proposta de regulamento antt...

Quadro Resumo da Audiência Pública 010/2003 Proposta de regulamento disciplinando processo administrativo para apuração de infrações e aplicação de penalidades decorrentes de conduta que infrinjam a legislação de transportes terrestres e os deveres estabelecidos nos editais de licitação, contratos de concessão, de permissão e de arrendamento e nos termos das autorizações emitidas pela ANTT.

T:\OUVIDORIA\Documentos_Diversos\PROPOSTA REGULAMENTO ANTT 1

Quadro Resumo Audiência Pública 010/2003

TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 1º - § 2º - inc. VI - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

“VI - interpretação da norma administrativa, inclusive as contratuais, da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.”

Embora as normas contratuais sejam espécie de normas administrativas, sugerimos que se dê destaque especial à interpretação dessas normas.

Moacyr Servilha Duarte - ABCR

Art. 1º - § 3º - inc. II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas:

“II - ter ciência da abertura e tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas:”

Sugerimos que já neste artigo fique clara a necessidade de intimação do interessado da abertura do processo.


Art. 4º - A Diretoria da ANTT, observadas as normas do Regimento Interno e da Estrutura Organizacional, poderá delegar a um ou mais Diretores a competência para a instauração e o julgamento de processos administrativos objetivando a apuração de infrações de natureza grave, quais sejam aquelas assim qualificadas por lei ou pelo regulamento disciplinador das penalidades aplicáveis pela ANTT.

“Especificar quais são as infrações de natureza grave, definindo o termo, nesta ou em regulamentação própria, nesta última hipótese mencionar no artigo 4º esta pendência de regulamentação.”

Frederico Marques - CVRD


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 6º- § 1º - inc. III - Esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou o respectivo cônjuge ou companheiro.

“III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado; ou o respectivo cônjuge ou companheiro; ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau."

Analisando este artigo, notamos que se trata de uma reprodução do artigo 18 da Lei de Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, que aborda as hipóteses de impedimentos para os agentes que poderão atuar no processo administrativo. No entanto, a restrição imposta pela Lei de Processo Administrativo, e ora reiterada pela Resolução em análise, enumera um número menor de agentes que não poderiam atuar no processo administrativo se comparada ao artigo 134, inciso IV, do Código de Processo Civil a proibir não apenas a atuação de cônjuge ou companheiro, como também de qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou colateral até o segundo grau. Sob tal prisma, notemos que, mesmo havendo natural eqüidistância do juiz em relação às partes, o Código de Processo Civil buscou assegurar, da forma mais ampla possível, a garantia de imparcialidade enquanto corolário lógico da garantia fundamental do devido processo legal. Tendo em vista que a Administração Pública é parte na relação que aprecia, não se pode garantir total imparcialidade das decisões exaradas em processos administrativos. Desta forma, entendemos que, por maior razão, a relação de servidores e autoridades que não poderiam atuar no processo deveria ser, ao menos, idêntica ao rol previsto aos processos judiciais, senão mais ampla, para que se restrinja, ao máximo, os agentes do Processo Administrativo. Já que não se pode exigir uma total imparcialidade no Processo Administrativo, pela razão acima exposta, deve-se procurar um meio de selecionar seus julgadores, para encontrar a decisão mais imparcial possível. Sugestão: Sugere-se, pois, que o artigo 6º, §1º, III da Resolução nº 10 da ANTT, por semelhança, adote a redação do art. 134, IV, do Código de Processo Civil, por maior razão ao processo administrativo.

Fernanda Barreto Miranda - CVRD


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 7º- § 1.° - Da decisão relativa à argüição de impedimento ou de suspeição caberá recurso, no prazo de dez dias, contados da data do recebimento da respectiva intimação, dirigido:

"§ 1.° Da decisão relativa à argüição de impedimento ou de suspeição caberá recurso, no prazo de dez dias, e as respectivas contra-razões em igual prazo, contados da data do recebimento da respectiva intimação, dirigido:"

O artigo 7º, parágrafo 1.°, da Resolução regulamenta a interposição de recurso, porém é omisso quanto à apresentação das respectivas contra-razões.


Art. 7º - § 3º - Os recursos de que tratam os §§ 1º e 2º não terão efeito suspensivo, mas a autoridade ou o órgão competente para julgá-los poderá, por cautela, sustar, até o julgamento, a prática de qualquer ato pelo agente contra o qual se argüir impedimento ou suspeição.

“§ 3º Os recursos de que tratam os §§ 1º e 2º não terão efeito suspensivo, mas a autoridade ou o órgão competente para julgá-los deverá, por cautela, sustar, até o julgamento, a prática de qualquer ato pelo agente contra o qual se argüir impedimento ou suspeição.”

Embora o processo possa continuar em andamento, o agente com relação ao qual a parte tenha alegado impedimento ou suspeição não deve praticar qualquer ato no processo, seja porque pode causar prejuízos irreversíveis à parte, seja porque seus atos podem ser posteriormente considerados inválidos.


Art. 11 - Parágrafo único - As averiguações preliminares poderão ser realizadas sob sigilo, no interesse das investigações.

“Parágrafo único. As averiguações preliminares poderão ser realizadas sob sigilo, no interesse das investigações, dando-se, contudo, conhecimento ao investigado.”

Nenhuma espécie de procedimento administrativo que possa afetar terceiro pode se desenvolver sem seu conhecimento.


“Idem”

"Parágrafo Único. As averiguações preliminares poderão ser realizadas sob sigilo, no interesse das investigações, desde que devidamente motivadas.”

O Parágrafo Único do artigo 11, da Resolução determina que as averiguações preliminares poderão ser realizadas sob sigilo, no interesse das investigações. Não obstante, não explicita a necessidade prévia de existir uma decisão devidamente motivada, pois, do contrário, as averiguações preliminares serão realizadas sem sigilo.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 12 - inc. V - Suspender o procedimento de averiguações, determinando a instauração de processo administrativo;

“V. suspender o procedimento de averiguações, determinando a instauração de processo administrativo, caso já esteja devidamente demonstrado a autoria e a materialidade da infração;”

O artigo 12º, inciso V, da Proposta de Regulamento prevê que: "Art. 12. No curso do procedimento de averiguações preliminares, a ANTT poderá: ... V. suspender o procedimento de averiguações, determinando a instauração de processo administrativo;.” Verifica-se, todavia, que tal dispositivo não pode prosperar, pois o procedimento de averiguações visa mostrar algo/trazer à tona/revelar/fazer ver, uma possível infração que se acha oculta. Diante desse procedimento de averiguações preliminares, buscar-se-á justamente a autoria e a materialidade da possível infração. Logo, sem a realização dessa prévia constatação não há, em princípio, possibilidade legal para se instaurar o processo administrativo. Ante o exposto, pode-se concluir que o procedimento de averiguações poderá ser suspenso para se instaurar o processo administrativo desde que estejam comprovados a materialidade e a autoria da infração.


Art. 12 - inc. VI - Adotar quaisquer outras providências, administrativas ou judiciais, que considerar necessárias.

"VI - adotar quaisquer outras providências, administrativas ou jurídicas, que considerar necessárias, desde que devidamente motivadas e em consonância com o ordenamento jurídico vigente."

O inciso VI, do artigo 12, da Resolução especifica que a ANTT poderá adotar quaisquer outras providências, administrativas ou jurídicas, que considerar necessárias. Ocorre que referidas providências somente poderão ser tomadas se estiverem em consonância com o ordenamento jurídico vigente e se for devidamente motivada.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR

Art. 15 - Atuando em caráter preventivo e orientador, a ANTT poderá, antes da instauração de procedimento de averiguações preliminares ou de processo administrativo, ou durante seu curso:

“Art. 15. Atuando em caráter preventivo e orientador, a ANTT deverá, antes da instauração de procedimento de averiguações preliminares ou de processo administrativo, ou durante seu curso:”

Tendo em vista que os incisos deste artigo contemplam medidas preventivas, que servem para entender melhor e eficazmente o interesse público, deve-se estimular sua adoção.


Art. 15 - § 1º - Em caso de risco iminente a ANTT poderá, motivadamente, adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado (Lei nº 9.784/99, art. 45; Lei nº 10.233/2001, art. 78-C).

“§1º. Em caso de risco iminente, a ANTT poderá, motivadamente, adotar providências acauteladoras, com a prévia manifestação do interessado (Lei nº 9.784/99, art. 45; Lei nº 10.233/01, art. 78-C).”

Há medidas acautelatórias, ainda que adotadas em caso de risco iminente, que podem causar gravame, seja sob a forma de privação de direitos, seja sob a de impedimento de atividades. Mesmo que o interessado seja ouvido após a medida, pode ocorrer que os efeitos do gravame já tenham ocorrido, havendo mesmo o risco de danos de incerta ou difícil reparação. Quando é ouvido previamente, o interessado pode trazer à Administração razões que a convençam a não adotar a medida acautelatória, em razão do número ou da extensão e alcance dos gravames. O argumento de que, se for ouvido previamente, o interessado terá meios e prazo para frustrar o cumprimento da medida, só se justifica na hipótese de haver fundado receio de que ele, por seu comportamento anterior, não se submeta à determinação da autoridade. Além disso, e ainda que se admita a adoção de ações acautelatórias sem a manifestação prévia do interessado, não basta seja o risco iminente; deve ser também grave. Por fim, o Código de Processo Civil (art. 797), que é fonte subsidiária do Processo Administrativo, diz: “Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes.”

Japyassú Resende – MRS Logística S.A


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 15 - § 2º - A correção de falta ou irregularidade não impede a instauração do processo administrativo, nem é causa de extinção de punibilidade.

“§ 2º A correção de falta ou irregularidade não impede a instauração do processo administrativo, nem é causa de extinção de punibilidade, salvo se a irregularidade não estiver relacionada a conduta culposa de quem a corrigiu.”

Ocorre que referidas providências somente poderão ser tomadas se estiverem em consonância com o ordenamento jurídico vigente e se for devidamente motivada.


Art. 15 - § 3º - Desde que o fato não constitua crime e não haja lesão ao interesse público nem prejuízo para terceiros ou para a coletividade, a ANTT, a seu exclusivo critério, poderá fixar prazo para o cumprimento das determinações de que tratam os incisos II e III deste artigo.

“§ 3º Desde que o fato não constitua crime e não haja lesão ao interesse público, a ANTT, a seu exclusivo critério, poderá fixar prazo para o cumprimento das determinações de que tratam os incisos II e III deste artigo.”

A menção a prejuízos causados à coletividade já está contida na expressão "lesão ao interesse público" e a menção a prejuízos causados a terceiros pode ser um óbice para que a ANTT adote medidas céleres e eficazes para a correção de condutas, as quais beneficiarão não só o terceiro eventualmente prejudicado, mas, acima dele, a coletividade.


Art. 16 - Com a finalidade de corrigir pendências, irregularidades ou infrações, a ANTT, por intermédio da Superintendência competente, poderá, antes ou depois da instauração de processo administrativo, convocar os administradores e os acionistas controladores das empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas para prestação de esclarecimentos e, se for o caso, celebração de Termo de Ajuste de Conduta (TAC).

“Art. 16. Com a finalidade de corrigir pendências, irregularidades ou infrações, relacionadas ao cumprimentos dos termos de autorização ou contratos, a ANTT, por intermédio da Superintendência competente, poderá, antes ou depois da instauração de processo administrativo, convocar os administradores e os acionistas controladores das empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas para prestação de esclarecimentos e, se for o caso, celebração de Termo de Ajuste de Conduta (TAC).”

É bom deixar claro o âmbito de atuação da Agência Moacyr Servilha Duarte - ABCR


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR “Idem”

Após "Termo de Ajuste de Conduta (TAC)” inserir o seguinte: "conforme previsto no § 6º do Art 5º da Lei 7.347 de julho de 1985, que terá eficácia de título extra judicial.”

O art. 113 da Lei n° 8.078/1990 introduziu importante alteração na Lei n° 7.347/1985, ao inserir um § 6° no art. 5° desta última, que concedeu aos órgãos públicos legitimados a prerrogativa de “tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações”. Dentro dessa ordem de idéias, torna-se essencial a menção explícita ao fato e que o TAC “terá a eficácia de título executivo extra judicial”

José Ribamar Miranda Dias – ANUT

“Idem” Excluir a expressão "e os acionistas controladores das empresas"

O TAC deve ser celebrado pela Concessionária, Permissionária ou Autorizada.


“Art. 16. Com a finalidade de corrigir pendências, irregularidades ou infrações, a ANTT, por intermédio da Superintendência competente, poderá, antes ou depois da instauração de processo administrativo, convocar os administradores das empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas para prestação de esclarecimentos e, se for o caso, celebração de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), podendo os administradores se fazer representar por Advogado ou pessoa designada, munido de instrumento de mandato com poderes específicos.”

Em se tratando apenas de medidas de correção de comportamento – até porque se fala em Termo de Ajustamento de Conduta –, e porque se tem em vista somente pendências, irregularidades e infrações – que o texto não qualificou como graves –, quem deve comparecer, perante a ANTT, são os administradores, que respondem pela empresa, razão por que não há necessidade de convocar os acionistas controladores. Outra observação é que o texto não prevê a possibilidade para que sejam os administradores representados, inclusive por Advogados.

Japyassú Resende - MRS Logística S.A


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 17 “Novo Inciso”

Inserir um inciso IV, com a seguinte redação "IV - As cominações, inclusive pecuniárias, pelo descumprimento do TAC."

As disposições do art. 6°, inserido na Lei n° 7.347/85, não podem ser omitidas do Regulamento em lide, porque um TAC sem cominações, além de fugir ao espírito da legislação em vigor, ferindo interesses da sociedade, torna-se um instrumento inócuo, que pode ser usado como artifício de protelação ao cumprimento da lei, pelo prestador de serviço. São as cominações, e principalmente as pecuniárias, que dão celeridade ao cumprimento da lei, tendo sido sábio, o legislador, ao referir-se a “compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações”. Ou seja, as cominações devem fazer parte imprescindível e obrigatória do compromisso firmado; sem elas, o TAC escapa às exigências da lei, que pretendeu, certamente, instituir um instrumento firmado de livre e espontânea vontade pela compromissária, dificultando, assim, argüições posteriores quanto à pertinência, natureza e extensão da penalidade imposta.

José Ribamar Miranda Dias - ANUT

Art. 18 - § 1º - Comprovado o cumprimento do compromisso, o processo, se instaurado, será arquivado, desde que a conduta irregular não caracterize falta grave nem cause prejuízos a terceiros ou à coletividade.

“§ 1º Comprovado o cumprimento do compromisso, o processo, se instaurado, será arquivado, desde que a conduta irregular não caracterize falta grave nem lesão ao interesse público.”

A menção a prejuízos causados à coletividade já está contida na expressão "lesão ao interesse público" e a menção a prejuízos causados a terceiros pode ser um óbice para que a ANTT adote medidas céleres e eficazes para a correção de condutas, as quais beneficiarão não só o terceiro eventualmente prejudicado, mas, acima dele, a coletividade.


“Idem”

Excluir a expressão "desde que a conduta irregular não caracterize falta grave nem cause prejuízos a terceiros ou à coletividade."

Uma vez cumprido o TAC não há razão para continuar o procedimento, devendo o mesmo ser encerrado e arquivado.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 18 - § 2º - Verificado o não cumprimento do compromisso, a ANTT adotará as providências necessárias à instauração do processo administrativo para apuração das responsabilidades e aplicação das penalidades cabíveis ou ao seu prosseguimento, se anteriormente instaurado.

"§ 2º Verificado o não cumprimento do compromisso, a ANTT adotará providências necessárias à aplicação das penalidades previstas no TAC, assegurado à compromissionária amplo direito de defesa em procedimento administrativo."

Salvo melhor juízo, a redação inicialmente usada neste parágrafo, ao omitir a aplicação das penalidades previstas no TAC, resulta numa abdicação inaceitável do vigor coercitivo da lei n° 7.347/85, porque não menciona o propósito fundamental do procedimento administrativo a ser implementado, qual seja o de usar o atributo do TAC, previsto em lei, de título executivo extra judicial. Ora, ao firmar um compromisso de ajustamento de conduta, “mediante cominações”, o prestador de serviço já reconheceu sua responsabilidade sobre o procedimento incorreto ou irregularidade praticada, tanto é que aceitou, de livre e espontânea vontade, as cominações a serem aplicadas caso persista em erro. Resta, pois, ao Poder Público, nos termos da lei, e isso não pode escapar ao juízo do seus representantes, por omissão do Regulamento, promover as providências necessárias à aplicação das penalidades previstas no TAC, assegurando, contudo, amplo direito de defesa no procedimento administrativo que for instaurado ou reaberto. Este último condicionante é de vital importância para evitar a argüição pela compromissária, na fase judicial, de cerceamento do direito de defesa na esfera administrativa.

José Ribamar Miranda Dias - ANUT

Art. 19 - § 1º - inc. I - Mediante lavratura de auto de infração, nos casos de flagrante ou de procedimento de fiscalização;

“inc. I - Mediante lavratura de auto de infração, no caso de procedimento de fiscalização.”

Não cabe à autoridade administrativa legislar ou tratar de casos em que há flagrante, uma vez que se trata de procedimento afeto à apuração, que compete à autoridade policial, em regra. Além disso, mais à frente, a própria minuta de Resolução faz referência a flagrante como sendo o ato de natureza policial.


Art. 21 - O auto de infração (Anexo III) será lavrado no momento em que verificada a prática de infração, seja em flagrante seja no curso de procedimento de fiscalização

"Art 21 - O auto de infração será lavrado no momento em que verificada a prática da infração e mediante apresentação prévia de relatório técnico.”



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 21 - § 2º - A autuação será feita, sempre que possível, na pessoa do infrator; em se tratando de pessoa jurídica e não sendo possível identificar de imediato o infrator, a autuação far-se-á na pessoa de seus diretores ou, se ausentes, na pessoa de preposto ou representante legal.

“§ 2º A autuação será feita, sempre que possível, na pessoa do infrator; em se tratando de pessoa jurídica, a autuação “Far-se-á na pessoa de seus diretores ou, se ausentes, na pessoa de preposto ou representante legal.”

Da forma como redigido este parágrafo parece que os diretores da pessoa jurídica infratora só serão autuados quando não identificado o infrator. Ora, ou a infração foi cometida por uma pessoa física e ela será a pessoa autuada, ou, se for cometida por pessoa jurídica, a autuação deve ser sempre feita na pessoa de seus diretores, preposto ou representante legal.


Art. 23 - § 1º - Eventual omissão ou incorreção na capitulação legal, regulamentar ou contratual, mencionada no inc. V, não invalida o auto de infração, desde que o relato do fato tipifique comportamento punível.

Suprimir o parágrafo. O disposto no §1º ofende o direito de defesa constitucionalmente garantido. Qualquer autuação deve capitular corretamente a suposta falha cometida, para que o acusado possa se defender eficazmente.


“Idem”

Suprimir o parágrafo. Fere o direito constitucional à ampla defesa.Omissão ou incorreção na capitulação legal da infração podem induzir a erro na defesa do autuado.

Regina Rocha de Souza Pinto - FRESP - Federação das Empresas de Fretamento do Estado de São Paulo

Art. 23 - § 2º - O servidor que lavrar o auto de infração deve, quando possível, requisitar os documentos comprobatórios da ocorrência, lavrando o respectivo termo de retenção.

“Parágrafo único. O servidor que lavrar o auto de infração deve, quando possível, requisitar os documentos comprobatórios da ocorrência, lavrando o respectivo termo de retenção.”

Renumeração decorrente da sugestão de alteração ao §1º deste artigo.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 24 - § 5º - inc. III - Por qualquer outro meio, inclusive eletrônico, que assegure a certeza da ciência do interessado.

“Inc. III - por meio eletrônico, desde que o notificado esteja devidamente cadastrado em sistema que assegure a certeza de envio e de recebimento, através de assinaturas eletrônicas.”

A falta de especificação do meio que irá assegurar a certeza de ciência do interessado compromete a garantia constitucional da ampla defesa, atendida pelos demais dispositivos da proposta de regulamento.


Art. 24 - § 6º - Verificando-se que o infrator se oculta para não ser notificado, o prazo fixado no inc. IV do § 5º será reduzido para cinco dias.

Suprimir o parágrafo. A indefinição quanto aos critérios para caracterização da ocultação do infrator gera insegura e possíveis argüições de nulidade. Por esse motivo, ou se estabelecem critérios como, por exemplo, a precedência de citação por hora certa, ou, se mantém, como sugerido, o prazo editalício referido no inciso IV.

Moacyr Servilha Duarte – ABCR

Art. 24 - § 7º - O edital de notificação será divulgado pela ANTT em sua página na Internet e publicado uma vez em órgão da imprensa oficial ou em jornal de grande circulação no local onde estabelecido ou domiciliado o infrator ou, se desconhecido, no local em que praticada a infração.

“§ 7º O edital de notificação será divulgado pela ANTT em sua página na Internet e publicado uma vez em órgão da imprensa oficial e em jornal de grande circulação no local onde estabelecido ou domiciliado o infrator ou, se desconhecido, no local em que praticada a infração.”

Para assegurar a validade da notificação a divulgação deve ser feita na internet e em órgão da imprensa oficial. A divulgação em jornal de grande circulação é que pode ser dispensada.


Art. 30 - Os atos processuais serão realizados na sede da ANTT, em dias úteis, no horário normal de seu funcionamento (Lei nº 9.784/99, art.23).

Que o processo possa correr na unidade regional do estado onde se encontra estabelecida a empresa ou disponibilização integral dos autos na internet.

O local dos autos na sede da ANTT dificulta a defesa do interessado que está estabelecido em outro Estado, especialmente no caso das empresas de transporte terrestre.

Regina Rocha de Souza Pinto - FRESP - Federação das Empresas de Fretamento do Estado de São Paulo


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 31 - A autoridade ou a comissão processante deverá intimar o interessado para ciência de decisões, a efetivação de diligências, os atos a que deva comparecer e para outros atos de seu interesse (Lei nº 9.784/99, arts. 26, 28 e 41).

“Art. 31. A autoridade ou a comissão processante deverá intimar o interessado para ciência de todos os atos praticados no processo e, especialmente por intimação pessoal, para ciência de decisões, a efetivação de diligências, os atos a que deva comparecer e para outros atos de seu interesse.”

Para que efetivamente se assegure o direito ao contraditório e ampla defesa, a parte deve ter ciência de todos os atos praticados no processo e ser pessoalmente intimado para ciência de alguns deles


Art. 31 - Parágrafo único - As intimações de que trata este artigo, para a realização de diligências, o comparecimento ou a prática de atos pelo interessado, serão feitas com antecedência mínima de três dias úteis (Lei nº 9.784/99, arts. 26, § 2º, e 41).

“Parágrafo único. As intimações de que trata este artigo, para a realização de diligências, o comparecimento ou a prática de atos pelo interessado, serão feitas com antecedência mínima de dez dias úteis, admitindo-se prorrogação, em caso de comprovada necessidade.”

Considerando-se que a ANTT está sediada em Brasília, e que as Regionais, estarão em capitais, o prazo de três dias é muito exíguo e, por essa razão, pode ser um óbice ao exercício da ampla defesa. A necessidade de prorrogação decorre de que há atos no processo que são de grande complexidade e relevância.


Art. 32 - Inexistindo disposição legal ou regulamentar específica, o prazo para a realização de quaisquer atos processuais, inclusive aqueles a cargo do(s) indiciado(s), será de cinco dias, salvo motivo de força maior, devidamente justificado (Lei nº 9.784/99, art. 24).

“Art. 32. Inexistindo disposição legal ou regulamentar específica, o prazo para a realização de quaisquer atos processuais, inclusive aqueles a cargo do(s) indiciado(s), será de dez dias, salvo motivo de força maior, devidamente justificado.”

Ver comentários à sugestão de alteração do art. 31, parágrafo único.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 32 - § 1º - Salvo motivo de força maior, devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem, admitindo-se, no entanto, prorrogação, por igual período, em caso de comprovada necessidade (Lei nº 9.784/99, art. 67).

“§ 1º Salvo motivo de força maior, devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem, admitindo-se, no entanto, prorrogação em caso de comprovada necessidade (Lei nº 9.784/99, art. 67).”

O estabelecimento do prazo de prorrogação deve ficar a critério da autoridade responsável pela condução do processo, que poderá avaliar qual o prazo compatível com a complexidade do ato a ser praticado, que pode ser maior do que o dobro do prazo original.


Art. 32 - § 4º - Comprovada pelo(s) indiciado(s) a justa causa, a ANTT assinará prazo para a prática do ato, não superior ao dobro daquele fixado no caput deste artigo.

“§ 4º Comprovada pelo(s) indiciado(s) a justa causa, a ANTT assinará prazo para a prática do ato.”

Ver comentários à sugestão de modificação do §1º deste artigo.


“Idem”

“§ 4º - Comprovada pelo(s) interessado(s) a justa causa, a ANTT assinará prazo para a prática do ato, não superior ao dobro daquele fixado no caput deste artigo.”

Não há, nesta fase, indicado, pois não há indiciamento Japyassú Resende - MRS Logística S.A

Art. 36 - inc. IV - Por qualquer outro meio, inclusive eletrônico, que assegure a certeza da ciência do interessado (Lei nº 9.784/99, art. 26, § 3º).

“IV - por meio eletrônico, desde que as partes estejam devidamente cadastradas em sistema que assegure a certeza de envio e de recebimento, através de assinaturas eletrônicas.”.

A falta de especificação do meio que irá assegurar a certeza de ciência do interessado compromete a garantia constitucional da ampla defesa, atendida pelos demais dispositivos da proposta de regulamento.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 37 - A intimação conterá, conforme o caso (Lei nº 9.784/99, art. 26, § 1º):

“Art. 37. A intimação deverá conter: ...” O artigo 37 da Proposta de Regulamento em comento apregoa que: “Art. 37. A intimação conterá, conforme o caso (Lei nº 9.784/99, art. 26, parágrafo 1º): ...” (grifo nosso) Entretanto, a Lei, que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, não faculta ao Administrador o elencamento ou não na intimação (“...conforme o caso”) de todas as previsões contidas nos incisos do artigo acima referido. Vale esclarecer que os incisos contidos no artigo em apreço não são desnecessários, vez que visam informar ao administrado, da maneira mais completa possível, o motivo que levou à Administração Pública a apurar e processar uma possível infração. Logo, a previsão de todos os dados constantes nos incisos do artigo em comento é medida imprescindível para a elaboração do contraditório e da ampla defesa.


Art. 39 - § 1º - Em caso de necessidade, a defesa poderá ser firmada por mandatário sem a apresentação do instrumento de mandato, com o compromisso de que este será apresentado no prazo improrrogável de quinze dias e poderes de ratificação do(s) ato(s) praticado(s).

“§1º. Em caso de necessidade, a defesa poderá ser firmada por mandatário sem a apresentação do instrumento de mandato, com o compromisso de que este será apresentado no prazo improrrogável de quinze dias e com poderes de ratificação do (s) ato (s) praticado (s).”

O texto teve seu sentido prejudicado com a ausência de um conectivo.

Japyassú Resende – MRS Logística S.A


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 40 “Novo Parágrafo”

“Art 40 § 3º - No caso de haverem dois ou mais indiciados com procuradores diversos, o prazo para defesa previsto no caput deste artigo será contado em dobro.”

A inserção da sugestão contida neste parágrafo é compatível com a lei processual civil e compensa a impossibilidade de retirada dos autos, prevista no §3º do art. 41.


Art. 42 - Cabe ao interessado a prova dos fatos que alegar (Lei nº 9.784/99, art. 36).

“Art. 42. Cabe ao interessado a prova dos fatos que alegar, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução (Lei nº 9.784/99, art. 36).”

Como se repete o artigo 36 da Lei nº 9.784/99, e como ele prevê encargos probatórios à autoridade pública, é necessário complementar o texto com a redação integral daquele dispositivo.


Art. 44 - § 2º - No depoimento os depoentes poderão fazer-se acompanhar por advogado, devidamente constituído, sendo-lhe vedado interferir ou influir, de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas; o advogado poderá, no entanto, solicitar a reinquirição dos depoentes, por intermédio do Presidente da Comissão.

“§ 2º No depoimento os depoentes poderão fazer-se acompanhar por advogado, devidamente constituído, sendo-lhe vedado interferir ou influir, de qualquer modo, nas respostas; o advogado poderá, no entanto, fazer perguntas, por intermédio do Presidente da Comissão.”

Considerando que a defesa e comprovação das alegações das partes que tenham constituído advogado será por ele elaborada, não se pode negar ao advogado a oportunidade de fazer perguntas, por intermédio do Presidente, como se dá em qualquer audiência.


“Idem”

Assegurar ao advogado o direito de fazer perguntas por intermédio do Presidente.

Para garantir a ampla defesa do interessado, a busca da verdade e as prerrogativas do profissional.

Regina Rocha de Souza Pinto - FRESP – Fed. das Emp. de Fretamento do Estado de São Paulo



“§2º. No depoimento os depoentes poderão fazer-se acompanhar por Advogado, devidamente constituído; o Advogado poderá solicitar a reinquirição dos depoentes, por intermédio do Presidente da Comissão.”

A proposta da minuta ofende a Lei nº 8.906/94, especialmente os artigos 2º, caput, e 7º, inciso X. É dado aos Advogados orientar, aconselhar, assessorar e acompanhar, em qualquer juízo ou foro, seus clientes, podendo manifestar-se livremente a respeito de questões que entenda possa causar ônus a seu constituinte ou acerca de questões que entender relevantes. Ao examinar ações ajuizadas contra a proibição de Advogados atuarem, na defesa de seus clientes, ante as Comissões Parlamentares de Inquérito, já há decisões no sentido de que não pode a autoridade administrativa, de qualquer modo, limitar ou impedir o livre exercício da atividade.


Art. 47 - O Presidente da comissão processante poderá, de ofício ou a requerimento de interessado, requerer à autoridade instauradora a realização de perícia ou a assistência técnica, indicando as respectivas matérias, formulando, previamente, os quesitos que devam ser respondidos e assinando prazo para conclusão dos trabalhos.

“Art. 47. O Presidente da comissão processante poderá, de ofício ou a requerimento de interessado, requerer à autoridade instauradora a realização de perícia ou a assistência técnica, indicando as respectivas matérias, formulando, previamente, os quesitos que devam ser respondidos e assinando o prazo de trinta dias para conclusão dos trabalhos, prorrogável, em caso de comprovada necessidade.”

É bom que exista um prazo definido para a conclusão dos trabalhos referidos neste artigo, ainda que se admita prorrogação, em caso de comprovada necessidade.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 47 - § 1º - As diligências e perícias requeridas pelos interessados serão por eles custeadas, cabendo à comissão processante fixar prazo para a sua realização.

Reparar a omissão sobre o prosseguimento do processo em casos em que órgãos administrativos se esvaírem à produção de laudo técnico.

O artigo em apreço apregoa que: “Art. 47. O Presidente da comissão processante poderá, de ofício ou a requerimento de interessado, requerer à autoridade instauradora a realização de perícia ou a assistência técnica, indicando as respectivas matérias, formulando, previamente, os quesitos que devam ser respondidos e assinando prazo para conclusão dos trabalhos. (...) §1º As diligências e perícias requeridas pelos interessados serão por eles custeadas, cabendo à comissão processante fixar prazo para sua realização.” Diante de sua análise, vale ressaltar que não dispõe a respeito do prosseguimento do processo em casos em que órgãos administrativos se esvaírem à produção de laudo técnico. Tal omissão gera a falta de mecanismo que possibilite garantir a duração razoável do processo administrativo. Nesse sentido, vale trazer à colação os ensinamentos de Sérgio Ferraz e de Adilson Abreu Dallari : “De se lastimar, contudo, tenham sido até criados alguns mecanismos de frontal contrariedade à realização do propósito de duração razoável do processo. Nesse sentido, para exemplificar: a) nada se prevê, em termos de prosseguimento do processo, quando um parecer, embora obrigatório e de efeito vinculante, requerido a um órgão consultivo, não seja emitido (art.42, §1º); b) o mesmo praticamente ocorrerá se, reiterada e sucessivamente, diversos órgãos administrativos se esquivarem à produção de laudo técnico, requerido pela autoridade processante (art. 43).”



Art. 50 - Incorreções ou omissões nos procedimentos não importam nulidade e serão sanadas, de ofício ou a requerimento da parte interessada, salvo se causadas pelo indiciado ou se não influírem na solução do processo.

“Art. 50. Incorreções ou omissões nos procedimentos não importam nulidade e serão sanadas, de ofício ou a requerimento da parte interessada, salvo se causarem prejuízo às parte ou influírem na solução do processo.”

São insanáveis as incorreções ou omissões que acarretem prejuízo às partes ou influam na solução do processo, causadas por quem quer que seja.


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR


Art. 54 - Parágrafo único - Quando o valor da multa a ser aplicada for superior a XXXXXXXXXX, a decisão a ser proferida será previamente comunicada à Diretoria da ANTT e somente será prolatada após a manifestação desta.

Sugere-se, que seja estabelecido o valor da multa no artigo referido e, também, que seja observado o Princípio da Razoabilidade para a fixação do montante.

Da leitura do artigo 54, parágrafo único da Proposta de Regulamento extrai-se que não está especificado o valor da multa.


Art. 56 - Da decisão condenatória cabe recurso, a ser interposto no prazo de dez dias, contados da data em que o infrator for intimado da aplicação da pena (Lei nº 9.784/99, arts. 56 e 59).

“Art. 56. Da decisão cabe recurso, a ser interposto no prazo de dez dias úteis, contados da data em que o infrator for intimado da decisão (Lei nº 9.784/99, arts. 56 e 59).”

Não são apenas as decisões condenatórias que admitem recurso; aquelas de natureza absolvedora também; pois pode ocorrer que aquele que haja feito a denúncia à ANTT, tendo ocorrido a liberação do denunciado, pela decisão adotada, queira interpor o recurso cabível. Além disso, é preciso manter coerência com o artigo 58, ao prever que o prazo para apresentar alegações é computado em dias úteis.


Art. 56 - § 3º - Se a decisão inicial tiver sido proferida pela Diretoria da ANTT, caberá pedido de reconsideração

"§ 3.° Se a decisão inicial tiver sido proferida pela Diretoria da ANTT, caberá pedido de reconsideração. Caso a Diretoria Colegiada não reconsidere a decisão, deverá encaminhar os autos ao agente público competente para exercer o controle externo desta Agência sob a forma de recurso administrativo hierárquico impróprio.”

O artigo 56º, parágrafo 3.°, assim como o artigo 77, da Resolução especifica que se a decisão final tiver sido proferida pela diretoria da ANTT, caberá pedido de reconsideração. Porém, levando-se em consideração a previsão constitucional e legal de que toda decisão deverá ser revista, requer seja incluída previsão de recurso administrativo dirigido ao agente público competente para exercer o controle externo desta Agência, sob pena de se ferir o Duplo Grau de Jurisdição Administrativa.

Fernanda Barreto Miranda – CVRD

Art. 58 - Interposto o recurso e havendo outros interessados, a autoridade julgadora deverá intimá-los para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações (Lei nº 9.784/99, art. 62).

“Art. 58. Interposto o recurso e havendo outros interessados, a autoridade julgadora deverá intimá-los para que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações”.

A sugestão pela dilatação do prazo justifica-se em razão da localização da sede da ANTT e Regionais.




Notória é a necessidade de ampliar este prazo, de modo a garantir efetivamente a obediência aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

O artigo 58 da Proposta de Regulamento, em consonância com o disposto no artigo 62 da Lei 9.784/99, prevê o prazo de 5 dias para contra-arrazoar. A estipulação do prazo em tela é demasiadamente exíguo, comprometendo indubitavelmente os princípios do contraditório e da ampla defesa. Compartilham do mesmo entendimento Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dallari : (FERRAZ, Sérgio e DALLARI, Adilson Abreu. Processo Administrativo. 1ª Edição. Malheiros. Pág 41.) “Mas padece de acerto a consignação de prazo pela metade (apenas de 5 dias) para contra-arrazoar recurso (art. 62)”


“Idem”

“Art. 58. Interposto o recurso e havendo outros interessados, a autoridade julgadora deverá intimá-los para que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações (Lei nº 9.784/99, art. 62).”

Para coerência processual com o caput do artigo 56 e propiciar isonomia às partes, o prazo para alegações deve ser alterado para dez dias.

Japyassú Resende -MRS Logística S.A


TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 60 - O recurso será julgado no prazo de trinta dias, contados do recebimento dos autos pelo órgão ou autoridade competente para o julgamento, prorrogável por igual período em caso de justificada necessidade (Lei nº 9.784/99, art. 59, §§ 1º e 2º).

Que sejam previstas as conseqüências processuais pela omissão do dever de decidir dentro dos prazos estabelecidos.

A Proposta de Regulamento também ficou silente em relação as conseqüências processuais decorrentes da omissão do dever de decidir dentro dos prazos estabelecidos por ela. O dito anteriormente é evidenciado pelo disposto no art 60 da Proposta em comento, tendo em vista que este artigo prescreve o prazo de trinta dias para o julgamento do recurso, permitindo a prorrogação do mesmo em caso de justificada necessidade. No entanto, não estabelece as conseqüências processuais acarretadas pela omissão do dever de decidir dentro dos prazos estabelecidos. O entendimento exposto anteriormente, também é partilhado por Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dallari: (FERRAZ, Sérgio e DALLARI, Adilson Abreu. Processo Administrativo. 1ª Edição. Malheiros. Pág 41.) “tampouco ousou o legislador enfrentar aberta e frontalmente a questão da conseqüência processual na hipótese de omissão do dever de decidir dentro dos prazos consignados no diploma (arts. 49 e 59).”


Art. 60 - § 2º - Se a aplicação do § 1º resultar em gravame à situação do recorrente, este deverá ser intimado para que formule alegações antes da decisão final (Lei nº 9.784/99, art. 64, parágrafo único).

Suprimir este parágrafo. Não pode ocorrer, nem na esfera judicial nem na administrativa, reforma de que resulte agravamento da situação (“reformatio in pejus”).



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 63 - São irrecorríveis na esfera administrativa os atos de mero expediente ou preparatórios de decisão, as informações, os relatórios e os pareceres.

“Art. 63. São irrecorríveis na esfera administrativa os atos de mero expediente ou preparatórios de decisão, as informações, os relatórios e os pareceres, salvo se deles resultar gravame ao interessado.”

Em se tratando de atos de que resulte gravame ao interessado, o recurso é não apenas cabível, como aconselhável.


Art. 65 - § 3º - Ao ser lavrado o auto de infração, os documentos que materializem infrações deverão ser apreendidos para efeito de prova, observado o procedimento estabelecido no § 2º do art. 23 deste Regulamento.

“§3º. Ao ser lavrado o auto de infração, os documentos que materializem infrações poderão, se autorizado em lei ou por decisão judicial prévia, ser apreendidos para efeito de prova, observado o procedimento estabelecido no §2º do art. 23 deste Regulamento.”

Só pode ocorrer apreensão de documentos se a autoridade administrativa estiver autorizada por lei ou por decisão judicial prévia, sem o que há evidente abuso de poder (Leis nº 4.898/65 e nº 6.657/79).


Art. 69 - Da decisão condenatória cabe recurso ao Superintendente, no prazo improrrogável de dez dias, contados da data de ciência do infrator.

“Art 69 - Da decisão cabe recurso ao Superintendente, no prazo improrrogável de dez dias úteis, contados da data da ciência do infrator.”

Não são apenas as decisões condenatórias que admitem recurso; aquelas de natureza absolvedora também; pois pode ocorrer que aquele que haja feito a denúncia à ANTT, tendo ocorrido a liberação do denunciado, pela decisão adotada, queira interpor o recurso cabível. Além disso, é preciso manter coerência com o artigo 58, ao prever que o prazo para apresentar alegações é computado em dias úteis.


Art. 77 - Das decisões de primeira instância proferidas pela Diretoria caberá pedido de reconsideração.

"Art 77 Se a decisão inicial tiver sido proferida pela Diretoria da ANTT, caberá pedido de reconsideração. Caso a Diretoria Colegiada não reconsidere a decisão, deverá encaminhar os autos ao agente público competente para exercer o controle externo desta Agência sob a forma de recurso administrativo hierárquico impróprio.”

O artigo 56º, parágrafo 3.°, assim como o artigo 77, da Resolução especifica que se a decisão final tiver sido proferida pela diretoria da ANTT, caberá pedido de reconsideração. Porém, levando-se em consideração a previsão constitucional e legal de que toda decisão deverá ser revista, requer seja incluída previsão de recurso administrativo dirigido ao agente público competente para exercer o controle externo desta Agência, sob pena de se ferir o Duplo Grau de Jurisdição Administrativa.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 82 “Novo Parágrafo”

“Art 82 Parágrafo único - A instauração e instrução do processo administrativo por órgão ou entidade conveniada será realizada de acordo com as normas deste regulamento.”

A inserção da sugestão constante deste parágrafo deve-se à necessidade de preservar a uniformidade nos procedimentos.


Art. 85 - O direito de consultar os autos, de pedir cópias de documentos deles constantes e de pedir certidão é restrito às partes diretamente envolvidas nos processos, a seus representantes legais e mandatários devidamente constituídos.

“Art. 85. O direito de consultar os autos, de pedir cópias de documentos deles constantes e de pedir certidão é direito de qualquer cidadão desde que não tumultuem o processo.”

Da análise do artigo 85 extrai-se que o direito de consultar, solicitar cópias etc. do processo administrativo é restrito às partes diretamente envolvidas nos processos, a seus representantes legais e mandatários devidamente constituídos. No entanto, é válido esclarecer que, todo processo, seja ele administrativo ou judicial, é público, ou seja, qualquer cidadão interessado pode ter acesso, ressalvado os casos de segredo de justiça.


Art. 85 “Novo Parágrafo”

“Art. 85 § 3º - O prazo para fornecimento de cópias dos documentos constantes dos autos é de vinte e quatro horas, contadas da solicitação, sob pena de prorrogação de eventual prazo assinalado ao interessado, caso não seja possível a retirada dos autos.”

A inserção da sugestão constante desse parágrafo impõe-se para que os prazos não sejam reduzidos em razão de demora na obtenção de cópias.


Art. 87-§ 1º - inc. III - ter o agente cometido a infração sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de superior hierárquico;

“III – ter o agente cometido a infração sob coação a que não podia resistir, ou em cumprimento de ordem de superior hierárquico.”

Houve equívoco, pois faltou incluir a palavra “não” antes de “podia”.



TEXTO ORIGINAL SUGESTÃO OBSERVAÇÕES AUTOR Art. 87 - § 1º “Novo Inciso”

“Art. 87 § 1º V - a inexistência de infrações de mesma natureza praticadas pelo infrator, nos três anos anteriores.”

Sugere-se inserir este parágrafo para que a não reincidência específica sirva também como atenuante, não só como agravante. O regulamento deverá também definir o "quantum" da redução ou agravamento da pena decorre da ocorrência da não reincidência ou reincidência, tanto genérica quanto específica.


Art. 87 - § 2º - inc. I - a reincidência, genérica ou específica;

“I – a reincidência específica;” A reincidência genérica, além de limitar a prerrogativa de defesa, viola a regra da continuidade, pela qual há reincidência somente quando as faltas cometidas são de mesma espécie (permanência infracional típica).


Art. 89 - § 1º - Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.

“Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de um ano, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.”

O prazo sugerido para a prescrição de intercurso é muito extenso, ficando o administrado sem conhecer a decisão ou obter o despacho esperado, em flagrante violação do princípio do silêncio administrativo.


Art. 89 - § 3º - inc. I - pela citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital;

“I – pela notificação da parte, inclusive por meio de edital."

No processo administrativo, a autoridade não “cita”, e sim notifica; e, no caso, não há “indiciado” ou “acusado”, mas parte ou interessado.


proposta de regulamento antt...

Documents