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Luiz Rafael Gomes
FFP - UERJ
O retrato dos povos indígenas nos livros didáticos de geografia.
Palavras Chave: Livros Didático, indígenas, Colonialidade.
INTRODUÇÃO
Passados mais de cinco séculos desde a chegada dos primeiros colonizadores na então
conhecida ilha brasilis, seus habitantes originais ainda não obtiveram o reconhecimento merecido e
consequentemente o seu espaço garantido dentro do território, sociedade e cultura consequente da
colonização. As escolas tem papel importante na cristalização de determinadas imagens distorcidas
dos povos indígenas brasileiros, que acabam repercutindo nos imaginários das pessoas ontem, hoje
e no futuro.
Ao invés de buscar uma aproximação, ou melhor, um esclarecimento da proximidade
cultural existente entre as culturas indígenas e o nosso cotidiano. Acabam por distanciar cada vez
mais as contribuições desses povos na formação de nossa cultura e sociedade atual. Invisibilizando
suas contribuições anteriores e excluindo-os do processo continuo de transformação de nossa
cultura e sociedade, para o futuro.
Logo, quando a maioria das pessoas pensam nos povos indígenas brasileiros, logo veem em
suas mentes uma imagem destorcida da realidade. Mas essa distorção não é feita ao acaso. Ela é
resultado de um longo processo de formação subjetiva, marcado por intencionalidades e criador de
uma narrativa acerca do outro. Um importante difusor dessas narrativas e representações em nossa
sociedade é o livro didático, presentes em todas as salas de aula do país. Nele encontramos
discursos formulados por uma fração dominante da sociedade, preocupada em impor suas ideias a
fim de manter e reproduzir suas condições de dominação sobre os demais setores sociais.
De certa forma, hoje, os Livros Didáticos (LDs) reproduzem estereótipos muito mais antigos
do que sua própria existência. Esses estereótipos estigmatizados foram introduzidos às narrativas
reproduzidas nas salas de aula. Fazendo parte hoje do imaginário de grande parte da população
brasileira. Por decorrência desse processo as populações indígenas são enxergadas com uma grande
carga de preconceito e etnocentrismo, baseados em uma visão eurocêntrica de sociedade, civilidade,
cultura e humanidade. Como se, o que não fizesse parte dos padrões socioculturais eurocêntricos,
não fizesse parte também das condições próprias de humanidade, e por consequência não
pertencesse a nossa sociedade eurocentrada.
Uma análise do conteúdo referente à temática indígena nos manuais didáticos de geografia,
nos mostrará os erros e equívocos cometidos por seus autores. É preciso explicitar que concepções
de educação, de geografia, e de ensino de geografia presentes nos conteúdos sobre a temática
indígena, apresentados pelos LDs. Precisamos rever(ter) essas narrativas presentes nos LDs, para
que assim possamos construir junto aos educandos novas visões acerca de nossos povos originários
e de sua contribuição para a formação de nossa cultura e sociedade
Nos LDs analisados serão apontados alguns equívocos referentes ao conteúdo que se dispõe
a tratar da temática indígena. Mas primeiramente percorreremos parte da história de nossa
sociedade, identificando categorias hegemônicas criadas para referir-se aos povos indígenas. A fim
de visibilizar seus aspectos etnocêntricos, equivocados, estigmatizados, anacrônicos e irreais.
METODOLOGIA
A análise da representação dos povos indígenas do Brasil nos LDs de Geografia dentro da
perspectiva descolonial, mas do que a descoberta de certos estereótipos, possibilita-nos responder à
algumas perguntas: Como esses estereótipos são formados? Por que são formados? Qual foi a
função deles no passado? Qual a função deles hoje?
Buscando responder essas e outras perguntas iniciaremos esse trabalho com o
desenvolvimento de questões acerca da construção dos significados, através de estudos do
sociólogo jamaicano Stuart Hall (2010). Para compreendermos como esses significados seguem
uma linha discursiva baseada no eurocentrismo e compromissada com a perpetuação dos aparatos
de dominação imagética presentes na colonialidade, a partir de trabalhos do autor Boaventura de
Souza Santos (2004).
Seguiremos na discussão sobre qual o significado da raça dentro da colonialidade do saber e
do poder com Kabengele Munanga (2013), Anibal Quijano (2005), entre outros autores que
partilham da mesma perspectiva. Para contrapor os discursos hegemônicos sobre a modernidade,
sua construção e significação dentro da colonnialidade do saber e do poder (SANTOS 2002), e
sobre a versão recorrente sobre a formação da Europa moderna, refletiremos sobre os dois conceitos
de “Modernidade” propostos por Enrique Dussel (2005). Trazendo as contribuições de Walter
Mignolo (2005) ao debate sobre modernidade e colonialidade.
Ao fim desse debate começaremos a apresentar e discutir as categorias hegemônicas de
referência ao povos indígenas presentes nos LDs. Para entendermos a forma como os povos
indígenas são retratados nos LDs, e consequentemente no imaginário da população. Apesar dos LDs
apresentarem diversas categorias para se referenciar à população indígena, para melhor efeito desse
trabalho elencaremos as que para nós são principais, tais como: o primitivo, que passa a imagem do
indígena associado a natureza sendo parte integrante e indissociável dela; o indígena romantizado,
pelos escritores e romancistas que buscavam construir uma narrativa acerca da gênese do povo
brasileiro; o mito da democracia racial, imaginário historicamente construído como resultado da
difusão das narrativas coloniais.
A partir dessas reflexões e dos estudos do geografo Gabriel Corrêa Siqueira (2013), e
retornando as contribuições de autor Boaventura de Souza Santos (2004), buscaremos compreender
como a presença dessas categorias no imaginário da sociedade brasileira, gerada a partir de
narrativas estereotipadas encontradas nos LDs, formam uma imagem distorcida das reais condições
de existência dos indígenas no país. Num duplo movimento de reprodução discursiva, pertencendo
ao imaginário social brasileiro essas categorias encontram-se nos materiais didáticos de grande
importância na perpetuação desse imaginário. Os discursos estigmatizados têm assim seu espaço de
fixação garantido pela forma como os conteúdos referentes aos povos indígenas são tratados pelos
autores desses manuais.
A primeira categorias será a do índio enquanto primitivo, categoria que encontra seus
significados na oposição a ideia de civilizado, que abarcaria os povos europeus. Portanto o índio é
primitivo em relação ao europeu civilizado. Com a ideia do índio primitivo debatermos a partir da
crítica ao conceito eurocentrico de perfectibilidade de Jean-Jacques Rousseau (1754), e ao trabalho
do IHGB e de alguns de seus teóricos como Karl Friedrich Philipp Von Martius (1845).
A idealização do indígena como símbolo heroico nacional é para nós um dos fatores
condicionantes da imagem dos povos indígenas no Brasil hoje. Apesar do mito ter habitado as
mentes de romancistas e artistas durante o século XIX, quando encantados pelas ideias de Rousseau
(1754), viram no indígena brasileiro o modelo de ser humano puro. Mito formador da imagem do
indígena no passado que foi transmitido pela ideia de democracia racial, onde o indígena é visto
como uma das três raças fundadoras do povo mestiço do Brasil, povo resultado do “encontro”
dessas raças que herdaria o melhor das qualidades das três, no caso do indígena entre elas a bravura.
Para tanto veremos como é construída a imagem dos indígenas durante o movimento
intelectual chamado indianismo, através de obras de José de Alencar (1857), Gonçalves Dias
(1851). Sobre a democracia racial veremos a construção do mito com obras de Gilberto Freyre
(1958, 1994), Inácio Reinaldo Strieder (2000), e algumas de suas consequências para nossa
sociedade em Antônio Sérgio Alfredo Guimarães.
Após seguirmos o caminho de criação dessas categorias e de fixação desses imaginários,
voltaremos nossa atenção para o currículo, e para os imaginários eurocêntricos presentes nele. E por
consequências presentes nos LDs, através do Plano Nacional para o Livro Didático (PNLD),
produtores de uma narrativa acerca dos povos indígenas brasileiros, faremos uma análise dos textos
da leis 11.645/08 e de eu caráter afirmativo, e do texto do PNLD no que se refere as exigências para
escolha dos materiais didáticos. Observando como as leis inclusivas, resultado de uma história de
luta dos movimentos sociais indígenas, estabeleceram uma nova etapa na luta pela visibilização e
inclusão dessas populações em nossa sociedade, através das ações afirmativas e legislações
especificas.
Nessa segunda etapa do trabalho além da revisão dos textos das leis, discutiremos um pouco
o papel do currículo na construção do imaginário de nossa sociedade. Através dos estudos de
Tomaz Tadel da Silva (2010), revisitaremos a discussão levantada por SIQUEIRA (2013), no que se
refere ao currículo e a construção do imaginário nacional. O trabalho de Mariana Pinheiro da Silva
Mizael (2015) nos trará a reflexão sobre as heranças coloniais presentes nos currículos.
Com a finalização da abordagem acerca das categorias hegemônicas e das legislações
educacionais, e sinalizada a presença do imaginário colonial nos currículos, faremos a análise
qualitativa dos livros didáticos: “Geografia: Espaço e Vivência”, “Projeto Araribá – Geografia”, e o
“Expedições Geográficas” todos do 7º ano. Optamos pelo 7º por ser a etapa do ensino escolar onde
é mais recorrente a presença da temática indígena dentro da disciplina geográfica, com destaque
para os conteúdos de formação do território e população brasileira. A escolha dessas publicações se
dá ao fato de serem LDs muito utilizados na rede estadual de ensino do estado do Rio de Janeiro,
serão analisadas obras atuais, que estiverem de acordo com os PNLDs de 2014 à 2016.
Após uma breve apresentação das obras e de como estão organizadas, seguiremos para a
análise das imagens e gravuras presentes nos LDs que façam referência à temática indígena.
Buscando observar algumas questões, como: I) Através de qual conteúdo a temática indígena é
apresentada? II) Como o índio é representado nessas situações? III) Em quais regiões do país o LD
os posiciona? IV) Em qual período histórico ele está sendo retratado?
Com a primeira questão evidenciaremos a conexão do currículo com o projeto de
representação da temática indígena, tanto pelo que será encontrado quanto pelo que não constará.
Em comparações rápidas de imagens e gravuras presentes nos LDs, observaremos através da
segunda questão as diferenças entre as representações dos brancos e do indígenas. Com a terceira
questão evidenciaremos o aspecto do isolamento espacial ao qual são submetidas as representações
acerca dos povos indígenas. Na quarta questão entenderemos o aspecto do congelamento cultural,
que também isola a imagem das populações indígenas, mas dessa vez num tempo pretérito e
inacessível.
Essas questões deverão, também, ser compreendidas a partir das categorias que trabalhamos
anteriormente, do primitivismo e da democracia racial. Podemos referenciá-las por dois aspectos
que estão ligados a abordagem da temática indígena no LD, seja ela através de imagens, ou textos.
O aspecto do congelamento espaço temporal numa perspectiva histórica, como nas imagens
que tratam do início da colonização onde os índios aparecem intimamente ligados as dinâmicas
naturais e como mão de obra braçal. Temos também o isolamento espacial, um tipo de
congelamento atual que cristaliza os povos indígenas que tem sua imagem sempre associados a
paisagens de regiões isoladas do país, o que até certo ponto constrói um imaginário de que habitam
apenas esse tipo de espaço.
Os dois aspectos, congelamento e isolamento estão ligados a ideia do índio primitivo,
incapaz de civilizar-se, e se consegue paga por isso o alto preço da hibridização de sua cultura, que
perde mais uma vez a legitimidade. A categoria referente ao mito da democracia racial se
materializa em nossa análise ao observarmos as ausências impostas aos povos indígenas,
dissolvendo a diversidade de nossa sociedade e reproduzindo o mito do paraíso racial, onde todas as
“raças” seriam igualitariamente legitimadas e representadas.
OBJETIVOS
A construção das narrativas e das imagens que às ilustram sempre foi um tema presente nas
minhas reflexões cotidianas. Entender como as pessoas constroem seu entendimentos e
representações, discursivas e imagéticas, sobre suas realidades e as outras, é uma questão constante.
De certa forma minha trajetória de vida coincidi com a trajetória recente de visibilização dos
direitos indígenas. Como eu, a primeira lei brasileira que trata do reconhecimento dos direitos dos
povos indígenas nasce em 1988 com a constituição federal.
Mas do que a coincidência temporal, a questão indígena se fez presente em minhas
reflexões através do contato com a perspectiva descolonial do pensamento. Pois, compreendendo
como a modernidade e o eurocentrismo estão presentes e são naturalizados no dia-a-dia, em
diversas escalas e dimensões de nossa sociedade, é possível entender os mecanismos que a
sustentam. Os povos indígenas fizeram parte do início da construção, no Brasil, dos mecanismos
coloniais de dominação, que se reproduzem até os dias de hoje.
Com a criação da lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional de 1996 se inicia uma
nova fase da administração política da educação sobre e do indígena no país. Pois foi instituido a
criação de escolas indígenas em reservas e de um sistema de ensino indígenas, para que a possam
garantir a preservação de suas cultuaras e passá-las às futuras gerações.
Nos dias atuais o que põe a questão indígena em evidencia é a lei 11.645 de março de 2008,
que coloca a temática indígena nas salas de aula, instituindo a obrigatoriedade do tema. Essa é uma
lei lei é uma resposta à histórica demanda por visibilidade política e por legislações de afirmação e
legitimação da cultura dos povos indígenas, que buscam o reconhecimento da sociedade de suas
contribuições para a formação cultural e territorial do Brasil, além de sua integração como cidadãos
plenos nessa sociedade.
Com a obrigatoriedade legal da inserção no ensino da istória e cultura dos povos indígenas
no Brasil nas salas de aula de todo o país, necessitaremos fazer a revisão e atualização de todos os
matérias didáticos utilizados no cotidiano escolar, em especial os LDs. Umas vez que ela orienta
que é preciso fazer um resgate das contribuições no processo de formação da sociedade brasileira,
nos aspectos econômicos, políticos e culturais dos chamados grupos étnicos. Através da inserção
nos currículos escolares, da cultura e história afro-brasileira e indígena, de suas lutas e contribuições
na formação do país.
A lei tem que ser aplicada tanto em sala de aula, quanto ao longo da formação dos
educadores, portanto esse resgate tem de estar, também, nos LDs muitas vezes o único recurso
didático que um professore tem a sua disposição. Além de identificar os aspectos coloniais
presentes nos conteúdos ocupados da questão indígena, a análise ds LDs tem por objetivo a revisão
desses conteúdos, para que novos manuais e recursos didáticos possam ser construídos sem que haja
a repetição dos equívocos, e preconceitos recorrentes.
Essa proposta só pode ser efetivada após uma reflexão sobre a atual realidade da educação
brasileira, onde poderemos compreender as intencionalidades, político ideológicas, presentes no
desenvolvimento das políticas públicas referentes a educação. A lei 11.645/08 nos abre uma
importante margem de atuação, mas sua aplicação encontra grandes dificuldades. Assim como,
praticamente todas as propostas contra hegemônicas se deparam dentro do ambiente escolar. Muitas
vezes dominados e geridos por indivíduos empenhados na manutenção de um imaginário
conservador e das condições vigentes de dominação, mesmo em consentirem.
Entretanto, no ambiente escolar ficam claros os resultados das distorções e desinformações
propagadas a respeito das populações indígenas. A efetivação da lei 11.645/08 configurara uma
importante ferramenta na superação dessa realidade. Afirmando a diversidade da população
brasileira, através do reconhecimento e inclusão das diversas etnias indígenas em nossa sociedade.
Mas, após passarem quase oito anos de sua publicação, ainda existem diversos desafios para que a
lei seja implementada de fato.
O reconhecimento das construções subjetivas coloniais é o primeiro passo para a sua
desconstrução, condição estrutural para a valorização das identidades, culturas, e modos de ser de
nossa população, que imersa no imaginário colonial eurocêntrico vê-se de forma pejorativa,
atrasada, deslocada do que é dito ser bom, puro, claro, valorizável, legitimado. A revisão e
desconstrução dos imaginários acerca das populações indígenas brasileiras presentes dos LDs ao
dia-a-dia de nossa sociedade, é de uma forma geral um dos objetivos desse trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do ponto de vista que considera a cultura europeia o mais avançado estágio cultural
e tecnológico que uma sociedade pode alcançar, as elites detentoras dos aparatos de reprodução
cultural impõe ao resto da sociedade o imaginário de concepção de nossa estrutura social que lhes
beneficia com a reprodução e afirmação de seus mecanismos de dominação subjetiva. É através do
complexo sistema de representações de nossa sociedade que as mentes e corpos são subjugados e
controlados por gerações durante séculos.
Uma análise do conteúdo referente à temática indígena presente nos manuais didáticos de
geografia, nos mostra os erros e equívocos cometidos por seus autores. É preciso entender que
concepções de educação, de geografia, e de ensino de geografia estão presentes nos conteúdos que
tratam da temática indígena, apresentados pelos LDs. Dessa maneira precisamos rever(ter) essas
narrativas, para construir junto aos educandos novas visões acerca dos povos indígenas e de suas
contribuições para a formação de nossa cultura e sociedade.
Assim, podemos entender que, essas versões da história e acerca da organização geográfica
dos povos indígenas brasileiros, passadas como conteúdos obrigatórios nas salas de aula, marcam
duas vezes o imaginário dos estudantes: (II) como forma organizativa vencedora, e por tanto
detentora do projeto vigente de organização do território, (II) como história única de construção
territorial, uma “monoversão”, que se encarregará de contar os fatos ocorridos, claro, os que
interessam aos setores dominantes da sociedade. Assim vemos como estes imaginários dominantes
são construídos e estão presentes, dessa maneira, no passado e no futuro de nossa sociedade.
É preciso desconstruí-los, construindo novas imagens e representações a partir de
referenciais mais próximos das realidades dos povos indígenas brasileiros. Buscando meios de
efetivar as diretrizes estabelecidas pela lei 10.649 de 2008, que põe em pauta a discussão sobre a
temática indígena, tornando obrigatória sua presença nas salas de aulas de toda a rede de ensino
brasileira. O que cria uma demanda pela revisão dos materiais didáticos à luz da nova legislação, e
de novas perspectivas teóricas e metodológicas sobre a temática indígena.
Possibilitando-nos, após análise crítica dessas narrativas hegemônicas, a criação de novos
conteúdos que possam chegar o mais próximo possível das realidades das populações indígenas
brasileiras, passadas e atuais. Assim pretendemos contribuir para que os LDs sejam realmente um
recurso didático que possa ser utilizado por um professor em sala de aula, sem que este precise
entrar em contradição com a realidade ao fazê-lo.
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