proposta de resoluçao

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Proposta de Resolução Assembleia da Paz PELA PAZ! TODOS NÃO SOMOS DEMAIS! «1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade. 2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos. 3. Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão.» 9 9 : :9 9> >? ?4 4? ?@ @4 4I IH H: : / /, , & &0 0; ;O O- -7 74 4. ., , $ $: := =? ?@ @2 2@ @0 0> >, , =?42: P &07,IN0> 49?0=9,.4:9,4>

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Proposta de resoluçao XXII Asembleia da Paz

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Page 1: Proposta de resoluçao

Proposta de Resolução

Assembleia da Paz

PELA PAZ! TODOS NÃO SOMOS DEMAIS!

«1. Portugal rege-se nas relaçõesinternacionais pelos princípiosda independência nacional, do respeitodos direitos do homem,dos direitos dos povos,da igualdade entre os Estados,da solução pacífica dos conflitosinternacionais, da não ingerêncianos assuntos internos dos outros Estadose da cooperação com todosos outros povos para a emancipaçãoe o progresso da humanidade.

2. Portugal preconiza a aboliçãodo imperialismo, do colonialismoe de quaisquer outras formasde agressão, domínioe exploração nas relações entre os povos,bem como o desarmamento geral,simultâneo e controlado,a dissolução dos blocos político-militarese o estabelecimento de um sistemade segurança colectiva, com vista à criaçãode uma ordem internacionalcapaz de assegurar a paz e a justiçanas relações entre os povos.

3. Portugal reconhece o direitodos povos à autodeterminaçãoe independência e ao desenvolvimento,bem como o direito à insurreiçãocontra todas as formas de opressão.»

IInn CCoonnssttiittuuiiççããoo ddaa RReeppúúbblliiccaa PPoorrttuugguueessaa,,Artigo 7.º - Relações internacionais

Page 2: Proposta de resoluçao

Introdução

Confirmando-se as principais tendências na evolu-ção da situação mundial apontadas na última Assem-bleia da Paz do Conselho Português para a Paz e Coo-peração, realizada em Novembro de 2009, ganharedobrada importância o alerta, que então foi enun-ciado, para «os manifestos perigos que a Humanidadeenfrenta, caso a investida imperialista não seja tra-vada».

O sistema capitalista, afundado numa grave crise,encontra no incremento da exploração, na opressão, ena guerra, a única resposta para o beco em que se en-contra.

O pacto que estabelece os princípios que deveriamnortear as relações entre os Estados – resultante daSegunda Guerra Mundial e consubstanciado na Cartadas Nações Unidas –, encontra-se ameaçado pela re-corrente subversão do direito internacional e instru-mentalização da ONU, através das quais os EUA eseus aliados procuram camuflar a sua política deguerra.

O imperialismo recrudesce a sua agressividade, fa-zendo-a acompanhar de uma sistemática e orquestradacampanha ideológica e de desinformação que procura«legitimar» e «branquear» a barbárie da guerra – amorte, o sofrimento e a destruição –, através da dita«guerra preventiva», do chamado «direito de ingerên-cia» ou da designada «guerra contra o terrorismo».

Ao mesmo tempo, incrementa a corrida aos arma-mentos, a indústria armamentista e as despesas mi-litares. O investimento na investigação destinada àprodução de novos e mais sinistros armamentos – in-cluindo armas nucleares, os drones e as chamadasarmas não letais, estas destinadas sobretudo à re-pressão interna – consomem orçamentos astronómi-cos.

Face à globalização neoliberal e à ofensiva do im-perialismo, aumenta a fome, a pobreza extrema e adoença, quantas vezes assumindo-se elas tambémcomo eficazes instrumentos de guerra. São coloca-dos em causa direitos fundamentais conquistadospelos trabalhadores e pelos povos durante décadasde luta de emancipação social e nacional. É impostoao Planeta um sistema de produção destruidor, in-compatível com a imprescindível relação sustentávelentre as comunidades humanas e a natureza.

No entanto, como afirmámos na última Assembleiada Paz e como a evolução da situação mundial nes-tes dois últimos anos comprova, «é neste contexto tãoadverso que se assiste a uma admirável resistência eluta dos povos contra a opressão e a exploração, con-tra a injustiça e os grilhões, pela liberdade e a paz,numa prova inequívoca que o futuro do Mundo seráaquilo que a humanidade determinar».

Page 3: Proposta de resoluçao

A AGUDIZAÇÂO DA CRISE DO CAPITALISMO - ACRESCIDA AMEAÇA À PAZ

Nos últimos dois anos confirmou-se a tendência da agudização da crise do sistema capitalista, cuja dimensãoe profundidade comprovam a sua dimensão estrutural e sistémica, ultrapassando o mero carácter cíclico das cri-ses que o caracterizam, que tendem a tornar-se crónicas, e confirmando a incapacidade do sistema em dar res-posta às suas contradições.

Face às consequências da crescente apropriação, acumulação e concentração privada da riqueza, da finan-ceirização da economia e da especulação financeira – que levaram a uma situação insustentável de grande partedo sistema financeiro mundial –, está em curso um processo de colossal transferência de dívidas e prejuízos dabanca para os orçamentos de Estado, do privado para o público.

Na União Europeia, os chamados «pacotes de ajuda», ditos de «combate à crise», que a UE, o BCE e o FMIimpuseram à Irlanda, à Grécia e a Portugal, e também já a Itália, significam o reforço de mecanismos de trans-ferência da riqueza criada para a banca, o controlo de importantes sectores económicos por interesses priva-dos, a intensificação da exploração de quem vive do seu trabalho e a colocação em causa de avanços sociaisque, a serem concretizados, configurariam uma brutal degradação nas condições de vida da esmagadora maio-ria da população e um generalizado e violento agravamento das desigualdades e injustiças sociais.

No quadro da crise – em que se evidenciam rivalidades e contradições entre grandes potências e o relativodeclínio dos EUA e a emergência de novas potências económicas no mundo –, as tentativas de impor uma«nova ordem mundial» hegemonizada pelos EUA e outras grandes potências imperialistas originam uma cres-cente instabilidade e insegurança, com grandes perigos para a paz, a liberdade, a democracia, a soberania, aindependência e o progresso social, em todo o mundo.

O sistema capitalista em crise, destrutivo, explorador e belicista, ameaça lançar o planeta numa tragédia degrandes proporções. A deriva belicista do imperialismo, que se lança ao assalto do planeta na tentativa de fazerretroceder as vitoriosas lutas de emancipação social e nacional que caracterizaram o século XX, prossegue, in-tensifica-se e torna-se mais agressiva.

Prosseguem as consecutivas guerras de agressão e ocupação, nos Balcãs, no Médio Oriente, na Ásia Centrale, agora, em África – com a genocida agressão da NATO à Líbia –, ao mesmo tempo que se anunciam e repe-tem sérias ameaças de novas agressões à Síria e ao Irão, entre outros exemplos, que vão da Península da Co-reia, passando por África – do Norte à subsaariana - até à América Latina.

Guerras e ameaças de novas agressões que são acompanhadas pelo mais completo desrespeito pelos princí-pios da Carta das Nações Unidas, a descarada subversão do direito internacional e a instrumentalização daONU e que mais não visam que abater a emancipação e resistência dos povos, a destruição de processos de de-senvolvimento económico nacionais, a pilhagem de recursos naturais, económicos e financeiros, e o domínio demercados ou de regiões de importância geoestratégica vital para os seus interesses, num processo de tentativade recolonização planetária.

Para a ingerência e para a guerra não falta o dinheiro. Prossegue a vertiginosa corrida aos armamentos, en-cabeçada pelos EUA que, no momento em que se confrontam com a mais grave crise económica e social, batenovos recordes no aumento do orçamento militar, sendo o orçamento para 2011 (estimada em 708 mil milhõesde dólares) o maior de sempre da sua história e correspondente a cerca de metade das despesas militares a nívelmundial. Recorde-se que o orçamento militar dos países da NATO e do Japão, Coreia do Sul e Austrália (seusaliados) representam conjuntamente 72% das despesas militares no mundo (SIPRI, 2011).

Actualmente, a despesa mundial para fins militares é estimada em cerca de 1600 mil milhões de dólares(dados de 2010), representando um incremento de 50% face às despesas militares registadas em 2001 e cercade 2,6% do produto interno bruto mundial (SIPRI 2010 Yearbook).

Page 4: Proposta de resoluçao

Em Portugal, ao mesmo tempo que se utiliza o orçamento nacional para financiar agressões militares da NATO a ou-tros povos – totalmente contrárias aos interesses nacionais e em claro desrespeito pela Constituição da República –, im-põem-se sacrifícios àqueles e àquelas que vivem do seu trabalho, aos reformados, aos mais pobres e desprotegidos (aomesmo tempo que, crescem os lucros, benesses e benefícios imorais para uma minoria).

Os grandes responsáveis pela agudização da situação económica e social mundial são os mesmos que, afinal, promo-vem a corrida aos armamentos, a militarização das relações internacionais, o desrespeito da soberania dos povos e aguerra.

O Sistema de Escudo Anti-míssil (Sistema de Escudo para Primeiro Ataque Global Por meio de Mísseis) dos EUA –que readapta e renova o projecto da «Guerra das Estrelas» de Regan-Bush –, é assumido pela NATO e instala-se em Es-panha e noutros países da Euro-Ásia, como a Turquia, dirigindo-se à Rússia, à China e ao Irão.

Relativamente às Armas Nucleares, não se verificam sinais de real progresso relativamente à aplicação efectiva doTratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, nem do Tratado para o Banimento Completo de Testes Nucleares,”prosseguindo, em clara contradição com este Tratado, os desenvolvimentos armamentistas para fins tácticos, nomea-damente nos EUA. De novo se evidencia que «o desarmamento simultâneo e controlado por parte das oito potências nu-cleares reconhecidas continua a ser uma urgente questão prévia para obviar à proliferação nuclear e ao recurso à armanuclear para fins de chantagem ou até bélicos» (XXI Assembleia da Paz).

As Bases Militares Estrangeiras e as Esquadras Navais, designadamente dos EUA, instrumentos de ingerência, de do-mínio e agressão em qualquer ponto do mundo, continuam a ser reestruturadas e reforçadas – refira-se a este propósitoa transferência para Portugal do «comando operacional» da força marítima de reacção rápida «Strikfornato», que supe-rintende a Sexta Esquadra dos EUA.

A escalada de guerra, para além de não cessar, alarga-se. No Afeganistão (2001-2011, dez anos de guerra) e na agres-são não declarada ao Paquistão, prossegue a guerra, com trágicas consequências para a população e para a segurançade toda a região. No Iraque, após a Guerra do Golfo (1990-91) e a intermitência de 12 anos de embargo inumano, aSegunda Guerra do Golfo, prolongada por 8 anos de ocupação brutal (2003-2011), a última «retirada» significou a per-manência de ainda 50.000 militares.

No Norte de África e no Médio Oriente, depois dos levantamentos populares verificados em diversos países árabes,como na Tunísia e no Egipto, assistimos à tentativa de recuperação da iniciativa por parte daqueles que sempre foramresponsáveis e coniventes com a opressão e exploração a que foram submetidos estes povos e suas riquezas. No Bah-rein – onde se encontra uma importante base militar dos EUA – a revolta popular foi violentamente esmagada com oapoio da invasão de forças militares da Arábia Saudita. A Líbia foi alvo de uma brutal agressão da NATO. A Síria sofrea ingerência estrangeira e está sob a ameaça de agressão declarada.

Na Palestina prossegue a luta contra a colonização, a instalação de colonatos, a opressão do povo palestino e a ocu-pação dos seus territórios por parte de Israel, que – para além de ser a única potência nuclear da região, conta com oapoio e cumplicidade dos EUA para os seus crimes – se encontra cada vez mais isolado face à sua política genocida ede desrespeito dos direitos do povo palestino.

Israel que mantém uma politica de agressão a outros Estados árabes, continuando a ocupar ilegalmente os Montes Golã,na Síria, e as Quintas de Sheba, no Líbano, para além das crescentes ameaças de ataque ao Irão.

Na Península da Coreia, os EUA, que mantêm há seis décadas uma forte presença militar na região, estimulam o agra-vamento da tensão, através do não cumprimento de acordos estabelecidos, da realização de manobras militares e de amea-ças de agressão à República Popular Democrática da Coreia, utilizando como argumento o seu programa nuclear.

Em África e na América Latina, através dos seus dois comandos para este continente e sub-continente – respectiva-mente o AFRICOM e o SOUTHCOM –, os EUA reforçam os seus instrumentos de intervenção militar directa ou indi-recta (por exemplo, camuflada pela dita «assistência ao desenvolvimento»). Aliás, o que já ocorre de forma aberta emÁfrica, onde se multiplicam as intervenções militares, com cobertura ou não da ONU, por parte dos EUA e outras po-tências da NATO, como aconteceu na Costa do Marfim.

Page 5: Proposta de resoluçao

Em Portugal, ao mesmo tempo que se utiliza o orçamento nacional para financiar agressões militares da NATO a ou-tros povos – totalmente contrárias aos interesses nacionais e em claro desrespeito pela Constituição da República –, im-põem-se sacrifícios àqueles e àquelas que vivem do seu trabalho, aos reformados, aos mais pobres e desprotegidos (aomesmo tempo que, crescem os lucros, benesses e benefícios imorais para uma minoria).

Os grandes responsáveis pela agudização da situação económica e social mundial são os mesmos que, afinal, promo-vem a corrida aos armamentos, a militarização das relações internacionais, o desrespeito da soberania dos povos e aguerra.

O Sistema de Escudo Anti-míssil (Sistema de Escudo para Primeiro Ataque Global Por meio de Mísseis) dos EUA –que readapta e renova o projecto da «Guerra das Estrelas» de Regan-Bush –, é assumido pela NATO e instala-se em Es-panha e noutros países da Euro-Ásia, como a Turquia, dirigindo-se à Rússia, à China e ao Irão.

Relativamente às Armas Nucleares, não se verificam sinais de real progresso relativamente à aplicação efectiva doTratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, nem do Tratado para o Banimento Completo de Testes Nucleares,”prosseguindo, em clara contradição com este Tratado, os desenvolvimentos armamentistas para fins tácticos, nomea-damente nos EUA. De novo se evidencia que «o desarmamento simultâneo e controlado por parte das oito potências nu-cleares reconhecidas continua a ser uma urgente questão prévia para obviar à proliferação nuclear e ao recurso à armanuclear para fins de chantagem ou até bélicos» (XXI Assembleia da Paz).

As Bases Militares Estrangeiras e as Esquadras Navais, designadamente dos EUA, instrumentos de ingerência, de do-mínio e agressão em qualquer ponto do mundo, continuam a ser reestruturadas e reforçadas – refira-se a este propósitoa transferência para Portugal do «comando operacional» da força marítima de reacção rápida «Strikfornato», que supe-rintende a Sexta Esquadra dos EUA.

A escalada de guerra, para além de não cessar, alarga-se. No Afeganistão (2001-2011, dez anos de guerra) e na agres-são não declarada ao Paquistão, prossegue a guerra, com trágicas consequências para a população e para a segurançade toda a região. No Iraque, após a Guerra do Golfo (1990-91) e a intermitência de 12 anos de embargo inumano, aSegunda Guerra do Golfo, prolongada por 8 anos de ocupação brutal (2003-2011), a última «retirada» significou a per-manência de ainda 50.000 militares.

No Norte de África e no Médio Oriente, depois dos levantamentos populares verificados em diversos países árabes,como na Tunísia e no Egipto, assistimos à tentativa de recuperação da iniciativa por parte daqueles que sempre foramresponsáveis e coniventes com a opressão e exploração a que foram submetidos estes povos e suas riquezas. No Bah-rein – onde se encontra uma importante base militar dos EUA – a revolta popular foi violentamente esmagada com oapoio da invasão de forças militares da Arábia Saudita. A Líbia foi alvo de uma brutal agressão da NATO. A Síria sofrea ingerência estrangeira e está sob a ameaça de agressão declarada.

Na Palestina prossegue a luta contra a colonização, a instalação de colonatos, a opressão do povo palestino e a ocu-pação dos seus territórios por parte de Israel, que – para além de ser a única potência nuclear da região, conta com oapoio e cumplicidade dos EUA para os seus crimes – se encontra cada vez mais isolado face à sua política genocida ede desrespeito dos direitos do povo palestino.

Israel que mantém uma politica de agressão a outros Estados árabes, continuando a ocupar ilegalmente os Montes Golã,na Síria, e as Quintas de Sheba, no Líbano, para além das crescentes ameaças de ataque ao Irão.

Na Península da Coreia, os EUA, que mantêm há seis décadas uma forte presença militar na região, estimulam o agra-vamento da tensão, através do não cumprimento de acordos estabelecidos, da realização de manobras militares e de amea-ças de agressão à República Popular Democrática da Coreia, utilizando como argumento o seu programa nuclear.

Em África e na América Latina, através dos seus dois comandos para este continente e sub-continente – respectiva-mente o AFRICOM e o SOUTHCOM –, os EUA reforçam os seus instrumentos de intervenção militar directa ou indi-recta (por exemplo, camuflada pela dita «assistência ao desenvolvimento»). Aliás, o que já ocorre de forma aberta emÁfrica, onde se multiplicam as intervenções militares, com cobertura ou não da ONU, por parte dos EUA e outras po-tências da NATO, como aconteceu na Costa do Marfim.

Tal como o Conselho Português para a Paz e Coope-ração e a «Campanha Paz sim! NATO não!» em devidotempo e correctamente alertaram, a NATO – na sua Ci-meira que se realizou em Lisboa, a 19 e 20 de Novem-bro de 2010 –, adoptou um conceito estratégico quemais não visa que o reforço deste bloco político-militarcomo instrumento de ingerência e de agressão.

Trata-se de um novo salto qualitativo que representa amais séria e significativa ameaça à segurança e à paz aonível mundial, como a realidade está a demonstrar.

Com esta Cimeira da NATO – e face à crescente crisecom que se confrontam –, os EUA chegaram a acordo(não isento de contradições) com os seus aliados para acriação de uma escalada de conflito que mais não pro-cura que assegurar o controlo da exploração de recursose mercados, de que avidamente necessitam, através daameaça e uso da força militar quando necessárias, aliáscomo ficou bem demonstrado na agressão da NATO àLíbia e na realimentação de todos os focos de tensão eameaças de escalada de conflito e agressão, nomeada-mente contra o Irão.

Com o seu renovado conceito estratégico, a NATO ar-vora-se o direito de ingerir-se e intervir em qualquerponto do Mundo, sob a desculpa de um qualquer pre-texto, avançando com a formulação de ditas «novasameaças» à medida dos seus reais propósitos, na tenta-tiva de justificação da sua existência e acção criminosa.

Como correctamente denunciou a «Campanha Paz sim!NATO não!», «a NATO provoca e provocará as situaçõesque posteriormente – perante uma opinião pública in-tencionalmente manipulada através de campanhas de de-sinformação – utilizará para tentar «justificar» a suaagressão».

Neste quadro relança a corrida aos armamentos e o au-mento das despesas militares, a instalação de bases mi-litares estrangeiras, a transformação das forças armadasnacionais em forças expedicionárias ao serviço da NATO,a militarização das relações internacionais e a guerra.

A NATO reafirma a manutenção e utilização das armasnucleares na sua doutrina estratégica, insistindo na ma-nutenção da instalação de armas nucleares dos EUA noterritório de outros países membros da NATO.

A NATO assume como seu o projecto de instalação naEuropa de novos sistemas de míssil com carácter ofen-sivo, como o projecto de sistema anti-míssil dos EUA –de que um dos componentes centrais será instalado naBase da Rota, em Espanha.

A NATO reafirmou a intenção de alargar a sua esferade acção, quando possível, a partir do estabelecimento deditas «parcerias» com países, organizações regionais e in-ternacionais (incluindo a ONU), com conteúdo, forma eduração variáveis, de forma a permitir a sua presença eacção directas ou a colocação de outros ao serviço daconcretização da sua estratégia de domínio. Deste modo,a NATO desempenharia, conforme as necessidades oupossibilidades, o papel de director e actor central ou dedirector de outros actores.

Para tal, a NATO tem como objectivo a instrumentali-zação da ONU para «branquear» a sua acção ilegal, e,quando não o consiga, não recusa o total desrespeito daCarta das Nações Unidas e do direito internacional.

Em síntese, a Cimeira da NATO representa uma de-claração de guerra aos povos do mundo.

Neste quadro, a União Europeia reafirma-se comoo pilar europeu da NATO e seu parceiro estratégico,

E, como apontámos na última Assembleia da Paz, «a guerra, a desigualdade económica e o subdesenvolvi-mento do terceiro mundo estão inexoravelmente ligados à sistemática degradação do Planeta e das condiçõesde vida da maioria dos povos do mundo». O sistema capitalista, pela sua necessidade de acumulação constante,aprofunda a exploração dos recursos naturais para além do limiar de sustentabilidade da Terra, procurando pelaguerra o domínio geopolítico das áreas mais ricas em recursos. Porque a Natureza não pode ser vista como umarealidade exterior à sociedade humana, a luta pelo equilíbrio ecológico é inseparável da luta contra o imperia-lismo, o qual assume mais amplo significado quando entendido como exploração insustentável e desenfreadados recursos naturais também.

NATO: A MAIS SÉRIA E SIGNIFICATIVA AMEAÇAÀ SEGURANÇA E À PAZ NO MUNDO

Page 6: Proposta de resoluçao

su

A RESISTÊNCIA DOS POVOS FACE À DESTRUIÇÃO E À BARBARIE

PPeerraannttee aass sséérriiaass aammeeaaççaass àà ppaazz nnoo mmuunnddoo ee aa ccrreesscceennttee iinnggeerrêênncciiaa ee aaggrreessssiivviiddaaddee ddoo iimmppeerriiaalliissmmoo,, oossppoovvooss rreessiisstteemm..

Face à autêntica onda de destruição e à barbárie imperialista, em todos os continentes há povos que con-tinuam a levantar-se e a lutar corajosa e persistentemente em defesa da liberdade, da soberania e da inde-pendência nacional, enfrentando a agressão, a ingerência mais descarada, as ameaças, as chantagens, os ul-timatos políticos, económicos ou militares, assumindo, quantas vezes, pesados sacrifícios. Entre outros muitosexemplos:

Na PPaalleessttiinnaa, onde Israel se encontra cada vez mais isolado internacionalmente face à sua política genocidae colonialista, o martirizado povo palestino, em condições muito difíceis, levanta bem alto a exigência do seudireito inalienável a um Estado livre, soberano e independente, no respeito das fronteiras de 1967 e com Je-rúsalem-Leste como capital. Ao mesmo tempo, em Israel, reforça-se o movimento pela paz, que faz da li-berdade do povo irmão da Palestina sua causa comum.

No AAffeeggaanniissttããoo, que vive dez anos de agressão e ocupação da NATO, continua a resistência contra as for-ças ocupantes, que não cessam de sofrer ataques e baixas militares. Tal como no Iraque, os EUA e seus alia-dos procuram saídas para o autêntico atoleiro em que se encontram.

No IIrraaqquuee, continua a brutal ocupação iniciada pelos EUA e seus aliados em 2003, com as suas horríveis con-sequências e sofrimento para o povo iraquiano, que continua a exigir o pleno respeito pela sua soberania e asaída de todas as forças ocupantes do seu território.

blinhando-se o conteúdo e significado do Tratado deLisboa para a efectiva concretização deste objectivo be-licista – aliás, realçando-se que esta dimensão milita-rista se alia às dimensões federalista e neoliberal daUnião Europeia.

Esta Cimeira da NATO colocou uma vez mais em evi-dência que, apesar da existência de crescentes contra-dições entre potências da União Europeia e os EUA, asua relação tem sido pautada por uma concertação es-tratégica, num quadro de subordinação dos primeirosà lógica hegemónica dos segundos.

A União Europeia tem vindo a apoiar e a integrar,de um modo cada vez mais ostensivo, a deriva milita-rista e intervencionista dos EUA e da NATO, partici-pando, coadjuvando e, mesmo, substituindo a NATOnas suas agressões e ocupações de países soberanos.

O Governo português que, participou nas negocia-ções ao nível da NATO, escondeu ao povo português oscompromissos que assumiu e as gravosas consequên-

cias do amarrar de Portugal a esta deriva militarista ede guerra, que está em flagrante contradição com oconsagrado na Constituição da República Portuguesa.

Face aos inaceitáveis propósitos e acção da NATO, oConselho Português para a Paz e Cooperação reafirmacom acrescida legitimidade e validade o compromissoque a Campanha «Paz sim! NATO não!» assumiu a 20de Novembro de 2010 de «continuar a reforçar o mo-vimento pela paz e anti-imperialista, persistindo na suaactiva intervenção em prol: da oposição à NATO e aosseus objectivos belicistas; da retirada das forças por-tuguesas envolvidas em missões militares da NATO; dofim das bases militares estrangeiras e das instalaçõesda NATO em território nacional; da dissolução daNATO; do desarmamento e o fim das armas nuclearese de destruição maciça, e da exigência do respeito ecumprimento da Constituição da República Portuguesae das determinações da Carta das Nações Unidas, pelodireito internacional e pela soberania e igualdade dospovos».

Page 7: Proposta de resoluçao

Na LLííbbiiaa, após sete meses de bombardeamentos e do autêntico genocídio praticado pela NATO contra o povolíbio, assistimos à partilha do saque entre as potências agressoras - os EUA e as potências da União Europeia– que procuram re-colonizar e perpetuar a sua presença militar neste país.

No SSaahhaarraa OOcciiddeennttaall, apesar da violenta repressão do Reino de Marrocos, o povo Saharaui resiste contra aocupação, exige o respeito dos direitos humanos dos Saharauis que vivem nos territórios ocupados e do seu ina-lienável direito à auto-determinação, lutando pela edificação do seu Estado livre, soberano e independente.

Em CCuubbaa, apesar da manutenção e mesmo reforço do inaceitável bloqueio dos EUA – condenado ano apósano na Assembleia-Geral das Nações Unidas – o povo cubano resiste e luta pelo legítimo direito ao exercíciopleno da soberania, pelo direito a decidir do seu projecto de desenvolvimento, do seu sistema político e eco-nómico, livre de bloqueio económico e ingerências externas.

Na AAmméérriiccaa LLaattiinnaa, apesar das pressões e ingerência directa dos EUA – de que é exemplo, a frustrada ten-tativa de golpe no Equador –, muitos dos seus povos reforçam ou iniciam caminhos de emancipação nacional,de afirmação de projectos de desenvolvimento soberanos, democráticos e progressistas, alguns dos quais refe-renciando o socialismo.

DEFENDER A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

PPoorr uummaa ppoollííttiiccaa eexxtteerrnnaa ddee ppaazz,, aammiizzaaddee ee ccooooppeerraaççããoo ccoomm ttooddooss ooss ppoovvooss

Nos últimos dois anos a políticaexterna de Portugal continuou aser caracterizada pela subordina-ção, alinhamento e seguidismoface aos interesses e às estratégiasdos EUA, da NATO e das grandespotências europeias, em prejuízodos interesses do povo portuguêse de outros povos do mundo.

Recorde-se que Portugal partici-pou, por vezes em posição rele-vante, com bases em seu territórioou com forças armadas ou milita-rizadas, em todas as denominadas«missões militares» e «policiais»,isto é, nas agressões da NATO eda União Europeia, designada-mente nos Balcãs (Jugoslávia), noMédio Oriente (Iraque, Líbano),na Ásia Central (Afeganistão), emÁfrica (Somália, Líbia).

Portugal tem sido conivente coma instrumentalização das NaçõesUnidas em função dos propósitosdos EUA e da NATO, pactuandocom graves violações dos princí-pios da Carta da ONU, de que sãoexemplo as resoluções do Conse-lho de Segurança de branquea-mento da agressão da NATO àLíbia. Portugal absteve-se naUNESCO no voto que admitiu aPalestina como membro de plenodireito nesta agência das NaçõesUnidas.

O 25 de Abril de 1974 tevecomo uma das suas razões de sere aspiração o fim da guerra colo-nial – e dos seus milhares de mor-tos e mutilados – e da conquistada paz para o povo português epara os povos irmãos africanos ví-timas do colonialismo. A paz, legí-

tima e genuína aspiração e con-quista do povo português, ficouconsagrada na Constituição da Re-pública Portuguesa, aprovada a 2de Abril de 1976.

Hoje as forças armadas ou mili-tarizadas portuguesas são utiliza-das para levar a guerra – a morte,o sofrimento e a destruição – a ou-tros povos, desrespeitando a letrae o espírito do consagrado naConstituição da República Portu-guesa, que nasceu da aspiração depaz e amizade por parte do povoportuguês com todos os povos domundo.

Coloca-se como um imperativopara todos os activistas e amantesda paz a defesa dos princípiosplasmados na Constituição da Re-pública Portuguesa para a políticaexterna portuguesa.

Page 8: Proposta de resoluçao

PAZ, UMA CAUSA ACTUAL E PREMENTE!

AA lluuttaa ppeellaa ppaazz éé,, nnooss nnoossssooss ddiiaass,, uummaa ccaauussaa ccoomm ttooddaa aa aaccttuuaalliiddaaddee ee pprreemmêênncciiaa..

Perante os sérios perigos e as grandes e exigentes questões que se colocam à humanidade, levantam-se, comigual elevação e significado, vastas possibilidades de ampliar a resistência e fortalecer as forças geradoras e pro-tagonistas da edificação de um futuro melhor.

O movimento da paz é parte integrante desta ampla conjugação de vontades e de acção combativa, tanto mais,quanto mais audaciosa, diversificada, forte e determinada for a sua intervenção.

Neste sentido, o Conselho Português para a Paz e Cooperação reafirma, com renovado empenhamento, o seucompromisso de fortalecer a sua acção em prol da promoção dos seus princípios fundadores: o desarmamentogeral e controlado; a coexistência pacífica entre Estados; o desenvolvimento equilibrado tendo em vista o bem-estar da Humanidade; o respeito pelos direitos do Homem e pelas suas liberdades fundamentais, a eliminaçãode todas as formas de discriminação e o fascismo; o respeito pelo direito dos povos à soberania e à indepen-dência e pela cooperação internacional.

DDeessttee mmooddoo,, oo CCPPPPCC aassssuummee ccoommoo pprriinncciippaaiiss lliinnhhaass ddee iinntteerrvveennççããoo ppaarraa oo pprróóxxiimmoo bbiiéénniioo 22001111//22001133::

- O rreeffoorrççoo ddoo mmoovviimmeennttoo ddaa ppaazz eemm PPoorrttuuggaall, pro-movendo o desenvolvimento de uma ampla inter-venção em ddeeffeessaa ddaa CCoonnssttiittuuiiççããoo ddaa RReeppúúbblliiccaa PPoorr--ttuugguueessaa e por uma política externa portuguesa emconsonância com o consagrado nos três primeirospontos do seu Artigo 7º, assim como dos princípiosconsagrados na Carta da ONU e do Direito Interna-cional;

- A lluuttaa ccoonnttrraa aa gguueerrrraa ee oo mmiilliittaarriissmmoo (contra osblocos político-militares, como a NATO, contra a mi-litarização da União Europeia, contra as bases mili-tares estrangeiras, pelo fim da corrida aos arma-mentos, por um mundo livre de armas nucleares,pela rejeição da participação de tropas ou forças mi-litarizadas portuguesas em agressões a outros povose por uma política externa independente de Portu-gal).

- A ssoolliiddaarriieeddaaddee ee ccooooppeerraaççããoo ccoomm ttooddooss ooss ppoovvoossddoo mmuunnddoo, em particular com os povos vítimas deguerras imperialistas (solidarizando-se com a resis-tência contra a agressão e a ocupação, contra a in-gerência estrangeira, a chantagem, o bloqueio ouameaça de intervenção militar, apoiando a luta dospovos pelo seu inalienável direito à auto-determina-ção, à soberania, à liberdade, à independência dosseus respectivos países).

Em coerência, o CPPC continuará a pautar a suaacção pela denúncia e combate às crescentes e intole-ráveis injustiças, a todas as formas de opressão, ex-clusão e discriminação geradas por um sistema capita-lista cuja crise se agudiza e que encontra, igualmente,na guerra uma forma de impor o seu domínio.

AA lluuttaa ppeellaa ppaazz éé ppaarrttee iinntteeggrraannttee ee ccoonnddiiççããoo nneecceess--ssáárriiaa ppaarraa aa jjuussttiiççaa ee oo pprrooggrreessssoo ssoocciiaall..

O CPPC considera que «a luta pela paz é contri-buto decisivo e marco intransponível para ultrapassara crise económica e construir um mundo de justiçae progresso social, baseado na democratização dasrelações económicas e no desenvolvimento de umarelação sustentável entre as comunidades humanas ea natureza, no respeito pelos direitos e anseios detodos os povos do mundo».

O anseio e direito dos povos à paz consubstanciam-se na conquista e concretização dos direitos ao bem-estar, à alimentação, à água, à saúde, à habitação, àeducação, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à re-creação, a um ambiente saudável e a uma relaçãoequilibrada com a natureza, à liberdade, à sobera-nia, à justiça, ao desenvolvimento económico, a dis-porem das condições materiais necessárias a umavida digna e estável.

Page 9: Proposta de resoluçao

PPaarraa aa ccoonnccrreettiizzaaççããoo ddeessttaass lliinnhhaass cceennttrraaiiss ddee iinn--tteerrvveennççããoo,, oo CCoonnsseellhhoo PPoorrttuugguuêêss ppaarraa aa PPaazz ee CCoooo--ppeerraaççããoo aappoonnttaa ccoommoo oobbjjeeccttiivvoo oo sseeuu rreeffoorrççoo oorrggââ--nniiccoo..

O CPPC terá que encontrar os caminhos e as solu-ções para ultrapassar insuficiências e debilidadesexistentes, para dinamizar o pleno funcionamentodos seus órgãos, para promover a participação dosaderentes nas suas actividades, para acolher e im-pulsionar a criação e o funcionamento regular de co-missões de paz, para assegurar uma melhor divulga-ção da sua intervenção e para assegurar umaadequada situação financeira que suporte o desen-volvimento da sua actividade.

Neste quadro, o CPPC continuará a assumir as suasresponsabilidades no CCoonnsseellhhoo MMuunnddiiaall ddaa PPaazz comomembro coordenador da região da Europa e do seu Exe-cutivo, contribuindo, na medida das suas possibilidadese responsabilidades, para o reforço do movimento da paza nível internacional.

Tal como sublinhámos na última Assembleia da Paz, ea evolução da situação mundial nestes dois últimos anosdemonstrou, «os tempos que vivemos, sendo instáveis,inseguros, tremendamente perigosos e de grandes incer-tezas quanto ao futuro, face à agressividade imperialista,são igualmente tempos de resistência, luta e conquistas,que demonstram que não estamos perante um mundoobrigatória e fatalmente injusto, prisioneiro do militarismoe à mercê dos seus crimes».

ÉÉ ppooiiss ccoomm iinnaabbaalláávveell ddeetteerrmmiinnaaççããoo nnaa jjuusstteezzaa ddooss sseeuuss iiddeeaaiiss ee pprriinnccííppiiooss ee ccoonnffiiaannççaa nnaa ccoonnssttrruuççããoo ddee uummffuuttuurroo mmeellhhoorr qquuee oo CCoonnsseellhhoo PPoorrttuugguuêêss ppaarraa aa PPaazz ee CCooooppeerraaççããoo rreeaaffiirrmmaa oo sseeuu ccoommpprroommiissssoo ddee sseemmpprreeaaggiirr llaaddoo aa llaaddoo ccoomm ttooddooss ooss hhoommeennss ee mmuullhheerreess,, nnoo ppllaannoo nnaacciioonnaall ee iinntteerrnnaacciioonnaall,, qquuee rreessiisstteemm ee iinntteerrvvêêmmccoomm aa aassppiirraaççããoo ee aa ccoonnvviiccççããoo ddee qquuee éé ppoossssíívveell ccoonnssttrruuiirr uumm mmuunnddoo jjuussttoo,, ddeemmooccrrááttiiccoo,, ssoolliiddáárriioo ee ddee ppaazz..

Page 10: Proposta de resoluçao