fique sempre atenta às suas restrições, de forma que o ciclo

deve ser reiniciado a partir da primeira etapa para que a inércia não se torne

uma restrição do sistema.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Tendo em vista que a pesquisa demonstrou que é possível proporcionar

um maior ganho ao Beef Shopping Bertin, solucionando restrições ligadas a

políticas internas que afetam o giro de estoque e o ciclo financeiro, propomos:

a) que a empresa, para o próximo semestre, usufrua de uma ação em

marketing no valor aproximado de R$ 63.000,00 com foco em atrair e

mudar definitivamente a cultura dos consumidores, observando que

esse valor pode encontrar-se acessível no orçamento da empresa;

b) aliando a esse investimento, mudanças internas nas políticas de

crédito para que a empresa ofereça em menores prazos, preços mais

atrativos, visando diminuir o atual nível de inadimplência;

c) é importante salientar que a identificação da restrição se estende

num ciclo de duração infinita, sendo que sempre existirão outras

restrições que deverão ser novamente tratadas num processo de

melhoria contínua.

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CONCLUSÃO

Diante da pesquisa, conclui-se a viabilidade de gerenciar e controlar as

restrições na empresa através do modelo de decisão fundamentado nas

premissas da TOC, onde foi possível apontar os fatores restritivos que estavam

impedindo a empresa de alcançar ainda melhores resultados, otimizando assim

o suporte para melhores tomadas de decisão.

As restrições apontadas na pesquisa estavam ligadas à políticas

internas da empresa que estavam impactando de forma mensurável no giro de

estoque e no ciclo financeiro, onde o efeito abrasivo mencionado na pesquisa

era nos resultados da empresa. Através do modelo de decisão subjacente da

TOC, a pesquisa com base em simulações, constatou que é possível tratar as

duas restrições através de uma ação em marketing e em mudanças internas

nas políticas de crédito da empresa.

Ressalta-se a importância da empresa medir qual o impacto que sua

decisão causará nos três indicadores da TOC, ganho, despesas operacionais e

inventários. De acordo com as simulações apresentadas, o aumento das

despesas operacionais influenciadas pela ação em marketing, foi compensado

pelo aumento significativo do ganho e pela redução do nível de inventários, o

que torna a decisão de investimento válida e propícia.

A pesquisa fundamenta a importância das empresas irem além do

sistema tradicional de contabilidade que enfoca apenas a redução de custos,

dimensionando seus esforços sobre as atividades que poderiam aumentar seus

lucros, o que torna o tema de extrema relevância para os gestores que queiram

atingir seus objetivos através do aprimoramento de suas tomadas de decisões.

Para os autores, a presente pesquisa agregou uma série de

fundamentos e contribuições de como o tema hoje pode ser relevante na

maximização dos resultados das empresas em que atuamos. Seguindo a

abordagem da teoria, conseguimos adquirir uma visão mais abrangente de

toda analogia gerencial que pode ser aplicada nas empresas em busca dos

fatores que influenciam em sua lucratividade

É importante frisar que a empresa se adapte ao processo de melhoria

contínua da TOC, se preocupando com novas restrições a serem identificadas

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e tratadas, não se deixando levar pela estagnação, pois sempre haverá pelo

menos uma restrição impactando em seus resultados. Isso reflete que o

modelo de decisão fundamentado na TOC auxilia os gerentes a aumentar a

lucratividade da empresa, visando a obtenção de lucros expressivos.

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REFERÊNCIAS BERTIN. Revista mundo Bertin. Propaganda e Publicidade Bertin S/A. São Paulo, p, 03, nov. 2007. CORBETT NETO, T. Introdução à TOC. TOC: Theory of Constrains, São Paulo, 13 abr 2008. Disponível em: <http://www.goldratt-toc.com.br/s/index.php?option=com_content&task=view&id=3&Itemid=2> Acesso em: 05 fev. 2010. FERREIRA, A. H. Aspectos importantes na implantação da teoria das restrições na gestão da produção: um estudo multicaso. 2007. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. São Paulo: São Paulo. GOLDRATT, E. T.; COX, J. A Meta: um processo de melhoria contínua. Tradução Thomas Corbett Neto. São Paulo: Nobel, 2002. HOJI, M. Práticas de tesouraria: cálculos financeiros de tesouraria: operações com derivativos e hedge. São Paulo: Atlas, 2001. IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. São Paulo: Atlas, 2008. KIM, S.; MABIN, V. J.; DAVIES, J. The theory of constraints thinking processes: retrospect and prospect. International Journal of Operations & Production Management. United States of American, v. 28, n. 2, p. 155-184, 2008. MARTINS, F. A Teoria das restrições e os impactos na contabilidade gerencial, Administradores: o portal da administração, João Pessoa, 21 fev. 2007. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/a_teoria_das_rest ricoes_e_os_impactos_na_contabilidade_gerencial/13329/>. Acesso em: 26 jan. 2010. MOHANTY, R. P.; MISHRA, D.; MISHRA T. Comparative study of production outsourcing models. Journal of Advances in Management Research. United States of American, v. 6, n. 1, p. 41-69, 2009. NOREEN, E.; SMITH, D.; MACKEY, J. T. A teoria das restrições e suas implicações na contabilidade gerencial: um relatório independente. São Paulo: Educator, 1996.

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NUNES, J. F. Modelo de decisão contribui para a eficácia empresarial. JC Online: deloitte banco de dados, São Paulo, 27 jun. 2004. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/JC/sites/deloitte/artigos/a90.htm>. Acesso em: 06 maio 2010. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 4.ed. São Paulo: Atlas S.A., 2006. ______. Sistemas de informações contábeis: fundamentos e análise. São Paulo: Atlas S.A., 2007. PEGELS, C. C.; WATROUS, C. Application of the theory of constraints to a bottleneck operation in a manufacturing plant. Journal of Manufacturing Technology. v. 16, n. 3, p. 302-311, 2005. RAHMAN, S.: Theory of Constraints: a review of the philosophy and its applications. International Journal of Operations & Production Management. v. 11, n. 4, 1998. SANTOS, A. R. P. et al . A Aplicação da teoria das restrições como metodologia de otimização dos processos de produção em uma indústria de móveis de ferro. Revista INGEPRO - Inovação em Gestão da Produção, v. 1, p. 5-6, 2009. ______; Controlando os investimentos em marketing: uma contribuição do ROI no planejamento de marketing. VIII SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO. FEA-USP, São Paulo, 2005. SANTOS, A. R. P.; SILVA, E. M. Aplicação da teoria das restrições como metodologia de otimização dos processos de produção em uma indústria de móveis. In: XIII SIMPÓSIO EM ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO, LOGISTÍCA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS. FGV - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2010. TÓFOLI, I. L. Administração financeira empresarial: uma tratativa prática. Campinas: Arte Brasil Editora, 2008.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Serão apresentados os objetivos relacionados ao estudo de caso,

descrevendo os métodos e técnicas utilizados na pesquisa, e caracterizando os

aspectos principais do caso.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Apresentação da Teoria das Restrições como suporte para um

modelo de decisão.

b) Demonstração das possíveis restrições que afetam o resultado da

empresa.

c) Depoimentos de profissionais e atuantes da área com o profundo

conhecimento sobre o assunto.

1.2 Discussão

Tendo em vista a análise fundamentada da TOC e a realidade vivida

pela empresa, haverá uma discussão entre a teoria estudada e a prática

realizada.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos.

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APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:................................................................................................................

Localização:...........................................................................................................

Cidade:...............................................................................Estado:.......................

Atividade Econômica:............................................................................................

Porte:.....................................................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Estrutura física da empresa

2 Abertura de resultados dos últimos anos

3 Análise dos indicadores de acordo com a TOC

4 Base utilizada para tomada de decisão

5 Restrições que interferem nos resultados da empresa

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APÊNDICE C – Roteiro de Entrevista para profissionais da área

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo no Ramo:...................................................................................................

Especialidades:......................................................................................................

Experiências Profissionais anteriores:...................................................................

Experiências Profissionais atuais:.........................................................................

Cidade:...................................................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Até que ponto a Teoria das Restrições pode influenciar nos resultados

gerenciais de uma empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Quais os impactos que um Sistema de Informação apresenta

enfatizando a contabilidade gerencial juntamente com a Teoria das Restrições?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Em que se baseia um modelo de decisão com foco na Teoria das

Restrições?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Quais os principais indicadores a serem mensurados numa análise que

envolva um processo decisório com ênfase na Teoria das Restrições?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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5 Quais aspectos positivos a contabilidade gerencial pode agregar,

usufruindo da Teoria das Restrições?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 O que leva as organizações a usufruírem da Teoria das Restrições em

seus fluxos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 Quais os procedimentos para uma visão sistêmica de uma empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o gerente da empresa

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo no Ramo:.........................................................................................

Especialidades:...........................................................................................

Experiências Profissionais anteriores:........................................................

Experiências Profissionais atuais:...............................................................

Cidade:........................................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais fatores são considerados pela empresa diante das circunstâncias

rotineiras que envolvam suas tomadas de decisão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 A empresa já conseguiu adotar algum mecanismo que otimize seus

processos decisórios?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Já foi comprovado que algum fator externo esteja impactando nos

resultados da empresa, impedindo-a de alcançar seus objetivos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Diante dos fluxos operacional, econômico e financeiro, a empresa já

adotou medidas para otimizá-los ?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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5 A empresa utiliza algum sistema de informação com suporte para suas

tomadas de decisão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 O que a empresa faz para atrair mais clientes e aumentar seu nicho de

mercado?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 A empresa em algum instante já sentiu ou comprovou que há alguma

restrição que está a impedindo de crescer? Se sim, qual atitude foi tomada?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para os funcionários da empresa

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo no Ramo:.........................................................................................

Especialidades:...........................................................................................

Experiências Profissionais anteriores:........................................................

Experiências Profissionais atuais:...............................................................

Cidade:........................................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Como é o processo de entrada de mercadorias desde a estocagem até a

área de vendas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Quais os sistemas usados para proceder a movimentação das

mercadorias e das vendas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Como é a política de troca de mercadorias em caso do prazo de validade

esteja próximo ao vencimento?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Em caso de produtos vendidos, quais os prazos para devoluções/

trocas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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5 Como é realizado o controle de estoques na empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Quais são os principais processos rotineiros dos setores da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 A empresa já analisou algum fator crítico que vem acarretando em

melhores resultados nos últimos anos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO A – Fotos

Foto 1: Entrada da empresa

Foto 2: Recepção da empresa

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Foto 3: Caixas da empresa

Foto 4: Estoquista da empresa

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Foto 5: Fachada da empresa

Foto 6: Geladeiras com carnes

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Foto 7: Bebidas

Foto 8: Artigos para churrasco

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Foto 9: Lácteos

Foto 10: Nova Fachada da empresa