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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Faculdade de Odontologia Rodrigo Jan Arkader Análise comparativa in vivo da detecção de lesões de cárie oclusal e proximal por meio de exame visual (ICDAS), exame radiográfico e transiluminação por fibra ótica (FOTI) Rio de Janeiro 2010

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico

Faculdade de Odontologia

Rodrigo Jan Arkader

Análise comparativa in vivo da detecção de lesões de cárie oclusal e

proximal por meio de exame visual (ICDAS), exame radiográfico e

transiluminação por fibra ótica (FOTI)

Rio de Janeiro

2010

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Rodrigo Jan Arkader

Análise comparativa in vivo da detecção de lesões de cárie oclusal e proximal por meio

de exame visual (ICDAS), exame radiográfico e transiluminação por fibra ótica (FOTI)

Dissertação apresentada, como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre, ao Programa

de Pós-Graduação em Odontologia, da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área

de concentração: Odontopediatria.

Orientadoras: Profa. Dr

a Vera Ligia Vieira Mendes Soviero

Profa. Dr

a Denise Fonseca Côrtes

Rio de Janeiro

2010

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

UERJ/REDE SIRIUS/CBB

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta

dissertação.

__________________________________ ____________________________

Assinatura Data

A721 Arkader , Rodrigo Jan.

Análise comparativa in vivo da detecção de lesões de cárie oclusal e

proximal por meio de exame visual (ICDAS), exame radiográfico e

transiluminação por fibra ótica (FOTI) / Rodrigo Jan Arkader. – 2010.

90 f.

Orientadora: Vera Ligia Vieira Mendes Soviero.

Co-Orientador: Denise Fonseca Côrtes.

Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

Faculdade de Odontologia.

1. Cáries dentárias – Detecção - Índices. 2. Transiluminação

(Odontopediatria). 3. Fibras óticas (Odontopediatria). 4. Odontopediatria –

Metodologia. I. Soviero, Vera Ligia Vieira Mendes. II. Côrtes, Denise

Fonseca. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de

Odontologia. IV. Título.

CDU

616.314

UERJ/REDE SIRIUS/CBB

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Rodrigo Jan Arkader

Análise comparativa in vivo da detecção de lesões de cárie oclusal e proximal por meio

de exame visual (ICDAS), exame radiográfico e transiluminação por fibra ótica (FOTI)

Dissertação apresentada, como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre, ao Programa

de Pós-Graduação em Odontologia, da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área

de concentração: Odontopediatria.

Aprovada em 23 de fevereiro de 2010.

Orientadoras:

_____________________________________________

Profª. Drª. Vera Ligia Vieira Mendes Soviero (Orientadora)

Faculdade de Odontologia da UERJ

_____________________________________________

Profª. Drª Denise Fonseca Côrtes (Orientadora)

Faculdade de Odontologia da UFJF.

Banca Examinadora:

_____________________________________________

Prof. Dr. Luiz Flavio Martins Moliterno

Faculdade de Odontologia da UERJ

_____________________________________________

Prof. Dr. Urubatan Vieira de Medeiros

Faculdade de Odontologia da UERJ

_____________________________________________

Profa. Dr

a. Apoena de Aguiar Ribeiro

Faculdade de Odontologia da UFF

Rio de Janeiro

2010

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DEDICATÓRIA

Dedico essa dissertação aos meus pais Dora e Rosalvo, responsáveis pela minha

existência e por todo o amor incondicional em todas as etapas da minha vida. .

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por sempre me dar luz e sabedoria em todos os momentos da minha

vida;

Ao meu querido irmão Ronaldo, a quem sempre me serviu de exemplo, minha

cunhada Luciana e meus sobrinhos Bruno e Fernanda;

À minha orientadora Vera Ligia Vieira Mendes Soviero, pela participação

indispensável nesse trabalho, sempre presente e disponível, pelas palavras positivas e

encorajadoras, e pelo exemplo de profissional e pessoa que sempre admirei e continuo

admirando;

À minha orientadora Denise Fonseca Côrtes, que depositou em mim confiança e

sempre se mostrou solícita em todos os momentos dessa dissertação, acreditando na minha

capacidade;

À toda a disciplina de Odontopediatria: Professores Luiz Flávio Martins Moliterno,

Professora Branca Heloísa de Oliveira Martins Vieira, Professora Sonia Marçal, Professora

Marialice Barroso Pentagna, Professora Vera Lucia Campos Santos e Professora Mirian de

Waele Souchois de Marsillac; pelo exemplo de profissionalismo e de docência que pude

adquirir e servirão de exemplo; aos funcionários Luis, Marisa, Anunciata e Nete, pela

excelente convivência e sempre prontos a ajudar;

À minha querida amiga Mariana dos Passos Ribeiro Pinto, que sempre me incentivou

a realizar esse curso de mestrado e que está em todos os momentos presentes na minha vida;

À Maria Rita dos Santos Rhito, que mais que funcionária da UERJ e da Escola

Argentina, é uma profunda incentivadora, que sempre torce por mim em todas as etapas da

minha vida;

Aos amigos da disciplina de Saúde Bucal Coletiva Maria Isabel de Castro de Souza,

Renata Rocha Jorge, Luciana Freitas Bastos, Urubatan Vieira de Medeiros e Katlin Darling

Maia, pelos anos de convívio na disciplina, sempre me incentivando a aprimorar meus

conhecimentos;

À meus amigos de mestrado Mariana, Denise, Isabela, Angelina e Gisele, pelos

excelentes e inesquecíveis anos de convivência;

Aos colegas “veteranos” Márcia e Marlus, pela convivência e troca de experiência;

As alunas de graduação, que me auxiliaram em todas as etapas clínicas dessa

dissertação – Julia, Aline, Hèlene, Vanessa, Beatriz, Aline, Angélica, Raquel, Luana, Taiana,

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Yolanda, Raphaela e aos funcionários e professores da Escola República Argentina, em

especial a Dedé, por permitirem a realização desse estudo e pela participação indispensável no

funcionamento da clínica da escola;

À empresa Colgate, pela doação dos kits odontológicos (Colgate Brasil) e pelo suporte

financeiro parcial do estudo (Colgate-Palmolive Co., Manchester, UK).

Ao Professor Doutor Roger Elwood, que nos auxiliou na conduta do trabalho;

À disciplina de radiologia, por permitir a utilização de suas instalações e maquinários.

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Pode ser que um dia deixemos de nos falar...

Mas, enquanto houver amizade,

Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...

Mas, se a amizade permanecer,

Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...

Mas, se formos amigos de verdade,

A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...

Mas, se ainda sobrar amizade,

Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...

Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,

Cada vez de forma diferente.

Sendo único e inesquecível cada momento

Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:

Uma é acreditar que não existe milagre.

A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

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RESUMO

ARKADER, Rodrigo Jan. Análise comparativa in vivo da detecção de lesões de cárie

oclusal e proximal por meio de exame visual (ICDAS), exame radiográfico e

transiluminação por fibra ótica (FOTI). 2010. 90 f. Dissertação (Mestrado em

Odontologia) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar in vivo a detecção de cárie através do

exame visual ICDAS, transiluminação por fibra ótica combinado ao ICDAS e exame

radiográfico. Um total de 2.279 superfícies proximais e cicatrículas e fissuras em incisivos

superiores, pré-molares e molares permanentes e 272 superfícies em molares decíduos em72

escolares (8 a 18 anos) foram avaliadas por um examinador treinado. Os sete escores para

detecção de cárie primária do sistema visual ICDAS foram aplicados. Dois equipamentos de

transiluminação por fibra ótica foram avaliados: FOTI Schott® (SCH), com ponta de fibra

ótica com 0,5mm de diâmetro, e FOTI Microlux® (MIC), com diâmetro da ponta 3 mm.

Durante o exame combinado FOTI/ICDAS, a fibra ótica era utilizada tanto para iluminar

quanto para transiluminar a superfície sob avaliação. O exame radiográfico (RX) consistiu de

radiografias interproximais posteriores e periapicais anteriores. Os exames foram realizados

em consultório odontológico após escovação supervisionada. No primeiro dia de exame, o

exame visual utilizando o ICDAS era realizado e em seguida, o exame combinado ao MIC ou

SCH. Logo após era realizado o exame radiográfico. Após uma semana, novamente o ICDAS

era realizado, e em seguida o exame combinado com o equipamento de FOTI não utilizado na

semana anterior. Os exames foram repetidos em 10 pacientes após intervalo mínimo de uma

semana para avaliação da reprodutibilidade intra-examinador, a qual apresentou valores de

0,95 (ICDAS), 0,94 (MIC), 0,95 (SCH) e 0,99 (RX) pelo kappa ponderado. Em cicatrículas e

fissuras de permanentes, o RX julgou que um número maior de superfícies apresentava lesão

em dentina (53) do que os outros métodos (34 a 36); porém não detectou nenhuma lesão em

esmalte, as quais foram identificadas pelo ICDAS (94), SCH (107) e MIC (91). Em proximais

permanentes, a transiluminação por fibra ótica identificou maior número de proximais como

lesão em esmalte - 150 (SCH) e 139 (MIC) - do que o exame visual (106), enquanto o RX

identificou somente 43. Em oclusais de decíduos, os quatro métodos julgaram um número

aproximadamente similar de superfícies sem lesão (52 a 59) ou com lesão em dentina (21 a

26), assim como para lesões proximais em dentina (31 a 36). Entretanto um número reduzido

de lesões proximais decíduas em esmalte foi julgado pelo exame radiográfico (3) em

comparação com os outros métodos (15 a 16). Em decíduos, o ICDAS e o FOTI combinado

ao exame visual julgaram maior número de lesões proximais em esmalte que o exame

radiográfico, sendo que número similar de lesões em dentina foram classificadas pelos quatro

métodos em oclusais e proximais de molares decíduos. Em cicatrículas e fissuras de

permanentes, tanto o exame visual ICDAS quanto sua combinação aos dois equipamentos de

transiluminação apresentaram maior similaridade de superfícies julgadas como lesão em

esmalte ou como lesão em dentina, enquanto o exame radiográfico classificou mais

superfícies como lesão em dentina e nenhuma como lesão em esmalte. A adição da

transiluminação por fibra ótica ao exame visual aumentou em um terço a detecção das lesões

cariosas proximais julgadas em dentina pelo ICDAS isoladamente e aproximadamente

quadruplicou o número daquelas assim classificadas pela avaliação radiográfica em

permanentes.

Palavras-chave: Cárie dentária. Diagnóstico. Exame visual. Transiluminação por fibra

ótica. Radiografia interproximal.

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ABSTRACT

The aim of this in vivo study was to assess the ICDAS visual method, combined

ICDAS/fiber optic transillumination and bite wing radiographs. ). A total of 2,279 pits and

fissures in upper incisors, pre-molars and molars permanent surfaces and 272 primary molars

surfaces in 72 patients (aged 8 to 18 years-old) were assessed by an trained examiner. The

seven scores for coronal primary caries detection criteria from ICDAS visual criteria were

applied. Two fiber optic transillumination devices were assessed: FOTI Schott, SCH, tip

diameter 0,5 mm and FOTI Microlux, MIC, portable device, tip diameter 3 mm. During the

FOTI/ICDAS combined exam, the fiber optic was used to illuminate and also to

transilluminate the surface that was being evaluated. The radiograph examination (RX) was

done by bite-wings for posterior teeth and periapical for anterior teeth. Examinations were

performed using dental chair after supervised toothbrushing. In the first exam day, the visual

exam using ICDAS was done followed by ICDAS combined to MIC or SCH. After that the

radiograph exam was done. After one week, the ICDAS was done again followed by the FOTI

that was not used the week before. The exams were repeated in 10 patients after, at least, one

week of interval to evaluate the intra-examiner reproducibility , presenting weighted kappa

values 0.95 (ICDAS), 0.94 (MIC), 0.95 (SCH) and 0.99 (RX). In permanent pits and fissures

surfaces, RX deemed a greater number of surfaces presenting dentin lesions (53) than the

other methods (34 to 36). However no enamel lesion was detected which were identified by

ICDAS (94),SCH (107) and MIC (91). For permanent approximal surfaces, the fiber optic

transillumination identified a greater number of approximal surfaces as having enamel lesions

- 150 (SCH) and 139(MIC) - than visual exam (106), while RX identified only 43. For

primary occlusal surfaces, the four methods deemed a similar number of surfaces without

lesion (52 to 59) or with dentin lesion (21 to 26), the same for approximal dentin lesion (31 to

36). However a reduced number of primary approximal lesions were deemed by the RX (3)

compared to the other methods (15 to 16). Im primary dentition, the ICDAS and FOTI

combined to visual exam deemed a great number of enamel approximal lesions compared to

RX, where a similar number of dentin lesions were classified by the four methods in primary

occlusal and approximal surfaces. In permanent pitts and fissures, for ICDAS and

FOTI/ICDAS combined, presented similarity in surfaces deemed as having enamel lesions or

dentin lesions, while the radiograph exam classified a great number as having dentin lesion

and no enamel lesion. Adding fiber optic transillumination to visual exam increased in one

third approximal lesions deemed in dentin by the ICDAS alone and made fourfold the number

of those as classified by permanent radiograph evaluation.

Keywords: Dental caries. Clinical diagnosis. Visual exam. Fiber optic transillumination.

Bitewing .

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –

Figura 2 –

Figura 3 –

Figura 4 –

Figura 5 –

Figura 6 –

Figura 7 –

Execução do exame visual ICDAS para dentes posteriores....................

Os equipamentos para transiluminação FOTI Schott® e FOTI

Microlux®................................................................................................

As pontas dos equipamentos FOTI Schott® e FOTI Microlux®............

Exame combinado do FOTI Schott®/ICDAS para dentes

posteriores.................................................................................................

Exame combinado do FOTI Microlux®/ICDAS para incisivos

superiores..................................................................................................

Exame radiográfico interproximal direito e esquerdo..............................

Exame radiográfico periapical direito e

esquerdo....................................................................................................

41

42

43

43

44

47

47

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 –

Quadro 2 –

Quadro 3 –

Quadro 4 –

Quadro 5 –

Descrição dos critérios não relacionados à detecção de cárie utilizados

para dentes...............................................................................................

Descrição dos critérios não relacionados à detecção de cárie para

superfícies dentárias................................................................................

Descrição dos critérios utilizados durante o exame visual ICDAS para

detecção da presença e profundidade de cárie........................................

Descrição dos critérios utilizados durante o exame FOTI/ICDAS

combinado para detecção da presença e profundidade de cárie para

equipamentos FOTI Schott® e FOTI Microlux®...................................

Descrição dos critérios radiográficos utilizados para avaliar a presença

e profundidade de lesões cariosas...........................................................

39

40

41

45

46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –

Tabela 2 –

Tabela 3 –

Tabela 4 –

Tabela 5 –

Tabela 6 –

Tabela 7 –

Tabela 8 –

Tabela 9 –

Tabela 10 –

Tabela 11

Tabela 12 –

Valores de kappa ponderado quadrático inter-examinadores e intra-

examinador (ICDAS) durante a calibração.................................................

Superfícies e sítios válidos, excluídos e ausentes para dentes permanentes...

Superfícies válidas, excluídas e ausentes para dentes decíduos.....................

Número absoluto e percentual de superfícies e sítios de cicatrículas e

fissuras considerados sadios, com lesão de cárie em esmalte e com lesão

em dentina segundo os métodos ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux......

Número absoluto e percentual de superfícies e sítios de cicatrículas e

fissuras considerados sadios, com lesão de cárie em esmalte e com lesão

em dentina segundo os métodos ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e

exame radiográfico..........................................................................................

Comparação entre os quatro métodos de detecção de cárie (ICDAS, FOTI

Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico) através do teste kappa

ponderado em superfícies e sítios de cicatrículas e fissuras de dentes

permanentes....................................................................................................

Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas

sadias, com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os

métodos ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux...........................................

Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas

sadias, com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os

métodos ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico..........

Comparação entre os quatro métodos de detecção de cárie (ICDAS, FOTI

Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico) através do teste kappa

ponderado em superfícies proximais de dentes permanentes.........................

Número absoluto e percentual de superfícies oclusais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os métodos

ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux..........................................................

Número absoluto e percentual de superfícies oclusais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os métodos

ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico.........................

Comparação entre os 4 métodos de detecção de cárie (ICDAS, ICDAS +

FOTI Schott, ICDAS + FOTI Microlux e exame radiográfico) através do

teste kappa ponderado quadrático em superfícies oclusais de dentes

decíduos...........................................................................................................

49

50

50

51

52

53

54

55

56

57

58

58

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Tabela 13 –

Tabela 14 –

Tabela 15 –

Tabela 16 –

Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas

sadias, com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os

métodos ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux............................................

Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas

sadias, com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os

métodos ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico...........

Comparação entre os 4 métodos de detecção de cárie (ICDAS, ICDAS +

FOTI Schott, ICDAS + FOTI Microlux e exame radiográfico) através do

teste kappa ponderado em superfícies proximais de dentes decíduos.............

Reprodutibilidade intra-examinador do experimento definitivo pelo kappa

ponderado e percentual de concordância por escore.......................................

59

60

60

62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CPO-D

ceo-d

CPO-S

ceo-s

FOTI

ICDAS

Dentes cariados, perdidos ou obturados (dentição permanente)

Dentes cariados, perdidos ou obturados (dentição decídua)

Superfícies cariadas, perdidas ou obturadas (dentição permanente)

Superfícies cariadas, perdidas ou obturadas (dentição decídua)

Fiber Optic Transillumination

International Caries Detection and Assessment System

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SUMÁRIO

1

2

3

3.1.

3.2

3.3

3.3.1

3.3.2

3.3.3

3.3.3.1

3.3.3.2

3.3.3.3

3.3.3.4

3.3.3.5

3.4

4

4.1

4.2

4.3

4.3.1

4.3.2

4.3.3

4.3.4

4.4

5

6

INTRODUÇÃO.............................................................................................

REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................

PROPOSIÇÃO................................................................................................

MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................

Desenho do estudo e amostra........................................................................

Aspectos éticos................................................................................................

Coleta de dados...............................................................................................

Avaliação piloto e Triagem para inclusão no estudo........................................

Treinamento e Calibração do examinador........................................................

Exames definitivos...........................................................................................

Procedimentos de Exame.................................................................................

Exame clínico visual com ICDAS....................................................................

Transiluminação por fibra ótica (FOTI)...........................................................

Exame radiográfico..........................................................................................

Reprodutibilidade.............................................................................................

Análise estatística............................................................................................

RESULTADOS...............................................................................................

Reprodutibilidade Inter- e Intra-examinador da calibração......................

Amostra do experimento definitivo...............................................................

Comparação entre os métodos de detecção de cárie....................................

Dentes Permanentes – superfícies de cicatrículas e fissuras............................

Dentes Permanentes – superfícies proximais...................................................

Dentes Decíduos – superfícies oclusais............................................................

Dentes Decíduos – superfícies proximais.........................................................

Reprodutibilidade intra-examinador do experimento definitivo...............

DISCUSSÃO...................................................................................................

CONCLUSÕES...............................................................................................

REFERÊNCIAS.............................................................................................

APÊNDICE A - Comparação entre os métodos de detecção de cárie em

cicatrículas e fissuras de dentes permanentes, número de sítios e superfícies

considerados sadios, com lesão em esmalte e com lesão em

dentina.............................................................................................................

16

18

35

36

36

36

37

37

37

38

38

40

42

45

48

48

49

49

50

51

51

54

57

59

62

63

71

72

78

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APÊNDICE B - Comparação entre os métodos de detecção de cárie em

superfícies proximais de dentes permanentes, número de sítios e superfícies

considerados sadios, com lesão em esmalte e com lesão em dentina...............

APÊNDICE C - Comparação entre os métodos de detecção de cárie em

superfícies oclusais de dentes decíduos, número de sítios e superfícies

considerados sadios, com lesão em esmalte e com lesão em dentina...............

APÊNDICE D - Comparação entre os métodos de detecção de cárie em

superfícies proximais de dentes decíduos, número de sítios e superfícies

considerados sadios, com lesão em esmalte e com lesão em dentina...............

APÊNDICE E - Termo de consentimento livre e

Esclarecido.........................................................................................................

APÊNDICE F - Ficha clínica para escores ICDAS/ FOTI Schott combinado

ao ICDAS..........................................................................................................

APÊNDICE G - Ficha clínica para escores ICDAS/ FOTI Microlux

combinado ao ICDAS.......................................................................................

APÊNDICE H - Ficha clínica para escores do exame

radiográfico......................................................................................................

ANEXO - Aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa............................................................................................................

80

82

84

86

87

88

89

90

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16

INTRODUÇÃO

Diagnóstico é o processo pelo qual se identifica uma doença através de seus

sinais e sintomas e capacita a tomada de decisões acerca do tratamento a ser adotado1.

A cárie dentária pode ser definida como uma doença multifatorial, cuja

manifestação clínica sofre influência de inúmeros fatores biológicos e comportamentais.

O diagnóstico, a prevenção e o controle da progressão das lesões cariosas devem ser

baseados em um amplo conhecimento sobre a doença e suas diferentes manifestações 2.

As lesões cariosas devem ser detectadas no estágio não cavitado, pois a natureza

dinâmica da progressão das lesões permite a paralisação da contínua perda mineral

quando o equilíbrio entre os minerais dos dentes e dos fluidos orais é restabelecido 1,3

.

Com o desenvolvimento de técnicas minimamente invasivas e uma orientação

mais preventiva em relação aos cuidados com o paciente, novos sistemas para

diagnóstico estão em evolução a fim de se detectar precocemente lesões de cárie 4.

Desta maneira, métodos ou associações de métodos que permitam diagnosticar tanto a

higidez quanto a doença do elemento dentário têm sido estudados. É importante o

desenvolvimento de métodos com alta sensibilidade para que as lesões de cárie sejam

tratadas adequadamente, dentro do conceito de Promoção de Saúde Bucal 5.

Comumente, o diagnóstico é baseado na inspeção visual associada ao exame tátil

com sonda exploradora. Contudo, Penning et al.6

, em 1992, relataram que a detecção

de lesões de cárie com a utilização de sonda exploradora apresentou baixa sensibilidade.

Em relação ao exame radiográfico, o exame interproximal permite a detecção de lesão

de cárie proximal incipiente, já que o diagnóstico visual é difícil devido ao contato

anatômico existente. Para superfícies oclusais, é muito comum a verificação

radiográfica de lesões dentinárias extensas nas quais, clinicamente, o esmalte apresenta-

se íntegro.

A transiluminação por fibra ótica (FOTI) é outro método desenvolvido para

auxiliar na determinação da presença e profundidade de lesões cariosas, 7,8

em

superfícies proximais como uma alternativa ao exame radiográfico devido à dificuldade

de visualização direta. Diversos estudos utilizaram o aparelho de FOTI tradicional, com

uma ponta transmissora de luz branca de 0,5 mm de diâmetro 9, 10, 11

. Já existe disponível

no mercado um FOTI portátil, com ponta de 3,0mm. Porém, a pesquisa clínica é

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17

necessária para verificar a capacidade de detecção de lesões de cárie com o uso desse

novo equipamento.

Nas ultimas décadas, diversos critérios para identificar a presença de lesões

cariosas tem sido utilizados. Com a evolução da compreensão da progressão das lesões

de cárie, critérios clínicos focados na avaliação do processo da doença somente em um

estágio, denominado “cavitado” passaram a ser ineficientes. Considerando a cárie uma

doença que se inicia num estágio subclínico, critérios acurados são necessários para

detecção precoce e uma imediata intervenção, levando-se em conta a capacidade de

reversibilidade da lesão cariosa. Atualmente, se faz necessário um critério internacional

padronizado, através do qual alterações subclínicas possam ser registradas.

Diversos pesquisadores utilizam variados sistemas de registro de lesões de cárie,

dificultando a padronização e, conseqüentemente, a comparação entre eles. Um grupo

de pesquisadores reuniu-se, em 2002, com o objetivo de criar um sistema internacional.

Esse sistema foi denominado International Caries Detection and Assessment System

(ICDAS) 12

.

Essa dissertação tem como objetivo realizar uma comparação, in vivo, da

detecção de lesões de cárie oclusal e proximal em dentes decíduos e permanentes por

meio do exame visual utilizando o critério ICDAS, o exame radiográfico e a

transiluminação por fibra ótica (FOTI).

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18

1 REVISÃO DE LITERATURA

A cárie dentária é uma doença geralmente crônica sendo, portanto, um processo

que progride de forma lenta na maioria dos indivíduos. Na ausência de tratamento, pode

progredir até a destruição total da estrutura dentária, podendo afetar o esmalte, a dentina

e o cemento radicular. A destruição localizada dos tecidos duros, geralmente

denominada “lesão de cárie”, é o sinal da doença 13

.

A progressão da lesão de cárie dentária varia desde perdas minerais ao nível

ultra-estrutural, passando por diferentes estágios de lesões até o estágio de cavitação

clinicamente óbvia e, por fim, à destruição de toda estrutura dentária. Sendo assim,

quanto mais acurado o método de diagnóstico, maior será o número de lesões em

estágio precoce detectadas. Isto significa que pessoas que forem julgadas saudáveis

(livres de cárie) por um determinado método, podem ser julgadas doentes (apresentando

lesões de cárie) se um método de diagnóstico mais acurado for utilizado ou,

simplesmente, se o ponto de corte entre saúde e doença for modificado dentro de um

mesmo método de diagnóstico14

.

O diagnóstico da cárie dentária consiste essencialmente na aplicação sistemática

de testes para cada superfície dentária ou sitio de predição. A capacidade dos métodos

para diagnosticar corretamente a presença e a extensão da lesão pode ser determinada

comparando os resultados dos exames executados, negativos ou positivos, com um

“padrão ouro”. O “padrão ouro” ideal provém do exame histológico de dentes extraídos

ou da comprovação do comprometimento dos tecidos dentários revelado durante o

preparo cavitário. Entretanto, em estudos clínicos, a validação por meio de exame

histológico torna-se inviável. Além disso, nem sempre está indicada a realização de

preparos cavitários que possam confirmar a presença de lesão cariosa 15

A evolução na filosofia de tratamento tem estimulado a busca de métodos de

diagnóstico que sejam capazes de identificar as lesões incipientes que ainda não

desenvolveram cavidade, possibilitar uma melhor reprodutibilidade intra-examinador e

inter-examinadores e facilitar o treinamento e calibração dos examinadores 15

. Além

disso, sabe-se que lesões cariosas, tanto cavitadas como não cavitadas, podem ser

paralisadas por meio de métodos de tratamento não invasivos. A transição de uma lesão

ativa para uma lesão inativa é acompanhada de mudanças nas características clínicas das

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lesões que podem ser percebidas ao exame clínico 16

. Portanto, a identificação da

atividade das lesões cariosas também passou a ser recomendada 17

.

Com o advento dos novos métodos de diagnóstico, atualmente é possível a

detecção de lesões cariosas em seus estágios iniciais mesmo antes delas se tornarem

visíveis clinicamente, o que nos auxilia a superar um desafio na odontologia, já que a

disseminação dos fluoretos e seu potencial de remineralização superficial dificultam a

detecção precoce. Do ponto de vista da pesquisa, essas novas tecnologias, como por

exemplo, a medição de resistência elétrica ou medidas de fluorescência podem ser

atrativas. Contudo, não necessariamente serão relevantes dentro do contexto clínico

diário. Desse modo, antes de um método de diagnóstico ser introduzido à prática clínica,

deve ser averiguado se o método apresenta uma precisão aceitável e se ele aumenta a

chance de melhorar o resultado do tratamento13

.

O desenvolvimento das lesões cariosas evolui de maneira distinta nas superfícies

dentárias. Em relação às superfícies oclusais, lesões em dentina podem desenvolver-se

sob uma superfície macroscopicamente intacta18

. Além disso, são os sítios mais afetados

pela cárie em crianças e adultos devido à morfologia dos sulcos e fissuras e a

dificuldade na remoção de placa. Por esta razão, cresceu a importância da detecção

precoce de lesões oclusais nos últimos anos 19

. Em relação às superfícies proximais,

devido ao ponto de contato, a inspeção visual direta é dificultada 20

. Portanto, faz-se

necessária a utilização de métodos auxiliares ao exame visual, como radiografias

interproximais, separação dentária e transiluminação com fibra ótica9,10,20

.

Em relação aos métodos tradicionais de exame, o exame clínico visual consiste

numa cuidadosa avaliação das mudanças detectáveis nas superfícies dentárias, como

descoloração e/ou cavitação. Para um exame adequado, é essencial que as superfícies

dentárias estejam limpas, secas e bem iluminadas 13

. A respeito do uso da sonda

exploradora, Ekstrand et al.21

, em 1987, observaram que esse instrumento poderá

favorecer o surgimento da cavidade a partir de uma lesão inicial, não aumentando a

precisão do diagnóstico e podendo causar iatrogenia. De acordo com Van Drop 22

, em

1988, algumas alternativas ao seu uso são o exame visual após profilaxia e a utilização

de fonte de luz adequada.

Lussi 23

, em 1991, realizou um estudo in vitro a fim de testar a precisão e a

reprodutibilidade na decisão do diagnóstico visual e tratamento de lesões de cárie na

região de fissuras com ou sem sonda exploradora. Trinta e quatro dentistas verificaram

61 dentes e decidiram quanto à necessidade ou não de tratamento. Após secção

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histológica, os resultados mostraram não haver diferença na precisão do diagnóstico

entre o exame visual com ou sem o uso do explorador. Sensibilidade (62%) e

especificidade (84%) mostraram que os dentistas foram mais conservadores. A

porcentagem de decisões clínicas “corretas” quanto à presença ou não de lesão foi de

73%. A reprodutibilidade para o diagnóstico foi de 0,47 e para a decisão do tratamento

de 0,44. O autor concluiu que o acréscimo do uso da sonda exploradora não acrescentou

na validade do diagnóstico quando comparado ao exame visual.

Apesar dessas considerações, deve-se entender que a sonda constitui uma parte

indispensável de dispositivos diagnósticos não somente no intuito de remover o

biofilme, mas como um instrumento que, se utilizado suavemente, sem pressão, pode

adicionar valiosas informações sobre a consistência e a textura da superfície de uma

lesão cariosa 13

.

A baixa sensibilidade da sonda justifica a busca por um método auxiliar de

diagnóstico mais eficaz. Somado à inspeção visual, o exame radiográfico parece

melhorar significantemente o diagnóstico da cárie, tanto em superfícies proximais como

em oclusais, especialmente para as lesões envolvendo a dentina 24,26,27

. Entretanto, o

exame radiográfico possui limitações quanto à detecção de lesões iniciais em esmalte e

à distinção entre lesões ativas ou inativas 13,27

.

Com o intuito de avaliar o efeito que a diferença dos níveis de experiência

clínica e didática tem sobre a avaliação radiográfica em diagnosticar lesões de cárie em

superfícies oclusais, Lazarchik et al. 28

, em 1995, solicitaram a avaliação de estudantes

de odontologia novatos, veteranos e o corpo docente a respeito da presença de lesão de

cárie e a necessidade de tratamento restaurador em determinados exames radiográficos.

Os autores concluíram que houve diferença entre a capacidade dos estudantes e do

corpo docente na avaliação de radiografias para lesões oclusais, e que a educação e

experiência clinica afeta principalmente a concordância inter-examinador, que foi de

0,24, 0,38 e 0,53 para a presença de cavidades e de 0,23, 0,45 e 0,57 para a

recomendação de restauração (grupos de novatos, veteranos e corpo docente,

respectivamente).

O valor das radiografias interproximais para detectar e avaliar a profundidade de

lesões cariosas proximais é incontestável 13,29,30

. Um maior número de lesões proximais

é diagnosticado quando o exame clínico visual é complementado pelas radiografias

interproximais 31,32,33,34

. Segundo Pitts 3, em 2004, para superfícies proximais, o exame

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radiográfico apresenta especificidade alta e sensibilidade mediana, tanto para lesões em

esmalte quanto para lesões em dentina.

Tovo 35

, em 1998, realizou um estudo comparativo do método radiográfico

utilizando filmes de diferentes sensibilidades e o sistema digital Digora no diagnóstico

de lesões de cárie em superfície proximal de molares decíduos. Foram examinadas 41

superfícies proximais de 37 molares decíduos in vitro. Após a secção histológica como

padrão-ouro, foi feita uma análise microscópica estereoscópica, onde 5 sítios

apresentavam-se em estado hígido e 36 portando lesão cariosa. Desses 36, 16

encontravam-se no esmalte e 20 em dentina. O autor enfatiza a capacidade do exame

radiográfico na identificação da relação de profundidade das lesões, presença de

cavidade e capacidade de detecção dos métodos radiográficos. Contudo, existe a

questão da detecção de lesões em esmalte e dentina superficial. O autor encontrou valor

de reprodutibilidade intra-examinador (kappa não ponderado) de 0,76, com ponto de

corte todas as lesões (hígido/lesão). Modificando o ponto de corte (presença ou ausência

de lesão dentinária), a reprodutibilidade intra-examinador manteve-se de 0,76. O autor

concluiu, em relação aos filmes, que os filmes Agfa M2 e o Ektaspeed plus

apresentaram valores de especificidade comparáveis nos dois pontos de corte estudados;

a acurácia do sistema Digora foi, em valores, praticamente a mesma nos dois pontos de

corte e o valor de kappa intra-examinador revelou boa concordância.

Lussi 36

, em 1993, comparou in vitro a precisão de métodos de detecção de

lesões cariosas em fissuras. Os examinadores tinham que avaliar se as fissuras

analisadas estavam sadias, com lesões de cárie confinadas ao esmalte ou além da junção

amelo-dentinária. Foram utilizados a inspeção visual (VI, 26 examinadores), inspeção

visual com aumento (2X) (VIM, 26 examinadores), radiografias interproximais (BW, 24

examinadores), inspeção visual combinada ao exame radiográfico (VI + BW, 10

examinadores) e inspeção visual combinada ao exame tátil (VI + P, 23 examinadores).

Os exames VI e BW foram repetidos a fim de se calcular a reprodutibilidade intra-

examinadores. O resultado obtido foi 0,49 para o exame VI e 0,55 para o exame BW.

Em seguida, os dentes foram avaliados histologicamente. Os valores de especificidade e

sensibilidade obtidos após a validação foram: VI= 93 e 12%, VIM= 89 e 20%, BW= 83

e 45%, VI+BW= 87 e 49%, e VI+P= 93 e 14%, respectivamente. Concluiu-se que a

baixa sensibilidade principalmente em relação ao VI e VI+P pode levar a um número

significativo de dentes com lesões dentinárias não detectadas. Além disso, esse estudo

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in vitro demonstrou que a adição de radiografias interproximais aumenta

significativamente a precisão no diagnóstico de lesões de fissuras

Rimmer e Pitts 34

, em 1990, verificaram a viabilidade, aceitabilidade e o

potencial de diagnóstico do uso de elásticos separadores como um método de detecção

de lesões de cárie, in vivo. Cinco dentistas realizaram os exames em 211 crianças. O uso

da técnica como rotina foi bem aceito pelos examinadores, pelos responsáveis e pelas

crianças examinadas, mostrando-se válido ao revelar 703 lesões proximais adicionais de

2352 dentes, comparados com somente 479 detectadas através dos métodos clínicos. Os

autores concluíram que as radiografias interproximais têm seu papel importante,

principalmente na dentição decídua, e os elásticos separadores devem ser utilizados em

conjunto com o exame radiográfico, e não os substituindo.

Creanor et al. 37

, em 1990, realizaram um estudo de um dentifrício in vivo

durante três anos. Radiografias interproximais foram avaliadas para detectar lesões de

cárie oclusais em 2.623 indivíduos de 14 e 15 anos de idade. A análise demonstrou que

1,4% dos 2.107 molares superiores e 7,2% dos 2.288 molares inferiores previamente

avaliados como clinicamente sadios, apresentavam lesões radiográficas escore 3

(envolvimento dentinário) e 0,2% apresentavam envolvimento pulpar. Entretanto, para

os dentes que foram julgados suspeitos de apresentar lesões de cárie clinicamente, 29%

dos molares inferiores e 7,6% dos molares superiores apresentaram evidência

radiográfica de lesão em dentina e 0,5% de todos os molares apresentaram lesão com

envolvimento pulpar. Portanto, o uso de radiografias interproximais, segundo os

autores, mostrou-se uma ferramenta útil no diagnóstico clínico, não somente para lesões

proximais, mas também para lesões oclusais iniciais, devido à exposição aos fluoretos

tópicos que auxiliam na manutenção da integridade do esmalte, podendo apresentar

lesão dentinária subjacente a um esmalte aparentemente íntegro.

Ekstrand et al .38

, em 1997, avaliaram in vitro a superfície oclusal de 100 pré-

molares e molares a fim de verificar a reprodutibilidade e precisão em um sistema de

critério visual, um detector elétrico de cárie (ECM) usando uma escala contínua de

resistência elétrica e um sistema de escores para o exame radiográfico. Como validação,

secções histológicas foram utilizadas para avaliar a profundidade da lesão e a dentina

desmineralizada e amolecida. Após o treinamento, os três examinadores realizaram os

exames utilizando cada um dos sistemas de avaliação em duas ocasiões distintas. Os

valores de kappa para o sistema de avaliação do exame visual, detector elétrico de cárie

e exame radiográfico demonstraram reprodutibilidade inter-examinadores de 0,54 a

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0,63, 0,50 a 0,57 e 0,52 a 0,62 e intra-examinadores 0,73 a 0,89, 0,59 a 0,92 e 0,72 a

0,83, respectivamente. Quando os sistemas de escores foram comparados às secções

histológicas houve uma alta correlação entre o exame visual e o detector elétrico de

cárie em relação à profundidade da lesão em esmalte e dentina, contudo o exame

radiográfico não detectou lesões em esmalte. Quando comparado à secção histológica, o

coeficiente de Spearman para o exame visual foi de 0,87 a 0,93, para o detector elétrico

de cáries 0,80 e 0,85 e para o exame radiográfico de 0,76 a 0,78. Nenhum dente

avaliado como hígido pelo exame visual apresentou evidência histológica de cárie em

dentina. O exame radiográfico foi um excelente preditor de dentina amolecida.

Concluindo, a reprodutibilidade e precisão do detector elétrico de cárie são aceitáveis

enquanto o exame radiográfico foi incapaz de detectar lesões iniciais. Portanto, o

sistema de exame visual e o detector eletrônico podem, se usados em conjunto com uma

observação clínica detalhada, aumentar a precisão do diagnóstico de cáries em

superfícies oclusais.

A transiluminação por fibra ótica conhecida como Fiber Optic Transillumination

(FOTI) é um método alternativo de diagnóstico de cárie que pode ser utilizado como

suplemento ao exame clínico. O método pode ser aplicado em levantamentos

epidemiológicos e atendimentos odontológicos escolares9,14,39

, onde não há

disponibilidade do exame radiográfico. É um procedimento simples, não invasivo,

indolor que pode ser utilizado repetidamente sem risco ou desconforto para o paciente

38. Uma luz branca é direcionada através das áreas de contato interproximal e mudanças

na estrutura dos cristais, que ocorre na desmineralização, desviam o feixe de luz

produzindo uma sombra 26

. Como a estrutura dentária desmineralizada possui um índice

de transmissão de luz menor quando comparado à estrutura sadia, a área com lesão

cariosa aparece como uma sombra escura com estrutura sadia circundante 40

. Hardman

et al. 41

, em 2007, utilizaram o FOTI combinado ao exame visual em molares decíduos

e primeiros molares permanentes a fim de avaliar a efetividade de aplicações bianuais

de verniz fluoretado como uma medida de saúde publica. Ambos os exames foram

realizados com o objetivo de detecção de pequenas e grandes lesões de cárie em esmalte

no primeiro dia de exame e 26 meses depois. O presente estudo demonstrou a utilização

do FOTI como ferramenta auxiliar ao exame visual, apesar do estudo ter demonstrado

que as aplicações bianuais de verniz fluoretado não foram eficazes na redução de lesões

cariosas nas crianças que viviam naquela comunidade.

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No estudo realizado por Mitropoulos 9, em 1985, comparou o FOTI ao exame

radiográfico interproximal, utilizadas como métodos adicionais à inspeção visual no

diagnóstico de lesões de cárie dentinárias proximais. Foram examinados 50 pacientes

com idades entre 5 e 43 anos, sendo que o exame visual só detectou cárie em somente 4

pacientes. Dos 46 pacientes restantes, o FOTI e o exame radiográfico concordaram no

diagnóstico em 41 casos, onde a cárie proximal foi diagnosticada em 21 pacientes.

Cerca de 40 das 47 superfícies proximais julgadas como cariadas pelo exame

radiográfico apresentaram diagnóstico similar ao FOTI. Concluiu-se que a adição do

FOTI identificou 52% dos pacientes que necessitavam de tratamento odontológico

comparado com somente 8% pelo exame clínico. O FOTI e o exame radiográfico

concordaram em 98% das superfícies examinadas. Como uma ferramenta adicional na

avaliação das superfícies dentárias, o FOTI identificou 85% das lesões em dentina

encontradas nas radiografias interproximais. Por ser uma técnica não invasiva e de

utilidade tanto em saúde pública quanto no dia-a-dia do cirurgião-dentista, é sugerido

pelo autor como um método alternativo às radiografias interproximais

Em um estudo clínico envolvendo dentifrícios com duração de 3 anos, Stephen

et al. 10

, em 1987, utilizaram o FOTI, exame clínico tradicional e exame radiográfico.

Comparado ao exame clínico, 37% a 64% mais lesões interproximais foram detectadas

com o uso do FOTI nos dentes anteriores e 92% a mais nos dentes posteriores. Os

autores concluíram que o FOTI pode ser de válido quando não há disponibilidade do

exame radiográfico, uma vez que o seu quase duplicou o número de lesões cariosas

detectadas pelo exame clínico. Dentre as imagens radiolúcidas no exame radiográfico

sugestivas de lesão de cárie proximal confinadas ao esmalte, 17% foram detectadas pelo

FOTI e, dentre aquelas que se estendiam à dentina, 48% foram detectadas pelo FOTI.

Verdonschot et al. 27

, em 1992, compararam o desempenho de diversos sistemas

de diagnóstico de cárie oclusal. Os exames avaliados foram: exame clínico, FOTI,

detector elétrico de cárie, exame radiográfico e classificação da morfologia da fissura.

As mesmas foram, então, invadidas até completa remoção de eventual cárie em esmalte

ou dentina, e dois examinadores realizavam um diagnóstico de consenso sobre a real

presença de cárie dentinária nas diferentes regiões da fissura. O detector elétrico de

cárie foi o único método de diagnóstico com um desempenho aceitável, apresentando

sensibilidade de 0,96 e especificidade de 0,71. O diagnóstico radiográfico se

caracterizou por moderadas sensibilidade e especificidade. Os demais sistemas

avaliados apresentaram sensibilidade e/ou especificidade consideravelmente baixas.

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Com o objetivo de avaliar o desempenho e a reprodutibilidade do exame

clínico, do FOTI e do exame radiográfico na detecção de lesões cariosas proximais,

Peers et al. 20

, em 1993, fizeram um estudo in vitro com validação histológica cujo

ponto de corte foi a presença de cárie em dentina. Sessenta modelos foram

confeccionados usando molares e pré-molares extraídos, cada um contendo quatro

dentes com seis superfícies de contato proximais. A reprodutibilidade para os 3 métodos

foi aceitável com valores de kappa acima de 0,60 e de especificidade acima de 0,95.

Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas quanto à sensibilidade

entre o exame clínico (0,38) e o exame radiográfico (0,59) e entre o exame clínico e o

FOTI (0,67). Não foi encontrada diferença significativa entre o exame radiográfico e o

FOTI. O FOTI mostrou uma validade alta, assim como o exame radiográfico, e ambos

foram superiores ao exame clínico isolado.

Com o intuito de comparar diferentes condições de exame, Pereira e Moreira 42

,

em 1995, calcularam o índice CPO-S obtido através de exame clínico em condições de

campo (sob luz natural), exame clínico na cadeira odontológica (sob luz artificial),

exame complementado pelo exame radiográfico (superfícies proximais de dentes

posteriores) e exame complementado pelo FOTI (superfícies proximais de dentes

anteriores). Os autores observaram que a utilização de radiografias interproximais e do

FOTI aumentou a média do componente cariado em 15% em relação ao exame clínico

tradicional na cadeira odontológica e em 37% em relação ao exame sob luz natural. Os

autores concluíram que há uma subestimação da prevalência de cárie dentária em

levantamentos epidemiológicos, da ordem de 9,1% em relação ao exame efetuado no

consultório. As radiografias interproximais aumentaram o número de superfícies

diagnosticadas como cariadas em 109% e 101% em relação aos exames clínicos na

cadeira comum e na cadeira odontológica, respectivamente. Já o FOTI aumentou em

100% e 136% o número de superfícies diagnosticadas como cariadas em relação aos

exames clínicos na cadeira comum e na cadeira odontológica, respectivamente.

Hintze et al. 43

, em 1998, avaliaram a exatidão do exame visual, do FOTI e de

radiografias interproximais na identificação de lesões cavitadas em 338 superfícies com

contato proximal in vivo por 4 examinadores. A visualização direta após separação

dentária foi o método de validação utilizado na determinação da presença ou não de

cavidade, embora a concordância inter-examinadores para o método tenha sido apenas

substancial. A sensibilidade na identificação de lesões cavitadas variou de 0,12 a 0,50

para o exame visual, de 0,00 a 0,08 para o FOTI e de 0,56 a 0,69 para o exame

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radiográfico. A especificidade ultrapassou 0,90 para todos os examinadores em todos os

métodos. Os valores de kappa quanto à reprodutibilidade inter-examinadores foram

mais baixos para o FOTI e mais altos para o exame radiográfico.

Côrtes 44

, em 1998, comparou o desempenho do exame clínico visual, FOTI e

exame radiográfico interproximal para o diagnóstico de lesões de cárie oclusal

dentinária e de lesões cavitadas e lesões pré-cavitadas proximais in vivo. O estudo foi

realizado em 36 pacientes com idades de 11 a 21 anos, independentemente por dois

examinadores calibrados por método. A validação da presença de cárie foi obtida pelo

diagnóstico de consenso entre dois examinadores após a invasão oclusal por meio da

inspeção visual-tátil e de corante fucsina básica em propilenoglico a 0,5% e após

separação dentária pelo exame visual direto e moldagem em silicona de adição das

proximais afastadas com separador de Elliot. Os valores encontrados para superfícies

oclusais foram de 0,82 para o examinador 1 e 0,74 para o examinador 2 em relação à

concordância intra-examinadores e 0,84 para concordância inter-examinadores (kappa)

quanto ao exame clínico visual. Para o exame com o FOTI, os valores encontrados

foram de 0,81 para o examinador 1 e 0,67 para o examinador 2 em relação à

concordância intra-examinadores e 0,61 para a concordância inter-examinadores

(kappa). Em relação ao exame radiográfico, os valores encontrados foram de 0,96 para o

examinador 1 e 0,88 para o examinador 2 em relação à concordância intra-

examinadores e 0,86 para concordância inter-examinadores (kappa) Para as superfícies

oclusais, o exame clínico visual e FOTI apresentaram um desempenho moderado e

similar para o diagnóstico de cárie dentinária; o exame radiográfico interproximal

detectou quase tantas lesões de cárie dentinárias oclusais quanto o FOTI, porém a

expensas de uma proporção considerável de resultados falso positivos, o que na prática

induziria a sobre tratamento restaurador; o exame clínico visual e FOTI apresentaram-se

superiores no diagnóstico de oclusais saudáveis. Os valores encontrados para superfícies

proximais foram de 0,85 para o examinador 1 e 0,83 para o examinador 2 em relação à

concordância intra-examinadores e 0,84 para concordância inter-examinadores (kappa)

quanto ao exame clínico visual. Para o exame com o FOTI, os valores encontrados

foram de 0,98 para o examinador 1 e 0,95 para o examinador 2 em relação à

concordância intra-examinadores e 0,92 para a concordância inter-examinadores

(kappa). Em relação ao exame radiográfico, os valores encontrados foram de 0,92 para o

examinador 1 e 0,91 para o examinador 2 em relação à concordância intra-

examinadores e 0,92 para concordância inter-examinadores (kappa). Para superfícies

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proximais, quanto maior a profundidade da lesão para qualquer método, maior a

probabilidade da presença da cavidade; uma quantidade considerável das superfícies

diagnosticadas como saudáveis ou com cáries em esmalte para os três métodos e como

cáries superficiais em dentina nos exames radiográfico e FOTI representavam lesões de

manchas brancas ou pigmentadas não cavitadas.

Para comparar o desempenho do FOTI, da inspeção visual e do exame

radiográfico na detecção de cárie oclusal e estimar a profundidade das lesões, Côrtes et

al. 8 , em 2000, realizaram um estudo in vitro, utilizando a secção histológica como

validação. Os autores concluíram que o método radiográfico mostrou-se deficiente na

detecção de lesões confinadas ao esmalte. O FOTI, a inspeção visual e o exame

radiográfico apresentaram boa correlação com o exame histológico, apresentando

dificuldade na distinção entre lesões profundas no esmalte e as do terço externo de

dentina. O FOTI mostrou-se tão preciso quanto a inspeção clínica detalhada na detecção

de lesões oclusais.

Deery et al. 45

, em 2000, testaram a viabilidade do exame clínico visual para

detecção de lesões cariosas em superfícies proximais e oclusais, FOTI, separação

dentária e detector elétrico de cárie in vivo em um levantamento epidemiológico ou

estudo clínico. A amostra consistiu em 182 adolescentes. Os pontos de corte utilizados

foram D3(cárie em dentina) e D1(cárie em esmalte e dentina). O FOTI, como método

adicional ao exame visual, acrescentou 40%, enquanto a separação dentária acrescentou

53%. A separação dentária julgou 38% mais superfícies como cariadas quando

comparada ao FOTI. Por outro lado, 57 superfícies consideradas cariadas pelo FOTI

(17,5% do total de superfícies detectadas) foram julgadas como sadias após a separação

dentária. Todos os métodos de diagnóstico utilizados foram viáveis sob condições de

um levantamento epidemiológico ou estudo clínico e contribuíram para

complementação dos dados do exame visual.

Vaarkamp et al. 46

, em 2000, avaliaram oito estudos , selecionando como fonte

de pesquisa a MEDLINE, num intervalo de janeiro de 1985 a março de 1999,

comparando o desempenho do exame radiográfico interproximal à transiluminação por

fibra ótica no diagnóstico de lesões de cárie proximais. Devido à ausência de um

“padrão-ouro”, estudos clínicos comparando as duas técnicas trazem informações

válidas a respeito do desempenho no diagnóstico de ambas. Como critério de inclusão,

os artigos deveriam determinar os valores de concordância entre o exame radiográfico

interproximal e os escores dos valores de transiluminação por fibra ótica. Além disso, os

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estudos deveriam ser in vivo. A idade dos pacientes variou entre 5 e 43 anos, e tanto

dentes decíduos como permanentes foram incluídos. A amostra dos estudos basicamente

era formada de pré-molares e molares, apesar de alguns estudos incluírem caninos.

Todos deveriam ter a respectiva aprovação do comitê de ética, e consentimento para a

utilização do exame radiográfico. O ponto de corte foi cárie em dentina. Como

resultado, os autores encontraram valores de sensibilidade variando entre 1,00 e 0,71

para o exame radiográfico e 0,70 e 0,50 para a transiluminação por fibra ótica. Ambas

as especificidades ficaram entre 1,00 e 0,99. Os autores concluíram que as duas técnicas

possuem especificidades comparáveis, mas a transiluminação por fibra ótica apresentou

sensibilidade mais baixa que o exame radiográfico.

Novaes et al. 47

, em 2009, compararam in vivo a inspeção visual, o exame

radiográfico e um aparelho de fluorescência a laser em forma de caneta (LFpen) na

detecção de lesões cariosas proximais em molares decíduos. Dois examinadores

avaliaram 621 superfícies proximais A separação dentária foi utilizada como método de

validação. Tendo a presença de lesão não cavitada como ponto de corte, nenhum

método apresentou bom desempenho (sensibilidade: visual 0,20 a 0,21; exame

radiográfico 0,16 a 0,23; LFpen 0,16; especificidade: visual 0,95; exame radiográfico

0,99-1,00; LFpen 0,94-0,96). Na detecção de lesão cavitada, a LFpen e o exame

radiográfico demonstraram valores maiores de sensibilidade (0,55 a 0,65 e 0,65 a 0,70,

respectivamente) quando comparados a inspeção visual (sensibilidade 0,30) Todos os

métodos apresentaram especificidade alta (cerca de 0,99). Em conclusão, tanto a LFpen

quanto o exame radiográfico apresentaram desempenho similar na detecção de presença

de cavitação em superfícies proximais de molares decíduos, ambos superiores ao exame

visual isolado.

Diversos critérios têm sido descritos para classificar as lesões cariosas através

do exame clínico. Em uma revisão de literatura sobre o assunto, publicada em 2004,

foram incluídos 29 artigos apresentando, cada um deles, diferentes sistemas de escores e

critérios para detecção de lesões de cárie coronárias, publicados entre 1950 e 2000, que

se diferenciavam muito, como por exemplo, avaliando ou não de atividade da lesão,

avaliando somente o estágio cavitado, ou ainda a forma e tipo correto de utilização da

sonda exploradora 48

. Independente de algumas diferenças em relação aos critérios de

diagnóstico, a maioria dos autores considera a cárie como um processo contínuo e,

portanto, propõe que as lesões cariosas sejam classificadas de acordo com o seu estágio

de progressão. Desde a década de 50, alguns autores já sugeriam que as modificações

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iniciais do esmalte dental ocasionadas pelo processo carioso fossem registradas, ou seja,

que as lesões não cavitadas deveriam ser consideradas durante o exame clínico dos

dentes. Apesar disso, o diagnóstico de lesões cariosas durante muito tempo concentrou-

se em registrar somente as lesões cavitadas, sendo o exame tátil com a sonda

exploradora a principal ferramenta de diagnóstico. Isto se deveu, principalmente, à

crença de que o diagnóstico de lesões não cavitadas apresenta baixa reprodutibilidade 48

.

O índice CPO, proposto por Klein e Palmer em 1937, é um dos métodos mais

utilizados no mundo. Quando a unidade de medida é o dente permanente, temos o índice

CPO-D, ou seja, Dentes Cariados, Perdidos e Obturados. O índice CPO-S, cuja unidade

de medida é a superfície, é uma alternativa mais precisa e refinada. Esse índice ganha

significado e utilidade em estudos epidemiológicos em áreas de baixa prevalência de

carie devido à sua maior sensibilidade e poder de descriminação. Em idades avançadas,

o CPO-S tende à saturação, perdendo sua capacidade inicial de discernimento pela

grande quantidade de superfícies afetadas. Para dentição temporária, os índices são

identificados com letras minúsculas, denominando-se respectivamente ceo-d e ceo-s 49

.

O método proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1997, que registra

somente as lesões que já atingiram o estágio cavitado passou a ser largamente adotado

em levantamentos epidemiológicos e em estudos clínicos avaliando a cárie dentária 49

.

Entretanto, o melhor entendimento do processo carioso, somado à diminuição da

prevalência de cárie e a desaceleração na taxa de progressão das lesões cariosas,

conduziram ao reconhecimento da importância do registro de lesões iniciais não

cavitadas 17

.

Nyvad et al.17

, em 1999, propuseram um critério de diagnóstico de cárie

diferenciando lesões ativas de lesões inativas, com escores de 0 a 10 e avaliaram, in

vivo, 50 crianças num período de três anos. Os pontos de corte utilizados pelos autores

foram os seguintes: sadio versus cariado (cariado incluía todas as alterações visíveis);

ativo versus inativo (lesões cavitadas e não-cavitadas); nível da cavidade (lesões de

cárie não-cavitadas e lesões de cárie com descontinuidade registradas como sadias);

nível de descontinuidade (lesões de cárie não cavitadas registradas como sadias), e nível

de cavidade de acordo com a OMS (lesões de cárie não cavitadas e cavidades com

tecido dentário endurecido registradas como sadias). Os autores encontraram valores de

kappa intra-examinador de 0,74 a 0,85, inter-examinadores de 0,78 a 0,80 e

concordância no diagnóstico de cárie entre 94 e 96%, o que demonstrou que, mesmo

utilizando um critério incluindo lesões não cavitadas, podem ser encontrados valores

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altos de reprodutibilidade. As autoras enfatizam que estudos longitudinais estão sendo

realizados para monitoramento de atividade de lesão cariosa e avaliação desse novo

critério.

Dada a importância do diagnóstico clínico de cárie e a divergência de

diagnóstico entre profissionais, pesquisadores em cariologia, epidemiologistas e

odontólogos restauradores desenvolveram o International Caries Detection and

Assessment System (ICDAS) que representa um sistema internacional para avaliação e

detecção de cárie dentária. O ICDAS foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores

de várias nacionalidades para integrar vários sistemas de critérios dentro de um único

sistema padrão para detecção clínica de cárie. Pelo ICDAS, é possível a determinação

de quando uma superfície dentária desde mudanças clínicas precoces no esmalte, devido

à desmineralização, até cavidades extensas. O sistema classifica o estado de cada

superfície dentária quanto à presença de cárie utilizando sete escores em escala de

profundidade da lesão, os quais variam de zero (hígida) a seis (cavitação extensa) e foi

dividido em seções: porção coronária (sulcos e fissuras, mesial-distal, e lingual-bucal),

cáries radiculares e cáries associadas a restaurações e selantes 3. Está disponível o

acesso via internet do site da ICDAS foundation50

onde é possível obter literatura

recomendada atualizada, além do manual com os critérios fundamentais para a

compreensão e utilização do ICDAS em ensino, epidemiologia/saúde pública, pesquisa

clínica e na prática clínica. A partir de 2005, o critério de classificação das lesões de

cárie quanto à atividade foi acrescentado ao ICDAS, dando origem ao ICDAS II 12

.

Em um levantamento epidemiológico, Kühnisch et al. 52

, em 2008, compararam

o resultado do diagnóstico dos critérios da OMS, ICDAS II, mensuração com

fluorescência à laser, presença de placa e rugosidade como escores de atividade em

fissuras oclusais e sulcos vestibulares/palatinos de primeiros molares permanentes. O

estudo incluiu 311 crianças de 8 a 12 anos de idade. A situação da lesão cariosa da

superfície foi registrada de acordo com o critério da OMS51

(1997). Adicionalmente,

foram documentados selantes de sulcos e fissuras, o critério visual do ICDAS II, as

leituras do DIAGNOdent, a retenção de placa e a rugosidade superficial. O valor de

CPO.S foi, em média, de 1,0 (±2,5) superfícies dentárias afetadas por cárie . Cerca de

70% dos estudantes examinados não possuíam lesões dentinárias evidentes na dentição

permanente (CPOD=0). Selantes foram encontrados, em média, em 1,4 (±1,7)

superfícies oclusais e em 0,4 (±0,9) sulcos palatinos/bucais. Em média, lesões cariosas

não cavitadas foram registradas de acordo com o ICDAS II (escores 1 a 4) em 1,8 (±1,6)

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fissuras e 1,5(±1,4) sulcos, e somente 15% das crianças não apresentaram nenhum sinal

de processo carioso em sulcos e fissuras. A comparação dos métodos de diagnóstico

sugere uma relação diretamente proporcional entre os escores altos do ICDAS II (≥ 4,

caracterizando lesão em dentina), valores mais altos de leitura do DIAGNOdent (˃ 31,

lesões dentinárias profundas) além de um acréscimo na presença de placa e no número

de superfícies apresentando rugosidade, esses dois últimos dados foram provenientes de

um estudo piloto a fim de determinar a relação que esses parâmetros exerceram na

atividade de lesões oclusais não cavitadas. Os autores concluíram que o estudo mostrou

o potencial de diagnóstico do critério ICDAS II em comparação ao tradicional critério

da OMS por meio da detecção adicional de lesões cariosas não-cavitadas. Quando foi

utilizado o critério ICDAS II in vivo o DIAGNOdent não forneceu detecções adicionais

no diagnóstico, somente um custo e trabalho extra. A presença de placa fornece uma

relação de etiologia da lesão correlacionando com a avaliação da atividade da mesma.

Quanto à aspereza superficial, os autores sugerem que mais trabalhos devam ser

desenvolvidos a fim de se obter contribuições conclusivas.

A avaliação da reprodutibilidade inter e intra-examinador e a precisão na

detecção e avaliação de lesões cariosas oclusais in vitro, utilizando o ICDAS II como

critério, foi o objetivo do estudo de Jablonski-Momeni et al. 53

, em 2008.

Primeiramente, as superfícies oclusais dos 100 dentes foram avaliadas visualmente por

quatro examinadores utilizando os escores do ICDAS II de 0 a 6. Em seguida, os dentes

foram submetidos a secções histológicas e avaliados pela profundidade da lesão através

de dois sistemas de classificação histológica. Como resultado, os valores de kappa

ponderado utilizando-se o ICDAS II obtidos na reprodutibilidade inter-examinadores

variou de 0,62 a 0,82 e intra-examinadores variou de 0,74 a 0,83. No nível de

diagnóstico D1 (lesões de esmalte e dentina) a especificidade variou de 0,74 a 0,91 e a

sensibilidade de 0,59 a 0,73. No nível de diagnóstico D3 (lesões dentinárias), a

especificidade variou de 0,82 a 0,94 e a sensibilidade de 0,48 a 0,83 para os 4

examinadores. Concluindo, o ICDAS II demonstrou reprodutibilidade e precisão

diagnóstica na detecção de lesões de cárie na superfície oclusal nos variados estágios do

processo da doença, que pôde ser comparado a dados prévios utilizando sistemas de

classificação similares. Treinamento mais intenso e exercícios de calibração podem

melhorar ainda mais a reprodutibilidade e a precisão.

Rodrigues et al. 54

, em 2008, compararam o desempenho de métodos baseados

em fluorescência (fluorescência a laser – LF e LFpen e câmera de fluorescência – FC),

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exame radiográfico (BW) e o ICDAS II em superfícies oclusais, em 119 molares

avaliados duas vezes por 2 dentistas experientes utilizando a secção histológica como

padrão ouro. A sensibilidade para cárie dentinária foi de 0,86 (FC), 0,78 (LFpen), 0,73

(ICDAS II), 0,51 (LF) e 0,34 (BW). A especificidade foi 0,97 (BW), 0,89 (LF), 0,65

(ICDAS II), 0,63 (FC) e 0,56 (LFpen). A correlação com exame histológico foi 0,53

(LF), 0,52 (LFpen), 0,41 (FC), 0,59 (ICDAS II) e 0,57 (BW). Os valores de

reprodutibilidade de kappa para o ICDAS II foram 0,51 (inter-examinadores) e 0,61

(intra-examinador). O kappa para o exame radiográfico foi de 0,50 (inter-examinadores)

e 0,62 (intra-examinador). LFpen, FC e ICDAS II apresentaram melhor sensibilidade e

LF e BW melhor especificidade. Os autores concluíram que o ICDAS II combinado ao

exame radiográfico apresentou o melhor desempenho, sendo a melhor combinação na

detecção de lesões cariosas em superfícies oclusais.

Diniz et al.55

, em 2009, realizaram um estudo in vitro com o objetivo de avaliar a

reprodutibilidade inter e intra-examinador e a precisão do ICDAS II na detecção de

lesões cariosas oclusais. Para tal, 163 molares foram avaliados de forma independente

duas vezes por dois examinadores experientes usando os escores 0 a 6 do ICDAS II

(desde nenhuma alteração visível até cavidade extensa evidente). A secção histológica

foi utilizada como padrão-ouro, onde foram encontrados os seguintes resultados: dos

163 sítios oclusais, sete não apresentaram lesões cariosas, 12 apresentaram lesões

cariosas na metade externa do esmalte, 67 na metade interna do esmalte, 47

apresentaram lesões dentinárias e 30 lesões dentinárias profundas (de acordo com a

classificação histológica de Lussi et al.18

). De acordo com Ekstrand et al 38

, os

resultados foram os seguintes: sete sítios não apresentaram lesões cariosas, 11

apresentaram lesões cariosas na metade externa do esmalte, 107 na metade interna do

esmalte, 21 apresentaram lesões dentinárias e 17 lesões dentinárias profundas. Na

classificação histológica de Lussi et al.18

, a sensibilidade foi 0,91 e 0,75, a

especificidade foi 0,47 e 0,62 e a precisão, 0,86 e 0,68 para D2 e D3, respectivamente.

Na classificação histológica de Ekstrand et al.38

, a sensibilidade foi 0,99 e 1,00, a

especificidade foi 1,00 e 0.69 e a precisão, 0,99 e 0,76 para D2 e D3, respectivamente. A

área abaixo da curva ROC (Az) variou de 0,54 a 0,73. Os valores de kappa não-

ponderado para reprodutibilidade inter e intra-examinador foram 0,51 e 0,58 a 0,59,

respectivamente. Os autores concluíram que o ICDAS II pôde ser considerado um

sistema útil, de fácil utilização e claramente definido pelos escores na detecção visual de

lesões de cárie. Entretanto, os autores sugerem que mais pesquisas são necessárias para

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validação do sistema ICDAS II quanto à atividade de cárie assim como para a detecção

em superfícies lisas, in vitro e in vivo.

Em outro estudo in vitro com o objetivo de comparar o sistema Nyvad e o

ICDAS II em relação à severidade e atividade de lesões cariosas em superfícies oclusais

de dentes decíduos, Braga et al. 56

, em 2009, avaliaram a reprodutibilidade de ambos os

sistemas de diagnóstico de lesões cariosas, a acurácia desses sistemas em estimar a

profundidade das lesões e examinaram a associação entre o sistema Nyvad com o

ICDAS II. Duas amostras de dentes extraídos foram avaliadas independentemente por 2

examinadores (primeira amostra com 38 dentes e segunda amostra com 69). Não foi

possível a avaliação de placa do sistema Nyvad (estudo in vitro). Para os cálculos da

concordância (kappa ponderado), o sistema Nyvad foi reordenado na seguinte seqüência

de severidade: 0, 4, 1, 5, 2, 6 e 3. Como os escores 7 a 9 estão relacionados a superfícies

restauradas e tais superfícies não foram incluídas no estudo, esses escores não foram

utilizados. O sistema ICDAS II foi utilizado na seqüência normal, sem modificações (de

0 a 6). Para o sistema Nyvad, os valores de kappa para concordância inter-examinadores

foram de 0.96 e 0,99. Para o ICDAS II, os valores foram de 0,82 e 0,97 (inter-

examinadores). Para a concordância intra-examinador, os valores para o sistema Nyvad

foram de 0,96 e 0,98 e para o sistema ICDAS II, de 0,91 e 0,98. Em relação à correlação

de Spearman com secções histológicas, foram encontrados os seguintes valores: 0,73

para o sistema Nyvad e 0,78 para o ICDAS. Os autores concluíram que ambos os

sistemas visuais são confiáveis e podem estimar a profundidade das lesões cariosas na

superfície oclusal de dentes decíduos. Em condições in vitro, não foram verificadas

diferenças relevantes entre o sistema Nyvad e o ICDAS II na avaliação da atividade de

cárie.

Com o intuito de avaliar a viabilidade do uso do ICDAS II em levantamentos

epidemiológicos e compará-lo ao critério da OMS, Braga et al. 57

, em 2009, avaliaram

252 crianças utilizando o ICDAS II, o critério da OMS e dois examinadores. Os valores

de concordância intra-examinador para o treinamento in vitro obtidos foram de 0,70 a

0,83 para o critério da OMS e 0,60 a 0,79 para o sistema ICDAS II, e a concordância

inter-examinadores foi de 0,63 a 0,85 e 0,55 a 0,86 para o critério da OMS e ICDAS II,

respectivamente. A concordância inter-examinadores para o critério da OMS foi de 0,79

e para o critério ICDAS II variou de 0,57 (com ponto de corte de 0 – sadio e 1-6,

cariado), 0,60 (0 e 1 sadio, 2-6, cariado), 0,77 (0-2 sadio, 3-6 cariado) e 0,86 (0-3 sadio,

4-6 cariado). Contudo, a concordância intra-examinador durante os exames não foi

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calculada, pois necessitaria de uma visita extra da criança em um segundo dia. O

ICDAS II foi comparável ao critério padrão OMS quando o ponto de corte foi o escore

3 (escores 3 a 6 do ICDAS II associados a superfícies cariadas identificadas pelo critério

da OMS, onde o escore 3 representa uma descontinuidade do esmalte relacionado a

carie e 6 lesão dentinária evidente se estendendo por mais da metade da superfície).

Embora o exame pelo critério OMS seja mais rápido, o exame utilizando o ICDAS II

fornece informação sobre lesões não-cavitadas e gera dados comparáveis aos estudos

prévios que utilizaram o critério da OMS.

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2 PROPOSIÇÃO

O objetivo dessa dissertação é realizar uma análise comparativa in vivo da

detecção de lesões de cárie oclusal e proximal em dentes decíduos e permanentes por

meio do exame visual utilizando o critério ICDAS, o exame radiográfico e a

transiluminação por fibra ótica (FOTI).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Desenho do estudo e amostra

O estudo foi do tipo transversal analítico e a amostra foi caracterizada como uma

amostra de conveniência. Os indivíduos participantes do estudo foram selecionados

dentre os alunos matriculados na Escola Municipal República Argentina e Escola

Municipal Madrid (Rio de Janeiro, RJ). Foram considerados elegíveis para o estudo

todos os alunos com idade entre 08 e 18 anos, exceto aqueles com algum tipo de

incapacidade física ou mental que os impedisse de cooperar com os exames.

O total de alunos da Escola Municipal República Argentina e Escola Municipal

Madrid considerados elegíveis era de 754. A presença pelo menos uma lesão dentinária

durante a triagem prévia foi estabelecida como critério de inclusão do aluno no estudo.

3.2 Aspectos éticos

A participação no estudo foi voluntária. Foi solicitada a autorização do

responsável, por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido

(apêndice E). Todos os participantes receberam um kit de higiene bucal (composto de

escova e pasta dental) e foram instruídos quanto à prática da escovação dentária. Como

os exames foram realizados na clínica odontológica da própria escola, os achados do

exame foram mantidos na ficha do aluno e aqueles que necessitavam serão chamados

para tratamento conforme a demanda.

A aprovação do Comitê de Ética em pesquisa encontra-se no anexo A.

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3.3 Coleta de dados

3.3.1 Avaliação piloto e triagem para inclusão no estudo

A avaliação piloto dos estudantes consistiu no exame de 40 adolescentes

elegíveis, selecionados aleatoriamente, utilizando o FOTI Microlux para verificação

clínica da presença de cárie. Foi constatado que cerca de 10% apresentavam lesão

envolvendo dentina. Dada a baixa prevalência de cárie dentinária encontrada na

avaliação piloto, decidiu-se realizar uma triagem dos indivíduos.

A triagem dos pacientes elegíveis foi realizada em sala de aula, utilizando-se o

FOTI Microlux. A presença ou a suspeita de pelo menos uma lesão cariosa em dente

permanente envolvendo dentina foi estabelecida como critério de inclusão do paciente

no estudo.

3.3.2 Treinamento e calibração do examinador

Os métodos utilizados tanto na calibração quanto no experimento definitivo para

detecção de cárie foram os exames visual (critérios ICDAS), transiluminação por fibra

ótica (aparelhos FOTI Schott® e FOTI Microlux®) e exame radiográfico. Os critérios e

procedimentos dos exames encontram-se descritos no item 3.3.3.1.

O treinamento do examinador foi iniciado pela leitura e discussão dos critérios

de diagnóstico das lesões cariosas. A descrição dos critérios foi realizada em conjunto

por um examinador experiente (DFC) e pelo examinador do estudo (RJA). Ainda como

parte do treinamento, 11 indivíduos foram examinados separadamente pelos dois

examinadores. As discordâncias entre ambos foram, então, observadas durante reexame

em conjunto para que os critérios fossem discutidos durante a prática dos exames.

Após o treinamento, foi iniciada a etapa da calibração, durante a qual 20

pacientes não incluídos nos exames definitivos foram examinadas pelos dois

examinadores separadamente. Primeiramente, o paciente recebia escovação dentária

profissional; logo após, as radiografias eram realizadas por um auxiliar. Em seguida, o

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indivíduo era examinado por um dos examinadores com um aparelho de FOTI,

selecionado aleatoriamente, e, em seguida, pelo outro examinador com o outro

equipamento FOTI. As anotações eram realizadas por auxiliares treinados em fichas

próprias (apêndices F e G). Na semana seguinte, o mesmo paciente era examinado pelos

dois examinadores, com o aparelho de FOTI que não havia sido utilizado pelo operador

na semana anterior.

O teste estatístico kappa ponderado quadrático foi aplicado para avaliação da

reprodutibilidade inter-examinadores para os exames ICDAS, FOTI Schott®, FOTI

Microlux® e exame radiográfico. Em função da disponibilidade de dados (item 3.3.3.1),

a reprodutibilidade intra-examinador (RJA) para o ICDAS foi também calculada. Foi

verificada uma concordância quase perfeita 56

, acima de 0,80, dando suporte ao inicio

dos exames definitivos.

3.3.3 Exames definitivos

3.3.3.1 Procedimentos de Exame

Os exames foram realizados por um único examinador treinado e calibrado nos

métodos adotados no estudo (RJA) e as anotações foram realizadas por auxiliares

treinados em fichas apropriadas (apêndices F e G). Foram examinadas todas as

superfícies dos molares, pré-molares e incisivos permanentes. As superfícies oclusais

dos molares superiores permanentes eram divididas em dois sítios de exame (OM e

OD), separadas pela ponte de esmalte. Cicatrículas e fissuras em superfícies linguais de

molares e incisivos permanentes superiores e em superfícies vestibulares dos molares

inferiores (identificadas nas fichas clínicas como “P” – “Pit”)”, eram considerados como

superfícies independentes nos exames ICDAS, FOTI Schott® e FOTI Microlux® Para

as crianças em fase de dentição mista, também foram examinadas todas as superfícies

dos molares decíduos. A cada dia de exame, os indivíduos recebiam escovação

profissional para remoção de biofilme dental. No primeiro dia de exame, era realizado o

exame visual com ICDAS, seguido pelo exame combinado FOTI/ICDAS (sendo

utilizado o aparelho Microlux® ou Schott®, aleatoriamente). Ao final, eram realizadas

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as radiografias por um auxiliar treinado. No segundo dia de exame, que acontecia com o

mínimo de uma semana de intervalo, era realizado o exame com ICDAS, seguido pelo

exame combinado FOTI/ICDAS com o aparelho não utilizado no primeiro dia de

exame. Durante a análise dos dados, apenas os resultados do ICDAS realizado no

primeiro dia de exame foram considerados.

Os quadros a seguir apresentam os critérios e escores não relacionados à

detecção de cárie para dentes (Quadro 1) e superfícies dentárias (Quadro 2) e que foram

aplicados durante os exames com todos os métodos de diagnóstico.

Quadro 1 - Descrição dos critérios não relacionados à detecção de cárie utilizados para

dentes

Escore de

dente Descrição dos critérios

U Não irrompido ou ausência congênita.

X Extraído aparentemente por cárie.

Y Extraído aparentemente por motivos ortodônticos.

Z Avulsionado ou coroa confeccionada por trauma.

P Parcialmente erupcionado: < ½ da oclusal (posteriores) ou < ½ da

coroa (anteriores).

R Raiz presente resultante aparentemente de cárie.

C Coroa aparentemente resultante de cárie.

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40

Quadro 2 - Descrição dos critérios não relacionados à detecção de cárie para superfícies

dentárias

3.3.3.2 Exame clínico visual com ICDAS

O exame visual foi baseado nos critérios propostos pelo ICDAS 57

, cujos

critérios para a detecção da presença e profundidade de cárie encontram-se descritos no

quadro 3. Seguindo as recomendações do manual ICDAS 57

, o exame foi realizado sob

luz artificial, utilizando ar comprimido para secagem dos dentes em equipamento

odontológico após remoção completa do biofilme dental (figura 1).

Escore de

superfície Descrição dos critérios

F Restauração presente ou perdida, temporária ou definitiva

N Impossibilidade de exame: superfície parcialmente irrompida (< ½);

sangramento gengival, cálculo, etc.

S Selante

T Traumatismo: fratura por trauma, restaurada ou não

B Presença de banda ortodôntica

H Hipoplasia: dente com anatomia anormal, hipoplasia ou opacidade,

dificultando correta inspeção visual

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Escore Descrição do escore

0 Nenhuma alteração visível após 5 segundos de secagem ou múltiplas pigmentações

não compatíveis com lesão cariosa (em oclusais, pigmentação estreita restrita à

fissura).

1 Opacidade branca ou descoloração (lesão branca ou marrom) visualizada após 5

segundos de secagem ou em oclusais opacidade branca confinada à fissura não

compatíveis com aparência de esmalte sadio.

2 Opacidade branca ou descoloração (lesão branca ou marrom) visualizada mesmo

molhada ou em oclusais opacidade pigmentada larga na fissura não compatíveis

com aparência de esmalte sadio.

3 Quebra do esmalte por cárie associada à opacidade branca ou pigmentada, sem

dentina visível e sem sombra por cárie dentinária

4 Sombra decorrente da descoloração da dentina sob esmalte íntegro ou sob quebra

localizada do esmalte

5 Cavidade óbvia com exposição dentinária apresentando esmalte opaco ou com

descoloração

6 Cavidade extensa com exposição dentinária tanto em relação à profundidade quanto

em relação à largura, envolvendo pelo menos metade da superfície dentária.

Quadro 3 - Descrição dos critérios utilizados durante o exame visual ICDAS para detecção da

presença e profundidade de cárie

A figura 1 apresenta o exame visual ICDAS para dentes posteriores

Figura 1 – Exame visual ICDAS para dentes posteriores secos e limpos

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42

3.3.3.3 Transiluminação por fibra ótica (FOTI)

Foram utilizados dois tipos de aparelho de transiluminação: o FOTI Schott®

(KL 1500 LCD, Shott, Alemanha) e FOTI Microlux® (Microlux, AdDent, Estados

Unidos) (figuras 2 e 3). O FOTI Schott® apresenta uma ponta de 0,5 mm de diâmetro

(figura 3), autoclavável, trocada a cada paciente. O FOTI Microlux® apresenta uma

ponta de 3 mm de diâmetro (figura 3) e devido a seu tamanho e peso, tem a facilidade

da portabilidade e do fácil transporte. A transiluminação foi combinada aos critérios do

ICDAS da seguinte forma: a ponta do FOTI era posicionada perpendicular à superfície

vestibular ou lingual, com a luz do foco apagada. Primeiramente, era feita a iluminação

do elemento, com o dente molhado a uma distância de três centímetros e

posteriormente, era feita a transiluminação (figuras 4 e 5). Posteriormente, a região era

seca e novamente a iluminação e transiluminação eram realizadas. Os critérios de

diagnóstico quanto à presença e profundidade das lesões encontram-se descritos no

quadro 4.

A figura 2 apresenta os equipamentos FOTI Schott® e FOTI Microlux®

Figura 2 – Equipamentos FOTI Schott® e FOTI Microlux®

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43

A figura 3 apresenta as pontas dos equipamentos FOTI Schott® e FOTI

Microlux®

Figura 3 – Ponta dos equipamentos FOTI Schott® e FOTI Microlux®

A figura 4 apresenta o exame combinado do FOTI Schott®/ICDAS para dentes

posteriores

Figura 4 – Exame combinado FOTI Schott/ICDAS

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44

A figura 5 apresenta o exame combinado do FOTI Microlux®/ICDAS para

incisivos superiores

Figura 5 – Exame combinado FOTI Microlux®/ICDAS

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45

Quadro 4 - Descrição dos critérios utilizados durante o exame FOTI/ICDAS combinado para detecção da

presença e profundidade de cárie para equipamentos FOTI Schott® e FOTI Microlux®

3.3.3.4 Exame radiográfico

Para o exame radiográfico, foram realizadas quatro tomadas: duas interproximais

(esquerda e direita) e duas periapicais anteriores para os incisivos superiores. O exame

foi realizado com película KODAK Insight (Eastman Kodak, Rochester, USA),

utilizando posicionadores (Jon, São Paulo, Brasil), em aparelho Dabi Atlante (1,20

Escore

FOTI/ICDAS COMBINADO

OCLUSAL/PIT e V/L PROXIMAL

0

Escore 0 no ICDAS quando iluminado pelo

FOTI e ausência de sombra em dentina quando

transiluminado pelo FOTI

Ausência de sombra em esmalte e dentina

quando transiluminado pelo FOTI e escore

0 no ICDAS quando iluminado pelo FOTI.

1

Escore 1 no ICDAS quando iluminado pelo

FOTI e ausência de sombra em dentina quando

transiluminado pelo FOTI

Sombra na metade externa do esmalte

quando transiluminado pelo FOTI ou

sombra na superfície externa do esmalte

quando transiluminado pelo FOTI,

confirmado por opacidade branca quando

iluminado pelo FOTI

2

Escore 2 ou 2a no ICDAS quando iluminado

pelo FOTI e ausência de sombra em dentina

quando transiluminado pelo FOTI

Sombra atingindo metade interna do

esmalte quando transiluminado pelo FOTI

3

Ausência de sombra em dentina quando

transiluminado pelo FOTI e quebra do esmalte

por cárie associada à opacidade branca ou

pigmentada, sem dentina visível e sem sombra

por cárie dentinária quando iluminado pelo

FOTI

----------------------------------------------------

------------

4

Sombra laranja ou escura na dentina ou

bloqueio da luz quando transiluminado pelo

FOTI e sombra vindo da dentina sob esmalte

íntegro ou sob quebra localizada do esmalte

quando iluminado pelo FOTI

Sombra atingindo junção amelo-dentinária

quando transiluminado pelo FOTI,

confirmado ou não pelo escore 4 do

ICDAS quando iluminado pelo FOTI

5

Sombra laranja ou escura na dentina

perpendicular ao sulco em diâmetro ou bloqueio

da luz quando transiluminado pelo FOTI e

cavidade óbvia com exposição dentinária,

ambos envolvendo < metade da superfície

Sombra na metade externa da dentina

quando transiluminado pelo FOTI

associado ou não a cavidade com

exposição dentinária quando iluminado

pelo FOTI

6

Sombra laranja ou escura na dentina

perpendicular ao sulco ou bloqueio da luz

quando transiluminado pelo FOTI e cavidade

extensa com exposição dentinária, ambos

envolvendo > metade da superfície

Sombra na metade interna da dentina

quando transiluminado pelo FOTI

associado a cavidade com exposição

dentinária (> metade da superfície

comprometida) quando iluminado pelo

FOTI

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kVA, 70 kVP, 8mA, Ribeirão Preto, Brasil), com tempo de exposição de 1 segundo para

incisivos e 1,3 segundos para interproximais. A revelação foi feita por meio de

processadora automática (Modelo 9000, Dent-X, New York, USA). Todos os

indivíduos usaram avental de chumbo e colar de tireóide.

Depois de reveladas, as radiografias foram avaliadas em negatoscópio (lâmpada

fluorescente 32 W, luminância 1500 nits, Jon, São Paulo, Brasil), sem aumento, pelo

mesmo examinador, sem acesso aos achados do exame clínico. As superfícies avaliadas

foram classificadas de acordo com a profundidade da radiolucidez sugestiva de lesão de

cárie. Os critérios de Mejàre, Kallestal e Stelund 58

foram aplicados tanto para

superfícies proximais como para superfícies oclusais (Quadro 5). As anotações foram

realizadas em fichas apropriadas (apêndice H).

Escore Descrição dos critérios

0 Sem radiolucidez

1 Radiolucidez confinada à metade externa do esmalte

2 Radiolucidez na metade interna do esmalte sem ultrapassar a junção amelo-

dentinária

4 Radiolucidez penetrando na junção amelo-dentinária, porém sem

propagação evidente em dentina

5 Radiolucidez na metade externa da dentina

6 Radiolucidez na metade interna da dentina

Quadro 5 - Descrição dos critérios radiográficos utilizados para avaliar a presença e

profundidade de lesões cariosas

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A figura 6 apresenta o exame radiográfico interproximal direito e esquerdo,

respectivamente

Figura 6 - Exame radiográfico interproximal direito e esquerdo Legenda: figuras (a) e (b) - exames radiográficos interproximais direito e esquerdo

A figura 7 apresenta o exame radiográfico periapical direito e esquerdo,

respectivamente

Figura 7 - Exame radiográfico periapical direito e esquerdo

Legenda: figuras (a) e (b) - exames radiográficos periapicais direito e esquerdo

(a)

(a)

(b)

(b)

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48

3.3.3.5 Reprodutibilidade

Ao longo da pesquisa, 14% dos indivíduos foram reexaminados após intervalo

mínimo de uma semana a fim de se verificar a confiabilidade intra-examinador, com um

total de 10 pacientes reexaminados.

3.4 Análise estatística

A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa SPSS para Windows,

versão 8.0. A reprodutibilidade inter-examinadores e intra-examinador foi calculada

utilizando o teste de kappa ponderado quadrático62

.

Os achados dos métodos de diagnóstico foram expressos em números absolutos

e percentuais. Além disso, os métodos foram comparados utilizando o teste kappa

ponderado quadrático. Foi realizada a análise em separado de dentes permanentes e

decíduos, classificando-se as superfícies em superfícies proximais e superfícies de

cicatrículas e fissuras.

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4 RESULTADOS

4.1 Reprodutibilidade Inter- e Intra-examinador da calibração

A tabela 1 apresenta os valores de kappa ponderado quadrático resultante da

avaliação da concordância inter-examinadores (DFC e RJA) e intra-examinador para o

ICDAS (RJA) da calibração.

Baseando-se nos 7 níveis de diagnóstico (escore 0 ao escore 6), o valor do kappa

ponderado quadrático para a confiabilidade inter-examinadores foi 0,80 para o ICDAS,

FOTI Schott/ICDAS combinado e FOTI Microlux/ICDAS combinado e 0,83 para o

exame radiográfico. O valor de kappa para concordância intra-examinador foi 0,85.

Na seqüência da descrição dos resultados os métodos supracitados serão

denominados respectivamente ICDAS, Schott, Microlux e Radiografia.

Tabela 1-Valores de kappa ponderado quadrático inter-examinadores e intra-xaminador

(ICDAS) durante a calibração

Reprodutibilidade inter-examinador Reprodutibilidade

intra-examinador

Método de

detecção

ICDAS

(n= 1919)

Schott

(n= 1919)

Microlux

(n= 1919)

Radiografia

(n= 701)

ICDAS

(n= 1919)

Kappa

ponderado 0,80 0,80 0,80 0,83 0,85

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4.2 Amostra do experimento definitivo

Foram examinados 72 pacientes, 42 do sexo feminino e 30 do sexo masculino,

com idades entre 8 e 18 anos. As tabelas a seguir apresentam o número de superfícies e

sítios dentários considerados válidos (conforme quadros 3, 4 e 5), excluídas ou ausentes

(quadros 1 e 2) para cada método de exame para as dentições permanente (tabela 2) e

decídua (tabela 3).

Tabela 2 - Superfícies e sítios válidos, excluídos e ausentes para dentes permanentes

Superfícies Métodos de diagnóstico

ICDAS Schott Microlux Radiografia

Válidas 6.267 6.154 6.142 2.279

Excluídas 790 913 915 6.937

Ausentes 2.159 2.149 2.159

Total 9.216 9.216 9.216 9.216

Tabela 3 - Superfícies válidas, excluídas e ausentes para dentes decíduos

Superfícies Métodos de diagnóstico

ICDAS Schott Microlux Radiografia

Válidas 732 725 710 272

Excluídas 148 145 170 2.608

Ausentes 2.000 2.010 2.000

Total 2.880 2.880 2.880 2.880

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4.3 Comparação entre os métodos de detecção de cárie

4.3.1 Dentes Permanentes – superfícies de cicatrículas e fissuras

A tabela 4 apresenta o resultado do exame de 1.163 superfícies de cicatrículas e

fissuras de dentes permanentes (pré-molares e molares) que apresentaram dados válidos

concomitantes nos três métodos: ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux. Os 3 métodos

julgaram valores absolutos e porcentagens aproximadamente semelhantes para sadios

(escore 0), lesão de esmalte (escores 1,2 e 3) e lesão em dentina (escores 4,5 e 6).

Tabela 4 - Número absoluto e percentual de superfícies e sítios de cicatrículas e

fissuras considerados sadios, com lesão de cárie em esmalte e com

lesão em dentina segundo os métodos ICDAS, FOTI Schott e FOTI

Microlux

Diagnóstico das

superfícies de

cicatrículas e fissuras

em permanentes

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux

Sadia 958 930 951

(82) (80) (82)

Lesão em esmalte 156 178 160

(13) (15) (14)

Lesão em dentina 49 55 52

(4) (5) (4)

Total 1.163

(100)

1.163

(100)

1.163

(100)

A tabela 5 apresenta os resultados de superfícies de cicatrículas e fissuras de

dentes permanentes que apresentaram dados válidos concomitantes nos quatro métodos:

ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico. O exame radiográfico não

detectou nenhuma superfície como lesão de esmalte. Contudo, julgou que mais

superfícies apresentavam lesão em dentina quando comparado aos exames clínicos

(ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux). O número de superfícies consideradas sadias

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foi maior para o exame radiográfico, provavelmente pelo fato de lesões em esmalte não

terem sido detectadas por este método.

Tabela 5 - Número absoluto e percentual de superfícies e sítios de cicatrículas e fissuras

considerados sadios, com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina

segundo os métodos ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame

radiográfico

Diagnóstico das

superfícies de

cicatrículas e

fissuras em

permanentes

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux Radiografia

Sadia 545

(81)

530

(79)

547

(81)

620

(92)

Lesão em esmalte 94

(14)

107

(16)

91

(14) 0

Lesão em dentina 34

(5)

36

(5)

35

(5)

53

(8)

Total 673

(100)

673

(100)

673

(100)

673

(100)

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53

A diferença do exame radiográfico em relação aos outros métodos também se

refletiu na comparação entre métodos pelo kappa ponderado aplicado aos sete escores

da escala de critérios. Entre os três métodos clínicos (ICDAS, FOTI Schott e FOTI

Microlux), observou-se uma concordância quase perfeita (0,90 a 0,92)56

que decresceu

para substancial (0,64 a 0,65)56

quando os mesmos foram comparados ao exame

radiográfico (tabela 6).

Tabela 6 - Comparação entre os quatro métodos de detecção de cárie (ICDAS, FOTI

Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico) através do teste kappa

ponderado em superfícies e sítios de cicatrículas e fissuras de dentes

permanentes

Métodos ICDAS

X

Schott

ICDAS

X

Microlux

Schott

X

Microlux

ICDAS

X

Radiografia

Schott

X

Radiografia

Microlux

X

Radiografia

Kappa 0,90 0,92 0,90 0,65 0,64 0,64

Os métodos clínicos e o exame radiográfico concordaram em um pouco mais da

metade das superfícies consideradas como lesões em dentina. As discordâncias ficaram

distribuídas entre as superfícies julgadas como sadias ou lesões de esmalte (APÊNDICE

A).

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4.3.2 Dentes Permanentes – superfícies proximais

A Tabela 7 apresenta o resultado do exame de 2.275 superfícies proximais de

molares permanentes, pré-molares e incisivos permanentes que apresentaram dados

válidos concomitantes nos três métodos clínicos: ICDAS, FOTI Schott e FOTI

Microlux. Um maior número de superfícies foi julgado como tendo lesões em esmalte

pelo FOTI Schott e FOTI Microlux quando comparado ao ICDAS, o que representou

um aumento de pelo menos um terço no número destas lesões.

Tabela 7 - Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas

sadias, com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina

segundo os métodos ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux

Diagnóstico das

superfícies proximais

em dentes

permanentes

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux

Sadia 2.101 2.037 2.057

(92) (90) (90)

Lesão em esmalte 151 215 197

(7) (9) (9)

Lesão em dentina 23 23 21

(1) (1) (1)

Total 2.275

(100)

2.275

(100)

2.275

(100)

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A tabela 8 apresenta os resultados de superfícies proximais de dentes

permanentes para os quatro métodos: ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame

radiográfico.

O exame radiográfico foi o que julgou um menor número de superfícies como

lesões em esmalte dentre os quatro métodos. Para detecção de superfícies com lesão em

dentina, os quatro métodos apresentaram resultados semelhantes (tabela 8).

Tabela 8 -Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os métodos

ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico

Diagnóstico das

superfícies

proximais em

dentes

permanentes

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux Radiografia

Sadio 1139

(90)

1095

(87)

1108

(88)

1197

(95)

Lesão em

esmalte

106

(9)

150

(12)

139

(11)

43

(3)

Lesão em

dentina

18

(1)

18

(1)

16

(1)

23

(2)

Total 1.263

(100)

1.263

(100)

1.263

(100)

1.263

(100)

A concordância entre os métodos clínicos mostrou-se quase perfeito (0,82 a

0,86)56

pelo kappa ponderado aplicado aos sete escores, conforme pode ser verificado

na tabela 9. Mais uma vez, quando os métodos clínicos foram comparados ao exame

radiográfico, ocorreu uma diminuição da concordância, passando a moderada (0,53)56

entre o ICDAS e exame radiográfico e substancial (0,61 a 0,64)56

entre FOTI Schott e

FOTI Microlux comparados ao exame radiográfico.

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Tabela 9 - Comparação entre os quatro métodos de detecção de cárie (ICDAS, FOTI

Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico) através do teste kappa

ponderado em superfícies proximais de dentes permanentes

Métodos ICDAS

X

Schott

ICDAS

X

Microlux

Schott

X

Microlux

ICDAS

X

Radiografia

Schott

X

Radiografia

Microlux

X

Radiografia

Kappa 0,82 0,83 0,86 0,53 0,61 0,64

Da mesma maneira, nas superfícies proximais as discordâncias concentraram-se

entre superfícies sadias e lesões de esmalte. Entre os métodos clínicos, praticamente não

foram encontradas discordâncias quanto à presença de lesão em dentina. Entretanto,

quando os métodos clínicos foram comparados ao exame radiográfico, houve uma

discordância em 30% dos casos, nos quais o exame radiográfico julgou a superfícies

como lesão em dentina e os métodos clínicos como lesão de esmalte ou sadio (apêndice

B).

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4.3.3 Dentes Decíduos – superfícies oclusais

A tabela 10 apresenta os resultados de superfícies oclusais de molares decíduos

que apresentaram dados válidos concomitantes nos três métodos: ICDAS, FOTI Schott

e FOTI Microlux.

Os métodos clínicos (ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux) julgaram um

número e um percentual aproximadamente similar de superfícies sem lesão ou com

lesão de dentina (tabela 10).

Tabela 10 - Número absoluto e percentual de superfícies oclusais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os

métodos ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux

Diagnóstico das

superfícies oclusais

em molares decíduos

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux

Sadia

80 79 79

(69) (69) (69)

Lesão em esmalte

2 6 3

(2) (5) (3)

Lesão em dentina

33 30 33

(29) (26) (28)

Total 115

100

115

100

115

100

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A tabela 11 apresenta os resultados de superfícies oclusais de dentes decíduos

para os 4 métodos: ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico.

O exame radiográfico detectou um número pouco menor de lesões em dentina

quando comparado aos métodos clínicos. O número de lesões em esmalte foi pequeno

nos quatro métodos para permitir um achado conclusivo (tabela 11).

Tabela 11 - Número absoluto e percentual de superfícies oclusais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os métodos

ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico

Diagnóstico das

superfícies oclusais

em molares decíduos

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux Raio X

Sadia 53

(66)

53

(66)

52

(65)

59

(74)

Lesão em esmalte 2

(3)

3

(4)

2

(2) 0

Lesão em dentina 25

(31)

24

(30)

26

(33)

21

(26)

Total 80

(100)

80

(100)

80

(100)

80

(100)

O mesmo foi confirmado quando se avaliou a concordância entre métodos pelo

teste kappa não ponderado, embora esses valores tenham sido ainda maiores entre os

três métodos clínicos (0,97-0,99) em comparação ao exame radiográfico (0,88-0,91),

conforme pode ser verificado na tabela 12.

Tabela 12 - Comparação entre os 4 métodos de detecção de cárie (ICDAS, ICDAS +

FOTI Schott, ICDAS + FOTI Microlux e exame radiográfico) através do

teste kappa ponderado quadrático em superfícies oclusais de dentes

decíduos

Métodos ICDAS

X

Schott

ICDAS

X

Microlux

Schott

X

Microlux

ICDAS

X

Radiografia

Schott

X

Radiografia

Microlux

X

Radiografia

Kappa 0,99 0,97 0,97 0,90 0,91 0,88

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59

4.3.4 Dentes Decíduos – superfícies proximais

A tabela 13 apresenta os resultados de superfícies proximais de dentes decíduos

para os três métodos: ICDAS, FOTI Schott e Microlux.

De acordo com as tabelas 13 e 14, os quatro métodos apresentaram-se

semelhantes em relação ao número de lesões em dentina. Entretanto, um número

reduzido de superfícies foi considerado como tendo lesão em esmalte pelo exame

radiográfico em comparação aos métodos clínicos.

Tabela 13 - Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os métodos

ICDAS, FOTI Schott e FOTI Microlux

Diagnóstico das

superfícies proximais

em molares decíduos

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux

Sadia 223 224 224

(77) (77) (77)

Lesão em esmalte 24 23 23

(8) (8) (8)

Lesão em dentina 42 42 42

(15) (15) (15)

Total 289

(100)

289

(100)

289

(100)

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60

A tabela 14 apresenta os resultados de superfícies proximais de dentes decíduos

para os quatro métodos: ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico.

Tabela 14 - Número absoluto e percentual de superfícies proximais consideradas sadias,

com lesão de cárie em esmalte e com lesão em dentina segundo os métodos

ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico

Diagnóstico das

superfícies proximais

em molares decíduos

Métodos de detecção de cárie

n

(%)

ICDAS Schott Microlux Radiografia

Sadia 105

(68)

106

(69)

107

(70)

115

(75)

Lesão em esmalte 16

(10)

15

(10)

16

(10)

3

(2)

Lesão em dentina 33

(22)

33

(21)

31

(20)

36

(23)

Total 154

(100)

154

(100)

154

(100)

154

(100)

A tabela 15 apresenta os resultados da comparação dos quatro métodos de

detecção de cárie (ICDAS, FOTI Schott, FOTI Microlux e exame radiográfico).

Na análise de concordância entre métodos pelo kappa ponderado aplicado aos

sete escores da escala, os quatro métodos apresentaram valores considerados quase

perfeitos (0,80 a 0,98)56

. Entretanto, a avaliação de concordância entre métodos clínicos

e exame radiográfico tenha resultado nos menores valores de kappa (0,80 a 0,83).

Tabela 15 - Comparação entre os 4 métodos de detecção de cárie (ICDAS, ICDAS +

FOTI Schott, ICDAS + FOTI Microlux e exame radiográfico) através do

teste kappa ponderado em superfícies proximais de dentes decíduos

Métodos ICDAS

X

Schott

ICDAS

X

Microlux

Schott

X

Microlux

ICDAS

X

Radiografia

Schott

X

Radiografia

Microlux

X

Radiografia

Kappa 0,98 0,97 0,97 0,80 0,83 0,80

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61

O apêndice D demonstra que a principal discordância ocorreu quando os

métodos clínicos julgaram as superfícies como lesão de esmalte e o exame radiográfico

como sadias. Além disso, o exame radiográfico detectou um número um pouco maior de

lesões em dentina em superfícies julgadas sadias pelos métodos clínicos.

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62

4.4 Reprodutibilidade intra-examinador do experimento definitivo

A reprodutibilidade intra-examinador para os quatro métodos de detecção de

cárie para 10 pacientes e para todos os escores da escala de diagnóstico encontra-se

descrita na tabela 16 através da análise pelo kappa ponderado e pelo percentual de

concordância por escore.

Tabela 16 - Reprodutibilidade intra-examinador do experimento definitivo pelo kappa

ponderado e percentual de concordância por escore

Método de detecção

ICDAS

(n= 735)

Schott

(n= 722)

Microlux

(n= 720)

Radiografia

(n= 301)

Kappa 0,95 0,95 0,94 0,99

Percentual

de

concordância

por escore

Escore 0 97% 96% 95% 99%

Escore 1 --- 56% 55% ---

Escore 2 55% 42% 50% ---

Escore 3 --- --- --- ---

Escore 4 --- --- ---

Escore 5 --- --- --- ---

Escore 6 90% 95% 95% 87%

Nota: Os percentuais não foram calculados nos escores que apresentaram número

insuficiente de superfícies (n<6).

Pode ser verificada uma reprodutibilidade intra-examinador quase perfeita, com

valores de kappa superiores a 0,93 para todos os métodos.

Ao se realizar a avaliação por escore, as maiores concordâncias foram

encontradas para superfícies julgadas como saudáveis (escore 0; 95%) e como lesões

mais extensas em dentina (escore 6, >87%). Para as lesões em esmalte (escores 1 e 2),

os exames com FOTI Schott e FOTI Microlux apresentaram concordância entre 42% e

56% por escore, respectivamente; o ICDAS apresentou concordância de 55% no escore

2. Os demais escores apresentaram número insuficiente de superfícies para cálculo da

concordância.

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63

5 DISCUSSÃO

A cárie dentária é o resultado da interação complexa de múltiplos fatores que

interferem na relação entre o biofilme e a superfície dentária 13

Nas últimas décadas,

tem sido verificada uma redução na velocidade da progressão das lesões cariosas.

Entretanto, a menos que sejam controladas, as lesões podem continuar a progredir e

novas lesões podem desenvolver-se ao longo da vida. Assim, o que já foi considerado

como uma erradicação da doença pode ser considerada como uma postergação da época

da vida em que a doença se manifesta clinicamente como lesões cariosas cavitadas em

parte da população13

.

Principalmente em decorrência da ampla utilização de fluoretos, tornou-se mais

difícil a detecção de lesões cariosas tanto em superfícies oclusais quanto proximais, pois

o fluoreto auxilia na manutenção da integridade do esmalte, podendo apresentar lesão

dentinária subjacente a um esmalte aparentemente íntegro23,36,37,54

. Métodos de exame

mais sensíveis, que tenham a capacidade de detectar as lesões antes do estágio clínico

de cavitação tornaram-se de grande importância, tendo em vista o caráter reversível da

doença em seus estágios mais precoces. Sistemas de escores que identifiquem um maior

número de estágios de progressão das lesões – incluindo o estágio de pré-cavitação -

refletem melhor as mudanças reais na incidência de cárie na população atual. Além

disso, o diagnóstico de lesões de cárie ao nível de cavitação resulta numa subestimação

da experiência de cárie de uma determinada população 14

.

No Brasil, o último levantamento nacional indica que houve uma redução tanto

da prevalência como do número de dentes/indivíduo afetados por lesões cariosas

cavitadas. De acordo com os dados, o Brasil atingiu parte das metas propostas pela

OMS para o ano 2000, dentre as quais se destaca o índice CPO-D inferior a 3 aos 12

anos de idade 61

. Portanto, atualmente, os adolescentes brasileiros não apresentam um

número tão elevado de dentes com lesões cariosas avançadas. Durante o processo de

triagem para o presente estudo, lesões cariosas em dentes permanentes claramente

afetando dentina eram encontradas em 10 a 20% dos estudantes avaliados. Na Escola

Municipal Argentina, onde o estudo foi realizado, um programa odontológico funciona

desde 1985. As crianças e adolescentes assistidos contam com um programa de atenção

básica desde o pré-escolar que inclui, além de assistência odontológica, palestras

educativas com periodicidade semanal ministradas pelos acadêmicos de graduação em

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odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Devido a baixa prevalência

de lesões avançadas, fez-se necessária uma seleção prévia baseando-se em pelo menos

uma lesão de cárie dentinária para inclusão no estudo. Para possibilitar a adequada

comparação entre os métodos de diagnóstico de cárie, os indivíduos deveriam

apresentar lesões cariosas nos diferentes estágios de progressão.

Em decorrência da ausência de padronização dos critérios visuais para

diagnóstico de cárie encontrados na literatura e a dificuldade de comparações entre

estudos, um grupo de pesquisadores em cariologia de várias nacionalidades reuniu-se

criando o ICDAS (International Caries Detection and Assessment System). Esse sistema

tem o objetivo de integrar os diversos critérios existentes em um sistema padrão para

detecção e avaliação de cárie, que possa ser utilizado universalmente 12

.

Há um consenso de que, seja qual for o método de diagnóstico escolhido, este

deverá ter validade 46,56

e, por isto, diversos estudos in vitro vem testando a validade dos

métodos de detecção de cárie tendo o exame histológico como padrão-ouro

20,38,52,53,54,55,56. Na validação in vitro em dentes permanentes os resultados são variáveis,

sendo relatadas correlações variando de 0,43 a 082 para o ICDAS 53,54,55,56

e 0,57 a 0,78

para exame radiográfico interproximal 38,54

em oclusais e valores de sensibilidade de

0,59 para o exame radiográfico e 0,67 para o FOTI em proximais20

. Contudo, os

métodos de diagnóstico existem para serem aplicados in vivo 46,52,56

. Portanto, após

terem tido sua validade constatada em estudos in vitro, é necessário que os mesmos

sejam avaliados em estudos in vivo. Em estudos clínicos, a validação por meio de exame

histológico torna-se inviável 15

. O diagnóstico do verdadeiro estado da doença in vivo,

ou seja, a validação clínica do método de diagnóstico, é de difícil realização e

apresentam algum tipo de restrição. Ela pode ser obtida por intervenção (por exemplo,

por cirurgia ou preparo cavitário)44

porém que somente podem ser realizadas nos casos

positivos do diagnóstico, por estudos longitudinais que avaliem métodos de prevenção

e/ou controle de lesões cariosas 41

e pela utilização de separadores

elastoméricos33,34,43,45,47

ou mecânicos44

para permitir visualização direta ou moldagem

a fim de verificar a presença de cavitação em proximais. Mitropoulos9 utilizou o exame

radiográfico como método de validação e ao compará-lo ao FOTI, em estudo in vivo

avaliando superfícies proximais de dentes posteriores, encontrou valores de

sensibilidade de 0,73 e especificidade de 0,99. Entretanto, a utilização de métodos de

diagnóstico como método de validação in vivo é deficitária porque inclui os erros

inerentes àquele método (no caso citado, o exame radiográfico como validador do

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65

FOTI), não tendo sido mais aceita em estudos atuais. No presente estudo clínico foi

realizada a comparação entre métodos de diagnóstico de cárie para superfícies de

cicatrículas e fissuras e superfícies proximais em dentes decíduos e permanentes, não

sendo objetivada a validação clínica dos métodos pela inviabilidade prática de sua

execução.

Além de válido, um método de diagnóstico deve ser reprodutível, fazendo-se

necessária a avaliação da concordância intra e inter-examinadores. Ao se comparar

dados de reprodutibilidade, é necessário considerar diferenças em relação à análise.

Alguns estudos verificaram concordância com dados dicotômicos 56,57

(por exemplo,

agrupando os dados em cárie presente e cárie ausente), enquanto outros calculam a

concordância avaliando todos os escores da escala de diagnóstico47,52,53,54,55

. Quando o

sistema de escores apresenta mais de dois níveis, pode ser mais indicado empregar-se o

kappa ponderado, o qual atribui pesos às discordâncias encontradas, penalizando com

maior peso a maior a distância entre os escores da escala. Entretanto, nem todos os

estudos descrevem o tipo de kappa aplicado, o que dificulta a análise crítica dos

resultados obtidos. No sistema ICDAS os escores crescentes de 0 a 6 facilitam a

ponderação previamente citada, pois quanto maior o escore, maior é a gravidade da

lesão.

No presente estudo, a escala diagnóstica de todos os métodos apresentava

escores crescentes de profundidade de cárie, permitindo a aplicação do kappa

ponderado, sendo as escalas compatíveis entre si, o que permitiu a comparação entre

métodos por escore. A reprodutibilidade intra-examinador por método apresentou-se

quase perfeita, com valores de kappa ponderado superiores a 0,93 para todos os

métodos. Acredita-se que a principal razão para a obtenção de uma alta concordância

deve-se à calibração cuidadosa realizada entre o examinador do estudo e um

examinador mais experiente, que contou com extensa discussão teórica, seguida de

treinamento prático e discussão das divergências encontradas e, finalmente, dos testes

de concordância precedentes ao estudo definitivo. Previamente aos exames válidos, 20

crianças foram examinadas por ambos e os valores de kappa ponderado inter-

examinadores apresentaram valores quase perfeitos (kappa 0,80 a 0,83). O treinamento

completo, contendo exercícios de calibração, é imprescindível para o aumento dos

valores de concordância 51,55

. Braga et al.55

, entretanto, alega que os custos do estudo

aumentariam. Outros autores relatam ausência de concordância intra-examinadores

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66

como limitação de seus estudos devido à impossibilidade de uma visita extra do

paciente 47,57

.

O ICDAS tem tido sua reprodutibilidade testada principalmente através de

estudos in vitro. De modo geral, uma boa concordância intra-examinador (acima de

0,74) e inter-examinador (acima de 0,62) 47,52,53,55

tem sido observada, embora alguns

estudos tenham relatado concordância fraca a moderada (abaixo de 0,62) 54,55

. Estudos

sobre o exame radiográfico relatam valores de kappa variando entre: 0,55 e 0,96 para a

concordância intra-examinador20,36,44,54

e entre 0,45 e 0,92 para a concordância inter-

examinador 36,43,44,54

. Em relação à reprodutibilidade do exame realizado com o FOTI, a

literatura também apresenta valores divergentes. Alguns autores também observaram

valores altos de kappa intra ou inter-examinadores (>0,81), configurando o FOTI como

um método de alta reprodutibilidade in vivo 26,27,44

. Em outros estudos, no entanto, o

FOTI demonstrou reprodutibilidade mais baixa com valores de kappa de 0,65 in vitro 20

ou até <0,30 in vivo 43

. O treinamento e experiência do examinador é requisito

fundamental para obtenção de consistência nos exames com a transiluminação por fibra

ótica e sua deficiência justifica valores baixos de concordância8,44

.

Ao se analisar a concordância intra-examinador separadamente para cada escore,

foi encontrada uma alta reprodutibilidade (>87%) nas superfícies julgadas como

saudáveis, assim como para as lesões mais extensas em dentina para todos os métodos

(escores 0 e 6). Já o percentual de concordância para lesões em esmalte foi inferior,

variando de 42% a 56%. Braga et al. 57

avaliaram a concordância inter-examinadores

para o ICDAS II e encontraram valores de kappa crescentes de acordo com o ponto de

corte, variando de 0,57 a 0,86. Os autores observaram que a maioria das discordâncias

ocorreu entre escores para lesões não cavitadas e superfícies sadias. Nyvad et al. 17

observaram que aproximadamente 80% das discordâncias encontradas em seu estudo

envolviam superfícies sadias e lesões de cárie não cavitadas (ativas ou inativas). Ambos

os estudos corroboram os resultados encontrados no presente trabalho, onde foi

verificada maior dificuldade de consistência nos escores que incluíam a avaliação da

presença de manchas brancas e manchas pigmentadas. Entretanto, a detecção de lesões

antes do estágio clínico de cavitação é essencial pelo caráter reversível da cárie em seus

estágios mais precoces e pela subestimação da experiência de cárie de uma determinada

população quando o diagnóstico de lesões é realizado apenas ao nível mais avançado de

cavitação 14

.

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67

Tem sido relatado que o exame clínico visual isoladamente pode subestimar a

prevalência de cárie, como por exemplo, durante a detecção de lesões incipientes

proximais 29,30,33,34,36

. Além disso, devido ao ponto de contato, a inspeção visual direta é

dificultada 20

. Um exame clínico visual criterioso, realizado após remoção de biofilme e

secagem, baseado em um sistema de escores que identifica os diferentes estágios das

lesões, tal qual recomendado pelo ICDAS, pode melhorar a sensibilidade 53

. Métodos

adicionais como radiografias interproximais e transiluminação por fibra ótica (além da

separação dentária, monitor eletrônico de cáries e fluorescência a laser) auxiliam na

detecção de um maior número de superfícies apresentando lesões cariosas

8,9,10,20,24,26,33,34,36,37,40,42,45,47.

Em levantamentos epidemiológicos e outros estudos de campo, comumente o

exame radiográfico não pode ser utilizado. A transiluminação por fibra ótica tem sido

um dos métodos sugeridos como auxiliar 9,10,14,39

. É um procedimento simples, não

invasivo, indolor que pode ser utilizado repetidamente sem risco ou desconforto para o

paciente. Os estudos que viram benefícios do FOTI in vivo compararam exame clínico

visual realizado na cadeira comum com luz natural 41

ou cadeira odontológica com luz

do foco 9,10,27,42,44,45

. No presente estudo, assim como em estudos anteriores 9,43,44

, os

exames com o FOTI foram realizados na cadeira odontológica, sem a luz do foco

simulando uma condição de trabalho de campo.

O fato do exame com a transiluminação ter classificado maior número de lesões

que o exame radiográfico nas proximais de decíduos e nas oclusais e proximais de

permanentes, além de ter julgado mais lesões em esmalte proximal de permanentes que

o próprio ICDAS, dá suporte à recomendação da realização do exame clínico visual

criterioso sob a iluminação do FOTI combinado à transiluminação das superfícies pelo

mesmo onde não se disponha de exame radiográfico, em especial em estudos clínicos,

levantamentos epidemiológicos ou situações onde o exame radiográfico não se encontre

recomendado pela radiação ionizante ou outros motivos. Mitropoulos 9 e Côrtes et al.

8

já haviam sugerido que o FOTI poderia ser utilizado não somente para a

transiluminação, mas também como fonte de luz para a iluminação do campo a ser

examinado. O FOTI Microlux®, recentemente introduzido no mercado, mostrou

resultados próximos ao já tradicional FOTI Schott®. Entretanto, o novo equipamento de

FOTI Microlux® apresenta vantagens relacionadas à praticidade de seu manuseio,

como a maior portabilidade e a fonte luminosa apresentando maior intensidade. O

aparelho possui ponta de fibra ótica de 3 mm (em contraste com a ponta de 0,5mm do

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equipamento Schott®) e não necessita de eletricidade por ser suprido por baterias.

Davies et al.26

, em 2001, ressaltaram que, devido ao fato do FOTI ter auxiliado na

detecção de lesões dentárias, o grupo de examinadores participantes no seu estudo

comprariam o aparelho se fosse fabricado um tipo mais compacto e com um custo mais

acessível do que o FOTI Schott® então utilizado.

O exame visual ICDAS e os exames combinando a transiluminação ao exame

visual apresentaram resultados bastante semelhantes, com exceção das lesões em

esmalte proximal de permanentes. Além de se constituírem em exames clínicos visuais

que se diferenciavam pela adição da transiluminação, ambos foram realizados

sequencialmente por motivos de ordem prática, já que sua realização em dias separados

acarretaria maior ausência de sala de aula dos alunos participantes no estudo. Estudos in

vivo impõem certas dificuldades, porém são essenciais de serem realizados. A maioria

dos estudos encontrados na literatura a respeito do novo sistema visual ICDAS é in vitro

53,54,55,56, demonstrando a necessidade da realização de um maior número de estudo in

vivo.

A adição do FOTI ao exame visual aumentou o número de lesões em esmalte na

proximal de permanentes, aumentando em pelo menos um terço o número destas lesões

em comparação ao que havia sido detectado pelo exame visual. Estudos anteriores

também relataram que o FOTI identificou um maior número de lesões em esmalte que

não seriam vistas no exame clínico e/ou no exame radiográfico 9,10,26,42,44

. Por outro

lado, outros estudos não mostraram benefício significativo de métodos adicionais como

o exame radiográfico e a transiluminação 20,27,43,45,46

. No presente estudo, a

transiluminação foi combinada ao exame visual ICDAS, o que dá suporte à hipótese de

que este acréscimo se deva às lesões em esmalte que somente foram identificadas

quando transiluminadas pelo FOTI.

Já o exame radiográfico foi o que julgou um menor número de lesões em

esmalte nas mesmas proximais de permanentes. Vaarkamp et al. 46

também encontraram

dados semelhantes para lesões confinadas ao esmalte. Contudo, diversos autores

afirmam que um maior número de lesões proximais é identificado quando há a

complementação do exame radiográfico ao exame clínico 13,29,30,33,34

. O exame ICDAS

e o exame combinado FOTI/ICDAS, aplicados no presente estudo, apresentam escores

específicos para identificação de lesões mais iniciais em esmalte (manchas brancas e

manchas brancas que apenas podem ser visualizadas quando secas), o que pode

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justificar o fato destes terem observado maior número de lesões proximais em esmalte

em comparação ao exame radiográfico.

Para lesões em dentina nas proximais de permanentes, entretanto, os resultados

diferiram do que foi observado em relação às lesões em esmalte, já que o exame

radiográfico um número ligeiramente maior de leões que o exame visual e a

transiluminação.

Em decorrência dos resultados encontrados para proximais permanentes, foi

verificada uma alta concordância entre o exame visual e a transiluminação quando todos

os escores foram considerados, com valores de kappa ponderado superiores a 0,82. A

concordância, entretanto, diminuiu na comparação destes com o exame radiográfico

(kappa < 0,64).

Em relação às cicatrículas e fissuras de permanentes, o exame radiográfico não

detectou nenhuma lesão em esmalte, as quais foram amplamente identificadas pelos

outros métodos, o que está de acordo com estudos prévios 8,25,27,37,38,54

. Porém o exame

radiográfico julgou que um número maior de superfícies apresentava lesão em dentina

do que o ICDAS, o FOTI Schott e FOTI Microlux. Creanor et al. 37

avaliaram in vivo

superfícies oclusais de molares permanentes e encontraram que 1,4% dos 2.107 molares

superiores e 7,2% dos 2.288 molares inferiores avaliados como clinicamente sadios,

apresentavam lesões com envolvimento dentinário. Com relação à transiluminação no

presente estudo, o FOTI Schott aumentou ligeiramente o número de lesões oclusais em

dentina identificadas quando comparado ao ICDAS. Estudos relatam que a associação

de métodos tais como inspeção visual e FOTI ou inspeção visual e exame radiográfico

auxilia no poder de diagnóstico em lesões de cárie oclusal 7,20,24,36,37,39

.

Para cicatrículas e fissuras de permanentes, a concordância do exame

radiográfico com o exame visual e com a transiluminação apresentou valores de kappa

ponderado inferiores a 0,65. De um modo geral, no presente estudo, o exame visual e a

transiluminação apresentaram resultados muito semelhantes em relação ao número de

superfícies saudáveis, superfícies com lesão em esmalte e superfícies com lesão em

dentina, o que se refletiu na alta concordância entre estes métodos quando todos os

escores da escala de diagnóstico foram considerados (kappa > 0,90).

Em relação às oclusais de decíduos, os exames visual, a transiluminação e o

exame radiográfico julgaram um número similar de superfícies com lesão em dentina. O

número de lesões em esmalte foi pequeno para permitir um achado conclusivo. Braga et

al 56

avaliaram o ICDAS II em oclusais de molares decíduos in vitro com validação

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70

histológica e constataram que a maioria dos diagnósticos incorretos estava concentrados

na avaliação de superfícies sadias e superfícies com lesões iniciais. No presente estudo,

a concordância entre os métodos foi alta quando todos os escores da escala de

diagnóstico foram considerados, embora os valores de kappa tenham sido ainda maiores

entre os métodos clínicos (kappa >0,97), quando comparados aos valores obtidos na

comparação com o exame radiográfico (kappa <0,91).

Para proximais de decíduos, o exame visual, a transiluminação e o exame

radiográfico julgaram um número similar de superfícies com lesão em dentina.

Entretanto, um número reduzido de lesões em esmalte foi julgado pelo exame

radiográfico em comparação com os outros métodos, os quais se apresentaram

similares. Foi encontrada uma alta concordância entre métodos, com valores de kappa

ponderado maiores entre os métodos clínicos (>0,97) quando comparados ao exame

radiográfico (<0,83).

Por se tratar de um sistema de escores reprodutível e detalhado, que avalia desde

as mudanças mais sutis clinicamente de lesões não cavitadas em esmalte até cavidades

extensas em dentina, o ICDAS pode ser considerado um método aplicável por dentistas

em seus consultórios, em estudos clínicos e levantamentos epidemiológicos. A

combinação da transiluminação ao ICDAS, quando o FOTI é utilizado

concomitantemente tanto para a iluminação durante o exame visual quanto para o

diagnóstico por transiluminação das superfícies, é um método consistente que traz

benefícios práticos de utilização, em especial quando o exame radiográfico não possa

ser utilizado. Em especial, o novo aparelho de transiluminação Microlux mostrou-se

adequado para utilização por sua maior capacidade de iluminação e portabilidade que o

transiluminador tradicional. A adição da transiluminação ao ICDAS pode,

possivelmente, aumentar a detecção de lesões proximais em esmalte que não possam ser

identificadas apenas visualmente pela dificuldade clínica de acesso às proximais.

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71

6 CONCLUSÕES

Com base na metodologia estabelecida no presente trabalho, pode-se verificar

que:

Em molares decíduos, o ICDAS e o FOTI combinado ao exame visual julgaram

maior número de lesões proximais em esmalte que o exame radiográfico, sendo que

número similar de lesões em dentina foram classificadas pelos quatro métodos em

oclusais e proximais de molares decíduos;

Em cicatrículas e fissuras de permanentes, tanto o exame visual ICDAS quanto

sua combinação aos dois equipamentos de transiluminação apresentaram maior

similaridade de superfícies julgadas como lesão em esmalte ou como lesão em dentina,

enquanto o exame radiográfico classificou mais superfícies como lesão em dentina e

nenhuma como lesão em esmalte;

A adição da transiluminação por fibra ótica ao exame visual aumentou em um

terço as lesões cariosas proximais julgadas em dentina pelo ICDAS isoladamente e

aproximadamente quadruplicou o número daquelas assim classificadas pela avaliação

radiográfica em permanentes;

A transiluminação por fibra ótica combinada ao exame visual detalhado

classificou maior número de lesões que o exame radiográfico em esmalte proximal de

decíduos e esmalte oclusal de permanentes, além de ter julgado mais lesões em dentina

proximal de permanentes que as radiografias e que o próprio ICDAS.

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78

APÊNDICE A – Comparação entre os métodos de detecção de cárie em cicatrículas e

fissuras de dentes permanentes, número de sítios e superfícies considerados sadios, com

lesão em esmalte e com lesão em dentina

A.1 - ICDAS X SCHOTT

ICDAS

Schott

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 911 46 1 958

Lesão em

esmalte 17 129 10 156

Lesão em

dentina 2 3 44 49

Total 930 178 55 1163

A 2 - ICDAS X MLUX

ICDAS

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 928 30 958

Lesão em

esmalte 20 127 9 156

Lesão em

dentina 3 3 43 49

Total 951 160 52 1163

A.3 - SCHOTT X MLUX

Schott

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 897 32 1 930

Lesão em

esmalte 53 123 2 178

Lesão em

dentina 1 5 49 55

Total 951 160 52 1163

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79

A 4 - ICDAS X RX

ICDAS

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 533 0 11 545

Lesão em

esmalte 82 0 12 94

Lesão em

dentina 5 0 29 34

Total 620 0 53 673

A 5 - SHOTT X RX

Schott

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 518 0 12 530

Lesão em

esmalte 96 0 11 107

Lesão em

dentina 6 0 30 36

Total 620 0 53 673

A 6 - MLUX X RX

Microlux

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 533 0 14 547

Lesão em

esmalte 83 0 8 91

Lesão em

dentina 4 0 31 35

Total 620 0 53 673

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APÊNDICE B – Comparação entre os métodos de detecção de cárie em superfícies

proximais de dentes permanentes, número de sítios e superfícies considerados sadios,

com lesão em esmalte e com lesão em dentina

B 1 - ICDAS X SHOTT

ICDAS

Schott

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 1999 102 0 2101

Lesão em

esmalte 38 113 0 151

Lesão em

dentina 0 0 23 23

Total 2037 215 23 2275

B 2 - ICDAS X MLUX

ICDAS

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 2026 75 0 2101

Lesão em

esmalte 31 120 0 151

Lesão em

dentina 0 2 21 23

Total 2057 197 21 2275

B 3 - SCHOTT X MLUX

Schott

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 1970 67 0 2037

Lesão em

esmalte 87 128 0 215

Lesão em

dentina 0 2 21 23

Total 2057 197 21 2275

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B 4 - ICDAS X RX

ICDAS

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 1104 30 5 1139

Lesão em

esmalte 90 13 3 106

Lesão em

dentina 3 0 15 18

Total 1197 43 23 1263

B 5 - SCHOTT X RX

Schott

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 1062 28 5 1095

Lesão em

esmalte 132 15 3 150

Lesão em

dentina 3 0 15 18

Total 1197 43 23 1263

B 6 - MLUX X RX

Microlux

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 1082 22 4 1108

Lesão em

esmalte 114 21 4 139

Lesão em

dentina 1 0 15 16

Total 1197 43 23 1263

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APÊNDICE C– Comparação entre os métodos de detecção de cárie em superfícies

oclusais de dentes decíduos, número de sítios e superfícies considerados sadios, com

lesão em esmalte e com lesão em dentina

C 1 - ICDAS X SCHOTT

ICDAS

Schott

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 79 1 0 80

Lesão em

esmalte 0 2 0 2

Lesão em

dentina 0 3 30 33

Total 79 6 30 115

C 2 - ICDAS X MLUX

ICDAS

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 79 0 1 80

Lesão em

esmalte 0 1 1 2

Lesão em

dentina 0 2 31 33

Total 79 3 33 115

C 3 - SCHOTT X MLUX

Schott

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 78 0 1 79

Lesão em

esmalte 1 3 2 6

Lesão em

dentina 0 0 30 30

Total 79 3 33 115

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C 4 - ICDAS X RX

ICDAS

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 53 0 0 53

Lesão em

esmalte 2 0 0 2

Lesão em

dentina 4 0 21 25

Total 59 0 21 80

C 5 - SCHOTT X RX

Schott

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 53 0 0 53

Lesão em

esmalte 3 0 0 3

Lesão em

dentina 3 0 21 24

Total 59 0 21 80

C 6 - MLUX X RX

Microlux

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 52 0 0 52

Lesão em

esmalte 2 0 0 2

Lesão em

dentina 5 0 21 26

Total 59 0 21 80

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84

APÊNDICE D – Comparação entre os métodos de detecção de cárie em superfícies

proximais de dentes decíduos, número de sítios e superfícies considerados sadios, com

lesão em esmalte e com lesão em dentina

D 1 - ICDAS X SCHOTT

ICDAS

Schott

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 219 4 0 223

Lesão em

esmalte 5 18 1 24

Lesão em

dentina 0 1 41 42

Total 224 23 42 289

D 2 - ICDAS X MLUX

ICDAS

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 220 2 1 223

Lesão em

esmalte 3 20 1 24

Lesão em

dentina 1 1 40 42

Total 224 23 42 289

D 3 - SCHOTT X MLUX

Schott

Microlux

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 218 5 1 224

Lesão em

esmalte 5 16 2 23

Lesão em

dentina 1 2 39 42

Total 224 23 42 289

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85

D 4 - ICDAS X RX

ICDAS

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 96 3 6 105

Lesão em

esmalte 15 0 1 16

Lesão em

dentina 4 0 29 33

Total 115 3 36 154

D 5 - SCHOTT X RX

Schott

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 97 3 6 106

Lesão em

esmalte 14 0 1 15

Lesão em

dentina 4 0 29 33

Total 115 3 36 154

D 6 - MLUX X RX

Microlux

Radiografia

Sadio Lesão em

esmalte

Lesão em

dentina Total

Sadio 96 3 8 107

Lesão em

esmalte 15 0 1 16

Lesão em

dentina 4 0 27 31

Total 115 3 36 154

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APÊNDICE E – Termo de consentimento livre e Esclarecido

Título do projeto de pesquisa: “Análise comparativa do diagnóstico de lesões de cárie

dentária por meio de exame visual, Radiográfico e Transiluminação”.

Responsáveis pelo Projeto: Rodrigo Jan Arkader (Mestrando - UERJ), Profa. Dra. Vera

Ligia Vieira Mendes Soviero (Orientadora - UERJ) e Profa. Dra. Denise Fonseca Côrtes

(Orientadora - UFJF).

Eu, _________________________________________________, responsável pelo

menor

__________________________________________________________________,

aluno da Escola República Argentina (RJ), declaro ter pleno conhecimento que fui

informado, de forma clara e objetiva, que:

- A pesquisa “Análise comparativa do diagnóstico de lesões de cárie dentária por meio

de exame visual, radiografias e Transiluminação” irá analisar a presença de cáries

dentárias pelos exames visual (usando espelho bucal), radiográfico e Transiluminação

(usando uma luz branca tipo lanterna);

- A participação na pesquisa não é obrigatória e a desistência da participação não

implicará em nenhum prejuízo para o paciente;

- Os menores autorizados pelos responsáveis poderão, ou não, ser selecionados para o

exame;

- O paciente não será submetido a nenhum tratamento durante a pesquisa e o resultado

será divulgado com o objetivo científico, sendo a identidade do paciente mantida em

sigilo;

- Havendo necessidade de tratamento, o paciente poderá ser selecionado para

atendimento pelos alunos de graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

conforme a disponibilidade de vagas;

- Qualquer informação sobre a pesquisa pode ser obtida com Profa. Dra. Vera Soviero,

na Faculdade de Odontologia da UERJ, pelo telefone 2587-6372, às segundas-feiras,

manhã e tarde.

Declaro que aceito que o menor sob minha responsabilidade participe dessa pesquisa.

Rio de Janeiro, _____de______________de 2009.

Assinatura do responsável pelo menor: _______________________________________

______________________________________________________________

Rodrigo Jan Arkader CRO-RJ : 26.836

Pesquisador responsável

(nome legível do responsável)

(nome legível do menor)

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APÊNDICE F – Ficha clínica para escores ICDAS/ FOTI Schott combinado ao ICDAS

FOTI Schott / ICDAS – Diagnóstico de Cárie - Escola República Argentina – Vera Soviero (UERJ) - Denise Côrtes (UFJF) – Rodrigo Arkader (UERJ) - 2009

Aluno ...............................................................................................................Número:........................ Turno....... Turma............... Nascimento ....................Repetição? Não Sim

Data ................................. Examinador .................................. Anotador .................................. Comentários .................... ....................................................................................................

ICDAS

FOTI

Schott

ICDAS

FOTI

Schott

ICDAS

FOTI

Schott

ICDAS

FOTI

Schott

Superior

Direito

Superior

Esquerdo

Inferior

Esquerdo

Inferior

Direito

D OD OM M V L P

17

D OD OM M V L P

16

D O M V L

15/55

D O M V L

14/54

D M V L P

12

D M V L P

11

21 22 24/64 25/65 26 27

37 36 35/75 34/74 32 31

41 42 44/84 45/85 46 47

D OD OM M V L P

D OD OM M V L P

D O M V L

D O M V L

D M V L P

D M V L P

D M V L D M V L

D M V L D M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L P

D O M V L P

D O M V L P

D O M V L P

41 42

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APÊNDICE G – Ficha clínica para escores ICDAS/ FOTI Microlux combinado ao ICDAS

FOTI Schott / ICDAS – Diagnóstico de Cárie - Escola República Argentina – Vera Soviero (UERJ) - Denise Côrtes (UFJF) – Rodrigo Arkader (UERJ) - 2009

Aluno ...............................................................................................................Número:........................ Turno....... Turma............... Nascimento ....................Repetição? Não Sim

Data ................................. Examinador .................................. Anotador ............ ...................... Comentários ........................................................................................ ................................

ICDAS

FOTI

Microlux

ICDAS

FOTI

Microlux

ICDAS

FOTI

Microlux

ICDAS

FOTI

Microlux

Superior

Direito

Superior

Esquerdo

Inferior

Esquerdo

Inferior

Direito

D OD OM M V L P

17

D OD OM M V L P

16

D O M V L

15/55

D O M V L

14/54

D M V L P

12

D M V L P

11

21 22 24/64 25/65 26 27

37 36 35/75 34/74 32 31

41 42 44/84 45/85 46 47

D OD OM M V L P

D OD OM M V L P

D O M V L

D O M V L

D M V L P

D M V L P

D M V L D M V L

D M V L D M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L P

D O M V L P

D O M V L P

D O M V L P

41 42

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APÊNDICE H – Ficha clínica para escores do exame radiográfico

FOTI Microlux / ICDAS – Diagnóstico de Cárie - Escola República Argentina – Vera Soviero (UERJ) - Denise Côrtes (UFJF) – Rodrigo Arkader (UERJ) - 2009

Aluno ...............................................................................................................Número:........................ Turno....... Turma............... Nascimento ........ ............Repetição? Não Sim

Data ................................. Examinador .................................. Anotador .................................. Comentários ...................................................................... ..................................................

RX

RX

RX

RX

Superior

Direito

Superior

Esquerdo

Inferior

Esquerdo

Inferior

Direito

D OD OM M V L P

17

D OD OM M V L P

16

D O M V L

15/55

D O M V L

14/54

D M V L P

12

D M V L P

11

21 22 24/64 25/65 26 27

37 36 35/75 34/74 32 31

41 42 44/84 45/85 46 47

D OD OM M V L P

D OD OM M V L P

D O M V L

D O M V L

D M V L P

D M V L P

D M V L D M V L

D M V L D M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L

D O M V L P

D O M V L P

D O M V L P

D O M V L P

42 41

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ANEXO - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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